descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades
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Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro
Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - UENF.
CCT/ LAMAV- Siderurgia
Descrição de utilização de aços de acordo com suas
propriedades, estrutura, composição e tipo.
Marcelle Henriques Chagas Santos
Setembro-2010
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
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Índice
1. Introdução 04
2. Produtos siderúrgicos 07
2.1Produtos planos 08
2.2Produtos não planos ou longos 11
2.3Produtos fundidos 14
3. Aços e suas aplicações 14
3.1Aços para fundição 16
3.1.1 Aços de baixo carbono 17
3.1.2 Aços de médio carbono 19
3.1.3 Aços de alto carbono 20
3.1.4 Aços-liga de baixo teor em liga 21
3.1.5. Alguns tipos mais comuns de aços-liga para fundição 22
3.2 Aços estruturais 26
3.2.1 Aços-carbono 27
3.2.2 Aços de alta resistência e baixo teor em liga 29
3.3 Aços para trilhos 33
3.4 Aços para produtos planos 34
3.5 Aços para tubos 39
3.5.1 Tubos sem costura 40
3.5.2 Tubos com costura 40
3.6 Aços para barras, arames e fios 43
3.6.1 Aços de baixo carbono 44
3.6.2 Aços de médio carbono 45
3.6.3 Aços de alto carbono 45
3.7 Aços para molas 46
3.7.1 Molas helicoidais 47
3.7.2 Molas semi-elípticas 48
3.8 Aços de usinagem fácil 49
3.9 Aços para cementação 52
3.9.1 Aços-carbono 52
3.9.2 Aços de baixa liga 52
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3.9.3 Aços de alta liga 53
3.10 Aços para nitretação 53
3.11 Aços para mancais 55
3.11.1Mancais para condições normais 56
3.11.2Mancais para fins especiais 57
3.12 Aços para ferramentas e matrizes 57
3.13 Aços resistentes ao desgaste 61
3.14 Aços resistentes à corrosão 62
3.14.1Aços inoxidáveis martensíticos 64
3.14.2 Aços inoxidáveis ferríticos 66
3.14.3 Aços inoxidáveis austeníticos 67
3.14.4 Aços inoxidáveis duplex 69
3.14.5 Aços inoxidáveis endurecíveis por precipitação 70
3.15 Aços resistentes ao calor 70
3.16 Aços para fins elétricos 71
3.17 Aços para fins magnéticos 72
3.18 Aços ultra-resistentes 72
3.19 Aços criogênicos 75
3.20 Aços sinterizados 75
3.21 Aços para estampagem 77
4. Classificação dos aços de acordo com a estrutura 78
5. Classificação dos aços de acordo com a composição química 79
5.1 Aços-carbono 79
5.2 Aços-liga 81
6. Bibliografia 86
Introdução
Apesar da intensa competição que vem sofrendo há varias décadas, o aço tem conseguido
manter- se como o material com o maior número de aplicações no mundo atual, em virtude da
sua grande versatilidade. Adicionalmente, o extraordinário leque de propriedades exibido pelos
diversos tipos de aço e conseguido por meio de simples variações de composição ou por meio
do processamento, térmico ou mecânico.
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Assim, dada a grande variedade de aços, foram criados sistemas para sua classificação, os
quais periodicamente são submetidos a revisões.
Os aços podem ser classificados em grupos, em base de propriedades comuns:
a) Composição, como aços carbono e aços-liga
b) Processo de acabamento, com aços laminados a quente ou aços laminados a frio
c) Forma do produto acabado, como barras, chapas grossas, chapas finas, tiras e tubos ou
perfis estruturais.
Há subdivisões desses grupos, como aços-carbono de baixo, médio ou alto teor de
carbono. Os aços-ligas são frequentimente classificados de acordo com o principal ou principais
elementos de liga presentes.
É muito difícil estabelecer uma classificação precisa e completa para todos os tipos de
aços. Para os fins do presente estudo, serão consideradas três formas diferentes para descrever
o aço:
-de acordo com a composição química
- de acordo com a estrutura
- de acordo com a aplicação
Sendo a última analisada com maior importância.
Normas técnicas de fabricação
Os produtos são fabricados em modernos equipamentos, o que lhes confere elevado
padrão de qualidade e características conforme as principais normas nacionais e internacionais,
tais como:
Normas técnicas de fabricação
ASTM American Society for Testing and Materials
AS Australian Standards
BS British Standard
DIN Deutches Institut für Normung E.V.
EN Euronorm
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JIS Japanese Industrial Standards
NBR Norma Brasileira
NM Norma Mercosul
NT CSN Norma Técnica CSN
SAE Society of Automotive Engineers
SEW Material Especification by Organization of the German Iron and Steel Industry
Uma das classificações mais generalizadas é a que considera a composição química dos
aços e, dentre os sistemas conhecidos, são muito usados os da “American Iron and Steel
Institute – AISI” e da “ Society of Automotive Engineers- SAE”.Essas associações seguem
aproximadamente o mesmo método numérico de identificação, que é o seguinte:
Utilização de 4 números
Primeiro algarismo: É um número de l a 9 e identifica o tipo de aço, determinado pelo tipo
de elemento de liga básico.
l = aço carbono
2 =aço níquel
3 = aço niquel - cromo
4 = aço molibdênio
5 = aço cromo
6 = aço cromo-vanádio
7 = aço cromo-tungstênio
8 = aço níquel-cromo-molibdênio
9 = aço silício-manganês
Segundo algarismo: Indica o grupo dentro do tipo.
Um elemento de liga simples é indicado por seu percentual médio.
Exemplo: aço SAE 5140 - o número 1 indica 1% de cromo
Um aço com dois elementos de liga, o segundo número indica uma combinação dos
percentuais dos elementos de liga de acordo com as normas de fabricação.
Exemplo: aço SAE 8640 - o número 6 pode indicar 6% dos elementos de liga.
Terceiro e quarto algarismo: Indica a percentagem média de carbono em centésimos
percentuais.
Exemplo: aço SAE 1035 - o número 35 indica 0,35% de carbono.
Assim, um exemplo da designação por quatro algarismos é descrita abaixo:
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SAE 1045
1 - indica o tipo de aço (aço carbono)
0 - indica o grupo dentro do tipo (aço comum)
45-indica o teor médio de carbono (0,45% de carbono aproximadamente)
Observações:
Na classificação da AISI a letra B no meio numeral indica a presença de Boro na
fórmula. Ex. AISI 50B20
Na classificação da AISI a letra antes do númeral indica o processo pelo qual o aço
foi produzido. Ex. AISI E33l5 - produzido em forno elétrico
Exemplo: AISI C1045 - produzido em forno Siemens-Martin
Por outro lado, os dois primeiros algarismos diferenciam os vários tipos de aço entre si,
pela presença ou somente de carbono como o principal elemento de liga (alem, é claro, das
impurezas normais), ou de outro elemento de liga, como níquel, cromo, além do carbono.
A norma alemã DIN adota uma forma diferente de classificação. Essa é feita de acordo com
a aplicação de aços para construção em geral, e pode ser feita em função do limite de
resistência á tração. Assim, a designação St 42 corresponde a um aço com limite de resistência
á tração entre 42 e 50 kgf/mm2 (410 e 490 MPa)
Já a norma DIN 17200, os classifica de acordo com a composição química: por exemplo,
C35 significa aço-carbono com médio teor de carbono de 0,35%, 34CrMo4 equivale
correspondente a aço com carbono médio.
2. Produtos siderúrgicos
Os produtos siderúrgicos podem ser divididos em três grandes grupos:
Os produtos planos, como o próprio nome indica, apresentam formatos planos, obtidos
através de laminação, e são produzidos basicamente na forma de bobinas e chapas (Fig. 01)
Fig. 01: Produtos planos: bobinas e chapas.
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Os produtos não planos ou longos são produzidos obtidos por processos de conformação,
como laminação e trefilação, são aqueles na forma de perfis, fios, arames e etc. Uma subdivisão
do grupo de não planos é o de longos, isto é, produtos com formas alongadas, como, por
exemplo, os vergalhões para concreto, os tarugos, barras, arames e etc.
Fig. 02: Produtos não-planos: arames e barras.
Os produtos fundidos são aqueles cuja peça é obtida por vazamento do metal líquido em
formas ou moldes. O produto praticamente está no formato final, pois não se pode sofrer
conformação, por não apresentar conformabilidade, ou seja, capacidade de mudar de forma.
Blocos de motores, objetos de arte, autopeças, são produtos típicos de fundição.
Fig. 03: Produtos fundidos.
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2.1 Produtos planos
Distinção entre os produtos feita pela tecnologia de laminação
- Laminados a quente
- Laminados a frio (principalmente para chapas finas).
- Relaminados
Laminados a quente
Fig. 04: Laminação a quente.
São produzidos com equipamento denominado laminador de tiras a quente. São
produzidos através de uma serie de laminadores. As espessuras variam de 1,20 mm a 16 mm e
as espessuras de 800 mm a 2000 mm
Os laminados a quente são obtidos inicialmente na forma de bobinas, e posteriormente
podem ser cortados, decapados ou laminados a frio, dependendo da aplicação do produto.
Os produtos laminados a quente são usados especialmente na indústria automobilística, na
construção civil e em autopeças, tubos, vasilhames, relaminação e implementos agrícolas.
Laminados a frio
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Fig. 05: Laminados a frio.
Laminados a frio usam como matéria prima o laminado a quente decapado, devido a
necessidade da remoção de oxidos superficiais, peloprocesso de decapagem, para o processo
de laminação a frio. As espessuras variam de 0,38 mm a 3,00 mm e as larguras de 800 mm a
1870 mm. A laminação se processa a temperatura ambiente.
Os principais segmentos atendidos com os produtos laminados a frio são o automotivo,
linha branca, construção civil e eletroeletrônicos. Em aplicações que vão desde a qualidade
comercial até aços bake-hardening e qualidade estampagem extraprofunda especial para uso
em automóveis. Assim, destino destes materiais é para aplicações mais nobres que os
laminados a quente, que exigem bom acabamento, como eletrodomésticos e carros, e são
produtos de espessura mais fina.
Relaminados
São aqueles obtidos por relaminação de laminados, tanto a quente quanto a frio, desde que
atendam às propriedades exigidas na relaminação. Os produtos são relaminados em um
relaminador que reduz ainda mais as espessuras, e seguem normas específicas para produtos
relaminados.
Distinção entre os produtos feita pela relação largura / espessura
Placas
São produtos semi-acabados, obtidos em sua maior parte na aciaria, através de
lingotamento contínuo, podendo também ser obtidas por laminação de debaste de lingotes. São
normalmente classificadas como semi-acabadas, pois sofrerão conformação posterior através da
laminação.
As espessuras variam de 200mm a 260mm em condições normais.
Chapas grossas
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Fig. 06: Chapas grossas.
As chapas grossas são obtidas através do laminador de chapas grossas.
As espessuras variam de 6 mm a 200 mm, daí o nome chapas grossas, as larguras variam
de 1000 a 3800 mm e os comprimentos de 5000 mm a 18000 mm.
Chapas finas
A chapa fina possui espessura compreendida entre 0,30 mm e 6 mm, inclusive os
extremos, e largura igual ou superior a 300 mm. As chapas finas são obtidas, em geral, por
laminação a frio e podem ser encruada por laminação a frio ou totalmente recozida.
As chapas finas, obtidas por laminação a frio, por sua vez, podem ser diferenciadas pelo
tratamento superficial de proteção que recebem, em:
- chapas galvanizadas, ou seja, recobertas por zinco (ou ligas de zinco)
- chapas folhas-de-flandres, ou seja, folha de aço com revestimento de estanho e filme de
passivação, constituído de compostos de cromo, em ambas as faces.
Aços de uso geral
Aços de uso geral, com carbono e manganês, sem adição de elementos microligantes,que
atendem apenas à composição química, são utilizados em conformação simples, suas principais
aplicações são em relaminação, construção civil, tubos, componentes e peças.
São destinados a usos menos nobres, não exigindo responsabilidade em termos
estruturais.
2.2 Produtos não planos ou longos
Os produtos semi-acabados para laminação de não-planos, equivalentees às placas de aço
para os aços planos, são os lingotes, blocos e tarugos de aço, obtidos por lingotamento contínuo
ou convensional. A partir destes semi-acabados, os produtos longos são obtidos por processos
de conformação mecânica, principalmente laminação e trefilação. Os principais produtos longos,
ou não-planos, são: barras, vergalhões, fio-maquina, perfis, trilhos e tubos sem costura.
Barras
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Fig. 07: Barras com seção redonda e chata e barras trefiladas.
As barras podem ser fornecidas com seção redonda ou chata. Barras redondas são
utilizadas para fabricação de eixos, pacas para mecânica em geral, molas helicoidais,
implementos agriculas e rodoviários, ferramentas e fixadores. Barras chatas são utilizadas em
maquinas, implementos agricolass e rodoviários e indústria mecânica em geral.
Barras trefiladas são processadas a frio através de equipamentos denominados trefiladores.
A trefilaçao é realizada na temperatura ambiente, onde o fio ou barra é passada através de
orifícios e submetido à tração, com isso a seção do produto é reduzida.
Fio – maquina
Fig. 8: Fio – maquina.
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O fio maquina obtido por laminação a quente com seção transversal circular é um semi-
acabado utilizado por diversos setores industriais na fabricação de produtos por trefilação, como
arames e cordoalhas, entre outros, tanto para construção mecânica como para construção civil.
Vergalhões
Fig. 9: Vergalhões são amplamente utilizados na construção civil , na forma de armações
para concreto armado.
Tubos
Fig. 10: Tubos.
Tubos podem ser fabricados diretamente por laminação, em laminadores especiais,
fornesvendo os chamados tubos sem costura, por não terem necessidade de serem soldados,
ou então fabricados por conformação e soldagem de chapa, o que fornece tubos com costura.
Perfis
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Fig. 11: Perfis.
Perfis laminados são fabricados diretamente no laminador de perfis. Utilizados na
construção civil e pelo setor mecânico, não contem soldas. Por outro lado, perfis soldados são
fabricados a partir de chapas que são soldadas. São muito utilizados na construção civil.
Os trilhos de aço são, também, obtidos através de laminação de perfis, na qual os cilindros
são fabricados com sulcos no formato de trilhos.
2.3 Produtos fundidos
Fig. 12: Aço fundido.
São geralmente vazados em moldes de areia ou metálicos, onde adquire a forma exata da
cavidade do molde. Quando se trata de peças fundidas, os moldes conferem às mesma, suas
formas praticamente definidas, necessitando eventualmente, pequenos acertos, através de
operações de usinagem para acabamento.
3. Aço e suas Aplicações
Podem ser considerados os seguintes subgrupos:
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- Aços para fundição, caracterizados por apresentarem boa combinação de resistência,
ductilidade e tenacidade, além disso, apresentam boa usinabilidade e adequada soldabilidade,
muitos tipos são susceptíveis de tratamentos térmicos de têmpera e revenido.
- Aços estruturais, ao carbono ou com pequenos teores de elementos de liga, com boa
ductilidade e soldabilidade e elevado valor de relação limite de resistência à tração para limite de
escoamento.
- Aços para trilhos, cujas condições de serviço exigem característicos de boa resistência
mecânica, boa resistência ao desgaste, etc., são tipicamente, aços de carbono.
- Aços para produtos planos, que devem apresentar excelentes deformabilidade, boa
soldabilidade, entre outras qualidades.
