descrição do perfil epidemiológico das …...descrição do perfil epidemiológico das...

37

Upload: others

Post on 27-Mar-2020

3 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas
Page 2: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas de Atenção Integral à Saúde – Gerência de Programas Especiais – Coordenação Estadual de DST/Aids Sede da Superintendência de Políticas de Atenção Integral à Saúde – SPAIS – Avenida Anhanguera nº 5195 Setor Coimbra – Goiânia, Goiás – E-mail: [email protected] – Telefone: (62) 3201-4528 Governador Marconi Perillo Secretário do Estado da Saúde Antônio Faleiros Filho Superintendente de Políticas de Atenção Integral à Saúde Mabel del Socorro Cala de Rodriguez Gerente de Programas Especiais Patrícia Carneiro de Resende Coordenadora Estadual de DST/Aids Letícia Dogakiuchi Silva Subcoordenador de Prevenção e Ações Educativas Edvan Miranda dos Santos Equipe Técnica da Coordenação Estadual de DST/Aids Amélia Mahmud Jacob Cenília Alves de Jesus Ramos Divânia Dias da Silva França Edvan Miranda dos Santos Larissa Kristina Vidal Montes Letícia Dogakiuchi Silva Madalena Tanso Ishac Maria das Graças Rocha Veloso Paulo Roberto de Melo Reis Patrícia Carvalho de Oliveira

Elaboração:

Divânia Dias da Silva França Larissa Kristina Vidal Montes * É permitida a reprodução desde que citada a fonte.

Page 3: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

SUMÁRIO

1. Perfil epidemiológico da aids em indivíduos adultos ................................................................................................ 6

2. Perfil epidemiológico da aids em jovens (15 a 24 anos de idade) ......................................................................... 15

3. Perfil epidemiológico da aids em crianças (< 5 anos de idade) ............................................................................. 18

4. Perfil epidemiológico das gestantes infectadas pelo HIV ...................................................................................... 19

5. Perfil epidemiológico da Sífilis em Gestantes .......................................................................................................... 24

6. Perfil epidemiológico da sífilis congênita.................................................................................................................. 28

Page 4: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Distribuição dos casos de aids (número e percentual) de indivíduos adultos residentes no estado de

Goiás, segundo escolaridade por sexo e ano de diagnóstico, 1984-2012* ................................................................... 13

Tabela 2. Características sócio demográficas das gestantes HIV positivo residentes no estado de Goiás, segundo

ano de parto, 2000 a 2012* ................................................................................................................................................. 22

Tabela 3. Características sócio demográficas das gestantes HIV positivo residentes no estado de Goiás, segundo

ano de parto, 2000 a 2012* ................................................................................................................................................. 23

Tabela 4. Número e percentual de casos de sífilis em gestantes residentes no estado de Goiás, segundo

características sócio demográficas da mãe e ano de notificação, 2007 a 2012* ........................................................... 25

Tabela 5. Número e percentual de casos de sífilis em gestantes residentes no estado de Goiás, segundo

características do pré-natal e ano de notificação, 2007 a 2012* ..................................................................................... 27

Tabela 6. Número de casos de sífilis congênita em menores de um ano de idade, residentes no Estado de Goiás,

segundo ano de diagnóstico e região de saúde de residência, 2000 a 2012* ................................................................ 29

Tabela 7. Número de casos e percentual de sífilis congênita em indivíduos residentes no estado de Goiás,

segundo antecedentes epidemiológicos da mãe e ano de diagnóstico, 2000 a 2012* ................................................. 32

Tabela 8. Número de casos e percentual de sífilis congênita em indivíduos residentes no Estado de Goiás, cujas

mães/gestantes foram acompanhadas durante o pré-natal, segundo características do tratamento da gestante e

do parceiro, por ano de diagnóstico, 2000 a 2012* ......................................................................................................... 33

Tabela 9. Número e percentual de casos de sífilis congênita em indivíduos residentes no estado de Goiás,

segundo características dos casos por ano de diagnóstico, 2000 a 2012* .................................................................... 34

Tabela 10. Número e percentual de casos de sífilis congênita de indivíduos residentes no Estado de Goiás,

segundo características laboratoriais da criança e ano de diagnóstico, 2000 a 2012* ................................................. 35

Page 5: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Número e taxa de incidência de aids em indivíduos adultos( > de 13 anos de idade) residentes no

estado de Goiás, segundo ano de diagnóstico, 1984 a 2012*........................................................................................... 6

Gráfico 2. Taxa de incidência e razão de sexo em indivíduos adultos ( > de 13 anos de idade) residentes no

estado de Goiás, segundo sexo e ano de diagnóstico, 1987 a 2012* .............................................................................. 7

Gráfico 3. Taxa de incidência (100.000 habitantes de aids em indivíduos adultos( > de 13 anos de idade)

residentes no estado de Goiás, segundo faixa etária e ano de diagnóstico, 1984 a 2012* ........................................... 8

Gráfico 4. Distribuição percentual da taxa de incidência (100.000 habitantes) dos casos de aids em indivíduos

adultos(> de 13 anos de idade) residentes no estado de Goiás, segundo faixa etária e ano de diagnóstico, 1984 a

2012* ........................................................................................................................................................................................ 9

Gráfico 5. Distribuição percentual dos casos de aids em indivíduos adultos( > de 13 anos de idade) residentes no

estado de Goiás, segundo categoria de exposição hierarquizada e ano de diagnóstico, 2000 a 2012* .................... 10

Gráfico 6. Distribuição percentual dos casos de aids em indivíduos adultos do sexo masculino (> de 13 anos de

idade) residentes no estado de Goiás, segundo categoria de exposição hierarquizada e ano de diagnóstico, 2000 a

2012* ...................................................................................................................................................................................... 11

Gráfico 7. Distribuição percentual dos casos de aids em indivíduos adultos do sexo feminino (> de 13 anos de

idade) residentes no estado de Goiás, segundo categoria de exposição hierarquizada e ano de diagnóstico, 2000 a

2012* ...................................................................................................................................................................................... 11

Gráfico 8. Distribuição percentual dos casos de aids em indivíduos adultos( > de 13 anos de idade) residentes no

estado de Goiás, segundo raça/cor, 2000 a 2012 e em 2012* ....................................................................................... 12

Gráfico 9. Número e coeficiente de mortalidade por aids em indivíduos adultos( > de 13 anos de idade)

residentes no estado de Goiás, segundo ano do óbito, 1995 a 2010* .......................................................................... 14

Gráfico 10. Taxa de incidência (100.000 habitantes) e razão de sexo (M:F) dos casos de aids em indivíduos

jovens de 15 a 24 anos residentes no estado de Goiás, segundo sexo e ano de diagnóstico, 1987 a 2012* ........... 16

Gráfico 11. Proporção de casos de aids em jovens de 15 a 24 anos de idade residentes no Estado de Goiás,

segundo categoria de exposição hierarquizada e ano diagnóstico, 2000 a 2012* ........................................................ 17

Gráfico 12. Taxa de incidência e coeficiente de mortalidade de aids em menores de 5 anos de idade residentes no

estado de Goiás, 1996 a 2012*............................................................................................................................................ 18

Page 6: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

Gráfico 13. Número e taxa de detecção (1.000 nascidos vivos) de gestantes HIV positivo residentes no estado de

Goiás, segundo ano de parto, 2000 a 2012 ....................................................................................................................... 20

Gráfico 14. Taxa de detecção (1.000 nascidos vivos) de gestantes HIV positivo residentes no Estado de Goiás,

Região Centro Oeste e Brasil segundo ano de parto, 2000 a 2009 ............................................................................... 20

Gráfico 15. Número de casos e coeficiente de detecção (1.000 nascidos vivos) de gestantes com sífilis residentes

no estado de Goiás, por ano de notificação, 2007 a 2012* ............................................................................................ 25

Gráfico 16. Casos detectados com sífilis congênita em menores de um ano de idade, residentes no Estado de

Goiás (número e taxa de incidência por 1.000 nascidos vivos), segundo ano de diagnóstico, 2000-2012* ............ 28

Gráfico 17. Número de óbito e coeficiente de mortalidade específica por sífilis congênita (100.000 nascidos

vivos) em indivíduos residentes no estado de Goiás, segundo ano de óbito, 2000 a 2010 ....................................... 36

Page 7: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

AIDS EM ADULTOS

6

6

1. Perfil epidemiológico da aids em indivíduos adultos

O primeiro caso de aids no estado de Goiás foi diagnosticado em 1984, em um indivíduo do sexo

masculino, residente no município de Goiânia. A partir deste ano até 30 de junho de 2012 o Estado registrou no

Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN, 11.253 casos de aids em indivíduos residentes no

estado de Goiás, sendo 11.050 ( 98,2%) em adultos maiores de 13 anos de idade e 203 (1,8%) em crianças

menores de 13 anos. Quanto à distribuição dos casos segundo sexo, observou-se que 67,5% eram homens e

32,5% mulheres.

Ao analisar a epidemia da aids em adultos, observamos que o maior registro de casos ocorreu em 2011,

com 749 casos e taxa de incidência de 12,3 casos para cada 100.000 habitantes . É nítido o acréscimo da taxa de

incidência desde 2008 (10,2/100.000 habitantes) até 2011 (Gráfico 1). Entretanto, ressaltamos que a epidemia

tem mantido a tendência de estabilização, e atribuímos o acréscimo nas notificações a maior oportunidade de

diagnóstico em nossa rede de atenção.

Gráfico 1. Número e taxa de incidência de aids em indivíduos adultos( > de 13 anos de idade) residentes no

estado de Goiás, segundo ano de diagnóstico, 1984 a 2012*

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

0

100

200

300

400

500

600

700

800

19

84

19

85

19

86

19

87

19

88

19

89

19

90

19

91

19

92

19

93

19

94

19

95

19

96

19

97

19

98

19

99

20

00

20

01

20

02

20

03

20

04

20

05

20

06

20

07

20

08

20

09

20

10

20

11

20

12*

Tx d

e in

cid

êcia

(100.0

00 h

ab)

de

Cas

os

Ano de diagnóstico

Nº de casos Tx de Incidência

* Dados preliminares, atualizados em 30/06/2012. Sujeito a alterações.

Fonte: SINAN/GVE/SUVISA

População: MS/SVS/DASIS - Informações de Saúde - Demográficas e Socioeconômicas. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?ibge/cnv/popgo.def. Acessado em: 18/09/2012.

Page 8: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

AIDS EM ADULTOS

7

7

Quando avaliamos a distribuição de casos de aids segundo sexo, considerando a série histórica desde o

início da epidemia, observamos um total de 7.464 (67,5%) casos em homens e 3.586 (32,5%) em mulheres. Em

1988 a razão de sexo era representada por 13:1 (M:F), ou seja, para cada 13 indivíduos do sexo masculino com a

síndrome, havia 1 caso no sexo feminino, já em 2011 essa razão foi de 2:1 (M:F), evidenciando o processo de

feminização da epidemia no Estado. No entanto, o gráfico retrata a predominância dos casos no sexo masculino

em todos os anos avaliados

Salientamos ainda, que a maior taxa de incidência no sexo feminino foi registrada em 2001

(10,4/100.000 habitantes), diferentemente, no sexo masculino a maior taxa de incidência foi em 2011

(17,3/100.000 habitantes) (Gráfico 2).

