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Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano – IMA DESENVOLVIMENTO DE POLÍMEROS PARA FLOCULAÇÃO DE ASFALTENOS DE PETRÓLEO Cláudia Pimentel Porto Mazzeo Dissertação em Ciência e Tecnologia de Polímeros, submetida ao Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências, em Ciência e Tecnologia de Polímeros, sob orientação conjunta das Professoras Elizabete Fernandes Lucas e Claudia Regina Elias Mansur. Rio de Janeiro 2010

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Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano – IMA

DESENVOLVIMENTO DE POLÍMEROS PARA

FLOCULAÇÃO DE ASFALTENOS DE PETRÓLEO

Cláudia Pimentel Porto Mazzeo

Dissertação em Ciência e Tecnologia de Polímeros, submetida ao Instituto de

Macromoléculas Professora Eloisa Mano da Universidade Federal do Rio de Janeiro,

como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre em

Ciências, em Ciência e Tecnologia de Polímeros, sob orientação conjunta das

Professoras Elizabete Fernandes Lucas e Claudia Regina Elias Mansur.

Rio de Janeiro

2010

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ii

Tese de Mestrado:

Desenvolvimento de polímeros para floculação de asfaltenos de petróleo

Autor: Cláudia Pimentel Porto Mazzeo Orientador: Elizabete Fernandes Lucas Co-orientador: Claudia Regina Elias Mansur Data da defesa: 30/08/2010 Aprovada por:

_________________________________________________ Professora Elizabete Fernandes Lucas

Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano – IMA/UFRJ Orientadora/Presidente da Banca Examinadora

_________________________________________________ Professora Claudia Regina Elias Mansur

Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano – IMA/UFRJ Co-orientador

_________________________________________________ Professora Leila Léa Yuan Visconte

Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano – IMA/UFRJ

_________________________________________________ Dra. Luciana Spinelli Ferreira Fundação Coppetec– UFRJ

_________________________________________________ Prof. Kátia Monteiro Novack

Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP

Rio de Janeiro

2010

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FICHA CATALOGRÁFICA

Mazzeo, Cláudia Pimentel Porto.

Desenvolvimento de polímeros para floculação de asfaltenos de petróleo / Cláudia Pimentel Porto Mazzeo - Rio de Janeiro, 2010.

xiv, 121f.: il. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia de Polímeros) – Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano – IMA, 2010.

Orientadores: Elizabete Fernandes Lucas e Claudia Regina Elias Mansur. 1. Asfaltenos. 2. Polímero sulfonado. 3. Floculantes I. Lucas, Elizabete Fernandes (Orient.). II. Mansur, Claudia Regina Elias (Co-orient.). III. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano. IV. Título.

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iv

Esta Dissertação de Mestrado foi desenvolvida nos

Laboratórios do Instituto de Macromoléculas Professora

Eloisa Mano da Universidade Federal do Rio Janeiro, com

apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico

e Tecnológico (CNPq) e do Centro de Pesquisa da

Petrobrás (CENPES).

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Dedico este trabalho aos meus

pais, Cíntia e Paulo, pelo apoio,

amor e incentivo.

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vi

“Nada na vida deve ser temido, apenas compreendido.

Agora é hora de compreender mais, para temer menos.”

(Marie Curie)

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vii

AGRADECIMENTOS

- Agradeço a Deus por ter me abençoado com esta oportunidade e por ter tido

condições para concretizar deste trabalho.

- Agradeço aos meus pais (Paulo e Cíntia) por serem exemplo de persistência,

por terem me proporcionado a melhor educação, por estarem sempre ao meu

lado me incentivando, acreditando no meu potencial e por estarem sempre

presentes não importando a distância. Devo muito a eles.

- Agradeço aos meus irmãos Paula e Cristian que estão sempre ao meu lado.

- Agradeço ao Leandro pela grande ajuda, paciência e carinho durante todo o

período de desenvolvimento desta Dissertação.

- Agradeço às minhas orientadoras, Elizabete Fernandes Lucas e Claudia

Regina Elias Mansur, pela confiança, por todo o conhecimento a mim passado,

o qual contribuiu para o meu desenvolvimento pessoal e profissional.

- Agradeço em especial a aluna de Iniciação Científica Sarah Medeiros pelo

comprometimento, pela ajuda no desenvolvimento desta Dissertação e pelo

bom trabalho realizado.

- Agradeço ás técnicas Juliana, Raquel e Hélida e aos alunos Siller e Silas pelo

auxílio neste trabalho.

- Agradeço à técnica Márcia Benzi pela grande ajuda nas análises do FTIR.

- Agradeço ao técnico Eduardo Miguez pelas análises de RMN.

- Agradeço aos amigos do LMCP Verônica, Hélida, Mônica, Natalie, Priscilla,

Carla Micheli, Rita, Jaciene, Luiz, Izabel, Rodrigo, Fernando, Roberta, Yuri,

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viii

Yurinho, Siller, Janaína, Luciana, Renata e Christine pela excelente

convivência durante este período.

- Agradeço à Patrícia Mendes pela atenção e ajuda com as referências citadas

nesta Dissertação.

- Agradeço a todos os alunos do laboratório LMCP, pela amizade, apoio e

colaboração para o desenvolvimento deste trabalho.

- Agradeço a todos os professores, funcionários e alunos do IMA, que direta ou

indiretamente auxiliaram na realização desta Dissertação.

- Agradeço ao Professor Ailton Gomes pelo incentivo à pesquisa e amizade.

- Agradeço à CNPq pelo apoio financeiro para a realização da pesquisa.

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ix

Resumo da Dissertação apresentada no Instituto de Macromoléculas Professora

Eloisa Mano da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos

necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (MSc), em Ciência e

Tecnologia de Polímeros.

DESENVOLVIMENTO DE POLÍMEROS PARA FLOCULAÇÃO DE

ASFALTENOS DE PETRÓLEO

Cláudia Pimentel Porto Mazzeo

Orientadora: Elizabete Fernandes Lucas

Co-orientadora: Claudia Regina Elias Mansur

Aditivos poliméricos tem sido empregados no setor de petróleo a fim de reduzir os

elevados custos causados pela precipitação de asfaltenos nos processos de produção,

transporte e refino. Nesta Dissertação, o poliestireno foi sulfonado em diferentes graus

de sulfonação por reação catiônica com solução de acetilsulfato e foi testado como

aditivo polimérico atuando na precipitação dos asfaltenos. A caracterização dos

aditivos foi realizada por meio da espectroscopia de ressonância magnética nuclear

(RMN) e por espectrometria no infravermelho com transformada de Fourier (FTIR).

Testes de solubilidade foram feitos a fim de se definir o melhor sistema solvente-

aditivo-asfaltenos a ser testado. Os asfaltenos foram extraídos de resíduos asfálticos e

também foram caracterizados por FTIR. A influência dos solventes na precipitação dos

asfaltenos, bem como a atividade dos aditivos no meio foi testada por teste de

precipitação com o uso de espectrômetro de ultravioleta-visível. A atividade destes

polímeros na estabilidade dos asfaltenos foi estudada em função da concentração dos

asfaltenos em solução. Os valores de absorbância foram transformados em

concentração de asfaltenos em solução pelo uso de curva de resposta. Os resultados

indicaram que para um sistema os aditivos podem atuam somente como floculantes e

para o outro sistema dependendo da concentração podem atuar como floculantes ou

como dispersantes. Concluiu-se que a eficiência da floculação está relacionada com a

porcentagem de grupos polares. Por fim, foram feitos testes preliminares sobre os

tipos de interações existentes entre asfaltenos-aditivos e cálculos para sugerir uma

razão entre moles de grupos sulfônicos por moles de asfaltenos, a fim de se ter uma

melhor compreensão do comportamento estabilização/floculante dos aditivos.

Rio de Janeiro

2010

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x

Abstract of Dissertation submitted to the Institute of Macromolecules Professora Eloisa

Mano, Federal University of Rio de Janeiro, as part of the requirements for the degree

of Master (MSc) in Science and Technology of Polymers.

DEVELOPMENT OF POLYMER ADDITIVES FOR ASPHALTENES

FLOCCULATION

Cláudia Pimentel Porto Mazzeo

Orientadora: Elizabete Fernandes Lucas

Co-orientadora: Claudia Regina Elias Mansur

Polymer additives have been employed in the oil area in order to reduce the high costs

caused by the precipitation of asphaltenes in the processes of production,

transportation and refining. In this work, polystyrene was sulfonated to different

degrees of sulfonation reaction with cationic solution acetilsulfate and it was tested

acting as an additive in the precipitation of asphaltenes. The characterization of the

additives was performed by means of nuclear magnetic resonance spectroscopy

(NMR) and by Fourier transform infrared (FTIR). The solubility tests were done in order

to define the best system solvent-additive-asphaltenes to be tested. The asphaltenes

were extracted from asphalt residue and asphaltenes were also characterized by FTIR.

The influence of solvents on the precipitation of asphaltenes, and the activity of

additives in the medium was tested by precipitation test using ultraviolet-visible

spectrometer. The activity of these polymers on the stability of asphaltenes was studied

as a function of the concentration of asphaltenes in solution. The absorbance values

were converted into concentration of asphaltenes in solution by using the calibration

curve. The results indicated that for a system the additives may act only as flocculants

and for the other system depending on the concentration can act as flocculants or as

dispersants. It was concluded that the efficiency of flocculation is related to the amount

of polar groups. Finally, preliminary tests were made on the types of interactions

between asphaltene-additive and calculations suggest a ratio of moles of sulfonic acid

groups per moles of asphaltenes in order to have a greater knowledge about

stabilization/flocculant behavior of additives.

Rio de Janeiro

2010

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xi

- Partes desta Dissertação de Mestrado foi apresentada no seguinte

Congresso:

� 11th International Conference on Petroleum Phase Behavior and Fouling -

Petrophase XI

“Flocculation of asphaltene by chemical”

Mazzeo, C.P.P., Gonzáles, G., Lucas, E. F. e Mansur, C. R. E.

13-17 junho/2008 – Jersey City.

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xii

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 1

2. OBJETIVOS 3

3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 3

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 4

4.1 - PETRÓLEO 4

4.1.1 - Saturados 6

4.1.2 - Aromáticos 7

4.1.3 - Asfaltenos 7

4.1.3.1 - Comportamento coloidal dos asfaltenos 11

4.1.3.2 - A estrutura dos asfaltenos 14

4.1.3.3 - Massa molar dos asfaltenos 16

4.1.4 - Resinas 19

4.2 - PARÂMETRO DE SOLUBILIDADE 21

4.3 - ESTABILIZAÇÃO/FLOCULAÇÃO DOS ASFALTENOS 24

4.3.1 - Tipos de mecanismos de estabilização 26

4.3.1.1 - Estabilização eletrostática 26

4.3.1.2 - Estabilização estérica 28

4.3.1.3 - Estabilização eletroestérica 30

4.3.1.4 - Aditivos para estabilização de asfaltenos 32

4.3.2 - Tipos de mecanismos de floculação 37

4.3.2.1 - Floculação por pontes 37

4.3.2.2 - Floculação por neutralização de cargas 38

4.3.2.3 - Floculação por polímero livre (Depletion Flocculation) 39

4.3.2.4 - Heterofloculação 40

4.3.2.5 - Tipos de floculantes 41

5. MATERIAIS E MÉTODOS 45

5.1 - PRODUTOS QUÍMICOS 45

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5.2 - EQUIPAMENTOS 46

5.3 - METODOLOGIA 48

5.3.1 - Obtenção das amostras de resinas e asfalten os 48

5.3.1.1 - Extração das frações asfaltenos e resinas do resíduo asfáltico 48

5.3.1.2 - Procedimento de secagem do tolueno comercial 50

5.3.2 - Modificação química da amostra de poliestir eno por meio de

sulfonação 51

5.3.3 - Caracterização química dos aditivos 53

5.3.3.1 - Espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier

(FTIR) 53

5.3.3.1.1- Reflexão total atenuada ou Refletância total atenuada (ATR) 54

5.3.3.2 - Ressonância magnética nuclear (RMN-1H) 56

5.3.3.3 - Cromatografia de exclusão por tamanho (SEC) 56

5.3.4 - Determinação de massa molar dos asfaltenos por

espectrometria de massas (MS) 57

5.3.5 - Teste de solubilidade dos aditivos químicos 58

5.3.5.1 - Cálculo do parâmetro de solubilidade (δ) da mistura de solventes 59

5.3.6 - Obtenção de espectro de absorção na região do UV-visível 60

5.3.7 - Teste de floculação dos asfaltenos 60

5.3.7.1 - Construção da curva de resposta de intensidade de absorção

versus concentração de asfaltenos 61

5.3.8 - Testes de estabilização dos asfaltenos 61

5.3.9 - Testes de precipitação de asfaltenos na pre sença de aditivos 62

5.3.9.1 - Testes de precipitação de asfaltenos na presença de aditivos

solubilizados na mistura de solventes tolueno/acetona 63

5.3.9.2 - Testes de precipitação dos asfaltenos realizados na presença de

aditivos solubilizados na mistura tolueno/isopropanol 64

5.3.9.3 - Testes de precipitação dos asfaltenos realizados na presença de

aditivos solubilizados na mistura tolueno/isopropanol 65

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO 65

6.1 - CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DOS MATERIAIS 65

6.1.1 - Análises de 1H-RMN para o PS e PSS 65

6.1.2 - Análises de espectroscopia de absorção na r egião do 70

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xiv

infravermelho com transformada de Fourier (FT-IR)

6.1.2.1 - Caracterização dos asfaltenos 70

6.1.2.2 - Caracterização dos aditivos (PSS) 72

6.1.3 - Análises de cromatografia de exclusão por t amanho (SEC) do

poliestireno 73

6.1.4 - Análises de espectrometria de massas (MS) d os asfaltenos 74

6.2 - TESTE DE SOLUBILIDADE DOS ADITIVOS PSS E DO

POLIESTIRENO 75

6.3 - AVALIAÇÃO DO EFEITO DE FLOCULAÇÃO/DISPERSÃO DOS

ADITIVOS EM ASFALTENOS EXTRAÍDOS DO RESÍDUO ASFÁLTICO RA1 78

6.3.1 - Construção da curva de resposta 79

6.3.2 - Teste de precipitação do resíduo asfáltico RA1, asfaltenos RA1-

C7 e resinas 81

6.4 - AVALIAÇÃO DO EFEITO DE FLOCULAÇÃO/DISPERSÃO DOS

ADITIVOS NO RESÍDUO ASFÁLTICO RA2 90

6.4.1 - Construção da curva de resposta 92

6.4.2 - Testes de precipitação dos asfaltenos em to lueno na presença

de aditivos 95

6.4.2.1 - Avaliação das interações asfalteno-PSS por FTIR 100

6.4.3 - Testes de precipitação dos asfaltenos na pr esença de aditivos

solubilizados na mistura tolueno/isopropanol (60/40 ) 103

6.4.4 - Cálculo da razão do número de moles de grup os

sulfônicos/número de moles de asfaltenos 106

7. CONCLUSÕES 111

8. SUGESTÕES 112

REFERÊNCIAS 113

ANEXO 121

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1. INTRODUÇÃO

Os asfaltenos apresentam-se como os compostos mais polares e mais

pesados do petróleo, sendo formados por anéis aromáticos policondensados

ligados a cadeias ou anéis alifáticos, geralmente contendo grupos funcionais

ácidos e básicos, apresentando elementos como enxofre, oxigênio, nitrogênio e

metais como vanádio e níquel. São estes elementos (S, O, N e metais) que

formam a variedade de grupos polares nas moléculas de asfaltenos, como

aldeídos, ácidos carboxílicos e amidas. [1-4] Os asfaltenos são definidos como

um precipitado obtido do petróleo pela adição de excesso de n-heptano ou n-

pentano, sendo totalmente miscíveis em tolueno ou benzeno, à temperatura

ambiente.

Um dos maiores problemas encontrados na indústria de petróleo está

relacionado à desestabilização dos asfaltenos no meio. [4-6] Devido a sua forte

tendência a associação, os asfaltenos são importantes agentes formadores de

depósitos, os quais podem ser formados tanto na produção nos reservatórios,

quanto nas operações de transporte e processamento, gerando um grande

prejuízo econômico. [7-9]. Variações de temperatura, pressão e composição do

óleo durante todas as etapas podem comprometer a estabilidade dos

asfaltenos no óleo, ocasionando então a sua precipitação. [10-15]

De uma maneira geral, verifica-se que os problemas relacionados aos

asfaltenos podem ser classificados como devido à agregação (formação de

partículas finas em suspensão) e deposição (precipitação acompanhada da

formação de partículas maiores com efeito de sedimentação), deposição em

tanques de armazenamento, entupimento e corrosividade nas tubulações do

processo de refino, alteração da molhabilidade da rocha produtora e formação

de emulsões e espumas. [4, 10, 11, 16,17]

As resinas constituem-se em outra fração do petróleo que é muito estudada

juntamente com os asfaltenos. A principal distinção entre estas frações está na

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2

solubilidade em solventes parafínicos normais, nos quais os asfaltenos são

insolúveis e resinas são solúveis. [4,11,18-21]

Dentre muitas explicações, é parcialmente aceito que os asfaltenos encontram-

se no petróleo como uma dispersão coloidal [16], peptizados por substâncias

relativamente polares, as resinas. Estas interações entre asfaltenos e resinas

levam à formação de micelas, as quais podem ser evidenciadas através de

estudos sobre massa molar e sobre observações de agregação dos asfaltenos

em soluções diluídas, indicando que esta pode ocorrer em concentrações

extremamente baixas. [12] Tendo como base estes estudos, pode-se assumir

que os asfaltenos apresentam-se como um sistema coloidal não-aquoso.

[2,4,5,11,17-21]

Alguns autores têm concentrado esforços no sentido de se compreender

melhor o mecanismo através do qual estas macromoléculas são estabilizadas.

Conhecer o mecanismo de interação implica no conhecimento exato da

posição e da natureza dos sítios envolvidos na interação, das relações entre as

moléculas envolvidas (inclusive as moléculas de solvente), da energia do

sistema em cada estágio do processo e da velocidade de todas as mudanças

que ocorrem neste sistema. [22] Evidentemente, é muito difícil esclarecer todos

estes pontos, principalmente quando o sistema é complexo e envolve

moléculas de diversas naturezas e dimensões, como o petróleo. [23]

Uma outra maneira de resolução de problemas causados pela deposição dos

asfaltenos exige uma análise minuciosa do conteúdo de orgânicos pesados

presentes no petróleo e o desenvolvimento de modelos matemáticos capazes

de prever a agregação e deposição dos asfaltenos por meio do uso do

parâmetro de solubilidade do sistema, realizando assim uma prevenção ou até

mesmo a inibição da existência destes depósitos. [1]

Em alguns casos, a deposição dos asfaltenos pode ser evitada pela mudança

das condições do processo como temperatura e pressão, como exemplo o óleo

cru não ser submetido às regiões onde a agregação é favorecida. No entanto,

na maioria das vezes essas condições não podem ser facilmente variadas,

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3

principalmente, durante a produção do óleo cru, sendo necessária a adição de

agentes inibidores e dispersantes da agregação de asfaltenos. [24]

Atualmente, a floculação dos asfaltenos por polímeros não tem sido estudada

pelo simples fato de não haver interesse da indústria de petróleo por este

assunto. No entanto, esses estudos podem ser úteis para obtenção de algum

entendimento do mecanismo de precipitação e dispersão dos asfaltenos e de

mecanismos envolvidos nestes processos. Além disto, os floculantes de

asfaltenos podem ser aplicados em processos como desasfaltação, o qual

consiste em remover o material asfaltênico dos resíduos de petróleo obtendo

parte de algum derivado do petróleo, como parafinas ou óleos lubrificantes.

Outra aplicação destes floculantes é com relação a uma possível melhora do

óleo pesado através da redução parcial da fração asfaltênica aumentando o

preço de mercado do óleo. [25]

2. OBJETIVO

Esta Dissertação tem como objetivo avaliar o comportamento de asfaltenos

presentes em resíduos asfálticos provenientes da Refinaria de Duque de

Caxias (REDUC), bem como estudar os mecanismos de estabilização ou

floculação destes asfaltenos promovidos por amostras de poliestireno

sulfonado, contendo graus de sulfonação variados.

3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Caracterizar as amostras de asfaltenos extraídas de resíduos asfálticos.

2. Modificar quimicamente uma amostra de poliestireno a fim de se obter

polímeros com graus de sulfonação variados.

3. Caracterizar os aditivos químicos e avaliar a sua solubilidade em sistemas

solventes com parâmetros de solubilidade variados.

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4

4. Avaliar a estabilização/floculação dos asfaltenos em presença dos aditivos

por meio de testes de precipitação.

5. Estudar a interatividade entre os asfaltenos e os estabilizantes/floculantes

por meio de análises em espectrômetro na região do infravermelho com

transformada de Fourier (FTIR).

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 - PETRÓLEO

O petróleo ou óleo cru é uma mistura inflamável encontrada nas rochas de

bacias sedimentares e originada da decomposição da matéria orgânica

depositada no fundo de mares e lagos, que sofreu transformações químicas

pela ação de temperatura, pressão, pouca oxigenação e bactérias. [26]

Esta mistura é extremamente complexa sendo formada por hidrocarbonetos

dos quais a composição e as propriedades físico-químicas variam

continuamente de estruturas parafínicas simples à moléculas compostas de um

grande número de átomos de carbono, heteroátomos e metais. [27] Entretanto,

os óleos diferem em sua composição de acordo com a sua geoquímica. Desta

forma, tem-se óleos considerados pesados ou leves, conforme a proporção de

resíduos nestes óleos sendo mais acentuada ou não.

Alguns são pretos, densos e viscosos, liberando pouco ou nenhum gás, outros

são castanhos ou bem claros, com baixa densidade e viscosidade, com

quantidade apreciável de gás em solução. É virtualmente impossível a

obtenção de amostras de petróleo com a mesma composição química, até

mesmo em um mesmo campo produtor. [28] A Figura 1 mostra uma grande

diferença na coloração para vários tipos de petróleos. Esta variação na

coloração está em partes associada aos hidrocarbonetos aromáticos

policíclicos, os quais são usualmente identificados como as resinas e os

asfaltenos. [29]

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5

Figura 1. Separação do óleo cru conforme a sua densidade [29]

A análise química elementar do petróleo, por si só, não consegue predizer a

diferença no comportamento entre os petróleos, no reservatório, na produção e

em seu processamento. Por isto, a separação do óleo em frações dos

constituintes e a caracterização química desses grupos são empregadas. Os

petróleos são usualmente caracterizados em termos do teor das frações

denominadas por saturados, aromáticos, resinas e asfaltenos (SARA). Os

métodos atualmente mais utilizados empregam técnicas de precipitação

seletiva e/ou técnicas cromatográficas. A Figura 2 mostra o esquema de

separação das frações SARA do petróleo proposto por Aske e colaboradores.

