desenvolvimento sustentável

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ALEX SANTIAGO NINA Geólogo (UFPA-2013) Mestre em Gestão de Recursos Naturais e Desenvolvimento Local na Amazônia DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 05/07/2022 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 1

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03/05/2023 Professor: Msc. Alex Santiago Nina 1

ALEX SANTIAGO NINAGeólogo (UFPA-2013)Mestre em Gestão de Recursos Naturais e Desenvolvimento Local na Amazônia

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

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O desenvolvimento humano

Descoberta do Fogo(800.000 anos)

Primeiras ferramentas de pedra

(100.000 anos)

Agricultura primitiva(10.000 anos)

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O desenvolvimento humano

Surgimento da História (escrita)

(3.500 anos)

Descoberta da pólvora(1.300 anos)

Aparecimento do Smartphone(século XXI)

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Crescimento populacional e expectativa de vida

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Conforto

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ESCOLAS DO DESENVOLVIMENTOA noção de “desenvolvimento” têm suas origens nos ideais de progresso iluministas do final do século XVIII e início do século XIX, os quais preconizavam, de modo geral, o otimismo dos processos produtivos, “o predomínio da razão, do direito e da liberdade de crítica, da noção de igualdade entre as pessoas, da oposição ao poder absoluto e do conhecimento como fonte de progresso”

John Locke, Voltaire, Jean-Jacques Rousseau e Denis Diderot

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Já nesta época surgiu uma questão que continuaria a acompanhar todos os debates sobre o desenvolvimento até os dias atuais: Poderiam todos os países e todas as sociedades beneficiarem-se do potencial gerado pelo capitalismo industrial?Ou, pelo contrário, este seria um jogo de soma zero, em que uma vitória de uns ocorreria, necessariamente, à custa da derrota de outros?

A partir do século XX, a problematização do termo “desenvolvimento” deu origem às três principais escolas de pensamento:

- NEOCLÁSSICA- PÓS-DESENVOLVIMENTISTA- SUSTENTÁVEL

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ESCOLA NEOCLÁSSICAA escola neoclássica surgiu a partir do final da II Guerra Mundial e conceituava o desenvolvimento como sinônimo de crescimento da economia (do PIB ou PIB per capita), baseada na teoria dos “benefícios mútuos”, para a qual o aumento da produtividade global provocaria uma melhoria no bem-estar tanto dos países pobres como dos ricos

O PIB global funcionaria como uma maré, seu crescimento afetaria à todos (de forma benéfica)

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Simon Kuznets, economista russo criador da metodologia de mensuração do PIB e ganhador do prêmio Nobel de economia em 1971.

O modelo neoclássico admite que o crescimento do PIB provoca uma redução da pobreza absoluta e maior acesso da população à educação e consequentemente aumento da consciência e preservação ambiental, conforme o Efieto Kuznets

O efeito Kuznets foi inicialmente proposto para questões sociais. No lugar de “degradação ambiental”, pode-se pensar em “desigualdade” por exemplo

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Para os teóricos neoclássicos, o uso de apenas um indicador (no caso, o PIB) facilita a comparação entre o nível de desenvolvimento de diferentes países; a definição de estratégias, objetivo e metas focados no crescimento econômico; a avaliação de políticas públicas; e a internalização dos custos e benefícios das questões sociais e ambientais (LOMBORG, 2004).

Durante muito tempo, o PIB e PIB per capita foram utilizados como indicadores balizados das políticas estabelecidas pelo Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial (GUIMARÃES e JANNUZZI, 2005).

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ESCOLA PÓS-DESENVOLVIMENTISTA

A separação neoclássica dos países entre “subdesenvolvidos” e “desenvolvidos” baseadas no PIB falhou ao implantar na agenda política dos primeiros o objetivo de alcançar os segundos, sem questionar se um aumento na produtividade provocaria uma melhoria no bem-estar social.

A escola pós-desenvolvimentista nasce de um conjunto de críticas ao uso do PIB como indicador do desenvolvimento.

Satrustegui (2013) utiliza o termo “mal-desenvolvimento”, associando-o a quatro disfunções do modelo de desenvolvimento neoclássico.

1ª Disfunção: estudos dos anos 1960 e 1970 evidenciaram que as altas taxas de crescimento econômico não provocaram uma redução da pobreza, do desemprego, do subemprego e da desigualdade social.

