desempenho agronÔmico e volatilizaÇÃo da ......2 fluxos diários da volatilização da amônia...

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA E BIODIVERSIDADE DESEMPENHO AGRONÔMICO E VOLATILIZAÇÃO DA AMÔNIA DE FERTILIZANTES PASTILHADOS E CONVENCIONAIS NA CULTURA DE MILHO WADSON DE MENEZES SANTOS 2017

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Page 1: DESEMPENHO AGRONÔMICO E VOLATILIZAÇÃO DA ......2 Fluxos diários da volatilização da amônia até o 22º dia após a aplicação dos fertilizantes nitrogenados em cobertura na

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA E BIODIVERSIDADE

DESEMPENHO AGRONÔMICO E VOLATILIZAÇÃO DA

AMÔNIA DE FERTILIZANTES PASTILHADOS E

CONVENCIONAIS NA CULTURA DE MILHO

WADSON DE MENEZES SANTOS

2017

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA E BIODIVERSIDADE

WADSON DE MENEZES SANTOS

DESEMPENHO AGRONÔMICO E VOLATILIZAÇÃO DA AMÔNIA DE

FERTILIZANTES PASTILHADOS E CONVENCIONAIS NA CULTURA DE MILHO

Dissertação apresentada à Universidade

Federal de Sergipe, como parte das exigências

do Curso de Mestrado em Agricultura e

Biodiversidade, área de concentração em

Agricultura e Biodiversidade, para obtenção do

título de “Mestre em Ciências”.

Orientador

Prof. Dr. Marcelo Ferreira Fernandes

SÃO CRISTÓVÃO

SERGIPE – BRASIL

2017

Page 3: DESEMPENHO AGRONÔMICO E VOLATILIZAÇÃO DA ......2 Fluxos diários da volatilização da amônia até o 22º dia após a aplicação dos fertilizantes nitrogenados em cobertura na

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

S237d

Santos, Wadson de Menezes

Desempenho agronômico e volatilização da amônia de fertilizantes pastilhados

e convencionais na cultura de milho / Wadson de Menezes Santos; orientador

Marcelo Ferreira Fernandes. – São Cristóvão, 2017.

69 f.: il.

Dissertação (Mestrado em Agricultura e Biodiversidade) – Universidade

Federal de Sergipe, 2017.

1. Milho - Fertilizantes. 2. Nitrogênio. 3. Enxofre. 4. Agronomia. I. Fernandes,

Marcelo Ferreira, orient. II. Título.

CDU: 633.15

Page 4: DESEMPENHO AGRONÔMICO E VOLATILIZAÇÃO DA ......2 Fluxos diários da volatilização da amônia até o 22º dia após a aplicação dos fertilizantes nitrogenados em cobertura na

WADSON DE MENEZES SANTOS

DESEMPENHO AGRONÔMICO E VOLATILIZAÇÃO DA AMÔNIA DE

FERTILIZANTES PASTILHADOS E CONVENCIONAIS NA CULTURA DE MILHO

Dissertação apresentada à Universidade

Federal de Sergipe, como parte das exigências

do Curso de Mestrado em Agricultura e

Biodiversidade, área de concentração em

Agricultura e Biodiversidade, para obtenção do

título de “Mestre em Ciências”.

APROVADA em 23 de fevereiro de 2017.

Dr. Inácio de Barros

EMBRAPA TABULEIROS COSTEIROS

Dr. André Júlio do Amaral

EMBRAPA SOLOS

Prof. Dr. Marcelo Ferreira Fernandes

EMBRAPA TABULEIROS COSTEIROS/PPGAGRI-UFS

(Orientador)

SÃO CRISTÓVÃO

SERGIPE – BRASIL

Page 5: DESEMPENHO AGRONÔMICO E VOLATILIZAÇÃO DA ......2 Fluxos diários da volatilização da amônia até o 22º dia após a aplicação dos fertilizantes nitrogenados em cobertura na

Aos meus pais José Claúdio dos Santos e

Josefa Auxiliadora de Menezes Santos, e

irmãos Rainara de Menezes Santos e Murillo

de Menezes Santos.

Dedico

Page 6: DESEMPENHO AGRONÔMICO E VOLATILIZAÇÃO DA ......2 Fluxos diários da volatilização da amônia até o 22º dia após a aplicação dos fertilizantes nitrogenados em cobertura na

AGRADECIMENTOS

À Deus por iluminar sempre o meu caminho e por me dar forças durante todos os

momentos da minha vida.

Aos meus pais José Claúdio e Josefa Auxiliadora, pelo amor incondicional e incentivo

a seguir no caminho dos estudos, e aos meus irmãos Rainara e Murillo, e a minha namorada

Laísa Gois pelo amor, carinho e paciência.

Ao Dr. Carlos Martins que foi o responsável pela minha contratação junto ao projeto

Petrobras. Ao Dr. Edson Patto, que concedeu seus experimentos para que eu pudesse

desenvolver a pesquisa, pelos valorosos ensinamentos e pela companhia nas belas viagens de

campo.

Ao Dr. Inácio de Barros pela paciência, confiança, atenção, e imenso apoio nas questões

acadêmicas. Ao Dr. Sérgio Procópio pelo apoio.

Agradeço ao Dr. Marcelo Fernandes pela orientação, incentivo, ensinamentos, atenção

e confiança depositada em mim.

A Dra. Claudia Jantalia, junto com o Eduardo Bender e o Josimar Batista pelo grande

apoio nos experimentos de gases, e pela troca de experiências.

Ao Dr. Heraldo Namorato pelo apoio e dedicação junto ao projeto.

Ao Robson Dantas pelo auxílio nas análises de laboratório.

Aos estagiários do projeto, Erick Dantas, Juliana Moura e Maria Iderlane pelo apoio nas

análises de laboratório e coletas de campo.

Aos funcionários do campo experimental de Nossa Senhora das Dores, Thiago Leite e

Heribaldo pelo grande apoio, trabalho, dedicação e momentos de descontração. Aos

funcionários do campo experimental de Umbáuba, Tiago Muniz, Adailton, Sr. Lima e demais

envolvidos que ajudaram a zelar dos experimentos. Enfim, a todos os funcionários da Embrapa

Tabuleiros Costeiros que apoiaram na execução deste trabalho.

Aos professores do PPGAGRI pelo conhecimento proporcionado, em especial ao prof.

Dr. Sandro Holanda com o qual realizei o estágio de docência.

A Petrobras pelo apoio financeiro ao projeto. A Embrapa Tabuleiros Costeiros e

Embrapa Agrobiologia pela estrutura e apoio técnico-científico.

A CAPES pela conseção da bolsa, e ao Programa de Pós-Graduação em Agricultura e

Biodiversidade da Universidade Federal de Sergipe.

E a todos que contribuíram de forma direta ou indireta para que eu pudesse concluir esta

dissertação.

Muito obrigado!

Page 7: DESEMPENHO AGRONÔMICO E VOLATILIZAÇÃO DA ......2 Fluxos diários da volatilização da amônia até o 22º dia após a aplicação dos fertilizantes nitrogenados em cobertura na

BIOGRAFIA

WADSON DE MENEZES SANTOS, filho de José Claúdio dos Santos e Josefa

Auxiliadora de Menezes Santos, nasceu na cidade de Lagarto (SE), em 09 de maio de 1991.

Em abril de 2014, graduou-se em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal

de Sergipe, em São Cristóvão (SE). Durante o período da graduação foi estagiário voluntário,

e bolsista de iniciação científica (PIBIC) entre os anos de 2010 e 2014.

Paralelo a graduação em 2012 iniciou o curso técnico em Edificações pelo Instituto

Federal de Sergipe, em Aracaju, concluindo o mesmo junto com a graduação em 2014. Em

março de 2014, foi contratado como bolsista de desenvolvimento tecnológico e industrial (DTI)

pelo Projeto Misturas Homogêneas do Nordeste firmado pela parceria entre a Petrobras e a

Embrapa Tabuleiros Costeiros, onde desenvolveu projetos de pesquisa com as culturas do milho

e da laranja nos campos experimentais da Embrapa e da empresa Maratá, testando o

desempenho agronômico e ambiental de fontes de nitrogênio com tecnológias agregadas.

Em março de 2015 iniciou o curso de mestrado no Programa de Pós-Graduação em

Agricultura e Biodiversidade da Universidade Federal de Sergipe.

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SUMÁRIO

Página

LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................... i

LISTA DE TABELAS ..................................................................................................... iii

LISTA DE ABREVIATURAS, SÍMBOLOS E SIGLAS ............................................... iv

RESUMO ......................................................................................................................... v

ABSTRACT .................................................................................................................... vi

1. INTRODUÇÃO GERAL ............................................................................................ 7

2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................... 9

2.1 Caracterização da cultura do milho ........................................................................... 9

2.2 Nitrogênio na cultura do milho .................................................................................. 9

2.3 Importância do enxofre para o milho ........................................................................ 10

2.4 Dinâmica do nitrogênio ............................................................................................. 11

2.5 Formas de absorção de N pelas plantas ..................................................................... 12

2.6 Perdas de nitrogênio .................................................................................................. 12

2.7 Fertilizantes nitrogenados .......................................................................................... 13

2.8 Tecnologias dos fertilizantes nitrogenados ................................................................ 13

2.9 Diagnose do estado nutricional das plantas ............................................................... 14

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 15

4. ARTIGO 1: DESEMPENHO AGRONÔMICO DE COMPOSIÇÕES

PASTILHADAS COM UREIA APLICADAS EM COBERTURA NA CULTURA DO

MILHO ............................................................................................................................ 23

Resumo ........................................................................................................................ 23

Abstract ........................................................................................................................ 24

4.1. Introdução ............................................................................................................. 24

4.2. Material e Métodos ............................................................................................... 25

4.2.1. Descrição das áreas experimentais ................................................................ 25

4.2.2. Delineamento experimental e formulações dos produtos ............................. 27

4.2.3. Implantação dos experimentos ...................................................................... 28

4.2.4. Nitrogênio e enxofre em tecido foliar ........................................................... 28

4.2.5. Produtividade de grãos .................................................................................. 28

4.2.6. Dose de máxima eficiência econômica (DMEE) .......................................... 29

4.2.7. Análise estatística .......................................................................................... 29

4.3. Resultados e Discussão ........................................................................................ 29

4.3.1. Teor foliar de N .............................................................................................. 29

4.3.2. Teor foliar de S .............................................................................................. 32

4.3.3. Produtividade de grãos .................................................................................. 33

4.3.4. Eficiência econômica .................................................................................... 36

4.4. Conclusões ............................................................................................................ 39

4.5. Referências Bibliográficas ................................................................................... 39

5. ARTIGO 2: EFICIÊNCIA AGRONÔMICA E VOLATILIZAÇÃO DA AMÔNIA

DE FORMULAÇÕES DE UREIA PASTILHADA E COMPLEXADA COM

ENXOFRE E ZINCO NA CULTURA DO MILHO ....................................................... 44

Resumo ......................................................................................................................... 44

Abstract ....................................................................................................................... 45

5.1. Introdução ............................................................................................................. 45

5.2. Material e Métodos ............................................................................................... 46

5.2.1. Descrição da área de estudo .......................................................................... 46

5.2.2. Delineamento experimental e formulações dos produtos ............................. 47

5.2.3. Implantação do experimento ......................................................................... 48

5.2.4. Volatilização da amônia (NH3) ..................................................................... 48

Page 9: DESEMPENHO AGRONÔMICO E VOLATILIZAÇÃO DA ......2 Fluxos diários da volatilização da amônia até o 22º dia após a aplicação dos fertilizantes nitrogenados em cobertura na

5.2.5. Teor de nitrogênio foliar ............................................................................... 49

5.2.6. Produtividade de grãos .................................................................................. 49

5.2.7. Análise estatística .......................................................................................... 49

5.3. Resultados e Discussão ........................................................................................ 49

5.3.1. Perdas de N por volatilização da amônia ...................................................... 49

5.3.2. Teor de N em tecido foliar ............................................................................ 52

5.3.3. Produtividade ................................................................................................ 53

5.4. Conclusões ............................................................................................................ 55

5.5. Referências Bibliográficas ................................................................................... 55

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 60

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i

LISTA DE FIGURAS

ARTIGO 1

Figura Página

1 Precipitação mensal durante o ciclo vegetativo nos anos de 2014 e 2015,

média de precipitação mensal do período 2001-2015. As datas do

florescimento e da colheita são indicadas pelas setas sobre as barras de

precipitação. Nos detalhes são apresentadas as precipitações nos primeiros

dias após semeadura do milho em 2014 (A) e 2015 (B), e após a cobertura

com fertilizantes nitrogenados em 2014 (C) e 2015 (D), no município de

Nossa Senhora das Dores (SE) ........................................................................ 26

2 Precipitação mensal durante o ciclo vegetativo nos anos de 2014 e 2015,

média de precipitação mensal do período 2001-2015. As datas do

florescimento e da colheita são indicadas pelas setas sobre as barras de

precipitação. Nos detalhes são apresentadas as precipitações nos primeiros

dias após semeadura do milho em 2014 e 2015 (A), e após a cobertura com

fertilizantes nitrogenados em 2014 (B) e 2015 (C), no município de Umbaúba

(SE) .................................................................................................................. 27

3 Respostas dos teores de N foliares às doses de nitrogênio aplicadas em

cobertura, no Argissolo Vermelho-Amarelo em Nossa Senhora das Dores, SE

(A), na safra 2015 e na média das safras 2014-2015, e no Argissolo

Acinzentado em Umbaúba, SE, (B) nas safras de 2014, 2015 e na média das

safras 2014-2015. * indica que é significativo pelo teste F a 5% de

probabilidade. As barras indicam o desvio padrão .......................................... 31

4 Desdobramento da interação doses x fontes de N, para o Argissolo Vermelho-

Amarelo em Nossa Senhora das Dores (SE) na safra de 2014. (A) – ureia

pastilhada pura; (B) – ureia pastilhada com S elementar; (C) – ureia pastilhada

com sulfato de amônio; (D) – ureia pastilhada com sulfato de amônio e S

elementar; (E) – ureia pastilhada com sulfato de amônio e sulfato de zinco;

(F) – ureia perolada; (G) sulfato de amônio cristal. * indica que é significativo

pelo teste F a 5% de probabilidade. As barras indicam o desvio padrão ......... 32

5 Respostas dos teores de S foliares em função das doses de S aplicados em

cobertura no milho na média das safras 2014-2015. (A) – no Argissolo

Vermelho-Amarelo em Nossa Senhora das Dores (SE), (B) – no Argissolo

Acinzentado em Umbaúba (SE). * indica que é significativo pelo teste F a 5%

de probabilidade. As barras indicam o desvio padrão ..................................... 33

6 Produtividade de grãos de milho em função das doses de nitrogênio aplicadas

em cobertura ajustadas pela equação de Mitscherlich, no (A) Argissolo

Vermelho-Amarelo em Nossa Senhora das Dores (SE), e no (B) Argissolo

Acinzentado em Umbaúba (SE), nas safras de 2014, 2015 e na média das

safras 2014-2015. * indicam que o ajuste da equação é significativo pelo teste

F a 5% de probabilidade. As barras indicam o desvio padrão ......................... 36

7 Efeitos da (A) ureia perolada e (B) sulfato de amônio cristal no Argissolo

Vermelho-Amarelo, em Nossa Senhora das Dores (SE), e (C) ureia perolada

e (D) sulfato de amônio cristal no Argissolo Acinzentado, em Umbaúba (SE),

na produtividade, acréscimos de renda e dose de máxima eficiência econômica

da cultura do milho em resposta a adubação nitrogenada, na média das safras

2014-2015. * indicam que o ajuste da equação é significativo pelo teste F a

5% de probabilidade. As barras indicam o desvio padrão ............................... 37

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ii

ARTIGO 2

Figura Página

1 Precipitação mensal durante o ciclo vegetativo no ano de 2015, e média de

precipitação mensal do período 2001-2015. As datas do florescimento e da

colheita são indicadas pelas setas sobre as barras de precipitação. Nos detalhes

são apresentadas as precipitações nos primeiros dias após semeadura do milho

(A), e após a cobertura com fertilizantes nitrogenados (B), no município de

Nossa Senhora das Dores (SE) ........................................................................ 47

2 Fluxos diários da volatilização da amônia até o 22º dia após a aplicação dos

fertilizantes nitrogenados em cobertura na dose de 150 kg ha-1 de N, na cultura

do milho em sistema de plantio convencional, no município de Nossa Senhora

das Dores (SE) em 2015 .................................................................................. 50

3 Quantidade acumulada de amônia volatilizada até o 22º dia após a aplicação

dos fertilizantes nitrogenados em cobertura na dose de 150 kg ha-1 de N, na

cultura do milho em sistema de plantio convencional, no município de Nossa

Senhora das Dores (SE) em 2015. Médias seguidas das mesmas letras não

diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. CV =

23,6 % .............................................................................................................. 51

4 Teor de nitrogênio na folha-índice do milho em sistema de plantio

convencional, submetido a dose de 150 kg ha-1 de N em cobertura, em Nossa

Senhora das Dores (SE), 2015. Médias seguidas das mesmas letras não

diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. As barras

de erro indicam o desvio padrão. CV = 7,8% .................................................. 52

5 Correlação entre a volatilização de N-NH3 e o teor de N foliar, na cultura do

milho submetido a dose de 150 kg ha-1 de N em cobertura, sob sistema de

plantio convencional, no município de Nossa Senhora das Dores (SE) em

2015. NS - não significativo pelo teste t a 5% de probabilidade ..................... 53

6 Produtividade de grãos de milho, submetido a dose de 150 kg ha-1 de N em

cobertura, sob sistema de plantio convencional, no município de Nossa

Senhora das Dores (SE) em 2015. Médias seguidas das mesmas letras não

diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. As barras

de erro indicam o desvio padrão. CV = 13,1% ................................................ 54

7 (A) - Correlação entre produtividade de grãos e teor de N foliar; (B) -

correlação entre produtividade de grãos e volatilização da amônia. * indica

que é significativo pelo teste t a 5% de probabilidade ..................................... 54

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iii

LISTA DE TABELAS

ARTIGO 1

ARTIGO 2

Tabela Página

1 Características químicas e físicas do Argissolo Vermelho-Amarelo da área

experimental após a calagem, em Nossa Senhora das Dores (SE) ................... 45

