depressão perinatal: impactos negligeniados · medo de serem chamadas de más mães, se seus...

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Humberto Corrêa Professor Titular de Psiquiatria da UFMG Chefe do Departamento de Saúde Mental da FM-UFMG Instituto Nacional De Ciência e Tecnologia em medicina Molecular (INCT-MM) Coordenador do Ambulatório de Depressão Peri-natal do HC-UFMG Depressão perinatal: impactos negligeniados XII Jornada CELPCYRO, Porto Alegre 26 e 27 de junho de 2015

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Humberto Corrêa

Professor Titular de Psiquiatria da UFMG

Chefe do Departamento de Saúde Mental da FM-UFMG

Instituto Nacional De Ciência e Tecnologia em medicina Molecular (INCT-MM)

Coordenador do Ambulatório de Depressão Peri-natal do HC-UFMG

Depressão perinatal:

impactos negligeniados

XII Jornada CELPCYRO, Porto Alegre 26 e

27 de junho de 2015

Considerando o disposto nas resoluções do Conselho Federal de Medicina (CFM n° 1.595/00 de

18/05/2000) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA n° 102/2000 de 30/11/2000),

DECLARO que:

Conflitos de Interesse

Financiamento para

pesquisa:

CNPq

FAPEMIG

Ministério da Saúde-Brasil

INMH (EUA)

Bolsas Individuais:

Pesquisadro Nível IB do CNPq

Pesquisador Mineiro-FAPEMIG

Depressão Perinatal

História:

Hipócrates – Delirium

Séculos XVII e XVIII (insanidade puerperal)

Esquirol em 1838 (Maladies Mentales-psicose puerperal)

Louis Mercé 1856 (Traité de la folie dês femmes enceites:

folie puerperal e folie des nourrisses)

Definição

1.DSM IV: (postpartum onset)

2.DSM 5 (peripartum onset): 50% das depressões pós

parto começariam na gestação

- Questão: entidade distinta?

Prevalência de Depressão Maior na Gestação e no pós-

parto

Gravidez Pos-parto

Kumar & Robeson 1984 13.4% 14.9%

Watson & Elliott 1984 9.4% 12.0%

O’Hara et al., 1984 9.0% 12.0%

Cooper et al. 1988 6.0% 8.7%

O’Hara et al., 1990 7.7% 10.4%

Evans et al., 2001 13.6% 9.2%

10% 13%

Depressão na Gestação

(alterações comportamentais)

Riscos de uma depressão não tratada

Pior acompanhamento pré-natal.

Mais problemas nutricionais (menos propensas a usar folato, por exemplo).

Mais comportamentos de risco como uso de tabaco, alcool e outras substâncias.

Maior risco de desenvolver depressão posparto.

Bonari et al (2004) Can Fam Physician 49;11: 726-735.

Depressão na gestação

(alterações sobre a gestação)

Riscos de uma depressão não tratada.

Preeclampsia.

Anormalidades placentarias.

Baixo peso ao nascimento.

Parto prematuro.

Depressão na gestação

Riscos de uma depressão não tratada.

Preeclampsia.

Anormalidades placentarias.

Baixo peso ao nascimento.

Parto prematuro.

-Atrasos no neurodesenvolvimento

infantil, mais doenças psiquiátricas

futuras.

SDQ (strengths and difficulties questionnaire) aplicado nas crianças

com as idade de 4; 7; 9;11,5 e 13 anos.

Coorte realizada em Avon, Inglaterra: 7944 de gestantes com parto

previsto entre 01/04/1991 e 31/12/1991 foram incluídas.

Mães avaliadas com Crow-crisp experimental index aos 18 e 32

semanas de gestação e 33 meses após o parto.

“Hongerwinter” 1944 Alemanha bloqueou a comida para a Holanda no inverno de 1944.

O consumo calórico caiu de 2000 para cerca de 500 por dia, para cerca

de 4,5 milhões de pessoas.

Crianças nascidas nesse período eram monores na estatura, e tinham

muitas doenças incluindo edema, anemia, diabetes e depressão.

A estudo “Dutch Famine Birth Cohort” mostrou que as mulheres, vinte

ou trinta anos depois, tiveram filhos com os mesmos problemas, mesmo

com a concepção e gestação tendo ocorrido durante períodos de dieta

normal..

Depressão Antenatal e Suicídio

O suicídio é, no geral, uma das quatro

maiores causas de mortalidade materna,

juntamente com tromboembolismo, obesidade

e cardiopatias.