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2ª Disfunção: aumento dos impactos ecológicos e da escassez dos recursos naturais, cujo principal marco histórico foi a publicação, em 1972, do relatório do Clube de Roma “The limits to growth”, o qual alertava que a população e a economia mundial não poderiam crescer indefinidamente sem encontrar limites naturais

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O desenvolvimento possibilitou que saíssemos de “nossa casa”

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Foi então que percebemos o quanto ela é limitada

1ª foto da Terra (1963) 1ª foto da Terra inteira (Apollo 17 - 1972)

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Limites para o crescimento

1972

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Atualmente somos cerca de 7 bilhões de pessoasEstima-se que em 2050 seremos mais de 9 bilhões

Crescimento populacional

Expectativa de vida humana

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Aumento do padrão de consumo

http://www.forumconsumo.com/Artigos/Consumidor/Aevoluçãodoconsumoatravésdosobjectos.aspx

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Limites para o crescimento5 problemas fundamentais:

- Crescimento populacional

- Produção de alimentos

- Industrialização

- Degradação ambiental

- Consumo dos recursos naturais.

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3ª Disfunção: incapacidade do desenvolvimento neoclássico incorporar a igualdade de gênero. Em sua obra clássica, Vandana Shiva (1988) escreve (p. 5-6):

O que é correntemente denominado de desenvolvimento é essencialmente mal-desenvolvimento, baseado na introdução ou acentuação da dominação do homem sobre a natureza e a mulher... Enquanto o uso do PIB está aumentando como medidor real da riqueza, a riqueza da natureza e a produzida pelas mulheres estão diminuindo (tradução nossa).

Movimento das Mulheres de Chipko

Best Seller de 1989

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4ª Disfunção: redução da liberdade e dos direitos humanos. A meados do século XX, os regimes ditatoriais adotados em muitos países da África, Ásia e América Latina alcançaram altas taxas de crescimento econômico, mesmo com a exploração abusiva da mão de obra e da restrição dos direitos trabalhistas.

Mesmo nos regimes democráticos, o crescimento do PIB, nos moldes do modelo de desenvolvimento neoclássico, tem sido acusado de acentuar o poder econômico e o controle midiático das grandes corporações, restringindo a participação política efetiva da população

Milagre Econômico

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Algumas propostas que podem ser entendidas como pertencentes a esta escola são:

Economia de crescimento zero: propõe o aumento qualitativo e não quantitativo da produção destinada ao bem-estar social.

Economia ecológica: apoia a incorporação dos conceitos de capacidade ecológica e de entropia nas análises do desenvolvimento

Primeira Conferência Mundial sobre o Homem e o Meio Ambiente

Desenvolvimento Zero(países desenvolvidos)

xDesenvolvimento a qualquer custo

(países em desenvolvimento)

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ESCOLA SUSTENTÁVELA terceira escola surge de uma reformulação da ideia de desenvolvimento em virtude das críticas levantadas pela escola pós-desenvolvimentista à escola neoclássica. Neste sentido, se acresce o adjetivo “sustentável” ao “desenvolvimento”, cujo conceito mais difundido é

“aquele que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”

O relatório de Brundtland (1987)

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CONFLITO CHAVE

X

GERAÇÃO ATUAL GERAÇÕES FUTURAS

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CONFLITOS SECUNDÁRIOS

Ricos x Pobres

Desenvolvimentistas x Ambientalistas

Países do Norte

X

Países do Sul

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A partir do século XX, a problematização do termo “desenvolvimento” deu origem às três principais escolas de pensamento

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CONFUSÃO?De acordo com Holmberg e Sandbrook (1992), no início dos anos 90, haviam mais de 70 definições de desenvolvimento sustentável

Um princípio, como uma política opcional que visa manter um nível aceitável de crescimento per-capita sem a depreciação das reservas de recursos naturais (Turner, 1988)

A rede de produtividade da biomassa (balanço positivo de massa por unidade de área e unidade de tempo) mantido por décadas e séculos (Conway, 1987)

O desenvolvimento sustentável é aquele que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades (Brundtland, 1987)

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CONFUSÃO?Cabe uma destas definições cabiam uma série de diferentes interpretações, com muitas críticas

Algo criativamente ambíguo... Intuitivamente atrativo, mas conceitualmente fraco (Michell, 1997)

Como uma Mãe, um Deus, é difícil não aprovar ele. Ao mesmo tempo, a ideia de desenvolvimento sustentável é frágil e com contradições (Redclift, 1997)

O desenvolvimento sustentável é aquele que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades (Brundtland, 1987)

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Conceito Operacional do Desenvolvimento Sustentável

Econômico- Redução da pobreza- Equidade- Aumento dos bens e serviços

Ecológico- Diversidade genética- Resiliência- Produtividade Biológica

Social- Diversidade cultural- Sustentabilidade institucional- Justiça Social-Participação

O desenvolvimento sustentável pode ser entendido como um projeto voltado para o bem-estar da sociedade e ampliação das liberdades humanas, para o qual o crescimento econômico e o equilíbrio ecológico funcionam como condicionantes.

