desmistificando o projeto luminotécnico

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Desmistificando o Projeto Luminotécnico Arq. Jennifer Vitelli 2014

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Uma breve apresentação sobre projeto luminotécnico sob a ótica do Design de Interiores.

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Sensao e Persepo

Desmistificando o Projeto LuminotcnicoArq. Jennifer Vitelli2014DefinioLUMINOTECNIA o estudo da aplicao de iluminao artificial tanto em espaos interiores como exteriores. uma arte que concilia conhecimento tcnico, gosto pessoal e aspectos emocionais. O maior desafio de quem desenha a luz est em conseguir bons resultados subjetivos.

Luz no se v; se sente

Sensao um fenmeno psquico elementar que resulta da ao de estmulos externos sobre os rgos dos sentidos. Pode ser classificada em:Externa: a resposta de cada rgo dos sentidos aos estmulos que atuam sobre ele. A viso seria a resposta do rgo e a luz seria o estmulo atuante.Interna: reflete os movimentos da parte isolada de nosso corpo, capta os estmulos e transmite-os aos rgos que cuidam da coordenao motora, do equilbrio e das funes orgnicas. Especial: se manifesta sob a forma de sensibilidade para fome, fadiga, sede, etc.SensaoEm outras palavras, a sensao a capacidade de codificar certos aspectos da energia fsica e qumica que nos circunda, representando-os como impulsos nervosos capazes de serem compreendidos pelos neurnios, ou seja, a recepo de estmulos do meio externo captado por algum dos nossos cinco sentidos: visual, auditiva, ttil, olfativa e gustativa. A sensao permite a existncia desses sentidos.SensaoAs sensaes nos fazem relacionar com nosso prprio organismo, com o mundo exterior e com o que est nossa volta.

A mente v e a mente escuta.O restante surdo e mudo.Epicarmo, poeta gregoPercepo a funo psquica que permite ao organismo, atravs dos sentidos, receber e elaborar a informao proveniente de seu entorno. H vrios fatores que interferem na percepo de um objeto:Estmulos sensoriais;Localizao do objeto no tempo e no espao;Influncia das experincias prvias dos sujeitos, tais como a cultura e a educao.Percepo Estmulos sensoriaisAs caractersticas fisiolgicas do indivduo tem grande influncia no processo perceptivo. Por exemplo: uma pessoa surda no estabelecer uma diferena sonora ao sair se uma rua extremamente ruidosa e entrar em um ambiente silencioso. Mas no se pode dizer que a percepo de um determinado objeto est conectada a um nico estmulo sensorial.Percepo Localizao do Objeto no tempo e no espaoO ato de perceber implica na proximidade do objeto no tempo e no espao, bem como a possibilidade de ser tocado. Os objetos distantes no tempo no so percebidos, s lembrados ou imaginados. Igualmente, ocorre com os objetos distantes no espao, j que necessrio que os rgos receptores operem sobre ele.Percepo Influncia das experincias prvias dos sujeitosA aprendizagem do processo perceptivo influenciada pelas caractersticas fisiolgicas do indivduo e pelos aspectos histricos-culturais, com tudo isso no mbito da associao total dos diferentes estmulos sensoriais. Neste processo, pode integrar-se a memria, que afetada pelas experincias prvias do sujeito.PercepoSabe-se que a percepo no o resultado de uma nica estimulao, pode-se dizer que no h estmulos isolados da realidade; necessidades, emoes e valores afetam qualquer processo perceptivo.Tambm pode-se considerar que toda percepo o resultado das caractersticas inatas do indivduo, e ao mesmo tempo, de um processo de aprendizagem. Ou seja, as caractersticas psicolgicas condicionam o processo perceptivo.Sensao x PercepoPrecisamos fazer um diferencial entre percepo e sensao. A sensao a capacidade de codificar certos aspectos da energia fsica e qumica que nos circunda, representando-os como impulsos nervosos capazes de serem compreendidos pelos neurnios, ou seja, a recepo de estmulos do meio externo captado por algum dos nossos cinco sentidos: visual, auditiva, ttil, olfativa e gustativa. A sensao permite a existncia desses sentidos.Sensao x PercepoJ a percepo a capacidade de interpretar essa sensao, associando informaes sensoriais a nossa memria e cognio, de modo a formar conceitos sobre o mundo e sobre ns mesmos e orientar nosso comportamento. Por exemplo, um som captado pela nossa sensao auditiva, mas identificar se esse som uma voz humana, uma buzina ou um barulho de algo quebrando, fica a cargo da nossa percepo auditiva. Da mesma forma, quando eu vejo um objeto captado pela minha sensao visual, a percepo visual vai interpretar e associar aquela imagem a um conceito, onde eu posso estar vendo um sof, um rdio ou mesmo um animal de estimao.

