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DESIGN COMO FATOR CHAVE PARA O PROCESSO DE INOVAÇÃO DE PRODUTO NO SETOR DE ROCHAS ORNAMENTAIS Romeu e Silva Neto (IFF ) [email protected] THAIS FERREIRA TORRES (IFF ) [email protected] O setor industrial tem sofrido modificações profundas, ao passar por uma completa reestruturação produtiva. Inovação e design passam a ter papel fundamental na competitividade das indústrias. Essas inovações podem ser classificadas em inovaação de produto, processo, marketing e operacional. As inovações de produto referem-se à introdução de bens e serviços novos ou de melhorias em relação às ofertas existentes. A importância da inovação de produto no setor de rochas ornamentais da região Noroeste do Estado do Rio de Janeiro é o tema central deste artigo, que objetiva analisar e descrever o processo de desenvolvimento da inovação para a modernização e diversificação do portfólio de produtos das empresas do setor. Este trabalho tem um caráter exploratório e descritivo, realizado por meio de visitas técnicas e uma extensa pesquisa bibliográfica. Inicialmente, busca-se apresentar o atual quadro tecnológico em que se encontra o setor. Em seguida, busca-se conceituar e descrever conceitos importantes como ‘inovação de produtos’ e ‘processo de desenvolvimento de produtos’. Por fim, busca-se analisar e descrever o processo de desenvolvimento da inovação para a modernização e diversificação do portfólio de produtos das empresas do setor, procurando-se identificar os impactos positivos desse processo para as empresas do setor. São apresentadas alternativas de inovação de baixa, média e alta complexidade para os produtos no setor. No entanto, a adoção das inovações de produtos de média e alta complexidade, que geram maior lucratividade, só se apresentam viáveis para as empresas que adotem as inovações de processo disponíveis, que exigem investimentos em equipamentos mais modernos. Palavras-chave: Design, inovação de produtos, competitividade, rochas ornamentais XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016.

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DESIGN COMO FATOR CHAVE PARA O

PROCESSO DE INOVAÇÃO DE

PRODUTO NO SETOR DE ROCHAS

ORNAMENTAIS

Romeu e Silva Neto (IFF )

[email protected]

THAIS FERREIRA TORRES (IFF )

[email protected]

O setor industrial tem sofrido modificações profundas, ao passar por

uma completa reestruturação produtiva. Inovação e design passam a

ter papel fundamental na competitividade das indústrias. Essas

inovações podem ser classificadas em inovaação de produto, processo,

marketing e operacional. As inovações de produto referem-se à

introdução de bens e serviços novos ou de melhorias em relação às

ofertas existentes. A importância da inovação de produto no setor de

rochas ornamentais da região Noroeste do Estado do Rio de Janeiro é

o tema central deste artigo, que objetiva analisar e descrever o

processo de desenvolvimento da inovação para a modernização e

diversificação do portfólio de produtos das empresas do setor. Este

trabalho tem um caráter exploratório e descritivo, realizado por meio

de visitas técnicas e uma extensa pesquisa bibliográfica. Inicialmente,

busca-se apresentar o atual quadro tecnológico em que se encontra o

setor. Em seguida, busca-se conceituar e descrever conceitos

importantes como ‘inovação de produtos’ e ‘processo de

desenvolvimento de produtos’. Por fim, busca-se analisar e descrever o

processo de desenvolvimento da inovação para a modernização e

diversificação do portfólio de produtos das empresas do setor,

procurando-se identificar os impactos positivos desse processo para as

empresas do setor. São apresentadas alternativas de inovação de

baixa, média e alta complexidade para os produtos no setor. No

entanto, a adoção das inovações de produtos de média e alta

complexidade, que geram maior lucratividade, só se apresentam

viáveis para as empresas que adotem as inovações de processo

disponíveis, que exigem investimentos em equipamentos mais

modernos.

Palavras-chave: Design, inovação de produtos, competitividade,

rochas ornamentais

XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016.

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1. Introdução

Ao longo dos últimos anos, o setor industrial tem sofrido modificações profundas, ao passar

por uma completa reestruturação produtiva resultante das inovações técnicas, organizacionais

e mercadológicas adotadas pelas empresas. As mudanças estabelecidas nas organizações

cunharam um novo padrão produtivo, no qual inovação e design passam a ter papel

fundamental na competitividade das indústrias (NAVEIRO; GOUVINHAS, 2010). Essas

inovações, segundo Cunha, oliveira, Rozenfeld (2013), podem ser classificadas em inovação

de produto, processo, marketing e operacional.

