desempenho do pinhÃo-manso jatropha curcas l.) de … · laviola e marcos antônio santos. À...

81
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO (Jatropha curcas L.) DE SEGUNDO ANO SUBMETIDO A DIFERENTES DOSES E RELAÇÕES NPK CARLOS ALBERTO GONÇALVES GUSMÃO 2010

Upload: dinhdung

Post on 13-Nov-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS

DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO (Jatropha curcas L.) DE SEGUNDO ANO SUBMETIDO A DIFERENTES DOSES E

RELAÇÕES NPK

CARLOS ALBERTO GONÇALVES GUSMÃO

2010

Page 2: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

CARLOS ALBERTO GONÇALVES GUSMÃO

DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO (Jatropha

curcas L.) DE SEGUNDO ANO SUBMETIDO A DIFERENTES DOSES E RELAÇÕES NPK

Dissertação apresentada à Universidade Estadual de Montes Claros, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal no Semiárido, área de concentração em Produção Vegetal, para obtenção do título de “Magister Scientiae”.

Orientador Profº. DSc. Iran Dias Borges

JANAÚBA MINAS GERAIS-BRASIL

2010

Page 3: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

Catalogação: Biblioteca Setorial Campus de Janaúba

Gusmão, Carlos Alberto Gonçalves.

G982d Desempenho do pinhão-manso (Jatropha curcas L.) de segundo ano submetido a diferentes doses e relações NPK [manuscrito] / Carlos Alberto Gonçalves Gusmão. – 2010.

81 p.

Dissertação (mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal no Semiárido, Universidade Estadual de Montes Claros-Unimontes, 2010.

Orientador: Profº. D.Sc. Iran Dias Borges.

1. Adubação. 2. Jatropha curcas L. 3. Pinhão-manso. I. Borges, Iran Dias. II. Universidade Estadual de Montes Claros. III. Título.

CDD. 633.85

Page 4: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

CARLOS ALBERTO GONÇALVES GUSMÃO

DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO (Jatropha

curcas L.) DE SEGUNDO ANO SUBMETIDO A DIFERENTES DOSES E RELAÇÕES NPK

Dissertação apresentada à Universidade Estadual de Montes Claros, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal no Semiárido, área de concentração em Produção Vegetal, para obtenção do título de “Magister Scientiae”.

APROVADA em 28 de JANEIRO de 2010.

Profº. DSc. Marcos Koiti Kondo Profº. DSc. Ramom Correia de Vasconcelos UNIMONTES/CCET UESB

Profº. DSc. Delacyr da Silva Brandão Júnior Profº. DSc. Wagner Ferreira da Mota UFMG/NCA UNIMONTES/CCET

Profº. DSc. Iran Dias Borges Orientador

UNIMONTES/CCET

JANAÚBA

MINAS GERAIS-BRASIL

Page 5: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

A todos os m eus colegas de profissão, e a todos os jatrophacultores, com o suporte para tom ada de suas decisões. O F E RE Ç O

A D eus, aos m eus pais, D ivino e R ita, e ao m eu irm ão, L uis A ntônio.

D E D ICO

Page 6: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

AGRADECIMENTOS

A Deus, pela vida, proteção, sabedoria e por mostrar o caminho a ser

seguido.

Aos meus pais, Manoel Divino Gusmão Veloso e Rita Gonçalves

Gusmão, e ao meu irmão, Luis Antônio Gonçalves Gusmão, pelo apoio.

A toda minha família, mas, em especial, Sinval, Eunice, Josianne,

Suzyanny e Fabiano, pelo incentivo.

À SADA Bioenergia e Agricultura Ltda. Unidade de Jaiba-MG, em

especial ao Diretor de Desenvolvimento Agrícola, Mauro Lúcio Maciel, pela

liberação para cursar este programa de mestrado e pelo financiamento desta

pesquisa.

Aos meus colegas de trabalho, Adilson, Rodrigo, Andercília, Hadson,

pela valiosa contribuição na realização deste trabalho.

A todos os meus amigos(as), mas de forma especial, Diogo, Patrícia, por

terem participado e contribuído para a realização desta obra desde seu início.

Aos colaboradores do Setor de Oleaginosas (pinhão manso),

Fitossanidade, PD&I e Irrigação da SADA Bioenergia e Agricultura Ltda.,

Vilmar, Rafael, Milton, Genilson, Romerito, pelo auxilio na montagem,

condução e avaliação do experimento.

A Irriger® Tecnologia e Serviços de Irrigação Ltda., por meio de seu

colaborador, Antônio Vieira Lopes Junior, pelo fornecimento de informações

referentes ao manejo da irrigação.

Aos colaboradores do Laboratório de Controle de Processos – LCP em

especial a Suele e Edílson.

A todo corpo docente do PPGPVSA, mas em especial ao meu

orientador, Iran Dias Borges, pelos conhecimentos transmitidos, e aos

Page 7: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

professores Marcos Koiti Kondo e Rodinei Facco Pegoraro, pelo auxilio na

elaboração deste importante trabalho.

Aos meus colegas de mestrado, em especial, Edson Marcos Viana Porto,

Virgínia Ribeiro Magalhães, Ana Maria Alves Duarte e Bruno Denucci, pela

amizade.

Aos meus colegas de profissão, mas de forma especial, Bruno Galvêias

Laviola e Marcos Antônio Santos.

À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a

cultura do pinhão manso, e também por ser mais uma enciclopédia sobre

assuntos pertinentes a minha formação.

Aos meus colegas de república, Diomar, João Everton, Rodrigo, Rafael,

Fábio e à nossa governanta, Lúcia.

A EPAMIG-URENM, pela realização das analises de tecido foliar e de

solos.

Ao Laboratório de Agroenergia da Universidade Federal de Viçosa,

pelas análises do teor de óleo, mas em especial ao Profº. Luis Antônio dos

Santos Dias e ao Mestrando Anderson Barbosa Evaristo.

A todos que, direta ou indiretamente, acreditaram e contribuíram para a

realização desta valiosa pesquisa.

Page 8: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

SUMÁRIO

RESUMO..................................................................................................i

ABSTRACT.............................................................................................ii

1 INTRODUÇÃO....................................................................................1

2 REFERENCIAL TEÓRICO...............................................................3

2.1 Botânica, morfologia, origem e distribuição da planta de pinhão-manso (Jatropha curcas L.)..............................................................3

2.1.1 Botânica............................................................................................3 2.1.2 Morfologia da planta........................................................................4 2.1.3 Origem e distribuição do pinhão-manso........................................14 2.2 Acessos de pinhão-manso.................................................................15 2.3 Fenologia da planta de pinhão manso...............................................18 2.4 Pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) na cultura do pinhão-

manso...............................................................................................19 2.5 Adubação e nutrição mineral do pinhão-manso................................21 2.6 Nutrição mineral de plantas...............................................................23 2.6.1 Nitrogênio (N)................................................................................23 2.6.1.1 Sulfato de amônio [(NH4)2SO4]...................................................25 2.6.2 Fósforo (P2O5)................................................................................25 2.6.2.1 Superfosfato simples [3Ca(H2PO4)2 + 7CaSO4 + 2HF]..............27 2.6.3 Potássio (K2O)................................................................................28 2.6.3.1 Cloreto de potássio (KCL)..........................................................29 2.6.4 Enxofre (S).....................................................................................30

3 MATERIAL E MÉTODOS...............................................................32

3.1 Caracterização da área experimental.................................................32 3.2 Dados climáticos...............................................................................34 3.3 Tratos culturais..................................................................................35 3.4 Características do solo da área experimental....................................38 3.5 Amostragem de folhas.......................................................................38 3.6 Aplicação dos tratamentos................................................................39 3.7 Características avaliadas...................................................................40 3.7.1 Peso de frutos (g)............................................................................40 3.7.2 Comprimento e diâmetro de frutos (mm).......................................40 3.7.3 Deiscência de frutos (%)................................................................41 3.7.4 Peso de casca (g)............................................................................41 3.7.5 Número de sementes por fruto.......................................................41 3.7.6 Peso de sementes (g)......................................................................41

Page 9: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

3.7.8 Comprimento, largura e espessura de sementes (mm)...................41 3.7.9 Teor de óleo nas sementes (%).......................................................41 3.8 Delineamento experimental...............................................................42

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................44

5. CONCLUSÕES.................................................................................62

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................63

Page 10: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

i

RESUMO

GUSMÃO, Carlos Alberto Gonçalves. Desempenho do pinhão-manso (Jatropha curcas L.) de segundo ano submetido a diferentes doses e relações NPK. 2010. 70 p. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal no Semiárido) – Universidade Estadual de Montes Claros, Janaúba, MG.1

Os resultados de pesquisas com a cultura do pinhão-manso (Jatropha curcas L.) ainda são incipientes, e a carência de informações e domínio tecnológico tem levado muitos agricultores a abandonarem suas áreas de cultivo. Objetivou-se com este trabalho avaliar o desempenho da cultura do pinhão-manso no segundo ano de cultivo, submetido a cinco doses de adubação, considerando três relações NPK. O estudo foi realizado com o acesso SADA JCL 01, em Mocambinho, Jaíba, MG, (latitude 15º10’47,7” sul, longitude 043º53’51,1” oeste e altitude de 475 m) no período de outubro de 2008 a julho de 2009. O solo da área é classificado como Neossolo Quartzarênico (RQ), e a cultura foi conduzida com sistema de irrigação do tipo gotejamento. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso em esquema fatorial 3 x 5, sendo 3 relações NPK (I � 36-18-27 g planta-1; II � 54-18-27 g planta-1 e III � 72-18-27 g planta-1) x 5 doses (60%, 100%, 140%, 180% e 220%) x 4 repetições, sendo a parcela experimental constituída por 10 plantas. As características avaliadas foram: peso de frutos (g), comprimento e diâmetro de frutos (mm), deiscência de frutos (%), peso da casca (g), número de sementes por fruto, peso de sementes (g), comprimento, largura e espessura de sementes (mm) e teor de óleo nas sementes (%). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância com o auxílio do programa estatístico SISVAR, e para as diferenças significativas identificadas pelo teste F foi aplicado o teste de médias de Scott-Knott (5%), sendo também avaliados por análise de regressão, com ajuste de curvas representativas para cada uma das características avaliadas. O peso e as dimensões, comprimento e diâmetro, de frutos de pinhão-manso aumentam linearmente com a quantidade de nitrogênio aplicada. Para o acesso SADA JCL 01, o formulado NPK 36:18:27 e a dose de 100% são satisfatórios tanto para a produção de sementes como de frutos de pinhão-manso de segundo ano. O teor de óleo em sementes de pinhão-manso decresce linearmente com a quantidade de nitrogênio aplicada. Termos para indexação: Jatropha curcas L., nitrogênio, adubação, semiárido.

1Comitê de Orientação: Profº. Iran Dias Borges – UNIMONTES (Orientador)

Page 11: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

ii

ABSTRACT

GUSMÃO, Carlos Alberto Gonçalves. Performance of physic nut (Jatropha

curcas L.) of the second year under different doses and NPK relations. 2010. 70 p. Dissertation (Master's degree in Plant Production in the Semiarid) - Universidade Estadual de Montes Claros, Janaúba, MG.1 The results of research on the cultivation of physic nut (Jatropha curcas L.) are still preliminary, and the lack of information and technology power has led many farmers to abandon their cultivation areas. This study aimed to evaluate the performance of the physic nut in the second year of cultivation, subject to five levels of fertilization, whereas three formulated NPK. The study was carried out to access SADA JCL 01 in Mocambinho, Jaíba, MG, (latitude 15 ° 10'47, 7 "south, longitude 043 º 53'51, 1" west and altitude 475 m) from October 2008 to July 2009. The soil of the area is Typic Quartzipisamment (RQ), and culture was conducted with a drip irrigation system. The experimental design was in randomized blocks in a factorial scheme 3 x 5, with 3 relations NPK (I � 36-18-27 g plant-1; II � 54-18-27 g plant-1 and III �72-18-27 g plant-1) x 5 doses (60%, 100%, 140%, 180% and 220%) x 4 replicates, being the experimental plot constituted by 10 plants. The evaluated characteristics were: fruit weight (g), length and diameter of fruit (mm), fruit dehiscence (%), shell weight (g), number of seeds per fruit, seed weight (g), length, width and thickness of seed (mm) and oil content in seeds (%).The data were subjected to analysis of variance with the SPSS statistical SISVAR, and significant differences identified by the F test was applied Scott-Knott (5%) average, being also evaluated by regression analysis, with representative curve fitting for each one of those characteristics. The weight and size, length and diameter of physic nut fruit increase linearly with the amount of nitrogen applied. The formulated 01 NPK 36:18:27 and the dose of 100% are satisfactory for both seed and fruit of physic nut of second year for access the SADA JCL. The oil content in physic nut seeds decreases linearly with the amount of nitrogen applied.

Index terms: Jatropha curcas L., nitrogen, fertilization, semiarid.

1Guidance Committee: Profº. Iran Dias Borges. DAC/UNIMONTES (Advisor)

Page 12: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

1

1 INTRODUÇÃO

As atividades econômicas da espécie humana dependem diretamente das

fontes seguras de energia, que são o insumo primordial sobre as quais estão

alicerçadas em nosso planeta. Diante do crescimento da população global, do

acelerado desenvolvimento industrial, que leva a um aumento da demanda

energética, propiciando aceleração na exaustão dos recursos naturais não

renováveis, tais como petróleo e carvão mineral. Este fato tem sido responsável

pela preocupação ambiental e tem levado a buscas por fontes de energia

sustentáveis, do ponto de vista ambiental, social e econômico.

O Brasil reúne vantagens comparativas naturais (terra, radiação solar,

água, tecnologia de sistemas agrícolas tropicais e mão-de-obra), mas precisa

aprimorar essas vantagens adotando inovações tecnológicas e arranjos

produtivos sustentáveis para competir e cooperar na produção da energia de

biomassa.

Os biocombustíveis podem ser uma das alternativas que têm grandes

possibilidades de fazer parte dessa nova matriz energética,por ser uma energia

renovável e limpa, isto é, com pouca emissão de poluentes que contribuem para

o aquecimento global.

Em 2008, o consumo de combustível na matriz energética Nacional foi,

em bilhões de litros: 19,6 de Etanol (anidro+hidratado); 1,2 de Biodiesel; 18,8

de Gasolina e 43,6 de Diesel (LERAYER, et al., 2009).

