design, mobilidade ehrenatoh.net/curso/textos/sistema_como_obra2.pdf · 2017-10-16 · É ligado à...
TRANSCRIPT
Design, Mobilidade eEspacialidade
Hermes Renato Hildebrand
Hoje, com as tecnologias da inteligência, as redes informatizadas globalmente conectadas, a realidade virtual e aumentada e a vida artificialmente concebida observamos profundas modificações em nossas relações sociais, econômicas, políticas, psicológicas e interpessoais, e assim, devemos refletir seriamente sobre os valores estéticos, princípios éticos e padrões lógicos no mundo contemporâneo.
A partir da criação da energia elétrica e das ferramentas digitais passamos a observar o mundo através dos sensores eletrônicos e digitais, e assim, de fato, sempre estivemos ampliando nossas capacidades perceptivas.
As Artes e as Ciências estão em busca de suas similaridades e a interação entre os diversos modelos sistêmicos intensificam as possibilidades de simulação em todos os campos do conhecimento humano.
Introdução
Arte, Design e Tecnociência
“O mundo na medida em que estorva é objetivo, objetal e problemático. Um “objeto de uso” é um objeto de que se necessita para afastar outros objetos do caminho. Há nesta definição uma contradição: um obstáculo para se remover obstáculos?
Essa contradição consiste na chamada “dialética interna da cultura” (se por cultura entendermos a totalidade dos objetos de uso).
Essa dialética pode ser resumida assim: eu topo com obstáculos em meu caminho (topo com o mundo objetivo, objetal, problemático), venço alguns destes obstáculos (transformando-os em objetos de uso, em cultura) ...
No caso dos objetos de uso, topo com projetos e design de outros homens. ... Objetos de uso são, portanto, mediações (media) entre mim e os outros homens. São não apenas objetivos, como também intersubjetivos, não apenas problemáticos, mas também dialógicos.”
(FLUSSER, 2007, p.194-195)
Objeto de Uso e Mediação – Vilém Flusser
Arte, Design e Tecnociência
É ligado à forma e ao objeto;
Encontra-se na natureza e na arte;
Provoca o prazer.
air city#ocupaSM
Renato Hildebrand, Efrain Foglia,
Andréia Oliveira, Daniel Paz e
Jordi Sala
(2010)
O Belo – Mario Costa
Arte, Design e Tecnociência
Não pode ser colocado em forma (é percepção e sentimento);
A experiência da impossibilidade de dizer as coisas na sua simples existência;
É a crise do simbólico e de tudo aquilo que não pode ser dito;
O sublime é a dimensão da ação do signo que estabelece a possibilidade de se ler as infinitudes.
O Sublime Tecnológico – Mario Costa
Arte, Design e Tecnociência
As Tecnologias da Inteligência permitem a possibilidade de comunicação entre as pessoas em diferentes lugares criando um espaço de fluxos, os lugares e os territórios. As mídias emergentes e, particularmente os dispositivos móveis, expandem nosso campo de conhecimento e criam novas possibilidade artísticas.
O Sublime Tecnológico
Projeto ID Bairro
Cartografia da R.U.A.
Trabalho foi apresentado nas Oficinas Oswald Andrade
Essa forma de produção de conhecimento gera uma nova dimensão estética e as produções artísticas, que dão ênfase ao fluxo e não mais à forma, cedem lugar ao aleatório, ao acaso, ao efêmero, ao transitório, à subjetividade e ao acontecimento.
O Sublime Tecnológico
MetacampoSCIArts
Obra desenvolvida originalmente com apoio do Instituto Itaú Cultural para a exposição
‘Emoção Art.ficial 5.0 - Autonomia Cibernética’, em 2010”
Criação de ambientes com visualização em 360 graus utilizando fotos convencionais, através do serviço Photosynth.
O Sublime TecnológicoAs formas do sublime tecnológico são múltiplas, individuais e devem ser exploradas pelos artistas das comunicações, mas todas elas têm relações com as noções de abandono do sujeito como centro de nossas reflexões .