Gráfico 2. Taxa de incidência e razão de sexo em indivíduos adultos ( > de 13 anos de idade) residentes no

estado de Goiás, segundo sexo e ano de diagnóstico, 1987 a 2012*

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

18,0

20,0

1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011

Ano de diagnóstico

Tax

a d

e in

cid

ênci

a

(100

.000

hab

)

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

Raz

ão d

e se

xo

Masculino Feminino Razão de sexo

* Dados preliminares, atualizados em 30/06/2012. Sujeito a alterações.

Fonte: SINAN/GVE/SUVISA

População: MS/SVS/DASIS - Informações de Saúde - Demográficas e Socioeconômicas. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?ibge/cnv/popgo.def. Acessado em: 18/09/2012.

A avaliação segundo faixa etária revelou que independente do ano de diagnóstico os indivíduos de 30 a

39 anos apresentaram as maiores taxas de incidência, com destaque para o ano de 2000 quando foram

registrados 31,8 casos para cada 100.000 habitantes. A taxa de incidência entre os indivíduos de 40 a 49 anos

representa a segunda faixa etária de interesse, com destaque para o ano de 2011 com registro de 23,5 casos para

Page 9: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

AIDS EM ADULTOS

8

8

cada 100.000 habitantes (Gráfico 3). Não podemos deixar de mencionar a taxa de incidência de aids em idosos

(com 60 anos ou mais) que em 1997 apresentava uma taxa de 1,0 caso para cada 100.000 habitantes e em 2010

registrou 5,7 casos para a mesma população (Gráfico 3).

Outro achado interessante é que até 1998 a faixa etária de 20 a 29 anos era a segunda categoria etária de

interesse para as autoridades de vigilância epidemiológica, sendo que em 1997 a taxa de incidência nesta faixa

etária foi de 22,7 casos para cada 100.000 habitantes. Cabe ressaltar que nos anos posteriores houve uma

superação desse indicador em indivíduos com idade entre 40 a 49 anos, o que permanece até os dias atuais

(Gráfico 3).

Quando avaliamos a distribuição percentual dos casos por faixa etária, observamos que 37,6% foram

registrados em indivíduos de 30 a 39 anos, 29,1% entre 20 e 29 anos e 21,0% entre 40 e 49 anos de idade.

Portanto, a epidemia da aids no Estado tem sido expressiva entre a população de adultos jovens e

economicamente ativos. Ainda, é representativo a elevação no percentual de casos em indivíduos idosos,

ratificando a necessidade de implementação de ações direcionadas a essa importante parcela da população, que

possui características intrínsecas e extrínsecas que elevam a vulnerabilidade para a aquisição e disseminação de

agentes de transmissão sexual (Gráfico 4).

Gráfico 3. Taxa de incidência (100.000 habitantes de aids em indivíduos adultos( > de 13 anos de idade)

residentes no estado de Goiás, segundo faixa etária e ano de diagnóstico, 1984 a 2012*

* Dados preliminares, atualizados em 30/06/2012. Sujeito a alterações.

Fonte: SINAN/GVE/SUVISA

Page 10: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

AIDS EM ADULTOS

9

9

Gráfico 4. Distribuição percentual da taxa de incidência (100.000 habitantes) dos casos de aids em indivíduos

adultos(> de 13 anos de idade) residentes no estado de Goiás, segundo faixa etária e ano de

diagnóstico, 1984 a 2012*

* Dados preliminares, atualizados em 30/06/2012. Sujeito a alterações.

Fonte: SINAN/GVE/SUVISA

Em relação à categoria de exposição, observamos que na série histórica de 2000 a 2012, 74,0% tiveram

como mecanismo de transmissão a via sexual, sendo que 55,8% mencionaram a categoria heterossexual, 12,9% a

homossexual e 5,3% a bissexual. Cabe ressaltar que em 2006 a categoria de exposição heterossexual representava

63,6% do total de casos, já em 2011 esse percentual foi de 42,9%, ou seja, uma diferença percentual de 20,7%

quando comparamos os respectivos anos. Ademais, é nítido o aumento percentual de categoria de exposição

ignorada que em 2012 já representa 36,6 % do total de casos (Gráfico 5).

O mecanismo de transmissão parenteral foi reportado como provável via de contaminação por 4,8% dos

casos notificados com aids na referida série histórica, sendo que 4,7% reportaram o uso de drogas injetáveis.

Enfatizamos que no padrão atual da epidemia, que é considerada concentrada em grupos específicos mais

vulneráveis, esperava-se um percentual maior desta categoria, porém estudos tem evidenciado o baixo consumo

de drogas injetáveis pelos usuários em Goiás. A via transmissão transfusional foi citada por oito indivíduos,

representando 0,1% do total, reforçando a efetividade da triagem sorológica para patógenos veiculados pelo

sangue nos centros de hemoderivados, regulamentada pela Portaria 2.042 de 11/10/1996. O mecanismo de

transmissão vertical, com exposição perinatal, foi reportado por 0,2% de todos os casos (Gráfico 5).

Page 11: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

AIDS EM ADULTOS

10

10

Gráfico 5. Distribuição percentual dos casos de aids em indivíduos adultos( > de 13 anos de idade) residentes no

estado de Goiás, segundo categoria de exposição hierarquizada e ano de diagnóstico, 2000 a 2012*

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012*

Pro

po

rção

(%

)

Ano de diagnóstico

Ignorado Homossexual Bissexual Heterossexual Usuário de Droga Perinatal

* Dados preliminares, atualizados em 30/06/2012. Sujeito a alterações.

Fonte: SINAN/GVE/SUVISA

Ao estratificarmos os casos segundo categoria de exposição e sexo, observamos que o maior percentual

de informação ignorada referente a provável via de contaminação concentra-se no sexo masculino, com 29,0%

do total dos casos registrados nesse sexo, sendo que, em nenhum momento na série histórica se observou um

percentual de informação ignorada inferior a 10%. Além disso, é evidente a tendência aumento progressivo

nessa categoria, que em 2000 representava 14,2% e em 2012 alcançou quase a metade do total de casos

registrados no sexo masculino (49,8%). Adicionalmente, têm se observado a diminuição do percentual de

indivíduos que referiram a categoria heterossexual como provável via de contaminação, representado por um

decréscimo de 23,3% quando comparamos 2003 (46,4%) e 2012 (23,1%). Ainda, mostra que nos anos de 2011 e

2012 o percentual da categoria homossexual e bissexual associados superaram a heterossexual (Gráfico 6).

Diferentemente, quando analisamos as categorias de exposição no sexo feminino, observamos que a

exposição heterossexual é predominante em toda a série histórica, representando 90,5% do total. Entretanto, a

categoria de exposição ignorada tem demostrado um aumento nos últimos anos. Outro dado que chama a

atenção e que acompanha a tendência no sexo masculino é o decréscimo de informações referente ao uso de

drogas injetável como provável via de contaminação (Gráfico 7).

Page 12: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

AIDS EM ADULTOS

Gráfico 6. Distribuição percentual dos casos de aids em indivíduos adultos do

sexo masculino (> de 13 anos de idade) residentes no estado de

Goiás, segundo categoria de exposição hierarquizada e ano de

diagnóstico, 2000 a 2012*

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012*

Proporção (%)

Ano de Diagnóstico

Ignorado Homossexual Bissexual Heterossexual UDI Perinatal

* Dados preliminares, atualizados em 30/06/2012. Sujeito a alterações.

Fonte: SINAN/GVE/SUVISA

Gráfico 7. Distribuição percentual dos casos de aids em indivíduos adultos do

sexo feminino (> de 13 anos de idade) residentes no estado de

Goiás, segundo categoria de exposição hierarquizada e ano de

diagnóstico, 2000 a 2012*

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012*

Pro

po

rção

(%

)

Ano de Diagnóstico

Ignorado Homossexual/Bissexual Heterossexual UDI

* Dados preliminares, atualizados em 30/06/2012. Sujeito a alterações.

Fonte: SINAN/GVE/SUVISA

Page 13: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

AIDS EM ADULTOS

12

12

A avaliação dos casos segundo raça/cor desde 2000, quando essa variável passou a ser categoricamente

registrada na ficha de investigação individual, evidencia que historicamente os casos concentram-se

predominantemente em indivíduos que se autodeclararam pardos (44,2%), sendo que em 2012, essa

predominância foi ainda mais marcante, com 63,3% do total de registros. A segunda cor mais referida pelos

indivíduos com aids foi a branca (16,5%) entre 2000 e 2012 e representou um percentual de 22,6% em 2012.

Outro achado importante foi a diminuição significativa de informação ignorada, o que certamente reflete

melhorias na captação dos dados pelos profissionais que atuam nas unidades notificadoras.

Gráfico 8. Distribuição percentual dos casos de aids em indivíduos adultos( > de 13 anos de idade) residentes no

estado de Goiás, segundo raça/cor, 2000 a 2012 e em 2012*

* Dados preliminares, atualizados em 30/06/2012. Sujeito a alterações.

Fonte: SINAN/GVE/SUVISA

No que se refere à escolaridade, independente do sexo, pelo menos um terço dos casos notificados

tinham informação ignorada nesta variável. A tabela 1 revela que a epidemia é mais frequente em mulheres de

baixa escolaridade, representado por um percentual de 45,5% que referiram ter no máximo sete anos de estudo,

portanto, teriam concluído o ensino fundamental. Quase 18,0% referiam entre oito e onze anos de estudos e

apenas 3,7% revelaram doze ou mais anos de estudo. Já entre os indivíduos do sexo masculino, observou-se um

percentual menor de indivíduos que referiram entre nenhuma escolaridade até a conclusão do ensino

fundamental, representado por 36,2%. Ainda, 18,7% informaram ter iniciado ou concluído o ensino médio e

9,7% disseram ter doze anos ou mais de estudo.

