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DESPACHO N.° GR.02107/2011
Lista de Precedências Internas do Protocolo da Universidade do Porto
Considerando:
1. Os estatutos da U.Porto, aprovados na sequência da publicação do RJIES, que introduzem
novos órgãos de governo, como o Conselho Geral e o Conselho de Curadores, cuja criação
determina a necessidade de prever a inclusão dos seus membros na lista de precedências
internas do protocolo da U.Porto;
2. O parecer elaborado, a nossa solicitação, pelo Dr. Manuel de Novaes Cabral, Diretor
Municipal da Presidência da Câmara Municipal do Porto e pelo Dr. João Paulo Cunha, Chefe
da Divisão Municipal de Relações Internacionais e de Protocolo da Câmara Municipal do
Porto, anexo a este despacho;
3. A Lei 40/2006, de 25 de Agosto, do protocolo do estado português, que apresenta a L
hierarquização das altas entidades públicas nacionais para efeitos protocolares, anexa a
este despacho;
4. A audição de vários órgãos de governo e outras entidades da U.Porto que manifestaram a
sua concordância. 2
No âmbito das funções atribuídas ao Reitor, no artigo 33° dos Estatutos da U.Porto , bem como
das competências estipuladas no artigo 40, designadamente na alínea o), aprovo a nova Lista de
Precedências Internas da Universidade do Porto que fica anexa a este despacho dele fazendo
parte integrante.
Universidade do Porto, 1 de Julho de 2011
yOReftor
(osé Carlos Diogo Marques dos Santos)
LISTA DE PRECEDÊNCIAS INTERNAS DO PROTOCOLO DA
UNIVERSIDADE DO PORTO
1. Reitor
2. Presidente do Conselho Geral
3. Presidente do Conselho de Curadores
4. Antigos reitores
5. Membros da equipa reitoral
6. Diretores de Unidades Orgânicas
7. Membros do Conselho Geral
8. Membros do Conselho de Curadores
9. Administrador da Universidade
10. Provedores
11. Diretores de Serviços Autónomos
12. Doutores Honoris Causa da U.Porto
13. Professores eméritos
14. Presidentes de Conselhos de Representantes de UO-
15. Presidentes de Conselhos Científicos de UO-
16. Presidentes de Conselhos Pedagógicos de UO a
17. Professores das Faculdades (Faculdades por ordem de antiguidade da sua criação e 1dentro de cada Faculdade por categoria (Catedráticos; Associados (com agregação e sem D
agregação); Auxiliares (com agregação e sem agregação) e dentro de cada categoria por
ordem de antiguidade (primeiro jubilados/aposentados)
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PARECER
1 — Solicita o Magnífico Reitor da Universidade do Porto (U.P.) parecer nos
seguintes termos:
“Com a introdução do novo Regime Jurídico das Instituições de ensino
superior, a estrutura dos órgãos de governo das universidades portuguesas foi
profundamente alterada. Foram criados novos órgãos, chamando a si a
participação de membros externos à Universidade, os órgãos já existentes
viram as suas funções redefinidas e até o método de eleição do Reitor foi
reformulado.
“Estas alterações provocaram, também, inevitáveis alterações no equilíbrio de
poderes entre os órgãos de governo da Universidade do Porto e,
consequentemente, na ordem protocolar habitualmente aplicada aos
representantes internos da Universidade.
“No entanto, dada a especificidade da nova estrutura jurídica das
universidades, que não possui um paralelo directo com outras organizações,
públicas ou privadas, tem sido difícil à Universidade do Porto estabelecer uma
ordem protocolar nas cerimónias solenes da instituição que seja consensual
entre os diferentes órgãos de governo.
“Neste sentido, gostaríamos de contar com a ajuda do experiente e eficiente
serviço de Protocolo da Câmara Municipal do Porto de forma a encerrar esta
questão de uma vez por todas. Mais concretamente, gostaríamos de contar
com a colaboração do Dr. Manuel Cabral e do Dr. João Paulo Cunha para a
elaboração de um parecer técnico que nos permitisse definir a ordem
protocolar de todos os órgãos de governo da Universidade.”
PARFCF RA SOLICITAÇÃo tki MAGN. 3 REITOR
DA L\IVI R”IDADI. iç) I’)RTO
Cumpre, pois, emitir a nossa opinião a respeito da questão suscitada.
2 Através da Lei n.° 62/2007, de 10 de Setembro, é estabelecido o novo
“regime jurídico das instituições de ensino superior, regulando designadamente
a sua constituição, atribuições e organização, o funcionamento e competência
dos seus órgãos e, ainda, a tutela e fiscalização pública do Estado sobre as
mesmas, no quadro da sua autonomia” (n.° 1 do art.° 1.0 Adiante RJIES).
Com respeito pela economia do presente parecer, importa sublinhar o disposto
no n.° 1 do art.° 11.0, sob a epígrafe ‘Autonomia das instituições de ensino
superior”: “As instituições de ensino superior públicas gozam de autonomia
estatutária, pedagógica, científica, cultural, administrativa, financeira,
patrimonial e disciplinar face ao Estado, com a diferenciação adequada à sua
natureza”, bem como o n.° 2 do art.° 12.°, sob a epígrafe “Diversidade da
organização”: “No quadro da sua autonomia, e nos termos da lei, as instituições
de ensino superior organizam-se livremente e de forma que considerem mais
adequada à concretização da sua missão, bem como à especificidade do
contexto em que se inserem” (sublinhado nosso).
3 — O diploma legal supra-referido cria, no âmbito do ensino superior público,
um novo tipo de instituições, as fundações públicas com regime de direito
privado (artigos 129.° e seguintes). “A criação da fundação é efectuada por
decreto-lei, o qual aprova igualmente os estatutos da mesma” (n.° 12 do art.°
1 29.°). “A fundação é administrada por um conselho de curadores constituído
por cinco personalidades de elevado mérito e experiência profissional
reconhecidos como especialmente relevantes” (n.° 1 do art.° 131.0), os quais
‘são nomeados pelo Governo sob proposta da instituição” (n.° 2). “O exercício
de funções de curador não é compatível com um vínculo laboral simultâneo
PARECERA ‘.‘ l I( 1 tAO IX) ‘ (NIFICO REITOR
DAI IVIRIDADt DO CORTO
com a instituição” (n.° 3), sendo que os curadores não podem “ser destituídos
pelo Governo sem motivo justificado” (n.° 4).
‘As instituições de ensino superior públicas de natureza fundacional dispõem
de autonomia nos mesmos termos das demais instituições de ensino superior
públicas, com as devidas adaptações decorrentes daquela natureza” (n.° 1 do
art.° 132.°).
Acresce que os “estabelecimentos têm estatutos próprios, aprovados pelo
conselho de curadores da fundação (...)“(n.° 2 do art.° 132.°), os quais “estão
sujeitos a homologação governamental’ (n.° 3).
5
4 — Para a construção do edifício legislativo e regulamentar aplicável à
Universidade do Porto — e antes ainda de nos determos nos seus órgãos de
governo — devemos referir dois outros diplomas.
O primeiro é o Decreto-Lei n.° 96/2009, de 27 de Abril, de acordo com o qual, a
solicitação da assembleia estatutária da U.P. e nos termos do previsto nos
artigos 129.° e seguintes da Lei n.° 62/2007, “o Estado institui uma fundação
pública com regime de direito privado denominada Universidade do Porto” (n.°
1 do art.° 1.° sob a epígrafe “Instituição da fundação”). Dispõe o n.° 2 que “A
Universidade do Porto resulta da transformação da Universidade do Porto em
fundação pública com regime de direito privado (...)“(sic).
Quanto à sua ‘Natureza”, diz-nos o art.° 2.° que “A Universidade do Porto é
uma instituição de ensino superior pública de natureza fundacional, nos termos
da Lei n.° 62/2007, de 10 de Setembro”.
PARECERA(1ITAÇÁO 1)0 () REIT0
DA\R R1I)At)I 0 rO$U{I
Os Estatutos da fundação constam do anexo ao referido Decreto-Lei “do qual
fazem parte integrante”. (n.° 1 do art.° 3.°)
Quanto ao “Regime”, refere o n.° 1 do art.° 4.° que “A Universidade do Porto
rege-se pelo disposto nos seus Estatutos e pela demais legislação que lhe seja
aplicável’.
O art.° 6°, “Direitos e obrigações”, diz que “a Universidade do Porto, enquanto
fundação pública de direito privado, sucede em todos os direitos e obrigações
na titularidade da Universidade do Porto à data da presente transformação”.
Ao diploma seguem-se, no “ANEXO”, os “Estatutos da fundação” (sublinhado
nosso).
6
5 — O segundo diploma que nos importa é o Despacho Normativo n.° 18-
B12009, de 14 de Maio, através do qual o Ministro da Ciência, Tecnologia e
Ensino Superior homologa os “Estatutos da Universidade do Porto” (sublinhado
nosso), que são publicados em anexo.
Apenas algumas notas a propósito destes Estatutos.
Eles estabelecem que a “Universidade do Porto é uma fundação pública de
direito privado, que goza de autonomia estatutária, pedagógica, científica,
cultural, administrativa, financeira, patrimonial e disciplinar” (n.° 1 do art.° 3°),
na sequência, aliás, do disposto no n.° 1 do art.° 11.°, da Lei n° 62/2007, que
acrescenta in tine “(...) com a diferenciação adequada à sua natureza”.
O art.° 4.° versa sobre a “Autonomia estatutária”, dispondo que a mesma
“confere à Universidade do Porto a capacidade para elaborar estatutos próprios
que, no respeito pela lei, enunciam a sua missão, os seus objectivos
PARECERA\OI k iIç: EX) NI ‘ RIITOR
fl UMvtR’DAIM DO rORTO
pedagógicos e científicos, concretizam a sua autonomia e definem a sua
estrutura orgânica” (n.° 1).
6 — Como tivemos oportunidade de sublinhar, temos perante nós dois
“Estatutos”, um da Fundação Universidade do Porto, publicado como anexo ao
Decreto-Lei n.° 96/2009 e outro do Estabelecimento de Ensino Superior
Universidade do Porto, este publicado como anexo ao Despacho Normativo n.°
1 8-B!2009.
Nos termos da hierarquia das leis, o primeiro prevalece, obviamente, sobre o
segundo.
77 — Perante o que foi dito até aqui, e tendo tal como base, partimos agora para
o esclarecimento sobre quais os ‘órgãos de governo” da U.P., tal como são
referidos na carta supra-referida do Magnífico Reitor e nos termos da legislação
aplicável.