- Aços para tubos, com, em princípio, as mesmas qualidades dos aços para chapas, são
normalmente ao carbono, embora, nestes últimos, algumas aplicações podem exigir a presença
de elementos de liga.
- Aços para arames e fios, os quais, conforme aplicações, podem apresentar
características de resistência a tração realmente notáveis.
- Aços para molas, caracterizados por elevado limite elástico.
- Aços de usinagem fácil, caracterizados pela sua elevada usinabilidade, teores acima
dos normais dos elementos S e P, principalmente o primeiro e, eventualmente, à presença de
chumbo.
- Aços para cementação, normalmente de baixo carbono e baixos teores de elementos de
liga, de modo a apresentarem os melhores característicos para enriquecimento superficial de
carbono, além de um núcleo tenaz, depois da cementação e da têmpera.
- Aços para nitretação, simplesmente ao carbono ou com os elementos de liga como Cr,
Mo e Al.
- Aços para mancais, empregados em mancais de esfera ou de rolete.
- Aços para ferramentas e matrizes, caracterizados por alta dureza a temperatura
ambiente, assim como nos tipos mais sofisticados, alta dureza à temperatura elevada,
satisfatória tenacidade e onde as propriedades comuns de resistência mecânica e
principalmente de ductilidade pouco significado apresentam. Os tipos mais sofisticados
apresentam elementos de liga em teores muito elevados, sendo mais importantes e famosos os
“os aços rápidos” com elevado teor de W, mais Cr e V e, eventualmente, de Mo, Co e outros
elementos de liga. Apresentam alta capacidade de corte. Outros, alta capacidade de suportarem
deformações.
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- Aços resistentes ao desgaste, entre os quais o mais importante é o que apresenta Mn
em quantidades muito acima do normal (entre 10 a 14%), além do alto teor de C (entre 1,0 a
1,4%C).
- Aços resistentes à corrosão (chamados “inoxidáveis”), com elevados teores de Cr ou Cr-
Ni.
- Aços resistentes ao calor (também chamados “refratários”),caracterizados por
apresentarem elevados teores de Cr e Ni e por possuírem elevada resistência à oxidação pelo
calor e por manterem as propriedades mecânicas a temperaturas acima da ambiente, às vezes,
relativamente elevadas.
- Aços para fins elétricos, empregados na fabricação de motores, transformadores e
outros tipos de máquinas e aparelhos elétricos, caracterizados por apresentarem Si em teores
acima dos normais (até 4,75%), ou altos teores de Co (até 50%Co), ou altos teores de Ni.
- Aços para fins magnéticos, com alto teor de C, Cr médio, eventualmente W
relativamente elevado, Mo e Co (até cerca de 40%Co), esses aços, quando temperados,
apresentam o característico de imantação permanente representado pelo produto (BH) bastante
elevado.
- Aços ultra resistentes, desenvolvidos principalmente pela necessidade de aplicações na
indústria aeronáutica, mas cuja utilização está se estendendo a outros setores de engenharia,
nesses aços procuram-se uma elevada relação resistência/peso, alguns podem apresentar
limites de escoamento superiores a 150 kgf/mm2 (1.470 MPa), as excepcionais propriedades
mecânicas são conseguidas mediante o emprego de tratamentos térmicos em composições
contendo diversos elementos de liga em teores geralmente baixos. Exemplo: aço “maraging” em
que os elementos de liga estão em teores mais elevados: até 18%Ni ou mais, além de Co, Mo,
Ti, e baixo carbono. São obtidos por um tratamento de endurecimento por precipitação, atingindo
limite de tração até 280 kgf/mm2 (2.745 MPa) e excelente ductilidade.
- Aços criogénicos, caracterizados por sua resistência ao efeito de baixas temperaturas.
- Aços sinterizados, produtos da metalurgia do pó, incluindo ferro praticamente isento de
carbono, aços comuns e alguns aços especiais, de aplicação crescente na indústria moderna.
- Aços para estampagem, indicados em aplicações em que ocorrem desde deformações
relativamente pequenas até situações de conformação bastante severas.
3.1. Aços para fundição
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Aço fundido é aquele que é vazado em moldes de areia ou metálicas, onde solidifica e
adquire a forma exata da cavidade do molde, de modo a apresentar a forma praticamente
definitiva, sem necessidade de qualquer transformação mecânica posterior.
Fig.13: Aço fundido
Emprego de aços fundidos
Produção de peças de grande variedade de formas e dimensões, com razoável resistência
e tenacidade a um custo relativamente baixo.
Sob o ponto de vista de propriedades mecânicas, admite-se que o aço fundido seja de
qualidade inferior ao trabalhado. Além disso, é freqüente as peças fundidas apresentarem
alguns defeitos superficiais ou internos, típicos dos processos de fundição.
Ao rigor, as peças de aço fundido devem possuir certos requisitos como:
homogeneidade em toda a sua extensão (projeto adequado da peça e do molde);
granulação fina (TT adequado);
completa isenção de tensões internas (TT adequado).
Tipos de aços para fundição
Aços de baixo carbono (C inferior a 0,20%);
Aços de médio carbono (C entre 0,20 e 0,50%);
Aços de alto carbono (C acima de 0,50%);
Aços-liga de baixo teor em liga (teor total de liga inferior a 8%);
Aços-liga de alto teor em liga (teor total de liga superior a 8%), não serão abordados
esses aços no presente trabalho.
3.1.1 Aços-carbono de baixo carbono para fundição
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Composição química, em geral:
Tabela 1.1: Composição de aços carbono de baixo carbono para fundição (%).
Propriedades notáveis:
As peças fundidas com baixo teor de C apresentam boa soldabilidade;
As propriedades magnéticas tornam as peças indicadas para a fabricação de
equipamento elétrico;
As peças podem ser endurecidas superficialmente por cementação;
Para melhorar a usinabilidade, aumentam o teor de enxofre até 0,08%S.
A Fig.7.1 mostra as propriedades mecânicas de aços-carbono de baixo C para fundição.
Não há muita diferença entre as propriedades destes aços no estado recozido, normalizado ou
fundido. Contudo, as peças fundidas são recozidas e normalizadas para refinar ou normalizar a
estrutura e aliviar as tensões internas, quando se trata de peças com diferentes seções.
C Mn Si P S Fe
0,16 a 0,19 0,50 a 0,80 0,35 a 0,70 0,05 max. 0,06 max. Rest.
Du
reza
, HB
140
120
100
Du
ctili
dad
e, %
80
60
40
20
Estricção
Alongamento
500
400
300
Res
istê
nci
a m
ecân
ica,
MP
a
Limite de escoamento
Lim. res. à tração
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Fig. 1.1: Propriedades mecânicas de aço-carbono de baixo carbono para fundição.
Aplicações:
em equipamentos ferroviários, onde as formas são, em geral, simétricas e as condições
para o aparecimento de tensões foram bem determinadas, de modo a serem evitadas;
em formas e dimensões as mais variadas, para aplicações gerais que exigem tratamento
de alívio de tensões;
peças para equipamento elétrico.
3.1.2. Aços-carbono de médio carbono para fundição
Composição química, em geral:
Tabela 1.2: Composição de aços carbono de médio carbono para fundição (%).
C Mn Si P S Fe
0,20 a 0,50 0, 50 a 1,50 0,35 a 0,80 0,05 max. 0,06 max. Rest.
Nas peças fundidas com aços de médio teor de C é sempre aplicado o TT de alívio de
tensões, para refinar a estrutura e melhorar a ductilidade. Muitas peças são revenidas após a
normalização.
Propriedades notáveis:
As peças fundidas com médio teor de C apresentam boa soldabilidade e usinabilidade;
O manganês nos teores mais elevados, melhora a resistência mecânica.
Alo
nga
men
to, %
40
30
20
Normalizado e temperado
Normalizado
Estado recozido
Estado fundido 800
Lim
. Res
istê
nci
a á
traç
ão, M
Pa
Normalizado
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Fig. 1.2: Efeito do teor de C em propriedades mecânicas de aço-carbono de médio C para
fundição.
3.1.3. Aços-carbono de alto carbono para fundição
Tabela 1.3: Composição de aços carbono de médio carbono para fundição (%)
C Mn Si P S Fe
Acima de 0,50 0,50 a 1,50 0,35 a 0,70 0,05 max. 0,05 max. Rest.
A Fig. 3.3 mostra as propriedades mecânicas no estado recozido, desses tipos de aço. As
peças fundidas podem ser ocasionalmente submetidas a normalização e revenido; a têmpera
em óleo e o revenido melhoram apreciavelmente a resistência mecânica.
Du
ctili
dad
e, %
30
20
10
900
Res
istê
nci
a m
ecân
ica,
MP
a
Du
reza
, HB
Limite de resistência à tração
150
225
200
175
Estricção
Alongamento
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Fig. 1.3: Efeito do teor de C em propriedades mecânicas de aço-carbono de alto C para
fundição, no estado recozido.
Aplicações principais:
- para as peças quando se exige altas dureza e resistência à abrasão, em peças como
matrizes ou estampas, cilindros de laminadores, partes de maquinas operatrizes, etc.
3.1.4. Aços-liga para fundição de baixo teor em liga (teor total de liga inferior a 8%)
Composição química:
Dentre os elementos de liga utilizados, o Mn é considerado o mais econômico e
apresentando, por outro lado, um efeito muito importante sobre a temperabilidade do aço. É
comum a utilização de aços ao Mn (de 1% a 3%Mn) para fundição.
Outros elementos de liga comumente adicionados são:
V, Ti, Al – quando se deseja refino dos grãos em aços normalizados
Ni, ou Mo, Cr e Cu, além do Mn - aumentam a temperabilidade do aço, permitindo o seu
resfriamento no ar,
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Cu – melhora ligeiramente a corrosão e confere o endurecimento por precipitação (limites
de escoamento e a tração mais elevadas)
Cr, Mo, V e W, adicionados simultaneamente, conferem às peças fundidas boas condições
de serviço, quando estão sujeitas a temperaturas de vapor até 650o C,
Ni e Ni+V são elementos indicados para aço usado para peças sujeitas a temperaturas sub-
zero, devido a boa tenacidade,
Cr, junto com outros elementos (Mo, Ni, V, Mn) – é o elemento mais indicado para melhorar
a resistência a desgaste,
Ni+V, Mn+Mo e Ni+Mn são recomendados para aços de alta resistência a desgaste e alta
resistência mecânica.
Propriedades notáveis: estes aços foram elaborados para as peças que suportam:
maiores pressões,
maiores esforços de tração,
temperaturas de serviço tanto baixas, como elevadas,
apresentando maior dureza,
maior tenacidade,
maior resistência ao desgaste,
maior resistência a choque,
superior temperabilidade;
resistência à tração pode variar de 500 até 1400MPa.
Aplicações principais:
máquinas - ferramenta,
turbinas de vapor,
equipamento de transporte, de escavação,
para indústria naval,
para refino de petróleo,
para indústria de papel,
para indústria aeronáutica,
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
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outros campos de engenharia e de indústria
3.1.5. Alguns tipos mais comuns de aços-liga para fundição:
- Aços para fundição ao níquel
Sua composição típica (%):
C Mn Si Ni Fe
0,15 a 0,60 0,50 a 1,00 0,20 a 0,75 0,50 a 3,5 Rest.
Aplicações: material ferroviário, em maquinarão de escavação e mineração, equipamento
naval e outras peças para indústria siderúrgica, mecânica, etc.
- Aços para fundição ao manganês
Sua composição típica (%):
C Mn Si Fe
0,25 a 0,50 1,00 a 3,00 0,25 a 0,70 Rest.
São conhecidos com o nome “Hadfield”. O Mn, ainda, tem efeito evitar a fragilidade a
quente causada pelo S. Admita-se que acima de 0,6%Mn começa a atuar como elemento de
liga. Neste sentido, a ação de Mn é dupla: reforça a ferrita, onde se dissolve e forma carbeto
complexo de Fe e Mn.
Aplicações: peças para equipamento de escavação e construção de estradas que exigem
tenacidade aliada à resistência ao desgaste.
- Aços para fundição ao cromo
Sua composição típica (%):
C Cr Fe
0,20 a 0,60 0,50 a 3,5 Rest.
O Cr aumenta a resistência mecânica a custa, entretanto, da queda da ductilidade, e
aumenta a resistência a corrosão. A sua ação na microestrutura - o Cr refina o tamanho do grão.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
23
Aplicações: em peças sujeitas à corrosão pela água ou a temperaturas elevadas, com
resistência ao desgaste elevada.
- Aços para fundição ao cromo com elevado cromo e baixo carbono (4,0 a 6,5%Cr).
Adições de W (até 1,25%W) e Mo (até 0,70%Mo) melhora a resistência mecânica e à corrosão.
Aplicações: nas peças sujeitas a temperaturas ligeiramente elevadas e desgaste como em
usinas de força e refinarias de petróleo.
-Aços para fundição ao vanádio
Sua composição típica (%):
C Mn Si V Fe
0,20 a 0,40 0,50 a 1,00 0,25 a 0,75 0,10 a 0,20 Rest.
A principal ação do vanádio é refinar o grão e melhorar a resistência ao choque dos aços.
Está presente na forma de seus carbetos.
Aplicações: nas peças ferroviárias (locomotivas, outras), equipamento de mineração, etc.
-Aços para fundição ao níquel-cromo
Sua composição típica (%):
C Mn Si Cr Ni Fe
0, 30 a 1,00 0,60 a 1,00 0,30 a 0,70 0,50 a 2,00 0,50 a 3,5 Rest.
Esses aços atualmente são substituídos por aços níquel-cromo-molibdênio.
-Aços para fundição ao níquel-cromo-molibênio
São estes os aços mais comuns devido aos seus característicos de grande
endurecibilidade no resfriamento no ar, Por outro lado, a têmpera e o revenido podem produzir
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
24
resistência mecânica apreciável, mesmo em grandes seções. Os aços mais gerais pertencem às
duas classes: 8600 e 4300.
Para a classe 4300, a composição típica (%) é:
C Mn Ni Cr Mo Fe
0,33 0,75 1,75 0,70 0,30 Rest.
Para a classe 8600, a composição típica (%) é:
Aplicações: em peças sujeitas a esforços de fadiga, ao choque, ao desgaste e a
temperaturas elevadas, em equipamentos de escavação e construção, cilindros de laminadores,
maquinários de exploração, de petróleo, etc. Sua limite de resistência à tração, no estado
temperado, chega até 820 MPa (classe 4300) e 1090 MPa (classe 8600), com alongamento em
torno de 17%.
-Aços para fundição ao manganês- níquel
Sua composição típica (%):
C Ni Mn Fe
0, 20 a 0,40 0,50 a 2,50 1,00 a 1,70 Rest.
O Ni nos aços ao manganês aumenta a sua resistência ao choque e diminui a fragilidade
de revenido.
Aplicações: em peças sujeitas a esforços consideráveis, como em certas partes de
equipamentos ferroviário, de construção e escavação. Sua resistência a tração (normalização e
revenido) chega a 700 MPa com o limite de escoamento de 440MPa.
C Mn Ni Cr Mo Fe
0,30 0,90 0,55 0,50 0,20 Rest.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
25
-Aços para fundição ao níquel-molibdênio
Sua composição típica (%):
C Mn Ni Mo Fe
0,15 a 0,40 0,60 a 1,00 0,50 a 2,5 0,20 a 0,60 Rest.