[30, 31]

Figura 2. Esquema de separação das frações SARA do petróleo [31]

Neste esquema é mostrado que o asfalteno é precipitado por n-hexano e as

frações remanescentes (SAR) são separadas mediante o emprego de

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6

solventes com diferentes polaridades e a adsorção em superfície ativa de

sílica. Devido à diferença de polaridade, as frações são eluídas em tempos

diferentes com detecção por infravermelho (IV) e ultravioleta (UV). [31]

O resíduo não-volátil (>550.ºC) proveniente do fracionamento do petróleo, pode

ser fracionado por tratamento com solvente (ou mistura de solventes) capaz de

solubilizar seletivamente algum dos constituintes. Neste caso, o critério para

fracionamento de resíduos (massa molar, polaridade, número e tipo de grupo

funcional, etc) e a quantidade e qualidade do material solubilizado é uma

função das características do solvente.

Os hidrocarbonetos podem ocorrer no petróleo desde o metano (CH4) até

compostos com mais de 60 átomos de carbono. Os átomos de carbono podem

estar conectados através de diferentes tipos de ligações, desde simples até

triplas. Além disto, os arranjos moleculares podem ser diversos, abrangendo

estruturas lineares, ramificadas ou cíclicas, saturadas ou insaturadas, alifáticas

ou aromáticas. [32]

4.1.1 - Saturados

Os saturados são compostos apolares e isentos de dupla ligação. Fazem parte

desta classificação os hidrocarbonetos alifáticos e os alicíclicos, sendo

respectivamente os alcanos e os cicloalcanos. [33] Os alcanos são conhecidos

na indústria de petróleo como parafinas, sendo os principais constituintes do

petróleo leve, encontrando-se nas frações de menor densidade. Os

cicloalcanos contem um ou mais anéis saturados e são conhecidos como

compostos naftênicos, por se concentrarem na fração de petróleo denominada

nafta. São classificados como cicloparafinas, de cadeia do tipo fechada e

saturada, podendo também conter ramificações. [34,35,36]

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4.1.2 - Aromáticos

Os aromáticos são os compostos com um ou mais anéis benzênicos em sua

estrutura, podendo conter cadeias alifáticas e/ou anéis naftênicos ligados ao

anel benzênico. São compostos polares com massas molares variadas. [33]

4.1.3 - Asfaltenos

O termo asfaltenos é utilizado para designar as macromoléculas do petróleo,

de alta massa molar e polaridade. O Instituto do Petróleo, Londres, define os

asfaltenos como um sólido amorfo, de coloração variando entre marrom escuro

e preto, que é precipitado pela adição de um excesso de n-heptano e é solúvel

em tolueno e benzeno. [10]

Os asfaltenos do petróleo tem sido estudados por mais de um século e ainda

assim, não se conseguiu uma definição sobre sua estrutura química e suas

propriedades físico-químicas. [36] Por enquanto, a hipótese mais aceita é a que

os asfaltenos existem sob forma de macroestruturas. O elemento de base

desta macroestrutura é uma lâmina que é constituída por um certo número de

anéis aromáticos policondensados, substituídos por grupamentos alifáticos ou

naftalênicos, podendo haver entre 6 e 20 ciclos. [37]

Sabe-se que os asfaltenos encontram-se sob forma de partículas grandes no

óleo e que estão num estado polidisperso. Além disto, sabe-se que a relação

atômica H/C é próxima de 1, o que é uma característica das moléculas

aromáticas. Pode-se notar, também, teores elevados de enxofre e metais, que

podem causar problemas de produção, no transporte e no refino. [37]

Suas propriedades dependem da sua estrutura que pode ser classificada em:

estrutura primária, que descreve a seqüência de átomos em uma

macromolécula; estrutura secundária, que considera o arranjo dos átomos no

espaço; e estrutura terciária, que considera a estrutura em três dimensões.

Com toda essa complexidade estrutural, a definição mais simples passa a ser

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através de sua solubilidade. [38, 39]. Na Figura 3 é apresentado um modelo de

uma molécula de asfalteno.

Figura 3. Modelo em duas dimensões de uma molécula de asfalteno [40]

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Desde o surgimento do termo asfaltenos descrevendo sólidos provenientes do

resíduo de destilação do asfalto, solúveis em essência de terebentina e

insolúveis em álcool, o conceito de asfaltenos tem sido utilizado para definir a

fração derivada do petróleo, insolúvel em solventes alifáticos de baixa massa

molar e solúvel em benzeno e tolueno, solventes aromáticos. [41] Há uma

grande diferença entre as frações asfaltênicas obtidas por solventes alifáticos

distintos. As relações N/C, O/C e S/C são usualmente mais altas nos asfaltenos

precipitados com n-heptano do que com n-pentano. Esse fato é comprovado

pela alta proporção de heteroátomos na sua estrutura.

A Figura 4 mostra um diagrama hipotético representando características dos

asfaltenos precipitados com n-pentano e n-heptano. Em resumo, pode-se

concluir que aumentando a cadeia do floculante, precipita-se uma menor

quantidade de asfaltenos, com maior massa molar e maior polaridade [25, 31]

Figura 4. Diagrama hipotético das características dos asfaltenos precipitados

por n-pentano (n-C5) e n-heptano (n-C7) [33]

Devido a sua maior polaridade, o que gera uma menor hidrofobicidade, quando

comparados às demais frações do petróleo, os asfaltenos apresentam uma

tendência à associação. Variações nas condições de temperatura, pressão e

composição durante o processo de produção e operações de transporte e

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refino podem comprometer a estabilidade dos asfaltenos no óleo [1,4-6,12-15,

41-43]

Um procedimento geralmente empregado para classificar asfaltenos utiliza a

diferença de solubilidade desses compostos em uma série de n-alcanos. Desta

forma, é possível obter diferentes tipos de frações asfaltênicas a partir do

mesmo óleo, separadas por insolubilidade em propano, n-pentano, n-hexano,

n-hetano e outros da série. [35]

Hu e Guo [44] estudaram o efeito da temperatura, do tamanho da cadeia do

agente floculante (n-alcano) e da razão de diluição sobre a precipitação dos

asfaltenos provenientes de um petróleo chinês. Este estudo foi realizado

precipitando-se os asfaltenos do petróleo em quatro temperaturas diferentes,

variando-se de 293 a 338K. Além disso, foram utilizados sete tipos de n-

alcanos, como agente floculante: n-pentano, n-hexano, n-heptano, n-octano, n-

nonano, n-decano e n-dodecano. Os resultados demonstraram que a

quantidade de asfalteno precipitado diminui com o aumento do tamanho da

cadeia do agente floculante. Este resultado é esperado tendo em vista que

para cadeias de agente floculante maiores, somente as maiores moléculas de

asfalteno serão precipitadas. Além disso, o aumento da temperatura gera um

decréscimo na quantidade final de asfalteno precipitado.

Trabalhos recentes demonstram por microscópia eletrônica que o tamanho do

asfalteno elementar varia entre 2 e 10 nanômetros. A técnica de espalhamento

de ângulo de Raios-X tem sido usada para obter a distância interlamelar

(distância entre duas camadas aromáticas), o diâmetro da camada aromática, a

extensão dos clusters aromáticos e a distância entre duas cadeias alifáticas

vizinhas. Com base nessas investigações, um modelo foi proposto com uma

extensa visão estrutural dos asfaltenos, onde são distinguidas quatro unidades:

a molécula elementar, a partícula, a micela e o agregado micelar. De modo

esquemático, a estrutura molecular consiste em uma região aromática

conectada à cadeias alifáticas. A partícula, chamada de cristalito, é formada

pela junção de várias partes aromáticas polares das moléculas, provavelmente

a partir de ligações π-π ou ligações de hidrogênio. Os agregados são formados

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a partir da organização das partículas em micelas e estes agregados podem

ser ligados por diversos tipos de interações. [35]

4.1.3.1 – Comportamento coloidal dos asfaltenos

Os asfaltenos tendem a interagir quimicamente entre si formando lamelas. Os

mecanismos de agregação dos asfaltenos mais plausíveis envolvem ligações

π- π entre os aromáticos, interações ácido-base entre os grupos funcionais com

transferência de cargas (carbonilas, carboxilas, pirróis, aminas, amidas e

fenóis) e ligações de hidrogênio entre grupos funcionais [45,46]. A Figura 5

ilustra a interação química entre duas moléculas de asfaltenos, levando à

formação de micelas, ou agregados. [7, 34]

Figura 5. Representação da interação química entre duas moléculas de

asfaltenos [34]

Como mostrado anteriormente, a agregação se processa através da

associação das partículas de asfaltenos e, devido ao conseqüente crescimento

dos agregados, levam à precipitação. O poder solubilizante da fase líquida em

relação aos asfaltenos se torna insuficiente para mantê-los em solução e as

partículas de asfaltenos passam, então, de um estado de aglomeração, que

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corresponde a um diâmetro médio de cerca de 0,02µm, ao estado de grãos de

precipitado, cujo diâmetro médio é superior, com cerca de 3µm. [37,41]

Há basicamente dois modelos propostos para descrever o comportamento

coloidal dos asfaltenos. O primeiro propõe uma descrição dos asfaltenos como

macromoléculas. Neste modelo, o óleo seria semelhante a uma solução

polimérica, na qual moléculas muito grandes interagem principalmente com

moléculas vizinhas menores. O segundo modelo concebe a partícula

característica dos asfaltenos como fruto da associação de várias moléculas

asfaltênicas, sendo análogo a uma solução micelar, onde moléculas anfifílicas

auto-associam para formar partículas ordenadas molecularmente, suspensas

num dado solvente. [35, 36]

Os asfaltenos tendem a formar estes agregados com uma polidispersidade que

depende das condições de pressão, temperatura, concentração e a natureza

do agente precipitante utilizado. [37] O grau com que o tamanho dos agregados

varia é controlado pela polidispersão e estrutura química dos monômeros dos

asfaltenos. [47]

Em concentrações muito baixas, os asfaltenos se apresentam como moléculas

dissociadas em solução, conhecidas como monômeros. Atualmente, tem sido

sugerido que o mecanismo de agregação de asfaltenos em solução deve

seguir um modelo proposto, o qual descreve o comportamento de asfaltenos no

petróleo. Este mecanismo preve a associação de monômeros asfaltênicos por

formação de micelas, a partir de dados experimentais obtidos por métodos

calorimétricos, e por medidas de tensão superficial. [35]

Acredita-se que os asfaltenos estão presentes no petróleo sob equilíbrio, no

qual suas moléculas estão parcialmente dissolvidas e parcialmente em forma

de micelas, dependendo da polaridade do meio e da presença dos demais

componentes do petróleo. Se o meio é formado por uma quantidade maior de

solventes aromáticos, então os asfaltenos encontram-se na forma de moléculas

livres e em micelas.

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A concentração micelar crítica (CMC) corresponde à concentração acima da

qual a formação dos agregados moleculares (micelas) é observada nas

soluções de tensoativos em geral. A formação destas micelas é um processo

reversível, no qual os asfaltenos, os tensoativos naturais do petróleo, se

associam formando diferentes formas geométricas, permanecendo em

suspensão. [48-49] Existem partículas de asfaltenos precipitadas, formadas em

meios apolares, como no caso de petróleos parafínicos, e micelas e agregados

micelares que são formados em meios mais polares, como no caso de

petróleos com maiores quantidades de frações aromáticas. [41]

A CMC de asfaltenos foi analisada utilizando piridina como solvente e os

resultados mostram, por meio de diagrama de Gibbs, a existência desta

concentração. A Figura 6 mostra que a tensão superficial não sofre uma grande

redução antes de alcançar a concentração crítica, o que indica uma baixa

energia de adsorção dos asfaltenos na superfície. [35]

Figura 6. Determinação da CMC dos asfaltenos em piridina [35]

Embora as medidas de tensão superficial para determinação da CMC sejam

questionáveis, esta análise fornece, com razoável segurança, a evolução da

concentração de asfaltenos em subcamadas superficiais.

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Na literatura [38] tem sido mostrado que a estabilidade dos asfaltenos não

depende apenas da interação molecular resina-asfalteno, mas também do

balanço entre os outros componentes do petróleo. Desta forma, a estabilidade

pode ser representada por um sistema trifásico, no qual os asfaltenos, os

aromáticos e os saturados estão em um delicado equilíbrio. Vários fatores,

como a oxidação, podem causar um efeito adverso no sistema, levando a

instabilidade ou incompatibilidade, como resultado da troca de polaridade e dos

arranjos de ligações entre as espécies presentes no meio. Desta forma, os

resultados dos estudos estruturais dos asfaltenos estão se afastando das

idéias mais antigas sobre os asfaltenos conterem amplos sistemas aromáticos

polinucleares e passam a citar que há uma variedade de tipos funcionais que

também desempenham um papel importante no comportamento dos

asfaltenos.

Para avaliação de modelos físicos fundamentais no comportamento dos

colóides, sistemas monodispersos e de partículas regulares idealizados são

utilizados, no entanto, sabe-se que os sistemas em sua maioria são

polidispersos e podem apresentar formas muito irregulares, como é o caso do

petróleo.

4.1.3.2 – A estrutura dos asfaltenos

A discussão sobre o tamanho e características dos asfaltenos é debatida em

torno da suas massas molares. Ainda não foi definido se as moléculas de

asfaltenos são poliméricas, sendo uma estrutura arquipélago (Figura 7-a) ou se

são monoméricos, apresentando uma estrutura ilha (Figura 7-b). [50, 51]

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Figura 7. (a) Estrutura hipotética da molécula de asfaltenos de estrutura-

arquipélago. [36, 51] (b) Quatro estruturas hipotéticas de moléculas de

asfaltenos representando a estrutura ilha de acordo com Mullins [50]

Cunha [51] em seu estudo mostrou que recentes modelagens estruturais e

moleculares confirmam que os asfaltenos apresentam uma estrutura

Arquipélago opondo-se então, a estrutura em ilha, sendo esta atualmente, a

mais conhecida e utilizada. A Figura 8 mostra uma outra representação da

molécula de asfaltenos para uma estrutura Arquipélago.

Figura 8. Estrutura esquemática de uma molécula de asfalteno – adaptado de

Speight 1999 [51]

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Medidas de espalhamento de Raios-x foram usadas na determinação do

tamanho e da forma de agregados de asfaltenos em solventes como piridina e

tetrahidrofurano. Os resultados mostram que os agregados formados

dependem da concentração e da massa molar dos asfaltenos, da natureza e

quantidade dos sítios ligantes (ligação π-π e/ou de hidrogênio) e da agitação do

sistema. Grande parte das micelas formadas apresenta geometria esférica com

diâmetro variando entre 2,5 e 5,0 nm. A associação das micelas gera partículas

de diâmetro da ordem de 10-20 nm, e a associação destas produz estruturas

com 200-2000 nm de diâmetro. [35, 47]

Sabe-se que a determinação da estrutura molecular de partículas asfaltênicas

é uma problemática, isto devido aos asfaltenos serem misturas de um grande

número de moléculas e pela impossibilidade de identificação de cada molécula

na mistura. Além disto, as associações intermoleculares evitam a obtenção de

um valor verdadeiro para a massa molar média, que poderia vir a ser

elucidativa em termos estruturais.

4.1.3.3 – Massa molar dos asfaltenos

Há muito tempo vem se discutindo sobre o tamanho das moléculas de

asfaltenos e, ainda assim, nada está definido sobre este assunto. Os asfaltenos

consistem em milhares diferentes moléculas com um alto grau de

polidispersividade, tanto em tamanho quanto em estrutura. A sua massa molar

tem sido descrita em uma faixa de cem a vários milhões de g/mol dependendo

da técnica utilizada para esta determinação. [52, 53] Uma das razões para esta

falta de concordância entre estes valores, se deve a diferença entre as

técnicas inadequadas previamente usadas.

A massa molar dos asfaltenos tem sido determinada em uma larga faixa,

dependendo do solvente e do método. Muitos métodos, mostrados na Tabela

1, são utilizados atualmente para determinação da massa molar dos asfaltenos,

incluindo métodos crioscópicos, medidas de viscosidade, ultracentrifugação,

osmometria, espectrometria de massas entre outros. A osmometria é baseada

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na diferença de pressão de vapor existente entre a solução e o solvente,

ocorrendo liberação de calor. A variação de temperatura é detectada por um

termistor. [54] Esta técnica sugere, portanto, que a massa molar dos asfaltenos

depende tanto do solvente quanto da temperatura. [55]

Tabela 1. Massa molar de asfaltenos determinada por diferentes técnicas. [54]

Nesta tabela pode ser observado que alguns fatores podem influenciar na

determinação, como por exemplo, a dissociação do asfalteno no solvente, a

formação de agregados, a temperatura, a formação de micelas entre outros.

Além desta observação, foi mostrado que para um mesmo método, os valores

de massa molar determinados podem variar de acordo com o solvente utilizado

na análise. [54]

A noção das moléculas de asfaltenos foi introduzida como uma lâmina de

camada única de complexas partículas, a qual possui uma massa molar de

cerca de 1000 g/mol. Esta partícula de asfaltenos consiste em muitas camadas

de unidades paralelas que permanecem unidas por forças intermoleculares.

Outros pesquisadores, como Speight e Moschopedis [56], aceitam que a

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massa molar dos asfaltenos está acima de 1000 g/mol e que as unidades

monoméricas das moléculas poliméricas de asfaltenos são bem menores (400-

500 g/mol), estando conectadas por meio de ligações carbono-carbono ou por

ligações carbono-enxofre-carbono. Em um outro estudo, Bunger [50] sugeriu

que os asfaltenos são monoméricos por natureza e que possuem uma massa

média molar na faixa 500-800 g/mol, largamente distribuídos com relação a

aromaticidade e conteúdo de heteroátomos.

A espectrometria de massas é um dos métodos mais novos para determinação

da massa molar dos asfaltenos e, em um recente estudo [57], foi mostrado que

as maiores moléculas dos asfaltenos analisados possuíam massas próximas a

1400 g/mol e que a massa molar numérica era menor do que 814 g/mol.

A partir de diversos estudos conclui-se que os asfaltenos são moléculas

polares com altas massas molares, cujos valores variam de 500 a 1500 g/mol.

Esta determinação é difícil de ser realizada, em função da associação entre as

moléculas individuais de asfaltenos. A Figura 9 representa algumas estruturas

de asfaltenos. [58]

Figura 9. Proposta de estruturas moleculares de asfaltenos. Estes são o tipo

de estruturas moleculares que dominam nos asfaltenos [58]

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4.1.4 - Resinas

Para uma maior compreensão do comportamento dos asfaltenos em solução

faz-se necessário definir outra fração do petróleo de estrutura química muito

semelhante a dos asfaltenos, que são as resinas. [37, 50, 59]

As resinas possuem características polares, contendo heteroátomos como

nitrogênio, oxigênio e enxofre e metais como níquel, vanádio e ferro, podendo

apresentar anéis aromáticos policondensados em sua estrutura. [31, 33] Os

asfaltenos e as resinas compõem a fase dispersa dos petróleos e uma das

diferenças entre estas frações está no fato de que os asfaltenos possuem

maior massa molar. As resinas são semilíquidas ou sólidas, de coloração

variando do marrom escuro ao preto com massas molares entre 500 a 2000

g/mol. [59] Além disto, os asfaltenos apresentam maior quantidade de

heteroátomos e metais e, como citado já anteriormente, são insolúveis em

hidrocarbonetos alifáticos de baixas massas molares e solúveis em solventes

aromáticos. [4,11,18-21, 35, 42]

Como os asfaltenos apresentam uma distribuição de massa molar alta,

acredita-se que se encontram no petróleo sob um equilíbrio no qual suas

moléculas estão parcialmente dissolvidas e parte no seu estado coloidal

estabilizados pelas resinas que se adsorvem na superfície dos asfaltenos

formando micelas, dependendo da polaridade do meio e da presença de outros

compostos no óleo. Quando há uma variação do parâmetro de solubilidade do

meio, ou seja, condições desfavoráveis de solvência do meio, as resinas

dessorvem das micelas de asfaltenos favorecendo então a agregação. [34] O

ponto no qual ocorre o início de precipitação (IP) dos asfaltenos é denominado

por onset de precipitação. [50]

A estabilização da Estrutura-Arquipélago dos asfaltenos através da adsorção

das resinas em sua superfície é mostrado na Figura 10, onde pode ser visto os

monômeros de asfaltenos formando agregados e, posteriormente sendo

estabilizados pelas moléculas de resinas. Esta estrutura-arquipélago proposta

para os asfaltenos apresenta uma estrutura porosa e reticulada. [60]

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Figura 10. Estrutura- Arquipélago para os agregados de asfaltenos na

presença de resinas [60]

Como apresentado no esquema da Figura 11, dependendo do parâmetro de

solubilidade do meio, pode existir apenas uma camada de resina cobrindo os

asfaltenos, sendo esta condição denominada por “ponto crítico”, representando

a iminência da agregação dos asfaltenos. Enquanto o potencial químico

calculado estiver acima ou igual ao do “ponto crítico” não ocorre agregação.

[13, 21, 61]

Figura 11. Partículas de asfaltenos peptizadas por resinas (micelas) [21]

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4.2 - PARÂMETRO DE SOLUBILIDADE

O parâmetro de solubilidade (δ) é um guia arbitrário baseado no parâmetro de

coesão que representa as forças de interação de materiais condensados,

fornecendo um método numérico fácil e rápido para predição do grau de

interação entre os materiais, particularmente líquidos e polímeros. [62]

Quando uma molécula está em um meio (gás ou líquido) pode-se dizer que há

uma energia de coesão ou auto-energia associada a ela. [50] A energia de um

determinado solvente, por exemplo, da qual o parâmetro de solubilidade é

derivado, corresponde à energia necessária para separar as moléculas

presentes em 1 cm3 e, posteriormente, evaporá-las. Devido a este fato, o

parâmetro de solubilidade também pode ser chamado de parâmetro de energia

de coesão. [18]

Para materiais sólidos e misturas complexas, como o petróleo, não é possível

medir ou calcular este parâmetro por métodos diretos. Para tanto, utilizam-se

métodos indiretos, sendo o mais comum dissolver o material com parâmetro de

solubilidade desconhecido em diferentes solventes com parâmetros de

solubilidade conhecidos. Neste caso, o parâmetro de solubilidade do material é

igual ao parâmetro de solubilidade do solvente no qual o soluto apresentar

maior interação. [18]

Uma dispersão de asfaltenos em um solvente puro pode ser tratada como um

sistema de dispersão polimérica, visto que os asfaltenos possuem elevada

massa molar. Desta forma, toda a teoria de polímeros em solução pode ser

aplicada a dispersões de asfaltenos. De acordo com Rogel [21], as forças de

interação predominantes na estabilização dos agregados entre asfaltenos e

resinas com os solventes são as forças de van der Waals, porém há também

as forças provenientes dos solventes capazes de formar ligações de hidrogênio

com estes agregados.

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22

Conforme apresentado em alguns estudos [11, 18, 63] o onset de precipitação

dos asfaltenos ocorre quando o parâmetro de solubilidade do meio solvente

supera o valor característico de parâmetro de solubilidade para um dado

petróleo, ou seja, a mudança de composição afeta o parâmetro de solubilidade

do meio solvente e, assim, provoca a precipitação das frações asfaltênicas.

