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Marcela Torno de Azeredo Lopes
Análise de Confiabilidade de Estruturas Aplicada ao Projeto de Reforço à Força Cortante de Vigas em
Concreto Armado com Compósitos de Fibras de Carbono
Tese de Doutorado
Tese apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da PUC-Rio. Área de Concentração: Estruturas.
Orientadoras: Marta de Souza Lima Velasco Cláudia Ribeiro Eboli
Rio de Janeiro Abril de 2007
Marcela Torno de Azeredo Lopes
Análise de Confiabilidade de Estruturas Aplicada ao Projeto de Reforço à Força Cortante de Vigas em Concreto
Armado com Compósitos de Fibras de Carbono
Tese apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da PUC-Rio. Aprovada pela Comissão Examinadora abaixo assinada.
Marta de Souza Lima Velasco, D.Sc. Orientadora
Departamento de Engenharia Civil - PUC-Rio
Cláudia Ribeiro Eboli Co-orientadora
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Sofia Maria Carrato Diniz Universidade Federal de Minas Gerais
Sérgio Hampshire de Carvalho Santos Universidade Federal do Rio de Janeiro
Luiz Eloy Vaz Universidade Federal do Rio de Janeiro
Ricardo Amorim Einsfeld Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Raul Rosas e Silva Departamento de Engenharia Civil – PUC-Rio
José Eugênio Leal Coordenador Setorial do Centro Técnico Científico – PUC-Rio
Rio de Janeiro, 13 de abril de 2007.
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução
total ou parcial do trabalho sem autorização da universidade, do autor e dos orientadores.
Marcela Torno de Azeredo Lopes Graduou-se em Engenharia Civil pela FOA (Fundação Oswaldo Aranha). Mestre em Estrutruas pela UFF (Universidade Federal Fluminense). Na PUC-Rio desenvolveu sua tese de doutorado com ênfase em Concreto Armado e Confiabilidade de Estruturas.
Ficha Catalográfica
CDD: 624
Lopes, Marcela Torno de Azeredo
Análise de confiabilidade de estruturas aplicada ao
projeto de reforço à força cortante de vigas em concreto armado com compósitos de fibras de carbono / Marcela Torno de Azeredo Lopes; orientadoras: Marta de Souza Lima Velasco, Cláudia Ribeiro Eboli. – 2007.
209 f. : il. ; 30 cm
Tese (Doutorado em Engenharia Civil)–Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007.
Inclui bibliografia
1. Engenharia Civil – Teses. 2. Concreto armado. 3. Força cortante. 4. Compósitos de fibras de carbono. 5. Confiabilidade de estruturas. I. Velasco, Marta de Souza Lima. II. Eboli, Cláudia Ribeiro. III. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Departamento de Engenharia Civil. IV. Título.
Este trabalho é dedicado aos meus queridos
pais, Vera Lúcia e Marcelo Vaz, pelo amor
incondicional, apoio constante e confiança,
imprescindíveis para minha formação.
Agradecimentos
À minha orientadora Marta de Souza Lima Velasco, pelos conhecimentos
transmitidos, disponibilidade, incentivo e principalmente pela amizade
desenvolvida ao longo destes anos.
À minha co-orientadora Cláudia Ribeiro Eboli, pelos conhecimentos
transmitidos, apoio e confiança constante.
Aos professores que participaram da banca examinadora, especialmente ao
Prof. Luiz Eloy Vaz pelos ensinamentos e colaboração ao longo deste trabalho.
Ao Prof. Plácido Barbosa, pela imensa confiança, apoio e disponibilidade.
Ao Prof. Emil de Souza Sanchez Filho, pelos ensinamentos e principalmente
por ter sido a pessoa responsável pelo início de toda esta jornada com minha
ida para Juiz de Fora em abril de 2000.
Ao meu namorado Rodrigo Abalem, pelo amor, incentivo, confiança e apoio
constante durante a execução deste trabalho.
À minha família e familiares pela presença constante, carinho e confiança. Em
especial ao meu irmão Raphael Torno e à minha avó Zilda Azevedo.
Aos colegas Paola, Bianca, Júlio, Flávio, Renato, Marcos, Anderson e Ramires
pelo companheirismo. Em especial ao colega Alex Fabiano pela disponibilidade
e colaboração ao longo deste trabalho.
Às minhas queridas amigas e também colegas Christiana Niskier e Marcélia
Gomes Machado pelo carinho, companheirismo e contribuição.
Às funcionárias Ana Roxo e Rita de Cássia, pela atenção e paciência ao longo
destes anos.
Ao CNPq e a PUC-Rio pelo apoio financeiro.
À Deus pela família espetacular que tenho, pelos amigos que conquistei e por
me iluminar e me dar força em todas as etapas da minha vida.
Resumo
Lopes, Marcela Torno de Azeredo; Velasco, Marta de Souza Lima; Eboli, Cláudia Ribeiro. Análise de Confiabilidade de Estruturas Aplicada ao Projeto de Reforço à Força Cortante de Vigas em Concreto Armado com Compósitos de Fibras de Carbono. Rio de Janeiro, 2007. 209p. Tese de Doutorado - Departamento de Engenharia Civil, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
A análise de confiabilidade aplicada ao projeto de estruturas é uma
ferramenta que permite avaliar a probabilidade de falha da estrutura para um
certo modo de comportamento e a sensibilidade deste projeto em relação às
variáveis consideradas. Neste trabalho a análise de confiabilidade é aplicada
ao projeto de reforço à força cortante com compósitos de fibras de carbono de
vigas em concreto armado. Inicialmente, modelos e prescrições normativas
para verificar a capacidade resistente do reforço à força cortante são
implementados em MathCad. Os resultados teóricos são comparados com os
obtidos de programas experimentais realizados por diversos pesquisadores.
Posteriormente, um programa de confiabilidade de estruturas é implementado
em liguagem C onde é utilizado o método FORM “First Order Reliability
Method”. Este programa permite: avaliar a confiabilidade à força cortante de
seções de vigas de concreto armado reforçadas ou não e dimensionar a taxa
geométrica de reforço para um valor estabelecido de índice de confiabilidade
de referência e este valor segue recomendações do Eurocode EN1990 (2001).
As taxas geométricas de reforço são dimensionadas por dois enfoques: o semi-
probabilístico, prática corrente de projetos, e o probabilístico, projeto baseado
em confiabilidade. Os resultados obtidos são comparados. No enfoque
probabilístico, as taxas geométricas de reforço são calculadas estabelecendo
que o valor do índice de confiabilidade equivalente, avaliado utilizando
formulação de sistemas em série, seja maior ou igual ao valor do índice de
confiabilidade de referência. Os valores dos índices de confiabilidade,
considerando ou não a formulação de sistemas em série, das probabilidades
de falha e dos fatores de importância das variáveis aleatórias são obtidos para
a seção sem e com reforço. As coordenadas dos pontos de projeto e os
coeficientes parciais de segurança são obtidos para a seção reforçada.
Palavras-chave Concreto armado, força cortante, compósitos de fibras de carbono,
confiabilidade de estruturas.
Abstract
Lopes, Marcela Torno de Azeredo; Velasco, Marta de Souza Lima; Eboli, Cláudia Ribeiro. Structural Reliability Analysis Application to the Design of Carbon Fibres Reinforced Polymer Shear Strengthening of Reinforced Concrete Beams. Rio de Janeiro, 2007. 209p. Tese de Doutorado - Departamento de Engenharia Civil, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Structural reliability analysis provides a prediction of the structural
probability of failure against some behavior mode and the design sensibility with
respect to the random variables evaluated at the design point. In this research
the reliability analysis is applied to design the carbon fibres reinforced polymer
shear strengthening of reinforced concrete beams. First, models and code
recommendations, available in literature, to verify the shear strengthening are
implemented in MathCad. Further, a structural reliability-based software, using
the First Order Reliability Method (FORM), is implemented in C programming
language. This software provides the evaluation of the shear reliability of
reinforced concrete beams cross-sections, either strengthened or not by CFRP,
and the shear reinforcement ratio for a target reliability index. The target
reliability index is established as defined by Eurocode EN 1990 (2001). The
random variables probabilistic models are based upon code’s recommendations
available in specialized literature. The shear reinforcement ratio is designed by
two approaches: semi-probabilistic, as the current design practice, and the
probabilistic, reliability-based design. The results are compared. In the
probabilistic approach, the shear reinforcement ratio design aims to obtain a
series system reliability index value larger than a predefined target value. The
reliability index values, their corresponding failure probabilities and the
percentages of total uncertainty associated to which random variable arise from
reliability-based design, developed for either strengthened or not reinforced
concrete beams cross-sections. For the strengthened cross-sections, the
design point and the partial safety factors are also obtained.
Keywords
Reinforced concrete, shear, carbon fibre reinforced polymer, structural
reliability.
Sumário
1. Introdução 32
1.1. Considerações Gerais 32
1.2. Objetivos 33
1.3. Organização do Trabalho 34
2. Considerações sobre o Reforço para Avaliação da Resistência à Força Cortante
36
2.1. Introdução 36
2.2. Modelos Semi-Empíricos 40
2.2.1. Estudos de TRIANTAFILLOU (1998 e 2000) 40
2.2.2. Estudos de KHALIFA e NANNI (2002) 45
2.2.3. Estudos de ADHIKARY et alii (2003) 49
2.2.4. Estudos de CHEN e TENG (2003 a,b) 50
2.3. Prescrições Normativas 56
2.3.1. Prescrições do Bulletin 14 fib (2001) 56
2.3.2. Prescrições do ACI 440 (2001) 57
2.4. Análise dos Resultados Experimentais Disponíveis na Bibliografia 60
3. Confiabilidade de Estruturas 70
3.1. Introdução 70
3.2. Conceitos Fundamentais sobre Confiabilidade de Estruturas 73
3.2.1. Função de Estado e Probabilidade de Falha 73
3.2.2. Problema Básico de Confiabilidade 74
3.2.3. Definição do Índice de Confiabilidade Beta 76
3.2.4. Método FORM (First Order Reliability Method) 78
3.2.4.1. Transformação de Nataf 80
3.2.4.2. Pesquisa do Ponto de Projeto 81
3.2.4.3. Medidas de Sensibilidade 82
3.2.4.4. Calibração de Coeficientes Parciais de Segurança 83
3.2.5. Confiabilidade de Sistemas Estruturais 84
3.3. Revisão Bibliográfica 89
4. Formulação do Problema 93
4.1. Introdução 93
4.2. Programa Implementado 94
4.2.1. Dados de Entrada Necessários 94
4.2.2. Definição das Opções de Análise e Dados de Saída 95
4.2.3. Índice de Confiabilidade de Referência 99
4.2.4. Funções de Estado Implementadas 101
4.2.4.1. Seção de Concreto Armado 101
4.2.4.2. Seção de Concreto Armado Reforçada com CFRP 103
5. Exemplos de Aplicação 106
5.1. Introdução 106
5.2. Primeiro Exemplo 108
5.2.1. Modelos Probabilísticos das Resistências e das Solicitações 108
5.2.2. Resultados 111
5.3. Segundo Exemplo 113
5.3.1. Resultados 113
5.4. Terceiro Exemplo 116
5.4.1. Considerações e Modelos Probabilísticos dos Fatores de Modelagem 116
5.4.2. Resultados 117
5.5. Quarto Exemplo 119
5.5.1. Resultados 119
5.6. Quinto Exemplo 120
5.6.1. Considerações 120
5.6.2. Modelo Probabilístico da Resistência à Tração do Compósito 122
5.6.3. Resultados 124
5.7. Sexto Exemplo 149
5.7.1. Considerações 149
5.7.2. Modelos Probabilísticos da Resistência do Concreto à Compressão
e das Solicitações 150
5.7.3. Resultados 151
6. Conclusões e Propostas para Trabalhos Futuros 154
6.1. Conclusões 154
6.2. Propostas para Trabalhos Futuros 158
7 Referências Bibliográficas 160
Anexo A Rotinas para Obter a Parcela à Força Cortante Resistida pelo FRP 168
A.1. Introdução 168
A.2. Rotinas elaboradas segundo TRIANTAFILLOU e ANTONOPOULOS
(2000) 168
A.2.1. Rotina Teórica 168
A.2.2. Rotina de Cálculo 169
A.3. Rotina elaborada segundo KHALIFA e NANNI (2002) 170
A.4. Rotina elaborada segundo ADHIKARY et alii (2003) 171
A.5. Rotinas elaboradas segundo CHEN e TENG (2003 a, b) 172
A.5.1. Rotina Teórica 172
A.5.2. Rotina de Cálculo 173
A.6. Rotina elaborada segundo o Bulletin 14 da fib (2001) 175
A.7. Rotina elaborada segundo o ACI 440 (2001) 176
Anexo B Revisão Bibliográfica dos Programas Experimentais 177
B.1. Introdução 177
B.2. Programa Experimental de CHAALLAL et alii (1998) 177
B.3. Programa Experimental de KHALIFA et alii (1999) 178
B.4. Programa Experimental de KHALIFA e NANNI (2000) 179
B.5. Programa Experimental de KHALIFA e NANNI (2002) 179
B.6. Programa Experimental de DENIAUD e CHENG (2001) 180
B.7. Programa Experimental de ADHIKARY et alii (2003) 181
B.8. Programa Experimental de BEBER (2003) 182
B.9. Programa Experimental de DIAGANA et alii (2003) 183
B.9. Programa Experimental de CAROLIN e TÄLJSTEN (2005) 184
Anexo C Parâmetros Utilizados nos Programas Experimentais 187
C.1. Introdução 187
C.2. Parâmetros Geométricos e Mecânicos dos Programas Experimentais 187
Anexo D Resumo sobre Teoria da Probabilidade 197
D.1. Introdução 197
D.2. Função Densidade de Probabilidades (PDF) e Função de Distribuição
Cumulativa (CDF) 197
D.3. Propriedades Estatísticas de Variáveis Aleatórias Contínuas 199
D.4. Distribuições de Probabilidades 200
D.4.1. Distribuição Normal ou Gaussiana 200
D.4.1.1. Soma ou Diferença de Variáveis Aleatórias Normais 201
D.4.2. Outras Distribuições 202
D.4.2.1. Função Densidade de Probabilidades Bidimensional Normal 203
D.4.2.2. Função Densidade Probabilidades M-Dimensional Normal Padrão 203
D.4.3. Distribuições Normais Equivalentes 203
D.4.4. Coeficientes de Correlações Equivalentes 204
D.4.4.1. Decomposição de Choleski da Matriz dos Coeficientes de Correlações
Equivalentes 209
Lista de Figuras
Figura 2.1 – Diagrama tensão x deformação de CFRP unidirecionais................36
Figura 2.2 – Configurações de reforço, quanto ao seu envolvimento na seção
transversal da viga: a) colado apenas nas laterais; b) colado com
envolvimento em forma de U; c) colado com envolvimento completo; d)
colado com envolvimento em forma de U com ancoragem do FRP na mesa
da viga. ........................................................................................................37
Figura 2.3 – Configurações de reforço, quanto à sua continuidade ao longo do
comprimento da viga: a) colado de forma contínua; b) colado em faixas
espaçadas. ..................................................................................................37
Figura 2.4 – Configurações de reforço, quanto à orientação de suas fibras
principais, em relação ao eixo longitudinal da viga: a) colado com °= 90β ;
b) colado com °= 45β . ...............................................................................37
Figura 2.5 – Foto de uma viga de concreto armado após a ruptura, devido ao
esmagamento da biela comprimida; retirada de MacGregor (1988). ..........38
Figura 2.6 – Foto de um viga de concreto armado reforçada com CFRP colado
envolvendo completamente a seção transversal da viga, em faixas e com
°= 90β , após a ruptura, devido à ruptura do reforço; retirada de Beber
(2003). .........................................................................................................38
Figura 2.7 – Foto de um viga de concreto armado reforçada com CFRP colado
apenas nas laterais da viga, em faixas e com °= 90β , após a ruptura,
devido ao descolamento do reforço; retirada de Beber (2003)....................39
Figura 2.8 – Gráfico deformação específica efetiva do FRP x rigidez do FRP;
adaptada de TRIANTAFILLOU (1998).........................................................42
Figura 2.9 – Gráfico 32 /cfffe f/Ex ρε para o colapso da viga devido ao
descolamento do FRP; adaptada de TRIANTAFILLOU e ANTONOPOULOS
(2000). .........................................................................................................43
Figura 2.10 – Gráfico 32 /cfffe f/Ex ρε para o colapso da viga devido à ruptura
do FRP; adaptada de TRIANTAFILLOU e ANTONOPOULOS (2000). .......43
Figura 2.11 – Esquema das variáveis dimensionais adotadas; adaptada de
KHALIFA e NANNI (2002). ..........................................................................46
Figura 2.12 – Gráfico fffufe Ex/R ρεε= ; adaptada de KHALIFA et alii (1998).
.....................................................................................................................47
Figura 2.13 – Largura efetiva do FRP. ...............................................................48
Figura 2.14 – Esquema de reforço à força cortante; adaptada de TENG et alii
(2002). .........................................................................................................51
Figura 2.15 – Relação entre fw e fs para o reforço contínuo; adaptada de
TENG et alii (2002). .....................................................................................51
Figura 2.16 – Efeito da localização na efetividade do estribo de FRP; adaptada
de TENG et alii (2002). ................................................................................55
Figura 2.17 – Gráficos de teo,fexp,f VxV , com teo,fV obtido pelas rotinas de
TRIANTAFILLOU e ANTONOPOULOS (2000). ..........................................65
Figura 2.18 – Gráficos de teo,fexp,f VxV , com teo,fV obtido pelas rotinas de
KHALIFA e NANNI (2002). ..........................................................................65
Figura 2.19 – Gráficos de teo,fexp,f VxV , com teo,fV obtido pelas rotinas de
ADHIKARY et alii (2003)..............................................................................65
Figura 2.20 – Gráficos de teo,fexp,f VxV , com teo,fV obtido pelas rotinas de
CHEN e TENG (2003 a, b). .........................................................................66
Figura 2.21 – Gráficos de teo,fexp,f VxV , com teo,fV obtido pelas rotinas do
Bulletin 14 da fib (2001). ..............................................................................66
Figura 2.22 – Gráficos de teo,fexp,f VxV , com teo,fV obtido pelas rotinas do
ACI 440 (2001). ...........................................................................................66
Figura 3.1 – Definição do domínio de falha; adaptada de MELCHERS (2002)..74
Figura 3.2 – Problema básico de confiabilidade.................................................75
Figura 3.3 – Representação da “integral de convolução”; adaptada de
MELCHERS (2002). ....................................................................................76
Figura 3.4 – Probabilidade de Falha; adaptada de MELCHERS (2002). ...........77
Figura 3.5 – Transformação do espaço original para o espaço reduzido (Normal
Padrão) ; adaptada de CHOI e YOUN (2001). ............................................79
Figura 3.6 – Aproximação do Método FORM para superfícies Côncavas e
Convexas. ....................................................................................................79
Figura 3.7 – Representação gráfica da busca do ponto de projeto pelo enfoque
RIA para um problema com duas variáveis; adaptada de CHOI e YOUN
(2001). .........................................................................................................82
Figura 3.8 – (a) Sistemas em série e (b) Sistemas em paralelo, dentro da análise
de confiabilidade de estruturas; adaptada de LIMA e SAGRILO (2002). ....85
Figura 3.9 – Significado do coeficiente de correlação entre dois modos de falha;
adaptada de SØRENSEN (2004).................................................................88
Figura 4.1 – Fluxograma esquemático das opções de análise implementadas no
programa de confiabilidade de estruturas....................................................98
Figura 5.1 – Propriedades geométricas e mecânicas utilizadas nos exemplos.
