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O conhecimento da lngua: desenvolver a conscincia lexical
Ins Duarte
com a colaborao de:
Madalena ColaoMaria Joo FreitasAnabela Gonalves
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ndice
Introduo
Captulo 1
Capital lexical e conscincia lexical: um factor de (in)sucesso escolar
Captulo 2
A complexidade envolvida no conhecimento das palavras
Captulo 3
Dificuldades associadas ao enriquecimento do capital lexical e ao desenvolvimento da
conscincia lexical
Captulo 4
Componentes essenciais do ensino orientado para o enriquecimento do capital lexical e para o
desenvolvimento da conscincia lexical
Captulo 5
Catlogo de recursos
Captulo 6
Formato fonolgico e relao entre formato fonolgico e formato ortogrfico:
actividadesCaptulo 7
Estrutura interna das palavras: actividades
Captulo 8
Significado das palavras: actividades
Captulo 9
Classes e subclasses de palavras: actividades
Captulo 10
Propriedades de seleco das palavras: actividadesCaptulo 11
Da frase ao texto: actividades
Captulo 12
O papel dos mapas conceptuais na compreenso de leitura e na escrita
Bibliografia
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Nesta brochura, aborda-se a importncia do conhecimento lexical no sucesso escolar (captulo1) e descrevem-se sinteticamente os aspectos envolvidos no conhecimento das palavras da nossa
lngua (captulo 2). Depois de se referirem, no captulo 3, algumas das dificuldades associadas
ao ensino orientado para o enriquecimento do capital lexical e para a promoo da conscincia
lexical, enunciam-se, no captulo 4, aspectos essenciais a ter em conta na programao de
actividades dirigidas a estes dois objectivos. O captulo 5 contm exemplos do que deve constar
no catlogo de recursos a construir com os alunos. Os restantes captulos apresentam propostas
de actividades dirigidas a vrios aspectos a considerar no trabalho a desenvolver com os alunos
sobre o lxico.No captulo 6, exemplificam-se actividades focalizadas no formato fonolgico das palavras e
na relao entre este e o respectivo formato ortogrfico. Utilizam-se neste captulo smbolos do
Alfabeto Fontico Internacional, que pode ser consultado na brochura O Conhecimento da
Lngua: Desenvolver a Conscincia Fonolgica, como indicao para o professor de que, nas
actividades em questo, deve ser privilegiado o formato fnico das palavras e no o seu formato
ortogrfico. As actividades deste captulo so da autoria de Maria Joo Freitas.
O captulo 7 apresenta exemplos de actividades centradas na estrutura interna das palavras.
Estas actividades foram elaboradas por Madalena Colao, Maria Joo Freitas e AnabelaGonalves.
As actividades contidas no captulo 8 trabalham vrios aspectos do significado das
palavras e so da autoria de Madalena Colao, Ins Duarte e Anabela Gonalves.
Nos captulos 9 e 10, da autoria de Madalena Colao e Anabela Gonalves,
exploram-se aspectos sintcticos das frases simples.
Por sua vez, o captulo 11 apresenta actividades focalizadas nas relaes de coeso
que se estabelecem entre frases. So suas autoras Madalena Colao, Ins Duarte eAnabela Gonalves.
Introduo
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Finalmente, o captulo 12, da autoria de Ins Duarte, contm exemplos de elaborao
de mapas conceptuais, actividade que desempenha um papel importante na
compreenso de leitura e na preparao para a escrita.
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As palavras so instrumentos extremamente poderosos: permitem-nos aceder s
nossas bases de dados de conhecimentos, exprimir ideias e conceitos, aprender novos
conceitos. por isso fcil de compreender que exista uma correlao forte entre sucesso
escolar e capital lexical (i.e., o conjunto organizado de palavras que conhecemos e
usamos). Com efeito, quanto menor o capital lexical de um falante, tanto mais penoso
o processo de leitura e tanto menor o seu desempenho na compreenso de leitura.
Um estudo realizado nos Estados Unidos (Snow, Barnes, Chandler, Goodman &
Hemphill, 1992) mostrou que, at entrada na escola, os filhos de profissionais
diferenciados so expostos a mais 50% de palavras do que os filhos de trabalhadores
manuais e ao dobro das palavras dos filhos de famlias que recebem subsdio de
desemprego.
Ora crianas com um capital lexical reduzido no conseguem atribuir significado aoque lem, pelo que a leitura para elas um processo penoso e no compensador. Assim,
lem cada vez menos e, portanto, no conseguem aprender palavras novas, pela
repetio da ocorrncia das mesmas num grande nmero de textos. Esta situao,
conhecida na literatura como um dos Efeitos de Mateus (quer dizer, uma situao em
que a interaco com o contexto aumenta as diferenas individuais), pode ser sintetizada
da seguinte maneira:
Crianas com maior capital lexical partida lem mais, tornam-se cada vez
melhores leitores, aumentam atravs da leitura o seu capital lexical. Pelo
contrrio, crianas com capital lexical reduzido partida lem menos,
tornam-se cada vez piores leitores, pelo que no aumentam atravs da leitura
o seu capital lexical.
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O capital lexical igualmente um factor determinante da qualidade da escrita. Com efeito,
quanto maior for, tanto maiores so os recursos disponveis para seleccionar vocabulrio preciso
e para evitar repeties lexicais.
O modelo conceptual que representa as inter-relaes entre conhecimento lexical,
compreenso de leitura e qualidade da produo escrita est apresentado na figura 1.
Figura 1 Modelo conceptual que inter-relaciona conhecimento lexical, compreenso de
leitura e qualidade da produo escrita (adaptado de Lubliner & Smetana 2005)
Neste modelo, factores scio-econmicos (e.g., nvel de escolarizao dos pais, material
impresso que existe em casa), conhecimento prvio sobre o mundo (condicionado, por exemplo,
pela riqueza das interaces com adultos e pelo acesso a manifestaes culturais) e variedade
lingustica de origem das crianas determinam o capital lexical com que entram na escola. Este
capital lexical influencia e influenciado pelo volume de leituras e pelo nvel atingido na
compreenso de leitura. Por sua vez, capital lexical, volume de leituras e nvel atingido na
compreenso de leitura so factores que favorecem a qualidade da produo escrita, a qual, por
sua vez, tem efeito positivo na compreenso de leitura. Finalmente, o ensino explcito do lxico
colmata as limitaes do capital lexical de partida e desencadeia a espiral ascendente que
conduz ao sucesso escolar (Lubliner & Smetana 2005: 10).
Factores scio--econmicos
Conhecimentoprvio
Domnio doportugus padro
Capitallexical
Volume deleituras
Compreensode leitura
Ensino explcitodo lxico
Produoescrita
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A visibilidade dada no PNEP promoo do desenvolvimento do capital lexical das
crianas e ao desenvolvimento, concomitante, da sua conscincia lexical1, constitui uma
resposta ao desajuste entre a relevncia, demonstrada pela investigao, que esta rea do
conhecimento e do uso da lngua tem no sucesso escolar e a pouca importncia que lhe
tem sido dada no nosso sistema educativo.
Transformar o enriquecimento do capital lexical das crianas e o desenvolvimento da
sua conscincia lexical em objectivo educativo uma tarefa difcil, mas a investigao
j realizada permitiu identificar componentes e tcnicas de ensino que conduzem a
aprendizagens efectivas dos alunos.
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A conscincia lexical o tipo de conscincia lingustica que diz respeito ao conhecimento das propriedades das palavras que integram o nosso capital lexical. Sobre o conceito de conscincialingustica, ver a brochura O Conhecimento da Lngua: desenvolver a conscincia lingustica.
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Todos temos conscincia da complexidade envolvida no conhecimento de cada palavra.
Assim, para um falante escolarizado do portugus, saber a palavra mesa significa conhecer
intuitivamente a sua forma fnica (neste caso, [mez ]), a sua forma grfica (), a classe
a que pertence (a classe dos nomes), a subclasse de nomes a que pertence (comuns, pelo que
pode ser antecedida de artigos indefinidos e seguida de adjectivos, por exemplo; contveis, peloque admite variao de nmero), o seu gnero (feminino) e o seu significado. A entrada desta
palavra num dicionrio recente de portugus a seguinte:
(1)
1. Mvel formado por uma placa horizontal (tampo) assente sobre bases verticais (pernas),
sobre o qual se podem colocar objectos ou realizar vrias actividades. () 2. Qualquer desses
mveis onde se dispem os alimentos, s refeies.A comida j est na ~! (). 3. O conjunto dos
alimentos. () A casa tem uma ~ muito farta. (). 4. Conjunto de pessoas que se sentam na
mesma mesa. Uma ~ muito animada. 5. Conjunto das pessoas que dirige um acto ou preside a uma
assembleia. A ~ do jri. (). 6. rgo que dirige algumas instituies. A ~ da Santa Casa da
Misericrdia. () 7. Zona plana numa elevao de terreno ().
[Dicionrio Verbo da Lngua Portuguesa: 752. Lisboa: Editorial Verbo. 2006]
claro que a maioria das crianas que entram no 1. ano de escolaridade apenas conhecem
aspectos parciais da palavra mesa. Concretizando:
(i) sabem a sua forma fnica, mas no a grfica
(ii) conhecem os significados indicados em 1. e 2. na entrada de dicionrio acima
transcrita
(iii) provavelmente, no conhecem os significados indicados em 3. a 7.
No 1. ciclo, aprendero a forma grfica da palavra e sero, porventura, confrontados com
discursos orais e com textos escritos em que mesa ocorra com alguns dos significados indicados
em 3. a 7.
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Mas conhecer uma palavra no consiste apenas em conhecer o seu significado e a sua forma
fnica. Para qualquer falante do portugus (incluindo as crianas que entram na escola), as
palavras sono, tere verde que aparecem nos exemplos (2) so, respectivamente, um nome, um
verbo e um adjectivo, mesmo que o falante no saiba atribuir-lhes explicitamente tais rtulos
gramaticais:
(2) a. O beb est com sono.
b. A Ana vai ter uma grande surpresa.
c. Essa ma ainda est verde.
Por outras palavras, conhecer uma palavra envolve saber implicitamente a classe de
palavras a que ela pertence, uma vez que esse conhecimento determina as posies que ela pode
ocupar numa frase e os paradigmas flexionais em que pode entrar.
