desastres naturais em morretes - 2011

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1 INTRODUÇÃO Em nosso país ocorrem inúmeros desastres naturais, fenômenos estes imprevisíveis, porém existem diversos estudos que tem como fim amenizar os danos causados por estes desastres, por meio do desenvolvimento de novas tecnologias e sistemas de prevenção. Em março de 2011, um evento extremo de chuvas atingiu algumas cidades costeiras do estado do Paraná. Entre os desastres naturais gerados nesta ocasião, destacam-se os deslizamentos de terra que atingiram a cidade de Morretes. Neste contexto, o objetivo deste trabalho é analisar e relatar as áreas como eram e como ficaram após esse desastre, através de estudos da região. Além da análise das áreas, o presente trabalho visa tratar de tecnologias e sistemas de prevenção de deslizamentos, sendo que considerar-se-á deslizamento um termo genérico, usado para descrever o movimento dedescida do solo, de rochas e material orgânico, sob o efeito da gravidade, e também a formação geológica resultante de tal movimento.

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Trabalho destinado à disciplina de Introdução à pesquisa, do curso de Agronomia da Universidade Federal do Paraná. Orientado pelo Professor Doutor Francisco José Pereira de Campos Carvalho. Participantes da banca de avaliação o próprio professor e a Professora Maura Regina Franco. Alunas da disciplina, Debora Priscila Duarte Prado de Almeida, Brena Thais Morais de Oliveira, Fernanda Gomes Assunção Schmidt, Barbara Cristina Dias Schlichting.

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INTRODUÇÃO

Em nosso país ocorrem inúmeros desastres naturais, fenômenos estes

imprevisíveis, porém existem diversos estudos que tem como fim amenizar os

danos causados por estes desastres, por meio do desenvolvimento de novas

tecnologias e sistemas de prevenção.

Em março de 2011, um evento extremo de chuvas atingiu algumas

cidades costeiras do estado do Paraná. Entre os desastres naturais gerados

nesta ocasião, destacam-se os deslizamentos de terra que atingiram a cidade

de Morretes. Neste contexto, o objetivo deste trabalho é analisar e relatar as

áreas como eram e como ficaram após esse desastre, através de estudos da

região.

Além da análise das áreas, o presente trabalho visa tratar de tecnologias

e sistemas de prevenção de deslizamentos, sendo que considerar-se-á

deslizamento um termo genérico, usado para descrever o movimento

dedescida do solo, de rochas e material orgânico, sob o efeito da gravidade, e

também a formação geológica resultante de tal movimento.

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1. DESASTRES NATURAIS

Um desastre natural é uma catástrofe que ocorre quando um evento

físico muito perigoso (tal como uma erupção vulcânica, um sismo, um

desabamento, um furacão, inundação, incêndio, ou algum dos outros

fenômenos naturais) provoca direta ou indiretamente danos extensos à

propriedade, faz um grande número de vítimas, ou ambas. Em áreas onde não

há nenhum interesse humano, os fenômenos naturais não resultam em

desastres naturais. (www.wikipedia.org/wiki/Desastre_natural, 2012).

Um desastre é um rompimento social que pode afetar um indivíduo, uma

comunidade, ou um país.

A extensão dos danos à propriedade ou do número de vítimas que

resulta de um desastre natural depende da capacidade da população a resistir

ao desastre. (www.wikipedia.org/wiki/Desastre_natural, 2012).

Um evento extremo pode ser conceituado como uma anomalia ou desvio

de comportamento de um padrão médio ou habitual. Os eventos de origem

climática/ meteorológica respondem por mais 85% dos eventos extremos no

planeta (SANT’ANNA NETO, 2005).

Conforme Marengo (2005) um evento climático extremo pode ocorrer em

forma de enchente, seca prolongada, ondas de calor, tufões e tornados. Em

uma escala temporal, estes eventos podem varias desde dias até milênios.

Entretanto, para as atividades humanas, os eventos relacionados à

meteorologia (escala temporal curta) e ao clima (escala temporal média),

devido aos seus fortes impactos, configuram-se como os mais importantes.

A ocorrência de um evento extremo em áreas vulneráveis ou de risco,

pode se transformar em um desastre natural (SANT’ANNA NETO, 2005). Logo,

a combinação/interação entre o evento extremo e as atividades humanas é que

caracterizam um desastre natural.

Um deslizamento ou escorregamento de terra é um fenômeno de

ordem geológica e climatológica que inclui um largo espectro de movimentos

do solo, tais como quedas de rochas, falência de encostas em profundidade e

fluxos superficiais de detritos.

Uma inundação pode ser o resultado de uma chuva que não foi

suficientemente absorvida pelo solo e outras formas de escoamento, causando

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transbordamentos. Também pode ser provocada de forma induzida pelo

homem através da construção de barragens e pela abertura ou rompimento de

comportas de represas. (www.wikipedia.org/wiki/Desastre_natural, 2012).

As inundações podem também ocorrer em função do derretimento

da neve acumulada durante o inverno em locais com invernos frios e úmidos,

tais como regiões montanhosas.

A inundação representa o transbordamento das águas de um curso

d’água atingindo áreas de várzea, enquanto que alagamento é um acúmulo

momentâneo de água em determinados locais devido à precariedade dos

sistemas de drenagem. (www.wikipedia.org/wiki/Desastre_natural, 2012).

Tempestades de areia, de gelo, de granizo, de raios estão entre

fenômenos passíveis de ocasionar desastres naturais.

Enchentes são definidas pela elevação do nível d’água no canal de

drenagem devido ao aumento da vazão, atingindo a cota máxima, mas sem

extravasar. As enxurradas, por sua vez, referem-se ao escoamento superficial

concentrado e com alta energia de transporte, que pode ou não estar

associado a áreas de domínio dos processos fluviais.

(www.wikipedia.org/wiki/Desastre_natural, 2012).

Em estudo sobre a vulnerabilidade socioambiental no sul do Brasil,

Ultramari e Hummell (2010) analisaram dados de ocorrências de acidentes

naturais e valores de Índice de Desenvolvimento Humano por município

(IDHm), concluindo que em áreas com fragilidade física e ambiental também

coexistem sociedades com maior vulnerabilidade socioeconômica. Os autores

também verificaram a inexistência de planos e políticas entre os estados do sul

do Brasil relativos à prevenção de desastres, inclusive sobre fenômenos

recorrentes.

Para que se possa ter um planejamento adequado sobre as medidas

preventivas que deverão ser adotadas diante dos possíveis impactos, é

necessário que se conheçam as causas e consequências de um desastre.

Dessa forma, o ciclo de gerenciamento de desastres envolve três fases

distintas: antes, durante e depois. Na fase “antes” à ocorrência dos fenômenos

que podem causar desastres, enfoca-se a análise de riscos, obras, políticas

públicas, educação, previsão, sistema de alerta. No “durante”, ou seja, na fase

emergencial, devem estar previstas a assistência e socorro às vítimas do

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4

desastre, evacuação, limpeza, segurança e abrigos. E no “depois”, estão

relacionadas às atividades de serviços essenciais, avaliação de danos,

reconstrução e bem-estar da população.

O Sistema de Defesa Civil possui uma estrutura organizacional em nível

federal, estadual e municipal, com diretrizes e planos de ação para

atendimentos emergenciais em todo território nacional. Porém os estudos

sobre prevenção aos desastres naturais recebem importância secundária,

apesar de já haver conhecimento técnico suficiente para que se possa dar

suporte às ações de riscos ambientais. (Defesa Civil www.defesacivil.pr.gov.br,

2012).