0,3

63,35,9

22,6

7,90,1

44,2

0,43,816,5

35,1 Ign/Branco

Branca

Preta

Amarela

Parda

Indigena

2000 a 2012* 2012*

Page 14: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

AIDS EM ADULTOS Tabela 1. Distribuição dos casos de aids (número e percentual) de indivíduos adultos residentes no estado de Goiás, segundo escolaridade por sexo e ano de

diagnóstico, 1984-2012*

N % N % N % N % N % N % N % N % N % N % N % N % N % N % N %

Masculino

Ign/Branco 1203 47,5 110 31,3 89 25,0 131 32,3 94 26,0 50 14,7 39 12,5 65 18,6 108 26,2 119 31,9 148 34,4 212 42,8 179 34,4 92 40,9 2639 35,4

Nenhuma 56 2,2 2 0,6 4 1,1 6 1,5 5 1,4 4 1,2 1 0,3 2 0,6 0 0,0 1 0,3 3 0,7 2 0,4 0 0,0 0 0,0 86 1,2

De 1 a 3 179 7,1 59 16,8 46 12,9 30 7,4 13 3,6 8 2,4 6 1,9 4 1,1 12 2,9 17 4,6 31 7,2 17 3,4 44 8,4 12 5,3 478 6,4

De 4 a 7 526 20,8 91 25,9 116 32,6 106 26,2 127 35,1 154 45,4 145 46,5 178 50,9 171 41,5 105 28,2 103 24,0 152 30,7 113 21,7 46 20,4 2133 28,6

De 8 a 11 331 13,1 70 19,9 76 21,3 107 26,4 82 22,7 89 26,3 65 20,8 64 18,3 87 21,1 86 23,1 99 23,0 74 14,9 114 21,9 51 22,7 1395 18,7

De 12 e mais 231 9,1 19 5,4 25 7,0 25 6,2 41 11,3 34 10,0 56 17,9 37 10,6 34 8,3 45 12,1 46 10,7 38 7,7 71 13,6 24 10,7 726 9,7

Total 2533 100,0 351 100,0 356 100,0 405 100,0 362 100,0 339 100,0 312 100,0 350 100,0 412 100,0 373 100,0 430 100,0 495 100,0 521 100,0 225 100,0 7464 100,0

Feminino

Ign/Branco 434 51,2 60 28,8 69 25,7 93 40,3 31 13,2 34 17,3 23 11,4 53 22,3 63 31,3 49 22,2 76 37,8 71 36,6 93 40,8 45 38,8 1194 33,3

Nenhuma 35 4,1 3 1,4 8 3,0 0 0,0 1 0,4 0 0,0 1 0,5 2 0,8 3 1,5 2 0,9 1 0,5 0 0,0 1 0,4 0 0,0 57 1,6

De 1 a 3 101 11,9 49 23,6 32 11,9 20 8,7 11 4,7 7 3,6 4 2,0 4 1,7 4 2,0 10 4,5 18 9,0 6 3,1 21 9,2 12 10,3 299 8,3

De 4 a 7 171 20,2 69 33,2 93 34,7 51 22,1 129 55,1 102 52,0 96 47,5 122 51,3 81 40,3 103 46,6 66 32,8 86 44,3 72 31,6 35 30,2 1276 35,6

De 8 a 11 84 9,9 23 11,1 57 21,3 61 26,4 51 21,8 40 20,4 51 25,2 51 21,4 49 24,4 47 21,3 29 14,4 26 13,4 34 14,9 24 20,7 627 17,5

De 12 e mais 23 2,7 4 1,9 9 3,4 6 2,6 11 4,7 13 6,6 27 13,4 6 2,5 1 0,5 10 4,5 11 5,5 5 2,6 7 3,1 0 0,0 133 3,7

Total 848 100,0 208 100,0 268 100,0 231 100,0 234 100,0 196 100,0 202 100,0 238 100,0 201 100,0 221 100,0 201 100,0 194 100,0 228 100,0 116 100,0 3586 100,0

Total

Ign/Branco 1637 56,1 170 30,4 158 25,3 224 35,2 125 21,0 84 15,6 62 12,0 118 20,0 196 28,0 181 27,9 265 37,3 324 42,1 305 36,5 166 40,1 4015 36,3

Nenhuma 91 3,1 5 0,9 12 1,9 6 0,9 6 1,0 4 0,7 2 0,4 4 0,7 4 0,6 5 0,8 5 0,7 4 0,5 4 0,5 3 0,7 155 1,4

De 1 a 3 280 9,6 108 19,3 78 12,5 50 7,9 24 4,0 15 2,8 10 1,9 8 1,4 18 2,6 30 4,6 44 6,2 21 2,7 52 6,2 24 5,8 762 6,9

De 4 a 7 697 23,9 160 28,6 209 33,5 157 24,7 256 43,0 256 47,6 241 46,8 300 50,9 243 34,7 173 26,7 158 22,2 183 23,8 151 18,1 82 19,8 3266 29,5

De 8 a 11 415 14,2 93 16,6 133 21,3 168 26,4 133 22,3 129 24,0 116 22,5 115 19,5 102 14,6 101 15,6 80 11,3 121 15,7 119 14,2 46 11,1 1871 16,9

De 12 e mais 254 8,7 23 4,1 34 5,4 31 4,9 52 8,7 47 8,7 83 16,1 43 7,3 138 19,7 158 24,4 159 22,4 116 15,1 205 24,5 93 22,5 1436 13,0

Total 2918 100,0 559 100,0 624 100,0 636 100,0 596 100,0 538 100,0 515 100,0 589 100,0 701 100,0 648 100,0 711 100,0 769 100,0 836 100,0 414 100,0 11054 100,0

2010 2011 2012 Total2004 2005 2006 2007 2008 2009Escolaridade 1984 a 1999 2000 2001 2002 2003

* Dados preliminares, atualizados em 30/06/2012. Sujeito a alterações.

Fonte: SINAN/GVE/SUVISA

Page 15: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

AIDS EM ADULTOS

14

14

De 1984 a 2010, no estado de Goiás, ocorreram 3.884 óbitos tendo como causa básica a aids. Em 2010

ocorreram 286 óbitos, e registrou-se o maior coeficiente de mortalidade na série histórica avaliada, com 4,8

óbitos para cada 100.000 habitantes. Cabe ressaltar que desde 2007 observa-se estabilização neste indicador.

Gráfico 9. Número e coeficiente de mortalidade por aids em indivíduos adultos( > de 13 anos de idade)

residentes no estado de Goiás, segundo ano do óbito, 1995 a 2010*

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

0

50

100

150

200

250

300

350

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010*

Co

efic

ien

te

de

mo

rtal

idad

e

(100.0

00 h

ab)

de

ób

ito

s

Ano do óbito

N° de óbitos Taxa de mortalidade

* Dados preliminares, atualizados em 30/06/2012. Sujeito a alterações.

Fonte: SIM/GVE/SUVISA

População: MS/SVS/DASIS - Informações de Saúde - Demográficas e Socioeconômicas. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?ibge/cnv/popgo.def. Acessado em: 18/09/2012.

Page 16: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

AIDS EM JOVENS

15

15

2. Perfil epidemiológico da aids em jovens (15 a 24 anos de idade)

Desde o início da epidemia até meados de 2012, o SINAN registrou 1.357 casos de aids em jovens de 15

a 24 anos, dos quais 825 ocorreram no sexo masculino (60,8%) e 532 no sexo feminino (39,2%). Assim,

12,3% do total de casos notificados no Estado, desde o início da epidemia, ocorreram em jovens,

predominantemente do sexo masculino.

A maior taxa de incidência nesta faixa etária foi registrada em 1997, com 18,6 casos para cada

100.000 habitantes, sendo que o sexo masculino foi responsável pelo maior número de casos e

acumulou uma taxa de incidência de 21,2 casos para cada 100.000 habitantes no respectivo ano. Em

2011 a taxa de incidência nesta faixa etária foi de 16,2 casos para cada 100.000 habitantes e têm se

notado que a manutenção de crescentes taxas de incidência no sexo masculino têm sido responsável

pela manutenção de elevadas taxas de incidência entre os jovens, desde 2004 (Gráfico 10).

A distribuição dos casos segundo sexo e ano diagnóstico nesta faixa etária difere da

representação gráfica desses dados entre adultos, onde se observa predominância dos casos entre os

indivíduos do sexo masculino independente do ano investigado. Já em jovens entre 1999 e 2003

observou-se número de casos e taxas de incidências superiores às registradas no sexo masculino.

Inclusive, no ano de 2001 registrou-se a maior taxa de incidência no sexo feminino, com quase 22,0

casos para cada 100.000 habitantes (Gráfico 10).

Dentre as adolescentes, após 2003 quando se registrou 17,7 casos para cada 100.000 habitantes,

notam-se decréscimos significativos na taxa de incidência para os anos subsequentes, com 7,9/100.000

habitantes em 2011. Essa tendência não é observada dentre os adolescentes do sexo masculino, que

manteve taxa de incidência elevadas e com padrão ascendente entre 2006 e 2011, evidenciado pela

identificação de 8,8/100.000 e 16,2/100.000 habitantes, nos respectivos anos (Gráfico 10). Portanto, a

epidemia de aids entre indivíduos jovens mostra tendência de ampliação de casos entre indivíduos do

sexo masculino.

Quanto a razão de sexo, o gráfico 10 demonstra que em 1988 ocorriam 15 casos no sexo

masculino para cada 1 no sexo feminino, esse padrão sofreu a influência do processo de feminização da

epidemia, chegando a registrar uma razão de 0,6 (M:F) em 2001, portanto, para cada 5 jovens do sexo

feminino haveriam 3 do sexo masculino. Em 2011 para cada três jovens com a infecção registrou-se

uma adolescente em igual situação (Gráfico 10).

Page 17: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

AIDS EM JOVENS

16

16

Gráfico 10. Taxa de incidência (100.000 habitantes) e razão de sexo (M:F) dos casos de aids em indivíduos

jovens de 15 a 24 anos residentes no estado de Goiás, segundo sexo e ano de diagnóstico, 1987 a

2012*

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

1987

1989

1991

1993

1995

1997

1999

2001

2003

2005

2007

2009

2011

Razão

de S

ex

o

Tax

a d

e I

ncid

ên

cia

(

100.0

00 h

ab

)

Ano de Diagnóstico

Masculino Feminino Razão de sexos ( M:F)

*

Dados preliminares, atualizados em 30/06/2012. Sujeito a alterações.

Fonte: SINAN/GVE/SUVISA

População: MS/SVS/DASIS - Informações de Saúde - Demográficas e Socioeconômicas. Disponível em:

http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?ibge/cnv/popgo.def. Acessado em: 18/09/2012.

Em jovens de 15 a 24 anos é possível observar a predominância da categoria de exposição

heterossexual que concentrava mais que 50,0% do total de casos entre 2000 e 2008. Porém, têm se

observado que a categoria homossexual tem aumentado sua representatividade. Quando analisamos a

proporção de casos por ano de diagnóstico, evidenciamos que em 2001 os casos entre indivíduos que se

autodeclaram homossexuais representavam 3,3% do total, já em 2011 esse percentual foi de 37,1%.

Quando consideramos as categorias homossexuais e bissexuais associadas observamos que 46,1%

referiram alguma dessas categorias em 2011 (Gráfico 11).

Outro achado interessante é o baixo percentual de ignorados na variável referente às possíveis

categorias de exposição à infecção pelo HIV, quando comparamos com os casos em adultos.

Certamente, esse dado reflete a melhor percepção quanto à sexualidade e a maior aceitação de suas

opções sexuais (Gráfico 11).

Page 18: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

AIDS EM JOVENS

17

17

Gráfico 11. Proporção de casos de aids em jovens de 15 a 24 anos de idade residentes no Estado de Goiás,

segundo categoria de exposição hierarquizada e ano diagnóstico, 2000 a 2012*

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012*

Pro

po

rção

(%

)

Ano de Diagnóstico

Ignorado Heterossexual Homossexual Bissexual UDI

* Dados preliminares, atualizados em 30/06/2012. Sujeito a alterações.