As inovações de produto, objeto de investigação deste trabalho, referem-se à introdução de

bens e serviços novos ou de melhorias em relação às ofertas existentes. O processo de

inovação de produtos pode ser descrito como a combinação de passos, atividades, decisões e

objetivos que, se bem executados, entregarão novos produtos e/ou serviços aos clientes.

Divide-se em quatro subprocessos: planejamento da inovação, desenvolvimento de

tecnologias, desenvolvimento de produtos e lançamento no mercado. O planejamento da

inovação corresponde ao início do processo de inovação. Ele começa com a identificação de

uma oportunidade de mercado e termina com a aprovação de um novo projeto para

desenvolvimento. (CUNHA, OLIVEIRA, ROZENFELD, 2013)

A importância da inovação de produto no setor de rochas ornamentais da região Noroeste do

Estado do Rio de Janeiro e de como o planejamento desse processo podem se tornar

diferenciais competitivos para as empresas do setor são os temas centrais deste artigo, que

objetiva analisar e descrever o processo de desenvolvimento da inovação para a modernização

e diversificação do portfólio de produtos das empresas do setor.

Esse processo de inovação se justifica pela necessidade de se mudar o atual quadro de

estagnação e crise vivenciado pelas empresas do setor. A resistência a mudanças ao longo de

mais de quatro décadas e a falta de capacitação técnica e profissional de empresários e

trabalhadores são alguns dos fatores que têm inibido as práticas de inovação no setor. Os

principais produtos comercializados pelas empresas no setor ainda são a tradicional lajinha

11,5 cm x 23,0 cm e algumas de suas derivações. E o processo de produção da maioria das

empresas ainda é muito artesanal, de alto impacto ambiental, intensivo em mão de obra e com

poucos equipamentos tecnologicamente avançados.

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Este trabalho tem um caráter exploratório e descritivo. Inicialmente, busca-se apresentar o

atual quadro tecnológico em que se encontra o setor de rochas ornamentais no Noroeste

Fluminense. Para tanto, realiza-se uma pesquisa de campo com visitas técnicas a cinco

empresas da região, sugeridas pelo SINDGNAISSES (Sindicato de Extração e Aparelhamento

de Gnaisses no Noroeste do Estado do Rio de Janeiro) como as mais representativas da

região. O instrumento de coleta de dados foi um questionário aberto aplicado in loco a

empresários e trabalhadores do setor. Além disso, desenvolve-se uma extensa pesquisa

bibliográfica sobre o tema “rochas ornamentais” na região objeto de investigação. Em

seguida, busca-se conceituar e descrever conceitos importantes como „inovação de produtos‟,

„planejamento da inovação‟ e „processo de desenvolvimento de produtos‟. Nesse sentido,

desenvolveu-se uma vasta pesquisa bibliográfica em publicações especializadas sobre o tema,

como livros, artigos científicos de congressos e de periódicos nacionais e internacionais

indexados em bases de dados eletrônicas, bem como teses e dissertações dos principais

programas de pós-graduação do Brasil. Por fim, busca-se analisar e descrever o processo de

desenvolvimento da inovação para a modernização e diversificação do portfólio de produtos

das empresas do setor, procurando-se identificar os impactos positivos desse processo para as

empresas do setor.

2. As rochas ornamentais no Brasil e na Região Noroeste Fluminense

O termo “rocha ornamental” é utilizado para caracterizar materiais rochosos utilizados para

fins de ornamentação e revestimento. No setor extrativo mineral, as rochas ornamentais têm

se destacado como um dos negócios mais promissores da área. O Brasil está entre os cinco

maiores produtores mundiais de Rochas Ornamentais, movimentando nos mercados interno e

externo, transações comerciais de US$ 4,1 bilhões/ano. Cerca de 11.300 empresas integradas

à cadeia produtiva no setor geram, aproximadamente, 140 mil empregos diretos e 420 mil

empregos indiretos. (ABIROCHAS, 2012).

A Região Noroeste do Estado do Rio de Janeiro é uma das áreas produtoras no país.

Caracterizado como o principal polo mineral do Estado, atuam nesse setor na região mais de

300 pedreiras e 76 serrarias, que empregam cerca de 3.000 pessoas (DRM/RJ, 2012). As

rochas da região diferem dos mármores e granitos da região de Cachoeiro do Itapemirim, no

Estado do Espírito Santo, e são classificadas como gnaisse, tendo sua aplicação principal em

muros, fachadas, pisos e paisagismo, mas com valores de comercialização significativamente

menores que os mármores e granitos capixabas.

