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Informativo da União Paulista de Espeleologia www.upecave.com.br Ano 4 - Número 7 Julho/Dezembro de 2007 A estrada é o Diabo Mambaí Tutorial 1: Survex Workshop de Fotografia Informativo da União Paulista de Espeleologia www.upecave.com.br Ano 4 - Número 8 Julho/Dezembro de 2007

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Informativo da União Paulista de Espeleologia www.upecave.com.br Informativo da União Paulista de Espeleologia www.upecave.com.br Ano 4 - Número 8 Julho/Dezembro de 2007 Ano 4 - Número 7 Julho/Dezembro de 2007

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Informativo da União Paulista de Espeleologiawww.upecave.com.br

Ano 4 - Número 7Julho/Dezembro de 2007

A estrada é o DiaboMambaíTutorial 1: SurvexWorkshop de Fotografia

Informativo da União Paulista de Espeleologiawww.upecave.com.br

Ano 4 - Número 8Julho/Dezembro de 2007

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6

Comissão EditorialRicardo Martinelli; Gabriela Slavec;Renata Shimura; Eduardo Portella &

Paulo Jolkesky

União Paulista de EspeleologiaEndereço para correspondência:

Rua Loefgreen 1291, Cj 61 - São Paulo - SPCEP: 04040-031

Desnível é uma publicação eletrônica semestral daUnião Paulista de Espeleologia (UPE).

As opiniões expressas em artigos assinados são deresponsabilidade dos respectivos autores. Asmatérias não assinadas são de responsabilidade doseditores e não refletem necessariamente a opiniãoda UPE. Artigos publicados no Desnível podem serreproduzidos na íntegra desde que citados fonte,autor, URL e data de consulta na web. Reproduçõesparciais somente com autorização prévia doseditores. O informativo em formato PDF poderá serrepassado para outras pessoas e listas dediscussão.

Para enviar um artigo utilize o e-mail:[email protected]

As datas limite são os meses de junho e novembro.

O Desnível se encontra em regularidade com as leisanti-spam. Se deseja não mais recebê-lo, favor envi-ar e-mail para: [email protected]

Expediente

24

Veja Também

EspeleoPhoto

Memória

Espeleolog

Maillon Rapid

Foto do Semestre

28

3

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29

26Capa: Clarabóia naGruna da Tarimba

1º Expedição Mambaí

Workshop de Fotografia

Editorial

Plantão Médico5

No “buteco” após um árduo dia de mapeamento dentro datarimba.

DiagramaçãoRicardo Martinelli

RevisãoGabriela Slavec

Autor: Ricardo Martinelli

Foto: Fernando Bruno (no automático)

Tutoriais17

Indice1 Desnível 7

Lojinha da UPE26

Page 3: Desnivel8

Uma espécie em extinção

Boa Leitura!

Texto: Ricardo MartinelliContate o Autor

[email protected]

Editorial2 Desnível 7

Neste editorial gostaria de tocar em umassunto que acredito ser de grande impor-tância para todos os grupos e entidades li-gadas a espeleologia; os “carregadores depiano” estão acabando! Esta expressão, tãofalada, designa aqueles que colocam a mãona massa e fa-zer tudo aconte-cer, aqueles quechamam a res-ponsabilidade eacima de tudotem amor pelasinstituições queestão a frente.

I m p r e s -sões a parte,observo um cer-to temor e/oudesconf iançanos novatos,pouca gentequer se respon-sabilizar por quelr coisa que seja, muito me-nos algo que não lhe traga dinheiro.

Sabemos que leva tempo para estaspessoas aparecerem, para se ssumir cargosde decisão são necessárias pessoas madu-ras e bem resolvidas tanto profissonalmentequanto emocionalmente e que possuamgrande experiência e vivência. Tempos atrazéra fácil ver a “gana” de certas pessoas porparticipar e dar sua contribuição, hoje é ne-cessário implorar por ajuda nas funçõesmais simples, será que esta é mais uma es-pécie em extinção?

Mais um imformativo eletrônico chegaa sua mão, são 30 páginas da mais puraespeleologia, em tempos de interdição decavernas pelo MP, é bom ler artigos quemostram o quanto trabalhamos para o conhe-

cimento do subterrâneo brasileiro e dar acontra-partida para a sociedade com nossomapas e explorações, gerando conhecimen-to.

Na sessão memória o leitor poderá vercomo hoje é fácil nossa vida. Em 1973 a es-

trada que leva aCaverna do Dia-bo encontrava-se em petiçãode miséria e osautores revelamuma verdadeiraepopéia parachegar até lá.No artigo princi-pal a expedição2007 paraMambaí em con-junto com oGREGO, belasimagens, doismapas e muita

vontade para retornar em 2008 e continuar aexplorar esta bela região de nosso país.

Como de costume, a UPE continua acontribuir para a difusão do conhecimento elança nesta edição uma série de artigos so-bre tratamento de dados e digitalização demapas topográficos de cavernas, nesta edi-ção você terá a “alfabertização” em survex eassim iniciará seu aprendizado.

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Rumo a Caverna, a estrada é o Diabo!!Texto extraído do jornal “O Estado de São Paulo” de 23 de Setembro de 1973.

Colaborou para a matéria SalvatoreABSTRACT

ABSTRACT

Memória3 Desnível 7

Cinco quilômetros antes da Cavernado Diabo, acabaram-se as esperan-ças dos motoristas que decidiramvisitá-la naquele domingo - 26 deagosto - e que haviam enfrentadocorajosamente 55 quilômetros deterra e barro, a partir de Jacupiranga,no quilômetro 217 da maltratada BR-116. Dezenas de carros, tiveram que

improvisar ai um “pátio de estacio-namento” e, dali em diante, centenasde turistas, inclusive crianças, maispareciam retirantes na tentativa dechegar à famosa caverna percorren-do a pé a distância que faltava. Umahora e meia andando e escorregan-do na lama, segundo as famílias quetentaram. Mas nem todos puderam

conhecer a caverna.Muitos desistiram,como um casal decerta idade, cobertode barro da cabeçaaos pés.

