desenho, técnica e significados

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Curso: Arquitetura de Interiores Disciplina: Representação Gráfica Trabalho de Recuperação Aluno: Agnes Rocha Barbosa Matricula: R80131206 Turma:AQI 043 Data: 20/01/2014 DESENHO, TÉCNICAS E SIGNIFICADOS por Agnes Rocha Barbosa 1 Segundo Wong 2 (1998) o desenho é um processo de criação visual que tem propósito. Diversamente da pintura e da escultura (...) o desenho preenche necessidades práticas.E por isso, expressa por meio de seus elementos algum conceito, intencionalmente. Ainda que o desenhista não esteja ciente de todas as regras ou conceitos de organização visual, seu gosto pessoal, ou sua sensibilidade, podem contribuir no processo de criação. Para teorizar esse processo, Wong (1998) inicia com uma lista de 4 grupos de elementos visuais sendo estes: a. Elementos conceituais: não existem na realidade, porem parecem sempre estar presentes. Ex: Ponto, Linha, Plano e Volume; b. Elementos visuais: quando os elementos conceituais se tornam visíveis, eles possuem Formato, Tamanho, Cor E Textura; c. Elementos relacionais: governa a localização e inter- relações dos formatos de um desenho. Direção e Posição podem ser percebidos, enquanto Espaço e Gravidade são para ser sentidos; 1 Arquiteta Urbanista/UFT Palmas; Professora da Área de Construção Civil/IFTO Palmas; cursista da especialização em Arquitetura de Interiores; 2 WONG,Wucius.Princípios de forma e desenho São Paulo: Martins Fontes, 1998. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgHQ8AI/principios-forma-desenho-wucius-wong

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requisito para aprovação da disciplina de representação gráfica

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  • Curso: Arquitetura de Interiores Disciplina: Representao Grfica Trabalho de Recuperao Aluno: Agnes Rocha Barbosa Matricula: R80131206 Turma:AQI 043 Data: 20/01/2014

    DESENHO, TCNICAS E SIGNIFICADOS

    por Agnes Rocha Barbosa1

    Segundo Wong2 (1998) o desenho um processo de criao

    visual que tem propsito. Diversamente da pintura e da escultura (...) o

    desenho preenche necessidades prticas. E por isso, expressa por meio de

    seus elementos algum conceito, intencionalmente. Ainda que o desenhista no

    esteja ciente de todas as regras ou conceitos de organizao visual, seu gosto

    pessoal, ou sua sensibilidade, podem contribuir no processo de criao.

    Para teorizar esse processo, Wong (1998) inicia com uma lista de

    4 grupos de elementos visuais sendo estes:

    a. Elementos conceituais: no existem na realidade, porem

    parecem sempre estar presentes. Ex: Ponto, Linha, Plano e

    Volume;

    b. Elementos visuais: quando os elementos conceituais se

    tornam visveis, eles possuem Formato, Tamanho, Cor E

    Textura;

    c. Elementos relacionais: governa a localizao e inter-

    relaes dos formatos de um desenho. Direo e Posio

    podem ser percebidos, enquanto Espao e Gravidade so

    para ser sentidos;

    1 Arquiteta Urbanista/UFT Palmas; Professora da rea de Construo Civil/IFTO Palmas; cursista da especializao em Arquitetura de Interiores; 2 WONG,Wucius.Princpios de forma e desenho So Paulo: Martins Fontes, 1998. Disponvel em:

    http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgHQ8AI/principios-forma-desenho-wucius-wong

    http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgHQ8AI/principios-forma-desenho-wucius-wong

  • d. Elementos prticos: esto subjacentes ao contedo e

    extenso de um desenho, tais so, a Representao;

    Significado e Funo

    Sendo a forma considerada, por Wong (1998), tudo o que pode

    ser visto tudo o que tenha formato, tamanho, cor e textura, que ocupe

    espao, marque posio e indique direo (...) so formatos positivos,, auto-

    suficientes (...) e so distinguveis de um fundo. Constituda de pontos, linhas

    e planos sobre uma superfcie plana.

    Para Ching3 (2005) a forma possui significado abrangente, sendo

    comumente utilizada em arte e projeto para denotar a estrutura formal do

    trabalho a maneira de dispor e coordenar os elementos e partes de uma

    composio de forma a produzir uma imagem coerente.

    Normalmente, o desenho se inicia em uma rea, geralmente

    limitada pela Moldura de Referncia ou margem. A forma inserida nessa rea

    , portanto, o espao positivo, ou espao ocupado. O espao circundante a

    forma o espao negativo. (Wong,1998)

    Ching (2005) afirma que o espao to material quanto a madeira

    ou a pedra, constituda de uma emanao inerentemente informe. Todas as

    suas qualidades dependem de nossa percepo dos limites espaciais definidos

    pelos elementos da forma.

    Quando o formato, ou margem da forma, no apresenta

    espessura, ou profundidade, percebido como uma forma plana. Um formato

    qual se d espessura ou volume transforme o espao bidimensional plano em

    espao de profundidade adequada, quais produzem diferentes iluses visuais.

    (Wong,1998)

    As formas ainda podem ser classificadas quanto a sua

    visualizao (linhas; planos; linhas e planos; pontos; e, textura), ou quanto ao

    seu tipo (figurativo: natural, feito pelo homem, verbal; ou, abstrato), segundo

    Wong (1998).

    3 CHING, Francis D. K. Arquitetura: Forma, Espaco E Ordem. So Paulo: Martins Fontes, 2005. Disponvel em: http://horadearquitetar.blogspot.com.br/2010/10/livro-arquitetura-forma-espaco-e-ordem.html

    http://horadearquitetar.blogspot.com.br/2010/10/livro-arquitetura-forma-espaco-e-ordem.html

  • Sendo o desenho a composio mais completa, na qual a forma

    a parte mais evidente. Wong(1998) divide o desenho em duas categorias:

    Bidimensional e Tridimensional.

