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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NA PRÁTICA APLICANDO UM ENFOQUE INTEGRADO NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE

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  • DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL NA PRTICA

    APLICANDO UM ENFOQUE INTEGRADO NA AMRICA LATINA E NO CARIBE

  • DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL NA PRTICA

    APLICANDO UM ENFOQUE INTEGRADO NA AMRICA LATINA E NO CARIBE

  • AGRADECIMENTOS

    Este livro baseado em experincias que tiveram uma abordagem equilibrada nas trs dimenses do desenvolvimento sustentvel e foi sistematizado por consultores da Amrica Latina: Adrian Cardona, Jorge Chavez-Tafur, Mayt Gonzlez, Diana Siller e Elizabeth Thompson. As informaes obtidas e consolidadas por esses consultores para esta publicao foram facilitadas pelos fornecedores de informaes principais, a quem gostaramos de expressar a nossa gratido:

    COLMBIA E OS PASES DO CONE SUL

    Catalina Arias, Juan Carlos Camargo, Carmen Candelo, Martha Lucia Cano, Claudia Capera, Fernando Carrera, Julin Char, Marcelo Fernndez, Jaime Andrs Garca, Soledad Gianetti, Javier Gonzlez, Harold Humberto Hernndez, Gretel Ledo, Gianni Lpez, Carolina Mena, Diego Molano, Jorge Ivn Orozco, Brbara Prez, Rubn Pesci, Paula Andrea Ramrez, Patricia Eugenia Reyes, John Mario Rodrguez, Andrs Felipe Seplveda, Wilson Sierra, Carlos Vieira Betancourt, Natalia Zalda, Andrs Zuluaga.

    BRASIL E PASES ANDINOS

    Luis Carlos Aguilar, Igor Arsky, Laura Avellaneda, Gertjan Beekman, Bart de Bievre, Ross Borja, Raquel Breda, Fernando Coimbra, Luis Henrique Cunha, Edith Fernndez, Emilio Gabbrielli, Pedro Carlos Gama, Ricardo Hirata, Pablo Lloret, Antonieta Noli, Mara Nottingham, Pedro Oyarzun, Gene Pawlowski, Tania Ricaldi, Leonarda Souza, Veronica Tavares, Bruno Teixeira, Ana Tumi, Rolando Vargas, Hugo Vila, Oscar Yupanqui.

    PANAM, CUBA E REPBLICA DOMINICANA

    Melisa Breton, Matilde Chvez, Virginia Fernndez, Christoph Jungfleisch, Jaime Mira, Rosa Montaez, Liz Parra, Alexandra Ramos, Alberto Rautenberg.

    MXICO E A REA MESOAMERICANA

    Eugenio Barrios, Ximena Celis, Ian Cherret, Froyln Esquinca, Marianella Feoli, Edwin Garca, Heredia Garca, Alberto Gonzlez, Juan Antonio Hernndez, Rosalva Landa, Otoniel Matus, Rubn Muoz, Ingrid Olivo, Cinthya Quirs, Gustavo Rodrguez, Julio Csar Rosette, Jose Torres, Luis Zamora.

    CARIBE ANGLFONO

    Vicki Assevero, Loreto Duffy-Mayers, Tricia Greaux, Lorenzo Harewood, Shantal Munro-Knight, Lia Nicholson, Carlos Antonio Rowe, JECO Caribbean Consultants, National Irrigation Commission Jamaica, OECS St. Lucia.

    Finalmente, queremos agradecer tambm equipe de Meio Ambiente da ONU, que apoiou esse processo e forneceu comentrios valiosos: Dolores Barrientos, Jacinto Buenfil, Regina Cavini, Jos Dallo, Matas Gallardo, Silvia Giada, Denise Hamu, Suzanne Howard, Isabel Martnez, Mara Murillo, Vincent Sweeny, Alessandra Vanzella-Khouri e Adriana Zacaras.

    Esta publicao foi possvel graas ao apoio financeiro do Governo do Brasil, o que permitiu o avano do projeto Abordagem Integrada para a Sustentabilidade Ambiental no Planejamento do Desenvolvimento pelo Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente.

    Copyright 2016, Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)

    ISBN No: 978-92-807-3614-4

    Job No: RSO/2055/PA

    SUGESTO PARA CITAR ESTE DOCUMENTO: PNUMA, 2016. Desenvolvimento Sustentvel na Prtica: a Aplicao de uma Abordagem Integrada. Experincias na Amrica Latina e no Caribe. Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente, Cidade do Panam, Panam.

    AUTOR PRINCIPAL, COORDENADOR E EDITORPiedad Martn.

    AUTORES CONTRIBUINTES DE EXPERINCIAS DOS PASES:Mayte Gonzlez, Adrian Cardona, Jorge Chvez-Tafur, Diana Siller, Elizabeth Thompson.

    EQUIPE DE APOIOPaul Carr, Juan Carlos Duque, Paulett James-Castillo.

    DESIGN AND LAYOUTAndrs Barragn, Mateo L. Ziga.

    APOIO FINANCEIROGoverno do Brasil

    CRDITOS Mapas, fotos e ilustraes, como especificados.

    IMAGENS DE CAPA Octavio Aburto, WWF; Ubirajara Machado; Blacksoil; Andrs Hernndez; UNDP/UNEP; Ministerio de Industria, Energa y Minera, Uruguay; UNDP. Google Earth.

    A publicao digital est disponvel por meio do UNEP Live (uneplive.unep.org), no website do PNUMA (http://www.unep.org/publications) e tambm como livro digital.

    AVISO LEGALAs opinies expressas nesta publicao so dos autores e no refletem, necessariamente, as opinies do Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente.

    A meno de uma empresa ou produto comercial nesta publicao no implica o endosso do mesmo pelo Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente.

    REPRODUOEsta publicao pode ser reproduzida, no todo ou em parte, e sob qualquer forma para fins no lucrativos ou educacionais, sem permisso especial do detentor dos direitos autorais, desde que a fonte seja citada. O PNUMA gostaria de receber uma cpia de qualquer publicao que utilizar esta publicao como fonte.

    Nenhum uso desta publicao pode ser feito para revenda ou qualquer outro fim comercial sem prvia autorizao, por escrito, do Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente. Pedidos para autorizao, acompanhados por uma declarao do propsito e extenso da reproduo, devem ser dirigidos ao: Director, DCPI, UNEP, P.O. Box 30552, Nairobi, 00100, Kenya.

    DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL NA PRTICAAPLICANDO UM ENFOQUE INTEGRADO NA AMRICA LATINA E NO CARIBE

    3O PNUMA promove prticas

    ambientalmente responsveis em nvel global em suas prprias atividades. Este relatrio

    impresso em papel proveniente de florestas sustentveis e inclui fibras recicladas. O papel livre de cloro e as tintas usadas na impresso so base de plantas. Nossa poltica de distribuio visa reduzir

    a pegada de carbono do PNUMA.

  • NDICEPREFCIO 6

    RESUMO EXECUTIVO 7

    SOBRE ESTA PUBLICAO 8

    O ENFOQUE INTEGRADOe a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentvel 10

    O CONTEXTO REGIONAL 13

    O PROCESSO DE COMPILAO DE EXPERINCIAS 14

    MENSAGENS DO CAMPO 18

    01QUEBRAR OS NICHOS VERSUS CONECT-LOSO papel das iniciativas setoriais no avano da poltica integrada 20

    02RESPOSTAS GLOBAIS VS. LOCAISO desenvolvimento sustentvel especfico ao contexto, mas as polticas mais amplas importam 21

    03TRANSFORMANDO REALIDADESA sustentabilidade exige inovao e mudanas culturais 22

    04TEA A REDEParcerias como uma ferramenta para a implementao coerente e a ampliao de impactos 23

    05O PAPEL DO SETOR PRIVADOPara pressionar por um enfoque integrado do ponto de vista econmico 24

    06O MONITORAMENTO DA IMPLEMENTAODecises equilibradas e de longo prazo requerem dados 25

    DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL NA PRTICAAs experincias 26

    Barbados

    O CALADO DE BARBADOSUm benefcio para a conservao, recreao e turismo 28

    Bolivia

    MANEJO FLORESTAL COMUNITRIOAssociaes de incluso econmica e social com benefcios ambientais 30

    Brasil

    BOLSA VERDECombinando transferncias de renda condicionadas proteo da floresta 32

    Brasil

    CONSUMO E PRODUO SUSTENTVEISPlano Nacional de Ao para Mudar o Paradigma 34

    Caribe

    VIVENDO A ECONOMIA AZULUma rede regional de reas marinhas manejadas e resistentes ao clima 36

    Chile

    AR SAUDVEL PARA SANTIAGO DO CHILETributao verde e inovadora em prol de uma qualidade de vida melhor 38

    Colmbia

    BANCO2Usando o setor bancrio para proteger as florestas 40

    Colmbia

    PECURIA SUSTENTVELAlianas poderosas que garantem lucros econmicos e ambientais 42

    Costa Rica

    ACTUARUma associao de comunidades em prol do turismo rural alternativo 44

    Cuba

    COOPERATIVAS DE RECICLAGEMPromovendo o Interesse Coletivo e a Incluso Social 46

    El Salvador

    SINERGIA MUNICIPAL EM AORespostas institucionais localizadas para o manejo sustentvel da terra 48

    Equador

    FUNDO DA GUA DE QUITOFinanciamento local para a sustentabilidade 50

    Honduras

    QUESUNGUALO valor real de proteger os solos 52

    Mxico

    ALM DA SEGURANA ALIMENTAR15 anos de produtividade agrcola no combate pobreza 54

    Peru

    COMUNIDADES MONTANHOSAS IMPULSIONAM A MUDANAEcossistemas saudveis para reduzir a vulnerabilidade mudana do clima 56

    Repblica Dominicana

    HOSPITAIS SEGUROS E VERDESSade, meio ambiente e gesto de riscos 58

    Repblica Dominicana

    NDICE DE VULNERABILIDADE AOS PERIGOS CLIMTICOSRompendo o ciclo entre a pobreza e a vulnerabilidade ambiental 60

    Trinidade e Tobago

    O MERCADO VERDE E O FUTURO DA AGRICULTURAAlimentao e cultura em Santa Cruz 62

    Uruguai

    RENOVANDO A ENERGIATransio para uma matriz energtica mais limpa e eficiente 64

    RESUMO DE EXPERINCIAS ADICIONAISIncludas na compilao digital 67

    Argentina

    UM ESTILO DE VIDA SUSTENTVELA experincia da Ecoaldeia Akapacha 67

    Brasil

    O PROGRAMA GUA DOCEgua para o Semirido do Brasil 67

    Costa Rica

    CAF NAMAComunidade de produtores impulsiona a neutralizao de carbono no pas 67

    Chile

    FLORESTA MODELOProcessos ativos para a gesto sustentvel de territrios 68

    Granada

    MAIS DO QUE UMA ESCOLAAs aulas verdes de Granada para a aprendizagem ao longo da vida 68

    Jamaica

    UMA LENTE DE GNERO PARA A ECONOMIA VERDECapacitando mulheres agricultoras no Caribe 68

    Mxico

    GARANTINDO A GUA PARA AS PESSOAS E PARA O MEIO AMBIENTE189 reservas para garantir o uso justo e sustentvel de gua 69

    Panam

    FUNDO ECOLGICO DO PANAMUm mecanismo de financiamento de longo prazo 69

    Paraguai

    MODERNIZANDO A AGRICULTURA FAMILIARNovas tecnologias de produo para combater a pobreza e fomentar resilincia 69

    OLHANDO PARA O FUTURO 70

    REFERNCIAS 74

    ANEXO: ODS E METAS 76

    COMPILAO DIGITAL DAS EXPERINCIAS

    uneplive.unep.org

    54

  • RESUMO EXECUTIVO

    O QUE BUSCVAMOS

    Uma abordagem integrada de

    desenvolvimento sustentvel

    que promova o crescimento

    econmico sustentado e inclu-

    sivo, o desenvolvimento social

    e a proteo ao meio ambiente.