Conhecer uma palavra envolve tambm saber que condies ela impe ao contexto sintctico
em que pode ocorrer. Exemplificando, amar e gostar pertencem categoria verbo e tm
significados muito prximos; contudo, enquanto amar se constri com duas expresses
nominais, com as funes sintcticas de sujeito e de complemento directo, como no exemplo
(3a), gostar constri-se com uma expresso nominal, com a funo de sujeito, e com uma
expresso preposicional, com a funo de complemento oblquo, como em (3b):
(3) a. O Joo ama a Maria.
b. O Joo gosta da Maria.
A nossa rejeio de sequncias como (4) deve-se ao facto de sabermos intuitivamente que,
nestas expresses, as condies sobre o contexto categorial impostas por amar e gostar no
esto satisfeitas:
(4) a. *O Joo ama da Maria. b. *O Joo gosta a Maria.
Outro aspecto includo no conhecimento lexical com implicaes no contexto em que a
palavra pode ocorrer directamente decorrente do significado da palavra. Consiste nos papis
semnticos que a palavra distribui pelas expresses que com ela se combinam para formar
unidades lingusticas mais extensas. Exemplificando, matare assassinarso ambos verbos, tm
significados muito prximos e constroem-se ambas com duas expresses nominais, com as
funes de sujeito e de complemento directo, como mostram os exemplos (5):
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(5) a. A erupo do Vesvio matou os habitantes de Pompeia.
b. O ru assassinou quatro jovens.
Quando pensamos no significado de matar/assassinar, verificamos que o podemos
parafrasear por "algum ou algo causou que algum deixasse de estar vivo". Assim, para
construir uma frase com matar/assassinar, necessrio escolher uma expresso com o papel de
causador da morte (o sujeito da frase activa) e outra com o papel de entidade morta (o
complemento directo da frase activa). Contudo, matar e assassinardistinguem-se quanto ao
tipo de causador que exigem: enquanto matar aceita que o causador tenha causado a morte
intencional ou involuntariamente, assassinarexige que ele tenha tido a inteno de matar. Por
isso, s metaforicamente aceitamos (6a), uma vez que a nossa cultura no atribui a fenmenos
da natureza como 'erupes do Vesvio' vontade e intencionalidade; por isso tambm, sentimos
que expresses como (6b) contm um pleonasmo, pois o advrbio repete o significado j
contido no significado do verbo; por isso, finalmente, consideramos anmalas expresses como
(6c), porque o advrbio contradiz a intencionalidade codificada no significado do verbo:
(6) a. # A erupo do Vesvio matou intencionalmente os habitantes de Pompeia.
b. # O ru assassinou deliberadamente quatro jovens.
c. # O ru assassinou involuntariamente quatro jovens.
Inversamente, consideramos bem formadas expresses como (7), uma vez que o papel de
causador atribudo pormatardeixa em aberto se o acto foi ou no intencional:
(7) a. O ru matou deliberadamente quatro jovens.
b. O ru matou involuntariamente quatro jovens.
Faz ainda parte do conhecimento que temos das palavras outra condio que alguns itens
impem ao contexto em que podem ocorrer. Decorrente do seu significado e dos papissemnticos que distribuem s expresses com que se constroem, alguns itens exigem que os
seus argumentos refiram entidades com certas propriedades semnticas. Exemplificando, um
verbo psicolgico como aterrorizarexige que a expresso nominal que ocorre numa frase activa
com a funo de complemento directo designe uma entidade animada ou humana, como em
(8a). A estranheza de uma frase como (8b) deve-se ao facto de o violento sismo no designar
uma entidade animada nem humana, pelo que no conseguimos interpret-la como descrio de
uma situao do mundo real. Somos, por isso, forados a interpret-la como relativa a um
universo fictcio, em que foras da natureza sejam dotadas das propriedades que atribumos aosanimais e aos seres humanos:
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(8) a. O violento sismo aterrorizou os habitantes da regio.
b. # Os habitantes da regio aterrorizaram o violento sismo.
O nosso conhecimento das palavras envolve ainda uma outra dimenso, a da sua estrutura
interna. Com efeito, uma das razes pelas quais temos um capital lexical to rico e aprendemos
rapidamente e sem esforo palavras novas reside no facto de muitas palavras terem elementos
comuns. Perante formas como til, utilidade, utilizar, reconhecemos nas duas ltimas a palavra-
-base (o radical) til; em utilidade reconhecemos o sufixo -dade, que encontramos em palavras
como igualdade, liberdade, normalidade, e que sabemos implicitamente que permite formar
nomes a partir de adjectivos; por sua vez, em utilizar, reconhecemos o sufixo izar, presente em
palavras como atomizar, radicalizar, visualizar, que sabemos implicitamente que permite
formar verbos a partir de nomes e de adjectivos. Do mesmo modo, identificamos em formas
comopensar, repensar, compensar, recompensar, a mesma palavra-base,pensar; em repensar,
detectamos o prefixo re-, que se encontra igualmente em palavras como reaver, reencontrar,
reviver; na palavra compensar, reconhecemos o prefixo com(/n)-, que ocorre tambm em
palavras como conformar, comprometer, conviver; j em recompensar, identificamos a presena
dos dois prefixos, com(/n)- e re-.
Por sermos falantes do portugus, sabemos implicitamente que unidades menores do que as
palavras como os sufixos e os prefixos acima ilustrados tm significado e contribuem para
formar novas palavras, atravs de regras que tambm conhecemos intuitivamente. Este
conhecimento crucial quando ouvimos ou lemos palavras novas, pois podemos inferir o
significado de algumas delas a partir do conhecimento dessas unidades e das regras da sua
combinao.
Muitas palavras portuguesas so constitudas no s por radicais e sufixos ou prefixos com
significado lexical, mas tambm por sufixos com significado estritamente gramatical. o que
acontece, por exemplo, com a maioria dos nomes comuns e dos adjectivos, variveis em nmero
(e por vezes tambm em gnero), e com os verbos, variveis em tempo, modo, aspecto, pessoa enmero. Assim, uma palavra como gato pode ocorrer em quatro formas, que combinam os
valores de nmero singularvs. plural e de gnero masculino vs. feminino, enquanto uma palavra
como cantarpode ter 65 formas diferentes, que combinam diferentes valores de tempo, modo,
aspecto, pessoa e nmero.
Deste modo, o conhecimento de prefixos e de sufixos de valor lexical e gramatical e das suas
regras de combinao com radicais habilita-nos a reconhecer e a integrar no nosso capital
lexical um sem nmero de palavras e de formas de palavras. Esta capacidade revela-se muito
cedo em produtos de criatividade lexical das crianas, que formam constantemente palavrasconformes com as regras da lngua, como nos exemplos reais abrancado (poresbranquiado),
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desvestir (por despir), quentar (por aquecer), e na regularizao de paradigmas flexionais
irregulares, como nos exemplos muito frequentes *papeles, *dizi, *fazi.
Em sntese, para um falante letrado, compreender e saber usar uma palavra envolve
um conhecimento intuitivo muito complexo, uma vez que inclui as seguintes
dimenses:
(i) Conhecer a sua forma fnica;
(ii) Conhecer a sua forma ortogrfica;
(iii) Conhecer o(s) seus(s) significado(s);
(iv) Saber a que classe e subclasse de palavras pertence;
(v) Conhecer as suas propriedades flexionais;
(vi) Reconhecer as unidades mnimas com significado que a constituem
(vii) Saber com que classes de palavras se pode combinar para formar unidades
lingusticas mais extensas;
(viii) Saber que papis semnticos distribui pelas expresses lingusticas com que se
pode combinar
(ix) Saber que propriedades sintctico-semnticas tm de ter as expresses lingusticas
a que atribui papis semnticos
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Um programa consistente visando o enriquecimento do capital lexical das crianas e
o desenvolvimento da sua conscincia lexical enfrenta vrias dificuldades
A primeira delas adiferena entre oral e escrito. Todos sabemos que o lxico que
os adultos escolarizados utilizam na conversa espontnea menos rico e variado do que
o que se encontra, por exemplo, num livro de histrias para crianas. provvel que,
entrada na escola, muitas crianas no tenham como parte do seu capital lexical (oral)
verbos como iludirou resgatar, nomes como califa ou mago, adjectivos como hercleo
ou viscoso, conectores como contrariamente a, no s ...mas tambm. Assim, a tarefa
de decifrao em que se encontram envolvidas nas etapas iniciais da aprendizagem da
leitura dificultada porque a palavra penosamente decifrada no corresponde a
nenhuma entrada do seu dicionrio mental.
Outra das dificuldades reside na dimenso da tarefa. De acordo com Biderman(2002), apudBortoni-Ricardo (2007)2, o lxico de lnguas de cultura como o portugus
ultrapassar as 500 000 palavras. Dicionrios recentes do portugus contero, de acordo
com esta lexicgrafa, os seguintes nmeros de entradas:
(i) Academia das Cincias de Lisboa: 60 000
(ii) Aurlio: 130 000
(iii) Houaiss: 230 000
Biemiller (2007), baseado em investigao desenvolvida por si prprio e por outros
autores, estima que, no final do 2. ano de escolaridade, uma criana normal saiba cerca
de 6 000 palavras (a contagem inclui palavras homnimas mas no, evidentemente,
formas de palavras), nmero que atingir 10 000 no final do 6. ano de escolaridade.
2
BORTONI-RICARDO S.M. (2007). Compreenso da leitura: da palavra ao texto. In: Guimares,Eduardo; Mollica, Maria Ceclia. (Orgs.). A palavra : forma e sentido: 99-107. Campinas, SP: PontesEditores.
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medida que progridem na escolaridade, as necessidades de leitura e de
compreenso oral que enfrentam exigem que as crianas e os jovens enriqueam
drasticamente o seu capital lexical no s com palavras de mbito geral como,
igualmente, com termos tcnicos provenientes de vrias reas cientficas e tecnolgicas.
Tambm constituem uma dificuldade as fontes e os recursos disposio dos
professores e das crianas.