Outro fator intimamente relacionado aos riscos de desastres ambientais

refere-se ao desrespeito para com a legislação ambiental, principalmente no

tocante às questões que envolvem as áreas de preservação permanente

(APPs) como matas ciliares no entorno de rios, lagos e reservatórios, e as

encostas íngremes, que são suscetíveis a inundações e escorregamentos e se

tornam terrenos com alto potencial de riscos quando ocupados. A chuva tem

sido o elemento do clima que provoca as transformações mais rápidas na

paisagem, comumente no verão, quando as precipitações ocorrem de forma

concentrada, podendo resultar em tragédias, principalmente em áreas de alta

concentração urbana. Com a chuva, são deflagrados outros fenômenos que

podem se transformar em desastres, tais como vendavais ou tempestades,

enchentes ou inundações graduais, enxurradas ou inundações bruscas e

escorregamentos ou deslizamentos. (Lopes (2012) Análise de um evento

extremo: Antonina e Morretes).

Conforme mostra a literatura, um desastre natural é um evento físico

perigoso que prejudica indivíduos, e todos são passíveis de desastres. Para

diminuir o risco da ocorrência de um desastre natural, é necessário saber o que

se deve fazer para evitar que isso possa ocorrer como, respeitoao meio

ambiente através de cumprimento da legislação ambiental em relação às APPs

(áreas de preservação permanente).

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1.1. DESLIZAMENTOS

Com a ruptura do solo de uma encosta causada por algum fator de risco.

O agente causador mais conhecido são as chuvas, tão comuns no verão. Mas

também há outros, como terremotos, erupções vulcânicas e vibrações

causadas por máquinas. Deslizamentos são fenômenos naturais: podem

ocorrer mesmo que a área esteja com sua vegetação intacta. E a presença

humana tem efeito grave na ocorrência desses deslizamentos. Mas as

ocupações irregulares feitas em morros e encostas facilitam sua ocorrência e

aumentam os estragos. Um exemplo deste fenômeno de deslizamento pode

ser visto na figura 1.

A vegetação ameniza o impacto das gotas da chuva e suas raízes

ajudam a estabilizar o solo, plantas de raízes profundas e parte aérea leve,

sem estragos quando cair. Como exemplo, as gramíneas. Pois quando há ação

do vento, não ocorre tanto transporte de terra.

Ao deslizar, esses sedimentos caem na via de drenagem, e quando se

tem terraços ou algum impedimento em nível, a ação desse deslizamento se

torna menos crítico.

1.2. DEPOSIÇÃO DE SEDIMENTOS

A utilização dos solos para a agricultura e dos recursos hídricos para os

mais variados fins, de forma intensa, tem mostrado a crescente importância da

quantificação, no tempo e no espaço, da produção, transporte e deposição de

sedimentos nas bacias hidrográficas.

O avanço da agricultura e o aumento da utilização do solo neste setor de

forma não planejada, com a remoção de sua cobertura vegetal e subsequente

exposição deste às intempéries, ocasionam alterações no meio natural,

provocando um aceleramento no processo de erosão do solo, que trás

consequências negativas e por vezes desastrosas devidas sua forte influência

sobre o regime hidrológico e sedimentológico de uma bacia hidrográfica.

O estudo e a compreensão dos fatores que integram o processo de

erosão do solo e a quantificação das perdas de solo são de grande

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importância, pois servem como ponto de partida para elaboração de medidas

que visem a maximização do uso dos recursos hídricos disponíveis, para que

se possa evitar os efeitos negativos decorrentes da produção, transporte e

deposição de sedimentos. Na figura 2 é possível visualizar o efeito da erosão e

o transporte de sedimentos.

Existem modelos matemáticos na literatura, que são utilizados para

estimar grandezas físicas, estes descrevem as principais respostas da bacia à

precipitação, tais como produção de água e sedimentos (Li, 1974). Estes

modelos apresentam características e objetivos distintos, o que acarreta maior

ou menor nível de precisão nos resultados e nos dados de entrada (Goldenfum,

1991). Portanto, uma avaliação destes modelos se faz necessária, para que se

conheçam esses diferentes enfoques, de modo que se possa desenvolver,

escolher e utilizar, conforme cada caso e as necessidades do usuário, o melhor

modelo. Porém, deve-se sempre lembrar que todo modelo, por mais complexo

que seja, é uma simplificação, uma simulação da realidade, devendo, portanto,

ser utilizado dentro das condições e limites estabelecidos para seu uso

racional.

1.3. IMPORTÂNCIA DOS SEDIMENTOS

Os tipos de problemas causados pelos sedimentos dependem da

quantidade e da natureza dos sedimentos, fatores estes que são dependentes

dos processos de produção, transporte e deposição, o que equivale dizer que

os sedimentos causam três tipos de prejuízos: no local de origem, no trecho

onde transitam e no local de sua deposição.

Somado a redução do potencial de produtividade dos solos devido a

perdas da camada fértil e de fertilizantes presentes no solo, do recobrimento de

áreas agricultadas por sedimentos estéreis e do encharcamento das mesmas

resultantes da obstrução de drenos naturais, tem-se a presença significativa de

sedimentos nos cursos d'água que ocasionam vários problemas, afetando a

operação de obras como reservatórios barragens e canais, que como

consequência afetam a geração de energia elétrica, o amortecimento de cheias

e a regularização dos cursos d'água. Ocasionam ainda a diminuição da

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capacidade de armazenamento de reservatórios e açudes; favorecem a

poluição física e química da água prejudicando a sua qualidade para o

consumo humano, uso industrial e agrícola, aumentando os custos para seu

tratamento e também causando danos à vida aquática; causam entupimentos

em canais de irrigação e drenagem e assoreamento de canais de navegação.

A deposição desses sedimentos na calha dos rios eleva seu leito trazendo por

conseqüência a elevação dos níveis d'água, facilitando o transbordamento da

calha e a inundação de áreas ribeirinhas.

O conhecimento da concentração de sedimentos em suspensão (massa

de sedimento em suspensão na água por unidade de massa da mistura por

unidade de volume) é importante para a avaliação das conseqüências da

intervenção humana na bacia hidrográfica (erosão devido ao desmatamento,

atividades agrícolas ou de mineração), no assoreamento de barragens, para o

caso de estuários, no estudo do escoamento de canais de acesso e berços de

atracação em portos.

Num diagnóstico sedimentológico realizado na bacia do rio São

Francisco, mostrou que o aumento da produção de sedimentos está sendo 4

causado pela urbanização e mineração na bacia, pelo aumento de áreas

agrícolas para a produção de alimentos e pela construção de estradas, aliados

a presença de fortes chuvas.

Estudos sobre os custos dos impactos decorrentes da remoção não

controlada de sedimentos de bacias hidrográficas dos Estados Unidos da

América apontaram prejuízos anuais fora das áreas cultivadas (portanto, sem

abranger os prejuízos decorrentes da falta de conservação do solo) de US$ 6.8

bilhões, aos quais se somam outros US$ 2.2 bilhões decorrentes da erosão

das lavouras.

Estimativas mais recentes citadas pela ABRH (1991) indicam que o

quadro poderia ser ainda mais preocupante: os prejuízos orçariam em US$ 20

bilhões por ano para a América do Norte, dos quais US$ 12 bilhões

corresponderiam a prejuízos nas áreas cultivadas e US$ 8 bilhões ao restante

das bacias.

O estudo e a compreensão dos fatores que integram o processo de

erosão do solo e a quantificação das perdas de solo são de grande

importância, pois servem como ponto de partida para elaboração de medidas

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que visem à maximização do uso dos recursos hídricos disponíveis, sem os

efeitos negativos decorrentes da produção, transporte e deposição de

sedimentos.