    AS PRINCIPAIS MENSAGENS DO

    CAMPO

    QUEM PARTICIPOU

    PROTEGER O PLANETA

    PROSPERIDADE PARA TODOS

    ENFOQUE INTEGRADO

    NO DEIXAR

    NINGUM PARA TRS

    33pases

    envolvidos

    57experincias identificadas

    28iniciativas documentadas

    em detalhes

    96pessoas

    entrevistadas

    01QUEBRAR OS NICHOS

    VERSUS CONECT-LOS

    Trs dimenses de desenvolvimento em direo

    uma viso nica

    02RESPOSTAS GLOBAIS

    VS. LOCAIS

    Do nvel local para o nvel global e vice-versa

    03TRANSFORMANDO

    REALIDADES

    A simbiose necessria entre a cultura e a tecnologia

    04TEA

    A REDE

    As parcerias em prol da integrao que realmente

    funcionam

    05O PAPEL DO

    SETOR PRIVADO

    Um parceiro com recursos para as mudanas

    sustentveis

    06O MONITORAMENTO DA IMPLEMENTAO

    Decises bem informadas e com uma perspectiva equilibrada

    de longo prazo

    PREFCIONo ano passado, cerca de 200 lderes mundiais concordaram em tornar o nosso mundo mais justo, mais inclusivo e mais seguro por meio da erradicao da pobreza e da proteo dos recursos naturais. Essas naes acordaram que seria necessrio colocar em p de igualdade desenvolvimento social, econmico e ambiental. Concordam, ainda, que todas as partes interessadas, atores pblicos e privados, devem somar esforos. O presente relatrio oferece um conjunto diversificado de histrias inspiradoras, que mostram como esses esforos integrados vm beneficiando pessoas na Amrica Latina e no Caribe, o que pode ser feito tambm em outros lugares.

    Quando se trata de equilibrar diferentes objetivos e oramentos, os tomadores de deciso, em todos os setores, deparam-se com escolhas cada vez mais difceis. A boa notcia que no precisamos optar entre o meio ambiente, a economia e o bem-estar das pessoas. Estas iniciativas revelam como, mediante algu-ma criatividade, muita determinao e certa priorizao criteriosa, possvel juntar esses trs objetivos.

    Por exemplo, fcil simplificar o impacto da pecuria sobre o meio ambiente. No entanto, novas tcnicas esto surgindo em diferentes pases da Amrica Latina e do Caribe. Essas tcnicas mostram o enorme potencial dessa atividade para reduzir a pobreza, a insegurana alimentar e a perda de biodi-versidade, ao mesmo tempo em que permitem enfrentar a mudana do clima e promover o crescimento econmico. Considere-se o Projeto Pecuria Sustentvel da Colmbia, com o qual a lder comunitria Alba Tamayo est engajada. Esse projeto deve muito de seu sucesso ampla cooperao que favorece as diversas partes interessadas, entre as quais, governo, sociedade civil e organizaes cientficas, as-sim como milhares de agricultores.

    Muitas histrias apontam para os benefcios de novas tecnologias, enquanto outras destacam as possibilidades de adaptao do conceito em distintos lugares. Todas, entretanto, tm algo em comum: demonstram a importncia de envolver sociedade civil e governo, em todos os nveis. Isso especial-mente marcante em uma iniciativa de Honduras, a qual explica como o conhecimento tradicional pode reverter a degradao do solo, aumentar seu valor e mostrar s novas geraes que as atividades de corte e queima no so a melhor opo.

    Estes exemplos refletem a determinao dos pases da Amrica Latina e do Caribe em integrar desen-volvimento social, ambiental e econmico, e colocar o ser humano como prioridade. Essa nossa meta comum. Alcan-la em um planeta frgil e de recursos finitos demandar maior cooperao internacional e uma distribuio mais estratgica do investimento. Fazemos, portanto, votos para que todos aqueles que buscam alcanar resultados, seja em mbito local, regional ou global, utilizem este relatrio como fonte de inspirao prtica que os ajude a enfrentar as prioridades que houverem por bem estabelecer.

    Sarney Filho Ministro do Meio Ambiente do Brasil

    Erik Solheim Diretor Executivo da ONU Meio Ambiente

    76

  • Ubirajara Machado.

    SOBRE ESTA PUBLICAO

    A Assembleia Geral da ONU adotou o docu-mento Transformando nosso Mundo: Agen-da 2030 para o Desenvolvimento Sustentvel (UNGA, 2015) em setembro de 2015. Esse do-cumento, resultado de um intenso processo participativo por parte de governos, socie-dade civil, setor privado e outras partes in-teressadas no desenvolvimento, descreve os planos que garantiro uma parceria glo-bal para promover o crescimento econmi-co sustentvel e inclusivo, a erradicao da pobreza e a proteo ambiental. Conforme o prembulo: Estamos decididos a libertar a raa humana da tirania da pobreza e da ca-rncia e de curar e proteger o nosso planeta.

    A complexidade dos desafios de de-senvolvimento enfrentados por nossas so-ciedades, como desigualdade crescente, aumento do desemprego, desastres relacio-

    vimento sustentvel. Embora projetadas an-tes da definio dos ODS, essas iniciativas j contriburam para a sua realizao.

    Esta publicao fornece esclarecimen-tos sobre os desafios a serem enfrentados, com o propsito de ajudar os formuladores de polticas que procuram equilibrar a inte-grao com diferentes objetivos de desen-volvimento. Destaca tambm os diferentes papis que as partes interessadas podem desempenhar, sejam elas governos, socie-dade civil ou setor privado, no processo de desenvolvimento. Para isso, fornece uma vi-so geral dos conceitos e ferramentas teis, j utilizados com sucesso em iniciativas na regio da ALC. Ao revelar as ligaes des-sas iniciativas com os objetivos especficos dos ODS, as experincias analisadas ofe-recem conhecimentos prticos e pontos de

    A vida uma e o mundo um s, e todas estas questes esto interligadas. A exploso demogrfica, a pobreza, a ignorncia e as doenas, a poluio do meio ambiente, o armazenamento de armas nucleares e armas biolgicas e qumicas de destruio so todos partes de um crculo vicioso. Cada um importante e urgente, mas lidar com eles, um de cada vez, seria um esforo desperdiado.

    Indira Gandhi, Conferncia sobre o Meio Ambiente Humano de Estocolmo, 1972

    partida para permitir a integrao das trs dimenses do desenvolvimento sustent-vel, maximizando os benefcios ambientais, sociais e econmicos. Nesse sentido, esta publicao uma antologia de abordagens bem-sucedidas e inovadoras para o desen-volvimento sustentvel. Os leitores devem sentir-se livres para explorar cada exemplo e consider-los cuidadosamente para ex-trair dicas e talvez inspirao que lhes permitiro criar e implementar suas prprias abordagens integradas.

    Em termos de organizao, a publicao comea com a apresentao de um quadro que define como a Agenda 2030 fornece o caminho para uma abordagem integrada para o desenvolvimento sustentvel. Em seguida, apresenta uma viso geral do pro-cesso para compilar as experincias que se

    seguem. Isso inclui os critrios de identifi-cao e qualificao de polticas genunas, planos e iniciativas integrados e como fo-ram avaliados, antes de analisar as tendn-cias e as principais concluses.

    A seo seguinte aborda especificamen-te as experincias escolhidas para exemplos de como uma abordagem integrada pode fluir a partir de qualquer setor, estar presente em qualquer fase do ciclo de polticas e ser apli-cada em escalas que vo desde o local at o regional. A breve apresentao de dezenove experincias seguida por resumos de nove experincias adicionais que foram deixadas de fora devido s limitaes de espao. To-das exemplificam como podemos alcanar, simultaneamente, mltiplos benefcios nas trs dimenses do desenvolvimento susten-tvel. Importantes informaes adicionais fo-

    nados com o clima, migrao e degradao dos recursos naturais, exige ao coletiva, liderana estratgica e polticas de aborda-gem holstica para a promoo da transi-o para um futuro sustentvel para todos. Como a fase de implantao dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentvel (ODS) j comeou, a comunidade global de desen-volvimento est avaliando quais estratgias e recursos so necessrios para alcanar essa ambiciosa agenda.

    No entanto, a Agenda 2030 e os ODS no foram criados em um vcuo. Esforos paralelos para caminhar rumo sustenta-bilidade vm ocorrendo em todo o mundo. Durante anos, a regio da Amrica Latina e Caribe (ALC) tem desenvolvido e implemen-tado estratgias e polticas em que se utiliza uma abordagem integrada para o desenvol-

    ram includas em um compndio on-line que complementa esta publicao. O objetivo de garantir que os dados, o conhecimento e as melhores prticas possam ser compartilhados, a fim de auxiliar sua reproduo e ampliao em toda a regio da ALC. O compndio digi-tal pode ser encontrado no final desta publica-o ou na UNEP Live, plataforma da ONU para compartilhar dados e conhecimentos: www.unep.org/uneplive

    O documento concludo com informa-es sobre vrias oportunidades e como uma um enfoque integrado pode ir alm das experincias aqui apresentadas e tor-nar-se o status quo para o planejamen-to, implementao e avaliao de planos de desenvolvimento sustentveis rumo realizao dos objetivos e das metas es-tabelecidas na Agenda 2030.

    98

    http://www.unep.org/uneplivehttp://www.unep.org/uneplive

  • O ENFOQUE INTEGRADOE A AGENDA 2030 PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL

    Resultados de desenvolvimento verdadeiramente sustentveis no podem ser alcanados se a ao de desenvolvimento permanece dentro de silos so-ciais, econmicos e ambientais tradicionais. Em vez disso, uma abordagem mais holstica ou integra-da torna-se necessria. Dessa forma, as conexes entre o progresso social, o crescimento econmico e a sustentabilidade ambiental so reconhecidas.

    No documento final da Conferncia das Na-es Unidas sobre Desenvolvimento Sustentvel (conhecida como Rio+20), os lderes mundiais re-conheceram essa questo, declarando que o de-senvolvimento sustentvel s pode ser alcanado pela promoo do crescimento econmico sus-tentvel, inclusivo e equitativo, criando maiores oportunidades para todos, reduzindo as desigual-dades, elevando os padres bsicos de vida, pro-movendo o desenvolvimento social equitativo e a incluso e tambm a gesto integrada e susten-tvel dos recursos naturais e dos ecossistemas. Eles pediram abordagens holsticas e integradas para o desenvolvimento sustentvel para guiar a humanidade para uma vida em harmonia com a natureza e ajudar a restaurar a sade e a inte-gridade do ecossistema da Terra. 1

    A Agenda 2030 avana rumo a esse ethos. Ela sintetiza o mbito e a complexidade das questes de desenvolvimento que o mundo enfrenta, iden-tificando cinco temas fundamentais para a ao:

    1. UN (2012).GA resolution 66/288 The Future We

    Want. Pargrafo 40. A Organizao das Naes

    Unidas, Nova Iorque.

    pessoas, planeta, prosperidade, paz e parcerias. A Agenda vai ainda mais longe, estabelecendo 17 objetivos com 169 metas, conforme estipula-do na Rio+20. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentvel (ODS) so integrados e indivisveis e equilibram as trs dimenses do desenvolvi-mento sustentvel. Por isso, no possvel fa-zer avanos, seletivamente, em apenas alguns dos objetivos. A natureza multidimensional do desen-volvimento estabelece o desafio e a necessidade de se alcanar, simultaneamente, ganhos de longo prazo em todas as reas - e quaisquer aes devem levar em conta esse reconhecimento. Um exemplo dessa multidimensionalidade encontrado no pa-pel que a sustentabilidade ambiental desempenha na criao de um futuro prspero para todos. Sua incluso em todos os ODS desafia a humanidade a encontrar novas formas de assegurar o bem-estar que no resultem no esgotamento dos recursos na-turais, na degradao ambiental ou na destruio dos meios de subsistncia.