Os Estatutos da Fundação, no seu art.° 7•0 “Órgãos”, estabelece que:
“São órgãos da Universidade:
a) O conselho de curadores;
b) O fiscal único;
c) Os órgãos previstos na lei e especificados nos Estatutos do
estabelecimento de ensino”, (i.e. nos Estatutos do Estabelecimento
de Ensino Superior U.P.).
Através do disposto no n.° 1 do art.° 7°, ficamos a saber que “O conselho de
curadores é composto por cinco personalidades de elevado mérito e
experiência profissional reconhecidos como especialmente relevantes”, os
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quais “são nomeados pelo Governo sob proposta da Universidade do Porto”
(sublinhado nosso).
Compete-lhes, designadamente (art.° 9°):
“a) Eleger o seu presidente;
b) Aprovar os Estatutos do estabelecimento de ensino, sob proposta de
uma assembleia estatutária com a composição prevista no artigo
172.° da Lei n.° 62/2007, de 10 de Setembro, e sujeitá-los a
homologação do ministro da tutela do ensino superior;
c) Proceder à homologação das deliberações do conselho geral de
designação e destituição do reitor, apenas podendo a recusa de
homologação ocorrer caso se verifiquem as condições expressas no
n.° 6 do artigo 86.° da Lei n.° 62/2007, de 10 de Setembro,’8
(...)e) Nomear e destituir o conselho de gestão;
(...)“
8 — Já os Estatutos da U.P. referem que “A organização da Universidade do
Porto consta de regulamento orgânico próprio, aprovado pelo conselho geral,
sob proposta do reitor” (n.° 1 do art.° 1 2.°). “O regulamento orgânico pode ser
alterado sempre que seja considerado conveniente” (n.° 2). E, “Na organização
da Universidade do Porto deverão ser utilizados como blocos constitutivos as
seguintes entidades:
a) Reitoria;
b) Unidade orgânica,
c) Subunidade orgânica,’
d) Agrupamento de unidades orgânicas;
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e) Serviços autónomos.”
O art° 13.° estabelece que “A reitoria é o núcleo central da organização da
Universidade do Podo” (n.° 1), devendo “integrar todos os órgãos de governo j] ‘central, constantes do capítulo III, devendo ser dotada dos recursos humanos
adequados” (n.° 2).
9 — Especificamente quanto aos “Órgãos da Universidade” (Capítulo III), ou
seja: “os órgãos (...) especificados nos Estatutos do estabelecimento de
ensino” (ai. c) do art.° 7.° dos Estatutos da Fundação), estabelece o n.° 1 do
art.° 22.° que “São órgãos de governo da Universidade do Porto:9
a) Conselho Geral;
b) Reitor;
c) Conselho de gestão” (sublinhado nosso).
O n.° 2 dispõe que “São, ainda, órgãos da Universidade do Porto, o senado e o
provedor do estudante” (sublinhado nosso).
10 — De resto, já o art.° 76.° da Lei n.° 62/2007, “Auto governo”, dispõe que “As
instituições de ensino superior públicas dispõem de órgãos de governo próprio,
nos termos da lei e dos estatutos’, dispondo o n.° 1 do art.° 77•0, “Orgãos de
governo das universidades (...)“, que “O governo das universidades (...) é
exercido pelos seguintes órgãos.
a) Conselho geral;
b) Reitor;
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‘‘ U\’4R%H)4tM IX) £ORJ)
c) Conselho de gestão”.
“Com vista a assegurar a coesão da universidade e a participação de todas as
unidades orgânicas na sua gestão, os estatutos podem prever a criação de um
senado académico constituído por representantes das unidades orgânicas,
como órgão de consulta obrigatória do reitor nas matérias definidas nos
próprios estatutos” (n.° 2), (sublinhado nosso).
“Além dos órgãos previstos nos números anteriores, os estatutos podem prever
a existência de outros órgãos, de natureza consultiva” (n.° 3), (sublinhado
nosso).
11 — Conjugando as disposições legais e estatutárias supra, concluímos que a
U.P. tem apenas três órgãos de governo, a saber: o Conselho Geral, o Reitor e
o Conselho de Gestão.
São ainda órgãos da U.P. — mas não de governo — o Senado e o Provedor do
Estudante, podendo os estatutos prever outros órgãos de natureza consultiva.
Já o Conselho de Curadores e o Fiscal Único previstos nos Estatutos da
Fundação não são órgãos de governo. São, antes, Órgãos de administração da
FundaQão, nos termos do expressamente previsto no art.° 131.° da Lei n.°
62/2007.
12 — Quanto ao Conselho Geral, conhecemos a sua composição mista,
englobando “representantes dos professores e investigadores” (ai. a) do n.° 1
do art.° 23.° dos Estatutos do EES U.P.), “representantes dos estudantes” (ai.
b)), “representantes do pessoal não docente e não investigador” (ai. c)) e ainda
“seis personalidades externas de reconhecido mérito, não pertencentes à
PARECERA’OIlt IrAÇÃO DO ‘. \I ( OREITOR
IVfR’’.uI LX) 10k.
Universidade, com conhecimentos e experiência relevantes para esta” (ai. d)).
Estes últimos membros do Conseiho Gerai são cooptados peio conjunto dos
membros referidos nas alíneas a), b) e c) (n.° 5) e é de entre eies que é eieito o
presidente (n.° 7).
13 — É ao Conseiho Gerai que compete “organizar o procedimento de eleição e
eleger o reitor nos termos da le destes Estatutos e do regulamento próprio”
(ai.e) do n.° 1 do art.° 30.°), bem como “Apreciar os actos do reitor e do
conselho de gestão” (al.f)).
Importa ainda referir que, nos termos do disposto no n.° 2 do art.° 31.°, “O
presidente do conselho geral não interfere no exercício das competências dos
demais órgãos da Universidade do Porto, não lhe cabendo representá-la nem11
pronunciar-se em seu nome” (sublinhado nosso).
“O reitor participa nas reuniões do conselho geral, sem direito a voto” (n.° 3 do
art.° 32.°).
14 — Toda a secção II do Capítulo III dos Estatutos do EES U.P. é dedicada ao
Reitor. Sobre as suas “Funções”, dispõe o art.° 33.°: “O reitor é o órgão
superior de governo e de representação externa da Universidade do Porto” (n.°
1). No n.° 2 continua: “O reitor é o órgão de condução da política da
Universidade do Porto e preside ao conselho de gestão e ao senado”.
O n.° 1 do art.° 34.° dispõe que “O reitor é eleito pelo conselho geral, em
escrutínio secreto, de entre professores ou investigadores da Universidade do
Porto ou de outras instituições, nacionais ou estrangeiras, de ensino
universitário ou de investigação”, estando a deliberação deste conselho “sujeita
PARECERA %OI 1(1 JM, AO L)(’ A(NÍFICO REITOR
‘ iIVIRMflAØLOO PORTO
à homologação do conselho de curadores da Universidade do Porto” (n.° 2). “O
novo reitor toma posse perante o conselho gera!’ (n.° 12).
Importa, também, notar o disposto no n.° 4 do art.° 37.°: “Durante a vacatura do
cargo de reitor, bem como no caso de suspensão nos termos do artigo anterior,
será aquele exercido interinamente pelo vice-reitor escolhido pelo conselho
geral ou, na falta dele, pelo decano da Universidade do Porto”, bem como o n.°
1 desse mesmo artigo, onde se refere expressamente a eventual incapacidade
temporária do Reitor e o seu modo de substituição: “Quando se verifique a
incapacidade temporária do reitor, assume as suas funções o vice-reitor por ele
designado ou, na falta de indicação, o vice-reitor mais antigo.”
Quanto às competências do reitor, dispõe o corpo do n.° 1 do art.° 40.° que “O
reitor dirige e representa a Universidade do Porto”, incumbindo-lhe,12
designadamente, “Assegurar o cumprimento das deliberações tomadas pelos
órgãos colegiais da Universidade” (ai. n)).
“Cabem ainda ao reitor todas as competências que, por lei ou pelos estatutos,
não sejam atribuídas a outras entidades da Universidade” (n.° 2).
15 — A tradição das nossas universidades fez do reitor a sua figura cimeira.
Sendo as universidades centros de ensino e de saber por excelência, natural é
que o reitor seja a sua autoridade máxima. Como organizações que são, as
universidades têm, desde sempre, um fim primeiro, que é o ensino e a
qualificação dos cidadãos, na linha da Missão do ensino superior, tal como está
definida no n.° 1 do art.° 2.° da Lei n.° 62/2007: “O ensino superior tem como
objectivo a qualificação de alto nível dos portugueses, a produção e difusão do
conhecimento, bem como a formação cultural artística, tecnológica e científica
dos seus estudantes, num quadro de referência internacionaf’.
PARECERA sOl k 1 RÀO 00 sA(,H IÇØ RUTOR
.IVl.PAflI [X)rORO
16 Com a civilização grega e posteriormente a romana, o ensino generalizou-
se. Com o advento do cristianismo, os estudos leigos foram sendo substituídos
pelos religiosos. Estes tornam-se a única forma de transmissão e aquisição de
conhecimento. “A Universidade é o resultado de uma longa preparação que vai
do século VII ao século XII, como corporação constituída juridicamente dos
mestres e discípulos, programas estabelecidos, cursos regulares e com graus
académicos. O pensamento cristão foi um esforço generalizado para recuperar,
conservar; incorporar e assimilar os valores morais, políticos, jurídicos,
literários e artísticos do mundo criado pela Grécia e por Roma. O ensino era
transmitido na língua litúrgica da cristandade.”1
As universidades nascem, assim, em ambientes conventuais com o objectivo
de promover a educação, tornando-se o grande repositório da tradição e de
credibilidade pública, tal como afirma Teresa Ruão (2008).13
Apenas a título de exemplo, entre a Idade Média e os finais do séc. XIX, inícios
do séc. XX, ocorria na maior parte das universidades ibéricas a Missa do Divino
Espírito Santo, acto religioso que antecedia os actos solenes de abertura do
ano lectivo. A Universidade de Oviedo, fundada nos inícios do séc. XVII, ainda
hoje mantém a tradição da missa do Divino Espírito Santo, antecedendo o Acto
Solene de Abertura do Ano Académico.2 Esta manifestação, fruto da origem
religiosa do estudo universitário, dá-nos uma perspectiva da sua evolução.