Para os alunos escolarizados com hbitos consistentes de leitura, o dicionrio
enciclopdico, a estrutura interna das palavras e o contexto so fontes importantes de
conhecimento sobre palavras novas. Mas, compreensivelmente, com crianas pequenas,
a situao diferente. No que respeita ao dicionrio, por um lado, necessrio ensinar a
criana a utiliz-lo e trein-la na sua utilizao. Por outro, vrios estudos mostram que o
recurso ao dicionrio como fonte essencial de aprendizagem de palavras novas no
produz os resultados desejados, em particular porque as crianas mais pequenas tm
dificuldade em seleccionar o significado relevante apresentado numa entrada.
O conhecimento da estrutura interna das palavras, i.e., a capacidade de identificar
numa forma o radical, os prefixos e os sufixos, uma das pistas mais efectivas para a
descoberta do significado de palavras desconhecidas, que ouvimos ou lemos. Mas todos
sabemos que nem sempre a mesma forma fnica e ortogrfica corresponde a uma
determinada unidade morfolgica, como os exemplos (9) a (11) ilustram:
(9) creme (N) cremar (V); livre (A) livro (N);
(10) impacto pacto; regula (V) gula
(11) banal floral; imagem aterragem, drenagem
O exemplo (9) mostra que nem sempre a mesma sequncia fnica (ou grfica)
constitui uma nica unidade morfolgica, neste caso, o mesmo radical3. O exemplo (10)
mostra que nem sempre as sequncias e correspondem aos prefixos que
3 O nome creme um emprstimo do francs antigo (crema, nata do leite), enquanto o verbo cremartem como timo o verbo latino cremo (Dicionrio Houaiss de Lngua Portuguesa: Tomo II, 1122). O
adjectivo livre deriva do adjectivo latino liber,a,um, enquanto o nome livro deriva do nome latino liber,libri, que significa "pelcula que se acha entre a madeira e a casca exterior, o libersobre o qual se escreviaantes da descoberta do papiro"( Dicionrio Houaiss de Lngua Portuguesa :Tomo IV, 2297-8).
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encontramos, por exemplo, em impossvel e repensar4. O exemplo (11) mostra que as
sequncias e nem sempre correspondem aos sufixos que encontramos em
floral ou aterragem5.
Alm disso, o processo de mudana lingustica pode levar a que palavras
historicamente da mesma famlia divirjam no seu significado. Assim aconteceu com os
exemplos apresentados em (12).
(12) criarvs. criado (N); calorvs. caloroso
O nome criado, formado por converso a partir da forma participial do verbo criar,
significava em portugus antigo "rapaz educado em casa nobre, qual continuava a
dever obedincia" ( Dicionrio Houaiss de Lngua Portuguesa: Tomo III, 1126),
enquanto em portugus moderno o significado associado ao verbo criarse perdeu, i.e.,
um criado no algum que cresce e educado na casa do patro. O significado do
adjectivo caloroso no est associado ao do nome calor, grandeza fsica, mas sim ao
significado de calor, nome psicolgico, criado por extenso semntica: "qualidade de
afvel, cordialidade" (Dicionrio Houaiss de Lngua Portuguesa: Tomo III, 747).
Acresce que usar com sucesso o dicionrio, a estrutura interna das palavras e o
contexto requer um certo nvel de conscincia lexical que muitas crianas com capitais
lexicais mais reduzidos ainda no possuem nos primeiros anos de escolaridade.
Outra dificuldade que os professores portugueses enfrentam a falta de recursos que
lhes disponibilizem informao sobre afrequncia das palavras, dos prefixos e sufixos
e dos radicais eruditos que ocorrem na lngua escrita contempornea. Trata-se de uma
situao totalmente diferente da dos colegas de lngua inglesa, que dispem de tais
recursos (cf. Fry, Kress & Fountoukidis, 1993).
4 Impacto deriva do particpio impactus,a,um do verbo latino impingere, enquanto pacto deriva donome latino pactus,i (Dicionrio Houaiss de Lngua Portuguesa: Tomo IV, 2046; Tomo V, 2722). Overbo regular tem como timo o verbo latino regulo, enquanto o nome gula provm do nome latinogula,ae, que significa "garganta, esfago, goela" (Dicionrio Houaiss de Lngua Portuguesa: Tomo IV,1944).5 O adjectivo banal um emprstimo do francs antigo "banal" (sculo XIII). ODicionrio Houaiss de Lngua Portuguesa regista a primeira atestao em portugus no sculo XVIII, com o significadoetimolgico de "pertencente ao senhor feudal e usado pelos vassalos mediante pagamento de certo foro"
(Tomo I: 504) e d como primeira abonao para o significado contemporneo da palavra 1858. O timodo nome imagem o nome latino imago,inis; no , portanto, um nome deverbal, contrariamente aosnomes aterragem e drenagem.
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Vejamos agora o que a investigao recomenda como componentes efectivos de um
ensino orientado para o enriquecimento do capital lexical das crianas e para o
desenvolvimento da sua conscincia lexical.
Encorajar e apoiar a leitura de muitos textos de vrios tiposComo j referi, existe uma correlao forte entre o volume de leituras de uma criana
e a dimenso do seu capital lexical. Por esta razo, encorajar as crianas a lerem muito
um dos melhores caminhos que conduzem ao aumento do seu capital lexical.
Com efeito, resultados de investigao mostram que, para terem sucesso ao longo da
sua escolaridade, os alunos precisam de aprender entre 2000 e 3000 palavras por ano.
Ora crianas que desenvolvem cedo hbitos consistentes de leitura possuem capitais
lexicais ricos, mesmo que no tenham sido expostos a ensino explcito de palavras.Para que a leitura potencie ao mximo o enriquecimento do capital lexical das
crianas, convm que elas leiam tanto textos simples, que no lhes colocam problemas
de compreenso, como textos mais complexos, que constituam desafios quer do ponto
de vista da complexidade estrutural quer do ponto de vista do vocabulrio.
Relativamente a este ltimo tipo de textos:
(i) A sua leitura deve ser preparada pela aprendizagem de estratgias de compreensoda leitura (e.g., identifica a ideia principal; sublinha o que no percebes; identifica e
sublinha as ideias acessrias, etc.);
(ii) Deve haver espao reservado para a sua leitura em sala de aula, de modo a que o
professor possa ajudar as crianas a ultrapassar as dificuldades e lhes fornea as
indicaes que os levaro a desenvolver e utilizar autonomamente estratgias de
compreenso de leitura;
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(iii) As crianas devem ter acesso, na sala de aula, a uma grande variedade de textos,
disponveis num canto da leitura, e deve haver semanalmente tempo consagrado
leitura silenciosa do livro escolhido por cada criana/par de crianas no canto da leitura;
(iv) Cada criana deve ter semanalmente um livro para ler em casa e, no incio da
semana, a classe deve discutir as leituras que cada um fez e o que aprendeu com elas;
(v) Uma excelente forma de motivar as crianas para a leitura o professor falar-lhes
de livros que leu ou anda a ler.
Expor as crianas a input oral de grande qualidade
Nas fases iniciais da aprendizagem da leitura, uma forma de contribuir eficazmente
para o enriquecimento do capital lexical das crianas exp-las a textos orais que
exibam a complexidade sintctica e a riqueza vocabular tpica do portugus escrito.
Assim deve ser proporcionada s crianas:
(i) A audio de livros audio de qualidade;
(ii) A assistncia a peas de teatro gravadas;
(iii) A leitura de livros de histrias pelo professor;
(iv) A ida a espectculos de teatro;
(v) Experincias de dramatizao que recrutem estruturas e vocabulrio tpicos da
escrita;
(vi) A exposio a inputoral de qualidade por parte do professor, que deve usar na sua
interaco com as crianas vocabulrio rico e variado.
Promover a conscincia lexical
Nos primeiros anos de escolaridade, no h melhor forma de levar as crianas a
desenvolver a sua conscincia lexical do que envolv-las em actividades (aparentementeapenas ldicas) que as obrigam a concentrar-se ora na forma fnica das palavras, ora na
sua forma ortogrfica, ora no sua estrutura interna, ora nas condies que impem ao
contexto, ora no seu significado. Actividades deste tipo despertam-lhes a curiosidade
para saberem mais acerca das palavras e promovem o domnio de estratgias autnomas
de aprendizagem de palavras novas.
Assim, as crianas devem ter mltiplas oportunidades para participar em actividades
e jogos de palavras orais e escritos como os a seguir referidos:
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(i) Memorizao e produo de trava-lnguas e lengalengas, que os focalizam no
formato fnico das palavras, treinando a sua percia articulatria (e.g., O rato ri a
rolha da garrafa do rei da Rssia), e em formatos sintcticos (e.g., a construo de
oraes relativas no Castelo de Chuchurumel);
(ii) Actividades de reconhecimento e uso contextualizado de compostos (e.g., couve-
-flor, saca-rolhas), expresses feitas (e.g., andar na lua, cabea de vento) e provrbios
(e.g.,filho de peixe sabe nadar), que lhes permitem compreender que estas expresses
tm um comportamento distinto das combinaes livres de palavras, j que o seu
significado no atribudo composicionalmente;
(iii) Actividades de associao de palavras (e.g., sinnimos, antnimos, hipernimos,
hipnimos, holnimos, mernimos), que lhes permitem constituir e alargar as redes
conceptuais e semnticas associadas a cada palavra;
(iv) Actividades que exploram as relaes forma fnica-forma grfica das palavras
(e.g., homgrafos, homfonos, parnimos);
(v) Actividades orientadas para a identificao de constituintes de palavras (e.g.,
famlias de palavras com o mesmo radical, o mesmo prefixo ou o mesmo sufixo);
(vi) Explorao de anagramas (e.g., casar, caras, sacar, arcas; amor, Roma, mora,
ramo) e de aliteraes (e.g., bela, vela, ela; "Na messe, que enlourece, estremece a
quermesse.../ O sol, o celestial girassol , esmorece..."6), que permitem s crianas
focalizarem-se, respectivamente, na forma fnica e na forma grfica das palavras;
(vii) Jogos de palavras (e.g., palavras cruzadas, scrabble, charadas, forca, etc.), que
habituam a criana a explorar a sua memria semntica;
(viii) Actividades de reconhecimento e produo de figuras de sintaxe (e.g.,
paralelismo) e de semntica (e.g., comparao, metfora, hiprbole, personificao), que
familiarizam a criana com a distino entre significado literal e figurado.
