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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO DE FORMAS FARMACÊUTICAS SEMI-SÓLIDAS À BASE DE ÓLEO DE LINHAÇA (Linum usitatissimum l.) COM AÇÃO CICATRIZANTE PARA TRATAMENTO E PREVENÇÃO DE ULCERAS DE PRESSÃO ANA FLÁVIA VASCONCELOS PESSANHA Recife, 2011.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

DESENVOLVIMENTO DE FORMAS FARMACÊUTICAS

SEMI-SÓLIDAS À BASE DE ÓLEO DE LINHAÇA

(Linum usitatissimum l.) COM AÇÃO CICATRIZANTE PARA

TRATAMENTO E PREVENÇÃO DE ULCERAS DE PRESSÃO

ANA FLÁVIA VASCONCELOS PESSANHA

Recife, 2011.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

DESENVOLVIMENTO DE FORMAS FARMACÊUTICAS

SEMI-SÓLIDAS À BASE DE ÓLEO DE LINHAÇA

(Linum usitatissimum l.) COM AÇÃO CICATRIZANTE PARA

TRATAMENTO E PREVENÇÃO DE ULCERAS DE PRESSÃO

ANA FLÁVIA VASCONCELOS PESSANHA

Orientador: Prof. Dr. Alexandre José da Silva Góes

Co-orientador: Prof. Dr. Pedro José Rolim Neto

Recife, 2011.

Dissertação apresentada ao Programa

de Pós-Graduação em Ciências

Farmacêuticas do Centro de Ciências

da Saúde da Universidade Federal de

Pernambuco, em cumprimento às

exigências para obtenção do grau de

mestre em Ciências Farmacêuticas

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Pessanha, Ana Flávia Vasconcelos

Desenvolvimento de formas farmacêuticas semi-sólidas à base de óleo de linhaça (Linum usitatissimum l.) com ação cicatrizante para tratamento e prevenção de ulceras de pressão / Ana Flávia Vasconcelos Pessanha. – Recife: O Autor, 2011.

66 folhas: il., fig.; 30 cm.

Orientador: Alexandre José da Silva Góes Dissertação (mestrado) – Universidade Federal

de Pernambuco. CCS. Ciências Farmacêuticas, 2011.

Inclui bibliografia.

1. Òleo de linhaça. 2. Ulceras de pressão. 3. Ácidos graxos essencial. 4. Caracterização físico-química. I. Góes, Alexandre José da Silva. II.Título.

UFPE 615.32

CDD (20.ed.) CCS2011-128

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

REITOR

Prof. Dr. Amaro Henrique Pessoa Lins

VICE-REITOR

Prof. Dr. Gilson Edmar Gonçalves e Silva

PRÓ REITOR PARA ASSUNTOS DE PESQUISA E PÓS GRADUAÇÃO

Prof. Dr. Anísio Brasileiro de Freitas Dourado

DIRETOR DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

Prof. Dr. José Thadeu Pinheiro

VICE-DIRETOR DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

Prof. Márcio Antônio de Andrade Coelho Gueiros

CHEFE DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMCÊUTICAS

Profª. Dalci Brondani

VICE-CHEFE DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

Prof. Antonio Rodolfo de Faria

COORDENADOR DO PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS

FARMACÊUTICAS

Prof. Dr. Pedro José Rolim Neto

VICE-COORDENADOR DO PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO

EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

Profª. Drª Beate Saegesser Santos

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Dedico este trabalho a meus pais, que me

proporcionaram um ensino de qualidade e

sempre me orientaram em tudo, contribuindo

imprescindivelmente na formação do meu

caráter.

À minha filha pela alegria e carinho que me

serviram de motivação.

A esta instituição de ensino a qual devo

minha eterna gratidão em virtude de poder

estar proporcionando a realização de um

sonho.

Aos meus amigos que estão compartilhando

desta conquista comigo.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus que com Sua luz, ilumina minha vida.

A Universidade Federal de Pernambuco, em particular ao Programa de Pós Graduação em

Ciências Farmacêuticas, pela oportunidade na realização deste curso.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Alexandre Góes, pela oportunidade.

Ao meu co-orientador, Prof. Dr. Pedro Rolim, pela dedicação, orientação e apoio tão

importante na nesta caminhada.

Aos meus pais, Ana Mércia e Jorge Renato, pelo incentivo, apoio e torcida ao longo da

minha jornada acadêmica.

À minha filha, Sofia, que com seu sorriso e seu carinho me fez seguir sempre em frente.

À Larissa, Lariza, Maria Luisa e Amanda pela colaboração tão importante para o trabalho.

À Lourenço, pela paciência e presteza.

Aos colegas do LTM que sempre estiveram presentes e de alguma forma contribuíram para

a realização desse projeto.

Aos colegas da Farmácia Bompreço, em especial a Alexandre, Flávio e Edson, pela

compreensão e paciência que me permitiram a conclusão desse trabalho.

Às minhas amigas Graziella, Raquel, Mariana, Evelyn, Valéria, Danielle e Larissa que

dividiram comigo todas as alegrias e ansiedades em todo esse período.

À minha amiga, Cristina, por todo o incentivo e motivação.

Enfim, a todos que colaboraram direta ou indiretamente a realização deste sonho.

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“Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força

de sua alma, todo o universo conspira a seu favor.”

(Goethe)

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SSUUMMÁÁRRIIOO

1. Introdução................................................................................................................18

2. Objetivos.................................................................................................................20

2.1 Objetivo Geral........................................................................................................21

2.2 Objetivos Específicos.............................................................................................21

3. Capítulo 1 - Revisão da Literatura: O Potencial Terapêutico do Óleo de Linhaça

para o Tratamento e Prevenção de Úlceras Pressão........................................................23

4. Capítulo 2- Caracterização do Óleo de Linhaça: Caracterização Fisico-Química

e Termo-Oxidativa de Óleo de Linhaça para utilização em Formulações

Farmacêuticas......................................................................................................................36

5. Capítulo 3 - Desenvolvimento da Forma Farmacêutica: Desenvolvimento e

caracterização físico-química de Pomada dermofarmacêutico a base de óleo de linhaça

para o tratamento de Úlceras de Pressão...........................................................................51

6. Conclusão e Perspectivas................................................................................................63

7. Referências Bibliográficas...............................................................................................66

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LISTA DE ABREVIATURAS

UP – Ulcera de Pressão

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

NPUAP - National Pressure Ulcer Advisory Panel

EPUAP - European Pressure Ulcer Advisory Panel

AGE – Ácidos Graxos Essenciais

AA – Ácido Araquidônicos

EPA – Ácido eicosapentanóico

DHA – Ácido docosahexanoico

PGE2 – Prostaglandina 2

LTB4 - Leucotrieno

TG – Termogravimetria

DSC – Calorimetria Exploratória Diferencial

RE – Resolução

UV – Ultra Violeta

IV - Infravermelho

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LISTA DE SIMBOLOS

%: porcentagem

mg:miligrama

mEq: miliequivalente

M: Molar

N: Normal

rpm: rotações por minuto

ºC: Graus Celsius

mL: mililitro

seg - segundos

min: minutos

h: horas

mPa : milipascal

nm: nanometro

kg: kilograma

g:grama

cm:centímetro

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LISTA DE FIGURAS

Capítulo 1

Figura 1: Percurso morfológico da úlcera de decúbito (Adaptado de PARISH et al., 2007 )

...................................................................................................................................................26

Figura 2: Estrutura química do ácido linoléico (a) e linolênico (b) .........................................28

Figura 3: Efeitos de ácidos graxos n-3 e n-9 na produção de mediadores da inflamação........30

Capítulo 2

Figura 1: Análise da viscosidade do óleo de linhaça...............................................................43

Figura 2: Cromatografia Gasosa do Óleo de Linhaça..............................................................44

Figura 3: Espectofotomeria na região do UV-visível do Óleo de Linhaça antes e após Estudo

de Estabildade Acelerado..........................................................................................................45

Figura 4: Espectros vibracionais no Infravermelho (A) – Óleo de Linhaça pós estudo de

Estabilidade; (B) – Óleo de linhaça antes do estudo de Estabilidade.......................................46

Figura 5: Termogravimetria Diferencial do Óleo de Linhaça antes do estudo de

Estabilidade...............................................................................................................................47

Figura 6: Termogravimetria Diferencial do Óleo de Linhaça após estudo de

Estabilidade...............................................................................................................................47

Capítulo 3

Figura 1: Lotes de bancada das pomadas hidrofóbicas a base de óleo de linhaça....................58

Figura 2: Amostra dos lotes em câmara climática de estabilidade acelerada...........................59

Figura 3: Teste de espalhabilidade com os Lotes de Bancada antes do estudo de

Estabilidade...............................................................................................................................59

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Figura 4: Teste de espalhabilidade com os Lotes de Bancada após do estudo de Estabilidade

...................................................................................................................................................59

Figura 5: Espectros na Região IV do Óleo de Linhaça e do Lote de Banca 6.........................60.

Figura 6: DTG do Lote de Bancada 6......................................................................................61

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LISTA DE TABELAS

Capítulo 1

Tabela 1: Principais fatores envolvidos na formação das UP...................................................25

Capítulo 2

Tabela 1: Quantificação dos ácidos graxos essenciais presentes no óleo de linhaça

LinoOil®...................................................................................................................................45

Capítulo 3

Tabela 1: Lotes de bancada das pomadas................................................................................55

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RESUMO

Ulceras de pressão (UP) são lesões cutâneas ulcerosas decorrentes de isquemia tecidual em

regiões comprometidas e/ou friccionadas por longo período de tempo, a qual possui

tratamento com impacto econômico significativo, uma vez que afeta milhões de pacientes,

particularmente aqueles inseridos nas unidades de terapia intensiva (UTI). Atualmente são

utilizadas emulsões oleosas à base de óleos vegetais com alto teor de ácidos graxos essenciais

(AGE) para o tratamento dessa patologia. Nesse contexto, o óleo de linhaça (Linum

usitatissimum) se torna uma opção, destacando-se devido ao alto conteúdo de ácidos graxos

essenciais, contendo ácido oléico (ômega 9), ácido linoléico (ômega 6) e ácido linolênico

(ômega 3) com composição média por mol de 14-30 %, 14-25 % e 45-60 % respectivamente.

