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Newsletter n. 87 Setembro/2016 Destaques desta edição Infraestrutura Cenário atual do Programa de Parcerias de Investimento – PPI. Marco Regulatório. Primeiras medidas do Con- selho de Programa de PPI ....................................................................................................................................... Previdenciário PREVIC publica a Instrução nº 32 de 02.09.2016 – Equacionamento de Déficit .................................................... Tributário Receita Federal atualiza lista de países ou dependências com tributação favorecida e regimes fiscais privilegia- dos ........................................................................................................................................................................... Artigo Reflexões sobre precificação e solvência em planos de EFPC ............................................................................... 1 5 6 7

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Newsletter n. 87 – Setembro/2016

Destaques desta edição Infraestrutura Cenário atual do Programa de Parcerias de Investimento – PPI. Marco Regulatório. Primeiras medidas do Con-selho de Programa de PPI ....................................................................................................................................... Previdenciário PREVIC publica a Instrução nº 32 de 02.09.2016 – Equacionamento de Déficit .................................................... Tributário Receita Federal atualiza lista de países ou dependências com tributação favorecida e regimes fiscais privilegia-dos ........................................................................................................................................................................... Artigo Reflexões sobre precificação e solvência em planos de EFPC ...............................................................................

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Bocater Newsletter – n. 87 – Setembro/2016

Cenário atual do Programa de Parcerias de Investimento – PPI. Marco Regulatório. Primeiras medidas do Conselho do Programa de PPI. Luiza Rangel de Moraes* Jaques Wurman** Luísa Velho de Oliveira***

Foi, finalmente, convertida na Lei nº 13.334, de 13 de setembro de 2016, a

Medida Provisória nº 727 (“MP 727”), editada em 12 de maio deste ano, pelo

governo federal, instituindo o Programa de Parcerias de Investimento - PPI, no

bojo das medidas de recuperação econômica do país, com a retomada de

investimentos em projetos de infraestrutura.

Após cinco meses de discussões legislativas, o Parecer nº 37/2016, da Comissão

Mista do Congresso Nacional, exarado em 28 de agosto de 2016, tendo por

relator o Senador Wilder Moraes, reconheceu expressamente a presença dos

pressupostos constitucionais exigíveis para a edição da MP 727.

Quanto à relevância e à urgência, sublinhou ser “inconteste a atual incapacidade

da União – assim como de Estados, Municípios e Distrito Federal – de fazer

frente aos investimentos necessários para recuperar e aprimorar a infraestrutura

nacional, catalisar o desenvolvimento econômico do País e, consequentemente,

gerar empregos”.

No âmbito da conversão da MP em lei, foram apresentadas propostas de

alterações ao texto da MP 727, no Projeto de Lei nº 23/2016, dentre as quais a

atinente ao processo de contratação de consultores para o assessoramento na

definição do procedimento licitatório. A proposta consistiu basicamente em adotar

o procedimento que o Banco Mundial utiliza, conhecido como carta-convite,

instituindo a modalidade do “convite qualificado”, pelo qual os consultores são

escolhidos em razão de sua experiência e relação de confiança com o órgão

licitante, privilegiando o critério do melhor custo-benefício ao contratante1.

1 Conforme consta do Parecer, trata-se da “mesma lógica da licitação na modalidade de convite da Lei nº 8.666, de 1993, com as seguintes peculiaridades: o valor estimado da

Infraestrutura

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Contudo, o Projeto de Lei nº 23/2016, ao tramitar na Câmara dos Deputados,

acabou por não acolher proposta do “convite qualificado”, bem como algumas

outras disposições relacionadas ao Fundo de Apoio à Estruturação de Parcerias

– FAEP, ligado ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social –

BNDES, principal financiador de projetos juntamente com a Caixa Econômica

Federal.

Por fim, em 13 de setembro de 2016 foi promulgada a Lei nº 13.334 que

institucionalizou, a nível legislativo, o PPI2.

Na mesma data, ocorreu a primeira reunião do Conselho do Programa de

Parcerias de Investimentos – CPPI, regulada no Art. 7º da nova Lei, que tem

como o seu secretário-executivo, Wellington Moreira Franco.