...................................................................................................................107
Figura 5.2 – Gráfico coeficiente de variação de Vq x índices de confiabilidade:
...................................................................................................................115
Figura 5.3 – Gráfico coeficiente de variação de Vq x fatores de importância das
variáveis aleatórias (caso 1): (a) para função de estado que avalia o
esmagamento da biela, (b) para função de estado que avalia a tração
diagonal. ....................................................................................................115
Figura 5.4 – Desenho esquemático do tipo de execução do reforço considerado
nos exemplos.............................................................................................121
Figura 5.5 – Retas tensão x deformação dos compósitos constituídos pelos
tecidos de fibras de carbono Wabo®MBrace. ...........................................123
Figura 5.6 – Gráfico taxa geométrica do reforço x índices de confiabilidade para
o Caso 2a do quinto exemplo, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-130,
considerando os fatores de modelagem....................................................132
Figura 5.7 – Gráfico taxa geométrica do reforço x índices de confiabilidade para
o Caso 2a do quinto exemplo, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-530,
considerando os fatores de modelagem....................................................132
Figura 5.8 – Gráfico taxa geométrica do reforço x índice de confiabilidade β4
para o Caso 1b do quinto exemplo, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-
130.............................................................................................................133
Figura 5.9 – Gráfico taxa geométrica do reforço x índice de confiabilidade β4
para o Caso 1b do quinto exemplo, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-
530.............................................................................................................133
Figura 5.10 – Gráfico taxa geométrica do reforço x índice de confiabilidade β4,
variando a quantidade de camadas de reforço, para o Caso 1b do quinto
exemplo, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-130, sem considerar os
fatores de modelagem. ..............................................................................134
Figura 5.11 – Gráfico taxa geométrica do reforço x índice de confiabilidade β4,
variando a quantidade de camadas de reforço, para o Caso 1b do quinto
exemplo, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-130, considerando os
fatores de modelagem. ..............................................................................134
Figura 5.12 – Gráfico taxa geométrica do reforço x índice de confiabilidade β4,
variando a quantidade de camadas de reforço, para o Caso 1b do quinto
exemplo, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-530, sem considerar os
fatores de modelagem. ..............................................................................135
Figura 5.13 – Gráfico taxa geométrica do reforço x índice de confiabilidade β4
variando a quantidade de camadas de reforço, para o Caso 1b do quinto
exemplo, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-530, considerando os
fatores de modelagem. ..............................................................................135
Figura 5.14 – Gráfico representando a importância de cada variável aleatória
para o modo de falha avaliado em G3, para o Caso 1b apresentado na
Tabela 5.38. ...............................................................................................139
Figura 5.15 – Gráfico representando a importância de cada variável aleatória
para o modo de falha avaliado em G4, para o Caso 1b apresentado na
Tabela 5.39. ...............................................................................................141
Figura 5.16 – Gráfico resistência característica do concreto à compressão x taxa
geométrica do reforço, do sexto exemplo..................................................151
Figura 5.17 – Gráfico resistência característica do concreto à compressão x
índices de confiabilidade (β2, β3 e β4), do sexto exemplo. .........................152
Figura 5.18 – Gráfico resistência característica do concreto à compressão x
índices de confiabilidade (β3 – fib e β4 – fib), do sexto exemplo para o tecido
Wabo®MBrace CF-530. ............................................................................153
Figura C.1 – Altura efetiva do FRP...................................................................187
Figura D.1 – (a) Função Densidade de Probabilidades (PDF) e (b) Função de
Distribuição Cumulativa (CDF). .................................................................198
Lista de Tabelas
Tabela 2.1 – Comparações teórico-experimentais das vigas que tiveram o
reforço executado com tecido de CFRP colado apenas nas laterais de sua
seção transversal, com °= 45β . ..................................................................62
Tabela 2.2 – Comparações teórico-experimentais das vigas que tiveram o
reforço executado com tecido de CFRP colado apenas nas laterais de sua
seção transversal, com °= 90β . ..................................................................62
Tabela 2.3 – Comparações teórico-experimentais das vigas que tiveram o
reforço executado com tecido de CFRP colado envolvendo em forma de U
sua seção transversal, com °= 45β . ...........................................................63
Tabela 2.4 – Comparações teórico-experimentais das vigas que tiveram o
reforço executado com tecido de CFRP colado envolvendo em forma de U
sua seção transversal, com °= 90β . ...........................................................63
Tabela 2.5 – Comparações teórico-experimentais das vigas que tiveram o
reforço executado com tecido de CFRP colado envolvendo completamente
sua seção transversal, com °= 45β . ...........................................................64
Tabela 2.6 – Comparações teórico-experimentais das vigas que tiveram o
reforço executado com tecido de CFRP colado envolvendo completamente
sua seção transversal, com °= 90β . ...........................................................64
Tabela 2.7 – Comparações teórico-experimentais das vigas que tiveram o
reforço executado com tecido de CFRP. ....................................................64
Tabela 2.8 – Comparações teórico-experimentais das vigas que tiveram o
reforço executado com lâmina de CFRP colado apenas nas laterais de sua
seção transversal, com °= 45β . ..................................................................65
Tabela 2.9 – Comparações teórico-experimentais das vigas que tiveram o
reforço executado com lâmina de CFRP colado apenas nas laterais de sua
seção transversal, com °= 90β . ..................................................................65
Tabela 2.10 – Comparações teórico-experimentais das vigas que tiveram o
reforço executado com lâmina de CFRP. ...................................................65
Tabela 2.11 – Análise da Tabela 2.2, sem as vigas nomeadas de BT5, 290 e
390...............................................................................................................68
Tabela 2.12 – Análise da Tabela 2.4, sem as vigas nomeadas de BT2, BT4,
T6S4C90, C-1, PU1 e PU2. .........................................................................69
Tabela 4.1 – Classes de conseqüências. ..........................................................101
Tabela 4.2 – Relação entre probabilidade de falha fp e índice de confiabilidade
β . ..............................................................................................................101
Tabela 4.3 – Valores dos índices de confiabilidade de referência dados em
função da classe de confiabilidade e do período de retorno. ....................102
Tabela 5.1 – Proporções de carga permanente e acidental em relação à carga
total. ...........................................................................................................108
Tabela 5.2 – Modelos probabilísticos das resistências do concreto e do aço e das
solicitações permanente e acidental..........................................................109
Tabela 5.3 – Desvio Padrão a ser adotado em função da condição de preparo do
concreto. ....................................................................................................110
Tabela 5.4 – Índices de confiabilidade e probabilidades de falha do primeiro
exemplo para os modos de colapso. .........................................................112
Tabela 5.5 – Índice de confiabilidade equivalente e probabilidade de falha do
primeiro exemplo para sistema em série. ..................................................113
Tabela 5.6 – Fatores de importância das variáveis aleatórias do primeiro
exemplo para os modos de colapso. .........................................................113
Tabela 5.7 – Índices de confiabilidade e probabilidades de falha do segundo
exemplo para os modos de colapso, com CoV_Vq = 10%........................114
Tabela 5.8 – Índice de confiabilidade e probabilidade de falha do segundo
exemplo para sistema em série, com CoV_Vq = 10%. .............................115
Tabela 5.9 – Fatores de importância das variáveis aleatórias do segundo
exemplo para os modos de colapso, com CoV_Vq = 10%........................115
Tabela 5.10 – Fatores de importância das variáveis aleatórias do segundo
exemplo para os modos de colapso, supondo distribuição Normal e CoV =
10% para cargas permanentes e acidentais..............................................117
Tabela 5.11 – Modelo probabilístico do fator de modelagem da resistência.....118
Tabela 5.12 – Índices de confiabilidade e probabilidades de falha do terceiro
exemplo para os modos de colapso. .........................................................119
Tabela 5.13 – Índice de confiabilidade e probabilidade de falha do terceiro
exemplo para sistema em série. ................................................................119
Tabela 5.14 – Fatores de importância das variáveis aleatórias do terceiro
exemplo para os modos de colapso. .........................................................119
Tabela 5.15 – Índices de confiabilidade e probabilidades de falha do quarto
exemplo para os modos de colapso. .........................................................120
Tabela 5.16 – Índice de confiabilidade e probabilidade de falha do quarto
exemplo para sistema em série. ................................................................120
Tabela 5.17 – Acréscimos de cargas acidentais. .............................................121
Tabela 5.18 – Alterações nos modelos probabilísticos das cargas acidentais e
nas combinações de cargas devido aos acréscimos de carga acidental. .121
Tabela 5.19 – Índices de confiabilidade e probabilidades de falha para os
acréscimos de carga do quinto exemplo, para duas situações: I - sem
considerar os fatores de modelagem e II – considerando os fatores de
modelagem. ...............................................................................................122
Tabela 5.20 – Valores médio e característico da resistência à tração última e
valores do módulo de elasticidade longitudinal dos compósitos constituídos
pelos tecidos de fibras de carbono Wabo®MBrace. .................................124
Tabela 5.21 – Modelos probabilísticos das resistências à tração dos compósitos
constituídos pelos tecidos de fibras de carbono Wabo®MBrace. .............125
Tabela 5.22 – Taxas geométricas de reforço obtidas para o quinto exemplo,
utilizando o tecido unidirecional de fibras de carbono Wabo®MBrace CF-
130.............................................................................................................127
Tabela 5.23 – Taxas geométricas de reforço obtidas para o quinto exemplo,
utilizando o tecido unidirecional de fibras de carbono Wabo®MBrace CF-
530.............................................................................................................127
Tabela 5.24 – Índices de confiabilidade e probabilidades de falha obtidos para as
taxas geométricas de reforço dimensionadas pelo projeto corrente,
utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-130. ..............................................128
Tabela 5.25 – Índices de confiabilidade e probabilidades de falha obtidos para as
taxas geométricas de reforço dimensionadas pelo projeto corrente,
utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-530. ..............................................128
Tabela 5.26 – Índices de confiabilidade e probabilidades de falha do quinto
exemplo, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-130, sem considerar os
fatores de modelagem. ..............................................................................129
Tabela 5.27 – Índice de confiabilidade equivalente e probabilidade de falha do
quinto exemplo para sistema em série, utilizando o tecido Wabo®MBrace
CF-130, sem considerar os fatores de modelagem...................................129
Tabela 5.28 – Índices de confiabilidade e probabilidades de falha do quinto
exemplo, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-130, considerando os
fatores de modelagem. ..............................................................................130
Tabela 5.29 – Índice de confiabilidade equivalente e probabilidade de falha do
quinto exemplo para sistema em série, utilizando o tecido Wabo®MBrace
CF-130, considerando os fatores de modelagem......................................130
Tabela 5.30 – Índices de confiabilidade e probabilidades de falha do quinto
exemplo, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-530, sem considerar os
fatores de modelagem. ..............................................................................130
Tabela 5.31 – Índice de confiabilidade equivalente e probabilidade de falha do
quinto exemplo para sistema em série, utilizando o tecido Wabo®MBrace
CF-530, sem considerar os fatores de modelagem...................................131
Tabela 5.32 – Índices de confiabilidade (β3 e b 4) e probabilidades de falha do
quinto exemplo, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-530, considerando
os fatores de modelagem. .........................................................................131
Tabela 5.33 – Índice de confiabilidade equivalente e probabilidade de falha do
quinto exemplo para sistema em série, utilizando o tecido Wabo®MBrace
CF-530, considerando os fatores de modelagem......................................131
Tabela 5.34 – Deformação específica efetiva do reforço. ................................137
Tabela 5.35 – Número de camada de compósito necessária para o reforço. ..137
Tabela 5.36 – Fatores de importância das variáveis aleatórias do quinto exemplo
para os modos de falha, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-130, sem
considerar os fatores de modelagem.........................................................139
Tabela 5.37 – Fatores de importância das variáveis aleatórias do quinto exemplo
para os modos de falha, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-130,
considerando os fatores de modelagem....................................................140
Tabela 5.38 – Fatores de importância das variáveis aleatórias do quinto exemplo
para os modos de falha, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-530, sem
considerar os fatores de modelagem.........................................................140
Tabela 5.39 – Fatores de importância das variáveis aleatórias do quinto exemplo
para os modos de falha, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-530,
considerando os fatores de modelagem....................................................141
Tabela 5.40 – Número de camada de compósito necessária para o reforço. ..144
Tabela 5.41 – Coordenadas do ponto de projeto do quinto exemplo para os
modos de falha, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-130, sem considerar
os fatores de modelagem. .........................................................................144
Tabela 5.42 – Coordenadas do ponto de projeto do quinto exemplo para os
modos de falha, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-130, considerando
os fatores de modelagem. .........................................................................145
Tabela 5.43 – Coordenadas do ponto de projeto do quinto exemplo para os
modos de falha, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-530, sem considerar
os fatores de modelagem. .........................................................................146
Tabela 5.44 – Coordenadas do ponto de projeto do quinto exemplo para os
modos de falha, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-530, considerando
os fatores de modelagem. .........................................................................147
Tabela 5.45 – Fatores parciais de segurança do quinto exemplo para o modo de
falha preponderante, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-130, sem
considerar os fatores de modelagem.........................................................148
Tabela 5.46 – Fatores parciais de segurança do quinto exemplo para o modo de
falha preponderante, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-130,
considerando os fatores de modelagem....................................................148
Tabela 5.47 – Fatores parciais de segurança do quinto exemplo para o modo de
falha preponderante, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-530, sem
considerar os fatores de modelagem.........................................................149
Tabela 5.48 – Fatores parciais de segurança do quinto exemplo para o modo de
falha preponderante, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-530,
considerando os fatores de modelagem....................................................149
Tabela 5.49 – Valores de Vc, VRd3 e VSd, para variações de fck. ........................150
Tabela 5.50 – Acréscimos de cargas acidentais, para variações de fck. ...........151
Tabela 5.51 – Modelos probabilísticos da resistência do concreto à compressão
e das solicitações, para variações de fck....................................................151
Tabela C.1 – Parâmetros Geométricos e Mecânicos dos Programas
Experimentais. ...........................................................................................188
Tabela D.1 – Caracterização de Algumas Distribuição de Probabilidades. .....199
Tabela D.2 – Coeficientes de Correlações Equivalentes. ................................206
Lista de Símbolos
Romanos
a Parâmetro da distribuição Uniforme
a Distância do ponto de aplicação de uma carga concentrada ao centro do apoio
fA Área de FRP
sA Área de amadura longitudinal de aço
swA Área de amadura transversal de aço
b Parâmetro da distribuição Uniforme
wb Largura da seção transversal da viga
C Valor da confiabilidade da estrutura
CoV Coeficiente de variação
( )ijXcov Covariância
d Altura útil da viga
fD Fator de distribuição da tensão
fd Altura efetiva do FRP
fbd Distância entre a face comprimida da viga e a extremidade inferior do FRP
ftd Distância entre a face comprimida da viga e a extremidade superior do FRP
fE Módulo de elasticidade do FRP
fGE Módulo de elasticidade do FRP expresso em MPa
sE Módulo de elasticidade do aço
F Fator que transforma coeficientes de correlações em coeficientes de correlações equivalentes
cdf Resistência de cálculo do concreto a compressão
cjf Resistência média do concreto à compressão, prevista para a idade de j dias
ckf Resistência característica do concreto à compressão
cmf Resistência média do concreto à compressão (cilindro padrão)
ctdf Resistência de cálculo do concreto à tração direta
inf,ctkf Resistência característica inferior do concreto à tração
ctmf Resistência média do concreto à tração
ff Tensão última do FRP
fef Tensão efetiva do FRP
fkf Valor característico da resistência à tração última do CFRP
fmf Valor médio da resistência à tração última do CFRP
c'f Resistência característica do concreto à compressão
mf Resistência média dos materiais
Rf Função densidade de probabilidade marginal da resitência
RSf Função densidade de probabilidades conjunta
Sf Função densidade de probabilidade marginal da solicitação
yf Tensão de escoamento à tração do aço
ykf Resistência característica de escoamento do aço
ywf Resistência de escoamento da armadura transversal de aço
ywdf Resistência de cálculo de escoamento da armadura transversal de aço