O Mo, adicionado aos aços-níquel, melhora suas propriedades mecânicas não só a
temperatura ambiente como também a altas temperaturas, além de melhorar a sua
endurecibilidade. Estes aços são temperadas e revenidas, possuem a tendência de endurecer
pelo resfriamento no ar.
Aplicações: são indicadas para a fabricação de peças fundidas de dimensões avantajadas
e formas complexas, onde não se aconselha a têmpera em água.
-Aços para fundição ao cromo-molibdênio
Sua composição típica (%):
C Cr Mo Fe
0,20 a 1,0 0,75 a 1,70 0,20 a 0,60 Rest.
O Mo, além de melhorar todas as propriedades mecânicas, reduz a tendência típica para
aços-cromo à fragilidade de revenido.
Características: alta resistência à fluência, elevados valores de limite de escoamento e
excelente resistência ao desgaste.
Aplicações: estes aços fundidos são empregados onde se verificam temperaturas
moderadamente elevadas. Tratamento: têmpera e revenimento.
Ainda, existem aços fundidos com dois ou mais elementos de liga como aços de cromo-
vanádio, ou manganês-vanádio, ou manganês-cromo-molibdénio, etc.
Aplicações: estes aços fundidos são empregados onde se verificam temperaturas
moderadamente elevadas, com melhores características mecânicas, ou endurecibilidade, ou à
corrosão ou à calor, do que os aços com um só elemento de liga.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
26
3.2. Aços estruturais
Entre os materiais de construção, o aço tem uma posição de relevo: combina resistência
mecânica, trabalhabilidade, disponibilidade e baixo custo.
Aços estruturais são aplicados em todos os campos de engenharia, nas estruturas, fixas,
como de edifícios, pontes, ou móveis, como na indústria ferroviária, automobilística, naval,
aeronáutica e etc.
São caracterizados por apresentarem alta resistência mecânica assim, são indicados
principalmente para usos planos e aplicações que requeiram dobramentos simples, corrugações
ou conformações leves, como silos, perfis estruturais para construção civil e estruturas de
ônibus.
Os aços estruturais utilizados no Brasil são produzidos segundo normas estrangeiras
(especialmente a ASTM (American Society for Testing and Materials) e DIN (Deutsche Industrie
Normen) ou fornecidos segundo denominação dos próprios fabricantes.
Aços carbono comuns simplesmente laminados, sem TT, são utilizados na maioria das
aplicações, onde a importância da resistência mecânica é pequena e o fator peso não é
primordial.
Em outras aplicações, exige-se uma relação resistência/peso satisfatória. (indústria de
transporte, em geral), além de resistência a corrosão, choque térmico repentinos. Nestas
aplicações, os aços indicados são os de baixo teor em liga, conhecidos como “de alta resistência
e baixo teor de liga”.
Assim, todos os aços estruturais são divididos inicialmente em 2 grupos:
- Aços – carbono
- Aços de alta resistência e baixo teor em liga
3.2.1. Aços carbono para estruturas
Requisições:
- ductilidade e homogeneidade;
- valor elevado da relação entre limite de resistência e limite de escoamento
- soldabilidade
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
27
- suscetibilidade de corte por chama, sem endurecimento,
- resistência razoável à corrosão.
Com a adição de cobre (até 0,25%), a resistência à corrosão aumenta 2 vezes comparando
com aço-carbono comum e satisfaz as necessidades.
Aços de baixo e médio carbono
Para a maioria das aplicações estruturais, o teor de carbono desses aços varia de 0,15 a
0,40%C, com os outros elementos (Mn, Si e S) nos teores considerados normais.
Nas estruturas, os perfis de aço-carbono utilizados são os mais diversos: barras redondas
(inclusive em concreto armado), quadradas, hexagonais, ovais, barras chatas, cantoneiras, tês,
eles, duplos tês, etc.
Todos estes perfis são produzidos por laminação e empregados neste estado, geralmente
sem qualquer tratamento térmico (TT) ou mecânico (TTM) posterior.
Aços de alto carbono
Os aços de alto carbono – em torno de eutetóide ou acima – já são considerados materiais
de natureza e aplicações especiais. São utilizados na forma de fios e barras geralmente com TT
particular, ou no estado encruado, em estruturas do tipo de pontes pênseis, concreto protendito,
cabos, etc.
Para o emprego em concreto armado, os aços-carbono podem ser classificados da
seguinte maneira:
1. aços –carbono de dureza natural, laminados a quente;
2. aços encruados a frio;
3. aços para concreto protendido (ou “patenting”, ou patenteados).
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
28
1. Ao primeiro grupo, pertencem os aços CA-25 e CA-32, com limites mínimos de
escoamento de 25kgf/mm2 (250 MPa) e 32kgf/mm2 (310 MPa), e o aço CA-50, fabricado muito
no Brasil.
2. Os aços encruados a frio caracterizam-se por apresentarem superior resistência.
Dividem-se em:
aços encruados por tração (aços trefilados);
aços encruados por torção;
aços encruados por compressão (chamados aços “mordidos”).
Nestes casos são utilizados aços CA-25, CA-32, CA-40, CA-50 e CA-60.
3. Para concreto protendido, no Brasil, fabricam-se seguintes aços:
Aço trefilado patenteado (inicialmente patenteados e em seguida trefilados);
Aço aliviado de tensões (inicialmente patenteados e em seguida trefilados, com um TT
para alívio de tensões);
Aço estabilizado (o fio estirado e mantido sob comprimento constante, ceded com o
tempe e perde tensão).
Tabela 2.1: Comparação das propriedades importantes dos aços carbono encruados, empregado para concreto armado.
Tipo de encruamento
Propriedades importantes
Limite convencional, n
Alongamento
Limite de
resistência à tração
Aços encruados por tração
(aços trefilados)
60 kgf/mm2
(590 MPa) 6 a 8%
65 a 75 kgf/mm2
(640 a 740 MPa)
Aços encruados por torção 40,50 e 60 kgf/mm2
(390, 490 e 590 MPa) 8 a 10%
1 0% acima do limite convencional
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
29
Aços encruados por compressão (aços “mordidos”)
50 kgf/mm2
(490 MPa) 4 a 6%
55 a 66 kgf/mm2
(540 a 650 MPa)
Sua composição química (em %) está dentro da seguinte faixa:
Tabela 2.2: Composição química de aços carbono para estrutura.
C Mn Si S P Fe
0,60 a 0,90 0,50 a 0,90 0,10 a 0,35 0,05 max. 0,05 max. Rest
São todos produzidos por chamado “fio-máquina”, submetidos antes da trefilação ao
tratamento “patenteamento”. A diferença entre os três tipos reside no TT final.
Os aços para concreto protendido são designados com as letras CP, às quais se seguem
algarismos que indicam aproximadamente a tensão de ruptura, em kgf/mm2. No Brasil fabricam-
se fios das categorias CP-150, CP-160 e CP-170. As tensões de escoamento ou de limite
convencional, n, devem ser 10% abaixo das de ruptura.
3.2.2. Aços de alta resistência e baixo teor em liga para estruturas
A tendência atual é usar aços mais resistentes, para diminuir o peso das construções.
Efeitos esperados de uso de aço-liga, sem afetar muito sua trabalhabilidade e soldabilidade, são
seguintes:
aumentar a resistência mecânica e diminuir secções das peças;
melhorar a resistência à corrosão atmosférica;
melhorar a resistência ao choque e o limite de fadiga.
Tabela2.3:Composição típica dos aços de alta resistência e baixo teor de liga, em %.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
30
C P Si Mn Cu Cr Ni Mo
0,28 a 0,60 0,01 a 0,12 0,01 a 0,9 0,35 a 1,60 0 a 1,25 0 a 1,80 0 a 5,25 0 a 0,65
Zr Al S Ti B Nb Fe
0 a 0,12 0 a 0,20 0 a 0,03 0 a 0,05 0 a 0,005 0 a 0,10 Rest.
Função dos elementos de liga:
C – é principal responsável pelo aumento da resistência mecânica e pela queda da
ductilidade, trabalhabilidade, resistência ao choque e soldabilidade. Pelos seus efeitos
Negativos, é mantido baixo.
Mn – atua como C, mas na escala menor. Elemento fortalecedor da ferrita.
P – aumenta a resistência mecânica, mas prejudica a ductilidade do aço, produzindo
“frajilidade a frio” sobretudo quando o C é alto.
Si – aumenta a resistência mecânica e à oxidação a temperaturas elevadas. Entretanto, é
mantido em quantidades baixas, suficientes para acalmar os aços.
Cu – seu principal efeito é melhorar a resistência à corrosão atmosférica. Ainda, aumenta
propriedades mecânicas por precipitação.
Cr – em teores baixos, aumenta a resistência mecânica, o limite elástico, a tenacidae e a
resistência ao choque do aço. Em teores elevadas, aumenta a resistência ao desgaste, por
formar carbonetos duros.
Ni – melhora propriedades mecânicas, resistência à corrosão, além de refinar a
granulação. Para melhorar resistência à corrosão atmosférica é quase tanto benéfico como o
cobre, sem inconvenientes do Cu (fundição com o aparecimento nos contornos de grãos,
durante o aquecimento e deformação a quente do aço). Nos teores de Cu superiores a 0,5%, o
Ni é adicionado para ligar-se ao Cu e formar uma liga com T de fusão maior.
Mo – aumenta a resistência mecânica e reduz a susceptibilidade à “fragilidade de
revenido”, além de melhorar as propriedades as temperaturas mais elevadas.
Zr – atua como desoxidante e garante granulação fina.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
31
Al – atua como desoxidante e refina os grãos. È considerado o mais eficiente para
controlar o crescimento de grão.
V – aumenta a resistência dos aços, atuando em dois sentidos: fortalece a ferrita por
endurecimento per precipitação e refina a sua granulação. (precipitação de carboneto ou nitreto
de vanádio).
N – até 0,2% atua para melhorar a resistência mecânica. Junto com o vanádio, promove o
endurecimento por precipitação.
Nb – pequenos teores de Nb elevam o limite de escoamento e, em menor proporção, o
limite de resistência à tração. Com 0,02Nb, o limite de escoamento aumenta em até 10 kgf/mm2
(105MPa).
Terras raras: cério, lantânio ou praseodímio, ou “mish-metal” (liga de cério, lantânio e
neodímio) – produzem sulfetos de pontos de fusão mais elevados, os quais na laminação a
quente, não se alongam, melhorando os característicos de tenacidade na secção transversal.
Tipos de aços de alta resistência e baixo teor em liga
Estes aços pode ser agrupados em 4 categorias:
a) Aços estruturais perlíticos, na condição laminada, com o limite de escoamento de 28 a
35 kgf/mm2.
b) Aços-carbono normalizados ou temperados e revenidos, com o limite de escoamento
mínimo de 29,5 a 70,0 kgf/mm2.
c) Aços de baixo teor de liga temperados e revenidos, com o limite de escoamento
mínimo de 56 a 77 kgf/mm2.
d) Aços microligados, com uma combinação de micro - adições de determinados
elementos de liga, de alto limite de escoamento, obtidos em condições controladas de laminação
e forjamento.
Aços de média resistência para uso geral
Descrição Material
Perfis, Chapas e barras
redondas
ASTM A- 36
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
32
Tabela 2.4: Descrição dos aços estruturais segundo seu uso.
Aplicações:
São amplamente utilizados em componentes estruturais que precisam ter desempenho
mecânico aliado a boas características de soldabilidade, como pontes, torres de linhas de
transmissão, caçambas e estruturas de máquinas.
Claro que há casos específicos, mas de maneira geral pode-se dizer que os perfis de aço utilizados na
construção de edifícios de andares múltiplos são os mesmos empregados na construção de galpões e outras
estruturas.
3.3. Aços para trilhos
Os trilhos são afixados de forma paralela entre si, formando as vias-férreas por onde
podem transitar trens, bondes, litorinas, etc, dependendo da finalidade a que foram construídas.
Os trilhos também podem ser utilizados para formar o caminho de rolamento de uma ponte
rolante. Dessa forma, os trilhos são sujeitos a condições relativamente severas: choque e
esforços de flexão, desgaste de superfície. Ainda, as extremidades dos trilhos sofrem ainda mais
por amassamento e choque.
Tabela 3.1: Composição química dos aços para trilhos, (em %).
C Mn P S Si Fe
0,67 a 0,80 0,70 a 1,00 0, 035 max. 0, 040 max. 0,10 a 0,35 Rest.
acima de 50 mm
Chapas finas ASTM A-570 e SAE 1020
Barras redondas (6 a 50 mm) SAE 1020
Tubos redondos sem costura DIN 2448, ASTM A-53 grau B
Tubot Tubos quadrados e
retangulares, com e sem costura
DIN 17100
Aços estruturais, baixa liga, resistentes à corrosão atmosférica, média resistência mecânica
Chapas USI-SAC 41 (USIMINAS)
Chapas Aço estrutural com limite de escoamento de 245 MPa (COSIPA)
Aços estruturais, baixa liga, resistentes à corrosão atmosférica, alta resistência mecânica
Chapas ASTM A-242, ASTM A-588 COS-AR-COR (COSIPA),
USI-SAC-50 (USIMINAS) e NIOCOR (CSN)
Perfis ASTM A-242, A-588 (COFAVI)
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
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O Mn melhora a resistência ao desgaste e garante a ausência total da “fragilidade a
quente” causada pelo FeS, o que é fundamental visto que esses aços são laminados a quente.
Tabela 3.2: Propriedades típicas dos aços para trilhos.
Propriedade Grandeza
Limite de escoamento 59,5 (495) kgf/mm2 (MPa)
Limite de resistência à tração 98,0 (960) kgf/mm2 (MPa)
Alongamento 9 %
Estricção 12 %
Dureza Brinell 300 HB
Resistência ao choque (Izod) 0,28 (2,75) kgfm ( J )
Tabela 3.3: Composições químicas típicas de trilhos de aço comum e de alta resistência.
Fabricante
Tipo
Composição química, %
C Mn Si Cr V Nb Mo
Padrão “American Railway
Engineering Association”, AREA
0,80 0,90 0,20 - - - -
C.F.&I. Alto Si 0,75 0,80 0,65 - - - -
Cr-Mo 0,78 0,84 0,65 0,74 - - 0,18
Algoma Cr 0,75 0,65 0,25 1,15 - - -
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
34
British Steel Cr 0,75 1,25 0,35 1,15 - - -
Krupp Cr-Si 0,70 1,05 0,75 1,00 - - -
Thyssen Cr-Si-V 0,65 1,05 0,60 1,15 0,20 - -
Klockner Cr-Mo-V 0,65 0,80 0,30 1,00 0,10 - 0,10
Sydney Mn-Cr-V 0,70 1,65 0,20 0,30 0,10 - -
Cr-Si-Nb 0,70 1,10 0,55 0,80 - 0,06 -
Aço brasileiro
(CSN) Si-Nb 0,74 1,30 0,80 - - 0,03 -
Rússia AREA 0,75 0,90 0,30 - - - -
3.4. Aços para produtos planos
Aços para chapas são caracterizados geralmente pela ductilidade e grande facilidade de
conformação. Não apresentam elevados valores para as propriedades mecânicas, mesmo
porque as cargas que irão suportar são comumente baixas (o próprio peso). Devido às
condições de trabalho, esses produtos devem possuir certa resistência à corrosão atmosférica e,
para determinadas aplicações, resistência ao ataque de outros agentes químicos. Como o aço
utilizaado na fabricação de chapas comuns não possui característicos de resistência à corrosão
suficiente, costuma-se aplicar-lhes um revestimento protetor, cujo tipo depende principalmente
das condições de trabalho, da aparência desejada e do custo.