O biodiesel é um combustível produzido a partir de óleos vegetais ou de

gorduras animais. Dezenas de espécies vegetais presentes no Brasil podem ser

usadas na produção do biodiesel, dentre elas soja, dendê, girassol, babaçu,

amendoim, mamona e o pinhão manso.

Hoje, o obstáculo para o sucesso do Programa Nacional de Produção e

Uso do Biodiesel (PNPB) é a matéria-prima para produção de óleo vegetal.

Page 13: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

2

Diante disto, o pinhão-manso (Jatropha curcas L.) tem sido cultivado e

pesquisado para tal finalidade. Os resultados de pesquisas com esta cultura são

ainda incipientes e preliminares. Todavia, até o ano de 2008 observou-se uma

extraordinária expansão da área cultivada com esta espécie no País e no mundo.

No Brasil, estima-se que tenham atualmente 50.000 ha plantados com a cultura,

sendo que destes, 30 mil ha estão entre os grandes e médios produtores, e o

restante na agricultura familiar (DURÃES et al., 2009). Este crescimento de área

plantada tem gerado expressiva demanda por informações, principalmente

quanto ao manejo da cultura. Contudo, a carência de informações e domínio

tecnológico desta cultura tem levado muitos agricultores a abandonarem suas

áreas de cultivo devido aos altos custos, à falta de mercado e de viabilidade

econômica.

Diante do exposto, entender as necessidades de adubação da planta é

primordial. Além disso, a maioria dos trabalhos com o pinhão-manso se

restringem à planta jovem de primeiro ano; mas como a cultura é perene e atinge

seu pico de produção por volta do 5º ano de cultivo, há necessidade de estudos

relativos à fertilização ano a ano.

Avaliar e conhecer a resposta dessa planta à adubação realizada no

segundo ano de cultivo é de fundamental importância no estabelecimento de

estratégias de fertilização eficiente e racional da cultura.

Objetivou-se com este trabalho avaliar o desempenho da cultura do

pinhão-manso (Jatropha curcas L.), no segundo ano de cultivo, submetido a

cinco doses de adubação, considerando três relações NPK.

Page 14: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

3

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Botânica, morfologia, origem e distribuição da planta de pinhão-manso

(Jatropha curcas L.)

2.1.1 Botânica

A família Euphorbiaceae compreende aproximadamente 8000 espécies,

com cerca de 320 gêneros. O gênero Jatropha contém aproximadamente 160

espécies de plantas herbáceas e arbustivas, das quais apresentam valor

medicinal, ornamental e outras produzem óleo, como é o caso da Jatropha

curcas L. (NUNES, 2007).

O nome Jatropha deriva do grego iatrós (doutor) e trophé (comida),

implicando as suas propriedades medicinais; curcas é o nome comum para o

pinhão-manso em Malabar, Índia (MATOS, 2007).

Existe uma extensa lista de sinonímias para essa espécie, tendo sido

reconhecidas por Dehgan e Webster (1979) e Schultze-Motel (1986), são as

seguintes: Curcas purgans Medik., Ricinus americanus Miller, Castiglionia

lobata Ruiz & Pavon, Jatropha edulis Cerv. Gaz. Lit. Mex., J. acerifolia salisb.,

Ricinus jarak thumb., Curcas adansoni Endl. Curcas indica A. Rich e Curcas

curcas (L.) Britthon & Millsp. A espécie J. curcas é diploide com 2n = 22

cromossomos.

Popularmente, a J. curcas L. é conhecida como: pinhão-manso, pinhão-

paraguaio, pinhão-de-purga e pinhão-de-cerca, purgante-de-cavalo, mandiguaçu,

fogo-do-inferno (Brasil), physic nut, purging nut (inglês), pourghère (França),

pinoncillo (México), tempate (América Central), kadam (Nepal), sabudam

(Tailândia), e purguera (Portugal).

O pinhão-manso (Jatropha curcas L.) é uma planta da família

Euphorbiaceae, a mesma da mandioca, mamona e seringueira. Tem usos

Page 15: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

4

diversos como, por exemplo, planta medicinal, ornamental, cerca viva e

produtora de óleo. A torta que resta da prensagem das sementes é um fertilizante

rico em nitrogênio, potássio, fósforo e matéria orgânica, mas não é

recomendável para utilização em alimentação animal, sem tratamento adequado.

A casca dos pinhões pode ser usada como carvão vegetal e matéria-prima na

fabricação de papel e alimentação de caldeiras para produção de vapor e

bioeletricidade.

2.1.2 Morfologia da planta

O aspecto geral da planta é um arbusto grande (Figura 1), de crescimento

rápido, cuja altura normal é de dois a três metros, podendo alcançar até cinco

metros em condições especiais (DIAS, et al., 2007). Possui odor bem

característico nas suas estruturas vegetativas e reprodutivas.

Page 16: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

5

FIGURA 1. Aspecto geral da planta adulta de pinhão-manso (Jatropha curcas

L.), quando caducifólia (a; b) e em plena vegetação (c; d). Fotos: Carlos A. G. Gusmão (2008)

O sistema radicular do pinhão-manso possui raiz principal pivotante e

raízes secundárias pouco ramificadas de tamanhos variados de acordo com a

projeção da copa da planta (Figura 2).

Conforme Araújo et al. (2009), plantas de pinhão-manso de 17 meses

possuem mais de 50% das raízes concentradas na camada de 0,0 - 0,3 m e mais

de 80% das raízes na camada de 0,0 - 0,6 m. Ainda segundos estes autores, cerca

de 50% das raízes concentram-se até 0,5 m distante horizontalmente do tronco, e

80% se encontram até 0,75 m da linha de plantio.

A B

C D

Page 17: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

6

FIGURA 2. Sistema radicular da planta jovem de pinhão-manso (Jatropha

curcas L.). Foto Carlos A. G. Gusmão (2009)

O caule da planta é liso, macio e esverdeado, com coloração variando de

cinzento-castanho a amarelado, de lenho mole e medula desenvolvida com

função de sustentação e acúmulo de reservas, dividido desde a base e pouco

resistente, que pode atingir de 3 a 12 metros de acordo sua idade e forma de

condução (Figura 3). Os ramos espalhados e longos, revestidos por uma camada

cerosa, possuem cicatrizes que se formam devido à queda das folhas na estação

seca do ano e apresentam desprendimento de uma casca semitransparente neste

mesmo período (DIAS et al., 2007).

Em caso de ferimento, exsuda seiva cáustica de coloração branca que,

logo após algumas horas, assume a cor castanha em forma de resina.

Page 18: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

7

FIGURA 3. Detalhe do caule da planta de pinhão-manso (Jatropha curcas L.).

Foto: Carlos A. G. Gusmão (2008).

As folhas são decíduas, alternadas e subopostas, filotaxia em aspiral, e

distam 105º da próxima. Cordadas na base 3-5 lobadas. As folhas novas

apresentam-se de coloração vermelho-vinho devido presença de antocianinas.

As folhas velhas do pinhão são verdes, esparsas e brilhantes, largas e alternas,

em forma de palma com três a cinco lóbulos e pecioladas, com nervuras

esbranquiçadas e salientes na face inferior. As folhas maduras possuem

coloração verde-amarelada, e logo ficam castanhas quando totalmente secas

(SATURNINO et al., 2005). O formato da folha pode sofrer pequenas variações

conforme o acesso e origem da planta (Figura 4).

Page 19: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

8

FIGURA 4. Formato de limbo foliar de acessos de pinhão-manso (Jatropha

curcas L.). Fig.1A, limbo pequeno, base em “V” fechado, limbo ondulado, cor verde; Fig. 1B, limbo médio, base em “V” aberto, limbo plano, cor verde-escura; Fig. 1C, limbo grande, base em “V” fechado, limbo semi-ondulado, cor verde-clara. (LAVIOLA et al., 2009a).

Como em outras Euphorbiaceas, no pinhão-manso a primeira

inflorescência é cimeira, surgindo na ponta dos ramos. Junto com as folhas

novas, surgem as inflorescências. A planta é monoica com flores de coloração

amarelo-esverdeada e formam buquê, com 10 a 20 flores femininas e mais de 50

masculinas (SATURNINO et al., 2005). Segundo Juhász et al. (2009), em

Janaúba, MG, a variação do número de flores por inflorescência foi de 94 a 234,

na proporção de uma flor feminina para 20 masculinas. O número de flores

femininas por inflorescência variou de 4 a 12 (JUHÁSZ et al., 2009). As flores

femininas têm pedúnculo longo e articulado, são isoladas e se localizam nas

ramificações. As flores masculinas, com ausência de pedúnculo, tem 10 estames,

5 unidos na base e 5 unidos na coluna, localizando-se nas pontas das

ramificações (SATURNINO et al., 2005).

A B C

Page 20: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

9

A floração é monoica, apresentando na mesma planta, mas com sexo

separado, flores masculinas e femininas de cor amarela-esverdeada. As flores

masculinas aparecem em maior número, nas extremidades das ramificações e as

femininas na base das ramificações (Figura 9). A floração tende a ocorrer depois

do período de seca e no início das chuvas.

A abertura das flores femininas na mesma inflorescência ocorre em dias

diferentes. Após a abertura da primeira flor, as outras se abrirão diariamente

durante cerca de 11 dias consecutivos (DIAS et al., 2007).

A polinização é entomófila realizada por abelhas (Figura 5), formigas,

trips e moscas. Segundo Juhász et al. (2009), é possível a realização da

polinização artificial em pinhão-manso. Da flor ao fruto maduro, são decorridos,

geralmente, 60 dias (DIAS et al., 2007).

FIGURA 5. Inflorescência masculina (a ♂) e feminina (a ♀) de pinhão-manso (Jatropha curcas L.), (DURÃES et al., 2008) e polinização entomófila (b).

Foto b: Carlos A. G. Gusmão (2009).

O fruto é capsular, oblongo, com diâmetro de 1,5 a 3,0 cm, trilocular,

podendo apresentar 1, 2, 3 ou até 4 sementes. Formado por um pericarpo ou

A B

Page 21: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

10

casca dura e lenhosa, indeiscente, inicialmente verde, passando a amarelo,

castanho e por fim preto, quando atinge a maturação fisiológica (Figura 6)

(DIAS et al., 2007). O peso dos frutos varia de 1,5 a 3 gramas (DIAS et al.,

2007).

No geral, o fruto contém de 53 a 62% de sementes e de 38 a 47% de

casca (PEIXOTO, 1973). Cada semente de pinhão-manso pesa entre 1,53 e 2,85

g e contém entre 25 e 40% de óleo inodoro fácil de extrair por pressão. Um

quilograma de sementes contém entre 1000 e 2370 sementes (SATURNINO et

al., 2005).

A amêndoa contém o albúmen ou endosperma que é abundante, branco,

oleaginoso (28 a 35% de óleo) e o embrião, constituído do eixo embrionário e de

dois largos cotilédones achatados e foliáceos (DIAS et al., 2007).

A colheita ainda é manual com pico entre fevereiro e abril, ou até julho

quando o período chuvoso é mais prolongado.

Santos et al. (2009), avaliando a uniformidade do desenvolvimento de

todos os frutos de pinhão-manso de cada inflorescência marcada, identificando o

primeiro e o último fruto a se desenvolver, verificaram que os primeiros frutos

se desenvolveram em 46,2 dias, e os últimos frutos em 57,9 dias. Como o

amadurecimento dos frutos se completa de quatro a cinco dias, os últimos

atingem tamanho máximo após o amadurecimento dos primeiros. Existe uma

considerável diferença no desenvolvimento de frutos de plantas distintas e

também dentro das inflorescências que é agravada pelo rápido amadurecimento

dos frutos na planta.

Segundo Dantas et al. (2009) e Morais et al.( 2007), para a produção e

comercialização de sementes de pinhão-manso de alta qualidade fisiológica,

deve-se colher os frutos amarelados com partes marrons (Figuras 6 e 7).

Page 22: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

11

FIGURA 6. Fases de maturação de frutos de pinhão-manso (Jatropha curcas L.) fase 1- fruto totalmente verde e sementes brancas; fase 2- fruto verde com pontos amarelos e sementes escurecidas; fase 3- fruto verde com mais de 50% de coloração amarela e sementes pretas; fase 4- fruto esverdeado com partes amarelas e marrons e sementes pretas; fase 5- fruto amarelo com partes marrons com início de deiscência e sementes pretas; fase 6- fruto marrom-escuro, seco e deiscente (DANTAS et al., 2009).

Page 23: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

12

FIGURA 7. Curvas de germinação de sementes de pinhão-manso (Jatropha

curcas L.) com diferentes fases de maturação (DANTAS et al., 2009).

O óleo do pinhão-manso (Figura 8) é composto, principalmente, pelos

ácidos oleico (41%) e linoleico (37%), seguidos pelos ácidos palmítico (13,3%)

e esteárico (6,4%), (BICUDO et al., 2007). O biodiesel feito através deste óleo,

tanto pelas rotas metílica e etílica, apresentou características físico-químicas

compatíveis com a Resolução 42 da Agência Nacional de Petróleo (ANP),

(ARAÚJO et al., 2007). Também pelo fato de não competir com fontes

alimentares, está sendo a opção de várias empresas para produção de biodiesel,

como é o caso da SADA Bioenergia e Agricultura Ltda.

Page 24: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

13

FIGURA 8. Óleo bruto (A e B) e refinado (C) de pinhão-manso (Jatropha

curcas L.). Fotos: Carlos A. G. Gusmão (2009).

A torta resultante da extração do óleo das sementes de pinhão-manso

constitui excelente adubo orgânico, rico em nitrogênio, fósforo e potássio

(Figura 9). No entanto, a sua destinação para ração animal está impossibilitada

devido à presença de fatores limitantes de natureza tóxica, alergênica e

antinutricional. Contudo, devido a estas propriedades a torta tem sido testada

com viabilidade para o controle de fitopatógenos (NUNES, 2009), para

produção de bioetanol (SHARMA et al., 2008; SANTOS et al., 2009) e de

briquetes (TOLEDO et al., 2009). Segundo Ortiz et al. (2009), há possibilidade

de realizar a destoxificação da torta de pinhão-manso através do processo de

extrusão de alto cisalhamento (Figura 9 b).