    A Agenda tambm visa assegurar que a abrangncia da abordagem do desenvolvimento seja mantida. No s existem claras ligaes en-tre tpicos, vises e compromissos internacionais anteriores (tais como os Acordos Ambientais Mul-tilaterais, mecanismos de Direitos Humanos e a Declarao do Milnio), mas tambm incorpora ferramentas, como coerncia poltica, boa gover-nana e parcerias nas metas relacionadas com os meios de implementao. Esse quadro implica que o progresso para atingir um objetivo pode le-var a sucessos em muitos outros campos se uma abordagem integrada for aplicada.

    1972Conferncia de Estocolmo sobre o Ambiente Humano - Introduo do Princpio 13:Os Estados devem adotar uma abordagem integrada e coordenada para os seus planejamentos de desenvolvimento, de modo a assegurar que o desenvolvimento seja compatvel com a necessidade de proteger e melhorar o ambiente humano em benefcio de sua populao.

    1980Estratgia de Conservao Mundial (WCS, na sigla em

    ingls) A Unio Internacional para a Conservao da Natu-reza e dos Recursos Naturais (IUCN, na sigla em ingls) des-creve o conceito de Desenvolvimento Sustentvel. [H uma

    necessidade de] integrar todas as fases dos processos de dilo-go e de desenvolvimento, a partir da definio inicial de polti-

    cas at sua eventual implementao e operacionalizao.

    2012Conferncia das Naes Unidas sobre Desenvolvimento Sus-

    tentvel (Rio+20). O documento final O Futuro que Queremos reconhece que: Desde 1992 tem havido reas com avanos insu-ficientes e retrocessos na integrao das trs dimenses do desen-volvimento sustentvel [pedindo um frum poltico de alto nvel para] melhorar a integrao das trs dimenses do desenvolvimen-

    to sustentvel de forma holstica e intersetorial em todos os nveis.

    1992Conferncia das Naes Unidas sobre Desenvolvimen-

    to Sustentvel (Rio 92) definiu a Agenda 21 como uma ferra-menta para promover uma abordagem equilibrada e integrada

    s questes do meio ambiente e desenvolvimento em que a to-mada de deciso dos governos e as polticas levam em con-

    ta a complexidade e alcanar o desenvolvimento sustentvel.

    1987A Comisso Mundial das Naes Unidas sobre Meio Am-biente e Desenvolvimento (WCED, na sigla em ingls) divulgou seu relatrio Nosso Futuro Comum e popularizou o desenvolvimen-to sustentvel. A capacidade de escolher polticas que so sus-tentveis requer que as dimenses ecolgicas das polticas sejam consideradas ao mesmo tempo que as de economia, comrcio, ener-gia, agricultura, indstria e outras dimenses - nas mesmas agen-das e nas mesmas instituies nacionais e internacionais.

    2015A Cpula de Desenvolvimento Sustentvel das Naes Unidas. Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentvel pede para alcanar o desenvol-vimento sustentvel nas suas trs dimenses econmica, so-cial e ambiental de uma forma equilibrada e integrada.

    2002Cpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentvel. O relat-rio da Cpula exige: A integrao das dimenses econmicas, sociais e ambientais do desenvolvimento sustentvel de forma equilibrada.

    1110

    A BREVE HISTRIA DO ENFOQUE INTEGRADO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL

  • UNEP.

    O CONTEXTO REGIONALA regio da Amrica Latina e Caribe incrivelmente vibrante. Sua riqueza nos contrastes polticos, sociais e naturais evidente no contexto das dimenses dos pases, nas estruturas econmicas e nas diversas caractersticas geogrficas e eco-lgicas. Apesar dessa diversidade, vrias caractersticas comuns se apresentam: as economias nacionais continuam com uma persistente e pesada dependncia de pro-dutos primrios e recursos naturais, e os pases da regio, predominantemente de renda mdia, continuam com desigualda-de generalizada, com muitas pessoas que permanecem em uma classe vulnervel, com risco de permanecer na pobreza.

    A regio tem alcanado avanos na abordagem de vrios desafios socioeco-nmicos de alta prioridade, como a dimi-nuio da pobreza e do nmero de pessoas vivendo em favelas. No entanto, o progres-so tem ocorrido, em muitos casos, s custas do ambiente natural as fronteiras agrco-las crescem e a populao, predominante-mente urbana, continua a crescer, seguindo padres de produo que agravam o proble-ma da degradao ambiental.

    Alm disso, as questes ambientais na regio so vulnerveis a ameaas globais. Apesar de a Amrica Latina e o Caribe te-rem a menor taxa de emisso de carbono do que qualquer outra matriz energtica regional, as populaes e as economias j

    esto sob presso de mudanas climticas globais que devem se tornar cada vez mais extremas. Por exemplo, as geleiras andinas, que fornecem um recurso vital de gua, es-to derretendo, e o aumento na intensidade e frequncia de eventos climticos extre-mos no deixou nenhum pas da regio isento dos seus efeitos.

    O compromisso entre o progresso huma-no e a sade ambiental no so mais sus-tentveis. O futuro das economias da regio, bem como a capacidade para combater a po-breza e reverter a desigualdade, dependem muito dos recursos naturais da regio e da capacidade dos governos de gerenci-los de forma eficaz. Portanto, padres no susten-tveis de produo e de consumo precisam, urgentemente, ser revistos para que a regio possa garantir o bem-estar da sua populao em crescimento

    POR QUE UM ENFOQUE INTEGRADO?O nosso mundo enfrenta questes cada vez mais complexas que desafiam a categorizao tradicional e so difceis de resolver. Apesar disso, os projetos de desenvolvimento so, frequentemente, descoordenados e dificultados por inmeros processos polticos indepen-dentes, pelas partes interessadas e pela falta de recursos que, muitas vezes, acabam com resultados ineficientes, ineficazes e inespe-rados ou no compreendidos. Mudar de intervenes focadas em apenas uma questo para um enfoque integrado que desenvolva

    sistemas completos garantir que as questes complexas de hoje sejam encaradas de uma forma holstica.

    UM ENFOQUE INTEGRADO PARA O PLANEJAMENTO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL

    Estratgias de desenvolvimento mais eficientes e eficazes em que os recursos so utilizados, com o seu efeito mximo,

    para alcanar ganhos irreversveis e sustentveis.

    Gerencia compromissos

    de forma estruturada para avanar em

    todas as dimenses do desenvolvimento e no

    promove alguns s custas dos outros.

    Enfrenta a multidimensionalidade

    das causas de insustentabilidade.

    Aproveita as sinergias que resultam em benefcios

    mltiplos e de maior impacto.

    Minimiza custos e externalidades negativas de polticas incoerentes.

    Utiliza recursos humanos, financeiros e tcnicos de forma

    mais eficiente, evitando a concorrncia e permitindo

    economias de escala.

    Adota uma perspectiva

    programtica para juntar recursos e aumentar interligaes e cooperao entre instituies com uma

    gama maior de partes interessadas.

    A esse respeito, a regio da Amrica Lati-na e Caribe tem a oportunidade de construir e expandir iniciativas existentes. Pessoas comprometidas e inovadoras da sociedade civil, das comunidades, dos governos e do setor privado tm colocado em prtica ini-ciativas de desenvolvimento sustentveis em diferentes escalas. Tais iniciativas surgi-ram da necessidade de resolver problemas complexos, e as vises que os impulsionam so um reflexo da diversidade da regio. Os compromissos assumidos pelas diver-sas foras das naes e territrios deram luz a muitas iniciativas que levam em conta as diversas necessidades e abordagens de desenvolvimento. Eles no s conciliam os interesses de curto prazo das diversas par-tes interessadas, mas tambm obtm seu compromisso e corresponsabilidade para garantir um futuro sustentvel.

    1312

  • O PROCESSO DE COMPILAO DE EXPERINCIASMETODOLOGIA

    A compilao de experincias foi realizada em trs fases: identificao, documentao e anlise. Nas fases de identificao e docu-mentao, as experincias foram cuidadosa-mente examinadas para garantir que somente aquelas que melhor satisfizessem os critrios fossem fase de anlise. O processo de iden-tificao incluiu consultas envolvendo todos os 33 pases da regio. Depois de um proces-so minucioso de reviso de polticas, projetos e programas, 57 experiencias, que empregam, potencialmente, um enfoque integrado, foram identificadas. A partir desse momento, foi to-mada a deciso de documentar melhor os 28 casos mais representativos. Noventa e seis pessoas estiveram envolvidas nesse processo e contriburam para a identificao e disponi-bilizao de informaes especficas.

    Os seguintes critrios especficos foram aplicados para identificar as experincias:

    I. RESULTADOS VERIFICVEIS DA IMPLEMENTAO DA ABORDAGEM INTEGRADA:

    Isso se refere realizao dos objetivos ex-plcitos e implcitos nas trs dimenses do desenvolvimento (econmico, social e am-biental). Para isso, foi necessrio que os objetivos e a metodologia para a avaliao fossem explcitos na documentao da ex-perincia e que houvesse progresso na sua

    implementao. Os critrios utilizados para verificar se os resultados estavam alinha-dos com as trs dimenses so apresenta-dos no grfico da prxima pgina.

    Aspectos-chave

    Realizao dos objetivos, existncia de um processo de planejamento e de um sistema de monitoramento.

    II. PERTINNCIA E LEGITIMIDADE:

    Refere-se ao grau em que as experincias le-varam em conta as necessidades ou contex-tos especficos (seja nacional, subnacional ou local) e como as experincias responde-ram a essas necessidades e a esses con-textos. Para que as experincias sejam consideradas pertinentes e legtimas, devem ter correspondido a uma avaliao objetiva de necessidades e as principais partes inte-ressadas devem ter sido consultadas e inclu-das na interveno.

    Aspectos-chave

    Avaliao de necessidades, envolvi-mento das principais partes interes-sadas/beneficirios.

    III. SUSTENTABILIDADE:

    As experincias, para serem consideradas, tinham de ter a capacidade de ser susten-

    tveis ao longo do tempo. Aspectos-chave considerados para esse critrio foram: (a) o apoio explcito das partes envolvidas; e (b) conhecimento pleno dos recursos ne-cessrios para manter os resultados ou processos. Isso contribui para a irrever-sibilidade das mudanas alcanadas pela interveno.

    Aspectos-chave

    Histria da iniciativa ou do projeto, anlise de recursos, apoio das princi-pais partes interessadas.

    IV. REPLICABILIDADE E POTENCIAL DE EXPORTAO:

    O potencial para replicao foi determina-do quando a experincia pudesse ser im-plementada em outros contextos. Portanto, no poderia incluir recursos exclusivos pes-soais ou econmicos, estruturas legais, ins-tituies etc. que tornariam a replicao difcil. Uma maneira de verificar a replica-bilidade era saber se a experincia j havia sido implementada em outros locais.

    Aspectos-chave

    Especificidade da concepo e dos obje-tivos, existncia da mesma interveno (ou uma verso dela) em outro contexto, recursos necessrios e condies que permitam sua realizao.