As requisições essenciais para aços para chapas:
Elevada trabalhabilidade, para maior facilidade de conformação;
Boa soldabilidade para maior facilidade de sua montagem em estruturas;
Superfície sem defeitos, no caso da sua aplicação em estampagem profunda;
Aspecto superficial conveniente, para a maioria das aplicações, obtido por acabamentos ou
revestimentos superficiais;
Baixo custo.
Aços para chapas
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
35
Para a maioria das aplicações, se usam aços-carbono de baixo carbono, havendo,
contudo, importantes aplicações de aços de médio e alto teor de carbono.
Ferro Armco
Aço de baixo carbono, ou doce.
Aço estrutural.
Tabela 4.1: Composição dos aços-carbono para chapas.
Aço Elementos de liga, %
C Mn P S Si Outros Fe
Ferro Armco 0,012 0,017 0,005 0,025 Traços Rest.
Aço doce 0,03 a 0,12 0,20 a 0,60 0,04 max. 0,15 max. traços Rest.
Nessa categoria, pode-se considerar o ferro comercialmente puro, cujo tipo mais comum é
chamado “ferro Armco”. O ferro Armco, marca registrada pela “American Rolling Mills Company”,
é um material de grande pureza, pois apresenta um teor de impurezas, incluindo o C, inferior a
0,16%.
A maior parte do aço em chapas e folhas é do tipo “de baixo carbono”, ou “doce”. Que é
mais barato do que o ferro Armco, entretanto possui propriedades semelhantes. Evidentemente,
a sua resistência à corrosão é inferior à do ferro Armco, puro. Entretanto, uma pequena adição
de Cu (0,25%Cu) melhora esta característica.
Tabela 4.2: Propriedades do ferro Armco
Propriedades Grandeza
Limite de escoamento 18,0 a 22,5 (180 a 225) kgf/mm2 (MPa)
Limite de resistência à tração 29,5 a 35 (285 a 340) kgf/mm2 (MPa)
Alongamento 22 a 28 (até 40) %
Estricção 65 a 78 %
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
36
Dureza Brinell 82 a 110 HB
Tabela 4.3. Característicos de chapas finas e tiras de baixo carbono, laminadas a quente
Especificação de qualidade
Especificação
aplicável ASTM Tipo AISI-SAE Forma do produto Espessura
Comercial
A569 1008-1012 Chapa fina
Tira
1,50 – 5,82
0,86 – 5,82
A635 1008 – 1012 Chapa fina
Tira
5,84 – 12,7
0,86 – 5,82
A659 1015 -1023 Chapa fina
Tira
1,50- - 5,82
0,86 – 5,82
Estampagem A621 1006 - 1008 Chapa fina
Tira
1,91 – 4,75
...
Estampagem especialmente acalmada
A622 1006 - 1008 Chapa fina
Tira
1,91 – 4,75
...
Tabela 4.4: Característicos de chapas finas e tiras de baixo carbono, laminadas a frio
Especificação de qualidade
Especificação
aplicável
ASTM
Tipo AISI-SAE
Forma do produto Espessura
Comercial Classe 1
Classe 2 A366 1008 - 1012
Chapa fina
Chapa fina
0,64 – 2,79
0,64 – 2,79
Estampagem Classe 1
Classe 2 A619 1006 -1008
Chapa fina
Chapa fina
0,64 – 2,79
0,64 – 2,79
Estampagem Classe 1 A620 1006 - 1008 Chapa fina 0,64 – 2,79
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
37
especialmente
acalmada
Classe 2 Chapa fina 0,64 – 2,79
Estrutural
A611 Nenhum Chapa fina ...
Classe 1 – encruada por laminação a frio; Classe 2 – totalmente recozida.
A primeira classe destina-se a aplicações onde o aspecto superficial é importante e onde
exige-se superfície plana. A segunda classe correspondente ao material totalmente recozido
destina-se a aplicação onde a aparência superficial é menos importante, assim como são menos
importantes a textura superficial, imperfeições, etc.
Os aços-liga mais usados são SAE : 4130, 4140 e outros.
Tabela 4.5: Aços-liga utilizados em chapas e tiras
Tipo C Mn Si Cr Ni Mo
4130 0,28-0,33 0,40-0,60 0,15-0,30 0,80-1,10 - 0,15-0,25
4140 0,38-0,43 0,75-1,00 0,15-0,30 0,80-1,10 - 0,15-0,25
4142 0,40-0,45 0,75-1,00 0,15-0,30 0,80-1,10 - 0,15-0,25
4145 0,43-0,48 0,75-1,00 0,15-0,30 0,80-1,10 - 0,15-0,25
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
38
4150 0,48-0,53 0,75-1,00 0,15-0,30 0,80-1,10 - 0,15-0,25
4340 0,38-0,43 0,60-0,80 0,15-0,30 0,70-0,90 1,65-2,00 0,20-0,30
5140 0,38-0,43 0,70-0,90 0,15-0,30 0,70-0,90 - -
5150 0,48-0,53 0,70-0,90 0,15-0,30 0,70-0,90 - -
5160 0,55-0,65 0,75-1,00 0,15-0,30 0,70-0,90 - -
6150 0,48-0,53 0,70-0,90 0,15-0,30 0,80-1,10 - --
8615 0,13-0,18 0,70-0,90 0,15-0,30 0,40-0,60 0,40-0,70 0,15-0,25
8617 0,15-0,20 0,70-0,90 0,15-0,30 0,40-0,60 0,40-0,70 0,15-0,25
8620 0,18-0,23 0,70-0,90 0,15-0,30 0,40-0,60 0,40-0,70 0,15-0,25
8630 0,28-0,33 0,70-0,90 0,15-0,30 0,40-0,60 0,40-0,70 0,15-0,25
8640 0,38-0,43 0,75-1,00 0,15-0,30 0,40-0,60 0,40-0,70 0,15-0,25
8645 0,43-0,48 0,75-1,00 0,15-0,30 0,40-0,60 0,40-0,70 0,15-0,25
As chapas de aço-liga são classificadas pela norma ASTM A505 em:
qualidade regular (aplicações gerais com moderadas estampabilidade e dobramento. As
condições superficiais não são exigentes.
qualidade para estampagem (condições muito severas de conformação mecânica a frio,
como estampagem profunda, sem imperfeições sueprficiais, composição química uniforme.
qualidade para construção aeronáutica (para peças sujeitas a grandes tensões.
qualidade aeronáutica estrutural (além de todas as exigências da anterior devem obedecer
exigências específicas de limite de escoamento, limite de resistência à tração, alongamento,
dobramento, etc. )
qualidade para mancais (chapas finas e tiras de aço-liga para cementação ),
qualidade para serras (lâminas de serra de fita)
Revestimentos de chapas de aço
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
39
zincagem (proteção contra corrosão)
estanhagem (proteção contra corrosão)
revestimento de chumbo (“terne”, com 3% a 15% de Sn), proteção contra corrosão,
trabalhabilidade e soldabilidade;
revestimento de alumínio (resistência ao calor e à corrosão, efeito decorativo)
fosfatização (como base de pintura de chapas de aço não galvanizadas)
anodização (aplicada em aço galvanuzado, para aumentar sua resistência a corrosão);
pintura (aplicada em aço galvanizado, aumenta a durabilidade do metal e confere efeitos
decorativos).
esmaltação porcelánica (aplica-se em aço de muito baixo carbono (até 0,08%C), um
revestimento inorgânico, aplicado em t=730 a 870o C.
3.5. Aços para tubos
A importância dos produtos tubulares deve-se à diversidade do seu emprego:
encanamentos de água, vapor, óleo, gás, ar comprimido, aquecimento, poços de água e de
petróleo, fins estruturais e mecânicos, fins estruturais e ornamentais em construção, arquitetura
e aplicações semelhantes, eletrodutos para fins elétricos e telefônicos, etc.
Os produtos tubulares, pela produção, podem ser divididos em:
tubos inteiriços ou sem costura;
tubos soldados ou com costura.
3.5.1. Tubos sem costura
Estes tubos são fabricados a partir de tarugos cheios de aço por processos diversos,
geralmente perfuração, extrusão ou mandrilagem, podendo atingir diâmetros até cerca de
660 mm (26 polegadas)
3.5.2. Tubos com costura
Estes tubos são obtidos a partir de tiras de aço laminadas a quente, cuja largura
corresponde à circunferência do tubo e cuja espessura à espessura do tubo, as quais são
aquecidas a elevada temperatura (corresponde à da soldagem do aço) e em seguida passadas
através de uma matriz adequada que as dobra na forma de um cilindro, ao mesmo tempo que
suas extremidades são soldadas de modo a ficar constituindo o tubo. Há vários métodos de
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
40
soldagem dos tubos com costura, os quais podem atingir até 762 mm (30 polegadas) de
diâmetro.
Ainda, os tubos podem ser divididos em tubos de peso normal, extra-fortes, duplo-extra-
fortes, de acordo com o seu peso e sua resistência, tendo em vista sua aplicação final, desde o
eletroduto leve para fios elétricos até os tubos para produção de poços de petróleo.
Freqüentemente, os tubos são estirados a frio, para produzir paredes mais finas, de
diâmetros pequenos, melhorar o acabamento da superfície, melhorar propriedades mecânicas
(resistência a tração), etc.
Finalmente, muitos produtos tubulares de aço são recobertos de uma camada de Zn, por
galvanização.
Para aplicações mais comuns, o aço para tubos é aço-carbono de baixo teor de carbono
(de 0,10 a 0,25%C), possuindo uma resistência a tração variando de 35 a 50kgf/mm2 (340 a 490
MPa). No caso de aplicações com maior responsabilidade, usa-se aço de carbono médio, de
0,30 a 0,50%C, com resistência a tração de 50 a 60 kgf/mm2 (490 a 590 MPa).
A ABNT, pelas suas especificações Brasileiras EB-349 e EB-193, especifica “Tubos de aço
de precisão com costura” - EB-349, e “Tubos de aço de precisão sem costura” - EB-193.
Pela EB-349 (Tubos com costura), os tubos são fornecidos nos estados “trefilado duro”,
“trefilado macio”, “recozido” e “normalizado”, da composição química:
Tabela 5.1: Composição química de tubos com costura.
C Mn Si P S Fe
0,08 a 0,38% 0,25 a 1,40% 0,10 a 0,55% 0 04 % max. 0,05% max. Rest.
Tabela 5.2: Propriedades mecânicas dos tubos com costura.
No estado normalizado:
Resistência a tração 34 a 50 kgf/mm2 (330 a 490 MPa)
Limite de escoamento 21 a 26 kgf/mm2 (210 a 260 MPa)
alongamento 26 a 20%
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
41
No estado trefilado duro
Resistência a tração 42 a 60 kgf/mm2 (410 a 590 MPa)
alongamento 6 a 4%
No estado trefilado macio :
Resistência a tração 36 a 55 kgf/mm2 (350 a 540 MPa)
alongamento 10 a 6%
No estado recozido:
Resistência a tração 32 a 40 kgf/mm2 (310 a 390 MPa)
alongamento 28 a 24%
Pela EB-193 (Tubos sem costura), os tubos são fornecidos, igualmente, nos estados
“trefilado duro”, “trefilado macio”, “recozido” e “normalizado”, da composição química que varia:
Tabela 5.3: Composição química de tubos sem costura.
C Mn Si P S Fe
0,08 a 0,38% 0,25 a 1,40% 0,10 a 0,55% 0, 04 % max. 0,05% max. Rest.
Tabela 5.4: Propriedades mecânicas dos tubos sem costura.
No estado normalizado:
Resistência a tração 35 a 65 kgf/mm2 (340 a 640 MPa)
Limite de escoamento 24 a 36 kgf/mm2 (240 a 350 MPa)
alongamento 25 a 17%
No estado trefilado duro
Resistência a tração 45 a 65 kgf/mm2 (440 a 640 MPa)
alongamento 6 a 4%
No estado trefilado macio:
Resistência a tração 38 a 55 kgf/mm2 (370 a 540 MPa)
alongamento 10 a 6%
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
42
No estado recozido:
Resistência a tração 32 a 50 kgf/mm2 (310 a 490 MPa)
alongamento 28 a 18%
No caso de aplicações em elevadas temperaturas (resistência a fluência ou a corrosão),
usam-se aços-liga. No caso de resistência a calor e a fluência, adicionam Mn ou Mn+Cr, em
pequenos teores.
Para serviços a alta temperatura, (tubos de fornos e fornalha, indústria química e de refino
de petróleo, em caldeiras, aquecedores, para indústria química, há uma variedade grande de
tipos de aços, com elementos de liga Cr e Mo.
O cromo (Cr) melhora a resistência a oxidação e a corrosão, aumentam ligeiramente o
limite de escoamento, a resistência a tração e dureza (o teor de Cr máximo é de 9%).
O molibdênio, Mo, melhora a resistência a fluência a elevadas temperaturas, mas não
melhora a resistência a corrosão ou oxidação. O teor máximo de Mo é de 1%.
No estado recozido, o limite de escoamento varia de 27 a 41 kgf/mm2, e limite de
resistência a tração de 42 a 61 kgf/mm2, alongamento (em 50mm) de 40 a 53%.
Para indústria automobilística, os produtos tubulares são de baixo carbono (0,05 a
0,15%C), do tipo com costura, no estado recozido, apresentando limite de resistência a tração
de 30 kgf/mm2, com alongamento médio (em 50 mm) de 14 a 40%.
De carbono médio, 0,30 a 0,40%C, com 0,35 a 0,65%Mn e 2,75 a 3,50%Ni, com limite de
escoamento de 50 kgf/mm2, limite de resistência a tração de 70 kgf/mm2
3.6 Aços para barras, arames e fios
Barras arames e fios são produtos de secção transversal uniforme, com diâmetros
variáveis desde 0,02 mm até 20 mm ou mais.
Barras
São produzidas semi-acabadas obtidas na laminação e destinadas à produção de fios e
arames. As barras de aço carbono que são destinadas a produzir fios e arames para aplicações
especiais, como fio de musica, aros de pneus e outras aplicações de maior responsabilidade,
devem ser produzidas de modo a reduzir-se ao mínimo a incidência de imperfeições superficiais,
porque essas diminuem a resistência á fadiga do produto final.
Arames e fios
Esses materiais são produzidos pela trefilação do fio - máquina, obtido a partir de barras.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
43
Os arames de aço podem ser classificados pela forma, pela composição química ou pelas
suas aplicações comerciais.
Os aços utilizados na produção desses materiais variam de composição, desde aços de
carbono mais baixo, para aplicações mais comuns, passando pelos aços de médio carbono e de
alto carbono, para as aplicações de maior responsabilidade até os aço-liga, com teores variáveis
de elementos de liga.
Tabela 6.1: Resistência á tração de barra laminadas a quente de 5,6 mm de diâmetro de
aços de baio, médio e alto teor de carbono.
Em qualquer caso, os produtos obtidos podem ser empregados no estado recozido ou no
estado encruado e podem ainda serem submetidos à tempera e ao revenimento.