Sob a chuvafina, decidimos ten-tar vencer de carroos últimos cinco qui-lômetros, mas logonos primeiros oito-centos metros en-contramos um“Dodge” atolado e ti-vemos que reuarpara lhe dar passa-

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Memória4 Desnível 7

gem. Á frente os pedestres nos in-formaram, havia mais três ou quatroautomóveis presos na lama. Estáva-mos a ponto de desistir quando ummotorista - que havia subido de ma-nhã, com pouca chuva - nos garantiuque a façanha não era impossível.Havia apenas dois trechos realemntedifíceis: um aclive longo adiante compouco barro mas liso como sabão epor fim uma curva ascendente, estajá a pouco mais de um quilômetro donosso objetivo. Achamos que eramelhor andar um quilômetro do quecinco e, depois de nos certificarmosde que os carros atolados não esta-vam obstruindo a estrada, avança-mos com cuidado, porque era grandao número de pedestres. Na quintatentativa conseguimos, a custo, ven-cer o tracho, após derrapar perigo-samente rente a uma barroca que in-clusive tomava parte da estrada edepois de, em nova derrapagem, nosaproximar ameaçadoramente do bar-ranco. Percorremos o tracho comode estivéssemos participando de um

“rallye” - e não como se fôssemospacatos turistas - porque se a rota-ção do motor caísse, certamente te-ríamos feito companhia aos atolados.Por fim chegamos ao segundo tre-cho realemnte difícil, este, pratica-mente intransponível. Pouco antesdele, estavam alinhados os heróisque haviam chegado até lá; sete ouoito automóveis e um ônibus quehavia subido de manhã.

Nova leva de turistas molhados,enlameados e desacorçoados iam evinham pelo barro e todos eles emi-tiam mais ou menos a mesma opi-nião: a caverna é maravilhosa, mas aestrada é péssima. Como chovia enão havíamos ainda nos enlameado,reslvemos destemidamente enfren-tar de automóvel o segundo trecho.Na quarta tentativa preferimos aderirao barro e auxiliar o automóvel, por-que faltavam apenas alguns metrosde ladeira a vencer. Pedras e galhossob rodas, muitos empurrões e, es-gotados os recursos do motoristanessas ocasiões, voltamos ao pon-to inicial - nossa “rampa de lançamen-to” - e tentamos mais quatro vezes,cada vez com mais destemor ape-sar do precipício, e por fim nos con-

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Memória5 Desnível 7

formamos. Um Dodge ver-melho que havia nos segui-do, também desistiu. Umahora e meia depois, com achuva diminuída, multiplica-ram-se as tentativas dosque não queriam arriscar-sea levar um tombo na lama ea tomar chuva. Nós passa-mos em terceiro lugar, emapenas quatro tentativas, eficamos muito satisfeitoscom nossa “classificação”.Pena que ao pé da caver-na, no pátio de estaciona-mento asfaltadoque ficavapróximo ao heliporto, nãohavia ninguém com umabandeira quadriculada nasmãos, a assinalar o nossofeito digno das mais durasprovas automobilísticas. Devolta, concordamos: a ca-verna é linda; a estrada é odiabo.

Plantão Médico

Responsável: Ricardo [email protected]

“Cäimbras - Como evitar”

A câimbra é uma contração súbi-ta, de curta duração e, geralmen-te, dolorosa de um músculo ou deum grupo muscular. As câimbrassão comuns nos indivíduos sau-dáveis, especialmente após umexercício extenuante. Algunsapresentam câimbras nas pernasdurante o sono. As câimbras po-dem ser causadas por uma circu-lação inadequada aos músculoscomo, por exemplo, após uma re-feição, o sangue flui principal-mente para o trato gastrointestinale não para os músculos.Comumente, as câimbras são ino-fensivas e não exigem tratamen-to. Normalmente, elas podem serprevinidas evitando- se a realiza-ção de exercícios após uma re-feição e realizando alongamentoantes do exercício e antes dedormir.As causas da cãimbra ain-da são motivos de discussão. Masalguns fatores são importantes edevem ser observados para evi-tar que elas apareçam:

Contração excessiva e/ourepetitiva: as cãimbras normal-mente acontecem quando vocêestá se exercitando por tempoprolongado. Primeiro seus mús-culos fadigam e durante um mo-vimento que exige alongamentode algumas fibras musculares omúsculo responde com a contra-ção involuntária (cãimbra)

Deficiências nutricionais e/ou de-sidratação: é a falta ou excessode potássio, de sódio, cálcio,magnésio e fósforo.

Pouca flexibilidade muscular:panturrilhas encurtadas podemresultar em contrações menos efi-cientes durante o esforço, au-mentando a chance de fadigamuscular e consequentemente acãimbra.

Causas biomecânicas: excessivapronação do pé, diferença no com-primento dos membros inferiores,limitação de movimento na articu-lação do tornozelo ou joelho po-dem aumentar a sobrecarga dapanturrilha, aumentando o riscode cãimbra.

Restrição de fluxo sanguíneo:quando um músculo não recebefluxo sanguíneo suficiente (obs-trução de veias/artérias) tem maischance de ter cãimbra.

Outras doenças: se os episódiosde cãimbra começam a se repetirconstantemente (condições crôni-cas) isso pode ser sinal de doen-ças vasculares ou neurológicas eportanto deve ser investigada.

Precauções1. Procure hidratar-se adequada-mente, antes, durante e após ajornada;2. Trabalhe dentro dos seus limi-tes, sem exagerar, se necessáriodescanse;3. Se a atividade se estender porhoras, como é de costume naespeleologia, hidrate-se com be-bidas (tipo isotônicos);4. Em atividades de longa dura-ção (mais de12 horas) ahidratação se torna crítica, ingiralíquidos sistemáticamente mesmosem sentir sede;5. Nunca pegue trilha ou entre emuma caverna em jejum e alimen-te-se depois;6. Alongue-se antes e após a jor-nada. Isso organiza as fibras mus-culares e reduz o ácido lático doorganismo - fatores que detonamas fisgadas.

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1º Expedição MambaíTexto & Fotos: Ricardo Martinelli Contate os Autores:

[email protected]@navicon.org

[email protected]

ABSTRACT

O início

Em maio de 2007 ainda não havíamos definido o local da expe-

dição de meio de ano daUPE. Tradicionalmente , to-dos os anos é realizada umasemana de trabalhos demapeamento e exploraçãoespeleológica em locais forado estado de São Paulo. Es-tavam em pauta locais comoSão Desidério, Serra doRamalho, São Francisco,Bodoquena, São Domingosentre outros. Felizmente oimponderável aconteceu, re-cebemos e-mail de umespeleólogo integrante doGREGO (GrupoEspeleológico Goiano), con-vidando a todos para a umaexpedição conjunta e assimretomar as explorações naregião, muito propícia a des-coberta de novas e grandes

cavernas, além da necessi-dade de complementar omapeamento da “Gruna daTarimba”, uma das maiorescavernas do Brasil.