2 Descrição dos fertilizantes e teores de nutrientes ............................................ 47

Tabela Página

1 Características químicas e físicas do Argissolo Vermelho-Amarelo da área

experimental após a calagem, em Nossa Senhora das Dores (SE) ............... .. 25

2 Características químicas e físicas do Argissolo Acinzentado da área

experimental após a calagem, em Umbaúba (SE) ......................................... .. 26

3 Descrição dos fertilizantes e teores de nutrientes ......................................... .. 27

4 Preços dos produtos praticados no Estado de Sergipe, 2015 ........................ .. 29

5 Teor de nitrogênio na folha-índice do milho, na fase de embonecamento e

polinização, em função do uso de fertilizantes nitrogenados aplicados em

cobertura no Argissolo Vermelho-Amarelo em Nossa Senhora das Dores (SE),

e no Argissolo Acinzentado em Umbaúba (SE), nas safras 2014, 2015, e na

média dessas safras ....................................................................................... .. 30

6 Quantidade de enxofre aplicado em função das doses de nitrogênio testadas .. 33

7 Produtividade do milho em função do uso de fertilizantes nitrogenados

aplicados em cobertura em sistema de plantio convencional, no Argissolo

Vermelho-Amarelo em Nossa Senhora das Dores (SE), e no Argissolo

Acinzentado em Umbaúba (SE), nas safras 2014, 2015, e na média das safras

2014-2015 ..................................................................................................... .. 34

8 Dose de máxima eficiência econômica (DMEE), produtividade de grãos e

rendas bruta e líquida do milho em função da aplicação de fertilizantes

nitrogenados, no Argissolo Vermelho-Amarelo, em Nossa Senhora das Dores

(SE), e no Argissolo Acinzentado, em Umbaúba (SE), na média das safras

2014-2015 ...................................................................................................... .. 38

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iv

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

N2 Gás nitrogênio

NO Óxido nítrico

N2O Óxido nitroso

NO2- Nitrito

NO3- Nitrato

NH3 Amônia

NH4+ Amônio

S0 Enxofre elementar

SO4-2 Sulfato

H2SO4 Ácido sulfúrico

CO2 Dióxido de carbono

NPK Nitrogênio, fósforo e potássio

MAP Fosfato monoamônico

DAP Fosfato diamônico

MO Matéria orgânica

H+Al Acidez potencial

SB Soma de bases

T Capacidade de troca catiônica potencial

CTC Capacidade de troca catiônica

V Índice de saturação por base

DMEE Dose de máxima eficiência econômica

Page 14: DESEMPENHO AGRONÔMICO E VOLATILIZAÇÃO DA ......2 Fluxos diários da volatilização da amônia até o 22º dia após a aplicação dos fertilizantes nitrogenados em cobertura na

v

RESUMO

SANTOS, Wadson de Menezes. Desempenho agronômico e volatilização da amônia de

fertilizantes pastilhados e convencionais na cultura de milho. São Cristóvão: UFS, 2017.

69p. (Dissertação – Mestrado em Agricultura e Biodiversidade).*

O nitrogênio é o elemento mais requerido pela maioria das culturas e o que proporciona os

maiores incrementos no rendimento do milho. O pastilhamento da ureia é uma tecnologia que

permite a adição de outros elementos, como enxofre e zinco, e visa diminuir as perdas de N, e

consequentemente melhorar a eficiência agronômica dos fertilizantes. No primeiro artigo, o

objetivo foi a recomendação de doses de N e avaliação da eficiência agronômica da ureia

pastilhada, e de suas complexações com enxofre e zinco, e fontes convencionais de N aplicados

em cobertura na cultura do milho nas condições do Médio Sertão e Sul sergipanos. O

delineamento experimental foi em blocos ao acaso, com 3 repetições, em esquema de parcelas

subdivididas com tratamento adicional. As parcelas foram compostas pelas doses: 75, 150 e

300 kg ha-1 de N, e as subparcelas pelos fertilizantes: ureia pastilhada pura (UP), ureia

pastilhada com S elementar (UP+S), ureia pastilhada com sulfato de amônio (UP+SA), ureia

pastilhada com sulfato de amônio e S elementar (UP+SA+S), ureia pastilhada com sulfato de

amônio e sulfato de zinco (UP+SA+Zn), ureia perolada (UR), sulfato de amônio cristal (SA), e

o tratamento adicional testemunha (TEST). Foram avaliados o teor de N e S foliar,

produtividade de grãos, e recomendadas doses de máxima eficiência econômica (DMEE). A

adubação nitrogenada proporcionou maiores teores de N foliares, e produtividade de grãos, e

estas variáveis aumentaram com o acréscimo das doses de N. Os teores de S foliares

aumentaram com o incremento das doses de S. O SA proporcionou maior produtividade que a

UR, UP e UP+S na média das safras no Argissolo Acinzentado. As DMEE para a UR foram de

128 kg ha-1 de N no Argissolo Vermelho-Amarelo, e 190 kg ha-1 de N no Argissolo

Acinzentado. A dose indicada de SA foi de 119 kg ha-1 de N para ambos os solos, e este

tratamento proporcionou as maiores rendas. No segundo artigo, o objetivo foi a avaliação da

eficiência agronômica e as perdas por volatilização da amônia pela aplicação em cobertura no

milho de fertilizantes nitrogenados convencionais e pastilhados, e em suas complexações com

enxofre e zinco. Foram avaliados a volatilização da amônia, o teor de N foliar, a produtividade

de grãos, e a relação entre estas variáveis. Os tratamentos avaliados foram UP; UP+S; UP+SA;

UP+SA+S; UP+SA+Zn; UR e SA, todos na dose de 150 kg ha-1 de N, além da testemunha não

adubada (TEST), com 3 repetições. Os tratamentos fertilizados apresentaram os maiores teores

de N foliares e produtividade de grãos. O SA apresentou produtividade superior ao tratamento

UP+SA+S. Do total de N-NH3 perdido por volatilização, 92,5% ocorreram até o quinto dia após

a fertilização. A UP+SA reduziu a volatilização da amônia, não diferindo estatisticamente do

SA e TEST. O teor foliar de N correlacionou-se positivamente, enquanto a taxa de volatilização,

negativamente, com a produtividade de grãos.

Palavras-chave: Fertilizantes nitrogenados, nitrogênio, sulfato de amônio, perdas de N-NH3,

ureia pastilhada, Zea mays L.

___________________

* Comitê Orientador: Dr. Marcelo Ferreira Fernandes – Embrapa Tabuleiros Costeiros/PPGAGRI-UFS

(Orientador).

Page 15: DESEMPENHO AGRONÔMICO E VOLATILIZAÇÃO DA ......2 Fluxos diários da volatilização da amônia até o 22º dia após a aplicação dos fertilizantes nitrogenados em cobertura na

vi

ABSTRACT

SANTOS, Wadson de Menezes. Agronomic performance and ammonia volatilization of

pastilled and conventional fertilizers in corn culture. São Cristóvão: UFS, 2017. 69p.

(Thesis - Master of Science in Agriculture and Biodiversity).*

Nitrogen is the most required mineral nutrient for almost all agricultural crops and the one that

promotes maize yields mostly. Pastillation is a technology that allows blending urea with other

mineral elements like sulfur and zinc homogeneously, aims at subsiding N losses, therefore

enhancing the agronomic efficiency of the fertilizers. The aim of the first paper was to establish

the recommendation of N rates and to evaluate the agronomic performance of pastille urea and

its blend with sulfur and zinc, as well as commercial N sources sidedress applied to maize under

the conditions of the Médio Sertão and Southern Sergipe. The experiments were carried out

during the 2014 and 2015 seasons in both sites. The experimental design was Complete Blocks

with 3 replications in split-plot arrangement with an additional Control treatment (TEST). In

the plot 3 rates of N applications were tested: 75, 150 and 300 kg ha-1, while in the subplots the

following products were evaluated: Pastille urea (UP), Pastille urea with elemental S (UP+S),

Pastille urea with ammonium sulfate (UP+SA), Pastille urea with ammonium sulfate and

elemental S (UP+SA+S), Pastille urea with ammonium sulfate and zinc sulfate (UP+SA+Zn),

Prilled urea (UR) and Ammonium sulfate (SA). Leaf N and S contents as well as maize yield

were evaluated to assess the agronomic performance of the products and to calculate the

appropriate N recommendation. Economic assessments of the price for the commercial

products and the corn grains allowed estimating the rate of maximum economic efficiency

(DMEE). The greater the rate of N applied the higher leaf N content and grain yields of maize.

Leaf S contents increased with increasing doses of S applied with the tested fertilizers. Yields

with Ammonium sulfate were higher than UR, UP and UP+S in both seasons in Umbaúba

(Acrisol) (Southern Sergipe). The DMEE for UR was 128 and 119 kg N ha-1 for Nossa Senhora

das Dores (Acrisol) and Umbaúba, respectively. The recommended dose of SA was 119 kg ha-

1, since it provided the greater incomes for both sites. In the second paper, the aim was to

evaluate the agronomic performance and the losses of N through ammonia volatilization of N

fertilizers sidedress applied to maize. Ammonia volatilization, leaf N content and maize yield

were evaluated in all products tested in the first paper when applied at a rate of 150 kg ha-1 of

N and in the TEST treatment. Three replications were used. All fertilized treatments showed

higher leaf N contents and grain yields than TEST. The treatment SA showed yields higher than

UP+SA+S. Of all N-NH3 lost by volatilization, 92.5% took place in the first 5 days after

application. The UP+SA treatment reduced ammonia volatilization and did not differ

statistically from SA and TEST. Leaf N content correlates positively and N volatilization

negatively with grain yield.

Key-words: Nitrogen fertilizers, nitrogen, ammonium sulfate, losses of N-NH3, pastured urea,

Zea mays L.

___________________

* Supervising Committee: Dr. Marcelo Ferreira Fernandes – Embrapa Tabuleiros Costeiros/PPGAGRI-UFS

(Orientador).

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1. INTRODUÇÃO GERAL

Nas próximas décadas o setor agrícola passará por um grande desafio que será atender

a demanda de alimentos para a população mundial que está em constante crescimento. Segundo

a Organização das Nações Unidas para Agricultura e a Alimentação (FAO, 2009) estima-se

que, em 2050, a população mundial atinja 9,3 bilhões de habitantes, sendo necessário aumentar

entre 50 a 70% a produção de cereais, como milho, arroz e trigo. Para atender a esta demanda

crescente em alimentos, existem algumas alternativas como a ampliação das fronteiras agrícolas

e o aumento da produtividade das áreas já cultivadas (MARIN, 2012). O Brasil é um dos poucos

países com reais possibilidades de contribuir neste processo, por possuir extensas áreas

agricultáveis e apresentar grande potencial para aumentos de produtividade por meio da adoção

de tecnologias (LOPES; BASTOS, 2007).

O milho é uma das principais culturas brasileiras, se destacando tanto pelo volume da

produção quanto pela importância socioeconômica. Na safra 2014/2015 foram cultivados 15,74

milhões de hectares, produzindo 84,73 milhões de toneladas de grãos, um acréscimo de 5,8%

em relação à produção da safra precedente (CONAB, 2015). No Nordeste, o estado de Sergipe

destaca-se por apresentar a maior produtividade da região, com média de 4.231 kg ha-1 de grãos.

Contudo, a sua produção é a quarta maior com 745,9 mil toneladas na safra 2014/2015, ficando

atrás respectivamente da Bahia, Maranhão e Piauí (CONAB, 2015).

O Brasil é o terceiro maior produtor de milho do mundo, atrás dos EUA e da China

(INDEXMundi, 2016a). Apesar desta posição de destaque, o Brasil não figura entre os países

com maiores produtividades (FERREIRA, 2008). Na safra 2014/2015 a produtividade média

nacional foi de 5.382 kg ha-1 (CONAB, 2015), próximo à média mundial de 5.640 kg ha-1

(USDA, 2016), em que o Brasil esta na 25ª posição entre os países produtores (INDEXMundi,

2016b). Os principais fatores que contribuem para as baixas produtividades são a utilização de

variedades ou híbridos não adaptados às condições edafoclimáticas, o nível tecnológico dos

produtores, o manejo inadequado do solo, principalmente em relação à adubação nitrogenada

(PEDRINHO, 2009).

O Brasil é o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo (IFA, 2015), fato

diretamente ligado à extensa área dedicada à produção agropecuária e à baixa eficiência na

utilização de fertilizantes pelas culturas (FRAZÃO et al., 2014). Em 2015, o Brasil consumiu

28,18 milhões de toneladas de fertilizantes, dos quais 19,8 milhões (70%) foram importadas, o

que demonstra a grande dependência externa (ANDA, 2015).

A produção nacional de fertilizantes em 2015 foi de 8,36 milhões de toneladas, contra

8,05 milhões toneladas no ano anterior, representando aumento de 4%. Em nutrientes, houve

aumento de 16,5% na produção de fertilizantes nitrogenados. Porém, o seu consumo apresentou

queda de 11,4%, passando de 3,54 milhões de toneladas em 2014 para 3,14 milhões em 2015

(ANDA, 2015).

O nitrogênio (N) é um macronutriente empregado em grandes quantidades na

agricultura moderna, por ser exigido em maior quantidade pelas plantas. Na cultura do milho,

atua principalmente no enchimento dos grãos e afeta o teor de proteína (BOARETTO et al.,

2007). O fertilizante nitrogenado mais utilizado no Brasil é a ureia, devido a sua elevada

concentração em nitrogênio, o que reduz o custo de transporte, além da alta solubilidade e da

facilidade de mistura com outras fontes. No entanto, o nitrogênio proveniente da ureia pode ser

facilmente perdido por volatilização da amônia, lixiviação do nitrato e desnitrificação

(CANTARELLA, 2007a), o que contribui para a baixa eficiência da adubação nitrogenada e,

consequentemente, na redução da produtividade das culturas. As perdas mais significativas de

N em sistemas agrícolas são ocasionadas por volatilização, um processo que é mais intenso em

regiões tropicais, como no Brasil, onde há predomínio de altas temperaturas durante a maior

parte do ano (FRAZÃO et al., 2014).

Em virtude a baixa eficiência da adubação nitrogenada, tem-se desenvolvido diversos

fertilizantes com tecnologias agregadas a base de ureia, como a ureia na forma de pastilhas. Na

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fabricação deste produto tem-se a possibilidade de adicionar à ureia outros elementos, como o

enxofre, tanto na forma elementar, quanto na forma de sulfato de amônio, bem como fontes de

micronutrientes, incorporando assim propriedades suplementares relacionadas à nutrição de

enxofre e micronutrientes. A adição de outros elementos a ureia associada ao maior tamanho

do grânulo, pode ter efeito na volatilização da amônia.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Caracterização da cultura do milho

O milho (Zea mays L.) pertence à família Poaceae, cujo centro de origem é o México

(SILOTO, 2002). Caracteriza-se por ser uma planta de ciclo anual, monocotiledônea, monóica,

alógama, de metabolismo fotossintético C4, apresenta grandes folhas alternadas e o seu grão é

uma cariopse. Possui uma grande variabilidade genética, principalmente a partir do

desenvolvimento de diversas variedades e híbridos (HORN et al., 2006).

O seu ciclo varia em relação a diversos fatores como genótipo, clima e época de

semeadura. Mas, em geral, nas cultivares comerciais, o período entre a semeadura e a colheita

varia entre 110 a 180 dias (FANCELLI; DOURADO NETO, 2000). De maneira geral o seu

desenvolvimento compreende as seguintes fases: germinação e emergência (VE), crescimento

vegetativo (V1 até Vn e VT), reprodutiva (R1 a R5) e maturação fisiológica (R6) (CASTRO;

KLUGE, 2005).

A melhor época de semeadura do milho compreende o período de maior distribuição

das chuvas, para que a fase de floração ocorra no período de dias mais longos, e o enchimento

de grãos coincida com o período de temperaturas mais elevadas e alta radiação solar

(EMBRAPA, 2006).

Os rendimentos são influenciados por diversos fatores, sendo eles genéticos (variedades

e híbridos), de manejo (solo, adubação, controle de ervas daninhas, pragas e doenças) e

ambientais (CO2, luz, temperatura, precipitação) (MAGALHÃES et al., 2002).

O milho é um dos principais cereais cultivados e consumidos no mundo, em virtude de

seu alto potencial produtivo, composição química e valor energético. O seu cultivo tem grande

importância econômica, uma vez que pode ser utilizado como base na alimentação humana,

participando na produção de matéria-prima para cerca de 600 produtos industriais (PEREIRA

et al., 2009). E grande parte da produção é destinada à alimentação animal, onde as cadeias

produtivas de aves e suínos consomem entre 70 e 80% do milho produzido no Brasil. Na forma

de ração, o milho é a principal fonte de carboidratos, além de possuir cerca de 9% de proteína

(MIRANDA et al., 2012).

2.2 Nitrogênio na cultura do milho

O aumento da produtividade de qualquer espécie vegetal implica no suprimento

adequado de nutrientes, sendo um fator importante, no qual interfere diretamente na produção

da cultura do milho, na melhoria da atividade de microrganismos e na qualidade do solo

(OKUMURA et al., 2013). Entre os nutrientes, o nitrogênio é requerido em maiores quantidades

pelas plantas (GOMES et al., 2007), por desempenhar diversas funções, como componente

estrutural da clorofila, faz parte de diversos compostos orgânicos como aminoácidos, proteínas

e ácidos nucleicos; e é um dos nutrientes que apresenta os efeitos mais significativos no

aumento da produtividade da cultura do milho (CANTARELLA, 2007a). Com isso, o

nitrogênio é considerado o nutriente mineral mais importante para praticamente todas as

culturas (PAVINATO, 2008).

O N é bastante dinâmico no solo, sofrendo diversas transformações químicas e

biológicas. Além disso, apresenta baixo efeito residual, desse modo, a adubação nitrogenada é

efetuada em maior quantidade e com maior frequência que os demais nutrientes, já que a

maioria dos solos não tem a capacidade de suprir essa demanda (CIVARDI et al., 2011).

Para um manejo eficiente da cultura, é fundamental o conhecimento das diferentes fases

do desenvolvimento com suas diferentes demandas, sendo possível adequar o período de

adubação com a fase fenológica mais indicada (VIEIRA, 2007).

O milho apresenta três fases de absorção: a primeira no crescimento inicial lento

(germinação), a segunda na fase de crescimento rápido, onde cerca de 70 a 80% de toda matéria

seca é acumulada, e, na última fase de absorção, o crescimento é novamente lento, acumulando

em torno de 10% da massa seca total (CRUZ et al., 2008).