1.4. O PROCESSO EROSIVO

A perda de solo que ocorre na área de uma bacia hidrográfica está

diretamente relacionada com o uso e manejo do solo, e os sedimentos

originam-se de um processo de erosões que geralmente ocorrem no solo por

diferentes formas de ação. Erosão é um processo que envolve trabalho, onde

a energia para tal é fornecida pelo impacto das gotas de chuva que caem sobre

a superfície do solo e pelo fluxo de água que escoa superficialmente sob a

ação da gravidade.

Dentre as várias formas de erosão existentes na natureza, a que merece

maior importância é a provocada pela ação da água das chuvas, denominada

erosão hídrica, que existente na bacia hidrográfica, diminui a capacidade

produtiva do solo e é responsável pela produção de sedimento.

Dentre as principais formas de erosão hídrica, pode-se destacar a

erosão por embate ou pelo impacto da chuva, a erosão laminar, a erosão em

sulcos e voçorocas, erosão em queda, erosão subterrânea e a erosão que

ocorre ao longo do leito e das margens dos rios e canais. A erosão hídrica é

um processo constituído por três fases: desagregação da partícula do solo,

transporte e deposição da mesma.

A desagregação se refere ao desprendimento da partícula sólida do

meio da qual faz parte. É causada principalmente pela ação do impacto da gota

da chuva sobre as partículas (agregado) presentes na superfície do solo. Essa

fase apresenta como resultado final uma massa de partículas sólidas expostas

à ação do escoamento superficial, que é decorrente das águas da chuva que

não se infiltraram no solo e que não sofreram o processo de evaporação que é

responsável pelo transporte desse material.

O transporte desse material arrancado se dá por fluxo de massa, na

forma de rolamento, deslizamento ou arraste da partícula, por suspensão ou

por ambas as maneiras. Quando o efeito do impacto da gota da chuva sobre o

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9

solo move suas partículas desagregadas a certas distâncias e em todas as

direções o transporte pode ser dito por salpico.

Finalmente, quando o aporte de sedimentos excede a capacidade de

transporte, há a deposição deste material em locais relativamente mais baixos,

que podem ser depressões naturais do terreno ou reservatórios de água como

rios, lagos, açudes ou represas, concluindo assim o processo erosivo.

Alguns sedimentos são depositados apenas temporariamente, pois

eventos subsequentes podem suspendê-los novamente e movê-los através do

sistema de transporte.

No caso da floresta, houve um excesso de sedimentos. Esses processos se

evidenciaram a partir do acidente, em março de 2011.

1.5. DESASTRES NATURAIS NO PARANÁ

Segundo a Defesa Civil do Estado do Paraná, de 1980 até 14 de abril de

2011 foram registrados 4.550 desastres, sendo que deste total 29,56%

referem-se a vendavais ou tempestades, 14,11% a enchentes ou inundações

graduais, 8,02% a enxurradas ou inundações bruscas e 1,82% a

escorregamentos ou deslizamentos. (IAPARDES (2011) Vulnerabilidade de

Municípios do Paraná aos riscos de desastres naturais).

No mapa 1, é apresentado o número de ocorrências totais de desastres

por municípios. Tanto neste mapa como nos outros que serão mostrados a

seguir as cores mais escuras indicam maior número de ocorrências. Nesse

mapa, os municípios mais críticos fazem parte das grandes aglomerações

urbanas do Estado: Curitiba, Ponta Grossa, São José dos Pinhais,

Guarapuava, Londrina, Maringá, Cascavel e Foz do Iguaçu, incluindo-se

também a região litorânea.

No mapa 2, é apresentada a espacialização das ocorrências de

desastres ocasionados por vendavais. Apesar de apresentarem valores

diferentes, os mapas 1e 2 mostram-se bastante semelhantes, sugerindo que

os municípios com maiores ocorrências de vendavais influenciam

significativamente os valores totais de ocorrências (mapa 1), exceção ao

município de São José dos Pinhais e região litorânea.

Page 10: Desastres Naturais em Morretes - 2011

10

As ocorrências de enchentes apresentam outra conformação (mapa 3),

com maiores incidências nos municípios de União da Vitória, São Mateus do

Sul e Rio Negro, na região sudeste, e nos municípios de Querência do Norte,

Porto Rico, São Pedro do Paraná e Marilena, no noroeste às margens do rio

Paraná.

Quanto às enxurradas, os municípios que mais registraram esse tipo de

desastre encontram-se na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), como

Almirante Tamandaré (13 ocorrências), Colombo(11), São José dos Pinhais

(11) e Curitiba (10).

Na região do litoral, o município de Morretes apresenta as maiores

ocorrências com 9 registros (mapa 4).Apesar de os últimos registros de

escorregamentos terem acontecido com intensidades catastróficas na região

litorânea do Estado, no município de Morretes, a maior frequência desse tipo

de desastre tem apresentado uma série histórica bastante concentrada na

RMC, principalmente nos municípios de Almirante Tamandaré (9) e Rio Branco

do Sul (22) – mapa 5. (IAPARDES (2011) Vulnerabilidade de Municípios do

Paraná aos riscos de desastres naturais).

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MAPA 1 – OCORRÊNCIAS TOTAIS POR MUNICÍPIO DE TODOS OS

TIPOS DE DESASTRES NO ESTADO DO PARANÁ 1980-2011

MAPA 2 – OCORRÊNCIAS DE VENDAVAIS POR MUNICÍPIO NO ESTADO DO

PARANÁ 1980-2011

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MAPA 3 – OCORRÊNCIAS DE ENCHENTES POR MUNICÍPIO NO ESTADO

DO PARANÁ 1980-2011

MAPA 4 – OCORRÊNCIAS DE ENCHURRADAS POR MUNICÍPIO NO

ESTADO DO PARANÁ 1980-2011

Page 13: Desastres Naturais em Morretes - 2011

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MAPA 5 – OCORRÊNCIAS DE ESCORREGAMENTO POR MUNICÍPIO NO

ESTADO DO PARANÁ 1980-2011

1.6. DESASTRE NATURAL NO LITORAL PARANAENSE

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Observa-se que entre os dias 10 e 12, a estação de Morretes registrou

537mm de chuva. Estes volumes são superiores a média histórica para o mês

de março, que fica entre 250 e 350mm. Nota-se a ocorrência do evento

extremo, com anomalia positiva mais significativa na cidade de Morretes.

(Lopes (2012) Análise de um evento extremo: Antonina e Morretes).

O evento foi resultado de um conjunto de fatores. O que gerou o evento

foi uma área de instabilidade, que desde o momento de sua formação esteve

sobre as cidades. Esta instabilidade foi favorecida pela atuação de um cavado

com significativa amplitude e fortes ventos. Verificou-se também um gradiente

vertical considerável de temperatura entre o nível médio e baixo da atmosfera,

favorecendo o desenvolvimento vertical da área de instabilidade. A estes

fatores, somou-se a ocorrência foi um gradiente de pressão no Oceano

Atlântico, promovendo o transporte da umidade do oceano para o continente.

Esta situação foi verificada em outros momentos, porém, atribuiu-se como fator

diferenciado a forte advecção de leste/nordeste, com ventos em torno de 6 a

8m/s acima da média, o que levou ao significativo acumulado de chuva (INPE,

2011).