    O desenho Bidimensional a forma criada pelo homem para

    comunicao de ideias,registro de experincias, expresso de sentimentos,

    emoes, a decorao de proporo simples ou a transmisso de vises

    artsticas(Wong,1998). Fazendo referncia a um mundo bidimensional por

    meio de esforos conscientes que possa organizar vrios elementos. Ainda que

    possa causar confuses por no apresentar profundidades em um determinado

    plano.

    E o desenho tridimensional aquele em direo a qual podemos

    caminhar, da qual podemos nos afastar , ou, em torno da qual podemos andar;

    pode ser visto de diferentes ngulos e distncias(Wong.1998). Um tanto mais

    complicado, por causa das vistas de ngulos diferentes, quais devem ser

    consideradas simultaneamente. Mas, por outro lado, torna tangveis as

    complicaes do mundo real, podendo assim evit-las.

    Conforme supracitado, os elementos prticos do desenho

    referem-se s informaes que esto subjacentes ao contedo e extenso de

    um desenho, tais so, a Representao; Significado e Funo. E estes, esto

    devidamente teorizados no Sistema de Leitura Visual da Forma do Objeto de

    Gomes Filho4 (2000). Estudo realizado a partir das teorias da Escola Gestalt,

    no campo da Psicologia Perceptual da Forma.

    Gomes Filho (2000) inicia seu trabalho a partir de rebatimentos

    sobre as leis da Gestalt, dando embasamento cientfico ao Sistema de Leitura

    Visual da Forma do Objeto. So estes: as Unidades; a Segregao; a

    Unificao; o Fechamento; a Continuidade; a Proximidade; a Semelhana; e, a

    Pregnncia da Forma. Dentre os rebatimentos da lei da Gestalt, sero

    explanados apenas sobre trs:

    Segregao a capacidade perceptiva de separar,

    identificar, evidenciar ou destacar unidades formais em um

    4 GOMES FILHO, Joo. Gestalt do Objeto: Sistema de Leitura Visual da Forma. So Paulo: Escrituras Editora, 2000. Disponvel em: http://www.4shared.com/get/

    4wlb42Cym/gestalt_do_objeto.html

    http://www.4shared.com/get/wlb42Cym/gestalt_do_objeto.html

  • todo compositivo ou em partes deste todo. (GOMES

    FILHO, 2000) Pode-se segregar uma ou mais unidades,

    pode ser feita por diversos meios - pontos, linhas, planos,

    volumes, cores, entre outros -, tambm pode-se

    estabelecer nveis de segregao.

    Unificao consiste na igualdade ou semelhana dos

    estmulos produzidos pelo campo visual, pelo objeto (...) se

    verifica quando os fatores de harmonia, equilbrio,

    ordenao visual e, sobretudo, a coerncia da linguagem

    ou estilo formal das partes ou do todo esto presentes no

    objeto ou composio (GOMES FILHO, 2000). Se

    manifesta, tambm, em graus de qualidade.

    Fechamento se d quando as foras de organizao da

    forma dirigem-se espontaneamente para uma ordem

    espacial que tende para a formao de unidades em todos

    fechados (GOMES FILHO, 2000). No se pode confundir a

    sensao de fechamento sensorial com o fechamento

    fsico do objeto.

    Alm das leis da Gestalt, Gomes Filho (2000) acrescentou duas

    classes de categorias conceituais. Baseando-se em diversos outros campos de

    conhecimento, dentre o design, artes plsticas e psicologia da percepo. As

    Categorias Conceituais Fundamentais consubstanciais na harmonia, no

    contraste e no equilbrio visual e seus opostos. E as Categorias Conceituais

    que tem como finalidade funcionar como tcnicas visuais aplicadas.

    A harmonia por ordem acontece quando se produz

    concordncias e uniformidades entre as unidades que compe as partes do

    objeto ou o prprio objeto como um todo (GOMES FILHO, 2000) Obtm-se

    ordem por relaes ordenadas, ou seja, quando h compatibilidade na

    linguagem formal.

    Segundo Ching (2005) a ordem se refere no apenas

    regularidade geomtrica, mas sim, a uma condio em que cada parte de um

    todo est apropriadamente disposta com referncia a outras partes e ao sseu

    propsito, de modo a produzir um arranjo harmonioso. E ressalta que ordem

    sem diversidade pode gerar monotonia e enfado, enquanto que a diversidade

    sem ordem gera o caos. Sendo que um sentido de unidade com variedade o

    ideal.

  • Ching (2005) afirma que os princpios de ordem so recursos

    visuais onde as formas e espaos coexistam perceptiva e conceitualmente

    dentro de um todo ordenado, unificado e harmonioso, sendo eles: simetria;

    hierarquia; ritmo; dodo; e, transformao.

    Por fim, as Categorias Conceituais, ou tcnicas visuais aplicadas,

    que so descritas por contribuir na leitura visual da forma e fornecer subsdios

    no processo de criao do projeto. So estes: clareza; simplicidade;

    complexidade; minimidade; profuso; coerncia; incoerncia; exagerao;

    arredondamento; transparncia fsica; transparncia sensorial; opacidade;

    redundncia; ambiguidade; espontaneidade; aleatoriedade; fragmentao;

    sutileza; difusidade; distoro; profundidade; superficialidade; sequencialidade;

    sobreposio; ajuste ptico; e, rudo visual.

    Afinal, cada desenho a representao de um desejo, de um

    sonho traduzido em pontos, linhas e planos. Sonhado por mim, visto por muitos

    outros.