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CÂMARA DOS DEPUTADOS
DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO
NÚCLEO DE REDAÇÃO FINAL EM COMISSÕES
TEXTO COM REDAÇÃO FINAL
COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E MINORIASEVENTO: Audiência Pública N°: 1031/08 DATA: 02/07/200 8INÍCIO: 14h49min TÉRMINO: 16h05min DURAÇÃO: 1h16minTEMPO DE GRAVAÇÃO: 1h16min PÁGINAS: 23 QUARTOS: 16
DEPOENTE/CONVIDADO - QUALIFICAÇÃO
WILTON MELO GARCIA - Coordenador do Grupo de Apoio do 20º Contingente do Batalhão deSuez.JOÃO CARLOS MARTINS - Membro do Grupo de Apoio do 2 0º Contingente do Batalhão deSuez.EDSON GERMANO CUSTÓDIO - Presidente da Associação B rasileira dos Integrantes doBatalhão de Suez, no Rio Grande do Sul.JORGE MOACIR FLORES - Terapeuta dos membros do 20º Contingente do Batalhão de Suez.
SUMÁRIO: Debate sobre a situação dos combatentes br asileiros que integraram o 20ºContingente do Batalhão de Suez, em missão de paz d a ONU, no Oriente Médio, durante osconflitos entre Israel e países árabes.
OBSERVAÇÕES
Há falha na gravação.Houve intervenção fora do microfone. Inaudível.
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O SR. PRESIDENTE (Deputado Pompeo de Mattos) - Havendo número legal,
declaro abertos os trabalhos da presente audiência pública, que tem por finalidade
debater a situação dos ex-integrantes do 20º Contingente do Batalhão de Suez, que,
cumprindo Missão de Paz da ONU, no Oriente Médio, foram envolvidos no conflito
entre Israel e os países árabes na Guerra dos Seis Dias, conflito armado ocorrido
em junho de 1967.
Convido para a compor a Mesa o Dr. Jorge Moacir Flores, psicólogo do 20º
Contingente; o Sr. João Carlos Martins, membro do grupo de apoio do 20º
Contingente; Sr. Wilton Melo Garcia, Coordenador do Grupo de Apoio do 20º
Contingente, e o Sr. Edson Germano Custódio, Presidente da Associação do
contingente no Rio Grande do Sul. Sejam todos bem-vindos.
Esclareço que também foram convidados representantes do Exército, que
preferiram, neste momento, não tomar parte do debate.
Com muito prazer, registro a presença do Coronel Sarmento, por quem tenho
profundo respeito, admiração e amizade pessoal, que aqui se encontra na condição
de observador deste debate. O Coronel Sarmento, a quem agradeço a presença, é
um soldado daqueles que orgulham o Brasil e o Exército nacional. Dou este
testemunho, porque, juntamente com uma comitiva de Parlamentares desta Casa,
estive na Amazônia com S.Sa. e outros integrantes da equipe do Exército nacional e
pude ver a realidade da Amazônia e daqueles que, servindo à Pátria, estão
guardando as fronteiras brasileiras em longínquos rincões.
Parabéns a V.Sa. pelo trabalho que realiza no Exército.
Em maio de 1967, quando os ânimos haviam se acirrado entre Israel e os
países árabes, a ONU determinou a todos os países que retirassem suas tropas da
região.
O contingente brasileiro, porém, não foi retirado em tempo hábil pelo Governo
e, assim, acabou ficando na zona de guerra. Os jovens soldados brasileiros foram
atacados e feitos prisioneiros de guerra. Vários foram feridos, e houve baixa por
morte. Avaliação médica já revelou que muitos deles, em graus diferenciados, são
portadores de patologias conhecidas como neuroses de guerra.
Os integrantes do 20º Contingente reivindicam que o Estado brasileiro
reconheça seus direitos, dispensando-lhes tratamento semelhantes ao oferecido aos
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combatentes brasileiros da 2ª Guerra Mundial, da Guerra do Paraguai e da Guerra
contra Oribe e Rosas, aos quais foi assegurada pensão vitalícia.
Atualmente, os integrantes do 20º Contigente do Batalhão de Suez sequer
possuem direito a atendimento médico e odontológico nos hospitais das Forças
Armadas. Vivem em situação precária e desumana na Pátria a que honraram e
serviram.
Para melhor andamento dos trabalhos, esclareço que o tempo concedido a
cada expositor será de 15 minutos. Após as exposições, terão a palavra os
Deputados inscritos para o debate. Para formular suas perguntas ou considerações,
cada Deputado disporá do prazo de 3 minutos, tendo os interpelados o mesmo
tempo para responder.
Esclareço ainda que esta audiência está sendo gravada para posterior
transcrição e, por isso, solicito que falem tão-somente ao microfone.
O primeiro a falar será o Sr. Wilton Melo Garcia; em segundo, o Sr. João
Carlos Martins; em terceiro, o Sr. Edson Germano Custódio e, em quarto, o Dr.
Jorge Moacir Flores.
Com a palavra o Sr. Wilson Melo Garcia.
O SR. WILSON MELO GARCIA - Exmo. Deputado Pompeo de Mattos,
Presidente da Comissão, Sras. e Srs. Parlamentares, autoridades já nominadas,
demais senhoras e senhores, em primeiro lugar, agradeço a todos que nos brindam
com sua atenção a presença.
De 1957 a 1967, o Brasil compôs, juntamente com mais 10 países, a UNEF, a
Primeira Força de Emergência das Nações Unidas, com a missão de mediar os
desentendimentos entre árabes e judeus.
O Exército Brasileiro enviou para o Oriente Médio 20 contingentes, e cada
qual permaneceria em missão por 14 meses. Os 19 primeiros contingentes não
tiveram qualquer alteração que fugisse às ocorrências comuns nesse tipo de missão:
observação de incursões aéreas; campos minados; enfrentamentos com extremistas
durante as patrulhas noturnas; ocorrência de acidentes com ferimentos ou até
mesmo morte em serviço. Todos esses fatos são considerados pelas autoridades
militares como absolutamente normais e naturais no contexto dessas operações. E,
assim, a Força da ONU conseguia manter a paz naquela região.
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O mesmo, porém, não pode ser apregoado em relação ao 20º Contingente.
Composto por 427 militares, entre estes 317 cabos e soldados, o último contingente
brasileiro ali enfrentou situações que o tornaram profundamente diferente de toda e
qualquer missão desse gênero já enviada ao exterior.
Senão, vejamos: no dia 14 de maio de 1967, o Sr. Gamal Abdel Nasser, então
Presidente do Egito, pressionado pela Liga Árabe e determinado a atacar Israel,
pediu a desocupação da ONU do seu território. Quatro dias depois, U Thant, o
Secretário-Geral das Nações Unidas, declarou extinta aquela Força e determinou,
de forma muito clara, que os governos que haviam enviado tropas para a missão
evacuassem seus efetivos militares imediatamente da área.