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As empresas do setor na região têm como características principais micro porte, baixo nível

tecnológico e baixo nível de qualificação técnica e gerencial. Apesar da importância

econômica, o setor apresenta dificuldades, tanto no que diz respeito à capacitação tecnológica

dos empresários e trabalhadores quanto com relação ao meio ambiente e à sustentabilidade.

Embora a exploração e produção de rochas ornamentais tenham crescido bastante nos últimos

anos, as técnicas de extração e produção rudimentares e artesanais têm comprometido a

produtividade e a competitividade das empresas, além de aumentarem os impactos ambientais

das atividades na região (SILVA NETO; SILVESTRE, 2013). Mas um dos principais

problemas do setor e que prejudica a comercialização dos produtos é a falta de inovação e a

pouca variedade do portfólio de produtos.

3. Inovação tecnológica

A inovação tecnológica é essencial para o aumento da produtividade e da competitividade das

empresas. A atividade de concepção e desenvolvimento de novos produtos está estreitamente

vinculada aos processos de inovação tecnológica praticados nas empresas, que têm plena

consciência de que seu sucesso é fortemente dependente da maneira como projetam seus

produtos e de sua habilidade de “organizar, processar e aprender através das informações

relacionadas ao ciclo de desenvolvimento de seus produtos”. (NAVEIRO; GOUVINHAS,

2010, p. 45).

Existem diversas definições distintas para o conceito de inovação. Para o Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a inovação é a introdução no mercado, com

êxito, de produtos, serviços, processos, métodos e sistemas que não existiam anteriormente,

ou contendo alguma característica nova e diferenciada da que estava em vigor até o momento.

Quanto à sua classificação, ainda segundo o BNDES (2015), ela é dividida em quarto tipos:

Inovação de processo - significa introduzir na organização empresarial um processo

produtivo novo ou significantemente aprimorado, ou seja, instalar novas tecnologias

de produção ou tecnologias significantemente aperfeiçoadas, assim como também

métodos de oferta de serviços e equipamentos de suporte à produção.

Inovação de produto - é a introdução no mercado de um produto novo, sendo este um

produto em que suas características fundamentais, como especificidades técnicas e

componentes, se diferenciam de todos os produtos previamente produzidos. Também

pode ser a introdução de um produto significantemente aprimorado, onde um produto

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previamente existente tem seu desempenho substancialmente aperfeiçoado, como, por

exemplo, através da utilização de matérias-primas de maior rendimento.

Inovação organizacional - consiste na implementação de nova gestão ou de

significativas mudanças na organização funcional do trabalho e nas relações externas.

Esse tipo de inovação deve resultar de decisões estratégicas tomadas pela direção da

empresa e buscar constituir uma novidade organizacional para esta.

Inovação de marketing - é a utilização de novas estratégias ou conceitos, diferentes

dos já utilizados no mercado. Pode consistir em mudanças na forma de

comercialização, nos canais de venda e em suas divulgações. Não ocorrem mudanças

nas características funcionais ou de uso do produto. Esse tipo de inovação pode ser

utilizada para melhor atender as necessidades dos clientes, conquistar novos mercados

ou relançar no mercado um produto.

3.1. Inovações tecnológicas no setor de rochas ornamentais da Região Noroeste

Fluminense

A partir dos anos 1980 e, mais incisivamente, a partir de 1990, diversas iniciativas para o

desenvolvimento tecnológico do setor de rochas ornamentais da região Noroeste Fluminense

foram desenvolvidas. No entanto, embora com impactos significativos no setor, sempre

estiveram mais ligadas diretamente à inovação de processo, conforme definido anteriormente,

focando os esforços, preferencialmente, no desenvolvimento de tecnologias que viessem

aumentar a produtividade e reduzir os impactos ambientais das atividades, conforme se pode

observar na Figura 1, a seguir.

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Figura 1 – Inovações tecnológicas na indústria de rochas ornamentais da Região Noroeste

Fluminense

Fonte: SILVA NETO; SILVESTRE (2013)

Apesar do esforço das diversas instituições em desenvolver essas tecnologias para o setor de

rochas ornamentais, estas não se encontram amplamente difundidas na região Noroeste

Fluminense. Os principais obstáculos são a falta de informação, falta de profissionais

qualificados e resistência à mudança por parte das empresas (SILVA NETO e SILVESTRE,

2013; SILVESTRE e SILVA NETO, 2013; SILVESTRE e SILVA NETO, 2014).