O desastre natural causado pelo evento extremo gerou marcas

profundas na sociedade e economia paranaense. Devido à queda de barreiras

e pontes, ficaram totalmente interditadas as rodovias: BR-277, única rodovia de

ligação entre a capital Curitiba e o porto de Paranaguá, este o segundo maior

do país; BR-376, que faz a ligação Paraná – Santa Catarina; PR-408 - liga

Morretes a BR-277. (Lopes (2012) Análise de um evento extremo: Antonina e

Morretes).

Conforme mostra o quadro, no que se refere a pessoas e residências

afetadas, a cidade de Morretes foi mais atingida.

Serviços básicos como abastecimento de água, telefonia e energia

elétrica, em alguns casos ficaram suspensos. As redes de água e energia

Page 15: Desastres Naturais em Morretes - 2011

15

elétrica não podiam ser restabelecidas, porque as equipes da COPEL

(Companhia Paranaense de Energia) e da SANEPAR (Companhia de

Saneamento do Paraná) não conseguiam se deslocar até os locais.

O evento extremo que atingiu Morretes, devido às perdas sociais e

econômicas, levou à ocorrência de um desastre natural.

As perdas poderiam ser amenizadas, ou até mesmo evitadas, com um

adequado planejamento do uso da terra. Entretanto, nas áreas mais atingidas,

a comunidade de floresta (Morretes), verifica-se a reocupação de parte dos

imóveis e lotes em áreas de risco.(Lopes (2012) Análise de um evento extremo:

Antonina e Morretes).

Na região de Morretes, se encontra um ambiente com características

favoráveis à ocorrência de fenômenos naturais, que propiciam chuvas fortes e

isoladas, que causam esses desastres.

2. GERENCIAMENTO AMBIENTAL

O gerenciamento ambiental no Paraná possui a seguinte estrutura,

quando ocorre um desastre natural (emergência), há um estudo do caso e

ações realizadas em conjunto da Prefeitura com a Defesa Civil do Paraná,

algumas entidades como CODAPAR, IPAGUAS, DER, e também ONGs

auxiliam no atendimento a essas emergências, como também voluntários

(próprios moradores de onde ocorreu o desastre), para ajudar as vítimas e

tentar restaurar o local.

O Sistema de Defesa Civil possui uma estrutura organizacional em nível

federal, estadual e municipal, com diretrizes e planos de ação para

atendimentos emergenciais em todo território nacional. Defesa Civil

www.defesacivil.pr.gov.br, 11/9/2012).

O Plano de Contingência é um documento onde estão definidas as

responsabilidades estabelecidas no município, para atender a uma emergência

e também contêm informações detalhadas sobre as características da área ou

sistemas envolvidos. É um documento desenvolvido com o intuito de treinar,

Page 16: Desastres Naturais em Morretes - 2011

16

organizar, orientar, facilitar, agilizar e uniformizar as ações necessárias às

respostas de controle e combate às ocorrências anormais. Desde o início de

setembro de 2011, a Defesa Civil Estadual, está acompanhando e auxiliando

as Coordenadorias Municipais de Defesa Civil – Comdec's do litoral com a

formatação do plano, um município por semana estava recebendo os

profissionais as devidas orientações e possíveis ajustes. (Defesa Civil

www.defesacivil.pr.gov.br, 11/9/2012).

Os técnicos realizam em conjunto com as Comdec's os levantamentos

de dados e recursos disponíveis e as ações operacionais a serem

desenvolvidas na necessidade de aplicação do Sistema de Comando de

Operações – SCO. (Defesa Civil www.defesacivil.pr.gov.br, 11/9/2012).

2.1. GERENCIAMENTO AMBIENTAL REALIZADO NA ÁREA DA

FLORESTA

Como ações imediatas, inicialmente no dia 11/03 foram enviadas 120

caixas de água potável (48 copos de 200 ml cada), sendo 80 delas levadas ao

hospital local e 40 deixadas para distribuição pela defesa civil. No sábado (12),

tão logo o acesso rodoviário foi liberado, foram deslocados de Curitiba 4

caminhões-pipa carregados para distribuição de água à população em locais

indicados pela Defesa Civil.

No período da tarde do dia 12, a Copel restabeleceu o fornecimento de

energia e o abastecimento de água passou a operar com atendimento parcial à

população devido ao alto consumo e vazamentos identificados posteriormente,

causados por danos a algumas tubulações.

A partir do dia 13, com o abastecimento da sede do município já

normalizado, 2 dos 4 caminhões-pipa passaram a atender as áreas isoladas do

município não atendidas pela rede pública de água potável, cujos poços foram

contaminados pelas enchentes.(SANEPAR).

Logo após a tragédia Codapar começou a atuar no município de

Morretes, conforme acordado entre Diretoria da CODAPAR, DEFESA CIVIL,

PREFEITURA, IPAGUAS, DER e outras entidades envolvidas.

Page 17: Desastres Naturais em Morretes - 2011

17

Os trabalhos foram concentrados na manutenção e melhorias de acessos na

localidade de Floresta, local em que os prejuízos foram de maior intensidade,

considerada a urgência em viabilizar ações diversas e essenciais.

A CODAPAR manteve sob constante acompanhamento de técnicos os

serviços realizados, mantendo ainda uma interatividade com as demais

instituições envolvidas, buscando sempre a solução de problemas.

Os serviços que a CODAPAR realiza são de drenagem, com limpeza de canais

e de bueiros existentes, totalmente assoreados, remoção de solos moles,

limpeza e cascalhamento da estrada previamente liberada pela Defesa Civil. O

trabalho é de difícil execução uma vez que a partir do momento em que a pista

permitiu o trânsito de veículos, o cuidado com os trabalhos teve que ser

redobrado. (CODAPAR). Como pode ser visto na figura3, foram também

utilizados fragmentos de rochas do deslizamento para realizar o

cascalhamento.

O Governo iniciou retirada de madeira de rios do Litoral. Um grupo de

trabalhadores retirou a madeira acumulada nos rios Jacareí e Miranda, no

Litoral do Paraná, durante o período de chuvas de março. O objetivo era retirar

aproximadamente 42 mil metros estéreis de material lenhoso, que será

revendido para produção de energia e para marcenarias. Parte da renda obtida

com a madeira será revertida ao Provopar Estadual, que espera arrecadar R$

1,2 milhão para atender emergencialmente 200 famílias que viviam nas áreas

afetadas pelas enchentes e deslizamentos de terra e hoje estão em situação de

vulnerabilidade social nos municípios de Morretes, Antonina, Paranaguá e

Guaratuba. (Defesa Civil www.defesacivil.pr.gov.br, 20/6/2011). Na figura 4

pode ser visto um local de deposição de madeira.

Por meio de um convênio com a Secretaria de Estado do Meio

Ambiente, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) vai fiscalizar toda a operação

de limpeza e retirada da madeira. O IAP é responsável por emitir o Termo de

Apreensão e o Documento de Origem Florestal, para que a empresa possa

transportar e vender a madeira retirada da Biodiversidade (ICMBio), órgão

ambiental do governo federal ligado ao Sistema Nacional de Unidades de

Conservação. (PROVOPAR - Programa do Voluntariado Paranaense).

Ações realizadas:

Page 18: Desastres Naturais em Morretes - 2011

18

Trecho: BR 277 – Floresta.

Período: 08/04/11 á 20/04/11.

Ação: Retirada de entulho e recomposição de pavimento.

Trecho: BR 277 – Sambaqui – Morro Alto.

Período: 08/04/11 á 18/04/11.

Ação: Transporte de equipamentos, patrolamento, recuperação de pista,

remoção de entulho, execução de bueiro. (Defesa Civil

www.defesacivil.pr.gov.br).