O presente trabalho objetivou a caracterização do óleo de linhaça, para o desenvolvimento de

uma forma farmacêutica semi-sólida para incrementar a farmacoterapêutica das UP. Na etapa

de caracterização, foram identificados os ácidos graxos componentes do óleo através de

cromatografia gasosa (CG) e verificados os índices de acidez e de peróxidos, obtendo-se um

resultado de 0,47g/100g em ác. oleico e 1,64mEq/kg, respectivamente, atendendo aos

parâmetros de qualidade estabelecidos pela RDC nº 270, de 22 de setembro de 2005. Foi

realizado um planejamento quali-quantitativo de excipientes para o delineamento da forma

farmacêutica pomada, utilizando 5% de óleo de linhaça como princípio ativo. A formulação

final foi escolhida de acordo com os resultados obtidos em estudos de espalhabilidade e

reologia, além de estudos prévios de estabilidade acelerada. Foram realizados os controles de

qualidade físico-químicos pertinentes, bem como análises térmicas, para assegurar a

qualidade do produto final.

Palavras-chave: Ulceras de Pressão, Óleo de Linhaça, ácidos graxos essenciais,

caracterização físico-química.

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ABSTRACT

Pressure ulcers (PU) are ulcerative skin lesions due to ischemic regions involved in tissue that

has been rubbed for a long period of time, which has treated with significant economic

impact, since it affects millions of patients, particularly those within the intensive care units

(ICU). Oily emulsions are currently used for vegetable oils high in essential fatty acids (EFA)

to treat this condition. In this context, flaxseed oil (Linum usitatissimum) becomes an option,

especially due to the high content of essential fatty acids, containing oleic acid (omega 9),

linoleic acid (omega 6) and linolenic (omega 3) with an average composition per mole of 14-

30%, 14-25% and 45-60% respectively. This study aimed to characterize the linseed oil,in

order to develop a semi-solid dosage form to increase the pharmacotherapy of PU. The

characterization of the fatty acids were identified oil components by gas chromatography

(GC) and checked the acidity and peroxide, resulting in a score of 0.47 g/100g in CA. oleic

and 1.64 mEq / kg, respectively. This met the quality parameters established by RDC No.

270, September 22, 2005. We conducted a qualitative and quantitative planning of excipients

for the design of the dosage form ointment, using 5% of linseed oil as the active

ingredient. The final formulation was chosen according to the results obtained in studies of

spreadability and rheological behavior, and accelerated stability studies. We carried out the

quality controls relevant to a physical-chemical and thermal analysis to ensure final product

quality

KEY-WORDS: Pressure Ulcers, Flaxseed Oil, Essencial Fatty Acids, Characterization.

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Pessanha, A.F.V. . Desenvolvimento de formas farmacêuticas semi-sólidas à base de óleo de linhaça

(linum usitatissimum) com ação cicatrizante para tratamento e prevenção de ulceras de pressão.

Introdução

17

1.Introdução

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Pessanha, A.F.V. . Desenvolvimento de formas farmacêuticas semi-sólidas à base de óleo de linhaça

(linum usitatissimum) com ação cicatrizante para tratamento e prevenção de ulceras de pressão.

Introdução

18

As plantas medicinais constituem uma fonte importante de produtos com atividades

biológicas e muitos deles tornam-se protótipos para a síntese de um grande número de

compostos bioativos. O Brasil é o país com a maior biodiversidade do mundo, contando com

um número estimado de mais de 20% do número total de espécies do planeta. Também vale

ressaltar a maior diversidade genética vegetal: são cerca de 55.000 espécies catalogadas de

um total estimado entre 350.000 e 550.00 espécies. E dentro desse leque de riquezas

biológicas, o país também se destaca em outro aspecto no que diz respeito às plantas: as

florestas brasileiras. guardam um número significativo de espécies que tem fins terapêuticos e

medicinais.(LOPES & LINK, 2011).

O uso de plantas medicinais ou de seus derivados ocupa um grande espaço na indústria

farmacêutica. É citado que o mercado mundial de fitoterápicos gira em torno de US$ 40

bilhões (SILVEIRA, 2003), enquanto que no Brasil se calcula que o faturamento esteja em

torno de um bilhão de dólares (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE INDÚSTRIAS DE

FITOTERÁPICOS, 2009). Segundo o Professor Petrine, da Universidade de Zurique, a

Alemanha é a maior consumidora de fitoterápicos entre os países europeus. Lá o consumo

gira em torno de 40%, enquanto no Brasil o crescimento no consumo desses medicamentos é

de 20% ao ano. (SILVA, 2009)

A pesquisa para desenvolvimento de remédios baseia, majoritariamente, na síntese

química de novas substâncias. No entanto, se percebeu que os produtos de origem natural

tinham mais chances de apresentar alguma atividade biológica, uma vez que são sintetizados

por organismos vivos. Além do mais, não se pode negar a contribuição de conhecimentos

populares na descoberta de princípios ativos para o desenvolvimento de novas drogas e

remédios.(SILVA, 2009)

Matérias-primas vegetais como plantas, farmacógenos ou derivados (extratos, tinturas,

óleos essenciais ou produtos secos) têm sido largamente empregadas em farmácias de

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(linum usitatissimum) com ação cicatrizante para tratamento e prevenção de ulceras de pressão.

Introdução

19

manipulação e indústrias farmacêuticas. O que mais preocupa a comunidade científica é o uso

de novas espécies vegetais como medicamentos e que não apresentam dados comprovados de

ação biológica, toxidade (avaliada na espécie humana), efeitos colaterais, segurança, eficácia

e outros. Apesar dos fitoterápicos possuírem constituintes ativos naturais, devem ser avaliados

como medicamentos e, portanto, submetidos a rígidos controles que devem ser empregados

em cada fase da idealização, avaliação e obtenção do mesmo.

Dentro desse contexto, o presente trabalho propõe formulações semi-sólidas à base de

Óleo de semente de Linhaça (Linum usitatissimum) para o tratamento de úlceras de pressão. A

semente, de cor marrom avermelhada ou amarela, chata, oval, pontiaguda de sabor levemente

amargo, é fonte de ácidos graxos tais como ácido oléico (ômega 9), ácido linoléico (ômega 6)

e ácido linolênico (ômega 3) com composição média por mol de 14-30 %, 14-25 % e 45-60 %

respectivamente. (LAMPE, 2006) Substâncias essas com alta capacidade de estimulação da

cicatrização tecidual, principalmente no evento da granulação tecidual.

Assim, a formulação de um medicamento a base desse óleo vegetal objetiva propiciar

um diferencial dentre os tratamentos oferecidos para a melhoria de pacientes que sofrem com

a patologia referida.

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Pessanha, A.F.V Desenvolvimento de formas farmacêuticas semi-sólidas à base de óleo de linhaça

(linum usitatissimum) com ação cicatrizante para tratamento e prevenção de ulceras de pressão.

.

Objetivos

20

2. Objetivos

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Pessanha, A.F.V Desenvolvimento de formas farmacêuticas semi-sólidas à base de óleo de linhaça

(linum usitatissimum) com ação cicatrizante para tratamento e prevenção de ulceras de pressão.

.

Objetivos

21

3.1 Objetivo geral

Desenvolvimento de forma farmacêutica semi-sólida a base de óleo de linhaça para

administração tópica com ação cicatrizante.

3.2 Objetivos específicos

o Caracterização físico-quimica do óleo de linhaça.

o Avaliação da estabilidade da matéria-prima, segundo RE nº 01, de 29 de julho de 2005

da ANVISA

o Estudo de pré-formulação de forma farmacêutica semi-sólida à base de óleo de

linhaça;

o Obtenção tecnológica das formas farmacêuticas a partir da matéria-prima caracterizada

e realização dos controles de qualidade;

o Avaliação da estabilidade acelerada (em câmara climática) e de longa duração (em

prateleira) das formulações desenvolvidas, segundo a Resolução - RE n° 01, de 29 de

julho de 2005 da ANVISA, para definição da composição ideal de cada forma

farmacêutica desenvolvida.

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Pessanha, A.F.V. Desenvolvimento de formas farmacêuticas semi-sólidas à base de óleo de linhaça

(linum usitatissimum) com ação cicatrizante para tratamento e prevenção de ulceras de pressão.

Capítulo 1

22

Capítulo 1

3. Revisão da Literatura

O Potencial Terapêutico do Óleo de Linhaça para o Tratamento

e Prevenção de Úlceras de Pressão

(Artigo Submetido à Revista Brasileira de Farmácia)

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(linum usitatissimum) com ação cicatrizante para tratamento e prevenção de ulceras de pressão.