Logicamente aceita-mos, principalmente por setratar de convite de um gruposério e que possui conver-

gência de objetivos com aUPE, visando uma parceriaética e de longo prazo, tendocomo prioridade a elabora-ção de trabalhos de qualida-de.

A Região

Mambaí localiza-se noNordeste Goiano, distandoaproximadamente 509 km deGoiânia, e 301 km a nordes-

6 Desnível 8 Expedições

te da capital do país, Brasília,o município integra esta re-gião com outros dezenovemunicípios, limitando-se àleste com a Bahia, à sudoes-te com Damianópolis, à oes-te com Buritinópolis e noro-este com Posse, (Figura 1).É relevante destacarmos que

o Nordeste Goiano reúne 14dos 30 municípios goianoscom maior cobertura vegetal,contando com 74% de áreacoberta por Cerrado, embo-ra seja apontado como umadas regiões mais pobres doEstado de Goiás.

Aspectos Históricos

O povoamento deMambaí iniciou-se nasegunda metade do século

Fotos 1: Cânion do Rio Vermelho, grande parte do município éta protegido por APA que foiconstituída para proteger suas nascentes

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Foto

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7 Desnível 8Expedições

XIX, nas margens do córregoRiachão, por imigrantesvindos do vizinho Estado daBahia, com o objetivo deextrair a borracha damangabeira, abundante naregião. Os primeiroshabitantes foram: EduardoMoreira dos Santos, GustavoOlímpio, Ioiô Mendes,Joaquim Maroto, que alémda extração da borracha, noperíodo inicial, dedicaram-se

à formação de lavouras epastagens.

Clima

Segundo um Plano deGestão Ambiental, elaboradopela empresa Rio Corrente S/A (2005) o clima da regiãoonde Mambaí está localizadacaracteriza-se pela existência

de um período dedeficiência hídrica de 5meses (de maio asetembro) e um período deexcedente hídrico tambémde 5 meses (de novembroa março). Dados das trêsestações pluviométricaslocalizadas na regiãomostram que a soma daprecipitação no período deoutubro a março (acima de

Figura 1

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Foto

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Foto

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8 Desnível 8 Expedições

100mm) representa 89,2%do total anual, sendo que omês de dezembro seindividualiza com umaprecipitação mensal superiora 200mm.

O clima é classificadocomo Tropical semi-úmido,condicionado pelaexistência de umambiente climáticomarcado por grandeinsolação quase oano todo, comtemperatura médiaanual de 21ºC ep r e c i p i t a ç ã ovariando de 1250 a1750 mm anuais.

Do ponto devista espeleológico,este quadroclimático aliado amorfologia dascavernas, na suamaioria possuindog a l e r i a sm e â n d r i c a squilométricas, nosmostra ainviabilidade deg r a n d e sexpedições nosperíodos de chuva,visto que asi n u n d a ç õ e ssubterrâneas sãofreqüentes eextremamente rápidas.

Geologia

Dados do documentoHidrogeologia do Estado deGoiás, elaborado no ano de2005 pela SGM-GO, nosinformam que a geologia domunicípio Mambaí e dosmunicípios que compõe aAPA NRV, pode ser dividida

em três grupos geológicos, asaber:

Grupo Bambuí: apresentaum arranjo estratigráfico quepode ser reconhecidoregionalmente ao longo detoda a borda oeste do Crátondo São Francisco. Nesta

região a coluna estratigráficadeste é composta, da basepara o topo, pelasformações: Jequitaí, SeteLagoas, Serra de SantaHelena, Lagoa do Jacaré,Serra da Saudade e TrêsMarias. Esta sucessãosedimentar foi depositadasobre uma plataformaestável epicontinental, sendopossível estabelecer uma

evolução em três grandesmegaciclos sedimentarestransgressivos. A formaçãoLagoa do Jacaré épredominante na área daAPA NRV, sendo parte dosegundo megaciclo(argilocarbonatado) ecaracteriza-se por ser

composta por siltitose margas onde sãointercaladas lentes eou camadas decalcários pretosfétidos, ricos emmatéria orgânica,com a presençafreqüente de níveisoolíticos e psolíticos.L o c a l m e n t eobserva-se nestaunidade a presençade pequenas lentesde dolomitosest romato l í t icosrosados;

Grupo Areado(Eocretáceo): éconstituído pelasformações Abaeté,Quiricó e TrêsBarras. A FormaçãoAbaeté foidepositada porsistemas de lequesaluviais (na porçãosul da Sub-Bacia

Abaeté) e por sistemas derios entrelaçados (nasdemais áreas da bacia),compondo um conjunto deconglomerados matriz ouclastosuportados, além dearenitos. A Formação Quiricóregistra uma sedimentaçãolacustre, localmentecaracterizada por lagosestratificados (na porção sulda Bacia Abaeté), com

Fotos 2: Um dos muitos cânios que caracterizama acidentada topografia da região.

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9 Desnível 7

arenitos, siltitos, folhelhos ecalcários subordinados. AFormação Três Barrasrepresenta depósitos deambientes fluviais,fluviodeltáicos e eólicos,dominados por arenitosamarelos e rosadosheterogêneos. Estessedimentos ocorrem deforma descontínua ao longodo sopé da Serra Geral deGoiás em paleodepressões.

Grupo Urucuia(Neocretáceo): é dividido

nas formações Posse eSerra das Araras. Estaunidade é amplamentedominada por arenitos deorigem eólica, além dearenitos, conglomerados epelitos fluviais. Não háregistros fósseis associadosao Grupo Urucuia, e seup o s i c i o n a m e n t ocronoestratigráfico foibaseado na interdigitaçãodeste conjunto com as rochaspiroclásticas e epiclásticasdo Grupo Mata da Corda, asquais foram datadas por

métodos radiogênicos em60 Ma.

Definindo Objetivos

Após entendimentosiniciais, decidiu-se que oobjetivo principal daexpedição seria retomar omapeamento da “Gruna daTarimba”, principal cavernada região atualmente com7300 metros de projeçãohorizontal, ocupando o 17ºlugar na listagem dasmaiores cavernas do Brasil.