Sensao x PercepoEnto, a percepo diferente da sensao. A percepo possui ainda uma caracterstica chamada constncia perceptual. Para os nossos sentidos, cada posio do objeto (perto, longe, claro, escuro) produz uma imagem visual diferente, mas para a percepo trata-se do mesmo objeto. A percepo apenas uma consequncia da nossa sensao e nem sempre est inteiramente disponvel a nossa conscincia, pois filtrada pelo mecanismo da ateno, sono e emoo.

Percepo VisualPercepo visual, dentro da psicologia, uma de vrias formas de percepo associadas aos sentidos. o produto final da viso consistindo na habilidade de detectar a luz e interpretar (ver) as conseqncias do estmulo luminoso, do ponto de vista esttico e lgico.Na esttica, entende-se por percepo visual um conhecimento terico, descritivo, relacionado forma e suas expresses sensoriais. Um tipo de talento, uma caracterstica desenvolvida como uma habilidade de um escultor ou pintor que diferencia os pontos relevantes e no-relevantes de sua obra. Para que depois de pronta - em uma anlise mais detalhada - possa explicar os atributos ali contidos.Percepo VisualO maior problema no estudo da percepo visual que o que as pessoas vem no uma simples traduo do estmulo da retina (ou seja, a imagem na retina). Assim, pessoas interessadas na percepo tm tentado h muito tempo explicar o que o processamento visual faz para criar o que realmente vemos.As leis de organizao da Gestalt tm guiado os estudos sobre como as pessoas percebem componentes visuais como padres organizados ou conjuntos, ao invs de suas partes componentes. Gestalt uma palavra alem que significa "configurao" ou "padro". De acordo com essa teoria, existem fatores que determinam como ns agrupamos coisas de acordo com a percepo visual.Percepo Visual

Semitica no Design de iluminao"A semitica um saber muito antigo, que estuda os modos como o homem significa o que o rodeia.

Semitica no Design de iluminaoA existncia de um projeto decorre da possibilidade de abordagem de um problema, os meios disponveis, as restries presentes e as metas visadas.O designer atua como articulador.Na configurao do projeto se mostram os atributos que constituem a sua possibilidade de comunicao - sua cara. Com a evoluo do Design e a ampliao do seu papel, seu carter estratgico adquire mais fora: alm da manuteno e da circulao, contribuinte para a elevao da qualidade de vida individual e social. Dessa forma, o designer deve estar atento relao comunicativa estabelecida entre o projeto e o cliente.

Dimenses do Projeto LuminotcnicoSuas funes no podem ser explicadas somente tendo por base suas propriedades tcnicas. No se pode compreender a pragmtica de um projeto se todas as suas outras dimenses no forem consideradas.Inclui tanto a anlise de construo tcnica quanto a anlise de detalhes visuais como juntas, aberturas, texturas, cores, etc.A relao entre a construo tcnica e seu ambiente pode ser identificada. O projeto pode se destacar de seu entorno ou pode se incorporar a ele, tendo uma relao neutra ou dominante.

Dimenses do Projeto LuminotcnicoUso entendido como utilizao prtica de um produto, compreendendo toda a sua existncia , de seu planejamento a sua destruio, reuso ou retrofit.Inclui todo o ciclo de vida do projeto.O uso do projeto como produto final inclui o uso prtico, social e esttico.Essa multiplicidade no impede que o designer defina qual a principal funo para cada objeto projetado. Entretanto, ao estabelecer sua relao com a funo, o designer no est impedido de apontar outros usos para o mesmo ambiente.