A universidade mostra-se assim como a instituição com a trajectória mais
prolongada no mundo ocidental, no que apenas é ultrapassada pela Igreja
Católica, onde foi buscar muitos dos seus hábitos, ritos, simbologia ou
ordenamentos. Desde a sua origem, a universidade “desenvolveu símbolos de
1 CARVALHO, Cláudia Maria de Almeida, A Origem das Universidades,
http://pt.shvoong.com/humanities/l61 9974-origem-da-universidade!, 20072 NUNES, A. M. - Misa dei Espiritu Santo en ia Universidade de Oviedo. In: Virtual andMemories, 19.2.2011
PARFCFRA SOIJÇITAÇÁ(’ 1)0’. 3 O RIT0R
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identidade e dignidade muito característicos, sendo essa herança cultural
actualizada e recreada pelas universidades actuais. Nas cerimónias que se
organizam hoje em dia, cada universidade mostra a sua própria identidade,
como reflexo da riqueza e pluralidade do protocolo universitário.”3 As leis de
separação do Estado da Igreja Católica puseram fim à mistura entre o
cerimonial religioso católico romano e o cerimonial universitário, mas as
reminiscências da sua origem permanecem.
17 — Acresce que as Universidades são entidades com carácter autónomo e,
nas suas competências, inclui-se estabelecer o seu próprio ordenamento
protocolar.
A recente legislação portuguesa sobre as Universidades (RJIES) veio trazer14
novas formas à organização das Universidades. No entanto, e pelo carácter
inovador, não contém normas concretas sobre o ordenamento protocolar
universitário, tendo este de ser estabelecido a partir do que a legislação aponta
e das tradições, usos e costumes que orientam a vida e o governo universitário.
Na senda do que temos vindo a defender, do que é tradição da Universidade e
da própria legislação recentemente publicada, diga-se que tal definição, a
existir, seria inadequada e violadora da autonomia, designadamente
regulamentar, que é conferida às diferentes universidades — que são diferentes
na sua origem, na sua história, na sua prática e em muitos dos seus usos e
costumes. O que em nada belisca o facto de considerarmos que a
universidade, as universidades, têm todas um tronco que lhes é comum.
A Universidade deve, em primeiro lugar, ser um centro de ensino, de
investigação, de produção de riqueza e conhecimento científico. Mas deve
Associacián para ei Estúdio y ia Investigación dei Protocolo Univesitário, Universidad deAhcante, on hne http://www.protocoiouniversitario.ua.es/
1ARECER\ OLI( ‘ç IX) MAGNIFIÇ() REIT0
t)AUNI%IR.ÇtDAIM tX) FORIU
também respeitar a sua auto-estima e dotar da solenidade e do cerimonial
adequados os actos que organiza e que estejam de acordo com a sua elevada
missão. Isto porque o respeito pelas tradições corresponde a um sinal de
modernidade e progresso em qualquer aspecto de uma sociedade
culturalmente avançada.4
Os actos protocolares universitários em Portugal têm um fio condutor baseado
numa tradição comum, já que conservam elementos barrocos, que se traduzem
numa estética agradável e permitem criar um conjunto harmonioso, desde os
trajes à música, passando por toda a solenidade dos próprios actos,
projectando uma imagem positiva em toda a sociedade.
18 — Para decidir sobre a questão de saber qual a primeira figura da15
Universidade, temos de recorrer também à Lei n.° 40/2006, de 25 de Agosto, a
Lei das Precedências do Protocolo do Estado Português.
Dispõe este normativo legal “sobre a hierarquia e o relacionamento protocolar
das altas entidades públicas” (n.° 1 do art.° 1.0) e “aplica-se a todo o território
nacionaf’ (art.° 2°).
Vale a pena referir que, “Para efeitos protocolares” (corpo do art.° 7.°), os
“reitores das universidades” estão hierarquizados em 38.° lugar, imediatamente
atrás dos Presidentes das Academias Portuguesa de História e das Ciências
de Lisboa e à frente dos presidentes dos institutos politécnicos de direito
público. Já os vice-reitores estão em 40.° lugar.
RAMOS FERNÁNDEZ, Fernando, La ordenación dei Protocolo universitário”, in RAMOSFERNANDEZ, Fernando (editor), Curso Superior de Comunicaclón y Protocolo, Universidadede Vigo, 2003.
PAREC[ R‘ )LWITAÇ \f) 130 .A(NIFlC() REITui
1’\ U!’JIVR’1[AIM IX) PORTO
Para o presente parecer importa sobremaneira o ad.° 39°, ‘Autoridades
universitárias”, que transcrevemos na íntegra.
1 - Os reitores das universidades e os presidentes dos institutos politécnicos
presidem aos actos realizados nas respectivas instituições, excepto quando
estiverem presentes o Presidente da República ou o Presidente da Assembleia
da República”.
“2 - As deputações dos claustros académicos que participem em cerimónias
oficiais seguem imediatamente os respectivos reitores ou presidentes”.
Se dúvidas tivéssemos — que não temos — sobre o lugar do reitor, maximé nos
actos académicos, elas cairiam por terra face à redacção do supra-referido art.°
39°. Este artigo marca claramente a posição que deve ser assumida pelo
Reitor dentro da hierarquia universitária portuguesa. Por outro lado, convém ter16
presente o art.° 6.° desta Lei, sob a epígrafe “Presidência das cerimónias
oficiais”, que refere expressamente, no seu n.° 1, “As cerimónias oficiais são
presididas pela entidade que as organiza”, exceptuando alguns casos, que
refere no n.° 2, ao dispor que “Fica ressalvado o que sobre esta matéria
expressamente se dispõe na presente leí’, o que, no caso em análise, nos
remete para o já citado art.° 39.°
Vale a pena sublinhar que em actos académicos o Reitor só perde a
presidência na presença do Presidente da República ou do Presidente da
Assembleia da República. Nos municípios, por exemplo, os respectivos
presidentes da Câmara Municipal perdem a presidência dos actos realizados
nos paços do concelho ou organizados pela respectiva Câmara, não só para o
Presidente da República e para o Presidente da Assembleia da República, mas
também para o Primeiro-Ministro.
PARECERA %OLI( IlAÇÃO LX) .‘ &\I1 -1 REIT(.
DA LJSIVL R kt)t X) I)RT()
19 — Nem se diga que esta lei não é aplicável, por ser:
a) geral, relativamente aos normativos aplicáveis à universidade; ou,
b) anterior à respectiva entrada em vigor.
No primeiro caso, sabendo nós que qualquer eventual hierarquia não é
estabelecida na Lei n.° 62/2007, mas sim no Decreto-Lei n.° 96/2009 e no
Despacho normativo n.° 18-B/2009, a Lei n.° 40/2006 é inequivocamente
superior e o seu “âmbito de aplicação” é nacional.
No segundo caso, também o argumento não colheria, já que a questão, a
colocar-se, só seria relativamente à Lei n.° 62/2007 — o que não faz sentido,
face ao que precede. Acresce que o legislador não viu qualquer necessidade
de excepcionar ou sequer de se pronunciar sobre a situação, alterando por17
qualquer forma o estabelecido ou avançando com disposições novas ou
complementares.
Nem sequer se diga, por absurdo, que a figura cimeira pode ser o Presidente
do Conselho de Curadores, pelo facto de ser a este conselho que compete a
“homologação da deliberações do conselho geral de designação e destituição
do reitor” (alínea c) do art.° 9.° dos Estatutos da Fundação e alínea b) do n.° 2
do art.° 133.° da Lei n.° 62/2007). Tal raciocínio poderia levar-nos a ter o
ministro da tutela do ensino superior como a primeira figura da Universidade,
uma vez que “os curadores são nomeados pelo Governo, sob proposta da
Universidade do Porto” (n.° 2 do art.° 8.° dos Estatutos da Fundação). E
sabemos já que tal violaria os usos e costumes, a legislação aplicável e, em
primeira linha, o princípio basilar da autonomia universitária.
PARLCF R‘flIÇITÇ4Q DOMAGNIItC0Ris’,
A* S’!RtDAt)EDOPØ.’
20 — Carlos Fuente define Protocolo como um conjunto de normas ou regras,
estabelecidas por lei, por decreto ou por costume, assim como técnicas
tradicionais e modernas que se aplicam na organização de actos públicos ou
privados de carácter formal, quer sejam de natureza oficial ou não oficial.5
Sabemos que “a fonte primária do protocolo é a normativa institucional, seja
proveniente da lei ou de regulamentos. Contudo, na falta ou insuficiência
destes — o que acontece com muito mais frequência do que se possa imaginar
— ou para seu complemento, deve lançar-se mão do costume que, como
sabemos, é fonte de direito... e de protocolo”6
Apoiados ainda em Carlos Fuente, podemos chegar a uma definição final de
protocolo, em que este é visto como “o conjunto de normas, tradições e
técnicas mediante as quais se regulam e planificam os actos promovidos pelas18
instituições públicas, entidades privadas ou por indivíduos, se estabelece a sua
ordem e sequência e se ordenam os convidados e os elementos simbólicos”.7
A necessidade de ordenar, também dentro da Universidade, parte de um
princípio básico. Tal como afirma Francisco López-Nieto y MalIo, a igualdade
não existe na vida e a essência do protocolo radica precisamente em ordenar
as desigualdades que são originárias a partir dos méritos individuais. Para este
autor, as normas de protocolo identificam-se pela finalidade a que se dirigem.
Todas as normas protocolares obedecem a um mesmo fundamento — directa
ou indirectamente — e que consiste na desigualdade entre os homens. Ao
contrário do que acontece com as normas jurídicas, as de protocolo
FUENTE DE LA FUENTE, Carlos, Protocolo Oficial, Las instituiciones espaíolas de Estado ysu ceremonial, Escuela Internacional de Protocolo, Ediciones Protocolo, 4a ed, 2008. (traduçãonossa)6 CABRAL, Manuel de Novaes, “O Protocolo como instrumento do Poder”, in Revista do EixoAtlântico, n.° 16, 2009, pp. 215 a 228
FUENTE DE LA FUENTE, Carlos, Protocolo Oficial, Las instituiciones espaãolas de Estado ysu ceremonial, Escuela Internacional de Protocolo. Ediciones Protocolo. 4•a ed, 2008, p44(tradução nossa)
PARi CERA %Oi HlTA .lAüNi. ) REITOR
:& LSIY1R.SII)AI)I 1)Ç
fundamentam-se essencialmente nessas desigualdades.8 O respeito pelas
regras é importante e constitui uma forma de regular a relação entre todos.
Como diz Michel Péricard, “Le respect des règles simples et de bon aloi est
dabord une question de politesse et celie-ci simplifie les relations entre les
particuliers ou entre les particuliers et les instituitions.”
21 — Para nós é inequívoco — para isso concorrem os usos e costumes e a
legislação aplicável — que nas cerimónias académicas prevalecem as
autoridades académicas.
