deriva dos continentes/ tectónica de placas

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A Deriva dos Continentes / Tectónica de Placas (resumo) DERIVA DOS CONTINENTES Em 1915, Alfred Wegener admitiu que há cerca de 245 M.a. os continentes faziam parte de um único supercontinente chamado Pangeia, rodeado por um único oceano, o Pantalassa. Ele admitia que os continentes flutuavam sobre o oceano e este os fazia mover. Wegener defendeu a sua teoria com os seguintes argumentos: 1.Argumentos Morfológicos – no mapa, a configuração dos bordos da América do sul (costa Este) e da África (costa Oeste) ajustam-se com as peças de um puzzle 2. Argumentos Geológicos – os tipos de rochas encontrados em montanhas distantes (América do Norte e Europa/ Argentina e África do Sul) são idênticas. 3. Argumentos Paleoclimáticos – observou a existência de depósitos sedimentares, como vestígios de glaciares e carvão, em regiões actualmente com climas onde não é usual aparecerem, caso da África do Sul, Índia, Austrália e América do Sul 4. Argumentos Paleontológicos – encontrou fósseis idênticos em continentes distantes: cynognathus, lystrossaurus, mesossaurus e glossopteris (feto) – América do Sul, África, Antárctida, Índia, Austrália No entanto, Wegener não conseguiu explicar à comunidade científica da época o mecanismo ou a “força” que permitia que grandes massas de terra, como são os continentes, se deslocassem. Apenas referia que esse movimento poderia ser devido ao movimento de rotação da Terra ou à força das marés geradas pela atração Terra-Lua-Sol (estes argumentos não convenceram os geólogos). A sua teoria foi esquecida até à segunda metade do século XX, após a 2ª Guerra Mundial. A evolução tecnológica da época permitiu a observação detalhada do fundo do oceano, na década de 60, tendo resultado na descoberta de novos dados que vieram confirmar a teoria do meteorologista alemão.

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Page 1: Deriva dos continentes/ Tectónica de placas

A Deriva dos Continentes / Tectónica de Placas (resumo)

DERIVA DOS CONTINENTES

Em 1915, Alfred Wegener admitiu que há cerca de 245 M.a. os continentes faziam parte de um

único supercontinente chamado Pangeia, rodeado por um único oceano, o Pantalassa. Ele admitia que os

continentes flutuavam sobre o oceano e este os fazia mover.

Wegener defendeu a sua teoria com os seguintes argumentos:

1.Argumentos Morfológicos – no mapa, a configuração dos bordos da América do sul (costa Este) e da

África (costa Oeste) ajustam-se com as peças de um puzzle

2. Argumentos Geológicos – os tipos de rochas encontrados em montanhas distantes

(América do Norte e Europa/ Argentina e África do Sul) são idênticas.

3. Argumentos Paleoclimáticos – observou a existência de depósitos sedimentares, como vestígios de

glaciares e carvão, em regiões actualmente com climas onde não é usual aparecerem, caso da África do

Sul, Índia, Austrália e América do Sul

4. Argumentos Paleontológicos – encontrou fósseis idênticos em continentes distantes: cynognathus,

lystrossaurus, mesossaurus e glossopteris (feto) – América do Sul, África, Antárctida, Índia, Austrália

No entanto, Wegener não conseguiu explicar à comunidade científica da época o mecanismo ou a “força”

que permitia que grandes massas de terra, como são os continentes, se deslocassem. Apenas referia que

esse movimento poderia ser devido ao movimento de rotação da Terra ou à força das marés geradas pela

atração Terra-Lua-Sol (estes argumentos não convenceram os geólogos).

A sua teoria foi esquecida até à segunda metade do século XX, após a 2ª Guerra Mundial.

A evolução tecnológica da época permitiu a observação detalhada do fundo do oceano, na década de 60,

tendo resultado na descoberta de novos dados que vieram confirmar a teoria do meteorologista alemão.

TEORIA DA TECTÓNICA DE PLACAS

A partir da segunda metade do século XX, a exploração do fundo dos oceanos (com a utilização de

uma grande variedade de instrumentos e técnicas) permitiu que se formulasse uma nova teoria – a Teoria

da Tectónica de Placas. Esta teoria considera crosta terrestre dividida em placas que se movimentam.

Enquanto a teoria de Wegener admitia o movimento dos continentes, esta nova teoria considera que

é a Litosfera (crosta + parte superior do Manto, de rigidez elevada) que se move sobre a Astenosfera

(zona plástica e maleável do Manto, “asthenos”=frágil)

Com a exploração do fundo oceânico foi possível construir mapas topográficos que permitiram

conhecê-lo com maior detalhe. Deste modo, construíram-se perfis do relevo submarino, tendo-se concluído

que possuem várias zonas morfológicas:

Page 2: Deriva dos continentes/ Tectónica de placas

1. plataforma continental – declive pouco acentuado que prolonga os continentes por baixo da água

do mar até cerca de 300m

2. talude continental – declive acentuado que se segue à plataforma continental, até cerca de 400m

de profundidade e que marca a separação entre a crosta continental e a crosta oceânica

3. planície abissal – superfície plana a cerca de 4500m de profundidade, situada a seguir ao talude e

que se estende de um e de outro lado do dorsal médio-oceânica

4. dorsal médio-oceânica – cordilheira montanhosa constituída por cristas aguçadas alinhadas de um

e outro lado do Rift.

5. rifte– é um sulco profundo e estreito ( com mais de 2000m de profundidade ) que existe no centro

da dorsal médio-oceânica e de onde se liberta permanentemente material que renova a crosta

oceânica. Este sulco é atravessado por inúmeras falhas.

6. fossas abissais – depressões no seguimento do talude. São zonas compridas e estreitas,

normalmente com mais de 6000m de profundidade. São zonas de destruição de crosta oceânica

COMO SE MOVIMENTAM AS PLACAS?

A crosta oceânica está em permanente renovação através dos materiais que ascendem nos rifts.

Sabendo que a Terra não aumenta de tamanho, pressupõe-se que haverá também uma zona de destruição

de crosta junto das fossas abissais (zonas de subducção ou de destruição de crosta).

Segundo a Teoria da Tectónica de Placas, a Litosfera está fragmentada em Placas constituídas, na

sua maioria por crosta continental e oceânica, que se movem umas em relação às outras, afastando-se,

colidindo ou deslizando. A Astenosfera desempenha o papel de “tapete rolante” sobre o qual são

transportadas as placas litosféricas.

Segundo o geólogo inglês Artur Holmes, o motor deste movimento são as chamadas correntes de

convecção do Manto – quando o Manto é aquecido inferiormente pelo Núcleo, as massas quentes sobem

e as mais superficiais descem, formando um género de “tapete rolante” que arrasta as placas.

( à semelhança do que acontece com a água a ferver dentro de um recipiente)

Como consequência do movimento das placas, ocorre:

1. Formação de nova crosta – quando as placas se afastam nas zonas dos rifts (bordos

construtivos). Ex. Formação das ilhas dos Açores e Islândia.

Ocorrem sismos e vulcões

2. Destruição de crosta – nas zonas das fossas abissais (bordos destrutivos).

Ex. Montanhas dos Andes, Himalaias.

Ocorrem sismos e vulcões

3. Não há formação nem destruição de crosta – quando as placas deslizam uma em relação à

outra (bordos conservativos). Ex. Falha de Sto André, na Califórnia.

Ocorrem sismos.