Capítulo 1

23

O POTENCIAL TERAPÊUTICO DO ÓLEO DE LINHAÇA PARA O

TRATAMENTO E PREVENÇÃO DE ÚLCERAS DE PRESSÃO

THE THERAPEUTIC POTENTIAL OF LINSEED OIL FOR

TREATMENT AND PREVENTION OF PRESSURE ULCERS

Ana Flávia Vasconcelos Pessanha1; Larissa Araújo Rolim

1; Lariza Darlene Santos Alves

1;

Luise Lopes Chaves1; Amanda Carla Quintas de Medeiros Vieira

1;

Alexandre Góes2; Pedro José Rolim Neto

1

RESUMO

As Úlceras de Pressão ainda se apresentam como um dos problemas mais comuns em

pacientes debilitados, podendo acometer até 60% de tetraplégicos. Elas são importantes

causadoras de morbidade e impactam diretamente no aumento dos custos dos serviços da

saúde. Para um resultado efetivo contra esse tipo de lesão, óleos a base de Ácidos Graxos

Essenciais, ricos em triglicerídeos de cadeia média são amplamente utilizados tanto na

prevenção, como no tratamento. O Óleo de Linhaça tem em sua composição 57% de Ácidos

Graxos Essenciais, principalmente os Ácidos Linolênico, Linoléico e o Oléico. Esses são

precursores das cadeias de reações anti-inflamatórias, além de atuar na manutenção da saúde

da membrana celular e promover a hidratação epitelial. Esse trabalho partiu da necessidade de

consolidar os conhecimentos a cerca do assunto e propor a utilização do Óleo de Linhaça na

prevenção e no tratamento da Úlcera de Pressão, baseado em uma extensa pesquisa

bibliográfica.

*Palavras-chave: úlceras de pressão, ácidos graxos essenciais, linhaça.

ABSTRACT

Pressure Ulcers still stand as one of the most common problems in debilitated patients and

may affect up to 60% of quadriplegic patients. They are important causes of morbidity and

directly impact the rising cost of health services. For an effective result against this type of

lesion, oils based in essential fatty acids, rich in medium chain triglycerides are widely used

both in prevention and in treatment. Linseed oil has in its composition 57% of essential fatty

acids, especially linolenic, linoleic and oleic acid. These chains are precursors of anti-

inflammatory reactions, besides act maintaining the health of the cell membrane and promote

epithelial hydration. That work stemmed from the need to consolidate the knowledge about

the subject and propose the utilization of linseed oil in the prevention and treatment of

pressure ulcers, based on an extensive literature search.

*Key-words: pressure ulcer, essentials fatty acids, linseed

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Pessanha, A.F.V. Desenvolvimento de formas farmacêuticas semi-sólidas à base de óleo de linhaça

(linum usitatissimum) com ação cicatrizante para tratamento e prevenção de ulceras de pressão.

Capítulo 1

24

1.0 INTRODUÇÃO

Úlceras de pressão (UP), de decúbito ou escaras são lesões cutâneas ulcerosas

decorrentes de isquemia tecidual em regiões comprimidas e/ou friccionadas por longo período

de tempo. Essas são mais comuns em pacientes com lesões medulares (paraplégicos,

tetraplégicos e hemiplégicos) e idosos cronicamente debilitados, causando desconforto e

gerando uma série de distúrbios ao organismo, como a perda significativa de proteínas,

fluidos e eletrólitos, além de possibilitar a entrada de infecções oportunistas, como

estreptococos, estafilococos e Escherichia coli (BLANES et al., 2004).

A etiologia da UP ainda não está totalmente esclarecida. Contudo, relata-se que fatores

intrínsecos e extrínsecos estejam relacionados nessa patologia. Para os fatores extrínsecos são

relatadas quatro causas principais: a pressão, o cisalhamento, a fricção e a umidade, sendo a

pressão contínua a principal causa (BLANES, 2004), pois apresenta-se como um fator crítico

que auxilia na normalidade da saúde da pele garantindo bons fluxo sanguíneo e circulação.

A pressão aumentada induz a isquemia tecidual, seguida de um eritema reacional e um

prolongamento desta causa extravasamento de plasma para o interstício, podendo aparecer

hemorragia no local (SHNEIDER, 2009).

A pele, por ser mais resistente que o tecido subcutâneo, permite o aparecimento de

tumoração amolecida, que pode infectar-se em caso de bacteremia (infecção endógena). As

forças de deslizamento que acontecem nos pacientes acamados com a cabeceira do leito

elevada que desliza em direção ao pé da cama, estrangulam os vasos subcutâneos e descolam

a pele, aumentando a tumoração. A fricção e umidade locais finalmente provocam a erosão do

tecido epitelial, protetor (SHNEIDER, 2009).

O impacto econômico do tratamento de UP é bastante significativo uma vez que trata-se

de um problema freqüente, afetando milhões de pacientes, sendo particularmente prevalente

nas unidades de terapia intensiva (UTI) (LOURO; FERREIRA; POVOA, 2007). Estimativas

internacionais publicadas com relação ao custo de tratamento revelaram um custo médio

hospitalar de US$ 21,67, incluído procedimentos clínicos e cirúrgicos. Além disso, quando

um paciente com fratura de fêmur desenvolve uma úlcera de pressão, os encargos hospitalares

aumentam em média em US$10,99 por paciente (USA, 1992).

Por diminuir a qualidade de vida dos pacientes, causar dor e exudatos (FOX, 2007), além

de aumentar os custos dos serviços de saúde e os índices de mortalidade, a UP é um assunto

amplamente discutido no mundo. Por sua relevância, podem-se considerar a National Pressure

Ulcer Advisory Panel (NPUAP) e a European Pressure Ulcer Advisory Panel (EPUAP) como

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Pessanha, A.F.V. Desenvolvimento de formas farmacêuticas semi-sólidas à base de óleo de linhaça

(linum usitatissimum) com ação cicatrizante para tratamento e prevenção de ulceras de pressão.

Capítulo 1

25

algumas das principais instituições preocupadas com essa problemática (SOUZA; SANTOS,

2007).

Na farmacoterapêutica dessa enfermidade, já existem alguns produtos farmacêuticos,

como curativos a base de soluções fisiológicas e enzimas que venham a ocluir e estimular a

proliferação celular. Contudo, vêm sendo realizados diversos estudos acerca da utilização de

princípios ativos ricos em Ácidos Graxos Essenciais (AGE). Na literatura especializada para o

tratamento de lesões cutâneas no Brasil, é comum a menção de AGE, uma vez que possuem

atividade comprovada na regeneração tecidual, promovendo quimiotaxia, angiogênese

mantendo o meio úmido (GODOY; PRADO; ALMEIDA, 2005). Por acelerarem o processo

de granulação tecidual, facilitam a entrada de fatores de crescimento, promovem mitose e a

proliferação celular (MANHEZI; BACHION; PEREIRA, 2008).

Existem vários óleos vegetais ricos em ácidos graxos essenciais, porém o óleo de

semente de linhaça (Linum usitatissimum L.) tem sido foco de diversos estudos, pela sua

composição rica em ácidos graxos poliinsaturados.

Portanto, o objetivo desse artigo foi realizar um levantamento bibliográfico que ressalte

o potencial terapêutico do óleo de linhaça, comprovando sua eficácia na prevenção e no

tratamento de úlceras de pressão.

2.0 PREVALÊNCIA DE ÚLCERAS DE PRESSÃO

As Escaras podem ser classificadas levando-se em conta o grau de destruição dos

tecidos lesionados, quanto mais camadas teciduais são comprometidas, maior o grau de

classificação da lesão. Comumente as UP desenvolvem-se em áreas onde existe pressão sobre

proeminências ósseas, tais como o sacro, ísquio, trocânter, ou menos freqüentemente o

calcâneo, região occipital, dorso do pé, o maléolo e a patela (COSTA et al, 2005) e podem ser

originadas pelos fatores extrínsecos e intrínsecos, como mostra a tabela abaixo:

Tabela 1: Principais fatores envolvidos na formação das úlceras de pressão

Fatores Extrínsecos Fatores Intrínsecos

Pressão

(sobre extremidades ósseas)

Imobilidade

Forças de tração Má perfusão / oxigenação tecidual

Forças de Fricção Estado Nutricional

Umidade Excessiva Idade

(Adaptado de ROCHA, MIRANDA & ANDRADE, 2006).

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Capítulo 1

26

A NPUAP, em 1989, preconizou quatro estágios fisiopatológicos: Nas úlceras grau I, a

pele encontra-se intacta, mas observa-se uma área eritematosa, quente ou edemaciada na

região sob pressão, mesmo após o alívio da pressão. Quando se evidencia uma perda parcial

da pele acometendo a epiderme, a derme ou ambas, apresentando úlcera como uma abrasão,

uma bolha ou cratera rasa é classificada como de grau II. Nas úlceras grau III as lesões são

mais profundas, observa-se a morte tecidual de todas as camadas da pele com formação de

uma cratera profunda. A de grau IV, a mais severa de todas, compromete não só a pele como

também músculos e tecidos ósseos (Figura 1) (PARISH et al., 2007).

Figura 1: Percurso morfológico da úlcera de decúbito (Adaptado de PARISH et al., 2007).

Os estudos sobre essa patologia têm possibilitado a verificação da evolução do quadro

clínico e a análise da incidência em pacientes hospitalizados (PARISH et al., 2007). Alguns

dados da literatura internacional estimam que entre 3% a 14% de todos os pacientes

hospitalizados atualmente desenvolvem úlcera de pressão. Nos portadores de problemas

crônicos e residentes em asilos para idosos (nursing homes), a incidência estimada é de 15% a

25%. Em ambiente hospitalar, a prevalência das úlceras de pressão é bastante alta, variando

de 2,7% a 29,5%. Pacientes tetraplégicos (60%) e idosos com fraturas de fêmur (66%)

atingem as mais altas taxas de complicações, seguidos por pacientes criticamente doentes

(33%). De uma forma geral, aproximadamente 40% dos pacientes com lesões medulares

desenvolvem, pelo menos, uma ulceração. E desses, de 7 a 8% podem vir a óbito decorrente

desta patologia (COSTA et al., 2005).

No Brasil não foram divulgados dados que demonstrem a incidência e prevalência em

hospitais. Contudo, empiricamente, podemos confirmar que o problema existe e é bastante

freqüente (BERGSTROM et al., 1992).