Observou-se, nas visitas técnicas e nas entrevistas realizadas, que as inovações de processo

não têm sido suficientes para aumentar a competitividade do setor, tornando-se necessário

investir mais nas outras modalidades de inovação: de produto, organizacionais e de

marketing.

Embora já existam, atualmente, iniciativas em desenvolvimento de cunho organizacionais e

de marketing, este trabalho focará as iniciativas de inovação de produto, por estas já se

encontrarem em estágio mais avançado no setor na região objeto de estudo.

4. Inovação de produto

As empresas da região oferecem pouca variedade de produtos. Seu produto principal é a

tradicional lajinha de 11,5 cm x 23,0 cm muito comumente utilizada no revestimento de

muros externos e calçadas, conforme se pode observar na Figura 2, a seguir. Muito poucas

empresas têm condições de oferecer produtos diferenciados e customizados em função da

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falta de equipamentos especializados, problema que foi agravado pelas dificuldades de

difusão tecnológica no setor.

Figura 2: Lajinha tradicional utilizada em muros e calçadas externas

Fonte: arquivo pessoal dos autores

Para reverter esse quadro de falta de inovação nos produtos, faz-se necessário desenvolver

esforços articulados com instituições de apoio para o desenvolvimento de produtos

alternativos às tradicionais lajinhas, uma vez que as empresas, por si só, não têm condições

para tal iniciativa. Para tanto, faz-se necessário recorrer aos modelos de Planejamento de

Desenvolvimento de Produto (PDP).

São diversas as abordagens, terminologias, conceituações e modelos para o PDP. Embora

cada proposta traga algumas diferenças, em essência, são muito semelhantes. Rozenfeld et al.

(2006, p.3) apresenta uma boa definição e um bom modelo para o âmbito deste trabalho:

“[...] um conjunto de atividades por meio das quais se busca, a partir das

necessidades do mercado e das possibilidades e restrições tecnológicas, e

considerando as estratégias competitivas e de produto da empresa; chegar às

especificações de projeto de um produto e seu processo de produção; para que a

manufatura seja capaz de produzi-lo [...]”

O modelo desenvolvido por Rozenfeld et al. (2006), o qual é denominado Modelo Unificado

de PDP, estrutura-se de forma sistemática, divide-se em macrofases (Pré-desenvolvimento,

Desenvolvimento e Pós-desenvolvimento), fases, etapas e atividades. Esta divisão permite

uma melhor compreensão e facilita o uso no desenvolvimento de produtos nas empresas,

conforme apresentado na Figura 3.

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Figura 3 - Modelo de desenvolvimento de produto

Fonte: Rozenfeld et al. (2006)

Seguindo essas fases, este trabalho propõe desenvolver propostas de inovação em três classes

de complexidade:

baixa complexidade, para propostas que não exijam grandes mudanças, apenas um

melhor aproveitamento da matéria-prima e dos resíduos gerados;

média complexidade, para propostas de novos produtos, com layouts diferenciados e

melhor aproveitamento da matéria-prima; e

alta complexidade, para lançamento de produtos mais sofisticados e com melhor

acabamento.

Essa classificação da complexidade das propostas de inovação dos produtos se justifica

devido à variedade de graus de especialização que será exigido das empresas do setor, no que

se refere à qualificação de mão-de-obra e disponibilidade de equipamentos especializados,

para a produção dos novos produtos. A partir das visitas técnicas e entrevistas com

empresários e trabalhadores, observou-se que a maioria das empresas só terá condições de

adotar as inovações de produtos de baixa complexidade.

4.1. Baixa complexidade: reutilização de cacos e novos cortes da rocha como elementos

decorativos

Nos processos de extração e beneficiamento, alguns fragmentos de rocha que sobram após o

esquadrejamento (corte) do bloco possuem o formato de tiras ou filetes (formato alongado).

Os filetes de rocha são bastante utilizados na arquitetura, já sendo comercializados em

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formatos regulares. Esses filetes residuais pós-corte possuem um de seus lados irregular.

Regularizá-lo seria inviável por conta de seu tamanho. Dessa forma, a alternativa seria tirar

proveito dessa irregularidade, utilizando-a a favor da decoração.