)X(fX Função densidade de probabilidades conjunta
)(FX Função de distribuição cumulativa
2G Função de estado relativa à ruína das diagonais comprimidas de concreto
3G Para seção de concreto armado – Função de estado relativa à ruína
por tração diagonal. Para seção reforçada – Função de estado relativa à ruína por tração diagonal devido à ruptura do reforço
4G Função de estado relativa à ruína por tração diagonal devido ao descolamento do reforço
)X(G Função de estado no espaço original X
)Y(G Função de estado no espaço reduzido Y
h Altura da viga
feh Altura efetiva do FRP
J Jacobiano da transformação de Nataf
j Número de modos de ruptura (funções de estado) possíveis no problema
k Coeficiente de redução
k Parâmetro das distribuições Tipo II Máximo e Tipo III Mínimo (Weibull)
1k Coeficiente de modificação que leva em consideração a resistência do concreto
2k Coeficiente de modificação que leva em consideração o tipo de execução do reforço
gk Proporção de carga permanente
qk Proporção de carga acidental
vk Coeficiente de redução devido à colagem
L Matriz triangular inferior obtida a partir da decomposição de Choleski da matriz dos coeficientes de correlações equivalentes das variáveis X
al Comprimento de ancoragem do reforço
eL Comprimento de ancoragem efetivo
máxL Comprimento de aderência máximo
m Vetor com as médias normais equivalentes das variáveis aleatórias X
iP Termo de primeira ordem da probabilidade de falha de um sistema em série
ikP Termo de segunda ordem da probabilidade de falha de um sistema em série
iklP Termo de terceira ordem da probabilidade de falha de um sistema em série
fp Probabilidade de falha
2fp Probabilidade de falha referente ao esmagamento das bielas de compressão
3fp Para seção de concreto armado – Probabilidade de falha referente à tração diagonal. Para seção reforçada – Probabilidade de falha referente à tração diagonal devido à ruptura do reforço
4fp Probabilidade de falha referente à tração diagonal devido ao descolamento do reforço
sfp Probabilidade de falha de um sistema em série
pfp Probabilidade de falha de um sistema em paralelo
série,fp Probabilidade de falha obtida considerando a formulação de sistema em série
R Coeficiente de redução
b_R Coeficiente de redução utilizado no caso do colapso da viga ser controlado pelo descolamento do compósito
l_R Coeficiente de redução utilizado no caso do colapso da viga ser controlado pela ruptura do compósito
r_R Coeficiente de redução utilizado no caso da deformação específica efetiva do FRP ser limitada pela deformação máxima
)X(R Resistência do elemento
s Espaçamento entre as armaduras transversais de aço
dS Desvio padrão da dosagem do concreto, tabelado na NBR 12655 (1996) de acordo com a condição de preparo do concreto
fs Espaçamento de eixo a eixo entre estribos de FRP
máxfs Espaçamento máximo de eixo a eixo entre estribos de FRP
nomS Valor característico da resistência de escoamento do aço
)X(S Solicitação imposta ao elemento
ft Espessura de FRP
st Espessura da mesa de uma viga T
u Parâmetro da distribuição Tipo I Máximo (Gumbel) e Tipo I Mínimo
v Parâmetro das distribuições Tipo II Máximo e Tipo III Mínimo (Weibull)
)X(Var Variância de uma variável aleatória
cV Parcela da força cortante resistida pelo concreto
cdV Valor de projeto da parcela da força cortante resistida pelo concreto
fV Parcela da força cortante resistida pelo FRP
fdV Valor de projeto da parcela da força cortante resistida pelo FRP
fdeV Valor de projeto da parcela da força cortante resistida pelo FRP permitida
d,fV Parcela de força cortante resistida pelo FRP, limitada pelo descolamento do compósito
exp,fV Valor da parcela de força cortante resistida pelo FRP obtida a partir de programas experimentais
r,fV Parcela de força cortante resistida pelo FRP, limitada pela ruptura do compósito
teo,fV Valor da parcela de força cortante resistida pelo FRP obtida a partir de modelos semi-empíricos ou de prescrições normativas
gV Força cortante proveniente do carregamento permanente
gkV Força cortante característica proveniente do carregamento permanente
nV Força cortante nominal
qV Força cortante proveniente do carregamento acidental
qkV Força cortante característica proveniente do carregamento acidental
inicial,qkV
Força cortante característica proveniente do carregamento acidental inicial (antes do acréscimo de carga)
final,qkV Força cortante característica proveniente do carregamento acidental final (depois do acréscimo de carga)
1RdV Valor de projeto da parcela da força cortante resistida pelo concreto
2RdV Valor de projeto da força cortante resistida pelas bielas comprimidas
3RdV Força cortante resistente de cálculo
max,RdV Valor de projeto da força cortante resistida pelas bielas comprimidas
SV Força cortante solicitante
SdV Força cortante solicitante de cálculo
swV Parcela da força cortante resistida pela armadura transversal de aço
swdV Valor de projeto da parcela da força cortante resistida pela armadura transversal
uV Força cortante solicitante
fw Largura do estribo de FRP
few Largura efetiva do FRP dada em função do tipo de execução do reforço
X Vetor das variáveis básicas
i*)x( Valor da variável aleatória i no ponto de projeto
ik )x( Valor característico da variável aleatória usado no projeto
y Variável reduzida
*y Ponto de projeto no espaço das variáveis reduzidas Y
bz Coordenada da extremidade inferior
tz Coordenada da extremidade superior
Gregos
α Ângulo de inclinação entre a armadura transversal de aço e o eixo longitudinal da viga
α Coeficiente de redução
α Parâmetro das distribuições Tipo I Máximo (Gumbel) e Tipo I Mínimo
iα Co-seno diretor entre o vetor normal à superfície de falha no ponto de projeto *y e o eixo da variável reduzida iY
ki ,αα Vetores dos co-senos diretores nos pontos de projeto *y associados aos modos de ruptura
vα Fator de efetividade do concreto
)y( Kα Vetor unitário normal à superfície de falha no ponto y
β Ângulo de inclinação entre a orientação das fibras do FRP e o eixo longitudinal da viga
β Índice de confiabilidade
2β Índice de confiabilidade referente ao esmagamento das bielas de compressão
3β Para seção de concreto armado – Índice de confiabilidade referente à tração diagonal. Para seção reforçada – Índice de confiabilidade referente à tração diagonal devido à ruptura do reforço
4β Índice de confiabilidade referente à tração diagonal devido ao descolamento do reforço
série,eβ Índice de confiabilidade equivalente obtido considerando a formulação se sistemas em série
Lβ Coeficiente que traduz o comprimento de ancoragem efetivo
tβ Índice de confiabilidade alvo (target)
rβ Índice de confiabilidade de referência
wβ Coeficiente relacionado à largura do FRP
Δ Relação entre teo,fV e exp,fV
qkVΔ Acréscimo de carga acidental
)X(Gx∇
Gradiente da função de estado no espaço original X avaliado no ponto Ky
)Y(Gy∇ Gradiente da função de estado no espaço reduzido Y avaliado no ponto Ky
iy *)y(G∇ Componente do gradiente da função de estado no espaço reduzido
Xδ Coeficiente de variação de uma variável aleatória
fdeε Deformação específica efetiva de cálculo do FRP
feε Deformação específica efetiva do FRP
1feε Deformação específica efetiva do reforço correspondente ao colapso da viga por descolamento do reforço
2feε Parcela de acréscimo da deformação específica efetiva do reforço devido à adição de um sistema de ancoragem
b_feε Deformação específica efetiva do reforço correspondente ao colapso da viga por descolamento do reforço
r_feε Deformação específica efetiva do reforço correspondente ao colapso da viga por ruptura do reforço
fkeε Valor característico da deformação específica efetiva do FRP
fuε Deformação específica última do FRP
máxε Deformação específica máxima, ou limite, do FRP
)(Φ Função de distribuição cumulativa da variável normal padrão
),,( ρΦ Função de distribuição cumulativa bidimensional normal padrão
φ Coeficiente de redução da resistência
)y(φ Função densidade de probabilidade da variável normal padrão
Rφ Fator de modelagem das resistências
Sφ Fator de modelagem dos efeitos das cargas
Γ Matriz inversa da matriz L
)(Γ Função Gamma
cγ Fator de segurança do concreto
fγ Fator de segurança parcial do FRP
fbγ Fator de segurança parcial do FRP aplicado quando a ruptura é dominada pelo descolamento
ffγ Fator de segurança parcial do FRP aplicado quando a ruptura é dominada pela ruptura do compósito
flγ Fator de segurança parcial do FRP aplicado quando o valor característico de sua deformação específica efetiva é limitado pela deformação específica máxima
gγ Fator de ponderação das cargas provenientes do carregamento
permanente
qγ Fator de ponderação das cargas provenientes do carregamento acidental
sγ Fator de segurança do aço
),,( ikρϕ Função densidade de probabilidades bidimensional padrão
( )ρϕ ;m Função densidade de probabilidades m-dimensional normal padrão
λ Comprimento de aderência máximo normalizado
λ Parâmetro da distribuição Lognormal
yfμ Valor médio da resistência de escoamento do aço
Xμ Valor médio de uma variável aleatória
NXμ Média da variável aleatória normal equivalente no ponto *x
θ Inclinação das bielas de compressão
ρ Matriz de correlação
fρ Taxa geométrica de FRP
max,fρ Taxa geométrica de reforço máxima
min,fρ Taxa geométrica de reforço mínima
ikρ Coeficiente de correlação entre dois modos de ruptura (duas funções de estado)
lρ Taxa geométrica de armadura longitudinal
ijXρ Coeficiente de correlação
EXij
ρ Coeficiente de correlação entre variáveis normais equivalentes
σ Matriz diagonal contendo os desvios padrões normais equivalentes das variáveis aleatórias X
ffσ Desvio padrão da resistência à tração última do CFRP
máxfσ Tensão máxima no FRP
bmax_fσ Tensão máxima no FRP, limitada pelo descolamento do compósito
rmax_fσ Tensão máxima no FRP, limitada pela ruptura do compósito
ywfσ Desvio padrão da resistência de escoamento do aço
Rσ Parâmetro da distribuição Rayleigh
Xσ Desvio padrão
2Xσ Variância
NXσ Desvio padrão da variável aleatória normal equivalente no ponto *x
τ Parâmetro da distribuição Rayleigh
ξ Parâmetro da distribuição Lognormal
fψ Coeficiente de redução adicional, dado em função do tipo de execução do reforço
ζ Relação entre a coordenada superior e inferior do FRP
Lista de Abreviaturas
PUC-Rio Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
CFRP Carbon Fibre Reinforced Polymer (Polímero Armado comFibras de Carbono)
FRP Fibre Reinforced Polymer (Polímero Armado com Fibras)
AFRP Aramid Fibre Reinforced Polymer (Polímero Armado com Fibras de Aramida)
GFRP Glass Fibre Reinforced Polymer (Polímero Armado com Fibrasde Vidro)
fib Federation Internationale du Beton
ACI American Concrete Institute
JCSS Joint Committee on Structural Safety
PDF Probability Density Function (Função Densidade deProbabilidades)
CDF Cumulative Distribution Function (Função de DistribuiçãoCumulativa)
FORM First Order Reliability Method
RIA Reliability Index Approach
PMA Performance Measure Approach
RBDO Reliability-Based Design Optimization
1 Introdução
1.1. Considerações Gerais
O reforço estrutural é utilizado quando é necessário aumentar ou
restabelecer a capacidade resistente de uma estrutura ou de um elemento
estrutural.
A técnica de reforço com a aplicação de compósitos de fibras de carbono
possui como vantagens: facilidade e rapidez de execução, leveza, manutenção
das dimensões originais da peça e resistência à corrosão. Os motivos que podem levar a esta necessidade são: aumento de
carregamento, devido à modificação no tipo de utilização; redistribuição de
cargas, devido à alteração da geometria de elementos estruturais; deterioração
da estrutura, devido ao envelhecimento natural ou resultante da ação de agentes
agressivos; acidentes como incêndios ou choques; correção de erros de projeto
ou de execução; novas exigências normativas.
Neste trabalho supõe-se que o reforço é necessário para complementar a
capacidade resistente da viga em concreto armado quando ocorre acréscimo de
carga acidental.
Um projeto estrutural deve levar em consideração as incertezas dos
modelos de cálculo e de análise estrutural e as incertezas referentes às variáveis
envolvidas, que podem ser: a intensidade e a distribuição das cargas
permanentes e acidentais, as propriedades mecânicas dos materiais e os
parâmetros geométricos da estrutura.
Estas incertezas impossibilitam que uma estrutura apresente segurança
absoluta, pois uma determinada combinação de valores das variáveis pode
resultar numa condição de falha.
A confiabilidade de estruturas tem como principal objetivo determinar a
probabilidade de ocorrência de um cenário de falha na estrutura, visto que
sempre haverá uma probabilidade não-nula da estrutura desempenhar um
comportamento não apropriado durante sua vida útil.
Entre outros resultados, a análise de confiabilidade permite, também,
33
estimar a sensibilidade do projeto em relação às variáveis aleatórias
consideradas no modelo. Esta informação é importante em decisões
relacionadas à segurança da estrutura porque possibilita saber qual a
importância que cada variável aleatória tem na resposta da probabilidade de
falha.
Na análise de confiabilidade as variáveis aleatórias são consideradas
segundo um modelo probabilístico definido por: um determinado valor esperado
(média), uma certa medida de dispersão (desvio padrão ou coeficiente de
variação), uma distribuição de probabilidades e uma medida de correlação entre
elas. Esta análise é uma alternativa aos procedimentos convencionais de
cálculo, como os adotados pelas normas de projeto de estruturas que
recomendam a aplicação de uma filosofia semi-probabilística de segurança.
Nestas normas são utilizados fatores parciais de segurança para majorar as
solicitações e minorar as resistências. Estes fatores são aplicados aos valores
característicos das variáveis transformando-os em valores de cálculo.
1.2. Objetivos
A contribuição principal deste trabalho é estabelecer e implementar uma
metodologia para o projeto ou avaliação da confiabilidade do reforço à força
cortante com compósitos de fibras de carbono (CFRP) em vigas de concreto
armado pela ótica da confiabilidade de estruturas.
Nesta metodologia o reforço é dimensionado por um processo iterativo,
com a utilização da formulação de sistemas em série com o objetivo de
considerar no dimensionamento os três modos de comportamento que podem
levar à falha da estrutura por solicitações tangenciais.
Um programa de confiabilidade de estruturas é desenvovido em
linguagem C onde o método FORM “First Order Reliability Method” é
implementado. Este programa é utilizado na resolução de exemplos numéricos
desenvolvidos para seções de concreto armado sem reforço e com reforço.
Inicialmente estuda-se a seção mais solicitada de uma viga em concreto
armado sem reforço, previamente dimensionada para o estado limite último
seguindo o modelo de cálculo I da NBR 6118 (2003), com o objetivo de avaliar a
confiabilidade à força cortante.
34
Posteriormente, estuda-se a seção mais solicitada de uma viga em
concreto armado reforçada à força cortante com CFRP com o objetivo de:
dimensionar a taxa geométrica de reforço pelo projeto corrente e pelo projeto
baseado em confiabilidade e avaliar a confiabilidade da seção para valores
fornecidos de taxa geométrica de reforço.
1.3. Organização do Trabalho
Como ponto de partida para o desenvolvimento deste trabalho, o
Capítulo 2 é dedicado ao estudo do reforço de vigas à força cortante com
compósitos de fibras de carbono. Nele são reunidos os modelos e as prescrições
recentes que abordam o cálculo da parcela da força cortante resistida pelo
reforço fV . Os resultados de teo,fV obtidos com a utilização destes modelos e
das prescrições são comparados com os resultados experimentais ( exp,fV )
disponíveis na literatura. Gráficos de teo,fexp,f VxV são apresentados no final do
capítulo.
O Capítulo 3 tem como objetivo introduzir conceitos fundamentais de
confiabilidade de estruturas. O método analítico FORM é abordado. Neste
capítulo é apresentado, também, uma revisão bibliográfica de trabalhos que
abordam avaliação da confiabilidade de vigas em concreto armado.
No Capítulo 4, é apresentada a metodologia utilizada para a resolução
dos exemplos descritos no Capítulo 5. São discutidos os dados de entrada, as
opções de análise implementadas no programa de confiabilidade de estruturas,
os resultados obtidos na saída da análise, o valor do índice de confiabilidade de
referência e as funções de estado consideradas.
No Capítulo 5, são analisadas situações que podem ocorrer na prática
profissional. Os exemplos são elaborados para seções de concreto armado e
para seções de concreto armado reforçadas com compósitos de fibras de
carbono. Os modelos probabilísticos adotados para as variáveis consideradas
como aleatórias são apresentados.
O Capítulo 6, parte final deste trabalho, é constituído por conclusões e
sugestões para trabalhos futuros.
35
No Anexo A, são disponibilizados os modelos e prescrições apresentados
no Capítulo 2, no formato de rotinas de cálculo, para implementação em
MathCad.
No Anexo B, alguns programas experimentais, disponíveis na literatura,
sobre reforço de vigas em concreto armado à força cortante com CFRP são
relatados sucintamente.
No Anexo C, os dados geométricos e as propriedades dos materiais dos
programas experimentais do Anexo B são tabelados.
No Anexo D, são apresentados, em linhas gerais, alguns conceitos
estatísticos e probabilísticos.
2 Considerações sobre o Reforço para Avaliação da Resistência à Força Cortante
2.1. Introdução
Os compósitos são o resultado da união de dois ou mais materiais de
natureza distinta, que juntos possuem características de desempenho superiores
as que cada um apresenta separadamente. Os compósitos de fibras são
formados pela armadura (fibras) e pela matriz.
A armadura fornece resistência mecânica e rigidez ao compósito,
enquanto a matriz é responsável por assegurar o alinhamento das fibras,
transferir as tensões, fornecer aderência e proteger as fibras.
O compósito, analisado nesta Tese, é constituído por resina de base
epoxídica reforçada por fibras longas de carbono (CFRP). Este material
apresenta comportamento linear ( εσ ⋅= E ) e ruptura frágil. O compósito de
fibra de carbono de alto módulo alcança deformação específica última menor do
que o constituído de fibra de carbono de alto resistência e conseqüentemente
apresenta menor capacidade resistente à tração (Figura 2.1).
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5 20Deformação específica do CFRP (‰)
Res
istê
ncia
à tr
ação
do
CFR
P (M
Pa)
EfEf
CF-130 Fibrade Carbono de Alta Resis
tência
CF-53
0 Fibr
ade
Car
bono
de A
lto M
ódulo
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5 20Deformação específica do CFRP (‰)
Res
istê
ncia
à tr
ação
do
CFR
P (M
Pa)
EfEf
CF-130 Fibrade Carbono de Alta Resis
tência
CF-53
0 Fibr
ade
Car
bono
de A
lto M
ódulo
Figura 2.1 – Diagrama tensão x deformação de CFRP unidirecionais.
Os sistemas de reforço com CFRP podem ser de dois tipos: a) tecidos de
37
fibras de carbono, impregnados in situ por resina epoxídica; b) laminados pré-
fabricados, onde as fibras já se apresentam pré-impregnadas pela resina.
Informações adicionais sobre polímeros armados com fibras (FRP), são
encontradas em Bulletin 14 - fib (2001) e ACI 440 (2001).
A execução do FRP como reforço à força cortante em vigas de concreto
armado pode assumir configurações diferentes:
Quanto ao seu envolvimento na seção transversal da viga (Figura 2.2);
A B C DA B C D
Figura 2.2 – Configurações de reforço, quanto ao seu envolvimento na seção transversal da viga: a) colado apenas nas laterais; b) colado com envolvimento em
forma de U; c) colado com envolvimento completo; d) colado com envolvimento em forma de U com ancoragem do FRP na mesa da viga.
Quanto à sua continuidade ao longo do comprimento da viga (Figura 2.3);
A BA B
Figura 2.3 – Configurações de reforço, quanto à sua continuidade ao longo do comprimento da viga: a) colado de forma contínua; b) colado em faixas espaçadas.
Quanto à orientação de suas fibras principais, em relação ao eixo
longitudinal da viga (Figura 2.4);
A Bββ
A Bββ
Figura 2.4 – Configurações de reforço, quanto à orientação de suas fibras
principais, em relação ao eixo longitudinal da viga: a) colado com °= 90β ; b)
colado com °= 45β .
De acordo com resultados de programas experimentais encontrados na
38
literatura, expostos no Anexo B e Anexo C, observa-se que os modos de ruptura,
devido à força cortante, em vigas reforçadas são:
(a) Esmagamento das bielas comprimidas (Figura 2.5);
(b) Ruptura do compósito à tração (Figura 2.6);
(c) Descolamento do compósito (Figura 2.7).