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Na cultura do milho, os grãos são considerados o maior dreno, já que sua formação esta

diretamente relacionada à translocação de N e açúcares dos órgãos vegetativos para os grãos

(SOMAVILLA et al., 2015). Segundo Gava et al. (2006) do total de N acumulado pela cultura,

73% estão presentes nos grãos. Desse modo, os níveis de adubação nitrogenada correlacionam-

se diretamente com o rendimento de grãos (GOMES et al., 2007).

As recomendações de adubação nitrogenada evoluíram bastante no Brasil. As principais

inovações dizem respeito às recomendações de doses com base na produtividade esperada,

levando-se em consideração o tipo de solo e o parcelamento da adubação na época de maior

absorção de N (SANTOS et al., 2008).

Para se alcançar altas produtividades de milho, é preciso aperfeiçoar as condições de

manejo, de modo que promovam um melhor desenvolvimento da cultura. Para isso, deve-se

levar em consideração o potencial genético, o ambiente, o sistema de cultivo, o controle de

pragas, doenças e plantas daninhas, como também fornecer as quantidades de nutrientes na

época de maior demanda pela planta, aumentando assim a eficiência da aplicação

(CANTARELLA, 1993).

2.3 Importância do enxofre para o milho

O enxofre é um macronutriente secundário, cuja quantidade absorvida pelas culturas

pode ser igual ou mesmo superior ao fósforo (CANTARELLA; MONTEZANO, 2010). O

enxofre apresenta significativa importância no desenvolvimento das plantas, por ser

constituinte de compostos como Acetil-CoA, glutationa, etc., e, assim como o nitrogênio, é

constituinte de proteínas, sendo encontrado nos aminoácidos metionina e cisteína (ALVAREZ,

2007)

Mais de 90% do enxofre presente no solo está na forma orgânica, sendo, portanto,

necessária à sua mineralização, resultando na produção do íon SO4-2, para que o mesmo esteja

disponível para as plantas (CANTARELLA; MONTEZANO, 2010). Em certas condições,

também ocorre o processo de imobilização, onde o SO4-2 é convertido em S orgânico por ação

dos microrganismos (CÉSAR, 2012). As principais perdas de enxofre em sistemas agrícolas

estão relacionadas às exportações pelas culturas, à lixiviação, a erosão do solo e à emissão de

gases sulfurados (STIPP; CASARIN, 2010).

A necessidade de enxofre é geralmente suprida via fertilizantes NPK de baixa

concentração, sulfato de amônio (22% de S), superfosfato simples (12% de S) e o gesso agrícola

(18% de S) que são as formas mais comuns (STIPP; CASARIN, 2010).

A quantidade de nitrogênio requerida pelas plantas é consideravelmente maior que por

enxofre. E, quando se incrementam as doses de nitrogênio na adubação, é necessário

aumentarem-se também os níveis de enxofre aplicados, com a finalidade de manter um balanço

entre esses nutrientes. Mesmo uma planta bem nutrida em N, se houver carência em enxofre,

haverá um desequilíbrio nutricional, prejudicando a síntese proteica (CRAWFORD et al.,

2000). A relação N/S deve esta em torno de 12-15. Portanto, o teor de N no tecido da planta é

dependente da quantidade de S e o aumento na produtividade do milho está intimamente ligada

ao adequado suprimento de N e S para formação de aminoácidos e proteínas essenciais a planta

(STIPP; CASARIN, 2010).

A dose de enxofre necessária para a maioria das culturas varia entre 15 e 50 kg ha-1

(VITTI; HEINRICHS, 2007). Na cultura do milho recomenda-se 30 kg ha-1 de S, sendo que o

milho absorve entre 13 e 21 kg ha-1 a depender da produtividade e, deste total, 60% encontra-

se nos grãos (FANCELLI; DOURADO NETO, 2004). Quanto a concentração de S no solo,

diversos ensaios em quase todas as regiões do Brasil, indicam que solos com teores superiores

a 10 mg dm-3 de S tem menor probabilidade de responder a adição de adubos contendo este

elemento (MALAVOLTA; MORAES, 2007).

Em torno de 70% da produção mundial de enxofre é obtido a partir do S elementar (S0)

(LOPES et al., 2010), embora não seja essa a principal fonte de S utilizada na agricultura que

emprega, principalmente, o superfosfato simples e o sulfato de amônio. O S0, para ser absorvido

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pelas plantas, precisa ser oxidado a SO4-2, processo realizado por microrganismos do solo, que

podem ser divididos em quimioautotróficos, como por exemplo, as bactérias do gênero

Thiobacillus; fotoautotróficos e heterotróficos (bactérias e fungos). Essa reação de oxidação

gera acidez ao solo, podendo reduzir as perdas por volatilização da NH3, quando associados a

fertilizantes nitrogenados (HOROWITZ; MEURER, 2006; VITTI et al., 2015).

No processo de adubação convencional das culturas o enxofre entra em segundo plano,

sendo que a sua principal entrada na fertilização é através das formulações NPK de baixos

teores (CANTARELLA; MONTEZANO, 2010). Portanto, a aplicação do enxofre tem sido

descriminada devido a tendência de aplicação de fertilizantes NPK de altos teores de nutrientes

para redução dos custos. E, o uso de genótipos melhorados, de alto potencial produtivo e com

maiores exigências nutricionais, associado à redução da matéria orgânica do solo (reserva de S

no solo), tem tornado a deficiência de enxofre um fator cada vez mais limitante à produção

agrícola brasileira (PRADO, 2008). Desta forma, a demanda por fertilizantes sulfatados tem

aumentado (DEGRYSE et al., 2016).

2.4 Dinâmica do nitrogênio

Aproximadamente 78% da atmosfera é composta por nitrogênio na forma de N2. Em

contrapartida, existe escassez desse elemento em formas disponíveis no solo para as plantas, o

que pode ser explicado pela grande estabilidade da molécula de N2 (CANTARELLA, 2007a;

REIS, 2013).

O nitrogênio atmosférico pode entrar no sistema solo-planta, por diferentes

mecanismos: (a) descargas elétricas, quando o N2 é reduzido a óxidos, contribuindo com cerca

de 3 a 4% de todo o N fixado; (b) fixação biológica (FBN), que envolve a redução do N2 a

amônia (NH3), pela ação de microrganismos de vida livre ou em associações simbióticas com

leguminosas, tais como as bactérias do gênero Rhizobium. A capacidade desses microrganismos

em fixarem o nitrogênio está ligada à presença e à atividade do complexo enzimático conhecido

como nitrogenase (DIALLO et al., 2004; RAYMOND et al., 2004) e (c) fixação industrial do

N pelo processo de Haber-Bosch onde, através da técnica de síntese da amônia, são produzidos

os vários tipos de fertilizantes nitrogenados (CHAGAS, 2007).

No solo a fonte natural de nitrogênio é a matéria orgânica, representando 95% do N total

do solo (CANTARELLA; MONTEZANO, 2010), sendo que, para sua liberação e absorção

pelas plantas, é necessário que ocorra a mineralização pela ação dos microrganismos, ou seja,

a transformação do N orgânico em formas inorgânicas, como o amônio (NH4+) e nitrato (NO3

-

), pelos processos de amonificação e nitrificação, respectivamente (CANTARELLA, 2007a).

O processo oposto a mineralização é a imobilização, nesse fenômeno o N disponível às

plantas é utilizado pelos microrganismos para decompor os resíduos orgânicos do solo e formar

os constituintes orgânicos de suas células e tecidos (CANTARELLA, 2007a). A ocorrência

desse mecanismo é dependente da relação C/N do material orgânico em decomposição no solo.

Quando a relação C/N é maior que 30, a imobilização é favorecida, por outro lado, quando esta

relação é menor do que 20, predomina a mineralização. Já quando a relação está na faixa de 20

a 30, os dois processos ocorrem simultaneamente (MOREIRA; SIQUEIRA, 2006).

Dessa forma, quando a imobilização do N é maior que a sua mineralização, as plantas

podem apresentar deficiência temporária desse nutriente. À medida que ocorre a morte dos

microrganismos, ocorre a sua mineralização pelo restante da biomassa, liberando os nutrientes

imobilizados e, quanto maior o conteúdo de N na biomassa microbiana, mais rápida será a sua

reciclagem (SILVA, 2013).

A amonificação é a primeira etapa do processo de mineralização. Devido a ação de

microrganismos, ocorre à transformação do N orgânico em NH3 que, por sua vez, reage com os

H+ do solo formando o íon NH4+ e, nesse processo, ocorre a elevação do pH pelo consumo de

H+ do solo (CANTARELLA, 2007a).

Dando sequência ao processo de mineralização, ocorre a nitrificação, que consiste na

conversão biológica do N reduzido, na forma de NH4+, em oxidado, nas formas de nitrito (NO2

-

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12

) e NO3-, respectivamente. A oxidação do amônio ocorre em duas etapas, sendo a primeira

denominada de nitritação, que é a transformação do NH4+ em NO2

-, mediada por bactérias

aeróbicas, como as do gênero Nitrosomonas, e a segunda etapa, chamada de nitratação, que

consiste na transformação do NO2- em NO3

-, realizada por bactérias do gênero Nitrobacter

(CANTARELLA, 2007a).

A desnitrificação, por sua vez, é um processo de respiração anaeróbica realizado por

diversas bactérias, entre as quais se destacam as do gênero Pseudomonas, que oxidam formas

orgânicas de carbono disponível no solo a fim de gerar energia e, para isso, utilizam os óxidos

de nitrogênio como aceptores finais de elétrons. Assim, o NO3-, NO2

-, óxido nítrico (NO) e

óxido nitroso (N2O) são sucessivamente reduzidos até o gás nitrogênio (N2), fechando o ciclo

(CANTARELLA, 2007a; HAYATSU et al., 2008).

2.5 Formas de absorção de N pelas plantas

As formas do nitrogênio absorvidas pelas plantas são NO3- e NH4

+. Estes íons são

transportados principalmente por fluxo de massa, portanto sua movimentação junto com a

solução do solo até a absorção pelas raízes é gerada pelo gradiente potencial hídrico. Outra

forma de contato íon/raiz é por interceptação radicular, porém ocorre em pequena proporção

(PRADO, 2008).

O NO3- é encontrado em maior quantidade que o NH4

+ nos solos agrícolas, sendo esta a

fonte mais absorvida pelas plantas, isso devido à presença de bactérias nitrificantes

(Nitrosomonas e Nitrobacter) que, pelo processo de nitrificação, oxidam rapidamente o NH4+

a NO3- em condições aeróbicas. Em relação ao tempo, esse processo ocorre entre 15 e 30 dias.

Neste sentido, o teor de NO3- no solo depende diretamente da quantidade de NH4

+ (AITA et al.,

2007; CANTARELLA, 2007a).

O NO3- absorvido pelas plantas, é posteriormente transformado em NH4

+, num processo

em que estão envolvidas duas enzimas: a redutase do nitrato (ativada pelo molibdênio),

responsável pela transformação do NO3- em NO2

- e a redutase do nitrito (ativada pelo enxofre),

que converte o NO2- em NH4

+ para posterior assimilação nos aminoácidos. Portanto, a planta

gasta mais energia para formar aminoácidos quando utilizam nitrato como fonte de N

(ZAVASCHI, 2010).

2.6 Perdas de nitrogênio

As principais formas de perdas de N no sistema solo-planta são: exportação pela cultura,

erosão do solo, volatilização da amônia, lixiviação do nitrato, trocas gasosas do N pela parte

área das culturas, desnitrificação nas formas de NO, N2O e N2, sendo que na nitrificação

também podem ocorrer perdas na forma de N2O. Este que é um dos principais gases do efeito

estufa, o que tem gerado preocupações uma vez que a adubação nitrogenada contribui

significativamente com as emissões desse gás. Porém, dentre as diversas formas de perdas de

N a principal delas é a volatilização da amônia (KOOL et al., 2011).

As perdas por volatilização da amônia são afetadas por diversos fatores, como a umidade

do solo no momento da aplicação do fertilizante, textura, CTC, pH do solo, temperatura, fonte

de N empregada e a forma de aplicação (MOTA et al., 2015).

A ureia é a fonte mais susceptível a volatilização. Quando aplicada no solo, ela é

hidrolisada em 2 ou 3 dias por ação da urease, resultando na formação de carbonato de amônio.

A urease é uma enzima extracelular produzida por bactérias, actinomicetos e fungos do solo. O

carbonato de amônio, resultante da hidrólise, não é estável se desdobrando em NH3, CO2 e água.

Parte do NH3 formado reage com os íons H+ da solução do solo resultando em NH4+ (TASCA

et al., 2011). Entretanto, a neutralização da acidez potencial determina a elevação do pH, que

pode atingir valores acima de 7 na região próxima aos grânulos do fertilizante aplicado. Com a

elevação do pH, a conversão da NH3 a NH4+ torna-se dificultada pela falta de íons H+,

aumentando a concentração de NH3 próximo do grânulo de ureia e a probabilidade de

volatilização. Esse fenômeno pode ser pequeno, totalizando de 1 a 15 % (CANTARELLA et

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al., 2008; SANZ-COBENA et al., 2008), ou atingir valores extremamente altos, maiores do que

50 % do N aplicado (SANGOI et al., 2003; ROCHETTE et al., 2009).

Segundo Cantarella, as perdas por volatilização da amônia são da ordem de 20 a 40%

do N aplicado em cana-de-açúcar (CANTARELLA et al., 1999), 16 a 44% em citros

(CANTARELLA et al., 2003) e 16 a 61% em pastagens (CANTARELLA et al., 2001). E a

eficiência no uso do N é menor com o aumento das doses (SILVA et al., 2014). Esse fato resulta

em baixo desempenho produtivo e risco de contaminação ambiental. Porém, a incorporação da

ureia reduz significativamente as perdas por volatilização (BIESDORF et al., 2016).

2.7 Fertilizantes nitrogenados

Os fertilizantes nitrogenados mais comercializados no Brasil em 2015 foram

respectivamente: ureia, sulfato de amônio, nitrato de amônio, fosfato monoamônico (MAP),

fosfato diamônico (DAP) (IPNI, 2016). Correspondendo a cerca de 60% dos fertilizantes

nitrogenados comercializados no país, e em função do menor custo e facilidade de produção, a

ureia é preferencialmente fabricada em relação às demais fontes de N (CANTARELLA;

MONTEZANO, 2010).

A ureia é um fertilizante nitrogenado que se apresenta na forma de grânulos brancos e

possui, em média, 45% de N na forma amídica [CO(NH2)2], sintetizada a partir de NH3 e CO2.

É o fertilizante nitrogenado mais utilizado no mundo. Tem como características alta

solubilidade (cerca de 119 g 100 mL-1 de água), baixa corrosividade e boa compatibilidade com

diversos fertilizantes e defensivos (CANTARELLA, 2007a). Porém, apresenta algumas

desvantagens como elevada higroscopicidade, possibilidade de presença de biureto, facilidade

de perdas por lixiviação na forma de NO3- e, principalmente por volatilização, uma vez que,

depois de aplicada ao solo, sofre hidrólise enzimática, ocorrendo à liberação de NH3

(CANTARELLA, 2007a, 2007b).

O sulfato de amônio – [(NH4)2SO4] é um fertilizante que se apresenta na forma de

grânulos brancos que contém, em média, 20% de N na forma amoniacal e 22% de S na forma

de sulfato. É um dos fertilizantes que mais acidificam o solo, por conta da nitrificação

(CAMPOS, 2004). As principais vantagens em relação à ureia e às demais fontes de N são a

baixa higroscopicidade, baixa tendência a perdas por volatilização, além de ser fonte de enxofre

(COLLAMER et al., 2007).

O sulfato de amônio é produzido a partir de subprodutos da indústria (aço, metalúrgica

e produção de nylon), sendo a caprolactama (subproduto da indústria de nylon) uma importante

fonte para sua produção, pois, a partir de uma tonelada de caprolactama é possível obter quatro

toneladas de sulfato de amônio. Também é possível obter o sulfato de amônio a partir da síntese

direta (NH3+H2SO4) (FRANCISCO, 2008).

2.8 Tecnologias dos fertilizantes nitrogenados

Tendo em vista a elevada demanda de N pela cultura do milho, e as perdas de N às quais

a ureia está sujeita, é imprescindível a busca por tecnologias que aumentem a eficiência da

adubação nitrogenada, minimizando as perdas e, consequentemente, aumentem o

aproveitamento de N pela cultura (QUEIROZ et al., 2011). Essa necessidade tem induzido o

desenvolvimento de produtos como os fertilizantes que atuam liberando os nutrientes de forma

gradual, podendo ser de liberação lenta, controlada ou estabilizados (CANTARELLA, 2007a).

Não existe uma definição oficial para os fertilizantes de liberação lenta e controlada.

Entretanto, os fertilizantes de liberação lenta referem-se, comumente, àqueles dependentes da

decomposição microbiana, como a ureia-formaldeído. Eles apresentam baixa solubilidade,

sendo que a parte solúvel em água se torna rapidamente disponível, enquanto a outra parte é

liberada de forma gradual durante um período mais longo. Os fertilizantes de liberação

controlada referem-se normalmente os fertilizantes revestidos ou encapsulados (CIVARDI et

al., 2011). Já os fertilizantes estabilizados são os que atuam na inibição da urease e da

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nitrificação. Segundo Contin (2007) estes inibidores competem pelo mesmo sítio ativo da

urease, diminuindo a atividade dessa enzima e conferindo maior estabilidade à ureia.

O emprego destes fertilizantes tem por finalidade disponibilizar os nutrientes para as

culturas por um tempo mais longo, otimizando a sua absorção pelas plantas (MORGAN et al.,

2009) e reduzindo o risco de contaminação ambiental pela minimização das perdas por

lixiviação do NO3-, e das emissões atmosféricas de NH3, NO e N2O. Foi demonstrado que o

revestimento da ureia e o inibidor da urease reduziram em cerca de 50% as perdas por

volatilização em relação à ureia convencional aplicadas em cobertura na cultura do milho,

refletindo, também, em maiores produtividades (PEREIRA et al., 2009).

Outra forma que vem sendo testada é ureia em diferentes tamanhos de grânulos os quais

propiciam diferentes formas, se destacando a ureia perolada, a granulada e a pastilhada.