A

B C

Page 25: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

14

FIGURA 9. Torta de pinhão-manso (Jatropha curcas L.) após extração do óleo (a) e após processo de extrusão (b), (ORTIZ et al., 2009). Foto A: Carlos A, G. Gusmão (2009).

2.1.3 Origem e distribuição

Quanto à origem, é mais confiável considerar a América Central tendo o

México como o país de origem e os índios, que migraram da América do Norte

para a América do Sul há mais de 10.000 anos, como os responsáveis pela sua

distribuição do México até a Argentina, incluindo o Brasil (HELLER, 1996 e

CEARÁ BIODIESEL, 2007).

Existem pesquisadores que consideram o Brasil como o país de origem

em virtude de navegantes portugueses terem levado suas sementes colhidas no

Brasil para África, Ásia e suas ilhas no Atlântico. Provavelmente, foi introduzida

pelos comerciantes portugueses no sudeste da África, Índia, Cabo Verde,

Madagascar, Java, Malásia, Tailândia e Filipinas sendo utilizada como planta

ornamental e medicinal produtora de óleo (MUNCH E KIEFER, 1989;

SUJATHA E DHINGRA, 1993) e, em alguns países, considerada planta

daninha.

Essa cultura está largamente distribuída pelos trópicos sendo encontrada

em todas as regiões tropicais, temperadas e, em menor escala, nas frias (Figura

10).

A B

Page 26: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

15

FIGURA 10. Distribuição e centro de origem mais provável do pinhão-manso

(Jatropha curcas L.) (LAVIOLA, 2009b).

2.2 Acessos de pinhão manso

O pinhão-manso é uma planta nativa que ainda se encontra em processo

de domesticação, sendo que até o momento não são conhecidas variedades

melhoradas ou cultivares de pinhão-manso, mas há pesquisas em andamento no

Brasil e outros países como a Nicarágua, Índia e China, para coleta e formação

de banco de germoplasma de Jatropha curcas L. e para o melhoramento

genético buscando maiores produtividades e adaptação a diversas condições

ambientais e resistência a pragas e doenças. Características como o conteúdo de

óleo das sementes e o peso das amêndoas podem variar conforme a procedência

da planta (MATOS, 2007), do ponto de colheita dos frutos e armazenamento.

De modo geral, os acessos do pinhão-manso apresentam elevada

toxicidade devido à presença de ésteres de forbol e outros fatores

antinutricionais, tornando-as inadequadas ao consumo humano ou animal, a não

Page 27: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

16

ser acessos de origem mexicana, encontrados nas regiões de Vera Cruz,

Quintana Rôo (no Yucatán) e Morelos (Figuras 11, 12 e 13) por apresentarem

baixos teores e até ausência deste composto secundário (MAKKAR, 1998;

MARTINS e CARVALHO, 2007; MARQUES e FERRARI, 2008). Estes

acessos com características não tóxicas devem ser utilizados em programas de

melhoramento visando à produção de torta não tóxica como fonte de proteína

para rebanhos animais e até para alimentação humana (BECKER et al., 1999).

FIGURA 11. Localização do estado de Morelos no México, um dos

prováveis locais de origem dos acessos não tóxicos (Coordenadas 18º44´51´´N 99º04´13´´W).

Page 28: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

17

FIGURA 12. Localização do estado de Vera Cruz no México, um dos prováveis

locais de origem dos acessos não tóxicos (Coordenadas 19º 26´ 5´´ N, 96º 22´ 59´´ W).

FIGURA 13. Localização do estado de Quintana Roo (no Yucatán) no México, um

dos prováveis locais de origem dos acessos não tóxicos (Coordenadas 19º 35´ 44´´ N, 87º 54´ 47´´ W).

Page 29: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

18

No dia 15 de janeiro de 2008 foi publicada no Diário Oficial da União a

Instrução Normativa Nº. 14, de 14 de janeiro de 2008, que autoriza a inscrição

do pinhão-manso no Registro Nacional de Cultivares – RNC (DIÁRIO

OFICIAL DA UNIÃO 2008). Isso vem a facilitar e muito o estabelecimento da

cultura em nosso país.

A idéia de que o pinhão-manso é uma cultura rústica resistente a pragas e

doenças não está sendo confirmada nas áreas comerciais plantadas com esta

cultura. Seu comportamento em sistema de monocultivo mostra que ela é uma

planta suscetível a pragas, doenças, deficit hídrico e solos com baixa fertilidade.

A ocorrência de doenças e ataques de pragas tem sido muito relatada em

plantios experimentais e comerciais no Brasil e no mundo (HELLER, 1996;

SATURNINO et al., 2005; JONGSCHAAP et al., 2007, LOPES et al., 2009;

GONÇALVES et al., 2009).

2.3 Fenologia da planta de pinhão-manso

É uma planta perene e caducifólia, ou seja, perde as folhas no período da

seca (jun-out), a partir do primeiro ano. O aspecto geral da planta é mostrado na

figura abaixo.

FIGURA 14. Ciclo de desenvolvimento da cultura do pinhão-manso no primeiro ano nas condições do Brasil (LAVIOLA, 2009b).

Page 30: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

19

Contudo, Durães (2008) sugere dividir o ciclo de vida da planta de

pinhão-manso a partir do segundo ano nas seguintes etapas fenólogicas (Figura

15).

FIGURA 15. Ciclo fenológico do pinhão-manso (Jatropha curcas L.), a partir do segundo ano, nas condições edafoclimáticas do Brasil (DURÃES, 2008).

2.4 Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PD&I) na cultura do pinhão-

manso

Atualmente o foco principal dado à cultura do pinhão-manso é o

investimento em PD&I por empresas públicas e privadas e por parcerias destas

em várias partes do mundo e no Brasil. Um destes exemplos é o Projeto

BRJATROPHA que conta com a participação de 23 instituições

estrategicamente distribuídas pelo Brasil (Figura 16). Contudo, estes esforços

visam a determinar o estado da arte sobre o entendimento e utilização adequada

desta espécie, e buscar atender às exigências do mercado cada vez mais

competitivo e em tempo necessário para que a ciência possa produzir resultados

Page 31: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

20

e efeitos consolidados (DURÃES et al., 2009). Nesta ótica, os principais

objetivos das pesquisas é a sua domesticação através de seu entendimento para

utilizar o potencial desta espécie para produzir óleo, desenvolver o sistema

produtivo, o aproveitamento da torta e, através do melhoramento genético, criar

novas cultivares.

FIGURA 16. Instituições brasileiras integrantes do Projeto BRJATROPHA (LAVIOLA, 2009c).

Um dos caminhos mais curtos para se viabilizar a cultura do pinhão-

manso é através do melhoramento genético dos materiais existentes hoje.

Os genótipos usados em plantios no Brasil são geneticamente

desconhecidos, não existindo ainda cultivares melhoradas, sobre as quais se

tenha informações e garantias do potencial de produção nas diversas regiões

produtoras (LAVIOLA et al., 2009a). Esta é uma demanda de pesquisa latente.

Laviola et al. (2009a), trabalhando com acessos de 190 procedências,

registraram divergência genética através do agrupamento UPGMA e marcadores

Page 32: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

21

RAPD, mas com indicações que a base genética é estreita nas procedências de

pinhão-manso de ocorrência no Brasil (Figura 17).

FIGURA 17. Gráfico gerado pelo método de projeção de distância a partir das similaridades dos 192 genótipos de pinhão-manso baseados em marcadores RAPD. Os acessos 66, 67 e 79 são provenientes da SADA Bioenergia e Agricultura Ltda. (LAVIOLA, 20093).

2.5 Adubação e nutrição mineral do pinhão-manso (J. curcas L.)

Consoante Laviola e Dias (2007), o pinhão-manso extrai, pela colheita

de frutos, elevada quantidade de nutrientes e, se não for adequadamente

adubado, pode levar ao empobrecimento do solo ao longo dos anos de cultivo.

Page 33: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

22

Considerando um espaçamento de 4 x 2 com 1.250 planta/ha, a extração de

nutrientes pelos frutos no 4º ano de cultivo corresponderia a uma retirada de

146,2, 28,5 e 103,6 kg/ha de N, P e K. Somente a estimativa da extração de N

pela colheita de frutos corresponde a 3,65 vezes a recomendação de N para a

cultura da mamona, mandioca e girassol (RIBEIRO et al., 1999).

Essas informações subsidiam a tomada de decisão quanto à estratégia de

fertilização a ser usada. Na tabela 1, expõe-se uma sugestão de adubação da

cultura segundo Laviola, (2009b).

TABELA 1. Recomendação de N, P2O5 e K2O para a cultura do pinhão-manso

(LAVIOLA, 2009 b).

*A partir do 5º ano de cultivo, seguir a recomendação de adubação para o 4º

ano.

Alem de informações quanto ao acúmulo e extração de nutrientes, é

fundamental cruzar essas informações com as do conhecimento do ciclo

fenológico da planta e, assim, decidir quando, quanto e com que nutrientes

adubar a cultura. (Figura 18).

N P2O5 K2O Idade da planta

...............................g planta-1 ano-1...............................

0 a 1 Anos 25 a 30 0 10 a 20

1 a 2 Anos 35 a 40 10 a 15 20 a 30

2 a 3 Anos 60 a 75 20 a 30 40 a 60

3 a 4 Anos* 120 a 150 40 a 60 80 a 120

Page 34: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

23

FIGURA 18. Época e forma de adubação da cultura do pinhão-manso, adaptado de Laviola (2009 b).

2.6 Nutrição mineral de plantas

2.6.1 Nitrogênio (N)

Ao contrário dos demais nutrientes, o nitrogênio praticamente não é

fornecido ao solo pelas rochas de origem. O gás N2 que constitui 78% da

atmosfera terrestre é sua fonte para as plantas, porém, na sua forma elementar

não é absorvido pelas plantas.

O nitrogênio mineral do solo é representado pelas formas iônicas amônio

(NH4+), nitrato (NO3

-) e, muito raramente, nitrito (NO2-). As formas amoniacal e

nítrica são prontamente absorvidas pelas plantas (FURTINI NETO et al., 2001).

Esse nutriente é considerado alimento de massa, isto é, o elemento químico que

as plantas geralmente necessitam em maior quantidade principalmente na fase

ativa de crescimento; é um estimulante e fonte de vigor. Uma dose correta de

nitrogênio aumenta o crescimento, com a produção de muitas folhas grossas que

apresentam cor verde-escura, pela abundância de clorofila (SILVA e SILVA,

Page 35: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

24

1995). Mengel e Kirkby (1987) relatam que o nitrogênio é um macronutriente

primário essencial para as plantas, por participar da formação de proteínas,

aminoácidos e de outros compostos importantes no metabolismo das plantas.

Sua ausência bloqueia a síntese de citocinina, hormônio responsável pelo

crescimento das plantas, causando redução do seu tamanho e consequentemente

redução da produção econômica das sementes.

O fornecimento às plantas via adubação mineral funciona como

complementação à capacidade de seu suprimento pelo solo, a partir da

mineralização (MALAVOLTA et al., 1997). Segundo Malavolta (2006), tanto as

raízes quanto as folhas são capazes de absorver N e S sendo que, nas condições

de campo, N-NO3– e S-SO42- são as formas predominantemente absorvidas pelas

raízes. Todavia, quando ocorre a falta de nitrogênio no solo, as plantas crescem e

produzem menos e suas folhas ficam cloróticas. Por outro lado, quando há

excesso de N no solo, a planta vegeta excessivamente, produz menos frutos,

apresenta menos raiz, transpira demasiadamente, ficando sujeita à seca e ao

ataque de pragas e moléstias (MALAVOLTA et al., 2002).

O nitrogênio é um nutriente que está relacionado aos mais importantes

processos fisiológicos que ocorrem nas plantas, tais como fotossíntese,

respiração, desenvolvimento e atividade das raízes, absorção iônica de outros

nutrientes, crescimento, diferenciação celular e genética.

Sua função é participar da constituição de aminoácidos, proteínas,

enzimas, DNA e RNA (purinas e pirimidinas), clorofila, coenzimas, colina,

ácido indolilacético. Há relações entre nutrição mineral com N e doenças de

plantas, uma vez que na sua deficiência ocorrem alterações no N total,

aminoácidos, fenois, celulose, suculência, resultando em menor resistência

(MALAVOLTA, 2008).

Page 36: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

25

2.6.1.1 Sulfato de amônio [(NH4)2SO4]

Tecnologicamente, a amônia é o insumo-chave para a obtenção dos

fertilizantes nitrogenados e resulta da mistura de hidrogênio com nitrogênio. As

unidades produtivas, geralmente, estão instaladas perto de refinarias

petroquímicas, pois o hidrocarboneto é sua principal fonte de hidrogênio. O

Brasil importa 88,3 % da demanda por sulfato de amônia (SAAB e PAULA,

2008).

O sulfato de amônio é produzido pela seguinte reação química:

(amônia) 2NH3 + (ácido sulfúrico) H2SO4 → (sulfato de amônio) (NH4)2SO4

Este mineral ainda é muito usado no Brasil, com as vantagens da

estabilidade química, baixa higroscopicidade e presença de 24% de enxofre.

O íon amônio pode ser trocável ou não trocável. A forma não trocável

corresponde ao amônio que é “fixado” pelo solo, ou seja, aquele retido nos

espaços internos de argila 2:1, notadamente vermiculita. Portanto, em solos mais

intemperizados, o teor de amônio não trocável é insignificante.

O íon nitrato proveniente da oxidação do amônio ou do nitrito e da

adubação, por ser negativamente carregado, tende a predominar na solução do

solo, ficando, dessa forma, mais suscetível a lixiviação (FURTINI NETO et al.,

2001).

2.6.2 Fósforo (P2O5)

Dentre os macronutrientes, o fósforo é o exigido em menores

quantidades pelas plantas, porém, este nutriente é aplicado em maiores

quantidades em adubação nos solos do Brasil. Este fato se deve à baixa

disponibilidade deste nutriente, e também à forte tendência da quantidade

aplicada reagir com componentes do solo formando compostos de baixa

solubilidade (FURTINI NETO et al., 2001)..

Page 37: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

26

O teor de fósforo inorgânico nos solos é muito maior que o fósforo

orgânico, este último podendo representar de 20 a 70% do fósforo total da

camada arável.