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Capítulo 1

27

3.0 TRATAMENTOS CONVENCIONAIS E PERSPECTIVAS

Os tratamentos atuais para UP englobam dois métodos: o cirúrgico e a aplicação de

curativos a base de solução salina, compostos enzimáticos ou compostos autolíticos. A

cirurgia é a maneira mais eficaz de retirar o tecido necrótico, evitando a infecção, geralmente

realizado em úlceras nas fases III e IV. Os curativos, que podem ser de Alginato de Cálcio,

Hidrocolóides, Colagenase, dentre outros, que são usados a depender da fase e das

características da escara (ROCHA; MIRANDA; ANDRADE, 2006).

Segundo a literatura, também podem ser utilizados Agentes Físicos no tratamento das

escaras. São eles, Lazer (He-Ne e Ga-As), Ultra-Som e Eletroestimulação. Esses métodos são

utilizados como coadjuvantes no tratamento, pois ainda não há comprovação científica de

suas eficácias (ROCHA; MIRANDA; ANDRADE, 2006).

A identificação e o tratamento precoce permitem uma redução significativa dos gastos.

O custo global do tratamento de uma úlcera de pressão grau IV é 10 vezes superior ao de uma

úlcera grau II. Portanto, devem ser efetuadas inspeções diárias da área ulcerada e um registro

semanal das suas características, como: estado, dimensão, exsudado, presença de tecido

necrótico, tecido de granulação, reepitelização ou sinais de celulite (ROCHA; MIRANDA;

ANDRADE, 2006).

Do ponto de vista da prevenção, são utilizados artifícios como, dispositivos de redução

de pressão (colchões, almofadas), otimização do estado nutricional do doente (dietas

adequadas) e massagens (óleos e emulsões hidratantes). Esses últimos recursos, denominadas

pelos profissionais como formulações a base ácidos graxos essenciais, para o tratamento de

feridas, apresenta apenas um ácido graxo essencial, o ácido linoléico (ômega 6), presente no

óleo de girassol com percentagem em torno de 40-75%, que é variável dependendo da área de

cultivo. O restante da composição apresenta ácidos graxos saturados comuns como ácido

caprílico, ácido cáprico, ácido capróico, ácido láurico, ácido palmítico e ácido mirístico.

4.0 ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS

Quimicamente, um ácido graxo consiste em uma série de átomos de carbono, unidos

uns aos outros por ligações simples (saturado) ou duplas (insaturado), com um grupo carboxil

e uma cauda hidrocarbonada chamada de grupo metil. São classificados de acordo com o

número de carbonos na cadeia, o número de ligações duplas e a posição da primeira ligação

dupla (MANHEZI, BACHION & PEREIRA, 2008). O ácido n-linoléico contém 18 Carbonos,

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Capítulo 1

28

duas ligações duplas, uma no C9 e outra no C12, na posição ômega6 (C18:2, delta9,12,

ômega6). O ácido linolênico contém 18 Carbonos, três ligações duplas, uma no C9, uma no

C12 e outra no C15, na posição ômega3 (C18:3, 9,12, 15, ômega3). Esses ácidos não podem

ser sintetizados pelos mamíferos, por não possuírem a enzima delta9- dessaturase, são assim

chamados de ácidos graxos essenciais (AGE) e devem ser obtidas obrigatoriamente a partir da

dieta (MANHEZI, 2008).

Figura 2: Estrutura química do ácido linoléico (a) e linolênico (b)

Inúmeros trabalhos comprovam que os triglicérides de cadeia média atuam de forma

positiva no processo de cicatrização, tanto por sua ação bactericida como por sua interferência

em diversas fases do processo. Atuam sobre a membrana celular, aumentando sua

permeabilidade; facilitam a entrada de fatores de crescimento; promovem mitose e

proliferação celular; estimulam a neoangiogênese e são quimiotáxicos para leucócitos

podendo ser usados em qualquer fase da cicatrização. Além disso, auxiliam o desbridamento

autolítico; são bactericidas para S. Aureus; pode ser usado para fazer o desbridamento prévio

para agilizar o processo de cicatrização, podendo ser usado diariamente

(MANDELBAUM,2003).

4.1 ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS E INFLAMAÇÃO

Os ácidos graxos essenciais, ácidos linoléico (ômega 6) e linolênico (ômega 3), são os

mais potentes mediadores pró-inflamatórios do metabolismo, especialmente o ácido linoléico,

já que este é responsável pela migração de granulócitos e macrófagos, ou seja, promove a

quimiotaxia (WENDT, 2005). Uma vez que eles não podem ser produzidos pelos mamíferos,

por não possuírem a enzima delta-9-dessaturase, são denominados essenciais (MOREIRA;

CURI; MANCINI-FILHO, 2002).

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Capítulo 1

29

A efetividade dos ácidos graxos essenciais nos problemas relacionados às lesões de

pele tem sido estudada desde 1929, quando foram realizadas as primeiras observações de

lesões de pele provocadas por uma deficiência nos níveis de ácidos graxos essenciais nos

alimentos que eram preparados (MARQUES et al., 2004). No homem adulto, a carência é

rara, mas se manifesta mais freqüentemente por problemas cutâneos como dermatoses

eczematiformes, retardo na cicatrização e problemas de equilíbrio lipídico do soro, de

coagulação e função plaquetária (MINAZZI-RODRIGUES; PENTEADO; MANCINI

FILHO, 1991).

Estes ácidos são essenciais para funções celulares normais, e atuam como precursores

para a síntese de ácidos graxos poliinsaturados de cadeia longa como os ácidos araquidônicos

(AA), eicosapentaenóico (EPA) e docosahexaenóico (DHA), que fazem parte de numerosas

funções celulares como a integridade e fluidez das membranas, atividade das enzimas de

membrana e síntese de eicosanóides como as prostaglandinas, leucotrienos e tromboxanos

(MANHEZI; BACHION; PEREIRA; 2008). Estes, por sua vez, possuem capacidade de

modificar reações inflamatórias e imunológicas, alterando funções leucocitárias e acelerando

o processo de granulação tecidual (JAMES; GIBSON; CLELAND, 2000).

Sintomaticamente a inflamação é caracterizada por dor, vermelhidão, e inchaço,

inflamação excessiva ou desordenada também implica a perda de função. Esta patologia

clínica resulta da liberação de mediadores inflamatórios, predominantemente a partir de

ativação de leucócitos que migram para a área de destino. Entre os principais

mediadores inflamatórios são o N26 eicosanóides, prostaglandina E2 (PGE2) e leucotrieno B4

(LTB4), que são obtidas a partir de ácidos graxos poliinsaturados (AGP) n-6 ácido

araquidônico (AA; 20:4 N26) (HENDERSON; PETTIPHER; HIGGS, 1987). Igualmente

importantes são as citocinas, interleucina1b (IL-1b) e o fator de necrose tumoral (TNF-a)

(AREND; DAYER, 1995) (ELLIOT et al, 1994). Neste sentido, a farmacoterapia

inflamatória, muitas vezes, visa à inibição da produção dos mediadores inflamatórios e assim

a possibilidade terapêutica de incorporar ácidos graxos n-3 e n-9 na dieta devido a interações

competitivas.

A prostaglandina 2 (PGE2) e o leucotriendo B4 (LTB4) têm ações próinflamatórias,a

PGE2 pode causar dor e vasodilatação enquanto que o LTB4 é uma sustância quimiotáxica

ativadora de neutrófilos, juntos eles podem causar fuga e extravasamento de líquido (JAMES;

GIBSON; CLELAND, 2000).

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(linum usitatissimum) com ação cicatrizante para tratamento e prevenção de ulceras de pressão.

Capítulo 1

30

Assim, os mediadores lipídicos podem estar envolvidos na dor, vermelhidão, inchaço e

ocorre na inflamação aguda. O AA é o progenitor das duas PGE2 e LTB4 através da

cicloxigenase e 5-lipoxigenase enzimática vias, respectivamente, EPA, a n23 homólogo de

AA, pode inibir o metabolismo do AA competitivamente através destas vias enzimáticas e,

portanto, pode suprimir a produção de mediadores inflamatórios.

A EPA é um potencial substrato para cicloxigenase substrato sintetizar a PGE3, que

também tem atividade inflamatória, apesar da síntese da PGE3 ocorrer com baixa eficiência

ou não a todos. Assim, o aumento da oferta de n23 pode mudar o equilíbrio dos eicosanóides

produzidos gerando menor grau de inflamação (JAMES; GIBSON; CLELAND, 2000)

(Figura 2).

Esse mecanismo pode ser bastante útil no combate às UP Nível I, onde a região da

pele apresenta-se vermelha e edemaciada, se abertura da lesão, em que massagens progressiva

com óleo de linhaça, rico em ácidos n3 e n9, pode reduzir o processo inflamatório impedindo

abertura da lesão (JAMES; GIBSON; CLELAND, 2000)

Figura 3: Efeitos de ácidos graxos n-3 e n-9 na produção de mediadores da inflamação.

4.2 ÓLEO DE LINHAÇA COMO FONTE DE ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS

Dentro do tratamento com AGE para UP encontram-se três subgrupos: a) Derivados do

ácido linoléico: DERSANI®, ATIVODERM®, AGE DERM®, SANPELE®; b) Derivados

do ácido linoléico com lanolina: SOMMCARE®, SANISKIN®, PIELSANA®; c) Derivados

do ácido ricinoléico da mamona: HIG MED®. Tais formulações podem ser usadas em todos

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Capítulo 1

31

os tipos de lesão, nos diversos estágios do processo cicatricial e como preventivo de lesões

(MANDELBAUM, DI SANTIS & MANDELBAUM, 2003).

Para suprir as possíveis carências nessas formulações, também são adicionados

outros componentes à formulação que são capazes de promover a hidratação da pele, como a

lanolina, ácidos ricinoléico, vitamina A e vitamina E.

Nos óleos vegetais, os óleos de canola e soja apresentam concentrações significativas do

ácido alfa-linolênico, porém a maior concentração ocorre no óleo de linhaça (MARTIN, et al,

2006).