As Tecnologias da Inteligência alteram as noções de proximidade, vizinhança e presença. Nos fazem abandonar o centro em direção às bordas e a periferia.
A noção clássica de distância perde o seu sentido original, pois tudo fica igualmente próximo e distante. As coisas não estão nem longe nem perto criam uma terceira dimensão espacial, a da “ausência”.
Os fluxos são dimensões criadas pelas tecnologias de comunicação à distância, e é justamente com essa nova dimensão espacial que os artistas trabalham, “dando forma ao vazio”. (Costa, 2003)
O Sublime Tecnológico
Segundo Milton Santos, as questões estruturais podem ser sintetizadas em modelos que privilegiam o caráter espacial elegendo três conceitos básicos: Espaço, Lugar e Território.
Espaço, Lugar e TerritórioEspaço, Lugar e Território
Espaço: o espaço pode ser entendido como um conjunto de axiomas e relações . Os espaços são sistemas lógicos e suas verdades são associadas ao próprio sistema que, por sua vez, está associado a uma determinada lógica que melhor se adapta a ele.
Lugar: o lugar é uma porção do espaço que possui significado, portanto , transforma-se em signo. O lugar é essencialmente cultural e como tal possui características e significados dados pelas relações que podem ser construídas nele.
Território: o território, assim como o lugar, também é uma porção do espaço que possui significado e que reflete aspectos da cultura . Ele está carregado de intenções ideológicas e possui níveis simbólicos de leitura.
Os Espaços são Modelos Matemáticos e podem ser dividido em três grandes áreas de estudo:
Representações do Espaço Representações do Espaço
A Geometria Euclidiana é aquela que conhecemos e que herdamos de Euclides.
As Geometrias Não-Euclidianas ou Projetivas trata das projeções e das transformações do Espaço.
A Topologia observa as representações espaciais na sua forma mais geral possível. Ela opera com transformações de continuidade.
Na cultura ocidental as representações baseadas na
foram, paulatinamente, sendo substituídas, no imaginário dos artistas e cientistas, por representações das
e, mais recentemente, pelas representações de natureza topológica baseadas, nas teorias das redes, grafos e sistemas complexos:
geometria euclidiana
geometrias não‐euclidianas
a topologia.
Murits C. EscherMetamorfose II (1940)
Representações Espaciais Matemáticas Representações Espaciais Matemáticas
estabelecida pelo modelo do matemático René Descartes (1596‐1650) determina medidas que necessitam de
A noção de identidade
um distanciamento entre o sujeito que observa e aquilo ou aquele que é observado.
A Sagrada FamíliaMichelangelo ‐ c. 1506
Galeria Degli Uffizi ‐ Florence
Esta noção é dada por pontos discretos, tempos, lugares e sujeitos determinados e por objetospré‐definido.
Geometria EuclidianaGeometria Euclidiana
Nesse momento temos estabelecido a noção de ponto fixo e de um corpo centrado no espaço.
O conceito decerteza e as tendências em direção ao centro esfacelam‐se e, gradativamente, vão sendo substituídos pelas
verdade‐absoluta,
verdades-relativas,
MichelangeloO Juízo Final Universal
(1508‐1512)
Geometria EuclidianaGeometria Euclidiana
pelas incertezas e conceitos que acentuam as características periféricas e as bordas dos fenômenos.
Com as máquinas e as tecnologias mecânicas, as representações do espaço fundem‐se com o tempo, gerando movimentos contínuos que são estudados através das séries infinitas, das funções e do cálculo diferencial e integral. Tudo torna‐se movimento.
Étienne-Jules Marey (1830 - 1904)
Running Chronophotograph
Na arte podemos perceber estas mesmastransformações no processo de geração de imagem com a fotografia, o cinema e as representações dos quadros cubistas, futuristas e dadaístas.
Geometria Não-EuclidianaGeometria Não-Euclidiana
Tais movimentos mostram que as várias perspectiva do olhar
define‐se a partir do lugar de onde se olha.
Verificamos a coexistência de múltiplos espaços, da diversidade de caminhos , da existência de
paradoxos, a inclusão do acaso , o inacabado, enfim, outras noções espaciais e temporais surgem.