Os solos podem apresentar de 100 a 2500 kg/ha de fósforo total, na

camada arável. Contudo, independentemente do tipo de solo, a concentração de

fósforo em solução é extremamente baixa, normalmente entre 0,1 a 1,0 kg/ha,

dada a elevada tendência de remoção do fósforo da solução, tanto por

precipitação quanto por adsorção com compostos de Al, Fe e Ca (FURTINI

NETO et al. 2001).

O fósforo é crucial no metabolismo das plantas, desempenhando papel

importante na transferência de energia da célula, na respiração e na fotossíntese.

É também componente estrutural dos ácidos nucleicos de genes e cromossomos,

assim como de muitas coenzimas, fosfoproteínas e fosfolipídeos. As limitações

na disponibilidade de P no início do ciclo vegetativo podem resultar em

restrições no desenvolvimento, das quais a planta não se recupera

posteriormente, mesmo aumentando o suprimento de P a níveis adequados. O

suprimento adequado de P é pois, essencial desde os estádios iniciais de

crescimento da planta.

Quanto às relações entre nutrição mineral de P2O5 e doenças de plantas,

vale ressaltar que, na sua presença, há aumento no teor; maior vigor, conferindo

maior resistência, visto que H2PO4 apresenta como principais funções a

regulação da atividade de enzimas, liberação de energia do ATP e do fosfato de

nucleotídeo de adenina, respiração, fixação de CO2, biossíntese, absorção

iônica, constituinte dos ácidos nucleicos. Fosfatos de uridina, citosina e

guanidina participam da síntese de sacarose, fosfolipídeos e celulose e

fosfolipídeo de membrana celular (MALAVOLTA, 2008).

O estresse moderado de P pode não produzir sintomas evidentes de

deficiência. Entretanto, sob deficiência mais severa, as plantas adquirem

Page 38: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

27

coloração que varia de verde-escura à púrpura. A deficiência de fósforo pode

reduzir tanto a respiração como a fotossíntese; porém, se a respiração reduzir

mais que a fotossíntese, os carboidratos se acumulam, deixando as folhas com

coloração verde-escura. A deficiência também pode reduzir a síntese de ácido

nucleico e de proteína, induzindo a acumulação de compostos nitrogenados

solúveis (N) no tecido. Finalmente, o crescimento da célula é retardado e

potencialmente paralisado. Como resultado, os sintomas de deficiência de P

incluem diminuição na altura da planta, atraso na emergência das folhas e

redução na brotação e desenvolvimento de raízes secundárias, na produção de

matéria seca e na produção de sementes.

A maior parte do P no solo se move até as raízes da planta mais por

difusão que por fluxo de massa. Como o movimento do P do solo por difusão até

as raízes é restrito, a difusão geralmente é considerada como o fator mais

limitante na absorção de P pelas plantas. Estima-se que o P se move por difusão,

em média, somente de 1 a 2 mm; desta forma, apenas o P que se encontra a esta

distância das raízes está estrategicamente disponível para ser absorvido. A

absorção de P pelas plantas é proporcional à densidade das raízes; assim, o

incremento da área superficial da massa radicular aumenta a habilidade da planta

em acessar e absorver o P do solo (GRANT, et al., 2001).

2.6.2.1 Superfosfato simples [3Ca(H2PO4)2 + 7CaSO4 + 2HF]

O superfostato simples ou super simples é obtido do tratamento da rocha

fosfatada apatítica com ácido sulfúrico concentrado, como mostra a reação

química abaixo:

Ca10(PO4)6F2 + 7H2SO4 → 3Ca(H2PO4)2 + 7CaSO4 + 2HF

Page 39: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

28

Este fertilizante é, portanto, uma mistura de fosfato monocálcico com

gesso, onde o CaSO4 representa 50% em peso. Assim, uma fosfatagem corretiva

com esta fonte, promove, indiretamente, uma gessagem.

O superfosfato simples contém de 16 a 22% de P2O5 solúvel em ácido

cítrico a 2%, dos quais cerca de 90% é solúvel em água. Em adição, apresenta

cerca de 12% de S e 26% de CaO. (FURTINI NETO et al. 2001).

O Brasil importa rocha concentrada de Marrocos, Israel e Argélia,

perfazendo 90 % da importação de P, com forte dependência de importação de

enxofre, matéria-prima básica para a produção de ácido sulfúrico (SAAB e

PAULA, 2008).

2.6.3 Potássio (K2O)

O potássio é absorvido pelas plantas em grandes quantidades. Este

nutriente está associado a uma maior resistência das plantas às condições

adversas, tais como baixa disponibilidade de água e extremos de temperatura.

Sua concentração na solução controla a difusão até a superfície das raízes,

controlando sua absorção pelas plantas (MENGEL e VON BRAUNSCHWEIG,

1972).

O potássio está envolvido no crescimento meristemático, sendo também

importante para a manutenção da quantidade de água nas plantas. A absorção de

água pela célula e pelos tecidos é frequentemente consequência da absorção

ativa do potássio.

O mecanismo de abertura e fechamento dos estômatos depende

inteiramente do fluxo de potássio sobre a taxa de assimilação de CO2, não por

uma influência direta nos fotossistemas I ou II, mas sim por promover a síntese

da enzima ribulose bifosfato carboxilase. O potássio não promove somente a

translocação de fotossintetatos recém-produzidos, mas também tem um efeito

benéfico na mobilização de material estocado (KOCH & MENGEL, 1977).

Page 40: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

29

A principal função do potássio, em bioquímica, é seu efeito na ativação

de vários sistemas enzimáticos (EVANS & SORGER, 1966). Dentre as relações

entre nutrição mineral de K2O e doenças de plantas, vale destacar que, na sua

presença, ocorre a maturação adiantada, mais proteínas, permeabilidade de

membranas, silificação, conferindo maior resistência. Suas funções são

economia de água, abertura e fechamento dos estômatos – fotossíntese, ativação

de enzimas e transporte de carboidratos fonte-dreno (MALAVOLTA, 2008).

2.6.3.1 Cloreto de Potássio (KCL)

O cloreto de potássio é extraído diretamente de depósitos naturais, com

pureza variada (presença de cloretos e sulfatos de sódio, magnésio e cálcio). Por

tratamentos apropriados, obtem-se um fertilizante com alto grau de pureza,

contendo cerca de 60% de K2O.

O KCL é o fertilizante potássico mais usado no Brasil, tanto como

fertilizante simples quanto para preparo de formulados sólidos e líquidos. Suas

desvantagens estão relacionadas como o índice salino (115) e com a presença de

cloreto (45 a 48%).

As reservas mundiais de potássio estão estimadas em aproximadamente

16 bilhões de toneladas. O Canadá, com 60 % (8,30 milhões de toneladas), e a

Rússia, com 14 %, são os países que detêm as maiores reservas do mundo. Hoje

os depósitos de potássio do País resumem-se à mina explorada pela Companhia

Vale do Rio Doce (CVRD), estimados em 300 milhões de toneladas de cloreto

de potássio, e reservas amazônicas, de cerca de 900 milhões de toneladas, sendo

a Petrobras a atual detentora da concessão de lavra, cuja exploração ainda não

foi definida. Atualmente importam-se 90,8% da demanda por cloreto de potássio

(SAAB e PAULA, 2008).

Page 41: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

30

2.6.4 Enxofre (S)

O enxofre é um produto sólido extraído de minas perfuradas a grandes

profundidades, ou ainda pela recuperação de gases ácidos do petróleo. A

Petrobras produz cerca de 7 % do enxofre demandado pelo mercado brasileiro, e

hoje se importa praticamente todo o enxofre utilizado no setor de fertilizantes

(SAAB e PAULA, 2008).

O enxofre é exigido pelas plantas em quantidades aproximadamente

iguais ao fósforo. Seu teor nos solos variam de 0,002 a 0,04% e está diretamente

relacionado com o teor de matéria orgânica do solo. Assim como acontece com

o nitrogênio, a degradação da matéria orgânica do solo implica em redução de

sua disponibilidade. Este se apresenta na solução do solo na forma de SO42-, que

é a forma absorvida pelas raízes das plantas, sendo classificado como bastante

solúvel (FURTINI NETO et al. 2001).

O enxofre faz parte da molécula de vários compostos orgânicos (DUKE

e REISENAUER, 1986; MARSCHNER, 1986; MENGEL e KIRKBY, 1987)

como: ferrodoxinas, proteínas de baixo peso molecular contendo alta proporção

de unidades de cisteína e adicionalmente iguais números de átomos de ferro e

enxofre; serve nas reações de oxirredução da fotossíntese, na redução de NO3 e

do SO4 e sendo que o aminoácido cisteína pode se converter no aminoácido

metionina e no dipeptídeo cistina e esses aminoácidos entram na composição das

proteínas, esta é a maior fração do enxofre nas plantas.

Quanto às relações entre nutrição mineral com S e doenças de plantas,

vale enfatizar que, na sua presença, ocorre a produção de H-S em resposta à

infecção tóxica do patógeno, cisteína, maior resistência precursora de

fitoalexinas, parte de antibiótico de baixo peso molecular, ou seja, causa maior

resistência. O S encontra-se presente em todas as proteínas, enzimáticas ou não,

e em coenzimas: CoA (respiração, metabolismo de lipídeos); biotina

(assimilação de CO2 e descarboxilação); tiamina (descarboxilação do piruvato e

Page 42: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

31

oxidação de alfacetoácidos, componente da glutationa e de hormônios). Em

pontes de bissulfato, -S-S-, participam de estruturas terciárias de proteínas. Atua

também na formação de óleos glicosídicos e compostos voláteis, e na

ferredoxina (na assimilação do CO2, na síntese da glicose e do glutamato, na

fixação do N2, e na redução do nitrato) (MALAVOLTA , 2007; MALAVOLTA,

2008).

Page 43: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

32

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Caracterização da área experimental

O estudo foi realizado em área de plantio comercial de pinhão-manso (J.

curcas L.) de segundo ano, na empresa SADA Bioenergia e Agricultura Ltda.,

Unidade de Jaíba, MG, (latitude 15º10’47,7” sul, longitude 043º53’51,1” oeste e

altitude de 475 m) no período de outubro de 2008 a julho de 2009. A empresa

trabalha com três acessos denominados SADA JCL 01, SADA JCL 02 e SADA

JCL 03, sendo os dois primeiros originários de províncias do México (Vera

Cruz, Quintana Roo no Yucatán e Morelos), e o último do Brasil no Norte de

Minas Gerais.

FIGURA 19. Vista aérea das áreas plantadas com pinhão-manso e cana-de-açúcar na SADA Bioenergia e Agricultura Ltda., Usina São Judas Tadeu, Jaíba, MG, 2009. Foto: Arquivos SADA 2006.

Page 44: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

33

A gleba utilizada para o estudo possui uma área de 4,27 ha (Figuras 19 e

20), plantada com mudas do acesso SADA JCL 01 em 7 de julho de 2007, no

espaçamento de 4 m x 2,5 m, em solo com acidez corrigida e adubado com 300

g/cova do formulado NPK 06-30-24 + FTE, contendo 0,04% de B; 0,05% de

Mn; e 0,22 de Zn. O solo da área é classificado como Neossolo Quartzarênico

(NQ), e a cultura foi conduzida com sistema de irrigação do tipo gotejamento

(Figura 23).

FIGURA 20. Esquema de orientação adotado para localizar as áreas plantadas com pinhão-manso nas bordas dos pivôs na SADA Bioenergia e Agricultura Ltda., Usina São Judas Tadeu, Jaíba, MG, 2009.

Cana-de-açúcar

Pinhão-manso Pinhão-manso

Pinhão- manso Pinhão-manso

Page 45: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

34

3.2 Dados climáticos

Os dados climáticos temperatura (ºC), umidade relativa do ar (UR%) e

precipitação (mm) foram coletados na estação meteorológica automática da

SADA Bioenergia e Agricultura Ltda. (Figuras 21 e 22).

TEMPERATURA MÉDIA MENSAL DOS ANOS 2008 E 2009

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Meses

Tem

pera

tura

(ºC

)

Temp.max 2008 Temp.med 2008 Temp.min 2008

Temp.max 2009 Temp.med 2009 Temp.min 2009

FIGURA 21. Temperatura máxima, média e mínima (ºC) mensal dos anos 2008 e 2009 na SADA Bioenergia e Agricultura Ltda., Mocambinho, Jaiba, MG, 2009.

Page 46: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

35

UMIDADE RELATIVA DO AR MÉDIA E PRECIPITAÇÃO ACUMULADA DOS ANOS 2008 e 2009

0,0

100,0

200,0

300,0

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Mês

Pre

cipi

taçã

o (m

m)

0,0

30,0

60,0

90,0

Um

idad

e R

elat

iva

do A

r (%

)

Prec. 2008 Prec. 2009 UR 2008 UR 2009

FIGURA 22. Umidade relativa do ar média (%) e precipitação mensal (mm) dos anos 2008 e 2009 na SADA Bioenergia e Agricultura Ltda., Mocambinho, Jaiba, MG, 2009. Dados fornecidos pela estação meteorológica da SADA.

3.3 Tratos culturais

Foi feita capina mecânica com o trator e grade aradora na entrelinha, e

capina química com Glifosato (2 litros ha-1) e manual com enxada entre plantas

na linha uma vez.

O controle de pragas como ácaros e cigarrinha-verde foi feito com o

inseticida Agritoato 400 CE (Dimetoato), 750 ml ha-1. O controle de doenças

não se fez necessário no período do trabalho.

A irrigação foi feita via gotejamento, sendo que cada planta recebeu três

emissores com vazão de 0,48 mm h-1, totalizando 1,45 mm planta-1 h-1 (Figura

23). O solo da área apresenta capacidade de campo (CC) de 10,47%, ponto de

murcha permanente (PMP) de 4,53%, densidade aparente (DA) de 1,54g/cm3 e

profundidade (P) de 60 cm (Irriger® Ltda.).

Page 47: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

36

O manejo da irrigação foi feito considerando a ET0 máxima mensal do

ano anterior. Com esses valores, determinou-se a evapotranspiração da cultura

(ETc) do mesmo período do ano anterior, que foi multiplicado por 0,72, valor

referente ao Kc médio da cultura da mamona e adotado como referência neste

trabalho (Tabela 2). Os valores obtidos subsidiaram os cálculos da lâmina de

irrigação adotada no período do trabalho (Tabela 3).