Foi, então, divulgado, pelo CPPI o projeto do governo para o setor infraestrutura -

“Projeto Crescer” – com as futuras concessões de aeroportos, ferrovias, portos,

rodovias, áreas petroquímicas e de energia, integrando um conjunto de 25

empreendimentos, a serem realizados até meados de 2018.

No mesmo dia, o CPPI publicou, no Diário Oficial da União, sete resoluções,

dispondo sobre diversos temas, diretrizes, estratégias e procedimentos

relacionados aos empreendimentos públicos de infraestrutura do Programa de

Parcerias de Investimentos – PPI. São elas:

contratação não estaria limitado a R$ 80.000,00 (art. 23, II) e a seleção seria feita, preferencialmente, pelo critério da técnica e preço, de modo a prestigiar o melhor custo-benefício para a Administração.” 2 A Lei n° 13.334 foi retificada em 13 de setembro de 2016, em Edição Extra do D.O.U, passando a constar com o devido texto: No Art. 18, onde se lê: “Art. 1° XIV - pela Secretaria do Programa de Parcerias de Investimentos. § 3° Integram, ainda, a Presidência da República a Câmara de Comércio Exterior - CAMEX e o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos.” (NR) Leia-se: “Art. 1° XIV - pela Secretaria do Programa de Parcerias de Investimentos. § 3° Integram, ainda, a Presidência da República a Câmara de Comércio Exterior - CAMEX e o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos.” (NR).

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Bocater Newsletter – n. 87 – Setembro/2016

• Resolução nº 1: Estabelece diretrizes gerais e estratégicas a serem

adotadas pelos órgãos e entidades da administração pública federal no

processo de contratação de empreendimentos públicos de infraestrutura do

Programa de Parcerias de Investimentos – PPI.

O Objetivo é aperfeiçoar a utilização dos recursos humanos nos diferentes

órgãos e entidades da administração por meio da homogeneização de

procedimentos básicos, regras e diretrizes nos procedimentos licitatórios e

contratos de parcerias, a partir do aprimoramento de estudos de modelagem

econômico-financeira, matriz de risco para cada projeto individualmente, para

que seja privilegiada a ampla competitividade.

• Resolução nº 2: Opina pela qualificação de empreendimentos

públicos nos setores federais de transporte aeroviário, rodoviário e

ferroviário, para execução por meio de contratos no âmbito do PPI.

Considera a execução através de contratos de parceria com a iniciativa

privada entre meados de 2017 ao fim do mesmo ano, diante da necessidade

de garantir-se a continuidade da participação da iniciativa privada na

prestação dos serviços e manutenção dos investimentos. Dessa forma,

podem ser agregadas melhorias ao sistema já existente com o fim de

preservar o patrimônio público, beneficiando um grande número de usuários,

com a prestação de serviços com qualidade e eficiência.

• Resolução nº 3: Elenca diversos empreendimentos públicos federais

a serem contemplados pela adoção de medidas de desestatização do setor

de minas e energia para a execução por meio de contratos de parcerias com

o setor privado com a necessidade de garantir a continuidade da participação

da iniciativa privada na execução de serviços com o objetivo de agregar

melhorias no sistema existente e preservar o patrimônio público,

beneficiando um grande número de usuários por meio da prestação de

serviços com qualidade e eficiência.

• Resolução nº 4: Opina pela qualificação de empreendimentos

públicos estaduais de saneamento por meio de contratos de parcerias, dos

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serviços de distribuição de água, coleta e tratamento de esgoto, previstos

entre o 2º semestre de 2017 e meados de 2018.

A medida teve como diretriz básica posicionar o Brasil em relação aos países

desenvolvidos e em desenvolvimento, no tocante ao serviço de saneamento

básico, principalmente o de esgotamento sanitário, visando a relação entre

investimento e redução das despesas com saúde, o aumento da

produtividade e o impacto nos corpos hídricos.

• Resolução nº 5: Aprova a concessão como modalidade operacional

para a exploração de aeroportos internacionais a que se refere, além de

definir outras condições do processo de desestatização, como o prazo de 25

a 30 anos, a modalidade de leilão simultâneo, com inversão de fases, e a

remuneração a ser adotada.

• Resolução nº 6: Opina favoravelmente à deliberação do Presidente

da República dos empreendimentos públicos federais: Terminal de

Fertilizantes no Porto de Paranaguá – Fospar S/A e TECON Salvador.