Arquivos foram trocados etodos os pontos comproblemas foram expostospelo Emílio, integrante doGREGO.

Um ponto nospreocupava, umagigantesca poligonal commais de 1000 metros deextenção, capaz dedeslocar todo o eixo dacaverna e que apresentavaerros. As poligonais sãoimportantes pois revelam aprecisão das visadasfeitas durante todo omapeamento, por estemotivo é de sumaimportância que setrabalhe com programasque possibilitem este tipode análise, portanto, agrosso modo, se existiaum erro elevado nestagrande poligonal, asvisadas fora deste trechotambém poderiam estarcomprometidas. Fizemosalgumas tentativas detrabalhar com a base dedados existente semchegarmos a um resultadosatisfatório, omapeamento havia

Figura 2

Expedições

Page 11: Desnivel8

cessado a vários anos eficaria sem embasamento atentativa de recuperar partedo trabalho, decidimos emcomum acordo com oGREGO retopografar aGruna da Tarimba por inteiro.

Tarimba

As grutas na região deMambaí possuem umacaracterística marcante emsua morfologia, longoscondutos meãndricos. Agaleria pricipal da Tarimbapor exêmplo possui váriosquilômetros de extenção, eem muitos locais as paredesmal chegam a 1 metro delargura (Fotos 3 e 4), emcontrapartida a altura de taiscondutos é impressionante,atingindo vários metros.Justamente ai esta o “filémignon” da caverna,divérsos condutos foramdescobertos desta maneirae muitos pontos necessitamde ordenada e minuciosaexploração.

Duas equipestrabalharam em conjuntodurante 5 dias dentro dacaverna, os esforços seconcentraram naretopografia do grande loopque ao final somou 179visadas e 1084 metros delinha de trena, sendo que asduas equipes trabalharamem sua execussão,mostrando total coerência noque diz respeito ametodologia empregada,chegando ao final detro dopadrão esperado, BCRA 5.No total foram topografados3313 metros de galerias,

cerca da metade do quejá havia sido mapeadoanteriormente.

O longo eixo dacaverna semrpre foi anossa prioridade, a idéiaéra tentar se apreximar aomáximo da porção “sul “da caverna, com o intuitode fixar bases ao longodo conduto ondepudessemos emexpedições posterioresligar as galeriassuperiores já conhecidase as que ainda estão paraserem descobertas, issofoi feito, porém, pelasdimenções da caverna,restou ainda um bompedaço da galeria do riopara que este trabalhofosse concluído.

Estimativas

Durante os 5 diasem que os trabalhos sedesenrrolaram, tivémosque “fechar os olhos” paraa quantidade infidável degalerias não exploradas elocais com potencialaltíssimo para novasdescobertas. A Gruna daTarimba, atualmente comseus mais de 7.000metros dedesenvolvimento temtotais condições deultrapassar os 10.000 equem sabe até mais, tudodepende de um trabalhosistemático e duradourode exploração emapeamento que podedurar vários anos.Algumas cavernasperiféricas também tem

Fotos 3 e 4: O conduto principal da Grunada Tarimba possui em quase sua totalidadeuma morfologia meândrica, em muitos pon-tos é necessário ficar de lado para prosse-guir sua exploração, por outro lado sua altu-ra em muitos pontos pode ultrapassar os 30metros, nestes locais se escondem salõesde grande dimenção ainda por serem des-cobertos.

10 Desnível 7 Expedições

Continua napágina 12

Page 12: Desnivel8

No momento que seinicia um remapeamento deuma grande caverna sempreé necessário uma boajustificativa. No caso daTarimba, de comum acordocom o GREGO que foi oautor da primeira topografia,pela quantidade de novasgalerias descoberta, peloserros na linha de trena

original explicitados pelogrupo, pela impossibilidadede amarração de novostrechos por falta de basesfixas evidentes, pela falta dedetalhamento de algumasgalerias e finalmente pelagrande importância dacaverna , decidiu-se destamaneira.

Detalhamento anterior

Detalhamento atual

Justificativas

11 Desnível 7 Expedições

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possibilidade de seanexarem à Tarimba, o quetornaria o sistema aindamaior.

Escorpiões e Cia

A Gruna da Tarimbaimpressiona também pelaquantidade incrívelde aranhas,escorpiões, insetosentre outros. Um dospontos re-t o p o g r a f a d o sdurante estaexpedição foi otemido “conduto dosEscorpiões”, umagaleria com uns 500metros de extençãoonde os taisaracnídeos podemser avistados comgrande freqüência.As dificuldadesaumentavam nosmomentos em queexistia anecessidade derastejamento eleitura dosinstrumentos. estagaleria situa-ser e l a t i v a m e n t epróxima a entradauma das entradas dacaverna em uma porçãosuperior, estima-se queexista uma grandeproximidade com asuperfície pois a temperaturaé sensivelmente mais alta,talvez por isso a preferênciados “bixinhos”.

Fora os escorpiões, enão é uma exclusividade datarimba, a presença deLoxosceles (aranha marrom)é grande, foram avistadas

em todas as cavernasvisitadas e em uma delaspudemos até presenciar um“duelo” que muito biólogogostaria de ver. Acreditamosque em especial a Gruna daTarimba deva ser observadacom maior atenção pelacomunidade científica poispode ser berço de grandes

trabalhos e teses.

Novas cavernas

Mambaí é daqueleslugares onde não énecessário muito esforçopara se encontrar novascavernas. Pelos objetivosinicias da expedição, foramreservados somente 2 diasde prospecção durante ostrabalhos, neste período,entre novas descobertas e

aquelas já conhecidas peloGREGO, totalizamos 9cavidades cadastradas,sendo que 2 delas foramtopografadas totalmente.Interessante citar que aprocura por novas cavernasacabou unindo aespeleologia ao “aquaride”,isso porque os rios da

r e g i ã o ,principalmente oRio Vermelho,formam cânionsmagestosos e quedificultam em muitoa progressão emsuas margens, asolução encontradafoi o uso de bóias edeste modo ascavernas foramsendo exploradas.