Na boa tradição da secular instituição que lhe dá berço, a Igreja, a
Universidade, mesmo quando se abre ao exterior, preserva as suas tradições,
os seus usos e costumes.19
Face a tudo o que precede, não temos dúvida de que o Reitor é a figura
primeira de todos os actos académicos em que está presente — excepção feita
aos casos em que está presente o Presidente da República ou o Presidente da
Assembleia da República, como vimos.
A título de exemplo, o cortejo académico da Universidade de Oviedo conta com
a presença do Presidente do Governo das Astúrias. No entanto, o cortejo é
presidido pelo Reitor. Preside sempre às sessões universitárias e está acima
de todos os restantes elementos da corporação académica. Lídio Lopes, na
sua obra Protocolo Autárquico, relembra-nos mais uma das semelhanças entre
o protocolo universitário e o protocolo religioso, ao referir-se às procissões. De
facto, “nas procissões, a precedência cabe à pessoa que caminha em último
8 LÓPEZ-NIETO Y MALLO, Francisco, Manual de Protocolo, Anel, Barcelona, 1995PERICARD, Michel, Guide du Protocole à l’usage des maires et des álus locaux, Editions du
Moniteur, Paris, 1989
PAR[A )LICIIAç’Ao IX) %i
1’IVLR.SI1)AI)I tX) r(,...
lugar”.1°Os desfiles universitários têm a mesma origem e, concomitantemente,
o mesmo significado. Quem chefia o desfile segue em último lugar — afinal, o -J-
primeiro — ou seja, o reitor da universidade.
22 Parece-nos haver ainda uma outra excepção no caso do actual regime
das universidades fundacionais: a cerimónia de tomada de posse do reitor.
Vimos já, com detalhe, como é que o reitor é eleito. Vimos também que ele
“toma posse perante o conselho gera!’ (n.° 12 do art.° 34.° dos Estatutos da
U.P.).
Aí, tendo em conta a natureza e a função da própria cerimónia, parece evidente
que a presidência da cerimónia seja atribuída ao Presidente do Conselho20
Geral. Mas é a única excepção.
23 — De acordo com Juan Luís Manfredi11, há 3 grupos de normas, usos e
costumes que integram o Protocolo. São eles:
— as de carácter moral, que vêm do cumprimento de um dever moral;
— as de carácter social, ou de etiqueta, de carácter não vinculativo e cujo
incumprimento implica apenas uma sanção social;
— as de carácter jurídico, ditadas pelo Estado.
Com a legislação que existe, o Protocolo — e o seu estudo — acaba por girar em
volta de 3 aspectos primordiais, descritos por José António Urbina12 como
Saber ser, Saber estar e Saber fazer. Ou seja, não basta o senso comum ou
10 LOPES, Lídio, Protocolo Autárquico. Alétheia Editores, Lisboa, 2009MANFREDI, Juan Luís, Manual de produccián periodística. Coleccián Universitaria Ciencias
de Ia Información, Madrid, Alcalá de Guadaira (Sevilla), 2000, pp. 238-246
PAREC[ RA “Ml(IlAÇ e) DO ‘A(,%II ILO REITOR
\IV!RSIDADLD() LORTO
bom senso, apesar de este ser imprescindível. Há que conhecer a legislação
vigente e os costumes sociais vigentes, há que saber reconhecer a dignidade
dos outros. O Protocolo, como objectivo último, não pretende apenas definir
precedências entre cargos públicos ou pessoas, mas ir muito mais além, ou
seja, o respeito pelas pessoas e a atribuição da honra que elas merecem
implica obrigatoriamente o conhecimento de certos costumes, necessários para
dotar a organização de actos, em que esses participantes intervêm, com a
dignidade adequada.
Para Mário Mesquita e citando Deslile Burns, cerimónia “corresponde a uma
série formal de actos que mostram, em geral através de métodos tradicionais,
uma atitude de reverência ou o sentido de excepcional importância de uma
ocasião.”13 Assim sendo, cerimónia é uma série de actos standardizados
determinados pelo Protocolo, de celebração de uma ocasião especial. Para21
Fernando Ramos, há instituições que, em função do que significam, devem
acompanhar a celebração dos seus actos de acordo com um cerimonial
especial. A Universidade é uma dessas instituições e, através dos seus actos
públicos, apresenta-se à comunidade como um todo, “como um corpo vivo,
vigoroso e moderno que se alimenta da tradição, mas que tende para a
modernidade e para o progresso.”14
24 — Assente a posição do Reitor nas cerimónias académicas, importa ver qual
a posição que deve ser dada ao presidente e aos membros do Conselho Geral
e do Conselho de Curadores, no primeiro caso, àqueles que não são membros
da academia.
12 URBINA, José António de, El Protocolo en los negócios, ediciones Temas de Hoy S.A.,Madrid, 2000, 7 edición, p. 3513 MESQUITA. Mário, O Quarto Equívoco — O Poder dos Media na Sociedade Contemporânea.Minerva, Coimbra, 200414 RAMOS FERNANDEZ, Fernando, “Color y tradición en Ia ropa universitária” en RevistaInternacional de Protocolo, n.° 21, 4.° trimestre, 2001, pp. 66-69
PAREAS(IlUTAÇAODO
1\ L’I’n)Ar
25 — Face ao papel que o Conselho Geral desempenha na nova Universidade,
somos de parecer que o seu presidente deve seguir imediatamente o Reitor,
antes da equipa reitoral.
A isso aconselha o equilíbrio de poderes definido pelo legislador.
Em nossa opinião — e por razões semelhantes — imediatamente a seguir
deveria ser colocado o presidente do Conselho de Curadores.
Tal posição justifica-se apenas para os presidentes destes órgãos, como seus
representantes, mas já não para os restantes membros.----—
Como refere Maria Luz Álvarez Rodriguez15, no seu mapa conceptual de
protocolo, deve ser dada a devida importância ao acto de intercalar22
participantes, ou seja, fundir numa mesma ordem protocolar entidades que
constem de listas de precedências diferentes. No caso concreto, os membros
externos à academia, pertencentes aos Conselhos Geral e de Curadores, têm
de ver a respectiva posição que ocupam de acordo com a dignidade do cargo
que representam e, portanto, ocupar uma posição elevada no seio da
academia, indo de encontro ao n.° 2 do art.° 1.0 e ao art.° 40.° da Lei 40/2006,
de 25 de Agosto, ou seja, a Lei das Precedências do Protocolo do Estado
Português.
A nosso ver, uma coisa é a demonstração pública do equilíbrio de poderes da
nova universidade, e o seu bom entendimento, o que é demonstrado
protocolarmente pela colocação dos respectivos presidentes imediatamente a
seguir ao reitor, mesmo no caso de cerimónias académicas.
15 ÁLVAREZ RODRIGUEZ, Maria Luz, “EI Léxico dei Protocolo”, in Rev/sta de Comunicación yNuevas Tecnologias, n.° 11, 2008
PARECERA ‘ iTAÇ’ DO A(MFIUC) REITOR
DAUI’LLSII)AI)t DC) I’ORTO
Outra coisa, bem diferente, é retirar a carga académica a uma cerimónia ou a
um acto que, pela sua natureza, é assumido pela comunidade universitária.
O protocolo, através de sinais que transmite — por exemplo, pela colocação de
pessoas no espaço, pelas vestes e insígnias que estas exibem, pela própria
decoração, pela definição e ordem de intervenções, pela movimentação e
gestos dos intervenientes — deve mostrar urbi et orbi a natureza e a função da
cerimónia em causa, bem como transmitir uma mensagem que seja
reconhecida e assimilada pelos seus destinatários.
26 — Assim sendo, colocados devidamente os primeiros responsáveis dos
órgãos de governo da universidade e o presidente do Conselho de Curadores,
(o Reitor preside ao Conselho de Gestão, pelo que o problema não se coloca23
neste caso), importa saber qual a posição que deve ficar reservada para os —
restantes membros não académicos desses órgãos.
Face ao que precede, fácil é perceber que nos inclinamos para a sua
colocação a seguir aos diferentes responsáveis académicos — precisamente
porque é de actos académicos que estamos a tratar.
No entanto, não podemos ser indiferentes à ratio que conduz à inclusão de
personalidades externas à academia. Trata-se essencialmente de abrir uma
instituição normalmente fechada sobre si própria à sociedade civil,
designadamente ao mundo cultural e empresarial, de forma a conferir uma
maior dinâmica e interacção económica, social e cultural à universidade.
São, naturalmente, personalidades de grande prestígio, cuja posição deve ser
relevada no seio da academia.
PARECERASOLICITAÇÁOflO.”\If )Rfl)k
DA YtRSIPADL X) £ORT()
Tendo em conta este raciocínio, é obrigação do protocolo, usando as regras
consuetudinárias aplicáveis e, sobretudo, o bom senso aconselhável, encontrar
as soluções mais adequadas para que as personalidades em causa se sintam
bem, não se sentindo de forma alguma desconsideradas, preservando a
natureza académica da cerimónia ou do acto.
O protocolo determina os mecanismos para que qualquer acto tenha a
dignidade e o êxito que merece. O seu ritual deve desenvolver-se de modo a
permitir que a solenidade desse acto respeite as regras em vigor e vá de
encontro aos usos e costumes. Deve ser uma sucessão de episódios que se
encaixem perfeitamente e que evidenciem o conjunto.
Não nos parecendo que essas personalidades devam participar nos
tradicionais cortejos académicos, nos quais a ordem de cada participante deve24
ser rigorosamente definida, não nos devemos bastar pela ordenação protocolar
hierarquizada.
De facto, há outras — e variadas — formas de o protocolo dar resposta
adequada à questão.
Uma é, se estabelecida uma mesa de presidência, desdobrá-la. É colocada
uma mesa principal, presidida pelo reitor e outra, lateral, onde estarão os
membros externos dos Conselhos Geral e de Curadores.
Outra forma é reservar o lado esquerdo da primeira fila (e também da segunda,
se necessário) para os posicionar com o devido relevo, ficando o lado direito
destinado a outros convidados e autoridades académicas.
Neste caso particular, podem mesmo ficar posicionados à frente de outros
responsáveis académicos.
PARECERA %OIJCITAÇÂ() 1X)MkIN1 O
DA \L%1DAD! ç) ro1t)
27 — Este não é o local adequado, mas, face às dúvidas colocadas e às
questões que, necessariamente, se vão colocar futuramente no que respeita ao
cerimonial e protocolo universitário, interessante seria estabelecer um
regulamento para o efeito.
Sabemos bem que um regulamento, qualquer regulamento, não resolve todas
as questões. No entanto, estabiliza num determinado momento uma praxis que
passa a regular as cerimónias e actos universitários, evitando com isso a
aleatoriedade decisória ou de actuação.