TABELA 2. Valor de Kc em estádios fenológicos para a cultura da mamoneira (Ricinus communis L.), cultivar Iris. UFMT, Santo Antônio do (CURI e CAMPELO, 2004).

Estádio fenológico Kc Germinação (V0) 0,15 Emergência (V1) 0,34

Emissão da terceira folha (V2) 0,51 Emissão da sétima folha (V3) 0,93 Início da fase reprodutiva (R4) 1,37

Floração (R5) 1,29 Formação e enchimento dos racemos (R6) 0,86

Maturação (R7) 0,33 Média 0,72

Page 48: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

37

Tabela 3. Valores de ET0 máxima mensal do ano anterior e lâmina de irrigação proposta para o manejo da cultura do pinhão-manso (Jatropha

curcas L.) no período de realização do trabalho, considerando o Kc médio de 0,72 (CURI e CAMPELO, 2004). Mocambinho, Jaíba, MG, 2009.

Ano Mês ET0 (mm) ETC (mm)

2007 AGO 6,46 4,65 2007 SET 7,88 5,67 2007 OUT 7,78 5,6 2007 NOV 9,8 7,06 2007 DEZ 7,61 5,48 2008 JAN 6,91 4,98 2008 FEV 6,82 4,91 2008 MAR 5,97 4,30 2008 ABR 5,32 3,83 2008 MAI 4,77 3,43 2008 JUN 4,34 3,12 2008 JUL 4,67 3,36 2008 AGO 6,64 4,78

FIGURA 23. Detalhe do sistema de irrigação mostrando os três bulbos molhados formados pelos gotejadores, na SADA Bioenergia e Agricultura Ltda., Usina São Judas Tadeu, Jaíba, 2009. Foto: Carlos A. G. Gusmão (2008).

A

Page 49: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

38

3.4 Características do solo da área experimental

Foram analisadas amostras de solo de cada parcela nas profundidades de

0-20, 20-40 e 40-60 cm na linha (10-20 cm do colo da planta), sendo os

resultados descritos na Tabela 4.

TABELA 4: Atributos químicos e físicos das amostras de solo das camadas de 0 a 20; 20 a 40; e 40 a 60 cm de profundidade, coletadas a 30 cm do colo das plantas da área experimental. SADA Bioenergia e Agricultura Ltda., Mocambinho, Jaiba, MG, 2009.

.......................................................Composição Química...........................................................

pH1 MO2 P3 K3 Na3 Ca4 Mg4 Al4 H+Al5 SB t T V m Profun- didade

cm dag/kg ...mg/dm3... ....................................cmolc/dm3................................. .......%......

0 a 20 6,8 0,5 3,5 36,1 0,1 2,2 0,9 0,0 1,1 3,3 3,3 4,4 74,5 0,9 20 a 40 5,4 0,3 1,9 16,8 0,1 1,0 0,4 0,1 1,4 1,5 1,5 2,9 49,7 5,7 40 a 60 5,2 0,3 1,2 13,1 0,1 0,5 0,2 0,1 1,6 0,9 1,0 2,4 33,7 17,5

........Composição Química....... ..........Composição Física..........

B6 Cu3 Fe3 Mn3 Zn3 Profundi-

dade cm

Areia Silte Argila Profun- didade

cm ....................mg/dm3.................. .....................dag/kg..................

0 a 20 0,2 0,4 17,8 63,8 2,8 0 a 20 88 9 3 20 a 40 0,5 0,2 13,0 30,1 0,5 20 a 40 86 6 8 40 a 60 0,2 0,3 10,2 22,7 0,5 40 a 60 83 5 12

1/pH em água; 2/Colorimetria; 3/Extrator: Mehlich-1; 4/Extrator: KCl 1 mol/L; 5/pH SMP; 6/Extrator: BaCl2; 7/Extrator: Ca(H2PO4) 2, 500 mg/L de P em HOAc 2mol/L; 8/Solução-equilíbrio de P SB, Soma de bases; t, CTC efetiva; T, CTC a pH 7; V, Saturação por bases; m, Saturação por alumínio; P-rem, Fósforo remanescente; CE, Condutividade elétrica. dag/kg = %; mg/dm3 = ppm; cmolc/dm3 = meq/100 cm3

3.5 Amostragem de folhas

Foram feitas coletas de limbos foliares expandidos localizados entre a 6ª

e 8ª folha abaixo da última inflorescência (LAVIOLA e DIAS, 2008), quatro

folhas por planta, nos sentidos da linha e entrelinha de plantio, em ramos

diferentes. Privilegiaram-se folhas normais, sadias, bem nutridas e livres de

ataque de pragas e doenças (LAVIOLA e DIAS, 2008).

Page 50: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

39

O material vegetal amostrado foi lavado em água deionizada, seco e

moído para a realização das análises de determinação dos teores de nutrientes,

sendo os resultados das análises descritos na Tabela 5.

TABELA 5: Resultados das análises foliares de amostras das plantas de pinhão-manso (Jatropha curcas L.) utilizadas no experimento. SADA Bioenergia e Agricultura Ltda., Mocambinho, Jaiba, MG, 2009.

1/ Digestão sulfúrica – Método Kjeldahl; 2/ Digestão nitrico-perclórica; 3/ Digestão via seca dag/kg = (%); mg/kg = (ppm); F = Formulado; D = Dose.

Os resultados das análises de amostras do solo e das análises foliares das

plantas das parcelas subsidiaram a decisão quanto aos tratamentos a serem

adotados neste trabalho.

3.6 Aplicação dos tratamentos

As fontes minerais utilizadas foram devidamente pesadas em balança

analítica de precisão e acondicionadas em pequenos recipientes plásticos para

serem transportados para a área experimental (Figura 24). A aplicação foi feita

de forma manual, com o solo úmido entre 20 e 40 cm do colo das plantas em

toda sua circunferência (Figura 24). Logo após a aplicação, foi adicionada uma

leve camada de solo sobre os formulados, de modo que estes não ficassem

descobertos, evitando, assim, perdas por volatilização e maior interação com o

meio para facilitar as reações físico-químicas.

.....................................................Composição Química.......................................................

N 1 P 2 K 2 S 2 Ca 2 Mg 2 B 3 Cu 2 Fe 2 Mn 2 Zn 2 Na 2

.........................dag/kg......................... .............................mg/kg................................

3,12 0,17 1,78 0,20 1,82 1,27 28,16 7,16 90,51 326,42 23,00 248,99

Page 51: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

40

FIGURA 24. Recipientes utilizados para aplicação dos formulados (a) e

forma de aplicação no colo das plantas (b).

3.7 Características avaliadas

3.7.1 Peso de frutos (g)

A colheita das parcelas foi realizada quando os frutos atingiram a

maturidade fisiológica, ou seja, no estádio caracterizado pela coloração amarela,

amarela-marron e marron (Figura 10). Os frutos foram coletados no solo e na

planta. Os frutos coletados foram colocados para secar à sombra até atingirem

peso constante. Posteriormente foram identificados e acondicionados em sacos

de papel.

Escolheram-se ao acaso 40 frutos em cada parcela para a realização das

análises biométricas. Logo após, os frutos foram pesados em balança analítica de

alta precisão.

3.7.2 Comprimento e diâmetro de frutos (mm)

O comprimento e o diâmetro de cada fruto foram obtidos com a

aplicação de um paquímetro digital de alta precisão em sentido

longitudinal e vertical, respectivamente.

Page 52: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

41

3.7.3 Deiscência de frutos (%)

Este parâmetro foi verificado através de uma análise do avaliador que,

ao proceder a retirada da casca do fruto, realizava a classificação do material

como fácil (nota 1) ou como difícil (nota 2). Por meio dos valores das notas

calculou-se o percentual de frutos com deiscência fácil em cada parcela.

3.7.4 Peso de casca (g)

Após a pesagem do fruto seco e retirada de sua casca, esta foi a pesagem

em balança digital.

3.7.5 Número de sementes por fruto

Realização da contagem do número de sementes presentes em cada

fruto.

3.7.6 Peso de sementes (g)

O peso das sementes secas foi determinado por meio da utilização de

balança digital de alta precisão de forma individualizada.

3.7.8 Comprimento, largura e espessura de sementes (mm)

O comprimento das sementes de cada fruto foi obtido em sentido

longitudinal, a largura em sentido transversal e a espessura em sentido vertical,

com a utilização de um paquímetro digital de alta precisão.

A massa foi aferida utilizando-se uma balança analítica com precisão de

0,001g, e na mensuração de comprimento, largura e espessura de frutos e

sementes se utilizou paquímetro digital.

3.7.9 Teor de óleo nas sementes (%)

O teor de óleo nas sementes foi obtido de forma não destrutiva, pelo

método de ressonância magnética (RMN), com utilização do aparelho MQC

Page 53: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

42

OXFORD no Laboratório de Agroenergia da Universidade Federal de Viçosa.

Foram analisadas 3 sementes por parcela, escolhidas aleatoriamente.

3.8 Delineamento experimental

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso em

esquema fatorial 3 x 5, sendo 3 relações NPK (I � 36-18-27 g planta-1; II � 54-

18-27 g planta-1 e III � 72-18-27 g planta-1) x 5 doses (60%, 100%, 140%,

180% e 220%) x 4 repetições, sendo a parcela experimental constituída por 10

plantas.

Adotou-se como base a recomendação média de 180g/planta (160 a 200g

planta-1 para o segundo ano de cultivo, segundo Dias et al. (2007) do formulado

NPK (20-10-15), para determinação da adubação 100%, considerando resultados

da análise das amostras de solo e da análise foliar de plantas da área

experimental (Tabelas 4 e 5).

As fontes de N, P2O5 e K2O utilizadas foram: Sulfato de amônio,

Superfosfato simples e Cloreto de potássio, respectivamente. Na tabela abaixo

são descritas as quantidades de nitrogênio aplicado em cada um dos tratamentos.

Neste estudo trabalhou-se com a seguinte proporção N:P:K:; [2,0 : 1,0 :

1,5]; [3,0 : 1,0 : 1,5] e [4,0 : 1,0 : 1,5], para os tratamentos I, II e III,

respectivamente.

Page 54: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

43

TABELA 6. Valores para quantidade de nitrogênio, fósforo e potássio aplicada por planta em função dos tratamentos adotados no experimento.

Relação de NPK Dose (%) N (g.planta-1) P (g.planta-1) K (g.planta-1)

I 60 21,6 10,8 16,2

I 100 36 18 27

I 140 50,4 25,2 37,8

I 180 64,8 32,4 48,6

I 220 79,2 39,6 59,4 ....................................... ..................... .............................. ........................... ..........................

II 60 32,4 10,8 16,2

II 100 54 18 27

II 140 75,6 25,2 37,8

II 180 97,2 32,4 48,6

II 220 118,8 39,6 59,4 ....................................... ................. .............................. ........................... ..........................

III 60 43,2 10,8 16,2

III 100 72 18 27

III 140 100,8 25,2 37,8

III 180 129,6 32,4 48,6

III 220 158,4 39,6 59,4

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância com o auxílio

do programa estatístico SISVAR (FERREIRA, 2000), e para as diferenças

significativas identificadas pelo teste F, foi aplicado o teste de médias de Scott-

Knott (5%), sendo também avaliados por análise de regressão, com ajuste de

curvas representativas para cada uma das características avaliadas.

Page 55: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

44

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados da análise de variância para as características avaliadas são

descritos na Tabela 7. Não houve efeito significativo dos formulados utilizados

para nenhuma das características avaliadas, exceto para teor de óleo. Para doses

do formulado, houve efeito significativo para peso fruto e peso de casca e teor

de óleo. Entretanto, observou-se interação significativa dos fatores analisados

para diâmetro de frutos (DF), largura de sementes (LS) e para peso de sementes

(PS).

Para as características deiscência de frutos (DEIF%), número de

sementes (NS), espessura de sementes (ES), comprimento de sementes (CS), não

houve efeito significativo para nenhum dos fatores analisados e nem para a

interação entre eles. Os valores médios obtidos para essas características foram

0,759; 2,837; 8,648 mm e 18,781 mm, respectivamente.

Page 56: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

45

TABELA 7. Resumo das análises de variância para peso de frutos (PF), comprimento de frutos (CF), diâmetro de frutos (DF), peso de casca (PC), peso de sementes (PS), largura de sementes (LS), deiscência de frutos (DEIF%), número de sementes (NS), espessura de sementes (ES) e comprimento de sementes (CS) de pinhão-manso (Jatropha curcas L.), considerando três relações NPK e cinco doses do formulado. Mocambinho, Jaíba, MG, 2009.

ns; não significativo, ** significativo a 1%, * significativo a 5%.

A dose de 60 % proporcionou frutos mais leves que as demais doses, que

foram semelhantes entre si (Tabela 8); isso permite inferir que, para as relações

NPK utilizadas, doses superiores à dose de 100 % não incrementam o peso de

frutos.

Diferentemente do observado para peso por fruto, a dose de 140%

incrementou o comprimento do fruto (Tabela 8). Entretanto, para peso de casca

por fruto, somente a dose de 220% proporcionou aumento significativo (Tabela

8), permitindo inferir que assim como para largura e comprimento de sementes,

o peso da casca aumenta com altas doses de N.

QM FV GL

PF CF DF PC PS LS DEIF% NS ES CS ÓLEO

NPK 2 0,02ns 0,18ns 0,25ns 0,004ns 0,001ns 0,05ns 0,005ns 0,003ns 0,01ns 0,27ns 6,98*

DOSE(D) 4 0,05** 1,25ns 0,35ns 0,008* 0,001ns 0,02ns 0,033ns 0,006ns 0,03ns 0,21ns 8,10**

NPK * D 8 0,02ns 0,87ns 0,34* 0,002ns 0,002** 0,08** 0,021ns 0,007ns 0,04ns 0,09ns 0,97ns

BLOCO 3 0,06** 2,88** 1,37** 0,020** 0,004** 0,12** 0,017ns 0,016* 0,02ns 0,31ns 1,70ns

ERRO 42 0,01 0,51 0,14 0,003 0,001 0,02 0,026 0,004 0,02 0,086 1,50

TOTAL 59

MÉDIA 3,082 32,623 19,95 0,953 0,739 10,267 0,759 2,837 8,648 18,781 34,47

CV (%) 3,32 2,18 1,90 5,42 3,41 1,31 21,08 2,21 1,80 1,56 3,55

Page 57: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

46

TABELA 8. Valores para peso por fruto (PF), comprimento de frutos (CF) e peso de casca por fruto (PC), obtidos de plantas de pinhão-manso (Jatropha curcas L.), de segundo ano, submetidas a três relações NPK (36:18:27, 54:18:27 e 72:18:27) e cinco doses de NPK. Mocambinho, Jaíba, MG, 2009.