3.6.1 Aços baixo carbono
Os aços baixo carbono são empregados em aplicações de menor responsabilidade. Entre
os aços recomendados para essa aplicação citam-se os tipos AISI 1005, 1006, 1008, 1010,
1012, 1015, 1020, 1022. São utilizados no estado encruado, sem tratamento térmico, ou
recozido, submetido a um recozimento, ou normalização após a trefilação. Para eletrodos de
solda a analise química é mais importante , assim com carbono em torno de 0,08%, o teor de
impurezas deve ser mantido ao mínimo, para evitar problemas de soldagem; o enxofre, por
exemplo em teores acima de 0,03%, provoca uma formação superficial muito grande de
crateras.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
44
Para propriedades mecânicas melhores, aliados a boa trabalhabilidade, em aplicações
como para pregos, pinos ou peças conformadas, o teor de carbono pode variar de 0,10% a
0,20/0,25%, variando a resistência à tração entre 50 a 100 kgf/mm2 ( 490 a 980 MPa).
Os aços de baixo carbono para arames, quando recozidos, apresentam propriedades
mecânicas mais uniformes e são mais indicados a operações de conformação mais profunda,
como é o caso de parafusos ou rebites.
O arame de baixo carbono é geralmente trefilado o Maximo possível e recebe um
tratamento de recozimento ou normalização apenar com o objetivo de adguirir propriedades
mecânicas desejadas ou quando se torna excessivamente frágil. O encruamento resultante da
trefilação pode tornar o material tão frágil que impossibilita sua posterior deformação. Faz-se
então, um recozimento, seguido de decapagem, a fim de possibilitar posterior trefilação.
3.6.2 Aços de médio carbono
Os aços de médio carbono aliam altos limites de resistência à tração e fadiga a elevados
valores de dobramento e ductilidade, donde o seu emprego em cabos para elevadores e
aplicações análogas. Entre os aços recomendados citam-se os tipos AISI 1022 e AISI 1041. Em
geral, são processados por trefilação, exemplos: arames de aços SAE1035, 1040 ou 5410 para
fabricação de parafusos a serem temperados.
3.6.3Aço de alto carbono
São os mais importantes devido às aplicações a que se destinam e que exigem elevados
valores para as propriedades mecânicas. Tais arames são os mais difíceis de serem produzidos,
requerem métodos de precauções principalmente nos tratamentos térmicos e podem ser
agrupados em dois grupos:
- Não patenteados
- Patenteados
Tabela 6.2: Classificação de arames
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
45
3.7. Aços para mola
As molas constituem elementos de maquinas que exigem cuidados excepcionais tanto no
que se refere ao seu projeto como em relação aos materiais de que são fabricadas. As
condições de serviço das molas são muitas vezes extremamente severas pelos esforços,
temperaturas, meios corrosivos, vibrações, etc.
Fig. 7.1: Molas de aço.
Tabela 7.1: Descrição de aços usados para molas e suas características e aplicações.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
46
Qualidades Equivalentes
Características Aplicações
ABNT 5160; SAE 5160
Boa temperabilidade, alta resistência a tração e a fadiga e boas
propriedades acima de 300 ºC. Na condição temperado,
sua dureza varia de 58 a 63 HRc. Retém a dureza após revenido.
Molas altamente solicitadas para indústria
automobilística e ferramentas manuais.
Aço para molas helicoidais enroladas a quente.
ABNT 9254; SAE 9254
Alta temperabilidade, boa forjabilidade e má soldabilidade.
Molas muito dúcteis e muito
solicitadas. Aço para molas de pequenas
dimensões conformadas a frio.
De modo geral, há dois tipos de molas:
molas helicoidais, ou em espiral;
molas semi-elípticas.
3.7.1. Molas helicoidais
As helicoidais são subdivididas em:
a) molas de extensão, caracterizadas por serem de bobina fechada, destinada a suportar
esforços de tração;
b) molas de compressão, de bobina aberta, destinadas a suportar esforços de compressão
e choque;
c) molas de torção, caracterizadas por serem de bobina fechada, destinadas a suportar
esforços laterais de torção.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
47
Fig. 7.2: Alguns tipos de molas helicoidais: a) de extensão; b) de compressão; c) de torção
Pelas propriedades mecânicas, as molas devem possuir:
altos valores para os limites de elasticidade ou proporcionalidade sob tensão ou para
limite de proporcionalidade sob torção;
alto limite de fadiga, pois na industria automobilística, todas as molas falham por fadiga,
originando-se a ruptura em algum ponto de concentração de tensões, devido a imperfeições;
elevada resistência ao choque, principalmente em molas para automóvel, aviões e
aplicações similares.
3.7.2. Molas “semi – elípticas”
Estas molas são fabricadas a partir das tiras de aço que são, em seguida, geralmente
reunidas em feixes. Os aços molas de pequena espessura (inferior a 1/8”) podem ser fornecidos
nas condições seguintes:
laminadas a quente,
laminada a frio e recozida,
temperada e revenida.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
48
Fabricação e composição química das molas
Dependendo das propriedades desejadas, das aplicações, do custo e da técnica de
fabricação, são usados:
aços –carbono variando de 0,50 a 1,20%C,
aços – liga.
Em princípio, há 2 métodos de fabricação de molas:
Método 1: As molas são obtidas a partir das tiras ou fios de aço – carbono ou aço – liga no
estado recozido; estes materiais, depois de conformados na forma da mola, são temperados em
óleo e revenidos.
Método 2: As molas são fabricadas de tiras ou fios de aço já endurecidos, incluindo-se a
“corda de piano”, estes materiais, depois de conformados em molas, sofrem usualmente um
tratamento térmico a baixa temperatura por alívio de tensões originadas no trabalho a frio. As
molas obtidas nestas condições, são suficientemente endurecidas de modo a apresentar um
limite de proporcionalidade elevado, que resiste as cargas de serviço e não devem ser muito
duras.
Verificou-se que as molas de aço-carbono com diâmetro até 5/8” podem ser utilizadas com
segurança até temperaturas de 175o C desde que não sejam carregadas além de 56 kgf/mm2.
Os aços-liga Si-Mn, Cr-V e outros tipos para molas, trabalham as temperaturas até 200o C
se a carga não seja superior 56 kgf/mm2.
Acima de 230o C, deve-se usar ligas Cr-Ni ou aços-rápidos.
As molas helicoidais de pequena seção (“diâmetro máximo de ½”) são geralmente obtidas
enrolando-se a frio arames ou fios de aço, numa das 3 condições seguintes:
temperada e revenida;
trefilada a frio;
patenteada e encruada (“fio de música” ou “corda de piano”) – com melhoras propriedades
para molas de pequenas dimensões de aço-carbono.
Conclusões: Os aços para molas são semelhantes aos aços comerciais comuns, com a
diferença que apresentam maiores teores de carbono e Mn e requerem muito maior cuidado e
maior número de operações para a sua fabricação.
Das propriedades mecânicas, as críticas são limites de elasticidade (de 126 a 161 kgf/mm2)
e de fadiga, que devem ser muito elevados.
Às vezes, as molas são revestidas com Cd por eletrodeposição, para adquirirem resistência
a corrosão e a abrasão.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
49
3.8. Aços de usinagem fácil
A usinabilidade é um dos característicos mais complexos dos metais, podendo ser definida
como “uma propriedade relacionada com a facilidade com que um metal pode ser cortado, de
acordo com as dimensões, forma e acabamento superficial requeridos comercialmente”
A usinabilidade depende de um grande numero de fatores, entre os quais a qualidade, o
tipo e a forma da ferramenta de corte, o tipo e o estado das maquina-ferramenta, a velocidade
de avanço e a profundidade de corte, o fluido para resfriamento, etc.
Fatores que influenciam a usinabilidade:
- dureza
- microestrutura
Dureza
- valores altos para a dureza significam dificuldades de usinagem,
- valores médios e baixos associam-se com boas propriedades de usinabilidade.
- se este for muito dúctil, será também muito plástico e o material tende a aderir, em vez de
ser arrancado, à ferramenta de corte.
Microestrutura
- a introdução de inclusões não metálicas melhora a usinabilidade;
- a introdução de metais moles (chumbo e bismuto) melhora a usinabilidade dos aços;
Tipos de aços de usinagem fácil
- com inclusões metálicas
- com introdução de chumbo
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
50
Tabela 8.1: Usinabilidade de aços de usinagem fácil (por centro de velocidade de corte
para o tipo 1212).
Para melhorar a usinabilidade dos aços costuma-se encruar os aços, resultando em
aumento de resistência mecânica e, sobretudo, da dureza, condições favoráveis sob o ponto de
vista de usinagem e de acabamento superficial.
As figuras 8.1 e 8.2 ilustram o efeito do encruamento num aço-carbono comum, e num aço
de usinagem fácil. Verifica-se que os efeitos do encruamento sobre a vida da ferramenta variam
consideravelmente de acordo com a composição do aço e com a operação especifica de
usinagem.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
51
Fig. 8.1: Efeito do encruamento (por trefilação a frio) na vida da ferramenta na usinagem do
aço SAE 1016.
Fig. 8.2: Efeito do encruamento (por trefilaçao a frio) na vida de ferramenta na usinagem do
aço SAE 1144.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
52
3.9. Aços para cementação
O enriquecimento superficial de carbono nos aços, proporcionado pela cementação, visa
produzir uma superfície de alta dureza e resistência ao desgaste, suposta por um núcleo tenaz.
Em princípio, inúmeros tipos de aços apresentam condições satisfatórias para esse fim. É
preciso considerar, entretanto, que a cementação exige tratamento térmico relativamemte
complexo, de modo que a seleção de aço para pacas cementadas não pode ser feita baseada
somente na plicaçao final do material, mas também tendo em vista o tratamento térmico que vai
sofrer.
Fatores predominantes
- meio de esfriamento a ser usado na têmpera após a cementação;
- tipo e grau de tensões a que as peças poderão estar sujeitas.
Aços para cementação:
- aços-carbono;
- aços-liga de baixo teor em liga;
- aços-liga de teor em liga mais elevado
3.9.1 Aço-carbono
O teor de carbono é de 0,08% a 0,25%. O seu tratamento térmico é fácil e perfeitamente
controlável. Não apresentam resitencia e tenacidade tão boas quanto os aços-liga. São
indicados para pinos, pequenas engrenagens, alavancas, eixos de comando de válvula, roletes,
enfim peças que não estão sujeitas a solicitações severas de outra natureza a não ser desgaste
superficial.
3.9.2 Aços-liga de baixo teor em liga
Contem um total de 1% a 2% de elemento de liga, como níquel, cromo, mobibidenio e
manganes. A Tabela 9.1 apresenta algumas composições típicas. São aplicados em
componentes da indústria automobilística, tais com engrenagens de transmissão, coroas,
pinhões, pinos de pistão etc.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
53
Tabela 9.1: Aços-liga de baixo teor em liga para cementação.
3.9.3 Aços-liga de teor em liga mais elevado
A soma total de elementos de liga ultrapassa 2%, esses aços apresentam temperabilidade
muito elevada, de modo que o teor de carbono não deve superar 0,25%. A Tabela 9.2 dá
algumas composições típicas. Apresentam valores excepcionais de resistência e tenacidade do
núcleo e possibilitam a produção de peças cementadas de grande secção transversal. Possui
uso limitado devido ao custo e a dificuldade de fabricação. E são aplicadas da mesma forma que
os aços-liga de baixo teor em liga só que em condições mais severas.
Tabela 9.2: Aços-liga de alto teor em liga para cementação.
3.10. Aços para nitretação
A nitretação consiste na formação de nitretos de natureza complexa na superfície de certos
aços, originando uma camada superficial de dureza elevada, alta resistência ao desgaste, capaz
de reter a dureza até temperaturas da ordem de 500°C, resistente a certos tipos de corrosão e
maior resistência a fadiga. Uma das vantagens do processo sobre outros tratamentos termo-
quimicos de endurecimento superficial, reside no fato dele ser levado a efeito numa faixa de
temperaturas relativamente baixa- entre 500°C e 550°C ou 650°C no máximo- o que aliado à
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
54
ausência de qualquer tratamento térmico posterior, reduz ao mínimo as probabilidades de
empenamento das peças submetidas ao processo.
Composição química
- carbono- 0,30% a 0,45% - confere ao aço não só temperabilidade como também suporte
adequado à camada nitretada extremamente dura e muito fina;
- alumínio e cromo- 0,85% a 1,20% e 0,90% a 1,80% respectivamente- são elementos que
formam prontalmente nitretos; quanto maior a quantidade desses elementos dissolvidos na
ferrita, tanto mais facil a difusão do nitrogênio e tanto mais espessa a camada nitretada para um
tempo de nitretaçao determinado;
- molibidenio- 0,15% a 0,45%- diminui a fragilidade de revenido e confere resistência ao
revenido às temperaturas da nitretação;
- níquel- normalmente ausente, é adicionado em teores de 3,25% a 3,75%, quando se
deseja um núcleo de dureza mais elevada.
O aço a ser nitretado, alem de possuir composição determinada, deve apresentar estrutura
adequada. A estrutura que melhor se presta a nitretação é a sorbítica, porque a presença na
superfície do aço de carbonetos em emulsão na ferrita contribui para que a camada nitretada
formada adquira as desejadas qualidades de tenacidade. Essa estrutura sorbítica é obtida por
um revenido prévio.
Etapas de fabricação das peças nitretadas
- recozimento ou normalização;
- têmpera, em óleo ou água;
- revenido;
- usinagem grosseira;
- usinagem final e retificação;
- nitretação.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
55
Tabela 10.1: Composição e temperaturas de tratamentos térmicos de aços comunmente
nitretados.
O tipo de aço para nitretaçao mais comumente usado é o 135. O 135 modificado é
largamente usado na indústria aeronáutica. De um modo geral as, indústrias automobilística e
aeronáutica são as que mais empregam aços nitretados. Entre outras, podem ser citadas as
seguintes aplicações: virabrequins, camisas de cilindro, eixos de bomba, pinos, rotores, eixos.
3.11. Aços para mancais
Mancais são importantes acessórios para todo o tipo de equipamento mecânico, fixo ou
móvel, pois sua função principal é facilitar o movimento entre partes fixas e partes móveis.
Mancais são empregados desde em motores elétricos mais simples ate em aviões. Deduz-
se, portanto que os materiais para mancais variem de qualidade, mas de um modo geral, devem
satisfazer a inúmeros requisitos, tanto mais importantes quanto maiores as tensões a que estão
sujeitos. Esses requisitos são resistência mecânica, dureza, resistência ao desgaste, alem de
satisfatória resistência à corrosão e, eventualmente, ao calor.
No sentido mais amplo, os aços para mancais podem ser divididos em categorias distintas
a serviço normal, a serviço a alta temperatura e a serviço sob condições corrosivas.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
56
3.11.1 Mancais para condições normais
Os mancais para condições normais de serviço são aplicados nas seguintes condições:
Temperatura máxima de 120 °C a 150 °C;
Não devem ser aplicados em temperatura abaixo de -50°C;
As superfícies de contato devem ser lubrificadas cós óleo, graxa ou neblina;
As máximas tensões de contato Hertzianas devem ser da ordem de 2,1 a 3,1 GPA.
Propriedades esperadas
Devem apresentar igualmente tenacidade e estabilidade microestrutural às temperaturas
extremas, pois estão sujeitos a ações de vibrações, choques, desalinhamento, detritos e
manuseio;
Devem apresentar adequada dureza superficial;
Boa resistência ao desgaste e à fadiga.