Na matemática aparecem asGeometrias Não‐Euclidianas.
Marcel DuchampNu Descendo Escada (1911- 1918)
Geometria Não-EuclidianaGeometria Não-Euclidiana
Com o surgimento da máquina fotográfica e a reprodução de imagens, o conceito de autenticidade da obra dá lugar à reprodutibilidade técnica ao perder a referência com o original.
A aura da obra deixa de ser um discurso consagrado.
Eadweard MuybridgeMulher seminua em movimento de
locomoção humana e animal
Geometria Não-EuclidianaGeometria Não-Euclidiana
As representações que há muito estiveram apoiadas em
na identidade de objeto e de sujeito e nos conceitos determinados, dão lugar
As mídias digitais permitem estabelecer convergências entre os vários formatos e suas linguagens.
às redes, à multiplicidade de conexões e relacionamentosatravés das interfaces tecnológicas de informação e comunicação
pontos fixos, em unidades discretas de tempo e espaço,
Retrato de FabianaWaldemar Cordeiro (1970)
Imagem gerada por sistemas computacionais.
TopologiaTopologia
A rede é um conjunto de nós que podem ser: lugares, memórias, elementos nos bancos de dados, pontos de conexão, pessoas numa fila, enfim, tudo aquilo que se caracteriza como um elemento fixo.
Regina SilveiraLuz da Luz, 2006
A definição matemática de rede pode ser muito abrangente e genérica.
TopologiaTopologia
A rede está associada ao objeto matemáticos pela sua natureza topológica.
As redes são técnicas, mas também são sociais.
Focar no sistema em vez da obra propriamente dita, é dar ênfase à fluidez das bordas, às conexões, aos espaços vazios, ao sujeito mediado pelo Outro, pela linguagem e pela cultura e às forças não visíveis da natureza.
Esta dinâmica nos leva ao Sistemas como Obra de Arte.
TopologiaTopologia
Life Writer(2006)
Laurent MIGNONNEAU &Christa SOMMERER
Paradigmas de Percepção
BelezaVisão Cientificista
Imitação da Vida
Expressão de Sentimentos
Arte pela Arte
Conceito
Didática Religiosa
Processo
Arte como Sistema
Sistema como ObraSistema como Obra
Território e Mobilidade
Em “Diálogos Intercontinentais 2.0: Convergência e Media City" elaborou‐se elações entre os lugares e territórios através de ações participativas e práticas artísticas.
A intenção era oferecer um ambiente colaborativo de desenvolvimento em rede que se utiliza de ferramenta para a construção de mapas onde se dão as ações e se constroem narrativas.
http://www.mobilitylab.net/aircity/
Air City: activar lo intangible – Efraín Foglia + Josep Cerdà + Grupo GIIP/Brasil
Projeto iD Bairro SP#02 – São Paulo/BrasilCom curadoria de Lilian Amaral
Território e Mobilidade
A Realidade Aumentada propõe a construção de um sistema em rede on-line que permitirá a organização de um banco de dados com fotos, vídeos, registros sonoros, textos e informações utilizando as ferramentas computacionais.
Perspectiva de visualização com realidade aumentada. Catedral Metropolitana Ortodoxa no Brasil.
Projeto MediaCity no Bairro do Bom Retiro.
Território e Mobilidade
Este sistema, baseado na Estética do Banco de Dados, apropria-se de mapas, diagramas e dados que serão organizados por narrativas que se utilizam de sistemas georeferenciados. Essas informações serão armazenadas numa base de dados e conectadas às redes digitais já existentes [blogs, ambientes computacionais com finalidades específicas como: youtube, flicker, wordpress, panoramio, historypin, etc ...]
Atualmente, com a evolução dos softwares de compartilhamento de informações e gestão de conteúdo estamos chegando a um grande momento de apropriação das Tecnologias da Inteligência.
As ferramentas tecnológicas permitem a criação de ambientes colaborativos, baseados em conteúdo aberto e na gestão de conteúdo pelos usuários, onde pesquisadores, artistas e pessoas em geral podem construir e compartilhar as suas informações e conhecimentos.