    OS CRITRIOS UTILIZADOS PARA VERIFICAR OS RESULTADOS DAS EXPERINCIAS NAS TRS DIMENSES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL.

    tem um impacto verificvel na erradicao da pobreza ou no desenvolvimento humano?

    refora o acesso aos servios sociais? promove a participao social

    e o acesso informao? promove a incluso dos

    grupos vulnerveis? promove o emprego decente? fortalece a segurana alimentar,

    a sade e/ou a educao? promove o acesso equitativo aos

    recursos naturais, servios dos ecossistemas e seus benefcios?

    diminui a vulnerabilidade social ao risco de desastres ou s mudanas climticas?

    refora o capital natural (conservao, gesto e restaurao de ecossistemas)?

    facilita o progresso para uma sociedade e uma economia de baixo carbono e mais ecolgica?

    reduz a poluio e recupera, reutiliza ou descarta resduos de uma forma ambientalmente correta?

    evita ou mitiga as emisses de gases de efeito estufa?

    promove uma utilizao eficiente dos recursos naturais?

    assegura a proteo do ar, da gua, do solo e dos ecossistemas que nos fornecem a vida?

    aumenta a riqueza e a renda? melhora a competitividade e a pro-

    dutividade da economia? permite resultados fiscais positivos? contribui para a transforma-

    o produtiva e sustentvel? fomenta a criao de no-

    vos negcios verdes? impulsiona o crescimento lo-

    cal/setorial/nacional? fortalece a incluso do valor dos ativos na-

    turais em decises de polticas economicas? diminui a intensidade do uso de car-

    bono no desenvolvimento? aumenta a resilincia da economia e

    da infraestrutura em relao aos riscos de desastres e mudanas climticas?

    A EXPERINCIAA EXPERINCIAA EXPERINCIA

    PROTEJA O PLANETA

    DIMENSO AMBIENTAL

    PROSPERIDADE PARA TODOS

    DIMENSO ECONMICA

    NO DEIXAR NINGUM PARA TRS

    DIMENSO SOCIAL

    1514

  • AS EXPERINCIAS

    1Barbados

    O CALADO DE BARBADOS

    2Bolivia

    MANEJO FLORESTAL COMUNITRIO

    3Brasil

    BOLSA VERDE

    4Brasil

    CONSUMO E PRODUO SUSTENTVEIS

    5Caribe Oriental

    VIVENDO A ECONOMIA AZUL

    6Chile

    AR SAUDVEL PARA SANTIAGO DO CHILE

    7Colmbia

    BANCO2

    8Colmbia

    PECURIA SUSTENTVEL

    9Costa Rica

    ACTUAR

    10Cuba

    COOPERATIVAS DE RECICLAGEM

    11Equador

    FUNDO DA GUA DE QUITO

    12El Salvador

    SINERGIA MUNICIPAL EM AO

    13Honduras

    QUESUNGUAL

    14Mxico

    ALM DA SEGURANA ALIMENTAR

    15

    Peru

    COMUNIDADES MONTANHOSAS IMPULSIONAM A MUDANA

    16Repblica Dominicana

    HOSPITAIS SEGUROS E VERDES

    17Repblica Dominicana

    NDICE DE VULNERABILIDADE AOS PERIGOS CLIMTICOS

    18Trinidad e Tobago

    O MERCADO VERDE E O FUTURO DA AGRICULTURA

    19Uruguai

    RENOVANDO A ENERGIA

    20Argentina

    UM ESTILO DE VIDA SUSTENTVEL

    21Brasil

    O PROGRAMA GUA DOCE

    22Costa Rica

    CAF NAMA

    23Chile

    FLORESTA MODELO

    24Granada

    MAIS DO QUE UMA ESCOLA

    25

    Jamaica

    UMA LENTE DE GNERO PARA A ECONOMIA VERDE

    26

    Mxico

    GARANTINDO GUA PARA AS PESSOAS E PARA O MEIO AMBIENTE

    27Panam

    FUNDO ECOLGICO DO PANAM

    28Paraguay

    MODERNIZANDO A AGRICULTURA FAMILIAR

    14

    12

    10

    22 27

    16

    17 5

    18

    24

    25

    1

    7

    8

    11

    2

    6

    23

    20

    28

    3

    4

    21

    19

    15

    9

    13

    26

    1716Disponvel no: www.uneplive.unep.org

  • Anel Gmez / PNUD.

    A durao media das experincias catalogadas entre

    9 e 10 anos mostrando a necessidade de esforos de longo prazo para produzir mudanas de desenvolvimento em campo.

    40% das iniciativas revisadas integraram novas tecnologias como base para mudanas sustentveis.

    MENSAGENS OBTIDAS EM CAMPO

    A regio da Amrica Latina e Caribe tem exercido papel ativo em todos os proces-sos multilaterais relacionados com a go-vernana global e o desenvolvimento sustentvel. Regionalmente, h diversas alianas governamentais, redes de ao e plataformas de organizaes que abor-dam essas questes de diferentes mbitos geogrficos e com diferentes abordagens operacionais e que envolvem um grupo diverso de partes interessadas. Ao longo

    dos anos, essas iniciativas tm produzido o registro de conhecimentos e prticas que visam promover a sustentabilidade no de-senvolvimento da regio.

    As experincias compiladas neste do-cumento produziram ou ainda produzem resultados tangveis no desenvolvimen-to econmico (prosperidade para todos), bem-estar social (no deixar ningum para trs) e sustentabilidade ambiental (proteger o planeta). O problema comum que levou todas elas a abraarem essa abordagem triple-win veio da necessidade de resolver os problemas de desenvolvimento comple-xos e multidimensionais. A abordagem ho-lstica ou sistmica foi fundamental para o conceito de desenvolvimento sustentvel. No entanto, isso no foi necessariamente a inspirao-chave para as solues adotadas pelos exemplos de campo apresentados.

    Os exemplos seguintes apresentam di-ferentes formas e pontos de entrada para se chegar a um enfoque integrado e alcan-ar resultados equilibrados. Esses pontos

    de entrada tm origem nas diversas inicia-tivas, tais como os esforos de setores pro-motores de desenvolvimento especficos para tornar suas estratgias mais verdes e garantir resultados mais sustentveis no domnio social, ou na necessidade de ali-nhar os interesses das diferentes partes interessadas em torno de problemas em comum, como acesso gua, conservao das florestas ou adaptao s mudanas climticas. As experincias tambm mos-tram que uma abordagem holstica pode advir de iniciativas locais que identifiquem padres insustentveis de desenvolvimen-to que s possam ser corrigidos por meio de solues abrangentes. Alm disso, es-tratgias de nvel nacional esto adotan-do abordagens integradas quando suas implementaes requerem uma perspecti-va de longo prazo, que busque a verdadei-ra transformao para a sustentabilidade.

    Um resultado preliminar da anlise des-ta compilao foi sintetizado em torno das seguintes mensagens-chave:

    01 QUEBRANDO NICHOS VS. FAZER PONTES ENTRE ELES: O PAPEL DAS INICIATIVAS SETORIAIS NO AVANO DA POLTICA INTEGRADA.

    02 RESPOSTAS GLOBAIS VS. LOCAIS: O DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL ESPECFICO AO CONTEXTO, MAS AS POLTICAS MAIS AMPLAS IMPORTAM.

    03 TRANSFORMANDO REALIDADES: A SUSTENTABILIDADE EXIGE INOVAO E MUDANAS CULTURAIS.

    04 TEA A REDE: PARCERIAS COMO FERRAMENTA PARA A IMPLEMENTAO COERENTE E A AMPLIAO DE IMPACTOS.

    05 O PAPEL DO SETOR PRIVADO PARA PRESSIONAR POR UM ENFOQUE INTEGRADO DO PONTO DE VISTA ECONMICO.

    06 O MONITORAMENTO DA IMPLEMENTAO: DECISES EQUILIBRADAS E DE LONGO PRAZO REQUEREM DADOS.

    1918

  • 02 RESPOSTAS GLOBAIS VS. LOCAISO DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL ESPECFICO AO CONTEXTO, MAS AS POLTICAS MAIS AMPLAS IMPORTAM

    O envolvimento e a participao da socie-dade civil e dos governos locais e sub-regio-nais so cruciais para enfrentar os desafios especficos do contexto de desenvolvimen-to. Organizaes e instituies que lidam com as necessidades da comunidade de forma constante podem, portanto, criar me-canismos eficazes para o planejamento par-ticipativo e para aumentar a coerncia dos objetivos setoriais na escala local.

    Comunidades locais da regio, por meio do seu envolvimento participativo em inicia-tivas, como o comrcio social do Mercado Verde de Santa Cruz, em Trinidade e Toba-go, ou a Ecoaldeia Akapacha, na Argentina, esto encontrando maneiras de contribuir para o desenvolvimento sustentvel, alte-rando seus padres de produo e consumo e abraando a solidariedade econmica e a aprendizagem colaborativa.

    As iniciativas locais so particular-mente valiosas quando atingem o ncleo das respostas multidimensionais de ris-cos de desastres e ameaas de mudan-as climticas que, muitas vezes, exigem respostas muito especficas ao contexto

    para serem bem-sucedidas. As comuni-dades da Reserva Nor Yauyos Cochas, no Peru, por exemplo, tm mostrado grande sucesso na combinao de estratgias socioeconmicas, culturais, ambientais e tecnolgicas para reduzir a vulnerabili-dade local e fortalecer a resilincia dos sistemas produtivos.

    As iniciativas locais revelam que as so-lues integradas, quando ampliadas, po-dem, potencialmente, levar mudanas tangveis para a sustentabilidade em nvel nacional ou regional. No entanto, em esca-la maior, a liderana poltica e os compro-missos polticos devem ser assegurados, juntamente com uma viso de longo prazo. Esses compromissos foram essenciais para a transio energtica no Uruguai, que no s protege o fornecimento de energia da nao e reduz a sua captura de carbono, mas tambm diminui a carga fiscal do go-verno e contribui para a competitividade da economia nacional.

    Para forjar um caminho para o desen-volvimento mais sustentvel, todas as es-calas de interveno desde o nvel local,

    nacional e at mesmo global devem ser consideradas. justamente no ponto de en-contro das abordagens de pequena escala e de grande escala que essa verdadeira in-tegrao e coerncia ocorrem.

    01QUEBRAR OS NICHOS VERSUS CONECT-LOSO PAPEL DAS INICIATIVAS SETORIAIS NO AVANO DA POLTICA INTEGRADAAs experincias revelaram que os esforos setoriais para construir pontes entre as trs dimenses do desenvolvimento sustentvel nas suas prprias polticas, seus programas e suas iniciativas forneceram excelentes pontos de entrada estratgicos para refor-ar a integrao e a coerncia global des-sas polticas.

    Os governos tm, naturalmente, dife-rentes processos e estruturas em nvel es-tratgico para coordenar as polticas de desenvolvimento e quebrar nichos. Esses esforos nacionais de integrao produzem ferramentas, otimizam os compromissos e ex-ploram sinergias em reas como vises na-cionais a longo prazo, mudanas climticas ou energia. No entanto, nesta compilao, vrias experincias foram impulsionadas por um setor especfico, que puxa os demais seto-res, a fim de abordar questes especficas de forma integrada. So iniciativas originalmen-te centradas em sade, silvicultura, gesto da gua, agricultura, proteo social ou energia.

    Exemplos incluem setores agrcolas que fomentam a segurana alimentar e o

    de conservao ambiental chamado Bolsa Verde, que combina programas de transfe-rncia condicional de renda destinados a aliviar a pobreza extrema com a reduo do desmatamento na Regio Amaznica. Todas essas iniciativas surgiram quando um setor, enquanto no cumprimento do seu mandato, viu a vantagem de trazer parceiros de ou-tros setores.

