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Desenvolvimento de Recursos Humanos em Obstetrícia nas Américas: mapeamento dos serviços no Brasil Marli Villela Mamede Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto-USP Presidente da ABENFO Nacional

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Desenvolvimento de Recursos Humanos em Obstetrícia nas Américas: mapeamento dos

serviços no Brasil

Marli Villela MamedeEscola de Enfermagem de Ribeirão Preto-USP

Presidente da ABENFO Nacional

Mapeamento dos Serviços de Obstetrícia nas Américas e no Caribe: estudo de caso no Brasil

Organização Mundial de Saúde/OMS

Organização Pan-americana de Saúde/OPS

Confederação Internacional das Parteiras/ICM

Centro Colaborador da OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem/EERP-USP

A cada ano, a partir de uma estimativa de 120 milhões de gestações que ocorrem no mundo:

• morrem aproximadamente 600.000 mulheres com idade entre 15 e 49 anos, vítimas de complicações da gravidez e nascimento

• mais de 50 milhões de mulheres sofrem enfermidades ou incapacidades sérias relacionadas ao processo gestação-parto-puerpério que afetam o resto de suas vidas, e

• pelo menos 1,2 milhão de recém-nascidos morrem por complicações durante o parto.

- países em desenvolvimento → 1 em 16 mulheres pode morrer de complicações relacionadas à gravidez ou nascimento.

- países desenvolvidos → 1 em 2.800

Brasil50,3 por cem mil

nascidos vivos

Sul56,6

Centro-Oeste60,3

Norte53,2

Sudeste45,9

Nordeste60,8

No Brasil, Segundo o Ministério da Saúdea razão da mortalidade materna no país, em

2002:

(BRASIL, 2004)

Brasil50,3 por cem mil

nascidos vivos

Iniciativa Global por uma Maternidade Sem Risco- IMSR

Lições aprendidas

consenso em 1997 (Sri Lanka) :

a atenção qualificada durante o parto é fundamental para tornar a gravidez e parto mais seguros

apenas 53% das mulheres dos países em desenvolvimento dão à luz com pessoal qualificado

para melhorar a situação : atenção qualificada durante o parto ( estratégia de vários passos )

Atenção Qualificada durante o Parto

Atenção Qualificada

processo pelo qual uma mulher grávida e seu bebê recebem os cuidados adequados durante a gravidez, o trabalho de parto, o parto e o período pós parto e neonatal, independente se o parto seja no domicílio, no centro de saúde ou no hospital.

Habilidades específicas

Respaldo legal e normativo

Competência profissional

Equipamentose medicamentos

essenciais

Profissional de saúdeAtenção eficaz

e de boa qualidade

sistema de referência em funcionamento

Sistema de educação e de saúde

(MACDONALD; STARRS, 2003)

Definição de Parteira ProfissionalConfederação Internacional das Parteiras/ICM/FIGO/OMS

Uma parteira profissional é uma pessoa que, tenha ingressado de maneira regular a um programa de educação em obstetrícia, devidamente reconhecido no país em que está situado, e o tenha concluído com êxito e adquirido as qualificações exigidas para a obtenção do registro legal e ou certificação para exercer a obstetrícia.

Mapeamento dos Serviços de Obstetrícia nas Américas e no Caribe

Objetivos

- delinear as práticas e os serviços de obstetrícia/ parteiras nas Américas

- identificar o pessoal qualificado na atenção à mulher no ciclo grávido puerperal

- identificar os modelos de prestação de atenção ao parto

Estado do Acre

-extensão territorial: 164.221,36 Km²

-Fronteiras internacionais: Peru e Bolívia

-Localização: sudeste da Amazônia (4,2% da Amazônia)

- População: 557.526 habitantes:- 50,74% até 19 anos- 10.673 (1,73%) indígena

Estado do Acre

I- Municípios de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e

Marechal Thaumaturgo

-localizados no Juruá, estado do Acre, região pertencente à floresta amazônica brasileira.

-extensão territorial (área pesquisada): 20.341,09 Km²

Pesquisadores: Bessa, L.F.;Mamede, M.V.;Dotto, L.M.G.;Araruna,

R.C;Mamede,F.V.