Território e Mobilidade Imagem de parte da visão panorâmica da Capela Padre Faria,
em que o protótipo de QR feito no azulejo direciona o experimentador
Imagem de parte da visão panorâmica da Capela Padre Faria, em que o
protótipo de QR feito no azulejo direciona o observador.
O objetivo é construir um mapeamento dos territórios com base nas experiências vividas, bem como, criar narrativas no decorrer do projeto a partir de workshops, intervenções urbanas, levantamento de dados permitindo interações relacionando às diferentes camadas de tempo e de espaço relativas aos territórios escolhidos.
AirCity: São Paulo – Brasil - Setembro 2011.
É um projeto de som locativo aplicado ao espaço digital público. O sistema permite ao usuário navegar (usando um telefone celular) dentro do espaço físico de modo que ativa sons locais que narram realidades das cidades intangíveis.
Foi realizado no Brasil em parceria com Efraín Foglia, Josep Cerdà e o Grupo de Pesquisadores do Brasil GIIP da UNESP – Coordenado por Rosangela Leote, com curadoria de Lilian Amaral.
Território e Mobilidade
É uma instalação que envolve o uso do espaço físico, dispositivos móveis (Android), mapeamento de rede sem fio e som, todas as interfaces relacionadas através PureData e Processing . A proposta explora a possibilidade de ativar o "espaço invisível" de uma localização física, a partir de uma abordagem social, política e estética.
Território e Mobilidade – Air City
A proposta tem origem no diálogo entre Espanha e Brasil, por meio
de pesquisas desenvolvidas na cidade de São Paulo e Barcelona.
Air City
Território e MobilidadeThe Transborder Immigration ToolRicardo Dominguez se autodenomina um "Artivist“ . Ele cria um diálogo entre as fronteiras estéticas e políticas.
“Sempre vemos o nosso ativismo dentro do campo da arte e da poesia “.
Ele criou um sistema de mistura arte e ativismo político que usam GPS e telefones celulares e visa criar uma maneira para que os imigrantes possam se orientar para cruzar a fronteira entre o Estados Unidos e México.
O dispositivo pretende reduzir o número de mortes ao longo da fronteira, ajudando imigrantes a localizar recursos tais como água e orientam sobre onde estão os elementos de controle e segurança.
Território e MobilidadeThe Transborder Immigration Tool
http://vimeo.com/24771347#
"O que precisávamos era de um telefone barato que se poderia quebrar o sistema de GPS e que aceitasse novos algoritmos."
http://bang.calit2.net/xborderblog/?p=240
CpnclusõesCpnclusõesDeleuze e Guattari apontam para a existência de uma tendência na ciência em tornar-se cada vez mais ciência dos acontecimentos, em vez de estrutural. Os cientistas ocupam-se, cada vez mais, com acontecimentos singulares que se efetuam em corpos, em estados de corpos, agenciamentos totalmente heterogêneos entre eles, daí a necessidade do apelo à interdisciplinaridade.
As dimensões criativas encontram-se não mais na representação, mas nas relações não discursivas. Nessa outra lógica, capaz de apreender a dimensão criativa do encontro com a produção em questão, é o movimento, a intensidade dos processos que levada em conta suas operações que podem estar ligadas a:
• uma multiplicidade caracterizada pela inseparabilidade das variações, uma multiplicidade intensiva;
• um conceito de tempo real que responda a essa lógica de intensidades – o conceito de duração, criado por Bergson/Deleuze/Guattari;
• a produção de sentido no encontro com formações representativas e não-representativas;
• uma relação complexa que envolva tanto esquemas arborescentes quanto linhas rizomáticas.
CpnclusõesCpnclusõesA comunicação enquanto passagem pode funcionar como um meio para desviar, criar e abrir para um virtual como a coexistência das diferenças.
O autor entende uma comunicação não consensual, e que inclui as diferenças e os ruídos. Sob uma abordagem como essa, é possível pensar numa condição de criação que se refaz, se conecta e se ramifica.
Com a mídia digital existe a possibilidade de uma nova prática como um meio para a concretização de um objetivo ético-estético, que seria: criar na mesma escala em que podemos destruir.