Fora dos cânios,nas imediações dat a r i m b a ,destacamos adescoberta daGruta das Dores,com estimativa dedesenvolvimentopróximo a 1000metros e compresença de peixes.Entre as cavidadescadastradas e

mapeadas, temos a “Grutado Rio Ventura II” (Mapa 1),uma bela caverna“incrustada” em um paredãodo rio de mesmo nome. Seuacesso oferece grandedesafio pois é necessáriotranspor o cânionp e r p e n d i c u l a r m e n t e ,descendo uma enorme“pirambeira” em meio aarbustos típicos de nossocerrado, cheios de espinhos,as pedras soltas também

Fotos 5 e 6:A fauna pre-sente tantona Tarimbacomo emoutras ca-vernas daregião é in-crível, mere-cendo maioratenção denosso biólo-gos.

12 Desnível 7 Expedições

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Denominação: Gruta Rio Ventura ISinomínia: Gruta Senhor dos AnéisSBE - GO 666 / Codex - GO ?

Mambaí - GO

Carbonatos do Grupo Bambuí

Localização:

APA - Nascentes do Rio VermelhoUTM 23L E 372413,641 N 8400281,017Longitude: W 46º11'0320" Latitude: S 14º28'0310" Datum: SAD 69 Altitude: 656 metros (snm)

5C26 07 7

155mDL: 284m

9,5

Extensão Norte-Sul: 53 m Extensão Leste-Oeste: 100 m

Escala 1:Litologia:

:

Topografia Grau - BCRA / /200

PH:

Desnível total: m

original 500

Canion do Rio Ventura / Fazenda Jambeiro

Areia

Legenda

Desnível

Entrada

Bloco

Estalactite

Estalagmite

Escorrimento

Coluna

Vegetação

Fechamento por escorrimento em calcita

Bases Topográficas

GREGOGRUPO ESPELEOLÓGICO GOIANO

13 Desnível 7 Expedições

Page 15: Desnivel8

Fotos 7,8 e 9: Na esquerda acima, podemos ver o imponente pórtico da Grutado Rio Ventura II “cravado” em uma das paredes do cânion do rio de mesmonome. A foto da direita mostra o trabalho de topografia e abaixo o grande salãointerno, ornamentado e de considerável volume. Pela grande quantidade decerâmica encontrada a posição privilegiada e o grande conforto a que propor-ciona, acredita-se que esta caverna possua um alto potencial para achadospaleontológicos.

oferecem grande perigo euma corda de apoio é muitobem vinda. Uma vez no rio,falta agora ascender até omeio do paredão oposto

onde esta a caverna, nocaminho outra cavidade, demenor porte é cadastrada, a“Gruta do Rio Ventura I”.

A topografia foi feita de

maneira criteriosa, comopode-se notar na posiçãodas bases topográficas,fechando várias poligonaisafim de representar fielmentesuas dimensões.Biológicamente a cavernatambém impressiona, foramobservados grandequantidade de aracnídeos einsetos, inclusive fomoscomtemplados com um fatoraro, duas Loxosceles(aranha marrom) travandouma “agressiva” briga, umabela cena da natureza emseu estado mais bruto.

No cânion do riovermelho fomos cadastrar emapear outra caverna jáconhecida pelo GREGO, aGruta Jaú (Mapa 2), querecebe este nome poisquando da sua primeiraexploração fora avistadobem em sua entrada umgrande exêmplar destepeixe. A caverna encontra-seas margens do rio e oacesso é bem mais tranquilo,necessitando apenastranspor uma ingreme ravinaseca e de imensas pedras,todas com as pontaslascadas, ficamosimaginando o perigo queseria descer ali no períodode chuvas, sob a tensão deser pego por uma trombad´água. A caverna a princípionão empolgou muito e aimpressão foi que um braçodo rio teria de alguma formadesviado no paredão,formando a cavidade, destaforma, após uma breveexploração em uma parteseca, rapidamente seumapa foi feito, achando setratar de uma pequena

14 Desnível 7 Expedições

Page 16: Desnivel8

15 Desnível 7 Expedições

cavidade, porém, umasegunda equipe que estavadescendo de bóia o cânionparou na mesma caverna ecomo seu intuito éra explorar,tiveram maior sucesso,encontrando um novoconduto comd e s e n v o l v i m e n t osurpreendente que deveráser mapeado na próximaexpedição. Um mapapreliminar foi feito e pode servisto na página seguinte.

Belezas Naturais

Quem visita Mambaínão fica maravilhado apenascom suas cavernas, a regiãoé rica em fauna e flora típicasdo cerrado brasileiro,histórias de sucuris são oassunto preferido nos muitosvilarejos espalhados pelomunicípio que abriga umpovo acolhedor ehospitaleiro. A contemplaçãoà natureza é o ponto forte daregião, cachoeiras de águalímpida que variam entre tonsazul a verde, câniosgigantescos onde é possívela prática de uma tirolezaincrível e também veredasúncas, daquelas queGuimarães Rosa tão bemdescreve em sua famosaobra.

O turismo em Mambaíesta em seus primórdios,mas tem tudo para se tornarum grande polo deecoturismo do Brasil,vocação para isso existe, sófalta ser descoberto!

Fotos 11: O belo pórtico da Gruta Jaú, um momento mágico!

Fotos 10: Poço azul, uma amostra das belezas naturais de Mambaí

Fotos 12: A interessante Gruta do Funil, que será mapeada na próximaexpedição. O Rio Ventura despenca em uma grande cachoeira que “vol-ta” e forma uma caverna.

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16 Desnível 7 Expedições

18º 46´

Ng Nm

SgSm

?

Denominação: Gruta JaúSBE - GO 666 / Codex - GO ?

Mambaí - GO

Carbonatos do Grupo Bambuí

Localização:

APA - Nascentes do Rio VermelhoUTM 23L E 373591,655 N 8398323,255Longitude: W 46º10'2270" Latitude: S 14º29'0540" Datum: SAD 69 Altitude: 620 metros (snm)

3C26 07 7

157mDL: 138m

4

Extensão Norte-Sul: 89 m Extensão Leste-Oeste: 86 m

Escala 1:Litologia:

:

Topografia Grau - BCRA / /200

PH:

Desnível total: m

original 500

Canion do Rio Vermelho / Assentamento Funil

Areia

Legenda

Desnível

Entrada

Bloco

Estalactite

Estalagmite

Escorrimento

Coluna

Vegetação

GREGOGRUPO ESPELEOLÓGICO GOIANO

Rio Vermelho

A

A’

B’

B

C

C’

D’D

E

E’

F’

F

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C C’B B’A’A

E E’ F F’

2008

A organização para apróxima expedição estão atodo vapor, muitas são aspendências e cavernas aserem mapeadas; continuaro conduto encontrado na Jaú,mapear a Gruta das dores IIcom mais de 1000 metros,explorar novos cânios ecavidades e principalmentecontinuar o remapeamentoda Gruna da Tarimba, poiseste continua sendo nossoprincipal objetivo na região.