O comportamento de fases do petróleo é difícil de ser entendido devido ao fato

de sua composição ser baseada em uma mistura de diversas moléculas. Além

disso, o petróleo pode apresentar tanto propriedades de uma dispersão coloidal

quanto de solução. [64] Assim, o petróleo pode ser compreendido como um

sistema multicomponente, composto por macromoléculas asfaltênicas

dispersas em uma mistura de componentes variados. Sob este ponto de vista,

pode-se considerar que a precipitação dos asfaltenos está relacionada com o

parâmetro de solubilidade da fração asfaltênica e com o parâmetro de

solubilidade dos demais componentes do sistema, onde os asfaltenos estão

dispersos. Duas dificuldades estão presentes nesta determinação, sendo a

primeira a determinação do δ dos asfaltenos (sólidos) e a segunda a

determinação do δ do sistema solvente, o qual varia de petróleo para petróleo.

Em alguns casos fica inviável, devido aos altos custos envolvidos, a realização

de experimentos para determinar as condições e os possíveis problemas que

possam ocorrer com a precipitação dos asfaltenos. Por isto, diversos modelos

termodinâmicos tem sido desenvolvidos a fim de facilitar os estudos sobre a

previsão da precipitação dos asfaltenos. [6,15,17,65,66]

A primeira importante aproximação para a engenharia de petróleo foi atribuída

a um modelo termodinâmico molecular, que descreve o comportamento dos

asfaltenos em óleos sob condições de variação de temperatura, pressão e

composição, partindo das premissas de que a fase precipitada no onset é pura

em asfaltenos e que o óleo está saturado com asfaltenos nas condições do

reservatório. [4,6,12,21]. Além disto, assume-se que os asfaltenos precipitados

da solução líquida comportam-se como um pseudo-líquido e que a precipitação

dos asfaltenos não afeta o equilíbrio líquido-vapor (VLE) já existente. Neste

modelo foi considerado os asfaltenos como moléculas poliméricas em um

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23

estado monodisperso, de tal forma que para o cálculo de equilíbrio líquido-

líquido pudesse ser utilizada a teoria de soluções poliméricas de Flory-Huggins.

[4,6,15]

O modelo de Flory-Huggins (F-H) tem servido como base para diversos

métodos de previsão de precipitação dos asfaltenos. [6,14,21,50,65] Como as

moléculas de polímeros são muito maiores do que as do solvente que os

cercam, a equação da teoria da solução regular para a energia livre de mistura

(∆Gmistura ) foi adaptada para levar em consideração os efeitos devido aos

diferentes tamanhos das moléculas, ou seja, a polidispersão. Esta teoria

considera as interações entre as moléculas vizinhas e o grau de interação entre

elas. A aplicação desta aproximação para o campo de agregação dos

asfaltenos é descrita pelas Equações 1 e 2. [14]

∆G mistura = RT (nm lnφm + na lnφa + nm lnφa χ) (Equação 1)

χ = Va/ RT) (δa - δm)2 (Equação 2)

Sendo n o número de moles, φ a fração em volume, a os asfaltenos, m a

mistura, R a constante universal dos gases, T a temperatura, V o volume, δ o

parâmetro de solubilidade e χ o parâmetro de interação de Flory-Huggins (F-H).

O parâmetro de interação de F-H, χ, representa o grau de interação entre as

moléculas de solvente e as de asfaltenos, sendo uma variável de suma

importância. Aumentando o valor de χ pelo aumento da diferença entre os

parâmetros de solubilidade dos componentes da mistura, haverá um aumento

da energia livre de mistura (∆Gmistura), correspondendo, portanto, a uma

diminuição da solubilidade. [14,45,64] Conforme alguns estudos, se o valor de

χ ultrapassar 0,5 a separação de fases ocorrerá. [18, 45] Este modelo pode ser

usado para calcular a dependência da solubilidade dos asfaltenos com relação

à variação de temperatura e pressão. [12,15] A Equação 3 representa o modelo

de F-H.

lnφa, máx = (Va / Vs-1) (φs - χ φs

2) (Equação 3)

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24

Onde Va e Vs são, respectivamente, os volumes molares dos asfaltenos e do

solvente, φa, máx é a fração máxima de volume de asfaltenos solúveis e φs é a

fração de volume do solvente.

4.3 – ESTABILIZAÇÃO/FLOCULAÇÃO DOS ASFALTENOS

Este capítulo tem como objetivo apresentar os mecanismos de estabilização e

floculação de sistemas coloidais para melhor compreensão sobre a interação

entre os aditivos e asfaltenos na indústria de petróleo.

Agregação é um processo de agrupamento de partículas em sistemas líquidos

com formação de flocos, os quais aumentam de tamanho podendo ser filtrados

ou decantados. Embora inicialmente o termo floculação tenha sido utilizado

para descrever todos os processos onde ocorre agregação de partículas, mais

recentemente surgiu uma diferenciação entre os tipos de agregação

denominados por coagulação e floculação. [67] O termo coagulação será

aplicado nesta Dissertação à agregação induzida pela atração de van der

Waals entre as partículas coloidais, enquanto que o termo floculação será

aplicado para a agregação induzida por polímeros.

A deposição de asfaltenos é um problema conhecido que tem gerado um alto

custo na indústria de petróleo. Uma possível maneira de evitar esta

precipitação é através da adição de estabilizadores de asfaltenos, os quais em

sua maioria apresentam caráter anfifílico. Estabilizadores ou inibidores agem

de um jeito similar às resinas, peptizando e mantendo os asfaltenos em

solução. A eficiência destes estabilizadores é controlada primeiramente por

características químicas e estruturais, no entanto, esta estabilidade dos

asfaltenos também depende do solvente ou do meio dispersante. [68]

As forças de dispersão de van der Waals podem ser atrativas ou repulsivas e

ocorrem devido à polarização provocada em uma molécula pelas flutuações na

distribuição de carga de outra molécula e vice-versa. Assim, a estabilidade ou a

instabilidade de um sistema coloidal é determinada pelas forças atrativas e

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repulsivas presentes entre as partículas, o que depende das propriedades

físico-químicas e da interface partícula-solvente. No caso da estabilidade, esta

é alcançada quando as forças repulsivas são capazes de superar as forças

atrativas existentes no sistema. [1]

Quando a quantidade de polímero adsorvido é baixa, as moléculas de polímero

podem atacar uma ou mais partículas causando uma floculação em pontes. No

entanto, quando a quantidade adsorvida é alta, estes aditivos podem causar a

estabilização impedindo então o fenômeno de floculação. Desta forma, como

os mecanismos de estabilização e floculação estão relacionados de acordo

com a atividade dos polímeros (estabilizantes ou floculantes) no sistema, para

que os mecanismos de floculação sejam melhor compreendidos, é de

fundamental importância o estudo da estabilização polimérica. [69] A Figura 12

mostra como a força iônica influencia na atividade dos polímeros podendo

estes estabilizar ou flocular as partículas.

Figura 12. (a) Força iônica baixa. As pontes são prevenidas pela repulsão

elétrica. (b) Força iônica alta. As pontes atravessam a distância efetiva da

repulsão. [69]

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26

4.3.1 – Tipos de mecanismos de estabilização

4.3.1.1 – Estabilização eletrostática

Em dispersões líquidas, o princípio de eletroneutralidade estabelece que a

carga da rede do meio da dispersão seja igual, em módulo, à carga da

partícula. O arranjo dos contra-íons e co-íons na dispersão dá origem a uma

dupla camada elétrica. A estabilização eletrostática é conseqüência da

presença desta dupla camada de íons adsorvidos em partículas carregadas

eletricamente, dispersas em um líquido polar. [71]

A dupla camada elétrica é constituída de duas partes sendo uma camada fixa

de íons de carga contrária à da superfície da partícula (camada de Stern) e de

uma camada móvel de íons (camada difusa). A repulsão entre estas camadas

é que garante a estabilidade. A representação desta dupla camada é mostrada

na Figura 13. [71]

Figura 13. Representação da origem da estabilização por partículas

carregadas negativamente [71]

A espessura da dupla camada elétrica é afetada pela força iônica do meio. A

medida que esta força iônica é aumentada, a dupla camada diminui e, com isto,

as forças atrativas superam a repulsão eletrostática, não sendo mais capaz de

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estabilizar o sistema. Isto explica o fato da maioria das dispersões estabilizadas

eletrostaticamente sofrerem agregação com o aumento da força iônica do

meio, ou seja, com a adição de eletrólitos. [72]

O mecanismo de estabilização eletrostática promove o aumento das forças de

repulsão, necessário para a obtenção de suspensões dispersas, por meio do

desenvolvimento de cargas elétricas nas partículas, em decorrência da

interação da sua superfície com o meio líquido. [73]

Curvas de energia potencial em função da distância entre as partículas, d, tem

sido quantificadas para a repulsão eletrostática pela teoria proposta por

Derjaguin e Landau, Verwey e Overbeeck, a assim chamada teoria DLVO. [70]

A Figura 14 mostra a interação de duas partículas de acordo com a teoria

DLVO para o mecanismo de estabilização eletrostática. É mostrado que

quando as partículas se aproximam, o ponto de metaestabilidade é atingido,

correspondente a um mínimo secundário. Neste estado as partículas se

mantem separadas por um filme a uma distância grande sem que haja

floculação. As partículas, no entanto, podem atingir um estado

termodinamicamente mais estável, se a barreira de energia, Vmáx, for vencida,

correspondendo a um mínimo primário. Neste ponto, a distância entre as

partículas é a menor possível, o que significa na prática, o fenômeno de

agregação.

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Figura 14. Energia potencial de interação entre duas partículas [70]

Portanto, a barreira de energia deve ser alta o suficiente para manter a

suspensão num estado de estabilidade eletrostática, no ponto mínimo

secundário. Os fatores que influenciam esse processo de estabilização são o

valor do potencial zeta, a concentração de íons na solução e o tamanho da

partícula, sendo o potencial zeta o mais importante para a avaliação da

estabilidade do sistema. [70]

O potencial zeta é um potencial elétrico no plano dinâmico de cisalhamento e

pode ser determinado experimentalmente pela diferença de potencial entre a

camada difusa e a dispersão eletricamente neutra. Se dois sistemas forem

comparados com relação a este parâmetro, permanecendo todos os outros

parâmetros iguais, espera-se que o sistema que apresentar um maior valor (em

módulo) seja mais estável em relação à floculação.

4.3.1.2 – Estabilização estérica

Estabilização estérica é um termo genérico que engloba todos os aspectos de

estabilização de partículas coloidais por macromoléculas não-iônicas. [74]

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Este tipo de estabilização é conseqüência da interação física de substâncias

poliméricas de cadeia longa, que são adsorvidas por partículas dispersas.

Quando as partículas se aproximam, as camadas adsorvidas se interpenetram

e as cadeias poliméricas tendem a se ordenar paralelamente, como pode ser

visto na Figura 15. Assim, no equilíbrio termodinâmico, as partículas

permanecem isoladas. [70]

Figura 15. Mecanismo de estabilização estérica. [70]

A estabilização bem sucedida depende das características superficiais da

partícula, da configuração do polímero adsorvido e da espessura da camada

adsorvida. [71] Na literatura [70] é mostrado que para uma estabilização

estérica ser efetiva é necessário o uso de um polímero com massa molar maior

que 10000 g/mol.

A estabilização estérica apresenta diversas vantagens sobre a estabilização

eletrostática. Uma delas é que se a dispersão estabilizada eletrostaticamente é

coagulada pela adição do eletrólito, este processo é normalmente irreversível.

Isto ocorre porque neste tipo de mecanismo o estado coagulado é o de menor

energia e, uma vez alcançado, só será revertido caso seja fornecido trabalho

ao sistema. Por outro lado, quando a estabilização é estérica e ocorre uma

floculação pela adição de um precipitante (não-solvente) este sistema pode ser

redisperso espontaneamente, se for realizada uma diluição do precipitante. [67,

70, 75]

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4.3.1.3 – Estabilização eletroestérica

A estabilização eletroestérica [67, 70, 73] é uma combinação da repulsão

eletrostática da dupla camada elétrica e da repulsão estérica, onde a variação

e a grandeza de cada contribuição depende de diversos parâmetros, tais como

a quantidade de aditivo adsorvido, o grau de dissociação do polieletrólito, a

densidade do conjunto de cargas na superfície e a força iônica. [71, 76, 77]

Este tipo de estabilização é obtido por meio de enxerto ou por adsorção física

do polímero à superfície das partículas. Se o aditivo se adsorve em uma

conformação plana, a repulsão estérica é de curto alcance e o mecanismo de

estabilização é principalmente eletrostático; para camadas de adsorção mais

espessas, com as cadeias de polímero projetando-se na solução, a

contribuição estérica se torna mais importante. No entanto, a estabilização

eletrostática sempre existirá visto que a adsorção de um aditivo polieletrólito

induz a formação de um conjunto de cargas na superfície das partículas. [71]

Para se determinar a intensidade das forças de repulsão eletrostáticas é

necessário conhecer o potencial zeta do sistema, enquanto que as forças de

repulsão estéricas são calculadas subtraindo-se a força de repulsão

eletrostática da força atuante entre as superfícies das partículas. A Figura 16

ilustra o mecanismo da estabilização eletroestérica.

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Figura 16. Ilustração dos mecanismos de estabilização de dispersões.

(a) estabilização eletrostática. (b) estabilização estérica. (c) estabilização

eletroestérica [67, 77]

Este tipo de estabilização ocorre em detrimento do aumento da distância

mínima de separação entre as partículas que estão envolvidas pelas cadeias

poliméricas e pelas interações de caráter elétrico repulsivo entre as cadeias do

polímero [77]

Na curva de energia potencial para este mecanismo de estabilização

eletroestérica, o qual combina dois tipos de mecanismos, a Figura 17 mostra

que a dupla camada provê uma barreira de energia potencial alta a longas

distâncias e a estabilização estérica, correspondente à curva Vs, previne o

contato entre as partículas a curtas distâncias.

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Figura 17. Energia potencial de interação entre duas partículas. [70]

4.3.1.4 – Aditivos para estabilização de asfaltenos

González & Middea [78] investigaram vários compostos anfifílicos solúveis em

óleo como agentes peptizantes, tais como: o nonifenol, um alquilbenzeno e n-

octanol. O alquilfenol apresentou boas propriedades peptizantes e perda

parcial da sua capacidade, quando grupos oxietilênicos são incorporados na

molécula. Este estudo indicou que a presença deste composto anfifílico

melhora a capacidade do meio em manter o asfalteno disperso, sendo 1% a

concentração de dispersante suficiente para que todo os asfaltenos sejam

estabilizados. Além disto, foi mostrado que aminas alifáticas primárias também

são eficientes na dispersão dos asfaltenos, porém cadeias longas de álcool

alifático e alquilbenzenos são ineficientes.

Chang e Fogler [45] usaram uma série de compostos anfifílicos derivados de

alquilbenzeno para investigar as interações asfaltenos-anfifílicos e fizeram uma

relação entre a eficiência destes aditivos em estabilizar os asfaltenos em

solventes alcanos. Os resultados mostraram que a eficiência destes aditivos é

primariamente controlada por dois fatores: a força das interações asfaltenos-

anfifílicos, a qual está relacionada com a polaridade do grupo cabeça do

composto anfifílico e a capacidade dos anfifílicos em formar uma camada de

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estabilização estérica, a qual está relacionada com o comprimento da cauda

hidrocarbônica ligada ao anel aromático. A Figura 18 mostra um esquema da

estrutura química dos aditivos testados por Chang e Fogler [45].

Figura 18. Esquema da estrutura química de um anfifílico derivado de

alquilbenzeno [45]

Neste mesmo trabalho [45], o DBSA foi testado entre os aditivos anfifílicos e

apresentou a maior eficiência, por ser um ácido forte, levando a uma reação

ácido-base quase irreversível pela doação de prótons para ligações C=C e/ou

grupos básicos específicos dos asfaltenos. Esta forte interação ácido-base

resulta em uma adsorção irreversível do grupo sulfônico do aditivo anfifílico aos

asfaltenos. [45,46]

Compreender o mecanismo de interação química dos asfaltenos implica no

conhecimento exato da posição e a natureza dos sítios envolvidos na

interação, das relações entre as moléculas envolvidas, incluindo as moléculas

do solvente, da energia do sistema em cada etapa do processo e da velocidade

das mudanças que venham a ocorrer no sistema. A dificuldade em esclarecer

todos estes pontos é evidente, principalmente devido ao sistema petróleo ser

muito complexo e envolver moléculas de diversas naturezas e dimensões. No

entanto, mesmo não sendo possível conhecer todos estes detalhes do

mecanismo, o conhecimento mais aprofundado de uma destas variáveis pode

contribuir para a escolha de estabilizantes mais eficientes e adequados para

cada petróleo. [23]

Rogel et al [79] apresentaram um trabalho com foco em três diferentes

aspectos relacionados com a deposição dos asfaltenos e como evitar este

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problema: o aspecto da composição dos petróleos e o efeito em sua

estabilidade; o aspecto da caracterização química e estrutural dos asfaltenos e

das resinas e sua relação com a estabilidade dos asfaltenos e o aspecto do

efeito da composição do petróleo na eficiência de um inibidor comercial. O

principal objetivo apresentado pelo trabalho foi de melhorar a compreensão da

relação entre a estabilidade do óleo e suas características químicas. As

conclusões para estas questões foram que a natureza dos asfaltenos é um

importante fator envolvido na estabilidade do petróleo, sendo que uma maior

aromaticidade e uma baixa quantidade de hidrogênio, juntamente com uma alta

condensação de anéis aromáticos, caracterizam os asfaltenos de petróleos

instáveis. Além disto, a similaridade entre os asfaltenos e as resinas com

relação a H/C e massa molar parecem influenciar na estabilidade do óleo.

Neste mesmo estudo [79], a atividade de um inibidor de deposição de

asfaltenos (DBSA) foi avaliada por meio do método de titulação com o solvente

floculante n-heptano, utilizando-se a técnica de espectrometria no

infravermelho próximo (NIR), em um comprimenro de onda de 768 nm. O ponto

de onset de asfaltenos é definido como a quantidade de floculante necessária

para obtenção da intensidade de luz máxima, correspondendo então ao início

da agregação dos asfaltenos. Os testes foram realizados com e sem a

presença do aditivo e a eficiência foi calculada pela diferença entre a

quantidade de n-heptano necessária para iniciar a floculação nos dois

sistemas. A quantidade de aditivo utilizada foi de 5 e 10 % em volume e o

sistema foi composto por 67% em volume de asfalteno em tolueno. A partir dos

resultados obtidos foi observado que a baixas concentrações de aditivo, houve

uma atividade negativa, ou seja, o aditivo ao invés de estabilizar contribuiu para

uma aceleração da precipitação. Isto pode ser explicado pelo fato de que o

DBSA, um composto ácido, interage com os grupos funcionais básicos dos

asfaltenos formando um sal, o qual é mais insolúvel do que os asfaltenos

isolados. Assim, com a presença de aditivo no meio em baixas concentrações,

a precipitação dos asfaltenos inicia em uma menor quantidade de n-heptano.

[45, 46, 79]

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Para mais altas concentrações de DBSA estudadas foi observado que o

mesmo foi capaz de atuar como estabilizante. Isto indica que há uma

concentração de aditivo anfifílico suficiente para realizar a completa

neutralização dos grupos básicos dos asfaltenos e agir como estabilizante. [79]

Moreira e colaboradores [23] estudaram o efeito de diversos compostos

anfifílicos na estabilidade de asfaltenos dissolvidos em tolueno e concluíram

que a solução em tolueno contendo alquilfenóis, como, por exemplo, nonilfenol,

foi menos sensível à precipitação pela adição de alcanos de baixa massa

molar. Este efeito foi descrito com relação às interações ácido-base entre os

asfaltenos e os aditivos e, devido a estabilização estérica proveniente do

comprimento da cadeia hidrocarbônica. Em uma posterior publicação [80] foi

mostrado que um líquido proveniente da castanha de caju (LCC), o qual é

composto por quase que completamente por compostos fenólicos, sendo que

alguns deles contém também grupos de ácidos carboxílicos, com longas

cadeias hidrocarbônicas contendo 15 carbonos com graus de insaturação

variáveis metasubstituídas no anel aromático, apresentou uma alta eficiência

como estabilizante.

Neste mesmo trabalho [80] o cardanol (Figura 19), uma fração contendo vários

isômeros de fenol (3 –pentadecil) obtido pela destilação à vácuo do LCC, foi

testado e apresentou resultados semelhantes ao LCC, sendo um bom

estabilizante dos asfaltenos. Os resultados de estabilização encontram-se na

tabela 2 e foi mostrado que o cardanol e o LCC apresentam capacidades

estabilizadoras similares a do p-n-nonilfenol. Esta constatação foi coerente

visto que estas substâncias possuem estruturas químicas bem parecidas. [23]

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Tabela 2. Concentração de asfalteno estabilizado em função da quantidade de

estabilizante [23]

Figura 19. Molécula de cardanol, fração do líquido da castanha de caju [23]

Concentração de asfaltenos peptizados

(mg/mL)

Concentração

de

estabilizante

(% p/v)

p-n-

nonilfenol cardanol LCC

0,0 7,9 18,7 20,0

0,2 35,9 19,7 42,8

0,4 74,8 32,0 57,0

0,8 175,8 95,0 111,3

1,0 251,1 171,3 158,5

1,2 - - 315,5

1,6 367,8 424,4 375,5

1,8 548,5 505,7 -

2,0 639,9 619,9 580,0

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4.3.2 – Tipos de mecanismos de floculação

Após abordar alguns mecanismos e aspectos relacionados à estabilização das

dispersões coloidais, quatro tipos principais de mecanismos de floculação

serão descritos a seguir.

4.3.2.1 – Floculação por pontes

Ruehrwein e Ward foram os primeiros a propor a floculação por pontes. Este

mecanismo ocorre através da adsorção de moléculas de polímeros individuais

na superfície de mais de uma partícula. As partículas são ligadas através

destas pontes formando agregados, os quais sedimentam em pouco tempo ou

são facilmente removidos por filtração. [1, 67] Os polieletrólitos de alta massa

molar podem ser considerados floculantes eficientes de acordo com esta

maneira de ação.

O mecanismo de floculação por pontes é fortemente dependente da

conformação do polímero adsorvido nas partículas. Isto significa que a rigidez e

a massa molar são importantes parâmetros quando o polímero for avaliado

como um candidato para a floculação em pontes. Esta floculação pode ocorrer

de pelo menos duas maneiras: no primeiro caso a ponte entre as partículas

pode ocorrer porque segmentos de uma mesma molécula de polímero pode se

adsorver em diferentes partículas aproximando-as e fazendo com o ocorra a

floculação. Este mecanismo está ilustrado na Figura 20. [81]

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Figura 20. (a) Partículas de carga negativa unidas por polímero não-iônico. (b)

Partículas de carga positiva unidas por polímero não-iônico. (c) Partículas com

cargas negativas unidas por um polieletrólito catiônico. (d) Partículas com

cargas positivas unidas por um polieletrólito aniônico [81]

No segundo caso, a floculação ocorre pela interação dos polímeros adsorvidos

em diferentes partículas (Figura 21).