Guattari (1992) fala de um novo paradigma ético-estético de criação, implicando uma condição de alteridade na relação com o mundo e com a vida. O ético trata da construção de mundos, de escolhas que envolvem, ao mesmo tempo, dimensões sociais, tecnológicas, científicas, culturais, entre outras. Essas escolhas são da ordem do método e do projeto, portanto do design. Aquele que projeta através de processos.
Mídias Locativas e Cartografia Urbana no Projeto MediaCity
Hermes Renato Hildebrand/UNICAMP/BrasilAndréia Machado Oliveira/UFSM/Brasil
Efraín Foglia/UVIC/Espanha
• O presente trabalho direciona‐se aos discursos narrativos coletivos e colaborativos, com foco na preservação do patrimônio imaterial e na ativação dos espaços invisíveis através das mídias locativas.
air city#ocupaSMEfrain Foglia,
Renato Hildebrand, Andréia Oliveira,
Daniel Paz eJordi Sala
(2010)
Projeto MediaCityLaboratório ‐Mobilitylab
• O projeto MediaCity, desenvolvido por Efraín Foglia e Jordí Sala, conta com dispositivos tecnológicos que têm como prioridade a ativação de narrativas que envolvem a cidadania e que geram navegações específicas através de plataforma computacional e de rede “mobilitylab” que foca a interação digital e investigação crítica com base na mobilidade e ubiqüidade contemporânea.
• Estes sistemas tecnológicos podem ser visualizados através de instalações e o público pode ativar diferentes áreas de sons e imagens ao explorar locais físicos e mapeados virtuais realizados pelo sistema computacional desenvolvido para ambientes internos e externos.
• Assim, várias experiências na internet (blogs, softwares livres, podcasting, wikis, etc.) mostram o potencial das mídias de função pós‐massivas. Essas experiências se baseiam, segundo Lemos (2005) em três princípios fundamentais da cibercultura: a liberação da emissão, a conexão generalizada e a reconfiguração das instituições e da indústria cultural de massa.
LEMOS, André. Ciber‐cultura‐remix, 2005. Disponível em: www.facom.ufba.br/ciberpesquisa/andrelemos/remix.pdf.
Acesso em: 15 abr. 2012.
AirCity:arte#ocupaSM
• Na proposta AirCity:arte#ocupaSM modelou‐se uma sala do Prédio da Administração daFerrovia que, em si representa a Vila Belga, apartir das necessidades e narrativas sociais,culturais, políticas e artísticas estabelecidaspelo trabalho. A produção artística, em suapoética, problematiza questões sobreterritorialidade, cidadania, memória ecartografia.
• Foto 100_5309.JPG
AirCity:arte#ocupaSM
• Fotos 100_5441.JPG, IMG_3793.JPG, IMG_3902.JPG
Cartografias Urbanas
• Os modos de fazer artístico, pensado pelasredes, apropriam‐se do “espaço‐tempo” etransformam territórios e lugares interferindoem questões estéticas, políticas, sociais etecnológicas, no nosso caso, relativas aocontexto urbano.
• Durante a realização do projeto airCity:arte#ocupaSM, por um lado, percebeu‐se a potência da arte de explicitar relações sociais que acabam sendo naturalizados pelo tempo; mas, por outro lado, o desafio de ativar em nível social outros modos relacionais que conjugam arte e vida.
• Mapear e cartografar nesta “ocupação” artística deu‐se no sentido de se atualizar os trajetos da cidade, não se direcionando a um passado esquecido, mas ativando o potencial do presente, uma vez que tais memórias continuam pulsantes e ativas no território. As narrativas visuais, falas e depoimentos dos moradores da Vila Belga, de algum modo, constroem este lugar na cidade, no lugar físico do sistema AirCity e o no lugar atualizado na Internet (www.hrenatoh.net/aircity/ ).