Fonte: SINAN/GVE/SUVISA

Page 19: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

AIDS EM CRIANÇAS

18 18

3. Perfil epidemiológico da aids em crianças (< 5 anos de idade)

O Ministério da Saúde utiliza o indicador de incidência de aids em menores de cinco anos como um

indicador proxy para monitorar o progresso de controle da transmissão vertical do HIV. A meta nacional

pactuado para esse indicador é reduzir em 10% anualmente a taxa de incidência de aids em menores de 5 anos.

O estado de Goiás entre os anos 1993 até meados de 2012 registrou 150 casos de aids em menores de

cinco anos. A maior taxa de incidência foi registrada em 1997, com 3,8 casos para cada 100.000 habitantes. Cabe

ressaltar que o último casos de aids nessa faixa etária foi em 2009. Diante dos resultados observados, o Estado

tem como meta manter a taxa de incidência de 0,0 casos para cada 100.000 habitantes.

Adicionalmente, o gráfico 12 apresenta o coeficiente de mortalidade por aids declarados no Sistema de

Informação em Mortalidade. O último óbito nesta faixa etária ocorreu em 2008.

Gráfico 12. Taxa de incidência e coeficiente de mortalidade de aids em menores de 5 anos de idade residentes no

estado de Goiás, 1996 a 2012*

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Co

efic

ien

te

de

mo

rtal

idad

e

(100

.000

hah

)

Tax

a d

e in

cid

ênci

a

(100.0

00 h

ab)

Ano do óbito

Taxa de incidência Coeficiente de mortalidade

* Dados preliminares, atualizados em 30/06/2012. Sujeito a alterações.

Fonte: SINAN/GVE/SUVISA

População: MS/SVS/DASIS - Informações de Saúde - Demográficas e Socioeconômicas. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?ibge/cnv/popgo.def. Acessado em: 18/09/2012.

Page 20: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

HIV GESTANTES

19

4. Perfil epidemiológico das gestantes infectadas pelo HIV

A notificação compulsória de HIV em gestante/parturiente/puérpera e de criança exposta ao HIV foi

instituída por meio da Portaria Nº 933/GM/MS de 04 de setembro de 2000. O objetivo dessa portaria foi

normatizar e implementar a nível nacional a notificação obrigatória desses casos, afim de acompanhar a mulher

no ciclo gravídico puerperal, bem como as crianças expostas ao HIV, propiciando o acompanhamento

sistemático e regular destes casos e o desenvolvimento de estratégias de prevenção de transmissão vertical do

HIV.

Quanto aos instrumentos de coleta de dados, ou seja, a ficha de investigação epidemiológica, cabe

ressaltar que de 2000 a 2007, os casos de Gestantes HIV e criança exposta ao HIV eram realizados em uma

única ficha, porém com a mudança do SINAN Windows para NET em 2007, essas fichas foram desmembradas

e atualmente são notificadas separadamente. No caso da ficha de investigação de criança exposta, a digitação

deve ser realizada no SINAN apenas com os dados da notificação (dados gerais, notificação individual e dados

de residência) e a parte referente a investigação pode ser digitada em um sistema complementar até a atualização

da ficha no sistema.

Para fins epidemiológico de notificação, entende-se por gestante HIV+ aquela em que for detectada a

infecção por HIV ou as que já têm o diagnóstico confirmado como aids. Para tanto não se espera a realização de

testes confirmatórios. Cabe ressaltar que a notificação deve ser realizada a cada gestação, mesmo que já tenha

sido notificada na gravidez anterior.

De acordo com a definição de caso, foram registrados 1.097 casos de gestante HIV positivo, residentes

no Estado de Goiás, no período de 2000 até junho de 2012. Na série de 2008 a 2011, observou-se um acréscimo

no número de notificações, bem como na taxa de detecção que alcançou 1,1 casos para cada 1.000 nascidos

vivos em 2011(Gráfico 13).

Quando comparamos a taxa de detecção de HIV em gestantes registradas no estado de Goiás com as

detectadas na Região Centro Oeste e no Brasil como um todo, verificamos que nossa taxa é inferior em toda a

série histórica de 2000 a 2009, porém é notório que a detecção dos casos de HIV ou aids durante a gestação ou

parto em nosso Estado tem acompanhando o padrão crescente da Região Centro Oeste e do Brasil (Gráfico 14).

Page 21: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

HIV GESTANTES

20

Gráfico 13. Número e taxa de detecção (1.000 nascidos vivos) de gestantes HIV positivo residentes no estado de

Goiás, segundo ano de parto, 2000 a 2012

* Dados preliminares, atualizados em 30/06/2012, sujeitos a alterações.

Fonte: SINAN/SUVISA/SES População: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – SINASC. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinasc/cnv/nvgo.def . Acessado em: 18/09/2012. Nota (1) – Para o cálculo da taxa de incidência de 2011 e 2012 utilizou-se população de nascidos vivos em 2010.

Gráfico 14. Taxa de detecção (1.000 nascidos vivos) de gestantes HIV positivo residentes no Estado de Goiás,

Região Centro Oeste e Brasil segundo ano de parto, 2000 a 2009

Fonte: Ministério da Saúde, 2011

Page 22: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

HIV GESTANTES

21

O conhecimento do perfil sócio demográfico das gestantes HIV positivo é importante para a

identificação de populações consideradas de maior vulnerabilidade na transmissão vertical do HIV. Dentre as

variáveis presentes na ficha de investigação, passíveis de avaliação incluem a escolaridade, raça/cor e faixa etária.

Quando a faixa etária, um pouco mais que três quartos tinham de 20 a 34 anos (75,5%), a segunda faixa

etária de interesse ocorre entre adolescentes de 15 a 19 anos de idade, representando 16,2% do total de gestantes

notificadas (Tabela 2).

Em relação à escolaridade, 40,3% referiram entre quatro e sete anos de estudo, 19,1% afirmaram ter

entre 8 e 11 anos de estudos. Além disso, chama a atenção o percentual de informação ignorada em relação a

escolaridade que no decorrer da série histórica acumulou 28,4%, porém quando comparamos 2008 e 2012,

notamos que esse percentual é três vezes superior, ou seja em 2008 o percentual de ignorados era de 15,3%, já

em 2012 esse percentual foi de 48,7%, portanto, quase 50% de informação ignorada (Tabela 2).

Quanto a variável raça/cor, 36,5% e 27,4% se autodeclararam de cor parda e branca, respectivamente. O

percentual de ignorado também é importante, chegando a atingir 30,8% em 2012 (Tabela 2).

Ao avaliarmos os antecedentes epidemiológicos da mãe observamos que na serie histórica de 2007 a

2012, 93,8% apresentaram evidencia laboratorial de HIV antes do parto, sendo que 37,3% conheceram o

diagnóstico antes do pré-natal e 56,4% durante o pré-natal. O percentual de mulheres que conheciam o status

sorológico antes do pré-natal passou de 28,7% em 2007 para 43,6% em 2012. Considerando-se que um terço das

transmissões verticais ocorre durante a gestação, o diagnóstico antes da gravidez e o uso de antirretrovirais

durante a gestação são de suma importância para a prevenção de transmissão vertical. Houve importante

redução nos diagnósticos de HIV após o parto, o que é muito favorável, pois o diagnóstico tardio leva à perda

de oportunidade de realização da profilaxia durante a gravidez e o periparto (Tabela 3).

Page 23: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

HIV GESTANTES

Tabela 2. Características sócio demográficas das gestantes HIV positivo residentes no estado de Goiás, segundo ano de parto, 2000 a 2012*

Características das gestantes

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012* Total

Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº %

Faixa etária

10-14 0 0,0 2 2,5 0 0,0 1 1,0 0 0,0 1 1,0 0 0,0 2 2,1 1 1,7 2 2,5 2 2,1 0 0,0 1 2,6 12 1,1

15-19 5 8,2 13 16,3 20 20,0 20 20,4 11 12,2 14 14,3 19 18,3 18 19,1 10 16,9 16 20,0 16 16,7 13 13,3 3 7,7 178 16,2

20-34 53 86,9 59 73,8 78 78,0 71 72,4 74 82,2 76 77,6 79 76,0 69 73,4 43 72,9 58 72,5 58 60,4 78 79,6 32 82,1 828 75,5

35-49 2 3,3 6 7,5 1 1,0 4 4,1 3 3,3 7 7,1 6 5,8 5 5,3 4 6,8 4 5,0 4 4,2 7 7,1 3 7,7 56 5,1

50 ou mais 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 0,1

Escolaridade

Ignorado 31 50,8 25 31,3 38 38,0 21 21,4 17 18,9 14 14,3 12 11,5 17 18,1 9 15,3 29 36,3 35 36,5 44 44,9 19 48,7 311 28,4

Analfabeto 4 6,6 2 2,5 1 1,0 4 4,1 1 1,1 1 1,0 3 2,9 0 0,0 2 3,4 1 1,3 0 0,0 0 0,0 0 0,0 19 1,7

De 1 a 3 4 6,6 6 7,5 3 3,0 5 5,1 16 17,8 9 9,2 4 3,8 18 19,1 0 0,0 12 15,0 4 4,2 1 1,0 1 2,6 83 7,6

De 4 a 7 11 18,0 30 37,5 42 42,0 47 48,0 33 36,7 44 44,9 62 59,6 53 56,4 35 59,3 24 30,0 30 31,3 23 23,5 8 20,5 442 40,3

De 8 a 11 9 14,8 13 16,3 15 15,0 18 18,4 21 23,3 26 26,5 17 16,3 5 5,3 11 18,6 14 17,5 25 26,0 25 25,5 10 25,6 209 19,1

De 12 e mais 2 3,3 4 5,0 1 1,0 3 3,1 2 2,2 4 4,1 6 5,8 1 1,1 1 1,7 0 0,0 1 1,0 5 5,1 1 2,6 31 2,8

Raça/cor

Ign/Branco 35 57,4 27 33,8 51 51,0 36 36,7 22 24,4 22 22,4 10 9,6 3 3,2 2 3,4 9 11,3 17 17,7 24 24,5 12 30,8 270 24,6

Branca 17 27,9 23 28,8 24 24,0 20 20,4 29 32,2 29 29,6 32 30,8 26 27,7 14 23,7 24 30,0 26 27,1 27 27,6 10 25,6 301 27,4

Preta 1 1,6 5 6,3 10 10,0 11 11,2 11 12,2 11 11,2 5 4,8 15 16,0 8 13,6 12 15,0 11 11,5 4 4,1 3 7,7 107 9,8

Amarela 1 1,6 0 0,0 1 1,0 1 1,0 1 1,1 1 1,0 2 1,9 0 0,0 0 0,0 0 0,0 2 2,1 1 1,0 0 0,0 10 0,9

Parda 7 11,5 25 31,3 14 14,0 30 30,6 27 30,0 27 27,6 55 52,9 49 52,1 35 59,3 35 43,8 40 41,7 42 42,9 14 35,9 400 36,5

Indigena 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0

Total 61 100,0 80 100,0 100 100,0 98 100,0 90 100,0 98 100,0 104 100,0 94 100,0 59 100,0 80 100,0 96 100,0 98 100,0 39 100,0 1097 100,0 * Dados preliminares, atualizados em 30/06/2012, sujeitos a alterações.