Figura 21. Floculação por pontes de duas partículas por duas macromoléculas

absorvidas separadamente [81]

4.3.2.2 – Floculação por neutralização de cargas

Polímeros naturais e sintéticos ou polieletrólitos podem ser adsorvidos

especificamente na superfície dos colóides. Esta interação específica envolve

forças tais como interação coulombica, interações dipolo, ligação de

hidrogênio, e interação de Van der Waals. Quando polímeros ou polieletrólitos

carregados positivamente adsorvem em colóides com carga negativa, a

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neutralização por cargas ocorre, e o potencial zeta dos colóides diminui. [68,

82] Como a maior parte das partículas encontradas naturalmente possuem

carga negativa, os polímeros catiônicos são mais utilizados nos tratamentos de

águas e efluentes, por exemplo. O sistema de neutralização de carga por

polímeros (Figura 22) é simples e a floculação ocorre com aproximadamente a

quantidade de polímero necessária para neutralizar a carga superficial das

partículas. [1]

Figura 22 . Ilustração esquemática do mecanismo de floculação por

neutralização de cargas. [82]

4.3.2.3 – Floculação por polímero livre (Depletion Flocculation)

A absorção de floculantes na superfície dos colóides é um passo fundamental

em todos os mecanismos anteriores. Surpreendentemente, é possível induzir a

floculação das partículas adicionando polímeros que não adsorvem ou

interagem diretamente com a superfície das partículas. Este mecanismo foi

primeiramente estudado por Asakura e Oosawa. [82, 83]

Se por razões energéticas, um polímero solúvel em água não adsorve na

superfície de um colóide existe uma zona de esgotamento próxima à superfície

onde a concentração local dos segmentos do polímero é muito mais baixa do

que na solução. Para ocupar esta zona e ainda não adsorver, o polímero teria

que adotar configurações energeticamente desfavoráveis. A existência desta

zona de esgotamento é a base para a cromatografia de exclusão por tamanho.

Neste tipo de cromatografia, pequenos solutos não adsorvidos possuem um

volume menor na zona de esgotamento, por isto pequenos solutos podem

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ocupar um volume maior de um leito do que os solutos maiores. Isto explica

porque demora mais tempo para os solutos menores eluírem pela coluna. A

presença da zona de esgotamento é uma condição para que a floculação por

polímero livre ocorra, no entanto, a pressão osmótica é a força motriz. [82]

Os efeitos osmóticos tem a tendência de levar a água da zona de esgotamento

até uma solução de concentração de polímero maior distante da superfície.

Devido a isto, há uma força motriz que diminui o volume total destas zonas.

Quando as partículas se aproximam para formar agregados, suas camadas de

esgotamento se sobrepõem levando uma diminuição no volume total que as

separam. Assim, a floculação ocorre quando a força motriz de diminuição do

volume entre as partículas é maior do que as forças repulsivas. Para este

mecanismo de floculação o mínimo de concentração de polímero é diminuído

com o aumento da massa molar. Algumas vezes, a reestabilização é

observada quando um excesso de polímero é adicionado. A Figura 23 mostra

um esquema que ilustra como este tipo de floculação ocorre. [68, 82]

Figura 23. Esquema ilustrativo do mecanismo de floculação por polímeros não

adsorvidos [82]

4.3.2.4 – Heterofloculação

A heterofloculação entre duas diferentes partículas pode ocorrer, mesmo

quando o polímero não adsorve em uma das duas partículas. O polímero pode

primeiro adsorver na superfície de uma partícula, a qual modifica as

configurações e a entropia do polímero, e subseqüentemente adsorver na

superfície da outra partícula, causando uma ponte. Este tipo de ponte

assimétrica de polímero não leva a estabilidade estérica com concentrações de

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polímero em excesso. Este comportamento foi observado na heterofloculação

de partículas de argila com polpa de fibras induzidas por poli(óxido de etileno)

(PEO). Quando o polímero está ausente, a argila e a fibra sofrem repulsão,

devido a ambas possuírem cargas negativas. O PEO livre em solução adsorve

na argila, porém não na fibra. Desta maneira, após o PEO se adsorver na

argila, ele adquire a capacidade de formar ponte com a fibra, ocorrendo a

floculação. [1, 84]

Uma característica adicional interessante deste sistema é que a

heterofloculação é apenas transitória aparentemente devido ao rearranjo e

achatamento das moléculas de PEO adsorvidas na superfície da argila, o que

faz com que as partículas de argila deixem as fibras. O tempo de rearranjo

aumenta fortemente com a fração de cobertura do PEO na argila. Desta

maneira, a princípio, a heterofloculação transiente pode ser usada para medir o

tempo de rearranjos em função da cobertura do polímero na superfície. [84]

4.3.2.5 – Tipos de floculantes

Os primeiros polímeros considerados bons floculantes eram homopolímeros

lineares de alta massa molar. Recentemente, copolímeros tem sido

empregados, sendo em alguns casos não-iônicos. No entanto, com maior

freqüência, possuem grupos ionizáveis distribuídos ao longo da cadeia e, por

isto, são denominados polieletrólitos, podendo ser aniônicos ou catiônicos. [67]

Existem vantagens e desvantagens na utilização dos polímeros sintéticos e

naturais. Os sintéticos são mais eficientes com relação aos naturais, no

entanto, os polímeros naturais são biodegradáveis e atóxicos, porém esta

biodegradabilidade reduz o tempo de estocagem e sua eficiência, devido à

redução da massa molar. Os sintéticos por outro lado, apresentam baixa

toxidez, devido a monômeros residuais ou produtos de degradação. Alguns

estudos tem sido realizados através da graftização destes dois tipos de

polímeros obtendo características melhores como uma biodegradabilidade

reduzida e melhor resistência ao cisalhamento. [1]

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A densidade de carga dos polieletrólitos com grupos ácidos ou básicos fracos,

como exemplo grupos de ácidos carboxílicos ou aminas secundárias ou

terciárias, podem depender fortemente do pH da solução. O contrário ocorre

para polieletrólitos com grupos ácidos ou básicos fortes, como poliestireno

sulfonato de sódio, nos quais a densidade de carga é independente do pH. Os

floculantes poliméricos com alta massa molar na faixa de mil e milhões são os

mais importantes, pois eles são floculantes efetivos em baixas concentrações,

tipicamente na ordem de ppm´s (partes por milhão). [67]

No trabalho apresentado por Moreira e colaboradores [80] o policardanol, um

polímero obtido pela polimerização catiônica do cardanol (fração extraída do

líquido da castanha de caju) foi testado como dispersante de asfaltenos. Os

resultados obtidos mostraram que este aditivo, ao invés de apresentar-se como

bom estabilizantes, mostrou-se com uma menor eficiência como dispersante

com relação ao seu monômero (cardanol), mas ao invés disto, atuou como um

floculante, contribuindo para a precipitação dos asfaltenos. Diferentes amostras

de policardanol foram testadas com variação em sua massa molar. A tabela 3

mostra a variação das massas molares dos PCN testados.

Tabela 3. Massas molares dos policardanóis testados. [80]

(a) O código PCN foi utilizado para identificar o policardanol

sintetizado.

Produto (a) nM

(produto da reação)

nM

(policardanol)

Cardanol -- --

PCN1 768 1365

PCN2 1500 1935

PCN3 1118 1506

PCN4 1658 2118

PCN5 1520 1967

PCN6 3547 4188

PCN7 2240 2859

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A Figura 24 mostra um diagrama de solubilidade dos asfaltenos com uma

concentração inicial de 0,1% p/v em heptano sem aditivo, com cardanol (1,0 %

p/v) e com PCN1 (1,0 % p/v).

Figura 24. Teste de precipitação com asfaltenos extraídos com heptano.

(+) sem aditivo; (•) cardanol 1,0 % p/v e com (x) PCN1 1,0% p/v. [25]

Observou-se que o cardanol atua neste sistema como um dispersante

aumentando a razão entre heptano/tolueno para a precipitação dos asfaltenos

e que, no entanto, o policardanol possui um efeito oposto induzindo a

precipitação a baixas concentrações de heptano e aumentando a quantidade

precipitada para todas as razões de solventes, atuando, portanto como um

floculante.

A precipitação dos asfaltenos neste estudo [80] também foi feita com várias

amostras de PCN de diferentes massas molares. Estes testes foram realizadas

na ausência de heptano e com baixa concentração de asfaltenos (0,06% p/v)

para garantir a ausência de grandes agregados e máxima solubilidade.

Concluiu-se que todos os aditivos induziram a precipitação dos asfaltenos e

que o efeito foi mais pronunciado para baixas concentrações de aditivos. Além

disto, foi sugerido que a massa molar estaria correlacionada com a eficiência

de floculação destes aditivos, sendo que, quanto maior a massa molar (PCN5),

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maior a sua eficiência como floculante. A Figura 25 mostra os resultados

obtidos por este estudo para as diferentes amostras de policardanol testadas.

Figura 25. Teste de precipitação com asfaltenos com várias amostras de PCN

na ausência de heptano. ( ) PCN2, (•) PCN3, (♦) PCN4, ( ) PCN5. [25]

Os resultados mostram que o policardanol atua tanto como floculante de

asfaltenos quanto como dispersante. Para este estudo foi assumido que

considerando que, moléculas contendo grupos fenólicos ácidos como o

cardanol, são capazes de estabilizar os asfaltenos, a incorporação de diversos

grupos susceptíveis a interagir com as moléculas de asfaltenos na estrutura

polimérica poderia resultar em um dispersante de asfaltenos eficiente. No caso

da floculação causada por estes aditivos, assumiu-se que isto ocorre devido à

formação de agregados apresentando uma polaridade maior do que a dos

asfaltenos devido a interação de um número limitado de grupos fenólicos do

polímero com os asfaltenos, deixando o resto destes grupos expostos a

periferia dos agregados.

Uma das razões para este comportamento é a dupla ligação através da qual a

polimerização ocorre que está próxima ao grupo pendente, e

conseqüentemente estes grupos estão muitos próximos uns dos outros no

polímero. Assim, quando um grupo fenólico interage com um grupo polar dos

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asfaltenos, a interação do grupo fenólico vizinho do PCN com outro asfalteno

se torna difícil, e então poucos grupos fenólicos permanecem livres

aumentando a polaridade do agregado.

5. MATERIAIS E MÉTODOS

Este capítulo descreve os produtos químicos e os equipamentos utilizados

nesta Dissertação, bem como as metodologias empregadas.

5.1 – PRODUTOS QUÍMICOS

• Acetona. Proveniente da Vetec Química Fina. Grau de pureza: P.A. 99,5%.

Usada como recebida;

• Ácido sulfúrico concentrado. Proveniente da Vetec Química Fina. Grau de

pureza: P.A. 95-99%. Usado como recebido;

• Álcool isopropílico. Proveniente da Vetec. Grau de pureza: P.A. 99,0%.

Usado como recebido;

• Anidrido acético. Proveniente da Vetec Química Fina. Grau de pureza: P.A.

99,5% Usado como recebido;

• Clorofórmio deuterado. Proveniente da Cambrigde Isotopic Laboratory

(CIL). Usado como recebido;

• Diclorometano. Proveniente da Vetec Química Fina. Grau de pureza: P.A.

99,5%. Usado como recebido;

• n-Heptano. Proveniente da Vetec Química Fina. Grau de pureza: P.A.

99,5%. Usado como recebido;

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• n-Pentano. Proveniente da Vetec Química Fina. Grau de pureza: P.A.

99,5%. Usado como recebido;

• Padrões de calibração de poliestireno com massas molares de 162, 580,

980, 1680, 2450, 3250, 7000, 10100, 11600, 22000, 28500, 35000 e 60000

Daltons, a 10% m/m em THF. Provenientes da Waters. Usados como

recebidos;

• Poliestireno. Procedência Dow Chemical. Styron 688G;

• Resíduo asfáltico (RA1) proveniente da Refinaria de Duque de Caxias

(REDUC);

• Resíduo asfáltico (RA2) proveniente da Unidade 1790 da Refinaria de

Duque de Caxias (REDUC), campanha da Petrobras Cabiúnas, doado pelo

CENPES/PETROBRAS;

• Tolueno comercial. Proveniente da Vetec Química Fina. Grau de pureza:

99,5%. Este solvente foi seco segundo o procedimento descrito no item

5.3.1.2.

5.2 – EQUIPAMENTOS

Além das vidrarias comuns de laboratório, foram utilizados os equipamentos e

os sistemas de análise listados a seguir:

• Banho de circulação Thermo Haake C10;

• Balança digital Explorer OHAUS, precisão: 0,0001g;

• Cartucho de extração. Diâmetro interno: 94 mm. Proveniente da Whatman,

Schuleicher and Schuell;

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• Centrífuga C-28 A. Boeco Germany;

• Conjunto de titulação por Karl Fisher 841 Titrando, da Metrohm;

• Cromatógrafo de exclusão por tamanho (SEC) – Waters. Colunas de

ultrastyragel, porosidade 500, 100 e 50 o

A ;

• Espectrômetro de massas MALDI Synapt HDMS QTOF Waters (a)

• Espectrofotômetro de ultravioleta-visível Cary 50, Varian, equipado com

cubetas de quartzo com caminhos ópticos de 2 e 5 mm;

• Espectrômetro infravermelho com transformada de Fourier, FTIR, Varian

3100, modelo Excalibur Series;

• Espectrômetro de ressonância magnética nuclear, RMN, Varian, modelo

Mercury 300 (1H: freqüência 300 MHz);

• Estufa à vácuo Vacucell 22, MMM Group;

• Filtro de papel. Qualitativo Nalgon. Diâmetro 18,5 cm. Porosidade 3 micras.

Micropipeta Transferpettor de 2,5-10 µL de capacidade, da Brand;

• Micropipeta Transferpettor de 50 µL de capacidade, da Brand;

• Micropipeta Transferpettor de 100 µL de capacidade, da Brand;

• Rotaevaporador acoplado à bomba de vácuo, modelo IKA RV 05 basic.

(a) Laboratório Thomson da Universidade Estadual de Campinas

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5.3 – METODOLOGIA

Neste item serão descritas as metodologias utilizadas nesta Dissertação para a

extração dos asfaltenos das duas amostras de resíduo asfáltico RA1 e RA2

provenientes de origens distintas, e sua caracterização; para a modificação

química do poliestireno por sulfonação e a caracterização dos produtos obtidos;

para o método de determinação da solubilidade das amostras de poliestireno e

de poliestireno sulfonado em solventes de parâmetros de solubilidade distintos;

para os testes de precipitação dos asfaltenos, em presença ou não dos aditivos

e, por fim, das análises realizadas em espectrômetro na região do

infravermelho com transformada de Fourier, com o acessório ATR (Attenuated

Total Reflectance) para caracterizar as amostras de asfaltenos, e de

poliestirenos bem como realizar testes preliminares para estudo sobre a

interatividade entre estas amostras.

5.3.1 –Obtenção das amostras de resinas e asfalteno s

Os asfaltenos que estão sendo utilizados foram extraídos, por meio de

diferença de solubilidade, das amostras de resíduos asfálticos denominadas

RA1 e RA2 provenientes da REDUC (Refinaria de Duque de Caxias – Rio de

Janeiro). A utilização de duas amostras de resíduo asfáltico foi necessária

devido a pouca quantidade de resíduo asfáltico RA1, o qual foi possível extrair

apenas a fração asfaltênica, denominada por RA1-C5, com o precipitante n-

pentano. Para a extração das demais frações asfaltênicas, denominadas por

RA2-C5 e RA2-C7, outro resíduo asfáltico foi utilizado, sendo que estas frações

foram extraídas com os solventes n-pentano e n-heptano, respectivamente. A

extração é induzida pela adição de um excesso de floculante (n-heptano ou n-

pentano) ao resíduo no extrator de soxhlet. O procedimento desta extração

encontra-se descrito a seguir.

5.3.1.1 – Extração das frações asfaltenos e resinas do resíduo asfáltico

Aproximadamente 15,0 g de RA foi pesado em um bécher e vertido em uma

garrafa de 1000mL do floculante utilizado (n-heptano ou n-pentano). Para

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garantir que toda a massa de RA fosse transferida para a garrafa, 5mL de

tolueno foram utilizados para lavar o recipiente. O sistema foi deixado sob

agitação por 24 horas. Após este período, o material foi filtrado em um sistema

à vácuo contendo funil de vidro com papel de filtro qualitativo de 3 micras de

porosidade. Este procedimento de filtração foi repetido a fim de garantir que

toda a massa de asfaltenos precipitada fosse recuperada no papel de filtro. O

sobrenadante desta filtração, resinas, foi recuperado após a evaporação do

maior volume do solvente em rotoevaporador à temperatura de 50 ºC, sendo

que o solvente não evaporado foi colocado em um pirex dentro da capela e

deixado por aproximadamente 24 horas para sua total evaporação. O material

seco, resinas, foi acondicionado em frascos fechados envoltos com papel

alumínio a fim de evitar a sua oxidação.

O filtro de papel contendo os asfaltenos foi colocado em um cartucho de

extração, o qual foi inserido no extrator soxhlet. Em um balão de fundo redondo

de 2000 mL foi adicionado o mesmo floculante da etapa anterior, na proporção

1:45 (g de RA /mL de solvente). Esta etapa consiste na purificação dos

asfaltenos pela retirada das resinas que possam ainda estar presentes neste

precipitado. A temperatura utilizada nesta etapa foi de aproximadamente 98ºC

para o n-heptano e 35ºC para o n-pentano. O aquecimento foi mantido até que

o solvente permanecesse límpido no extrator. Ao final da purificação, o

solvente presente no balão foi rotoevaporado nas mesmas condições descritas

acima. Posteriormente, um novo sistema foi montado para a extração dos

asfaltenos.

O papel de filtro contendo os asfaltenos foi transferido para um novo cartucho e

este foi colocado dentro do extrator soxhlet, adequadamente limpo. Em um

balão de fundo redondo de 1000 mL foi adicionado tolueno seco na proporção

1:35 (g de RA / mL de solvente) e a temperatura de aquecimento para esta

etapa foi de 110ºC. A extração ocorreu até que o solvente permanecesse

límpido no extrator. Os asfaltenos, solúveis neste solvente, foram recuperados

após a evaporação do tolueno em rotoevaporador, à temperatura de 70 ºC,

seguindo posteriormente a secagem em pirex descrita anteriormente. Após

secas, as amostras de asfaltenos foram acondicionadas em frascos fechados

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envoltos com papel alumínio, a fim de evitar a sua oxidação. A Figura 26

mostra um fluxograma da extração dos asfaltenos e resinas como descrito

anteriormente.

Figura 26. Fluxograma do método de extração de asfaltenos e resinas

5.3.1.2 - Procedimento de secagem do tolueno comercial

O solvente tolueno comercial antes de ser utilizado nos testes de precipitação e

solubilização, bem como na obtenção das amostras de resinas e asfaltenos foi

destilado à 110oC e seco em alumina. O procedimento para esta secagem

Amostra de resíduo asfáltico (15g)

Extração com n-heptano ou n-pentano (1000 mL) (precipitação dos asfaltenos)

Filtração à vácuo

Purificação dos asfaltenos com n-heptano ou n-pentano (675 mL)

(precipitação das resinas)

Solubilização dos asfaltenos com tolueno (525mL) – 110oC

Secagem do tolueno (rotoevaporação) (Temperatura 70ºC)

Secagem do tolueno em pirex (Temperatura ambiente)

Obtenção da amostra de asfaltenos

Sobrenadante

(secagem do n-heptano ou n-pentano) (rotoevaporação)

Secagem do n-heptano ou n-pentano em pirex

(Temperatura ambiente)

Obtenção da amostra de resina

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consiste em colocar a alumina em estufa, a 150oC, por cerca de 24 horas.

Posteriormente, a alumina é colocada para resfriar em dessecador, sob

atmosfera de nitrogênio. Após a secagem da alumina, esta é colocada em funil

de decantação, onde também é colocado o tolueno e este sistema é deixado

em repouso por cerca de 1 hora. Após este tempo, o tolueno é retirado do funil

e acondicionado em frasco limpo e seco, sendo sempre mantido

hermeticamente fechado.

5.3.2 - Modificação química da amostra de poliestir eno por meio de

sulfonação

Amostras de poliestireno sulfonado com graus de sulfonação variados foram

obtidas com o objetivo de testá-las como aditivos floculantes ou estabilizantes

de asfaltenos. Sua obtenção foi conduzida por meio de uma adaptação do

procedimento encontrado na literatura [85,86] baseado no método de

Makowski´s.

A reação de sulfonação do poliestireno foi realizada utilizando solução de

acetilsulfato (Tabela 4). Essa solução foi preparada em um bécher mediante

mistura de diclorometano e anidrido acético e resfriada a 0°C com banho de

água e gelo, seguida de adição lenta de ácido sulfúrico concentrado (95-97%).

A reação foi mantida sob agitação até a formação de uma solução homogênea

e límpida, à temperatura ambiente.

Em paralelo ao preparo da solução de acetilsulfato, em um balão de três bocas,

foram introduzidos 300mL de solvente diclorometano e 30g de poliestireno e

esta mistura foi mantida sob agitação e atmosfera inerte de N2. O balão foi

adaptado a um condensador de bolas e a mistura foi aquecida na temperatura

de refluxo do solvente (40°C), de modo que a solubi lização do polímero fosse

favorecida. Na solução resultante foi adicionada quantidade predeterminada de

acetilsulfato preparado anteriormente. A solução apresentou coloração amarela

clara depois da adição do sulfonante reativo. Neste ponto, a mistura foi mantida

sob agitação pelo tempo estipulado na Tabela 4, a 40°C. Após este tempo,

foram adicionados 50 mL do álcool isopropílico, mantendo-se as condições de

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reação constantes por mais 30 minutos. Por fim, o sistema foi resfriado até a

temperatura ambiente. O poliestireno sulfonado (PSS) foi recuperado da

solução mediante precipitação em aproximadamente 500mL de água destilada

quente tanto para hidrolisar o acetilsulfato quanto para eliminar o solvente.

Todas as reações foram realizadas em triplicata.

A Tabela 4 mostra as condições em que as reações de sulfonação do

poliestireno foram realizadas, a fim de se obter diferentes graus de sulfonação

para o produto final.

Tabela 4. Reações de sulfonação de poliestireno realizadas com 30g de

poliestireno em 300mL de diclorometano

Amostra Anidrido

acético (mL)

Ácido

sulfúrico

(mL)

Diclorometano

(mL)

Tempo de

agitação

PSS4a 11,25 3,75 10 5 min

PSS4b 11,25 3,75 10 5 min

PSS4c 11,25 3,75 10 5 min

PSS5a 11,25 3,75 10 10 min

PSS5b 11,25 3,75 10 10 min

PSS5c 11,25 3,75 10 10 min

PSS6a 11,25 3,75 10 15 min

PSS6b 11,25 3,75 10 15 min

PSS6c 11,25 3,75 10 15 min

PSS7 11,25 3,75 10 1h

PSS8 11,25 3,75 10 2h

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O fluxograma da Figura 27 mostra a rota de síntese do poliestireno sulfonado.

Figura 27. Fluxograma da reação de modificação por sulfonação do

poliestireno

5.3.3 - Caracterização química dos aditivos

A caracterização química das amostras de PSS foi realizada a partir das

seguintes técnicas:

• Caracterização da estrutura química, utilizando a espectroscopia de

absorção na região do infravermelho com transformada de Fourier (FTIR)

• Caracterização da composição química utilizando ressonância magnética

nuclear de hidrogênio (1H-NMR)

• Determinação de massa molar por cromatografia de exclusão por tamanho

(SEC).