A semente de linhaça (Linum usitatissimum) é de origem asiática e pertencente à

família Linaceae, tem cor marrom avermelhada ou amarela, chata, oval, pontiaguda de sabor

levemente amargo. É fonte de ácidos graxos essenciais contendo 39% de óleo na sua

composição tais como ácido oléico (ômega 9), ácido linoléico (ômega 6) e ácido linolênico

(ômega 3) com composição média por mol de 14-30 %, 14-25 % e 45-60 % respectivamente.

Contém minerais (potássio, sódio, magnésio, fósforo, ferro, cobre, zinco, manganês e selênio),

vitaminas (A, E, B1, B6, B12), proteínas e fibras, além de lignanas, fitoestrógenos que podem

ser metabolizados em enterolignanas metabolicamente ativas no intestino (COVINGTON,

2004).

Dessa forma, pode ser acrescido a formulações tópicas para o tratamento de psoríase,

rosácea e envelhecimento da pele. O uso tópico do óleo permite ao corpo de absorver alguns

dos ácidos graxos essenciais necessários para uma atividade celular saudável. O óleo de

linhaça pode amaciar e cicatrizar abrasões da pele, diminuir o eritema e edema de lesões

cutâneas e promover a saúde e a hidratação da pele. No eczema pode ser aplicado diretamente

sobre a pele. (GARCIA, 1994).

Esse ativo produz uma ação de cicatrização da ferida e acelera a recuperação do epitélio

nas membranas mucosas da cavidade oral. Devido à capacidade de formação de uma película

protetora elástica, óleo de linhaça foi recomendado para a preparação de curativos rápido

espessamento e aplicações no tratamento da periodontite. O extrato obtido da semente de

linhaça é usado para o tratamento da gengivite erosiva e ulcerosa (TOLKACHEV1;

ZHUCHENKO JR, 2000).

Além disso, estudos em várias áreas apontam os AGE, como potenciais tratamentos para

patologias, hoje, tratadas com princípios ativos sintéticos ou semi-sintéticos, que em vários

casos trazem consigo efeitos indesejáveis. No caso das doenças cardiovasculares, os ômega 3,

estão sendo estudados para que também possam atuar na prevenção dessas, causando redução

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Capítulo 1

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da lipemia pós-prandial, que está relacionada com a progressão da aterosclerose (CUPPARI,

2002). De acordo com TORRES & MACHADO (2001), esses ácidos graxos agem

diminuindo os níveis de triglicerídeos e colesterol, aumentando a fluidez sanguínea e

reduzindo a pressão arterial.

Por fim, alguns estudos desenvolvidos por PINHEIRO JR et al. (2007), relatam o quadro

caracterizado como “síndrome do olho seco”, ceratoconjuntivite seca (CCS) ou simplesmente

olho seco (OS), uma das doenças mais comuns da prática oftalmológica . Foi desenvolvida

uma terapia oral com óleo de linhaça, em cápsulas. Estudos preliminares apontam uma

redução da inflamação na superfície ocular e melhora os sintomas de olho seco em pacientes.

Partindo desse entendimento, e da ausência de formulação farmacêuticas registradas como

medicamentos, o óleo de linhaça é uma opção diferenciada na formulação de formas semi-

sólidas que podem atuar tanto na prevenção das escaras, como nas ulcerações abertas (Fase II,

III e IV). O principal interesse no estudo do uso do óleo de linhaça, para tal finalidade, é a

possibilidade de obtenção de uma concentração, de AGE, superior a dos demais óleos

utilizados nos cosméticos atuais, como o óleo de girassol.

5.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A úlcera de pressão é uma patologia amplamente acometida no mundo e, portanto,

vem sendo estudada afim de que se possa amenizar ou extinguir o desconforto causado em

pacientes acamados e com lesões medulares, a população mais acometida. Ademais, os custos

relacionados com essa patologia aumentam significantemente, principalmente, com o

agravamento da lesão.

Existem vários tratamentos aplicáveis: físicos e químicos, como: a cirurgia, o curativo

e, para prevenção, a massagem com óleos ou emulsões enriquecidos com hidratantes e

emolientes que venham a restaurar a saúde do tecido cutâneo.

Nesse contexto, o óleo de linhaça surge como uma alternativa de ampla utilização, por

causa de sua composição rica em elementos antioxidantes, mediadores de processos

antiinflamatórios e promotores da regeneração tecidual. Seu alto rendimento de Ácidos

Graxos Essenciais, principalmente o Ácido Linolênico (de 45-60%), além de vitaminas

oleosas e minerais, é capaz de propiciar maior eficácia terapêutica em feridas crônicas, como

demonstrado teoricamente ao longo de todo o trabalho.

Por fim, vale ressaltar a importância dos produtos naturais do desenvolvimento

tecnológico de novas formas farmacêuticas para o tratamento de patologias. Cada vez mais,

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Capítulo 1

33

são buscadas, em plantas, composições farmacologicamente favoráveis a várias patologias,

tanto de uso sistêmico, quanto local.

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Capítulo 1

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(linum usitatissimum) com ação cicatrizante para tratamento e prevenção de ulceras de pressão.

Capítulo 2

37

Capítulo 2

4. Caracterização do Óleo de Linhaça

Caracterização Fisico-Química e Termo-Oxidativa de Óleo de Linhaça para utilização

em Formulações Farmacêuticas

(Artigo a ser submetido a Revista Brasileira de Farmácia)

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Capítulo 2

38

Caracterização Fisico-Química e Termo-Oxidativa de Óleo de

Linhaça para utilização em Formulações Farmacêuticas

Pessanha, A.F.V.

1; Rolim, L.A.

1; Alves, L.D.S.

1; Silva, R.M.F.

1,2; Rolim-Neto, P.J

1,*; Góes

A3.

1Departamento de Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal de Pernambuco;

2Laboratório de P&D Farmacotécnico, Universidade Federal do Pará;

3Departamento de Antibióticos, Universidade Federal de Pernambuco.

RESUMO

A linhaça (Linum usitatissimum L.) é uma das maiores fontes dos ácidos graxos essenciais,

seu óleo é rico em ômega 3 e ômega 6, conhecidos por exercerem atividade antioxidante. O

óleo foi caracterizado de acordo com os métodos padrões de análise de óleos e gorduras da

Farmacopéia Brasileira IV edição e métodos descritos pelo Instituto Adolf Lutz. Os ácidos

graxos presentes no óleo foram identificados e quantificados por meio de Cromatografia

Gasosa. Através das análises de Índice de Ácidez e Peróxidos, pôde-se averiguar que para

ambos os parâmetros o óleo apresenta-se dentro dos limites estipulados pela Agência

Nacional de Vigilância Sanitária, obtendo-se 0,47 g de ácido oléico / 100g e 1,64 mEq/Kg

respectivamente. Baseado nos estudos realizados, é possível inferir que o óleo atende os

requisitos de qualidade para sua utilização em formulações farmacêuticas.

Palavras-chave: óleo de linhaça, atividade antioxidante, caracterização físico-química

ABSTRACT

Flaxseed (Linum usitatissimum L.) is one of the greatest sources of essential fatty acids, oil is

rich in omega 3 and omega 6, known to exert antioxidant activity. The oil was characterized

according to standard methods of analysis of fats and oils from Brazilian Pharmacopoeia

edition and methods described Adolf Lutz Institute. The fatty acids present in the oil were

identified and quantified by gas chromatography. Chemical analysis of acidity and peroxides,

we could verify that the parameters for both the oil has to be within the limits stipulated by

the National Agency for Sanitary Vigilance, we obtained 0.47 g of oleic acid / 100g and 1,64

mEq / kg respectively. Based on studies, it is possible to infer that the oil meets the quality

requirements for use in pharmaceutical formulations.

Keywords: linseed oil, antioxidant activity, physicochemical characterization

INTRODUÇÃO

Matérias-primas vegetais como plantas, farmacógenos ou derivados (extratos, tinturas,

óleos essenciais ou produtos secos) têm sido largamente empregadas em farmácias de

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(linum usitatissimum) com ação cicatrizante para tratamento e prevenção de ulceras de pressão.

Capítulo 2

39

manipulação e indústrias farmacêuticas. O que mais preocupa a comunidade científica é o uso

de novas espécies vegetais como medicamentos e que não apresentam dados comprovados de

ação biológica, toxicidade (avaliada na espécie humana), efeitos colaterais, segurança,

eficácia e outros. Apesar dos fitoterápicos possuírem constituintes ativos naturais, devem ser

avaliados como medicamentos e, portanto, submetidos a rígidos controles que devem ser

empregados em cada fase da idealização, avaliação e obtenção do mesmo.(SILVA JUNIOR &

PEREIRA, 2009).

É de suma importância a caracterização físico-química da matéria-prima vegetal, pois,

dessa forma se permite estabelecer uma carta de identidade do produto, possibilitando sua

padronização e avaliação de sua pureza, tornando-o adequado para realização de estudos de

pré-formulação, principalmente por se tratar de um produto vegetal novo (ALVES et al,

2008).

A linhaça (Linum usitatissimum L.) é utilizada na indústria farmacêutica na sua forma de

cápsulas oleosas para suplementação alimentar, uma vez que é uma das maiores fontes dos

ácidos graxos essenciais. Seu óleo é rico em ômega 3 e ômega 6, conhecidos por exercerem

atividade antioxidante (MAYES, 1994).

O objetivo deste trabalho foi realizar a caracterização físico-química e determinar a pureza

do óleo de linhaça por cromatografia gasosa.

MATERIAL E MÉTODOS

Foi utilizada como matéria-prima o óleo de linhaça dourada extração a frio Lino Oil®

já adicionado de Vitamina E, como antioxidante na concentração de 0,02%.