    Esses esforos, liderados por um setor, esto construindo pontes etre nichos, en-volvendo outras pessoas em desafios es-pecficos e prticas que contribuem para o desenvolvimento e implementao de pol-ticas mais abrangentes.

    aumento da produtividade agrcola, combi-nando esses objetivos com o uso susten-tvel dos recursos naturais. O Programa Especial para a Segurana Alimentar do Mxico um exemplo dessa estratgia e tem focado nas comunidades marginaliza-das nos ltimos 15 anos. O Programa Safe Hospital [Hospital Seguro], exemplo do se-tor de sade, fornece servios sociais es-senciais no caso de desastres. Preserva tambm o investimento pblico em sade complementando-o com o gerenciamento ambientalmente correto de produtos qumi-cos, resduos e gua. Outro exemplo notvel pode ser encontrado no programa brasileiro

    Planos locais e subnacionais

    Solues comunitrias

    Plano Nacional de Desenvolvimento

    Acordos internacionais

    Polticas setoriais

    Integrao e coerncia

    2120

  • 04 TEA A REDEPARCERIAS COMO FERRAMENTA PARA A IMPLEMENTAO COERENTE E A AMPLIAO DE IMPACTOS

    Para desenvolver respostas multidimensio-nais para os desafios de desenvolvimento, uma ampla gama de partes interessadas deve estar envolvida na anlise, nas pro-postas e na implementao de polticas e iniciativas integradas. Levar em conta as di-versas perspectivas, bem como a experin-cia em diferentes campos, garante propostas mais adequadas e equilibradas para o desen-volvimento sustentvel. Tambm promove a transparncia e responsabilidade comparti-lhada, essenciais para criar o compromisso necessrio, alcanar resultados e reforar a implementao. O estabelecimento de uma cultura comum de trabalho em conjunto tam-bm tem o potencial de aumentar as capa-cidades de resoluo pacfica de conflitos, especialmente no que diz respeito a ques-tes relacionadas com o acesso e a distri-buio equitativa de recursos.

    A maioria das experincias seleciona-das aqui inclui organismos de coordenao intersetorial compostos de diversas partes interessadas como uma etapa normal da sua abordagem integrativa. A formulao da Ao de Mitigao Nacionalmente Apropriada para o setor cafeeiro na Costa Rica, por exemplo, exigiu a participao de instituies nacio-nais do setor privado, agricultores, organiza-es de cooperao tcnica internacional e

    sociedade civil. Para efetivamente reduzir os nveis de poluio do ar em Santiago do Chile, regulamentos foram criados para os setores da indstria e do transporte, mas foi o esforo do setor privado, do governo local, das auto-ridades nacionais e dos cidados individuais que garantiu a mudana.

    Alm disso, redes associativas so fer-ramentas teis na regio para ampliar os impactos. As cooperativas de reciclagem garantem a coleta, reciclagem e reduo de resduos slidos urbanos, promovendo, simultaneamente, a incluso de setores sociais tradicionalmente marginalizados e estigmatizados. Alm disso, a associao solidria de pequenas empresas, funda-es e cooperativas foi essencial para o desenvolvimento do turismo rural na Cos-ta Rica. Esse modelo econmico alternati-vo tornou-se uma importante alternativa de gerao de renda para as mulheres indge-nas e um meio eficaz para a preservao do meio ambiente. Associaes municipais tambm desempenham papel importante como instrumentos de governana. Em El Salvador, garantem planejamento partici-pativo e gesto sustentvel comunitria de terras, resduos e riscos. Essas associaes tm papel importante no desenvolvimento local porque criam sinergias entre as dife-

    rentes partes interessadas, levam em conta as prioridades e preocupaes locais para garantir a sustentabilidade e promovem o uso da terra e o desenvolvimento de priori-dades coerentes.

    No h uma abordagem para a integra-o que sirva para todos os casos. Os obje-tivos e os impactos de desenvolvimento so especficos para cada ambiente poltico. No entanto, a necessidade de avaliaes espe-cficas do contexto nacional e local destaca ainda o importante papel de participao das partes interessadas, j que elas podem ofe-recer conhecimentos especficos e diversifi-cados sobre as necessidades das pessoas e os efeitos provveis das estratgias e polti-cas de desenvolvimento.

    03 TRANSFORMANDO REALIDADESA SUSTENTABILIDADE EXIGE INOVAO E MUDANAS CULTURAIS

    O desenvolvimento sustentvel visa trans-formar a natureza e os padres de utilizao de recursos e dissociar o progresso econ-mico e social da degradao ambiental. A cincia e a tecnologia tm papel importante no apoio a reciclagem, minimizao de res-duos, substituio de materiais, processos alternativos de produo, controle de po-luio e uso mais eficiente de recursos. No entanto, o progresso tecnolgico no su-ficiente. A transformao radical necessria para parar e reverter a degradao ambien-tal no pode ser considerada independente-mente da sociedade.

    As experincias reunidas nesta publi-cao que integraram uma nova tecnologia, com sucesso, para o desenvolvimento sus-tentvel no poderiam ter alcanado isso sem realizar uma mudana cultural signifi-cativa. No Paraguai, a introduo, em larga escala, de tcnicas agrcolas que no pre-judicam o clima, para apoiar a agricultura familiar, combater a pobreza e acabar com a degradao do solo requereu dos peque-nos agricultores conscientizao contnua, apoio tcnico e capacitao. No Brasil, a capacitao das comunidades para cuidar de projetos de dessalinizao por conta pr-pria tem sido crucial para garantir o abaste-cimento de gua para 100.000 pessoas na

    regio mais rida do pas. Isso, junto com o envolvimento ativo dos governos subnacio-nais e municipais, assegura a sustentabili-dade das estruturas de gesto dos sistemas de dessalinizao.

    No entanto, mudanas culturais reque-rem processos de mdio e longo prazo e nem sempre exigem a adoo de solues externas. Em Honduras, o resgate e a revi-talizao de prticas ancestrais foram fun-damentais para reduzir a degradao do solo e fortalecer a resilincia econmica, social e ambiental. O fortalecimento das capacidades de organizao das comuni-dades indgenas e sua gesto comunitria dos recursos naturais tambm pode gerar usos mais sustentveis de recursos natu-rais para o benefcio da populao local a longo prazo. Tem sido esse o caso nos projetos da Associao Florestal Nacional Indgena, na Bolvia. Na Amrica Latina e Caribe, as comunidades locais so caracte-rizadas por seus sistemas de conhecimento fortemente embutidos em tradies cultu-rais. O conhecimento tradicional inclui tec-nologias de subsistncia, gesto ambiental e adaptao variabilidade climtica o que pode assegurar um amplo apoio da comunidade para uma transio para o de-senvolvimento sustentvel.

    A INOVAO TAMBM DEVE NASCER A PARTIR DE FERRAMENTAS FISCAIS E MECANISMOS FINANCEIROS

    A tributao local fundamental para assegurar a sustentabilidade dos fundos hdricos de Quito, enquanto, no Chile, a adoo de dois impostos verdes nacio-nais promove uma menor intensidade de carbono em sua economia. Os fundos fi-ducirios ecolgicos garantem, tambm, a disponibilidade de um financiamento sustentvel para a proteo e restaura-o de sistemas ecolgicos em vrios pases da regio, como no Panam. Ao longo dos anos, a alocao regular e constante de recursos nacionais para iniciativas estratgicas produz impac-tos significativos. o caso do Progra-ma Estratgico de Segurana Alimentar, no Mxico. O Congresso tem aprovado o oramento federal para o programa desde 2007, tornando-o parte da pol-tica pblica de desenvolvimento rural. O mesmo se aplica a outras iniciativas nacionais e de longo prazo como o Pro-grama gua Doce, no Brasil.

    75% das iniciativas envolveram quatro ou cinco dos seis grupos de atores relevantes analisados. As associaes mais comuns involvem instituies governamentais, sociedade civil ou organizaes do setor privado.

    2322

  • Ministerio de Industria, Energa y Minera, Uruguay.

    06 O MONITORAMENTO DA IMPLEMENTAO DECISES EQUILIBRADAS E DE LONGO PRAZO REQUEREM DADOS

    A necessidade de informaes relevantes fundamental para a tomada de decises bem embasadas com implicaes em longo prazo. Vrias das experincias apresenta-das nesta publicao mostram abordagens interessantes para a melhor utilizao de dados no processo de tomada de decises polticas. Exemplos incluem a Repblica Do-minicana, que introduziu o ndice de Vulnera-bilidade aos Riscos Climticos como critrio para focar sua poltica social, reconhecen-do o ciclo vicioso entre desastres naturais e vulnerabilidade relacionada com pobreza. Tambm exemplificando o uso inovador de dados, a metodologia para o clculo de Ta-xas Ecolgicas de Fluxos de Rios serve como base para identificar, priorizar e mapear uma rede de reservas de gua no Mxico re-servas que visam garantir a sustentabilida-de do abastecimento de gua no pas. No Caribe Oriental, CaribNode, um sistema de informao on-line permite acesso fcil aos dados sobre decises na gesto de recur-sos marinhos locais e bem-estar das comu-nidades costeiras. Finalmente, o ndice de Segurana Hospitalar est sendo usado em

    vrios pases da regio para priorizar e ava-liar o impacto das intervenes no setor da sade que mitigam os riscos de desastres nessas infraestruturas crticas.

    preciso salientar que a disponibilidade de informaes locais para monitorar e ava-liar o impacto das polticas to importante quanto o uso desses dados para assegurar que os objetivos promovidos esto sendo cumpridos. O fortalecimento do sistema de monitoramento da qualidade do ar foi crucial em Santiago do Chile para identificar as prin-cipais fontes de poluio e assegurar que as polticas estavam no caminho certo. Desde 2010, o Sistema de Informao de Desen-volvimento Econmico Local permite o moni-toramento dos principais indicadores-chave (sobre a economia local e a gesto dos res-duos, de riscos e do meio ambiente) para os municpios da regio Nonualcos. O Programa Bolsa Verde, no Brasil, tambm depende dos dados locais para monitorar a cobertura flo-restal por meio de um sistema de informa-o geogrfica que garante que as famlias preservem a floresta e, assim, tenham direito s compensaes previstas pelo programa.

    A informao o principal motor da neces-sidade de reforar o dilogo entre a cincia e as polticas. Disponibilizar informao til para os tomadores de decises, de forma oportuna, permitem-lhes no s formular e acompanhar polticas, mas tambm fortale-cer os sistemas de prestao de contas p-blicas. Alm disso, a necessidade de criar novos tipos de mtricas para monitorar a im-plementao de polticas integradas clara. Essas mtricas devem permitir o monitora-mento do balano dos progressos realizados em todas as trs dimenses do desenvolvi-mento sustentvel e permitir ajustes, quando necessrios. Portanto, devem ser relaciona-dos com os processos, ferramentas e as pr-prias metas de implementao.

    05 O PAPEL DO SETOR PRIVADOPARA PRESSIONAR POR UM ENFOQUE INTEGRADO DO PONTO DE VISTA ECONMICO

    O setor privado merece meno especial devido aos muitos e diferentes papis que pode desempenhar nas parcerias que pro-movem abordagens integradas. Por exem-plo, a Federao Nacional de Pecuaristas da Colmbia, em aliana com um centro cientfico (Cipav), est conduzindo um pro-cesso para ajustar as prticas de seus afi-liados, atingindo quase 2.500 deles, a fim de contribuir para mitigao das mudanas climticas, aumento da produtividade e sus-tentabilidade ambiental de um setor econo-micamente crtico.

    No caso do setor financeiro, o aces-so aos servios bancrios para as popula-es marginalizadas tem sido a base para o estabelecimento de uma parceria pbli-co-privada na Colmbia (o BanCO2) que re-compensa, diretamente, as comunidades que protegem as florestas por meio das contribuies de 77 empreendimentos. A disponibilidade de novos produtos e ser-vios de financiamento provenientes de instituies de microfinanciamento tam-bm contribui para formas alternativas de subsistncia para as comunidades andinas

    marginalizadas. A iniciativa piloto Micro-finana para a Adaptao Base de Ecos-sistemas tem fornecido assistncia tcnica para promover 5.000 emprstimos para so-lues de adaptao s mudanas climti-cas no Peru e na Colmbia.