Cruzeiro do Sul

- população: 67.441 habitantes-extensão territorial: 7.924,94 km2,

Mâncio Lima

- extensão territorial: 4.672,32 km2, - população: 11.095 habitantes (48% rural)

Marechal Thaumaturgo

- extensão territorial: 7.743,83 km2-população: 8.295 habitantes (88% rural)

- densidade populacional:‹ 100 habitantes/ Km²

Participantes Cruzeiro do Sul

Mâncio Lima Marechal Thamaturgo

Total

Parteira trad. 6 - 41 47

Atendente 3 - - 3

Aux/ técnico de enfermagem

11 3 8 22

Enfermeiro 16 * 4 8 28

Total 36 7 57 100

Pessoal de enfermagem na Atenção gestação e parto

* 3 enf. obstétricas

Características do Pessoal

- Sexo feminino: 93%- Idade: 32 a 72 anos (média 55 anos)

-Parteiras tradicionais: mais idosas, baixa escolaridade ( 43% analfabetas, 49% ensino fundamental incompleto)

-inexiste programa de educação continuada de forma regular

-

Locais de prática para o cuidado obstétrico:

-Hospitais ( enfermeiras, auxiliares e técnicos de enfermagem)

- Unidades Básicas de Saúde, Centros de Saúde, Postos de Saúde da Família (enfermeiras, auxiliares e técnicos de enfermagem

- domicílio rural: ( parteiras tradicionais)

Procedimentos relacionados à atenção ao ciclo gravídico-puerperal

Enfermeiros- Área urbana e rural- 25% assistência pré-natal- 18% assistência ao parto- Educação em Saúde: Planejamento familiar,

ginecologia,coleta de PapanicolauAuxiliares e Técnicos de Enfermagem- assistência ao parto, pós-parto (Mâncio Lima) - Educação em Saúde: planejamento familiar e na

atenção ginecológica, coleta de PapanicolauParteiras Tradicionais-assistência ao parto, pós parto e recém nascido

Ações desenvolvidas durante pré-natal:

- Ausência de normas/protocolos escritos para a condução da prática pré-natal.

- verificação da altura uterina,- controle de PA

-freqüência cardíaca -fetal-BCF

- tratamentos profiláticos - solicitação de exames

- avaliação de DST

- diagnóstico de risco gestacional - controle de gravidez de risco

- controle de peso da gestante - orientações nutricionais.

Ações desenvolvidas durante o parto-Controle trabalho de parto (dinâmica uterina,BCF,não faz parte da rotina) - Inexistência de partograma

- Enema e tricotomia (freqüente uso)

-Toque vaginal ( parteiras tradicionais, auxiliares, técnicos de enfermagem,

atendentes e enfermeiras

- episiotomia/episiorrafia (auxiliares, técnicos de enfermagem, atendentes e enfermeiras)

-Cuidados com o cordão umbilical

- Recebe a placenta

As parteiras tradicionais que vivem na floresta Amazônica desenvolvem uma prática social de grande relevância para as comunidades rurais.

Encontram limites técnico, científico, financeiro e de acesso aos serviços de referência, que as levam a conviver com riscos de morte materna e neonatal, mesmo quando identificam fatores de risco na gestação ou no parto.

Atenção Obstétrica na Floresta Acreana

-

-

favorecem o isolamento dos povos

da floresta

entraves para a permanência de profissionais de saúde na

floresta

a falta de atendimento regular

Reflete de forma negativa na qualidade da atenção oferecida a mulher no ciclo gravídico-puerperal

Atenção Obstétrica na Floresta AcreanaDificuldades de acesso aos meios de comunicação (rádio e televisão)

- o custo de vida elevado nessas regiões - Precárias condições

de acesso à floresta

- limitados recursos financeiros, materiais e humanos destinados aos serviços de saúde,

Com base no observado podemos afirmar que as estatísticas oficiais não têm dado conta de contabilizar as parteiras tradicionais da região do Juruá-Acre

As políticas de saúde precisam desenvolver estratégias de atuação fundamentadas na realidade das florestas amazônicas, de modo a privilegiar a capacitação e qualificação das parteiras e dos profissionais de enfermagem que atuam na região.

Estado do Acre

II- Rio Branco

- Capital do estado- Área territorial de 14.294 km2- localização: região leste do estado- População: 253.059 ( 45,4% da população do estado)

- Pesquisadores:- Dotto, L.M.G.;Cunha,M.A.;Mamede,M.V.