A caracterização físico-química foi realizada, em triplicata, no Laboratório de

Tecnologia de Medicamentos, da Universidade Federal de Pernambuco e no Laboratório de

Experimentação e Análise de Alimentos, da Universidade Federal de Pernambuco . O óleo foi

caracterizado de acordo com os métodos padrões de análise de óleos e gorduras da

Farmacopéia Brasileira IV(1998) edição e métodos descritos pelo Instituto Adolf Lutz (2008).

Determinações da densidade relativa, do índice de refração, da viscosidade e de água e

sedimentos

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Capítulo 2

40

As determinações da densidade relativa, do índice de refração, da viscosidade e de

água e sedimentos foram realizadas segundo a Farmacopéia Brasileira IV edição (1998).

Índice de acidez

O índice de acidez foi realizado de acordo com o método proposto pelo Instituto Adolf

Lutz (2008). Foram pesados 2 g da amostra e dissolvidos em 25 mL de uma solução éter-

alcool (2:1). Adicionaram-se 2 gotas de fenolftaleína a 1%, com posterior titulação com a

mistura de hidróxido de sódio 0,1M, até o aparecimento da cor rósea persistente por 30 seg.

(IAL, 2008)

Índice de Peróxidos

Uma amostra de 5 g de óleo foi dissolvida em 30 mL de solução ácido acético-

clorofórmio (3:2) com leve agitação, seguindo-se da adição de 0,5 mL de solução saturada de

iodeto de potássio. A mistura foi deixada em repouso, ao abrigo da luz, por um minuto.

Adicionaram-se 30 mL de água destilada. Titulou-se a mistura com tiossulfato de sódio 0,1N,

em constante agitação, até o desaparecimento da cor amarela, Adicionou-se solução de amido

a 1%, até o desaparecimento da cor azul. (Instituto Adolf Lutz, 2008)

Determinação da reologia

A reologia dos sistemas foi obtida utilizando um viscosímetro Brookfield®.

Para determinação das viscosidades foram utilizados 15mL dos sistemas e o

comportamento reológico das amostras foram analisadas aumentando gradativamente a

velocidade de rotação do Spindle (0 a 100 rpm), em ambiente com temperatura de 25°C ±

2°C.

A partir dos resultados de viscosidade obtidos foi elaborado um gráfico da medida da

área de histerese formada entre a curva ascendente e descendente dos reogramas,

relacionando-se as viscosidades obtidas em função da tensão de cisalhamento.

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Capítulo 2

41

Doseamento de Ácidos Graxos Essenciais

As análises foram feitas em um cromatógrafo à gás de alta resolução Shimadzu®

modelo GC 14-B por detecção em chama. Foi utilizada uma coluna capilar HP-Innowax

Agilent® de sílica fundida com revestimento de polietilenoglicol. O gás de arraste foi o hélio

com fluxo de 1 mL/min, split 1:20, temperatura do injetor de 200ºC, temperatura do detector

220ºC. A temperatura inicial da coluna foi 40ºC aquecida a uma razão de 40ºC/min até 150ºC

e à 1,7ºC/min até 201ºC. O volume de injeção foi 1µL.

A identificação qualitativa dos ésteres dos ácidos graxos foi realizada através da

comparação entre os cromatogramas do padrão de ésteres de ácidos graxos da Supelco®

(contendo uma mistura de 37 ácidos graxos).

Os triacilgliceróis do óleo foram esterificados seguindo a metodologia da IUPAC

(União Internacional de Química Pura e Aplicada). Foram pesados 50 mg da amostra do óleo

de linhaça, adicionados 4 mL de hexano e 0,2 mL de uma solução metanólica de KOH (2

moles/L) e, em seguida, centrifugados por 5 min. Foram adicionados 2 mL de solução

saturada de NaCl e deixada em repouso por 24 h, para a separação da fase orgânica. Esta

amostra foi injetada no cromatógrafo gasoso (Guedes, 2010).

Espectrofotometria na região do Ultravioleta

A amostra do óleo de linhaça foi analisada dissolvendo 0,1 mL de óleo em

diclorometano, sendo o volume completado para 10 mL com o mesmo solvente (Araújo,

2007). Após a leitura do branco com diclorometano, foi realizada uma varredura na faixa

compreendida (UV-mini, Shimatzu®) entre 200 e 400nm.

Espectroscopia na região do Infra vermelho

Os espectros foram obitidos na região entre 4000 a 400 cm-¹ em espestofotômetro

modelo Spectrum 400 (PerkinElmer®).

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(linum usitatissimum) com ação cicatrizante para tratamento e prevenção de ulceras de pressão.

Capítulo 2

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Estudos de Análise Térmica

Foram realizadas análises de calorimetria exploratória diferencial (DSC) e

termogravimetria (TG) (Modelo: 60H - Shimatzu), verificou-se variação de massa em função

da temperatura, utilizando-se uma faixa de temperatura de 25-600ºC, sob um fluxo de gás 50

ml/min. As amostras pesaram 4,0 mg (± 0,2mg) e 10mg (± 0,5mg) para o DSC e TG,

respectivamente.

Estudos de Estabilidade Preliminar

O estudo foi realizado em câmara climática devidamente certificada em temperatura e

umidade adequadas, conforme preconiza a resolução RE nº1 de 29 de julho de 2005, da

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Foi realizado um estudo de estabilidade

acelerado com duração de 30 dias, a câmara climática foi certificada a uma temperatura de

40ºC e umidade ± 75%. As amostras foram submetidas as análises de cromatografia gasosa

para a quantificação de ácidos graxos após esse perído (Brasil, 2005).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Caracterização Físico-Química do Óleo de Linhaça

O óleo de Linhaça utilizado para a caracterização apresentou a coloração amarelo

mesmo após o teste de estabilidade acelerada de 30 dias em câmara climática. Sua massa

específica a 25ºC foi de 0,9296 g/cm³, estando de acordo com os resultados descritos em

CAMPESTRE (2011) e OLVEPIN (2011). A concentração do antioxidante presente no óleo

de linhaça, vitamina E 0,02%, esta dentro do estabelecido pelo handbook de excipientes 3ª

Edição 0,001% a 0,05% (KIBBE, 2000.)

A ANVISA através da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 270/2005 preconiza a

regulamentação técnica para óleos e gorduras vegetais. Nesta admite-se o limite máximo para

índice de acidez 4,0g de ácido Óleico/100g de amostra e índice de peróxidos 15 mEq/kg para

óleos e gorduras prensados a frio não refinados. Os resultados obtidos nas análises do óleo

utilizado obteve-se 0,47 g de ácido Oléico / 100g e 1,64 mEq/Kg para os índices,

respectivamente, atendendo as especificações.

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Capítulo 2

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A média do Índice de Refração do óleo de linhaça estudado foi de 1,4725. O índice de

refração pode ser afetado pelo teor de ácidos graxos livres, oxidação e tratamento térmico

(EPAMINONDAS, 2009). Foi realizada a determinação de água e sedimentos e não houve

nenhuma alteração da amostra nem o aparecimento de sedimentos.

Viscosidade

Figura 7. Análise da viscosidade do óleo de Linhaça

O óleo de linhaça apresentou um caráter não newtoniado pseudoplastico, onde a

viscosidade aparente diminuiu com o aumento da tensão de cisilhamento (RPM) como mostra

o gráfico acima. Segundo AULTON (2005), a presença de moléculas longas, de elevada

massa molecular, sob influência de tensão tendem a tornar-se desembaraçadas e alinhar-se na

direção do fluxo, oferecendo menos resistência e, com isso, contribuindo para a diminuição da

viscosidade.

Quantificação de Ácidos Graxos Essenciais

O perfil lipídico foi obtido através do cromatograma mostrado abaixo (Figura 2) e a

quantificação dos ácidos graxos essenciais demonstrados na tabela 1.

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Capítulo 2

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Figura 8 Cromatografia Gasosa do Óleo de Linhaça

Segundo LAMPE(2006), a composição média de ácidos graxos essenciais no óleo de linhaça

varia entre 14-30 %, 14-25 % e 45-60 % de ácido oléico (ômega 9), ácido linoléico (ômega

6) e ácido linolênico (ômega 3), respectivamente. Pode identificar os ácidos graxos estudados

através do tempo de retenção do cromatograma apresentado sendo o ômega 9 em 17.088,

ômega 6 em 25.437 e ômega 3 em 30.297. Abaixo no cromatograma do padrão pode-se

evidenciar os picos dos ácidos estudados no números 18 (ácido oléico), 20 (ácido linoléico) e

24 (ácido linolênico).

Figura 3 Cromatografia Gasosa do padrão SUPELCO® para 37 ácidos graxos

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Capítulo 2

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Ácidos Graxos Essenciais Teor (%)

Ácido Oléico

16,4119

Ácido Linoléico

19,1365

Ácido Linolênico

59,2765

Tabela 2 Quantificação dos ácidos graxos essenciais presentes no óleo de linhaça LinoOil®

.

Espectrofotometria na região do Ultravioleta.

Pode ser observada uma maior absorvância na amostra após o estudo de estabilidade.

Isso ocorreu, possivelmente, por causa da degradação da Vitamina E, que devido a sua

estrutura química e possuir elétrons com menor energia de ativação (grupos cromóforos).

Por estar antes de 250nm, não está dentro da região do visível.

Figura 4 Espectofotomeria na região do UV-visível do Óleo de Linhaça antes e após Estudo

de Estabildade Acelerado Preliminar.

Espectroscopia na região do Infravermelho

O Óleo de Linhaça foi analisado antes e após o estudo de estabilidade acelerada.

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Capítulo 2

46

Figura 5. Espectros vibracionais no Infravermelho (A) – Óleo de Linhaça após estudo

de Estabilidade; (B) – Óleo de linhaça antes do estudo de Estabilidade

Segundo FONSECA & YOSHICA (2009), a banda de estiramento de carbonila em

1736 cm-1

e das carbonilas em 1164 e 1100cm-1

são indicativos da ligação éster no

triacilglicerol. Em 3010cm-1

, são as duplas =C-H não conjugadas na posição cis. A oxidação

da amostra provoca alterações na matriz com o alargamento da banda de absorção do grupo

carbonila (C=O) em aproximadamente 1700cm-1

. Na amostra analisada não foram

encontrados alargamentos significativos, por isso não demonstrando oxidação da mesma após

o estudo de estabilidade de 30 dias.