Os tipos mais comuns de aço para mancais são de alto carbono (1,00%), utilizados no
estado temperado e revenido ou endurecido superficialmente. A Tabela 11.1 apresenta as
composições de aços para mancais de alto carbono. Utilizam- se também aços de baixo carbono
(0,20%), empregados no estado cementado.
-alto carbono tratado termicamente- suportam melhor as tensões de contato e oferecem
melhor estabilidade dimensional sob extremos de temperatura, em função do teor mais baixo de
austenita retida.
- baixo carbono cementedo- apresentam um núcleo mais tenaz que resiste mais, através
da secção, aos efeitos de tensões que aparecem devido a aspereza, mau alinhamento e
detritos.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
57
Tabela 11.1: Composição química de aços de alto carbono para mancais.
3.11.2 Mancais para fins especiais
Esses aços são ligados com elementos estabilizadores de carboneto, cromo, molibdênio,
vanádio e silício, os quais melhoram sua dureza a quente
As aplicações típicas desses aços são feitas em mancais para aviões e motores
estacionários de turbinas.
3.12. Aços para ferramenta e matrizes
Os Aços Ferramenta representam um importante segmento da produção siderúrgica de
aços especiais. São produzidos e processados para atingir um elevado padrão de qualidade,
sendo utilizados principalmente em: matrizes, moldes, ferramentas de corte intermitente e
contínuo, ferramentas de conformação de chapas, corte a frio, componentes de máquinas, etc.
São classificados de acordo com suas características metalúrgicas principais ou de acordo com
seu nicho de aplicação, sendo a classificação da AISI (American Iron and Steel Institute) a mais
utilizada pela indústria de ferramenta.
Essencialmente de aços carbono, os Aços Ferramenta encontram-se entre os de menor
custo do mercado. Por sua baixa temperabilidade, apenas em ferramentas de pequeno porte é
possível conseguir o endurecimento total da seção transversal. Em peças maiores, a superfície
endurece na têmpera, mas o núcleo se mantém com baixa dureza.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
58
Este tipo de aço é muito antigo, entretanto, começou a adquirir a importância na época
atual graças aos estudos de novos tratamentos, novos elementos de liga, etc.
Características fundamentais para aços de ferramentas.
São os seguintes:
1) Dureza a temperatura ambiente superior a dureza da peça sobre a qual exerserão sua
asão de corte, usinágem ou conformação. A dureza depende do teor de carbono.
2) Resistência a desgaste. O carbono é o elemento de maior influência, entretanto nos
aços altamente ligados, os elementos de liga podem influir, devido a dureza e a distribuição dos
carbonetos que se formam.
3) Temperabilidade
4) Tenacidade alta (ou seja, alta capacidade do material absorver considerável
quantidade de energia sem romper). Os fatores que afetam a tenacidade de aço são tensões
internas produzidas por tempera drástica, re- aquecimento muito rápido dos aços temperados,
etc.
5) Resistência mecânica elevada, para suportar esforços estáticos sem aparecimento de
falhas ou de deformação permanente.
6) Dureza a quente (até 600o C para aços rápidos);
7) Tamanho de grão pequeno, ou granulação fina, para apresentarem características
mecânicas superiores.
8) Usinabilidade satisfatória.
Condições que permitem atingir os requisitos exigidos nos aços para ferramentas
- composição química
- tratamento térmico
Composição química
Os principais elementos de liga presentes nos aços de ferramentas e matrizes são C, Si,
Mn, Cr, V, W, Mo e Co. Sua ação é a seguinte:
Carbono – é o elemento essencial, pois é ele por intermédio dos carbonetos que se
formam, que confere dureza e resistência ao desgaste, seu teor é alto em torno de eutetóide ou
acima, até 2%. Em outros casos, desejam-se valores abaixo de eutetóide, quando os
característicos de ductilidade e tenacidade são mais importantes do que os de dureza e
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
59
resistência ao desgaste (como martelos e outros objetos sujeitos a golpes, nestes, o teor de C é
até 0,0%C).
Silício – geralmente em teores baixos (0,10 a 0,30%Si), é adicionado como desoxidante,
como se dissolve na ferrita e tende a decompor os carbonetos, nunca é usado
isoladamentecomo elemento de liga, a não ser que procure propositadamente a formação de
grafita (aços grafiticos), portanto, quando há necessidade de um teor de Si mais elevado,
adiciona-se também elementos estabilizadores de carbonetos, como Mo e Cr.
Manganês - também desoxidante (até 0,5%Mn) e dessulfurante. Em teores mais elevados,
melhora a temperabilidade apreciavelmente. O efeito de Mn neste sentido é tão grande que a
adição de 1,60%Mn em aço – carbono com 0,90%C permite a tempera em óleo.
Cromo – adicionado principalmente para aumentar a temperabilidade, tornando, com o Mn,
o aço temperável em óleo. Aumenta a resistência ao desgaste, porque aumenta a dureza.
Devido a sua ação simultânea na ferrita, que reforça, o aumento da dureza é realizado sem
prejudicar a ductilidade. O Cr em aços para ferramentas e matrizes se encontra em teores muito
variáveis (de 4%Cr - nos aços rápidos com W, até 14%Cr- nos aços com carbono elevado, de
1,5% a 2,2%C).
Vanádio – desoxidante e controlador do tamanho do grão. Forma carbetos estáveis e
melhora a temperabilidade dos aços. Impede o crescimento dos grãos, melhora a dureza a
quente do aço. Os seus carbonetos não se dissolvem em austenita a temperaturas normais de
tratamento térmico, eles servem como pontos de crescimento dos grãos.
Tungstênio – é essencialmente um formador de carbonetos, melhorando a dureza de aço a
temperatura ambiente. Em teores até 1,5%W, em aços de alto carbono, melhora ligeiramente a
resistência ao desgaste. Até 4,0%W, com 1,3%C, o aço já adquere apressiável resistência ao
desgaste. W mais elevado entre 12 a 20%W – sobretudo juntamente com Cr, confere a mais
importante propriedade de aços para ferramentas e matrizes: dureza a quente (até 600o C), nas
operações de corte com alta velocidade ou conformação a altas temperaturas. A obtenção deste
característico é mais efetivo ainda na presença, junto com W, outros elementos como Co, Mo, V,
Cr. Seu efeito pode ser explicado pela formação de um carboneto complexo (Fe,W,Cr,V)6C que
precipita da martensita e coalesce lentamente as temperaturas elevadas (abaixo de 600o C).
Cobalto – utilizado comente em alguns tipos de aço, aumentando sua dureza a quente.
Molibdênio – dissolve-se na ferrita e tende também formar carbonetos, melhora a dureza a
quente, aumenta a resistência e a ductilidade, melhora a temperabilidade. Seu uso principal
como substituto de W.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
60
Tabela 12.1: Característicos que são conferidos por elementos de liga aos aços para
ferramentas e matrizes.
Característico Elementos de liga (na ordem decrescente)
Dureza a quente W, Mo, Co (com W e Mo), V, Cr, Mn
Resistência a desgaste V, W, Mo, Cr, Mn
Profundidade de endurecimento Mn, Mo, Cr. Si, Ni, V
Empenamento mínimo Mo (com Cr), Cr, Mn
Tenacidade pelo refino de grão V, W, Mo, Mn, Cr
Classificação e seleção dos aços para ferramentas e matrizes
De acordo com AISI, os aços para ferramentoas e matrizes podem ser classificados em 7
categorias principais:
1. Aços temperáveis em água, identificados pela letra W
2. Aços resistêntes ao choque, identificados pela letra S
3. Aços – ferramenta para moldes, identificados pela letra P
4. Aços – ferramenta para fins especiais, identificados pela letra L e F ou sem identificação,
os que podem ser subdivididos em seguintes grupos:
- aços ferramenta “matriz”
- aços ao tungstênio para acabamento
- aços de alto carbono a baixo teor em liga
- aço semi-rápidos
- aços grafiticos
5. Aços – ferramenta para trabalho a frio (Identificados com as letras O, A, D)
6. Aços – ferramenta para trabalho a quente (identificados com a letra H)
7. Aços rápidos, identificados com as letras T e M.
Aço Ferramenta para Trabalho a Frio
São Aços destinados ao trabalho em temperatura ambiente ou ligeiramente elevadas, em
operações como usinagem, conformação e processamento de metais, madeira, minerais.
São indicados para:
- Operações de Estampagem
- Operações de Corte
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
61
- Operações de Alto impacto (resistência ao Choque)
Aço Ferramenta para Trabalho a Quente
São Aços destinados ao trabalho em temperatura Superiores a 200º C, caracterizando-se
por apresentar nessas condições resistência mecânica ao desgaste, bem como alta
temperabilidade, tenacidade, condutividade e resistência à fadiga.
São indicados para:
- Operações de Injeção e extrusão de metais
- Operações para utilização como matrizes de forjamento.
Aço Ferramenta para Moldes
São Aços que apresentam boas características de usinabilidade, polimento e uniformidade
de dureza, sendo especialmente indicados para a fabricação de moldes para injeção de plásticos.
São indicados para:
- Operações de injeção de plásticos comuns
- Operações de injeção de plásticos corrosivos
- Operações para utilização como matrizes de forjamento
3.13. Aços resistentes ao desgaste
O desgaste é um fenômeno que ocorre em peças em movimento como e m eixos em
pitoes, válvulas, cilindros engrenagens e peças semelhantes. Trata-se de um fenômeno
superficial devido ao contato de superfície e resulta na deformação gradual das peçasou na
modificação de suas dimensões.
Podem se considerar três tipos de desgaste:
- desgaste de metal contra metal (desgaste metálico);
- desgaste de metal contra uma substancia não metálica abrasiva (desgaste abrasivo);
- desgaste de metal contra líquido ou vapores (desgaste erosivo).
A resistência ao desgaste dos metais pode ser obtida mediante os seguintes meios:
- mecânicos, pelo trabalho a frio ou encruamento proporcionados por laminação,
estiramento ou deformação a frio;
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
62
- térmicos, pela tempera total ou tempera superficial ( por chama ou por indução);
- revestimentos superficiais, pela aplicação de cromo duro, siliconizaçao, eletrodeposição,
metalização, etc.
O melhor meio de elevar a dureza do aço e, consequentemente sua resistencia ao
desgaste, é pelo encruamento de determinados tipos deaços austeniticos onde a austenita é
pouco estável e que, pelo encruamento, quando colocado em serviço, podem ser tornados
martensíticos. Um dos principais é o aço Hadfield com 1,2% de carbono e 12% de manganês.
Tais aços são muito tenazes. Não podem ser usados a temperaturassuperiores a 260°C, porque
se tornam frágeis.
3.14. Aços resistentes a corrosão (Aços-inoxidáveis)
Os aços inoxidáveis são uma família de ligas, tendo o ferro (Fe) como principal
componente, que devem conter ao menos 11% de cromo (Cr). Outros elementos metálicos
também integram estas ligas, mas o cromo é considerado o elemento mais importante porque é
o que dá elevada resistência à corrosão. Sua presença cria um filme invisível na superfície que
resiste à oxidação tornando o material passivo ou resistente à corrosão, por isso inoxidável.
O papel do cromo como elemento protetor à corrosão está ilustrado no gráfico da Fig. 14.1,
onde se observa que, numa atmosfera industrial, o aço, à medida que o seu teor em cromo
aumenta, passa de um metal de grande corrosibilidade a um metal praticamente indestrutível
pela corrosão.
Fig. 14.1: A passividade dos aços-cromo expostos durante 10 anos a uma
atmosfera industrial.
Oxidação
Aço doce
Aço inoxidável
0,025
0,020
0,015
0,010
0,005
0
0 2 4 6 8 10 12 14
Teor de cromo, %
Co
rro
são
, mm
/ a
no
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
63
Fig. 14.2: Efeito de Cr na resistência dos aços à oxidação em cubos de
½´´aquecidos durante 48 horas a 1000o C, no ar.
O gráfico da Fig. 14.2 ilustra o efeito do cromo na resistência do aço à oxidação a altas
temperaturas. Verifica-se que o efeito mais positivo do cromo, neste caso, só se desenvolve
quando o seu teor está acima de 20%.
Fatores de que depende a passividade dos aços resistentes a corrosão
- Composição química;
- Condições de oxidação,
- Suscetibilidade à corrosão localizada (pitting)
- Suscetibilidade à corrosão intergranular, outros.
Classificação e constituição dos aços-inoxidáveis
Os aços inoxidáveis são divididos em cinco famílias, de acordo com a microestrutura que
apresentam a temperatura ambiente, estrutura cristalina das fases presentes ou tratamento
térmico utilizado. As cinco famílias são:
Aços inoxidáveis martensíticos – endurecíveis,
Aços inoxidáveis ferríticos – não endurecíveis,
Aços inoxidáveis austeníticos – não endurecíveis,
Aços inoxidáveis duplex (austenítico e ferrítico)
Aços inoxidáveis endurecíveis por precipitação.
Oxidação
Aço doce
Aço - cromo
Aço inoxidável
Aço resistente
ao calor
200
150
100
50
0
0 5 10 15 20 25 30
Teor de cromo, %
Co
rro
são
, mm
/ a
no
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
64
Sistema de classificação
Os aços inoxidáveis são normalmente designados pelos sistemas de numeração da AISI,
UNS ou por designação própria do proprietário da liga. Entre estes, o sistema da AISI é o mais
utilizado. Nele, a maioria dos graus de aços inoxidáveis possuem uma classificação com três
dígitos. Os aços austeníticos fazem parte das séries 200 e 300, enquanto que a série 400
designa tanto aços ferríticos quanto martensíticos.
A série UNS, por sua vez, possui um maior número de ligas que a AISI, pois incorpora
todos os aços inoxidáveis de desenvolvimento mais recente. Nesta série, os aços inoxidáveis
são representados pela letra S, seguida de cinco números. Os três primeiros representando a
numeração AISI (se tiverem). Os dois últimos algarismos serão 00 se o aço for um aço comum
da designação AISI. Se forem diferentes, significa que o aço tem alguma característica especial
reconhecida pela UNS.
3.14.1 Aços inoxidáveis martensíticos (Aços I.M.)
Os aços I.M. são ligas Fe-Cr-C que possuem uma estrutura cristalina martensítica na
condição endurecida.
O conteúdo de Cr é, geralmente, situado entre 10,5 e 18% e o conteúdo de carbono não
pode ser superior a 1,2%. Os conteúdos de carbono e cromo são balanceados para garantir uma
estrutura martensítica. A Tabela 14.1 apresenta a composição química dos aços inoxidáveis
martensiticos. Alguns elementos como Nb, Si, W e V são, às vezes, adicionados para modificar
o comportamento do aço durante o revenimento. Pequenas quantidades de níquel podem ser
adicionadas para melhorar a resistência à corrosão. Da mesma maneira, enxofre e selênio
podem ser adicionados para melhorar usinabilidade. São ferromagnéticos, podem ser facilmente
trabalhados a quente e a frio, são endurecíeis por tratamento térmico e são resistentes à
corrosão somente em meios de média agressividade.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
65
Tabela 14.1: Aços inoxidáveis martensíticos.
Dentro desse grupo podem ser ainda consideradas 3 classes:
- baixo carbono (também chamado tipo “turbina”), AISI 403, 410, 414, 416.