Referências• COSTA, M. O sublime tecnológico, São Paulo: Experimento, 1995.• DELEUZE, G. Crítica e Clínica. São Paulo: Editora 34, 1997.• DELEUZE, G. e GUATTARI, F. O que é filosofia? Rio de Janeiro: Editora 34,
1992.• DELGADO, M. El espacio público como ideologia, Madrid: Editorial Los
Libros de la Catarat, 2011.• FOUCAULT, M. História da Sexualidade 2: o uso dos prazeres, Rio de
Janeiro: Edições Graal, 1984.• OLIVEIRA, A. M. Um Olhar Sobre O Invisível: o Duplo Cognição E Criação No
Território‐Escola. Dissertação no curso de Psicologia Social e Instituicional. Porto Alegre: PSICO –UFRGS, 2006.
• OLIVEIRA, A. M., FONSECA, T. M. G. Os devires do território‐escola: trajetos, agenciamentos e suas múltiplas paisagens. In: Educação e Realidade, v.31, p.135 ‐ 153, 2006.
Território e Mobilidade
Em “Diálogos Intercontinentais 2.0: Convergência e Media City" elaborou‐se elações entre os lugares e territórios através de ações participativas e práticas artísticas.
A intenção era oferecer um ambiente colaborativo de desenvolvimento em rede que se utiliza de ferramenta para a construção de mapas onde se dão as ações e se constroem narrativas.
http://www.mobilitylab.net/aircity/
Air City: activar lo intangible – Efraín Foglia + Josep Cerdà + Grupo GIIP/Brasil
Projeto iD Bairro SP#02 – São Paulo/BrasilCom curadoria de Lilian Amaral
Território e Mobilidade
A Realidade Aumentada propõe a construção de um sistema em rede on-line que permitirá a organização de um banco de dados com fotos, vídeos, registros sonoros, textos e informações utilizando as ferramentas computacionais.
Perspectiva de visualização com realidade aumentada. Catedral Metropolitana Ortodoxa no Brasil.
Projeto MediaCity no Bairro do Bom Retiro.
Território e Mobilidade
Este sistema, baseado na Estética do Banco de Dados, apropria-se de mapas, diagramas e dados que serão organizados por narrativas que se utilizam de sistemas georeferenciados. Essas informações serão armazenadas numa base de dados e conectadas às redes digitais já existentes [blogs, ambientes computacionais com finalidades específicas como: youtube, flicker, wordpress, panoramio, historypin, etc ...]
Atualmente, com a evolução dos softwares de compartilhamento de informações e gestão de conteúdo estamos chegando a um grande momento de apropriação das Tecnologias da Inteligência.
As ferramentas tecnológicas permitem a criação de ambientes colaborativos, baseados em conteúdo aberto e na gestão de conteúdo pelos usuários, onde pesquisadores, artistas e pessoas em geral podem construir e compartilhar as suas informações e conhecimentos.
Território e Mobilidade Imagem de parte da visão panorâmica da Capela Padre Faria,
em que o protótipo de QR feito no azulejo direciona o experimentador
Imagem de parte da visão panorâmica da Capela Padre Faria, em que o
protótipo de QR feito no azulejo direciona o observador.
O objetivo é construir um mapeamento dos territórios com base nas experiências vividas, bem como, criar narrativas no decorrer do projeto a partir de workshops, intervenções urbanas, levantamento de dados permitindo interações relacionando às diferentes camadas de tempo e de espaço relativas aos territórios escolhidos.
AirCity: São Paulo – Brasil - Setembro 2011.
É um projeto de som locativo aplicado ao espaço digital público. O sistema permite ao usuário navegar (usando um telefone celular) dentro do espaço físico de modo que ativa sons locais que narram realidades das cidades intangíveis.
Foi realizado no Brasil em parceria com Efraín Foglia, Josep Cerdà e o Grupo de Pesquisadores do Brasil GIIP da UNESP – Coordenado por Rosangela Leote, com curadoria de Lilian Amaral.
Território e Mobilidade
É uma instalação que envolve o uso do espaço físico, dispositivos móveis (Android), mapeamento de rede sem fio e som, todas as interfaces relacionadas através PureData e Processing . A proposta explora a possibilidade de ativar o "espaço invisível" de uma localização física, a partir de uma abordagem social, política e estética.