    E as parcerias e contribuies do setor privado tm sido os pilares para os fundos hdricos da regio. No Equador, uma ampla parceria pblico-privada trabalha para ga-rantir o abastecimento de gua em reas crticas, como a cidade de Quito, no Equa-dor, e beneficiam as comunidades locais que protegem as nascentes. A participa-o do setor privado foi fundamental na implementao desse mecanismo fiduci-rio bsico.

    medida que a transio para formas de desenvolvimento mais sustentveis ocorre, o alinhamento das aes, recur-sos e esforos de todas as partes interes-sadas para esse novo paradigma torna-se fundamental. A assistncia internacional para o desenvolvimento e recursos inter-nos so vitais, mas as empresas privadas e os cidados devem adotar, ativamente, pa-

    dres de consumo e de produo mais sus-tentveis para garantir o bem-estar, sem que isso signifique resultar em escassez e degradao ambiental. O papel do setor privado no apenas fundamental como principal impulsionador do investimento, mas tambm como parte de esforos p-blico-privados e multissetoriais.

    25% das iniciativas desenvolveu e implementou uma nova ferramenta de avaliao. 2524

  • DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL NA PRTICAAS EXPERINCIAS

    2726

    ODS ODS ODS ODS

    ODS ODS ODSODS

    ODS ODS ODS

    ODS ODSODS ODS

    ODS

    ODS

  • O CALADO DE BARBADOS

    As orlas e os sistemas costeiros dos pequenos es-tados insulares em desenvolvimento (PEID) sofrem com o efeito severo do aumento do nvel do mar e com prticas insustentveis de gerenciamento costeiro. A ilha de Barbados no est imune es-tes desafios, que prejudicam os promontrios, as regies prximas ao litoral, os habitats costeiros e marinhos e os meios de subsistncia dos pescado-res. Alm disso, as praias - partes importantes do produto turstico nacional de Barbados - tambm esto sendo afetadas, pondo em risco a segunda maior fonte de receitas e divisas do Pas.

    Em 2007, o Governo de Barbados obteve um emprstimo do Banco Interamericano de Desen-volvimento (BID) para financiar o Programa de Infraestruturas Costeiras com o objetivo de es-tabelecer uma abordagem de baixo custo para a gesto do risco costeiro e adaptao mudana do clima. Esta iniciativa, empreendida por meio da Unidade de Gesto da Zona Costeira (UGZC) nacional, incluiu um componente especfico para um trecho de 1,2 km no litoral do sul da ilha. Na fase de concepo,a UGZC adotou uma aborda-

    gem nica e inovadora para um problema de en-genharia, incluindo grandes aes de paisagismo na orla.

    INOVAO DE ENGENHARIA

    A caracterstica proeminente do projeto um longo calado de 1,2 km. No entanto, as obras incluram a construo de estruturas de engenharia costei-ra, revestimentos, promontrios e infraestruturas ao longo do litoral com o intuito de interromper a eroso e estabilizar uma rea costeira danificada e erodida. No entanto, o Calado de Haynes Richie se diferencia pela introduo de um componente recreativo em uma soluo que, de outra forma, se-ria meramente uma obra de engenharia. Em ltima anlise, a concepo do projeto criou uma regio bonita, aprimorou a paisagem litornea e garantiu o acesso seguro praia para todos os cidados.

    O projeto tambm atinge outro objetivo, visto que foi acoplado restaurao de habitats costei-ros para proteger a biodiversidade marinha, a flora e a fauna. Por exemplo, as praias ao longo da costa so usadas pelas tartarugas para nidificao; porm, alguns tipos de luz artificial podem acabar confun-dindo os filhotes de tartaruga que tentam chegar ao oceano. Os autores do projeto levaram isso em considerao - essa rea litornea passou a ser um local aprimorado para a reproduo de tartarugas.

    BENEFCIOS

    Este projeto proporciona vrios benefcios econ-micos. Houve um aumento do valor das residn-cias dos moradores em reas litorneas afetadas. Os hotis e outras instalaes tursticas agora podem oferecer um produto aprimorado aos resi-dentes locais e turistas.

    O projeto j conta com o apoio e a aprovao dos residentes locais - centenas de pessoas usam o calado todos os dias. Seu grande apelo, utili-dade e benefcios para o governo, as empresas e a sociedade - alm da estabilizao bem-sucedi-da da rea costeira - fizeram com que o projeto fosse amplamente utilizado e geraram uma forte sensao de aceitao e apropriao local. O mo-delo do calado como parte de um projeto mais amplo de engenharia voltado para a estabilizao do litoral j foi replicado no litoral oeste da ilha.

    O calado de Barbados oferece o bnus da sustentabilidade, a oportunidade de aumentar o bem-estar e a sade, infraestruturas resilientes e a proteo dos ecossistemas e dos habitat ma-rinhos - proporcionando, simultaneamente, a re-mediao dos danos causados pela mudana do clima nos ecossistemas litorneos do sul da ilha e a proteo dos recursos que geram divisas eco-nmicas para o Pas.

    LocalBarbados

    EscalaSubnacional.

    Atores envolvidos Governo, organizao internacional.

    Fator nico Cultura, tecnologia.

    UM BENEFCIO PARA A CONSERVAO, RECREAO E TURISMOCriando solues de adaptao mudana do clima que geram atrativos para os moradores e turistas ao mesmo tempo que protegem as tartarugas marinhas.

    RESULTADOS DO CALADO

    Um aumento de

    26.000m3, no volume de praia, ampliando a largura mdia da praia em

    20 m.Houve um aumento expressivo da receita mensal dos empreendimentos corporativos localizados nas reas beneficiadas pelos projetos.

    2928

    Coastal Zone Management Unidade, Governo de Barbados.

    9.1

    11.7

    13.1

    14.2 14.7

    9.1

    http://www.iadb.org/en/projects/project-description-title,1303.html?id=BA0019http://www.iadb.org/en/projects/project-description-title,1303.html?id=BA0019http://www.iadb.org/en/news/webstories/2013-03-04/coastal-infrastructure-in-barbados,10326.html

  • MANEJO FLORESTAL COMUNITRIO

    A provncia de Velasco, na regio leste da Bolvia, tem 80% de seu territrio coberto pela Floresta Seca de Chiquitano. A madeira nativa dessa floresta ex-tremamente valiosa. No entanto, a populao local tem dificuldade em tirar proveito desses recursos locais devido baixa produtividade dessas zonas (custos elevados de produo decorrentes da falta de mquinas e equipamentos). A renda mais baixa porque a madeira vendida no processada. Alm disso, difcil obter emprstimos e os termos co-merciais so ditados pelas empresas compradoras.

    Nos ltimos anos, as mudanas na legislao boliviana garantiram o reconhecimento dos direitos de propriedade da terra, bem como o acesso exclu-sivo dos povos indgenas aos recursos florestais. Porm, a gesto de recursos florestais exige capa-cidade tcnico e habilidade de negcios e negocia-es com as empresas privadas, bem como acesso informao sobre o funcionamento da burocracia do Estado. Um aspecto muito importante o fato de que os povos indgenas precisam marcar presena nas terras extensas que lhes pertencem e que, na

    prtica, costumam ser exploradas por terceiros. A gesto de recursos locais requer uma organizao capaz de oferecer assessoria e formao para repre-sentar a populao local nos nveis regional e nacio-nal e para apoi-la no exerccio dos seus direitos.

    ASSOCIAES DE PRODUTORES

    O Projeto Florestal Comunitrio na Provncia de Velasco comeou em 1998, a partir de um acordo de cooperao entre as trs comunidades indge-nas, o Centro de Pesquisa em Agricultura Tropical (CIAT) e a Cooperao Alem para o Desenvolvi-mento (GIZ). A institucionalizao dessa iniciativa ocorreu por meio da criao do Comit Intercomu-nitrio Florestal (COINFO) da Provncia de Velasco, uma associao regional de organizaes flores-tais comunitrias. O objetivo do COINFO ofere-cer apoio e representar as comunidades indgenas e camponesas em termos de gesto e do uso sus-tentvel, legal e eficaz de suas florestas.

    Desde 2005, o COINFO vem apoiando a ela-borao de instrumentos de manejo florestal (regulamentos organizacionais), processos de ca-dastramento e emisso de licenas, implemen-tao de projetos florestais e fortalecimento de capacidades tcnicas no uso das florestas, reme-diao de madeira serrada, dimensionamento, mo-nitoramento e controle de operaes florestais e muito mais. Alm disso, o COINFO assessora seus membros em matria de comercializao de madei-ra e auxilia na busca por mercados e na negociao e superviso de acordos justos de compra e venda.

    Em nvel nacional, a Associao Florestal In-dgena Nacional (AFIN) foi registrada quase si-multaneamente, em 2005, com a participao

    do COINFO e de mais dez Associaes Flores-tais Indgenas Regionais (AFIR), reunindo mais de 200 organizaes florestais comunitrias. A AFIR apoia o fortalecimento tcnico, organiza-cional e financeiro de seus membros. Essa Asso-ciao consolidou-se nacionalmente por meio de reunies peridicas, com representantes de todo o pas e com a elaborao do Plano Estratgico Nacional. Alm disso, participa da formulao e implementao de polticas pblicas de facilita-o e garante que as comunidades locais possam exercer seus direitos.

    SETE MILHES EM PLENO CRESCIMENTO

    Essas associaes vm obtendo sucesso. Em 2012, o COINFO incorporou 18 comunidades como as-sociadas, representando 1.200 famlias dos mu-nicpios de San Ignacio, San Miguel e San Rafael. Hoje, os clculos indicam que mais de 6.000 fa-mlias em todo o pas se beneficiam do trabalho das vrias associaes regionais. Seguindo pla-nos de gesto detalhados, as comunidades indge-nas administram, aproximadamente, 2 milhes de hectares (h 10 anos, eram apenas 250.000 hec-tares). Desse total, 90.000 hectares so utilizados para a comercializao de madeira, gerando mais de USD 7 milhes em renda. Embora nem sempre seja fcil, a AFIN e o COINFO (bem como as ou-tras AFIR) desempenham um papel importante na comercializao e superviso de todo o processo, proporcionando condies mais favorveis para os vendedores. Com esse intuito, buscam tambm for-malizar uma aliana estratgica com a Cmara Flo-restal, que representa essas empresas.

    LocalBolivia

    EscalaSubnacional.

    Atores envolvidos Sociedade civil, governo, setor privado, organizaes internacionais.

    Fator nico Associao, indgenas.

    ASSOCIAES DE INCLUSO ECONMICA E SOCIAL COM BENEFCIOS AMBIENTAISAs capacidades organizacionais indgenas garantem o know-how tcnico e as habilidades de negcios e de negociao necessrias para as empresas privadas tirarem proveito dos recursos florestais.

    Asociacin Forestal Indgena Nacional - AFIN.

    Esses esforos tm um impacto expressivo na gera-o de empregos e nos estmulos economia local. A renda distribuda equitativamente entre as fam-lias. Parte da renda utilizada para financiar proje-tos de infraestrutura (escolas, comunidades locais) e festividades locais ou para adquirir bens (como bi-cicletas ou ferramentas). Em termos ambientais, as atividades de vigilncia e fiscalizao postas em pr-tica por essas associaes evitam o desmatamento e previnem a perda de florestas nativas.

    Ainda mais importante o apoio prestado aos povos indgenas para que possam usufruir de seus direitos nos termos da Constituio e de tratados internacionais. Diversas ferramentas de gesto foram adotadas como parte desse fortalecimen-to organizacional, incluindo estatutos, planos de negcios e manuais de gesto para o desenvolvi-mento de capacidades tcnicas e administrativas. O trabalho das organizaes regionais - como o COINFO e a AFIN - demonstrou a importncia de integrar o trabalho florestal das associaes aos di-versos esforos envidados por entidades pblicas e privadas e agncias de cooperao internacional, promovendo a transio para um desenvolvimento sustentvel e mais inclusivo em nvel local.