Percebe-se, também, que os modos de ruptura (b) e (c) estão
diretamente associados à configuração do reforço quanto ao seu envolvimento
na seção transversal da viga. Quando o reforço não é ancorado de maneira
eficiente (Figuras 2.2a e 2.2b) ele descola sob uma determinada deformação,
ocasionando a ruptura precoce da viga. Quando o comprimento de ancoragem
do reforço é adequado (Figuras 2.2c e 2.2d) ele alcança sua capacidade máxima
e rompe por deformação excessiva imposta pelas fissuras diagonais de tração
formadas na viga.
Figura 2.5 – Foto de uma viga de concreto armado após a ruptura, devido ao esmagamento das bielas comprimidas; retirada de MacGregor (1988).
Figura 2.6 – Foto de um viga de concreto armado reforçada com CFRP colado
envolvendo completamente a seção transversal da viga, em faixas e com °= 90β ,
após a ruptura, devido à ruptura do reforço; retirada de Beber (2003).
39
Figura 2.7 – Foto de um viga de concreto armado reforçada com CFRP colado
apenas nas laterais da viga, em faixas e com °= 90β , após a ruptura, devido ao
descolamento do reforço; retirada de Beber (2003).
Estimar a deformação do FRP na ocasião de ruptura da viga,
denominada na literatura de deformação específica efetiva, feε , é a grande
dificuldade imposta ao cálculo da capacidade resistente à força cortante, deste
sistema de reforço, uma vez que feε é menor que a deformação específica
última do compósito, obtida no ensaio de tração direta do mesmo e fornecida nos
catálogos dos fabricantes de FRP.
Os modelos e prescrições normativas apresentados adiante se baseiam
na treliça clássica de Mörsch (com inclinação das bielas de compressão
°= 45θ ) para determinar o valor da parcela da força cortante resistida pelo FRP,
fV , adotando um procedimento análogo ao que é feito para o cálculo da parcela
da força cortante resistida pela armadura transversal de aço. Os modelos e
prescrições sugerem expressões diferentes para o cálculo da deformação
específica efetiva feε ou sua correspondente tensão efetiva fef . Para o cálculo
da capacidade resistente total à força cortante é proposto somar as parcelas
resistentes de cada material, concreto, aço e compósito, semelhante ao que se
apresenta em normas vigentes de concreto armado.
A partir da análise dos programas experimentais disponíveis na literatura,
dos modelos e das prescrições normativas, observa-se que reforço com FRP
eficientemente ancorado alcança capacidade resistente superior ao que
apresenta ancoragem deficiente.
A parcela da força cortante resistida pelo FRP, fV , também varia de
acordo com a configuração de reforço adotada, quanto à sua continuidade ao
longo do comprimento da viga e quanto à orientação de suas fibras principais em
relação ao eixo longitudinal da viga, sendo superior para casos em que o reforço
40
é colado de forma contínua e inclinado perpendicularmente às fissuras de tração
formadas na viga ( °= 45β ).
Neste capítulo reúnem-se modelos e prescrições recentes que abordam o
reforço à força cortante de vigas de concreto armado com a utilização de
materiais compósitos de fibras de carbono colados externamente (CFRP).
No item 2.2., apresentam-se formulações propostas por pesquisadores
para a determinação do valor da parcela de força cortante resistida pelo reforço,
fV , com o objetivo de comparar os resultados obtidos com essas formulações
com os resultados experimentais fornecidos na bibliografia.
Com base nos estudos de pesquisadores, instituições como fib e ACI
elaboraram suas prescrições para estruturas de concreto armado reforçadas
com FRP, apresentadas no item 2.3. Nessas prescrições são embutidos, além
de fatores de redução, limites pré-estabelecidos, com o objetivo de minorar o
valor da força cortante resistida pelo FRP, para que a resistência de cálculo seja
sempre menor do que o valor experimental.
No item 2.4. apresenta-se tabelas contendo resultados experimentais
obtidos por vários autores. Essas tabelas mostram os resultados de
comparações entre esses valores e os valores teóricos obtidos usando-se os
modelos e as prescrições. São apresentados gráficos de teo,fexp,f VxV .
Todas as formulações são abordadas no Anexo A em forma de rotinas.
2.2. Modelos Semi-Empíricos
2.2.1. Estudos de TRIANTAFILLOU (1998 e 2000)
Com o intuito de se obter equações que possam estimar o valor da
deformação específica efetiva do FRP, TRIANTAFILLOU (1998) reuniu um
conjunto de resultados experimentais de vigas reforçadas com FRP, incluindo
CFRP (Polímero Armado com Fibras de Carbono), AFRP (Polímero Armado com
Fibras de Aramida) e GFRP (Polímero Armado com Fibras de Vidro), onde o
reforço foi executado em três configurações (envolvimento completo da seção
transversal da viga, envolvimento em forma de U ou colado apenas nas laterais
da viga).
41
Inicialmente foi obtido o valor da deformação específica efetiva do FRP
feε para cada viga reforçada, utilizando a expressão 2.1, sendo esta semelhante
à utilizada para se obter a parcela resistida pela armadura transversal de aço à
força cortante:
( ) ββρε sincot1dbE9,0V wfffef += (2.1)
onde:
fV - parcela resistida pelo FRP à força cortante, neste caso obtida
experimentalmente;
fE - módulo de elasticidade do FRP;
wb - largura da seção transversal da viga;
d - altura útil da viga;
β - ângulo de inclinação entre a orientação das fibras do FRP e o eixo
longitudinal da viga;
fρ - taxa geométrica do FRP, expressa por:
f
f
w
ff s
wbt
⋅=2
ρ (2.2)
sendo:
ft - espessura do FRP;
fw - largura do estribo de FRP;
fs - espaçamento de eixo a eixo entre estribos de FRP.
No caso do reforço executado continuamente ao longo do trecho de
cisalhamento da viga tem-se ff sw = .
TRIANTAFILLOU (1998) observou que feε depende do comprimento de
ancoragem necessário para que a ruptura do FRP por tração se dê antes do seu
descolamento. Este comprimento de ancoragem depende das condições de
colagem e varia quase proporcionalmente à rigidez axial do reforço, expressa
pelo produto ff Eρ . Percebe-se que feε é inversamente proporcional a ff Eρ ,
pois se o compósito torna-se mais rígido e espesso ele tende a descolar antes
de romper por tração, reduzindo o valor da deformação específica efetiva do
FRP. O descolamento do compósito leva a viga a entrar em colapso
precocemente.
42
Com base nos fatos mencionados, TRIANTAFILLOU (1998) elaborou um
gráfico contendo o valor de feε calculado pela expressão 2.1, para cada viga, e
os respectivos valores da rigidez axial (Figura 2.8).
A partir deste gráfico TRIANTAFILLOU (1998) estabeleceu duas
equações para feε , sendo:
para GPaEff 10 ≤≤ ρ :
( ) ( )2010400205001190 fffffe E,E,, ρρε +−= (2.3)
para GPaEff 1>ρ :
( ) 002450000650 ,E, fffe +−= ρε (2.4)
Por meio dos resultados experimentais verifica-se que quando o reforço é
executado envolvendo completamente a seção transversal da viga ou em forma
de U com um efetivo sistema de ancoragem o colapso da viga se dá por ruptura
do FRP à tração. Para os demais tipos de execução do reforço o modo de
colapso que prevalece é o descolamento do compósito. As expressões 2.3 e 2.4
não fazem nenhuma distinção sobre o tipo de execução do reforço em FRP.
ρf Ef (GPa)
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,00,000
0,002
0,004
0,006
0,008
0,010
0,012
0,014
Sem envolvimento completo
Envolvimento completo
ε fe
ρf Ef (GPa)
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,00,000
0,002
0,004
0,006
0,008
0,010
0,012
0,014
Sem envolvimento completo
Envolvimento completo
ε fe
Figura 2.8 – Gráfico deformação específica efetiva do FRP x rigidez do FRP;
retirada de TRIANTAFILLOU (1998).
Seguindo essa mesma metodologia, TRIANTAFILLOU e
ANTONOPOULOS (2000) elaboraram dois gráficos com dados experimentais de
75 vigas reforçadas, um para cada modo de colapso da viga (ruptura do FRP por
tração e descolamento do FRP). Esses gráficos expressam a dependência de
43
feε em relação ao parâmetro 3/2cmff f/E ρ (Figuras 2.9 e 2.10), pois segundo
esses autores, além das dependências já citadas anteriormente, feε é
proporcional à resistência à tração do concreto, que por sua vez é proporcional a 3/2
cmf . Na Figura 2.10 fuε representa a deformação específica última do FRP.
εfe
Ef ρf / fcm2/3
εfke
CFRPGFRPεfe
εfe
Ef ρf / fcm2/3
εfke
CFRPGFRPεfe
Figura 2.9 – Gráfico 3/2cmfffe f/Ex ρε para o colapso da viga devido ao
descolamento do FRP; retirada de TRIANTAFILLOU e ANTONOPOULOS (2000).
εfe / εfu
Ef ρf / fcm2/3
εfke/εfu
εfke/εfu
εfe/εfu
εfe/εfu
,
εfe / εfu
Ef ρf / fcm2/3
εfke/εfu
εfke/εfu
εfe/εfu
εfe/εfu
,
Figura 2.10 – Gráfico 3/2cmfffe f/Ex ρε para o colapso da viga devido à ruptura
do FRP; retirada de TRIANTAFILLOU e ANTONOPOULOS (2000).
44
A partir dos gráficos das Figuras 2.9 e 2.10 esses autores elaboraram
duas equações para feε do CFRP:
no caso do descolamento do reforço ser responsável pelo colapso da
viga:
3
56,0
ff
32
cmfe 10
Ef65,0 −
⎟⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜⎜
⎝
⎛=
ρε (2.5)
no caso da ruptura do reforço por tração ser responsável pelo colapso da
viga:
fu
30,0
ff
32
cmfe E
f17,0 ερ
ε⎟⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜⎜
⎝
⎛= (2.6)
sendo cmf expresso em MPa e fE em GPa .
De acordo com esses autores, para se obter o valor de fV calcula-se feε
por uma das expressões (2.5 ou 2.6) e substitui-se o valor encontrado na
equação 2.1.
TRIANTAFILLOU e ANTONOPOULOS (2000) fornecem uma rotina de
projeto para se determinar a parcela da força cortante resistida pelo FRP.
Recomendam que feε na expressão 2.1 seja substituída por ffke / γε , sendo
fkeε dado por:
máxfefke εαεε ≤= (2.7)
onde:
fkeε - valor característico da deformação específica efetiva do FRP;
α - coeficiente de redução, dado como 80,=α ;
máxε - deformação específica máxima do FRP adotada igual a 0050, , a fim de
limitar a abertura das fissuras, garantindo que a integridade do concreto
seja mantida, de modo a evitar que ocorra perda do engrenamento dos
agregados.
A deformação específica efetiva feε é obtida pela expressão 2.6 caso o
reforço seja executado envolvendo completamente a seção transversal da viga,
ou em forma de U com um efetivo sistema de ancoragem. Para os demais tipos
de execução do reforço, feε é definido pelo menor valor entre os fornecidos
pelas expressões 2.5 e 2.6.
45
O valor do fator de segurança parcial do FRP fγ sugerido por esses
autores é função do modo de colapso da viga ou de máxε , então:
se o colapso da viga é controlado pela ruptura do CFRP:
201,fff == γγ ;
se o colapso da viga é dominada pelo descolamento do CFRP:
301,fbf == γγ ;
se máxfke εε = : 301,f =γ .
TRIANTAFILLOU e ANTONOPOULOS (2000) recomendam valores
limites para a rigidez axial ffE ρ e para o espaçamento dos estribos de FRP fs ,
conforme especificado a seguir:
( ) 3/2c
3/2cm
56,01
máx
3
limff f018,0f1065.0E =⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛ ×=
−
εαρ (2.8)
Este limite para a rigidez axial é especificado com base na expressão 2.5
e no gráfico da Figura 2.9. Neste gráfico percebe-se que:
Para valores abaixo deste valor limite a deformação específica efetiva do
FRP é limitada pela deformação específica máxima. Nenhum tipo de
colapso, devido ao reforço, é atingido;
Para valores de ffE ρ maiores que o valor limite o colapso da viga é
governado pelo descolamento do FRP, no caso do reforço executado
sem um efetivo sistema de ancoragem. Para evitar o descolamento deve-
se adotar o valor limite para ffE ρ dado pela expressão 2.8.
O valor limite para o espaçamento do FRP é dado por:
d,sf 80≤ (2.9)
estabelecido de forma que nenhuma fissura diagonal se forme sem que seja
interceptada por pelo menos um estribo.
Esta sistemática de projeto fornecida por TRIANTAFILLOU e
ANTONOPOULOS (2000) foi adotada pelas prescrições do Bulletin 14 da fib
(2001), as quais são descritas no item 2.3.1.
2.2.2. Estudos de KHALIFA e NANNI (2002)
KHALIFA e NANNI (2002) propõem uma expressão de projeto, similar à
expressão 2.1, para determinar a contribuição do FRP à força cortante:
46
( )f
ff
f
fefd s
sincot1d9,0AfV
ββγ
+= (2.10)
onde:
fef - tensão efetiva do FRP;
fd - altura efetiva do FRP, usualmente igual a d para vigas retangulares e
sf tdd −= para vigas T, com st representando a espessura da mesa;
fA - área do FRP, obtida por:
fff wtA 2= (2.11)
sendo o valor de ft calculado multiplicando a espessura do material de reforço
utilizado (tecido ou lâmina) pelo número de camadas empregadas.
As variáveis dimensionais adotadas são indicadas na Figura 2.11.
dfh d
bwsf
wf
dfh d
bwsf
wf
Figura 2.11 – Esquema das variáveis dimensionais adotadas; adaptada de KHALIFA e NANNI (2002).
O fator de segurança parcial do CFRP fγ sugerido por KHALIFA e
NANNI (2002) é igual a 3,1 .
Esses autores admitem que no estado limite último não é possível atingir
a resistência última do FRP, pois a ruptura pode ocorrer por:
a) ruptura do FRP com tensão inferior à sua capacidade resistente, devido à
ocorrência de concentração de tensões junto à fissura ou nas arestas da
viga reforçada;
b) descolamento do FRP da superfície do concreto;
c) diminuição significativa da capacidade resistente do concreto à força
cortante devido à redução da contribuição do engrenamento dos
agregados.
Para se obter a tensão média efetiva do FRP foi sugerido aplicar um
coeficiente de redução R na sua resistência última:
47
ffe Rff = (2.12)
onde:
ff - tensão última do FRP.
Para calcular este coeficiente de redução utilizam-se duas equações que
dependem do modo de colapso da viga reforçada (ruptura do FRP ou
descolamento do mesmo). Esses autores estabelecem um limite superior para
este coeficiente de modo a controlar a largura das fissuras e a redução da
contribuição do engrenamento dos agregados.
No caso do colapso da viga ocorrer devido à ruptura do FRP, o
coeficiente de redução é calculado por um polinômio estabelecido em função de
ff Eρ . Esse polinômio foi obtido com base no modelo proposto por
TRIANTAFILLOU (1998), porém KHALIFA et alii (1998) analisaram mais dados
experimentais e propuseram uma pequena modificação no modelo.
KHALIFA et alii (1998) elaboraram um gráfico contendo a relação entre a
deformação específica efetiva do FRP e a deformação específica última,
fufeR εε /= , e a rigidez axial do compósito, ff Eρ (Figura 2.12), onde feε foi
obtida como sugerido por TRIANTAFILLOU (1998).
0,2 0,40
ρf Ef (GPa)
0,6 0,8 1,0 1,20
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
ε fe
/ εfu
CFRP (envolvimento completo)
CFRP (colado apenas nas laterais)
CFRP (envolvimento em “U”)
AFRP (envolvimento completo)
AFRP (envolvimento em “U”)
Equação 2.13
Limite para controle da aberturada fissura de cisalhamento
0,2 0,40
ρf Ef (GPa)
0,6 0,8 1,0 1,20
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
ε fe
/ εfu
CFRP (envolvimento completo)
CFRP (colado apenas nas laterais)
CFRP (envolvimento em “U”)
AFRP (envolvimento completo)
AFRP (envolvimento em “U”)
Equação 2.13
Limite para controle da aberturada fissura de cisalhamento
Figura 2.12 – Gráfico fffufe Ex/R ρεε= ; retirada de KHALIFA et alii (1998).
48
A partir deste gráfico foi estabelecido uma equação para R em função de
ff Eρ , com a rigidez axial limitada em GPa,70 , conforme KHALIFA e NANNI
(2002), portanto:
( ) ( ) 78,022,156,0 2 +−= ffff EER ρρ (2.13)
Quando o descolamento do FRP é responsável pelo colapso da viga,
este coeficiente de redução é função da resistência do concreto, da rigidez axial
do FRP, da largura efetiva do FRP e da configuração da superfície de colagem:
( ) ( )[ ] 6ff
ffu
fe3/2
c 10Et06,493,738d
w'fR −⋅−=ε
(2.14)
onde mmGPaEtmmGPa ff 9020 ≤≤ , sendo:
few - largura efetiva do FRP que depende do tipo de execução do reforço e
para °= 45θ é definido na Figura 2.13.
dfh d
bw
Le
45o
wfe = df - Le
dfh d
bw wfe = df - 2Le
Le
Le
dfh d
bw
Le
45o
wfe = df - Le
dfh d
bw wfe = df - 2Le
Le
Le
Figura 2.13 – Largura efetiva do FRP.
Para envolvimento em forma de U:
effe Ldw −= (2.15)
Para reforço colado somente nas laterais:
effe Ldw 2−= (2.16)
onde o comprimento de ancoragem efetivo eL possui um valor constante e
conservativo. Segundo os estudos de Miller apud KHALIFA e NANNI (2002)
mmLe 75= .
49
Os valores fornecidos pelas expressões 2.13 e 2.14 devem atender a um
valor limite:
fuR
ε006,0
=
(2.17)
para que a deformação média efetiva feε não exceda o valor de 0060, . Deve-se
efetuar uma comparação entre os três valores do coeficiente de redução e
adotar o menor. No caso de se utilizar o reforço executado envolvendo
completamente a seção transversal da viga, ou em forma de U com um efetivo
sistema de ancoragem, o descolamento do FRP não é levado em conta,
desconsiderando-se seu coeficiente de redução.
Após se obter o valor do coeficiente de redução calcula-se a parcela da
força cortante resistida pelo FRP por meio da expressão 2.10. KHALIFA e
NANNI (2002) sugerem limitar o valor do espaçamento do FRP fs em:
4dws ff +≤
(2.18)
Esses autores limitam a contribuição do FRP à força cortante para
garantir que as bielas inclinadas de concreto não esmaguem:
( )[ ]swdcdmax,Rdfd VVVV +−≤ (2.19)
onde:
max,RdV - valor de projeto da força cortante resistida pelas bielas;
cdV - valor de projeto da parcela da força cortante resistida pelo concreto;
swdV - valor de projeto da parcela da força cortante resistida pela armadura
transversal.