O processo de granulação de ureia consiste em aumentar o diâmetro dos grãos através

de recobrimentos sucessivos (engorda) do grão de ureia perolada com a própria solução de

ureia, tendo o inconveniente de, no processo de produção, haver a formação de biureto, que em

altas concentrações, pode ser tóxico às plantas. O diâmetro médio da ureia perolada é de 1,6

mm, enquanto o da ureia granulada e pastilhada é em média de 3 mm. A melhor qualidade das

formas granulada e pastilhada consistem na menor taxa de liberação de nitrogênio, no aumento

da resistência e uniformidade dos grãos e na menor segregação quando misturada com outros

nutrientes (STAFANATO, 2009). Em relação aos aspectos ambientais, o processo de produção

requer um menor consumo de energia além de reduzir de forma substancial a emissão de poeira

(BROUWER, 2011).

A tecnologia do pastilhamento da ureia é bastante flexível, pois permite a produção da

ureia na sua forma pura padrão, quanto a de fertilizantes especiais a base de ureia pela mistura

com outros elementos, na forma de sulfato de amônio, cloreto de potássio, óxido de zinco,

enxofre e outros (BAEDER, 2010).

Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados de Sergipe (FAFEN-SE), localizada no município

de Laranjeiras-SE, iniciou em novembro de 2007 a produção de ureia granulada, utilizando a

técnica desenvolvida pela Toyo Engeenering Corporation, tornando-se a pioneira na produção

desse fertilizante no país, com capacidade instalada para produzir 600 toneladas por dia

(SOUZA FILHO, 2010). Recentemente, tem se implantando nessa unidade a produção de ureia

na forma pastilhada. Desenvolvida pela empresa alemã SANDVIK GmbH, a técnica de

produção desse tipo de ureia dispensa o uso de formaldeído (SOUZA FILHO, 2010).

2.9 Diagnose do estado nutricional das plantas

A análise química é a principal ferramenta para o diagnóstico da fertilidade do solo e

estabelecimento das necessidades de correção e adubação das culturas. Porém, somente uma

pequena fração dos nutrientes encontrados no solo está em formas prontamente disponíveis às

plantas (CAPÓ et al., 2010). Os tecidos das plantas, por sua vez, demonstram o estado

nutricional num dado momento, de modo que a análise dos tecidos, aliada à análise do solo,

permite um diagnóstico mais eficiente do estado nutricional de uma cultura. A análise de tecidos

torna-se mais importante ainda, no caso do N e dos micronutrientes, para os quais a análise do

solo ainda não está bem consolidada (MARTINEZ et al., 2003).

Os nutrientes contidos nas folhas devem estar em quantidades adequadas e equilibradas

para atender aos requisitos de produtividade e qualidade das culturas (MALAVOLTA et al.,

1997). Para isso, os resultados laboratoriais são comparados com padrões descritos na literatura.

Contudo, as análises de tecido foliar nem sempre conseguem diagnosticar a tempo de corrigir

possíveis deficiências, pois a depender do estádio fenológico, a planta pode não mais conseguir

responder a correções (VARGAS et al., 2012).

O nitrogênio um elemento de alta mobilidade na planta, os sintomas de deficiência

ocorrem primeiro nas folhas mais velhas, sendo caracterizado por clorose generalizada,

enquanto as folhas novas permanecem com cor verde por períodos mais longos, por receberem,

via floema, o N solúvel proveniente das folhas mais velhas (TAIZ; ZEIGER, 2013). Persistindo

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a carência, a clorose atinge as folhas mais novas podendo alcançar toda a planta em casos

extremos. Ocorre também, a redução da área foliar e do crescimento da planta, afetando

diretamente a produtividade da cultura (MALAVOLTA, 2006).

A clorofila (C55H72O5N4Mg) principal pigmento captor de fótons para a fotossíntese,

apresenta no centro de sua estrutura molecular um átomo de magnésio ligado a quatro átomos

de nitrogênio. Assim, apenas folhas bem nutridas em nitrogênio são capazes de assimilar

adequadamente o CO2 e sintetizar carboidratos durante a fotossíntese, resultando em um maior

acúmulo de biomassa e rendimento de grãos. No caso do milho, os teores foliares adequados

de N situam entre 27 e 35 g kg-1 (RAIJ; CANTARELLA, 1996).

Por sua vez, o enxofre devido à baixa capacidade de redistribuição desse elemento na

planta, os sintomas de deficiência ocorrem primeiro nas folhas mais jovens, apresentando-se na

forma de amarelecimento de todo o limbo foliar (MIRANDA et al., 2010). Porém, a ausência

de deficiência não significa que o nível de S disponível no solo esteja adequado, podendo

ocorrer à chamada “fome oculta”, ou seja, a planta não apresenta sintomas de deficiência, mas

pode haver diminuição na produtividade (HOROWITZ; MEURER, 2005). Os limites de

suficiência em S situam entre 1,5 e 3 g kg-1 (RAIJ; CANTARELLA, 1996).

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4. ARTIGO 1

DESEMPENHO AGRONÔMICO DE COMPOSIÇÕES PASTILHADAS COM UREIA

APLICADAS EM COBERTURA NA CULTURA DO MILHO

Periódico a ser submetido: Revista Brasileira de Ciência do Solo

RESUMO

O pastilhamento da ureia é uma tecnologia que permite a complexação com outros elementos

como o enxofre e zinco e, dessa forma, apresenta o potencial de aumentar a eficiência da

adubação nitrogenada. Este trabalho teve como objetivo a recomendação de doses de N para as

fontes comerciais, e avaliar o desempenho agronômico de fertilizantes nitrogenados, incluindo

composições pastilhadas de ureia com diferentes fontes de S e Zn, aplicados em cobertura na

cultura do milho, em sistema de plantio convencional. Para isto, dois experimentos idênticos

foram estabelecidos e conduzidos nas safras 2014 e 2015, sendo um em Argissolo Vermelho-

Amarelo, em Nossa Senhora das Dores, e outro em Argissolo Acinzentado, em Umbaúba,

ambos em Sergipe. Estes experimentos foram implantados num delineamento em blocos ao

acaso, com 3 repetições, em esquema de parcelas subdivididas, com um tratamento adicional.

As parcelas foram compostas pelas doses 75, 150 e 300 kg ha-1 de N, e as subparcelas por sete

fertilizantes: ureia pastilhada pura (UP), ureia pastilhada com S elementar (UP+S), ureia

pastilhada com sulfato de amônio (UP+SA), ureia pastilhada com sulfato de amônio e S

elementar (UP+SA+S), ureia pastilhada com sulfato de amônio e sulfato de zinco (UP+SA+Zn),

ureia perolada (UR), sulfato de amônio cristal (SA), e o tratamento adicional testemunha

(TEST). O acréscimo das doses de N incrementou o teor de N foliar e a produtividade de grãos,

e o teor de S foliar aumentou com as doses de S. O SA proporcionou maior produtividade que

a UR, UP e UP+S, na média das safras no Argissolo Acinzentado. As doses de máxima

eficiência econômica para a UR foram de 128 kg ha-1 de N no Argissolo Vermelho-Amarelo e

de 190 kg ha-1 de N no Argissolo Acinzentado. A dose indicada de SA foi de 119 kg ha-1 de N

para ambos os solos. O SA proporcionou maiores receitas bruta e líquida em relação a UR.

Palavras-chave: adubação, fertilizantes nitrogenados, Zea mays L.

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ABSTRACT

Agronomic performance of compositions pastilled with urea applied in coverage in corn

culture

Urea pastillation is a technology that allows the composite mixture with other elements like

sulfur and zinc and, by that, has the potential to increase the efficiency of nitrogen fertilization.

The aim of this work were to provide a first approach for recommendations of fertilization for

maize of commercial N sources and to assess the agronomic performance of N fertilizers,

including pastille urea and its composition with different sources of S and Zn. The fertilizers

were sidedress applied to maize cultivated using conventional tillage. Two identical

experiments were carried out in 2015 and 2015 seasons. One experiment was set up on and

Acrisol in Nossa Senhora das Dores and another on an Acrisol in Umbaúba, both sites in the

State of Sergipe. The experimental design was Complete Blocks with 3 replications in split-

plot arrangement with an additional Control treatment (TEST). In the plot 3 rates of N

applications were tested: 75, 150 and 300 kg ha-1, while in the subplots the following products

were evaluated: Pastille urea (UP), Pastille urea with elemental S (UP+S), Pastille urea with

ammonium sulfate (UP+SA), Pastille urea with ammonium sulfate and elemental S

(UP+SA+S), Pastille urea with ammonium sulfate and zinc sulfate (UP+SA+Zn), Prilled urea

(UR) and Ammonium sulfate (SA). The greater the rate of N applied the higher leaf N content

and grain yields of maize. Leaf S contents increased with increasing doses of S applied with the

tested fertilizers. Yields with Ammonium sulfate were higher than UR, UP and UP+S in both

seasons in Umbaúba. The rate that corresponded to the maximum economic efficiency for UR

was 128 and 119 kg N ha-1 for Nossa Senhora das Dores and Umbaúba, respectively. The

recommended dose of SA was 119 kg ha-1, since it provided the greater incomes for both sites.

Key-words: fertilization, nitrogen fertilizers, Zea mays L.

4.1. Introdução

O milho é um dos mais importantes produtos agrícolas brasileiros, sendo produzido em

todos os estados da federação que, juntos, somaram uma produção média de 76,1 milhões de

toneladas nas últimas cinco safras (2011/2012 a 2015/2016), com uma produtividade média de

4.865 kg ha-1 de grãos (CONAB, 2012; 2013; 2014; 2015; 2016). Historicamente, a

produtividade média brasileira de milho está muito abaixo da média norte-americana que, na

última safra, foi de 10.324 kg ha-1 de grãos (USDA, 2016). Entre os diversos fatores que

contribuem para a baixa produtividade, tem-se destacado o manejo incorreto de fertilizantes,

principalmente dos nitrogenados. De acordo com Coelho et al. (2007) a quantidade média de

nitrogênio (N) empregada em lavouras comerciais do Brasil é de 60 kg ha-1, sendo muito

inferior às da China e dos Estados Unidos, que correspondem a 130 e 150 kg ha-1 de N,

respectivamente.

O nitrogênio é um dos nutrientes mais requeridos e de maior custo para a cultura do

milho. Várias características que influenciam a produção final do milho são fortemente

impactadas pelo estado nutricional da planta em nitrogênio (MORAIS et al., 2015). Esta forte

influência está associada ao fato de o N desempenhar importantes funções metabólicas na

planta, sendo constituinte de proteínas, enzimas, coenzimas, ácidos nucleicos, citocromos,

clorofila e atuar diretamente na expansão e divisão celulares (HAWKESFORD et al., 2012;

MALAVOLTA, 2006).

Dos nutrientes, o N é o de manejo e recomendação mais complexos, em virtude da

multiplicidade de reações químicas e biológicas que controlam sua disponibilidade, as quais,

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por sua vez, são fortemente influenciadas pelas condições edafoclimáticas (CANTARELLA;

DUARTE, 2004).

Geralmente, o aproveitamento do N de fertilizantes minerais pelo milho decresce com

o aumento da dose aplicada, já que estes incrementos potencializam as perdas por volatilização,

lixiviação e desnitrificação, principalmente quando se utiliza a ureia como fonte (LARA

CABEZAS et al., 2000; CANTARELLA; DUARTE, 2004; SILVA et al., 2006). Para

minimizar as perdas, o N é aplicado em cobertura no período de maior demanda pela planta.

No milho, isso ocorre entre os estádios V4-V6, pois é nesta fase que o potencial produtivo da

cultura é determinado (SANGOI et al., 2007). Mesmo assim, estima-se que mais de 50% do

total de N aplicado via adubação seja perdido por estes processos (CANTARELLA, 2007a).

A alta demanda de N pelo milho, associada à baixa capacidade dos solos não fertilizados

de supri-la, às altas perdas de N no solo e ao alto custo destes fertilizantes, reforçam a

importância de um manejo eficiente das adubações nitrogenadas para a obtenção de

produtividades competitivas. Assim, visando aumentar a eficiência da adubação nitrogenada, é

imprescindível o estudo de novas fontes e de doses de N, que minimizem as perdas ambientais,

melhorem o desempenho agronômico e, ao mesmo tempo, aumentem a receita do produtor.

A ureia pode apresentar diversas formas, como a perolada (1,6 mm), a granulada (3 mm)

e a pastilhada (3 mm). Está última permite a produção de fertilizantes mistos, podendo agregar

diversos nutrientes numa única pastilha. A adição de outros elementos à ureia e o aumento do

tamanho do grânulo podem reduzir a volatilização da amônia, constituindo-se, assim, possíveis

estratégias de produção de fertilizantes para o aprimoramento do desempenho agronômico das

culturas.

Este trabalho teve como objetivos (i) avaliar o desempenho agronômico de fontes de

nitrogênio convencionais, e da ureia pastilhada, pura ou complexada com enxofre (enxofre

elementar e sulfato de amônio) e zinco, na adubação de cobertura do milho em plantio

convencional e (ii) obter a recomendação de doses de máxima eficiência econômica para os

fertilizantes comerciais nestas condições.

4.2. Material e Métodos

4.2.1. Descrição das áreas experimentais

Os experimentos foram estabelecidos nos anos de 2014 e 2015, no Campo Experimental

Jorge Sobral, em Nossa Senhora das Dores (SE), na região do Médio Sertão sergipano, e no

Campo Experimental de Umbaúba (SE), no Sul sergipano, ambas estações pertencentes a

Embrapa Tabuleiros Costeiros.

No Campo Experimental Jorge Sobral (10º27’S e 37º11’O, altitude média de 200 m) o

solo é um Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico, textura argilosa e de relevo ondulado

(EMBRAPA, 2013), a temperatura média anual é de 26ºC e a precipitação média anual é de

1082 mm (Figura 1). As características químicas e físicas do solo da área experimental são

apresentadas na Tabela 1.

Tabela 1. Características químicas e físicas do Argissolo Vermelho-Amarelo da área

experimental após a calagem, em Nossa Senhora das Dores (SE) Características químicas

Profundidade pH

(H2O)

1MO P K Ca Mg H+Al Al Na 2SB 3T 4V

- g kg-1 - ---- mg dm-3 ---- ------------------------- mmolc dm-3 --------------------------- - % -

0-20 cm 5,9 16,3 6,2 35,9 24,2 18,8 11,9 0,3 1,3 45,3 57,2 79,2

20-40 cm 5,8 12,9 2,4 16,8 21,9 16,6 12,0 0,2 0,9 39,8 51,8 76,8

Características físicas

Profundidade Areia Silte Argila

Classe textural ------------------------------------- g kg-1 ------------------------------------

0-20 cm 552 183 265 Franco argilo arenosa 20-40 cm 489 194 317 Franco argilo arenosa

1MO: matéria orgânica; 2SB: soma de bases trocáveis; 3T: capacidade de troca catiônica potencial; 4V: Saturação

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por base. Métodos de análise: pH (H2O – 1:2,5); MO (colorimetria); P, K e Na (Mehlich 1); Al, Ca e Mg (KCl 1

molar); H+Al (acetato de cálcio); textura (método do densímetro).

Na Figura 1 é apresentada a distribuição mensal das chuvas durante o ciclo vegetativo

da cultura do milho, nas safras 2014 e 2015, no C.E. Jorge Sobral em Nossa Senhora das Dores

(SE).

Figura 1. Precipitação mensal durante o ciclo vegetativo nos anos de 2014 e 2015, média de

precipitação mensal do período 2001-2015. As datas do florescimento e da colheita são

indicadas pelas setas sobre as barras de precipitação. Nos detalhes são apresentadas as

precipitações nos primeiros dias após semeadura do milho em 2014 (A) e 2015 (B), e após a

cobertura com fertilizantes nitrogenados em 2014 (C) e 2015 (D), no município de Nossa

Senhora das Dores (SE).

No Campo Experimental de Umbaúba (11°22’37’’S e 37°40’26’’O, altitude média de

109 m), o solo é um Argissolo Acinzentado eutrófico de textura média (EMBRAPA, 2013). O

tipo climático da região é, segundo a classificação de Köppen, AS - tropical chuvoso com verão

seco, e a média anual de precipitação é de 1421 mm (Figura 2). As características químicas e

físicas da área experimental são apresentadas na Tabela 2.

Tabela 2. Características químicas e físicas do Argissolo Acinzentado da área experimental

após a calagem, em Umbaúba (SE) Características químicas

Profundidade pH

(H2O)

1MO P K Ca Mg H+Al Al Na 2SB 3T 4V

- g kg-1 - ---- mg dm-3 ---- ------------------------- mmolc dm-3 --------------------------- - % -

0-20 cm 5,4 19,9 45,9 103,6 26,9 13,8 19,7 0,8 1,4 44,8 64,5 69,5

20-40 cm 5,1 18,3 12,4 60,2 16,9 9,4 19,5 1,2 0,6 28,5 48,0 59,3

Características físicas

Profundidade Areia Silte Argila

Classe textural ------------------------------------- g kg-1 ------------------------------------

0-20 cm 659 99 242 Franco argilo arenosa 20-40 cm 627 110 263 Franco argilo arenosa

1MO: matéria orgânica; 2SB: soma de bases trocáveis; 3T: capacidade de troca catiônica potencial; 4V: índice de

saturação por base. Métodos de análise: pH (H2O 1:2,5); MO (colorimetria); P, K e Na (Mehlich 1); Al, Ca e Mg

(KCl 1 molar); H+Al (acetato de cálcio); textura (método do densímetro).

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Na Figura 2 é apresentada a distribuição mensal das chuvas durante o ciclo vegetativo

no C.E. de Umbaúba (SE).

Figura 2. Precipitação mensal durante o ciclo vegetativo nos anos de 2014 e 2015, média de

precipitação mensal do período 2001-2015. As datas do florescimento e da colheita são

indicadas pelas setas sobre as barras de precipitação. Nos detalhes são apresentadas as

precipitações nos primeiros dias após semeadura do milho em 2014 e 2015 (A), e após a

cobertura com fertilizantes nitrogenados em 2014 (B) e 2015 (C), no município de Umbaúba

(SE).

4.2.2. Delineamento experimental e formulações dos produtos

O delineamento experimental foi em blocos ao acaso (DBC), com três repetições, no

esquema de parcelas subdivididas com um tratamento adicional. Às parcelas foram atribuídas

as doses de N: 75, 150 e 300 kg ha-1 de N, e as subparcelas foram compostas por sete

fertilizantes: ureia pastilhada pura (UP), ureia pastilhada com S elementar (UP+S), ureia

pastilhada com sulfato de amônio (UP+SA), ureia pastilhada com sulfato de amônio e S

elementar (UP+SA+S), ureia pastilhada com sulfato de amônio e sulfato de zinco (UP+SA+Zn),

ureia perolada (UR), sulfato de amônio cristal (SA), e testemunha (TEST - sem aplicação de N

– Tratamento adicional) perfazendo-se, portanto, 22 tratamentos, distribuídos em 72 unidades

experimentais. Na Tabela 3 é apresentada composição dos fertilizantes.