Ensinar explicitamente novas palavras
A investigao tem mostrado a relevncia do ensino explcito de palavras novas
como actividade de pr-leitura, se as palavras ensinadas estiverem associadas ideia
principal do texto. Assim, a discusso e a elaborao de mapas conceptuais da palavra
(e.g., Qual a sua forma? Que caractersticas tem o objecto/ a propriedade que a
palavra designa? Que palavra que se pode combinar com esta? Podemos associ-la a
6 Eugnio de Castro (1890), poema Um Sonho, de Oaristos. Aliterao da consoante sibilante surda [s],da nasal bilabial [m] e da lateral [l].
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alguma palavra que j conhecemos? Procura na tua caixa de ferramentas), que a
criana registar no seu dirio de descobridor de palavras, tm-se revelado estratgias
efectivas de ensino explcito.
So tambm importantes momentos de sistematizao aps a realizao de
actividades de leitura ou de jogos de palavras, com posterior registo pelas crianas, na
sua caixa de ferramentas ou no seu dirio de descobridor de palavras, consoante os
casos.
O recurso progressivo a enciclopdias infantis, dicionrios e pronturios, em papel
ou electrnicos, bem como ao corrector ortogrfico, deve tambm ser encorajado, a
partir do momento em que as crianas j automatizaram o processo de decifrao.
Levar as crianas a desenvolver estratgias de descoberta do significado
Pretende-se que a criana venha a interiorizar um procedimento que aplique
automaticamente quando ouve ou l uma palavra que desconhece. Este procedimento est
representado na figura 2.
Encontrei uma palavra queno conheo
Experi-mento
Procur-lanamemria
Substituo-a
por um sin-nimo parater a certeza
SIM R etomo aleitura
NO
Experi-mento
Analisar asu aestrutura
Experi-mento
Descobri--la pelocontexto
Experi-mento
Sublinh-la evoltar a ela
mais tarde
SI M
NO
Substituo-apor um sin-nimo parater a ce rteza
Retomo aleitura
SIM
NO
Substituo-apor um sin-nimo parater a certeza
Retomo aleitura
R etomo aleitura
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Figura 2 - Estratgias de descoberta do significado (cf. Lubliner & Smetana, 2005)
Algumas das estratgias referidas na figura 2 envolvem a construo de pequenas bases de
dados a que as crianas podem recorrer e que passaro a integrar o seu catlogo de recursos para
a leitura e para a escrita. Descrevem-se aqui brevemente as estratgias 1 e 2.
Estratgia 1:Procura a palavra na tua memria
Esta uma estratgia a utilizar em aula pelo professor em actividades de compreenso de
leitura. Quando os alunos encontram no texto uma palavra desconhecida, o professor pode
comear por perguntar turma:
J ouviram esta palavra alguma vez?
Onde?
Lembram-se do que significa?
Cabe-lhe depois ir orientando as respostas que vo sendo dadas. A participao continuada
neste tipo de actividade levar a criana a adoptar a estratgia Procura na tua memria quando
se encontra sozinha perante o mesmo problema.
Estratgia 2: Usa como pista a estrutura da palavra
Esta estratgia caracteriza os leitores fluentes. Trata-se de habituar as crianas a olharem
para as unidades com significado que encontram numa palavra, procurando, a partir delas,
inferir o significado da referida palavra (ou forma de palavra).
O professor pode fornecer aos alunos uma ficha que sintetiza a estratgia que as crianas
devem usar, a qual pode ter a forma exemplificada na figura 3:
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Uso como pista a estrutura da palavra
Quando encontro uma palavra que no conheo, posso fazer assim:1. Observo a estrutura da palavra:
? Conheo o radical?
? Encontro algum prefixo ou sufixo que j conheo?
Se a resposta a qualquer das duas perguntas for sim, uso os elementos que j
conheo para descobrir o significado da palavra.
2. O radical
a parte principal da palavra.
? Encontro nesta palavra desconhecida um radical que j conheo?
3. O prefixo
uma unidade com significado, mais pequena do que uma palavra, que se junta
esquerda de um radical para formar uma nova palavra.
? Encontro nesta palavra desconhecida um prefixo que j conheo?
4. O sufixo
uma unidade com significado, mais pequena do que uma palavra, que se junta
direita de um radical para formar uma nova palavra ou uma nova forma de
palavra.
? Encontro nesta palavra desconhecida um sufixo que j conheo?
5. Elementos gregos e latinos
So unidades mais pequenas do que a palavra, herdadas do grego e do latim, que
se usam para formar palavras portuguesas.
? Encontro nesta palavra desconhecida elementos gregos ou latinos que j conheo?
Figura 3- Uso como pista a estrutura da palavra
Para que as crianas possam usar autonomamente esta estratgia, indispensvel que o
professor lhes fornea, para o seu catlogo de recursos, fichas com listas de prefixos e sufixos
com significado lexical e gramatical, assim como fichas com radicais eruditos frequentes nos
textos que vo ler. Como natural, espera-se que a construo destas fichas seja ela prpria
concebida como uma actividade de descoberta em que os alunos participam, e que as mesmas
sejam actualizadas sempre que se realizem novas aprendizagens.
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Em concluso: muito importante fixar como objectivo educativo o enriquecimento
do capital lexical das crianas e o desenvolvimento da sua conscincia lexical. Como a
investigao tem evidenciado, trata-se de traves mestras do nosso conhecimento da
lngua, ingredientes essenciais das nossas competncias de uso da lngua e factores
decisivos do sucesso escolar.
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O professor deve proporcionar s crianas material que lhes permita ir organizando o seu
prprio catlogo de recursos. Neste captulo, exemplificam-se elementos que devem integrar tal
catlogo.
1. Dirio de um descobridor de palavras
Este Dirio permite que as crianas registem a sua aprendizagem individual de novas
palavras. O professor desenha e distribui aos seus alunos folhas com o formato apresentado
abaixo.
As crianas devem ser convidadas a preencher pelo menos uma entrada por semana neste
Dirio. Ilustra-se abaixo uma entrada doDirio.
5
Usoanumafrase
Oqueelaquerdizer
Tentoadivinhar
oque
ela
querdizer
Ondej aouviouli
antes
Apalavraeondea
encontrei
Usoanumafrase
Oqueelaquerdizer
Tentoadivinhar
oque
ela
querdizer
Ondej aouviouli
antes
Apalavraeondea
encontrei
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2. Palavras para ligar ideias ou situaes
O professor deve fornecer s crianas folhas preparadas para o registo de palavras ou
expresses caractersticas de certos tipos de enunciados ou utilizadas para relacionar ideias ou
situaes. As folhas podem ter o formato seguinte:
Palavras ou expresses para ...
Palavra ou expresso Exemplo
Estas folhas iro sendo preenchidas pelas crianas, medida que vo sendo trabalhadas em
aula.
Exemplificam-se abaixo listas de palavras ou expresses que til que sejam integradas no
catlogo de recursos das crianas.
16deMaro
Osviajantesdescansaramnumaestalagem beiradolago.
Viajantes querdizerpessoasqueviajam
Possosubstituila nafraseporturistas
Reconheoobocadinhoviaja,quetambmencontroemviajar
Reconheoo
bocadinho
ntes,
quetambmencontroemestudantes
Ouvinumasriedatelevisoaexpressoviajantesvindosdoespao
Viajantes
Arvore,deSophia deMelloBreyner
At osviajantes quepor
alipassavam
diziam()
Usoanumafrase
Oqueelaquerdizer
Tentoadivinharoqueelaquer
dizer
Ondej aouviouliantes
Apalavraeondeaencontrei
16deMaro
Osviajantesdescansaramnumaestalagem beiradolago.
Viajantes querdizerpessoasqueviajam
Possosubstituila nafraseporturistas
Reconheoobocadinhoviaja,quetambmencontroemviajar
Reconheoo
bocadinho
ntes,
quetambmencontroemestudantes
Ouvinumasriedatelevisoaexpressoviajantesvindosdoespao
Viajantes
Arvore,deSophia deMelloBreyner
At osviajantes quepor
alipassavam
diziam()
Usoanumafrase
Oqueelaquerdizer
Tentoadivinharoqueelaquer
dizer
Ondej aouviouliantes
Apalavraeondeaencontrei
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Palavras e expresses para fazer definies
significa, quer dizer, refere-se a, , consiste em,
Palavras e expresses para dar exemplos
por exemplo, tal como, tais como, incluindo,
Palavras e expresses para acrescentar coisas ao que j se disse
tambm, alm disso, para alm disso, e,
Palavras e expresses para ordenar acontecimentos no tempo
primeiro, ..segundo,; a seguir, depois, ento, finalmente,
Palavras e expresses para comparar pessoas ou coisas
como, semelhante a, do mesmo modo que, em comparao com
Palavras e expresses para relaes de contraste
mas, contudo, pelo contrrio, porm, embora, ainda que...
Palavras e expresses para relaes de causa - efeito
porque,dado que,por isso, portanto, consequentemente,...
Palavras e expresses para relaes de fim
para, para que, com o objectivo de, com o propsito de, a fim de, ...
Palavras e expresses para estabelecer condies
se, no caso de, mesmo se, ...
3. Listas de prefixos, sufixos e radicais eruditos conveniente que o professor fornea s crianas fichas com listas de prefixos e sufixos
com significado lexical e gramatical, assim como fichas com radicais eruditos frequentes nos
textos que vo ler. O preenchimento destas fichas deve ser concebido como uma actividade em
que as crianas participam activamente.