As expressões para max,RdV , cdV e swdV são fornecidas no Anexo A.
2.2.3. Estudos de ADHIKARY et alii (2003)
Com base na expressão 2.5 proposta por TRIANTAFILLOU e
ANTONOPOULOS (2000), que leva em conta o colapso da viga à força cortante
prematura devido ao descolamento do reforço, esses autores apresentaram uma
nova formulação para se obter o valor da deformação específica efetiva do
reforço:
21 fefefe εεε += (2.20)
sendo:
50
1feε - deformação específica efetiva do reforço correspondente à ruptura da
viga por descolamento do mesmo;
2feε - parcela de acréscimo da deformação específica efetiva do reforço
devido à adição de um sistema de ancoragem.
com:
fuff
3/1c
1fe E'f038,0 ε
ρε = (2.21)
onde 010250 ,E, ff ≤< ρ , com c'f expresso em MPa e fE em GPa .
fuw
a3/2c2fe b
l100ln'f0043.0 εε ⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛= (2.22)
sendo 500 ,b/l wa ≤< , e
al - comprimento de ancoragem do reforço.
A expressão 2.22 foi elaborada a partir de ajuste de resultados
experimentais em função do parâmetro adimensional wa b/l . Quando 0=al ,
ou seja, não houver a adição de ancoragem do reforço 1fefe εε = .
Segundo estes autores, o valor de fV é obtido por:
( )ββερ cossinbdEV wffefff += (2.23)
2.2.4. Estudos de CHEN e TENG (2003 a, b)
Segundo o modelo de CHEN e TENG (2003 a, b), a parcela resistente à
força cortante devido ao FRP é dada por:
( )f
fefffef s
sinβcotβcotθhwt2fV
+=
(2.24)
onde feh é a altura efetiva do FRP (Figura 2.14),
tbfe zzh −= (2.25)
bz e tz são as coordenadas das extremidades superior e inferior do FRP
respectivamente, definidas por:
( )[ ] d1,0dhdz fbb −−−= (2.26)
( ) ftftt dd,dd,z =−+= 1010 (2.27)
51
sendo fbd a distância entre a face comprimida da viga e a extremidade inferior
do reforço e ftd a distância entre a face comprimida da viga e a extremidade
superior do reforço.
0,1d
0,9d
ts
bw
d h
B
zzb
zt
dfb
dft
hfe
θβ
0,1d
0,9d
ts
bw
d h
B
zzb
zt
dfb
dft
hfe
θβ
Figura 2.14 – Esquema de reforço à força cortante; retirada de TENG et alii (2002).
Para o reforço colado continuamente ao longo do comprimento da viga
βsinw
s ff =
(2.28)
tendo a largura do reforço tomada perpendicularmente à orientação de suas
fibras principais, conforme Figura 2.15.
Figura 2.15 – Relação entre fw e fs para o reforço contínuo; retirada de TENG et
alii (2002).
A tensão média do FRP fef é obtida considerando-se os dois principais
modos de colapso à força cortante: a) ruptura do FRP por tração; b)
descolamento do FRP.
CHEN e TENG (2003 a, b) consideram que a distribuição de tensão no
FRP ao longo da fissura crítica devido à força cortante não é uniforme para o
estado limite último, portanto a tensão máxima no FRP máxfσ é limitada por um
fator de distribuição da tensão fD
máxfffe Df σ= (2.29)
52
O valor de máxfσ e o valor de fD dependem do modo de colapso da
viga reforçada.
Quando a ruptura do reforço é responsável pelo colapso da viga, CHEN e
TENG (2001) observaram que a distribuição de tensão no FRP ao longo da
fissura devido à força cortante não é uniforme. O colapso da viga começa
quando o ponto mais tracionado do FRP que intercepta esta fissura alcança sua
resistência à tração última, ou seja:
fmáxf f=σ (2.30)
A partir deste momento a ruptura se propaga rapidamente ao longo da
fissura levando ao colapso da viga. CHEN e TENG (2001) propuseram uma
distribuição de tensão parabólica ao longo da fissura devido à força cortante,
porém, como uma simples aproximação, adotaram um modelo de distribuição
linear.
No modelo de distribuição proposto, a tensão no FRP aumenta
linearmente, de zero na extremidade superior da fissura até o valor da
resistência à tração última na extremidade inferior da mesma, e o fator de
distribuição da tensão para este caso é expresso por:
21 ζ+
=fD
(2.31)
sendo:
b
t
zz
=ζ
(2.32)
Para o reforço executado envolvendo completamente a seção transversal
da viga tem-se: 0=ζ e 50,Df = .
No caso do colapso da viga ocorrer devido ao descolamento do FRP, o
que tem sido observado nos reforços executados apenas nos lados da viga ou
envolvendo sua seção transversal em forma de U, é que a resistência à força
cortante da viga reforçada é controlada pela resistência de aderência entre o
FRP e o concreto, alcançando seu valor máximo no local onde o FRP tem o
maior comprimento de aderência.
No entanto, a tensão máxima no FRP é limitada tanto por sua resistência
à tração última quanto pela resistência por aderência última:
⎪⎩
⎪⎨
⎧
=
f
cfLw
f
máxf
t'fE
427,0
fmín
ββσ (2.33)
53
A equação para o cálculo da resistência por aderência é proveniente do
modelo proposto por CHEN e TENG (2001), baseado nos resultados obtidos de
ensaios de aderência entre blocos de concreto e faixas de reforço.
Neste modelo o coeficiente wβ reflete o efeito da relação entre a largura
do bloco de concreto com a largura do reforço, adotadas nos ensaios de
aderência, e Lβ é o coeficiente que traduz o comprimento de ancoragem efetivo:
( )
( )β
ββ
sinsw
1
sinsw
2
f
f
f
f
w+
−=
(2.34)
para 1≥λ :
1=Lβ (2.35)
para 1<λ :
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛=
2sinL
πλβ
(2.36)
sendo λ o comprimento de aderência máximo normalizado, máxL o
comprimento de aderência máximo, e eL o comprimento de aderência efetivo,
onde:
e
máx
LL
=λ
(2.37)
para envolvimento em forma de U:
βsinh
L femáx =
(2.38)
para reforço colado somente nas laterais:
βsin2h
L femáx =
(2.39)
c
ffe 'f
tEL = (2.40)
Nas expressões 2.33 e 2.40 o módulo de elasticidade do FRP e a
resistência à compressão do concreto são expressos em MPa e a espessura do
FRP é expressa em milímetros.
A partir das equações que definem Lβ , CHEN e TENG (2003 a, b)
relatam que onde existe um comprimento de aderência efetivo a resistência por
54
aderência não aumentará se este comprimento for aumentado. Esta é a
diferença fundamental entre o FRP e a armadura de aço.
Segundo estes autores, assumindo-se que a fissura crítica devido à força
cortante é uma linha reta, o comprimento de aderência máximo para o FRP
ocorre na extremidade inferior desta fissura para o caso do reforço executado
envolvendo em forma de U a seção transversal da viga e no meio da altura da
fissura para o reforço colado apenas nos lados da viga.
Para este modo de ruptura a distribuição da tensão no FRP não é
uniforme, pois o comprimento de aderência do FRP depende da localização da
fissura crítica devido à força cortante em relação às extremidades do FRP. O
fator de distribuição da tensão é dado por:
para 1≤λ :
λπ
λπ
πλ2
sin
2cos12Df
−= (2.41)
para 1>λ :
πλπ 21 −
−=fD
(2.42)
De acordo com o modo de ruptura esperado calcula-se fD e máxfσ ,
posteriormente obtém-se o valor da tensão efetiva do FRP fef , com este valor
determina-se fV por meio da expressão 2.24.
CHEN e TENG (2003 a, b) fornecem uma sistemática de projeto para se
determinar a parcela da força cortante resistida pelo FRP. Nesta sistemática as
expressões 2.30 e 2.33 são substituídas respectivamente por:
⎪⎪⎩
⎪⎪⎨
⎧
>
≤=
fuf
f
ff
ffu
fuf
f
ff
f
máxf
Ef
seE
,
Ef
sef
,
εγ
ε
εγ
σ80
80
(2.43)
⎪⎪⎩
⎪⎪⎨
⎧
=
cf
fLw
fb
ff
f
máxf'f
tE315,0
f8,0mín
ββγ
γσ (2.44)
onde para CFRP 251,fbff == γγ , e sugere-se que 0150,fu =ε , a fim de controlar
a abertura das fissuras.
55
O fator 80, foi introduzido por CHEN e TENG (2001) para levar em conta
situações não consideradas no modelo, como por exemplo, o efeito prejudicial
proveniente das arestas das vigas na resistência à tração do FRP, caso essas
arestas não sejam adequadamente arredondadas.
Como recomendação para projeto, CHEN e TENG (2003 a, b) sugerem
limitar o espaçamento dos estribos em metade da distância horizontal alcançada
pela fissura devido à força cortante, garantindo que em todos os tipos de
execução, pelo menos dois estribos cruzem a fissura. Esta recomendação é para
se assegurar que pelo menos um estribo tenha uma efetividade adequada
(Figura 2.16), portanto:
( )2
cossinhss fe
máxffββ +
=≤
(2.45)
FRP
Fissura Fissura
FRP
FRPFRP
FRP
Fissura
Fissura
FRP
Fissura Fissura
FRP
FRPFRP
FRP
Fissura
Fissura
Figura 2.16 – Efeito da localização na efetividade do estribo de FRP; adaptada de TENG et alii (2002).
Segundo esses autores a efetividade do estribo de FRP depende de sua
localização, assim como do tipo de execução de reforço, sendo:
para execução do reforço envolvendo completamente a seção transversal
da viga, a posição mais eficiente é na extremidade inferior da fissura, pois
a resistência à tração última do FRP será alcançada para uma abertura
da fissura não muito larga, mantendo-se a resistência à força cortante do
concreto, assim como o engrenamento dos agregados. A posição mais
ineficiente é na extremidade superior da mesma, pois até que o estribo
de FRP seja solicitado, a abertura da fissura já estará muito acentuada;
para execução do reforço envolvendo em forma de U a seção transversal
56
da viga, a posição mais eficiente é na extremidade inferior da fissura, pois
é onde ocorre o comprimento de aderência máximo do FRP para esse
tipo de execução. O estribo posicionado na extremidade superior da
fissura é completamente ineficiente devido à carência de comprimento de
aderência que ocorre nesta região;
para execução do reforço colado apenas nos lados da viga, a posição
mais eficiente é no meio da altura da fissura, por esta localização ser a
que apresenta um maior comprimento de aderência. Os estribos
posicionados nas extremidades da fissura não apresentam nenhuma
eficiência, pois não existe comprimento de aderência nestas regiões para
esse tipo de execução.
Portanto, um esquema de reforço à força cortante pode ser ineficiente se
apenas um estribo interceptar a fissura formada devido à força cortante.
2.3. Prescrições Normativas
2.3.1. Prescrições do Bulletin 14 fib (2001)
As prescrições do Bulletin 14 da fib (2001) seguem o formato do
Eurocode 2 (2002) e se baseiam no modelo apresentado por TRIANTAFILLOU e
ANTONOPOULOS (2000). A capacidade resistente à força cortante devido ao
FRP é dada por:
( ) ββθρε sincotcotdbE9,0V wfffdefd += (2.46)
onde
f
fkefde γ
εε =
(2.47)
e
fefke kεε = (2.48)
sendo 80,k = e feε obtida pela formulação proposta por TRIANTAFILLOU e
ANTONOPOULOS (2000), tal como apresentada no item 2.2.1.
O fator de redução k foi proposto pelos mesmos autores, devido à falta
de dados experimentais, sendo chamado de α .
57
O coeficiente de segurança parcial do FRP sugerido pela fib (2001) é de
301,fbf == γγ , se o colapso da viga é dominado pelo descolamento do CFRP,
e varia entre 201, e 351, dependendo do tipo de aplicação do reforço, conforme
especificado na Tabela 3-1 do Bulletin 14 da fib (2001) se o colapso da viga é
controlado pela ruptura do CFRP.
Como recomendação adicional este boletim limita o valor do
espaçamento fs em:
para vigas de seção transversal retangular:
290 f
fw
d,s −≤ (2.49)
para vigas de seção transversal T:
2f
sfw
tds −−≤
(2.50)
O valor de projeto da força cortante resistente da viga reforçada RdV ,
deve ser limitado à max,RdV :
max,RdfdswdcdRd VVVVV ≤++= (2.51)
No estado limite de serviço admite-se que o FRP tem aderência perfeita
com a viga de concreto armado, desde que diversos problemas não ocorram,
tais como: penetração de umidade e propagação de fissura. A fib (2001) adota
como valor limite para fkeε o valor dado por:
s
yke,fk E
f,80=ε
(2.52)
2.3.2. Prescrições do ACI 440 (2001)
Segundo as prescrições do ACI 440 (2001) os elementos de concreto
armado reforçados com FRP devem ter sua resistência à força cortante nominal
maior que a força cortante solicitante, sendo a resistência nominal obtida
utilizando-se um coeficiente de redução da resistência φ :
un VV ≥⋅φ (2.53)
( )ffscn VVVV ψφφ ++=⋅ (2.54)
onde:
nV - força cortante nominal;
58
uV - força cortante solicitante;
cV - parcela da força cortante resistida pelo concreto;
sV - parcela da força cortante resistida pela armadura transversal de aço;
fV - parcela da força cortante resistida pelo FRP;
fψ - coeficiente de redução adicional, em função do tipo de execução do
reforço, sendo 950,f =ψ se o reforço envolver completamente a seção
transversal da viga e 850,f =ψ para os demais tipos de execução.
A expressão adotada pelo ACI (2001) para a contribuição do FRP à força
cortante é similar às apresentadas anteriormente, obtida por meio da analogia da
Treliça de Mörsch:
( )f
ffeff s
dcossinfAV
ββ += (2.55)
A parcela fV é função da deformação específica efetiva feε que é
governada pelo modo de ruptura do FRP. O ACI 440 (2001) fornece expressões,
apresentadas aqui no sistema internacional de unidades (SI), para se obter o
valor da deformação específica efetiva em função do tipo de execução do
reforço:
Para o reforço executado envolvendo completamente a seção transversal
da viga:
fufe ,, εε 7500040 ≤= (2.56)
A deformação específica efetiva é limitada em 0040, para este tipo de
execução do reforço porque tem sido observado que a perda do engranamento
dos agregados ocorre antes da ruptura do FRP, esta medida limita a largura da
fissura de cisalhamento.
Para reforço executado envolvendo em forma de U a seção transversal
da viga, ou colado apenas nos lados:
0040,k fuvfe ≤= εε (2.57)
Para estes tipos de execução tem sido observado que o descolamento do
FRP ocorre antes da perda do engrenamento dos agregados. O ACI 440 (2001)
prescreve que a deformação específica efetiva deve ser obtida utilizando-se um
coeficiente de redução devido à colagem vk , de acordo com a equação 2.57,
expressa no sistema internacional de unidades, assim como as demais
equações.
59
Este coeficiente de redução é função da resistência do concreto, do tipo
de execução do reforço e da rigidez do FRP:
75011900
21 ,Lkk
kfu
ev ≤=
ε (2.58)
onde
( ) 58023300
,ff
eEt
L =
(2.59)
32
c1 27
'fk ⎟⎠⎞
⎜⎝⎛= (2.60)
O parâmetro 2k é função do tipo de execução do reforço:
para envolvimento em forma de U:
f
ef
dLd
k−
=2
(2.61)
para FRP colado apenas nos lados da viga:
f
ef
dLd
k2
2−
=
(2.62)
sendo:
1k - o coeficiente de modificação que leva em consideração a resistência do
concreto;
2k - o coeficiente de modificação que leva em consideração o tipo de
execução do reforço.
Segundo ACI 440 (2001) essa metodologia para a determinação de vk
só é válida para regiões de vigas de concreto armado que possuam força
cortante de valor elevado e momento fletor de baixo valor. Em regiões em que o
momento fletor é acentuado, como em apoios de vigas contínuas, devem ser
adotados valores mais conservativos para vk .
Em caso de utilizar um sistema de ancoragem nos extremos permite-se
que feε exceda 0040, , se forem realizados testes representativos para isso.
O ACI 440 (2001) prescreve que o valor do espaçamento de eixo a eixo
entre estribos de FRP deve ser limitado ao valor imposto pelo ACI 318 para
armaduras transversais de aço (expressão 2.18) e limita a força cortante
resistida pela soma entre a armadura transversal de aço e de FRP em:
db'f,VV wcfsw 660≤+ (2.63)
60
2.4. Análise dos Resultados Experimentais Disponíveis na Bibliografia
Neste item são apresentados:
Valores de exp,fV procedentes de diversos programas experimentais
descritos no Anexo B, com os dados geométricos e as propriedades dos
materiais contidos no Anexo C;
Valores de teo,fV obtidos a partir da implementação dos modelos semi-
empíricos e das prescrições normativas, apresentados nos itens 2.2. e
2.3., em um programa de Computação Algébrica e Simbólica (rotinas
fornecidas no Anexo A) ;
Comparações entre resultados experimentais e teóricos
( teo,fexp,f V/V=Δ );
Gráficos de teo,fexp,f VxV , com teo,fV calculado utilizando as rotinas
teóricas (sem coeficiente de segurança e fatores de ajuste) e as rotinas
de cálculo (com os coeficientes e fatores).
Comentários referentes aos modelos, às prescrições e aos resultados
experimentais.
Para as comparações teórico-experimentais as vigas foram agrupadas de
acordo com o material utilizado para o reforço (tecido ou lâmina) e de acordo
com a configuração de reforço (quanto ao seu envolvimento na seção
transversal da viga e quanto à orientação de suas fibras principais, em relação
ao eixo longitudinal da viga).
As vigas dos programas experimentais que não entraram em colapso
devido à ruptura do CFRP ou devido ao descolamento do mesmo foram
desprezadas, assim como as vigas que por algum motivo não se mostraram
convenientes para esta análise.
As prescrições propostas pelo Bulletin 14 da fib (2001) fornecem os
mesmos valores de teo,fV obtidos pelo modelo de TRIANTAFILLOU e
ANTONOPOULOS (2000), portanto não são incluídos nas tabelas a seguir.
Reforço executado com lâmina de CFRP apresenta rigidez axial ( ff Eρ )
elevada e por esta razão os modelos semi-empíricos propostos por KHALIFA e
NANNI (2002) e ADHIKARY et alii (2003) não fornecem resultados de teo,fV para
algumas vigas e são excluídos das tabelas correspondentes.