Esses filetes podem ser utilizados, por exemplo, em painéis decorativos ou no revestimento de

pilares. A irregularidade e a forma dos filetes resultam em texturas e sombras interessantes.

Da mesma forma, os cacos residuais do processo de extração e beneficiamento das rochas

ornamentais também podem ser usados como elementos decorativos, revestindo, por exemplo,

paredes em fachadas ou muros.

Figura 4 – Filetes aplicados em muros Figura 5 – Bloquinhos telados

Fonte: arquivo pessoal dos autores Fonte: arquivo pessoal dos autores

O volume diferenciado das rochas ornamentais confere movimento ao elemento decorativo e

criam um efeito de luz e sombra. Aplicar as rochas ornamentais de maneira padronizada pode

se tornar um elemento decorativo de destaque na edificação. Essa utilização é interessante

para o cliente, que obtém um produto diferenciado e também para os empresários, que podem

agregar mais valor ao produto por conta dessa diferenciação e aumentar a lucratividade

comercializando as rochas e também os resíduos provenientes de sua exploração e

beneficiamento.

Embora todas as 76 empresas do setor tenham condições de adotar esse tipo de inovação de

baixa complexidade, o grande desafio inicial será desvencilhar-se dos vícios do processo de

corte, adotando-se novos procedimentos que privilegiem o cuidado com o armazenamento e o

tratamento dos resíduos. O retorno financeiro na venda destes antigos rejeitos industriais

poderá justificar essas mudanças de procedimentos.

4.2. Média complexidade: modulação e paginação para novas linhas de produtos

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Os revestimentos de piso são elementos de destaque e de grande importância na percepção e

composição dos espaços internos das edificações. „Paginação de piso‟ é um projeto que define

a aplicação do revestimento, visando à otimização do uso do material e a estética. A

paginação pode ainda prever desenhos específicos, com a mistura de peças em diferentes

cores, texturas e tamanhos. Além de pisos, a paginação pode ser utilizada para dar destaque

aos revestimentos de paredes, como, por exemplo, o muro de uma edificação.

Nessa linha de ação, o SEBRAE/RJ, com a ajuda de consultores especializados e com o apoio

do SINDGNAISSES, vem desenvolvendo uma importante ação. A empresa Hok Inovação,

com a designer Claudia Kayat, trabalhou como parceira do SEBRAE para o desenvolvimento

de projetos de novos produtos para as empresas do setor de rochas ornamentais do Noroeste

Fluminense, propondo novos cortes da rocha e paginações. A seguir ilustramos alguns desses

modelos propostos:

Design Linha Xadrez

Figura 6 - Exemplo de proposta de Design

para a Linha Xadrez Amarelo com Branco

Figura 7 – Exemplo de proposta de Design

para a Linha Xadrez Cinza com Branco

Fonte: KAYAT, 2015 Fonte: KAYAT, 2015

Esta linha de design utiliza a rocha em cortes retangulares, com larguras diferenciadas. As

variadas cores apresentadas pelo gnaisse criam um efeito decorativo diferenciado.

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Design Diamante

Figura 8 - Exemplo de proposta de Design

para a Diamante em formato de Diamante

Figura 9 – Exemplo de proposta de Design

para a Diamante em formato de Hexágono

Fonte: KAYAT, 2015 Fonte: KAYAT, 2015

A linha de design Diamante utiliza como base diferentes formatos de paginação das peças

„diamante‟, que podem ser encaixados de diferentes formas, garantindo a personalização do

revestimento.

Essas e outras novas linhas de produtos poderão valorizar a aplicação das rochas ornamentais

através dos projetos de paginação, aumentando significativamente o valor de venda do

produto. Ao se agregar valor à mercadoria, através da diferenciação, as empresas tornam-se

mais competitivas, aumentam suas margens de lucro e conquistam novos clientes. Entretanto,

nem todas as empresas do setor conseguirão produzir os produtos com grau de média

complexidade, pois eles exigem um trabalhador mais qualificado e alguns modelos precisam

de equipamentos mais especializados. De acordo com as visitas técnicas e as entrevistas

realizadas com empresários, trabalhadores e com o SINDGNAISSES, apenas cinco das 76

empresas do setor teriam condições e pré-disponibilidade de adotar esse tipo de inovação de

produtos.