A importância de um regulamento interno de protocolo prende-se com a
necessidade de “estabelecer ei cerimonial a seguir en determinados actos, (...) 25así como las precedencias internas de la corporación y otros aspectos de
protocolo.”16 Esta necessidade é reforçada por Ramón Peche, quando afirma
que “Dando por sentado la necesidad de regular las normas de funcionamiento,
organización y realiza ción de los actos (...), los tratamientos, las precedencias,
los simbolos (...) insistimos en recomendar la redacción, aprobación y
publicación de un Reglamento de Protocolo y Ceremonial (...), es decir, dotarse
de un marco normativo que nos permita regular todos los aspectos de la vida
protocolaria. . .“
No entanto, este mesmo autor alerta para o facto de, apesar de um
regulamento de protocolo dever incluir, no seu articulado, tudo o que se refere
a cerimónias, etiqueta e organização de actos, não deve ser algo pétreo,
estático ou rígido, já que os “reglamentos deben ser susceptibles de
16 FUENTE LA FUENTE, carlos, Protocolo Oficial, Ediciones Protocolo, Madrid, 2008, 4. ed.17 PECHE, Ramón, Los Reglamentos de Protocolo de las Corporaciones Locales. EI Caso deAranjuez” in RAMOS FERNANDEZ, Fernando, (Editor), Curso Superior de Comunicación yProtocolo, Universidad de Vigo, Vigo, 2003. pp. 207 a 225
PARECERASOLI( ITAÇÃO DOMAGNI1!t() REITOR
OA tII% ERSH)AflL DO t,ORH)
modificarse, actualízarse diria yo, aclimatándose a ias exigencias dei protocolo
moderno y a los cambios que se van produciendo en ia vida.. 18
Assim, com este documento ficariam estabelecidas na Universidade do Porto
as precedências internas da instituição, qual o tratamento que devem receber e
a posição que devem ocupar. Um documento desta ordem deve assim apoiar a
planificação, organização e desenvolvimento dos eventos.
Diz Calahorro (2006) que para cada acto protocolar se deve esboçar um
modelo, situado no plano do exequível, e desenvolvê-lo com exactidão,
implicando tal atitude a subordinação de ordem simbólica à realidade do
momento, já que o Protocolo impõe um universo simbólico, responsável em
grande parte pela configuração da ordem social, ou seja, pelas relações26
sociais.19
Indo de encontro a este autor, a sistematização protocolar pretende contemplar
uma série de vectores tais como os princípios e valores que resumem a
identidade da instituição Universidade do Porto ou os objectivos a alcançar com
o desenvolvimento dos diversos actos e a sua relação com a projecção da
identidade corporativa.
28 O protocolo tem sido menorizado como disciplina, talvez porque o meio
era restrito e as práticas consuetudinárias eram devidamente transmitidas e
respeitadas. Hoje não é assim.
18 idem, p. 20719 CALAHORRO, Francisco Marín (2006), Protocolo y comunicación. Los médios en los actospublicos, Bayer Hnos, S.A., 2•a ed.. Barcelona
PARECERA %Ol LIAÇÃO DO % iIFIC() Ru iL)k
\,‘LRSIDA’IL 1X PORTo
Por isso importa estudar e esclarecer as matérias relacionadas com o
cerimonial e o protocolo pois, através deles, o relacionamento interpessoal e
institucional torna-se mais fácil. O papel do protocolo é, em grande parte,
facilitar as relações entre as pessoas e entre as instituições. Nunca dificultá-las.
O Protocolo e as suas regras devem ser conhecidas e enquadradas no
contexto adequado. Para além de implicar estudo, conhecimentos, capacidade
de organização e de improviso — quando tal se mostra necessário e imperativo
— implica ainda autoridade, baseada no prestígio do responsável do Protocolo e
na categoria profissional que se lhe reconheça, para poder tomar decisões em
nome da instituição, no sentido de resolver uma situação difícil ou resolver
algum imprevisto. Para Fernando Ramos2°a responsabilidade sobre a gestão
do Protocolo dentro da Universidade deve residir no próprio Reitor ou, o que é
mais comum e adequado, no seu Gabinete. Esta questão remete para a27
necessidade de haver um conjunto de pessoas que se ocupem desta matéria e
que saibam como actuar e em que situações. Só desta forma é possível haver
um trabalho do foro protocolar com qualidade e que respeite os verdadeiros
interesses da Universidade e dos seus protagonistas. É ao serviço de protocolo
da Universidade que deve caber a organização dos actos universitários e é
esse serviço que deve ser o responsável por tudo quanto diga respeito às
normas protocolares.
Aliás, a questão do protocolo dentro da Universidade é uma matéria que deve
ser não apenas pensada e conhecida por alguns, mas sim conhecida por todos
os seus membros. Não basta, tal como refere Manuel Fernández Areal, a boa
vontade de quem trabalha estas áreas, mas sim a sua profissionalização e
capacidade de decisão.
20 RAMOS FERNANDEZ, Fernando, La ordenación dei Protocolo universitario”, in RAMOSFERNANDEZ, Fernando (editor), Curso Superior de Comunicación y Protocolo, Universidadede Vigo, 2003
PARECERA SOL WITAÇÁO 1)0 M ‘, \ i. O REITOR
I)ASI’, 5I1)AI)! tX) t’ORR)
Para este autor o prestígio e a autoridade terão que ser ganhos, já que por
norma o responsável pelo protocolo não aparece no organigrama da instituição.
“Es una cuestión de mentalización, de sensibilidad, que se convierte en una
verdadera bata/Ia a ganar, porque si se cede desde un principio, luego no será
posible resolver conflictos y posibles enfrentamientos”21.
Este autor defende ainda que o Protocolo não pode ficar nas mãos de curiosos
mas sim de profissionais, com formação académica necessária ou com a
experiência adequada, dada a importância crescente do tema e ao nível de
conhecimentos que tal implica.
29 — Apenas a título de exemplo, refira-se que a cerimónia de entrega dos
Prémios Nobel é, ao mesmo tempo, uma mistura de tradição e simplicidade.28
Consiste num protocolo cheio de sensações, rigor, organização e fórmulas
simples.
Com mais de 100 anos de existência, os Prémios Nobel sobrevivem às
situações políticas e conjunturais. Apesar do seu modelo não ser exportável
para a nossa realidade, por questões muito próprias, há inúmeros sinais e
ideias que cumpre analisar e reproduzir, adaptando-as à nossa realidade. Em
todo o caso, possivelmente a entrega dos Prémios Nobel é a melhor e mais
bela cerimónia do mundo.
A cerimónia é agradável, equilibrada, simples e cheia de conteúdo.
Basicamente, é a simplicidade que lhe confere a sua beleza e, ao mesmo
tempo, a sua natural harmonia.
21 FERNÁNDEZ AREAL, Manuel, “El papel de la Universidad en la formación de expertos encomunicación y protocolo” in RAMOS FERNANDEZ, Fernando (editor), Curso Superior deComunicación y Protocolo, Universidade de Vigo, 2003, p238
PARECERA ‘)LW lIAÇÃO LQMÂAII IÇO
i %VR\iDAfN DOORTO
Os Prémios Nobel resultam da criação, em 1900, da Fundação Alfred Nobel,
com o objectivo de todos os anos outorgar prémios de carácter universal, que
distinguissem personalidades do mundo inteiro que se tivessem notabilizado
nos campos da Medicina, Física, Química, Literatura, Paz e Economia (criado
posteriormente).
Sendo da responsabilidade da Fundação Nobel, a entrega dos Prémios conta
com a presença da família real da Suécia, que todavia não preside ao acto. De
facto, o anfitrião é o presidente da Fundação Nobel, sendo o Rei da Suécia um
convidado de honra. Uma análise à descrição da entrega dos Prémios Nobel,
feita por Carlos Fuente22 (Chefe de Protocolo da Fundación Príncipe de
Asturias e Presidente da Escuela Internacional de Protocolo de Madrid), leva-
nos a concluir que esta cerimónia tem características próprias mas que
representam o acto protocolar puro, simples e objectivo. Preside quem convida,29
é convidado de honra o Rei e o objectivo principal da sessão é homenagear os
premiados.
Por sua vez, os actos académicos, pese embora a sua especificidade própria,
podem pautar-se por referências idênticas, destacando-se o anfitrião. É para o
que a legislação em Portugal aponta, dando ao Reitor a presidência dos actos
universitários e excepcionando apenas esta presidência quando estão
presentes, tal como já foi referido, o Presidente da República ou o Presidente
da Assembleia da República.
Ainda a propósito da entrega dos Prémios Nobel, não resistimos a transcrever
um excerto da obra Confieso que he vivido, de Pablo Neruda, onde é feita uma
Carlos Fuente, Dezembro de 2009. emhttp://www. protocolo.org/ceremonial/actos_eventos_y_congresos/los_nobel_la_mejor_ceremonia dei mu ndo_Iameca dei protocolo. htm 1
PARECERA SQLIC;ITAÇÁO IX .A(. 1 [ (O RI
DA\I! H1flL 00 t014.k)
memorável descrição da sua cerimónia de entrega do Prémio Nobel da
Literatura.
“Para la gran ceremonia era necesario practicar un ensayo previo,
que ei protocolo sueco nos hizo esceniflcar en ei mismo sitio donde
se ceiebraría. Era verdaderamente cómico ver a gente tan seria
ievantarse de su cama y salir dei hotel a una hora precisa; acudir
puntuaimente a un edificio vacío; subir escaleras sin equivocarse;
marchar a la izquierda y a la derecha en estricta ordena ción;
sentamos en ei estrado, en ios siliones exactos que habríamos de
ocupar ei dIa dei Premio. Todo esto enfrentados a las cámaras de
teievisión, en una inmensa sala vacía, en la cual se destacaban ios
sitia ies dei rey y ia famiiia reaI también melancólicamente vacíos.
Nunca he podido explicarme por qué capricho la televisión sueca30
flimaba aquel ensayo teatral interpretado por tan pésimos actores.
Ei día de la entrega dei Premio se inauguró con la fie sta de Santa
Lucía. Me despertaron unas vocês que cantaban dulcemente en los
corredores dei hotel. Luego las rubias doncelias escandinavas,
coronadas de flores y alumbradas por velas encendidas, irrumpieron
en mi habita ción. Me traían ei desayuno y me traían también, como
regalo, un largo y hermoso cuadro que representaba ei mar.
La ceremonia ritual dei Premio Nobel tuvo un público inmenso,
tranquilo y disciplinado, que apiaudió oportunamente y con cortesIa.