Oates (2003) considera como a primeira

causa. Responsável por 28% das mortes no

período perinatal.

Lewis, G.; Drife, J. , 2001

. Tem-se no segundo e terceiro trimestres da gestação as

taxas: 14,29% e 5,6% (item 9 do BDI); 21,28% e 10%

(item 10 da EPDS); 23,12% e 17,86% (item C do MINI).

Suicidabilidade apresenta, sempre, maiores valores

quando o risco obstétrico, seja ele percebido ou objetivo, é

elevado. Sintomas depressivos diretamente

associados a maior suicidabilidade.

Prevalência não é uniforme ao longo de

toda gestação

MUITO IMPORTANTE!!!! Tabela 1- Frequência de transtornos psiquiátricos de acordo com o MINI-PLUS

Diagnóstico N 2º trimestre

gestacional

N 3º trimestre

gestacional

Depressão atual 29 / 152 19.08 15 / 109 13.76

Depressão prévia 51 / 152 33.55 28 / 109 25.69

Distimia atual 3 / 166 1.81 1 / 116 0.86

Distimia prévia 4 / 166 2.41 1 / 116 0.86

TAB atual 1 / 166 0.60 1 / 116 0.86

TAB prévio 10 / 166 6.02 5 / 116 4.31

T. Pânico atual 3 / 165 1.82 2 / 116 1.72

T. Pânico prévio 6 / 164 3.66 3 / 116 2.59

Agorafobia atual 14 / 164 8.54 5 / 115 4.35

Agorafobia prévia 12 / 163 7.36 3 / 115 2.61

Fobia social 24 / 164 14.63 7 / 115 6.09

Fobia específica 43 / 164 26.22 21 / 115 18.26

TOC atual 5 / 164 3.05 0 / 115 0.00

TOC prévio 5 / 159 3.14 2 / 113 1.77

TEPT atual 2 / 164 1.22 0 / 114 0.00

TEPT prévio 10 / 163 6.13 3 / 114 2.63

Dependência de álcool

atual

2 / 164 1.22 1 / 115 0.87

Abuso de álcool atual 1 / 164 0.61 0 / 115 0.00

Dependência de álcool

prévia

5 / 164 3.05 2 / 115 1.74

Abuso de álcool prévio

10 / 164 6.10 6 / 115 5.22

Cohen LS. Depress Anxiety. 1998:1:18-26.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Transitório, Não patologico

EmergênciaMedica

Sério, incapacitante

“Blues” Pos-parto

Depressão Pós-parto

Psicose pós-parto

50% to 70%

10%

0.01%

2/3 têm início até

6 semanas após-parto

risco para DPP

70% são afetivos (Bipolar, Major

Depression)

Espectro das alterações de Humor no

pós-parto

Inc

idê

nc

ia

Prevalência de Depressão Maior na Gestação e no pós-

parto

Gravidez Pos-parto

Kumar & Robeson 1984 13.4% 14.9%

Watson & Elliott 1984 9.4% 12.0%

O’Hara et al., 1984 9.0% 12.0%

Cooper et al. 1988 6.0% 8.7%

O’Hara et al., 1990 7.7% 10.4%

Evans et al., 2001 13.6% 9.2%

10% 13%

As mães deprimidas

Têm mais dificuldade para cuidar

de seus bebês.

Menos contato emocional,

Menos vocalizações e

Menos expressões emocionais.

Reagem mais ansiosamente às demandas do bebê

Têm significativo risco de serem

hospitalizadas, por pelo menos dois anos após

o parto..

Admissões em um hospital psiquiátrico: entre

dois anos antes e dois após parto.

Kendell RE et al. Br J Psychiatry. 1987;150:662.

0

10

20

30

40

50

60

70

Ad

mis

es

/Mê

s

Gestação

–2 Anos – 1 Ano Parto +1 Ano +2 Anos

Todas as mulheres no peri-parto

DEVEM ser avaliadas (screening)

Altas taxas de prevalência

A mulher na maioria das vezes não reconhece estar deprimida.

Acredita que seus sintomas são normais para “novas mães”.

Impacto duradouro que essa depressão poderá ter sobre a

criança.

Medo de serem chamadas de más mães, se seus sentimentos em relação ao

bebê não correspondem exatamente ao que culturalmente se espera dela.

Até 80% das mulheres com

Depressão perinatal não são

diagnosticas, em países ditos

desenvolvidos.....