Tabela 3. Descrição dos fertilizantes e teores de nutrientes

Fertilizantes Código N % S % Zn %

Ureia pastilhada pura UP 44,9 - -

Ureia pastilhada com S elementar UP+S 44,3 7 -

Ureia pastilhada com sulfato de amônio UP+SA 37,2 7 -

Ureia pastilhada com sulfato de amônio e

S elementar UP+SA+S 40,7

7

(50% SA e 50% S) -

Ureia pastilhada com sulfato de amônio e

sulfato de zinco UP+SA+Zn 35 7 1

Ureia perolada UR 45,9 - -

Sulfato de amônio cristal SA 20 22 -

Legenda: S - enxofre elementar; SA - sulfato de amônio

Em 2014, as subparcelas tiveram as dimensões de 2,8 m x 5 m (14 m2). Já no ano

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seguinte continham 2 m x 5 m (10 m2). Em ambos os anos as subparcelas foram compostas por

quatro linhas de plantio, sendo considerada como área útil as duas linhas centrais, desprezando-

se 0,5 m das extremidades de cada linha. As subparcelas foram separadas uma das outras por

uma linha de bordadura em 2014, e por duas linhas em 2015.

Como o experimento foi semeado mecanicamente, para garantir que a testemunha não

recebesse N, e que a única fonte externa de N fosse a dos produtos a serem testados, não houve

aplicação de N na adubação de plantio. Os tratamentos foram aplicados a lanço em cobertura

nas quatro linhas centrais de cada subparcela entre os estádios V4-V5, de acordo com manejo

descrito por Coelho (2010), exceto em Umbaúba, em 2015, em que a cobertura foi realizada no

estádio V6.

4.2.3. Implantação dos experimentos

Foram aplicados em 2014 nas áreas experimentais 1.200 kg ha-1 de calcário dolomítico,

sendo incorporado a 20 cm de profundidade, 60 dias antes da semeadura.

O preparo do solo constituiu-se de uma gradagem pesada, e duas passagens com grade

niveladora, sendo uma passada no sentido transversal e outra no sentido longitudinal às linhas

de plantio.

As semeaduras ocorreram nos dias 12/06/2014 e 20/05/2015 no Argissolo Vermelho-

Amarelo, em Nossa Senhora das Dores, e nos dias 04/06/2014 e 02/06/2015 no Argissolo

Acinzentado, em Umbaúba, e foram realizadas mecanicamente. Em 2014, foi utilizada uma

semeadora-adubadora de duas linhas da marca Fitarelli, acoplada a um micro trator Yanmar

Agritech. Foi utilizado o híbrido simples AG 7088 PRO 2®. As sementes foram distribuídas em

um espaçamento entre linhas de 0,7 m, com densidade de semeadura de 68.000 sementes por

hectare. Em 2015, foi utilizada uma semeadora-adubadora pneumática da marca Jumil, modelo

2670 Pop Exacta Air com quatro linhas, tracionadas por um trator New Holland modelo TM

165 - 4x4. Foi utilizado nas semeaduras o híbrido simples AG 7088 VT PRO MAX®, com

densidade de semeadura de 74.000 sementes por hectare distribuídas num espaçamento entre

linhas de 0,5 m, utilizando uma velocidade de plantio de 5 km h-1. As sementes foram

depositadas a 5 cm de profundidade.

As adubações de plantio constaram da aplicação de 43,64 kg ha-1 de P na forma de

superfosfato triplo (244 kg ha-1 do produto), e 66,41 kg ha-1 de K na forma de cloreto de potássio

(133 kg ha-1 do produto), sendo o adubo depositado 5 cm abaixo, e 5 cm ao lado da semente. A

emergência das plantas ocorreu em média seis dias após a semeadura.

Trinta dias após a semeadura foi aplicado o herbicida Glifosato na dose de 1.440 g do

i.a. ha-1 para controle de plantas daninhas. Não foi necessário nenhum controle fitossanitário.

4.2.4. Nitrogênio e enxofre em tecido foliar

Amostras de folhas foram coletadas quando o milho estava no início do estádio R1

(embonecamento e polinização), em média 60 dias após a semeadura. Foram coletadas cinco

folhas-índices (folha oposta e abaixo a espiga) por subparcela nas duas linhas centrais,

desprezando-se as plantas das bordas.

As amostras foram lavadas com água destilada e, em seguida, postas para secar em

estufa com circulação forçada de ar a 60ºC até peso constante. Depois foram trituradas em

moinho de facas de aço inoxidável tipo Wiley, e armazenadas em potes universais para

subsequentes análises químicas.

As soluções extratoras para as análises de N foram obtidas por digestão com peróxido

de hidrogênio e ácido sulfúrico, e em seguida os teores de N total foram determinados pelo

método de Kjeldahl (EMBRAPA, 2009).

Para determinação do teor de S, foi realizada a digestão via úmida (nítrico-perclórica)

para obtenção das soluções extratoras. Os teores de S foram quantificados por meio da

espectrofotometria de absorção molecular (EMBRAPA, 2009).

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29

4.2.5 Produtividade de grãos

Para estimar a produtividade, foram colhidas manualmente as áreas úteis das

subparcelas. No Argissolo Vermelho-Amarelo, em Nossa Senhora das Dores as colheitas

ocorreram em 12/11/2014 e 29/10/2015, e no Argissolo Acinzentado, em Umbaúba nos dias

25/11/2014 e 17/11/2015. Depois de colhidas, as espigas foram trilhadas mecanicamente e

pesadas para a obtenção da massa de grãos. Em seguida efetuou-se a correção da umidade para

13% e padronizaram-se os resultados para a unidade de medida de um hectare.

4.2.6. Dose de máxima eficiência econômica (DMEE)

A dose de máxima eficiência econômica foi calculada apenas para a ureia perolada e o

sulfato de amônio cristal, uma vez que essas fontes são as únicas que são comercializadas e,

portanto, possuem preço de mercado. Para a sua determinação, igualou-se a derivada de cada

equação de regressão da resposta produtiva (kg ha-1) às doses de N (kg ha-1) à relação entre o

preço do nutriente (R$ kg-1) e o preço do produto (R$ kg-1).

Para isso, foi considerado no cálculo o preço da saca de 60 kg-1 de grãos de milho

comercializado no Estado de Sergipe durante a época da colheita no ano de 2015, consultados

pelo boletim de preços pago aos produtores (EMDAGRO, 2015). Os preços dos fertilizantes

foram obtidos a partir de consulta à Fertilizantes Heringer, sem considerar o preço do frete

(Tabela 4).

Tabela 4. Preços dos produtos praticados no Estado de Sergipe, 2015

Produtos Preço das sacas Preço unitário

Milho R$ 35,00 – 60 kg-1 de grãos R$ 0,58 kg-1 de grãos

Ureia perolada (UR) R$ 52,00 – 50 kg-1 R$ 2,31 kg-1 de N

Sulfato de amônio cristal (SA) R$ 40,00 – 50 kg-1 R$ 4,00 kg-1 de N Fertilizantes Heringer - Rod. BR 101 km 66,5 s/n - Zona rural - Fazenda Jacuruna lote III. Rosário do Catete (SE).

4.2.7. Análise estatística

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e comparação das médias

pelo teste de Tukey a p≤0,05 para as fontes de N, e para as doses de N foi utilizado modelo de

regressão de Mitscherlich (Eq. 1) para a variável produtividade, e regressão polinomial para os

teores foliares de N e S.

Eq. 1 y = A (1 - e –c (x + b))

Onde y representa a produtividade (kg ha-1); A é a produção máxima (kg ha-1); c é o

coeficiente de eficácia do nutriente; x é a quantidade de N aplicada (kg ha-1), e b é a quantidade

do nutriente que o solo é capaz de fornecer (kg ha-1) em forma assimilável pelas plantas

(PIMENTEL GOMES, 1990). Testes de contrastes foram utilizados para comparação do

tratamento testemunha vs tratamentos fertilizados na análise de variância para todas as

variáveis.

4.3. Resultados e Discussão

4.3.1. Teor foliar de N

De acordo com o contraste testemunha vs tratamentos fertilizados, os teores foliares de

N foram incrementados pela adubação nitrogenada. O teor de N foliar nas plantas não adubadas

foi de 24,1 g kg-1 no Argissolo Vermelho-Amarelo, e 20,2 g kg-1 no Argissolo Acinzentado, e

na média de todos os tratamentos adubados foi 34,4 g kg-1 no Argissolo Vermelho-Amarelo, e

29,8 g kg-1 no Argissolo Acinzentado, correspondendo a um aumento (p<0,05) de 42,7 e 47,5%,

respectivamente.

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30

Comparados apenas os tratamentos que receberam adubações nas diferentes doses, a

análise de variância indicou efeito (p<0,05) de doses e ausência de efeitos de fonte e de sua

interação com doses, nas safras de 2014 e de 2015, bem como na média destes dois anos, no

Argissolo Acinzentado. Resultados similares foram encontrados no Argissolo Vermelho-

Amarelo, exceto pela observação de interação significativa entre fonte e dose de fertilizantes

em 2014. Os teores de N foliar obtidos com as diferentes fontes para as safras e solos estudados

são apresentados na Tabela 5.

.

Tabela 5. Teor de nitrogênio na folha-índice do milho, na fase de embonecamento e

polinização, em função do uso de fertilizantes nitrogenados aplicados em cobertura no

Argissolo Vermelho-Amarelo em Nossa Senhora das Dores (SE), e no Argissolo Acinzentado

em Umbaúba (SE), nas safras 2014, 2015, e na média dessas safras

Locais Argissolo Vermelho-Amarelo Argissolo Acinzentado

Safras 2014 2015 Média

2014-2015 2014 2015

Média

2014-2015

Tratamentos ---------------------------------------- g kg-1 ---------------------------------------

TEST 22,0* 26,2* 24,1* 20,6* 19,8* 20,2*

UP 30,2 37,0 a 33,6 a 29,5 a 28,4 a 28,9 a

UP+S 32,0 35,9 a 33,9 a 28,4 a 28,6 a 28,5 a

UP+SA 34,2 37,5 a 35,9 a 32,5 a 28,0 a 30,3 a

UP+SA+S 32,0 35,7 a 33,9 a 29,1 a 27,9 a 28,5 a

UP+SA+Zn 32,1 35,6 a 33,8 a 31,9 a 29,1 a 30,5 a

UR 33,4 35,3 a 34,4 a 31,1 a 28,3 a 29,7 a

SA 32,6 38,7 a 35,6 a 33,7 a 30,7 a 32,2 a

Média 31,1 35,2 33,1 29,6 27,6 28,6

CV (a) % 11,2 12,2 9,4 14,6 6,8 9,9

CV (b) % 10,2 8,6 7,0 14,6 11,1 9,8 * indica diferença significativa ao nível de 5% de probabilidade para o contraste testemunha vs tratamentos

adubados. Médias seguidas das mesmas letras não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de

probabilidade. CV (a) e CV (b) representam os coeficientes de variação das parcelas e subparcelas,

respectivamente. Legenda: UP - ureia pastilhada pura; UP+S - ureia pastilhada com S elementar; UP+SA - ureia

pastilhada com sulfato de amônio; UP+SA+S - ureia pastilhada com sulfato de amônio e S elementar; UP+SA+Zn

- ureia pastilhada com sulfato de amônio e sulfato de zinco; UR - ureia perolada; SA - sulfato de amônio cristal.

Valderrama et al. (2014) também não encontraram efeito de fontes nos teores de N

foliares ao aplicar N em cobertura na cultura do milho, utilizando a ureia convencional e a ureia

revestida com polímeros, em duas safras consecutivas.

Nos tratamentos fertilizados, os teores de N variaram entre 27,9 e 38,7 g kg-1. Todos os

fertilizantes apresentaram uma boa capacidade de fornecer N às plantas, pois os valores obtidos

encontram-se entre 27 e 35 g kg-1 de N, faixa considerada adequada para a cultura do milho,

segundo Raij; Cantarella (1996). Os teores de N foliares encontrados por Maestrelo et al. (2014)

em duas safras agrícolas, variaram de 25,1 a 26,9 g kg-1 de N, tendo como fontes de N ureia e

ureia revestida, não atingindo a faixa de suficiência de N foliar.

Porém, a testemunha apresentou teores de N abaixo dos considerados adequados, em

virtude de os solos das áreas experimentais apresentarem baixos teores de matéria orgânica

(Tabelas 1 e 2), que é a principal fonte de N do solo. A maioria dos solos brasileiros tem baixa

disponibilidade natural de fornecimento de N, tornando-se crucial um aporte exógeno em

quantidades adequadas para garantir o crescimento, o desenvolvimento e a produção da cultura

do milho (BELARMINO et al., 2003).

O sulfato de amônio (SA) apresentou os maiores teores absolutos de N nas folhas em

ambas as safras e locais estudados. Souza et al. (2011) que verificaram menores incrementos

nos teores de N foliar em adubações com ureia do que com o sulfato de amônio.

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31

As respostas dos teores foliares de N em função das doses de N aplicadas em cobertura,

nas combinações de safra e solos nas quais não foram verificadas interação entre fonte e dose,

são apresentados nas Figuras 3A e 3B. Estas respostas se ajustaram significativamente as

regressões quadráticas, exceto para o Argissolo Acinzentado na safra 2014 que o ajuste foi

linear.

Figura 3. Respostas dos teores de N foliares às doses de nitrogênio aplicadas em cobertura, no

Argissolo Vermelho-Amarelo em Nossa Senhora das Dores, SE (A), na safra 2015 e na média

das safras 2014-2015, e no Argissolo Acinzentado em Umbaúba, SE, (B) nas safras de 2014,

2015 e na média das safras 2014-2015. * indica que é significativo pelo teste F a 5% de

probabilidade. As barras indicam o desvio padrão.

Mota et al. (2015) observaram elevação linear no teor de N foliar em resposta a

incrementos de doses de N no milho. Melo et al. (2011) e Souza et al. (2011) avaliando a

resposta do incremento de doses de N, combinadas com distintas fontes e formas de aplicação

de adubos nitrogenados, obtiveram elevação do N foliar com a elevação das doses seguindo a

regressão polinomial quadrática.

Na Figura 4 é apresentado o desdobramento da interação dose x fonte, no Argissolo

Vermeho-Amarelo na safra 2014.

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32

Figura 4. Desdobramento da interação doses x fontes de N, para o Argissolo Vermelho-

Amarelo em Nossa Senhora das Dores (SE) na safra de 2014. (A) – ureia pastilhada pura; (B)

– ureia pastilhada com S elementar; (C) – ureia pastilhada com sulfato de amônio; (D) – ureia

pastilhada com sulfato de amônio e S elementar; (E) – ureia pastilhada com sulfato de amônio

e sulfato de zinco; (F) – ureia perolada; (G) sulfato de amônio cristal. * indica que é significativo

pelo teste F a 5% de probabilidade. As barras indicam o desvio padrão.

Os teores de N foliares se ajustaram significativamente as regressões polinomiais, sendo

que quatro fontes (UP+S, UP+SA, UP+SA+S e UR) apresentaram o modelo linear, indicando

que requereram doses continuamente maiores para aumento do N foliar. As demais fontes (UP,

UP+SA+Zn e SA) se ajustaram ao modelo quadrático.

4.3.2. Teor foliar de S

Os teores foliares de S em função das doses de S aplicados em cobertura na média das

safras 2014-2015 são apresentados nas Figuras 5A e 5B.

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33

Figura 5. Respostas dos teores de S foliares em função das doses de S aplicados em cobertura

no milho na média das safras 2014-2015. (A) – no Argissolo Vermelho-Amarelo em Nossa

Senhora das Dores (SE), (B) – no Argissolo Acinzentado em Umbaúba (SE). * indica que é

significativo pelo teste F a 5% de probabilidade. As barras indicam o desvio padrão.

Houve aumento significativo dos teores de S na folha-índice com o acréscimo das doses

de S. O SA proporcionou os maiores teores de S em tecido foliar pelo fato deste fertilizante

apresentar alto teor de S (22%). O conteúdo de N neste fertilizante é de 20%, sendo que para

atender a uma dada recomendação de N é aplicado 1,1 vezes mais S que N (Tabela 6).

Coutinho Neto et al. (2011) encontraram resposta linear do teor de S nas folhas de milho

em função das doses N tendo como fonte o sulfato de amônio devido à maior disponibilidade

de S no solo.

De modo geral, todas as fontes que contém S em suas formulações foram capazes de

elevar os teores de S para a faixa considerada adequada, que segundo Raij; Cantarella (1996)

situa-se entre 1,5 e 3,0 g kg-1 de S. Dentre os tratamentos pastilhados, a UP+SA e UP+SA+Zn,

nas doses intermediárias foram capazes de atingir a faixa de suficiência em S, pelo fato de se

ter aplicado mais S em cobertura utilizando estas fontes (Tabela 6). Pois, apesar de os

fertilizantes pastilhados complexados com enxofre conterem o mesmo teor de S em suas

formulações (7%), os teores de N são diferentes (Tabela 3). Portanto, para atender as doses de

N testadas (75, 150 e 300 kg ha-1 de N), foram aplicadas diferentes doses de S. Na Tabela 6 são

apresentadas as quantidades aplicadas de S para atender as doses de N testadas.

Tabela 6. Quantidade de enxofre aplicado em função das doses de nitrogênio testadas

Doses de N

aplicada

Fertilizantes

UP+S UP+SA UP+SA+S UP+SA+Zn SA

-- kg ha-1 de N -- ----------------------------- kg de S aplicado ha-1 ------------------------------

75 11,9 14,1 12,9 15,0 82,5

150 23,7 28,2 25,8 30,0 165,0

300 47,4 56,5 51,6 60,0 330,0

Legenda: UP+S - ureia pastilhada com S elementar; UP+SA - ureia pastilhada com sulfato de amônio; UP+SA+S

- ureia pastilhada com sulfato de amônio e S elementar; UP+SA+Zn - ureia pastilhada com sulfato de amônio e

sulfato de zinco; SA - sulfato de amônio cristal.