Estudos de Análise Térmica

As principais alterações químicas que ocorrem nos óleos vegetais são por processos

químicos como a auto-oxidação, a polimerização térmica ou a oxidação térmica, que podem

ser acelerados pelo calor, luz (foto-oxidação), ionização, traços de metais ou catalisadores.

Além destas reações, outras são simultaneamente desencadeadas levando à polimerização da

matriz por meio das ligações cruzadas “cross-linking” entre as cadeias de ácidos graxos de

uma molécula do triacilgliceróis. (FONSECA & YOSHICA, 2009).

O estudo foi realizado com o óleo de linhaça antes (Amostra 1) e após( Amostra 2) ser

submetido a estudo de estabilidade acelerada em câmara de 30 dias. No TG da amostra

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Capítulo 2

47

1(Figura 6), observa-se estabilidade térmica até aproximadamente 200ºC. Já na amostra 2

(Figura7) essa estabilidade térmica ocorre até aproximadamente 300ºC. Após essa etapa,

ocorre o primeiro estágio com a degradação de ácidos graxos livres, ácidos esteárico,

palmítico e palmitoleico (Garcia et al, 2004) para ambas, que seguem com perda de massa de

95,08% em um processo que se encerra em 492ºC. Vale salientar que para Vasconcelos

(2009) a perda de massa entre 180ºC e 370ºC ocorro devido a degradação dos

triacilglicerídeos e em seguida a oxidação das cadeias poliinsaturdas.

Figura 6 Termogravimetria Diferencial do Óleo de Linhaça antes do estudo de Estabilidade

Figura 7 Termogravimetria Diferencial do Óleo de Linhaça após estudo de Estabilidade

Acelerada de 30 dias

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Capítulo 2

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CONCLUSÃO

O Óleo de Linhaça, dentre os demais óleos vegetais, se mostra como uma matéria

prima rentável à indústria farmacêutica para a obtenção de ácidos graxos essenciais, uma vez

demonstrado o alto teor A.G.E. por mol.

Após a análise de todos os parâmetros estudados, pode-se concluir que a amostra

submetida aos testes de controle de qualidade atendem aos padrões estabelecidos pela

ANVISA e outros que foram encontrados nas literaturas descritas no presente trabalho.

Vale salientar que a utilização da vitamina E como antioxidante para óleos vegetais

pode ser considerada preliminarmente satisfatória, visto resultados obtidos com a amostra do

óleo após o estudo de estabilidade acelerado de 30 dias.

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Capítulo 2

50

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Pessanha, A.F.V. Desenvolvimento de formas farmacêuticas semi-sólidas à base de óleo de linhaça

(linum usitatissimum) com ação cicatrizante para tratamento e prevenção de ulceras de pressão.

Capítulo 3

51

Capítulo 3

5. Desenvolvimento da Forma Farmacêutica

Desenvolvimento e caracterização físico-química de Pomada a base de

óleo de linhaça para o tratamento de Úlceras de Pressão

(Artigo a ser submetido a Revista Brasileira de Farmácia Básica e Aplicada)

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(linum usitatissimum) com ação cicatrizante para tratamento e prevenção de ulceras de pressão.

Capítulo 3

52

Desenvolvimento e caracterização físico-química de Pomada a

base de óleo de linhaça para o tratamento de Úlceras de Pressão

Pessanha, A. F.V1.; Rolim, L.A

1.; Alves, L.D.S

1.; Góes A.

2; Rolim-Neto, P.J

1.

1. Universidade Federal de Pernambuco, Departamento de Ciências Farmacêuticas,

Laboratório de Tecnologia dos Medicamentos, Rua Prof. Arthur de Sá, S/N, Cidade

Universitária, CEP: 50740-521, Recife-PE, Brasil.

Universidade Federal de Pernambuco, Departamento de Antibióticos, Laboratório de Síntese

de Substâncias de Índice Terapêutico, Rua Prof. Arthur de Sá, S/N, Cidade Universitária,

CEP: 50740-521, Recife – PE, Brasil.

RESUMO

A linhaça, de origem asiática, cujo nome botânico é Linum usitatissimum pertence à família

Linaceae, é fonte de ácidos graxos tais como ácido oléico (ômega 9), ácido linoléico (ômega

6) e ácido linolênico (ômega 3). O objetivo deste trabalho foi o desenvolvimento de uma

pomada hidrofóbica a base de óleo de Linhaça e sua caracterização. Para isso foram

formulados e submetidos a estudos de estabilidade preliminares oito lotes de bancada, que

posteriormente foram caracterizados quanto às metodologias descritas na Farmacopéia

Brasileira IV. Os lotes compostos por silicone ou ausentes de parafina branca não se

comportaram de maneira satisfatória, havendo separação de fases. Os demais lotes foram

avaliados segundo testes de espalhabilidade e viscosidade, além de análise térmica, se

mostrando como uma formulação promissora no desenvolvimento de um medicamento a base

de óleo de Linhaça.

Palavras-chave: Pomada, óleo de linhaça, caracterização físico-química

ABSTRACT

Ointments are semi-solid pharmaceutical preparetions with adhesion to the surface of

application. Flaxseed, os Asian origin, whose botanical name is Linum usitatissimum belongs

to family of Linaceae, is source of fatty acids such as oleic acid (omega9), linoleic acid

(omega 6) and linolenic acid (omega 3). The objective was to develop a hydrofobic ointment

base oil Flaxseed and its characterization. For thatwere formulated and submitted to a

accelerated stability studies eight lots, wich subsequently were characterized by methods

described in Brazilian Pharmacopeia. Batches of silicone or white paraffin missing did not

behave satisfactorily, with phase separation. The others were evaluated following testo f

spreadability and viscosity, besides thermal analysis, showing itself as promising formulation

to develop a drug base on flaxseed oil.

Keywords: Ointment, linseed oil, physic-chemical characterization

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(linum usitatissimum) com ação cicatrizante para tratamento e prevenção de ulceras de pressão.

Capítulo 3

53

INTRODUÇÃO

Os produtos naturais podem ser tão eficientes quanto os produzidos por síntese

química, contudo a transformação de uma planta em um medicamento deve visar à

preservação da integridade química e farmacológica do vegetal, garantindo a constância de

sua ação biológica e a sua segurança de utilização, além de valorizar seu potencial terapêutico

(TOLEDO et al, 2003).

A linhaça, de origem asiática, cujo nome botânico é Linum usitatissimum pertence à

família Linaceae e é fonte de ácidos graxos tais como ácido oléico (ômega 9), ácido linoléico

(ômega 6) e ácido linolênico (ômega 3), com composição média por mol de 14-30%, 14-25%

e 45-60% respectivamente (COVINGTON, 2004).

Úlceras de pressão (UP), de decúbito ou escaras, são lesões cutâneas ulcerosas

decorrentes de isquemia tecidual em regiões comprimidas e/ou friccionadas por longo período

de tempo (BLANES et al., 2004). A pele, por ser mais resistente que o tecido subcutâneo,

permite o aparecimento de tumoração amolecida, que pode infectar-se em caso de bacteremia

(infecção endógena) (SHNEIDER, 2010). A cicatrização da ferida é otimizada em ambiente

úmido, isto porque a síntese do colágeno e a formação do tecido de granulação são

melhoradas, ocorrendo com maior rapidez (TAYAR; PETERLINI; PEDREIRA, 2007).

As pomadas são preparações semissólidas, de consistência mole, destinadas ao uso na

pele e mucosas. Devem ser plásticas para que modifiquem sua forma com pequeno esforço

mecânico e se adaptem ao relevo do local onde estão sendo aplicadas. Um dos excipientes

utilizados nessas formulações é a vaselina sólida que proporciona um efeito oclusivo, o que

melhora a penetração e ação dos princípios ativos (BORELLA et al, 2010).

Esse artigo tem como objetivo o desenvolvimento de uma pomada hidrofóbica e base de

ólto de linhaça como princípio ativo para o tratamento de úlceras de pressão.

MATERIAL E MÉTODOS

Preparação das formulações

Foram manipulados 8 lotes de bancada com 50g, seguindo um planejamento quali-

quantitativo, segundo a tabela abaixo:

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Capítulo 3

54

Lotes de Bancada

Componentes LB 1*

LB2 LB3 LB4 LB5 LB6 LB7 LB8

Óleo de Linhaça 5% 5% 5% 5% 5% 5% 5% 5%

Vaselina Sólida q.s.p q.s.p q.s.p q.s.p q.s.p q.s.p q.s.p q.s.p

Vaselina

Líquida

- - 10% - 10% - - 10%

Cera de Abelha

(Grau

farmacêutico)

- - - 5% 5% 5% 5% 5%

BHT 0,02% 0,02% 0,02% 0,02% 0,02% 0,02% 0,02% 0,02%

Silicone 3% 3% 3% - - - 3% 3%

Parafina Branca 5% 5% 5% - - 5% 5% 5%

Parabenos

(Nipagin/Nipazol)

0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2%

Tabela 1 – Lotes de bancada das pomadas

As pomadas foram obtidas pela adição do metilparabeno e propilparabeno e o

butilhidroxitolueno (BHT) (previamente dissolvidos em propilenoglicol) ao óleo de linhaça.

Em seguida foi adicionada a base da pomada em temperatura de 25ºC, cuja constituição foi

realizada uma planificação qualitativa e qualitativa de excipientes, conforme mostra a Tabela

1. As pomadas foram acondicionadas em embalagens plásticas hermeticamente fechadas.Ao

lote 1 foi adicionada a base em temperatura superior a 25ºC, ocorrendo a formação de

grânulos.