Ei anciano monarca nos daba la mano a cada uno; nos entregaba ei
diploma, la medalia y ei cheque; y retornábamos a nuestro sitio en ei
escenario, ya no escuálido como en ei ensayo sino cubierto ahora de
flores y de si/ias ocupadas. Se dice (o se lo dUeron a Matilde para
impresionarla) que ei rey estuvo más tiempo conmigo que con los
PARECERA SOIH.tTÇÃO LX) YA(.SII ‘.0 R T0R
tA\!RSL)Atfl x)rt)RTo
otros laureados, que me apretó Ia mano por más tiempo, que me
tratá con evidente simpatía. Tal vez haya sido una reminiscencia de
Ia antigua gentileza palaciega hacia los juglares. De todas maneras,
ningún otro rey me ha dado ia mano, ni por largo ni por corto tiempo.
Aqueila ceremonia. tan rigurosamente protocolar, tuvo
indudablemente Ia debida solemnidad. La solemnidad aplicada a las
ocasiones trascendentales sobre vivirá tal vez por siempre en ei
mundo. Parece ser que ei ser humano Ia necesita. Sin embargo, yo
encontré una risuefa semejanza entre aquei desfile de eminentes
laureados y un reparto de premios escolares en una peque’7a ciudad
de provincia.”23
São muitas as liações que se podem retirar deste excerto para a economia do31
presente parecer. A solenidade dos momentos verdadeiramente importantes
existirá sempre, porque o ser humano precisa dela. É exactamente esta
solenidade, dada pelo protocolo, que torna tão importante a entrega dos
Prémios Nobel ou uma pequena cerimónia de distribuição de prémios
escolares numa pequena cidade. E, nessa solenidade, o lugar que é destinado
a cada um dos participantes é um elemento determinante para a leitura, interna
e externa, que se faz da natureza da cerimónia e do equilíbrio de poderes da
instituição e entre esta e outras instituições ou personalidades.
CONCLUSÕES
Das diversas análises que foram feitas no presente parecer há algumas
conclusões que podem ser retiradas e que se consubstanciam no clausulado
jurídico e nas regras e costumes ligados ao protocolo.
23 NERUDA, Pablo, Confieso que he vivido, Seix Barral, Barcelona, 1974, pp.138 e 139
PARECERA SOL WITAÇAO IX) . Ii( O REITOJ
DAJL.flf [X) [ORTO
Assim, s.m.o., as principais conclusões do presente Parecer são as seguintes:
1. O Reitor é a primeira figura de todas as cerimónias e actos académicos da /Universidade do Porto.
2. O Presidente do Conselho Geral e o Presidente do Conselho de Curadores
seguem o Reitor, antecedendo as demais autoridades académicas,
designadamente a equipa reitoral e os presidentes das unidades orgânicas.
3. A cerimónia de tomada de posse do Reitor é presidida pelo Presidente do
Conselho Geral, devendo ser dado lugar de especial destaque ao Presidente
do Conselho de Curadores.
4. Os cortejos académicos devem preservar a sua composição académica.32
5. Aos membros dos Conselhos Geral e de Curadores externos à academia
deve ser reservado pelo Protocolo um lugar de destaque nas cerimónias e
actos académicos.
6. É da maior importância para a Universidade a existência de um serviço de
protocolo, que coordene os actos organizados pela Universidade do Porto e
garanta o respeito pelas regras definidas.
7. É também importante elaborar e aprovar um documento regulador dos actos
protocolares da Universidade do Porto, o qual será a base de trabalho do /serviço de protocolo e servirá para orientar toda a actividade protocolar.
Manuel de Novaes Cabral,Director Municipal da Presidência
João Paulo Cunha, Chefe da Divisão Municipal de RelaçõesInternacionais e de Protocolo
Diário da República, L” série — N’ 164—25 deAçosio de 2006 6185
Artigo 6.°
Atenuação especial da coima até 5OÇ
1 — A Autoridade da Concorrência pode concederurna atenuação especial até 50% do montante da coimaiu seria aplicada nos termos do disposto na alínea a)do n.° 1 do artigo 43.° e no artigo 44.° da Lei n.° 18/2003.dc 11 de Junho, à empresa que cumpra, cumulativamente, as seguintes condições:
a) Seja a segunda a fornecer à Autoridade da Concorrência inlormações e elementos de prova sobre umacordo ou prática concertada em investigação pela Autoridade da Concorrència, relativamente ao qual aindanão tenha sido efectuada a notificação a que se referea alínea b) do o.° 1 do artigo 25.° e o n.° 1 do artigo 26.°daquele diploma:
b) As informações e os elementos de prova fornecidoscontribuam dc forma significativa para a investigaçãoe prova da infracção:
e) Estejam verificadas as condições previstas nas alíneas li) a d) do n.” 1 do artigo 4.°
2 — Na determinação do montante da redução, aAutoridade da Concorrência tem em consideração aimportância do contributo da empresa para a investigação e prova da infracção.
Artigo 7.°
Atenuaçao adicional de coirna
A Autoridade da Concorrência pode conceder umaatenuação especial ou uma atenuação adicional dacoirna que lhe seria aplicada no âmbito de um processode contra-ordenação relativo a um acordo ou práticaconcertada, se a empresa for a primeira a fornecer informações e elementos de prova, nos termos do dispostona alínea a) do n.° 1 do artigo 4.° ou do disposto nasalíneas a) e b) do n.° 1 do artigo 5.°. referentes a umoutro acordo ou prática concertada relativamente aosjuais aquela empresa também apresente pedido de dis
pensa ou atenuação especial de coirna.
Artigo 8.0
Titulares do úrgáo de administração
1 — Os titulares do órgão de administração podembeneficiar, relativamente à coima que lhes seria aplicadanos termos do disposto no n.° 3 do artigo 47° da Lein.° 18/2003. dc 11 de Junho. da dispensa ou atenuaçãoespecial concedida à respectiva pessoa colectiva ou entidade equiparada. se cooperarem plena e continuamentecom a Autoridade da Concorrência, nos termos do disposto na alínea h) do n.° 1 do artigo 4.°
2 — Aos titulares do órgão de administração, responsáveis nos termos do disposto no n.° 3 do artigo 47,0
da Lei n.° 18/2003, de 11 de Junho, que apresentempedido a título individual é aplicável, com as devidasadaptações, o disposto flOS artigos 4.0 a 70
CAPÍTULO III
Procedimento e decisão
Artigo 9.°
Procedimento
O procedimento administrativo relativo à tramitaçãonecessária para a obtenção de dispensa ou atenuação
especial da coima é estabelecido por regulamento aaprovar pela Autoridade da Concorrência, nos termosdo disposto na alínea a) do n.° 4 do artigo 7° dos respectivos Estatutos, aprovados pelo Decreto-Lein.° 10/2003. de iS de Janeiro, e de acordo com o previstono artigo 21° da Lei n.° 18/2003. de 11 de Junho.
Artigo 10.°
Decisão sobre o pedido de dispensa ou atenuação especial da coima
1 — A decisão sobre o pedido de dispensa ou atenuação especial da coima é tomada na decisão da Autoridade da Concorrência a que se refere a alínea c) don.° 1 do artigo 28° da Lei n.° 18/2003. de 11 de Junho.
2 — A dispensa ou atenuação especial de coima incidesobre o montante da coima que seria aplicada nos termosda alínea a) do n.° 1 do artigo 43.° e do artigo 44.da Lei n.° 18/2003. de 11 de Junho.
3 — Na determinação da coima que seria aplicadanão é tido em consideração o critério previsto na alínea e) do artigo 44.° da Lei n.° 18/2003, de 11 de Junho.
4 — O recurso da parte da decisão da Autoridadeda Concorrência relativa à dispensa ou atenuação especial da coima tem efeito meramente devolutivo.
Aprovada em 29 de Junho de 2006.
O Presidente da Assembleia da República, em exercício, Manuel A iegrL’ de Meio Di tarte.
Promulgada em 8 de Agosto de 2006.
Publique-se.
O Presidente da República, A.NÍBAL CAvAco SILvA.
Referendada em 12 de Agosto dc 2006.
O Primeiro—Ministro, José Sócrales Carvalho Pi,iio de
Lei n.° 40/2006
de 25 de Agosto
Lei das precedências do Protocolo do Estado Português
Sousa.
A Assembleia da República decreta, nos termos daalínea e) do artigo 161.° da Constituição, o seguinte:
SECÇÃO 1
Princípios gerais
Artigo 1.0
Objecto
1 — A presente lei dispõe sobre a hierarquia e o relacionamento protocolar das altas entidades públicas.
2 — A presente lei dispõe também sobre a articulaçãocom tal hierarquia de outras entidades inseridas noesquema de relações do Estado e ainda sobre a declaração do luto nacional.
Artigo 2.°
Âmbito de aplicação
A presente lei aplica-se em todo o território nacionale nas representações diplomáticas e consulares de Portugal no estrangeiro.
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Artigo 3.”
Garantia de pluralismo
1 — Em cerimónias oficiais e em outras ocasiões derepresentação do Estado, das Regiões Autónomas e dopoder local deve ser assegurada a presença de titularesdos vários órgãos do âmbito correspondente à entidadeorganizadora. bem como do escalão imediatamenteinferior.
2 — A representação dos órgãos de composição pluripartidária deve incluir sempre membros da maioriae da oposição.
Artigo 4.”
Representação
Para efeitos da presente lei, a representação de urnaalta entidade por outra só pode fazer-se ao abrigo dedisposição legal expressa.
Artigo 5.”
Prevalência
Para as altas entidades públicas, a lista de precedências constante da presente lei prevalece sempre mesmocm cerimónias não oficiais.
Artigo (3.’’
Presidência das cerimónias oficiais
— As cerimónias oficiais são presididas pela entidade que as organiza.
2 — Fica ressalvado o que sobre esta matéria expressamente se dispõe na presente lei.
SECÇÃO II
Precedências
Artigo 7.”