Esta escola, portanto, não nega a importância do PIB para o desenvolvimento, embora reconheça a necessidade de incorporação de outras variáveis – pricipalmente a social e a ambiental

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Capital EconômicoBens Materias

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Capital Social

Direitos Básicos

Cidadania

Participação

Acesso a informação

Educação

Cooperação

Capacitação Profissional

(Capital Humano)

Saúde e Bem-estar

Bens Imaterias

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Capital EcológicoRecursos Naturais

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Fraca X ForteObjetivo: Crescimento do Capital Total Objetivo: Crescimento dos três tipos de capital

Modelos de Desenvolvimento Sustentável

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DS Fraca – Recuperação IntegralCapital Natural (floresta)

Atividade Madereira

PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA

Capital Econômico

Capital Natural (floresta)

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DS Forte – Recuperação ParcialCapital Natural (floresta)

Atividade Madereira

PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA

Capital Econômico

Capital Natural (floresta)

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DS Fraca – Reversibilidade sem limite

Atividade Madereira

PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA

Capital Econômico

Capital Natural (floresta)

80%50%20%

Capital Natural (floresta)

RecuperávelRecuperávelRecuperável

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DS Forte – Limite para reversibilidade

Atividade Madereira

PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA

Capital Econômico

Capital Natural (floresta)

80%50%20%

Capital Natural (floresta)

IrrecuperávelRecuperávelRecuperável

Limite AmbientalCapital Crítico

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DS Fraca – Ausência de Materiais ÚnicosOs fios de cobre são usados para transmissão de corrente elétrica

Mas, e se um dia o cobre acabar?

Pode-se usar fios de zinco

Mas, e se um dia o zinco acabar?

O homem terá a capacidade de descobrir um novo elemento

condutor de energia

FIO DE ALGUM COMPOSTO ORGÂNICO

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DS Forte – Recursos Naturais InsubstituíveisOs fios de cobre são usados para transmissão de corrente elétrica

Mas, e se um dia o cobre acabar?

Pode-se usar fios de zinco

Mas, e se um dia o zinco acabar?

O homem não terá a capacidade de descobrir um novo elemento condutor de energia ou tão bom

quanto o cobre

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DS Fraca – Indicadores baseados em uma única unidade ($)AVADAN da inundação ocorrida no município de São João de Araguaia em 15/03/2011 Itens Afetados Quantidade Prejuízo (mil R$)

Residências Atingidas 10 unidades 81Estradas 120 Km 184Pontes 90 metros 117

Estabelecimentos comerciais 3 unidades 23Erosão Nível Médio 30,5

Perda na produção agrícola 16 t 163Perda na pecuária 200 aves 20Perda no Comércio 6 unidades 13

Perdas na Saúde 15 dias parados 1,6Alunos sem dia de aula 80 41,8

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DS Forte – Indicadores baseados em vária unidadesAVADAN da inundação ocorrida no município de São João de Araguaia em 15/03/2011 Itens Afetados Quantidade Prejuízo (mil R$)

Residências Atingidas 10 unidades 81Estradas 120 Km 184Pontes 90 metros 117

Estabelecimentos comerciais 3 unidades 23Erosão Nível Médio 30,5

Perda na produção agrícola 16 t 163Perda na pecuária 200 aves 20Perda no Comércio 6 unidades 13

Perdas na Saúde 15 dias parados 1,6Alunos sem dia de aula 80 41,8

Pessoas desalojadas 10

?Pessoas desabrigadas 4Desaparecidos 15

Mortos 0

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Em resposta, defensores do DS Fraco argumentam que pode-se usar a lógica do mercado para tais casos

Ética?