A partir daí, teve início o desmonte da operação num ritmo extremamente
veloz. Os canadenses deixaram a Faixa de Gaza em apenas 6 horas; os suecos e
os dinamarqueses saíram no dia seguinte; os finlandeses saíram no 3º dia. Assim, a
maioria da Força abortou a missão. Restaram no local, intacto, o 20º Contingente do
Brasil; metade do contingente indiano, que aguardava a complementação do
resgate; o batalhão iugoslavo, que, recém-chegado à Faixa de Gaza, aguardava
ordens do seu Governo, e alguns observadores militares das Nações Unidas.
Os dias se passaram, e o Comandante do 20º Contingente, temendo pela
vida dos seus soldados, determinou que o seu oficial de ligação com a ONU fosse
buscar apoio diplomático para agilizar a evacuação brasileira.
Designado, o Major Luiz Carlos Porto Alegre Rosa foi, inicialmente, até a
Embaixada do Líbano, onde expôs a situação ao Embaixador brasileiro, Martim
Francisco de Andrada. O diplomata falou com o Itamaraty e obteve a mais absurda
resposta: “É para continuar a operação, pois temos aqui, no Brasil, a promessa do
Governo dos Estados Unidos de que não haverá guerra aí”.
O Embaixador contestou, dizendo que não se tratava de continuar ou não a
missão, mas, sim, de que a UNEF, a Força de Emergência da ONU, já havia sido
desativada há quase 20 dias.
Sem resposta, a partir daquele momento, foi encerrada a comunicação do
Brasil com a Embaixada.
Desconcertado, o Major Porto Alegre voou para o Cairo e, dessa vez, falou
com o Embaixador Hélio de Burgos Cabal, que fez o mesmo apelo ao Itamaraty. O
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Embaixador informou ao Itamaraty que a tropa brasileira, sem o status de força de
paz ou de força neutra, passara a ser uma tropa armada num campo de guerra e
que estava situada no corredor de entrada da guerra, o que certamente a expunha a
um sacrifício inútil de vidas e, portanto, deveria ser evacuada imediatamente.
O Embaixador também informou que o Governo italiano, este sim,
preocupado com a integridade dos brasileiros, havia disponibilizado 4 aviões
Hércules da Força Aérea italiana para evacuar os militares do Brasil da zona de
guerra iminente. Faria isso em menos de duas horas.
Senhoras e senhores, o Governo brasileiro tinha apenas de autorizar a
evacuação, mas, ao contrário, novamente silenciou, sem estabelecer mais contato
com aquela Embaixada.
O Major Porto Alegre Rosa, hoje Coronel da reserva, ainda aguardou 4 dias
no Cairo por uma nova e possível posição do Governo brasileiro. Conforme seu
depoimento na Justiça Federal, naquele momento, ele se sentiu muito revoltado com
o seu Governo e com o seu País. Afinal, estava consagrada ali a mais escandalosa
falha que um governo já cometera contra filhos do seu próprio Exército.
Vejamos as conseqüências disso.
No dia 5 de junho, às 8h45min, de surpresa, Israel realizou um ataque
fulminante e avassalador contra o Egito. Teve, então, início a Guerra dos Seis Dias
entre árabes e judeus.
As posições brasileiras foram duramente atingidas, primeiro pela Força Aérea;
depois, pela Artilharia; depois pela Cavalaria Blindada e, finalmente, pela Infantaria
de Israel.
Ao final do primeiro dia de guerra, foram contabilizadas baixas por morte e
vários feridos. Por volta das 17h30min, a 7ª Companhia, parte da 8ª e parte da
Companhia de Comando e Serviços, junto com civis árabes, caíram prisioneiros dos
soldados de Israel. As pessoas foram tiradas de suas posições, com as mãos na
cabeça. Os soldados deixaram para trás os seus alojamentos, que foram saqueados
na sua ausência. Alguns perderam todos os seus pertences, ficando só com a roupa
do corpo, passaram a noite inteira sentados ao relento, à temperatura de zero grau
centígrado, com as mãos ainda na cabeça, sob a mira das armas dos agressores. E
ali assistiram a dezenas de execuções sumárias, durante toda a noite.
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Nos dias subseqüentes, esses soldados sentiram fome, sede, frio, calor e
medo. Viram mães abraçando filhos ensangüentados, velhos e crianças morrendo;
seres humanos sendo jogados dentro de valas comuns, junto com animais
dilacerados, como se fossem detritos urbanos. Conviveram, enfim, com todas as
atrocidades de uma guerra extremamente violenta, cruel e absurda, como de resto
são todas as guerras.
Finalmente, depois da guerra, atracou no Porto de Ashdod, em Israel, o navio
Soares Dutra, da Marinha de Guerra do Brasil. Esse navio teve a sua rota alterada
para que fosse possibilitado o resgate do 20º contingente, pois, na verdade, estava
se deslocando para o norte da Itália, carregando 45 mil sacos de café exportados do
Brasil para aquele país. Cinqüenta e oito dias depois, a tropa chegou a Porto Alegre,
sua cidade de origem, e 5 dias após a sua chegada, os 317 cabos e soldados,
menos um que estava morto, foram literalmente despejados das fileiras do Exército,
sem qualquer avaliação física ou psíquica, como determina o regulamento do
Exército.
Prezadas senhoras e senhores, os homens que viveram esse episódio negro,
sombrio, vergonhoso do ponto de vista da irresponsabilidade, da omissão e do
desrespeito aos cidadãos que um dia honraram a sua Pátria, muitos deles,
comprometidos por seqüelas psíquicas do evento, nunca mais conseguiram
trabalhar, nunca mais foram os mesmos, nunca mais se livraram daquelas
lembranças terríveis da guerra, nunca mais foram felizes, porque nunca mais saíram
daquele inferno. Estão lá até hoje! Nem que vivêssemos 300 anos, nunca mais
esqueceríamos aquilo.
Há quase 30 anos esses homens batem às portas da autoridades, clamando
por reparação que lhes proporcione viver o restante de seus dias dignamente. Há
quase 30 anos esses homens pedem às autoridades que lhes dêem atenção, ou,
pelo menos, que lhes escutem. Há mais de 30 anos esses homens falam de suas
dificuldades emocionais, dificuldades essas que, sabidamente, vêm desencadeando
outras tantas ao longo da vida. E, incrivelmente alheios a tudo isso, há mais de 30
anos esses homens continuam falando do seu amor pela sua Pátria, por essa
mesma Pátria que há mais de 40 anos os ignora!
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Nessa trajetória, vimos muitas autoridades do Judiciário e do Legislativo lhes
virando as costas. As autoridades militares não lhes viram as costas, mas criam
barreiras a qualquer possível reconhecimento, sob o enfoque de que tal reparação
iria causar inchaço na folha de pagamento da Força.