Atenção Pré-natal- Rio Branco/AcAtenção Pré-natal- Rio Branco/Ac

Caracterização dos sujeitosEntrevistas: 23 profissionais de enfermagem15 enfermeiras02 enfermeiras obstétricas04 técnicas de enfermagem e 02 auxiliares de enfermagem

CSs:01 enfermeira obstétrica03 enfermeiras02 técnicas em enfermagem02 auxiliares de enfermagem

USFs:01 enfermeira obstétrica12 enfermeiras02 técnicas em enfermagem

Atenção Pré-natal- Rio Branco/AcAtenção Pré-natal- Rio Branco/Ac

Caracterização dos sujeitos

21 (91,30%) são predominantemente do sexo feminino

Idade média de 34,3 anos

carga horária semanal de trabalho: 53,26 horas

Atenção Pré-natal- Rio Branco/AcAtenção Pré-natal- Rio Branco/Ac

Qualificação profissional dos enfermeiros:

02 (11,76%) são enfermeiras obstétricas

Média do tempo de trabalho na assistência pré-natal: 54,1 meses

- 52,17% têm mais de um emprego

Atenção Pré-natal- Rio Branco/AcAtenção Pré-natal- Rio Branco/Ac

Os enfermeiros são responsáveis pela consulta pré-natal, e os profissionais de enfermagem de nível médio atuam na pré-consulta da gestante;

O desenvolvimento das competências essenciais para a assistência pré-natal pelos profissionais de enfermagem faz parte da realidade estudada;

Os enfermeiros utilizam a ficha perinatal como guia para a prática assistencial nas consultas de pré-natal;

Atenção Pré-natal- Rio Branco/AcAtenção Pré-natal- Rio Branco/Ac

Procedimentos mais freqüentes: aferição PA, verificação do peso e altura, acolhimento, realização da história inicial (anamnese), data de última menstruação, data provável do parto, idade gestacional, ausculta do BCF, medida da altura uterina, solicitação de exames laboratoriais, anotações no prontuário e no cartão das gestantes;

Procedimentos menos freqüentes: avaliação do estado nutricional, inspeção de pele e mucosas, palpação da tireóide, exame clínico de mamas, palpação abdominal para verificação da posição e apresentação fetal e encaminhamento para o exame de PCCU;

Procedimentos não realizados: ações educativas, inspeção dos genitais externos, exame especular e coleta de Papanicolau.

Atenção ao Parto- Rio Branco/AcAtenção ao Parto- Rio Branco/Ac

Caracterização dos sujeitos

Entrevistas: 30 profissionais de enfermagem 02 enfermeiras 07 enfermeiras obstétricas08 técnicas em enfermagem 13 auxiliares de enfermagem

Profissionais de nível médio: 70%(técnicas e auxiliares de enfermagem)

29 (96,66%) profissionais são do sexo feminino

Atenção ao Parto- Rio Branco/AcAtenção ao Parto- Rio Branco/Ac

idade média em torno de 41 anos;

a carga horária semanal: 63 horas

40% dos profissionais trabalham em mais de uma instituição;

os profissionais de nível médio possuem maior tempo de experiência na área (170 meses) do que as enfermeiras obstétricas (80 meses);

Atenção ao Parto- Rio Branco/AcAtenção ao Parto- Rio Branco/Ac

• 72% (18) dos profissionais receberam educação informal; Quase 84% (25) dos profissionais de enfermagem foram treinados

e/ou capacitados para realizarem parto;

• O parto normal é realizado por: pessoal de enfermagem de nível médio, enfermeira obstétrica e pelo médico;

• Algumas práticas obstétricas recomendadas pela OMS são adotadas pelas maternidades

07 (28%) dos profissionais de enfermagem atendem ao perfil traçado pela definição de profissional qualificado ao parto da OMS/ICM/FIGO

WHO, 2004

Atenção ao Parto- Rio Branco/Ac

Atenção ao Parto- Rio Branco/Ac

Muitas das competências essenciais para o atendimento ao trabalho de parto e parto não são desenvolvidas ou são realizadas de forma incompleta

A utilização de práticas baseadas em evidências científicas atualizadas necessita ser incentivada

Inexiste a prática do uso de partograma nas instituições estudadas

O modelo de atenção materna não prioriza a qualificação profissional

Minas Gerais

Estado de Minas Gerais

Alfenas

- extensão territorial: 848,320km² - localização: região sul de Minas Gerais

- população: 75.889 habitantes

- taxa de cesárea: 61,34%

Pesquisadores:Peres,E.;Clapis,M.J.