Os teores de N e S devem estar em equilíbrio na planta e no solo, pois o aumento na

produtividade do milho está intimamente ligado ao adequado suprimento de N e S para

formação de aminoácidos e proteínas essenciais a planta (STIPP; CASARIN, 2010).

4.3.3. Produtividade de grãos

O manejo adotado no experimento para a adubação de cobertura é descrito por Coelho

(2010), que recomenda que, quando na ausência de N na semeadura, a aplicação em cobertura

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34

seja realizada até o estádio fenológico de 4 a 5 folhas, e corrobora com Silva et al. (2005a) que

não encontraram diferenças significativas de produtividade entre a aplicação de toda

recomendação de N em cobertura entre os estádios de 4 a 6 folhas e a aplicação do N em

semeadura e cobertura.

Não houve interação significativa entre os fatores, apenas efeitos isolados dos mesmos,

indicando que as fontes e as doses de N atuam de forma independente.

Pelo contraste entre a testemunha e os tratamentos adubados, verificou-se que os

tratamentos fertilizados apresentaram produtividades superiores à testemunha. Portanto,

ocorreram ganhos significativos de produtividade em resposta à adubação nitrogenada.

Resultados experimentais obtidos por vários autores, em diversas condições de solo, clima e

sistemas de cultivo, mostram respostas generalizadas do milho à adubação nitrogenada, sendo

que cerca de 80% dos ensaios de adubação realizados com milho no Brasil respondem à

aplicação de nitrogênio (CRUZ et al., 2005).

Tabela 7. Produtividade do milho em função do uso de fertilizantes nitrogenados aplicados em

cobertura em sistema de plantio convencional, no Argissolo Vermelho-Amarelo em Nossa

Senhora das Dores (SE), e no Argissolo Acinzentado em Umbaúba (SE), nas safras 2014, 2015,

e na média das safras 2014-2015

Locais Argissolo Vermelho-Amarelo Argissolo Acinzentado

Safras 2014 2015 Média

2014-2015 2014 2015

Média

2014-2015

Tratamentos ------------------------------------ kg ha-1 -----------------------------------

TEST 1.829* 2.954* 2.391* 3.327* 2.603* 2.965*

UP 4.132 a 5.354 a 4.743 a 5.033 b 4.565 a 4.799 b

UP+S 4.071 a 5.721 a 4.896 a 4.898 b 5.071 a 4.985 b

UP+SA 4.995 a 6.137 a 5.566 a 5.363 ab 5.034 a 5.199 ab

UP+SA+S 4.562 a 5.423 a 4.993 a 5.244 ab 4.872 a 5.058 ab

UP+SA+Zn 4.762 a 5.396 a 5.079 a 5.035 b 5.170 a 5.103 ab

UR 4.535 a 5.532 a 5.033 a 5.268 ab 4.661 a 4.965 b

SA 5.013 a 6.007 a 5.510 a 6.311 a 5.503 a 5.907 a

Média 4.237 5.315 4.776 5.060 4.685 4.873

CV (a) % 34,2 15,8 23,2 27,6 17,7 10,7

CV (b) % 16,6 13,4 12,1 16,2 14,7 11,6 * indica diferença significativa ao nível de 5% de probabilidade para o contraste testemunha vs tratamentos

adubados. Médias seguidas das mesmas letras não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de

probabilidade. CV (a) e CV (b) representam os coeficientes de variação das parcelas e subparcelas,

respectivamente. Legenda: UP - ureia pastilhada pura; UP+S - ureia pastilhada com S elementar; UP+SA - ureia

pastilhada com sulfato de amônio; UP+SA+S - ureia pastilhada com sulfato de amônio e S elementar; UP+SA+Zn

- ureia pastilhada com sulfato de amônio e sulfato de zinco; UR - ureia perolada; SA - sulfato de amônio cristal.

Média de produtividade na Safra 2014/2015: Sergipe = 3794 kg ha-1; Nordeste = 2333 kg ha-1; Brasil = 5396 kg

ha-1, e na Safra 2015/2016: Sergipe = 1718 kg ha-1; Nordeste = 1484 kg ha-1; Brasil = 4207 kg ha-1 (CONAB,

2016).

No Argissolo Vermelho-Amarelo não houve diferença significativa entre as fontes de N

testadas em todas as safras e tampouco na média destas. Goes et al. (2014) utilizando como

fonte de N a ureia, o sulfato de amônio e o nitrato de amônio, também não observaram

diferenças significativa na produtividade de grãos em sistema de plantio convencional em um

Latossolo Vermelho. Da mesma forma, Kappes et al. (2014) trabalhando com ureia e sulfato de

amônio na cultura do milho em sistema plantio direto na região do cerrado, também não

verificaram diferenças significativas na produtividade.

Já no Argissolo Acinzentado, o tratamento SA se destacou, diferindo estatisticamente

dos tratamentos UP, UP+S e UP+SA+Zn na safra 2014 e, na média das safras 2014-2015, dos

tratamentos UP, UP+S e UR. Desta forma, na média das safras os tratamentos pastilhados que

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35

continham sulfato de amônio em suas formulações não diferiram do tratamento SA. Assim

como no Argissolo Vermelho-Amarelo, o SA e a UP+SA apresentaram as maiores

produtividades absolutas. Estes tratamentos também apresentaram elevadas médias de teor de

N foliar (Tabela 5).

Lara Cabezas et al. (2005) verificaram que a aplicação do sulfato de amônio,

independentemente da época de aplicação (pré-semeadura e cobertura), proporcionou

acréscimos significativos, em média de 847 kg ha-1 de grãos de milho, em relação à aplicação

da ureia. Soratto et al. (2010) observaram que a aplicação de N na forma de sulfato de amônio

proporcionou maior produtividade de milho em relação à amiréia. Porém, não diferiu das fontes

ureia e entec. O sulfato de amônio tem uma maior eficiência nutricional, pois, além de ser fonte de

enxofre (22%), este fertilizante só sofre perdas por volatilização da amônia quando o pH é

superior a 7, já que, apenas em condições alcalinas, o amônio reage com a hidroxila formando

a amônia que volatiliza. Porém esta situação é incomum em solos tropicais (SANGOI et al.,

2003; CANTARELLA; MONTEZANO, 2010).

Tais características proporcionam vantagens agronômicas, levando, com frequência, a

rendimentos mais elevados. Outra vantagem advinda do uso de sulfato de amônio diz respeito

ao aumento da solubilidade do fósforo e do manganês no solo, melhorando o aproveitamento

desses nutrientes pelas plantas e aumentando a produtividade das culturas (COLLAMER et al.,

2007).

Avaliando o comportamento de fontes de N para a cultura do milho, Lara Cabezas et al.

(2005) e Lara Cabezas e Couto (2007) verificaram que o sulfato de amônio proporcionou

produtividades de milho superiores em relação à ureia, atribuindo os autores, como causa da

resposta observada, ao S presente no sulfato de amônio. Malavolta et al. (1996) relata aumentos

de até 21% na produtividade do milho em resposta a adubação com enxofre.

Batista (2016) em seu estudo no município de Luís Eduardo Magalhães (BA), com a

cultura do milho em plantio direto, alcançou uma produtividade 33,9% maior com a utilização

do sulfato de amônio em relação à testemunha, o sulfato de amônio também apresentou

produtividade superior a ureia. Já no presente trabalho, na média das safras 2014-2015, houve

incrementos de produtividade da ordem de 130% no Argissolo Vermelho-Amarelo e 99% no

Argissolo Acinzentado com relação a testemunha, utilizando como fonte de N o sulfato de

amônio, ou seja, ocorreram maiores rendimentos na cultura do milho em sistema de plantio

convencional em resposta a adubação nitrogenada, deixando evidente a importância da

aplicação de N neste sistema. Já Cancellier (2013) em seu estudo com diferentes fontes e níveis

de N em sistema de plantio direto, constatou baixa resposta a aplicação de N em cobertura, ou

seja, ocorreu um incremento de apenas 11% na produtividade com aplicação de 200 kg ha-1 de

N em comparação com a testemunha. Dependendo do tempo de adoção do manejo do sistema

de plantio direto e das condições locais, o caráter fonte de N da matéria orgânica predomina em

relação ao caráter dreno, podendo inclusive não haver resposta à sua aplicação (BELOW, 2002).

Em relação às doses de N aplicadas em cobertura, a resposta do milho se ajustou

significativamente à equação de Mitscherlich, conforme mostram as Figuras 6A e 6B. Pelos

resultados obtidos observa-se que, em média, o Argissolo Vermelho-Amarelo e o Argissolo

Acinzentado em seus estados naturais são capazes de suprir à cultura do milho o equivalente a

35,6 e 68,3 kg ha-1 de N respectivamente, o que permite um rendimento de 2403 e 2943 kg ha-

1 de grãos.

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36

Figura 6. Produtividade de grãos de milho em função das doses de nitrogênio aplicadas em

cobertura ajustadas pela equação de Mitscherlich, no (A) Argissolo Vermelho-Amarelo em

Nossa Senhora das Dores (SE), e no (B) Argissolo Acinzentado em Umbaúba (SE), nas safras

de 2014, 2015 e na média das safras 2014-2015. * indicam que o ajuste da equação é

significativo pelo teste F a 5% de probabilidade. As barras indicam o desvio padrão.

Utilizando outros modelos de regressão, Mota et al. (2015) obtiveram um incremento

linear no rendimento de grãos em resposta à elevação das doses de N aplicadas em cobertura,

independentemente da fonte de N empregada, em dois anos agrícolas. Também, Soratto et al.

(2011) e Gazola et al. (2014) avaliaram diferentes fontes e doses de N na cultura do milho e

obtiveram uma elevação na produtividade de grãos com o aumento das doses que segue o

modelo quadrático.

Quando se aumentam as doses de N em cobertura, o teor de N nas folhas também é

aumentado, maximizando o processo fotossintético e, consequentemente, a produtividade de

grãos (CAIRES et al., 2016).

Na safra 2015, o milho no Argissolo Vermelho-Amarelo apresentou uma maior resposta

em produtividade em função das doses de N (Figura 6A), apresentando assim uma

produtividade média maior neste ano, atingindo 5.315 kg ha-1 de grãos (Tabela 7).

Possivelmente, esse resultado é consequência da maior precipitação ocorrida desde a semeadura

até a fase do florescimento nesta safra, e na melhor distribuição das chuvas no período de

enchimento dos grãos, apesar da precipitação total ter sido menor que na safra anterior (Figura

1). Já no Argissolo Acinzentado, as curvas de resposta foram próximas, sendo que a safra 2014

foi a que obteve o maior efeito da adubação nitrogenada (Figura 6B), e consequentemente, uma

maior produtividade média, alcançando 5.060 kg ha-1 (Tabela 7). Neste ano, a precipitação foi

maior (1.440 mm), principalmente na época do enchimento de grãos (Figura 2).

Considerando a equação da regressão no Argissolo Vermelho-Amarelo, na média das

safras 2014-2015, houve uma maior resposta com o aumento da dose de N, pois o rendimento

de grãos evoluiu de 2.403 kg ha-1 na testemunha para 5.507 kg ha-1 com aplicação de 300 kg

ha-1 de N em cobertura, e, no Argissolo Acinzentado, as produtividades observadas foram

superiores, variando de 2.943 kg ha-1 na testemunha até 5.729 kg ha-1 na dose máxima. Doses

mais altas de N mantêm as folhas fisiologicamente ativas por mais tempo, prolongando a

duração do período de enchimento de grãos e favorecendo o rendimento da cultura (SILVA et

al., 2005b).

O aumento no rendimento de grãos com o aumento da dose de N também é relatado em

diversos trabalhos com a cultura do milho (FARINELLI; LEMOS, 2012; RIMSKI-

KORSAKOV et al., 2012; SILVA et al., 2011), sendo que Gava et al. (2010) constataram que

a elevação da dose de N aumentou a produtividade de milho, porém até a dose 200 kg ha-1 de

N. Em anos com condições climáticas são favoráveis à cultura do milho, a quantidade de N

requerida para altas produtividades pode alcançar valores superiores a 150 kg ha-1 (AMADO et

al., 2002).

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37

4.3.4. Eficiência econômica

Na média das safras 2014-2015, as respostas produtivas do milho à aplicação da ureia

perolada e do sulfato de amônio também se ajustaram significativamente a lei dos rendimentos

decrescentes, conforme mostra a Figura 7.

Deve se ter cautela para recomendar a dose de N a ser utilizada, haja vista que se

subestimada, ocorrerá a redução da produtividade e, quando superestimada, diminuem a

rentabilidade do produtor pelo gasto desnecessário com fertilizantes, além de afetar o meio

ambiente, em consequência das perdas de N em decorrência do excesso disponível (ARGENTA

et al., 2003).

Figura 7. Efeitos da (A) ureia perolada e (B) sulfato de amônio cristal no Argissolo Vermelho-

Amarelo, em Nossa Senhora das Dores (SE), e (C) ureia perolada e (D) sulfato de amônio cristal

no Argissolo Acinzentado, em Umbaúba (SE), na produtividade, acréscimos de renda e dose de

máxima eficiência econômica da cultura do milho em resposta a adubação nitrogenada, na

média das safras 2014-2015. * indicam que o ajuste da equação é significativo pelo teste F a

5% de probabilidade. As barras indicam o desvio padrão.

Com base nos preços praticados em 2015, as doses de máxima eficiência econômica

(DMEE), ou seja, a dose de N na qual os acréscimos na renda se igualam ao custo por unidade

do nutriente aplicado são apresentadas na Tabela 8.

Em ambos os locais estudados, o SA foi o fertilizante que proporcionou as maiores

receitas com a DMEE, mesmo sendo o produto com maior custo por unidade de N (R$ 4,00 kg-

1 de N – Tabela 4). Tanto no Argissolo Acinzentado quanto no Argissolo Vermelho-Amarelo,

a DMEE para o SA se deu com aplicação de 119 kg ha-1 de N, possibilitando uma renda bruta

de R$ 3.193,48 ha-1 no Argissolo Vermelho-Amarelo, e de R$ 3.415,62 ha-1 no Argissolo

Acinzentado. De forma geral, os rendimentos econômicos no Argissolo Acinzentado foram

superiores aos do Argissolo Vermelho-Amarelo (Tabela 8). Esse resultado é uma consequência

direta da produtividade significativamente superior proporcionada pelo SA em relação a UR no

Argissolo Acinzentado (Tabela 7), o que propiciou um maior acréscimo na renda (R$ 383,96

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38

ha-1). No Argissolo Vermelho-Amarelo, apesar de não haver diferenças significativas de

produtividade entre estes dois fertilizantes (Tabela 7), o SA proporcionou um acréscimo de 428

kg ha-1 de grãos na DMME e um aumento de R$ 248,24 ha-1 de receita bruta em relação UR

(Tabela 8).

Tabela 8. Dose de máxima eficiência econômica (DMEE), produtividade de grãos e rendas

bruta e líquida do milho em função da aplicação de fertilizantes nitrogenados, no Argissolo

Vermelho-Amarelo, em Nossa Senhora das Dores (SE), e no Argissolo Acinzentado, em

Umbaúba (SE), na média das safras 2014-2015

Argissolo Vermelho-Amarelo

Fertilizante 1DMEE Produtividade

Renda

bruta

Custo com

fertilizante

Renda

líquida2

- kg N ha-1 - - kg grãos ha-1 - -- R$ ha-1 -- -- R$ ha-1 -- -- R$ ha-1 --

UR 128 5.078 2.945,24 295,68 2.649,56

SA 119 5.506 3.193,48 476,00 2.717,48

Argissolo Acinzentado

Fertilizante 1DMEE Produtividade

Renda

bruta

Custo com

fertilizante

Renda

líquida2

- kg N ha-1 - - kg grãos ha-1 - -- R$ ha-1 -- -- R$ ha-1 -- -- R$ ha-1 --

UR 190 5.227 3.031,66 438,90 2.592,76

SA 119 5.889 3.415,62 476,00 2.939,62 1DMEE - Dose de máxima eficiência econômica. 2Renda líquida, considerando apenas o custo com a compra do fertilizante.

Legenda: UR - ureia perolada; SA - sulfato de amônio cristal.

Queiroz et al. (2011) alcançaram a máxima eficiência econômica com a dose de 120 kg

ha-1 de N, que proporcionou um rendimento de 7.470 kg ha-1 de grãos, independentemente da

fonte utilizada. Pavinato et al. (2008) observaram a maior receita com a aplicação de 158 kg ha-

1 de N na forma de ureia, que permitiu uma produtividade de 6.228 kg ha-1 de grãos. Civardi et

al. (2011) demonstraram que a utilização de 120 kg ha-1 de N na forma de ureia proporcionou

o maior rendimento, receita bruta e lucro quando comparada a ureia revestida com polímeros.

No presente estudo, as DMEE para a UR foram diferentes para os locais estudados, isso

pode ser atribuído ao fato de a ureia ser a fonte de N mais susceptível a perdas por volatilização,

podendo os fatores ambientais de cada local terem determinado está variação. Já o SA não

houve variação de doses, por ser uma fonte menos suscetível à volatilização.

Cruz et al. (2008) estudando 5 cultivares de milho, e utilizando como fonte de N o

sulfato de amônio, obteve a DMEE com a aplicação de 120 kg ha-1 de N para as cultivares

DKB-395, DOW-8550, TRACTOR e AG-9010, e 116 kg ha-1 de N para a cultivar AL-34.

Sendo que as cultivares AG-9010 e a DOW-8550 apresentaram as maiores receitas, assim, a

produtividade e consequentemente o maior rendimento econômico foi determinado pelo

potencial genético da cultivar. Ainda, Silva et al. (2014) alcançaram a DMEE com a aplicação

70 kg ha-1 de N que proporcionou uma produtividade de 7.406 kg ha-1 de grãos, utilizando o

sulfato de amônio em cobertura.

Considerando a receita líquida, o tratamento SA necessitou de um investimento maior

na compra de fertilizante na DMEE (R$ 476,00 ha-1 – Tabela 8). No Argissolo Vermelho-

Amarelo, proporcionou um acréscimo no lucro de R$ 67,92 ha-1, e no Argissolo Acinzentado

de R$ 346,86 ha-1 em relação a UR. A tomada de decisão quanto a fonte de N que seja mais

viável economicamente irá depender de outras variáveis como custos com transporte,

estocagem e aplicação, sendo que para essa recomendação da DMEE é necessário 595 kg ha-1

de SA, e 284 e 422 kg ha-1 de UR, no Argissolo Vermelho-Amarelo e Argissolo Acinzentado,

respectivamente.