5.3.3.1 - Espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier (FTIR)

A radiação infravermelha é a radiação eletromagnética localizada nos

comprimentos de onda mais longos (baixas frequências) que a luz vermelha; o

comprimento típico é 1000nm, que corresponde a uma freqüência de 3x1014

Polieeno

Poliestireno sulfonado seco

Poliestireno CH2Cl2

40 ºC, 24 horas

Poliestireno solubilizado

Acetilsulfato

40 ºC, N2

Poliestireno Sulfonado

Álcool Isopropílico 30 min

Precipitação com água destilada fervente

Estufa

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Hertz, sendo comparável a freqüência com que as moléculas vibram.

Conseqüentemente as moléculas podem absorver esta radiação infravermelha

e tornar-se vibracionalmente excitadas. Qualquer ligação entre os átomos vibra

movendo os átomos aproximando-os ou distanciando-os. Este tipo de

movimento é chamado de estiramento. Já para as moléculas poliatômicas além

do estiramento podem realizar vibrações de dobramento na qual os ângulos de

ligação aumentam e diminuem. A freqüência de vibração das moléculas

depende tanto da massa molar dos seus átomos, quanto da força de ligação.

Assim, para uma molécula com átomos leves, porém com uma força de ligação

alta possui uma freqüência vibracional mais alta do que a molécula que possui

átomos pesados com ligações fracas. [87]

O espectrômetro de infravermelho mede a absorção vibracional das moléculas

e sua fonte de radiação infravermelha é um filamento quente com comprimento

de onda selecionado pela difração da radiação em uma rede de difração. O

feixe de radiação é dividido, sendo que um feixe passa pela amostra e o outro

passa pela referência. A intensidade com que os feixes chegam ao detector é

comparada e a redução da radiação do feixe que passa pela amostra é

monitorada. O resultado é um espectro com vales nos comprimentos de onda

da radiação que foi absorvida pela amostra. [87]

5.3.3.1.1 - Reflexão total atenuada ou Refletância total atenuada (ATR)

A reflexão total atenuada (ATR) ou refletância total atenuada é uma técnica

baseada no fenômeno de reflexão total da radiação na interface dos materiais

com índices de refração diferentes. O feixe da radiação passa então pela

amostra, a qual é colocada em íntimo contato com o cristal de alto índice de

refração. O feixe de radiação é dirigido para a interface entre o cristal e a

amostra com um ângulo incidente um pouco maior do que o crítico penetra e é

refletido na superfície da amostra. O ângulo incidente é maior do que o crítico

para que ocorra a reflexão total. Parte da energia é absorvida e pode ser

detectada. A profundidade de penetração do feixe é da mesma ordem de

grandeza que o comprimento de onda da radiação e função do índice de

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refração do cristal, da amostra e do ângulo de radiação incidente. [87] A Figura

28 mostra o funcionamento do acessório ATR na técnica de FTIR.

Figura 28. Esquema de funcionamento do acessório ATR. [89]

Para a técnica de ATR é interessante conhecer a profundidade de penetração

da radiação na amostra, a fim de obter uma interpretação correta do espectro

obtido com diferentes cristais e ângulos de face. [87]

Os aditivos poliméricos (PSS) foram caracterizados pela técnica de

espectroscopia de infravermelho por transformada de Fourier (FTIR) acoplada

ao elemento de reflexão total atenuada (ATR). O espectro foi varrido de 4000 a

400 cm-1 com resolução de 16 cm-1. O equipamento utilizado foi FTIR, Varian

3100, com acessório ATR de cristal de germânio. Sua composição foi avaliada

com uma análise qualitativa das estruturas presentes. Além disto, esta análise

foi utilizada para um estudo preliminar das interações asfalteno-aditivo.

As medidas foram realizadas para o poliestireno sulfonado puro, para soluções

preparadas com uma mistura binária de solventes sendo tolueno/isopropanol

contendo 40% de matéria ativa, para as soluções de asfaltenos em tolueno e

contendo aditivo e para os precipitados obtidos após os testes de precipitação.

A concentração final de asfaltenos, RA2-C5 e RA2-C7, utilizada para os testes

com os aditivos foi de 0,25% p/v e as concentrações de PSS (poliestireno

sulfonado) utilizadas variaram de 0,1% a 0,8% p/v.

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56

5.3.3.2 – Ressonância magnética nuclear (RMN-1H)

A técnica de ressonância magnética nuclear de hidrogênio (RMN-1H) foi

utilizada para determinar o grau de sulfonação das amostras de PSS.

Para a obtenção dos espectros de RMN deve-se submeter a amostra a um

campo eletromagnético externo, para que os núcleos que apresentarem um

momento magnético nuclear possam entrar em ressonância com a

radiofreqüência aplicada a esta amostra, a qual então absorverá a energia

eletromagnética em frequências características para cada núcleo da molécula

que está sendo analisada, de acordo com sua vizinhança química. Os núcleos

que apresentam momento magnético nuclear são aqueles com número de

massa ímpar como 1H, 13C, 31P. [90]

Nesta Dissertação, a análise realizada teve o intuito de caracterizar o número e

o tipo de átomos de hidrogênio em função da localização e do desdobramento

dos sinais correspondentes à absorção da energia eletromagnética aplicada. A

faixa de absorção desta energia dos prótons varia de 0 a 14 ppm. O espectro

de RMN-1H de cada amostra foi obtido em espectrômetro Varian, modelo

Mercury 300, utilizando (TMS) como referência interna. Como condições

experimentais foi observado o núcleo de hidrogênio, a freqüência foi de

300.067 MHz, e como solventes foram utilizados dimetilsulfóxido deuterado

(DMSO) para os produtos obtidos a partir das reações de sulfonação (PSS) e

benzeno deuterado para a amostra de poliestireno (PS). O tubo utilizado foi o

de 5 mm e a concentração das amostras foi de aproximadamente 0,1% p/v. As

amostras de PS e PSS foram caracterizadas quanto ao percentual molar de

sulfonação. Os deslocamentos químicos foram avaliados quantitativamente. Os

dados foram tratados utilizando o programa de computador Mestrec®.

5.3.3.3 – Cromatografia de exclusão por tamanho (SEC)

A cromatografia de exclusão por tamanho (SEC) é uma técnica utilizada para

determinação de massa molar de polímeros. O procedimento consiste em

passar uma solução de polímeros de massa molar desconhecida por uma

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coluna recheada por suporte polimérico. A coluna é previamente calibrada com

amostras padrões, onde os tempos de eluição são determinados. As moléculas

pequenas, que permeiam a estrutura porosa do gel, necessitam de um tempo

de eluição maior do que as moléculas maiores que não são capturadas pelo

material e, portanto, são eluídas em um tempo menor. A massa molar média da

macromolécula pode ser determinada pela observação do seu tempo de

eluição na coluna, comparando com os tempos de eluição das amostras

padrão. [91]

As massas molares da amostra de poliestireno usado nas reações de

sulfonação foram determinadas em cromatógrafo Waters, com colunas de

ultrastyragel, porosidade 500, 100 e 50o

A , calibrado com padrões de

poliestireno, com detectores Waters (IR-2414). As condições de análise

utilizadas são apresentadas a seguir:

� Temperatura: 25°C;

� Vazão: 1,0 ml/min;

� Eluente: THF (tetrahidrofurano)

� Concentração da amostra: 0,2% m

� Volume de injeção: 200µl

� Colunas: uma coluna Styragel HT 3 com faixa de massa molar 500-30.000 e

uma coluna Styragel HT6E com faixa de massa molar 5.000-1.107.000 em

série;

� Calibração: padrões de poliestireno monodispersos com massas molares de

2,5 x 102 a 1,4 x 106.

5.3.4 – Determinação de massa molar dos asfaltenos por espectrometria

de massas (MS)

As massas molares das amostras de asfaltenos foram determinadas por

medidas em espectrômetro de massas (MS). Estas análises foram realizadas

no laboratório ThoMSon de Espectrometria de Massas (IQ- UNICAMP) e a

técnica utilizada foi a FT-ICR-MS nas seguintes condições :

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58

• Fonte ESI:

Voltagem do spray: 2,5 a 3.5 kV

Voltagem do capilar: 35V

Tube lens: 10V

Sheath gás flow rate: 8

• Scan IT

Fragmentação na fonte: 30 a 50V

Scan: 200- 1200 m/z

Tempo máximo de injeção no IT: 0.1 a 10 ms

1µscan

• Scan FT

Fragmentação na fonte: 30 a 50V

Scan: 200- 1200 m/z

Tempo máximo de injeção no ICR: 10 a 100 ms

100 a 150 µscan

As amostras foram preparadas na concentração de 1mg/mL. Uma alíquota de

500 µL da solução de tolueno foi retirada e colocada em 500 µL de solução

ionizante composta por uma solução de metanol ao qual foi adicionado 10

µL/mL de reagente modificador (ácido fórmico no modo positivo ou hidróxido de

amônia ou tetrametil amônio no modo negativo). Os dados foram tratados com

o software PetroMS versão.01 desenvolvido no laboratório ThoMSon.

5.3.5 - Teste de solubilidade dos aditivos químicos

Os testes de solubilidade foram realizados em um tubo de ensaio imerso em

um bécher contendo água aquecida com placa de aquecimento. As soluções

contendo 1% p/v de aditivo foram aquecidas e, posteriormente, resfriadas. As

temperaturas foram determinadas por meio de um termômetro colocado dentro

do tubo de ensaio. Foram feitas duplicatas das soluções e para todas as

soluções foram realizadas duas medidas de temperatura de turvação. O ponto

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59

de turvação foi determinado pela média entre a temperatura em que apareceu

o primeiro indício de turvação e a temperatura em que a turvação desapareceu.

A faixa de temperatura utilizada para este teste foi de 5 a 60 ºC. Os valores

numéricos dos parâmetros de solubilidade dos solventes utilizados foram

retirados diretamente da literatura [92]. Estes valores são mostrados na Tabela

5.

Tabela 5. Parâmetros de solubilidade dos solventes [92]

Solvente Parâmetro de solubilidade

(MPa)1/2)

Acetona 20,3

Tolueno 18,2

Heptano 15,1

Isopropanol 23,5

Algumas misturas binárias desses solventes também foram utilizadas e os

valores de seus parâmetros de solubilidade foram calculados com base na

média ponderada dos parâmetros de solubilidade dos solventes puros.

5.3.5.1 – Cálculo do parâmetro de solubilidade (δ) da mistura de solventes

O parâmetro de solubilidade das misturas de solventes foi calculado utilizando

a média ponderada entre o valor do δ do solvente e a sua fração em volume na

mistura. A Equação 4 mostra como este cálculo foi realizado.

δmix = (δ1 ∗ φ1) + (δ2 ∗ φ2) + … + (δν ∗ φν) (Equação 4)

Onde δ corresponde ao parâmetro de solubilidade e φ a fração em volume de

cada solvente presente na mistura.

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60

5.3.6 – Obtenção de espectro de absorção na região do UV-visível

Para se determinar o comprimento de onda para os ensaios de precipitação

foram feitas varreduras de absorção na região do ultravioleta-visível em

espectrômetro de ultravioleta Cary 50, Varian.

Os ensaios foram realizados com as amostras de asfalteno RA1-C7, à

temperatura ambiente do laboratório. O solvente utilizado para as medidas foi

tolueno e as concentrações das amostras foram escolhidas de acordo com a

sensibilidade do equipamento.

5.3.7 – Teste de floculação dos asfaltenos

Os testes de floculação/dispersão de asfaltenos foram realizados utilizando-se

o teste de precipitação de asfaltenos. Para estes ensaios, foi utilizado o

espectrômetro de ultravioleta Cary 50 da Varian, equipado com cubetas de

quartzo sendo o caminho óptico de cada uma delas de 2 e 5 mm. A

absorbância é uma propriedade diretamente proporcional à concentração da

substância, que pode ser descrita pela lei de Lambert-Beer, dada pela Equação

5.

A= εbc (Equação 5)

Onde: A é a absorbância em um determinado comprimento de onda; ε é a

absortividade molar; b é o caminho óptico e c é a concentração da amostra. A

absortividade molar é característica de uma substância e indica a quantidade

de luz que é absorvida num determinado comprimento de onda por um mol de

substância.

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61

5.3.7.1 - Construção da curva de resposta de intensidade de absorção versus

concentração de asfaltenos

Uma vez que a absorção de uma solução é diretamente proporcional à

concentração de soluto nesta solução, é possível construir uma reta variando-

se a concentração (C) e lendo os respectivos valores de absorbância (Abs) das

amostras. O gráfico resultante constitui uma curva de resposta de Abs vs C,

que permite determinar a concentração de uma substância em uma solução

desconhecida segundo a lei de L`Ambert-Beer.

Nem sempre a absorbância varia linearmente com a concentração para todas

as faixas de concentração. Podem ser observados desvios causados pela

maior interação entre as moléculas quando a concentração for maior, gerando

um deslocamento do pico de absorção da substância. Nesta faixa de

concentração, fica impossibilitada a aplicação da lei de L´Ambert Beer.

A determinação da intensidade de absorção em função da concentração de

asfaltenos foi realizada segundo o seguinte procedimento:

Em um balão volumétrico de 100 mL foi preparada uma solução-mãe

dissolvendo-se 1000 mg de asfaltenos em tolueno e, a partir desta, foram

obtidas soluções de concentrações diferentes por diluições sucessivas. A curva

de resposta de intensidade de absorção versus concentração de asfaltenos foi

construída, sendo os valores de absorbância das amostras medidos a 850nm

em espectrômetro de ultravioleta.

5.3.8 – Testes de estabilização dos asfaltenos

A avaliação da floculação/estabilização dos asfaltenos e resinas foi realizada

utilizando o teste de precipitação, em espectrômetro de ultravioleta Cary 50 da

Varian com cubeta de caminho ótico de 5 mm e 2 mm. As medidas de

concentração dos asfaltenos em solução foram realizadas a 850 nm,

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62

comprimento de onda no qual há absorção pelos asfaltenos, mas não pelos

aditivos usados.

Inicialmente, foram realizados testes em branco, ou seja, sem a adição de

aditivo nas soluções de asfaltenos e resinas, os quais foram conduzidos em

misturas de heptano/tolueno, de acetona/tolueno e de isopropanol/tolueno

todos os testes contendo 0, 10, 20, 30, 40, 50, 60, 70, 80 e 90% de heptano,

acetona e isopropanol, respectivamente, em relação ao volume total. A

concentração das amostras de asfaltenos (RA1-C7, RA2-C5 e RA2-C7) e

resinas utilizada foi de 0,5% p/v.

Em outro teste, em uma série de tubos de centrífuga de 10 mL, foram

adicionados 1 mL da solução-mãe de asfaltenos em tolueno, a mistura

tolueno/isopropanol (50/40) em volumes variados e, por fim, o solvente n-

heptano, de modo que as misturas finais apresentassem a composição: 0,5%

p/v de asfaltenos, 60/40 tolueno/isopropanol e teores variados de n-heptano.

Um terceiro teste de precipitação foi realizado variando-se a concentração do

solvente isopropanol adicionada à solução-mãe de asfaltenos preparada em

tolueno. Neste, não foi utilizado o solvente n-heptano como floculante. A

concentração final de asfaltenos utilizada nestes ensaios foi também de 0,5%

p/v.

Em todos os três testes, as amostras preparadas foram deixadas em repouso

por 24 horas e então centrifugadas a 3000rpm por 30 minutos. Os valores das

absorbâncias do sobrenadante foram obtidos em espectrômetro de ultravioleta

a 850nm e convertidas em porcentagem de asfaltenos estabilizados a partir da

curva de resposta construída.

5.3.9 – Testes de precipitação de asfaltenos na pre sença de aditivos

Mais de um sistema foi utilizado para os testes de precipitação de asfaltenos na

presença de aditivos. Nestes testes foram utilizados diferentes solventes na

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63

preparação das dispersões de asfaltenos, bem como na preparação das

soluções dos aditivos.

5.3.9.1 – Testes de precipitação de asfaltenos na presença de aditivos

solubilizados na mistura de solventes tolueno/acetona

Inicialmente, em balão volumétrico, soluções-mãe de asfaltenos em tolueno

foram preparadas, na concentração de 5% p/v, sendo deixadas em repouso por

24 horas. Após este período, estas soluções foram colocadas em um banho

ultrassom por cerca de quinze minutos, a fim de garantir a completa

solubilização dos asfaltenos. Antes da realização dos testes de precipitação, o

volume da solução contida no balão foi ajustado.

Os testes de precipitação das amostras de asfaltenos RA1-C7 e resinas em

presença das amostras de PSS foram conduzidos solubilizando os aditivos em

misturas de tolueno/acetona (na proporção 60/40) como solvente, visto que

estes compostos são insolúveis em tolueno. A proporção de solventes utilizada

nas misturas foi selecionada com base nos resultados obtidos nos testes de

solubilidade destes aditivos, mostrados mais adiante.

As soluções de PSS foram preparadas solubilizando este aditivo em 9 mL da

mistura de tolueno/acetona (50/40) e deixadas em repouso por 24 horas para

promover a sua completa solubilização. Esta solução então foi adicionada em

tubos de centrífuga de 10 mL contendo 1 mL da solução-mãe de asfalteno em

tolueno. Com isso, a proporção final de tolueno/acetona foi de 60/40. As

concentrações de asfaltenos e resinas usadas foram: 0,25% e 0,5% p/v e as

concentrações de aditivos foram variadas entre 0,1% a 0,5% p/v.

As amostras preparadas foram deixadas em repouso por 24 horas e então

centrifugadas a 3000rpm por 30 minutos. Os valores das absorbâncias do

sobrenadante foram lidas em espectrômetro de ultravioleta com cubeta de

caminho ótico de 5 mm e convertidas em porcentagem de asfalteno

estabilizado a partir da curva de resposta construída.

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5.3.9.2 - Testes de precipitação dos asfaltenos em tolueno na presença

de aditivos em solução 40% p/v de tolueno/isopropanol

A avaliação da floculação/estabilização dos asfaltenos obtidos por extração

com n-heptano (RA2-C7) e n-pentano (RA2-C5) foi realizada utilizando o teste

de precipitação, em espectrômetro de ultravioleta Cary 50 da Varian com

cubeta de caminho ótico de 2 mm. As medidas de concentração dos asfaltenos

em solução foram realizadas a 850 nm, comprimento de onda no qual há

absorção pelos asfaltenos, mas não pelos aditivos usados, como já citado

anteriormente.

As soluções-mãe de asfaltenos foram preparadas, nas concentrações de 1%,

2,5% e 5% p/v, segundo o procedimento descrito no item 5.3.9.1.

A solução-mãe contendo o aditivo foi preparada na concentração de 40% p/v e

com a mistura de tolueno/isopropanol (proporção 60/40) como solvente. Esta

solução também foi deixada em repouso por cerca de 24 horas, a fim de se

obter a completa solubilização do aditivo.

Em uma série de tubo de centrífuga de 10 mL foi adicionado 1 mL da solução-

mãe de asfaltenos em tolueno e mais 9 mL deste mesmo solvente para obter

as concentrações finais desejadas (0,1%, 0,25% e 0,5% p/v). Em seguida

alíquotas da solução de aditivo (40% p/v) foram adicionadas nos tubos

contendo as soluções de asfalteno. Para cada tubo o volume de aditivo

adicionado variou entre 2,5 e 200µL, de acordo com a concentração final de

aditivo desejada (0,01% a 0,8%p/v, respectivamente). Apesar de haver uma

variação do volume final da solução de asfalteno conforme o aumento da

concentração de aditivo, este volume foi desconsiderado nos cálculos finais,

visto a pequena quantidade de solução de aditivo adicionada.

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65

5.3.9.3 - Testes de precipitação dos asfaltenos realizados na presença de

aditivos solubilizados na mistura tolueno/isopropanol

Neste outro sistema, tanto as soluções-mãe de asfaltenos RA2-C5 e RA2-C7

quanto a solução-mãe de aditivo (40% p/v) foram preparadas conforme descrito

no item 5.3.9.1 Em uma série de tubo de centrífuga de 10 mL foi adicionado 1

mL da solução de asfalteno em tolueno e mais 9 mL de uma mistura de

tolueno/isopropanol (proporção 50/40). A proporção final em 10 mL foi de 60/40

de tolueno/isopropanol considerando o 1 mL da solução de asfaltenos

primeiramente adicionada. Em seguida alíquotas da solução de aditivo (40%

p/v) foram adicionadas nos tubos contendo a solução de asfalteno, seguindo o

mesmo procedimento descrito anteriormente. A concentração de asfaltenos

utilizada foi de 0,5% p/v.

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1 – CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DOS MATERIAIS

Os materiais submetidos a caracterização foram os asfaltenos extraídos de

dois resíduos asfálticos provenientes da REDUC (Refinaria de Duque de

Caxias – Rio de Janeiro) denominados RA1 e RA2, poliestireno (PS)

proveniente da Dow Chemical e poliestirenos sulfonados (PSS) sintetizados

com diferentes graus de sulfonação.

6.1.1 - Análises de 1H-RMN para o PS e PSS

O tratamento dos dados obtidos nos espectros de 1H-RMN foi realizado de

acordo com o trabalho apresentado por Baigl et al [85] para poliestirenos

sulfonatos de sódio (NaPSS). A Figura 28 apresenta o espectro de 1H-NMR do

NaPSS em DMSO deuterado, evidenciando o pico do solvente, a região

aromática, o pico do solvente e a região alifática do polímero.

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66

Figura 28. Espectro de 1H NMR do NaPSS em DMSO deuterado [85]

A área destacada na Figura 28 corresponde aos picos dos hidrogênios do anel

aromático, onde o pico A é atribuído aos prótons em posição orto do anel

aromático sulfonado ou não, o pico B é observado no espectro do PS e

corresponde aos hidrogênios meta e para dos anéis aromáticos não

sulfonados, sendo que a identificação deste pico foi confirmada pela sua

ausência no espectro do poliestireno totalmente sulfonado, e o pico C

corresponde aos hidrogênios do anel aromático sulfonado em posição meta em

relação ao grupo SO3Na e não aparece no espectro do PS. Conforme este

estudo [85] os picos A, B e C foram denominados HA, HB e HC,

respectivamente, como pode ser visto na Figura 29.

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67

Figura 29. Representação das unidades repetitivas no NaPSS de grau de

sulfonação (f) igual a 100x (0 < x < 1) com correspondência entre os

hidrogênios e suas posições no espectro de 1H-RMN [85]

Os espectros obtidos para esta dissertação foram analisados de acordo com

estes dados. Os espectros de 1H-RMN obtidos para o PS e para a amostra de

PSS7 estão apresentados nas Figuras 30 e 31, respectivamente. A amostra

com alto grau de sulfonação, maior tempo de reação, sendo de 2 horas

(PSS8), não foi solúvel nos solventes deuterados disponíveis no laboratório,

por este motivo não foi possível determinar o seu grau de sulfonação e este

polímero não foi utilizado nos testes de precipitação na presença de aditivos.