MORRETES/ANTONINA

Trecho:

• Rodovias Estaduais PR 410 (de São João da Graciosa até o entroncamento

coma PR 408),

• Rodovias Estaduais PR 340 (do entroncamento com a PR 408 até Cacatu)

Período: Março/11.

Ação: Remoção de barreira mecanizada, execução de valeta para

recomposição de adutora, reconstrução de bueiro (escavação, colocação de

aterro). (Defesa Civil www.defesacivil.pr.gov.br).

LIMPEZA DE RIOS - O Instituto das Águas do Paraná prossegue com a

limpeza e desobstrução dos rios da bacia dos rios Jacareí, no Distrito de

Floresta, em Morretes, região mais afetada pelo desastre natural, e dos rios

Miranda e Santa Cruz, em Paranaguá. O material está sendo levado para uma

área que não oferece risco à infraestrutura e às comunidades locais e poderá

ser usado para construções.

Para minimizar o impacto de novas enchentes, o instituto das Águas do

Paraná está realizando a limpeza e desassoreamento de mais de 100

quilômetros de rios, córregos e canais nos municípios de Antonina, Morretes,

Paranaguá, Matinhos e Pontal do Paraná. O investimento nesta parte das

obras é de R$ 2,1 milhões. (Defesa Civil www.defesacivil.pr.gov.br).

ATIVAÇÃO DA ECONOMIA - Paralelamente aos trabalhos para

recuperar a infraestrutura da região litorânea, o Governo do Estado lançou uma

linha de crédito a juros baixos para ajudar a estimular a economia local e

garantir a manutenção de empregos. Foram ofertados R$ 5 milhões em crédito

Page 19: Desastres Naturais em Morretes - 2011

19

para micro e pequenos empreendedores, agricultores familiares e pequenas

empresas. Mais de R$ 3,2 milhões foram aprovados, beneficiando projetos de

137 empresas, que envolvem aproximadamente 650 empregos em municípios

da região. (Defesa Civil www.defesacivil.pr.gov.br, 2012).

2.3. PLANO EMERGENCIAL AMBIENTAL

A emergência ambiental é uma ameaça súbita ao bem estar do meio

ambiente ou à saúde pública devido à liberação de alguma substância nociva

ou perigosa ou, ainda, devido a um desastre natural.

O plano contempla a identificação dos cenários emergenciais (situação

crítica, acontecimento perigoso ou incidente) capazes de desencadear

processos emergenciais e a proposição de ações/procedimentos para

contingenciar o incidente. Aplicado a todos que desejam estar preparados para

enfrentar uma emergência ambiental e reduzir os danos ambientais/materiais.

É baseado em um processo inicial de reconhecimento e identificação

de riscos, através de técnicas mundialmente consagradas como APP – Análise

Preliminar de Perigo e HAZOP – HazardandOperabilityStudies;

São estabelecidos procedimentos de respostas específicos para cada cenário

identificado, bem como procedimentos para atenuar os acidentes, que envolve

o acionamento de outros órgãos, limpeza de áreas externas atingidas,

materiais e recursos necessários, coleta e disposição do material derramado,

etc.;

Além da definição de procedimentos de emergência o Plano prevê o uso de

materiais e equipamentos específicos para o atendimento emergencial,

contemplando desde absorventes orgânicos, sintéticos, barreiras de contenção

e kits de atendimento até a composição de brigadas de emergência.

Destacando São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

2.3.1. São Paulo.

2.3.1.1. Cubatão-SP

Page 20: Desastres Naturais em Morretes - 2011

20

2.3.1.1.1. Região

“O município de Cubatão abrange terrenos de uma vasta planície

sedimentar, quase ao nível do mar, com ação fluvial e marinha, e a encosta da

serra, com suas escarpas e morros isolados. O Polo Industrial, aí instalado a

partir da década de 50, ocupa uma área de cerca de 10 km², localizando-se

junto ao sopé da Serra do Mar.” (Degradação ambiental e gerenciamento de

riscos, Agnes Fernandes)

2.3.1.1.2. Plano emergencial

“O Plano de Emergência, atualmente denominado Plano de

Contingência, consiste de um rol de medidas preventivas visando minimizar os

riscos e eventuais efeitos de corridas de massa, que, originadas nas encostas

da Serra do Mar, viessem a atingir as indústrias, provocando a liberação de

produtos perigosos (inflamáveis, tóxicos e explosivos).”

Pode-se dizer que o Plano de Emergência compreende três campos

básicos de atuação.

O primeiro consiste no estabelecimento de um sistema de previsão da

possibilidade de ocorrência de fenômenos destrutivos nas encostas voltadas

para o polo industrial, o que se traduz por um acompanhamento sistemático

tanto da precipitação pluviométrica, quanto da possibilidade de ocorrência de

chuvas na região (metereologia), e pela determinação da correlação entre

precipitação pluviométrica e escorregamentos.

O segundo campo de atuação está relacionado à análise das plantas

industriais do polo, especialmente no que se refere ao armazenamento,

transporte e manipulação dos produtos, e a posição das indústrias em relação

as encostas e aos núcleos habitacionais.

O terceiro campo diz respeito a integração das informações e sua

sistematização na forma de um Plano de Defesa Civil.

(Degradação ambiental e gerenciamento de risco; Agnes Fernandes)

2.3.1.2. Rio Tiete

Page 21: Desastres Naturais em Morretes - 2011

21

Em 1991, o governador de São Paulo Luiz Antonio Fleury Filho,

ordenou à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo que se

comprometesse a estabelecer um programa de despoluição do rio e montou

um projeto de recuperação do rio. Como pode ser visto na Figura 7 a poluição

do rio.

Passados quase vinte anos, a despoluição do Rio Tietê ainda está muito

aquém dos níveis desejados, mas já foram feitos progressos animadores. No

final da década de 1990, a capacidade de tratamento de esgotos foi ampliada:

a Sabesp realizou a ampliação da capacidade de tratamento da Estação de

Tratamento de Esgotos de Barueri, a vinte quilômetros a jusante do município

de São Paulo e inaugurou as estações de tratamento de esgoto Parque Novo

Mundo, São Miguel e ABC[5], que ficam a montante do município de São Paulo.

Porém, segundo especialistas em saneamento ambiental e engenharia,

apesar dos investimentos efetuados, a poluição difusa da região metropolitana,

composta por chuva ácida, poeiras, lixo e resíduos de veículos (vazamentos de

fluidos de óleos, resíduos de pastilhas de freios, entre outros) continuará indo

para as galerias de águas pluviais sem tratamento, pois esta rede não está

conectada com a rede de esgotos: o rio, depois de todo o projeto de

despoluição implantado, apresentará indicadores técnicos e ambientais muito

superiores aos atuais, porém esteticamente a percepção da qualidade das

águas não será tão grande por parte da população, sendo necessário um

trabalho de esclarecimento à população.

Além da poluição, o Rio Tietê também é célebre por outro grande

problema ambiental: as inundações provocadas por enchentes.O Rio Tietê

sempre foi rio de meandros e portanto para a construção das avenidas

marginais foi necessária uma retificação de seu curso natural. Como pode ser

visto na Figura 8 o novo curso do rio e a marginal.

Governantes e técnicos, ao longo das últimas décadas, não fizeram a

manutenção adequada da calha do rio e em alguns casos tomaram medidas

tecnicamente erradas, como tentar desassorear o rio em plena época

das chuvas. Há casos documentados em que dragas retiravam material do

fundo do rio e o depositavam justamente na área de inundação do rio alguns

quilômetros adiante, o que fazia o rio Tietê perder completamente a capacidade

de absorver as enchentes. Com qualquer chuva, mesmo pequena, a enchente

Page 22: Desastres Naturais em Morretes - 2011

22

acabava inundando as ruas e as casas próximas.

