resumo deriva dos continentes e tectónica de placas

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Agrupamento de Escolas de Cascais 170732 Sede: Escola Secundária de Cascais EB de Cascais EB/JI Branquinho da Fonseca EB n.º1 Aldeia de Juso EB/JI Areia-Guincho JI da Torre TEORIA DA DERIVA DOS CONTINENTES Até princípios do século XX, os geólogos pensavam que a posição dos continentes e os oceanos, na superfície da Terra, tinha sido sempre a mesma. Alfred Wegener, em 1915, apresentou uma hipótese inovadora e revolucionária para a época, em que propôs a mobilidade dos continentes ao longo da história da Terra. Este cientista, formulou a Teoria da Deriva dos Continentes, referindo que há cerca de 250 milhões de anos (fim da era Paleozóica) existia apenas um supercontinente designado Pangeia, rodeado por um único oceano, a Pantalassa (figura 1). Ao longo da história da Terra este supercontinente dividiu-se em várias partes e moveu-se, até atingir as formas e posições dos continentes actuais. Para defender a sua teoria, Wegener utilizou vários argumentos: - Argumentos Morfológicos: Wegener observou no mapa as configurações dos continentes hoje separados por oceanos e verificou que estes se encaixavam uns nos outros como se de um puzzle se tratasse. - Argumentos Paleoclimáticos (figura 2): Wegener estudou também as marcas deixadas pelos glaciares (gigantescas massas de gelo) em zonas continentais cujo clima actual não permite a existência de gelo como por exemplo em África e parte da Índia. - Argumentos Geológicos (figura 3): Ao estudar as rochas provenientes de África e da América do Sul, Wegener encontrou rochas do mesmo tipo nestes dois continentes. - Argumentos Paleontológicos (figura 4): Wegener baseou-se também no facto de aparecerem fósseis de seres vivos da mesma espécie em continentes hoje separados por oceanos. Figura 1: Pangeia e Pantalassa. Figura 2: Argumentos Paleoclimáticos. Figura 3: Argumentos Geológicos. Figura 4: Argumentos Paleontológicos.

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TEORIA DA DERIVA DOS CONTINENTES

Até princípios do século XX, os geólogos pensavam que a posição dos continentes e os oceanos, na superfície da Terra, tinha sido sempre a mesma. Alfred Wegener, em 1915, apresentou uma hipótese inovadora e revolucionária para a época, em que propôs a mobilidade dos continentes ao longo da história da Terra.Este cientista, formulou a Teoria da Deriva dos Continentes, referindo que há cerca de 250 milhões de anos (fim da era Paleozóica) existia apenas um supercontinente designado Pangeia, rodeado por um único oceano, a Pantalassa (figura 1).Ao longo da história da Terra este supercontinente dividiu-se em várias partes e moveu-se, até atingiras formas e posições dos continentes actuais. Para defender a sua teoria, Wegener utilizou vários argumentos:- Argumentos Morfológicos: Wegener observou no mapa as configurações dos continentes hoje separados por oceanos e verificou que estes se encaixavam uns nos outros como se de um puzzle se tratasse.- Argumentos Paleoclimáticos (figura 2): Wegener estudou também as marcas deixadas pelos glaciares (gigantescas massas de gelo) em zonas continentais cujo clima actual não permite a existência de gelo como por exemplo em África e parte da Índia.

- Argumentos Geológicos (figura 3): Ao estudar as rochas provenientes de África e da América do Sul, Wegener encontrou rochas do mesmo tipo nestes dois continentes.

- Argumentos Paleontológicos (figura 4): Wegener baseou-se também no facto de aparecerem fósseis de seres vivos da mesma espécie em continentes hoje separados por oceanos.

Figura 1: Pangeia e Pantalassa.

Figura 2: Argumentos Paleoclimáticos.

Figura 3: Argumentos Geológicos.

Figura 4: Argumentos Paleontológicos.

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No entanto, Wegener não conseguiu explicar o mecanismo que podia gerar a “força” necessária para mover os continentes e a sua teoria foi ignorada pela comunidade científica.Porém, em 1950, reacendeu-se o interesse pela teoria proposta por Wegner (já depois da sua morte) e através de novos estudos, como por exemplo, a exploração dos fundos dos oceanos, surgiu uma nova teoria designada por Tectónica de Placas. Segundo esta teoria, a litosfera terrestre encontra-se dividida em placas tectónicas que se movem (figura 5).

Enquanto que a proposta de Wegener sugere que os continentes é que se movem flutuando como um barco em cima da crosta oceânica, esta nova teoria sugere que a litosfera que está dividida em placas que flutuam sobre um manto quente e fluido. Com a exploração do fundo dos oceanos (figura 6), descobriu-se o que faz mover os continentes.

Figura 5: A superfície da Terra encontra-se dividida em placas tectónicas.

Figura 6: Constituição dos fundos oceânicos.

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Como se dá o movimentos das placas litosféricas? (observar a figura 6)

• O magma do manto, situado sob a litosfera, ascende à superfície através do Rift.• Ao atingir a superfície, esse magma arrefece e empurra as placas e cada lado da

dorsal, em sentidos opostos, em direcção às margens dos continentes.• À medida que o novo fundo do oceano se produz, o mais antigo (mais próximo dos

continentes) mergulha por baixo da crosta continental formando as fossas oceânicas, Como esta crosta oceânica está a “mergulhar” em direcção ao interior da Terra vai ser destruída por causa das elevadas temperaturas do manto. A esta zona onda a crosta oceânica mergulha e se destrói, chamamos zona de subducção.

• O material fundido volta a subir em direcção ao Rift, acontecendo um ciclo contínuo ao qual designamos por correntes de convecção do manto. Estas correntes de convecção são o “motor” capaz de deslocar a litosfera e que Alfred Wegener desconhecia.

DEFORMAÇÕES DA CROSTA TERRESTRE

A Teoria da Tectónica de Placas explica a mobilidade da litosfera, no entanto, estes movimentos sujeitam as rochas a forças que lhes causam deformações e conduzem ao aparecimento de estruturas. Estas estruturas podem ser dobras ou falhas.Antes de estudarmos estas estruturas, convém perceber que tipo de forças existem na natureza que podem actuar sobre as rochas.Tipo de forças:

- Forças de compressão: são forças que exercem efeito no mesmo sentido e que tendem a reduzir o volume das rochas. Exemplo:

- Forças de distensão (ou tracção): são forças que exercem o seu efeito em sentidos opostos e tendem a alongar as rochas. Exemplo:

- Forças de cisalhamento: são forças que exercem o seu efeito em sentidos opostos e paralelos. Exemplo:

As rochas podem ser mais plásticas quando estão em profundidade devido às altas temperaturas, ou ser mais frágeis quando estão perto da superfície terrestre. Assim sendo, conforme o comportamento mais frágil ou mais plástico e dependendo das forças que actuam nas rochas podemos ter as deformações apresentadas no esquema e no quadro seguintes:

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COMPORTAMENTO DAS ROCHAS

FRÁGIL DÚCTIL

A rocha fractura facilmenteem condições de baixa pressão e baixa temperatura

A rocha altera-se, experimentando deformações permanentes mas sem fracturar, mesmo em condições elevadasde pressão e temperatura

Relaciona-se com a formação de Relaciona-se com a

formação deFALHAS DOBRAS

fractura das rochas acompanhada do movimento relativo de um dos blocos fracturados.

encurvamento de superfícies originalmente planas, em que não se verifica deslocação dos blocos .

Falha inversa

Falha normal

Falha de desligamento