Estudo em andamento

Coorte UFMG: Depressão

perinatal e suas repercurssões

sobre o desenvolvimento

infantil

Desenho do Estudo

Gravidez de alto

risco

Gravidez de risco

habitual.

P

a

r

t

o

Crianças Pos-parto

Pos-parto

Companheiros das

mães.

Ginecologia e

obstetrícia, Maternidade Psiquiatria Pediatria

N = 600

Sangue de cordão

umbilical

Entrevista Estruturada,

MINI Plus, BDI,

Hamilton, WHOQOL bref

MINI Plus, BDI,

Hamilton.

Segundo trimestre Terceiro trimestre

MINI Plus, BDI,

Hamilton, WHOQOL

bref, EPDS, TCI,

Processamento

emcional coleta de

sangue

Pós-parto

(30 – 40 dias )

P

A

R

T

O

•Protocolo das mães

Protocolo dos companheiros:

- Uma avaliação, no momento da avaliação do pós-parto

das mães (BDI e MINI plus).

Protocolo das crianças:

- Apgar, peso, altura e diámetro encefálicos. Avaliações

pediátricas rotineiras. Avaliação de desenvolvimento até os

cinco anos de idade (Bailey).

Principais eixos

Avaliação de instrumentos diagnósticos, particularmente

aqueles de potencial utilização em saúde pública.

Aspectos fisiopatológicos da depressão peri-natal: apenas

uma depressão como outras?

Impactos sobre o neurodesenvolvimento infantil

Principais eixos

Avaliação de instrumentos diagnósticos,

particularmente aqueles de potencial

utilização em saúde pública.

O que é a “Edinburgh Postnatal

Depression Scale” (EPDS)?

•John Cox, Jenifer Holden & Ruth

Sagovsky, British Journal of Psychiatry,

1987.

Estudo piloto zona rural de Montes Claros, norte de

Minas Gerais

Selecionadas todas as mulheres

que deram a luz nos seis meses

anteriores atendidas pelo PSF

Todas entrevistadas em um fim de

semana (cerca de 20 psiquiatras

e psicólogos da UFMG)

Cerca de 200 mulheres

entrevistadas. Prevalência de

DPP de cerca de 15%.

Características psicométricas da

escala reduzida se mantiveram.

Edimburgh questionnaire for postnatal depression screening:

validation of a short version in Brazil

Erly Catarina de Moura 1

Wallace dos Santos 2

Leonor Maria Pacheco Santos 2

Marco Aurélio Romano-Silva3

Humberto Corrêa3

Departamento de Ciência e Tecnologia, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos,

Ministério da Saúde, Brasília, DF.

Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ.

Universidade Federal de Minas Gerais

A validade da versão curta do questionário de Edimburgo para triagem de

casos de depressão pós-parto (DPP) foi avaliada em estudo transversal,

numa amostra probabilística de 3.893 mães de crianças menores de três

meses, residentes na Amazônia Legal e Nordeste brasileiros. Identificou-se

10% de DPP, sendo maior entre as mães que avaliaram a atenção ao pré-

natal e parto como ruim/muito ruim. O teste Kappa apontou concordância

individual substancial, ou quase perfeita, entre a versão completa e a curta,

para as variáveis investigadas. Conclui-se que a versão curta para triagem

de DPP pode ser considerada adequada para estudos em larga escala.

Tabela 10 - Porcentagem (IC=95%) de mães de crianças menores de três meses de idade por sintomas de depressão pós-parto (ponto de corte 10) segundo local. Chamada Neonatal, Brasil, 2010

Local Mãe Screening depressão pós-parto

Região Estado Domínio N Sim

% (IC95%)

Amazônia Legal Acre Rio Branco 89 15,7 (8,1 – 23,3)

Interior 20 17,1 (8,8 – 30,6)

Amapá Macapá 60 11,7 (3,5 – 19,9)

Santana 31 19,4 (5,2 – 33,5)

Amazonas Manaus 169 23,1 (16,7 – 29,5)

Interior 128 22,0 (14,3 – 32,2)

Mato Grosso Cuiabá 37 16,2 (4,2 – 28,3)

Interior 260 19,2 (14,1 – 25,6)

Pará Belém 104 13,4 (6,9 – 20,1)

Interior 124 15,2 (9,3 – 23,9)

Rondônia Porto Velho 75 24,0 (14,3 – 33,7)