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Tiet%C3%AA, última modificação 15/03/2013).

As obras de ampliação da Marginal do Tietê não dispõem de um plano

de emergência em casos de alagamentos, como o que paralisou a mais

importante artéria viária de São Paulo no temporal de terça-feira. A exigência

existe. Consta do Parecer 127, emitido em 19 de março pela Câmara Técnica II

do Conselho Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

(Cades). A empresa Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), responsável

pela execução do projeto, diz que o plano de emergência ainda está em fase

de elaboração, uma vez que a exigência do Cades começaria a vigorar só após

a conclusão das obras. (http://noticias.limao.com.br/geral/ger117008.shtm,

11/07/2009)

2.3.2. Medidas do plano emergencial 2012/2013 realizado em Minas Gerais

Regiões: TRIÂNGULO MINEIRO, ALTO PARANAÍBA, OESTE, SUL, CAMPO

DAS VERTENTES, ZONA DA MATA E RMBH

A Coordenadoria Estadual Defesa Civil de Minas Gerais alerta para a

possibilidade de eventos adversos, conforme abaixo:

Devido à alta umidade e ao avanço de uma frente fria que se desloca e

favorece condições a ocorrências de chuva moderada a forte,acompanhadas

de rajadas de ventos e descargas atmosféricas, no período da tarde do dia 13

até às 24h00min.Fonte: SIMGE/ IGAM.

2.3.3 Recomendações:

As Coordenadorias Municipais de Defesa Civil, COMDEC, deverão

desencadear as ações previstas em seus planos de contingência, com vistas à

redução de desastres.

A população deverá ser alertada quanto ao risco de alagamentos,

quedas de árvores e deslizamentos de encostas. Devem ser especialmente

reforçadas as orientações para que as pessoas adotem comportamentos

Page 23: Desastres Naturais em Morretes - 2011

23

seguros. Entre outros, não transitar em áreas alagadas (a pé ou de carro),

observar sinais de encharcamento e movimentação do solo das encostas,

abandonar suas residências preventivamente, não colocar em vias públicas

qualquer lixo ou materiais que possam comprometer o escoamento de águas

pluviais.

(Plano nº 04/2012 de emergência pluviométrica – Defesa civil Minas

Gerais 20/10/2012)

2.4. A DEFESA CIVIL RIO DE JANEIRO

A Prefeitura do Rio realiza mensalmente, desde julho de 2011,

exercícios simulados em todos os locais que têm o Sistema de Alerta e Alarme

instalado (Figura 9). Em 2011, 67 comunidades receberam o sistema, com 220

pontos de apoio e 165 estações de sirenes, alcançando 16.458 famílias

(imóveis). Atualmente 103 comunidades já receberam o sistema. O Morro do

Borel foi o primeiro a receber o serviço. (http://www0.rio.rj.gov.br/defesacivil/

02/03/2013).

2.5. PLANO DE CONTINGÊNCIA

A Cidade do Rio de Janeiro, em função de suas características

geológicas e geográficas já representa, por si só, uma região passível de

ocorrência de precipitações pluviométricas intensas e suas possíveis

implicações.

Some-se a isso, uma cidade bastante adensada que teve um

crescimento desordenado durante décadas. Além disso, diversas construções

foram executadas em áreas de risco, grande parte delas em morros e encostas

sujeitos a deslizamentos. Como mostra a Figura 10, as principais áreas de

riscos do Morro do Borel.

Face o exposto, nosso município, que historicamente é assolado por chuvas

fortes e/ou prolongadas, tem sofrido com a ocorrência de inundações e

deslizamentos de encostas.

Page 24: Desastres Naturais em Morretes - 2011

24

Para a Defesa Civil Municipal do Rio de Janeiro, os Deslizamentos de

Encostas são o maior problema decorrente das chuvas fortes, em virtude dos

Danos Humanos (mortos e feridos) causados por este desastre. Muito embora

não possamos deixar de atuar na Prevenção, Preparação, Resposta e

Reconstrução para todos os outros tipos de desastres, o principal foco deste

órgão está na Proteção Comunitária, em especial dos moradores das áreas de

Alto Risco de Deslizamentos.

Desta forma, visando garantir a integridade física dos moradores de

áreas de alto risco, a Defesa Civil desenvolveu o Plano de Desocupação do

Município do Rio de Janeiro. Este plano tem por objetivo estabelecer

procedimentos e preparar a desocupação rápida e segura dos moradores em

caso de ocorrência desses eventos.

A política de procedimentos do Plano de Desocupação visa deslocar

temporariamente as pessoas para locais seguros - denominados Pontos de

Apoio - para que, em caso de chuva forte, permaneçam resguardados. É

importante destacar que a função de tais Pontos de Apoio não é a de servir

como abrigo, mas como locais de passagem, onde os moradores permaneçam

apenas por um curto período e garantam sua proteção. Ressalta-se, ainda, que

a opção mais indicada é a casa de amigos ou parentes (desde que seja em

local seguro).

A desocupação da comunidade se dará com base no Sistema de Alerta

e Alarme Comunitário para Chuvas Fortes, que em sua última instância conta

com o Sistema de Alarme por Sirenes.

Convém esclarecer, que o presente documento refere-se ao Plano de

Contingência específico da Subdec (Subsecretaria de Defesa Civil), que é

complementado pelos Planos de Acionamento e Mobilização (com os mapas e

informações pertinentes de cada uma das comunidades) e pelos Planos

Operacionais.

A coordenação das ações a Nível Municipal, antes, durante e após a

emergência, será coordenada pelo Centro de Operações Rio. A definição dos

órgãos e instituições integrantes do Sistema, bem como suas atribuições estão

descritas no Plano d/e Emergências da Cidade.

(Defesa civil Rio de janeiro http://www0.rio.rj.gov.br/defesacivil/ 02/03/2012)

Page 25: Desastres Naturais em Morretes - 2011

25

2.6. MORRETES - PR

O mapeamento geológico-geotécnico, que abrange uma área de 1.800

quilômetros quadrados na porção leste da Serra do Mar e contém um mapa de

riscos é outra medida importante para evitar ou minimizar os efeitos de

desastres naturais no Litoral. Ele apresenta as áreas de risco por tipo de

ocupação, e a suscetibilidade para acidentes na área mapeada

DEFESA CIVIL — O major Antonio Hiller, da Coordenação da Defesa Civil do

Paraná, disse que o governo está trabalhando no aperfeiçoamento do sistema

estadual de gerenciamento de riscos de desastres.

O projeto inclui a Rede Paranaense de Monitoramento Hidrometeorológico

(Repanh), que será formada por 22 novas estações metereorológicas (além de

14 já existentes), com recursos do governo estadual. Estão sendo feitas

gestões junto à Agência Nacional de Águas, para a instalação de outras 40

unidades, boa parte delas na região litorânea.

Também está em desenvolvimento um sistema de detecção precoce de

deslizamentos e um sistema de alerta e alarme, que poderá ser acionado

remotamente a partir de dadas condições, como a quantidade de chuva

acumulada ou a previsão de novas chuvas a partir de informação de um radar

meteorológico, que a Defesa Civil está tentando adquirir.