As fichas podem ter o seguinte formato:
Morfema Significado Exemplo
Exemplificam-se abaixo fichas deste tipo parcialmente preenchidas:
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Prefixo Significado Exemplo
des- aco contrria de O mecnicodesmontouo motor do carro. (contrrio demontar)
hiper- acima de, grande Gosto dehipermercados. (mercados grandes)
im-/in-/i- negao, privao de Essa deciso ilegal. (no legal)
per- movimento atravs de A brocaperfurou a parede. (furou atravs da parede)
re- repetio Jrefiz a conta. (voltei afazera conta)
ultra- movimento para alm de A mota ultrapassou o carro. (passou frente do carro)
Sufixo Significado Exemplo
-agemacto ou resultado de
colectivo de
Fez-se a lavagem dos vidros. (acto de lavar)
A folhagem do castanheiro amareleceu. (conjunto de
folhas)
-al colectivo de rvores, plantas
ou vegetais
relativo a
O laranjal j est florido. (conjunto de rvores que do
laranjas)
O sanguearterialtransporta oxignio. (relativo s artrias)
-ano nacional de Tenho um amigoangolano. (nacional deAngola)
-aria loja, restaurante ou oficina
aco de algum que
Fui peixaria. (loja onde se vendepeixe)
Fizeram-lhe umapatifaria. (aco de algum que patife)
-o aco ou resultado de Aconstruo do Oceanrio foi rpida. (aco de construir)
-ura resultado ou instrumento de
aco de
Gosto destapintura. (resultado da aco depintar)
Radical latino Significado Exemplo
bi- dois O meubisav vive no Algarve. (duas vezes av)
-forme que tem forma Claro um adjectivobiforme. (que tem duas formas)
tri- trs Desenhei umtringulo. (que tem trs ngulos)
uni- um H animaisunicelulares. (s com uma clula)
-voro que come O leo carnvoro. (come carne)
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Radica grego Significado Exemplo
biblio- livro Gosto de ir biblioteca. (stio com livros)
bio- vida preciso preservar abiodiversidade. (diversidade da vida)
-grafia gravao, escrita, descrio Hoje estudeigeografia. (descrio da Terra)
-logia discurso, tratado, estudo O pai estudapsicologia. (estudo da mente)
orto- direito, correcto J sei regras deortografia. (escrita correcta)
zoo- animal Azoologia estuda os animais. (estudo dos animais)
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A. Actividades sobre a estrutura sonora das palavras
A investigao das ltimas trs dcadas tem mostrado que o trabalho sistemtico sobre as
unidades fnicas da lngua promove o sucesso no desempenho de tarefas de leitura, (cf. as
seguintes brochuras nesta coleco: Duarte 2008, O Conhecimento da Lngua: Desenvolver a
Conscincia Lingustica e Freitas, Alves e Costa 2008, O Conhecimento da Lngua:Desenvolver a Conscincia Fonolgica). Neste captulo, propem-se unidades que permitem o
trabalho simultneo sobre o conhecimento lexical dos alunos e sobre a estrutura sonora das
palavras, com o objectivo de promover o acesso lexical no processo de leitura.
1. Quem acrescenta uma slaba encontra uma nova palavra!
A actividade efectuada oralmente e visa a identificao de uma nova palavra a partir da
adio de uma slaba palavra fornecida pelo professor; o exerccio pode ser feito manipulando
as slabas em posies inicial, medial ou final de palavra. A seleco dos itens lexicais para o
exerccio depender do nvel de escolaridade dos alunos.
a) POSIO INICIAL
Se juntares uma nova slaba no incio da palavra, encontras uma nova palavra. Faz como eu:
juntei [R] a [patu] e encontrei [Rpatu]! Faz o mesmo com as seguintes palavras:
Sugestes do professor... O aluno chega a...[patu] [s +] [s patu]['s ] [Ri+] [Ris ][mar] [ +] [ mar]
b) POSIO FINALSe juntares uma nova slaba no final da palavra, encontras uma nova palavra. Faz como eu:
juntei [su] a [mar] e encontrei [marsu]! Faz o mesmo com as seguintes palavras:
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Sugestes do professor... O aluno chega a...[par] [+tu] [partu][m ] [+tr ] [m tr ][ar] [+p ] [arp ]
c) POSIO MEDIAL
Se juntares uma nova slaba no meio da palavra, encontras uma nova palavra. Vou dar-te a
primeira e a ltima slaba da palavra; tu acrescentas a do meio:
Sugestes do professor... O aluno chega a...[pu] + [ ___ ] + [d ] [pumad ]/[punid ]/...[tu] + [ ___ ] + [du] [tuRadu]/ [tumadu]/...
[ku
] + [ ___ ] + [l ] [ku
t
l ]/...
1 . O detective de palavras
a) SLABA
A actividade visa a identificao da slaba inicial da palavra; os alunos esto organizados
por grupos, que respondem seguinte solicitao:
Professor: Pensem na slaba inicial da palavra [k ]nela. Sempre que eu disser uma
palavra comeada pela mesma slaba, vocs levantam o brao.
O professor produzir palavras em sequncia, com pausa a marcar o fim da produo de cada
palavra (palhao, trela,casaco, panela, cravo, camisa, cavalo, cratera, cometa, caneca...); os
grupos de alunos devero reagir sempre que encontrarem uma palavra comeada por[k ].
O professor atribui um ponto ao grupo que se manifestar em primeiro lugar aps a produode uma palavra iniciada por [k ]. Ganha o grupo de alunos que acumular o maior nmero de
pontos.
O exerccio deve ser continuado com a identificao de nova slaba numa sequncia de
novas palavras.
b) ATAQUE RAMIFICADO
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A actividade visa a identificao do constituinte Ataque ramificado inicial; os alunos esto
organizados por grupos, que respondem seguinte solicitao:
Professor: Pensem nas consoantes iniciais da palavra [pr]imo. Sempre que eu disser
uma palavra comeada pelas mesmas consoantes, vocs levantam o brao.
O professor produzir palavras em sequncia, com pausa a marcar o fim da produo de cada
palavra (prova, trela, casaco, grupo, cravo, prenda, cavalo, prdio, piano...); os grupos de
alunos devero reagir sempre que encontrarem uma palavra comeada por[pr].
O professor atribui um ponto ao grupo que se manifestar em primeiro lugar aps a produo
de uma palavra iniciada por [pr]. Ganha o grupo de alunos que acumular o maior nmero de
pontos.O exerccio deve ser continuado com a identificao de novo Ataque ramificado inicial numa
sequncia de novas palavras. Numa segunda aplicao do exerccio, a tarefa de grau mais
complexo pode consistir na identificao dos mesmos Ataques ramificados em posio
medial de palavra (cf. grupo [pr] em comprido, abrao, aproveitar, comprova, contrrio ).
c) SOM DA FALA
A actividade visa a identificao de um som da fala inicial; os alunos esto organizados por
grupos, que respondem seguinte solicitao:
Professor: Pensem na consoante inicial da palavra [t]aco. Sempre que eu disser uma
palavra comeada pela mesma consoante, vocs levantam o brao.
O professor produzir palavras em sequncia (prova, televiso, casaco, canela, toca, dado,
tucano, pala, taco...), s quais os grupos de alunos vo reagindo.
O mesmo tipo de exerccio pode ser feito com slabas, constituintes silbicos ou sons da falaem posio medial de palavra ou em posio final de palavra:
Posio medial Posio finalSlaba a[lar]me fo[lar]Ataque ramificado ca[pr]icho ----------Som da fala ca[r]imbo pa[r]
3. A pesca de palavras
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a) SLABA
A actividade visa a activao do acesso lexical via a slaba inicial. Em sacos (um por
grupo), so colocados cartes com imagens. A cada grupo dada uma slaba pelo professor. O
grupo s retirar cartes cuja imagem corresponda a uma palavra iniciada pela slaba relevante.
Ganha o grupo que desempenhar a tarefa adequadamente no mais curto intervalo temporal.
Grupo A Grupo B Grupo C Grupo D ...slaba [pa] slaba [ka] slaba [ti] slaba [fa] ...
b) ATAQUE RAMIFICADO
A actividade visa a activao do acesso lexical via o Ataque ramificado inicial. Em sacos
(um por grupo), so colocados cartes com imagens. A cada grupo dado um Ataque
ramificado pelo professor. O grupo s retirar cartes cuja imagem seja designada por uma
palavra iniciada pelo Ataque relevante. Ganha o grupo que desempenhar a tarefa
adequadamente no mais curto intervalo temporal.
Grupo A Grupo B Grupo C Grupo D ...Ataque [pr] Ataque [tr] Ataque [br] Ataque [kr] ...
c) SOM DA FALA
A actividade visa a activao do acesso lexical via o som da fala inicial. Em sacos (um por
grupo), so colocados cartes com imagens. A cada grupo dado um som da fala pelo
professor. O grupo s retirar cartes cuja imagem seja designada por uma palavra iniciada pelo
som relevante. Ganha o grupo que desempenhar a tarefa adequadamente no mais curto intervalo
temporal.
Grupo A Grupo B Grupo C Grupo D ...Ataque [s] Ataque [m] Ataque [R] slaba [k] ...
4. Os [ ]s para as meninas e os [u]s para os meninos
A actividade tem como objectivo a identificao da vogal final de palavra que marca
geralmente o feminino ([ ]) ou o masculino ([u]). O professor deve fazer preceder a realizao
do jogo de informao sobre o funcionamento destas unidades morfofonolgicas na gramtica
da lngua.
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Professor: Sempre que eu disser uma palavra terminada por [ ], as meninas levantam obrao; sempre que eu disser uma palavra terminada por [u], os meninos levantam obrao!
O professor vai produzindo uma srie de palavras nas quais vai fazendo alternar o som final
(pata, leno, pente, corao, anel, panela, copo, mar, sala, papel, fato...), atribuindo um ponto a
cada resposta dada por cada um dos dois grupos. Ganha o grupo que acumular mais pontos.
5. Dizer NO no incio da palavra
A actividade remete para o uso dos trs padres fnicos ([], [in], [i]) associados ao mesmo
prefixo da lngua:
[]perfeito [in]aceitvel [i]lgico
O professor comea por apresentar o significado deste prefixo. Posteriormente, desenha no
quadro trs colunas, para que sejam arrumadas as palavras em funo do padro fnico relativo
ao prefixo em causa. Comea a produzir palavras, nas quais vai usando os trs padres
aleatoriamente. Os alunos vo dizendo em que coluna arrumam cada palavra. No final,
identificam o som inicial da palavra de base com que ocorre cada padro fnico (com base na
terminologia proposta nos exerccios da brochura O Conhecimento da Lngua: Desenvolver a
Conscincia Fonolgica):
I. Vogal nasal II. Vogal oral+consoante nasal III. Vogal oral[]perfeito[]cmodo[]fiel(...)
[in]aceitvel[in]imaginvel[in]acabado(...)
[i]lgico[i]rreal[i]moral(...)
Som inicial da palavra de base:obstruinte (oclusiva ou fricativa)
Som inicial da palavra de base:vogal
Som inicial da palavra de base:soante (nasal, lateral ou vibrante)
Podero ser usadas palavras pouco frequentes no quotidiano da criana, para, paralelamente,
ser feito trabalho de aquisio de novos itens lexicais. A seleco dos itens lexicais para o
exerccio depender do nvel de escolaridade dos alunos.