Os interessados emparticipar devem entrar emcontato pelo mail :[email protected]

Foto 13: Extração ilegal de carvão.O NordesteGoiano é um dos últimos redutos de cerradointocado do Brasil, uma região que deveria serpreservada a qualquer custo, mas infelizmentenão é isso que observamos, a extração de matanativa para produção vem se ascentuanto e nãose sabe até quando irá resistir .

Referências

1. Santos, A. C. ; Leite, L. S.& Lima, P. K. E. -Diagnóstico domunicípio deMambaí-GO emapeamento da APAdas Nascentes do RioVermelho paraplanejamento doturismo sustentável.Trabalho deconclusão de curso -Goiânia nov 2006.

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Contate o [email protected]

17 Desnível 7Escritório

TUTORIAIS

A UPE, sempre preocupada com a di-fusão do conhecimento, e por ter comopricincípio a democratização da informação,mais uma vez inova e lança uma série deTUTORIAIS que vai ajudar os espeleólogosa entrar para a éra digital da topografia emcavernas, melhorando seus critérios de pre-cisão e otimizando seu trabalho. O objetivoé fazer com que mais pessoas possam aju-dar neste processo que na maioria das ve-zes é mais demorado do que o próprio le-vantamento de campo. Para tanto, decidimostrabalhar basicamente com dois softwears,um para geração da linha de trena, análisede erros e organização dos dados, que é o

Tudo o que voce queria saber sobre digitalização e que ninguém teve paciência de te explicar.

Tutorial 1: Alfabetização em Survex

Primeiramente baixe da internet o Survex, que é o programa escolhido para este tutorial.Entre em www.survex.com e depois em “Dowloads”. O Survex é um programa gratuito(Freeware).

Tópico 1

Texto e Print´s: Ricardo Martinelli

Survex, e outro para representação gráfica eartística da caverna, que é o Corew Draw.

Apesar de existirem divérsos progra-mas para este fim, até mais avançados comoo One-Station ou o Auto-Cad, seria impossí-vel e muito confuso tentarmos explicar cadaum deles, e também são estes os softwearsem que a UPE mais se identifica, seja pelafacilidade de trabalho e entendimento de fer-ramentas, seja pela confiança das análisesde poligonais e organização.

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18 Desnível 7

Escolha a melhor opção para seu computador, na maioria da vezes é usado o win32, porémtambém é aconselhavel baixar a documentação que é onde existem explicações sobre ofuncionamento do programa. Depois de finalizado o Download, proceda a instalação nor-malmente, voce não deve ter problemas quanto a isso, para trabalhar com dados de caver-nas no computador é necessário um bom conhecimento geral sobre informática e isso nãovamos explicar aqui.

Tópico 2

Escritório

Tópico 3

Organize-se, para trabalhar com cavernas énecessário ter organização. Compre pastasonde você possa guardar fisicamente seuscroquis e tudo o que é gerado em termos dedados de determinada caverna, as pastassanfonadas são ótimas para este fim. NoPC, abra o Windows Explorer e no tronco “C”abra uma pasta com o nome “Topografias” edepois coloque o nome das cavernas queesta trabalhando, se precisar coloque tam-bém a região, como ao lado.

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19 Desnível 7Escritório

Tópico 4

O Survex é um programa que trabalha via “DOS”, mas não se preocupe, apenas algunscomandos terão que ser feitos por lá. Toda a linha de trena é “lida” a partir de um arquivotexto, e para simplificar utilizamos um “Bloco de notas”. Neste momento é de suma impor-tância que tudo seja anotado, equipe, local, caverna, topógrafos, data, trecho da caverna,etc.... é importante também abrir um arquivo para cada trecho topografado.

Exêmplo:Dia 20/01/2007 foi feita uma topografia na Gruta Farto tendo como Croquista o Ricardo.Neste caso salvo em um arquivo este trecho com o nome de 1r. Se outra equipe voltar ládepois de 2 meses e realizar outro trecho, salvo em outro arquivo, com o cabeçalho perti-nente e com outro nome. Se fosse o Ricardo novamente seria a 2r.

Repare acima que o Survex trabalha com alguns “sinais”, a saber:

1- ; (ponto e vírgula) - bloqueia a leitura do programa, portanto utilize quando quer escrevero cabeçalho e qualquer outra informação ou observação.

Page 21: Desnivel8

20 Desnível 7Escritório

2- * (asterísco) é utilizado quando queremos das um “comando” ao programa como *beguine * end para iniciar e terminar a topo, ou * include BCRA5 ou BCRA3 para incluir osparâmetros BCRA a sua topografia.

3- . (ponto) preste bem atenção, o Survex não lê , (vírgula), portanto nas medidas sempreutilize . (ponto).

4- O “Tab” deve ser utilizado para colocar os dados da topo no bloco de totas nesta ordem:De Para Distância Azimute Inclinação(isto não precisa estar escrito na topo, como mostra no tópico 4)

Tópico 5

Depois de ter digitado tudo corretamente, revise seus dados, muitos erros podem ocorrerneste processo, feito isso, selecione “salvar como”, digite o nome do arquivo e coloque aterminação “.svx” (no nosso caso é 1r.svx). Cuidado agora, selecione no campo “salvarcomo tipo” “todos os arquivos”. Deve aparecer um arquivo assim:

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21 Desnível 7 Escritório

Tópico 6

“Klicando” com o botão direito do seu “mouse” em cima do arquivo já salvo abrirá umajanela e dentre as opções terá “Process”, isso irá “rodar” o programa com base nos dadosque você colocou dentro do bloco de notas.

Tópico 7

Se você colocou o comando *include bcra5 em sua topo, antes de “rodar” o arquivo noSurvex, você deve copiar o arquivo deste parâmetro na parta do programa. O caminho é:C > Arquivos de Programas > Survex - Já copie os dois arquivos, tanto o BCRA 3 quantoo BCRA5, isso vai facilitar posteriromente as análises de erro.