Interior 15 15,0 (5,3 – 35,6)

Roraima Boa Vista 86 14,0 (6,6 – 21,3)

Tocantins Palmas 135 19,3 (12,6 – 25,9)

Interior 140 16,0 (9,7 – 27,5)

Nordeste Alagoas Maceió 107 22,4 (14,5 – 30,4)

Interior 40 10,4 (3,5 – 27,2)

Bahia Salvador 136 20,6 (13,8 – 27,4)

Interior 182 14,7 (10,0 – 21,2)

Ceará Fortaleza 155 18,1 (12,0 – 24,1)

Interior 197 11,6 (8,1 – 16,4)

Maranhão São Luís 124 16,1 (9,6 – 22,6)

Interior 121 25,2 (15,4 – 38,3)

Paraíba João Pessoa 113 18,6 (11,4 – 25,8)

Campina Grande 161 23,0 (16,5 – 29,5)

Interior 138 19,9 (14,1 – 27,3)

Pernambuco Recife 147 14,3 (8,6 – 20,0)

Vitória de Santo Antão 50 26,0 (13,7 – 38,3)

Interior 127 18,5 (13,8 – 24,4)

Piauí Teresina 103 12,6 (6,2 – 19,1)

Interior 120 12,7 (7,5 – 20,7)

Rio Grande do Norte Natal 117 17,9 (11,0 – 24,9)

Interior 92 12,7 (7,5 – 20,7)

Sergipe Aracaju 127 22,0 (14,8 – 29,3)

Interior 61 21,9 (16,9 – 27,7)

Principais eixos

Avaliação de instrumentos diagnósticos, particularmente

aqueles de potencial utilização em saúde pública.

Aspectos fisiopatológicos da depressão peri-natal: apenas

uma depressão como outras?

Impactos sobre o neurodesenvolvimento infantil

Principais eixos

Aspectos fisiopatológicos da

depressão peri-natal. Uma depressão como outras, ou não?

Psico-sociais:

Genética:

Genes Candidatos 5HTT? TPH2? COMT? HMNC1 gene, genes

das citocinas proinlamatórias.

Metilação do gene NGFI-A gene, especialmente the Nr3c1

Imunologia: (Ocitocina, IL-1, IL-6, TNF e outras citocinas)

Imagem: Um subgrupo de 15 mulheres com DPP (escores

maiores do que 20 na EPDS) e 15 controles se submeterão ao

PET.

rTMS: ensaio clínico depressão na gestação e no pós-parto

Neuropsicologia: processamento emcional

Psico-sociais:

Genética:

Genes Candidatos 5HTT? TPH2? COMT? HMNC1 gene, genes

das citocinas proinlamatórias.

Metilação do gene NGFI-A gene, especialmente the Nr3c1

Imunologia: (Ocitocina, IL-1, IL-6, TNF e outras citocinas)

Imagem: Um subgrupo de 15 mulheres com DPP (escores

maiores do que 20 na EPDS) e 15 controles se submeterão ao

PET.

rTMS: ensaio clínico depressão na gestação e no pós-parto

Neuropsicologia: processamento emcional

HMNC1 gene polymorphism associated with postpartum

depression

Demographic characteristics, PPD diagnosis and EPDS scores

Socio demographic data

and EPDS Scores

GG (n= 43) GA (n= 50) AA (n= 17)

Mean ± SD or n (%) Mean ± SD or n (%) Mean ± SD or n (%) P-value

Age (years) 29.44 ± 6.07 30.78 ± 5.23 31.0 ± 6.48 0,47

Married 35 (81.4%) 42 (84.0%) 13 (76.47%) 0,78

Previous pregnancies 1.53 ± 0.99 1.68 ± 0.73 1.52 ± 0.60 0,41

Previous deliveries 1.33 ± 0.64 1.48 ± 0.61 1.41 ± 0.49 0,48

Working out of home 30 (69.77%) 35 (70.0%) 10 (58.82%) 0,67

Days of the interview after

delivery

58,67 ± 11,40

59,32 ± 12,76 57,29 ± 8,26 0,83

PPD+(n=34)/

PPD- (n= 76)

8 (23.5%)/

35 (46%)

25 (73.5%)/

25 (33%)

1 (3%)/

16 (21%)

<0,001

EPDS Score 7.93 ± 6.2 10.32 ± 6.75 5.94 ± 3.06 0,02

Alvim, A, Figueira P, Miranda D, Romano-Silva MA, Correa H.