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6. Desfazer, desarrumar, desgravar
A actividade implica o uso dos trs padres fnicos associados ao mesmo prefixo da
lngua:
de[]fazer de[]gravar de[z]arrumar
O professor comea por apresentar o significado do prefixo . Posteriormente, desenha
no quadro trs colunas, para que sejam arrumadas as palavras em funo do padro fnico
relativo ao prefixo . Comea a produzir palavras, nas quais vai usando aleatoriamente os
trs padres. Os alunos vo dizendo em que coluna arrumam cada palavra. No final, identificam
o som inicial da palavra de base com que ocorre cada padro fnico (com base na terminologia
proposta nos exerccios da brochura O Conhecimento da Lngua: Desenvolver a Conscincia
Fonolgica):
I. de[] II. de[] III. de[z]
de[]fazerde[]cosidode[]promovido(...)
de[]bravarde[]marcadode[]valorizao(...)
de[z]arrumarde[z]infectadode[z]ordenado(...)
Som inicial palavra de base:consoante no vozeada (sons queno tremem)
Som inicial palavra de base:consoante vozeada (sons quetremem)
Som inicial palavra de base:vogal
Tal como no exerccio anterior, podero ser usadas palavras pouco frequentes no quotidiano
da criana, para, paralelamente, ser feito trabalho de aquisio de novos itens lexicais. Uma vez
mais, a seleco dos itens lexicais para o exerccio depender do nvel de escolaridade dos
alunos.
B Actividades sobre a relao entre a estrutura sonora das palavras ea escrita
No filme O Leitor, a protagonista descobre um princpio de funcionamento da leitura com
um exerccio de correspondncia entre uma sequncia fnica ([]) que ouve na leitura de um
romance e a sua representao grfica () no texto escrito com que acompanha a audio do
mesmo.
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Do filme O Leitor:[] The xxxxxxxxx
The xxxx xx the xxxxxxxxxx xxx xx xxxxx. The xxxxx xxx xxxx. The xxxxxxxx xxxxx xxxxxxx the xxxxxx xxxxxxxxxx xxx xxxxx xxxx the xxxxxxxxxx. The xxxxxxxxxx xxxxxxxx the xxxx xxxxxxxx the xxxx.
Esta descoberta intuitiva da protagonista ilustra o que queremos promover nos alunos: partir
das palavras no seu formato oral para chegar sua representao na escrita. Assim, as
actividades propostas neste bloco tm como objectivo central explorar a relao entre sons ou
sequncias de sons dentro da palavra e a sua relao com padres de escrita, visando a
estimulao e a automatizao deste processo, crucial para a promoo do sucesso na leitura.
7. A corrida de palavras
Cada grupo escreve numa folha de papel dez palavras comeadas pela slaba/Ataque/som da
fala dado/a pelo professor. Ganha o grupo que terminar a tarefa mais rapidamente. Em seguida,
cada grupo l e regista no quadro a lista de palavras a que chegou. Ganha o grupo que terminar a
tarefa em primeiro lugar e com as dez palavras correctamente registadas no quadro.
8. O tesouro dos sonsConsiderem-se as classes de sons da fala propostos na brochura O Conhecimento da Lngua:
Desenvolver a Conscincia Fonolgica:
(i) consoantes oclusivas [p, b, t, d, k, g]
(ii) consoantes fricativas [f, v, s, z, , ]
(iii) consoantes nasais [m, n,]
(iv) consoantes laterais [l, ]
(v) consoantes vibrantes [r, R]
Distribui-se uma classe de sons da fala a cada grupo criado na sala de aula. A actividade
conduzir identificao, numa lista de monosslabos produzidos pelo professor, das palavras
iniciadas por uma das consoantes da classe atribuda ao grupo pelo professor:
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Professor: Eu vou dizer uma lista de palavras com uma slaba s (m, p, s, s, p, tu,
c, n, li, vi, l, d, no...;). Sempre que uma palavra tiver um som da famlia de sons do
grupo, vocs guardam a palavra, escrevendo-a.
O nmero de palavras por classe, na lista do professor, igual. No final, os alunos contam o
nmero de palavras do seu tesouro e revelam-no turma, lendo as palavras registadas na sua
lista. Ganha o grupo que tiver o maior nmero de palavras registadas.
Neste exerccio, o professor poder usar a terminologia proposta na seco das actividades
da brochura O Conhecimento da Lngua: Desenvolver a Conscincia Fonolgica (sons
explosivos, sons soprados, sons do nariz, sons que tremem, sons dos lbios, etc.).
9. O Supergato e as palavras rarasA actividade remete para o trabalho sobre grupos consonnticos pouco frequentes no lxico
do portugus e frequentementeproblemticos em contexto de leitura oral:
Grupos consonnticos problemticostipo exemplooclusiva+oclusiva ca[pt]aofricativa+oclusiva a[ft]aoclusiva+fricativa o[bs]ervaroclusiva+nasal a[pn]eianasal+nasal a[mn]istia
O professor usa dois fantoches: um ensina palavras raras ao outro.
Professor: Temos aqui o Supergato, que sabe muitas palavras raras! A sua amiga
Minigata gostava de saber tantas palavras raras como as que o Supergato sabe, mas est
sempre distrada e ns temos de ajudar o Supergato a ensinar-lhas! Cada um de vocsvai repetir, para a Minigata, a palavra que o Supergato disser e vai dizer-lhe o que a
palavra significa.
Podem ser usadas palavras do lxico das outras reas cientficas a que o aluno est exposto
no ano lectivo em curso. Podem, ainda, ser usadas palavras pouco frequentes no quotidiano da
criana, para ser feito trabalho de aumento do capital lexical dos alunos. A seleco dos itens
lexicais para o exerccio depender do nvel de escolaridade dos alunos.
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Numa fase posterior, o exerccio pode ter um segundo momento: o do registo escrito das
palavras raras numa lista, para que a Minigata as leve para casa e as estude. Numa ltima fase,
cada aluno regista uma ou mais das palavras ditas pelo Supergato numa folha e escreve, frente,
o que a(s) palavra(s) significa(m). O produto do trabalho de cada aluno apresentado oralmente.
10. Vamos ler palavras raras!
A actividade remete para o trabalho sobre os grupos consonnticos problemticos no lxico
das outras reas do conhecimento, com vista automatizao da relao entre padres fnicos e
padres de escrita.
1. O professor faz um levantamento de palavras que os alunos esto a adquirir noutrosdomnios do conhecimento e que contenham grupos consonnticos problemticos.
2. trabalhado o significado das palavras.3. O professor organiza as palavras em textos e so feitas leituras orais desses textos.
11. procura dos ditongos nos verbos
A actividade contribui para a automatizao da relao entre o ditongo nasal da 3 pessoa do
plural e a sua representao grfica; deve ser feita aps exerccios de identificao de slabas
tnicas e de slabas tonas nas palavras; como em actividades anteriores, podero ser usados
verbos pouco frequentes no quotidiano da criana, para, paralelamente, ser feito trabalho deaquisio de novos itens lexicais.
Professor: Sublinha, no seguinte conjunto de palavras, a slaba tnica. Coloca, numa
coluna, as palavras acentuadas na penltima slaba e, noutra coluna, as palavras
acentuadas na ltima slaba. Depois, diz como escreves o ditongo quando ele tnico e
como o escreves quando ele tono.
reprovam catalogaro artilham consumiriam solicitaro so
envolvero cercavam esto revelam comiam
Pretende-se que os alunos cheguem seguinte generalizao:o ditongo tono registado
por ; o ditongo tnico registado por .
Ditongo tnico Ditongo tono
catalogarosolicitaro
reprovamartilham
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soenvolveroesto
consumiriamcercavamrevelamcomiam
12. No h mes, nem televises, nem limos!
As actividades visam a identificao de padres fnicos associados formao do plural nas
palavras com ditongo nasal [ w] e a automatizao da relao entre padres fnicos e
padres grficos.
a) OUVIR OS DITONGOS
O professor distribui aos alunos a grelha com as palavras no singular e com as trs hipteses de
formao do plural. O professor diz, para cada palavra na lista distribuda, os trs formatos dosditongos no plural (: limes, limos, limes); aps ouvir os trs formatos para o plural
da palavra, o aluno regista na grelha, com um X, o formato certo do ditongo.
limo Xgro Xteleviso Xmo Xcapito Xano X
po (...)
Uma vez mais, podero ser usadas palavras pouco frequentes no quotidiano da criana, para,
paralelamente, ser feito trabalho de aquisio de novos itens lexicais. A seleco dos itens
lexicais para o exerccio depender do nvel de escolaridade dos alunos.
b)DESCOBRIR OS DITONGOS
O professor distribui uma lista de palavras como a ilustrada em baixo e diz:
Professor: Vou dizer cada uma das palavras da coluna I; vocs dizem-me como digo a
plavara no plural; em seguida, ligam cada palavra na coluna da esquerda ao ditongo
correspondente na coluna da direita.
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I IIseleco os
rgo es
alemo es(...)
Em cada nvel de escolaridade, devero ser usadas palavras pouco frequentes no lxico da
criana, com vista promoo do desenvolvimento lexical dos alunos.
13. O detective dos sons - o complicado caso do ditongo
A actividade trabalha a automatizao da relao entre a sequncia fnica do ditongo e asformas de o representar na escrita.
Professor: O ditongo [ j] cometeu um crime (usar apenas a produo de fala, sem
suporte escrito). O detective dos sons ter de o encontrar! Sabe-se que ele anda fugido
no meio do texto que vos dei e escondido atrs das letras. Para ajudares o detective dos
sons, prende-o com um quadrado sempre que o encontrares no texto.
Os bens que as mes deram aos seus filhos foram deixados nas garagens do bairro
onde moravam os capites das viagens aventureiras.
O mesmo exerccio dever ser feito para os restantes ditongos, tanto nasais como orais.
14. O detective dos sons - as mscaras perdidas do []
A actividade implica a automatizao da relao entre um som da fala e as formas de orepresentar na escrita.
Professor: O som [] muito barulhento e ningum gosta dele... Sempre que entra
numa histria escrita, arranja vrias mscaras para se disfarar e fingir que no est l,
para que no o expulsem! Queres ajudar o detective dos sons a encontrar as mscaras do
[] neste texto?