(http://www.matinhos.pr.gov.br/prefeitura/noticiafinal.php?controle=540 13/02/2

013)

3. TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO DE DESLIZAMENTOS

ENCONTRADOS

Existem alguns tipos de medidores usados para auxiliar na prevenção dos

deslizamentos de terra. Serão mencionados alguns exemplares, como

sensores hidromecânicos, sensores de ondas e sensores sem fio, na revisão à

baixo.

Page 26: Desastres Naturais em Morretes - 2011

26

3.1 SENSORES ACÚSTICOS

3.1.1 Hidromecânico

Por este modelo hidromecânico (figura 11), é possível, por modelos

constitutivos e de elementos finitos, prever o ponto crítico de deslizamento de

solos insaturados sob condições de permeabilidade e infiltração de chuva.

Deformações desviadas são observadas na iminência do colapso, com

compressão das regiões na montante da massa deslocada, e na parte inferior

da zona colapsada. O que permite buscar zonas de interesse para

monitoração. (Ref.: Alvim, R. Tecnologias para prevenção de deslizamentos de

terra).

3.1.2. Sensor sob a terra- Ondas

O sistema de detecção consiste de uma rede de sensores enterrados

por toda a encosta ou talude que apresenta risco de colapso (figura 12).Os

sensores, que funcionam como se fossem microfones no subsolo, registram a

atividade acústica do terreno em toda a encosta. Cada sensor transmite um

sinal para um computador central para análise, de onde pode ser disparado o

alarme em caso de necessidade.

O alarme tanto pode ser uma sirene, no caso de áreas povoadas, quanto

de mensagens de texto para as autoridades responsáveis, permitindo-lhes

paralisar o trânsito em rodovias ou acionar o departamento de obras para

tentar estabilizar o solo.

O próximo passo da pesquisa é miniaturizar o sistema e incorporar a

capacidade de processamento nos próprios sensores, dispensando o uso de

um computador central, o que permitirá o uso do sistema em locais

remotos.(Ref.: Novos sistemas de alerta preveem de terra e chuvas intensas- O

que há de novo)

Page 27: Desastres Naturais em Morretes - 2011

27

3.1.3. Sensor de ondas

Neste estudo, buscou-se identificar o deslizamento pela monitoração de

ondas de choque e controle de vibrações na iminência do colapso. (Ref.: Alvim,

R. Tecnologias para prevenção de deslizamentos de terra) (figura 13).

3.1.4. Tecnologia ADCP - Acoustic Doppler Current Profiler

Avançado instrumento que mede a vazão, automaticamente, por meio

acústico do efeito Doppler. (Ref.: Equipe de Hidrologia da DRHI/SDS, Itaipu

Binacional e Epagri vão às áreas de risco para medir vazão) (figura 14 e 15).

3.1.5. Sensores sem fios

Com a ajuda de alpinistas para instalar uma série de sensores especiais

para captar os mínimos movimentos.Os dados obtidos pelos aparelhos são

enviados em tempo real, através de tecnologia sem fios, para o laboratório a

pouco menos de cem quilômetros em linha reta. O objetivo é gravar os sons

emitidos pela rocha durante a ocorrência de fraturas internas.

Dois sistemas foram implantados em diferentes pontos para analisar

melhor o comportamento da montanha.Cada um deles é composto por

sensores que trabalham de forma independente e automática. Em uma

pequena caixa, chamada de unidade inteligente, são dez no total, existem

três sensores para medir o alargamento da fratura - oito servem para

monitorar a inclinação da parede, três captam as microrrupturas na estrutura

da rocha, e outros quatro desempenham funções secundárias. (figuras 16 e

17)

O processo é semelhante ao do sismógrafo, usado para medir a

intensidade de um terremoto.

Page 28: Desastres Naturais em Morretes - 2011

28

3.2. PREVENÇÃO E PREVISÃO DE DESLIZAMENTOS

3.2.1. Análise de Mapa

A análise de mapa é geralmente um dos primeiros passos em uma

investigação de deslizamento de terra. Mapas necessários incluem superfície

rochosa e geológica, topografia, solos e, se disponível, mapas de

geomorfologia. Usando o conhecimento dos materiais e processos geológicos,

uma pessoa treinada pode obter uma idéia geral de suscetibilidade a

deslizamentos analisando tais mapas. (O Manual de Deslizamento- Um guia

para compreensão de deslizamento- Pg. 59)

3.2.2. Reconhecimento Aéreo

A análise de fotografias aéreas é uma técnica rápida e valiosa para

identificar deslizamentos, porque fornece uma visão geral de três dimensões do

terreno e indica as atividades humanas, bem como possui muitas informações

geológicas para uma pessoa treinada. Além disso, a disponibilidade de muitos

tipos de imagens aéreas (por satélite, infravermelho, radar, e assim por diante)

torna o reconhecimento aéreo muito versátil, embora de custo proibitivo em

alguns casos. (O Manual de Deslizamento- Um guia para compreensão de

deslizamento- Pg. 59)

3.2.3. Reconhecimento de Campo

Muitos dos sinais mais sutis de movimento de massa não podem ser

identificados nos mapas ou fotografias. Com efeito, se uma área possui floresta

densa ou foi urbanizada, mesmo as principais características podem não ser

evidentes. Além disso, as características de deslizamento mudam ao longo do

tempo em um talude ativo. Assim, o reconhecimento de campo é sempre

obrigatório para verificar ou detectar características de deslizamento e para

avaliar criticamente o potencial de instabilidade de taludes vulneráveis.

Ele identifica as áreas com deslizamentos no passado (o que poderia

indicar a probabilidade futura de deslizamentos) utilizando o mapeamento de

campo e testes laboratoriais do terreno, através da amostragem de solo e

Page 29: Desastres Naturais em Morretes - 2011

29

rocha. Mapeamento e análises laboratoriais, por exemplo, podem identificar

solos de argila vulneráveis ou outros solos sensíveis e mostrar onde eles

existem, seu tamanho e extensão. (O Manual de Deslizamento- Um guia para

compreensão de deslizamento- Pg. 60)

3.2.4. Perfuração

Na maioria dos locais, a perfuração é necessária para determinar os

tipos de materiais que constituem o solo do talude, bem como a profundidade

em relação à superfície de deslizamento, a espessura e geometria da massa

de deslizamento, o nível freático e o grau de perturbação dos materiais

presentes.

Também pode fornecer amostras adequadas para estimativa de idade

do solo e testar as propriedades de engenharia dos materiais presentes no

deslizamento. Finalmente, a perfuração é necessária para a instalação de

alguns instrumentos de acompanhamento bem como de poços de observação

hidrológica. Observe que a perfuração para obtenção de informações sobre a

estratigrafia, geologia e níveis freáticos e para a instalação de instrumentos,

por exemplo, também é feita para asáreas que nunca tiveram um deslizamento,

mas onde a possibilidade existe. (O Manual de Deslizamento- Um guia para

compreensão de deslizamento- Pg. 60)

3.2.5. Instrumentação

Métodos sofisticados, como a medição eletrônica de distância (MED),

instrumentos como inclinômetros, extensômetros, medidores de tensão,

epiezômetros (ver glossário para definições destes instrumentos), e técnicas

simples, como estabelecimento de pontos de controle por estacas podem ser

usados para determinar a mecânica do movimento de deslizamento e para

monitorar e alertar contra riscos de ruptura iminente da encosta. (O Manual de

Deslizamento- Um guia para compreensão de deslizamento- Pg. 60)

Page 30: Desastres Naturais em Morretes - 2011

30

3.2.6. Estudos geofísicos

Técnicas geofísicas (medição de condutividade / resistividade elétricado

solo, ou medição do comportamento sísmico induzido) podem ser usadas para

determinar algumas características do subsolo, tais como a profundidade das

rochas, as camadas estratigráficas, zonas de saturação, e às vezes o nível

dolençol freático do solo.