Fonte: SINAN/SUVISA/SES

Page 24: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

HIV GESTANTES

23

Tabela 3. Características sócio demográficas das gestantes HIV positivo residentes no estado de Goiás, segundo

ano de parto, 2000 a 2012*

Características das gestantes 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Total

Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº %

Evidência laboratorial do HIV

Antes do pré natal 27 28,7 19 32,2 33 41,3 38 39,6 40 40,8 17 43,6 174 37,3

Durante o pré natal 57 60,6 38 64,4 42 52,5 53 55,2 53 54,1 20 51,3 263 56,4

Durante o parto 7 7,4 2 3,4 4 5,0 3 3,1 1 1,0 0 0,0 17 3,6

Após o parto 3 3,2 0 0,0 1 1,3 2 2,1 4 4,1 2 5,1 12 2,6

Realizou o pré natal

Sim 89 94,7 56 94,9 71 88,8 88 91,7 88 89,8 36 92,3 428 91,8

Não 2 2,1 3 5,1 8 10,0 7 7,3 8 8,2 2 5,1 30 6,4

Ignorado 3 3,2 0 0,0 1 1,3 1 1,0 2 2,0 1 2,6 8 1,7

Uso de antirretrovirais para profilaxia durante o pré natal

Sim 76 80,9 45 76,3 55 68,8 68 70,8 71 72,4 28 71,8 343 73,6

Não 9 9,6 8 13,6 12 15,0 13 13,5 8 8,2 4 10,3 54 11,6

Ignorado 9 9,6 6 10,2 13 16,3 15 15,6 19 19,4 7 17,9 69 14,8

Tipo de parto

Vaginal 31 33,0 17 28,8 16 20,0 23 24,0 24 24,5 7 17,9 118 25,3

Cesária eletiva 47 50,0 17 28,8 50 62,5 64 66,7 68 69,4 27 69,2 273 58,6

Cesária de urgência 15 16,0 25 42,4 14 17,5 9 9,4 5 5,1 4 10,3 72 15,5

Não se aplica 1 1,1 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,0 1 2,6 3 0,6

Fez uso de profilaxia antirretroviral durante o parto

Sim 81 86,2 55 93,2 71 88,8 83 86,5 82 83,7 36 92,3 408 87,6

Não 11 11,7 4 6,8 6 7,5 7 7,3 10 10,2 3 7,7 41 8,8

Ignorado 2 2,1 0 0,0 3 3,8 6 6,3 6 6,1 0 0,0 17 3,6

Evolução da gravidez

Nascido vivo 93 98,9 59 100,0 79 98,8 94 97,9 96 98,0 38 97,4 459 98,5

Natimorto 0 0,0 0 0,0 0 0,0 2 2,1 0 0,0 0 0,0 2 0,4

Aborto 1 1,1 0 0,0 1 1,3 0 0,0 2 2,0 0 0,0 4 0,9

Não se aplica 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 2,6 1 0,2

Início da profilaxia antirretroviral na criança (horas)

Nas primeiras 24h do nascimento 91 96,8 57 96,6 74 92,5 90 93,8 88 89,8 38 97,4 438 94,0

Após 24h do nascimento 2 2,1 0 0,0 2 2,5 2 2,1 5 5,1 0 0,0 11 2,4

Não se aplica 1 1,1 1 1,7 0 0,0 1 1,0 1 1,0 0 0,0 4 0,9

Não realizado 0 0,0 1 1,7 1 1,3 1 1,0 2 2,0 0 0,0 5 1,1

Ignorado 0 0,0 0 0,0 3 3,8 2 2,1 2 2,0 1 2,6 8 1,7

Total 94 100,0 59 100,0 80 100,0 96 100,0 98 100,0 39 100,0 466 100,0

* Dados preliminares, atualizados em 30/06/2012, sujeitos a alterações.

Fonte: SINAN/SUVISA/SES

Page 25: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

SÍFILIS EM GESTANTES

24

5. Perfil epidemiológico da Sífilis em Gestantes

O Ministério da Saúde define a sífilis como uma doença infectocontagiosa sistêmica, de evolução

crônica, com manifestações cutâneas temporárias, sujeita a períodos de latência, causada pelo Treponema pallidum.

A ocorrência de sífilis em gestantes é de especial interesse para a vigilância epidemiológica, pois o diagnóstico

precoce e o tratamento da gestante durante o pré-natal são medidas relativamente simples e bastante eficazes na

prevenção da transmissão vertical dessa doença.

A sífilis em gestante tornou-se uma doença de notificação compulsória desde 2005, entretanto, o estado

de Goiás passou a notificar obrigatoriamente a partir de 2007. A notificação e vigilância desse agravo é

imprescindível para o monitoramento da transmissão vertical, cujo controle é o objetivo do Plano Operacional

para a Redução da Transmissão Vertical do HIV e da Sífilis, lançado em 2007. Além disso, permite conhecer o

perfil epidemiológico da sífilis em gestantes e suas tendências.

Para fins de vigilância epidemiológica, é considerado um caso de sífilis em gestantes e assim deve ser

notificado: gestante que durante o pré-natal apresente evidência clínica de sífilis e/ou sorologia não treponêmica

reagente, com teste treponêmico positivo ou não realizado.

O gráfico 15 apresenta o número de casos e o coeficiente de detecção de sífilis em gestantes residentes

no estado de Goiás na série histórica de 2007 a 2012, quando se observou um total de 1985 casos, e uma média

anual de 330 casos notificados. O coeficiente de detecção vem mostrando um aumento desde 2009, alcançando

o índice de 4,9 casos para cada 1.000 nascidos vivos em 2011, o que certamente, reflete uma melhoria na

qualidade da notificação ao longo desses anos. Em 2012, os dados foram atualizados até 30 de junho e o

coeficiente de detecção é de 3,1 casos para cada 1.000 nascidos vivos (Gráfico 15).

Quanto às características sócio demográficas, a maioria das gestantes referiu ter 20 a 29 anos (53,9%),

30,7% tinham relato de 4 a 7 anos de estudo e se autodeclararam de raça/cor parda (45,9%) (Tabela 4). Outro

achado importante nesta tabela é o percentual de informação ignorada, especialmente na variável escolaridade

(41,9%). Diante disso, ressaltamos a importância do preenchimento adequado da ficha de investigação

epidemiológica, dando ênfase a todas as variáveis existentes no instrumento de coleta de dados.

Page 26: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

SÍFILIS EM GESTANTES

25

Gráfico 15. Número de casos e coeficiente de detecção (1.000 nascidos vivos) de gestantes com sífilis residentes

no estado de Goiás, por ano de notificação, 2007 a 2012*

* Dados preliminares, atualizados em 30/06/2012, sujeitos a alterações.

Fonte: SINAN/SUVISA/SES População: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – SINASC. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinasc/cnv/nvgo.def . Acessado em: 18/09/2012. Nota (1) – Para o cálculo da taxa de incidência de 2011 e 2012 utilizou-se população de nascidos vivos em 2010.

Tabela 4. Número e percentual de casos de sífilis em gestantes residentes no estado de Goiás, segundo

características sócio demográficas da mãe e ano de notificação, 2007 a 2012*

Característica

2007 2008 2009 2010 2011 2012* Total

nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº %

Faixa etária da mãe

10 a 14 anos 0 0,0 2 0,6 0 0,0 3 0,9 7 1,6 6 2,2 18 0,9

15 a 19 anos 25 10,3 40 11,2 34 10,0 45 13,0 69 16,2 50 18,5 263 13,2

20 a 29 anos 148 60,9 199 55,7 181 53,1 178 51,3 216 50,7 148 54,6 1070 53,9

30 e mais 70 28,8 116 32,5 126 37,0 121 34,9 134 31,5 67 24,7 634 31,9

Escolaridade da mãe 0,0 0 0

Nenhuma 0 0,0 2 0,6 3 0,9 2 0,6 1 0,2 1 0,4 9 0,5

1 a 3 anos 21 8,6 36 10,1 30 8,8 20 5,8 23 5,4 17 6,3 147 7,4

4 a 7 anos 73 30,0 124 34,7 102 29,9 95 27,4 140 32,9 76 28,0 610 30,7

8 a 11 anos 22 9,1 43 12,0 56 16,4 72 20,7 97 22,8 74 27,3 364 18,3

12 anos e mais 2 0,8 3 0,8 2 0,6 9 2,6 8 1,9 4 1,5 28 1,4

Ignorado 126 51,9 149 41,7 150 44,0 149 42,9 158 37,1 99 36,5 831 41,9

Raça/ cor da gestante 0,0 0 0

Branca 50 20,6 87 24,4 80 23,5 105 30,3 117 27,5 73 26,9 512 25,8

Preta 21 8,6 29 8,1 36 10,6 36 10,4 49 11,5 32 11,8 203 10,2

Amarela 3 1,2 8 2,2 6 1,8 5 1,4 3 0,7 5 1,8 30 1,5

Parda 89 36,6 157 44,0 175 51,3 158 45,5 206 48,4 126 46,5 911 45,9

Indígena 1 0,4 0 0,0 0 0,0 0 0,0 2 0,5 0 0,0 3 0,2

Ignorado 79 32,5 76 21,3 44 12,9 43 12,4 49 11,5 35 12,9 326 16,4

Total 243 100,0 357 100,0 341 100,0 347 100,0 426 100,0 271 100,0 1985 100,0

* Dados preliminares, atualizados em 30/06/2012, sujeitos a alterações.

Page 27: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

SÍFILIS EM GESTANTES

26

Fonte: SINAN/SUVISA/SES

A tabela 5 mostra que 22,9% das gestantes diagnosticaram a infecção pelo Treponema pallidum no 1º

trimestre, 38,6% no segundo trimestre e 30,7% no terceiro trimestre de gestação. Um percentual de 7,8%

tinham idade gestacional ignorada.

Quando avaliamos os antecedentes epidemiológicos das gestantes, observamos que 39,7% foram

diagnosticadas na fase primária da sífilis (presença de cancro duro), 11,8% na fase secundária (presença de lesões

cutâneas), 4,3% na fase terciária (com lesões em órgãos alvos) e 9,4% na fase latente (assintomática) e 34,7%

tinham a fase clínica ignorada. O Ministério da Saúde afirma que a taxa de transmissão vertical da sífilis, em

mulheres não tratadas, é superior a 70%, quando elas se encontram nas fases primária e secundária da doença,

reduzindo-se para 10 a 30%, nas fase latente ou terciária. Assim, o diagnóstico precoce é essencial para evitar a

transmissão ao concepto. Obviamente, o diagnóstico deve ser seguido do tratamento adequado tanto da mãe

quanto dos parceiros (Tabela 5).