No Judiciário, recentemente, o Ministro Paulo Gallotti, do Superior Tribunal
de Justiça, deu parecer contrário em processo movido por 5 ex-integrantes do 20º
Contingente, sob a alegação de que a lei aplicada aos ex-combatentes não os
ampara. E que, afora isso, não havia como beneficiar 6.400 homens. Não observou
o Ministro Relator que há um novo entendimento da lei que a flexibiliza, permitindo
que se estenda o amparo a outras categorias — e essa flexibilização foi proposta
por Ministros do próprio STJ! Não observou também S.Exa. que no processo
estavam definidos apenas 317, e não 6.400 homens. Quer dizer: não conhecia o
conteúdo do que estava julgando; não leu o processo! Fundiu a desse contingente
com a história de outros que nem estavam citados no corpo da matéria.
Evidencio ainda que, 3 dias antes, fui pessoalmente ao gabinete do Ministro
Paulo Gallotti e perguntei: “V.Exa. conhece o fato que envolve essa matéria?” O
Ministro me respondeu: “Conheço muito bem a história do Batalhão Suez”. Era
verdade! O Ministro conhecia bem a história do Batalhão Suez, mas nunca ouviu
falar na história do 20º Contingente.
Sobre a Lei do ex-Combatente, um comentário: sintetizando, diz essa lei que
são ex-combatentes aqueles que lutaram na Itália. E as autoridades não querem
entender que o legislador apenas usou de mero formulismo ao formatar tal
legislação, dando a essa lei, como título, o nome do evento: Segunda Guerra
Mundial. Qualquer leigo, até bêbado, em qualquer lugar do mundo sabe que
ex-combatente é todo aquele que participou de algum combate, independentemente
do local do acontecimento. Essa é a interpretação do novo entendimento, não
observado pelo nobre Ministro-Relator!
No Legislativo, numa outra proposição, apresentada em 2003, sobre a mesma
matéria do 20º Contingente, assisti a uma cena dantesca: na saída da audiência
pública, nesta mesma Comissão, fui cumprimentado pelo Deputado Leonardo
Mattos, Presidente da Mesa, que me disse: “Fique tranqüilo, o pleito dos senhores é
justo, e vou encaminhar o parecer pela aprovação”. Um general que estava próximo
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se dirigiu ao Deputado e disse: “Deputado, o senhor vai fazer um desserviço à
Nação. Se esse projeto for aprovado, vai inviabilizar o envio das próximas forças de
paz do Brasil para o exterior”. Quer dizer: é outro que não leu nada! Nem conhece a
matéria!
Sou bisneto, neto, filho e pai de oficial do Exército. Nasci e fui criado em vila
militar. Estive pouco tempo no Exército, mas, até onde sei, o Exército se fundamenta
em conceitos éticos e morais que fazem parte da sua estrutura filosófica, entre
outros: honra, disciplina, amor à Pátria, justiça. Em relação a isso, poderíamos até
dizer que a impressão que nos deixou o General foi a de que no dia em que na
AMAN foi ministrada aula sobre conceito de Justiça, provavelmente, o general, então
cadete, faltou. Mas nem isso podemos afirmar. Sabem por quê? Porque estaríamos
sendo injustos com o general, que ele não tem culpa de não conhecer a matéria,
como a maioria do Exército não conhece, e colocar contestações acima do mérito
discutido.
A verdade é que esse fato foi abafado por ordem das autoridades à época, o
que provocou um esvaziamento de informações sobre o episódio nas escolas de
formação do Exército. É tão verídica essa afirmativa que, outro dia, o General Faria,
ex-Comandante da AMAN, pediu para a Associação do Rio Grande do Sul um
conteúdo histórico detalhado sobre essa missão, sob a alegação de que essa
matéria, na AMAN, estava resumida a apenas alguns relatos. E o mesmo ocorre na
EsSA, na ESPCEX, na ESAEX, nos colégios militares, sem falar na ESAO e na
ESM, onde muito pouco ou quase nada há de registro sobre essa missão e muito
menos sobre o episódio que envolveu o 20º Contingente.
Eu até gostaria de convidar, para sentar-se à essa mesa, algum
representante do Ministério da Defesa que tivesse conhecimento pleno dessa
matéria — quem sabe até colaborando com algum novo esclarecimento?
Ainda sobre a desinformação na área militar, vejam este parecer da Marinha,
que completava o entendimento do Ministério da Defesa. No projeto que estava
sendo proposto, em 2003, o Comando da Marinha ofereceu um parecer contrário ao
pleito do 20º Contingente, alegando que seus integrantes são militares da reserva,
com todos os seus direitos garantidos. E que só teriam direito se tivessem ido para a
vida civil definitivamente. Mas é isso exatamente o que estamos pleiteando.
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Para tratar desse projeto de lei de 2003, visitei o Deputado Jairo Carneiro, a
quem apresentei o mesmo histórico e pedi que aceitasse a Relatoria da proposta,
uma vez que o Ministério da Defesa, por meio do Exército, estava indicando o
Deputado Nilson Mourão, que nem quis nos receber. Resposta do Deputado Jairo
Carneiro: “Vou conversar com o Exército, pois não posso fazer nada sem a sua
aquiescência”. Fiquei impressionado com a habilidade do Deputado em
menosprezar a inteligência das pessoas e disse a S.Exa.: “Estou de acordo em que
V.Exa. conheça o entendimento do Exército; agora, pedir a sua aquiescência?!
Afinal, quem é o Legislativo aqui?”.
Infelizmente, o Deputado Leonardo Mattos, que queria aprovar a matéria, logo
após o recesso da Câmara, entrou no rodízio das Comissões e, lamentavelmente,
passou a Relatoria do projeto para o Deputado José Thomaz Nonô, que, igualmente,
sob pressão do Ministério da Defesa, não leu a matéria, acabou fazendo uma salada
de frutas e votou contra de novo.
Hoje pela manhã, assistindo às imagens do seminário dos anistiados do
Plano Collor, ouvimos de viva voz, o Ministro da Advocacia Geral da União, José
Antônio Dias Toffoli, fazer a seguinte afirmação: “A AGU tem de cuidar dos direitos
do Estado, mas também tem de cuidar dos direitos do cidadão, e, se em algum
momento, o Estado foi omisso, então, tem de pagar por essa omissão e tem de
pagar também o que ficou para trás”.
Ora, Srs. Parlamentares, se há firmeza e caráter por parte da AGU, então, ela
não poderá permitir que haja dois pesos e duas medidas. Assim, com base nas
palavras do nobre Ministro, acredito que poderemos contar, a partir de agora,
também com o apoio da AGU nessa presente proposição.
A grande semelhança existente entre o 20º Contingente e a FEB é que ambos
só retornaram ao Brasil depois que a guerra acabou. E a grande diferença é que só
o 20º Contingente continuou em serviço depois que a missão já havia sido
encerrada. Eis aí por que essa missão do 20º Contingente é profundamente
diferente de todas as outras missões que o Brasil já enviou ao exterior.