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O x aile que a Maria da Luz comprou para a Cri s tina tem chapus cor-de-laranja.
Assim que chegou fes ta de anos da Cri s tina, a Maria da Luz ofereceu-lhe o x aile e
disse-lhe para ela o usar durante o lanche. Sentaram-se mesa e a Maria da Luz
distribuiu o bolo de noz que a me da aniversariante tinha preparado.
Professor: Digam-me, ento, quais so as mscaras que o [] usa?Alunos: Som Mscaras
[]
Nota: neste exerccio, h que ter em ateno os sons da fala em fronteira de palavra: nem
sempre o mesmo grafema representa o mesmo som. Por exemplo, no texto anterior, o grafema
em representa o som [] no primeiro caso, o [z] no segundo e o [] no terceiro; esta
alternncia depende do som da fala que se encontra direita, tal como acontece no caso prefixo
(exerccio 6 nesta seco).
15. O detective dos sons - o [s] traquinas
A actividade visa promover a automatizao da relao entre um som da fala e as formas de
o representar na escrita.
Professor: O som [s] muito traquinas e foge com frequncia me. Queres ajudar o
detective dos sons a encontrar o [s] escondido por trs das letras neste texto?
Os mamferos que o Simo observou na passada semana estavam todos na reserva
natural junto a Cacela. Alguns, infelizmente, foram caados. Outros ficaram por l e o
professor do Simo tenciona levar a turma a Cacela novamente, para passarem l
uns dias a estudar as caractersticas dos animais que no foram caados.
Professor: Digam-me l de que anda o [s] disfarado?Alunos: Som Disfarces
[s]
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Nota: Neste exerccio, importante mostrar aos alunos que nem todos os representam o
som [s]. Por exemplo, em , o primeiro representa o som [ ] e o
segundo representa o som [].
16. O detective dos sons - os amigos [a] e [ ]
A actividade visa promover a automatizao da relao entre sons da fala e formas de os
representar na escrita.
Professor: Os sons [a] e [ ] so diferentes mas vestem-se muitas vezes, na escrita, da
mesma maneira. Queres ajudar o detective dos sons a encontrar o [a] e [ ] neste texto?
Usa um quadrado verde para agarrar o [a] e um quadrado vermelho para agarrar o [ ].
As aves e os mamferos so grupos muito distintos. Se observarmos as suas
propriedades (a forma como se alimentam, a forma como se movem e se
reproduzem), podemos f acilmente distingui-los.
17. O detective dos sons - os amigos [], [] e [z]A actividade pretende chamar a ateno para o contraste entre a diversidade presente na
oralidade e a uniformidade que a escrita impe.
Professor: os sons [], [] e [z] so muito amigos e muito parecidos. Aproveitam as
suas semelhanas para confundir o professor e os colegas quando entram na escrita,
vestindo-se de . Queres descobrir cada um deles por trs dos vrios neste
texto? Usa o verde para o [
], o vermelho para o [
] e o azul para o [z].
As cores de que as minhas irms gos tam mes mo so os verdes claros , os
amarelos e os cas tanhos .
Nota:O formato dos exerccios usado para O Detective dos Sons pode ser usado para os vrios
casos de ausncia de biunivocidade entre sons da fala e sua representao na escrita (para o
efeito, comsulte-se Duarte, 2000 (captulo 8) e a brochura O Conhecimento da Lngua:Desenvolver a Conscincia Fonolgica). Sugere-se o uso de textos que promovam o aumento e
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a sedimentao do capital lexical dos alunos, usando, como em actividades anteriores, palavras
pouco frequentes no quotidiano dos alunos e palavras do lxico tcnico das outras reas do
conhecimento a que os alunos esto expostos.
18. AnagramasA descoberta de anagramas um jogo que focaliza a ateno das crianas na grafia das
palavras e, em particular, na posio que os grafemas ocupam numa palavra. uma actividade
que pode ser feita colectivamente ou a pares. Veja-se o seguinte exemplo:
Professor: Olhem para as palavras que escrevi no quadro. A partir de cada uma, e
alterando apenas a posio das letras, vamos tentar construir palavras novas.
Palavra Palavras novas (solues possveis)
ramo amor, mora, Roma, oram
caro roca, cora, arco, orca
corta troca, Crato, tocar, actor
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As actividades sugeridas neste captulo pretendem levar os alunos a:
(i) descobrir que as palavras podem integrar unidades de significado menores que se
combinam de acordo com as regras de formao de palavras,
(ii) identificar os contextos em que tais unidades podem ocorrer,
(iii) perceber que na interpretao das palavras fundamental conhecer os significadosde todos os elementos que nelas intervm.
1. As casinhas de palavras - 1
Atravs desta actividade, so fornecidos aos alunos elementos que entram na constituio de
palavras derivadas. Os alunos devem identificar a palavra que resulta da combinao desses
elementos. De seguida, -lhes pedido que escrevam frases em que ocorram as palavras obtidas;
desta forma, os alunos devero ser capazes de identificar o contexto de ocorrncia dessas
palavras, o que mostra que conhecem o seu significado.
Professor: Em cada tijolo encontras bocadinhos que vamos usar para construir
palavras. Constri a palavra que resulta da combinao dos tijolos, formando o telhado
da casinha. Ateno: podes ter que fazer alteraes no bocadinho que te dado.
lenta mente a normal
refazer
re fazer
infeliz
in feliz
7
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Resoluo: lentamente, anormal, guloso, pianista.
2. As casinhas de palavras - 2
Esta actividade tem o mesmo objectivo da anterior, mas agora ser o aluno a identificar os
elementos que constituem a palavra.
Professor: Em cada telhado encontras palavras que podes dividir em bocadinhos.
Escreve frases em que entrem essas palavras. Coloca nos tijolos os bocadinhos que
identificares.
Resoluo:
des+fazer, sapato+eiro, sobre+por, joelho+ada, peixe+aria, im+possvel.
Exemplo de uma frase: O pai do Joo sapateiro.
3. Vamos arrumar as palavras!
Esta actividade visa a identificao de padres fnicos no final de palavra, que socoincidentes com dados sufixos/sequncias de sufixos da lngua.
eixaria
sobre or
oelhada
desfazer
sa ateiro
gula oso piano ista
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(i) O Professor atribui um sufixo/sequncia de sufixos a cada grupo.
Exemplo: +eiro, +ar, +aria...
(ii) O Professor comea a enunciar uma srie de palavras com estas diferentes sequncias em
final de palavra.
Exemplo: sapateiro, comprar, leitaria...
(iii) Sempre que um grupo identifica uma palavra com a sua estrutura, o porta-voz levanta o
brao e repete a palavra. Os colegas escrevem a palavra numa folha.
(iv) No final, cada grupo vai ao quadro e escreve a sua lista de palavras. Por fim, diz aos
colegas o que significa a palavra, a partir da sua estrutura.
4. Que confuso!
Atravs desta actividade, pretende-se que os alunos sejam capazes de identificar palavras
derivadas em que intervm o mesmo prefixo ou o mesmo sufixo. So-lhes dadas vrias palavras
que eles tero de organizar de acordo com a sua estrutura e -lhes pedido que construam frases
em que essas palavras ocorram.
Professor:Estas palavras esto todas desarrumadas! Vamos arrum-las em caixinhas.
Em cada caixinha, as palavras tm de ter uma parte igual. Consegues identific-la?
refazer leiteiro pescador despentear joelhada
peixaria cozinheiro recomear facada lenhador
caador ferreiro desmarcar frutaria repor
Resoluo:
re- -eiro -dor des- -ada -aria
refazerrecomear
repor
leiteirocozinheiro
ferreiro
pescadorlenhador
caador
despenteardesmarcar
joelhadafacada
peixariafrutaria
5. Sei formar novas palavras!
Atravs desta actividade, o aluno vai compreender que consegue formar outras palavras
atravs da aplicao de um processo morfolgico regular. Adicionalmente, compreender que as
unidades menores que integram as palavras esto associadas a um significado.
Professor: Em cada frase, completa os espaos em branco com palavras formadas a
partir da palavra sublinhada:
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O Joocozinha muito bem. Ele um bom __________.
Aquele homem vende leite. Ele o ____________.
O Pedro tem uma livraria. Ele vende livros, por isso, um __________.
O av da Ana consertasapatos. Ele ____________.
Resoluo:
O aluno preencher os espaos em branco com as palavras:cozinheiro, leiteiro, livreiro,sapateiro.
Professor: s capaz de explicar o que fizeste para construir estas palavras?
Resoluo:O professor dever ajudar os alunos a conclurem que retiraram a rima da ltima slaba (a marca de
gnero e nmero) e juntaram o bocadinho ou o sufixo eiro ao radical de cada nome, passando o novo
nome a designar uma profisso ou ocupao.
6. Sei inventar palavras!
Esta actividade complementar da anterior e permite mostrar que, ao tomar conscincia de
processos morfolgicos, o aluno pode aplic-los em situaes novas, incluindo aquelas em que
ocorrem palavras que pertencem lngua, mas que ele at ento desconhecia. Para que haja umafocalizao no significado do afixo, pode recorrer-se a pseudo-palavras, como sugerido na
actividade abaixo.
Professor:Nas frases que vais ler a seguir, esto sublinhadas palavras que no existem.
Em cada frase, completa os espaos em branco com palavras inventadas por ti,
formadas a partir da palavra sublinhada e que possam indicar uma profisso:
O meu vizinho vendeparafantos. Ele ______________.
O Pedro fazmafagafos. Ele _____________.
Resoluo:
parafanteiro, mafagafeiro.
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7. As palavras da repetio
Esta actividade visa trabalhar o uso de um padro fnico x associado a uma unidade
morfofonolgica com uma funo y no lxico.
Professor:Se juntares a slaba re palavra fazer, sabes que a aco se repetiu. Junta
agora a slaba re a outras palavras, para mostrar que a aco que essas palavras
exprimem foi repetida.
Resolues possveis: re+ver, re+aparecer, re+iniciar, re+colocar, re+pensar, re+descobrir, re+apreciar,
re+ler,...
8. H "res" que no so de repetioEsta actividade surge na sequncia da actividade anterior. Envolve o uso de um padro
fnico x que, podendo estar associado a um prefixo x, tambm existe autonomamente, sem
funo de prefixo.