61
Tabela 2.1 – Comparações teórico-experimentais das vigas que tiveram o reforço executado com tecido de CFRP colado apenas nas laterais de sua seção
transversal, com °= 45β .
TRIANT. KHALIFA ADHIKARY CHEN ACI 440 Viga
exp,fV
kN fV kN Δ fV kN Δ fV kN Δ fV kN Δ fV kN Δ
V12_B 44,68 45,47 0,98 15,36 2,91 33,44 1,34 31,53 1,42 19,49 2,29 V14_B 34,68 45,47 0,76 15,36 2,26 33,44 1,04 31,53 1,10 19,49 1,78 V14_A 71,48 71,84 0,99 43,45 1,65 56,24 1,27 44,59 1,60 55,11 1,30 V15_A 63,68 71,84 0,89 43,45 1,47 56,24 1,13 44,59 1,43 55,11 1,16 245a 137,60 178,43 0,77 180,84 0,76 175,91 0,78 102,12 1,35 133,96 1,03 245b 185,60 159,98 1,16 156,69 1,18 159,57 1,16 94,36 1,97 133,96 1,39
245Ra 186,60 174,61 1,07 180,84 1,03 172,54 1,08 100,54 1,86 133,96 1,39 245Rb 131,60 152,96 0,86 144,63 0,91 153,31 0,86 91,33 1,44 133,96 0,98
345 214,60 216,09 0,99 267,84 0,80 218,69 0,98 124,54 1,72 207,03 1,04
Média * 0,94 * 1,44 * 1,07 * 1,54 * 1,37 Coef.Variação (%) * 14,13 * 50,60 * 16,84 * 17,57 * 31,02
Tabela 2.2 – Comparações teórico-experimentais das vigas que tiveram o reforço executado com tecido de CFRP colado apenas nas laterais de sua seção
transversal, com °= 90β .
TRIANT. KHALIFA ADHIKARY CHEN ACI 440 Viga
exp,fV
kN fV kN Δ fV kN Δ fV kN Δ fV kN Δ fV kN Δ
BT5 31,50 57,78 0,55 17,67 1,78 35,26 0,89 27,68 1,14 23,41 1,35 V9_A 41,18 37,45 1,10 15,36 2,68 28,12 1,46 29,21 1,41 19,48 2,11 V9_B 47,38 37,45 1,27 15,36 3,08 28,12 1,68 29,21 1,62 19,48 2,43
V21_A 58,28 37,45 1,56 15,36 3,79 28,12 2,07 29,21 2,00 19,48 2,99 V13_A 65,08 50,80 1,28 30,72 2,12 39,77 1,64 41,31 1,58 38,97 1,67 V13_B 68,78 50,80 1,35 30,72 2,24 39,77 1,73 41,31 1,66 38,97 1,76 290a 136,60 117,74 1,16 119,01 1,15 116,94 1,17 93,84 1,46 94,72 1,44 290b 178,60 112,32 1,59 109,40 1,63 112,12 1,59 90,57 1,97 94,72 1,89 290 61,00 107,29 0,57 100,81 0,61 107,63 0,57 87,49 0,70 94,72 0,64 390 61,00 129,94 0,47 141,81 0,43 133,80 0,46 105,35 0,58 146,39 0,42
Média * 1,09 * 1,95 * 1,33 * 1,41 * 1,67 Coef.Variação (%) * 38,27 * 54,62 * 40,37 * 33,99 * 46,20
62
Tabela 2.3 – Comparações teórico-experimentais das vigas que tiveram o reforço executado com tecido de CFRP colado envolvendo em forma de U sua seção
transversal, com °= 45β .
TRIANT. KHALIFA ADHIKARY CHEN ACI 440 Viga
exp,fV
kN fV kN Δ fV kN Δ fV kN Δ fV kN Δ fV kN Δ
T6NSC45 103,50 121,11 0,85 75,35 1,37 65,15 1,59 68,96 1,50 55,82 1,85 PU3 44,50 60,19 0,74 32,24 1,38 39,08 1,14 36,39 1,22 27,92 1,59 PU4 40,00 54,03 0,74 27,63 1,45 36,18 1,11 31,79 1,26 23,94 1,67
Média * 0,78 * 1,40 * 1,28 * 1,33 * 1,71 Coef.Variação (%) * 8,52 * 2,93 * 21,12 * 11,40 * 7,84
Tabela 2.4 – Comparações teórico-experimentais das vigas que tiveram o reforço executado com tecido de CFRP colado envolvendo em forma de U sua seção
transversal, com °= 90β .
TRIANT. KHALIFA ADHIKARY CHEN ACI 440 Viga
exp,fV
kN fV kN Δ fV kN Δ fV kN Δ fV kN Δ fV kN Δ
CO2 40,00 33,95 1,18 21,29 1,88 27,25 1,47 29,46 1,36 22,02 1,82 CO3 65,00 50,81 1,28 53,22 1,22 43,08 1,51 48,72 1,33 55,05 1,18 BT2 65,00 86,47 0,75 76,03 0,85 55,75 1,17 54,02 1,20 76,44 0,85 BT4 72,00 57,78 1,25 30,41 2,37 35,26 2,04 32,67 2,20 30,58 2,35
SO3-2 54,00 37,89 1,43 25,89 2,09 32,54 1,66 32,09 1,68 26,78 2,02 SO3-3 56,50 45,29 1,25 38,84 1,45 39,85 1,42 42,11 1,34 40,17 1,41 SO3-4 67,50 56,70 1,19 64,74 1,04 51,45 1,31 53,06 1,27 66,96 1,01 SO4-2 62,50 37,89 1,65 25,89 2,41 32,54 1,92 32,09 1,95 26,78 2,33
T6S4C90 85,25 85,64 1,00 53,28 1,60 46,06 1,85 54,88 1,55 39,47 2,16 C-1 53,00 91,09 0,58 53,90 0,98 55,51 0,95 41,41 1,28 58,77 0,90
V11_A 41,48 37,45 1,11 26,58 1,56 28,12 1,48 33,17 1,25 25,81 1,61 V11_B 67,88 37,45 1,81 26,58 2,55 28,12 2,41 33,17 2,05 25,81 2,63 V17_B 35,98 37,45 0,96 26,58 1,35 28,12 1,28 33,17 1,08 25,81 1,39 V15_B 81,48 50,80 1,60 53,16 1,53 39,77 2,05 46,91 1,74 51,61 1,58 V16_B 55,48 50,80 1,09 53,16 1,04 39,77 1,40 46,91 1,18 51,61 1,07 PU1 32,50 50,87 0,64 34,20 0,95 33,84 0,96 37,29 0,87 29,62 1,10 PU2 20,00 46,12 0,43 27,36 0,73 30,27 0,66 30,68 0,65 23,69 0,84
Média * 1,13 * 1,51 * 1,50 * 1,41 * 1,54 Coef.Variação (%) * 33,74 * 38,16 * 30,07 * 28,91 * 37,63
63
Tabela 2.5 – Comparações teórico-experimentais das vigas que tiveram o reforço executado com tecido de CFRP colado envolvendo completamente sua seção
transversal, com °= 45β .
TRIANT. KHALIFA ADHIKARY CHEN ACI 440 Viga
exp,fV
kN fV kN Δ fV kN Δ fV kN Δ fV kN Δ fV kN Δ
PC3 35,50 60,19 0,59 37,70 0,94 56,77 0,63 41,89 0,85 27,92 1,27 PC4 22,00 54,03 0,41 32,31 0,68 51,35 0,43 35,90 0,61 23,94 0,92
245W1 218,60 295,03 0,74 180,84 1,21 272,08 0,80 204,93 1,07 133,96 1,63
Média * 0,58 * 0,94 * 0,62 * 0,84 * 1,27 Coef.Variação (%) * 28,85 * 27,97 * 30,30 * 26,95 * 27,98
Tabela 2.6 – Comparações teórico-experimentais das vigas que tiveram o reforço executado com tecido de CFRP colado envolvendo completamente sua seção
transversal, com °= 90β .
TRIANT. KHALIFA ADHIKARY CHEN ACI 440 Viga
exp,fV
kN fV kN Δ fV kN Δ fV kN Δ fV kN Δ fV kN Δ
V12_A 59,44 49,89 1,19 34,84 1,71 44,56 1,33 42,92 1,38 25,81 2,30 V18_A 70,37 49,89 1,41 34,84 2,02 44,56 1,58 42,92 1,64 25,81 2,73 V20_A 83,20 49,89 1,67 34,84 2,39 44,56 1,87 42,92 1,94 25,81 3,22 290WR 268,60 208,61 1,29 127,88 2,10 192,39 1,40 204,93 1,31 94,72 2,84
PC1 67,50 56,53 1,19 39,98 1,69 52,61 1,28 44,43 1,52 29,62 2,28 PC2 45,00 48,35 0,93 31,99 1,41 45,28 0,99 35,54 1,27 23,69 1,90
Média * 1,28 * 1,88 * 1,41 * 1,51 * 2,54 Coef.Variação (%) * 19,28 * 18,64 * 20,89 * 16,63 * 18,63
Tabela 2.7 – Comparações teórico-experimentais das vigas que tiveram o reforço executado com tecido de CFRP.
TRIANT. KHALIFA ADHIKARY CHEN ACI 440 Execução
Média CV(%) Média CV(%) Média CV(%) Média CV(%) Média CV(%)
S 1,02 31,08 1,54 54,64 1,21 34,70 1,47 26,48 1,53 41,45 U 1,08 34,66 1,34 35,50 1,47 29,39 1,40 27,09 1,57 34,32 W 1,05 39,15 1,41 35,81 1,15 40,84 1,29 31,43 2,12 35,77
Todas 1,05 33,59 1,43 44,90 1,30 34,28 1,41 27,40 1,66 39,13
onde: CV – coeficiente de variação; S – reforço colado apenas nos lados da viga;
U – reforço colado envolvendo em forma de U a seção transversal da viga; W –
reforço colado envolvendo completamente a seção transversal da viga.
64
Tabela 2.8 – Comparações teórico-experimentais das vigas que tiveram o reforço executado com lâmina de CFRP colado apenas nas laterais de sua seção
transversal, com °= 45β .
TRIANT. CHEN ACI 440 Viga
exp,fV
kN fV kN Δ fV kN Δ fV kN Δ RS135-1 40,75 86,13 0,47 44,97 0,91 56,88 0,72 RS135-2 46,25 86,13 0,54 44,97 1,03 56,88 0,81 V21_B 78,78 131,85 0,60 63,11 1,25 96,53 0,82 V22_A 68,68 131,85 0,52 63,11 1,09 96,53 0,71
Média * 0,53 * 1,07 * 0,76 Coef.Variação (%) * 9,65 * 13,32 * 7,61
Tabela 2.9 – Comparações teórico-experimentais das vigas que tiveram o reforço executado com lâmina de CFRP colado apenas nas laterais de sua seção
transversal, com °= 90β .
TRIANT. CHEN ACI 440 Viga
exp,fV
kN fV kN Δ fV kN Δ fV kN Δ RS90-1 34,25 72,80 0,47 35,90 0,95 60,33 0,57 RS90-2 41,75 72,80 0,57 35,90 1,16 60,33 0,69 V20_B 85,98 108,58 0,79 47,09 1,83 96,52 0,89 V22_A 55,58 108,58 0,51 47,09 1,18 96,52 0,58
Média * 0,59 * 1,28 * 0,68 Coef.Variação (%) * 24,37 * 29,49 * 22,09
Tabela 2.10 – Comparações teórico-experimentais das vigas que tiveram o reforço executado com lâmina de CFRP.
TRIANT. CHEN ACI 440 Execução
Média CV(%) Média CV(%) Média CV(%)
S 0,56 18,53 1,17 24,50 0,72 15,85
Os gráficos de teo,fexp,f VxV são apresentados a seguir:
65
Triantafillou (teórico)
0
50
100
150
200
250
300
350
0 50 100 150 200 250 300 350
Vf exp (kN)
Vf t
eo (
kN)
Triantafillou (de cálculo)
0
50
100
150
200
250
300
350
0 50 100 150 200 250 300 350
Vf exp (kN)
Vf t
eo (
kN)
Figura 2.17 – Gráficos de teo,fexp,f VxV , com teo,fV obtido pelas rotinas de
TRIANTAFILLOU e ANTONOPOULOS (2000).
Khalifa e Nanni (teórico)
0
50
100
150
200
250
300
350
0 50 100 150 200 250 300 350
Vf exp (kN)
Vf t
eo (
kN)
Khalifa e Nanni (de cálculo)
0
50
100
150
200
250
300
350
0 50 100 150 200 250 300 350
Vf exp (kN)
Vf t
eo (
kN)
Figura 2.18 – Gráficos de teo,fexp,f VxV , com teo,fV obtido pelas rotinas de
KHALIFA e NANNI (2002).
Adhikary (teórico)
0
50
100
150
200
250
300
350
0 50 100 150 200 250 300 350
Vf exp (kN)
Vf t
eo (
kN)
Adhikary (de cálculo)
0
50
100
150
200
250
300
350
0 50 100 150 200 250 300 350
Vf exp (kN)
Vf t
eo (
kN)
Figura 2.19 – Gráficos de teo,fexp,f VxV , com teo,fV obtido pelas rotinas de
ADHIKARY et alii (2003).
66
Chen e Teng (teórico)
0
50
100
150
200
250
300
350
0 50 100 150 200 250 300 350
Vf exp (kN)
Vf t
eo (
kN)
Chen e Teng (de cálculo)
0
50
100
150
200
250
300
350
0 50 100 150 200 250 300 350
Vf exp (kN)
Vf t
eo (
kN)
Figura 2.20 – Gráficos de teo,fexp,f VxV , com teo,fV obtido pelas rotinas de
CHEN e TENG (2003 a, b).
fib (teórico)
0
50
100
150
200
250
300
350
0 50 100 150 200 250 300 350
Vf exp (kN)
Vf t
eo (
kN)
fib (de cálculo)
0
50
100
150
200
250
300
350
0 50 100 150 200 250 300 350
Vf exp (kN)
Vf t
eo (
kN)
Figura 2.21 – Gráficos de teo,fexp,f VxV , com teo,fV obtido pelas rotinas do
Bulletin 14 da fib (2001).
ACI (teórico)
0
50
100
150
200
250
300
350
0 50 100 150 200 250 300 350
Vf exp (kN)
Vf t
eo (
kN)
ACI (de cálculo)
0
50
100
150
200
250
300
350
0 50 100 150 200 250 300 350
Vf exp (kN)
Vf t
eo (
kN)
Figura 2.22 – Gráficos de teo,fexp,f VxV , com teo,fV obtido pelas rotinas do
ACI 440 (2001).
67
Comentários:
Os modelos propostos por TRIANTAFILLOU e ANTONOPOULOS (2000)
e ADHIKARY et alii (2003) não diferenciam reforço colado apenas nos lados da
viga para o reforço colado envolvendo em forma de U sua seção transversal. O
modelo de TRIANTAFILLOU e ANTONOPOULOS (2000) considera na equação
de fV o braço de alavanca da viga ( d9,0 ) ao invés da altura efetiva do reforço
fd , obtendo-se valores maiores do que o apropriado para vigas com seção
transversal T ou para aquelas em que o reforço não começa no topo da viga.
A seguir é feita uma análise dos resultados apresentados nas tabelas
anteriores. Deve-se ressaltar que o número de vigas disponíveis na literatura e
apropriadas para esta análise ainda é limitado, portanto os comentários feitos
adiante não podem ser considerados como definitivos.
Primeiramente, observou-se que o coeficiente de variação é sempre
menor para °= 45β chegando, às vezes, a ser muito menor. No caso do
reforço executado envolvendo completamente a seção transversal da viga, a
situação se inverte, possivelmente devido à execução ser mais complicada. As
médias de teo,fexp,f V/V se apresentam, na maioria das vezes, menores para
°= 45β quando comparadas com as apresentadas para °= 90β , sugerindo que
o acréscimo de resistência, devido à inclinação, é menor do que o esperado.
A Tabela 2.1 sugere que, quando o reforço é colado apenas nas laterais
da viga com °= 45β , deve-se utilizar as prescrições do ACI 440 (2001), exceto
para as vigas V12_B e V14_B (reforço colado em faixas) onde o modelo
proposto por ADHIKARY et alii (2003) mostra-se mais apropriado.
Na Tabela 2.2 é constatado que, quando o reforço é colado apenas nas
laterais da viga com °= 90β , o modelo com menor coeficiente de variação é o
proposto por CHEN e TENG (2003 a, b) seguido do proposto por
TRIANTAFILLOU e ANTONOPOULOS (2000). Neste último modelo três vigas
apresentam exp,fteo,f VV > , sendo: viga BT5 (seção transversal T); vigas 290 e
390 (contendo armadura interna com exp,fteo,f VV > para todos os modelos e
prescrições). Caso se retire da análise estas vigas obtêm-se:
Tabela 2.11 – Análise da Tabela 2.2, sem as vigas nomeadas de BT5, 290 e 390.
TRIANT. KHALIFA ADHIKARY CHEN ACI 440 Média CV(%) Média CV(%) Média CV(%) Média CV(%) Média CV(%) 1,33 14,00 2,39 37,31 1,62 16,90 1,67 13,86 2,04 25,74
68
Os resultados apresentados na Tabela 2.11 indicam que para esta
situação o modelo proposto por TRIANTAFILLOU e ANTONOPOULOS (2000)
parece mais apropriado por apresentar valores mais próximos do experimental e
pequeno coeficiente de variação. Para a viga BT5 o modelo mais adequado é o
proposto por CHEN e TENG (2003 a, b).
A quantidade de vigas com o reforço executado em forma de U com
°= 45β (Tabela 2.3) é muito reduzida, ficando difícil de analisar, porém o
modelo de KHALIFA e NANNI (2002) é o que apresenta menor coeficiente de
variação.
A partir da Tabela 2.4 percebe-se que, quando o reforço é executado em
forma de U com °= 90β , o modelo com menor coeficiente de variação é o
proposto por CHEN e TENG (2003 a, b), porém caso se retire da tabela as vigas
com seção T ou seção quadrada (BT2, BT4, T6S4C90, C-1) e as vigas com
armadura interna (PU1 e PU2, com exp,fteo,f VV > para todos os modelos e
prescrições) tem-se:
Tabela 2.12 – Análise da Tabela 2.4, sem as vigas nomeadas de BT2, BT4, T6S4C90, C-1, PU1 e PU2.
TRIANT. KHALIFA ADHIKARY CHEN ACI 440 Média CV(%) Média CV(%) Média CV(%) Média CV(%) Média CV(%)
1,32 20,19 1,65 31,57 1,63 21,85 1,48 21,87 1,64 31,58
Os valores apresentados na Tabela 2.12 sugerem que o modelo de
TRIANTAFILLOU e ANTONOPOULOS (2000) é o mais conveniente. O modelo
mais indicado para as vigas de seção T e de seção quadrada parece ser o
proposto por CHEN e TENG (2003 a, b).