Já no que se refere aos dados laboratoriais, a realização do VDRL (teste não treponêmico) durante o pré

natal atingiu 86,0% e o teste FTAbs (teste treponêmico) foi realizado em 84,9% das gestantes notificadas (Tabela

5).

A informação sobre o tratamento prescrito apresentou algumas divergências percentuais quando

comparamos com a classificação clínica. Assim, 38,3% foram tratados com Penicilina G benzantina 2.400.000

UI (esquema recomendado para a fase primária), 8,1% com Penicilina G benzantina 4.800.000 UI (esquema

recomendado para a fase secundária ou latente precoce) e 21,5% com Penicilina G benzantina 7.200.000 UI

(esquema recomendado para a fase terciária, latente tardia ou com estadiamento ignorado). Ainda, chama a

atenção o percentual de 12, 9% que não recebeu nenhum tipo de tratamento. Esse achado pode está relacionado

a dificuldade no estabelecimento do estadiamento clínico e/ou desinformação ou desconhecimento quanto ao

esquema terapêutico preconizado para cada estadiamento (Tabela 5).

Page 28: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

SÍFILIS EM GESTANTES

27

Tabela 5. Número e percentual de casos de sífilis em gestantes residentes no estado de Goiás, segundo

características do pré-natal e ano de notificação, 2007 a 2012*

Característica 2007 2008 2009 2010 2011 2012* Total

nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº %

Trimestre de diagnóstico

1º Trimestre 54 22,2 76 21,3 62 18,2 73 21,0 115 27,0 74 27,3 454 22,9

2º Trimestre 94 38,7 132 37,0 137 40,2 157 45,2 145 34,0 101 37,3 766 38,6

3º Trimestre 72 29,6 110 30,8 115 33,7 93 26,8 145 34,0 75 27,7 610 30,7

Idade gestacional ignorada 23 9,5 39 10,9 27 7,9 24 6,9 21 4,9 21 7,7 155 7,8

Classificação clínica

Primária 108 44,4 124 34,7 143 41,9 134 38,6 167 39,2 113 41,7 789 39,7

Secundária 12 4,9 25 7,0 32 9,4 56 16,1 64 15,0 45 16,6 234 11,8

Terciária 10 4,1 9 2,5 10 2,9 28 8,1 18 4,2 11 4,1 86 4,3

Latente 32 13,2 34 9,5 34 10,0 28 8,1 32 7,5 27 10,0 187 9,4

Ignorado 81 33,3 165 46,2 122 35,8 101 29,1 145 34,0 75 27,7 689 34,7

Teste não treponêmico no pré-natal

Reagente 190 78,2 233 65,3 263 77,1 285 82,1 349 81,9 226 83,4 1546 77,9

Não reagente 29 11,9 43 12,0 24 7,0 18 5,2 33 7,7 15 5,5 162 8,2

Não realizado 5 2,1 20 5,6 28 8,2 25 7,2 24 5,6 13 4,8 115 5,8

Ignorado 19 7,8 61 17,1 26 7,6 19 5,5 20 4,7 17 6,3 162 8,2

Teste treponêmico no pré-natal

Reagente 204 84,0 279 78,2 289 84,8 285 82,1 363 85,2 226 83,4 1646 82,9

Não reagente 0 0,0 6 1,7 8 2,3 10 2,9 11 2,6 4 1,5 39 2,0

Não realizado 10 4,1 22 6,2 18 5,3 28 8,1 33 7,7 19 7,0 130 6,5

Ignorado 29 11,9 50 14,0 26 7,6 24 6,9 19 4,5 22 8,1 170 8,6

Esquema de tratamento prescrito à gestante

Penicilina G benzantina 2.400.000 UI 66 27,2 131 36,7 124 36,4 139 40,1 189 44,4 111 41,0 760 38,3

Penicilina G benzantina 4.800.000 UI 21 8,6 37 10,4 27 7,9 24 6,9 31 7,3 21 7,7 161 8,1

Penicilina G benzantina 7.200.000 UI 46 18,9 54 15,1 67 19,6 85 24,5 100 23,5 75 27,7 427 21,5

Outro esquema 12 4,9 23 6,4 24 7,0 24 6,9 25 5,9 9 3,3 117 5,9

Não realizado 27 11,1 52 14,6 53 15,5 42 12,1 55 12,9 27 10,0 256 12,9

Ignorado 71 29,2 60 16,8 46 13,5 33 9,5 26 6,1 28 10,3 264 13,3

Total 243 100,0 357 100,0 341 100,0 347 100,0 426 100,0 271 100,0 1985 100,0

* Dados preliminares, atualizados em 30/06/2012, sujeitos a alterações. Fonte: SINAN/SUVISA/SES

Page 29: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

SÍFILIS CONGÊNITA

28

6. Perfil epidemiológico da Sífilis Congênita

O estado de Goiás registrou entre janeiro de 2000 a junho de 2012, 596 casos de sífilis congênita. A

maior taxa de incidência em menores de um ano de idade foi detectada em 2004 (0,96 casos para cada 1.000

nascidos vivos), posteriormente houve uma tendência à estabilização neste indicador. No ano de 2011 houve um

acréscimo de 69,7% no quantitativo de casos, quando comparamos com o ano anterior (Gráfico 16). Cabe

ressaltar que o estado de Goiás tem alcançado a meta nacional de menos de um caso por mil nascidos vivos,

porém, faz-se necessário implementar a busca ativa de casos de sífilis materna e congênita em serviços que

ofereçam acompanhamento de pré natal e em maternidades, associado as ações de prevenção e tratamento com

objetivo de prevenir a ocorrência de casos novos.

Gráfico 16. Casos detectados com sífilis congênita em menores de um ano de idade, residentes no Estado de

Goiás (número e taxa de incidência por 1.000 nascidos vivos), segundo ano de diagnóstico, 2000-

2012*

* Dados preliminares, atualizados em 30/06/2012, sujeitos a alterações.

Fonte: SINAN/SUVISA/SES População: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – SINASC. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinasc/cnv/nvgo.def . Acessado em: 18/09/2012. Nota (1) – Para o cálculo da taxa de incidência de 2011 e 2012 utilizou-se população de nascidos vivos em 2010.

Ao estratificar os casos notificados, por regionais de residência, verificamos que do total acumulado, 142

(25,6%) foram registrados em indivíduos residentes na Regional Central, seguido respectivamente, por 128

(23,1%) que residiam na Regional Entorno Sul e 65 (11,7%) que residiam na Regional Pirineus, o que certamente

demonstra as sensibilidade do sistema de vigilância em detectar, monitorar e avaliar os casos (Tabela 6).

Page 30: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

SÍFILIS CONGÊNITA

Tabela 6. Número de casos de sífilis congênita em menores de um ano de idade, residentes no Estado de Goiás, segundo ano de diagnóstico e região de saúde de

residência, 2000 a 2012*

Regional de Residência

Ano de Diagnóstico

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Total

N % N % N % N % N % N % N % N % N % N % N % N % N % N %

Regional Central 27 51,9 7 25,0 7 21,2 11 18,3 16 22,2 9 25,0 9 23,1 4 14,3 8 19,0 9 23,7 7 21,2 21 37,5 7 26,9 142 25,6

Regional Entorno Sul 2 3,8 4 14,3 7 21,2 8 13,3 26 36,1 12 33,3 21 53,8 14 50,0 23 54,8 7 18,4 1 3,0 3 5,4 0 0,0 128 23,1

Regional Pinineus 0 0,0 1 3,6 6 18,2 13 21,7 7 9,7 4 11,1 2 5,1 3 10,7 6 14,3 6 15,8 6 18,2 7 12,5 4 15,4 65 11,7

Regional Sudoeste II 6 11,5 4 14,3 4 12,1 8 13,3 2 2,8 3 8,3 0 0,0 2 7,1 2 4,8 2 5,3 9 27,3 7 12,5 5 19,2 54 9,7

Regional Centro Sul 7 13,5 2 7,1 1 3,0 8 13,3 8 11,1 3 8,3 3 7,7 2 7,1 0 0,0 3 7,9 3 9,1 9 16,1 4 15,4 53 9,6

Regional Sudoeste I 1 1,9 1 3,6 0 0,0 1 1,7 1 1,4 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 6 15,8 2 6,1 1 1,8 1 3,8 14 2,5 Regional Estrada de Ferro 2 3,8 1 3,6 2 6,1 1 1,7 1 1,4 0 0,0 0 0,0 1 3,6 0 0,0 0 0,0 2 6,1 3 5,4 0 0,0 13 2,3

Regional São Patrício 1 1,9 1 3,6 3 9,1 2 3,3 1 1,4 2 5,6 0 0,0 1 3,6 0 0,0 1 2,6 2 6,1 1 1,8 1 3,8 16 2,9

Regional Sul 2 3,8 1 3,6 1 3,0 5 8,3 3 4,2 1 2,8 1 2,6 0 0,0 1 2,4 0 0,0 1 3,0 1 1,8 2 7,7 19 3,4

Regional Norte 1 1,9 1 3,6 0 0,0 0 0,0 1 1,4 1 2,8 0 0,0 0 0,0 1 2,4 1 2,6 0 0,0 1 1,8 1 3,8 8 1,4

Regional Rio Vermelho 1 1,9 0 0,0 1 3,0 0 0,0 1 1,4 0 0,0 2 5,1 1 3,6 0 0,0 1 2,6 0 0,0 0 0,0 0 0,0 7 1,3

Regional Entorno Norte 1 1,9 0 0,0 0 0,0 2 3,3 1 1,4 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 2 5,3 0 0,0 0 0,0 0 0,0 6 1,1

Regional Oeste II 0 0,0 2 7,1 1 3,0 0 0,0 0 0,0 1 2,8 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,8 1 3,8 6 1,1

Regional Oeste I 0 0,0 3 10,7 0 0,0 1 1,7 4 5,6 0 0,0 1 2,6 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,8 0 0,0 10 1,8

Regional Serra da Mesa 1 1,9 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 2,4 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 2 0,4

Regional Nordeste 1 1,9 0 0,0 1 3,0 2 3,3 6 8,3 1 2,8 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 11 2,0

Total 67 100,0 36 100,0 33 100,0 67 100,0 88 100,0 43 100,0 39 100,0 28 100,0 42 100,0 38 100,0 33 100,0 56 100,0 26 100,0 596 100,0

* Dados preliminares, atualizados em 30/06/2012, sujeitos a alterações. Fonte: SINAN/SUVISA/SES

Page 31: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

SÍFILIS CONGÊNITA

30

Na série histórica analisada, a maior proporção de casos de sífilis congênita ocorreu em crianças cujas

mães tinham entre 20 e 29 anos de idade (58,6%), com quatro a sete anos de estudo (26,5%) e de cor/raça parda

(30,5%). Cabe ressaltar que a proporção de ignorado nas variáveis relacionadas as características sócio

demográficas, citadas anteriormente, foram expressivas, em especial, na variável de raça/cor que obteve uma

proporção de 40,6% de ignorado, seguido de 24,7% na escolaridade e 4,7% na faixa etária (Tabela 7).