Território e Mobilidade – Air City
A proposta tem origem no diálogo entre Espanha e Brasil, por meio
de pesquisas desenvolvidas na cidade de São Paulo e Barcelona.
Air City
ConclusõesConclusõesDeleuze e Guattari apontam para a existência de uma tendência na ciência em tornar-se cada vez mais ciência dos acontecimentos, em vez de estrutural. Os cientistas ocupam-se, cada vez mais, com acontecimentos singulares que se efetuam em corpos, em estados de corpos, agenciamentos totalmente heterogêneos entre eles, daí a necessidade do apelo à interdisciplinaridade.
As dimensões criativas encontram-se não mais na representação, mas nas relações não discursivas. Nessa outra lógica, capaz de apreender a dimensão criativa do encontro com a produção em questão, é o movimento, a intensidade dos processos que levada em conta suas operações que podem estar ligadas a:
• uma multiplicidade caracterizada pela inseparabilidade das variações, uma multiplicidade intensiva;
• um conceito de tempo real que responda a essa lógica de intensidades – o conceito de duração, criado por Bergson/Deleuze/Guattari;
• a produção de sentido no encontro com formações representativas e não-representativas;
• uma relação complexa que envolva tanto esquemas arborescentes quanto linhas rizomáticas.
ConclusõesConclusõesA comunicação enquanto passagem pode funcionar como um meio para desviar, criar e abrir para um virtual como a coexistência das diferenças.
O autor entende uma comunicação não consensual, e que inclui as diferenças e os ruídos. Sob uma abordagem como essa, é possível pensar numa condição de criação que se refaz, se conecta e se ramifica.
Com a mídia digital existe a possibilidade de uma nova prática como um meio para a concretização de um objetivo ético-estético, que seria: criar na mesma escala em que podemos destruir.
Guattari (1992) fala de um novo paradigma ético-estético de criação, implicando uma condição de alteridade na relação com o mundo e com a vida. O ético trata da construção de mundos, de escolhas que envolvem, ao mesmo tempo, dimensões sociais, tecnológicas, científicas, culturais, entre outras. Essas escolhas são da ordem do método e do projeto, portanto do design. Aquele que projeta através de processos.
62
projeto
MetaCampo
SCIArtsEquipe Interdisciplinar
SESC Araraquara - 2011
VENTO
MOVIMENTAÇÃO DAS HASTES NO CAMPO
As informações do vento do lado externo ao prédiocriam diferentes movimentações no campo, de acordo com as condições climáticas.
VENTO externo
A presença e atitudesdopúblico influência as movimentações que o vento externo (os elementos naturais) produz (em)no campo.
Vista superior
Vista frontal
Campo formado por hastes.
5m
3m
5m
63
1m
4.60m2.50m
5m
1.50m
espe
lho
Superfície formada por
hastes verticais de
1m.Organizadas em módulos de 0.60m x 0.60m.
Planta do espaço da obra.
20cm
50cm
espe
lho
passarela
Sistema de movimentação do ventilador.
pé dire
itoDe
pend
e do
local
2.50m1.50m
Local em espaço externo ao prédio para instalação do Anemômetro (sensor de
medição da velocidade e direção do vento).
Conexão por fio do anemômetro ao computador.
espelho
espelho
64
espe
lho
Espaço para
o pú
blico
hastes
0.60m
0.60m
hastes
hastes
espe
lho Interações?
Deslocar uma fila de módulos para o outro lado da passarela.
Sistema de interação
ANEMÔMETRO COMPUTADOR PLACAARDUÍNO
WEB CAM
SISTEMA DE MOVIMENTAÇÃO DO VENTILADOR
HASTES
65
3m
5m
Y
X
ventilador
Eixo X
Eixo Y
Eixo X
Eixo Y
Motor X Motor Y
Motor X
ventilador
0 300
500
Motor V1 Motor V2
Inclinação e direção do ventilador
Posição do ventilador no
Eixo X
Posição do ventilador no
Eixo Y
0 500
Sistema de movimentaçãodo ventilador
66
MetaCampo