4.3. Alta complexidade: bancadas, pias e outros itens de fino acabamento

Conforme visto, o design desempenha um papel central na revalorização dos materiais

originais. Com a matéria-prima existente, e até com seus resíduos de extração e

beneficiamento, pode-se desenvolver projetos de pias, bancadas, tampões de mesa, jardineiras

e bancos de praça. Ou seja, a idéia é que se invista em novos produtos, com design

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diferenciado, de forma a agradar o consumidor que valoriza a personalização e a boa

qualidade.

Como benchmarking para esta linha de produção, este trabalho sugere como referência as

empresas italianas que trabalham com serizzo, um tipo de rocha muito parecida com o gnaisse

da região Noroeste Fluminense. Como modelo de referência, pode-se citar a empresa de

rochas Moro, conhecida em uma visita técnica realizada por um dos autores deste trabalho,

localizada em Val d‟Ossola, na região de Piemonte, Itália. Esta empresa trabalha com a

ambientação de interiores utilizando rochas ornamentais, e escolheu como marca registrada o

termo “Il Cuore della Pietra”, que pode ser traduzido como “O Coração da Rocha”. Nas

Figuras 10 e 11 podem ser observados produtos desenvolvidos pela empresa italiana Moro e

que poderiam ser produzidos e comercializados pelas empresas da região.

Figura 10 - Pia de banheiro e banheira Figura 11 - Banco de praça

Fonte: Catálogo Moro, 2015 Fonte: Catálogo Moro, 2015

A empresa Moro carrega um conceito de comercialização onde as peças só são produzidas em

edição limitada e comercializadas com certificado.

As rochas ornamentais classificadas como gnaisses, existentes no Noroeste Fluminense e

estudadas nesse trabalho, podem ser utilizadas em ambientes externos, como nos bancos de

praça, e em ambientes internos, mesmo em locais que exijam boa qualidade para que não

ocorram danos com a utilização diária, como banheiros e cozinhas. No entanto, segundo as

entrevistas realizadas, apenas uma empresa teria condições de adotar as inovações de produto

de alta complexidade, tanto em função da falta de trabalhadores qualificados como da falta de

equipamentos especializados de corte e acabamento das rochas.

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5. CONCLUSÕES

Acredita-se que, se as inovações de processo disponíveis para o setor tivessem sido

amplamente difundidas para as empresas do setor de rochas ornamentais da Região Noroeste

Fluminense, teria sido possível redesenhar os processos produtivos atuais, permitindo-se

atingir avanços significativos na competitividade do setor, com impactos positivos na

produtividade, na qualidade dos produtos e na minimização das consequências ambientais das

atividades produtivas. No entanto, grandes dificuldades foram encontradas no processo de

difusão tecnológica, com destaque para a falta de pessoal qualificado, a resistência dos

empresários a mudanças nas empresas, a dificuldade de articulação das empresas com

instituições de pesquisa e o custo da tecnologia.

Sem a difusão das inovações de processo, as inovações de produtos, especialmente as de

média e alta complexidade, também passam a ter pouca capacidade de aumentar o nível de

competitividade do setor, uma vez que ficam limitadas a poucas empresas. Assim, apenas a

inovação de produtos não é suficiente para se obter um desenvolvimento satisfatório do setor,

sendo necessária sua implementação conjunta e simultaneamente à inovação de processos e

sua difusão.

As soluções de processo disponíveis e as de produtos apresentadas neste trabalho poderão

resultar em vantagens econômicas significativas para as empresas. Os investimentos feitos na

produção, acrescidos do aproveitamento dos resíduos e a criação de novas linhas de produtos

modulados ou mais sofisticados, agregarão valor ao produto final. Com produtos

diferenciados, as empresas terão mais chances de se tornarem mais competitivas e

aumentarem suas margens de lucro.

No entanto, ainda que de enorme avanço para o setor, as inovações de processos e de produtos

não serão suficientes para a completa elevação do patamar de competitividade das empresas

do setor. Também serão necessárias inovações de marketing e organizacionais. Será

necessário atingir canais de comercialização como as grandes redes de distribuição de

materiais de construção para que o produto ganhe capilaridade nos grandes centros e, assim,

tenha sua demanda ampliada. Com a demanda ampliada, o pequeno porte das empresas não

será suficiente para atender a demanda crescente, então será necessário estimular a articulação

dessas pequenas empresas em consórcios produtivos, com maior capacidade de produção e

economias de escala. Esses são desafios próximos do setor e sugestão de estudos futuros deste

trabalho.

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XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

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