Essas técnicas também podem ser usadas para determinar a textura,

porosidade, grau de consolidação de materiais do subsolo e a geometria das

unidades envolvidas. Na maioria dos casos, esses métodos de levantamento

da superfície podem ser melhor utilizados para complementar as informações

deperfuração, prolongando e interpolando dados espacialmente entre os furos.

Eles também podem oferecer uma alternativa no caso da perfuração ser

impossível. Métodos geofísicos de perfuração (nuclear, elétrica, térmica,

sísmica) também podem ser aplicados para determinar as medidas detalhadas

em um poço. Monitoramento das emissões acústicas naturais de movimento de

solo ou de rocha também tem sido utilizado em estudos de deslizamento.(O

Manual de Deslizamento- Um guia para compreensão de deslizamento- Pg. 60)

3.2.7. Imagem e Perfis Acústicos

Perfis de leitos de lagos e rios, e do fundo do mar, podem ser obtidos

utilizando técnicas acústicas, como sonar de varredura lateral e de perfil

sísmico subterrâneo. Levantamento das redes controladas, com uma

navegação precisa, pode render perspectivas de três dimensões de fenômenos

geológicos subaquáticos. Técnicas modernas e de alta resolução são usadas

rotineiramente nas áreas de plataforma marítimas para mapear riscos

geológicos para a engenharia de plataforma marítima.(O Manual de

Deslizamento- Um guia para compreensão de deslizamento- Pg. 61)

3.2.8. Análise Computadorizada de Deslizamento de Terrenos

Nos últimos anos, a modelagem computacional de deslizamentos de

terra tem sido utilizada para determinar o volume das massas de deslizamento

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31

e as alterações na expressão e na seção transversal da superfície ao longo do

tempo. Essa informação é útil no cálculo do potencial de bloqueio do fluxo, do

custo de remoção de terra deslizada (com base em volume) e do tipo e

mecanismo do movimento. Estão sendo desenvolvidos métodos muito

promissores que usam modelos digitais de elevação (MDEs) para avaliar

rapidamente as áreas e sua suscetibilidade a deslizamentos de terra / fluxo de

detritos. Os computadores também vêm sendo usados para realizar análises

complexas de estabilidade. Softwares para esses tipos de estudos estão

prontamente disponíveis para computadores pessoais. (O Manual de

Deslizamento- Um guia para compreensão de deslizamento- Pg. 61).

3.2.9. Diagnóstico de análise

Após a análise de todos os dados inicialmente coletados, a equipe

técnica deve chegar a um ‘’diagnóstico’’, da área composta por:

Probabilidade de ocorrência de um evento, cujo tamanho e localização

causariam vítimas, danos ou rompimento de um padrão existente dasegurança.

Localização e extensão esperadas dos efeitos do evento sobre o solo, as

estruturas ou as atividades socioeconômicas.

Estimativa da gravidade dos efeitos sobre o solo, as estruturas ouatividades

socioeconômicas.

Page 32: Desastres Naturais em Morretes - 2011

32

4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

A partir dos estudos e do observado, foi possível concluir que os

moradores do bairro Floresta estavam com suas propriedades em locais

corretos em relação às leis ambientais, porém todos são passíveis de um

desastre natural e este foi mais acentuado pela falta de um plano de prevenção

na região.

1) Ao invés do esperado, após o deslizamento ocorrido no bairro

Floresta, a produção melhorou, pois a sedimentação deixada pela inundação

deixou o solo mais fértil. Além disso, poucas famílias saíram de lá, e as que

ficaram continuam produzindo e vivendo em comunidade. Um exemplo da boa

produção pode ser visto na figura 5.

2) O ideal seria que os planos de prevenção de acidentes e desastres

naturais fossem o principal foco de preocupação e desenvolvimento de estudo,

em seguida os planos de gerenciamento ambiental e ações pós-desastres.

3) Nas áreas que ficaram com o solo exposto pelo deslizamento e

erosão, há necessidade de implantar vegetação como gramíneas, espontâneas

da região, árvores com raízes profundas, visando recomposição e estabilização

do solo.

Acompanhamentos técnicos devem continuar sendo realizados no bairro

Floresta, buscando reestruturar o local, a vida dos habitantes e sua

produtividade, assim como cuidados necessários à proteção do meio ambiente.

Page 33: Desastres Naturais em Morretes - 2011

33

5. REFERÊNCIAS

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e%20de%20um%20evento%20extremo_Antonina_Morretes.pdf (Acesso em

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http://www.defesacivil.pr.gov.br/search.php?query=morretes&inst-bar-

pesquisar-submit=&action=results(Acesso em 14/02/13)

http://www.defesacivil.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=983

(Acesso em 14/02/13)

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naturais.

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terra (15/02/2013).

http://w3.ufsm.br/enquadra/Trabalhos/DissAnteriores/BRANCO.pdf (Acesso em

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alerta-por-celular&id=040175100408 (Acesso em 28/02/2014)

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http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=brasil-

ganha-sistema-de-alerta-contra-desastres-naturais&id=010125080714 (Acesso

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http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=centro-

monitoramento-alertas-desastres-naturais&id=01017511070 (Acesso em

28/02/2014)

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O Manual de Deslizamento- Um guia para compreensão de deslizamento

Equipe de Hidrologia da DRHI/SDS, Itaipu Binacional e Epagri vão às áreas de

risco para medir vazão.

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Page 36: Desastres Naturais em Morretes - 2011

36

ANEXOS 1:

Figura 1: Deslizamento na montanha.

Figura 2: Rochas do deslizamento.

Figura 3: Fragmentos de rochas do deslizamento.

Page 37: Desastres Naturais em Morretes - 2011

37

Figura 4: Troncos de árvores mortas.

Figura 5: Plantação de cebolinha. Uma das culturas produzidas na

região.

Figura 6: Árvores mortas pela inundação.

Page 38: Desastres Naturais em Morretes - 2011

38

Figura 7: Rio tiete. (Fonte: http://blogs.estadao.com.br/afra-balazina/dia-do-rio-

tiete/?doing_wp_cron=1362767076.8216700553894042968750).

Figura 8: Rio tiete (Fonte: http://blogs.estadao.com.br/afra-balazina/dia-

do-rio-tiete/?doing_wp_cron=1362767076.8216700553894042968750).

Figura 9: A comunidades do Borel, na Tijuca –RJ conta com o Sistema de

Alerta e Alarme para chuvas fortes.

Page 39: Desastres Naturais em Morretes - 2011

39

Figura 10: Defesa Civil do Rio de janeiro.

Figura 11: Modelo hidromecânico de comportamento do solo nas encostas

carregadas.

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40

Figura 12: O ruído gerado pelo movimento de terra sob a superfície aumenta gradativamente conforme a inclinação torna-se instável. Assim, medir o aumento da taxa de som gerado permite uma previsão exata de um colapso catastrófico do solo. [Imagem: EPSRC]

Figura 13: Mecanismo de funcionamento do sensor-Equipamentos para monitoração da vibração da massa

Page 41: Desastres Naturais em Morretes - 2011

41

Figura 14: Aparelho Doppler embarcado para medir vazão por meio acústico de efeito doppler, medindo fluxos de água nas áreas de risco do vale do Itajaí.

Figura 15: Aparelho ADCP em operação na seção transversal do Rio Itajaí Mirim, bacia do Itajaí.

Figura 16: Sistemas sendo instalados

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Figura 07: Sensor