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Tópico 8

Se tudo ocorreu como o esperado, três arquivos foram criados, a saber:

“Output log” - contém os dados básicos da topo como: Desenvolvimento linear, Desen-volvimento horizontal, Total de bases e visadas, Desnível, etc...

“Survex Loop Closure Errors” - neste arquivo termos como analizar a precisão de fecha-mento das poligonais feitas durante a topografia, é com base neste arquivo que definimosse uma topografia é BCRA 3 ou BCRA 5. Os parâmetros que você deverá seguir serãoexplicados em outro tutorial, aguarde!

Tópico 9

Tópico 10

22 Desnível 7 Escritório

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“Survex Processed Data” - é onde vamos visualizar a linha de trena em três dimenções,aqui podemos girar a topografia e compara-la ao desenho feito na caverna, se você tem oótimo costume de desenhar o “croqui” em escala ele deve estar bem parecido com o queesta aparecendo na sua tela. A coloração ajuda a perceber regiões mais ou menos profun-das da caverna e a barra esquerda facilita a procura por bases específicas. Se preferirtambém é possível colocar a topo em perfil, observando assim a ditribuição das visadasdeste ponto de vista.

23 Desnível 7 Escritório

Tópico 11

Chegamos ao final deste primeiro tutorial sobre tratamento de dados e digitalização, aindanão sabemos quantos serão necessários para que seja possível explicar todo o processo,as ferramentas disponíveis no programa, fixação de coordenadas, definição de bocas,análizes de erros e como são os “tramites” entre o survex e o Corew Draw, isso porque tudoserá explicado de forma minuciosa para que estes tutoriais possam ser utilizados por qual-quer interessado, contribuindo com o desenvolvimento da espeleologia brasileira.

No próximo número do Desnível veremos como é possível unir trechos de topografias deuma mesma caverna, calcular declinação magnética e aplica-la nas topos, definir bocas ebases fixas, incluir cooredenadas e também como diferenciar em um mesmo arquivo tre-chos de topografia externa. Até lá!

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Workshop de Fotografia

24 Desnível 7 Fim de Ano

Atividades realizadas na confraternização de final de anoda UPE contribuíram para agregar conhecimento aos no-vos espeleofotógrafos.

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Atividade e churrasco marcaram a confraternização de final de ano da UPE

O ano de 2007 foi realmente especial, mui-tas realizações institucionais e cavernastopografadas, para encerra-lo com chave deouro a diretoria resolveu inovar e marcar aconfraternização de final de ano no PETAR,com um grande churrasco e um Workshop deFotografia em cavernas.

No sábado pela manhã o grupo se diri-giu ao núcleo Santana, alvo de nossos“click’s”. Após contemplarem a bela vegeta-ção do local, todos os participantes se reuni-ram no pórtico da Gruta Morro Preto, palcoideal para uma breve explicação. A GrutaMorro Preto não foi escolhida eleatoriamente,sua entrada possui rara beleza e grandeimponência, podemos trabalhar com zonaafótica, e mixta, luz natural e artificial, compossibilidade de vários tipos de simulaçãofotográfica.

A documentação fotográfica faz parte daespeleologia técnica, saber documentar cor-retamente condutos, salões, pórticos eespeleotemas é de grande importância parao conhecimento do subterrâneo Brasileiro.Podemos citar a evolução atual dos cadas-tros que tendem a abrir espaço para a colo-cação de imagens de entradas de caverna,minimizando os problemas de duplocadastramento, a ducumentação também setorna útil na complementação de mapas to-pográficos, ilustrando pontos de grande im-portância. Técnica e arte se confundem, per-mitindo ao praticante criar e soltar sua imagi-nação dentro da grande “câmara escura” quesão as cavernas.

Quando o final de tarde chegou fomosa cachoeira do couto para um revigorantebanho e depois o churrasco começou, tive-mos projeções de vídeos , fotos feitas noworkshop, muita carne e cerveja pra variar umpouco!

Que venha 2008!!

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25 Desnível 7 Fim de Ano

Imagens feitas durante oWorkshop de fotografia

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Profundidade de Campo

ESPELEOPHOTOMacacões deEspeleo da UPE

Testado e aprovado naspiores condições possíveis

Fabricação própriaDisponível nos tamanhos PP, P, M e G.

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26 Desnível 7 Lojinha da UPE

Fonte:Texto e fotografias © 1997-2001 Rui Grilo

www.ruigrilo.net ou www.ruigrilo.net/fotografia

Mas não é indiferente escolher qualquer uma destascombinações. Por um lado, é preciso escolher cuida-dosamente o tempo de exposição, de forma a “con-gelar” o movimento daquilo que se está a fotografarou, pelo contrário, deixar que esse movimento se vejana fotografia. Por outro, a abertura que se escolherdetermina a profundidade de campo, a distância à fren-te e atrás do plano de focagem em que os objectosficam razoavelmente focados.

A profundidade de campo é inversamente proporcio-nal em relação à abertura. Quanto maior for a abertu-ra, menor será a profundidade de campo e vice-ver-sa. Muitos fotógrafos amadores deixam-se confundirporque uma “abertura maior” significa ter um númerode abertura menor. Por exemplo, com uma aberturade 1.4 a profundidade de campo é muito menor doque aquela que se obtém com uma abertura de 11.

A escolha da profundidade é uma das opções maisimportantes quando se define a abertura e o tempodurante o qual que se expõe um fotograma. Por exem-plo, quando se fotografa uma pessoa podemos que-rer isolá-la do fundo, usando a menor profundidade decampo possível. Pelo contrário, ao fotografar umapaisagem grandiosa podemos querer que tudo o quevemos fique focado, desde os objectos mais próxi-mos até ao infinito, para o que devemos usar a maiorprofundidade de campo possível. Mas atenção, por-que quanto menor for a abertura, mais tempo se teráque expor a película e maior será o risco de tremer afotografia. Para que isso não aconteça, podemos usarum bom tripé ou seguir a regra simples segundo aqual é possível obter fotografias nítidas segurando amáquina com as mãos desde que se use um tempode exposição igual ou inferior ao inverso da distânciafocal da objectiva (em milímetros). Assim, poderemossegurar à mão tranquilamente uma máquina com umaobjectiva de 50mm desde que o tempo de exposiçãoseja no máximo de 1/50 de segundo ou, usando oponto da escala mais próximo, 1/60.