Entretanto, quando avaliamos as proporções anuais, observamos que esses percentuais têm decrescido,

certamente devido aos esforços da vigilância epidemiológica em mobilizar as unidades notificadoras para a

obtenção de dados reais e fidedignos.

Quando avaliamos a acessibilidade das gestantes ao pré-natal considerando o acumulado dos casos,

observamos que 82,6% das mulheres foram acompanhadas. Porém, chama atenção que, a partir de 2009 vem

aumentando o percentual de casos cujas mães não realizaram o pré-natal, passando de 13,2% em 2009 para

23,1% em 2012 e os casos cujas mães não tiveram diagnóstico de sífilis durante a gestação, representado por

25,0% dos casos em 2007 e 53,8% em 2012 (Tabela 7). Diante do exposto, evidencia-se que a vigilância

epidemiológica tem como desafio futuro desvendar os fatores associados ao acesso tardio ou ausente ao pré-

natal, com o objetivo de implementar as medidas necessárias para reverter esta tendência.

Entre as 492 mulheres/mães que tiveram o diagnóstico de sífilis durante o pré-natal, o esquema de

tratamento realizado foi inadequado em 199 (40,4%), não foi realizado em 132 (26,8%) e em 97 (19,7%) não

havia informação referente a realização e a efetividade do esquema proposto (Tabela 8). Diante disso, 87,0% dos

casos foram caracterizados como sífilis congênita devido à ausência de tratamento ou tratamento inadequado da

mãe. E somente 13,0% dos casos foram definidos por outros critérios que não o tratamento materno. Esse

achado chama atenção e nos remete a questionarmos quanto a qualidade da atenção prestada a mulher no ciclo

gravídico puerperal e certamente apontam para a necessidade de avaliar as ações desenvolvidas na atenção

básica, bem como a qualidade de dados fornecidos ao sistema de vigilância epidemiológica. Com relação ao

tratamento concomitante dos parceiros, os dados evidenciam que 58,1% não foram tratados e apenas 21,7%

receberam tratamento. Quanto ao percentual com a informação de tratamento ignorado, observou-se que em

2007 era de 7,1% e em 2012 passou para 20,0% (Tabela 8).

Em relação às características da criança, a tabela 9 mostra que 85,7% dos casos de sífilis congênita foram

notificados com menos de sete dias de vida, demonstrando que o diagnóstico tem sido precoce, durante a

permanência na maternidade. Quase 50% dos casos nasceram a termo e 44,6% nasceram com peso igual ou

superior a 2.500 gramas (Tabela 9).

De acordo com a tabela 10, referente ao acompanhamento laboratorial das crianças com sífilis congênita,

percebe-se que apenas 64,1% tinham relato de realização de VDRL em sangue periférico, entretanto,

observamos que a cobertura de realização do teste tem atingido quase 100% dos casos registrados nos últimos 6

anos, sendo que em até junho de 2012, 92,3% desse exame foi reagente (Tabela 10).

Page 32: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

SÍFILIS CONGÊNITA

31

Entretanto, quando avaliamos a realização do teste treponêmico (FTAbs) após 18 meses, que é preditor

do acompanhamento preconizado pelo Ministério da Saúde, observamos que apenas 3,8% tinham relato de

realização e 27,9% não realizaram o exame. Esse dado, certamente sucinta questionamentos quanto aos fatores

que diminuem a qualidade do acompanhamento prolongado para os casos de sífilis congênita (Tabela 10).

Enfatizamos que, quando consideramos a série histórica como um todo, a tabela 10 revela alto

percentual de informação ignorada em todas as variáveis, oscilando de 21,0% na realização de VDRL em sangue

periférico e 68,3% na realização do FTAbs após 18 meses. O que reforça a necessidade de implementação de

medidas que possibilite o registro adequado das ações desenvolvidas com a criança e reflitam a qualidade do

atendimento prestado.

Page 33: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

SÍFILIS CONGÊNITA Tabela 7. Número de casos e percentual de sífilis congênita em indivíduos residentes no estado de Goiás, segundo antecedentes epidemiológicos da mãe e ano de

diagnóstico, 2000 a 2012*

Característica 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012* Total

nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº %

Faixa etária da mãe 10 a 14 anos 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 2,4 0 0,0 1 3,0 0 0,0 1 3,8 3 0,5 15 a 19 anos 13 19,4 5 13,9 8 24,2 12 17,9 11 12,5 8 18,6 4 10,3 0 0,0 5 11,9 7 18,4 7 21,2 10 17,9 4 15,4 94 15,8 20 a 29 anos 34 50,7 25 69,4 20 60,6 35 52,2 51 58,0 19 44,2 20 51,3 22 78,6 25 59,5 25 65,8 22 66,7 36 64,3 15 57,7 349 58,6 30 a 39 anos 13 19,4 3 8,3 4 12,1 15 22,4 23 26,1 15 34,9 14 35,9 4 14,3 10 23,8 1 2,6 1 3,0 6 10,7 3 11,5 112 18,8 40 anos e mais 3 4,5 0 0,0 1 3,0 2 3,0 2 2,3 1 2,3 1 2,6 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 10 1,7 Ignorado 4 6,0 3 8,3 0 0,0 3 4,5 1 1,1 0 0,0 0 0,0 2 7,1 1 2,4 5 13,2 2 6,1 4 7,1 3 11,5 28 4,7 Escolaridade da mãe Nenhuma 11 16,4 3 8,3 3 9,1 0 0,0 5 5,7 1 2,3 1 2,6 2 7,1 3 7,1 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 3,8 30 5,0 1 a 3 anos 38 56,7 21 58,3 15 45,5 22 32,8 17 19,3 4 9,3 6 15,4 6 21,4 4 9,5 3 7,9 5 15,2 1 1,8 1 3,8 143 24,0 4 a 7 anos 0 0,0 1 2,8 7 21,2 21 31,3 26 29,5 20 46,5 14 35,9 5 17,9 16 38,1 9 23,7 13 39,4 19 33,9 7 26,9 158 26,5 8 a 11 anos 7 10,4 5 13,9 5 15,2 7 10,4 11 12,5 8 18,6 10 25,6 5 17,9 4 9,5 7 18,4 5 15,2 7 12,5 2 7,7 83 13,9 12 anos e mais 1 1,5 0 0,0 0 0,0 4 6,0 3 3,4 3 7,0 0 0,0 0 0,0 3 7,1 3 7,9 0 0,0 7 12,5 2 7,7 26 4,4 Ignorado 10 14,9 6 16,7 3 9,1 13 19,4 26 29,5 7 16,3 8 20,5 10 35,7 10 23,8 15 39,5 9 27,3 20 35,7 10 38,5 147 24,7 Raça/Cor da mãe Branca 0 0,0 0 0,0 12 36,4 25 37,3 22 25,0 9 20,9 13 33,3 4 14,3 9 21,4 15 39,5 12 36,4 9 16,1 3 11,5 133 22,3 Preta 0 0,0 1 2,8 0 0,0 0 0,0 2 2,3 3 7,0 0 0,0 5 17,9 4 9,5 3 7,9 5 15,2 7 12,5 0 0,0 30 5,0 Amarela 0 0,0 0 0,0 3 9,1 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 2,4 1 2,6 0 0,0 2 3,6 2 7,7 9 1,5 Parda 0 0,0 0 0,0 3 9,1 20 29,9 17 19,3 13 30,2 8 20,5 18 64,3 26 61,9 13 34,2 15 45,5 31 55,4 18 69,2 182 30,5 Ignorado 67 100,0 35 97,2 15 45,5 22 32,8 47 53,4 18 41,9 18 46,2 1 3,6 2 4,8 6 15,8 1 3,0 7 12,5 3 11,5 242 40,6 Realização de pré-natal Sim 42 62,7 28 77,8 28 84,8 58 86,6 83 94,3 39 90,7 31 79,5 28 100,0 35 83,3 31 81,6 25 75,8 44 78,6 20 76,9 492 82,6 Não 16 23,9 7 19,4 5 15,2 7 10,4 5 5,7 4 9,3 5 12,8 0 0,0 7 16,7 5 13,2 6 18,2 11 19,6 6 23,1 84 14,1 Ignorado 9 13,4 1 2,8 0 0,0 2 3,0 0 0,0 0 0,0 3 7,7 0 0,0 0 0,0 2 5,3 2 6,1 1 1,8 0 0,0 20 3,4 Sífilis diagnosticada durante a gravidez Sim 18 26,9 13 36,1 19 57,6 33 49,3 46 52,3 25 58,1 21 53,8 20 71,4 19 45,2 24 63,2 19 57,6 37 66,1 12 46,2 306 51,3 Não 33 49,3 13 36,1 11 33,3 25 37,3 37 42,0 15 34,9 11 28,2 7 25,0 23 54,8 14 36,8 11 33,3 18 32,1 14 53,8 232 38,9 Ignorado 16 23,9 10 27,8 3 9,1 9 13,4 5 5,7 3 7,0 7 17,9 1 3,6 0 0,0 0 0,0 3 9,1 1 1,8 0 0,0 58 9,7

Total 67 100,0 36 100,0 33 100,0 67 100,0 88 100,0 43 100,0 39 100,0 28 100,0 42 100,0 38 100,0 33 100,0 56 100,0 26 100,0 596 100,0

* Dados preliminares, atualizados em 30/06/2012, sujeitos a alterações. Fonte: SINAN/SUVISA/SES

Page 34: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

SÍFILIS CONGÊNITA

Tabela 8. Número de casos e percentual de sífilis congênita em indivíduos residentes no Estado de Goiás, cujas mães/gestantes foram acompanhadas durante o pré-

natal, segundo características do tratamento da gestante e do parceiro, por ano de diagnóstico, 2000 a 2012*

Característica 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012* Total

nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº %

Esquema de tratamento da gestante

Adequado 8 19,0 7 25,0 8 28,6 10 17,2 1 1,2 1 2,6 4 12,9 6 21,4 6 17,1 6 19,4 3 12,0 2 4,5 2 10,0 64 13,0

Inadequado 17 40,5 14 50,0 9 32,1 18 31,0 30 36,1 16 41,0 15 48,4 12 42,9 14 40,0 8 25,8 14 56,0 21 47,7 11 55,0 199 40,4

Não realizado 0 0,0 0 0,0 1 3,6 7 12,1 41 49,4 16 41,0 11 35,5 8 28,6 13 37,1 12 38,7 4 16,0 13 29,5 6 30,0 132 26,8

Ignorado 17 40,5 7 25,0 10 35,7 23 39,7 11 13,3 6 15,4 1 3,2 2 7,1 2 5,7 5 16,1 4 16,0 8 18,2 1 5,0 97 19,7

Parceiro Tratado

Sim 18 42,9 12 42,9 2 7,1 11 19,0 14 16,9 4 10,3 7 22,6 7 25,0 8 22,9 7t 22,6 7 28,0 6 13,6 4 20,0 107 21,7