A concentração utilizada de óleo de linhaça foi baseada em um estudo realizado

previamente no Departamento de Fisiologia da UFPE, no qual o protocolo foi aprovado pelo

comitê de ética da UFPE.

A caracterização físico-química da forma farmacêutica foi realizada em triplicata, no

Laboratório de Tecnologia de Medicamentos, da Universidade Federal de Pernambuco. A

pomada foi caracterizada de acordo com os métodos padrões de análise de semissólidos da

Farmacopéia Brasileira IV, entre outros ensaios pertinentes descritos na literatura como

espalhabilidade.

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Capítulo 3

55

Aspecto Macroscópico

Foram observados o aspecto, cor e odor assim como uma eventual separação de fases.

Determinação do pH

A determinação do pH das formulações foi realizada utilizando papel indicador

universal de pH (Merck®).

Determinaçãoda Espalhabilidade

Para determinação da espalhabilidade uma placa-molde circular de vidro (diâmetro =

20 cm; espessura = 0,3 cm), com orifício central de 1,2 cm de diâmetro, foi colocada sobre

uma placa suporte de vidro (20 cm x 20 cm). Sob essa placa posicionou-se uma folha de papel

milimetrado e uma fonte luminosa. Uma amostra de cada lote foi introduzida no orifício da

placa e a superfície foi nivelada com espátula. Após, a placa-molde foi cuidadosamente

retirada. Sobre a amostra foi colocada uma placa de vidro de peso pré-determinado. Depois de

um minuto, foi calculada a superfície abrangida, através da medição do diâmetro em duas

posições opostas, com auxílio da escala do papel milimetrado e com posterior cálculo do

diâmetro médio.

Este procedimento foi repetido acrescentando-se novas placas, em intervalos de um

minuto, registrando-se a cada determinação a superfície abrangida pela amostra e o peso da

placa adicionada até um número máximo de 19 placas (Knorst, 1991)

A espalhabilidade (Ei), determinada a temperatura de 24 ± 2 ºC, foi calculada através da

equação:

Onde: Ei = espalhabilidade da amostra para peso i (mm2); d = diâmetro médio (mm)

A espalhabilidade máxima foi considerada como o ponto no qual a adição de peso não

ocasionou alterações significativas nos valores da espalhabilidade, e o esforço limite

corresponde ao peso que resulta na espalhabilidade máxima.

Espectroscopia na região do Infra vermelho

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Capítulo 3

56

Foi realizado a Espectroscopia IV com o lote de bancada final, para a averiguação da

interação deste com a materia-prima. O espectro foi obtido na região entre 4000 a 400 cm-¹

em espestofotômetro modelo Spectrum 400 (PerkinElmer).

Estudos de Análise Térmica

Foram realizadas análises de calorimetria exploratória diferencial (DSC) e

termogravimetria (TG) (Modelo: 60H - Shimatzu), verificou-se variação de massa em função

da temperatura, utilizando-se uma faixa de temperatura de 25-600ºC, sob um fluxo de gás 50

ml/min. As amostras pesaram 10,0 mg (± 0,5mg) e 15mg (± 0,5mg) para o DSC e TG,

respectivamente.

Estudos de Estabilidade Acelerado

O estudo foi realizado em câmara climática devidamente certificada em temperatura e

umidade adequadas, conforme preconiza a resolução RE nº1 de 29 de julho de 2005, da

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). No estudo de estabilidade acelerado, a

câmara climática foi certificada a uma temperatura de 40ºC e umidade ± 75ºC. (Brasil, 2005).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Caracterização Físico-Quimica

Os lotes apresentaram coloração semelhante e odor característico mesmo após o teste

de estabilidade acelerado em câmara climática.

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Capítulo 3

57

Figura 1- Lotes de bancada das pomadas hidrofóbicas a base de óleo de linhaça

O lote de bancada 1, apresentou problemas no processo de formulação, apresentando-

se com aspecto arenoso após adicionado o silicone. Por este motivo, não apresentou qualidade

satisfatória para os aspectos macroscópicos, sendo retirado do processo de caracterização das

pomadas.

A determinação do pH foi realizado com o papel indicador universal de pH e o

resultado obtido foi de 4,5 para todas as amostras. Este resultado é o mesmo obtido quando

realizamos no óleo em separado.

Para os demais lotes, observou-se, separação de fases nos lotes 2, 4,7 e 8 após o estudo

de estabilidade foi observado que nessas houve utilização de silicone ou a ausência da

parafina. A mistura da cera de abelha e da parafina produziu formulações mais consistentes e

com melhor espalhabilidade e com aspecto mais uniforme.

Figura 2- Lotes em câmara climática de estabilidade acelerada

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Capítulo 3

58

Os lotes foram submetidos a testes de espalhabilidade para averiguar a resistência das

pomadas ao movimento forçado. A representação gráfica da espalhabilidade em função da

massa aplicada revelou comportamentos semelhantes antes e após o estudo de estabilidade

acelerado preliminar com duração de 30 dias.

Figura 3 Teste de espalhabilidade com os Lotes de Bancada antes do estudo de Estabilidade

Figura 4 Teste de espalhabilidade com os Lotes de Bancada após do estudo de Estabilidade

preliminar com duração de 30 dias.

Após a avaliação dos lotes estudados antes e após o estudo de estabilidade, foi

escolhido o Lote de Bancada 6 (LB6) como o lote final para a continuação da caracterização

da forma farmacêutica desenvolvida, não só pelo comportamento uniforme neste parâmetro,

mas, principalmente, por causa do aspecto homogêneo da formulação ao final da averiguação.

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Capítulo 3

59

Espectroscopia na região do Infra vermelho

. É possível identificar a presença do óleo na formulação pelo aparecimento da

banda característica da carbonila em 1700cm-1

. Em 2900 cm-1

, aparecem simultaneamente

para o óleo e para a formulação a banda referente as duplas não conjugadas presentes nos

materiais orgânicos.

Figura 5 Espectros na Região IV do Óleo de Linhaça e do Lote de Banca 6

Estudos de Análise Térmica

As principais alterações químicas que ocorrem nos óleos vegetais são por processos

químicos como a auto-oxidação, a polimerização térmica ou a oxidação térmica, que podem

ser acelerados pelo calor, luz (foto-oxidação), ionização, traços de metais ou catalisadores.

Além destas reações, outras são simultaneamente desencadeadas levando à polimerização da

matriz por meio das ligações cruzadas “cross-linking” entre as cadeias de ácidos graxos de

uma molécula do triacilgliceróis. (FONSECA & YOSHICA, 2009).

O estudo foi realizado com o lote de bancada 6 antes de ser submetido a estudo de

estabilidade acelerada de 30 dias em câmara (temperatura 40ºC e U.R 75%). No TG, observa-

se estabilidade térmica até 221Cº. Após isso, ocorre o primeiro estágio da degradação

(pontode fumaça) que seguem com perda de massa de cerca de 98% no ponto de 350ºC e

encerra-se em aproximadamente 420ºC.

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Capítulo 3

60

Figura 6 DTG do Lote de Bancada 6

CONCLUSÕES

As úlceras de pressão são uma enfermidade que acomete pacientes em todo o mundo,

trazendo um alto custo na manutenção do tratamento destes. A formulação de uma nova

alternativa terapêutica para tal patologia objetiva melhorar o tempo de cicatrização e a

diminuição de infecções oportunistas que são bastante frequentes. A utilização de uma

preparação semi-sólida totalmente hidrofóbica trás um incremento tecnológico de baixo custo

para a indústria farmacêutica, além de ampliar as opções eficazes no tratamento das UP.

Através destes estudos preliminares, é possível concluir que a forma farmacêutica

pomada é aconselhável para o tratamento e/ou prevenção das ulceras de pressão uma vez que,

além de se mostrar tão eficaz quanto os produtos disponíveis no mercado, em um menor

tempo, pois além do mecanismo antiinflamatório promovido pelos ômegas presente no óleo,

há também a oclusão da ferida por causa da utilização da vaselina, mantendo o ambiente

úmido e melhorando o mecanismo de re-epitelização.

Os estudos realizados demonstraram que a pomada delineada apresentou aspecto

homogêneo e bom perfil de espalhabilidade após o estudo de estabilidade preliminar. Os

testes de controle de qualidade ainda estão em fase de conclusão, sendo necessário também a

realização do estudo microbilógico e quantificação de ácidos graxos na forma farmacêutica,

por exemplo.

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Capítulo 3

61

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Conclusões e Perspectivas

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6.Conclusão e Perspectivas

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Conclusões e Perspectivas

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6.1 Conclusão

A caracterização físico-química do óleo de linhaça pode comprovar a viabilidade da

amostra analisada como princípio ativo farmacêutico, uma vez que está de acordo com

as especificações encontradas na literatura;

O desenvolvimento farmacotécnico da forma farmacêutica estudada mostrou-se

satisfatória uma vez que pode ser avaliada a estabilidade do óleo frente a vários

excipientes hidrofóbicos e pôde ser constatado sua instabilidade na presença de

silicones, por exemplo;

O processo inflamatório pode ser otimizado com a utilização de mediadores

antiinflamatórios como os ácidos graxos essenciais, ácido linoléico (ômega 6) e ácido

linolênico (ômega 3), uma vez que aceleram o processo de granulação tecidual.

6.2 Perspectivas

Otimização da forma farmacêutica testada

Desenvolvimento e validação da metodologia para a verificação da concentração de

ácidos graxos na formulação;

Realização do estudo microbiológico da formulação realizada

Estudos de estabilidade acelerado, longa duração.

Preparação de novas formas farmacêuticas não hidrofóbicas que contemplem outras

fases da ulcera de pressão, como por exemplo a fase 1 onde a pele está íntegra.

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Referências Bibliográficas

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8. Referências Bibliográficas

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