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Ambiental Social EconômicoGases do Efeito Estufa crescimento populacional PIB per capita

Poluição urbana distribuição de renda balança comercial

Uso de fertilizantes e agrotóxicos mulheres em trabalho formal grau de endividamento

desmatamento mortalidade infantil consumo de energia per capita

qualidade da água taxa de AIDS reciclagem

destinação do lixo taxa de alfabetização participação de fontes renováveis

espécies extintas ou ameaçadas taxa de escolaridade consumo mineral per capita

queimadas e incêndios florestais desnutrição vida útil das reservas de petróleo e gás

Alguns Indicadores usados no Brasil (IBGE)

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Países Emissão de GEE (Kg CO2 em milhões) Emissão de GEE/Km² Emissão de GEE / Hab Emissão de GEE/PIB per

capita

EUROPA

Bélgica 143.330 47.777 14.333 6França 513.241 9.332 8.699 23

Holanda 218.368 54.592 13.648 9Suiça 50.645 12.661 7.235 1

Reino Unido 664.380 27.683 11.073 27Média 317.993 30.409 10.998 13,55

ÁFRICA

Bénin 9.438 858 1.573 26Burkina Faso 26.616 986 2.218 124

Costa do Marfim 17.024 532 1.064 27

Guiné Bissau 3.705 926 3.705 23Senegal 20.754 1.038 2.306 44Média 15.507 868 2.173 48,55

Razão Eu/Af 21 35 5 0,28

Problema dos Indicadores

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Fraco X ForteObjetivo: Crescimento do Capital Total Objetivo: Crescimento dos três tipos de capital

Características: -Substituição perfeita entre os tipos de capitais.

Características: -Substituição parcial.

-Reversibilidade.-Irrevisibilidade (limite ambiental, capital crítico).

-Ausência de recursos naturais únicos.-Indicadores baseados em uma única unidade (monetária - $).

-Recursos Naturais e funções ecológicas insubstituíveis-Indicadores baseados em várias unidades (físicas, monetárias, quantitativas e qualitativas).

Resumo dos Modelos de DS

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Teóricos das sustentabilidades “fraca” e “forte” possuem diferentes visões sobre os principais assuntos que permeiam o desenvolvimento sustentável

Fraco X Forte

Born Lomborg

Julian Simon

Joseph Stiglitz Al Gore

Lester Brown

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Sustentabilidade Fraca

A população humana não está crescendo de forma exponencial, mas sim logarítmica, de modo que a partir de certo grau de desenvolvimento, as taxas de crescimento reduzem

Superpopulação Humana

Problemas como fome e pobreza não são consequências da superpopulação, mas sim da ausência de políticas públicas

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Sustentabilidade Forte

A população humana cresce de forma exponencial, induzida por um processo de feedback positivo e seus impactos podem ocorrer de forma inesperada, mesmo como o avanço tecnológico, são grandes os riscos da população humana ultrapassar a biocapacidade do planete causando consequências negativas para os sistemas sociais e ecológicos

Como isto é possível?

A humanidade só pode continuar utilizando mais recursos do que a Terra pode oferecer , em termos renováveis, na medida em que permanece sugando a herança deixada durante milhões de anos no subsolo (combustíveis fósseis) e na medida em que vai explorando a uma taxa não sustentável os recursos existentes dos rios, das florestas, do solo e dos oceanos.

Quando os recursos advindos do passado acabarem, aí surgirá o colapso total ou parcial.

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Sustentabilidade Fraca

O aumento do consumo humano é compensado pelo desenvolvimento tecnológico e maior eficiência dos processos produtivos. Desde meados do século XX, por exemplo, a produtividade e vida útil das reservas minerais vem aumentando, enquanto que o preço vem reduzindo

Aumento do consumo e escassez dos recursos naturais

Alumínio Ferro Cobre

De acordo com Lomborg, a mesma tendência é verificada para outros recursos como ouro, prata, zinco, enxofre, fósforo, potássio e zinco

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Sustentabilidade Forte

O consumo humano cresce de forma extraordinária e pode ocorrer uma verdadeira crise se países como China e Índia atingirem os níveis de consumo norte-americanos

Não se pode ter uma “fé cega” na tecnologia, pois o acesso a ela é desigual e ela pode ser utilizada tanto de forma positiva como negativa

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Sustentabilidade Fraca

A desigualdade é uma condição necessária para incentivar a atividade produtiva

Considerando as taxas cambiais e o poder de compra do consumidor, a desigualdade de renda está reduzindo

A pobreza absoluta a nível global, está reduzindo, concomitantemente como a expectativa de vida

Desigualdade e pobreza

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Sustentabilidade Forte

A desigualdade, na verdade, está aumentando,

O crescimento do poder econômico está interferindo de forma negativa no processo democrático, em virtude do aumento de lobbies e de manipulações políticas das informações

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Sustentabilidade Fraca

De acordo com a curva de Kuznets ambiental, a degradação ambiental reduz com o crescimento econômico.