Agora, falo sobre a tão alegada falta de recursos para atender esses 317
cidadãos de, no mínimo, 61 anos de idade. Vejam que comparativo interessante: se
as autoridades resolvessem pagar uma pensão baseada no que se propõe esse
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pleito, ao fim de um ano, teríamos um valor aproximado de 20 milhões de reais, a
serem desembolsados pela União Federal. Pergunto a V.Exas.: quanto
representariam esses 20 milhões de reais pagos em um ano, se comparados com os
constantes e vultosos desvios que, dia-a-dia, ocorrem nesta Nação?
Sras. e Srs. Parlamentares, senhoras e senhores, em nome desses cidadãos
brasileiros que um dia honraram a sua Pátria, em nome da Justiça, em nome da
grandiosidade do valor moral que tem todo ser humano que se redime de um erro
cometido, dirijo apelo aos militares brasileiros no sentido de que se aliem aos
legisladores na criação de um normativo corrigindo essa enorme injustiça cometida
contra o próprio Exército e, por conseqüência, contra esses cidadãos que até hoje
sofrem as conseqüências dessa barbárie.
Finalmente, em nome de Deus, peço-vos: atendam esses velhos soldados,
sejam benevolentes, tenham coração, lavem a honra da Pátria, oferecendo a esses
soldados, ainda que tardiamente, aquilo a que eles têm direito por justiça.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Deputado Pompeo de Mattos) - Muito bem. Agradeço
ao Sr. Wilton Melo Garcia, Coordenador do Grupo de Apoio do 20º Contingente e,
ato contínuo, passo a palavra ao Sr. João Carlos Martins, membro do Grupo de
Apoio do 20º Contingente.
O SR. JOÃO CARLOS MARTINS - Exmo. Sr. Deputado Pompeo de Mattos,
Presidente desta mesa, autoridades já nominadas, senhoras e senhores, sou
ex-integrante do 20º Contingente e quero apresentar às senhoras e aos senhores
um relato extremamente importante para vossas avaliações.
Tenho comigo cópia da narrativa do General Flávio Oscar Maurer, hoje na
reserva, o qual, na condição de Primeiro Tenente, comandou o 2º Pelotão da 7ª
Companhia do 20º Contingente, vivenciando o episódio Guerra dos Seis Dias, em
1967. Leio alguns tópicos desse documento, salientando que o General Maurer, que
também foi Chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sul e instrutor de
operações militares para grandes comandados da Escola de Comando do
Estado-Maior do Exército, situada no Rio de Janeiro.
O autor do conteúdo autoriza, sob firma reconhecida, sua divulgação sempre
que se fizer necessário, por tratar-se de relato envolto na mais pura veracidade.
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O General inicia sua manifestação afirmando o seguinte:
“O início da Guerra de Seis Dias ocorreu no dia 5
de junho de 1967. Todos os presentes na área,
entretanto, sabiam que o conflito iria eclodir, pelo menos
um mês antes daquela data”.
A seguir, centra a sua narrativa em 2 aspectos. O primeiro deles é relativo à
Conduta do Soldado Brasileiro. Diz o General:
“O soldado brasileiro mostrou ser estóico diante do
seu inevitável envolvimento nas operações militares, bem
como foi capaz de discernir claramente sobre o seu papel
de não ser partícipe das forças beligerantes.
(...) Como a tropa brasileira não foi retirada do local
que ocupava na Faixa de Gaza em tempo útil, apesar da
extinção da Força da ONU, 20 dias antes do início do
conflito, o envolvimento na guerra foi inevitável para os
brasileiros do 20º Contingente, fato que modificou
profundamente a história da vida pessoal de grande parte
deles”.
Minha primeira observação: o General atesta a dedicação e o empenho dos
soldados brasileiros no cumprimento de missão em situação totalmente adversa.
Confirma os danos causados aos militares do 20º Contingente e reconhece as
dificuldades atuais de muitos de seus ex-comandados.
Ao abordar o segundo aspecto, o General fala sobre as razões táticas e
estratégicas que levaram ao impacto direto sofrido pelo batalhão brasileiro nas
ações militares entre Egito e Israel:
“Primeiro, a causa que tornou o 20º Contingente
alvo direto dos fogos cruzados foi a localização, na cidade
de Hafa, do acantonamento da tropa brasileira. Hafa fica
junto da fronteira entre Israel e Egito. É também a porta
de entrada da Faixa de Gaza, abre caminho para a
Península do Sinai e é o ponto inicial na direção do Canal
de Suez.
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Segundo, historicamente, a principal direção
estratégica para o emprego de forças militares na
Península do Sinai sempre foi o eixo rodoferroviário
Hafa—El-Arish—Suez, que costeia o Mar Mediterrâneo. É
esse o melhor caminho para operação de guerra naquela
região.
Terceiro, tanto Israel quanto Egito usaram a tropa
brasileira como escudo, criando assim as melhores
condições para tomar as suas posições no terreno, antes
e no início da guerra”.
Conclusão do General:
“Eis por que afirmo ter sido o impacto sofrido por
nossa tropa extremamente violento”.
Nesse aspecto, o General Maurer enfatiza o drama enfrentado pela tropa
brasileira que, localizada no corredor da entrada da guerra e na condição de escudo,
enfrentou momentos terríveis. A razão disso é que, tendo Israel assumido a
indiscutível supremacia aérea, já nas primeiras horas do dia 5 de junho, sua força
aérea conseguiu apoiar a intensidade do avanço das tropas terrestres. O Egito,
inferiorizado por estar sem apoio aéreo, reagiu como pôde ao avanço inimigo,
ocorrendo, então, violentos combates na Faixa de Gaza, exatamente no ponto onde
estava a tropa do 20º Contingente.
Essa observação eminentemente técnica, vinda de um militar de alta patente,
extremamente experiente e estrategista por natureza de sua formação, corrobora
para o que há muito sustentamos como razões desse pleito, que são:
1) se havia conhecimento no seio da tropa, havia também conhecimento no
Brasil da gravidade da situação pelo menos 30 dias antes da eclosão da guerra;
2) ficam consumadas, então, a omissão e a irresponsabilidade do Governo ao
não retirar a sua tropa em tempo útil;
3) em decorrência dessa omissão, houve envolvimento da tropa brasileira
num evento de grande dramaticidade;
4) esses fatos desencadearam seqüelas psíquicas na maioria dos soldados e,
por isso, justifica-se tal reparação.
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Essas eram as minhas considerações. Presidente.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Deputado Pompeo de Mattos) - Muito obrigado ao Sr.
João Carlos Martins.
Sei que já houve outra audiência pública sobre esse tema, que projetos de lei
relativos ao assunto tramitaram na Casa e que houve demandas judiciais, mas é
sempre bom renovarmos essas convicções e remontarmos a história dos fatos
sucedidos para, a partir daí, podermos avançar.