Avalia, nos referidos empreendimentos, as características da infraestrutura

ferroviária e rodoviária em relação à velocidade de operação, interferências

com vias urbanas, limitações geométricas, integridade de faixas de domínio,

aumento da demanda, entre outros fatores que limitam a capacidade das

vias e deteriora o nível de serviço, como o grande volume de capital

necessário para viabilizar os investimentos.

• Resolução nº 7: Altera a Resolução nº 11, de 18 de novembro de

2015, do Conselho Nacional de Desestatização, com o objetivo de aprovar a

continuidade do processo de desestatização da Celg Distribuição S.A. e

estabelecer as condições e o preço mínimo da alienação das ações do seu

controle acionário, de modo a viabilizar o resultado favorável do

procedimento licitatório, que se encontra paralisado, em virtude do insucesso

do leilão anteriormente realizado.

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• Resolução Nº 8: Propõe a retomada do processo de desestatização

do serviço público de Loteria Instantânea Exclusiva - Lotex e da Caixa

Instantânea S.A., e dá outras providências.

Considera a necessidade de garantir a continuidade da participação da

iniciativa privada na execução de serviços de manutenção e nos

investimentos em infraestrutura para agregar melhorias ao sistema existente

e para preservar o patrimônio público, além de beneficiar um grande número

de usuários por meio da prestação de serviços com qualidade e eficiência.

*Luiza Rangel de Moraes é sócia de Bocater Advogados ([email protected]). **Jaques Wurman é sócio de Bocater Advogados ([email protected]). ***Luísa Velho de Oliveira é estagiária de Bocater Advogados ([email protected]).

PREVIC publica a Instrução nº 32 de 02.09.2016 – Equacionamento de Déficit Flavio Martins Rodrigues* Stéfanie Mazza Ribeiro**

Após período de consulta pública, foi publicada, em 05.09.2016, a Instrução

Previc nº 32, que estabelece “procedimentos a serem adotados pelas entidades

fechadas de previdência complementar para a elaboração, aprovação e

execução de planos de equacionamento de déficit”. Esta instrução traz o

detalhamento sobre os planos de equacionamento de déficit a que se refere a

Resolução CGPC nº 26, de 29.09.2008, e suas alterações.

Destaca-se nesta instrução: (i) a possibilidade de correção do valor do déficit no

período entre a data de sua apuração e o início do plano de equacionamento,

devendo para tal ser considerado, no mínimo, o seu valor nominal; (ii) reposicionamento do déficit em momento posterior à avaliação atuarial que o

apurou, caso seja realizada nova avaliação atuarial em razão de operações de

cisão, fusão, incorporação, migração, saldamento, retirada de patrocínio ou

alteração regulamentar com reflexo nos resultados do plano de benefícios, que

tenham sido previamente autorizadas pela Previc.

Além disso, há o relevante esclarecimento quanto à possibilidade de se utilizar,

como fonte de recursos alternativa para o equacionamento do déficit, resultados

Previdenciário

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intermediários de excedentes de rentabilidade obtidos no período compreendido

entre a apuração do déficit e a aprovação do seu plano de equacionamento.

Neste sentido, temos notícia de que algumas entidades, já utilizando essa

possibilidade normativa, aprovaram planos de equacionamento com exclusivo

financiamento de excedentes de rentabilidade, poupando participantes e

patrocinadores de contribuições extraordinárias.

De fato, não faria sentido que os recursos adicionais à meta de retorno de

investimentos fossem descartados onerando as partes contribuintes sem a

efetiva necessidade.

A Instrução Previc nº 32/2016 entrou em vigor na data da sua publicação.

*Flavio Martins Rodrigues é sócio de Bocater Advogados ([email protected]). **Stéfanie Mazza Ribeiro é advogada de Bocater Advogados ([email protected]).

Receita Federal atualiza lista de países ou dependências com tributação favorecida e regimes fiscais privilegiados Alexandre Luiz Moraes do Rêgo Monteiro* Felipe Thé Freire**

A Receita Federal do Brasil (“RFB”) atualizou, no último dia 13.09.2016, a

Instrução Normativa (“IN”) RFB nº 1.037/10, que compila as jurisdições tidas pelo

governo brasileiro como (i) Países ou Dependências com Tributação Favorecida

(i.e. paraísos fiscais) - que tributam a renda a alíquotas inferiores a 20% ou não

conferem transparência a informações de natureza societária e fiscal - e os ditos

(ii) regimes fiscais privilegiados.