Os problemas de saúde gerados por agrotóxicos, embora muito enfatizados pela mídia, são irrelevantes diante de problemas maiores como o tabagismo e os acidentes de trânsito. Nos gráficos abaixo, as mortes por 100.000 habitantes no Brasil

Degradação ambiental e agrotóxicos

Doenças relacionadas ao tabagismo

Acidentes de trânsitoAgrotóxicos – linha vermelha

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Os ambientalistas não levam em conta os benefícios causados pelo uso dos agrotóxicos: aumento da produtividade e redução dos preços dos alimentos

Os produtos químicos desenvolvidos pelo homem não são mais letais do que os já existente na natureza. A maioria dos estudos científicos no entanto concentram-se nos malefícios apenas dos agrotóxicos

Qualquer coisa em

excesso faz mal

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Sustentabilidade Forte

A Curva de Kuznets Ambiental não é válida para todas as regiões apenas para os países desenvolvidos, além disso a degradação ambiental proporcionada em um lugar pode gerar a riqueza de outro

Primavera Silenciosa

Além de afetar a saúde humana, os agrotóxicos contaminam os rios e lençóis freáticos, causando desequilíbrios ecológicos

Os agrotóxicos reduzem a resistência do sistema imunológico e aumentam a vulnerabilidade à outras doenças. Por isso, a mediação do número de “mortes” causada por eles é muito mais difícil do que no caso do trânsito.Relembrando a CKA: a posição do EUA pode estar

associada ao fato dele provocar degradação ambiental em outros países

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Há poucos estudos que avaliam os efeitos sinérgicos de diferentes agrotóxicos

O uso indiscriminado leva a proliferação de superpragas – pela combinação de transgênicos e agrotóxicos.

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O discurso do aumento da produtividade é usado para manutenção do poder econômico das grandes corporações e não desenvolvimento de alternativas como a redução do desperdício, a agricultura familiar e a permacultura

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Sustentabilidade Fraca

Corrente Cética: As mudanças climáticas são causadas por processos naturais que sempre atuaram ao longo de 4,6 bilhões de anos da Terra, a influência das emissões antrópicas são ínfimas

Mudanças Climáticas

O discurso “alarmante” tem um grande apelo midiático e é usado pela indústria nuclear e pelos países que já possuem tecnologia de baixa emissão

Corrente do custo-benefício: as emissões antrópicas até influenciam o clima global, mas seus efeitos não são tão catastróficos como se pensa

O desenvolvimento econômico e tecnológico fará com que a sociedade, no futuro, seja mais resistente à estes efeitos

Os ambientalistas não levam em conta os benefícios gerados pelos combustíveis fósseis

Parte do dinheiro arrecadado com o Pré-Sal (↑CO2) seria utilizado para fiscalização do desmatamento e políticas de reflorestamento da Amazônia (↓CO2)

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Sustentabilidade Forte

Não se pode excluir a influência antrópica às mudanças climáticas ocorridas nos últimos anos

Existem alternativas economicamente viáveis para redução das emissões – como energias solar e eólica

O derretimento das geleiras e aumento do nível do mar intensificam os anos decorrentes de desastres naturais e os desequilíbrios ecológicos. Estes danos são irreversíveis

O discurso cético é manipulado pela indústria do petróleo

Furacão Catarina – primeiro registro deste tipo de evento no

Atlântico Sul Tropical

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AtividadeEscolher um dos temas (pode ser mais do que um) abaixo e apresentar argumentos de cada corrente da sustentabilidade (fraca e forte) no formato de texto escrito ou de tabela

- Escassez dos recursos hídricos

- Engenharia Genética

- Fome

- Desmatamento

- Energia

- Poluição Atmosférica

- Chuva ácida

- Biodiversidade

Uma leitura que pode ser útil é o trabalho de Nina et al. (2012) – AQUECIMENTO GLOBAL, ENTRE O ANTROPOGÊNICO E O NATURAL

Lembre-se: quanto mais argumentos melhor e seu trabalho poderá ser apresentado um evento científico ou publicado numa revista

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REFERÊNCIASKESTEMONT, B. Les indicateurs de développement durable: fondements et applications. In: _______. Les indicateurs de développement durable. Bélgica: Université Libre de Bruxelles, 2010, p. 19-82.

LOMBORG, B. L’ecologiste sceptique: le véritable état de la planète. Paris: COLLECTION DOCUMENTS, 2004. 620 p.

NINA, A. Impacto de desastres naturais ao Produto Interno Bruto dos municípios e suas relações com o desenvolvimento: o caso das inundações de 2009 na Amazônia. 2016. 85f. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Pará, Belém, 2016.