    3130

    1.4 8.3 8.4 8.5

    15.1 15.2

    16.7

    http://pdf.usaid.gov/pdf_docs/Pdaca610.pdfhttp://www.fao.org/partnerships/forest-farm-facility/43916-0edc8d802dc6eb058811fa5d3e6e3d3a7.pdfhttp://www.fao.org/partnerships/forest-farm-facility/43916-0edc8d802dc6eb058811fa5d3e6e3d3a7.pdfhttp://www.nafaforestry.org/index.htmlhttp://www.nafaforestry.org/index.html

  • Embora apenas 15,6% da populao brasileira viva em reas rurais, essas regies abrigam 47% de pes-soas abaixo da linha da pobreza. Como complemen-to de renda para as famlias beneficirias do Bolsa Famlia (programa federal de transferncia de renda associada ao cumprimento de condicionantes sociais e de sade), o Bolsa Verde tem o objetivo especfi-co de melhorar as condies de vida e aumentar os nveis de renda das pessoas extremamente pobres, enquanto elas realizam atividades de conservao de recursos naturais nas reas rurais. Isso importante pois contribui aos esforos para combater o desma-tamento em reas rurais do Brasil, principalmente na Amaznia, que desde 2011 resultou em signifi-cativa perda de cobertura vegetal. Esses esforos ti-veram um impacto bem-vindo tendncia de queda do desmatamento na regio Amaznica do Brasil nos ltimos onze anos, sustentada no compromisso das autoridades brasileiras de diminuir a perda ainda sig-nificativa de vegetao natural nessa regio.

    TRANSFERNCIAS TRIMESTRAIS

    Desde 2011, o programa Bolsa Verde trabalha com transferncias trimestrais de R$ 300 para as famlias

    participantes durante um perodo de dois anos (pror-rogvel por mais dois anos). Os principais benefici-rios so famlias extremamente pobres residentes nas Unidades de Conservao de Uso Sustentvel, nos assentamentos da reforma agrria e nos terri-trios ocupados por povos e comunidades quilom-bolas e tradicionais.

    Nos ltimos cinco anos, o programa incluiu:

    seleo das zonas de trabalho, avaliao am-biental e validao e publicao dos resulta-dos pelo comit gestor;

    incluso de informaes sobre possveis be-neficirios no Cadastro nico para Programas Sociais do Governo Federal (Cadnico);

    elaborao dos termos de compromisso - com a indicao do nome da pessoa responsvel na famlia e a rea onde vive - que so enviados aos rgos locais de gesto do programa (ICM-Bio, Incra, SPU) e aos rgos que vo a campo para orientar os usurios e coletar informaes;

    envio dos dados para a Caixa Econmica Fede-ral (CEF), rgo responsvel pela gesto opera-cional do Cadnico, para incluso na lista de beneficirios e transferncias trimestrais por meio do carto de dbito do Bolsa Famlia; e

    monitoramento anual das imagens de sa-tlite para verificar se a cobertura vegetal est diminuindo, o que motivaria a suspen-so dos benefcios.

    Aps cinco anos, o programa demonstra que re-almente possvel transformar o panorama rural por meio de atividades simultneas. Com base em in-formaes e dados sobre as famlias, pode ser feita uma anlise qualitativa mais detalhada da educao

    e da sade bsica, bem como a infraestrutura de produo. Essa anlise est sendo usada para de-senvolver outras polticas de governo que tambm visam promover o bem-estar econmico e social.

    GARANTINDO BONS RESULTADOS

    A implementao de um programa to vasto tem sido um grande desafio em termos de acordos in-terinstitucionais nos diferentes nveis (federal, estadual e municipal) bem como devido s distn-cias geogrficas e s dificuldades de locomoo no campo. Para superar essa situao, um comit ges-tor - com participao regular dentro dos diferen-tes rgos do governo federal - desempenha papel importante nas decises de implementao. Outro componente foi a coordenao e implementao de atividades conjuntas entre diversos rgos fe-derais, estaduais e municipais para apoiar as fam-lias (por exemplo, por meio de treinamentos). Alm disso, foi tomada a deciso de treinar os gestores locais, que desempenham papel fundamental nas aes do programa como agentes que entram em contato direto com as famlias atendidas. Eles co-nhecem as pessoas e a situao dos locais onde vivem, agindo como um elo entre a gesto central do programa e seu pblico-alvo.

    Em vrios casos, houve dificuldades para ava-liar e interpretar os resultados, principalmente porque as conquistas podem decorrer de diversas relaes causais. Foi desenvolvida uma metodolo-gia especfica para monitorar o avano do progra-ma por amostragem, usando indicadores sociais, econmicos e ambientais e anlises diferenciadas, levando em considerao o contexto local. Foi assi-

    nado um acordo entre a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e a Conservation International. Ao mesmo tempo, tambm foi assinado um acor-do de cooperao com a Universidade Federal de Lavras para o monitoramento da cobertura vegetal nas zonas cobertas pelo programa.

    REPLICABILIDADE E SUSTENTABILIDADE

    Esses vrios esforos demonstraram, aps cinco anos, que os objetivos propostos podem ser al-canados com mais facilidade se os diferentes aspectos que nescessitam serem modificados fo-rem atendidos simultaneamente. A compensao econmica no permanente, mas tambm no se esperava que fosse. O que se espera a sus-tentabilidade das aes de conservao realiza-das pela populao. Para tal, o programa focou a formao ambiental, social, educacional, tcnica e profissionalizante dos beneficirios, bem como o apoio organizao de produtores para comer-cializar seus produtos. isso que garante a queda constante da taxa de desmatamento e a continui-dade dos benefcios em todo o Pas.

    LocalBrasil

    EscalaNacional.

    Atores envolvidosComunidade, sociedade civil, governo, academia.

    Fatores nicosFerramenta de avaliao, tecnologia.

    COMBINANDO TRANSFERNCIAS DE RENDA CONDICIONADAS PROTEO DA FLORESTAO Plano Brasil sem Misria inclui o Programa Bolsa Verde que incentiva a conservao e o uso sustentvel dos ecossistemas por famlias que vivem abaixo da linha da pobreza.

    BOLSA VERDE O Programa est presente em25estados e no Distrito FederalEle abrange69 Unidades de Conservao849 assentamentos e ribeirinhos beneficirios em

    67 municpios - uma cobertura total de

    28.649.771,02 hectares.

    Ubirajara Machado.

    Em fevereiro de 2016, esta ao governamental j contemplava

    76.795 famlias.Quase um tero dessas famlias vive em

    373 assentamentos na regio amaznica.

    Em junho de 2016,

    14.496 famlias j dispunham de renda suficiente para sair do programa.

    3332

    1.1 1.2 1.3 1.4

    15.1 15.2 15.5 15.915a 15b

    http://www.mma.gov.br/desenvolvimento-rural/bolsa-verdehttp://www.programadogoverno.org/inscricoes-cadastro-unico-2014-cadunico/http://www.programadogoverno.org/inscricoes-cadastro-unico-2014-cadunico/http://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---asia/---ro-bangkok/---sro-new_delhi/documents/presentation/wcms_175274.pdfhttp://www.unep.org/geo/pdfs/geo5/GEO5_report_full_es.pdf

  • CONSUMO E PRODUO SUSTENTVEIS

    Inspirado pelo Processo de Marrakesh, no con-texto do Plano de Ao da Cpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentvel, em Johanesburgo, em 2002, o Ministrio do Meio Ambiente do Bra-sil lanou, em 2011, o Plano de Consumo e Produ-o Sustentveis (PPCS). Esse Plano foi o primeiro a ser adotado no nvel regional. O SCPP impulsio-na o processo de transformao dos padres de consumo e produo com o intuito de contribuir para o desenvolvimento sustentvel do Pas. Para tal, promove aes e polticas especficas - imedia-tas e de mdio e longo prazo - envolvendo autori-dades, comerciantes, empresrios, consumidores, trabalhadores, pesquisadores, cientistas, meios de comunicao, organizaes da sociedade civil e or-ganizaes de cooperao para o desenvolvimento. Em suma, almeja toda a sociedade.

    UMA ABORDAGEM HOLSTICA

    O consumo e a produo sustentveis configuram uma abordagem holstica para a gesto eficiente e sustentvel dos recursos em todas as fases da ca-

    deia de valor (tanto mercadorias quanto servios). Essa abordagem incentiva o desenvolvimento de processos que usam menor quantidade de mat-rias-primas e substncias menos perigosas, que produzem menos resduos e beneficiam o meio am-biente. Esses processos melhoram a qualidade de vida e a competitividade das empresas, reduzindo os custos e os impactos da produo. Essa aborda-gem transforma os desafios ambientais e sociais em oportunidades de negcio e mais empregos.

    Um dos principais objetivos do consumo e produo sustentveis desvincular o desenvol-vimento econmico da degradao ambiental. Para isso, imprescindvel induzir mudanas no comportamento do consumidor, assim como nos padres de produo. Por conseguinte, o foco a articulao e promoo de sinergias entre as aes do governo (em diferentes nveis), das em-presas e da sociedade civil.

    O plano foi estruturado em ciclos de quatro anos; as prioridades so redefinidas de acordo com o progresso feito em cada ciclo e com os contextos e as prioridades nacionais e interna-cionais. De um total de dezessete questes prio-ritrias, seis foram selecionadas para o trabalho do primeiro ciclo (2011-2014):

    Educao e sensibilizao em consumo sus-tentvel para produzir uma nova gerao de cidados que incorporam a sustentabilidade em suas decises pessoais e profissionais.

    Aquisies pblicas sustentveis, visto que o setor pblico o principal consumidor na economia nacional.

    Implantao de uma iniciativa nacional, a Agenda Ambiental da Administrao Pbli-ca (A3P), que um programa de gesto so-cioambiental que ser usado como exemplo para outros setores da sociedade.

    Aumento da reciclagem, promovendo a redu-o de resduos slidos e do uso de recursos naturais e energia.

    Varejo - um setor com grande potencial, de-vido a seu contato direto com consumidores.

    Construo - um setor que afeta milhes de pessoas, trabalhadores e usurios, que faz uso de quantidades enormes de materiais, equipamentos e servios e que responsvel pela maior percentagem dos resduos slidos.

    Essa estrutura ensejou um grande nmero de iniciati-vas e atividades em todos os setores e em diferentes nveis, distribudas por todo o Pas. O PPCS estabe-le o contexto para o desenvolvimento dos documen-tos tcnicos e de capacitao, assim como facilita acordos entre as associaes que representam se-tores econmicos, a academia, o Ministrio do Meio Ambiente e outras instituies governamentais com compromissos claros. Esse Plano de Ao fomenta a criao de foras-tarefa (ou grupos de trabalho) para executar aes concretas - por exemplo, o Grupo de Trabalho sobre Relatrios de Sustentabilidade. As iniciativas voluntrias desenvolvidas pelas organi-zaes da sociedade civil so igualmente importan-tes. Ainda que no recebam recursos pblicos, essas organizaes so reconhecidas no ambito do Plano.

    O Comit Nacional do PPCS funciona como mecanismo de coordenao do Plano de Ao e abrange representantes de vrios ministrios e agncias, do setor privado, da academia e da so-

    ciedade civil, promovendo o dilogo, o intercm-bio de experincias e a transparncia.

    NO LONGO PRAZO

    O Plano tambm considerou a necessidade de ge-rar as condies institucionais para a sustentabili-dade o plano das polticas pblicas. Como se trata de um processo relativamente novo, a prioridade do Plano de Ao conscientizar, por meio de cur-sos de formao, seminrios, oficinas e material tcnico, enfatizando a necessidade de serem esta-belecidos padres de consumo e produo susten-tveis. O plano conta com a parceria de instituies pblicas e privadas comprometidas, que promovem a sustentabilidade nos setores.