Identidade do projeto luminotcnicoCategorias de caractersticas manifestas no projeto:Elementos da configurao;Materiais empregados, os procedimentos de execuo e de acabamento;Composio e organizao de suas partes;Esquema cromtico aplicado;Composio e organizao de suas partes.

Referncias projetuaisEm uma abordagem fundamentada em semitica, as questes sgnicas no projeto devem ser consideradas segundo o contexto cultural no qual se d o processo comunicacional.Dependendo da cultura, um signo interpretado de modo prprio. Para o adequado desenvolvimento do projeto, o designer deve ter familiaridade, compreenso e domnio do grupo cultural do produto resultante.Aspectos como tradies, costumes, valores, religio, caractersticas polticas e econmicas devem ser mapeados na fase inicial do projeto, para evitar perda de tempo em futuros ajustes.

Identificao dos valores centrais do projeto luminotcnicoTemos que considerar que algo j tem personalidade, que reflexo da viso e intenes dos que so responsveis pelo empreendimento e pode ser apontado pelo modo como este algo se mostra e se coloca nas contingncias de sua ocorrncia. - Que desafios, mudanas e expectativas pretendem-se enfrentar? - Quais so as medidas estratgicas necessrias para atingir aqueles objetivos? Quais so as competncias necessrias? - Que recursos (humanos, tecnolgicos, informacionais) so necessrios? Que produtos e servios so requeridos para atingir o intento?

Sistemas de IluminaoMuitos profissionais cometem um erro primrio num projeto luminotcnico, partindo inicialmente da definio de lmpadas e/ou luminrias. O primeiro passo de um projeto luminotcnico definir o(s) sistema(s) de iluminao, respondendo basicamente a trs perguntas:

1. Como a luz dever ser distribuda pelo ambiente?2. Como a luminria ir distribuir a luz?3. Qual a ambientao que queremos dar, com a luz, a este espao?

Pelas questes acima, vemos que, qualquer que seja o sistema adotado, ele dever sempre ser escolhido de uma forma intimamente ligada funo a ser exercida no local as laborativas e no laborativas.

Luz influenciando comportamentosAmpliando espaos: luz uniforme no gera sombras bruscas, o que diminui o contraste e cria menos dramaticidade ao ambiente. Com isso, os objetos tambm deixam de ter uma hierarquizao de destaque.

Luz influenciando comportamentosMonotonia e repetio: uma iluminao uniforme, agregada a um ambiente monocromtico e com repetio de elementos. Isso afeta principalmente os locais de trabalho

Luz influenciando comportamentosIntimidade e segredos: uso de pouca luz, destacando apenas as reas de importncia.

Como a luz dever ser distribuda?Para se responder a primeira pergunta, classificamos os sistemas de acordo com a forma que as luminrias so distribudas pelo ambiente e com os efeitos produzidos no plano de trabalho. Esta classificao tambm conhecida como Sistema Principal. Nela, os sistemas de iluminao proporcionam:Iluminao geral;Iluminao localizada;Iluminao de tarefa.

Metodologia projetualDepois de definida toda parte subjetiva e conceitual, um projeto bom luminotcnico pode ser resumido em:

Escolha da lmpada e da luminria mais adequada;Quantidade de luminrias;Disposio das luminrias no recinto;Clculo de viabilidade econmica.

Metodologia projetualO desenvolvimento de um projeto exige uma metodologia para se estabelecer uma seqncia lgica de funcionamento.

Determinao dos objetivos da iluminao e dos efeitos que se pretende alcanar;Levantamento das dimenses fsicas do local, layout, materiais utilizados e caractersticas da rede eltrica no local; Anlise dos Fatores de Influncia na Qualidade da Iluminao;Definio dos pontos de iluminao.;Avaliao do consumo energtico;Avaliao de custos;Clculo de rentabilidade.NormatizaoA ABNT cancela, em 21/03/2013, a norma NBR5413:1992, que trata da iluminncia de interiores; sendo substituda pela norma ABNT NBR ISO /CIE 8995 - 1:2013. Aborda novos critrios, como:Controle de ofuscamento;rea de tarefa;Nvel de iluminamento a ser mantido;Zona marginal e alternncia de quantidade de luz em determinados ambientes.