Avaliar a associação entre os

polimorfismos dos genes da METTL13

(rs17596081, rs2232825), CADM3

(rs965358, rs3026968), OXT (rs2740210,

rs4813627), OXTR (rs237885, rs2254298),

BDNF (Val66Met), orexina (HCRT) e

receptor de orexina 1 (HCRTR1)

Psico-sociais:

Genética:

Genes Candidatos 5HTT? TPH2? COMT? HMNC1 gene, genes

das citocinas proinlamatórias.

Metilação do gene NGFI-A gene, especialmente the Nr3c1

Imunologia: (Ocitocina, IL-1, IL-6, TNF e outras citocinas)

Imagem: Um subgrupo de 15 mulheres com DPP (escores

maiores do que 20 na EPDS) e 15 controles se submeterão ao

PET.

rTMS: ensaio clínico depressão na gestação e no pós-parto

Neuropsicologia: processamento emocional

Plasma auto-antibodies level

Psico-sociais:

Genética:

Genes Candidatos 5HTT? TPH2? COMT? HMNC1 gene, genes

das citocinas proinlamatórias.

Metilação do gene NGFI-A gene, especialmente the Nr3c1

Imunologia: (Ocitocina, IL-1, IL-6, TNF e outras citocinas)

Imagem: Um subgrupo de 15 mulheres com DPP (escores

maiores do que 20 na EPDS) e 15 controles se submeterão ao

PET.

rTMS: ensaio clínico depressão na gestação e no pós-parto

Neuropsicologia: processamento emcional

Principais eixos

Impactos sobre o neurodesenvolvimento

infantil

Grupo de pesquisa

Psiquiatria

Humberto Corrêa MD, MsC, PhD

Rodrigo Nicolato MD, MsC, PhD

Frederico Garcia MD,MsC, PhD

Sarah Rueckl MD, PhD (pos-

doutoranda)

Tiago Castro e Couto (Aluno de

doutorado)

Antônio Alvim (Aluno de doutorado)

Gustavo Coutinho (Aluno de mestrado)

Luiz Edurado Viana (Aluno de

mestrado)

Psicologia

Leandro Malloy-Diniz MD, MsC,

PhD

Mayra Brancaglion (Aluna de

doutorado)

Marina Ladeira (Aluna IC)

Patrícia Gandres (Aluna IC)

Fernanda Konzen (Aluna IC)

Grupo de pesquisa

Ginecologia e Obstetricia

Regina Amélia MD, MsC, PhD

Henrique Alves MD, MsC, PhD

Pediatria

Débora Miranda MD, MsC, PhD

Eduardo Oliveira MD, MsC, PhD

Financiamento: CNPq, FAPEMIG, NIMH, Ministério da

Saúde do Brasil

“Hongerwinter” 1944 Alemanha bloqueou a comida para a Holanda no inverno de 1944.

O consumo calórico caiu de 2000 para cerca de 500 por dia, para cerca

de 4,5 milhões de pessoas.

Crianças nascidas nesse período eram monores na estatura, e tinham

muitas doenças incluindo edema, anemia, diabetes e depressão.

A estudo “Dutch Famine Birth Cohort” mostrou que as mulheres, vinte

ou trinta anos depois, tiveram filhos com os mesmos problemas, mesmo

com a concepção e gestação tendo ocorrido durante períodos de dieta

normal..

Tálamo sensório

Estímulo

sensório

Nucleos

basolaterais

da

Amígdala

Núcleos

centrais da

amígdala Hipocampo

Locus

Coeruleus

Substância

cinzenta

Periaquedutal

Adaptedo de Gorman, et al, Am J Psychiatry, 2000; 157:493

Cortex Prefrontal

Rafe

Dorsal

Hipófise Vias Autonômicas

Hpotálamo

Núcleo

Paraventricular

Adrenais

Núcleo

Lateral

5HTTLPR-S

Depressão Antenatal e Suicídio

O suicídio é, no geral, uma das quatro

maiores causas de mortalidade materna,

juntamente com tromboembolismo, obesidade

e cardiopatias.

Oates (2003) considera como a primeira

causa. Responsável por 28% das mortes no

período perinatal.

Lewis, G.; Drife, J. , 2001

Depressão Antenatal e Suicídio

Prevalência de ideação suicida varia de 3% na Finlândia

(Pajulo et al., 2001) a 17,6 nos EUA, enquanto a taxa de

suicídio-completado foi de 10% na Grã-Bretanha e 20%

em Bangladesh.