Lista de precedências
Para efeitos protocolares, as altas entidades públicashierarquizam-se pela ordem seguinte:
1) Presidente da República:2) Presidente da Assembleia da República:3) Primeiro-Ministro:4) Presidente do Supremo Tribunal de Justiça e Pre
sidente do Tribunal Constitucional;5) Presidente do Supremo Tribuna] Administrativo
e Presidente do Tribunal de Contas:6) Antigos Presidentes da República:7) Ministros;8) Presidente ou secretário-geral do maior partido
da oposição;9) Vice-presidentes da Assembleia da República e
presidentes dos grupos parlamentares:10) Procurador-Geral da República:li) Chefe do Estado-Maior-General das Forças
Armadas:12) Provedor de Justiça:13) Representantes da República para as Regiões
Autónomas dos Açores e da Madeira:14) Presidentes das Assembleias Legislativas das
Regiões Autónomas;15) Presidentes dos Governos Regionais:
16) Presidentes ou secretários-gerais dos outros partidos com representação na Assembleia da República:
17) Antigos Presidentes da Assembleia da Repúblicae antigos Primeiros-Ministros:
18) Conselheiros de Estado;19) Presidentes das comissões permancntes da
Assembleia da República:20) Secretários e subsecretários de Estado:21) Chefes dos Estados-Maiores da Armada, do Exér
cito e da Força Aérea;22) Deputados à Assembleia da República:23) Deputados ao Parlamento Europeu;24) Almirantes da Armada e marechais:25) Chefes da Casa Civil e Militar do Presidente da
República;26) Presidentes do Conselho Económico e Social, da
Associação Nacional dos Municípios Portugueses e daAssociação Nacional das Freguesias:
27) Governador do Banco de Portugal;28) Chanceleres das Ordens 1-lonoríticas Portuguesas;29) Vice-presidente do Conselho Superior da Magis
tratura;30) Juízes conselheiros do Tribunal Constitucional:31) Juízes conselheiros do Supremo Tribunal de Jus
tiça, do Supremo Tribunal Administrativo e do Tribunalde Contas;
32) Secretários e subsecretários regionais dos Governos das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira;
33) Deputados às Assembleias Legislativas dasRegiões Autónomas:
34) Comandante-geral da Guarda Nacional Republicana e director nacional da Polícia de Segurança Pública:
35) Secretários-gerais da Presidência da República.da Assembleia da República, da Presidência do Conselho de Ministros e do Ministério dos NegóciosEstrangeiros;
36) Chefe do Protocolo do Estado;37) Presidentes dos tribunais da relação e tribunais
equiparados, presidentes do Conselho de Reitores dasUniversidades Portuguesas e do Conselho Coordenadordos Institutos Politécnicos. bastonários das ordens e presidentes das associações profissionais de direito público;
38) Presidentes da Academia Portuguesa da Históriae da Academia das Ciências de Lisboa, reitores das universidades e presidentes dos institutos politécnicos dcdireito público:
39) Membros dos conselhos das ordens honoríficasportuguesas:
40) Juizes desembargadores dos tribunais da relaçãoe tribunais equiparados e procuradores-gerais-adjuntos,vice-reitores das universidades e vice-presidentes dosinstitutos politécnicos de direito público:
41) Presidentes das câmaras municipais;42) Presidentes das assembleias municipais:43) Governadores civis;44) Chefes de gabinete do Presidente da República,
do Presidente da Assembleia da República e do Primeiro-Ministro;
45) Presidentes, membros e secretários-gerais ouequivalente dos conselhos, conselhos nacionais, conselhos superiores, conselhos de fiscalização, comissõesnacionais, altas autoridades, altos-comissários, entidadesreguladoras. por ordem de antiguidade da respectivainstituição, directores-gerais e presidentes dos institutospúblicos, pela ordem dos respectivos ministérios e dentro destes da respectiva lei orgânica, provedor da Misericórdia de Lisboa e presidente da Cruz VermelhaPortuguesa;
Dáírio da Repáblica. 1.’ série — N.° 164 25 deAgosio de 2006 6187
46) Almirantes e oficiais generais com funções decomando, conforme a respectiva hierarquia militar,comandantes operacionais e comandantes de zona militar, zona marítima e zona aérea, das Regiões Autónomasdos Açores e da Madeira:
47) Directores do Instituto de Defesa Nacional e doInstituto de Estudos Superiores Militares, comandantesda Escola Naval, da Academia Militar e da Academiada Força Aérea, almirantes e oficiais generais de 3 e2 estrelas;
48) Chefes de gabinete dos membros do Governo;49) Subdirectores-gerais e directores regionais:50) Juízes de comarca e procuradores da República:51) Vereadores das câmaras municipais:52) Assessores, consultores e adjuntos do Presidente
da Repúhlica. do Presidente da Assembleia da República e do Primeiro—Ministro:
53) Presidentes das juntas de freguesia;54) Membros das assembleias municipais;55) Presidentes das assembleias de freguesia e mcm
bros das juntas e das assembleias de freguesia;56) Directores de serviço:57) Chets de divisão:58) Assessores e adjuntos dos membros do Governo.
Artigo 8.°
Equiparações
As altas entidades públicas não expressamentemencionadas na lista constante do artigo anterior serãoenquadradas nas posições daquelas cujas competências.material e territorial, mais se aproximem.
2 Aos cônjuges das altas entidades públicas, ou aquem com elas viva em união de facto, desde que convidados para a cerimónia, é atribuído lugar equiparadoàs mesmas quando estejam a acompanhá-las.
Artigo 9°
Artigo 11.°
Presidente da Assembleia da República
1 — Na Assembleia da República, o respectivo Presidente preside sempre, mesmo que esteja presente oPresidente da República.
2 — O Presidente da Assembleia da República preside a qualquer cerimónia oficial desde que não estejapessoalmente presente o Presidente da República.excepto aos actos realizados no Supremo Tribunal deJustiça ou no Tribunal Constitucional.
3 — O Presidente da Assembleia da República é substituído e pode fazer-se representar, nos termos constitucionais e regimentais, por um dos vice-presidentesda Assembleia da República, o qual goza então do estatuto protocolar do Presidente.
Artigo 12°
Primeiro-Ministro
1 — O Primeiro-Ministro preside àquelas cerimóniasoficiais em que não estejam presentes nem o Presidenteda República nem o Presidente da Assembleia daRepública.
2 — O Primeiro-Ministro pode fazer-se representar,na sua ausência ou impedimento, por um ministro dasua escolha, o qual goza então do respectivo estatutoprotocolar.
Artigo 13.°
Presidentes do Supremo Tribunal de Justiçae do Tribunal Constitucional
O Presidente do Supremo Tribunal de Justiça e oPresidente do Tribunal Constitucional presidem semprenos respectivos tribunais, excepto estando presente oPresidente da República.
Eleiçio e antiguidade
1 Entre as entidades de idêntica posição precedeaquela cujo título resultar de eleição popular.
2 — Entre entidades com igual título precede aquelaue tiver mais antiguidade no exercício do cargo, salvose outra regra resultar do disposto na presente lei.
SECÇÃO 111
Órgãos de soberania
Artigo 10°
Presidente da República
— O Presidente da República tem precedênciaabsoluta e preside em qualquer cerimónia oficial emque esteja pessoalmente presente, à excepção dos actosrealizados na Assembleia da República.
2 — O Presidente da República é substituído, nos termos constitucionais, pelo Presidente da Assembleia daRepública, que goza então. como Presidente da República interino, do estatuto protocolar do Presidente daRepública.
3 — Para efeitos da presente lei, o Presidente daRepública não pode fazer-se representar por ninguém,não gozando. portanto. de precedência sobre entidadesmais categorizadas qualquer delegado pessoal dele.
Artigo 14.
Ministros
1 — Os ministros ordenam-se segundo o diplomaorgânico do Governo.
2 — Nas cerimónias de natureza diplomática, o Ministro dos Negócios Estrangeiros precede todos os outros.
3 — Nas cerimónias de natureza militar, o Ministroda Defesa Nacional precede todos os outros, salvo nasque respeitem à Guarda Nacional Republicana, em quea precedência cabe ao Ministro da AdministraçãoInterna.
4 — Nas cerimónias do âmbito de cada ministério.o respectivo ministro tem a precedência.
Artigo 15.°
Vice.presidentes da Assembleia da República
1 — Os vice-presidentes da Assembleia da Repúblicatêm entre si a precedência correspondente à representatividade do respectivo grupo parlamentar.
2 — O vice-presidente que substituir ou representaro Presidente da Assembleia da República, por motivode ausência, impedimento ou delegação deste, goza dorespectivo estatuto protocolar.
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Artigo 16.°
Altos dirigentes partidários e imrlalnentares
Os presidentes ou secretários-gerais dos partidos políticos com representação na Assembleia da República.bem como OS respectivos presidentes dos grupos parlamentares. ordenam-se conforme a sua representatividade eleitoral.
Artigo 17°
Altas entidades das Regiões Autónomas
1 — Os Representantes da República, os Presidentesdas Assemble ias Legislativas e os Presidentes dos Governos Regionais gozam, em todo o território nacional enas representações diplomáticas e consulares de Portugal no estrangeiro. do estatuto protocolar dos ministros.
2 — O disposto no número anterior não prejudicaas precedências estabelecidas na presente lei.
3 — Ficam salvaguardadas as honras determinadasem legislação de cada uma das Regiões Autónomas paraos presidentes dos respectivos órgãos de governo próprio.
Artigo 18.°
Conselheiros de Estado
Os conselheiros de Estado não expressamente mencionados na lista de precedências ordenam-se, de acordocom a determinação constitucional. dc) modo seguinte:personalidades designadas pelo Presidente da República. conforme o diploma de nomeação, e personalidades eleitas pela Assembleia da República, segundoa respectiva eleição.
Artigo t9.°
l’residentes das comissÕes parlamentares
Os presidentes das comissões permanentes da Assembleia da República ordenam-se conforme o disposto naresolução que as tenha instituído.
Artigo 20.°
Secretários e subsecretários de Estado
Os secretários e OS subsecretários de Estadoordenam-se segundo o diploma orgânico do Governo.
2 — Os secretários e os subsecretários de Estadopodem representar os respectivos ministros na ausênciaou impedimento destes.
Artigo 21.°
l)eputados à Assembleia da República
— Os deputados à Assembleia da República ordenam-se segundo a representatividade eleitoral do respectivo partido. conlorme o princípio da proporcion ali d ade.
2 — No círculo eleitoral por que foram eleitos, osdeputados têm entre si a precedência decorrente daordem da respectiva eleição, ressalvada, porém. aquelaque resulte da acumulação, por qualquer deles, de outrocargo ou precedência superiur previsto na presente lei.
Artigo 22°
l)eputados ao Parlamento Europeu
— os deputados ao Parlamento Europeu ordenam-se segundo a representatividade dos respectivos
partidos nas eleições correspondentes e dentro de cadapartido por ordem da respectiva eleição.
2 — O cargo de Vice-Presidente do Parlamento Europeu confere prioridade sobre o conjunto, ordenando-seos respectivos titulares, caso haja vários, por razão darepresentatividade do respectivo grupo parlamentar.
Artigo 23.°
Ordens honoríficas portuguesas
1 — Os chanceleres das ordens honoríficas portuguesas ordenam-se conforme o respectivo diploma orgânico:antigas ordens militares, ordens nacionais, ordens domérito.
2 — Os conselhos das ordens ordenam-se segundo amesma regra e os seus membros contorme o respectivodiploma de nomeação.