Responsável: Paulo [email protected]

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Log de AtividadesTudo o que a UPE fez ou participou no segundo semestre de 2007

Coordenação: Renata Shimura ([email protected])

27 Desnível 7EspeleoLog

Data: 09 a 23 de Julho.Local: V Expedição Tocantins daSBE.Municípios: Cidades Dianópolis,Almas e Aurora do Tocantins - TO.Participante: Elvira Branco.Atividade: Prospecção e topografia.

Data: 21 a 29 de Julho.Local: Expedição Mambaí.Município: Mambaí - GO.Participantes: Mauro Zackiewicz,Michel Frate e Ricardo Martinelli,Fernando Bruno (ECA), Emílio Calvoe demais integrantes do GREGO.Atividade: Prospecção e topografia.

Data: 26 a 28 de Julho.Local: Carste 2007 - II EncontroBrasileiro de Estudos do Carste.Instituto de Geociências da USP.Município: São Paulo - SP.Participante: Renata Shimura.

Data: 04 de Agosto.Local: Gruta Crystal - FazendaCaraíba.Município: Iporanga - SP.Participantes: Bruno Pastorello,Elvira Branco, Marcelo Gonçalves(Lagosta) e Renata Shimura.Atividade: Continuação datopografia do final da linha do rio ede algumas partes superiores.

Data: 29 e 30 setembroLocal: Abismo do GurutuvaMunicípio: Iporanga - SP.Participantes: Bruno Pastorello,Eduardo Portella, MarceloGonçalves (Lagosta), MauroZackiewicz, Michel Frate, RenataShimura, Ricardo Araujo (Caramujo)e Ricardo Martinelli.Atividade: Continuação datopografia.

Data: 15 a 21 de novembro.Local: PROCADMunicípio: Eldorado Paulista - SP.Participante: Elvira Branco.Atividade: Prospecção e topografiana região do Rolado.

Data: 15 de dezembro.Local: Caverna Morro Preto, PETAR- Núcleo Santana.Município: Iporanga - SP.Participantes da UPE: BrunoPastorello, Claudia Caiado, ElviraBranco, Fabio Geribello (Coringa),Francisco Gabas (Wilber), GabrielaSlavec, Mauro Zackiewicz, MichelFrate, Paulo Jolkesky, RenataShimura, Ricardo Martinelli e RicardoTerzian (Jerry).Convidados: Cristina Juliani,Emerson Pedro (BEC), FernandaBotaro, Joana Cofré Quero, LuizFelipe Belussi, Monica Lais,Rosilene Welter, ThomasSchwarzbach********** Faltam os nomes ***********Amigo1 MichelAmigo2 MichelAmigo3 MichelAtividade: Workshop Fotografia daUPE.

Data: 26 de dez a 05 de jan.Expedição Serra do Calcário doGPMEMunicípio: Central - BA.Participante: Claudia CaiadoAtividade: Prospecção etopografia.

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Notícias curtas sobre a UPE e a espeleologianacional

28 Desnível 7Maillon Rapid

Espeleologia em horário nobre

A nova novela da 20hs da Rede Globo trará umpersonágem espeleólogo. A protagonista seráMariana Ximenes e fará simulações de “estudos” emcavernas. Não se sabe onde serão as locações,porém a produção da emissora entrou em contatocom divérsas entidades espeleológicas afim de darmaior veracidade à novela.

Adeus a Pedro Comério

É com grande pesar que comunicamos o falecimentode Pedro Comério (SBE 0033) no dia 11/02/2008,aos 88 anos de idade. Pedro , funcionário aposentadodo Instituto Geológico de São Paulo, iniciou susatividades espeleológicas ainda na década de 50,tendo participação decisiva na implantação do ParqueEstadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR) e nodesenvolvimento da espeleologia nacional. Na décadade 50, Juntamente com espeleólogos europeus comoMichel Le Bret, Peter Slavec, Pierre Martin, Guy Collete brasileiros como José Epitácio Guimarães, LuisCarlos de Alcântara Marinho, Salvator Licco Haim,Geraldo Bergamo Filho, além de outros, PedroComério contribuiu para a espeleologia brasileiraalcançar um alto nível técnico.

UPE tem novo local de reunião

Já a algum tempo a UPE tem se reunido no Institutode Engenharia de São Paulo na Vila Mariana,utilizando algumas mesas no “Bar” que vivia vazio efuncionou como um local calmo para nossosencontros mensais. Uma possibilidade surgiu comum convênio entre a UPE e a ANABE (AssociaçãoNacional de Arquitetura Bio-ecológica) para autilização de uma casa que ficava dentro do próprioIE, e após sua reforma já foi realizada a primeirareunião no local que dispõe de sala de reuniões, umacopa e um sala para palestras, que comporta cercade 30 pessoas, além de estacionamento. Com estanova realidade já podemos marcar cursos e palestras,aumentando o interesse por nossas reuniõespresenciais.Agora é com você, apareça e faça parte da UPE!

Reuniões na última quinta feira de cada mês.Local: Instituto de Engenharia

Av. Dante Pazzanese 120Vila Mariana

Horário: 20hs

Aprovada a lei que cria o Mosaico doJacupiranga

A Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo,aprova em 20/12, a lei que altera a área do ParqueEstadual de Jacupiranga e cria Mosaico de Unidadesde Conservação, assegurando água de boa qualidadeàs comunidades tradicionais que ali habitam.Considerado o maior parque do Estado de São Paulo,criado em 1969, o Parque Estadual de Jacupiranga,que tinha extensão de 140.000 ha, passa a ter aárea total de 154.872,17 ha, e fica subdividido emtrês parques estaduais: o Parque Estadual Cavernado Diabo, com 40.219,66 ha, nos municípios deEldorado, Iporanga, Barra do Turvo e Cajati; o ParqueEstadual do Rio Turvo,com 73.893,87 ha, nos municípios de Barra do Turvo,Cajati e Jacupiranga; e o Parque Estadual do Lagamarde Cananéia, com 40.758,64 ha, nos municípios deCananéia e Jacupiranga.

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Foto : Ricardo Martinelli Dados Técnicos: velocidade 1/40s; aberturaF 4.5; ISO 200; distância focal 34 mm; Máquina - Nikon D70

29 Desnível 7Foto do Semestre

Gruta JaúMambaí - GO