Agradeço ao Sr. João Carlos Martins a exposição e, imediatamente, passo a
palavra ao Sr. Edson Germano Custódio, Presidente da Associação Brasileira dos
Integrantes do Batalhão Suez.
O SR. EDSON GERMANO CUSTÓDIO - Exmo. Sr. Presidente da Mesa,
Deputado Pompeo de Mattos, autoridades presentes, senhoras e senhores, sou
Presidente da Associação Brasileira dos Integrantes do Batalhão de Suez, no Rio
Grande do Sul — e estou na segunda gestão consecutiva. A entidade que presido
tem, entre outros, objetivo social e filantrópico.
Presidir uma entidade com tais características é, por natureza, árdua e difícil
tarefa. Por quê? Porque envolve invariavelmente ações de coleta, de pedidos de
apoio, solicitações a bancos, empresários e órgãos públicos. Lembrando os meus
tempos de caserna, diria que é uma missão em que o presidente é o comandante de
um pelotão de pedintes. Esta é a missão da associação: ajudar aqueles
companheiros que um dia honraram a nossa Pátria e que hoje, por estarem
desassistidos pelo seu Governo, diariamente nos procura para amenizar suas
dificuldades, buscando auxílio para obter alimentação, medicamento, tratamento
médico, apoio psicológico e social.
Sou Presidente da Associação de Integrantes do Batalhão de Suez, e não só
do 20º Contingente. Eu apenas integrei o 20º Contingente, e com muita honra. O
que é inegável é a grande quantidade de associados do 20º Contingente que nos
procura diariamente. Sem medo de errar, senhores, diria que, em relação aos
demais associados dos outros contingentes, a procura por parte dos integrantes do
20º Contingente é 80% maior. E, mais: asseguro-lhes também que, dos integrantes
do 20º Contingente que nos procuram, 65% têm por finalidade buscar alguma
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orientação ou alguma palavra de apoio, em face de momentos turbulentos que
possam estar enfrentando. E essa palavra de apoio os ajuda a enfrentar situações
de desajustes familiares, com vizinhos ou com amigos.
Não foram raras as vezes em que recolhemos alguns companheiros no meio
da rua, em escadarias de igreja, em hospitais, em tratamento psicológico e até em
delegacias. Nestes 3 anos de mandato, assisti a cenas que me levaram às lágrimas,
porque é muito difícil para nós, homens com no mínimo 61 anos, ver um colega de
pelotão de 40 anos atrás, que foi um jovem atlético e vigoroso, que enfrentou os
horrores da guerra, como enfrentamos, e que se desdobrou pela sua Pátria, caído
na sarjeta como se fosse um traste ou um ser desprezível, só porque essa mesma
Pátria que ele tanto honrou até hoje não o reconhece.
Nesse ponto, quero abrir um parêntese para dizer algo que não é muito
divulgado na imprensa, mas de que, acredito, os militares sabem um pouquinho
mais. Se algum dos senhores que estão nesta plenária não sabia hoje tomar
conhecimento de que essa Força de Paz trouxe para o nosso País e para o nosso
Exército — e o digo, senhores, de coração e com grande orgulho, porque fui um
grãozinho de areia nesse processo — o Prêmio Nobel da Paz de 1988. Isso não é
divulgado. Mas essa missão trouxe para o nosso Exército e para a nossa Pátria esse
prêmio. Faço questão que isso seja passado.
A situação desses associados é muito triste, Sras. e Srs. Parlamentares,
muito triste e deprimente. Mas, tenho a certeza de que hoje Deus está aqui
iluminando vossas mentes e não vai deixar que isso continue acontecendo.
Que esse Deus proteja a todos nós.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Deputado Pompeo de Mattos) - Muito bem. Acabamos
de ouvir a manifestação do Sr. Edson Germano Custódio, cujas palavras fazem eco
nos meus ouvidos.
Antes de conceder a palavra do Dr. Jorge Moacir Flores, quero, até pela
presença aqui de alguns camaradas do Exército, entre os quais vejo alguns
veteranos e o Coronel Sarmento, essa figura extraordinária que tanto admiro, e em
homenagem às manifestações do Sr. Edson Germano, fazer um registro nos Anais
desta Comissão.
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Deputado Veloso, zeloso colega Deputado de muitas caminhadas nesta
Casa, juntamente com o Deputado Cleber Verde, que esteve aqui há pouco, e
também com a Deputada Sueli Vidigal, o Rio Grande do Sul tem uma peculiaridade.
Há uma cronologia que precisa ser registrada. Tenho falado aleatoriamente sobre
isso, mas hoje quero deixar registrado. O Brasil é o Brasil e tem o tamanho que tem
pelo seu povo, sua gente, sua miscigenação, sua luta, suas convicções, pelos
portugueses, que fincaram divisa lá em Tabatinga, na Amazônia, mas,
fundamentalmente, na parte sul, na parte meridional do continente, pela postura dos
gaúchos.
Vejamos: em 1829 houve a primeira grande batalha — sem levar em conta a
Guerra Guaranítica, travada entre os índios guaranis, os espanhóis e os
portugueses e que já nos deu uma têmpera. Pois bem. A primeira guerra identificada
da qual o Brasil participou no sul do continente, tendo no front os gaúchos, foi a
Batalha de 1829, no Paço do Rosário, onde estive há pouco tempo. Aliás, nesse
lugar em que houve a batalha, o Exército nacional fez um teatro mostrando
bandeiras uruguaias e argentinas contra a bandeira imperial do Brasil. E a guerra
distante se materializou diante dos espectadores — milhares de pessoas, entre as
quais me incluía. Vimos os embates ao vivo, algo visceral. Na batalha morreram pelo
menos 15 mil pessoas. E só não morreram mais porque o contingente uruguaio e
argentino correu para o lado deles. E o contigente brasileiro correu para o nosso
lado, uns em direção a Santa Maria, outros em direção a Santana do Livramento.
Dali nasceu o Uruguai — pouco depois, aquele país se emancipou.
Não mais do que 5 anos depois, com o nome de Farrapos, aqueles que
participaram dessa batalha em defesa do território nacional, na maioria, gaúchos, se
levantaram em armas contra o Império brasileiro. Assim, 5 anos depois, os mesmos
que brigaram em favor do Brasil na linha de frente, aprenderam e pegaram o jeito de
brigar, gostaram e se levantaram em armas contra o Brasil. E brigaram por 10 anos.
Foi a Guerra dos Farrapos.
Terminada a Guerra dos Farrapos — vejam que coisa curiosa —, levantou-se
a Guerra contra Oribe e Rosas, em 1850. Aí, brasileiros e gaúchos, inclusive o
General Neto, gaúcho inconformado com a paz entre farroupilhas e imperiais e que
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havia se exilado no Uruguai, juntou-se a um contingente de gaúchos e brasileiros
para brigar contra Oribe e Rosas.