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Figura 30. Espectro de H1-NMR da amostra de PS

Figura 31. Espectro de H1-NMR da amostra de PSS7

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69

O espectro de 1H-RMN obtido para o PS (Figura 30) é característico deste

polímero: um pico centrado a 1,5 ppm correspondente a hidrogênio de cadeia

linear e dois picos centrados a 6,5 e 7,0 ppm correspondentes aos hidrogênios

do anel aromático. Todos os espectros dos produtos modificados confirmaram

a sulfonação do PS e foram utilizados para o cálculo de grau de sulfonação de

cada uma das amostras. Os espectros das amostras de poliestireno sulfonado

(Figura 31) apresentaram além dos picos observados para o PS, um outro pico

centrado a 7,4 ppm atribuído ao hidrogênio do anel aromático vizinho ao grupo

SO3-. Para este espectro o grau de sulfonação (% mol), também obtido para os

vários polímeros, foi calculado pela Equação 6. [85]

% mol = 3 AC/ (2AB + 3 AC) (Equação 6)

Onde, AB e AC, referem-se as áreas dos picos relativas aos hidrogênios HB e

HC, respectivamente.

Os resultados apresentados na Tabela 7 indicam que, como esperado, reações

de tempo longo resultam em polímeros com graus de sulfonação mais

elevados. Números iguais na denominação do polímero correspondem a

condições reacionais também iguais. É importante notar que mesmo

mantendo-se rigorosamente as mesmas condições de reação e procedimento

experimental algumas diferenças em termos de grau de sulfonação foram

observadas. A reprodutibilidade das reações realizadas nas mesmas condições

foi de aproximadamente 30% em termos de grau de sulfonação. Parece que as

diferenças no grau de sulfonação para sistemas obtidos sob as mesmas

condições são maiores quanto maior é o grau de sulfonação. Na verdade, a

literatura [85, 86] cita que reações reprodutíveis podem ser obtidas por meio da

estequiometria da reação, onde 1 mol de acetilsulfato pode gerar um grupo

sulfônico no polímero. Como o ácido sulfúrico está em excesso na mistura, a

quantidade do agente sulfonante inicial é proporcional à concentração inicial de

anidrido acético. Assim, uma maneira de se conseguir uma melhor

reprodutibilidade para esta modificação do PS seria variar a quantidade de

acetilsulfato, mantendo-se o tempo de reação. Uma vez que o objetivo desta

Dissertação é a obtenção de amostras com graus de sulfonação variados, a

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70

baixa reprodutibilidade do processo reacional utilizado não comprometeu o

estudo.

Tabela 7. Porcentagem molar de sulfonação das amostras de poliestireno

sulfonado

Amostra Tempo reacional

(minutos)

Teor de grupos sulfônicos

(% molar )

PSS4a 5,0

PSS4b 4,0

PSS4c

5

5,0

PSS5a 7,0

PSS5b 7,0

PSS5c

10

7,0

PSS6a 10,0

PSS6b 12,0

PSS6c

15

13,0

PSS7 60 34,0

PSS8 120 -*

* Não determinado devido à elevada hidrofilicidade do produto, o que impediu sua solubilidade no solvente de análise.

6.1.2. Análises de espectroscopia de absorção na re gião do infravermelho

com transformada de Fourier (FTIR)

6.1.2.1 – Caracterização dos asfaltenos

As Figuras 32 e 33 apresentam, respectivamente, os espectros dos asfaltenos

extraídos do resíduo asfáltico RA1 com n-heptano (RA1-C7) e dos asfaltenos

extraídos do resíduo asfáltico RA2 com n-heptano (RA2-C7) e n-pentano (RA2-

C5). Esses espectros de infravermelho foram obtidos através da utilização do

acessório ATR (Reflexão total atenuada) com cristal de germânio e

apresentaram bandas de absorção características já apresentadas em outros

estudos. [23, 41]

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71

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 50020

30

40

50

60

70

80

90

GF

E

D

C

B

A

Tra

nsm

itânc

ia (

%)

N ú m e ro de on da (cm -1)

R A -1

Figura 32. Espectro de absorção no infravermelho dos asfaltenos RA1-C7.

4 0 0 0 3 5 0 0 3 0 0 0 2 5 0 0 2 0 0 0 1 5 0 0 1 0 0 0 5 0 0

GF

ED

C

B

A

% T

rans

mitâ

ncia

(u.

a)

N ú m e ro d e o n d a (c m -1 )

A C 5 A C 7

Figura 33. Espectro de absorção no infravermelho dos asfaltenos RA2-C5 e

RA2-C7

As seguintes bandas são observadas para o asfaltenos RA1-C7: um dublete

em 2923 e 2853 cm-1 relacionado à deformação axial do CH2 e CH3; uma

banda em 1605 cm-1 corresponde às ligações C=C e C=O; bandas em 1457

cm-1 e 1376 cm-1 relativas, respectivamente, às deformações axiais simétrica e

assimétrica do CH3; banda em 1032 cm-1 característica do grupamento

sulfóxido (C2S=O); bandas próximas a 870 e 800 cm-1 correspondentes à

deformação fora do plano do anel da ligação C-H; e banda em 750 cm-1

característica da vibração dos quatro hidrogênios adjacentes ao anel

aromático. Para os espectros relativos aos asfaltenos RA2-C5 e RA2-C7 os

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72

mesmos picos são observados com pequenas variações no número de onda.

De fato, os três espectros obtidos são essencialmente muito semelhantes,

evidenciando que os elementos e grupamentos químicos presentes na

estrutura desses asfaltenos (de origem e fracionamentos distintos) são

essencialmente os mesmos.

6.1.2.2 – Caracterização dos aditivos (PSS)

As amostras de PSS foram caracterizadas qualitativamente por análise de FT-

IR com acessório ATR (Reflexão total atenuada). Para esta caracterização

apenas os aditivos PSS5a, PSS5b e PSS6a foram utilizados. Os espectros

foram obtidos tanto para os aditivos sólidos, quanto para o PS, para que a

banda de sulfonação fosse possível de ser identificada pela comparação entre

os espectros. As Figuras 34 e 35 mostram o espectro do PS e os espectros do

PS e das amostras dos aditivos sólidos, respectivamente.

Figura 34. Espectro do poliestireno (PS)

3500 3000 2500 2000 1500 1000 500-5

0

5

10

15

20

25

30

35

40

D

C

B

A

Tra

nsm

itânc

ia (

%)

Número de onda (cm-1)

PS

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73

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 50050

60

70

80

90

100

110

O-H

S=OC-S

Tra

nsm

itânc

ia (

%)

Número de onda (cm-1)

PSS5b PSS5a PSS6a

Figura 35. Espectro dos aditivos PSS5a, PSS5b e PSS6a sólidos.

O espectro infravermelho do poliestireno apresenta bandas em 703 (A), 756(B)

e 908 (C) cm-1, relativas ao anel aromático. Há também bandas em 2930 (D)

cm-1 referentes à cadeia hidrocarbônica. Em comparação ao espectro do

poliestireno sulfonado o espectro apresenta além destas bandas, uma pequena

banda em 1107 cm-1, indicando a existência do grupamento sulfônico Além

destas bandas, as bandas em 1107 cm-1 correspondente ao estiramento da

ligação S=O simétrico e uma banda em 818 cm-1 relacionada ao estiramento

vibracional da ligação C-S também foram avaliadas. Desta maneira, conclui-se

que a caracterização destas amostras por FTIR mostra por meio das bandas

relativas às ligações O-H, S-H, S=O e C-S que realmente houve a sulfonação

do poliestireno.

6.1.3 – Análises de cromatografia de exclusão por t amanho (SEC) do

poliestireno

As massas molares numérica média e ponderal média ( nM e wM ), obtidas por

SEC, para o poliestireno usado nas reações de sulfonação foram,

respectivamente, 87300 e 234200, correspondendo a uma polidispersão

( wM / nM ) de 2,7.

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74

Para os asfaltenos (RA1-C7) e resinas, extraídos do resíduo asfáltico RA1, as

massas molares numérica média e ponderal média ( nM e wM ), obtidas por

SEC, estão apresentadas na Tabela 8. Apesar da técnica de SEC não se

mostrar a mais adequada para determinação da massa molar dos asfaltenos,

uma vez que na concentração de análise os asfaltenos tem grande tendência a

agregação, os resultados obtidos são coerentes com a literatura no que diz

respeito ao fato de asfaltenos apresentarem massa molar mais elevada do que

as resinas.

Tabela 8. Massas molares e distribuição de massa molar de asfaltenos RA1-

C7 e resinas, obtidas por SEC

6.1.4 – Análises de espectrometria de massas (MS) d os asfaltenos

Como já mencionado, a técnica de SEC detecta a massa molar dos asfaltenos

na forma agregada, o que leva a obtenção de valores de massa molar

superiores ao valor real da molécula não-associada. Deste modo, foi realizado

um estudo preliminar empregando a técnica de espectrometria de massas (MS)

com o objetivo de determinar a massa molar dos asfaltenos. A Figura 34

mostra o espectro obtido para a amostra de asfaltenos RA1-C7. Uma vez que

os ensaios foram muito preliminares e realizados em outra Universidade, os

valores de intensidade absoluta em função de m/z não foram manipulados para

obtenção de massa molar. Assim, foi tomado como massa molar aproximada o

valor de 500g/mol, isto é, valor próximo a intensidade de sinal máxima. Este

valor será utilizado nos cálculos de interação a serem mostrados

posteriormente nesta Dissertação. O valor obtido encontra-se coerente com os

citados na literatura.[50,57-58]

Amostra nM wM

n

w

MM

Asfalteno-RA1-C7 8370 29340 3,5

Resinas 3590 8860 2,5

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75

Figura 34. Espectro de massas dos asfaltenos RA1-C7.

6.2 – TESTE DE SOLUBILIDADE DOS ADITIVOS PSS E DO POLIESTIRENO

Uma vez que um dos objetivos desta Dissertação é avaliar o comportamento

de fases dos asfaltenos na presença dos aditivos poliméricos sintetizados,

torna-se necessário avaliar o comportamento de solubilidade dos aditivos nos

solventes que serão utilizados para dispersar e para induzir a precipitação dos

asfaltenos.

Os ensaios de solubilidade foram realizados tanto para o poliestireno (PS)

quanto para os poliestirenos sulfonados (PSS) em diferentes solventes:

tolueno, heptano, acetona e isopropanol. Além disto, os testes também foram

realizados com mistura binária destes solventes, em proporções variadas.

Deste modo, foram estabelecidos sistemas solventes com parâmetros de

solubilidade (δ) variados. Os valores de δ das misturas de solventes foram

calculados pela média ponderal, utilizando-se os valores de δ dos solventes

puros e a composição da mistura. O primeiro sistema binário de solventes

avaliado foi o tolueno-heptano, uma vez que a maioria dos trabalhos

desenvolvidos utilizam tolueno como solvente dos asfaltenos e heptano como

precipitante. Os resultados obtidos para a mistura de solventes tolueno/heptano

estão apresentados na Tabela 9.

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76

Tabela 9. Solubilidade de PS e PSS em misturas tolueno/heptano em

diferentes proporções

Sistema de solvente – TOLUENO/HEPTANO

(parâmetro de solubilidade – ((MPa) 1/2)

Aditivos

Grau de

sulfonação

(%)

100/0

(18,2)

80/20

(17,6)

60/40

(17,0)

50/50

(16,7)

40/60

(16,3)

20/80

(15,7)

0/100

(15,1)

PS 0 S S 24-26 18-22 48-50 I I

PSS4a 5,0 I I I I I I I

PSS4b 4,0 I I I I I I I

PSS4c 5,0 I I I I I I I

PSS5a 7,0 I I I I I I I

PSS5b 7,0 I I I I I I I

PSS5c 7,0 I I I I I I I

PSS6a 10,0 I I I I I I I

PSS6b 12,0 I I I I I I I

PSS6c 13,0 I I I I I I I

PSS7 34,0 I I I I I I I (1) S; solúvel; I: insolúvel (2) O primeiro valor indica a temperatura de turvação da solução no resfriamento e o segundo, a

temperatura de desturvação da solução no aquecimento.

O poliestireno (PS), solúvel em tolueno, permanece solúvel na mistura

tolueno/heptano (80/20), entretanto, já começa a apresentar menor solubilidade

em misturas com parâmetros de solubilidade mais baixos, sendo necessário o

aquecimento do sistema para completa solubilização. Na mistura

tolueno/heptano (20/80) e em n-heptano puro, o PS não foi solúvel mesmo a

temperatura de 60ºC (temperatura máxima do ensaio). Com base nesses

resultados, observou-se a sulfonação com apenas 4% (mol) de grupos

sulfônicos, amostra PSS4b, já foi suficiente para que as amostras

apresentassem um caráter mais hidrofílico, sendo insolúveis nas proporções de

tolueno/heptano testadas.

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77

Tendo em vista que as amostras de poliestireno sulfonado são insolúveis em

tolueno, bem como nas misturas de tolueno/heptano, a solubilidade das

amostras sintetizadas foram então avaliadas em outra faixa de parâmetro de

solubilidade, com valores maiores que a anterior (entre 18,2 e 20,3 (MPa)1/2).

Esta faixa de δ foi alcançada com misturas tolueno/acetona. Também neste

caso, manteve-se na mistura um solvente que dispersa os asfaltenos (tolueno)

e um solvente que age como precipitante (acetona). Os resultados de

solubilidade de PS e PSS estão apresentados na Tabela 10.

Tabela 10 . Solubilidade de PS e PSS em misturas tolueno/acetona em

diferentes proporções

(1) S; solúvel; I: insolúvel (2) O primeiro valor indica a temperatura de turvação da solução no resfriamento e o segundo, a temperatura

de desturvação da solução no aquecimento.

Todas as amostras apresentaram boa solubilidade para misturas contendo no

mínimo 30% de acetona, com exceção da amostra PSS7, que, por apresentar

um grau de sulfonação elevado (34%), necessita um solvente com δ acima de

20,3. As amostras com graus de sulfonação abaixo de 13% ficaram solúveis na

Sistema de solvente – TOLUENO/ACETONA

(parâmetro de solubilidade – ((MPa) 1/2)

Aditivos

Grau de

sulfonação

(%)

100/0

(18,2)

80/20

(18,6)

70/30

(18,8)

60/40

(19,0)

50/50

(19,2)

40/60

(19,4)

30/70

(19,6)

0/100

(20,3)

PS 0 S S S S S I I I

PSS4a 5,0 I I S S S S S S

PSS4b 4,0 I I S S S S S S

PSS4c 5,0 I I S S S S S S

PSS5a 7,0 I I S S S S S S

PSS5b 7,0 I I S S S S S S

PSS5c 7,0 I I S S S S S S

PSS6a 10,0 I I S S S S S S

PSS6b 12,0 I I S S S S S S

PSS6c 13,0 I I S S S S S S

PSS7 34,0 I I I I I I I I

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78

faixa de parâmetro de solubilidade compreendida entre 18,8 (MPa)1/2 e 20,3

(MPa)1/2.

O teste de solubilidade dos aditivos também foi realizado com a mistura

tolueno/isopropanol, propiciando uma faixa de parâmetro de solubilidade (δ)

mais ampla: entre 18,2 e 23,5 (MPa)1/2. Mais uma vez, foi selecionado um par

de solventes que comportam-se como solvente (tolueno) e não-solvente

(isopropanol) para os asfaltenos. A Tabela 11 mostra os resultados de

solubilidade obtidos para os testes realizados para os polímeros na mistura

tolueno/isopropanol.

O conjunto de resultados obtidos evidencia claramente o caráter menos

hidrofílico do PS em relação às amostras modificadas, uma vez que sua

solubilidade fica restringida em sistemas solventes com δ maiores que 19,3

MPa1/2. Por outro lado, o caráter altamente hidrofílico do PSS7 (34% de grau

de sulfonação) é confirmado, uma vez que, mesmo sistemas solventes tão

polares quanto δ = 23,5 MPa1/2 não são capazes de solubilizar esse aditivo.

Além disto, pode ser observado que as amostras do grupo PSS6, por

possuírem um maior caráter hidrofílico ficaram solúveis em uma faixa de

parâmetro de solubilidade acima de 20,9 MPa1/2.

6.3 – AVALIAÇÃO DO EFEITO DE FLOCULAÇÃO/DISPERSÃO DOS

ADITIVOS EM ASFALTENOS EXTRAÍDOS DO RESÍDUO ASFÁLTICO RA1

Neste capítulo serão apresentados os resultados obtidos para os testes de

precipitação realizados com o resíduo asfáltico RA1 e com as frações extraídas

deste resíduo sendo os asfaltenos RA1-C7 e resinas. O procedimento usado

para este teste está descrito no item 5.3.9.1, sendo o sistema solvente utilizado

uma mistura entre tolueno/acetona. A concentração de asfalteno remanescente

em solução foi obtida pela medida da absorbância em espectrômetro de

ultravioleta-visível, com o auxílio de uma curva de resposta.

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79

Tabela 11 . Solubilidade de PS e PSS em misturas tolueno/isopropanol em

diferentes proporções

(1) S; solúvel; I: insolúvel (2) O primeiro número indica a temperatura de turvação da solução no resfriamento e o segundo, a temperatura de

desturvação da solução no aquecimento

6.3.1 – Construção da curva de resposta

Como citado anteriormente, o comprimento de onda selecionado para a

realização de todo o estudo de precipitação de asfalteno foi o de 850nm. Este

comprimento foi escolhido com base na baixa absorção dos compostos usados

como aditivos e, também, com base no fato das amostras de asfaltenos serem

escuras e apresentarem intensidades de absorção muito altas em

comprimentos de ondas menores (500, 600 e 780 nm), reduzindo a faixa de

concentração da curva de resposta obtida.

Os resultados de intensidade de luz absorvida versus concentração de

asfaltenos em tolueno, para as amostras RA1-C7, resina e para o resíduo

asfáltico A, obtidos a partir de soluções de concentração conhecidas, são

mostrados na Figuras 35, 36 e 37, respectivamente.

Sistema de solvente – TOLUENO/ISOPROPANOL (parâmetro de solubilidade – (MPa 1/2)

Aditivo Grau de

sulfonação

(%)

100/0

(18,2)

90/10

(18,7)

80/20

(19,3)

70/30

(19,8)

60/40

(20,3)

50/50

(20,9)

40/60

(21,4)

30/70

(21,9)

20/80

(22,4)

10/90

(23,0)

0/100

(23,5)

PS 0 S S S I I I I I I I I

PSS4a 5,0 I S S S S 37-40 I I I I I

PSS4b 4,0 I S S S S S I I I I I

PSS4c 5,0 I S S S S S I I I I I

PSS5a 7,0 I S S S S S I I I I I

PSS5b 7,0 I S S S S S I I I I I

PSS5c 7,0 I S S S S S I I I I I

PSS6a 10,0 I S S S S S S I I I I

PSS6b 12,0 I S S S S S S S I I I

PSS6c 13,0 I S S S S S S S I I I

PSS7 34,0 I I I I I I I I I I I

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80

y = 8,6115x

R2 = 0,9995

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1

Concentração de RA1-C7 (% p/v)

Ab

sorb

ân

cia

(8

50

nm

)

Figura 35. Curva de resposta de intensidade de absorção versus concentração

de asfalteno RA1-C7 , com medidas de absorção realizadas em UV-visível com

sonda externa de caminho ótico de 5mm

y = 0,6002xR2 = 0,9997

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2

Resinas (% p/v)

Abs

orbâ

ncia

(85

0nm

)

Figura 36. Curva de resposta de intensidade de absorção versus concentração

de resinas , com medidas de absorção realizadas em UV-visível

com sonda externa de caminho ótico de 5mm

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81

y = 1,6787xR2 = 0,9998

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

1,8

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2

Concentração de RA1-C7 (% p/v)

Abs

orbâ

ncia

(85

0nm

)

Figura 37. Curva de resposta de intensidade de absorção versus concentração

de resíduo asfáltico RA1 , com medidas de absorção realizadas

em UV-visível com sonda externa de caminho ótico de 5mm

6.3.2 – Teste de precipitação do resíduo asfáltico RA1, asfaltenos RA1-C7

e resinas

O teste de precipitação do resíduo asfáltico RA1 e de suas frações de asfalteno

RA1-C7 e resinas foram avaliados por meio da determinação do início da

precipitação. Um teste em branco, ou seja, sem a adição de PSS, foi realizado

com estas amostras em uma mistura de tolueno/heptano, conforme descrito no

item 5.3.9. Para este sistema foi utilizada a concentração de 0,1% p/v de

amostra (RA1-C7, resina e resíduo asfáltico RA1). A Figura 38 mostra os

resultados obtidos para estes testes.

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82

Figura 38. Concentração de ( ) asfalteno-RA1,( ) resinas e ( ) resíduo

asfático em solução versus concentração de heptano, sem a adição de PSS.

A Figura 38 apresenta um típico diagrama de solubilidade do resíduo asfáltico e

de suas respectivas frações de asfalteno-RA1 e resinas nas misturas de

tolueno/heptano. O resíduo asfáltico é desestabilizado quando o meio solvente

encontra-se na proporção 30/70, ou seja, é necessário uma quantidade

elevada de n-heptano no sistema para causar a precipitação dos asfaltenos

presentes no resíduo. Os asfaltenos são a fração menos solúvel tornando-se

insolúvel em uma proporção de aproximadamente 60/40 de tolueno/heptano,

correspondendo a um parâmetro de solubilidade de 16,8 (MPa)1/2. Este

resultado mostra-se de acordo com os resultados apresentados na literatura

onde é dito que independentemente da origem e concentração, os asfaltenos

precipitam no parâmetro de solubilidade de 16,4 e 16,8 (MPa)1/2. [93, 94, 95]

Como previsto, a precipitação da fração asfaltênica precipita com uma menor

quantidade de heptano no meio do que a necessária para precipitar a mesma

fração no resíduo asfáltico, sendo 16,1 (MPa)1/2 o parâmetro de solubilidade de

precipitação para o resíduo asfáltico. Isto pode ser explicado pelo fato de haver

outras moléculas presentes no resíduo asfáltico, dentre elas as resinas. As

resinas permanecem estáveis em toda faixa de composição, o que já era

esperado, visto que é solúvel em heptano. Este resultado pode indicar que

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83

realmente as resinas podem auxiliar na estabilidade dos asfaltenos, mesmo em

meios de polaridades mais baixas.

Muitos autores [96] que desenvolvem modelos de deposição de asfaltenos tem

como hipótese o fato das resinas apresentarem o efeito estabilizante para

manter os asfaltenos em solução, no entanto, a partir dos dados apresentados

este fato parece ser incerto, visto que, estabilizantes efetivos mostram uma

melhor performance em concentrações na ordem de ppm´s em relação aos

asfaltenos, enquanto que as resinas necessitam estar em maior concentração

para realmente estabilizar os asfaltenos.

O teste de precipitação com aditivo não foi realizado com a adição do aditivo na

dispersão tolueno-asfaltenos, visto que os aditivos apresentaram-se insolúveis

em tolueno. Desta maneira, de acordo com o teste de solubilidade os aditivos

foram solubilizados em uma mistura de solventes tolueno/acetona na

proporção 60/40, garantindo a total solubilização. Para a avaliação da

influência da acetona na precipitação dos asfaltenos um teste de precipitação

foi realizado usando uma dispersão de 0,1% p/v em asfaltenos. A Figura 39

mostra os resultados deste teste de precipitação com acetona.