Dose de NPK* PF (g) CF (mm) PC (g)

60% 2,98 b 32,18 b 0,93 b

100% 3,09 a 32,38 b 0,95 b

140% 3,10 a 32,83 a 0,96 b

180% 3,07 a 32,82 a 0,94 b

220% 3,16 a 32, 91 a 1,00 a

Médias seguidas de mesma letra minúscula, na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de médias de Sccot-Knot a 5% de probabilidade. * Relação NPK 1 (36 kg ha-1 de N na dose 100%), Relação NPK 2 (54 kg ha-1 de N na dose 100%) e Relação NPK 3 (72 kg ha-1 de N na dose 100%).

O peso de frutos de pinhão-manso teve comportamento linear e

crescente em função da dose do formulado, independentemente de qual utilizado

sendo que, para cada 1% de aumento na dose de formulado, há um acréscimo de

0,0009 g no peso dos frutos (Figura 25). Contudo, Silva et al., (2007),

verificaram resposta quadrática de plantas de pinhão-manso na produção

de frutos quando da aplicação de N.

O peso de frutos de pinhão-manso aumenta com a quantidade de

N aplicado até a dose de 100%, a partir desta não ocorre mais incremento

(Tabela 8).

Page 58: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

47

2,9

2,95

3

3,05

3,1

3,15

3,2

60 100 140 180 220

Doses de NPK (%)

PF

(g)

OBS EST

Y = 2,9613 + 0,0009X; R² = 0,71

FIGURA 25. Representação gráfica dos valores de peso de frutos (g) de pinhão-manso (Jatropha curcas L.) em função das doses de NPK, considerando três relações NPK. Mocambinho, Jaíba, MG, 2009.

Assim como para peso de frutos, o comprimento de frutos teve

comportamento linear e crescente com o aumento na dose do NPK,

independentemente da relação utilizada. O comprimento de frutos aumenta

0,00475 mm para cada 1% de aumento na dose do NPK (Figura 26). Observa-se

que os frutos de Pinhão-manso respondem em aumento de comprimento quando

se incrementa a quantidade de N aplicada até a dose de 140% (Tabela 8).

Page 59: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

48

32,1

32,2

32,3

32,4

32,5

32,6

32,7

32,8

32,9

33

33,1

60 100 140 180 220

Doses de NPK (%)

CF

(mm

)

OBS EST

Y = 31,958 + 0,00475X; R² = 0,87

FIGURA 26. Representação gráfica dos valores de comprimento de frutos (mm) de pinhão-manso (Jatropha curcas L.) em função das doses de NPK, considerando três relações NPK. Mocambinho, Jaíba, MG, 2009.

Com o aumento da dose de NPK, para todos os relações utilizadas,

observa-se um incremento nos valores de comprimento de frutos a partir

da dose de 140%; contudo, esses valores não variam até a dose de 220%

(Figura 8).

Conforme Kiehl (1985), o excesso de N é prejudicial; sendo assim, a

dose deste elemento fornecida à cultura deve ser bem equilibrada em relação à

quantidade de outros elementos de que a planta necessita, principalmente,

fósforo e potássio. Os resultados obtidos neste trabalho, em parte, corroboram os

desse autor, já que não houve efeito prejudicial. Entretanto, também não

proporcionou incrementos no peso dos frutos. Provavelmente, doses maiores que

as desse trabalho ou formulados com proporções diferentes poderiam

proporcionar efeito prejudicial.

Page 60: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

49

Laviola e Dias (2008), estudando o teor e acúmulo de nutrientes em

folhas e frutos de pinhão-manso, observaram que o nitrogênio é o nutriente

acumulado em maior quantidade nessas duas partes da planta, favorecendo a

formação das folhas e suprindo as demandas metabólicas dos frutos. Neste

trabalho utilizaram-se três relações N:P:K onde, em todos, a proporção P:K foi

mantida alterando-se apenas a proporção de N a esses nutrientes.

O pinhão-manso obteve produção de frutos linear ao aumento na dose de

NPK (Figura 25). No entanto, na dose de 100% a relação NPK 36:18:27

proporcionou frutos com maior diâmetro que os demais formulados, que foram

semelhantes entre si (Tabela 9).

TABELA 9. Valores para diâmetro de frutos, em milímetros, obtidos em plantas de pinhão-manso (Jatropha curcas L.), considerando três relações NPK em cinco doses. Mocambinho, Jaíba, MG, 2009.

Relação NPK

Dose de NPK *36:18:27 *54:18:27 *72:18:27

60% 19,77 A 19,93 A 19,41 A

100% 20,48 A 19,90 B 19,59 B

140% 20,13 A 20,02 A 19,82 A

180% 19,79 A 19,83 A 20,11 A

220% 20,24 A 19,88 A 20,42 A

Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna, e maiúscula na linha, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de médias de Scott-Knott (1974) a 5% de probabilidade. *Os valores numéricos expostos nas proporções do NPK referem-se a gramas de N, P2O5 e K2O aplicados por planta na dose de 100%.

Page 61: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

50

Assim como para peso de frutos (g) e comprimento de frutos

(mm), o diâmetro de frutos (mm) teve comportamento linear e crescente

com o aumento da dose do NPK independentemente da relação utilizada.

Para cada 1% de aumento na dose (%) da relação de NPK, o diâmetro de

fruto (mm) aumentou 0,00625 mm (Figura 27).

19,2

19,4

19,6

19,8

20

20,2

20,4

20,6

60 100 140 180 220

Doses da Relação NPK 3 (%)

DF

(mm

)

OBS EST

Y = 18,9805 + 0,00625X; R² = 0,99.

FIGURA 27. Representação gráfica dos valores de diâmetro de frutos (mm) de pinhão-manso (Jatropha curcas L.) em função das doses de relações NPK. Mocambinho, Jaíba, MG, 2009.

Verifica-se, de maneira geral, que as doses de NPK e as diferentes

relações utilizadas não influenciaram o diâmetro dos frutos. A dose de

100% da elação NPK 36:18:27 proporcionou diâmetro de frutos maior que os

demais, corroborando a afirmação de Laviola & Dias (2008) para proporção de

Page 62: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

51

macronutrientes primários na adubação de pinhão-manso de segundo ano

(Tabela 9). Entretanto, quando se usou a relação com maior proporção N:K

(72:18:27) doses mais altas, superiores a 180%, incrementou-se o diâmetro de

frutos.

Com os resultados registrados para peso, comprimento, largura e

diâmetro de frutos, pode-se inferir que, para as relações NPK utilizados, a dose

de 100% é suficiente para proporcionar maior produção de frutos, confirmando a

recomendação de adubação proposta por Laviola e Dias (2008). Assim, os

frutos de pinhão-manso aumentam seu peso (PF) e suas dimensões com o

aumento da dose do NPK.

De acordo com Nunes e Pasqual (2007), o fruto de pinhão-manso tem,

em média, 3,1 cm de diâmetro. Dependendo da região, manejo nutricional e das

condições edafoclimáticas, é possível encontrar com dimensões maiores;

contudo, nas condições de realização deste trabalho, encontraram-se valores

inferiores (2,00 cm). Isso provavelmente de deve a diferenças entre os acessos

avaliados em ambos os trabalhos.

Para peso de sementes, de maneira geral, a relação NPK 36:18:27

proporcionou valores iguais ou superiores aos demais formulados, exceto na

dose de 220% em que a relação NPK 72:18:27 foi superior aos demais (Tabela

10). Excetuando a relação NPK 72:18:27 em que a dose de 140% incrementou o

peso de sementes, as doses de formulado não proporcionaram incremento no

peso de sementes. Isso permite inferir serem a dose de 100% e a relação NPK

36:18:27 os mais vantajosos tecnicamente.

Page 63: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

52

TABELA 10. Valores para peso de sementes, em gramas, obtidos em plantas de pinhão-manso (Jatropha curcas L.), considerando três relações NPK em cinco doses. Mocambinho, Jaíba, MG, 2009.

Relação NPK

Dose de NPK 36:18:27 54:18:27 72:18:27

60% 0,72 Aa 0,74 Aa 0,73 Ab

100% 0,76 Aa 0,71 Ba 0,72 Bb

140% 0,74 Aa 0,75 Aa 0,76 Aa

180% 0,72 Aa 0,75 Aa 0,75 Aa

220% 0,72 Ba 0,74 Ba 0,79 Aa

Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna, e maiúscula na linha, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de médias de Scott-Knott (1974) a 5% de probabilidade.

O peso de sementes secas (g) obteve comportamento linear crescente em

função da dose do NPK independentemente da relação NPK utilizada. Assim,

com o aumento de 1% na dose do NPK, proporcionou-se um acréscimo de

0,0004 g no peso de sementes (Figura 28).

Page 64: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

53

0,71

0,72

0,73

0,74

0,75

0,76

0,77

0,78

0,79

0,8

60 100 140 180 220

Doses da Relação NPK 3 (%)

PS (

g)

OBS EST

Y = 0,693 + 0,0004X; R² = 0,84.

FIGURA 28. Representação gráfica dos valores de peso de sementes secas (g) de pinhão-manso (Jatropha curcas L.) em função das doses de NPK, considerando três relações. Mocambinho, Jaíba, MG, 2009.

O peso médio de cada semente foi de 0,7385g (Tabelas 7 e 10). Esse

valor, segundo classificação proposta por Aleixo et al. (2009), que trabalharam

com a correlação entre morfometria e emergência de sementes de J. curcas L.,

em função da procedência e do tamanho, classificam as sementes obtidas neste

trabalho como de tamanho grande (pequenas ≤ 0,55 g; média 0,55 a 0,69 g;

grande ≥ 0,69), característica do acesso SADA JCL 01, de origem mexicana,

utilizado neste trabalho.

Makkar et al. (1998) encontraram peso médio variando de 0,53 a 0,74

para materiais desta mesma procedência. Já Ribeiro et al. (2009), avaliando a

massa de sementes de pinhão-manso, observaram que essa variou de 0,437

g/semente a 0,869 g/semente, e que a maioria dessas estavam na faixa

compreendida entre 0,700 e 0,749 g, corroborando os resultados obtidos neste

Page 65: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

54

trabalho. Também Alves et al. (2009) relataram valores semelhantes, 0,71 g.

Dessa forma, os valores obtidos neste trabalho estão de acordo com aqueles

registrados por esses autores.

De maneira geral, assim como para peso de sementes, a relação NPK

36:18:27 proporcionou largura de sementes igual ou superior aos demais

formulados, exceto na dose de 220% em que a relação NPK 72:18:27 foi

superior aos demais (Tabela 11). Assim como para peso de sementes, exceto

para a relação NPK 72:18:27, em que doses a partir de 180% proporcionaram

sementes com maior largura, a dose de 100% proporcionou sempre maiores

valores, permitindo inferir que a dose de 100% e a relação NPK 36:18:27 são os

mais vantajosos tecnicamente.

TABELA 11. Valores para largura de sementes, em milímetros, obtidos em

plantas de pinhão-manso (Jatropha curcas L.), considerando três relações NPK em cinco doses. Mocambinho, Jaíba, MG, 2009.

Relações NPK

Dose de NPK 36:18:27 54:18:27 72:18:27

60% 10,20 Ab 10,27 Aa 10,22 Ab

100% 10,44 Aa 10,15 Ba 10,18 Bb

140% 10,16 Ab 10,21 Aa 10,29 Ab

180% 10,27 Ab 10,28 Aa 10,38 Aa

220% 10,09 Cb 10,33 Ba 10,55 Aa

Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna, e maiúscula na linha, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de médias de Scott-Knott (1974) a 5% de probabilidade.

Page 66: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

55

A largura de sementes (mm) teve comportamento linear e

crescente em função da dose de NPK independentemente da relação

usada. Assim, com o aumento de 1% na dose de NPK verificou-se um

acréscimo de 0,000225 mm na largura de sementes (Figura 29).

10,1

10,15

10,2

10,25

10,3

10,35

10,4

10,45

10,5

10,55

10,6

60 100 140 180 220

Doses da Relação NPK 3 (%)

LS

(mm

)

OBS EST

Y = 10,023 + 0,00214X; R² = 0,86.

FIGURA 29. Representação gráfica dos valores de largura de sementes (mm) de pinhão-manso (Jatropha curcas L.) em função das doses de NPK, considerando três relações. Mocambinho, Jaíba, MG, 2009.

As relações NPK tiveram comportamento semelhante em função das

doses adotadas; entretanto, na dose de 100% a relação NPK 36:18:27

proporcionou sementes com maior largura que os demais (Tabela 11). Observa-

se também que quando se utiliza uma relação com maior proporção N:K, doses

altas destas relações (180 a 220%) incrementam a largura das sementes. Esse

comportamento foi o mesmo observado para diâmetro de frutos; isso permite

Page 67: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

56

inferir que, para o acesso SADA JCL 01, a relação NPK 36:18:27 e a dose de

100% são satisfatórios tanto para a produção de sementes como de frutos

(Tabelas 8 e 11).

Independentemente da dose adotada, a relação NPK 72:18:27

proporcionou sementes mais compridas que os demais (Tabela 12).

TABELA 12. Valores para comprimento de sementes (CS), em milímetros, obtidos em plantas de pinhão-manso (Jatropha curcas L.), considerando três relações NPK em cinco doses (60, 100, 140, 180 e 220%). Mocambinho, Jaíba, MG, 2009.

Relação NPK CS (mm)

36:18:27 18,69 b

54:18:27 18,74 b

72:18:27 18,91 a

Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Skott-Knott a 5% de probabilidade.