Artigo 24.°
Altos magistrados
Os juízes conselheiros do Tribunal Constitucional, doSupremo Tribunal de Justiça, do Supremo TribunalAdministrativo e do Tribunal de Contas ordenam-se,dentro de cada urna das respectivas instituições, porantiguidade no exercício das funções, precedendo osvice-presidentes.
SECÇÃO iv
Regiões Autónomas
Artigo 25°
Representante da República
1 — O Representante da República tem, na respectiva Região Autónoma, a prime ira precedência, que cedequando estiverem presentes o Presidente da República,o Presidente da Assembleia da República e o Primeiro-Ministro.
2 — O Representante da República não l)ode fazer-serepresentar por ninguém.
3 — O Representante da República é substituído, nostermos constitucionais, pelo Presidente da AssembleiaLegislativa, que goza então dc) respectivo estatutoprotocolar.
Artigo 26°
Presidente da Assembleia Legislativa
1 — O Presidente da Assembleia Legislativa segueimediatamente o Representante da República.
2 O Presidente da Assembleia Legislativa presidesempre às sessões respectivas, bem como aos actos porela organizados, excepto se estiverem presentes o Presidente da República ou o Presidente da Assembleiada República.
3 — O Presidente da Assembleia Legislativa é substituído e pode fazer-se representar por um dos vice--presidentes, o qual goza então do estatuto protocolardo Presidente.
Artigo 27°
Presidente do Governo Regional
O Presidente do Governo Regional segue imediatamente o Presidente da Assembleia Legislativa.
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Artigo 25°
Cerimónias nacionais e regionais
1 — Em cerimónias nacionais, os Representantes daRepública para as Regiões Autónomas, os Presidentesdas Assembleias Legislativas e os Presidentes dos Governos Regionais ordenam-se conforme a antiguidade noexercício dos respectivos cargos.
2 — As altas entidades de cada uma das RegiõesAutónomas têm na outra estatuto protocolar idênticoao das respectivas homólogas, seguindo imediatamentea posiçao correspondente.
Artigo 29°
Altas entidades da República
As altas entidades mencionadas no artigo 7.° com
precedência sobre os secretários regionais e ainda nãoexprcssamcntc referidas, quando na Região Autónoma,seguem imediatamente. pela respectiva ordem, o Presidente do Governo Regional.
Artigo 30°
Secretários regionais
— Os secretários regionais ordenam-se entre si conforme o estabelecido no diploma orgânico do GovernoRegional, precedendo os vice-presidentes, se os houver.
2 — Fora dos casos previstos no artigo 29.°. OS secretários regionais seguem imediatamente o Presidente doGoverno Regional.
3 — Aquele dos secretários regionais que substituiro Presidente do Governo Regional, por motivo de ausência, impedimento ou delegação deste, goza do respectivoestatuto protocolar.
SECÇÃO v
Poder local
Artigo 31.°
Presidentes das câmaras municipais
— Os presidentes das câmaras municipais, no respectivo concelho. gozam do estatuto protocolar dosministros.
2 — Os presidentes das câmaras municipais presidema todos os actos realizados nos paços do concelho ouorganizados pela respectiva câmara, excepto se estiverem presentes o Presidente da República, o Presidenteda Assembleia da República ou o Primeiro-Ministro,nas Regiões Autónomas, têm ainda precedência oRepresentante da República, o Presidente da Assembleia Legislativa e o Presidente do Governo Regional.
3 — Em cerimónias nacionais realizadas no respectivoconcelho. os presidentes das câmaras municipais seguemimediatamente a posição das entidades com estatutode ministro e, se mesa houver, nela tomarão lugar, emtermos apropriados.
4 — Em cerimónias das Regiões Autónomas realizadas no respectivo concelho, os presidentes das câmarasmunicipais seguem imediatamente a posição dos secretários regionais e. se mesa houver, nela tomarão lugar,em termos apropriados.
Artigo 32.°
Presidentes das assembleias municipais
1 — Os presidentes das assembleias municipais, norespectivo concelho, seguem imediatamente o presidente da câmara.
2 — Os presidentes das assembleias municipais presidem sempre às respectivas sessões, excepto se estiverem presentes o Presidente da República, o Presidenteda Assembleia da República ou o Primeiro-Ministro,e, nas Regiões Autónomas, ainda o Representante daRepública, o Presidente da Assembleia Legislativa ouo Presidente do Governo Regional.
Artigo 33.°
I’residentes das juntas e das assembleias de freguesia
Os presidentes das juntas e das assembleias de freguesia. como representantes democraticamente eleitosdas populações, têm, na respectiva circunscrição, estatuto análogo ao dos presidentes das câmaras e dasassembleias municipais, somando-se estes últimos àsentidades a quem devem ceder a precedência e quesão as mencionadas nos artigos 31° e 32°
SECÇÃO VI
Outras entidades
Artigo 34:’
Altas entidades estrangeiras e internacionais
As altas entidades de Estados estrangeiros e de organizações internacionais têm tratamento protocolar equivalente às entidades nacionais homólogas.
Artigo 35.”
Altas entidades da Uniâo Europeia
1 — O Presidente do Parlamento Europeu, quandoem Portugal, segue imediatamente o Presidente daAssembleia da República e as entidades parlamentareseuropeias as suas congéneres portuguesas.
2 — O Presidente do Conselho Europeu segue imediataniente o Primeiro-Ministro, excepto se for chefede Estado, caso em que segue imediatamente o Presidente da República.
3 — O Presidente da Comissão Europeia segue imediatamente o Primeiro-Ministro e OS comissários europeus os ministros portugueses homólogos.
4 — As entidades judiciais e administrativas da UniãoEuropeia deverá ser dado tratamento análogo ao disposto nos números anteriores.
Artigo 36.”
Altas entidades diplomáticas
— Os embaixadores estrangeiros acreditados cmLisboa, quando não puder ser-lhes reservado lugar àparte, seguem imediatamente o secretário-geral doMinistério dos Negócios Estrangeiros, ordenando-seentre si por razão dc antiguidade da apresentação dasrespectivas cartas-credenciais, salvaguardada a tradicional precedência do Núncio Apostólico, como decanodo corpo diplomático.
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2 — Quando em visita oficial, devidamente participada. às Regiões Autónomas ou a distritos ou concelhosdo territorio continental da República, os embaixadoresestrangeiros acreditados em Lisboa têm direito a tratamento equivalente ao dos ministros.
3 — Por ocasião de visitas oficiais de delegaçõesestrangeiras de alto nível, o embaixador do país em questão integra a comitiva da entidade que a ela preside,ocupando, com honras idênticas, posição imediatamentea seguir àquelas que nela têm tratamento equivalenteao de ministro.
4 Os embaixadores portugueses acreditados noestrangeiro, quando em Portugal, são tratados nos mesmos termos protocolares dos embaixadores estrangeiros.
5 — Os representantes diplomáticos de grau inferiorao de embaixador são equiparados aos diplomatas portugueses da mesma categoria e estes, por seu turno.aos outros sei’idores do Estado de idêntico nível.
6 Os cónsules-gerais, cônsules e vice-cônsules decarreira precedem os cônsules e vice-cônsules honorários, ordenando-se todos eles, em cada categoria, pelaantiguidade das respectivas cartas-patentes.
7 Nas sedes das representações diplomáticas noestrangeiro. o respectivo titular preside sempre. exceptoestando presente o Presidente da República, o Presidente da Assembleia da República, o Primeiro-Ministroou o Ministro dos Negócios Estrangeiros.
8 Nas visitas de delegações portuguesas chefiadaspor entidades com estatuto protocolar de ministroscaberá a estas a precedência em todos OS actos externosdo respectivo programa.
Artigo 37.°
Familiares de chefes de Estado estrangeiros
Os familiares de chefes de Estado estrangeiros deverão ser tratados como convidados especiais do Presidente da República e colocados junto dele ou, nãoestando presente, de quem tiver, por virtude da maisalta precedência protocolar, a presidência.
quando convidados para cerimónias oficiais, ocupamlugar adequado à sua relevância e representatividade.
Artigo 41.°
Governadores civis
1 — Os governadores civis, no respectivo distrito.seguem imediatamente a posição do presidente daassembleia municipal do concelho onde se realizar acerimónia, salvo quando se encontrarem em representação expressa de membro do Governo convidado paraa presidir, caso em que assumirão a presidência.
2 — Em cerimónias oficiais no âmbito da segurança,protecção e socorro, se não estiverem presentes membros do Governo, os governadores civis, no respectivodistrito, assumem a posição protocolar dos ministros.precedendo o presidente da câmara municipal do concelho onde tais cerimónias tenham lugar.
SECÇÃO VII
Luto nacional
Artigo 42.°
Declaraçiio
1 — O Governo declara o luto nacional, sua duraçãoe âmbito, sob a forma de decreto.
2 — O luto nacional é declarado pelo falecimento doPresidente da República, do Presidente da Assembleiada República e do Primeiro-Ministro e ainda dos antigosPresidentes da República.
3 — O luto nacional é ainda declarado pelo falecimento de personalidade, ou ocorrência de evento, deexcepcional relevância.
SECÇÃO VIII
Artigo 39°
Autoridades universitárias
— Os reitores das universidades e os presidentesdos institutos politécnicos presidem aos actos realizadosnas respectivas instituições, excepto quando estiverempresentes o Presidente da República ou o Presidenteda Assembleia da República.
2 As deputações dos claustros académicos que participem em cerimónias oficiais seguem imediatamenteos respectivos reitores ou presidentes.
Artigo 40.°
Entidades da sociedade civil
Os dirigentes das confederações patronais e sindicaise dc quaisquer outras entidades da sociedade civil.
Artigo 43.°
Norma revugatúria
São revogados os pieceitos de quaisquer diplomaslegais ou regulamentares anteriores que estabeleçamprecedências protocolares diferentes ou contrárias àsda presente lei.
Artigo 440
Entrada em vigor
A presente lei entra em vigor no 30.° dia posteriorà sua publicação.
Aprovada em 20 de Julho de 2006.
O Presidente da Assembleia da República. JaimeGama.
Promulgada em 11 de Agosto de 2006.
Publique-se.
O Presidente da República. ANIBAL CwAco SILvA.
Referenciada em 12 de Agosto de 2006.
O Primeiro—Ministro, José Sócrates Canal/lo Pinto de
SouSu.
Artigo 38.0
Autoridades religiosas
As autoridades religiosas, quando convidadas paracerimónias oficiais, recebem o tratamento adequado àdignidade e representatividade das funções que exercem,ordenando-se conforme a respectiva implantação nasociedade portuguesa.
Disposições finais