Terminada a guerra contra Oribe e Rosas, veio a guerra contra Solano López
e a Tríplice Aliança, Brasil, Uruguai e Argentina. Aliás, não era tríplice aliança, era
quádrupla: o Brasil, os gaúchos, os uruguaios e os argentinos brigando contra
Solano López. E onde era a guerra? Em território gaúcho, onde, inclusive, o General
Neto morreu em decorrência dos ferimentos de guerra.
Terminada a Guerra do Paraguai, em 1870, veio a de 1893, quando estourou
uma revolução no Rio Grande, na qual morreu muita gente de todos os lados. Veio a
calmaria de 1893 a 1923. Em 1923, os gaúchos se levantaram em guerra entre si,
divididos em maragatos e chimangos, lenços brancos contra lenços vermelhos.
Brigaram e brigaram feio. O pai do Brizola e o meu avô morreram nessa guerra.
Terminada a Revolução de 1923, enfim o enfrentamento, Getúlio Vargas que
era um comandante e um líder gaúcho importante, convidou maragatos e chimangos
para se unirem para lutar por uma causa. Os maragatos disseram que jamais se
juntariam aos chimangos. E, por sua vez, os chimangos disseram que jamais se
juntariam aos maragatos. Getúlio explicou que os estava convidando para uma outra
guerra. E, aí, ambos os lados disseram: “Ah, se é para outra guerra nos juntamos já.
Se é para brigar, estamos juntos”. Juntaram-se, então, maragatos e chimangos para
tomar o Catete. Assim, Getúlio Vargas assumiu o poder em 1930.
Em 1932, São Paulo se levantou por conta da Revolução Constitucionalista.
O que aconteceu? Getúlio se uniu com outros Estados, e os gaúchos se levantaram
de lá para cá, houve enfrentamento, e sufocaram a revolução em São Paulo.
Veio 1945, era preciso brigar contra o nazismo e o fascismo, pracinhas se
apresentaram e pediram voluntários. A maioria dos voluntários era de gaúchos.
Disseram que era para brigar, e eles se apresentaram. Sabemos o resto da história.
Terminada a 2ª Grande Guerra, houve o chamado para compor uma força de
paz. No entanto, poderia haver uma guerra, e quem se apresentou? Gaúchos,
gaúchos e gaúchos. Dos 317 pracinhas, cabos e soldados, todos eram gaúchos, só
os comandantes que não, mas, se deixassem escolher, seriam gaúchos também.
Foram todos para lá. O resultado e as respostas estão aí. Por isso a briga é um
pouco nossa.
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Para concluir esse histórico, esse calendário de lutas, ressalto que, em 1962,
com o episódio da renúncia do Jânio Quadros, o cumprimento da Constituição
demandava a assunção do Vice-Presidente João Goulart, o Jango. Jango, que
estava na China, era tido e havido como comunista. E havia, por parte de segmentos
importantes, inclusive militares, empresariais e políticos, o sentimento de que Jango
não seria muito confiável na Presidência. Enfim, não queriam que ele assumisse.
O Brizola chamou para si a responsabilidade e encabeçou o grande
movimento chamando Legalidade, que objetivava fazer cumprir a ordem, cumprir a
lei, fazer cumprir a Constituição. E, para que isso tomasse corpo e importância,
Brizola convocou o povo gaúcho. E o povo veio. O próprio Brizola se impressionou,
pois não tinha idéia da dimensão do seu chamado. Ele chamou para fazer volume e
pressão popular em cima do propósito de cumprir a Constituição. Correu a notícia,
entre os que haviam ouvido o grito, de que, na verdade, o chamado era mesmo para
uma briga, era para mais uma guerra. E vieram todos. O gaúcho gosta de briga.
É de nossa natureza fazer uma briga, mas uma briga por boas causas — e,
por isso, estamos comprando esta que ora se apresenta. O gaúcho abraça as boas
causas, às vezes até de forma quase inconseqüente, não tendo noção do perigo,
como não tiveram noção do perigo os pracinhas de Suez, não imaginavam ficar sob
fogo cruzado; não podiam atirar para lá, porque vinha chumbo de cá; e não podiam
atirar para cá, porque vinha chumbo de lá; ficaram imprensados.
É uma realidade que temos de apresentar.
Quanto aos integrantes do Contingente de Suez, se não é o que o Exército
pode, se não é o que a Nação brasileira deve, vamos pelo menos fazer aquilo que é
possível. Espero que, no correr do debate, na construção do entendimento,
possamos encontrar uma saída para essa questão, que já dura anos. O Brasil não
vai morrer por isso e pode dar bons exemplos. Agora, devemos ter maturidade para
construir. Uma coisa é o que queremos, outra coisa é o que podemos. No quanto
podemos do que queremos é que precisamos avançar.
Esse debate se renova e se fortalece. Que possamos avançar a partir dele.
Para encerrar a fase das exposições, tem a palavra o Dr. Jorge Moacir Flores,
psicólogo dos membros do 20º Contingente do Batalhão de Suez. (Palmas.)
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O SR. JORGE MOACIR FLORES - Acabei de ter uma lição de história
importante. Gostei. Foi muito bom.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, senhoras e senhores, meu trabalho
aqui hoje é tentar mostrar aos senhores o que encontrei.
Anunciou o Deputado que sou psicólogo dos praças do 20º Contingente, mas,
na verdade, sou um pesquisador que trabalha com psicopatologia. Tenho clínica há
mais de 20 anos e fui convidado por um advogado que estava fazendo a instrução
de um processo — se é assim que se fala, porque não sou da área jurídica —, para
fazer uma avaliação. Essa avaliação era relativa a pessoas que ele achava que
tinham alteração psíquica causada por um evento que eu sequer conhecia, a Guerra
dos Seis Dias.
Como era um trabalho de minha área — uma pesquisa em psicopatologia —,
e eu já fazia laudos periciais, dispus-me a realizar tal avaliação. Fiquei espantado
com o que encontrei. Avaliei 12 pessoas, e as 12 tinham síndrome de estresse
pós-traumático cronificada. Achei muito interessante, porque não é comum em uma
população aparecer um número tão elevado de pessoas com uma síndrome ligada a
fatores não só de guerra, mas, também, a outras experiências traumáticas.
Estou aqui hoje porque, naquela ocasião, escrevi um parecer a respeito disso
e continuei pesquisando a história mundial e a história clínica da síndrome de
estresse pós-traumático.
Para contribuir nessa construção de um projeto de lei, o que posso fazer é
mostrar para os senhores a avaliação que fiz usando instrumentos. A última
avaliação foi relativa a 8 pessoas — e vou fazer de mais 10 —, usando os últimos
instrumentos de neuropsicologia, para determinar lesão cerebral, cronificação e
alterações neurológicas nos mais variados quadros, internacionalmente aceitos
como instrumentos fidedignos. Portanto, foram avaliadas 8 pessoas, além das 12
que já o haviam sido há uns 6 ou 7 anos. E encontrei os mesmos diagnósticos
presentes. Ou seja, essas pessoas têm o mesmo quadro de cronificação.