    Um dos principais propsitos da segunda fase de implementao do Plano de Ao fortalecer as contribuies a outras politicas pblicas na-cionais e ao desenvolvimento de objetivos. Le-vando esta ideia em considerao, outras reas temticas foram includas no escopo, a indstria, a agricultura e as finanas sustentveis. Para o futuro, est planejada a construo de uma Po-ltica Nacional de Consumo e Produo Susten-tveis que estabelea as condies, incluindo os recursos necessrios, para promover mudanas no comportamento das pessoas e nos processos de produo. Fica claro que, como objetivo de m-dio prazo, isso levar a sustentabilidade para o centro do processo de desenvolvimento do Pas.

    LocalBrasil

    EscalaNacional.

    Atores envolvidosGoverno, setor privado, sociedade civil.

    Fator de diferenciaoParceria.

    PLANO NACIONAL DE AO PARA MUDAR O PARADIGMAO Brasil vem trabalhando para internalizar a lgica do consumo e produo sustentveis em polticas, planos, programas e estratgias nacionais de desenvolvimento, incluindo a erradicao da pobreza e consecuo dos objetivos acordados internacionalmente.

    Ministrio do Meio Ambiente. Brasil.

    3534

    8.4

    9.4

    12.1 12.2 12.5 12.612.7 12.8

    17.17

    13.2 13.3

    9.4

    http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/producao-e-consumo-sustentavel/plano-nacionalhttp://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/producao-e-consumo-sustentavel/plano-nacionalhttp://www.unep.org/rio20/About/SustainableConsumptionandProduction/tabid/102187/Default.aspxhttp://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/a3phttp://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/a3p

  • VIVENDO A ECONOMIA AZUL

    A Rede de reas Marinhas Manejadas e Resis-tentes ao Clima do Caribe Ocidental (ECMMAN, na sigla em ingls) um programa regional no mbito da Organizao dos Estados do Caribe Oriental (OECO) que visa melhorar a capacidade de gesto das reas marinhas manejadas (novas e j existentes) em seis pases: Antgua e Barbu-da, Dominica, Granada, So Cristvo e Nevis, Santa Lcia, So Vicente e Granadinas.

    O MODELO

    As reas marinhas manejadas (AMG) ajudam a minimizar os impactos negativos sobre o ambien-te marinho das aes humanas, como poluio, mtodos de pesca insustentveis e desenvolvi-mento costeiro excessivo. Por exemplo, em So Cristvo e Nevis, os trs habitats marinhos prin-cipais - recifes de coral, manguezais e leitos de ervas marinhas - suportam a pesca produtiva, o turismo e a estabilizao das zonas costeiras. Por essa razo, foram propostas trs reas para pro-

    teger 93% dos recifes de corais, 4% dos mangue-zais e 100% dos leitos de ervas marinhas.

    O projeto voltado para a sociedade como um todo e, mais especificamente, para a comunidade pesqueira, que se beneficiar do aumento poten-cial da receita derivada da criao e proteo dos estoques de peixes nas reas marinhas do aumen-to potencial da receita. O setor hoteleiro e o turis-mo da ilha se beneficiam da gesto e proteo das reas marinhas. H um fortalecimento da adap-tao aos impactos s mudanas climticas, e a melhoria da qualidade das reas marinhas tem um impacto positivo sobre o turismo nacional.

    A ESTRATGIA MULTISSETORIAL

    Seis entidades regionais uniram-se aos represen-tantes dos governos dos seis pases beneficirios e formaram um Comit Consultivo e de Coorde-nao, incluindo: a Secretaria da OECO; a rede de Gestores das reas Marinhas Protegidas do Caribe; The Nature Conservancy e a CARIBSAVE, alm da Rede Caribenha de Organizaes de Pes-cadores, entre outras.

    AS FERRAMENTAS

    A fim de criar mecanismos sustentveis de finan-ciamento para apoiar a gesto dos ecossistemas marinhos como parte da Caribbean Challenge Initiative, foram establecidos dois mecanismos financeiros. O Fundo de Apoio Subsistncia fi-nancia intervenes que trazem oportunidades de subsistncia inovadoras e sustentveis para as

    LocalCaribe

    EscalaRegional.

    Atores envolvidosGoverno, sociedade civil. organizao internacional. setor privado.

    Fator nicoParcerias, ferramenta de avaliao, diversos pases.

    UMA REDE REGIONAL DE REAS MARINHAS MANEJADAS E RESISTENTES AO CLIMAO apoio a organizaes de pescadores que promovem a sustentabilidade em seus modos de vida e no uso do oceano pode ajudar a proteger o meio ambiente e gerar oportunidades de emprego.

    comunidades costeiras. Alm disso, o Programa de Pequenas Doaes visa melhorar a capacida-de de criao de novas AMGs e aprimorar a ges-to das j existentes. Esse fundo apoia atividades de promoo da participao de grupos comuni-trios locais (pescadores, operadores tursticos, mulheres e jovens, entre outros) e tomadores de deciso, reduzindo os conflitos entre os usu-rios. Como resultado desse programa, por exem-plo, uma AMG foi definida recentemente em So Cristvo e Nevis - pelo raio de duas milhas de guas costeiras - que ser administrada pelo De-partamento de Recursos Marinhos.

    No esforo de promover o dilogo entre a ci-ncia e as polticas, um componente importante se dedica a melhorar o acesso informao. A nova Ferramenta de Avaliao de Recifes de Coral ofere-ce indicadores padronizados para monitorar o am-biente marinho, avaliar a gesto e acompanhar o bem-estar das comunidades costeiras. Foram ela-borados boletins individuais com as pontuaes dos recifes de corais nos seis pases. Eles incluem o ndice de Sade dos Recifes (ISR), que integra quatro indicadores para medir a sade dos recifes de corais (extenso da cobertura de corais, algas carnudas, peixes herbvoros e peixes comerciais). Em So Cristvo e Nevis, o ISR foi de 2,3 (de um total de 5).1 As pontuaes e os dados esto dispo-nveis em: www.caribnode.org,2 ferramenta on-line de mapeamento que os usurios podem usar para pesquisar dados e criar mapas de seu interesse.

    Os pequenos estados insulares em desenvolvi-mento so ricos em ecossistemas marinhos. Essas reas so importantes para a economia e uma fon-

    Fonte: The Nature Conservancy, 2016.

    2 ilhas261 km2 de terra

    207 espcies de aves

    53 km2 de recifes de coral0,9 km2 de manguezais35 km2

    3 espcies de tartarugas marinhas>250 3

    54.901 de pessoas107.000 visitantes em 20136,7% 5 grandes furaces desde 1989

    te de reposio dos estoques de peixes, os meios de vida e a melhoria da atividade turstica. A vida e a renda das populaes insulares giram em tor-no de seus ambientes marinhos. A implementa-o desse projeto une a sociedade, a economia e o meio ambiente - os pilares do desenvolvimento sustentvel da regio - e constitui um passo impor-tante na construo de uma economia azul na ilha.

    So Cristvo

    Nevis

    de contributo do turismo para o PIB

    de leitos de ervas marinhas

    espcies de peixes de recife

    reas Marinhas Manejadas propostas

    3736

    8.3

    16.713.1 13.2

    14.2, 14.5, 14.7, 14.a

    https://www.conservationgateway.org/ConservationByGeography/NorthAmerica/Caribbean/science/management/Documents/ECMMAN Project Fact Sheet - May 2014.pdfhttps://www.conservationgateway.org/ConservationByGeography/NorthAmerica/Caribbean/science/management/Documents/ECMMAN Project Fact Sheet - May 2014.pdfhttps://www.conservationgateway.org/ConservationByGeography/NorthAmerica/Caribbean/science/management/Documents/SKN_MMA.pdfhttp://dmrskn.com/the-narrows/http://dmrskn.com/the-narrows/http://www.CaribNode.org

  • AR SAUDVEL PARA SANTIAGO DO CHILE

    De acordo com o primeiro Relatrio sobre o Esta-do do Meio Ambiente do Chile (2014), a poluio do ar foi responsvel por mais de 127.000 con-sultas mdicas de emergncia e mais de 4.000 mortes por ano devido a doenas cardiopulmo-nares, gerando um custo anual para o setor da sade estimado entre USD 670 milhes e USD 1,9 bilho. Atualmente, dez milhes de pessoas no Pas encontram-se expostas concentrao m-dia anual de material particulado fino 2,5 (MP2,5) superior norma.

    O processo de descontaminao de Santiago do Chile comeou em 1990, em meio a uma crise socioambiental deflagrada por nveis prejudiciais de MP10 e MP2,5, que podem chegar at os alv-olos do pulmo e adentrar o sistema circulatrio. O Ministrio do Meio Ambiente do Chile adotou medidas definitivas em resposta forte presso pblica. Planos sucessivos de descontaminao foram acompanhados por novos instrumentos re-gulatrios em matria de transportes, combust-veis, indstria e uso de lenha para aquecimento.

    ESTRATGIA PARTINDO DO NVEL MUNICIPAL PARA O NVEL NACIONAL

    O controle municipal da poluio urbana foi amplia-do nacionalmente. A primeira estratgia nacional (2010-2014) buscou normatizar o MP2,5, fortalecer as redes de monitoramento da qualidade do ar, apri-morar os padres de combustvel veicular e melhorar os padres de emisso de grandes fontes industriais, como usinas termeltricas e refinarias de cobre. Atu-almente, o Chile dispe de padres bsicos de quali-dade ambiental usados para regular a concentrao de seis dos principais poluentes do ar; h, tambm, dez planos regionais de descontaminao distribu-dos por todo o Pas. Alm disso, o objetivo da atual Estratgia de Descontaminao Atmosfrica do Chi-le (2014-2018) ter, ao todo, vinte planos institu-dos para cobrir 57% da populao - correspondente a 87% das pessoas expostas poluio do ar.

    TRIBUTAO DE EMISSES

    O efeito dessa ao foi ampliado com uma Re-forma Tributria Verde, em 2014, incluindo: (1) imposto sobre fontes mveis, que prev uma taxa nica sobre veculos motorizados novos, inciden-te sobre as emisses; e (2) imposto sobre fontes fixas - considerado o primeiro imposto sobre car-bono da Amrica do Sul - que, em 2017, incluir o setor de gerao termeltrica e instituir uma taxa de USD 5 por tonelada de emisses de CO2.

    Um aspecto fundamental que permeou todo o processo foi a conscientizao generalizada dos ci-

    dados e tomadores de deciso sobre o problema da poluio do ar, bem como sua deciso firme de intervir. Na rea tcnica, um elemento fundamental foi a introduo de um sistema permanente e con-fivel de monitoramento da qualidade do ar, capaz de gerar informaes em tempo real. Alm dessa rede, o Chile dispe de metodologias desenvolvi-das pelo Centro Mario Molina para medir e anali-sar a poluio, bem como de tcnicas avanadas para caracterizar aerossis atmosfricos.

    O pacote completo para a implementao do processo de controle de qualidade do ar tambm inclui uma legislao nacional com normas pri-mrias de qualidade ambiental - particularmente associadas a transportes e combustveis - e / ou planos de descontaminao atmosfrica para se-tores produtivos, como transporte, indstria, co-mrcio, construo e agricultura.

    Santiago um exemplo para a Amrica Latina. Ela a primeira cidade a medir as partculas finas de menos

    de 2,5 mcron; espetacular ver que a concentrao dessas partculas foi, de fato, reduzida...

    Mario Molina, Prmio Nobel de Qumica.

    LocalChile

    EscalaLocal.

    Atores envolvidosGoverno, ac