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O consumo aparente de ureia em 2015 foi da ordem de 4,13 milhões de toneladas, contra

1,98 milhões de toneladas de sulfato de amônio, ou seja, o consumo da ureia foi em torno de

duas vezes maior que o do sulfato de amônio (IPNI, 2016). De acordo com Cantarella (2007b),

os fatores que fazem com que o sulfato de amônio tenha seu consumo reduzido são o baixo teor

de N em relação à ureia, proporcionando um maior custo por unidade de N, além da baixa

disponibilidade do adubo na forma granulada.

4.4. Conclusões

O acréscimo das doses de N aumenta os teores foliares deste nutriente,

independentemente da fonte de N utilizada, quando em aplicação única em cobertura. O

incremento de doses de S em cobertura no milho aumenta o teor de S foliar.

Sem aplicação de fertilizantes nitrogenados, o Argissolo Vermelho-Amarelo, em Nossa

Senhora das Dores fornece 35,6 kg ha-1 de N à cultura do milho, e o Argissolo Acinzentado em

Umbaúba supre 68,3 kg ha-1 de N, o que proporcionam produtividades de 2.403 e 2.943 kg ha-

1 de grãos, respectivamente.

A adubação nitrogenada, aplicada em dose única em cobertura, aumenta a produtividade

do milho em sistema plantio convencional, no Argissolo Vermelho-Amarelo e no Argissolo

Acinzentado, sendo o incremento de produtividade decrescente com o aumento das doses.

As doses recomendadas de máxima eficiência econômica para a UR são 128 kg ha-1 de

N no Argissolo Vermelho-Amarelo, e de 190 kg ha-1 de N Argissolo Acinzentado.

Para o SA as doses indicadas são 119 kg ha-1 de N para ambos os solos. No Argissolo

Acinzentado, há um maior acréscimo na renda bruta em função das doses de N. O SA

proporciona as maiores rendas com a dose de máxima eficiência econômica.

4.5. Referências Bibliográficas

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44

5. ARTIGO 2

EFICIÊNCIA AGRONÔMICA E VOLATILIZAÇÃO DA AMÔNIA DE

FORMULAÇÕES DE UREIA PASTILHADA E COMPLEXADA COM ENXOFRE E

ZINCO NA CULTURA DO MILHO

Periódico a ser submetido: Revista Brasileira de Ciência do Solo

RESUMO

O pastilhamento da ureia pode ter efeito quanto as perdas por volatilização de N, em virtude do

maior tamanho do grânulo e pela associação com nutrientes que acidificam o solo. Este trabalho

teve como objetivo avaliar os efeitos de diferentes fontes de nitrogênio na volatilização da

amônia, nutrição mineral em N e produtividade do milho em sistema de plantio convencional.

O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, com 3 repetições, e os tratamentos foram:

ureia pastilhada pura (UP), ureia pastilhada com S elementar (UP+S), ureia pastilhada com

sulfato de amônio (UP+SA), ureia pastilhada com sulfato de amônio e S elementar (UP+SA+S),

ureia pastilhada com sulfato de amônio e sulfato de zinco (UP+SA+Zn), ureia perolada (UR) e

sulfato de amônio cristal (SA), aplicados em cobertura na dose de 150 kg ha-1 de N, além da

testemunha (TEST). Do total de amônia volatilizada, 92,5% das perdas foram observados até o

quinto dia após a adubação. A UP+SA reduziu a volatilização da amônia, não diferindo

estatisticamente do SA e do TEST. O SA apresentou ainda produtividade superior ao tratamento

UP+SA+S. O teor foliar de N correlacionou-se positivamente e a taxa de volatilização,

negativamente, com a produtividade de grãos. Para cada kg de N-NH3 perdido por volatilização

houve uma redução de 16,8 kg ha-1 na produtividade de grãos.

Palavras-chave: Fertilização, nitrogênio, perdas de N-NH3, Zea mays L.

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45

ABSTRACT

Agronomic efficiency and ammonia volatilization from urea pastilles formulations with

sulfur and zinc in maize cropping

Urea pastillation may have an effect on N losses through volatilization due to the greater size

of the granule and the association with soil acidifying nutrients. The objective of this work were

to evaluate the effects of different sources of nitrogen on the volatilization of ammonia, N

mineral nutrition in yield of maize cultivated using conventional tillage. The experimental

design was Complete Blocks with 3 replicates and the treatments were: pastille urea (UP),

pastille urea with elemental S (UP+S), pastille urea with ammonium sulfate (UP+SA), pastille

urea with ammonium sulfate and elemental S (UP+SA+S), pastille urea with ammonium sulfate

and zinc sulfate (UP+SA+Zn), prilled urea (UR), ammonium sulfate (SA) applied at 150 kg ha-

1 of N, in addition to the control (TEST). Of the total ammonia volatilized, 92.5% of the losses

were observed during the first five days after fertilization. The UP+SA reduced ammonia

volatilization, not statistically differing from SA and TEST. The SA presented higher yield than

UP+SA+S. Leaf N content was positively correlated and the rate of volatilization, negatively,

with grain yield. For each kg of N-NH3 lost by volatilization a reduction of 16.8 kg ha-1 in grain

yield was observed.

Key-words: Fertilization, nitrogen, losses of N-NH3, Zea mays L.,

5.1. Introdução

A cultura do milho é altamente exigente em nitrogênio, o que torna esse nutriente o mais

limitante à produção quando não suprido de forma adequada (COSTA et al., 2012). Na maioria

dos solos brasileiros, a disponibilidade natural de nitrogênio é insuficiente para assegurar altas

produtividades, tornando-se crucial um fornecimento exógeno em quantidades adequadas para

garantir o crescimento, desenvolvimento e a produção das plantas de milho (BELARMINO et

al., 2003).

Devido à dinâmica do N no ambiente, o manejo da fertilização nitrogenada é complexo

(SCHIAVINATTI et al., 2011). Por isto, o domínio do conhecimento relacionado a fertilizantes

e fertilização nitrogenada é essencial para aumentar a eficiência agronômica (PRANDO et al.,

2013).

A fonte de nitrogênio mais utilizada na agricultura brasileira é a ureia, seguida do sulfato

de amônio. A ureia tem como vantagem a elevada concentração de N (±45%) o que reduz custos

com transporte e aplicação. Por outro lado, apresenta grande potencial de perda de N-NH3 por

volatilização (FONTOURA; BAYER, 2010). Essas perdas podem variar de 40 a 78% quando

aplicada na superfície de solos cultivados com milho (LARA CABEZAS; COUTO, 2007).

A volatilização da amônia é influenciada pelas práticas de manejo, as características de

solo e as condições climáticas, outro fator determinante é a fonte de N empregada

(CANTARELLA, 2007).

Em razão das elevadas perdas de N, surge a necessidade do desenvolvimento e avaliação

de novos fertilizantes, os quais apresentem maior eficiência para minimizar as perdas

ambientais, ao mesmo tempo em que proporcionam um melhor desempenho agronômico para

as culturas (TANG et al., 2009).

Visando aumentar a eficiência da adubação nitrogenada, as indústrias de fertilizantes

têm desenvolvido diversos produtos que atuam liberando o nitrogênio de forma gradual, como

os fertilizantes recobertos com substâncias orgânicas, inorgânicas ou resinas sintéticas. Essas

substâncias podem ser poliamidas, enxofre elementar ou ainda, polímeros das mais diversas

naturezas (QUEIROZ et al., 2011). Além de fertilizantes com diferentes tamanhos de grânulos,

como a ureia perolada (1,6 mm) e a granulada (3 mm), existe também a ureia na forma

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pastilhada (3 mm), a qual ainda não se encontra disponível no mercado brasileiro. O tamanho

do grânulo da ureia pode induzir à menor taxa de liberação do nutriente e, consequentemente,

diminuir as suas perdas, seja por volatilização e, ou, lixiviação, ocasionando assim maior

aproveitamento do N pelas plantas (OLIVEIRA et al., 2014).

O processo de pastilhamento da ureia permite a complexação com outros elementos

como enxofre e zinco. A união deste adubo com fontes de enxofre, seja na forma de enxofre

elementar ou sulfato de amônio, pode garantir à ureia vantagens similares àquelas apresentadas

pelo sulfato de amônio, tanto em termos de suprimento de enxofre quanto na redução da

volatilização.

Este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos de fontes de nitrogênio

convencionais, e na forma de ureia pastilhada e em sua complexação com enxofre (enxofre

elementar e sulfato de amônio) e zinco na eficiência agronômica e na volatilização da amônia

na cultura do milho em sistema de plantio convencional, nas condições edafoclimáticas da

região do Médio Sertão sergipano.

5.2. Material e Métodos

5.2.1. Descrição da área de estudo

O experimento foi instalado no Campo Experimental Jorge Sobral da Embrapa

Tabuleiros Costeiros, localizada no município de Nossa Senhora das Dores (SE). As

coordenadas geográficas do local são 10º27’S e 37º11’O e altitude média de 200 m acima do

nível do mar. O solo da área experimental é um Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico, textura

argilosa e de relevo ondulado (EMBRAPA, 2013). A temperatura média anual é de 26ºC e

precipitação de 1082 mm, sendo que mais de 70% das chuvas ocorrem no período de março a

agosto (Figura 1). As características químicas e físicas do solo da área experimental são

apresentadas na Tabela 1.

Tabela 1. Características químicas e físicas do Argissolo Vermelho-Amarelo da área

experimental após a calagem, em Nossa Senhora das Dores (SE) Características químicos

Profundidade pH

(H2O)

1MO P K Ca Mg H+Al Al Na 2SB 3T 4V

- g kg-1 - ---- mg dm-3 ---- ------------------------- mmolc dm-3 --------------------------- - % -

0-20 cm 5,9 16,3 6,2 35,9 24,2 18,8 11,9 0,3 1,3 45,3 57,2 79,2

20-40 cm 5,8 12,9 2,4 16,8 21,9 16,6 12,0 0,2 0,9 39,8 51,8 76,8

Características físicas

Profundidade Areia Silte Argila

Classe textural ------------------------------------- g kg-1 ------------------------------------

0-20 cm 552 183 265 Franco argilo arenosa 20-40 cm 489 194 317 Franco argilo arenosa

1MO: matéria orgânica; 2SB: soma de bases trocáveis; 3T: capacidade de troca catiônica potencial; 4V: índice de

saturação por base. Métodos de análise: pH (H2O); MO (colorimetria); P, K e Na (Mehlich 1); Al, Ca e Mg (KCl

1 mol L-1); H+Al (acetato de cálcio); textura (método do densímetro).

Na Figura 1 é apresentada a distribuição mensal das chuvas no Campo Experimental da

Embrapa Tabuleiros Costeiros, no município de Nossa Senhora das Dores (SE).

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47

Figura 1. Precipitação mensal durante o ciclo vegetativo no ano de 2015, e média de

precipitação mensal do período 2001-2015. As datas do florescimento e da colheita são

indicadas pelas setas sobre as barras de precipitação. Nos detalhes são apresentadas as

precipitações nos primeiros dias após semeadura do milho (A), e após a cobertura com

fertilizantes nitrogenados (B), no município de Nossa Senhora das Dores (SE).

5.2.2. Delineamento experimental e formulações dos produtos

O delineamento experimental foi em blocos ao acaso (DBC), com oito tratamentos e

três repetições. Os tratamentos foram: ureia pastilhada pura (UP), ureia pastilhada com S

elementar (UP+S), ureia pastilhada com sulfato de amônio (UP+SA), ureia pastilhada com

sulfato de amônio e S elementar (UP+SA+S), ureia pastilhada com sulfato de amônio e sulfato

de zinco (UP+SA+Zn), ureia perolada (UR), sulfato de amônio cristal (SA), e testemunha

(TEST - sem aplicação de N). Na Tabela 2 é apresentada a descrição dos fertilizantes.

Tabela 2. Descrição dos fertilizantes e teores de nutrientes

Fertilizantes Código N % S % Zn %

Ureia pastilhada pura UP 44,9 - -

Ureia pastilhada com S elementar UP+S 44,3 7 -

Ureia pastilhada com sulfato de amônio UP+SA 37,2 7 -

Ureia pastilhada com sulfato de amônio e

S elementar UP+SA+S 40,7

7

(50% SA e 50% S) -

Ureia pastilhada com sulfato de amônio e

sulfato de zinco UP+SA+Zn 35 7 1

Ureia perolada UR 45,9 - -

Sulfato de amônio cristal SA 20 22 -

Legenda: S - enxofre elementar; SA - sulfato de amônio.

Cada parcela, com dimensões de 2m x 5m (10 m2) foi composta por quatro linhas de

plantio, sendo consideradas como área útil as duas linhas centrais, desprezando-se 0,5 m de

extremidade de cada linha. As parcelas foram separadas uma das outras por duas linhas de

bordadura.

Os tratamentos foram aplicados em cobertura aos 36 dias após o plantio, quando as

plantas encontravam-se no estádio V5, na dose de 150 kg ha-1 de N.

Como o experimento foi semeado mecanicamente, para garantir que a testemunha não

recebesse N, e que a única fonte externa de N fosse dos produtos a serem testados, o nitrogênio

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não foi aplicado na adubação de plantio. Este manejo é descrito por Coelho (2010), que

recomenda que, quando na ausência de N na semeadura, a aplicação em cobertura seja realizada

até o estádio fenológico de 4 a 5 folhas, e corrobora com Silva et al. (2005) que não encontraram

diferenças significativas em produtividade entre a aplicação de toda recomendação de N em

cobertura entre os estádios de 4 a 6 folhas, e a aplicação do N em semeadura e cobertura.

5.2.3. Implantação do experimento Em 2014 foram aplicados na área experimental 1.200 kg ha-1 de calcário dolomítico,

sendo este incorporado a 20 cm de profundidade.

O preparo do solo incluiu uma gradagem pesada e duas passagens com grade niveladora,

sendo uma passada no sentido transversal e outra no sentido longitudinal às linhas de plantio.

A semeadura ocorreu de forma mecanizada no dia 20/05/2015, utilizando uma

semeadora-adubadora pneumática da marca Jumil, modelo 2670 Pop Exacta Air, com quatro

linhas, tracionadas por um trator New Holland modelo TM 165 - 4x4. Foi utilizado nas

semeaduras o híbrido simples AG 7088 VT PRO MAX®, com densidade de semeadura de

74.000 sementes por hectare distribuídas num espaçamento entre linhas de 0,5 m e

profundidade de semeadura de 5 cm.

A adubação de plantio constou da aplicação de 43,64 kg ha-1 de P na forma de

superfosfato triplo (244 kg ha-1 do produto), e 66,41 kg ha-1 de K na forma de cloreto de potássio

(133 kg ha-1 do produto), sendo o adubo depositado 5 cm abaixo, e 5 cm ao lado da semente.

A emergência das plantas ocorreu em média aos seis dias após a semeadura.

Após 30 dias da semeadura, foi aplicado o herbicida glifosato na dose de 1.440 g do i.a.

ha-1 para controle de plantas daninhas. Não foi necessário nenhum controle fitossanitário.

5.2.4. Volatilização da amônia (NH3)

Foram utilizadas câmaras coletoras com sistema semiaberto livre estático (SALE) para

capturar a amônia perdida por volatilização, adaptado e calibrado por Araújo et al. (2009). A

câmara em questão é confeccionada a partir de garrafas PET de 2 litros, possuindo 10 cm de

diâmetro com área de 0,008 m2, sendo seu fundo retirado e utilizado como cobertura, formando

uma espécie de campânula, que impede a contaminação da amostra com água da chuva e

impurezas. No interior da garrafa um arame é posicionado de maneira a funcionar como suporte

para o pote plástico de 50 mL utilizado para o acondicionamento da amostra e para o suporte

da espuma de poliuretano usada para capturar o nitrogênio volatilizado. Esta espuma de 3 mm

de espessura, 2,5 cm de largura e 25 cm de comprimento, foi previamente banhada com solução

de 10 mL de H2SO4 - 1 mol L-1 + glicerina 2% (v/v).

Após a aplicação dos tratamentos de forma homogênea, foram colocadas duas câmaras

(SALE) dentro de cada parcela, de acordo com a metodologia de Araújo et al. (2009). Uma das

câmaras foi disposta na entrelinha e a outra na linha de plantio (entre plantas). A cada coleta as

câmaras eram mudadas de local dentro da parcela, a fim de representar todas as influências

inerentes à volatilização. As espumas captadoras de N-NH3 foram trocadas a cada coleta e

acondicionadas em potes de 50 mL.

A análise da amônia capturada pelas lâminas da espuma foi realizada transferindo-se a

espuma com a solução ácida remanescente no frasco de 50 mL para um erlenmeyer de 250 mL

onde foram adicionados 50 mL de água destilada. O erlenmeyer com a solução diluída foi

agitada a 220 rpm por 15 min em agitador horizontal. Após a agitação, foi transferida uma

alíquota de 5 mL para um tubo de digestão, sendo destilada em sistema semi-micro Kjeldhal e

titulada com ácido sulfúrico a 0,015 N, seguindo a metodologia descrita por Alves et al. (1994).

Obtidos os valores de ácido sulfúrico gasto na titulação, das amostras e do branco, calculou-se

o N amoniacal volatilizado. A taxa de volatilização foi calculada e em seguida realizada a

integração dos fluxos encontrados.

As coletas foram realizadas no 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 7º, 9º, 13º, 18º e 22º dia após a adubação

em cobertura.

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5.2.5. Teor de nitrogênio foliar As amostras de folha foram coletadas quando o milho estava no início do estádio R1

(embonecamento e polinização). Foram coletadas cinco folhas-índices (folha oposta e abaixo a

espiga) por parcela.

As amostras de folha foram lavadas com água destilada, postas para secar em estufa

com circulação forçada a 60ºC até peso constante, trituradas em moinho de facas de aço

inoxidável tipo Wiley e armazenadas em potes universais para análises químicas subsequentes.

As soluções extratoras para as análises de N foram obtidas por digestão com peróxido

de hidrogênio e ácido sulfúrico, e em seguida determinados os teores de N total pelo método de

Kjeldahl (EMBRAPA, 2009).

5.2.6. Produtividade de grãos

Para a estimativa da produtividade, foram colhidas manualmente a área útil das parcelas

no dia 29/10/2015. Depois de colhidas, as espigas foram trilhadas mecanicamente e pesadas

para a obtenção da massa de grãos. Em seguida efetuou-se a correção de umidade para 13% e

padronizaram-se os resultados para a unidade de medida padrão de um hectare.

