(des)acordo ortografico (1) · retrospectiva: reformas e acordos* •quanto ao histórico,...

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Fundamentos linguísticos

• Linguagem• Língua• Idioma• Dialeto• Idioleto• Sotaque

Fundamentos linguísticos

• Diálogos de Platão: Crátilo (Séc. IV a.C.)– Natureza dos nomes– Origem da linguagem

• Curso de Linguística Geral: Saussure (Séc. XX)Dicotomias• Significante/significado (relação arbitrária)• Língua/fala (social/particular)• Sincronia/Diacronia (específico/histórico)• Relações sintagmáticas/paradigmáticas 

Conferência na ACL*A unificação da ortografia dos países lusófonos,

especificamente quanto ao Acordo Ortográfico de 2009,referente ao de 1990 e proposto pelo Brasil, provoca muitasdiscussões político‐linguísticas desde então. Um brevehistórico faz‐se necessário para fundamentar a origemdesse (des)acordo que já se instaurou na vida social e nosmeios escolares, encaminhando‐se para um colapsolinguístico sem precedentes. Também são apresentadosalguns exemplos das atrocidades linguísticas da ReformaOrtográfica de 1990, que estava engavetada na AcademiaBrasileira de Letras e que, misteriosamente, reapareceupara gerar essa celeuma toda.

*ACL – Academia das Ciências de Lisboa – Colóquio “Ortografia e bom senso”.

Retrospectiva: Reformas e Acordos* 

• Quanto ao histórico, importante começar a partir da Reforma Ortográfica de 1971: são promulgadas alterações no Brasil, reduzindo as divergências ortográficas com Portugal.

• Em 1973, são promulgadas alterações em Portugal, reduzindo as divergências ortográficas com o Brasil.

• Em 1986, o Brasil promove encontro com os sete países lusófonos.

Fonte: http://www.portaldalinguaportuguesa.org/?action=acordo‐historia. Acesso em 8/nov/2015 (com adaptações

Retrospectiva: Reformas e Acordos 

• Em 1990, A Academia de Ciências de Lisboa promove encontro. As duas Academias elaboram a base do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. O documento entraria em vigor, de acordo com o seu artigo 3º, no dia "1 de Janeiro de 1994, após depositados todos os instrumentos de ratificação de todos os Estados junto do Governo português".

• Em 1995, Acordo ratificado apenas por Portugal. No Brasil, o Acordo foi, de certa forma, para a gaveta.

Retrospectiva: Reformas e Acordos 

• Em 2007, a nova presidência da Academia Brasileira de Letras contrata um jornalista para fazer a propaganda da instituição, e o Acordo é desengavetado.

• Em 2008, por decreto, a Reforma acontece no Brasil, com vigência a partir de 2009, inclusive já com o VOLP atualizado.

• Em 2009, começam os problemas: o que era para ser Acordo transforma‐se em (Des)acordo, porque a comunidade de Portugal, principalmente através da Academia de Ciência de Lisboa, questiona várias incongruências e sua aceitação torna‐se parcial.

Consequências 

• E, no Brasil, a população começa a ficar desnorteada: 

O que mudou? Perguntam! E por quê? Era necessário? Vai ajudar para escrevermos melhor? 

A mudança propriamente dita

• Ditongos abertos (éi, ói): retira‐se o acento na paroxítona.• Herói/heroico; ideia, assembleia (e “destróier”?)• Por que não manter em todos os casos ou tirar de todos? 

Isso não foi uma simplificação, foi uma ampliação da regra.

• Hiatos (i, u): retira‐se o acento se houver ditongo antes.• Feiúra – feiura• Baiúca ‐ baiuca

• Hífen (aqui um elogio: único caso de simplificação)• Antes anti‐acordista; microondas• Agora antiacordista; micro‐ondas

A mudança propriamente dita

• Antes, no encontro das vogais dos prefixos e os vocábulos,  havia hífen somente quando eram diferentes.

• Agora somente quando as vogais são iguais,

• Por que não colocar em todos ou retirar de todos esses casos? Seria uma boa simplificação!

A mudança propriamente dita

• Hífen na composição das palavras por justaposição e aglutinação.

• “pára‐quedas” antes• “paraquedas” agora• “guarda‐chuva” antes–E agora?

Diferença de tonicidade

Apesar de os falantes brasileiros produzirem mais o hiato, a Academia Brasileira de Letras ignora esse fato e não atualiza a “ortografia”.

Diferenças morfológicas e semânticas

Dificuldades para o Acordo

• Questões culturais de cada país;• Reunião periódica sobre as adequações ortográficas para a unificação;

• Fonética particular de um grupo de falantes implicando mudanças ortográficas;

• E, principalmente, critérios para se chegar ao bom senso.

Questionamentos

• Por que unificar a ortografia se a “língua”, patrimônio de um povo, continuará diferente?

• Por que cada país precisa abdicar de determinadas grafias para a unificação? 

• Se todos perdem um pouco, todos perdem algo. Por que perder?

Minha proposta

Resolver todas as questões linguísticassomente no próprio país.Por quê? Porque tenho certeza de que aidentidade de um povo começa pela língua,que é derivada de sua cultura e de suasidiossincrasias, mantendo assim o respeitoàs suas diferenças linguístico‐culturais, sejapor sua língua, seja por seu idioma.