A Tabela 2.5 sugere que, quando o reforço é executado com
envolvimento completo com °= 45β , é mais apropriado utilizar o modelo de
CHEN e TENG (2003 a, b) para a viga 245W e as prescrições recomendadas
pelo ACI 440 (2001) para as vigas PC3 e PC4 que contêm armaduras internas.
A Tabela 2.6 indica que, quando o reforço é executado com envolvimento
completo com °= 90β , deve-se utilizar o modelo proposto por TRIANTAFILLOU
e ANTONOPOULOS (2000). O modelo de KHALIFA e NANNI (2002) e as
prescrições do ACI 440 (2001) subestimam a capacidade da viga reforçada.
A partir da Tabela 2.8 é verificado que, quando o reforço é executado
com lâminas coladas apenas nas laterais da viga com °= 45β , o modelo de
69
CHEN e TENG (2003 a, b) é o mais apropriado, apesar de ter o maior coeficiente
de variação, pois é o único que apresenta valores maiores do que o
experimental. O mesmo é observado na Tabela 2.9, quando °= 90β .
De um modo geral o modelo proposto por CHEN e TENG (2003 a, b) é o
que apresenta coeficiente de variação menor e valores sempre menores do que
os obtidos nos programas experimentais, exceto para algumas vigas com
armadura interna. Este modelo normalmente subestima um pouco a capacidade
da viga reforçada (Figura 2.20), principalmente quando a deformação específica
última do compósito é elevada.
O modelo proposto por TRIANTAFILLOU e ANTONOPOULOS (2000) é o
que apresenta exp,fteo,f VV > para um número maior de vigas, sendo menos
conservador e em alguns casos contra a segurança (Figura 2.17).
O modelo proposto por KHALIFA e NANNI (2002) e as prescrições
recomendadas pelo ACI 440 (2001) subestimam a capacidade da viga reforçada,
principalmente quando o reforço é colado em faixas ou envolvendo
completamente a seção transversal da viga.
O modelo proposto por KHALIFA e NANNI (2002) é o que apresenta
maior coeficiente de variação (Figura 2.18).
Nesta análise é observado que a grande maioria das vigas que contêm
armadura interna apresenta ganho de resistência menor do que o esperado,
provavelmente porque os modelos semi-empíricos propostos devem ter sido
calibrados com vigas sem armadura transversal interna. Esta constatação
contraria as necessidades práticas, pois o reforço é utilizado em vigas já
existentes, portanto com armadura transversal interna.
3 Confiabilidade de Estruturas
3.1. Introdução
Um projeto estrutural deve levar em consideração as incertezas inerentes
às variáveis envolvidas, que podem ser:
incertezas sobre a intensidade e a distribuição das cargas
permanentes e acidentais;
incertezas sobre as propriedades mecânicas dos materiais;
incertezas sobre os parâmetros geométricos da estrutura;
incertezas sobre os modelos de cálculo e de análise estrutural.
Estas incertezas impossibilitam que uma estrutura apresente segurança
absoluta, pois uma determinada combinação de valores das variáveis pode
resultar numa condição de falha.
A confiabilidade de estruturas tem como principal objetivo determinar a
probabilidade de ocorrência de um cenário de falha qualquer na estrutura, visto
que sempre haverá uma probabilidade não-nula da estrutura desempenhar um
comportamento não apropriado durante sua vida útil. A confiabilidade, C , mede
a probabilidade da estrutura não violar um determinado estado limite e em
termos estatísticos é definida pelo complemento da probabilidade de falha:
fp1C −= (3.1)
Como para estruturas civis a ordem de grandeza de fp é de 310− a 610−
por ano geralmente utiliza-se o valor da probabilidade de falha como medida de
confiabilidade de uma estrutura.
O conceito de que a verificação da segurança estrutural deve ser
estabelecida através de análises probabilísticas é recente, porém na tentativa de
quantificar a segurança estrutural diversos métodos foram propostos
anteriormente.
MADSEN et alli (1986) classificam os métodos de confiabilidade de
estruturas em níveis, de acordo com a quantidade de informação disponível:
Nível 0 – Método das Tensões Admissíveis: este método consiste
71
em calcular, no regime elástico-linear, o valor da tensão para o
carregamento máximo esperado e comparar este valor com o da
tensão admissível do material. A tensão admissível é calculada
dividindo o valor da tensão limite, que define o limite do
comportamento elástico-linear, por um fator de segurança;
Nível 1 – Método dos Estados Limites: neste método são utilizados
fatores parciais de segurança para majorar as solicitações e minorar
as resistências. Estes fatores são aplicados aos valores
característicos das variáveis transformando-os em valores de cálculo
e têm como objetivo levar em consideração as incertezas inerentes
às variáveis de projeto. O método dos estados limites também é
conhecido como método semi-probabilístico e são adotados como
critério de segurança pelas normas brasileiras de projeto de
estruturas;
Nível 2 – Método do Índice de Confiabilidade: neste método as
variáveis incertas são consideradas segundo um modelo
probabilístico definido por: um determinado valor esperado (média),
uma certa medida de dispersão (desvio padrão ou coeficiente de
variação) e uma medida de correlação entre as variáveis que
apresentam aleatoriedade. No método de Nível 2 assume-se que as
variáveis aleatórias têm distribuição Normal, pois não se tem
conhecimento das distribuições de probabilidade das mesmas. Para
avaliar o estado da estrutura (de falha ou não) é utilizado uma
função de estado )X(G , onde X é o vetor de variáveis aleatórias.
Se 0)X(G > a estrutura está segura, caso contrário ( 0)X(G < ) a
estrutura se apresenta no domínio de falha. A superfície de falha é
definida por 0)X(G = . O índice de confiabilidade representa a
menor distância entre a superfície de falha e a origem (no espaço
normal padrão);
Nível 3 – Método da Probabilidade de Falha: neste método as
distribuições de probabilidade são especificadas e a probabilidade
de falha pode ser calculada a partir do valor do índice de
confiabilidade;
Nível 4 – Método da Minimização dos Custos Envolvidos ao Longo
da Vida Útil: este método combina a confiabilidade de estruturas
com a otimização de estruturas e tem como objetivo projetar
72
estruturas econômicas tendo como restrição o nível de
confiabilidade desejado.
Esta Tese utiliza o método de confiabilidade de estrutura de Nível 3.
O item 3.2. aborda os principais conceitos de confiabilidade de estruturas.
De forma resumida, são considerados na análise da confiabilidade os seguintes
passos:
1) Selecionar o valor desejado para a confiabilidade;
2) Identificar os modos de falha;
3) Classificar os modos de falha em sistemas em série ou em paralelo;
4) Formular as funções de falha (funções de estado limite);
5) Identificar as variáveis aleatórias e as variáveis determinísticas nas
funções de estado;
6) Especificar os tipos de distribuições e os parâmetros estatísticos
(média e desvio padrão) para as variáveis aleatórias. Estabelecer a
dependência entre as variáveis;
7) Estimar a confiabilidade de cada modo de falha;
8) Estimar a confiabilidade do sistema (em série ou em paralelo);
9) Em projeto baseado em confiabilidade – mudar o projeto se a
confiabilidade não alcançar o valor desejado.
Em análise de confiabilidade – comparar a confiabilidade obtida com
o valor desejado;
10) Avaliar os fatores de sensibilidade.
No Anexo D é apresentado um resumo sobre teoria da probabilidade.
MELCHERS (2002), NOWAK e COLLINS (2000), MADSEN et alli (1986) e HART (1982) abordam estes assuntos mais detalhadamente.
Nos itens 3.3. e 3.4. são apresentados, respectivamente, um breve
histórico sobre o desenvolvimento da confiabilidade de estruturas e uma revisão
bibliográfica de trabalhos que abordam avaliação da confiabilidade de vigas de
concreto armado.
73
3.2. Conceitos Fundamentais sobre Confiabilidade de Estruturas
3.2.1. Função de Estado e Probabilidade de Falha
A falha em um estado significa que a estrutura atingiu condições
indesejáveis, podendo ocasionar colapso total ou parcial (estado limite último) ou
então interrupção do uso normal da estrutura (estado limite de serviço).
Na confiabilidade estrutural, os modos de comportamento são
representados pelas funções de estado )X(G . Essas funções são,
normalmente, definidas por:
)X(S)X(R)X(G −= (3.2)
onde:
X - é o vetor de variáveis aleatórias;
)X(R - representa a resistência do elemento;
)X(S - representa a solicitação imposta ao elemento.
Conforme já mencionado, uma determinada combinação de valores das
variáveis de projeto pode resultar numa condição de falha para estrutura. Nesta
situação )X(S)X(R < e 0)X(G < . A estrutura se encontra no domínio de
falha.
Para determinar a probabilidade de ocorrer um cenário de falha na
estrutura é utilizada a função de estado. O interesse é conhecer qual a
probabilidade da função de estado assumir valores menores que zero, ou seja,
pertencentes ao domínio de falha:
( )0≤= )X(GPpf (3.3)
podendo ser expressa por:
∫=F
Xf dx)X(fp
(3.4)
onde )X(fX representa a função densidade de probabilidades conjunta das
variáveis aleatórias no vetor X envolvidas no problema e F representa o
domínio de falha.
Na Figura 3.1 estão representadas, para um problema com duas
variáveis aleatórias )S,R( , as funções densidade de probabilidades marginais
74
de cada variável, Rf e Sf , a função densidade de probabilidades conjunta RSf e
o domínio de falha.
Figura 3.1 – Definição do domínio de falha; retirada de MELCHERS (2002).
3.2.2. Problema Básico de Confiabilidade
O problema básico de confiabilidade de estruturas considera apenas um
modo de falha e duas variáveis aleatórias )S,R( , R representando a resistência
e S a solicitação. A função de estado é dada por:
SRZ)X(G −== (3.5)
ou
1SRZ)X(G −== (3.6)
A probabilidade de falha é expressa pela seguinte equação:
( )[ ] ∫ ∫=≤=F
RSf dsdr)s,r(fS,RGPp 0 (3.7)
A Figura 3.2 mostra, para o problema básico de confiabilidade, as curvas
da função densidade de probabilidade conjunta, representada no plano das
variáveis aleatórias R e S , e o domínio de falha )G( 0< , limitado por 0=G .
75
Figura 3.2 – Problema básico de confiabilidade.
No caso de R e S serem variáveis estatisticamente independentes,
)s(f)r(f)s,r(f SRRS = , a probabilidade de falha é calculada por:
∫ ∫∞
∞− ∞−
=s
SRf dsdr)s(f)r(fp (3.8)
)r(fR e )s(fS são as funções densidade de probabilidade (PDF).
Porém, ∫∞−
s
R dr)r(f define a função de distribuição cumulativa (CDF) da
variável aleatória R , então a equação 3.8 pode ser reescrita:
∫∞
∞−
= ds)s(f)s(Fp SRf (3.9)
esta integral é conhecida como “integral de convolução”, onde )s(FR representa
a probabilidade de sR ≤ , o que levaria à ruptura, e ds)s(fS representa a
probabilidade de S assumir um valor entre s e dss + , com 0ds → , conforme
Figura 3.3.
76
s
fR(s),fS(s)
0
fS(s) fR(s)
s s + ds
s
fR(s),fS(s)
0
fS(s) fR(s)
s s + ds
Figura 3.3 – Representação da “integral de convolução”; adaptada de MELCHERS (2002).
3.2.3. Definição do Índice de Confiabilidade Beta
Para o problema básico representado na equação 3.5, com R e S sendo variáveis normais e independentes, tem-se que Z também é uma variável
normal e de acordo com a regra de adição ou subtração de variáveis aleatórias
normais (Anexo D):
SRZ μμμ −= (3.10)
222SRZ σσσ +=
(3.11)
A Figura 3.4 representa graficamente a probabilidade de falha fp e o
índice de confiabilidade β para este problema. Observando que β mede a
distância entre o valor médio de Z e o ponto zero (onde é definido o limite entre
estado seguro e estado de falha) em unidades de desvios padrões. Portanto, a
falha ocorre quando:
0=− ZZ βσμ (3.12)
e
Z
Z
σμ
β =
(3.13)
ou
22SR
SR
σσ
μμβ
+
−=
(3.14)
77
Figura 3.4 – Probabilidade de Falha; adaptada de MELCHERS (2002).
Para efetuar o cálculo da probabilidade de falha, deste problema, é usual
transformar a variável Z numa variável padrão com média zero e desvio padrão
unitário denominada variável reduzida (conforme Anexo D):
Z
ZZY
σμ−
= (3.15)
então:
∫∞−
=≤=y
Yf dy)y(f)G(Pp 0 (3.16)
)y()y(fY φ= representa a distribuição normal padrão de probabilidades, e y a
variável reduzida.
Se 0== Z)X(G :
βσμ
−=−=Z
ZY (3.17)
e
∫−
∞−
=β
dy)y(fp Yf (3.18)
ou:
)(pf βΦ −= (3.19)
0 μZ
σZ σZ
βσZ
fZ(z)
G>0 G<0
seguro falha
Z
Probabilidade
de falha
78
)(Φ é a função de distribuição cumulativa padrão, tabelada em livros de
estatística.
3.2.4. Método FORM (First Order Reliability Method)
Na maioria dos problemas que utilizam confiabilidade de estruturas a
função de estado é complexa, envolvendo várias variáveis aleatórias
estatisticamente dependentes entre si, dificultando muito a resolução do
problema por avaliação numérica, pois para estes casos a integral de
convolução, apresentada anteriormente, não pode ser utilizada.
Para estes problemas a equação geral para se obter a probabilidade de
falha é a seguinte:
( ) nn
x x
X,,X,X
x
f dxdxdxx,,x,xfpa n
n
b
LLL L 212121∫ ∫∫∞− ∞−∞−
= (3.20)
onde nba x,,x,x L são constantes.
Métodos alternativos estão sendo empregados para a resolução destes
problemas, como: o método de simulação de Monte Carlo e os métodos
numéricos, conhecidos como FORM (First Order Reliability Method) e SORM
(Second Order Reliability Method). Nesse trabalho é utilizado o método FORM,
devido à sua eficiência (rapidez computacional).
No método FORM as variáveis aleatórias X (de distribuições quaisquer e
dependentes entre si ou não) são transformadas do espaço original para o
espaço normal padrão, sendo variáveis aleatórias estatisticamente
independentes Y . A função de estado é escrita em função das variáveis do
espaço normal padrão. A superfície de falha é aproximada, em cada iteração,
por uma superfície linear tangente à 0=)Y(G no ponto com a menor distância
entre a superfície de falha 0=)Y(G e a origem. Depois que ocorre a
convergência obtém-se *y , denominado de ponto de projeto no espaço das
variáveis reduzidas Y , e determina-se o índice de confiabilidade β que
representa a distância de *y até a origem, sendo β um valor nominal de
referência. A Figura 3.5 ilustra o processo realizado no método FORM.
79
Figura 3.5 – Transformação do espaço original para o espaço reduzido (Normal Padrão); adaptada de CHOI e YOUN (2001).
No espaço normal padrão, β é definido por:
*y=β (3.21)
Dependendo da forma da função de estado no espaço Y a aproximação
feita por este método pode ser a favor ou contra a segurança, sendo a favor
para funções convexas em torno do ponto de projeto e contra para funções
côncavas (Figura 3.6).
Figura 3.6 – Aproximação do Método FORM para superfícies Côncavas e Convexas.
1
G(X) = 0Superfície de falha
G(X) < 0
G(X) > 0
Região segura
Região de falha
G(Y) = 0Superfície de falha
G(Y) < 0
FORM
Indice de Confiabilidade β
G(Y) > 0
PDF conjunta
fY(y)
PDF conjunta
fY(y) PDF
Conjunta fX(x)
*
Média
Superfície de falha Côncava
MétodoFORM
PDF conjunta
fY(y)
Superfície de falha Convexa
G(Y) = 0
G(Y) = 0 β
Y1
Y2
80
A transformação de variáveis aleatórias quaisquer, correlacionadas ou
não, em variáveis normais estatisticamente independentes é feita utilizando as
distribuições normais equivalentes. As transformações dessas variáveis
correlacionadas em variáveis normais padrão estatisticamente independentes é
realizada através da transformação de Nataf, conforme apresentado adiante.
Para variáveis correlacionadas não normais são obtidos coeficientes de
correlações equivalentes, conforme explanado no Anexo D.
A busca do ponto de projeto *y é um dos passos fundamentais para a
obtenção da probabilidade de falha pelo método FORM, sendo realizada a partir
de um problema de programação não linear P com uma restrição.
Utilizando o enfoque RIA (Reliability Index Approach) obtém-se, a partir
de um algoritmo de otimização, o ponto de projeto *y tendo como restrição a
função de estado 0=)Y(G .
0)Y(GaSujeitoyMinimiza:P
= (3.22)
O índice de confiabilidade é calculado a partir de:
*y=β (3.23)
e a probabilidade de falha, pelo método FORM, é obtida por:
( )βΦ −=fp (3.24)
3.2.4.1. Transformação de Nataf
A transformação de Nataf é realizada tendo como dados as funções
densidade de probabilidades marginais de cada variável aleatória e o coeficiente
de correlação equivalente entre pares de variáveis, não sendo necessário
conhecer a função densidade de probabilidades conjunta.
Um vetor X contendo variáveis normais correlacionadas ou não é
transformado em outro vetor Y contendo variáveis normais padrão
estatisticamente independentes:
)mX(Y −= −1σΓ (3.25)
no ponto corrente x :
m - é o vetor com as médias normais equivalentes das variáveis aleatórias
X ; σ - é a matriz diagonal contendo os desvios padrões normais equivalentes
das variáveis aleatórias X .
81
As médias e desvios padrões equivalentes são obtidos para variáveis
aleatórias que não tenham distribuições de probabilidades normais (Anexo D).
A matriz Γ é obtida por:
1−= LΓ (3.26)
L é a matriz triangular inferior obtida a partir da decomposição de Choleski da
matriz dos coeficientes de correlações equivalentes entre as variáveis X ,
(Anexo D).
Quando variáveis aleatórias não normais são correlacionadas, o valor
original do coeficiente de correlação deve ser corrigido para um valor de
coeficiente de correlação entre variáveis normais equivalentes (Anexo D).
A equação 3.25 pode ser reescrita da seguinte forma:
)mX(JY −= (3.27)
pois J representa o Jacobiano da transformação, calculado por:
XYJ
∂∂
= (3.28)
3.2.4.2. Pesquisa do Ponto de Projeto
A busca do ponto de projeto *y , como já mencionada, pode ser
representada como um problema de otimização (ou programação não-linear)
com uma restrição. O algoritmo varia de acordo com o enfoque utilizado (RIA ou
PMA).