0 20 40 60 80 1000,00

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

0,07

0,08

0,09

0,10

0,11

Con

cent

raçã

o de

asf

alte

no e

m s

oluç

ão (

%p/

v)

Concentração de acetona (%v/v)

Figura 39. Teste de precipitação dos asfaltenos em função da concentração de

acetona.

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84

A Figura 39 mostra que a medida que a concentração de acetona na mistura

aumenta, maior é a precipitação dos asfaltenos. Na proporção utilizada para a

solubilização dos aditivos (60/40) cerca de 30% dos asfaltenos precipitam, e

por este motivo os testes com aditivos não foram realizados com a adição de n-

heptano, uma vez que a adição desta proporção de acetona já induz a

precipitação dos asfaltenos. Esta precipitação dos asfaltenos pela adição da

acetona pode ser explicada pela formação de dímeros pela acetona devido as

interação dipolo-dipolo. [95]

Para estes testes a concentração de asfaltenos utilizada foi de 0,25% p/v. As

Figuras 40, 41 e 42 apresentam os resultados obtidos para os testes realizados

com os aditivos PSS4, PSS5 e PSS6 na mistura de solventes tolueno-acetona-

asfalteno, respectivamente. É válido ressaltar que as concentrações iniciais

destes testes encontram-se no valor de aproximadamente 0,15% p/v, devido a

precipitação de 30% dos asfaltenos inicialmente dispersos (0,25% p/v) causada

pela acetona na proporção testada.

0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,50,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

Con

cent

raçã

o de

asf

alte

nos

em s

oluç

ão (

%p/

v)

Concentração de aditivo (%p/v)

PSS4b PSS4a PSS4c

Figura 40. Teste de precipitação dos asfaltenos na presença dos aditivos da

série PSS4.

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85

0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,50,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

C

once

ntra

ção

de a

sfal

teno

s em

sol

ução

(%

p/v

)

Concentração de aditivo (% p/v)

PSS5a PSS5b PSS5c

Figura 41 . Teste de precipitação dos asfaltenos na presença dos aditivos da

série PSS5.

0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,50,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

PSSN6a PSSN6b PSSN6c

Concentração de aditivo (% p/v)

Con

cent

raçã

o de

asf

alte

nos

em s

oluç

ão (

%p/

v)

Figura 42 . Teste de precipitação dos asfaltenos na presença dos aditivos da

série PSS6.

O poliestireno não apresenta grupos sulfônicos para interagir com os grupos

polares dos asfaltenos de modo a modificar sua estabilidade. Sabendo-se que

com a presença de grupos sulfônicos haverá interações com os sítios mais

polares dos asfaltenos, pode-se observar que para o teste realizado com o

aditivo PSS4b, a quantidade de grupos sulfônicos presentes nesta molécula

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86

(4,0% em mol) foi insuficiente para influenciar na estabilidade dos asfaltenos.

Como visto, a proporção de mistura de solventes tolueno/acetona utilizada já é

desfavorável para estabilização dos asfaltenos e, devido a isto, pode então ser

sugerido que, esta concentração de grupos sulfônicos neste meio é insuficiente

para promover uma mudança no comportamento de fases dos asfaltenos.

As demais amostras de PSS mostraram uma atividade significativa na

mudança de comportamento de fases dos asfaltenos, havendo uma inversão

de comportamento conforme a variação da sua concentração. Esta inversão de

comportamento parece estar relacionada com a quantidade de grupos

sulfônicos presentes no meio. Assim, é visto, que quanto maior a quantidade

de grupos sulfônicos na molécula, menor deve ser a concentração deste aditivo

para causar a inversão no comportamento do sistema. Isto pode ser observado

através da comparação entre os resultados apresentados para as amostras

PSS4a e PSS4c (Figura 40) e a série PSS5 (Figura 41), onde para as amostras

de menor teor de grupos sulfônicos (PSS4a e PSS4c), a inversão ocorre em

aproximadamente 0,1% p/v de aditivo e para as amostras com maior teor de

grupos sulfônicos (PSS5) ocorre em aproximadamente 0,2% p/v de aditivo.

Para a amostra PSS6c (Figura 42), contendo 13% em mol de sulfonação, não

foi observado floculação dos asfaltenos, somente o aumento da dispersão com

o aumento da concentração de aditivo. Para este resultado pode ser sugerido

que acima de uma certa quantidade de grupos polares na molécula, o aditivo

passa a atuar somente como estabilizante da dispersão e que para uma certa

quantidade de grupos polares na molécula, a atividade do aditivo na dispersão

está relacionada com a sua concentração. Neste caso, onde o aditivo atua

conforme a sua concentração é mostrado que em concentrações mais baixas

promove a floculação dos asfaltenos e em concentrações mais elevadas

promove a estabilização da dispersão.

A Figura 43 mostra uma comparação entre alguns aditivos testados para a

concentração de asfaltenos de 0,25% p/v, mostrando que como já mencionado,

a primeira parte da curva atribuída à floculação torna-se menos importante para

12% de sulfonação e desaparece completamente para 13% de sulfonação,

apresentando um efeito de dispersão moderado.

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87

Figura 43. Precipitação dos RA1-C7 na presença de poliestirenos sulfonados.

( ) PSS4b, ( • )PSS4a, ( ) PSS5a, ( ) PSS6b, ( ) PSS6c. [25]

A influência da concentração dos asfaltenos na atividade dos aditivos foi

avaliada usando o aditivo PSS6a em uma faixa de concentração de 0,1 a 0,5 %

p/v e para os asfaltenos as concentrações utilizadas foram 0,1, 0,25 e 0,5%

p/v. A Figura 44 mostra os resultados para o teste de precipitação com a

variação da concentração dos asfaltenos realizado em cubeta de caminho ótico

de 5 mm.

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88

0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,60,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,1 % p/v 0,25 % p/v 0,5 % p/v

Con

cent

raçã

o de

asf

alte

nos

em s

oluç

ão (

%p/

v)

Concentração de PSS6a (%p/v)

Figura 44. Teste de precipitação da amostra RA1-C7 na presença do aditivo

PSS6a.

Os resultados apresentados mostram que o PSS6a atua como floculante para

todas as concentrações testadas, não apresentando a inversão no

comportamento floculante/dispersante na concentração de 0,5% p/v. A partir

desta observação, pode-se sugerir que para promover a dispersão de uma

concentração elevada de asfaltenos no sistema se faz necessário uma maior

quantidade ou de grupos sulfônicos na molécula de aditivo, ou uma maior

concentração do polímero no sistema. Além dos testes realizados com a

amostra de asfaltenos RA1-C7, este mesmo teste com PSS6a foi realizado

com o resíduo asfáltico RA1 e com as resinas nas concentrações 0,25 e 0,5%

p/v. Para o resíduo asfáltico foi observado uma menor quantidade de

precipitado do que para os testes realizados com asfaltenos, isto porque esta

amostra apresenta uma maior solubilidade no meio solvente. No entanto, o

comportamento observado é semelhante, ou seja, para uma menor

concentração do resíduo asfáltico observa-se uma tendência de inversão do

comportamento do aditivo e, por outro lado, para uma maior concentração de

resíduo asfáltico o aditivo atuou como floculante apenas. Para as resinas foi

observado que ao contrário do que foi observado com a adição de n-heptano,

as resinas flocularam, provavelmente devido à presença de acetona presente

no meio. Observou-se também que as moléculas de aditivo influenciaram no

comportamento de fases das resinas, promovendo a sua dispersão com o

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89

aumento da concentração de aditivo (0,4 – 0,5% p/v), mostrando que há uma

interação não só com os asfaltenos, mas também com as resinas. Os

resultados estão apresentados na Figura 45.

0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,50,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,25% p/v de resina 0,5% p/v de resina

Con

cent

raçã

o de

res

ina

em s

oluç

ão (

%p/

v)

Concentração de PSSN6 (%p/v)

Figura 45. Teste de precipitação dos asfaltenos na presença dos aditivos da

série PSS6a..

A baixa solubilidade e precipitação dos asfaltenos em mistura de

tolueno/acetona é causada pelo aumento do parâmetro de solubilidade da

acetona (δ = 20,05 (MPa)1/2). No onset de precipitação os componentes menos

polares dos asfaltenos tornam-se insolúveis, devido ao aumento do parâmetro

de solubilidade do meio causado pela acetona e, em uma razão específica

entre tolueno/acetona, apenas os componentes que correspondem à fração

mais polar dos asfaltenos permanecem dissolvidos. A partir disto, sabendo-se

que as frações mais polares permanecem em solução, o efeito do aditivo no

meio pode ser atribuído às interações entre os sítios ativos dos asfaltenos e os

grupos sulfônicos do poliestireno (asfaltenos-PSS). Estas interações ocorrem

de duas formas sendo que a baixas concentrações de polímero ou para baixo

grau de sulfonação, conduzem a precipitação de agregados menos polares e,

para concentrações mais altas ou alto grau de sulfonação, estas interações são

suficientes para cobrir todos os grupos ácidos do polímero sulfônico e os

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90

agregados são suficientemente polares para permanecerem ou então

aumentarem a sua solubilidade na mistura de solventes.

6.4 – AVALIAÇÃO DO EFEITO DE FLOCULAÇÃO/DISPERSÃO DOS

ADITIVOS NO RESÍDUO ASFÁLTICO RA2

Os resultados que serão apresentados neste capítulo estão relacionados com

os testes de precipitação realizados com os asfaltenos RA2-C5 e RA2-C7

extraídos do resíduo asfáltico RA2.

Como descrito nos testes de precipitação com acetona, cerca de 30% da

concentração inicial de asfaltenos precipita na proporção da mistura de

solventes 60/40 (tolueno/acetona). A fim de encontrar uma mistura de

solventes mais apropriada para a realização dos testes de precipitação o

isopropanol foi utilizado substituindo a acetona na mistura com tolueno. A

mesma proporção 60/40 foi mantida, visto que neste parâmetro de solubilidade,

20,3 MPa1/2, os aditivos apresentaram-se solúveis. Os testes de precipitação

nesta mistura de solventes foram realizados com as frações de asfaltenos RA1-

C5 e RA1-C7.

O uso de diferentes resíduos asfálticos para a realização dos testes de

precipitação na presença de aditivos é justificado pelo término da amostra do

resíduo asfáltico RA1. Devido a isto, para dar a continuidade na avaliação do

efeito dos aditivos nos asfaltenos na mistura de solventes em uma faixa de

parâmetro de solubilidade maior, utilizou-se os asfaltenos extraídos do resíduo

asfáltico RA2.

Primeiramente foi realizada uma avaliação do comportamento das frações

asfaltênicas deste resíduo, RA2-C5 e RA2-C7, por meio do teste de

precipitação com acetona sem aditivos. A Figura 46 mostra que o

comportamento destes asfaltenos foi o mesmo que da fração RA1-C7, pois

ambos iniciam a sua precipitação no parâmetro de solubilidade (19,0 (MPa)1/2),

sendo este parâmetro equivalente a proporção de 60/40 de tolueno/acetona.

Além disto, a quantidade de asfalteno que precipita também foi cerca de 30%

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91

sendo a mesma quantidade do RA1-C7 precipitada, como mencionado

anteriormente.

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,35

0,40

0,45

0,50

0 10 20 30 40 50 60

Concentração de acetona (v/v%)

Con

cent

raçã

o de

asf

alte

nos

em s

oluç

ão

(% p

/v)

RA2-C5

RA2-C7

Figura 46. Avaliação do comportamento dos asfaltenos RA2-C5 e RA2-C7 na

presença de acetona.

De acordo com os resultados apresentados pode-se assumir que o

comportamento dos asfaltenos RA2-C5 e RA2-C7 no teste de precipitação com

acetona é muito próximo ao comportamento do asfalteno RA1-C7 com o

mesmo floculante. Assim, os resultados obtidos com isopropanol para os

asfaltenos do resíduo asfáltico RA2 podem ser equivalentes para os asfaltenos-

RA1.

6.4.1 – Construção da curva de resposta

As curvas de resposta das amostras de asfaltenos RA2-C5 e RA2-C7 foram

obtidas para amostras de concentrações conhecidas, com cubeta de caminho

ótico de 2 mm. Para observar a linearidade dos gráficos obtidos as Figuras 47

e 48 correspondem as curvas de resposta da amostra RA2-C5 na faixa de

concentração de 0 a 0,900 % p/v e 0,1 a 1,0 % p/v, respectivamente. A Figura

49 mostra a curva de resposta para a amostra RA2-C5 completa de 0 a 1,0 %

p/v.

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92

y = 0,0002xR2 = 0,9979

0

0,02

0,04

0,06

0,08

0,1

0,12

0,14

0,16

0,18

0,2

0 200 400 600 800 1000

Concentração de AC5 (ppm)

Abs

orbâ

ncia

(85

0nm

)

Figura 47. Curva de resposta de intensidade de absorção versus concentração

de RA2-C5, com medidas de absorção realizadas em UV-visível

com cubeta de caminho ótico de 2 mm na faixa de 0 – 0,9 % p/v

y = 0,0002xR2 = 0,9978

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

1,8

0 2000 4000 6000 8000 10000 12000

Concentração de AC5 (ppm)

Ab

sorb

ânci

a (8

50nm

)

Figura 48. Curva de resposta de intensidade de absorção versus concentração

de RA2-C5, com medidas de absorção realizadas em UV-visível

com cubeta de caminho ótico de 2 mm na faixa de 0,1 – 1 % p/v

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93

y = 0,0002xR2 = 0,9988

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

1,8

0 2000 4000 6000 8000 10000 12000

Concentração de AC5 (ppm)

Abs

orbâ

ncia

(85

0nm

)

Figura 49. Curva de resposta de intensidade de absorção versus concentração

de RA2-C5, com medidas de absorção realizadas em UV-visível

com cubeta de caminho ótico de 2 mm na faixa de 0 – 1 % p/v

As Figuras 50 e 51 mostram as curvas de resposta da amostra RA2-C7 na

mesma faixa de concentração, sendo que a Figura 52 apresenta a curva de

resposta completa de 0 a 1,0 % p/v.

y = 0,0002x

R2 = 0,9969

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

0 200 400 600 800 1000 1200

Concentração de RA2-C7 (% p/v)

Ab

sorb

ân

cia

(8

50

nm

)

Figura 50. Curva de resposta de intensidade de absorção versus concentração

de RA2-C7, com medidas de absorção realizadas em UV-visível

com cubeta de caminho ótico de 2 mm na faixa de 0 – 0,1% p/v

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94

y = 0,0002x

R2 = 0,997

0,000

0,200

0,400

0,600

0,800

1,000

1,200

1,400

1,600

1,800

2,000

0 2000 4000 6000 8000 10000 12000

Concentração de RA2-C7 (% p/v)

Ab

sorb

ân

cia

(8

50

nm

)

Figura 51. Curva de resposta de intensidade de absorção versus concentração

de RA2-C7, com medidas de absorção realizadas em UV-visível

com cubeta de caminho ótico de 2 mm na faixa de 0,1 – 1 % p/v

y = 0,0002x

R2 = 0,9987

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

1,8

2

0 2000 4000 6000 8000 10000 12000

Concentração de RA2-C7 (% p/v)

Ab

sorb

ân

cia

(8

50

nm

)

Figura 52. Curva de resposta de intensidade de absorção versus concentração

de RA2-C7, com medidas de absorção realizadas em UV-visível

com cubeta de caminho ótico de 2 mm na faixa de 0 – 0,9 % p/v

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95

6.4.2 – Testes de precipitação dos asfaltenos em tolueno na prese nça

de aditivos

As amostras avaliadas neste sistema foram o poliestireno sulfonado PSS5a

(7,0 % mol), PSS5b (7,0% mol) e PSS6a (10% mol).

Anteriormente aos testes de precipitação com aditivos foi realizado um teste de

referência, sem a adição de aditivo. Primeiramente foi realizado um teste de

precipitação usando como floculante o isopropanol, a fim de se avaliar a

influência do isopropanol na precipitação dos asfaltenos (Figura 53). A partir

deste resultados pode ser observado que com 10% de isopropanol a

precipitação dos asfaltenos já ocorre, isto porque o parâmetro de solubilidade

neste ponto é equivalente a 18,7 (MPa)1/2 apresentando-se acima do parâmetro

de solubilidade no qual os asfaltenos precipitam. Para a quantidade de 40% de

isopropanol, parâmetro de solubilidade de 20,3 (MPa)1/2, cerca de 10% da

concentração inicial dos asfaltenos é reduzida.

Desta maneira, conforme já foi utilizada a proporção 60/40 da mistura de

solventes para os testes de precipitação com acetona/tolueno e de acordo com

os testes de solubilidade (Tabela 9) obtidos para os poliestirenos sulfonados na

presença de tolueno/isopropanol, a mistura de solventes tolueno/isopropanol foi

utilizada na proporção 60/40, respectivamente. Para esta proporção foi

considerado que já há a precipitação de 10% dos asfaltenos presentes no

meio.

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96

0,000

0,100

0,200

0,300

0,400

0,500

0,600

0 10 20 30 40 50 60

Concentração de isopropanol ( % v/v )

Con

cent

raçã

o de

asf

alte

nos

em s

olu

ção

(% p

/v)

RA2-C5

RA2-C7

Figura 53. Teste de precipitação dos asfaltenos RA2-C5 e RA2-C7 com

isopropanol como floculante.

Após a avaliação da influência da quantidade de isopropanol a ser utilizada no

sistema (60/40) na precipitação dos asfaltenos, um teste de precipitação foi

realizado utilizando heptano como floculante. A metodologia deste teste de

precipitação está descrita no item 5.3.9.2. As Figuras 54 e 55 mostram uma

comparação entre os dois sistemas (tolueno/isopropanol (60/40)/heptano e

tolueno/isopropanol) para os asfaltenos RA2-C5 e RA2-C7, respectivamente.

0,000

0,100

0,200

0,300

0,400

0,500

0,600

0 20 40 60 80 100

Concentração de Heptano ( % v/v)

Con

cent

raçã

o de

asf

alte

nos

em

solu

ção

( %

p/v

)

Tol/Heptano

Tol/Isop/Heptano

Figura 54. Teste de precipitação com RA2-C5 solubilizados em tolueno e em

tolueno/isopropanol (60/40) usando como floculante n-heptano.

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97

0,000

0,100

0,200

0,300

0,400

0,500

0,600

0,700

0 20 40 60 80 100Concentração de Heptano (% v/v)

Con

cent

raçã

o de

asf

alte

nos

em

solu

ção

(% p

/v)

Tol/Heptano

Tol/Isop/Heptano

Figura 55. Teste de precipitação com RA2-C7 solubilizados em tolueno e em

tolueno/isopropanol (60/40) usando como floculante n-heptano.

Estes gráficos mostram que para os asfaltenos RA2-C5 o onset de precipitação

em ambos os sistemas ocorre quando 60% de heptano é adicionado,

parâmetro de solubilidade 16,3 (MPa)1/2. No entanto, para o sistema contendo

isopropanol a quantidade de asfaltenos que precipita é maior, o que já era

esperado, visto que o próprio isopropanol na proporção estudada (60/40)

precipita cerca de 10% da concentração inicial dos asfaltenos. Para a fração

RA2-C7 observa-se que a precipitação inicia em 40% de heptano, parâmetro

de solubilidade 18,2 (MPa)1/2, ou seja, em um maior parâmetro de solubilidade

do que para a fração RA2-C5. Isto confirma uma maior polaridade da fração

RA2-C7 do que da fração RA2-C5, como esperado. [38]

Os testes de precipitação dos asfaltenos na presença de aditivos, utilizando a

mistura tolueno/isopropanol como solvente, foram realizados em dois sistemas.

Os resultados apresentados a seguir correspondem ao sistema descrito no

item 6.3.10.2, onde dispersões de asfaltenos em tolueno são preparadas em

um tubo de centrifuga de 10mL e então, alíquotas da solução-mãe do aditivo

(40% de matéria-ativa) são adicionadas nestes tubos. Para cada tubo o volume

de aditivo adicionado variou entre 25 e 200µL, de acordo com a concentração

final de aditivo desejada (0,01% a 0,8% p/v, respectivamente). As Figuras 56 e

57 correspondem aos resultados obtidos para os asfaltenos RA2-C5 na

presença do aditivo PSS5b e PSS6a, respectivamente.

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98

0,000

0,100

0,200

0,300

0,400

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1

Concentração de PSS5b (% p/v)

Con

cent

raçã

o de

asf

alte

nos

em

solu

ção

(% p

/v)

RA2-C5 - 0,1%

RA2-C5 - 0,25%

Figura 56. Teste de precipitação dos asfaltenos RA2-C5 dispersos em tolueno

na presença do aditivo PSS5b.

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,35

0,40

0,45

0,50

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2

Concentração de PSS6a (% p/v)

Con

cent

raçã

o de

asf

alte

nos

em

solu

ção(

% p

/v)

RA2-C5 - 0,5%

RA2-C5 - 0,25%

RA2-C5 - 0,1%

Figura 57. Teste de precipitação dos asfaltenos RA2-C5 dispersos em tolueno

na presença do aditivo PSS6a.

Neste ensaio o aditivo é solubilizado na mistura tolueno/isopropanol (60/40) e

um pequeno volume desta solução é adicionado à dispersão de asfaltenos em

tolueno. Visto que o aditivo é insolúvel em tolueno, ocorre sua precipitação e,

por isto, não é possível ocorrer o fenômeno de dispersão dos asfaltenos pelo

aditivo. Entretanto, observa-se o fenômeno de floculação, assim como

observado para o outro sistema de asfalteno disperso em tolueno/isopropanol.

Este fenômeno pode ser causado não só pela interação asfalteno-aditivo como

também por arraste mecânico. Este mecanismo é sugerido com base no fato

de que no sistema em que o aditivo não é solúvel uma maior quantidade de

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99

asfalteno é precipitada com o aditivo quando comparado com a quantidade de

asfaltenos precipitada no sistema no qual o aditivo encontrava-se inicialmente

solúvel. Esta coprecipitação foi confirmada pelos espectros de FTIR discutidos

no item 6.4.2. Para a fração RA2-C7 os mesmos aditivos foram testados e as

Figuras 58 e 59 correspondem aos testes na presença do aditivo PSS5b e

PSS6a, respectivamente.

0,000

0,050

0,100

0,150

0,200

0,250

0,300

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1

Concentração de PSS5b (p/v%)

Con

cent

raçã

o de

asf

alte

nos

em s

oluç

ão

(p/v

%)

RA2-C7 - 0,1%

RA2-C7 - 0,25%

Figura 58. Teste de precipitação dos asfaltenos RA2-C7 dispersos em tolueno

na presença do aditivo PSS5b.

0,000

0,100

0,200

0,300

0,400

0,500

0,600

0,700

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1

Concentração de PSS6a (% p/v)

Con

cent

raçã

o de

asf

alte

nos

em s

oluç

ão (

%

p/v)

RA2-C7 (0,5%)

RA2-C7 (0,1%)

RA2-C7 (0,25%)

Figura 59. Teste de precipitação dos asfaltenos RA2-C7 dispersos em tolueno

na presença do aditivo PSS6a.