Discute-se se era ou não guerra. O que posso dizer tecnicamente é que foi
profundamente traumático. O aspecto traumático se consolidou não só pelo fogo
cruzado da guerra, mas também pela situação de impotência que os soldados
brasileiros viveram ali.
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É sabido que pessoas que passam por eventos bélicos ficam com seqüelas.
Há muito, sabe-se que a pessoa que passa por uma guerra fica agressiva, dispõe-se
a outra guerra. Provavelmente, isso seja traumático para os gaúchos. Já se sabia
disso, mas na Primeira Guerra Mundial começou-se a fazer pesquisa a respeito
desse tipo de distúrbio neurótico. Antigamente, era chamado de neurose de guerra.
Hoje se chama síndrome de estresse pós-traumático, porque se sabe que não se
reduz a guerra. Reduzem-se situações de impotência, de extrema violência.
Nesse caso dos praças, eles estavam numa situação de extrema impotência,
porque não tinham como guerrear. Se não me engano, as armas deles não eram
compatíveis com o evento bélico, com a situação. Eles não tinham ordem de
guerrear. Na verdade, não tinham interesse em guerrear. E nem tiveram tempo para
isso.
Então, eles foram capturados. E esse tipo de captura, vendo pessoas serem
assassinadas, vendo cadáveres em decomposição, sendo tratados como reféns de
guerra, sofrendo constante ameaça de morte... Há até um quadro clínico que foi
descoberto depois com seqüestros. As pessoas que são seqüestradas e
constantemente ameaçadas passam a defender a causa daquele que as
seqüestrou. Não há correlação direta de um caso com o outro, mas os senhores
podem ver que o fenômeno é de tal monta que até pessoas que são agredidas ficam
compadecidas com a causa do agressor.
Nesse caso, as pessoas que foram agredidas tiveram um choque psíquico
extremo. Esse choque psíquico levou a distúrbios psicológicos severos. Por isso,
elas foram diagnosticadas com síndrome de estresse pós-traumático. Encaixaram-se
plenamente nesse caso. Eu tenho os laudos, mas eles não estão aqui. Se a
Comissão quiser, posso enviar todos os laudos autorizados pelas pessoas. Todos
eles atendem aos índices diagnósticos de estresse pós-traumático.
O estresse pós-traumático desenvolve-se vinculado a um evento causador.
Então, o evento causador dessas pessoas foi efetivamente a Guerra dos Seis Dias.
Se não fosse a Guerra dos Seis Dias, algumas teriam outros eventos traumáticos
durante a vida que justificariam esse desenvolvimento de síndrome. Como grande
parte dessas pessoas apresenta seqüelas vinculadas àquele evento — sonhos,
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medos e outros índices diagnósticos —, foi possível diagnosticar esses quadros e
vinculá-los à Guerra dos Seis Dias.
O aspecto secundário que eu posso defender aqui — achei isso bastante
curioso — é que uma das pessoas que foi avaliada por mim na primeira vez estava
em franco surto esquizofrênico. Esse surto esquizofrênico foi desencadeado durante
a Guerra dos Seis Dias e se cronificou. E essa pessoa foi desligada das Forças
Armadas com surto esquizofrênico. É um absurdo! Eu não sei como isso passou
pela equipe médica, ao ponto de se deixar uma pessoa em franco surto
esquizofrênico sair das fileiras sem nenhum tratamento, como todos os outros.
Evidentemente, é possível, numa situação de confusão, não perceber que a
pessoa tenha síndrome de estresse pós-traumático. Não se avaliou, não se olhou
direito. Mas não é possível não perceber uma pessoa com surto esquizofrênico.
Dá-se uma ordem e ela não a atende, ou a atende de forma incompleta. Ela não se
organiza. Achei espantoso eles darem baixa para essa pessoa com surto
esquizofrênico.
Então, isso corrobora a reclamação deles de que não houve atendimento. E
na verdade não houve. A síndrome de estresse pós-traumático já tem tendência à
cronificação. Se ela não é tratada, além de se cronificar, quando a pessoa chega à
idade avançada, que é acima dos 50 anos — época em que deveria estar se
aposentando —, vai reviver com mais severidade episódios depressivos da sua vida
e vai viver os episódios depressivos que são naturais da velhice com mais
intensidade.
Se a justificativa é se é guerra ou não é guerra... Sobre essa questão técnica
eu não posso opinar. Agora, posso dizer aos senhores que o Exército ou seja lá
quem for de direito deveria responder, pelo menos, pelo tratamento dessas pessoas,
desde que saíram das Forças Armadas. Quer dizer, não sei se era justo ou não
tirá-las de lá. Mas como deixá-las sem tratamento? Essa é a questão. Tenho dados
que mostram que elas não receberam tratamento. As pessoas que estão melhores
— 4 ou 5 — fizeram tratamentos particulares, pagaram as despesas com o dinheiro
do seu bolso, sendo que a causa do distúrbio, da síndrome foi um evento que não
era de responsabilidade delas. Estavam vinculadas às Forças Armadas, da qual
foram dispensadas sem a menor avaliação. Isso eu posso garantir.
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Não é possível dispensar um esquizofrênico, dizer que ele não é
esquizofrênico. Para identificar uma pessoa com síndrome de estresse
pós-traumático, basta uma entrevista. Se ela está no período de pico dos sintomas,
basta uma entrevista para diagnosticar a síndrome. Nem isso foi feito,
provavelmente.
Avaliei 20 pessoas. Tenho documentos que comprovam que elas sofrem de
síndrome de estresse pós-traumático cronificada. E o principal elemento
desencadeador disso não foi só a violência de que essas pessoas foram vítimas,
mas também o seu sentimento de impotência.
Para encerrar, registro que me propus a avaliar mais os integrantes do
Contingente do Batalhão de Suez e também a publicar um trabalho sobre o tema.
Convidei outros 2 profissionais para fazer um estudo de longo prazo com os
pracinhas. A publicação desse trabalho será importante não só para eles mesmos,
mas também para as Forças Armadas. Elas poderão usar isso como informação
clínica em outros eventos e até em intervenções futuras. Esse estudo também será
importante para o desenvolvimento da clínica brasileira em síndrome de estresse
pós-traumático, que ainda é algo incipiente. Então, eu me dispus a avaliar outras
pessoas. À medida que essas avaliações estiverem disponíveis, poderei encaminhar
os dados a esta Comissão, com a autorização dessas pessoas. Poderei voltar aqui
quantas vezes os senhores quiserem para discutir pormenorizadamente cada
elemento do diagnóstico de síndrome de estresse pós-traumático das pessoas que
avaliei.