- médio carbono (também chamado tipo “cutelaria”), AISI 420, 422, 431
- alto carbono (também chamado tipo “resistente ao desgaste”), AISI 440
Possuem a capacidade de obter endurecimento ao serem resfriados rapidamente
(transformações martensítias obtidas por têmpera). O revenimento em temperatura adequada
possibilita a obtenção de uma larga faixa de dureza, propriedades mecânicas, tenacidade e
ductilidade. Possui boa resistência à corrosão em meio atmosférico, sem queda de dureza e
propriedades mecânicas até 500°C. Os martensíticos oferecem boa resistência ao calor.
Também possuem boa resistência a soluções como ácido nítrico com temperatura ambiente;
porém, tornam-se corrosivos em soluções redutoras como ácido sulfúrico. Sua resistência
diminui com o aumento dos teores de carbono, enxofre e fósforo. Necessitam de atenção
especial quando soldados, pois tendem a trincar devido à capacidade de endurecimento por
têmpera, em função das transformações martensíticas. Tanto em condições de recozido,
temperado e revenido, apresentam sensibilidade magnética (ferromagnetismo). Apresentam
melhores condições de resistência à corrosão no estado temperado e revenido e com a
superfície finamente polida.
Aplicações dos aços I.M.: Estes aços são especificados quando a aplicação requer
elevados valores de resistência à tração, à fluência e à fadiga, combinadas com requisitos
moderados de resistência à corrosão e utilizações em até 650 °C. Entre as suas aplicações
estão turbinas a vapor, motores a jato e turbinas a gás. Alguns destes aços encontram
aplicações, também, como tubulações de vapor, re-aquecedores de geradores a vapor e
tubulações superaquecidas utilizadas em refinarias de combustíveis fósseis, cutelaria, peças de
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
66
válvulas, engrenagens, eixos, cilindros laminadores, instrumentos cirúrgicos e odontológicos,
molas, esferas de rolamentos, etc.
3.14.2 Aços inoxidáveis ferríticos (Aços I.F.)
Aços I.F são ligas de Fe-Cr, onde o Cr é ainda o principal elemento de liga. Seu conteúdo
de Cr fica na faixa de 11 a 30%. A Tabela 14.2 apresenta a composição química dos aços
inoxidáveis ferríticos. Possuem a estrutura cristalina cúbica de corpo centrado (CCC), a faixa
austenítica fica totalmente eliminada e, em seqüência, estes aços não são endurecíeis por
tratamento térmico (têmpera) e dificilmente por trabalho a frio. Alguns aços podem conter Mo, Si,
Al, Ti e Nb, para a obtenção de certas características. Também podem ser adicionados enxofre
e selênio para melhoria da usinabilidade. São mais inoxidáveis do que os aços martensíticos em
soluções oxidantes ou em meio atmosférico. Por não correr refinamento de grão mediante
tratamento térmico, cuidados extras devem ser tomados no reaquecimento a altas temperaturas.
Tabela 14.2: Aços inoxidáveis ferríticos.
Esses aços, em função do alto teor de cromo, expostos por longo tempo a 500°C tendem a
fragilizar-se exigindo atenção na seleção das peças a serem aplicadas. Em qualquer condições
por sua estrutura ferrítica (macia), possuem boa conformabilidade a frio. Apresentam
sensibilidade magnética (ferromagnetismo).
O aço tipo AISI 430 é mais utilizado.
AISI 430 C Cr Mn Ni P Si S Fe
% 0,12 max 16-18 1 max - 0,045 1,0 max 0.03 max rest
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
67
Um dos maiores problemas do inox 430 é a perda de ductilidade nas regiões soldadas, que
normalmente são frágeis e de menor resistência à corrosão. O elevado crescimento do tamanho
de grão, a formação parcial de martensita e a precipitação de carbonitretos de cromo são as
principais causas geradoras deste problema. Para enfrentar este inconveniente, são adicionados
titânio e/ou nióbio como estabilizadores do carbono. Os tipos 430Ti e 430Nb são muito
utilizados, principalmente em silenciadores escapamentos de automóveis.
Aplicações dos aços I.F: Entre suas aplicações pode-se mencionar talheres, baixelas,
fogões, pias, moedas, revestimentos e balcões frigoríficos, peças para automóveis (exaustores,
pára-choque), peças que requerem alta usinabilidade como parafusos, porcas, ferragens, etc.
3.14.3 Aços inoxidáveis austeníticos (Aços I.A.)
Aços I.A. constituem a maior família de aços inoxidáveis, tanto em número de diferentes
tipos quanto em utilização. Ao exemplo dos ferríticos, e não são endurecíeis por tratamento
térmico e são endurecíveis apenas por trabalho a frio. Não são magnéticos na condição
recozida. São muito dúcteis e apresentam excelente soldabilidade. Normalmente, possuem
excelentes propriedade criogênicas e excelente resistência mecânica e à corrosão em altas
temperaturas.
Não são endurecíveis por têmpera (transformações martensíticas), mas são endurecíveis
por trabalho a frio. Possuem boas características inoxidáveis e são muito usados em peças que
necessitam alta resistência à corrosão ou em ambiente químico. Usados também em aplicações
que se requer resistência ao calor, devido à boa resistência à oxidação e ao ambiente químico.
Os austeníticos são usados também em aplicações nas quais se requer resistência ao calor,
devido à boa resistência à oxidação e ao amolecimento em altas temperaturas. Requerem
atenção no que diz respeito ao aquecimento em temperaturas e tempos excessivos devido ao
não refinameno de grão por tratamento térmico. Na condição solubilizada geralmente não são
magnéticos, porém quando trabalhados a frio, aumenta-se a dureza por encruamento, obtendo-
se leve sensibilidade magnética.
Os aços I.A. podem ser divididos em 2 grupos:
- aços ao Cr-Ni (maior parte dos aços I.A .)
- aços ao Cr-Mn-Ni (até 4%Ni pode ser substituído por austenizantes como Mn, N)
O conteúdo de Cr varia entre 16 e 26%, o de Ni é menor ou igual a 35% e o de Mn é menor
ou igual a 15%. Mais popular é o aço 18Cr-8Ni (AISI 301). Podem ser adicionados, também, Mo,
Cu, Si, Al, Ti e Nb, para a obtenção de melhores características de resistência à oxidação. O
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
68
mais popular é o Tipo 304, que contém basicamente 18% de cromo e 8% de níquel, com um teor
de carbono limitado a um máximo de 0,08%. A Tabela 14.3 e a 14.4 apresentam a composição
química dos aços inoxidáveis austeníticos.
Tabela 14.3: Aços inoxidáveis austeníticos.
Tabela14.4: Aços inoxidáveis austeníticos (continuação).
Propriedades destes aços dependem essencialmente da condição do material, se ele se
encontra no estado recozido ou encruado. Essas propriedades dependem da forma do produto
semi-acabado (barras, fios, tiras, chapas, etc.), e da composição química.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
69
Aplicações dos aços I.A. Tem grande aplicação nas indústrias químicas, farmacéuticas,
petroquímicas, do álcool, aeronáutica, naval, de arquitetura, alimentícia, de transporte, e também
utilizado em talheres, baixelas, pias, revestimentos de elevadores e em muitas outras
aplicações.
3.14.4 Aços inoxidáveis ferríticos austeníticos (Aços Duplex)
Aços Duplex são ligas bifásicas baseadas no sistema Fe-Cr-Ni. Estes aços possuem,
aproximadamente, a mesma proporção das fases ferrita e austenita e são caracterizados pelo
seu baixo teor de carbono (<0,03%) e por adições de molibdênio, nitrogênio, tungstênio e cobre.
Os teores típicos de cromo e níquel variam entre 20 e 30% e 5 e 8%, respectivamente. A Tabela
14.5 apresenta alguns tipos de aços inoxidáveis dúplex.
Tabela 14.5: Aços inoxidáveis dúplex.
Este grupo possui características muito especiais, dentre elas está o seu comportamento
super plástico indicado pelas grandes deformações as quais pode ser sujeito sem a ocorrência
de estricção (empescoçamento) em temperaturas próximas da metade da sua temperatura de
fusão. Além da sua super plasticidade estão entre as propriedades mecânicas dos aços duplex a
alta resistência a corrosão e a sua resistência mecânica superior a dos aços inoxidáveis
comuns. Estes aços possuem limites de resistência à tração da ordem de 770 MPa, limite de
escoamento próximo de 515 MPa, e alongamento em 50mm de 32% em média. A vantagem dos
aços duplex sobre os austeníticos da série 300 e sobre os ferríticos são: a resistência mecânica
(aproximadamente o dobro), maiores tenacidade e ductilidade (em relação aos ferríticos) e uma
maior resistência a corrosão por cloretos.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
70
São difíceis de soldar, pois quando aquecidos e posteriormente resfriados, formam
precipitados, que interferem diretamente na soldabilidade.
Utilização de aços Duplex
Graças a sua elevada resistência mecânica, os aços inox duplex podem ser utilizados em
menores espessuras. Sua desvantagem é que não pode ser utilizado em temperaturas acima de
300°C, sob pena de perder algumas de suas características mecânicas, sobretudo a tenacidade.
É bastante utilizado nas indústrias de gás, petróleo, petroquímica, polpa e papel, principalmente
na presença de meios contendo aquosos contendo cloretos.
3.14.5 Aços inoxidáveis endurecíveis por precipitação
São ligas cromo-níquel que podem ser endurecidas por tratamento de envelhecimento.
Podem ser austeníticos, semi-austeníticos ou martensíticos, sendo que a classificação é feita de
acordo com a sua microestrutura na condição recozida. Para viabilizar a reação de
envelhecimento, muitas vezes se utiliza o trabalho a frio, e a adição de elementos de liga como
alumínio, titânio, nióbio e cobre.
Possuem boas resistência mecânica, tenacidade e ductilidade. Sua resistência à corrosão
é de moderada a boa. Suas características lhe garantem aplicação nas indústrias aeroespacial e
de alta-tecnologia.
Tabela 14.5: Denominação comercial e correspondência aproximada com a designação
ASTM de alguns aços inoxidáveis endureciveis por precipitação.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
71
3.15. Aços resistentes ao calor
Os aços resistentes ao calor também chamados refratários são aqueles que quando
expostos de modo contínuo ou intermitente, em meios de varias naturezas, à ação de de
temperaturas elevadas, apresentam capacidade de suportar aquelas condições de serviços,
química e mecanicamente.
São aplicados principalmente nas indústrias de refino do petróleo e química, em
equipamentos para aquecimento, turbinas a gás e a vapor, na indústria automobilística,
aeronáutica e semelhantes.
Tabela 15.1: Composição química de aços utilizáveis à temperaturas elevadas.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
72
Tabela 15.2: Seleção de um aço refratário.
3.16. Aços para fins elétricos
Grão não orientado
Empregados na fabricação de núcleos de equipamentos elétricos com o objetivo de
aumentar seu rendimento e sua vida útil, minimizando o consumo de energia - quanto menor for
a perda elétrica de um aço na mesma aplicação, menor será o consumo energético do
equipamento. São utilizados principalmente em motores de corrente contínua e alternada de
pequeno e médio porte (usados nas indústrias automobilística e de utilidades domésticas, entre
outras), em compressores herméticos (de geladeiras e aparelhos de ar condicionado, por
exemplo) e em pequenos e médios transformadores para a indústria de eletroeletrônicos.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
73
3.17. Aços para fins magnéticos
A utilização dos aços para fins magnéticos só pode ser discutida com base em suas
propriedades magnéticas. Segundo a resistência à desmagnetização podem ser designados
como materiais moles ou duros.
Os materiais magneticamente moles, onde o carbono existe como impureza, são
denominados ferro ou ligas de ferro. Este é o grupo mais importante dos materiais magnéticos.
O ferro quimicamente puro é o que apresenta melhores características magnéticas, mas seu
preço é muito elevado para as aplicações normais. Para substituí-lo usam os aços extra-doces,
que apesar de inferiores, dão resultados satisfatórios
3.18. Aços ultra-resistentes
São aços cuja aplicação é dirigida a fins especiais como para componentes de modernos
aviões, onde a resistência à tração deve ser da ordem de 210 kgf/mm2 (2060 MPa), e para
mísseis, foguetes em que a resistência a tração pode atingir valores próximos de 300kgf/mm2 (
2940 MPa). São atualmente considerados ultra-resistentes aqueles que possuem um limite de
escoamento mínimo de 1380 MPa.
Ao desenvolver esses aços deve-se garantir uma ductilidade conveniente visto que o
aumento crescente de resistência mecânica implica em decréscimo da ductilidade.
Para aumentar a resistência mecânica dos aços-carbonos deve-se inicialmente:
Aumentar a proporção de perlita na estrutura, mediante a elevação do teor de carbono
Ou aumentar a resistência da ferrita, mediante o endurecimento por solução sólida, com
adições de manganês, molibdênio e cobre.
Posteriormente
Pode ser feito o refino do grão da ferrita, seja por adições bem proporcionadas de
alumínio e nitrogênio, seja pela adição de nióbio
Tratamento térmico adequado de aços liga com baixo teor de liga
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
74
Aços-liga com baixo teor de liga
Esses aços possuem teor de carbono inferior a 0,2% e um número relativamente grande de
elementos de liga, para permitir, além da endurecibilidade, endurecimento por precipitação.
A Tabela 18.1 apresenta alguns dados sobre esses aços. São usados a temperaturas
próximas da ambiente. Limite de escoamento até cerca de 180 kgf/mm2. Possuem alta
endurecibilidade, são conformáveis e soldáveis, aplicadois em caixas de motores de
foguetes a propulsor sólido.
Aços-liga com médio teor de liga
- limite de escoamento até cerca de 174 kgf/mm2
- temperáveis ao ar;
- resistência mantida até cerca de 700°C;
- aplicados em componentes gerais de aviões como engrenagens do trem de aterrissagem,
estruturas de fuselagem e outros componentes estruturais.
Aços-liga com alto teor de liga
- limite de escoamento até cerca de 133 kgf/mm2
- boa tenacidade e soldabilidade;
- geralmente são duplamente revenidos;
- aplicados em componentes estruturais de aviões, vasos de pressão, eixos rotores de
equipamentos de conformação e componentes automotivos que exigem alta resistência
mecânica.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
75
Tabela 18.1: Propriedades mecânicas de alguns aços-liga de baixo teor em liga tratados
termicamente.
Tabela 18.2: Composição química de alguns aços ultra-resistentes.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
76
3.19. Aços criogênicos
São aços empregados a temperaturas abaixo de zero, e deve-se considerar dois grupos de
ligas:
- Aços para serviços a baixas temperaturas, envolvendo temperaturas até -100°C, típicas
de gases liquefeitos como propana, amônia anidra, dióxido de carbono e etano;
- Aços criogênicos propriamente ditos, para serviço envolvendo temperaturas até -
273°C, típicas de gases liquefeitos como metana, oxigênio, nitrogênio, argônio, hidrogênio e
hélio.
São aplicados em todos os setores industriais, em especial na indústria aeroespacial, nas
indústrias químicas, na indústria petroquímica, na indústria de gás natural, na de
armazenamento e transporte de gases liquefeitos e etc.
Nesses empregos a temperatura muito baixa deve-se considerar o fenômeno conhecido
como temperatura de transição, ou seja, passagem da fratura dúctil para a fratura frágil,
sobretudo em aplicações de armazenamento e transporte de gases liquefeitos.
3.20. Aços sinterizados
Na prática da metalurgia do pó a matéria prima apresenta-se na forma pulverulenta. Este
pó possui característicos físicos que dependem da sua origem e que podem influenciar
grandemente as propriedades finais dos produtos sinterizados.