Com os resultados apresentados nas tabelas 10, 11 e 12, além da

vantagem técnica da dose de 100% e da relação NPK 36:18:27, constata-se que

grandes quantidades de N (220% na relação 72:18:27) proporcionam sementes

mais pesadas, mais largas e mais compridas. Observando os resultados obtidos

para as duas situações citadas, muito provavelmente o uso de grandes

quantidades de N não proporcionaria custo/benefício economicamente viável;

contudo, é clara a tendência de aumento da produção com o uso de maiores

quantidades de nitrogênio.

Sementes coletadas na região de Bom Sucesso em Minas Gerais

apresentaram, em média, 16 mm de comprimento por 11 mm da menor largura

Page 68: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

57

(NUNES e PASQUAL, 2007), valores estes próximos aos encontrados nesse

trabalho, 15,6 mm e 13,1 mm, respectivamente (Tabelas 11 e 12).

Ribeiro et al. (2009), realizando a caracterização biométrica de 128

sementes de pinhão-manso com boas características morfológicas provenientes

do campo experimental do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal

de Alagoas (UFAL), observaram que a maioria das sementes avaliadas

apresentaram comprimento entre 17,50 mm e 17,99 mm; 10,50 mm e 11,49 mm

de largura, e espessura variando de 8,50 a 8,99. Esses resultados confirmam os

obtidos por Alves et al. (2009), que obtiveram 18,14 mm, 10,90 mm, e 8,69 mm,

para comprimento, largura e espessura, respectivamente.

Analisando os trabalhos realizados por Ribeiro et al. (2009) e Alves et

al. (2009) com comprimento, largura e espessura de sementes, e peso de

sementes, e considerando os resultados obtidos no presente trabalho, percebe-se

que o peso das sementes está diretamente associado aos parâmetros biométricos.

Souza et al. (2009), avaliando a resposta do pinhão-manso no segundo

ano de colheita, em produção de sementes, à adubação NPK em duas condições

edafoclimáticas, concluiu que, assim como nesse trabalho, a adubação

nitrogenada influenciou positivamente a produção de sementes de pinhão-manso

em Governador Valadares-MG. Entretanto, em Diamantina/MG esses autores

obtiveram resposta negativa das plantas á aplicação de N.

Neste trabalho adotaram-se doses de 21,9 kg ha-1 de N, 36:18:27 na dose

de 60% a 158,4 kg ha-1 de N, 72:18:27 na dose de 220% (Tabela 6). Silva et al.

(2009), pesquisando o estado nutricional do pinhão-manso (J. curcas, L.)

adubado com nitrogênio (0, 60, 120 e 240 kg ha-1

ano-1

) e fósforo, concluiu que a

produção máxima de grãos de pinhão-manso com 30 meses de idade foi de

2.139 kg ha-1

ano-1

obtida com aplicação de 240 e 191 kg de N e P2O

5 ha

-1 ano

-1.

Page 69: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

58

A resposta à aplicação obtida com aumento de 60% para 100% na

relação do NPK, ou seja, aumento da quantidade de N aplicado em

relação às quantidades de P e de K era esperada por dois motivos:

Primeiro porque o solo da área experimental tem alto teor de areia e baixo

de matéria orgânica, o que aumenta a capacidade de resposta à adubação

com nitrogênio; segundo, o pinhão-manso é fisiologicamente uma planta

caducifólia, que demanda essencialmente grandes quantidades de N para fixação

do carbono e formação dos novos tecidos foliares (TAIZ e ZEIGER, 2004).

Souza et al. (2009) afirmam que o pinhão-manso é altamente eficiente

na absorção de N e, em um solo com baixos teores de nutrientes, apenas a

matéria orgânica é suficiente para suprir a demanda da planta. Contudo, na área

experimental utilizada, os teores de matéria orgânica estavam baixos e,

teoricamente, a planta deveria responder ao N aplicado, o que só ocorreu para a

dose de 60 para 100%.

Assim como nesse trabalho, Daniel et al. (2009) obtiveram aumento da

produtividade do pinhão-manso de segundo ano de cultivo com o aumento da

dose de N aplicada; no entanto, esses autores trabalharam doses menores que as

praticadas no presente trabalho.

A proporção encontrada no acúmulo de N:P2O5:K2O pelos frutos de

pinhão-manso foi de 2,23:1:1,90. Como uma primeira aproximação, sugere-se,

para as práticas de adubação da cultura, a partir do segundo ano de cultivo, o uso

dos formulados cujas proporções de N:P2O5:K2O estejam próximas às

encontradas nos frutos (LAVIOLA e DIAS, 2008). O tratamento I tem

proporção próxima à sugerida por Laviola e Dias (2008). Confirmando a

assertiva desses autores, a alteração nas proporções dos macronutrientes

primários não proporcionou incrementos na produção (Tabela 7).

Para teor de óleo nas sementes, a relação NPK 72:18:27 proporcionou

menores valores que os demais formulados, independentemente da dose

Page 70: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

59

utilizada (Tabela 13). Contudo, doses de NPK superiores a 100% não

incrementaram o teor de óleo nas sementes (Tabela 14).

TABELA 13. Valores para teor de óleo (%), obtidos em sementes de plantas de

pinhão-manso (Jatropha curcas L.), considerando três relações NPK em cinco doses (60, 100, 140, 180 e 220%). Mocambinho, Jaíba, MG, 2009.

Relação NPK Teor de óleo (%)

36:18:27 34,98 a

54:18:27 34,62 a

72:18:27 33,83 b

Medias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Skott-Knott a 5% de probabilidade.

TABELA 14. Valores para teor de óleo (%) de sementes de plantas de pinhão-manso (Jatropha curcas L.), de segundo ano, submetidas a três relações NPK (36:18:27, 54:18:27 e 72:18:27) e cinco doses. Mocambinho, Jaíba, MG, 2009.

Dose de NPK Teor de óleo (%)

60% 35,27 a

100% 35,44 a

140% 34,12 b

180% 33,82 b

220% 33,71 b

Medias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Skott-Knott a 5% de probabilidade.

Diferentemente da maior parte dos parâmetros avaliados neste trabalho,

o teor de óleo nas sementes (%) obteve comportamento linear decrescente em

Page 71: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

60

função da dose do NPK, independentemente da relação usada. O aumento de 1%

na dose do NPK proporcionou um decréscimo de 0,01184 % no teor de óleo das

sementes (Figura 30). Portanto, nem sempre maiores produções proporcionam

maior teor de óleo. Soares et al. (2009) encontraram correlação negativa (-0,46)

entre produção e teor de óleo, indicando que plantas mais produtivas não

proporcionam os maiores teores de óleo.

33

33,5

34

34,5

35

35,5

36

60 100 140 180 220

Doses de NPK (%)

Teo

r de

óle

o (%

)

OBS EST

Y = 35,8962 - 0,01184X; R² = 0,83.

FIGURA 30. Representação gráfica dos valores de teor de óleo (%) de sementes de pinhão-manso (Jatropha curcas L.) em função das doses de NPK, considerando três relações NPK. Mocambinho, Jaíba, MG, 2009.

O teor de óleo obtido em sementes de pinhão-manso parece ser

influenciado não somente pelo genótipo utilizado como também pelo ambiente

de cultivo.

Page 72: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

61

Juhász et al. (2009), trabalhando com 50 acessos de pinhão-manso no

Norte de Minas, obtiveram uma variação no teor de óleo entre os acessos

avaliados em torno de 12,89%, sendo que o maior valor encontrado foi de

37,27%, e o menor, 24,39%. De outra forma, Teixeira (1987) verificou em

Tatuí-SP, variação de 26,22 a 35,29%, e em Araçatuba-SP, de 17,88 a 28,76%.

Esses valores são semelhantes aos obtidos neste trabalho, que variaram de

33,71% a 35,27%.

No Sul do Maranhão, Penha et al. (2007) extraíram, pelo método de

Soxhlet, aproximadamente 30,82% de óleo. Por prensagem, Mesquita et al.

(2009) obtiveram 30,99% de óleo, mas com rendimento de 26% através de

sementes oriundas de Dourados-MS. Também, pelo mesmo método, Oliveira et

al. (2007) conseguiram extrair cerca de 32% de óleo de sementes nativas

oriundas de Luziânia-GO. Já os valores obtidos nesses trabalhos são inferiores

aos obtidos neste.

Page 73: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

62

5 CONCLUSÕES

O peso e as dimensões, comprimento e diâmetro, de frutos de pinhão-

manso aumentam linearmente com a quantidade de nitrogênio aplicada.

Para o acesso SADA JCL 01, a relação NPK 36:18:27 e a dose de 100%

são satisfatórios tanto para a produção de sementes como de frutos de pinhão-

manso de segundo ano.

O teor de óleo em sementes de pinhão-manso decresce linearmente com

a quantidade de nitrogênio aplicada.

Page 74: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

63

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALEIXO, V. et al. Correlação entre morfometria e emergência de sementes de Jatropha curcas L. em função da procedência e do tamanho. In: I CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS DE PINHÃO MANSO, 74, 2009, Brasília, DF. Anais...Brasília, DF: ABPPM, 2009. CD-ROM. ALVES, F. Q. G. et al. Analises biométricas de diferentes acessos de sementes de pinhão-manso cultivadas no Norte de Minas Gerais. In: I CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS DE PINHÃO MANSO, 255, 2009, Brasília, DF. Anais...Brasília, DF: ABPPM, 2009. CD-ROM. ARAÚJO, F. D. S.; MOURA, C. V. R.; CHAVES, M. H. Caracterização do óleo e biodiesel de pinhão-manso (Jatropha Curcas L.) In: II CONGRESSO DA REDE BRASILEIRA DE TECNOLOGIA DE BIODIESEL, CRBTB, 13, 2007, Brasília, DF. Anais...Brasília, DF: MCT/ABIPIT, 2007. Disponível em:<http://www.biodiesel.gov.br/docs/congresso2007/producao/13.pdf>Acessado em: 03/04/2009. ARAUJO, F. J. M. de. et al. Distribuição das raízes de plantas jovens de pinhão-manso no cerrado. In: I CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS DE PINHÃO MANSO, 40, 2009, Brasília, DF. Anais...Brasília, DF: ABPPM, 2009. CD-ROM. BECKER K. Studies on Propagation of non-toxic variety of Jatropha curcas. Stuttgart, Germany, 1999. BICUDO, T. C. et al. Estabilidade e tempo de indução oxidativa do óleo de pinhão-manso para produção. In: II CONGRESSO DA REDE BRASILEIRA DE TECNOLOGIA DE BIODIESEL, CRBTB, 26, 2007, Brasília, DF. Anais...Brasília, DF: MCT/ABIPIT, 2007. Disponível em:< http://www.biodiesel.gov.br/docs/congresso2007/caracterizacao/26.pdf>Acessado em: 22/05/2008. CEARÁ BIODIESEL: origem, utilização e distribuição do pinhão-manso. Disponível em:<http://cearabiodiesel.blogspot.com/2007/11/origem-utilizao-e-distribuio-do-pinho.html>Acesso em: 11/8/2008. CURI, S.; CAMPELO JUNIOR, J. H. Evapotranspiração e coeficientes de cultura da mamoneira (Ricinus communis L.), em Santo Antônio do Leverger-

Page 75: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

64

MT. In: I Congresso Brasileiro de Mamona. 23 a 26 de novembro de 2004, Anais...Campina Grande-PB. 6p. DANIEL, H. et al. Produtividade da cultura de pinhão-manso no segundo ano de cultivo sob diferentes adubações com N e K. In: 6º. CONGRESSO BRASILEIRO DE PLANTAS OLEAGINOSAS, ÓLEOS, GORDURAS E BIODIESEL, CBPOOGB, 2009, Montes Claros, MG. Anais...UFLA, 2009. DANTAS, B. F. et al. Maturação de frutos e sementes de pinhão-manso. In: I CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS DE PINHÃO MANSO, 172, 2009, Brasília, DF. Anais...Brasília, DF: ABPPM, 2009. CD-ROM. DEHGAN, B.; WEBSTER, G. L. Morfology and infrageneric relationships of the genus Jatropha (Euphorbiaceae). Botany, Chicago, v. 74, p. 76, 1979. DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO. Seção 1. Nº 10, terça-feira, 15 de janeiro de 2008. Disponível em:<http://www.mda.gov.br/saf/arquivos/0761215620.pdf>Acesso em: 20/01/2008. DIAS, L. A. S. et al. Cultivo de pinhão-manso (Jatropha curcas L.): para produção de óleo combustível. Viçosa, MG: UFV, 2007. 40p. DUKE, S. H.; REISENAUER, H. M. Roles and requirements of súlfur in plant nutrition. In: SULFUR in agriculture. Madison: ASA/CSSA/SSSA, 1986. p. 123-168. (Agronomy monography, 27). DURÃES, F. O. M. et al. Jatropha curcas L. (Pinhão manso) In: REUNIÓN TÉCNICA ORDINARIA DEL GRUPO DE POLÍTICAS PÚBLICAS EN AGROENERGÍA - GT6 DE REDPA - RED DE COORDINACÍON DE POLÍTICAS AGROECUARIAS DEL CAS - CONSEJO AGROPECUÁRIO DEL SUR. BUENOS AIRES, ARGENTINA, 9 Deciembre 2008. Disponível em:<http://www.iica.org.uy/data/redpa_documentos/248642.pdf>Acessado em: 12/03/2009. DURÃES, F. O. M.; LAVIOLA, B. G.; MIKE LU. et al. Pinhão Manso: oleaginosa potencial para biodiesel. I Congresso Brasileiro de Pesquisa do Pinhão-manso – CBPPM. Edição Especial Embrapa Agroenergia. 11 de novembro de 2009. 8p. EVANS, H.J. ; SORGER, G.J. Role of mineral elements with emphasis on the univalent cations. An. Rev. Plant Physiol, 17: 47-76, 1966.

Page 76: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

65

FERREIRA, G. D. Análises estatísticas por meio do SISVAR (Sistema para Análise de Variância) para Windows 4.0. In: Anais da Reunião Anual da Região Brasileira da Sociedade Internacional de Biometria. 45. UFSCar: São Carlos, 2000. p.255 a 258.