Na última atualização, saíram da lista de Países ou Dependências com

Tributação Favorecida as Antilhas Holandesas e St. Kitts e Nevis, passando a

integrá-la as jurisdições de Curaçao, São Martinho e Irlanda.

Tributário

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Bocater Newsletter – n. 87 – Setembro/2016

Com relação aos regimes fiscais privilegiados, a RFB, além de incluir em seu rol

pessoas jurídicas constituídas na Áustria sob a forma de holding company, trouxe

pela primeira vez o conceito de “atividade econômica substantiva” para entidades

que exploram a atividade de holding.

Nos termos do novo parágrafo único do artigo 2º da IN RFB nº 1.037/10, têm

substância econômica as holdings que possuam “no seu país de domicílio,

capacidade operacional apropriada para os seus fins, evidenciada, entre outros

fatores, pela existência de empregados próprios qualificados em número

suficiente e de instalações físicas adequadas para o exercício da gestão e efetiva

tomada de decisões relativas (i) ao desenvolvimento das atividades com o fim de

obter rendas derivadas dos ativos de que dispõe; ou (ii) à administração de

participações societárias com o fim de obter rendas decorrentes da distribuição

de lucro e do ganho de capital.”

A lista da RFB é relevante, pois, em função dela, as jurisdições podem receber

tratamento fiscal mais ou menos gravoso em diversas situações, a exemplo de

incidência de tributação na fonte quando de remessas para fora do País,

operações sujeitas a regras de preço de transferência e tributação de lucros

auferidos por intermédio de controladas e coligadas no exterior.

*Alexandre Luiz Moraes do Rêgo Monteiro é sócio de Bocater Advogados ([email protected]). **Felipe Thé Freire é advogado de Bocater Advogados ([email protected]).

Reflexões sobre precificação e solvência em planos de EFPC Andrea Neubarth Corrêa*

Os profissionais que atuam na área jurídica das EFPC ou que prestam

consultoria nessa área profissional precisam, cada dia mais, deter conceitos não

jurídicos para a aplicação das normas que trazem um conteúdo técnico

específico.

Nesse propósito, realizamos internamente no Escritório Bocater um seminário a

partir da “Cartilha 10 Passos para Compreender e Aplicar Regras de Precificação

Artigo

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e Solvência”, editada recentemente pela Associação Brasileira das Entidades

Fechadas de Previdência Complementar - ABRAPP.

Na Cartilha, encontram-se consolidados princípios de ordem atuarial, econômica,

contábil e jurídica, exigindo uma reflexão de caráter mais abrangente para que

sejam adequadamente compreendidas e aplicadas as regras normativas

incidentes.

Achamos útil compartilhar com nossos clientes e colegas profissionais os slides

que orientaram a nossa discussão interna na forma de anexo a essa edição da

Newsletter.

*Andrea Neubarth Corrêa é advogada de Bocater Advogados ([email protected]).

Endereços Av. Rio Branco, 110 39º e 40º Andar – Centro Rio de Janeiro - RJ CEP: 20040-001 Tel.: (21) 3861-5800 Fax: (21) 3861-5861/62 Rua Joaquim Floriano, 100 16º Andar – Itaim Bibi São Paulo - SP CEP: 04534-000 Tel.: (11) 2198-2800 Fax: (11) 2198-2849 SHIS Quadra 01, Casa 06 - Lago Sul Brasília-DF CEP: 71615-210 Tel.: (61) 3226-3035 / 3224-0168 / 3223-4108 / 3223-7701

www.bocater.com.br

O conteúdo desta Newsletter é simplesmente informativo, não devendo ser entendido como opinião legal, sugestão ou orientação de conduta. Quaisquer solicitações sobre a forma de proceder ou esclarecimentos sobre as matérias aqui expostas devem ser solicitados formalmente aos advogados de Bocater.