Em linhas gerais, na produção de peças de ferro ou aço sinterizados, devem ser
consideradas as seguintes etapas:
- seleção da matéria prima;
- compressão do pó ou pós metálicos, em matrizes apropriadas;
- sinterização dos compactados obtidos na compressão;
- recompressão ou calibragem das peças, ou compactados sinterizados;
- acabamento, compreendendo eventualmente usinagem, tratamento térmico ou tratamento
superficial.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
77
Para a produção de peças sinterizadas, empregadas em componentes mecânicos de
grande precisão, utiliza-se uma grande variedade de ligas ferrosas, como a Tabela 20.1 mostra.
As ligas mais simples só podem ser empregadas na confecção de componentes mecânicos
sujeitos a cargas mais leves, como engrenagens, peças polares e buchas de ferro
autolubrificantes.
À medida que se caminha para mais altos teores de carbono e para ligas contendo cobre
ou níquel, permite-se o seu uso em componentes sujeitos a cargas moderadas, sobretudo
porque essas ligas podem ser tratadas termicamente.
Finalmente, peças sinterizadas de aço inoxidável são produzidas para ambientes
corrosivos, com propriedades mecânicas razoáveis. A Figura 20.1 mostra uma variedade de
peças produzidas em ferro e aço sinterizados.
Tabela 20.1: Composição de ligas de ferro sinterizadas para componentes mecânicos.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
78
Fig. 20.1: Exemplo de peças produzidas em ferro e aço sinterizado.
Vantagens das peças produzidas por metalurgia do pó:
- apresentam uma estrutura muito fina com uniforme distribuição de carbonetos;
- não apresentam inclusões não-metálicas;
- produção de novos aços que não podem ser obtidos pelos processos convencionais de
lingotamento.
3.21 Aços para estampagem
São aços indicados em aplicações nas quais ocorrem desde deformações relativamente
pequenas até situações de conformação bastante severas. Alterações em suas composições
químicas e nas variáveis de processamento termomecânico proporcionam diversos graus de
estampabilidade. Para sua utilização, deve ser analisado o nível de conformação a que será
submetido o material, que pode variar de estampagem média, em peças de leve conformação,
até estampagem extraprofunda em peças críticas e complexas com elevado nível de
estiramento, estampagem e repuxo.
São utilizados principalmente pelos segmentos da indústria automobilística e de utilidades
domésticas.
As principais qualidades são:
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
79
EM – estampagem média,
EP – estampagem profunda, estampagem extraprofunda, resistente ao envelhecimento,
EEP-PC – estampagem extraprofunda para peça crítica
EEP-IF – estampagem extraprofunda com aço “IF”.
Os aços “IF” – Intersticial Free (livre de elementos intersticiais) são o destaque do grupo de
aços para estampagem especial (EEP-IF): sua ótima conformabilidade permite a confecção de
peças de elevado nível de complexidade – peças críticas -, graças aos baixíssimos níveis de
impureza (carbono e nitrogênio).
Em função de sua excelente conformabilidade, aliada à característica de não apresentar o
fenômeno de envelhecimento, esses aços permitiram evolução nos novos projetos de
componentes para carrocerias de automóveis.
4. Classificação de aços de acordo com a estrutura
Pela estrutura, obtida após o resfriamento de 900o C no ar, das amostras com o diâmetro
de 25 mm, consideram-se os seguintes grupos (ou classes) dos aços:
- Aços perlíticos, sem elementos de liga ou com elementos de liga em teores relativamente
baixos (até máximo de 5%); suas propriedades mecânicas, em função do teor de carbono e de
elemento de liga, podem ser consideravelmente melhoradas por tratamento térmico de têmpera
e revenido; também em função de teor de carbono, sua usinabilidade pode ser
consideravelmente boa.
- Aços martensíticos, quando o teor de elemento de liga supera 5%; apresentam dureza
muito elevada e baixa usinabilidade.
- Aços austeníticos, caracterizados por reterem a estrutura austenítica à temperatura
ambiente, devido aos elevados teores de certos elementos de liga (Ni, Mn ou Co); os
inoxidáveis, não magnéticos e resistentes ao calor, por exemplo, pertencem a este grupo.
- Aços ferríticos, igualmente caracterizados por elevados teores de certos elementos de liga
(Cr, W, Si), mas com baixo teor de carbono. Não reagem à têmpera, no estado recozido,
caracterizam-se por apresentar estrutura predominante ferrítica, com eventualmente pequenas
quantidades de cementita.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
80
- Aços carbídicos, caracterizados por apresentarem quantidades consideráveis de carbono
e elementos formadores de carbonetos (Cr, W, Mn, Ti, Nb, Zr). Sua estrutura compõe-se de
carbonetos dispersos na matriz que pode ser do tipo sorbítico, martesítico ou austenítico,
dependendo da composição química. São aços usados especialmente em ferramentas de corte
e em matrizes.
5. Classificação de aços de acordo com a composição química
Poderiam ser considerados os seguintes subgrupos:
Aços-carbonos
Aços-liga
5.1 Aços- carbono, em que estão presentes o carbono e os elementos residuais (Mn, Si,
P, S e Al, nos teores considerados normais).
Propriedades
A resistência aumenta com o teor de Carbono
A ductilidade diminui com o teor de Carbono
São aços de relativa baixa dureza
Oxidam-se facilmente
Suas propriedades deterioram-se a baixas e altas temperaturas
São os mais usados e de mais baixo custo
De acordo com a norma 6006 da ABNT, os aços-carbonos são assim classificados quando
os teores de silício e manganês não ultrapassam os teores de 0,6% (Si) e 1,65% (Mn). Podem
ainda ser especificado teor máximo de 0,1% de alumínio, teor mínimo de boro de 0, 0005%, teor
máximo de cobre de 0,3% ou ainda teor máximo de chumbo de 0,35%. Se forem adicionados
outros elementos como selênio, telúrio e bismuto, para melhorar as características de
usinabilidade dos aços, estes são ainda considerados aços-carbonos, do mesmo modo que aço
com aço com adição de nióbio.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
81
Certas especificações restringem as porcentagens admissíveis para o fósforo, por causa da
fragilidade a frio que confere aos aços principalmente nos aços duros, de alto carbono. Por
exemplo: trilho-0,04%, eixos-0,05%, estrutura de pontes-0,06%, estrutura de construção e barras
de concreto armado- 0,10%.
O aço carbono é utilizado na qualidade de: Semi-acabados para forjamento; Aço Estrutural;
Placas; Barras laminadas a quente; Barras acabadas a frio; Chapas finas laminadas a quente;
Chapas finas laminadas a frio; Chapas com esmaltagem porcelânica; Chapas chumbadas
compridas; Chapas galvanizadas; Chapas revestidas por zincagem eletrolítica; Bobinas
laminadas a quente; Bobinas laminadas a frio; Folhas-de-flandres; Arames; Arame achatado;
Tubos; Tubos estruturais; Tubos para oleodutos; Produtos tubulares para campos petrolíferos;
Produtos tubulares especiais; Fios-máquina laminados a quente.
Os aços carbono podem ser subdivididos em:
- aços de baixo teor de carbono, inferior a 0,2%C;
- aços de médio carbono, com C entre 0,2 e 0,5%;
- aços de alto teor de carbono, com C acima de 0,5%.
Aço baixo carbono (até 0,2%C): a estrutura é usualmente ferrítica e perlítica, possui baixa
resistência e dureza e alta tenacidade e ductilidade. É usinável e soldável, além de apresentar
baixo custo de produção. Geralmente, este tipo de aço não é tratado termicamente. Aplicações:
chapas automobilísticas, perfis estruturais, placas para produção de tubos, construção civil,
pontes e latas de folhas de flandres.
Aço médio carbono (de 0,2 a 0,5%C): possui maior resistência e dureza e menor
tenacidade e ductilidade do que o baixo carbono. Apresentam quantidade de carbono suficiente
para receber tratamento térmico de têmpera e revenimento, embora o tratamento, para ser
efetivo, exija taxas de resfriamento elevadas e em seções finas. Aplicações: rodas e
equipamentos ferroviários, engrenagens, virabrequins e outras peças de máquinas, que
necessitem de elevadas resistências mecânica e ao desgaste e tenacidade.
Aço alto carbono (acima de 0,5%C): é o de maior resistência e dureza. Porém, apresentam
menor ductilidade entre os aços carbono, assim apresentam baixa conformabilidade.
Geralmente, são utilizados temperados ou revenidos, possuindo propriedades de manutenção
de um bom fio de corte. Aplicações: talhadeiras, folhas de serrote, martelos e facas.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
82
Importância e limitações dos aços ao carbono
Importância. Os aços carbono constituem o mais importante grupo de materiais utilizados
na engenharia e na indústria. As propriedades mecânicas dos aços carbono, sem qualquer
elemento de liga e na maioria dos casos, sem qualquer tratamento térmico (TT), são suficientes
para atender à maioria das aplicações na prática. As peças fundidas geralmente requerem um
TT de recozimento ou normalização para alívio das tensões de solidificação e para
homogeneização da microestrutura.
Limitações. Em peças de grandes dimensões as propriedade ao longo da seção aparecem
diferentes, pois dependem da estrutura que se forma em condições de resfriamento diferentes. É
evidente que os aços carbono apresentam limitações quando se desejam propriedades
especiais de resistência à corrosão, ao calor, ao desgaste, características elétricas, magnéticas,
etc. Nesses casos recomendam-se aços-liga, cuja importância cresce dia a dia.
5.2 Aço-Liga - são ligas metálicas constituídas de Ferro, Carbono, Silício e Manganês.
Podem conter outros elementos de liga, como: Cromo, Níquel, Molibdênio e Vanádio (os mais
usuais), que adicionados possibilitam a otimização das propriedades características dos aços. A
soma de todos de todos esses elementos, inclusive carbono, silício, manganês, fósforo e enxofre
não podem ultrapassar 6%.
No caso dos elementos silício, manganês e alumínio, sempre presentes nos aços
carbonos, os aços serão considerados ligados quando seus teores ultrapassarem 0,6%, 1,65% e
0,1 respectivamente.
Nos aços-liga, o fósforo é especificado com 0,04% no Maximo em alguns casos e em
outros, 0,025% máximo.
Forma como se econtram os elementos de liga
- dissolvidos na matriz
- formando carbonetos
- formando compostos intermetálicos
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
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Os aços-liga podem ser subdivididos em:
- Aços-liga de baixo teor em liga
- Aços-liga de alto teor em liga
- Aços-liga de médio teor em liga
Aços-liga de baixo teor em liga são aqueles em que os elementos residuais estão
presentes acima dos teores normais, ou onde ocorre a presença de novos elementos de liga,
cujo teor total não ultrapassa um valor determinado (normalmente de 3,0 a 3,5%). Nestes aços,
a quantidade total de elementos de liga não é suficiente para alterar profundamente as
estruturas dos aços resultantes, assim como a natureza dos tratamentos térmicos a que devem
ser submetidos.
Aços-liga de alto teor em liga, em que o teor total dos elementos de liga é, no mínimo, de
10 a 12%.Nessas condições, não só a estrutura dos aços correspondentes pode ser
profundamente alterada, como igualmente os tratamentos térmicos comerciais sofrem
modificações, exigindo ainda técnica e cuidados especiais e operações múltiplas. Os aços de
alto teor de liga podem ser classificados quanto a sua aplicação em aços inoxidáveis, aços
refratários (resistentes ao calor) e aços para ferramentas, que já foram discutidos anteriormente.
Aços-liga, de médio teor em liga, que podem ser considerados como constituindo um grupo
intermediário.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
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Aços-liga e suas aplicações
Os aços-liga, por ser uma família bastante ampla de diferentes tipos de aço, com
propriedades bastante distintas, encontram aplicações igualmente vastas. Destacam-se aços
inoxidáveis, refratários, para ferramentas. Podem ser encontrados em praticamente todos os
segmentos industriais, desde a construção civil até a construção naval, passando pela indústria
petrolífera, automobilística e aeronáutica.
Efeito dos elementos de liga
Aumentam a dureza e a resistência
Conferem propriedades especiais como:
Resistência à corrosão;
Estabilidade à baixas e altas temperaturas;
Controlam o tamanho de grão;
Melhoram a conformabilidade;
Melhoram as propriedades elétricas e magnéticas;
Diminuem o peso (relativo à resistência específica);
Deslocam as curvas TTT para a direita.
Manganês (residual)
Agente dessulfurante e desoxidante;
Aumenta a dureza e a resistência (%Mn>1%);
Baixa a temperatura de transformação da martensita;
Entre 11-14% Mn alcança-se alta dureza, alta ductilidade e excelente resistência ao
desgaste (aplicações em ferramentas resistentes ao desgaste).
Enxofre (residual)
Agente fragilizador;
Se combinado com Mn forma MnS que pode ser benéfico (melhora a usinabilidade);
Está presente em altos teores em aços para usinagem fácil.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
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Níquel
Aumenta a resistência ao impacto(2-5% Ni);
Aumenta consideravelmente a resistência à corrosão em aços baixo carbono (12-20% Ni);
Com 36% de Ni (INVAR) tem-se coeficiente de expansão térmica próximo de zero;
Usado como sensores em aparelhos de precisão.
Cromo
Aumenta a resistência à corrosão e ao calor;
Aumenta a resistência ao desgaste (devido à formação de carbetos de cromo);
Em aços baixa liga aumenta a resistência e a dureza;
É normalmente adicionado com Ni (1:2).
Molibidênio
Em teores < 0,3% aumenta a dureza e a resistência, especialmente sob condições
dinâmica e a altas temperaturas;
Atua como refinador de grão;
Melhora a resistência `a corrosão;
Forma partículas resistentes à abrasão;
Contrabalança a tendência à fragilidade de revenido.
Vanádio
Forma carbetos que são estáveis a altas temperaturas;
Inibe o crescimento de grão (0,03-0,25%) e melhora todas as propriedades de resistência
sem afetar a ductilidade.
Tungstênio
Mantém a dureza a altas temperaturas;
Forma partículas duras e resistentes ao desgaste à altas temperaturas;
Presente em aços para ferramentas.
Silício (residual)
Tem efeito similar ao Níquel;
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
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Melhora as propriedades de resistência com pouca perda de ductilidade;
Melhora a resistência `a oxidação;
Com 2% de Si é usado para a confecção de molas;
Aumenta o tamanho de grão (necessário para aplicações magnéticas);
Agente desoxidante.
Boro
É um agente endurecedor poderoso (0,001-0,003%);
Facilita a conformação à frio;
Tem efeito 250-750 vezes ao efeito do Ni,100 vezes ao Cr, 75-125 vezes ao Mo;
Aços microligados.
Alumínio
Facilita a nitretação;
Agente desoxidante;
Controla o tamanho de grão pela formação de óxidos ou nitretos.
Cobalto
Melhora a dureza à quente;
É usado em aços magnéticos.
Fósforo (residual)
Aumenta a resistência dos aços baixo carbono;
Aumenta a resistência à corrosão;
Facilita a usinagem;
Gera fragilidade à frio (0,04-0,025% no máximo).
Titânio
Reduz a dureza martensítica e a endurecibilidade de aços ao cromo;
Impede a formação da austenita em aços ao cromo.
-Descrição de utilização de aços de acordo com suas propriedades, estrutura, composição e tipo-
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