5.2.7. Análise estatística

Os dados foram submetidos ao teste de normalidade de Shapiro-Wilk e, no caso de

observação de ausência de normalidade estes foram transformados pela √𝑥. Em seguida, os

dados foram submetidos a análise de variância e comparação das médias pelo teste de Tukey a

p≤0,05, e análise de correlação de Pearson.

5.3. Resultados e Discussão

5.3.1. Perdas de N por volatilização da amônia

Os fluxos diários de amônia volatilizada após a aplicação dos diferentes produtos são

apresentados na Figura 2. Observa-se que no dia anterior a aplicação dos fertilizantes ocorreu

uma precipitação de 15 mm. Assim, a adubação foi realizada sob uma condição de solo úmido,

associado a uma chuva de 2 mm no mesmo dia. Essas precipitações já foram suficientes para

promover a hidrólise das ureias perolada e pastilhada em suas complexações, pois no primeiro

dia após a fertilização já foram detectados picos de volatilização. Isso ocorreu devido a ureia

ser o fertilizante mais solúvel (119 g 100 mL-1 de água) e sua hidrólise se iniciar imediatamente

após o contato com o solo úmido (DA ROS et al., 2005). O teor de água do solo é um fator

importante na hidrólise da ureia. Quando o solo está seco, a atividade da urease é baixa

(ROCHETTE et al., 2009) e, desta forma menores volatilizações ocorrem (TASCA et al., 2011).

Porém, com o incremento da umidade do solo, a atividade enzimática aumenta, pois, a adição

de água promove o aumento da difusão da ureia e, consequentemente, maior contato com a

urease existente no solo (SAVANT et al., 1987). De maneira geral, a hidrólise pode ocorrer em

solos com níveis de umidade variada e, quanto mais rápida a hidrólise, maior o potencial de

perda de amônia (DUARTE et al., 2007).

Devido a esta condição, a volatilização foi mais intensa durante os 5 primeiros dias após

a fertilização especialmente para as formulações a base de ureia. Para estas formulações,

observou-se que mais de 90% das perdas por volatilização foram concentradas neste período,

corroborando com Rojas et al. (2012) que verificaram que a intensidade máxima de perdas de

N-NH3 ocorre até o quinto dia após a adubação. Estes resultados confirmam que qualquer

prática que vise o controle da perda de N-NH3 pela aplicação de ureia deve ser realizada logo

após a sua aplicação.

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Figura 2. Fluxos diários da volatilização da amônia até o 22º dia após a aplicação dos

fertilizantes nitrogenados em cobertura na dose de 150 kg ha-1 de N, na cultura do milho em

sistema de plantio convencional, no município de Nossa Senhora das Dores (SE) em 2015.

Dentre as ureias pastilhadas, a UP+SA foi a que apresentou as menores perdas (24,7 kg

de N-NH3 ha-1 do N aplicado). Já a UP+S, apresentou a maior variação da dinâmica da

volatilização entre os fertilizantes testados, sendo que, do primeiro ao segundo dia, perdeu o

equivalente a 24,8 kg ha-1 de N-NH3, ou, 49,7% do N aplicado, seguido de uma queda acentuada

no fluxo de N-NH3 no dia seguinte. Também os tratamentos UR e UP, tiveram a mesma

tendência em relação aos fluxos diários.

A UP+SA+S foi a formulação pastilhada que mais volatilizou no primeiro dia (15 kg

ha-1 de N-NH3), porém nos dias seguintes houve uma queda gradativa do fluxo de volatilização,

e o tratamento UP+SA+Zn, foi o fertilizante que mais atrasou o pico de volatilização, que

ocorreu no terceiro dia após a adubação. Isso porque este fertilizante foi o que apresentou a

menor porcentagem de N, 35% (Tabela 2), precisando de um volume maior de fertilizante para

atender a recomendação de 150 kg ha-1 de N, isso pode ter retardado a hidrólise da ureia, pela

urease no solo.

As perdas acumuladas de N-NH3 são apresentadas na Figura 3. A UR foi o tratamento

que mais perdeu N por volatilização (81,8 kg ha-1 de N-NH3 do N aplicado), enquanto a UP+SA,

o SA e a testemunha apresentaram as menores perdas, sendo que para UP+SA, as perdas

ocorridas não diferiram estatisticamente do SA e da testemunha. De acordo com Vitti et al.

(2002), a mistura de ureia e sulfato de amônio reduz a volatilização da amônia devido a

diminuição do pH do solo com a adição de sulfato de amônio na mistura com ureia. Da mesma

forma, Oliveira et al. (2014) demonstraram a eficiência da compactação da ureia e sulfato de

amônio contra as perdas de N-NH3, reduzindo em até 29% a volatilização quando comparada

com a ureia granulada comercial, em condição de ambiente controlado.

Entre os tratamentos com formulações pastilhadas, a ureia em sua forma pura (UP)

apresentou os mesmos efeitos que as ureias em suas formas complexadas com enxofre e zinco

(UP+S, UP+SA, UP+SA+S e UP+SA+Zn), quanto à volatilização. Enquanto que, as ureias

pastilhadas complexadas com enxofre na forma de sulfato de amônio (UP+SA, UP+SA+S e

UP+SA+Zn), apresentaram perdas por volatilização que não diferiram estatisticamente do SA.

O pH do solo é outro fator que influência nas perdas de nitrogênio por volatilização.

Portanto, o uso de fertilizantes acidificantes como o sulfato de amônio em mistura com ureia

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51

pode diminuir as perdas de N-NH3 pela neutralização da elevação do pH provocado pela

hidrólise da ureia no local da aplicação (VILLAS BÔAS et al., 2005).

Vale ressaltar que a ureia pastilhada complexada é resultante da fusão da ureia com

outros elementos em um único grânulo na forma de pastilha (3 mm). Assim, estes resultados

sugerem que a complexação da ureia com o sulfato de amônio apresenta efeitos semelhantes à

mistura em grânulos separados; porém, com a vantagem de facilitar a aplicação por

apresentarem granulometria uniforme e por diminuir a segregação.

Figura 3. Quantidade acumulada de amônia volatilizada até o 22º dia após a aplicação dos

fertilizantes nitrogenados em cobertura na dose de 150 kg ha-1 de N, na cultura do milho em

sistema de plantio convencional, no município de Nossa Senhora das Dores (SE) em 2015.

Médias seguidas das mesmas letras não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de

probabilidade. CV = 23,6 %.

A UP apresentou uma volatilização de N-NH3 44,4% menor, ou seja, 37,5 kg ha-1 de N

a menos que a UR. Apesar disso, não foram detectadas diferenças significativas entre estes

tratamentos. De acordo com Stafanato et al. (2013), a ureia pastilhada não apresentou efeito

positivo quanto a forma do grânulo sobre a volatilização de N-NH3, uma vez que esse produto

apresentou perda de 45,7% do N aplicado, não diferindo da ureia granulada (46,6%). Já adição

dos micronutrientes Cu e B no processo de pastilhamento da ureia reduziu as perdas de amônia

por volatilização quando comparadas com a ureia granulada, em condições de ambiente

controlado. Souza (2015) também relatou que o tipo de acabamento (perolada e granulada)

utilizado nos processos de produção da ureia não interferiu nas perdas acumuladas de N-NH3

por volatilização.

Dos 150 kg de N aplicados na adubação de cobertura por hectare, foram perdidos via

volatilização de N-NH3, 54,6; 33,3; 29,5; 22,5; 21,4;16,5 e 3% de N advindos da UR, UP+S,

UP, UP+SA+S, UP+SA+Zn, UP+SA, e SA, respectivamente. Do tratamento sem fertilização

(TEST) foi perdido um montante de 2,65 kg ha-1 de N-NH3, nitrogênio este possivelmente

proveniente da mineralização da matéria orgânica do solo ou residual de fertilizações anteriores.

Lara Cabezas et al. (2000), avaliando as perdas de N-NH3 em sistema de plantio direto,

encontraram perdas de 54% do total de N aplicado na forma de ureia. Os autores observaram

ainda que a incorporação da ureia na profundidade de 5-7 cm reduziu estas perdas para 5%.

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O SA foi o fertilizante que perdeu menos N em termos absolutos, já que este fertilizante

só sofre volatilização em solos alcalinos. Nestas condições, o amônio (NH4+) reage com a

hidroxila (OH-), formando água e NH3 que volatiliza, situação incomum nos solos brasileiros

(SANGOI et al., 2003; CANTARELLA; MONTEZANO, 2010). O pH do solo no presente

estudo foi de 5,9, fato que explica a baixa volatilização do N neste tratamento.

Trabalhos realizados anteriormente com sulfato de amônio e nitrato de amônio na

cultura do milho também reportaram menores perdas de N-NH3 em comparação a ureia (LARA

CABEZAS et al., 2000; FONTOURA; BAYER, 2010; NASCIMENTO et al., 2013;

STAFANATO et al., 2013). Os fertilizantes amoniacais quando aplicados sob restos de culturas

e em solos ácidos (pH <7,0) apresentaram perdas por volatilização de N-NH3 menores do que

2% (CONTIN, 2007).

5.3.2. Teor de N em tecido foliar

Os teores foliares de N foram influenciados pela adubação nitrogenada (Figura 4), desta

forma os tratamentos fertilizados apresentaram médias superiores à testemunha, mas não

diferiram entre si. Da mesma forma, Goes et al. (2013) relataram que a aplicação de N em

cobertura promove acréscimos do teor de N foliar, e Gazola et al. (2014) encontraram a menor

quantidade de N foliar no tratamento testemunha, 18,3 g kg-1.

Com relação as fontes de N, Schiavinatti et al. (2011) não encontraram diferenças

significativas nos teores de N foliar ao aplicar o N em cobertura na cultura do milho, utilizando

como fontes o sulfonitrato de amônio com inibidor de nitrificação, sulfato de amônio e ureia.

Também, Galindo et al. (2016) não constataram diferenças significativas entre os fertilizantes

Super N e ureia, quanto ao teor de N foliar.

Figura 4. Teor de nitrogênio na folha-índice do milho em sistema de plantio convencional,

submetido a dose de 150 kg ha-1 de N em cobertura, em Nossa Senhora das Dores (SE), 2015.

Médias seguidas das mesmas letras não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de

probabilidade. As barras de erro indicam o desvio padrão. CV = 7,8%.

Os teores foliares analisados para os tratamentos adubados estão dentro ou acima dos

teores considerados adequados para a cultura do milho, que são de 27 a 35 g kg-1 de N (RAIJ;

CANTARELLA, 1996), exceto para a testemunha que apresentou deficiência em N. Este

resultado atesta que a quantidade de N fornecida pelo solo à cultura não foi suficiente para a

uma nutrição adequada em N (MORAIS et al., 2015).

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Mota et al. (2015) utilizaram como fontes de N a ureia comum, ureia com inibidor da

urease, ureia com inibidor da nitrificação e nitrato de amônio não encontraram diferenças

significativas entre estes tratamentos quanto ao teor de N foliar, porém as quantidades

encontradas foram abaixo dos teores adequados, que variaram de 17 a 24 g kg-1, em dois anos

agrícolas.

Em termos absolutos o SA apresentou o teor de N nas folhas mais elevado e, dentre as

ureias pastilhadas, se destaca a UP+SA, com 38,5 g kg-1 de N em tecido foliar. Vale ressaltar

que estes tratamentos também foram aqueles que apresentaram as menores taxas de

volatilização (Figura 3). Porém, como não houve diferenças significativas entre os teores

foliares de N, a volatilização não influenciou significativamente esta variável, apresentando

apenas tendências, como mostra a Figura 5, em que não foi encontrada correlação significativa

entre a volatilização da amônia e o teor de N na folha. Corroborando com Faria (2013) que

verificou que as quantidades de N perdidas por volatilização não foram suficientes para

influenciar os teores foliares de N.

Figura 5. Correlação entre a volatilização de N-NH3 e o teor de N foliar, na cultura do milho

submetido a dose de 150 kg ha-1 de N em cobertura, sob sistema de plantio convencional, no

município de Nossa Senhora das Dores (SE) em 2015. NS - não significativo pelo teste t a 5%

de probabilidade.

5.3.3. Produtividade

Para a produtividade de grãos, houve efeito significativo da adubação nitrogenada em

relação à testemunha (Figura 6), reflexo da nutrição deficiente em N conforme atesta o teor de

N foliar abaixo do adequado (Figura 4). O milho é uma cultura que responde à aplicação da

adubação nitrogenada com incremento em várias características que influenciam a produção

final (MORAIS et al., 2015).

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Figura 6. Produtividade de grãos de milho, submetido a dose de 150 kg ha-1 de N em cobertura,

sob sistema de plantio convencional, no município de Nossa Senhora das Dores (SE) em 2015.

Médias seguidas das mesmas letras não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de

probabilidade. As barras de erro indicam o desvio padrão. CV = 13,1%.

Entre os tratamentos fertilizados, o sulfato de amônio apresentou uma produtividade

significativamente superior ao tratamento UP+SA+S. Os demais tratamentos não apresentaram

diferenças significativas entre eles. Esse resultado pode ser atribuído, à melhor nutrição em N

do tratamento SA, sendo que a UP+SA+S apresentou a nutrição mais deficitária (34,5 g kg-1)

entre os tratamentos fertilizados (Figura 4). Este fato pode ter afetado significativamente a

produtividade, apesar de não serem observadas diferenças significativas para os teores de N, e

os valores serem considerados adequados quanto a nutrição mineral. Isso, por existir uma

correlação linear significativa entre o teor de N foliar e a produtividade de grãos, como mostra

a Figura 7A.

A relação entre teor de N na folha e rendimento de grãos de milho é bem conhecida

(WASKOM et al., 1996). Silva et al. (2009) e Costa et al. (2012) obtiverem coeficientes de

correlação de 0,88, e 0,75 entre o rendimento de grãos e o teor de N da folha-índice,

respectivamente.

Figura 7. (A) - Correlação entre produtividade de grãos e teor de N foliar; (B) - correlação

entre produtividade de grãos e volatilização da amônia. * indica que é significativo pelo teste t

a 5% de probabilidade.

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A produtividade de grãos apresentou correlação negativa moderada com a volatilização

de N-NH3. Portanto, a volatilização teve impacto significativo no rendimento de grãos de milho

(Figura 7B).

O fato de o SA ter apresentado perdas de N-NH3 que não diferem estatisticamente do

tratamento UP+SA+S, e haver diferenças significativas para produtividade entre esses dois

tratamentos (p=0,0505), pode-se atribuir estes resultados possivelmente a maiores perdas da

UP+SA+S por outros processos, como desnitrificação e lixiviação, que tiveram reflexo no

menor teor absoluto de N foliar, tendo consequentemente impactado a produtividade de grãos.

Outros estudos com a cultura do milho também encontraram correlação entre a

produtividade de grãos e a volatilização da amônia. Como, o de Lara Cabezas et al. (1997a) que

estimaram uma redução na produtividade de 13,3 kg ha-1 de grãos por kg de N-NH3 volatilizado,

em SPD. Por outro lado, em SPC, houve uma queda de 11,8 kg ha-1 de grãos por kg de N-NH3

volatilizado. Lara Cabezas et al. (2000) encontraram perdas de 9,9 kg ha-1 de grãos para cada

1% de N-NH3 volatilizado.

No presente estudo, considerando a média dos fertilizantes testados para cada kg de N-

NH3 perdido por volatilização, ocorreu uma redução de 16,8 kg ha-1 na produtividade de grãos,

isto é, a cada 1% de N-NH3 volatilizado perderam-se em torno de 25 kg ha-1 de grãos.

Somente na ocorrência de importantes perdas por volatilização é possível encontrar

correlação inversa entre produtividade e quantidade de perdas, como realizado em estudos

precedentes (LARA CABEZAS et al., 1997a,b; 2000).

5.4. Conclusões

Em condição de solo úmido a hidrólise inicia-se no primeiro dia após a aplicação das

ureias e a volatilização é mais intensa até o quinto dia, sendo perdidos 92,5% do total de N-

NH3 volatilizado.

Dentre as formulações de ureia pastilhada, a UP+SA proporciona as menores perdas de

N-NH3 por volatilização, não diferindo do SA e da testemunha não adubada com N.

As perdas de N-NH3 por volatilização entre os fertilizantes avaliados, em ordem

crescente são: SA < UP+SA < UP+SA+Zn < UP+SA+S < UP+S < UP < UR.

A adubação nitrogenada influência a nutrição mineral em N e a produtividade de grãos,

sendo os fertilizantes testados equivalentes na sua capacidade de nutrir as plantas em N. As

perdas de N por volatilização não afetam os teores de N foliares.

O tratamento UP+SA+S apresenta uma produtividade menor que o SA, sendo que estes

não diferem dos demais tratamentos fertilizados.

A nutrição mineral em N correlaciona-se positivamente, e a volatilização,

negativamente, com a produtividade de grãos. Estima-se que para cada kg de N-NH3 perdido

por volatilização há uma redução na produtividade de 16,8 kg ha-1 de grãos.

5.5. Referências Bibliográficas

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nas áreas de Argissolos das regiões do Médio Sertão e Sul sergipano, verifica-se a

necessidade da adubação nitrogenada para o aumento da produtividade do milho. Com o

incremento das doses de N ocorre o aumento do rendimento de grãos, quando o fertilizante é

aplicado em dose única em cobertura, em sistema de plantio convencional. Nas doses de

máxima eficiência recomendadas, o sulfato de amônio proporciona maiores receitas que a ureia

perolada.

Os fertilizantes testados apresentaram uma boa capacidade de nutrir as plantas em

nitrogênio, uma vez que todos eles resultaram em elevação dos teores de N foliar acima dos

níveis críticos estabelecidos na literatura. O mesmo é observado para o S foliar nos tratamentos

com formulações adicionadas deste nutriente, independentemente da fonte utilizada.

Em condições de solo úmido, as perdas de nitrogênio por volatilização são mais intensas

até o quinto dia após a fertilização. A ureia pastilhada com sulfato de amônio e o sulfato de

amônio são os fertilizantes que apresentam as menores perdas por volatilização.

As perdas por volatilização de N-NH3 são inversamente proporcionais à produtividade

de grãos de milho no Argissolo Vermelho-Amarelo, em Nossa Senhora das Dores, e no

Argissolo Acinzentado, em Umbaúba.