Se alguém quiser fazer alguma pergunta... (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Deputado Veloso) - Agradeço ao Dr. Jorge Moacir
Flores.
Estão presentes 2 ex-combatentes e o Coronel Sarmento, Assessor
Parlamentar do Exército.
Caso um dos senhores queira usar da palavra, ela está franqueada. (Pausa.)
O SR. CARLOS MAURÍCIO BARROSO SARMENTO - Srs. Deputados,
senhores presentes, não estava prevista a minha fala, mas gostaria de
cumprimentar todos em nome da Assessoria Parlamentar do Exército e de
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acrescentar um comentário que fiz ainda há pouco com o Deputado Pompeo de
Mattos.
(Falha na gravação) do Exército, a preparação dos contingentes, a
assistência a esses homens — muito me estranhou o que foi relatado pelo doutor —,
mas a Nação tem obrigação de dar o justo prêmio àqueles que por ela se
sacrificaram. Então, o julgamento é da Nação. É uma obrigação dela e não apenas
do Exército.
Se me permite, Deputado Pompeo de Mattos, quero fazer um adendo à sua
brilhante aula de história. Lembro que, ao final da Guerra dos Farrapos, o nosso
pacificador, estadista e soldado Duque de Caxias, hoje patrono do Exército... Talvez
o que tenha permitido aos farrapos combaterem Oribe e Rosas foi que Caxias
anistiou-os e incorporou-os novamente ao Exército Brasileiro.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Deputado Pompeo de Mattos) - É verdade. Que bom
que o senhor lembrou esse fato, ajudando-nos a contar a história por inteiro. Isso é
absolutamente verdadeiro.
Nós, no Rio Grande do Sul, temos orgulho de Caxias. Ele é uma referência
para todos. Tanto é que o nome da cidade de Caxias do Sul é exatamente uma
homenagem a Caxias. Não há um município que não tenha uma rua ou um bairro
com o nome de Duque de Caxias. São referências históricas a esse que foi o maior
soldado brasileiro e é, por conta disso, o patrono do nosso glorioso Exército
nacional.
Com a palavra o Deputado Veloso.
O SR. DEPUTADO VELOSO - Sr. Presidente, cheguei atrasado, o que não é
do meu feitio, e peço desculpas. Estava participando de uma outra Comissão...
O SR. PRESIDENTE (Deputado Pompeo de Mattos) - Chegou bem.
O SR. DEPUTADO VELOSO - Lamento profundamente o fato de o cidadão
brasileiro deixar sua família, seu lar. Ele sai e não sabe se retorna, depois de uma
luta, às vezes, inglória. Dela participaram 317 pessoas; graças a Deus, apenas uma
morreu. E o Governo, insensível, nem sequer deu apoio e incentivo necessário a
essas pessoas.
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Vou dizer algo aqui — não que eu tenha conhecimento de causa. Tenho
certeza de que quem vai para uma luta, para uma guerra e vê tanta miséria, por
certo, retorna debilitado pelo que passou, apresentando problemas psiquiátricos.
Há poucos instantes, o Dr. Jorge Moacir Flores, que não é psiquiatra, mas é
psicólogo, contou-nos como encontrou alguns dos senhores. Tenho certeza de que
isso ocorreu com praticamente todos. É difícil sair de uma guerra, principalmente
como ocorreu com os senhores, sem nenhuma proteção. Não há como chegar em
nosso País e dizer: nós estamos bem. Tenho certeza de que todos chegaram com
algum problema.
Portanto, quero parabenizar os senhores que aqui vieram. Lamento que nesta
Comissão não estejam presentes outros Deputados para assistirem a uma audiência
pública tão interessante e tão oportuna.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Deputado Pompeo de Mattos) - Ao encerrar esta
manifestação, quero dizer que vamos apresentar um projeto de lei — está em fase
final de elaboração — que dispõe sobre o pagamento de pensão especial, mensal e
vitalícia aos ex-cabos e soldados do Exército Brasileiro, integrantes do 20º
Contingente do 3º Batalhão do 2º Regimento de Infantaria, presentes na chamada
Guerra dos Seis Dias, no período de 5 a 12 de junho de 1967, garantindo-lhes que
fica assegurado um pagamento de pensão especial vitalícia aos ex-cabos e
soldados integrantes desse Contingente.
As importâncias pagas, em virtude do cumprimento do disposto no caput,
serão deduzidas de qualquer indenização que a União venha a desembolsar, em
razão do acontecimento. O valor dessa pensão será equivalente aos proventos do
posto de 2º Tenente do Exército.
Aos beneficiados com a presente lei, aplicam-se, por analogia, os mesmos
direitos regulamentados no Decreto-Lei nº 1.544, de agosto de 1939, e na Lei nº
8.059, de 1990, conforme o art. 108, incisos II e V, da Lei nº 6.880, de 9 de
dezembro de 1980, do Estatuto dos Militares.
Apresentaremos esse projeto. É um projeto específico. Trata-se de pensão
vitalícia para esses soldados.
(Intervenção fora do orador. Inaudível.)
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O SR. PRESIDENTE (Deputado Pompeo de Mattos) - Sim, é específico,
nominado, o que não gera direito para qualquer outro contingente de nenhuma outra
força de paz.
Nas leituras e pesquisas que temos feito, vemos que, nos últimos 20 anos,
mais de 40 projetos com essa iniciativa foram aprovados para 40 grupos de pessoas
que receberam pensão vitalícia, em decorrência de ação de uma ou de outra
atividade.
Há poucos dias, o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em
audiência com os jogadores de futebol, campeões do mundo em 1958,
reconhecendo o estado de necessidade de alguns desses atletas, dispôs-se a
oferecer, em nome do Estado brasileiro, pensão vitalícia a esses soldados do
futebol, digamos assim, que estão em situação precária. Concordo plenamente com
isso. O povo brasileiro é que vai pagar, o dinheiro sairá do bolso do contribuinte,
mas é uma coisa bem investida, bem aplicada, porque eles nos deram satisfação.
Se os jogadores de futebol merecem essa recompensa, também a merecem os
soldados que participaram da Guerra dos Seis Dias e que sofreram tanto.
Portanto, proponho-me a tomar essa iniciativa. Vamos apresentá-la. Espero
que possamos avançar e, quem sabe, ver esse projeto aprovado na Câmara dos
Deputados e tornar-se lei para recompensar esses soldados que passaram por
essas agruras.
Agradeço a todos a presença.
O SR. DEPUTADO VELOSO - Essa pensão específica é extensiva
tão-somente ao 20º Contingente?
O SR. PRESIDENTE (Deputado Pompeo de Mattos) - Sendo pensão, tem de
ser cada uma a seu tempo. Então, agora, de forma específica, será extensiva
tão-somente a eles. (Palmas.)
Muito obrigado.
Está encerrada a reunião.