Não 16 38,1 11 39,3 20 71,4 33 56,9 53 63,9 29 74,4 16 51,6 19 67,9 25 71,4 17 54,8 10 40,0 25 56,8 12 60,0 286 58,1

Ignorado 8 19,0 5 17,9 6 21,4 14 24,1 16 19,3 6 15,4 8 25,8 2 7,1 2 5,7 7 22,6 8 32,0 13 29,5 4 20,0 99 20,1

Total 42 100,0 28 100,0 28 100,0 58 100,0 83 100,0 39 100,0 31 100,0 28 100,0 35 100,0 31 100,0 25 100,0 44 100,0 20 100,0 492 100,0

* Dados preliminares, atualizados em 30/06/2012, sujeitos a alterações. Fonte: SINAN/SUVISA/SES

Page 35: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

SÍFILIS CONGÊNITA Tabela 9. Número e percentual de casos de sífilis congênita em indivíduos residentes no estado de Goiás, segundo características dos casos por ano de diagnóstico,

2000 a 2012*

nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº %

Idade da criança

Menor de 7 dias 51 76,1 30 83,3 22 66,7 46 68,7 78 88,6 37 86,0 38 97,4 22 78,6 37 88,1 36 94,7 30 90,9 48 85,7 23 88,5 498 83,6

7a 28 dias 6 9,0 1 2,8 0 0,0 4 6,0 5 5,7 1 2,3 1 2,6 2 7,1 3 7,1 2 5,3 0 0,0 3 5,4 1 3,8 29 4,9

29 dias a 364 dias 4 6,0 2 5,6 6 18,2 8 11,9 5 5,7 4 9,3 0 0,0 3 10,7 2 4,8 0 0,0 3 9,1 5 8,9 2 7,7 44 7,4

1 ano 0 0,0 0 0,0 1 3,0 1 1,5 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 2 0,3

2 a 4 anos 1 1,5 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 2,3 0 0,0 1 3,6 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 3 0,5

5 a 12 anos 1 1,5 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 0,2

Ignorado 4 6,0 3 8,3 4 12,1 8 11,9 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 19 3,2

Idade gestacional da criança ao nascer

Menos de 22 semanas 11 16,4 9 25,0 6 18,2 9 13,4 3 3,4 0 0,0 0 0,0 ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ 38 6,4

22 a 35 semanas 14 20,9 5 13,9 4 12,1 9 13,4 4 4,5 5 11,6 4 10,3 ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ 45 7,6

36 semanas a mais 27 40,3 17 47,2 21 63,6 37 55,2 74 84,1 38 88,4 35 89,7 ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ 249 41,8

Ignorado 15 22,4 5 13,9 2 6,1 12 17,9 7 8,0 0 0,0 0 0,0 ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ 41 6,9

Peso ao nascer

< 500 gramas 14 20,9 3 8,3 0 0,0 0 0,0 1 1,1 0 0,0 0 0,0 ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ 18 3,0

500 a 1499 gramas 2 3,0 3 8,3 2 6,1 3 4,5 2 2,3 1 2,3 0 0,0 ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ 13 2,2

1500 a 2499 15 22,4 8 22,2 4 12,1 10 14,9 8 9,1 7 16,3 4 10,3 ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ 56 9,4

2500 e mais 35 52,2 20 55,6 25 75,8 48 71,6 71 80,7 34 79,1 33 84,6 ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ 266 44,6

Ignorado 1 1,5 2 5,6 2 6,1 6 9,0 6 6,8 1 2,3 2 5,1 ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ 20 3,4

Diagnóstico Clínico

Assintomático 15 22,4 15 41,7 12 36,4 21 31,3 5 5,7 2 4,7 7 17,9 ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ 77 12,9

Sintomático 35 52,2 15 41,7 15 45,5 34 50,7 72 81,8 40 93,0 31 79,5 ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ 242 40,6

Não se aplica 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 5 5,7 0 0,0 0 0,0 ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ 5 0,8

Ignorado 17 25,4 6 16,7 6 18,2 12 17,9 6 6,8 1 2,3 1 2,6 ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ 49 8,2

Diagnóstico Final

Sífilis Congênita Recente 50 74,6 29 80,6 26 78,8 56 83,6 86 97,7 42 97,7 38 97,4 22 78,6 38 90,5 38 100,0 33 100,0 56 100,0 26 100,0 540 90,6

Sífilis Congênita Tardia 9 13,4 1 2,8 5 15,2 7 10,4 0 0,0 1 2,3 0 0,0 1 3,6 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 24 4,0

Natimorto Sifilítico 8 11,9 6 16,7 2 6,1 4 6,0 1 1,1 0 0,0 1 2,6 5 17,9 4 9,5 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 31 5,2

Aborto por Sífilis 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,1 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 0,2

Total 67 100,0 36 100,0 33 100,0 67 100,0 88 100,0 43 100,0 39 100,0 28 100,0 42 100,0 38 100,0 33 100,0 56 100,0 26 100,0 596 100,0

2000 2001 2002 2003 20062004 2011 2012 Total2007 2008 2009 20102005Característica da criança

* Dados preliminares, atualizados em 30/06/2012, sujeitos a alterações. Fonte: SINAN/SUVISA/SES

Page 36: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

SÍFILIS CONGÊNITA Tabela 10. Número e percentual de casos de sífilis congênita de indivíduos residentes no Estado de Goiás, segundo características laboratoriais da criança e ano de

diagnóstico, 2000 a 2012*

Característica da criança 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Total

nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº %

VDRL em sangue periférico

Reagente 27 40,3 19 52,8 20 60,6 35 52,2 20 22,7 5 11,6 3 7,7 21 75 27 64,3 34 89,5 28 84,8 47 79,7 24 92,3 310 52,0

Não reagente 9 13,4 3 8,3 5 15,2 13 19,4 7 8,0 7 16,3 1 2,6 6 21,4 12 28,6 3 7,89 2 6,06 3 5,08 1 3,85 72 12,1

Não realizado 4 6,0 3 8,3 4 12,1 10 14,9 26 29,5 14 32,6 23 59,0 0 0 1 2,38 0 0 1 3,03 2 3,39 1 3,85 89 14,9

Ignorado 27 40,3 11 30,6 4 12,1 9 13,4 35 39,8 17 39,5 12 30,8 1 3,57 2 4,76 1 2,63 2 6,06 4 6,78 0 0 125 21,0

FTAbs após 18 meses

Reagente 0 0,0 1 2,8 3 9,1 1 1,5 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0 2 4,76 2 5,26 3 9,09 0 0 0 0 12 2,0

Não reagente 0 0,0 0 0,0 1 3,0 1 1,5 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 3,57 6 14,3 0 0 0 0 1 1,69 1 3,85 11 1,8

Não realizado 23 34,3 9 25,0 15 45,5 26 38,8 0 0,0 0 0,0 0 0,0 12 42,9 14 33,3 19 50 15 45,5 21 35,6 12 46,2 166 27,9

Ignorado 44 65,7 26 72,2 14 42,4 39 58,2 88 100,0 43 100,0 39 100,0 15 53,6 20 47,6 17 44,7 15 45,5 34 57,6 13 50 407 68,3

VDRL em líquor

Reagente 9 13,4 1 2,8 2 6,1 3 4,5 3 3,4 1 2,3 2 5,1 1 3,57 2 4,76 0 0 1 3,03 4 6,78 3 11,5 32 5,4

Não reagente 3 4,5 5 13,9 9 27,3 20 29,9 37 42,0 17 39,5 11 28,2 17 60,7 14 33,3 15 39,5 4 12,1 10 16,9 8 30,8 170 28,5

Não realizado 22 32,8 13 36,1 18 54,5 29 43,3 24 27,3 18 41,9 19 48,7 7 25 22 52,4 17 44,7 20 60,6 37 62,7 15 57,7 261 43,8

Ignorado 33 49,3 17 47,2 4 12,1 15 22,4 24 27,3 7 16,3 7 17,9 3 10,7 4 9,52 6 15,8 8 24,2 5 8,47 0 0 133 22,3

Alterações liquóricas

Sim 1 1,49 0 0,0 0 0,0 3 4,48 0 0 2 4,65 0 0 3 10,7 1 2,38 1 2,63 0 0 5 8,47 2 7,69 18 3,02

Não 16 23,9 12 33,3 17 51,5 33 49,3 46 52,3 22 51,2 18 46,2 15 53,6 16 38,1 14 36,8 5 15,2 9 15,3 8 30,8 231 38,8

Não realizado ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ 6 21,4 20 47,6 17 44,7 15 45,5 35 59,3 14 53,8 101 16,9

Ignorado 50 74,6 24 66,7 16 48,5 31 46,3 42 47,7 19 44,2 21 53,8 4 14,3 5 11,9 6 15,8 13 39,4 7 11,9 2 7,69 240 40,3

Alterações no exame de ossos longos

Sim 0 0,0 2 5,6 4 12,1 3 4,5 4 4,5 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 2,4 0 0,0 0 0,0 3 5,08 2 7,7 19 3,2

Não 35 52,2 16 44,4 21 63,6 38 56,7 56 63,6 30 69,8 27 69,2 22 78,6 25 59,5 22 57,9 9 27,3 20 33,9 10 38,5 331 55,5

Não Realizado ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ ¤ 5 17,9 14 33,3 11 28,9 12 36,4 24 40,7 11 42,3 77 12,9

Ignorado 32 47,8 18 50,0 8 24,2 26 38,8 28 31,8 13 30,2 12 30,8 1 3,6 2 4,8 5 13,2 12 36,4 9 15,3 3 11,5 169 28,4

Total 67 100 36 100,0 33 100,0 67 100 88 100 43 100 39 100 28 100 42 100 38 100 33 100 56 94,9 26 100 596 100

* Dados preliminares, atualizados em 30/06/2012, sujeitos a alterações. Fonte: SINAN/SUVISA/SES

Page 37: Descrição do perfil epidemiológico das …...Descrição do perfil epidemiológico das DST/HIV/AIDS no Estado de Goiás Secretaria do Estado da Saúde – Superintendência de Políticas

SÍFILIS CONGÊNITA

36

Em relação à mortalidade por sífilis congênita entre 2000 a 2010 verificou-se um total de 9 óbitos que

foram declarados nos anos de 2000 (3 óbitos), 2001 (1 óbito), 2007 (1 óbito), 2008 (1 óbito) e 2010 (3 óbitos). O

maior coeficiente de mortalidade observado foi de 3,4 óbitos para cada 100.000 nascidos vivos em 2010. Este

coeficiente foi superior ao detectado na região Centro-Oeste (2,7/100.000 nascidos vivos) e no Brasil

(3,2/100.000 nascidos vivos), no respectivo ano (Gráfico 17).

Gráfico 17. Número de óbito e coeficiente de mortalidade específica por sífilis congênita (100.000 nascidos

vivos) em indivíduos residentes no estado de Goiás, segundo ano de óbito, 2000 a 2010

Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM. Disponível em:

http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sim/cnv/obt10go.def. Acessado em: 25.09.2012

População: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – SINASC. Disponível em:

http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinasc/cnv/nvgo.def. Acessado em: 25.09.2012