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10 Passos para Compreender e Aplicar Regras de Precificação e Solvência – Cartilha ABRAPP

20 de Setembro de 2016

Rio de Janeiro / RJ

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AMBIENTE REGULATÓRIO Utilização conjunta de: Elementos do passivo atuarial – duration Elementos dos investimentos – retorno projetado da carteira/taxa de juros Conjuntura do mercado – equilíbrio ajustado

=

LIMITES DE SOLVÊNCIA

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Primeiro Passo Definição de hipóteses fundamentada em estudos de aderência e convergência: Hipóteses: Biométricas Demográficas Econômicas e financeiras Recomendação: simulações que demonstrem os impactos no fluxo atuarial e na duração do passivo

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A duração do passivo é um elemento central tanto da precificação como da solvência. É necessário, portanto, que suas premissas atuariais estejam em consonância com a realidade do plano, assim como de seus participantes e assistidos. A precificação deve ser feita em cima de estudos técnicos em que hipóteses biométricas, demográficas, econômicas e financeiras sejam consideradas, de acordo com o estabelecido pela Resolução CGPC nº 18/2006 e suas alterações, mais especificamente as previstas na Instrução Previc nº 23/2015. Há pouca margem de discricionariedade da gestão, sendo um juízo eminentemente técnico.

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Segundo Passo Cálculo da duração do passivo: A duration, duração do passivo, é a média ponderada dos fluxos de pagamento dos benefícios dos planos, líquidos de contribuições incidentes. Deve ser considerada a taxa atuarial do exercício anterior, conforme determinado no item 1.4 do Anexo da Resolução CGPC nº 18/2006, com texto introduzido pela Resolução CNPC nº 15/2014 e Instrução Previc nº 19, de 04 de fevereiro de 2015.

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CÁLCULO DA DURATION É REALIZADO EM PLANILHA DISPONIBILIZADA NO SITE DA PREVIC O cálculo pode ser realizado no sítio eletrônico da Previc, em planilha disponibilizada. É necessário inserir os fluxos de pagamento de benefícios que tenham valor ou nível previamente estabelecidos e cujo custeio seja determinado atuarialmente (benefício definido) ou que adquiram essa característica após a concessão. Desta forma o cálculo se faz automaticamente para facilitar o procedimento para as EFPC.

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Terceiro Passo Identificação dos limites aplicáveis ao plano: Limites de solvência (superávit e déficit máximos):

•SUPERÁVIT = [10% + (1% x duração do passivo)] x Provisão Matemática em Benefício Definido (nunca sendo superior a 25% ou inferior a 10% da Provisão Matemática);

•DÉFICIT = [1% x (duração do passivo – 4) x Provisão Matemática em Benefício Definido (quando o passivo for igual a 4 haverá intolerância a qualquer nível de déficit). • Conforme o previsto na Instrução Previc nº 26, de 10 de março de 2016, se o déficit for identificado no próprio ano de encerramento de exercício, deve ser apurado previamente ao lançamento do fluxo de contribuições extraordinárias futuras.

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Além dos limites de solvência a duração do passivo indica:

I. Limites inferior e superior de taxa de juros atuarial: divulgados pela Previc por meio de Portaria específica no

mês de abril de cada ano.

II. Prazo máximo de equacionamento: 1,5 x duração do passivo:

Desta forma haverá tratamento diferenciado aos planos de

equacionamento em função do prazo médio do fluxo de seu passivo (duration).

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Quarto Passo Projeção da taxa de retorno esperada para investimentos A taxa de juros atuarial, ou taxa de retorno anual de investimentos, deve ser projetada pela entidade com base no estudo teórico de acordo com o previsto na Instrução Previc nº 23, de 26 de julho de 2015. Deve, também, representar 50% de confiança de que poderá ser obtida.

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Taxa de Juros Atuarial: A metodologia não é prevista integralmente pela norma, que se restringe a exigir um conteúdo mínimo. Este, por sua vez, abarca um conteúdo mínimo: (i) esclarecimento da metodologia utilizada; (ii) descrição das projeções de indicadores escolhidos; (iii) fluxos projetados e rentabilidade esperada; dentre outros. Importante: para uma otimização da relação entre a projeção da taxa de retorno esperada para investimentos e a taxa real de juros atuariais, haverá provável reflexo na Política de Investimentos.