Appleby (1991): suicídio esperado : 1/20, inclusive em

adolescentes. Apesar de essas últimas terem taxas 5

vezes maiores do que a população geral de gestantes.

PAJULO et al., 2001; BIRNDORF et al., 2001; LEWIS; DRIFE 2001; FAUVEAU; BLANCHETT, 1989

. Tem-se no segundo e terceiro trimestres da gestação as

taxas: 14,29% e 5,6% (item 9 do BDI); 21,28% e 10% (item 10

da EPDS); 23,12% e 17,86% (item C do MINI).

Suicidabilidade apresenta, sempre, maiores valores quando o

risco obstétrico, seja ele percebido ou objetivo, é elevado

mostrando que a DAN e a suicidabilidade sofrem influências

várias e que essas influências podem impactar de forma

diferente dependendo das outras variáveis envolvidas.

Grupo de pesquisa

Ginecologia e Obstetricia

Regina Amélia MD, MsC, PhD

Henrique Alves MD, MsC, PhD

Pediatria

Débora Miranda MD, MsC, PhD

Eduardo Oliveira MD, MsC, PhD

Financiamento: CNPq, FAPEMIG, NIMH, Ministério da

Saúde do Brasil

Um assunto ainda mais

negligenciado e também importante

Genetic patterned behaviour…..

Attachment in humans, Imprinting in animals – both behaviours promote survival

Methods

• Case-control study

• Maternity of a University Hospital

• 15 post-partum depressive patients

• 15 healthy subjects

• Mean age 26 years

• EPDS / MINI

• ELISA

• SPSS® and Graphpad Prisma®

RESULTS

Plasma auto-antibodies level

Plasma auto-antibodies level

Conclusion

• Increased level of anti-OXT Aabs is found

in post-partum depressive patients

• Decreased level of anti-VP AAbs is found

in post-partum depressive patients

• Lower levels of OXT, previously found in

post-partum depressive patients, could be

related to Aabs anti-OXT and anti-VP

Tálamo sensório

Estímulo

sensório

Nucleos

basolaterais

da

Amígdala

Núcleos

centrais da

amígdala Hipocampo

Locus

Coeruleus

Substância

cinzenta

Periaquedutal

Adaptedo de Gorman, et al, Am J Psychiatry, 2000; 157:493

Cortex Prefrontal

Rafe

Dorsal

Hipófise Vias Autonômicas

Hpotálamo

Núcleo

Paraventricular

Adrenais

Núcleo

Lateral

5HTTLPR-S

Segundo o DSM-IV, trata-se de um episódio depressivo, que se inicia

nas quatro primeiras semanas após o parto.

Autor Local

n/prevalência

Instrumento Período Entrevista

Da Silva et al.Braz. J. Med. Biol. Res. 1998. Rio deJaneiro/

21/42%

EPDS ≥ 13 Até seis meses

Cruz et al. Rev. Bras. Gin.Obst. 2005. São Paulo/

70/37,1%

EPDS ≥ 12 12 a 16 semanas

Faisal-Cury et al. Arch Women’s Mental Health,

2004

São Paulo

113/15,9%

BECK ≥ 16 Décimo dia

Moraes et al. Revista de Saúde Pública, 2006. Pelotas

410/19,1%

HAM-D ≥ 19 30 a 45 dias

Ruschi et al.Rev. Psiq. Rio Grande do Sul, 2007. Vitória

292/39,1%

EPDS ≥12 Entre 31 e 180 dias (média 2,7

meses)

Tannous et al. BMC Psychiatry, 2008. Porto Alegre

271/20,7%

EPDS ≥ 12 Sexta a oitava semana.

Figueira et al. Revista Saúde Pública, 2009. Belo Horizonte/

245/26,9%

MINI-PLUS Sexta a oitava semana.

Cantilino et al. Jornal. Bras. de Psiq.2010 Recife

400/7,2%

SCID Duas a 26 semanas (media de

5,5)

Estudos de Prevalência de DPP no Brasil

Depressão na Gestação

Li et al – 2008 Human Reproduction

791 mulheres entrevistadas no início da

gestação.

Mulheres com depressão têm um risco duas

vezes maior de parto pre-termo.

Relacionado a

Baixo nível educacional

Historia de dificuldade para engravidar

Obesidade

Situações de vida estressoras

Antidepressivos não contribuem para parto pre-

termo.