desafogando sentimentos, afogando palavras

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A arte de escrever, ou “expelir palavras” exige cautela. As palavras podem, em vez de seguir seu percurso natural, subir ao estômago, até mesmo à garganta e nos engasgar, pois, quando presas, sufocam, afogam. Contudo, as palavras, quando soltas, podem nos proteger das angústias e nos fazer voar. E depois disso, elas não têm volta! Desafogando sentimentos, afogando palavras é um bem-elaborado compilado de textos em formato de prosa poética. Um libertar-se de si, das mágoas, para preencher os vazios, e, com isso, viver uma vida mais leve.

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S ã o P a u l o , 2015

TALENTOS DA LITERATURA BRASILEIRA

Janaína alves

DesafoganDo sentimentos

afoganDo palavras

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Page 4: Desafogando sentimentos, afogando palavras

Desafogando sentimentos, afogando palavrasCopyright © 2015 by Janaína AlvesCopyright © 2015 by Novo Século Editora Ltda.

gerente editorial

Lindsay Gois

editorial

João Paulo PutiniNair FerrazRebeca LacerdaVitor Donofrio

gerente de aquisições

Renata de Mello do Vale

assistente de aquisições

Acácio Alves

auxiliar de produção

Luís Pereira

diagramação

Equipe Novo Século

revisão

Bruna MartinelliLuiz Alberto Galdini

capa

Débora Bianchi

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip)(Câmara Brasileira do Livro, sp, Brasil)

Alves, JanaínaDesafogando sentimentos, afogando palavrasJanaína AlvesBarueri, SP: Novo Século Editora, 2015. (talentos da literatura brasileira)

1. Literatura brasileira I. Título II. Série.

15-05089 cdd-869

Índice para catálogo sistemático:

1. Literatura brasileira 869

novo século editora ltda.Alameda Araguaia, 2190 – Bloco A – 11o andar – Conjunto 1111 cep 06455-000 – Alphaville Industrial, Barueri – sp – BrasilTel.: (11) 3699-7107 | Fax: (11) 3699-7323www.novoseculo.com.br | [email protected]

Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990), em vigor desde 10 de janeiro de 2009.

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Dedico este livro a todas as pessoas que já se afogaram com seus sentimentos, e, de alguma

forma, sobreviveram.

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Agradeço a Deus, aos amigos e familiares. Ao meu irmão e ao meu namorado, que estão sempre comigo. Às pessoas com quem conversei pelos ônibus, aos que eu en-treguei meu sorriso mais sincero e sorriram-me de volta, e principalmente aos que não sorriram de volta; vocês me in-centivaram a não desistir de sorrir! E em especial aos meus pais, que me deram a vida, e, mais importante que dar a vida, ensinaram-me como devo passar por ela. “Aos trope-ços também se chega, só não chega quem para no primeiro tropeço.” Obrigada, pai, por essa frase, por todo ensina-mento, todo o amor e toda a alma com que você me criou. Obrigada, Luiz Alves, sem você eu não conseguiria. Sauda-de eterna, paizinho!

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Afogue-me!

Ande, vamos logo com isso. Porque molhar somente os pezinhos não me basta. Eu não quero! Ou mergulho ou nem toco os pés na água, seja ela doce ou salgada. Seja ela de ondas leves ou de ondas que te arrastem. Tenho coração mole e sangue quente, eu não corro atrás, ando na frente. Então, pra que esperar? Pra que tanta tortura? Ficar na bei-ra do mar esperando a água chegar à cintura? NÃO! Não quero. Não preciso. Não suporto! Gosto de mergulhar de cabeça, sentir a água por todo o corpo, depois queimar mi-nha pele ao sol e sentir os raios penetrando até a alma. Se é para sentir, que seja por inteiro. Ficar embaixo do guarda--sol não me bronzeia. Metade da água batendo nos pés não me molha. Proteção? Cautela? Cuidado? Pff! Quem é que precisa disso quando já está se afogando?

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Ah, a leveza

Ah, a leveza! Tem gente que é leve, que pousa leve! Que chega leve e leva… a dor, o sofrimento, o ruim, e traz o bom, o melhor, a PAZ! Quando encontramos algo ou al-guém que é leve não podemos agarrar, temos que esperar. Já tentou agarrar uma pena solta ao ar? Um dente de leão? Um fi o de cabelo? É difícil né? A leveza chega sim, mas sem pressa! Chega suave e é preciso esperar que ela pouse e fi -que. Está vendo? Chega de desespero, chega de sufocar, che-ga de prender. Seja livre, LEVE e solto. Se não o leve foge de você! Deixa que ele venha com a calma que só ele traz, com a quietude que só ele tem! Deixa que ele leve o complicado, o luxo, o lixo. E que traga o novo, o simples, o belo! E quan-do ele chega encanta, canta, espanta os males!

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Apenas floresceu. Encontrou-se

E assim, fl orescendo, foi. E não quis mais voltar. Pois havia brotado, nascido, fl orescido… e renascido! Sim, com tantas adversidades que se fi zeram presentes por um tempo, conseguiu renascer. E depois de refeita, se fez ainda mais bonita, completa, inteira! Pôs-se a caminhar, e por muitos lugares passou, tentando encontrar, talvez, um lugar para si. Um lugar sossegado e bonitinho onde pudesse repousar. E não é que o achou. Mas percebeu que repousar não era muito o que queria, afi nal, sabia que uma linda fl or, uma peça forte, um pássaro selvagem, uma canção indefi nida – pois era tudo isso e sabia – não podia fi car parada, não podia se esconder. Mesmo que quisesse – e será que queria? Então, percebeu que não era um cantinho sossegado e boni-tinho o que ela queria. Pois o que lhe deu grande prazer foi o caminhar. Sim, o caminhar era perfeito! Pensou em todos os lugares que conheceu enquanto caminhava, e se deu con-ta de que o caminho até o lugar sossegadinho é que era o

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seu lugar. Descobriu que a estrada lhe proporcionava o que ela queria: mais conhecimento, mais vida, mais asas, mais dela mesma! E viu que não cabia mais em si, somente em si, e teve que se fazer em duas, em três, em mais! Encontrou-se e entendeu que quem brota, nasce, floresce e renasce, fica forte, se refaz, se torna imenso e quer mais. Muito mais!

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