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100

Na Figura 59 pode-se observar que a eficácia do aditivo no sistema varia

conforme a concentração de asfaltenos presentes no meio. Pode-se sugerir

que a interação asfalteno-PSS seja facilitada quando há uma maior quantidade

de moléculas de asfaltenos no sistema, permitindo que a floculação ocorra de

forma mais acentuada em concentrações mais elevadas de polímero. É visto

também que a partir de 0,5 % p/v de aditivo a quantidade de asfalteno floculada

passa a ser constante mostrando que o aditivo não é capaz de flocular todos os

asfaltenos presentes no meio. Esta concentração constante de asfaltenos no

meio em altas concentrações de aditivo é vista em todas as concentrações de

asfaltenos testadas.

6.4.2.1 – Avaliação das interações asfalteno-PSS por FTIR

Com o intuito de avaliar a existência e o tipo de interações presentes entre

asfalteno e aditivos, análises de FTIR foram realizadas com o uso do acessório

ATR. Ao realizar os testes de precipitação com a adição da solução 40% v/v de

aditivo na solução de asfaltenos em tolueno, observou-se o aparecimento de

um precipitado. Inicialmente, o sobrenadante deste teste foi analisado em ATR,

no entanto, devido à baixa concentração dos aditivos, somente as bandas

referentes ao espectro do tolueno/isopropanol (60/40) puderam ser

observadas. Com isto, as análises preliminares de interações em FTIR foram

realizadas utilizando os precipitados resultantes do teste de precipitação

(Figura 60) referente à metodologia 5.3.9.2. É válido ressaltar que os

precipitados foram secos em estufa à vácuo à 60ºC.

a) b)

Figura 60. a) Dispersões em diferentes concentrações. b) Teste de

precipitação após a centrifugação.

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101

Primeiramente, os asfaltenos RA2-C5 e RA2-C7 foram analisados (Figura 32)

e, em seguida, as amostras de PSS5a, PSS5b e PSS6a sólidas (Figura 33).

Para este estudo em FTIR foram utilizados os aditivos PSS5b e PSS6a nas

concentrações de 0,1 a 1,0% p/v. A Figura 61 mostra os espectros dos

precipitados resultantes da adição de PSS5b, onde se pode observar que os

espectros são representativos de um mistura de aditivo e asfaltenos, sugerindo

a coprecipitação dos asfaltenos com o aditivo.

4000 3000 2000 1000 010

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

Tra

nsm

itânc

ia (

%)

Número de onda (cm-1)

P1000 PSS8b P5000 PSS8b P8000 PSS8b P10000 PSS8b

Figura 61. Espectros de FTIR das amostras de precipitado (P) do teste de

precipitação com PSS5b (0 – 1,0 p/v %) da amostra de RA2-C7.

Além dos precipitados, o sobrenadante do mesmo teste de precipitação com o

PSS5b também foi analisado por FTIR. A Figura 62 mostra os espectros destes

sobrenadantes sendo observado que são muito semelhantes ao espectro dos

asfaltenos puros (Figura 32). As análises de FTIR com o acessório ATR foram

realizadas inserindo uma purga de nitrogênio no interior do equipamento a fim

de aumentar a relação sinal/ruído (ou seja, reduzir o ruído). Com isso, foi

observada ao final das análises a completa evaporação do solvente tolueno.

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102

4000 3000 2000 1000 0

62646668707274767880828486889092949698

Tra

nsm

itânc

ia (

%)

Número de onda (cm-1)

S8000 PSS5b S0 PSS5b S1000 PSS5b S3000 PSS5b

Figura 62. Espectros de FTIR das amostras de sobrenadante (S) do teste de

precipitação com PSS5b (0 - 0,8 p/v %) da amostra de RA2-C7.

Para fins comparativos, a Figura 63, apresenta uma montagem dos espectros

de RA2-C7, PSS5b, do sobrenadante e do precipitado obtidos a partir do teste

de precipitação referente a este aditivo a uma concentração de 1000 ppm.

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 50010

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Tra

nsm

itânc

ia (

%)

Número de onda (nm)

RA2-C7 P-1000 PSS5b S-1000

Figura 63. Comparação entre os espectros de RA2-C7, PSS5b, com o

sobrenadante (S-1000) e com o precipitado (P-1000) a uma concentração de

1000ppm.

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103

6.4.3 - Testes de precipitação dos asfaltenos na pr esença de aditivos

solubilizados na mistura tolueno/isopropanol (60/40 )

A metodologia utilizada para estes testes está descrita no item 6.3.10.3. Este

sistema difere do anterior através da composição do meio dispersante, onde

para este sistema existe uma mistura de solventes em uma proporção, a qual,

permite que os aditivos permanecem solúveis ao serem adicionados. Para este

sistema, pode-se observar que há um ponto de inversão, onde os aditivos

deixam de atuar como floculantes e passam a estabilizar o sistema, da mesma

maneira apresentada para o sistema acetona/tolueno. As Figuras 64 e 65

mostram os resultados obtidos para estes testes realizados com a fração RA2-

C5 com o aditivo PSS6a.

0,000

0,100

0,200

0,300

0,400

0,500

0,600

0,700

0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08

Concentração de PSS6a (% p/v)

Con

cent

raçã

o de

asf

alte

nos

em

solu

ção

(% p

/v)

Figura 64. Teste de precipitação com a fração RA2-C5 para o aditivo PSS6a

na concentração de 0 - 0,09 (% p/v)

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104

0,000

0,100

0,200

0,300

0,400

0,500

0,600

0,700

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5

Concentração de PSS6a (% p/v)

Con

cent

raçã

o de

asl

falte

nos

em

solu

ção

(% p

/v)

Figura 65. Teste de precipitação com a fração RA2-C5 para o aditivo PSS6a

na concentração de 0,800 - 2 ( % p/v)

Pode ser observado que o aditivo não apresenta atividade floculante até uma

concentração de 0,09 % p/v. A partir de 0,1% p/v a fração de asfaltenos

estabilizada é reduzida até o ponto de inversão, com 0,5% p/v, onde então o

aditivo passa a flocular uma menor quantidade de asfaltenos e a partir de 2,0 %

p/v o aditivo passa a estabilizar os asfaltenos.

Isto mostra que a atividade do aditivo depende significantemente da sua

afinidade com o meio de dispersão. Se há afinidade com o meio, a atividade do

aditivo como floculante/dispersante está relacionada com a sua concentração

no meio, porém se não há afinidade com o meio está relação passa a ser

inexistente, visto que, o ponto de inversão referente ao início da estabilização

dos asfaltenos não é observado.

A aleatoriedade dos grupos sulfônicos foi testada para os aditivos PSS5a e

PSS5b para uma mesma concentração de asfaltenos RA2-C5 (0,25% p/v). A

Figura 66 mostra o comportamento de fases dos asfaltenos para estes dois

aditivos em uma mesma faixa de concentração.

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105

0,000

0,050

0,100

0,150

0,200

0,250

0,300

0,350

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0

Concentração de aditivos (% p/v)

Co

nce

ntr

açã

o d

e a

sfa

lte

no

s e

m s

olu

ção

(%

p/v

)

RA2-C5 - 0,25% PSS5b

RA2-C5 - 0,25% PSS5a

Figura 66. Teste de precipitação com RA2-C5 com os aditivos PSS5a e

PSS5b.

A comparação entre os aditivos com um mesmo grau de sulfonação foi

realizada a fim de se observar se a aleatoriedade dos grupos sulfônicos

afetaria no comportamento de fases dos asfaltenos para este sistema de

solventes. Assim, como mostrado na Figura 41, os aditivos apresentaram uma

atividade de dispersão/floculação muito próxima, com um ponto de inversão em

0,3 % p/v de aditivo. Assim, pode ser sugerido que a posição dos grupos

sulfônicos na cadeia polimérica não altera a atividade do aditivo no sistema,

sendo necessário levar em consideração para analisar a atividade do aditivo no

sistema o seu grau de sulfonação e a concentração utilizada.

Como discutido anteriormente, o PSS, assim como o PCN, apresentou um

ponto de inversão quando testado na mistura de solventes tolueno/acetona e

tolueno/isopropanol. Este comportamento para ambos aditivos pode ser

descrito pela quantidade de grupos sulfônicos ou fenólicos disponíveis para

interagir com os grupos polares dos asfaltenos. Um grande número de

interações asfalteno-polímero resulta em menores interações asfalteno-

asfalteno para formar agregados susceptíveis a flocular, ou seja, quanto maior

a concentração de polímero no meio, maior é a dificuldade de formar interação

asfalteno-asfalteno.

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106

6.4.4 – Cálculo da razão do número de moles de grup os

sulfônicos/número de moles de asfaltenos

A partir dos resultados obtidos com PSS é possível calcular a razão entre o

número de moles de grupos sulfônicos adicionados ao sistema e o número de

moles de asfaltenos precipitados. Os dados utilizados para estes cálculos

foram dos testes realizados com o sistema tolueno/acetona com o asfalteno

RA1-C7.

O cálculo da massa molar do PSS para as três séries de amostras foi realizado

utilizando o valor de massa molar obtido por SEC para a amostra de PS (Anexo

A). Além deste valor, os cálculos das massas molares do grupo estireno e do

grupo sulfônico (SO3-) também foram realizados. Após estes cálculos foi

possível encontrar a massa molar de PSS de acordo com o grau de sulfonação

de cada amostra. A fim de calcular o número de unidades repetitivas de

estireno existentes no PS, o valor de sua massa molar numérica média (87300

g/mol) foi dividido pelo valor da massa molar de uma unidade de estireno (105

g/mol). Posteriormente, o número de unidades repetitivas que foram sulfonadas

foi determinado pela multiplicação entre o valor de unidades repetitivas de

estireno (831) e o percentual molar de sulfonação para cada amostra (Tabela

7). Após encontrada a quantidade de grupos estireno que foram sulfonados, a

diferença entre a quantidade total de unidades de estireno e as unidades

sulfonadas foi encontrada e, com isto, foi possível calcular os valores de massa

molar para as unidades de estireno sulfonadas e não sulfonadas. Para que a

massa molar do PSS finalmente fosse encontrada a soma entre estes valores

foi realizada. A Tabela 12 mostra os resultados para massa molar dos aditivos.

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107

A Tabela 12 mostra os valores de massa molar encontrados para cada amostra

de PSS.

Tabela 12. Cálculo da massa molar das amostras de PSS

AmostrasUnidades

de estireno (g/mol)

Unidades de estireno

sulfonadas

Unidades de estireno

não sulfonadas

Unidades de estireno sulfonadas

(g/mol)

Unidades deestireno não

sulfonadas (g/mol)

Massa molar (g/mol)

PSS4a 831 41 790 82995 7585 90580PSS4b 831 33 798 83808 6153 93453PSS4c 831 41 790 82995 7585 94885PSS5a 831 58 773 81189 10767 98067PSS5b 831 58 773 81189 10767 98067PSS5c 831 58 773 81189 10767 98067PSS6a 831 83 748 78570 15381 102681PSS6b 831 100 731 76755 18458 105758PSS6c 831 108 723 75951 19996 107296

Utilizando os valores das massas molares dos aditivos e as concentrações

utilizadas nos testes de precipitação foi possível calcular o número de moles de

aditivo no meio. Como a quantidade de unidades de estireno sulfonadas

também foi calculada para cada amostra, o número de grupos sulfônicos

presentes no meio também foi encontrado. A Tabela 13 mostra os valores de

moles de aditivos no meio calculados para os testes de precipitação realizados

com a mistura de solvente tolueno/acetona e a Tabela 14 mostra os valores

calculados de moles de grupos sulfônicos presentes no meio, de acordo com o

teor de sulfonação e com a concentração do aditivo no meio. Como o grupo de

aditivos PSS5 possui o mesmo grau de sulfonação uma média dos valores

determinados para concentração de asfaltenos em solução foi realizada e

plotada na Figura 43.

Comparando os valores de número de moles de grupos sulfônicos na

concentração de 0,2% dos diversos aditivos com os respectivos pontos nesta

concentração mostrados na Figura 43, observa-se que o aumento do teor de

grupos sulfônicos inicialmente leva a uma maior floculação dos asfaltenos até o

valor de 13x10-6 moles de grupos sulfônicos quando a floculação foi máxima

com o aditivo PSS5a. Acima desse valor o poder de floculação é reduzido até

atingir um ligeiro poder dispersante com o valor de 23x10-6 moles de grupos

sulfônicos.

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108

Tabela 13. Cálculo do número de moles de aditivo no meio

Concentração de aditivo (%)

Massa de aditivo (g)

PSS4a PSS4b PSS4c PSS5 PSS6a PSS6b PSS6c

0,10 0,01 - 1,1E-07 1,1E-07 1,1E-07 1,1E-07 1,0E-07 1,0E-07

0,20 0,02 2,2E-07 2,2E-07 2,2E-07 2,2E-07 2,1E-07 2,1E-07 2,1E-07

0,30 0,03 3,3E-07 3,3E-07 3,3E-07 3,2E-07 3,2E-07 3,1E-07 3,1E-07

0,40 0,04 4,4E-07 4,4E-07 4,4E-07 4,2E-07 4,3E-07 4,2E-07 4,2E-07

0,50 0,05 5,5E-07 5,6E-07 5,5E-07 5,3E-07 5,3E-07 5,2E-07 5,2E-07

Tabela 14 . Cálculo do número de moles de grupos sulfônicos no meio

Concentração de aditivo (%)

Massa de aditivo (g)

PSS4a PSS4b PSS4c PSS5 PSS6a PSS6b PSS6c

0,10 0,01 - 3,7E-06 4,5E-06 6,3E-06 8,8E-06 1,0E-05 1,1E-05

0,20 0,02 9,0E-06 7,3E-06 9,0E-06 1,3E-05 1,8E-05 2,1E-05 2,3E-05

0,30 0,03 1,4E-05 1,1E-05 1,4E-05 1,2E-05 2,7E-05 3,1E-05 3,4E-05

0,40 0,04 1,8E-05 1,5E-05 1,8E-05 1,6E-05 3,5E-05 4,2E-05 4,5E-05

0,50 0,05 2,3E-05 1,8E-05 2,3E-05 3,1E-05 4,4E-05 5,2E-05 5,6E-05

A fim de compreender numericamente a inversão de comportamento dos

aditivos (floculante/dispersante) foi calculada a razão entre número de moles

de grupos sulfônicos presentes no sistema e número de moles de asfaltenos

precipitados (Tabela 15). A quantidade de asfaltenos que precipitou foi

calculada pela diferença entre a concentração de asfaltenos inicial (0,25 % p/v)

e os valores de concentração de asfaltenos em solução com a presença de

aditivo. Para os aditivos que apresentaram ponto de inversão de

comportamento (Figura 43) os valores da razão número de moles de grupos

sulfônicos/número de moles de asfaltenos, na concentração na qual observa-se

esta inversão, apresentaram-se em torno de 0,3.

Tabela 15. Razão entre asfaltenos precipitados e grupos SO3-.

Concentração de aditivo (% p/v)

PSS4a PSS4b PSS4c PSS5 PSS6a PSS6b PSS6c0,1 - 0,17 0,13 0,17 0,27 0,27 0,540,2 0,28 0,31 0,26 0,28 0,51 0,53 1,130,3 0,59 0,44 0,48 0,46 0,83 0,82 1,900,4 1,12 0,65 0,90 0,81 1,27 1,44 3,750,5 1,67 0,82 1,56 2,12 1,86 2,47 5,08

Moles de SO3-/Moles de asfaltenos

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109

A dispersão dos asfaltenos provocada pelos aditivos somente é alcançada

quando a razão número de moles de grupos sulfônicos/número de moles de

asfaltenos encontra-se em torno de 1,0, sendo que, a medida que esta razão

aumenta, o poder de dispersão do aditivo também aumenta.

A partir dos valores apresentados na Tabela 15, somente seria possível

calcular o número médio de sítios interação existentes em uma molécula de

asfaltenos caso fosse possível quantificar o número de moléculas de asfaltenos

que efetivamente interagem com as moléculas de polímero presentes no meio.

Estes resultados mostram que a ação do aditivo depende basicamente da

quantidade de grupos sulfônicos presentes no sistema, os quais são capazes

de interagir com os grupamentos polares das moléculas de asfaltenos. A

quantidade de grupos sulfônicos no meio está relacionada tanto com o grau de

sulfonação do polímero, quanto com a sua concentração no meio, ou seja,

polímeros com alto grau de sulfonação em baixa concentração devem exercer

o mesmo comportamento de polímeros com baixo grau de sulfonação em alta

concentração, desde que os teores de grupos sulfônicos em cada um dos

sistemas no meio sejam similares. Este comportamento pode ser exemplificado

pela Figura 67, que relaciona a razão número de moles de grupos

sulfônicos/número de moles de asfaltenos com o poder floculante/dispersante

do aditivo.

Na Figura 67 três diferentes situações podem ser observadas. A primeira uma

concentração relativamente alta de polímeros apresentando uma quantidade

pequena de grupos polares e uma alta concentração de sítios de interação dos

asfaltenos comparados com a quantidade de grupos polares, na segunda

situação observa-se uma concentração baixa de polímeros com grande

quantidade de grupos polares e uma alta concentração de sítios de interação

dos asfaltenos comparados com a quantidade de grupos polares, provocando

floculação e, na terceira situação uma grande quantidade de grupos polares em

solução em relação a quantidade de sítios de interação dos asfaltenos,

provocando a dispersão.

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110

Figura 67. Representação esquemática da interação entre asfalteno-PSS. [25]

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7. CONCLUSÕES

1 - As amostras de asfaltenos extraídas de resíduos asfálticos foram

caracterizadas por FTIR e os resultados mostraram, como esperado, estruturas

muito semelhantes.

2 - A modificação do poliestireno sulfonado, realizada com o uso de solução

de acetilsulfato e controle do grau de sulfonação pela variação do tempo

reacional, não apresentou boa reprodutibilidade, no entanto, os resultados

foram satisfatórios para o objetivo desta Dissertação.

3 - Os parâmetros de solubilidade das amostras de poliestireno sulfonado, com

graus de sulfonação na faixa de 4,0 a 13,0 % em mol, apresentaram-se dentro

da faixa de ~19 a ~21 (MPa)1/2, evidenciando o aumento da polaridade dessas

amostras em relação ao poliestireno não-modificado.

4 - A solubilidade do aditivo no meio exerce fundamental importância sobre a

eficiência como floculante de asfaltenos. Quando o aditivo é previamente

solubilizado e adicionado a um meio no qual é insolúvel, sua ação floculante é

mais efetiva do que quando o aditivo encontra-se solúvel no meio. Além disso,

a inversão de comportamento floculante/estabilizante somente é observada

neste último procedimento de teste.

5 - Os resultados do estudo preliminar da interatividade entre os asfaltenos e

os aditivos por meio de análises em espectrômetro na região do infravermelho

com transformada de Fourier (FTIR) comprovaram que há uma coprecipitação

dos asfaltenos com os aditivos.

6 - Os cálculos da razão entre moles de grupos SO3-/moles de asfaltenos

mostraram que para os aditivos que apresentaram ponto de inversão de

comportamento os valores para esta razão no ponto de inversão, apresentou-

se em torno de 0,3. Além disto, também foi observado que a dispersão dos

asfaltenos provocada pelos aditivos somente é alcançada quando esta razão

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112

encontra-se em torno de 1,0, sendo que, a medida que esta razão aumenta, o

poder de dispersão do aditivo também aumenta.

8. SUGESTÕES

A partir do trabalho experimental de Dissertação desenvolvido e para dar

continuidade aos estudos, sugere-se que seja avaliado:

1- Realizar reações de modificação do poliestireno com um maior controle

do grau de sulfonação, utilizando cálculos de concentração da solução de

acetilsulfato. Sabe-se que um mol de acetilsulfato pode gerar um grupo

sulfônico no polímero.

2 - Testar a solubilidade dos aditivos com outros solventes observando se há

ou não deslocamento do ponto de inversão.

3 - Realizar um estudo mais aprofundado do tipo de interação asfaltenos-

aditivos com análises de RMN e FTIR onde pode-se ter uma análise qualitativa

e um estudo da estrutura dos sólidos formados.

4 - Variar a massa molar do poliestireno mantendo um mesmo grau de

sulfonação observando se haverá mudança no mecanismo de atuação do

aditivo no sistema.

5 - Utilizar uma solução menos concentrada de poliestireno sulfonado e

observar se um volume de solvente maior interfere nos resultados de

floculação.

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REFERÊNCIAS

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Programa de Pós-graduação em Engenharia Química. Departamento de Engenharia Química e de Petróleo, Calgary, Alberta, 2000. 60. SPIECKER, P. M., GAWRYS, K. L., TRAIL, C. B., KILPATRICK, P. K. Effects of Petroleum Resins on Asphaltene Aggregation and Water-in-oil Emulsion Formation. Colloids and Surfaces A: Physicochemical and Engineering Aspects, v. 220, p. 9-27, 2003. 61. ZÍLIO, E.L., SANTOS, M.F.P, CAMACHO, C.F.B. Estudo do modelo de compatibilidade em petróleos brasileiros. Boletim Técnico da PETROBRÁS , Rio de Janeiro, 46 (3/4), p. 247-255, jul/dez 2003. 62. LÜ Ya, SHI Jia-Jia, SUN Lei. Investigation of the selection of extraction solvent for extracting the n-alkane from diesel by means of solubility parameters theory. Journal of Fuel Chemistry and Technology , v. 36, n. 3, 2008. 63. WANG, J. X., BUCKLEY, J. S. A Two-Component Solubility Model of the Onset of Asphaltene Flocculation in Crude Oils. Energy & Fuels , v. 15, n. 5, p. 1004-1012, 2001. 64. WIEHE I. A., KENNEDY R. J. The Oil Compatibility Model and Crude Oil Incompatibility. Energy & Fuels, v. 14, n. 1, p. 56-59, 2000. 65. KRIANGKRAI, K., FOGLER, S. H., GHARFEH, S. G., SINGH, P., THOMASON, W. H., CHAVADEJ, S. Thermodynamic Solubility Models to Predict Asphaltene Instability in Live Crude Oils. Energy & Fuels, v. 21, p. 1248-1255, 2007. 66. WANG, J.X., BUCKLEY, J.S., BURKE, N.E., CREEK, J.L. A practical method for anticipating asphaltene problems. SPE Productions and Facilities , v. 19, n. 3, p. 152-160, 2004. 67. HUNTER, R. J. Foundations Of Colloid Science. [England]: Oxford University Press, cap. 8, pag. 450 -493, 2001. 68. ROGEL, E. Simulation of Interactions in Asphaltene Aggregates. Energy & Fuels , v. 14, p. 566-574, 2000. 69. WALKER, H. W., GRANT, S. B. Influence of surface charge and particle size on the stabilization of colloidal particles by model polyelectrolytes. Colloids and Surfaces A: Physicochemical and Engineering Asp ects , v. 135, p. 123-133, 1998. 70. HOTZA, D. Colagem de Folhas Cerâmicas. Cerâmica , v. 43, p. 283-284. São Paulo set./dez, 1997. 71. JAFELICI JUNIOR, M., VARANA, L.C. O mundo dos colóides. Química e Sociedade, n. 9, maio, 1999. Disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc09/quimsoc.pdf >. Acesso em: fev. 2010.

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ANEXO

ANEXO A – MASSA MOLAR E DISPERSÃO DA MASSA MOLAR DA AMOSTRA DE POLIESTIRENO

Figura A.1 – Massa molar e dispersão de massa molar para a amostra de

poliestireno

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