Atenção ao Parto –Alfenas/MG

Caracterização dos sujeitos

Equipe:

- 91,7% sexo feminino- 58,3% mais de 6 anos de formação- 25% mais de um emprego- 45,8% mais de 5 anos experiência na área

10 enfermeiras5 técnicas de enfermagem9 auxiliares de enfermagem

Atenção ao Parto –Alfenas/MG- O parto normal é realizado por: pessoal de enfermagem de

nível médio e pelo médico

- Muitas das competências essenciais para o atendimento ao trabalho de parto e parto não são desenvolvidas ou são realizadas de forma incompleta

- - as ações mais freqüentes: anamnese,BCF e toque vaginal

- - práticas consideradas maléficas frequentes: manobra de Kristeller

-

Atenção QualificadaOs profissionais de enfermagem não atendem ao perfil traçado

pela definição de profissional qualificado ao parto da OMS/ICM/FIGO

WHO, 2004

Atenção ao Parto- Alfenas/MG

Estado de São PauloI- São Paulo - zona leste

-extensão territorial: 15,1Km²

-localização: Zona Leste do município de São Paulo, situada a leste do rio Tamanduateí

-população: 1.552.070 habitantes

- taxa de cesáreas (44,8%)

- baixo peso ao nascer (10,6%)

Pesquisadores: Narchi, N.Z.; Szewczuk,N.G.;Liester,N.

Atenção Pré-natal e Parto – São Paulo-zona Leste

Caracterização dos sujeitos

64 enfermeiras ( 10% obstetrizes)- - média da idade: 37 anos- - (66%) menos de 10 anos de formação- -12% mais de um emprego

Atenção Pré-natal e Parto – São Paulo-zona Leste

-Muitas das competências essenciais para o atendimento ao pré-natal precisam ser revistas:

- - exame obstétrico-- avaliação do estado nutricional pelo índice de massa corporal-- registro na ficha perinatal e no cartão da gestante;-- manutenção de intercâmbios com serviços de referência-- conduta frente a resultados de exames ou intercorrências-- visita domiciliar-Atividades educativas

Atenção Pré-natal e Parto – São Paulo-zona Leste

As enfermeiras que atuam na atenção ao parto:

- idade média: 41 anos; - formada há mais de 10 anos (58%), - especialização em Enfermagem

Obstétrica (84%) - mais de um emprego (60%), - acompanha trabalho de parto e realiza

parto de baixo risco (84%).

Atenção Pré-natal e Parto – São Paulo-zona Leste Competências essenciais para o atendimento ao

trabalho de parto e parto indicadas como necessidade de revisão na prática profissional:

- anamnese, - exame clínico-obstétrico - orientação e supervisão dos acompanhantes - avaliação e controle da dinâmica uterina - utilização de métodos não invasivos e não

farmacológicos de alívio da dor - avaliação e controle da eliminação urinária - promoção de posição não litotômica para o parto

normal

As enfermeiras/ obstetrizes que atuam na atenção ao parto possuem longa experiência na atenção ao parto, extensa carga de trabalho e baixos salários. No entanto, não acompanharam muitos dos avanços e transformações na atenção obstétrica

Atenção Qualificada

Atenção Pré-natal e Parto – São Paulo-zona Leste

Estado de São Paulo

II-Araraquara

- extensão territorial: 1.006 Km²

- localização: noroeste do estado de São Paulo

- população: 182.471 habitantes

- taxa de cesárea: 68,58% - baixo peso ao nascer: 8,0% - gestações pré-termo: 7%

Pesquisadores:Cagnin, E.R.G.;Mamede,F.V.

Atenção Pré-natal e Parto – Araraquara/SP

Caracterização dos sujeitos –Pré-natal

Equipe : 32

Idade média: 41,4 anosTempo de formação:10 anosAtuação na área: mais de 10 anosMais de um emprego: 15%Carga de trabalho semanal: 39 hors

Auxiliar de enfermagem:4Técnico de enfermagem: 22Enfermeira: 6

Atenção Pré-natal e Parto – Araraquara/SP

Na atenção ao pré-natal a equipe é composta por auxiliares de enfermagem, técnicos de enfermagem e enfermeiras, tendo uma predominância de profissionais de enfermagem de nível médio.

Na atenção ao parto, no serviço público, a equipe de enfermagem é constituída por auxiliares de enfermagem, técnicos de enfermagem e enfermeiras obstetras, tendo uma predominância de enfermeiras especialistas em obstetrícia.