FURTINI NETO, A. E. et al. Fertilidade do solo. Curso de pós-Graduação “Lato Sensu” (Especialização) a Distância: UFLA, 2001. 261p. GONÇALVES, N. O. et al. Artrópodes nocivos aos cultivos de Jatropha curcas

L. In: I CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS DE PINHÃO MANSO, 501, 2009, Brasília, DF. Anais...Brasília, DF: ABPPM, 2009. CD-ROM. GRANT, C. A. et al. A importância do fósforo no desenvolvimento inicial das plantas. Informações Agronômicas, Piracicaba: POTAFOS, n.95. 2001. 5p. HELLER, J. Physic nut (Jatrhopha curcas L.): promoting the conservation and use of underutilized and neglected crops. 1. IBPGR 161, IBPGR, Roma, 1996, 66p. HELLER, J. Physic nut. Jatropha curcas L.: promoting the conservation and use of underutilized and neglected crops. Rome: International Plant Genetic Resources Institute, 1996. 66p. JONGSCHAAP, R.E.E. et al. Claims and facts on Jatropha curcas L. Wageningen: Plant Research International, 2007. 42p. JUHÁSZ, A. C. P. et al. Avaliação do teor de óleo de 50 acessos de pinhão-manso (Jatropha curcas) do banco de germoplasma da EPAMIG-URENM. In: 6º. CONGRESSO BRASILEIRO DE PLANTAS OLEAGINOSAS, ÓLEOS, GORDURAS E BIODIESEL, CBPOOGB, 2009, Montes Claros, MG. Anais...UFLA, 2009. JUHÁSZ. A. C. P. et al. Biologia floral e polinização artificial de pinhão-manso no norte de Minas Gerais. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.44, n.9, p.1073-1077, 2009. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/pab/v44n9/v44n9a01.pdf>Acesso em: 05/01/2010. KIEHL, E. M. Fertilizantes orgânicos. São Paulo: Ed. Ceres, 1985. 492p. KOCH, K.; MENGEL, K. Effect of K on N utilization by spring wheat during grain protein formation. Agronomy Journal, v.69, p.477-487, 1977.

Page 77: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

66

LAVIOLA, B. G. et al. Diversidade genética em banco de germoplasma de pinhão manso. In: 5º CONGRESSO BRASILEIRO DE MELHORAMENTO DE PLANTAS – CBMP, 10, 2009, Guarapari, ES. Anais...SBMP, 2009a. CD-ROM. LAVIOLA, B. G. Nutrição mineral e adubação do pinhão manso. In: I CIRCUITO NACIONAL DE DIAS DE CAMPO DE PINHÃO MANSO, maio, 2009, Janaúba, MG. Anais...ABPPM, 2009b. CD-ROM. LAVIOLA, B. G. Recursos genéticos e melhoramento de pinhão manso. In: 6º CONGRESSO BRASILEIRO DE PLANTAS OLEAGINOSAS, ÓLEOS, GORDURAS E BIODIESEL – CBPOOGB, 10, 2009, Montes Claros, MG. Anais...SBMP, 2009c. CD-ROM. LAVIOLA, B. G.; DIAS, L.A.S. Teor e acúmulo de nutrientes em folhas e frutos de pinhão-manso. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 32, p. 1969-1975, 2008. LERAYER, A. (Coord.) et al. Guia do combustível renovável: agroenergia para um mundo sustentável. Conselho de Informações sobre Biotecnologia-CIB. 2009.18p. Disponível em:< http://www.cib.org.br/pdf/guia_combustivel_renovavel.pdf> Acessado em: 22/10/2009. LOPES, E. N. et al. Plano de Amostragem para Polyphagotarsonemus latus em pinhão-manso Jatropha curcas. In: I CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS DE PINHÃO MANSO, 47, 2009, Brasília, DF. Anais...Brasília, DF: ABPPM, 2009. CD-ROM. LOPES, E. P.; XAVIER, A. A. Efeito de tortas de algodão, mamona e pinhão-manso na biologia de Fusarium oxysporum f. sp. cubense e no desenvolvimento da bananeira “prata anã”. 2009. 56f. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal no Semiárido) – Universidade Estadual de Montes Claros-UNIMONTES, Janaúba, Minas Gerais, 2009. MAKKAR, H.P.S.; BECKER, K.; SCHMOOK, B. Edible provenances of Jatropha curcas from Quintana Roo state of Mexico and effect of roasting on antinutrient and toxic factors in seeds. Plant Foods for Human Nutrition, v.52, p.31-36, 1998.

Page 78: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

67

MALAVOLTA, E. O futuro da nutrição de plantas tendo em vista aspectos agronômicos, econômicos e ambientais. Piracicaba: Internacional Plant Nutrition Institute, Boletim, n. 121. março, 2008. 10p. MALAVOLTA, E.; GOMES, F. P.; ALCARDE. J. C. Adubos e adubações. São Paulo: Nobel, 2002. 200p. MALAVOLTA, E.; MORAES, M. F.; LAVRES JÚNIOR, J.; MALAVOLTA, M. Micronutrientes e metais pesados - essencialidade e toxidez. Cap.4, p.117-154. In: PATERNIANI, E. (Ed.). Ciência, agricultura e sociedade. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2006. 403 p. MALAVOLTA, E.; MORAES, M.F. Fundamentos do nitrogênio e do enxofre na nutrição mineral das plantas cultivadas. In: YAMADA, T.; ABDALLA, S. R. S.; VITTI, G. C. (Ed.). Nitrogênio e enxofre na agricultura brasileira. Piracicaba: Internacional Plant Nutrition Institute, 2007. 722 p. MALAVOLTA, E.; VITTI, G. C.; OLIVEIRA, S. A. Avaliação do estado nutricional das plantas – princípios e aplicações. 2. ed. Piracicaba: POTAFOS, 1997. 309 p. MARQUES, D. A.; FERRARI, R. A. O papel das novas biotecnologias no melhoramento genético do pinhão manso. Biológico, São Paulo, v.70, n.2, p.65-67, jul./dez., 2008. Disponível em:<http://www.biologico.sp.gov.br/docs/bio/v70_2/65-67.pdf>Acesso em: 26/12/09. MARSCHNER, H. Mineral nutrition of higher plants. New York: Academic Press, 1986. 674p. MARTINS, H.; CARVALHO, A. M. (Org.). Biodiesel: produção e desafios. Belo Horizonte, MG: SEMPRE, 2007. 224p. MATOS, M. M. A cultura do pinhão-manso (Jatropha curcas) no Brasil. MAPA BRASÍLIA – DF, 2007, 29p. MENGEL, K., BRAUNSCHWEIG, L.C. von. The effect of soil moisture upon the availability of potassium and its influence on the growth of young maize plants (Zea mays L). Soil Science, Baltimore, v.114, p.142-8, 1972. MENGEL, K.; KIRKBY, E. A. Principles of plant nutrition. 5. ed. Dordrecht: Kluwer Academic Publishers, 1987. 849p.

Page 79: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

68

MESQUITA, D. L. et al. Extração de óleo de pinhão-manso por prensagem. In: 6º. CONGRESSO BRASILEIRO DE PLANTAS OLEAGINOSAS, ÓLEOS, GORDURAS E BIODIESEL, CBPOOGB, 2009, Montes Claros, MG. Anais...UFLA, 2009. MORAIS, D. L. B. et al. Qualidade de sementes de pinhão-manso com base na coloração dos frutos. In: 4º. CONGRESSO BRASILEIRO DE PLANTAS OLEAGINOSAS, ÓLEOS, GORDURAS E BIODIESEL, CBPOOGB, 2007, Varginha, MG. Anais...UFLA, 2007.p.160-160. MUNCH, E.; KIEFER, J. Die Purgiernuss (Jathropha curcas L.). Mehrzweckpflanzeals Kraftstoffquelle der Zukunft?.- GTZ ’Schriftenreihe’ Publications, n. 209. 1989. NUNES, C. F.; PASQUAL, M. Caracterização de frutos, sementes e plântulas e cultivo de embriões de pinhão-manso (Jatropha curcas L.). 2007. 78f. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) – Universidade Federal de Lavras – UFLA, Lavras, Minas Gerais, 2007. OLIVEIRA, J. S. de. et al. Óleos de Jatropha gossypiifolia e Jatropha curcas L. e seu potencial como matéria-prima para a produção do biodiesel. .) In: II CONGRESSO DA REDE BRASILEIRA DE TECNOLOGIA DE BIODIESEL, CRBTB, 13, 2007, Brasília, DF. Anais...Brasília, DF: MCT/ABIPIT, 2007. Disponível em:<http://www.biodiesel.gov.br/docs/congresso2007/desenvolvimento/19.pdf>Acessado em: 03/04/2009. ORTIZ, J. A. R. et al. Extrusabilidade no processo de destoxificação de torta de pinhão-manso (jatropha curcas). In: I CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS DE PINHÃO MANSO, 39, 2009, Brasília, DF. Anais...Brasília, DF: ABPPM, 2009. CD-ROM. PEIXOTO, A. R. Plantas oleaginosas arbóreas. São Paulo: Nobel, 1973. 284p. PENHA, M.N. et al. Caracterização físico-química da semente e óleo de pinhão-manso (Jatropha curcas) cultivado no Maranhão. Disponível em: In: II CONGRESSO DA REDE BRASILEIRA DE TECNOLOGIA DE BIODIESEL, CRBTB, 13, 2007, Brasília, DF. Anais...Brasília, DF: MCT/ABIPIT,2007.Disponível em:<http://www.biodiesel.gov.br/docs/congresso2007/caracterização/13.pdf>Acessado em: 03/04/2009.

Page 80: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

69

RIBEIRO, M. S. Caracterização biométrica de sementes de pinhão manso. In: I CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS DE PINHÃO MANSO, 198, 2009, Brasília, DF. Anais...Brasília, DF: ABPPM, 2009. CD-ROM. SAAB, A. A.; PAULA, R. de. O mercado de fertilizantes no Brasil: diagnósticos e propostas de políticas. Revista de Política Agrícola. Ano XVII, Abr./Maio/Jun, nº 2, p.5-24, 2008. SANTOS, R. S.; MACEDO, A. L.; SANTOS, A. S. S. Avaliação do aproveitamento da torta de pinhão-manso (Jatropha curcas L.) para produção de bioetanol. In: I CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS DE PINHÃO MANSO, 249, 2009, Brasília, DF. Anais...Brasília, DF: ABPPM, 2009. CD-ROM. SANTOS, V. M. et al. Avaliação da uniformidade do desenvolvimento de frutos de pinhão-manso. In: I CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS DE PINHÃO MANSO, 251, 2009, Brasília, DF. Anais...Brasília, DF: ABPPM, 2009. CD-ROM. SATURNINO, H. M. et al. Cultura do pinhão-manso (Jatropha curcas L.). Informe Agropecuário, v.26, n. 229, 2005, p. 44-78. SCHULTZE-MOTEL, J. Rudolf Mansfelds Verzeichnis landdwirtschaflicher and gärtnerischer Kulturpflanzen. Ohne Zierpflanzen, Berli, v. 2, p. 272-296, 1986. SHARMA, D. K.; PANDEY, A. K.; LATA. Use of Jatropha curcas hull biomass for bioactive compost production. Biomass and Bioenergy, doi:10.1016/j.biombioe.2008.05.002, ©Published by Elsevier Ltd.2008. Disponível em:<http://www.underutilized-species.org/Documents/PUBLICATIONS/use_of_jatropha_curcas_en.pdf>Acesso em: 02/01/2010. SILVA, F. de S. e; SILVA, F. P. de C. e. Adubação foliar, Conquista da Química Agrícola. (Boletim da CAOB Nº 2, 3, e 4 - Abr/Dec – 95). 1995. SILVA, J. T. A. da. et al. Avaliação do estado nutricional do pinhão-manso (Jatropha curcas L.) adubado com nitrogênio e fósforo. In: 6º. CONGRESSO BRASILEIRO DE PLANTAS OLEAGINOSAS, ÓLEOS, GORDURAS E BIODIESEL, CBPOOGB, 2009, Montes Claros, MG. Anais...UFLA, 2009. SILVA, J. T. A.; COSTA, E. L.; SILVA, I. P.; MOURA NETO, A. Adubação do Pinhão-manso (jatropha curcas l) com nitrogênio e fósforo. In:

Page 81: DESEMPENHO DO PINHÃO-MANSO Jatropha curcas L.) DE … · Laviola e Marcos Antônio Santos. À Doutora Heloisa Mattana Saturnino, por trazer ao meu conhecimento a cultura do pinhão

70

CONGRESSO BRASILEIRA DE PLANTAS OLEAGINOSAS, ÓLEOS, GORDURAS E BIODIESEL, 4, Varginha-MG. Anais...Varginha-MG: Universidade Federal de Lavras, 2007 (CD-ROM). SOARES, B. O. et al. Correlação entre produtividade e teor de óleo em Jatropha

curcas L. In: I CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS DE PINHÃO MANSO, 42, 2009, Brasília, DF. Anais...Brasília, DF: ABPPM, 2009. CD-ROM. SOUZA, P.T. et al. Resposta do pinhão-manso à adubação NPK em duas condições edafoclimáticas. In: I CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS DE PINHÃO MANSO, 126, 2009, Brasília, DF. Anais...Brasília, DF: ABPPM, 2009. CD-ROM. SUJATHA, M. e DHINGRA, M. Rapid plant regeneration from various explants of Jatropha integerrima. Plant Cell Tiss. Org. Cult. 1993. 35: p293–296. TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3ed. Porto Alegre: Artmed, 719p., 2004. TEIXEIRA, J. P. F. Teor e composição do óleo de sementes de Jatropha SP. Bragantia, Campinas, 46 (1): 151-157, 1987. TOLÊDO, D. P. et al. Análise da densidade aparente de briquetes de torta de pinhão-manso e eucalipto como co-produto da indústria de biodiesel. In: I CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS DE PINHÃO MANSO, 252, 2009, Brasília, DF. Anais...Brasília, DF: ABPPM, 2009. CD-ROM. WIKIPEDIA. Localização do estado de Quintana Roo (no Yucatán) no México. Disponível em Fonte: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Quintana_Roo_en_M%C3%A9xico.svg>, 2009. Acessado em: 17/12/09. WIKIPEDIA. Localização do estado de Morelos no México. Disponível em:<Fonte: <http://en.wikipedia.org/wiki/File:Mexico_map,_MX-MOR.svg>, 2009>. Acessado em: 17/12/09. WIKIPEDIA. Localização do estado de Vera Cruz no México. Disponível em:<Fonte: Fonte: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Veracruz_en_M%C3%A9xico.svg>, 2009. Acessado em: 17/12/09.