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Quinto Passo Escolha da taxa atuarial A taxa de juros atuarial deve ser compatível com a taxa de retorno esperada para investimentos, conforme descrito no Passo Quatro, e ainda: (i) se situar no intervalo entre o limite superior e inferior previsto em

função da duração do passivo do plano; (ii) em caráter excepcional é permitido utilização da taxa fora do

intervalo, desde que possua nível de confiança igual ou superior a 50% e conte com prévia e formal autorização da Previc, encaminhada até 31 de agosto do ano de referência, tudo conforme a Instrução Normativa nº 23/2015; e

(iii) todos os limites são referentes a taxas reais (descontada a inflação), portanto, assim também devem ser as taxas atuariais.

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A taxa de juros possui certo grau de discricionariedade por parte da gestão da entidade, porém, há limitação imposta pelas condições do mercado (Portaria que define a ETTJ); pela duration; pelas projeções do segmento e decisão de alocação. Dessa forma, a escolha da taxa de juros atuarial deve ser feita frente a política de investimentos, considerados os riscos inerentes e a projeção de rentabilidade. ETTJ (Estrutura a Termo das Taxas de Juros Estimada)

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Sexto Passo Ajuste de precificação dos títulos federais Para uma correta apuração, é preciso que após o cálculo do Equilíbrio Técnico Contábil seja também calculado o valor do ajuste dos títulos federais mantidos até o vencimento, de forma a chegar ao Equilíbrio Técnico Ajustado. Esse ajuste está previsto na Resolução CNPC nº16/2014, assim como na Instrução Previc nº 19/2015, e consiste na diferença entre o valor contábil (aquisição mais rendimentos auferidos apropriados na curva) e o valor de mercado. Os títulos federais são considerados “soberanos” e sem risco de crédito, sendo chamados de “ideais” para operações de “hedge de fluxo” ou de imunização do passivo contra riscos de variação de taxa de juros.

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A maximização do efeito do ajuste se dá quando a duração dos títulos se aproxima da duração do passivo, assim como o valor presente dos títulos se aproximam do valor presente do passivo, sendo este de custeio atuarialmente determinado. O Equilíbrio Técnico Ajustado será menos volátil conforme mais adequada forma a operação de hedge. É possível que os fundos de pensão brasileiros possuam, em sua carteira de investimentos, títulos federais a longo prazo, conforme a Resolução CGPC nº 4, de 30 de janeiro de 2002.

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As entidades devem observar os seguintes aspectos quando escolherem títulos para marcar na curva ou selecioná-los para o ajuste: (i) o ajuste possui tendência de alteração anual, em decorrência da

variação da taxa de desconto atuarial;

(ii) escolher marcar os títulos na curva implica no compromisso de mantê-los até o vencimento, resultando na diminuição da liquidez da carteira de investimentos;

(iii) a escolha de títulos – e sua classificação na categoria até o vencimento - deve estar em consonância com o ALM do plano; e

(iv) os títulos selecionados para ajuste de precificação devem estar de acordo com as políticas de investimento da entidade.

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Sétimo Passo Apuração do equilíbrio técnico ajustado Realizada a escolha da taxa atuarial; feitos os cálculo do passivo atuarial e de ajuste dos títulos federais, é possível realizar o Equilíbrio Técnico Ajustado acrescido do ajuste negativo (superávit) e do ajuste positivo ou negativo (déficit). Em razão da postura prudencial, não se considera o ajuste positivo para fins de destinação de superávit. A previsão do ajuste está na Resolução CGPC nº 26/2008, considerando as alterações realizadas pela Resolução CNPC nº 16/2014.

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A Demonstração do Ativo Líquido - DAL, é realizada de acordo:

Apuração do Equilíbrio Técnico Ajustado a. Resultado Realizado a.1 Superávit Técnico Acumulado a.2 (-) Déficit Técnico Acumulado b. Ajuste de Precificação c. (+/-) Equilíbrio Técnico Ajustado = (a+b)

Sendo: (i) “a” o valor do superávit ou déficit resultando do plano previdencial apresentado; (ii) “b”, ajuste de precificação positivo ou negativo entre os valores de títulos públicos federais; e (iii) “c” o valor do Equilíbrio Técnico Ajustado confrontados os valores dos itens “a” e “b”. Informações de controle, acompanhamento contábil e financeiro dos títulos – e seus dados quanto a natureza, quantidade, montante, valor investido e valor de ajuste – devem ser esclarecidos em notas explicativas às Demonstrações Contábeis. 18

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Oitavo Passo Análise da solvência em relação aos limites aplicáveis A solvência, ou não, do plano é diretamente dependente do resultado superavitário ou deficitário, que deve estar dentro dos limites calculados nos termos da Resolução CNPC nº 22/2015. Caso o resultado se encontre fora dos parâmetros será necessário elaborar um Plano de Equacionamento de Déficit ou um Plano de Destinação de Superávit.