Professor:H "res" que no indicam que a aco foi repetida. Encontra palavras que
comecem porre mas em que esta slaba no signifique repetio.
Resolues possveis: verbos como recuar, remar, regar, receitar, receber,...
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Com as actividades sugeridas neste captulo, pretende-se que os alunos:
(i) Identifiquem palavras a partir da descrio do seu significado;
(ii) Identifiquem relaes semnticas entre palavras, quer se trate de relaes "horizontais",
como a sinonmia, quer se trate de relaes "verticais", como relaes de incluso ou de todo -
parte;(iii) Tomem conscincia de que uma palavra pode adquirir mais do que um significado, em
funo do contexto em que ocorre.
(iv) Compreendam que nem sempre o significado das expresses obtido de forma
composicional (i.e., atravs da combinao dos significados das palavras que as compem),
como acontece com os compostos e as expresses fixas;
(v) Tomem conscincia de que existem frases com mais do que uma leitura (i.e., ambguas),
por ser possvel estabelecer diferentes relaes sintcticas entre as palavras.
1. Da definio/descrio para a palavra
Trata-se de actividades que levam as crianas a procurar na sua memria as palavras que
correspondem s definies ou descries dadas, como acontece com as palavras cruzadas. Dois
dos exemplos propostos exploram o universo dos livros infantis; os dois restantes exploram
vocabulrio do estudo do meio.
a) descoberta de palavras dos livros de aventuras
Pessoa contra quem combatemos
d v
Feito muito difcil
z
8
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Pessoa justa e muito corajosa
h
Pessoa cruel e malvada
r v
Solues: adversrio, proeza, heri, perversa
b) descoberta de palavras dos livros de histrias
Como o porquinho que construiu a casinha de palha
p r
Como o Joo Rato
g t
Como a raposa que enganou a cegonha
t r
Como o Gato das Botas
j
Solues: imprudente, gluto, matreira, intrujo
c) descoberta de palavras dos livros do meio ambiente
Conjunto de ilhas
q
Passagem de um corpo do estado lquido ao estado gasoso
v
-
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Parte da planta que retira os nutrientes do solo
z
Parte inclinada de um monte
c
Solues: arquiplago, evaporao, raiz, encosta
d) Cruzadas com vocabulrio do meio ambiente
3
1
2
1 2
3
4
Horizontais1. Quando sopra forte, faz voar os chapus.
2. So farrapos bancos a cair do cu.
3. Cobre os campos de manh, quando a noite muito fria.
4. uma chuva de pedaos de gelo.
Verticais1. Provoca a fome e a desertificao de muitas regies.
2. A gua transforma-se nele quando est muito frio.
3. Quando ela chega, ilumina o cu e d-nos cabo dos ouvidos.
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Solues:
3
1 v e n t o
r
o
2 n e v e
1 2 o
s 3 g e a d a
e e d
c l a
4 g r a n i z o
2. Representao do significado atravs de matrizes
As matrizes podem ser usadas para a representar parte do significado de uma palavra, em
particular, propriedades caractersticas do conceito ou entidade que ela designa, como acontece
no primeiro exemplo abaixo. As matrizes podem tambm ser usadas para representar as
semelhanas e diferenas entre o significado de palavras pertencentes ao mesmo campo
semntico, como o segundo exemplo abaixo mostra.
Convenciona-se o uso de um smbolo para indicar que o conceito ou a entidade em questo
tem a propriedade considerada (por exemplo, + ou ), no a tem (por exemplo, -) ou pode
ou no t-la (por exemplo, ).
a) O que uma mesa?
b) O que distingue estas aves?
Mesa
mvel +
tampo +
pernas +
serve para refeies tem costas -
pardal galinha avestruz pinguim
Tem penas + + + -
Voa + - -Nada - - - +
-
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3. Representar relaes hierrquicas entre palavras
Trata-se de uma actividade que pode ser feita individualmente, em pequenos grupos ou
colectivamente. O professor selecciona um conjunto de palavras entre as quais existam relaes
de todo - parte ou de incluso. Os alunos devem desenhar um mapa semntico que represente
graficamente as relaes entre as palavras dadas.
Os exemplos seguintes exploram, respectivamente, relaes de todo - parte e relaes de
incluso.
a) Relaes todo-parte
Dado o termo corpo humano e as palavras barriga, braos, boca, cabea, cabelo, mos,
membros, olhos, orelhas, pernas, ps, tronco, os alunos devem organiz-los hierarquicamente.
O professor pode fornecer o seguinte formato grfico ao aluno:
Resoluo da actividade:
Corpo humano
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boca barriga braos pernas
cabelo mos ps
orelhas
olhos
b) Relaes de incluso
Dado o seguinte conjunto de palavras entre as quais existem relaes de incluso, as crianas
devem represente graficamente tais relaes:animal, mamfero, sardinha, ave, roedor, peixe,
esquilo, canrio, atum. O professor pode fornecer-lhes o seguinte formato grfico:
Corpo humano
Cabea Tronco Membros
animal
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Resoluo da actividade:
4. Trabalhar relaes horizontais entre palavras
So actividades que visam sensibilizar as crianas para as relaes de sinonmia e de
antonmia.
a) Encontro um sinnimo-1
O trabalho sobre sinnimos deve ser sempre ser feito no contexto de uma frase ou de um
perodo. Neste exemplo, os alunos tm de encontrar sinnimos de verbos.
O professor d as seguintes frases e pede que os alunos as completem:
O Pauloouviu a explicao do pai; por outras palavras, ele ___________ a explicao
do pai.
A Mariamandou uma mensagem de telemvel ao primo; por outras palavras, ela
___________ a mensagem de telemvel ao primo.
A Anaacha o Pedro simptico; por outras palavras, ela ___________ o Pedro
simptico.
O Paulo encontrou a soluo do problema; por outras palavras, ele ___________ a
soluo do problema.
Solues possveis: escutou, enviou, considera, descobriu.
animal
mamfero ave peixe
roedor
canrioesquilo atumsardinha
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b) Encontro um sinnimo-1
uma actividade semelhante anterior, mas em que os alunos tm de encontrar sinnimos
de nomes.
Todos admiraram acoragem daquele bombeiro; por outras palavras, todos admiram a
sua ___________.
Ontem, fizemos um piquenique na mata; por outras palavras, fizemos um piquenique
no ___________.
O meu co gosta muito que lhe faam festas; por outras palavras, o meu co gosta
muito que lhe faam ___________.
O aristocrata da histria estava arruinado; por outras palavras, o ___________
fidalgo da histria estava arruinado.
Solues possveis: valentia, bosque, afagos, fidalgo.
c) O jogo da escada da temperatura
Trata-se de uma actividade que incide sobre antnimos escalares. O professor desenha uma
escada e coloca um adjectivo no primeiro degrau; no ltimo degrau, o aluno tem de colocar o
antnimo desse adjectivo; nos degraus do meio, deve colocar adjectivos cujo significado se
situa entre os dois extremos. Veja-se o seguinte exemplo:
trrido
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Resoluo:
d) O jogo da escada das palavras zangadas
O jogo da escada pode tambm ser usado para uma parte apenas da escala de oposio. Neste
caso, os alunos tm de encontrar adjectivos cujo significado exprima a mesma propriedade do
adjectivo do degrau anterior, mas em grau mais elevado. No exemplo abaixo, a escada comea
em aborrecido.
aborrecido
um bocadinhozangado
excepcional-mente zangado
frio
trrido
morno
quente
gelado
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Solues possveis
e) Escrever poemas grficos
A "escrita" de poemas grficos pode ser utilizada para trabalhar relaes de semelhana e de
oposio entre palavras. Dada uma forma grfica, as crianas devem preench-la com as
palavras indicadas pelo professor, de tal modo que entre elas se estabeleam relaes semnticas
de oposio e de semelhana visveis atravs da sua distribuio dentro dessa forma grfica.
O professor d a forma grfica e as palavras mar, fogo, tranquilo, agitado, sossegado,
inquieto. Os alunos tm de as distribuir no interior do hexgono de acordo com as relaes de
semelhana e de oposio que estabelecem entre elas.
irritado
enraivecido
zangado
furioso
aborrecido
um bocadinhozangado
excepcional-mente zangado
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Soluo possvel:
5. Digo o que quero dizer!
Com esta actividade, os alunos so levados a construir frases com palavras s quais pode
estar associado mais do que um significado. Devero, assim, perceber que o contexto em que a
palavra ocorre fundamental para descobrir o significado exacto da palavra.
Professor:Vais ler um conjunto de palavras que podem ter mais do que um significado.
Para cada palavra escreve frases em que se perceba que o significado da palavra
diferente, como foi feito no exemplo que se segue. Nota que no tens de definir o
significado da palavra; s tens de construir frases de acordo com o significado que
queres dar palavra.
banco pena canto corredor
modelo fecho planta
Exemplo:planta Tenho umaplanta com flor no meu quarto.
O arquitecto fez aplantadessa casa.A me do Miguelplanta flores no seu jardim.
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6)Descubro significados de expresses fixas.
Nesta actividade, os alunos so confrontados com um conjunto de frases que contm
expresses fixas. Ao tentar interpret-las, com a ajuda do professor, os alunos vo aperceber-se
de que, nestes casos, o significado das frases no resulta da combinao do significado das
palavras que as constituem. Devero ser auxiliados na compreenso da relao que existe entre
o significado das expresses fixas que nelas ocorrem e o seu significado literal.
Professor: Nas frases que se seguem, as expresses sublinhadas tm um significado
especial. Consegues explicar o que significa cada uma delas?
A Rita est em maus lenis.O Pedro nem sabe de que terra .
Est-me a chegar a mostarda ao nariz!O Pedro explodiu de raiva.
A Rita tem uma lngua afiada.
D um exemplo de outra frase que contenha uma expresso deste tipo.
Resoluo:
Tomando como exemplo a primeira frase, o aluno chegar, com o auxlio do Professor, compreenso do
significado associado expresso estar em maus lenis. Em seguida, poder construir outras frases em
que ocorre esta expresso, como por exemplo: O Pedro no fez os trabalhos de casa, por isso est emmaus lenis.
7)Construo expresses idiomticas.
Nesta actividade, o professor confronta os alunos com um conjunto de frases em que
ocorr