Atenção Pré-natal e Parto – Araraquara/SP

A atenção ao pré-natal é centrada na figura do médico e há discreta participação da enfermeira.

As enfermeiras não realizam o acompanhamento de pré-natal, tal prática ocorre eventualmente.

À enfermeira obstetra cabe: avaliação obstétrica admissional, o acompanhamento ao trabalho de parto e a realização do parto vaginal.

Os profissionais de enfermagem de nível médio realizam atividades de menor complexidade.

As habilidades essenciais em obstetrícia, preconizadas pela ICM, deixaram de ser desenvolvidas ou o foram de maneira incompleta no pré-natal e atenção ao parto.

Atenção Pré-natal e Parto – Araraquara/SP

Na atenção ao pré-natal, há carência de pessoal de enfermagem qualificado, enquanto que na atenção ao parto, a participação da

enfermeira obstetra é uma realidade consolidada.

Atenção Qualificada

Estado de São PauloIII- São José do Rio Preto

- - extensão territorial: 434,10 Km²

- - localização: oeste do estado de São Paulo

- - população: 414.272 habitante

- taxa de cesárea: 72,45%- nascimento de baixo peso: 9,89%- gestações pré-termo: 10,75%

Pesquisadores:Sabino,A.M.N.F.;Clapis,M.J.

Atenção Pré-natal em São José do Rio Preto/SP

Caracterização dos sujeitos:21 enfermeirasIdade média: 31 anosTempo de formação: 5 a 10 anosAtuação na área: 5 anosMais de um emprego: 14,3%Carga de trabalho semanal: 40 horas

Atenção Pré-natal em São José do Rio Preto/SP

Participação da enfermeira na atenção pré-natal pouca expressão

Atividades mais realizadas: solicitação de exames, grupo de gestantes e ações educativas individuais

Muitas das competências essenciais para o atendimento pré-natal não são desenvolvidas

Estado de São PauloIV- Porto Ferreira

- extensão territorial: 246 Km²

- localização: nordeste do estado de São Paulo

- população: 55.050 habitantes

- taxa de cesárea: 60,6%- baixo peso ao nascer: 10,66%- gestação pré-termo: 7,11%

Pesquisadores:Vorpagel,M.G.B.;Clapis,M.J

Atenção ao Parto em Porto Ferreira/SP

Caracterização dos sujeitos:

Equipe: 20 Idade média: 33,2 anosTempo de formação: mais de 5 anosTempo de atuação na área: mais de 4 anosMais de um emprego: 25%

Enfermeiros: 6Auxiliar de enfermagem:2Técnicos de enfermagem:12

Atenção ao Parto em Porto Ferreira/SP

- Não há enfermeira obstétrica/obstetriz.

- A atenção ao parto é centrada na figura do médico e há discreta participação da enfermeira.

- Atividades realizadas pela enfermeira, na ausência do médico: palpação obstétrica, dinâmica uterina e toque vaginal

Atenção ao Parto em Porto Ferreira/SP

- Participação da equipe de enfermagem na realização de práticas consideradas prejudiciais à saúde materna e sem evidências científicas ( Kristeller, tricotomia, administração de ocitocina rotineira)

Atenção ao Parto em Porto Ferreira/SP

Atenção Qualificada

Os profissionais de enfermagem não atendem ao perfil traçado pela definição de profissional qualificado ao parto da OMS/ICM/FIGO

Considerações Finais- modelo brasileiro se enquadra entre aquele de países onde a atenção obstétrica é quase que eminentemente institucionalizada, com limitada ação dos profissionais não médicos - os achados reafirmam a carência de profissionais de enfermagem qualificados para o atendimento à mulher no ciclo grávido puerperal no Brasil

-Necessidade de aumentar quantitativamente e qualitativamente o número de enfermeiras obstétricas/ obstetrizes capacitadas para o atendimento em obstetrícia

-Necessidade de estabelecimento e adesão aos padrões de qualidade de atendimento em obstetrícia (ICM/FIGO/OMS).

Considerações Finais

- - Compromisso das universidades para com a formação de enfermeiras obstétricas/obstetrizes.

- Compromisso com a Certificação das Competências Essenciais em Obstetrícia das enfermeiras obstétricas/obstetrizes ( ABENFO).

- - Compromisso com elaboração de políticas de bem-estar que focalizem as necessidade das mulheres e em especial em situação de gravidez, parto e pós parto