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Nono Passo Equacionamento dos déficits •Prazo de equacionamento: o prazo será de uma vez e meia o prazo de duração do passivo do plano de benefícios. (Resolução CGPC nº 18/2006)

•Prazo para apresentação do plano de equacionamento: deverá ser elaborado e aprovado até o final do exercício subsequente (excepcionalmente para os resultados do exercício de 2014 o prazo foi estendido para o plano de equacionamento de 31.03.2016).

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• Contribuição extraordinária de ativos e assistidos: Resolução CGPC nº 26/2008, o resultado deficitário deve ser equacionado entre participantes, assistidos (de um lado) e patrocinadores (de outro), observada a proporção contributiva.

• Contribuição extraordinária constante ou decrescente: prevê a comprovação, por meio de demonstração de fluxo projetado, que a amortização deverá ser feita por meio de contribuições extraordinárias; comprovando ainda se estas serão constantes ou decrescentes.

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• Interrupção de equacionamento de déficit em função de superávit futuro: caso o equilíbrio atuarial se estabeleça antes do prazo previsto deverá ser avaliada a necessidade de revisão do plano de custeio, assim como a suspensão do plano de equacionamento do déficit. Ainda, a Instrução Previc nº 26/2016, prevê a revisão do plano para a suspensão ou até mesmo redução das contribuições extraordinárias de participantes, assistidos e patrocinador.

• Garantias do patrocinador, aditivos a contratos existentes: sendo de responsabilidade do patrocinador a equação do déficit e sendo a duração do passivo igual ou inferior a quatro anos, o contrato de dívida deverá constar com garantia real com a EFPC em relação ao plano deficitário. Quando houver parcela não coberta de reserva matemática de benefício concedido, independente da duração do passivo, deverá a parte que couber ao patrocinador ser objeto de garantia, conforme o Regulamento Anexo da Resolução CGPC nº 18/2006.

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• Cláusulas atuariais em contratos de equacionamento de déficit: é facultado a presença de cláusula revisional anual do saldo devedor, observado o Regulamento Anexo da CGPC nº18/2006 e a Instrução Previc nº 26/2016.

• Tal revisão deverá estar atrelada ao valor do equilíbrio técnico ajustado negativo ou positivo.

• Fala dos mecanismos de correção previstos na Resolução CGPC 17/1996.

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Décimo Passo Destinação de superávit Valor do superávit a ser destinado: de acordo com a Resolução CGPC nº 26/2008 os recursos excedentes serão empregados na constituição de reserva de contingência até que seja atingindo o limite previsto no art. 7º da resolução citada. Após, serão empregados na constituição de reserva especial para a revisão do plano de benefícios. Esta poderá ser voluntária, a partir do estabelecimento da reserva especial, ou obrigatória após o decurso de três exercícios consecutivos.

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• Deduções antes da destinação de superávit: da reserva especial deverão ser deduzidos os valores correspondentes à diferença entre as provisões matemáticas e as hipóteses efetivamente adotadas, conforme prevista na Resolução CGPC nº 26/2008. A ver:

• Tábua biométrica, expectativa de vida completa igual ou superior à resultante da aplicação da Tábua AT-2000 Suavizada em 10%; e • Tábua máxima de juros real anual correspondente ao teto, conforme estabelecido no Regulamento Anexo à Resolução CGPC nº 18/2006, reduzida em um ponto percentual.

De acordo com as normativas é preciso registrar apenas os efeitos deduzidos da parcela a ser destinada e posteriormente utilizada, sem necessidade de registro contável dos casos de destinação da reserva especial.

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• Formas de utilização da reserva especial: de acordo com a Resolução CGPC nº 26/2008, poderá ser a reserva especial utilizada para:

• Redução parcial de contribuições;

• Redução integral ou suspensão de contribuições no montante equivalente a, pelo menos, três exercícios; e

• Melhoria dos benefícios e/ou revisão dos valores dos participantes, assistidos e/ou patrocinador.

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