No enfoque RIA o algoritmo mais usado na análise de confiabilidade de
estruturas é o denominado de HLRF, desenvolvido por Hasofer e Lind (1974) e
aperfeiçoado por Rackwitz e Fiessler (1978), apud SAGRILO (2004), definido
pela seguinte expressão (Figura 3.7):
[ ])y(G
y)y(G)y(G)y(y
Ky
KKy
KKK
∇
∇−=+ α1 (3.29)
sendo:
)y(G
)y(G)y(
Ky
KyK
∇
∇−=α
(3.30)
)X(G)Y(G = (3.31)
)X(G)J()Y(G xT
y ∇=∇ −1
(3.32)
82
onde: )y( Kα representa o vetor unitário normal ao plano tangente à superfície
)y(G no ponto y ; )X(G e )Y(G são, respectivamente, as funções de estado
no espaço original e reduzido; )X(Gx∇ e )Y(Gy∇ são os gradientes, avaliados
nos pontos Kx e Ky respectivamente.
Figura 3.7 – Representação gráfica da busca do ponto de projeto pelo enfoque RIA para um problema com duas variáveis; adaptada de CHOI e YOUN (2001).
Neste processo iterativo de busca do ponto mais provável *y é obtido o
valor correspondente de 1+Ky no espaço original X :
( ) ( )KKTKK yyJxx −+= +−+ 111 (3.33)
O processo é repetido até a convergência de 1+Ky para *y , sendo o
critério de convergência definido por:
tolerânciay
yy*
1k*
≤− +
(3.34)
o valor da tolerância adotado neste trabalho é 410 − .
3.2.4.3. Medidas de Sensibilidade
Além da probabilidade de falha, o método FORM fornece na análise da
confiabilidade outras respostas, chamadas de medidas de sensibilidades, como
fatores de importância, fatores de omissão, fatores de sensibilidade
paramétricos, entre outros.
Y2
0
β
y*
αKyK
yK+1
G(Y) = 0
G(Y) = GK > 0
KK
y
K
)y(G
)y(Gα
∇
KKK )y( αα•
Y1
83
É apresentado, a seguir, apenas o fator de importância. Este fator indica
qual a importância que cada variável aleatória tem na resposta da probabilidade
de falha de um determinado modo, sendo definido por:
2iiI α=
(3.35)
para a variável iY , iα representa o co-seno diretor entre o vetor normal à
superfície de falha no ponto de projeto *y e o eixo da variável reduzida iY ,
dado por:
*)y(G
*)y(G
y
iyi
∇
∇=α (3.36)
sendo iy *)y(G∇ a componente do gradiente da função de estado no espaço
reduzido.
A partir desse cálculo observa-se que as variáveis aleatórias com fatores
de importância elevados são as que realmente influenciam na avaliação da
probabilidade de falha obtida, ou seja, a variabilidade dessas variáveis tem maior
influência na resposta. As variáveis que apresentam fatores de importância
baixos podem passar a ser consideradas como determinísticas.
3.2.4.4. Coeficientes Parciais de Segurança
O método do estados limites últimos, utilizado nos projetos estruturais, é
um método semi-probabilístico, onde se utilizam modelos de cálculo
determinísticos, considerando as incertezas associadas às variáveis envolvidas,
através da aplicação de coeficientes parciais de segurança. Os valores de
cálculo utilizados são obtidos a partir da aplicação destes coeficientes a valores
característicos da resistência e da solicitação.
O valor característico de uma variável aleatória é determinado como um
valor que, de acordo com sua distribuição de probabilidades, representa um nível
percentual de ser ultrapassado, sendo dependente do tipo de material e da
classe da estrutura.
A definição dos coeficientes parciais de segurança foi feita, durante anos,
com base na experiência dos projetistas estruturais. Recentemente estes
coeficientes vêm sendo determinados com base científica, utilizando a
confiabilidade de estruturas.
É estabelecido um valor aceitável para a probabilidade de falha, ou índice
de confiabilidade. O projeto inicial (dimensões da estrutura) é modificado até que
este valor de probabilidade de falha seja alcançado. Tendo definido os modelos
84
probabilísticos e os valores característicos das variáveis aleatórias envolvidas no
problema, determinam-se os valores dos coeficientes parciais de segurança para
uma estrutura específica.
O método FORM pode ser utilizado, para calibrar estes coeficientes, pois
um dos resultados deste método é o ponto de projeto *y composto pelos
valores de projeto das variáveis aleatórias quando a probabilidade de falha
desejada é alcançada. Se forem adotados, no projeto estrutural, valores de
cálculo iguais ao do ponto de projeto, a estrutura terá a probabilidade de falha
resultante desta análise de confiabilidade.
Os coeficientes parciais de segurança são obtidos
para as solicitações impostas à estrutura por:
ik
ii
)x(*)x(
=γ (3.37)
onde:
i*)x( - é o valor da variável i no ponto de projeto quando a probabilidade de
falha aceitável é alcançada;
ik )x( - é o valor característico desta variável usado no projeto.
para as resistências dos materiais a partir de:
i
ik
i *)x()x(
=γ
(3.38)
3.2.5. Confiabilidade de Sistemas Estruturais
Quando a falha de um elemento estrutural pode ocorrer devido a mais de
uma função de estado limite se denomina, na teoria de confiabilidade de
estruturas, de sistema.
Sistema na análise de confiabilidade de estruturas pode ser
representado, por exemplo, por uma viga, pois esta pode falhar devido a mais de
uma função de estado limite.
Neste caso a probabilidade de falha fp é calculada para cada função de
estado separadamente, utilizando os processos já apresentados, e em seguida
avalia-se a probabilidade de falha do sistema, considerando a contribuição de
todas as funções de estado, ou seja, todos os modos de falha.
Dentro da confiabilidade de estruturas um sistema pode ser classificado
em: sistema em série, quando a falha de um de seus modos leva a ruptura do
85
mesmo; sistema em paralelo, quando a ruptura do mesmo só ocorre depois da
falha de todos os seus modos; ou sistema misto, quando existe uma combinação
de sistema em série e em paralelo. A Figura 3.8 representa graficamente esta
classificação.
Y2
Y1
β1
β2
G1(Y) = 0
G2(Y) = 0
FORM
Y2
Y1
β1
β2
G1(Y) = 0
G2(Y) = 0
FORM
(a) (b)
Y2
Y1
β1
β2
G1(Y) = 0
G2(Y) = 0
FORM
Y2
Y1
β1
β2
G1(Y) = 0
G2(Y) = 0
FORM
(a) (b)
Figura 3.8 – (a) Sistemas em série e (b) Sistemas em paralelo, dentro da análise de confiabilidade de estruturas; adaptada de LIMA e SAGRILO (2002).
Matematicamente, a probabilidade de falha de um sistema em série é
expressa pela união dos eventos que representam os modos de ruptura,
enquanto que para um sistema em paralelo é expressa pela interseção dos
mesmos, conforme definida nas equações a seguir.
( )⎥⎥⎦
⎤
⎢⎢⎣
⎡≤=
=U
j
ii
sf )Y(GPp
10
(3.39)
( )⎥⎥⎦
⎤
⎢⎢⎣
⎡≤=
=I
j
ii
pf )Y(GPp
10
(3.40)
j é o número de modos de ruptura possíveis no problema.
Reescrevendo a equação 3.39:
...PPPpj
i
j
i
j
ik
j
klikl
j
ikik
j
ii
sf −+−= ∑ ∑ ∑ ∑∑∑
= = > >>= 1 11 (3.41)
sendo
( )0≤= )Y(GPP ii (3.42)
( ) ( )[ ]00 ≤∩≤= )Y(GP)Y(GPPP kiik (3.43)
( ) ( ) ( )[ ]000 ≤∩≤∩≤= )Y(GP)Y(GP)Y(GPPP lkiikl (3.44)
86
A probabilidade de falha de um sistema em série pode ser calculada
conforme definido na equação a seguir, sendo previamente conhecidos os
valores de iβ obtidos pelo Método FORM.
( ) .dxdxdx;Xp1 m2
m21msf ∫ ∫∫
∞− ∞−∞−
=β ββ
ρϕ LL (3.45)
onde:
( )ρϕ ;Xm - é a função densidade de probabilidades m-dimensional normal
padrão, ver Anexo D;
X - é o vetor das variáveis aleatórias normais padrão;
ρ - é o vetor dos coeficientes de correlação entre os modos de ruptura.
A integral multi-dimensional definida na equação 3.45 só pode ser
resolvida de forma analítica em alguns casos especiais. O cálculo da
probabilidade de falha pode ser efetuado utilizando os limites de primeira-ordem
ou segunda-ordem (limites de Ditlevsen), obtendo como resposta os limites
superior e inferior da probabilidade de falha do sistema em série.
Para modos de ruptura estatisticamente independentes a probabilidade
de falha pode ser representada por:
( )∏=
−−=j
ii
sf Pp
111 (3.46)
a expansão da equação 3.46 resulta na equação 3.41. Se 1Pi << os termos de
segunda e terceira ordem ( ikP e iklP ) são desprezados, sendo:
∑=
≅j
ii
sf Pp
1 (3.47)
No caso onde todos os modos de ruptura são totalmente dependentes a
probabilidade de falha pode ser representada por:
( )i
j
isf Pmaxp
1== (3.48)
significando que o modo de ruptura que apresenta a maior probabilidade de falha
é sempre o mais provável de ocorrer.
Os limites de primeira ordem para qualquer sistema em série onde os
modos de falha estão entre completamente independentes e totalmente
dependentes são definidos por:
( ) ∑==
≤≤j
1ii
sfi
j
1iPpPmax (3.49)
87
As equações 3.46 a 3.49 são válidas para 0≥ikρ (condição abordada no
Capítulo 5). No caso de 0ik <ρ os limites inferior e superior de primeira ordem
são obtidos em ANG e TANG (1984).
Nos limites de segunda ordem (ou limites de Ditlevsen) os termos ikP
são considerados. Os limites, inferior e superior, são respectivamente obtidos a
partir de:
∑ ∑=
−
= ⎪⎭
⎪⎬⎫
⎪⎩
⎪⎨⎧
⎥⎥⎦
⎤
⎢⎢⎣
⎡∩−+≥
j
i
i
kkii
sf ,PPPmaxPp
2
1
11 0 (3.50)
[ ]∑∑= <=
∩−≤j
iik
ik
j
ii
sf PPmaxPp
21 (3.51)
j é o número de modos de ruptura (funções de estado) possíveis no problema.
Surge a necessidade de se calcular os termos de segunda ordem, que
podem ser obtidos por:
),,(P ikkiik ρββ −−Φ= (3.52)
onde:
),(, ρΦ - CDF bidimensional normal padrão;
iβ - índice de confiabilidade do modo i de ruptura;
jβ - índice de confiabilidade do modo j de ruptura;
ikρ - coeficiente de correlação entre dois modos de ruptura (Figura 3.9),
definido por:
kiik ααρ ⋅= (3.53)
sendo iα e kα os vetores dos co-senos diretores nos pontos de projeto *y
associados aos modos de ruptura.
A função cumulativa bidimensional normal padrão é obtida por:
dz)z,,()()(),,( kikiikki
ik
ββϕβΦβΦρββΦρ
−−+−−=−− ∫0
(3.54)
onde ),,( ikρϕ é a função densidade de probabilidades bidimensional normal
padrão, definida no Anexo D.
88
αj
βj
αi
βi
ρij = -1 θij = 180°
y1
y2
αj
βj
αi
βi y1
y2
αjβj
αi
βi
y1
y2
αi , αj
βi , βj y1
y2
Se βi = βj = 3,0βe,série = 2,782
ρij = 0 θij = 90°
Se βi = βj = 3,0βe,série = 2,783
ρij = √0,5 θij = 45°
Se βi = βj = 3,0βe,série = 2,812
ρij = 1 θij = 0°
Se βi = βj = 3,0βe,série = 3,0
αj
βj
αi
βi
ρij = -1 θij = 180°
y1
y2
αj
βj
αi
βi y1
y2
αjβj
αi
βi
y1
y2
αi , αj
βi , βj y1
y2
Se βi = βj = 3,0βe,série = 2,782
ρij = 0 θij = 90°
Se βi = βj = 3,0βe,série = 2,783
ρij = √0,5 θij = 45°
Se βi = βj = 3,0βe,série = 2,812
ρij = 1 θij = 0°
Se βi = βj = 3,0βe,série = 3,0
Figura 3.9 – Significado do coeficiente de correlação entre dois modos de falha; adaptada de SØRENSEN (2004).
A CDF bidimensional normal padrão também pode ser obtida pelos
limites ikP :
para 0≥ikρ :
[ ] )B(P)A(P),,()B(P),A(Pmax ikikikkiikik +≤−−Φ≤ ρββ (3.55)
para 0<ikρ :
[ ])B(P),A(Pmin),,(0 ikikikki ≤−−Φ≤ ρββ (3.56)
)A(P ik e )B(P ik são calculados pelas seguintes expressões:
89
⎟⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜⎜
⎝
⎛
−
−−−=
21 ik
iikkiik )()A(P
ρ
βρβΦβΦ (3.57)
⎟⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜⎜
⎝
⎛
−
−−−=
21 ik
kikikik )()B(P
ρ
βρβΦβΦ (3.58)
reescrevendo as equações 3.50 e 3.51:
( )∑ ∑=
−
=
+
⎪⎭
⎪⎬⎫
⎪⎩
⎪⎨⎧
⎥⎥⎦
⎤
⎢⎢⎣
⎡∩−+≥
j
i
i
kkii
sf ,PPPmaxPp
2
1
11 0 (3.59)
( )[ ]∑∑=
−
<=
∩−≤j
iik
ik
j
ii
sf PPmaxPp
21 (3.60)
( )+∩ ki PP e ( ) −∩ ik PP são os limites superior e inferior de ikP ,
respectivamente.
Obtido o valor de sfp calcula-se, a partir da inversa da CDF normal
padrão, o valor do índice de confiabilidade correspondente. Este valor não
representa a distância do ponto de projeto à origem, pois no caso de sistemas há
mais de um ponto de projeto. O valor obtido pela inversa da CDF normal padrão
é chamado de índice de confiabilidade equivalente série,eβ .
3.3. Revisão Bibliográfica
A seguir são apresentadas revisões bibliográficas de trabalhos que
abordam avaliação da confiabilidade de vigas de concreto armado.
LU et alii (1994) avaliaram a confiabilidade de vigas de concreto armado
submetidas à flexão, à força cortante e à torção, projetadas segundo as
prescrições do ACI 318 (1989). As vigas submetidas à força cortante foram
avaliadas, também, utilizando a formulação de Zsutty (1971). A interação entre a
força cortante e o momento de torção foi considerada através de uma superfície
de falha elíptica proposta pelo ACI 318 (1989). Foram consideradas como
variáveis aleatórias as resistências dos materiais, os carregamentos e os
parâmetros geométricos da seção transversal da viga e da armadura. Incluiu-se
em cada função de estado limite uma variável aleatória, denominada de fator de
modelagem, para considerar as incertezas relativas ao modelo de cálculo
utilizado. Os modelos probabilísticos dos fatores de modelagem dependiam do
90
estado limite analisado. A avaliação da confiabilidade foi realizada utilizando o
método FORM e o método SORM. Os valores dos índices de confiabilidade
obtidos para os vários modos de falha foram comparados. Realizou-se uma
análise de confiabilidade considerando a formulação de sistemas em série. Foi
verificado, a partir dos resultados obtidos, que os valores dos índices de
confiabilidade, considerando sistemas em série ou não, são mais sensíveis à
carga acidental, às resistências dos materiais e aos fatores de modelagem.
Observou-se que o modo de falha à flexão controlou a confiabilidade das vigas
nos casos onde a relação entre carga acidental e permanente era alta. Quando
esta relação era menor do que um o modo de falha à força cortante controlou a
segurança da viga.
VAL et alii (1997) apresentou um método probabilístico para avaliar a
confiabilidade de vigas e pórticos planos de concreto armado submetidos à
flexão. Foi adotado um modelo de elementos finitos não-linear para análise de
estruturas. Para análise probabilística foi utilizado o método numérico FORM.
Identificou-se, a partir de análises de sensibilidade, as variáveis que alteravam o
valor do índice de confiabilidade em mais de %5 . Foram adotadas como
variáveis aleatórias as resistências dos materiais, a altura útil da viga e os
carregamentos. Um estudo considerando ou não a correlação entre as
propriedades dos materiais entre os elementos do pórtico foi realizado e
constatou-se que a correlação deve ser considerada. Inclui-se como variável
aleatória um fator de modelagem associado às incertezas existentes no modelo
estrutural adotado. Foram avaliados índices de confiabilidade para duas
situações (falha da coluna externa e falha da coluna interna), considerando ou
não o fator de modelagem. Verificou-se que a coluna externa apresentou maior
probabilidade de falha. Os fatores de sensibilidade foram avaliados e observou-
se que as variáveis mais significativas foram a carga acidental e a resistência à
tração do aço.
MACHADO et alii (2000) analisaram a confiabilidade de vigas de concreto
armado submetidas à flexão e à força cortante, projetadas segundo as
prescrições da NBR 6118 (1980) e da NBR 8681 (1984). O método AFORM
(Advanced First-Order Reliability Method) foi utilizado. Foram consideradas como
variáveis aleatórias as resistências dos materiais, os carregamentos e os
parâmetros geométricos da seção transversal da viga. Incluiu-se uma variável
aleatória para representar o erro contido no modelo utilizado para a flexão.
Foram obtidos valores de índice de confiabilidade para 24 vigas analisadas à
91
flexão e 48 vigas analisadas à força cortante. Para análise a flexão obteve-se o
menor índice de confiabilidade (maior probabilidade de falha) quando a
resistência do concreto era maior, a relação entre carga acidental e permanente
era maior e a taxa de armadura longitudinal era menor. O maior índice de
confiabilidade foi obtido para a situação contrária. Para análise à força cortante o
menor índice de confiabilidade foi obtido quando a resistência do concreto era
maior, a relação entre carga acidental e permanente era maior, a taxa de
armadura longitudinal era maior e a taxa de armadura transversal era menor. O
maior índice de confiabilidade foi obtido para a situação contrária.
REAL e CAMPOS (2000) utilizaram o Método de Monte Carlo para
avaliar o efeito da variabilidade das propriedades geométricas e dos materiais
sobre a resposta estática da estrutura. Foram consideradas como variáveis
aleatórias as propriedades mecânicas dos materiais e os parâmetros
geométricos da seção transversal da viga. As correlações existentes entre as
propriedades mecânicas do concreto foram levadas em consideração no modelo
de geração de variáveis aleatórias. Foi empregado um modelo não-linear de
elementos finitos para efetuar análises de vigas e pilares de concreto armado
previamente dimensionados segundo a NBR 6118 (1980). As vigas e os pilares
foram levados à ruptura com carregamento sempre crescente. A influência de
cada variável aleatória foi analisada tanto para carga de serviço quanto para
carga de ruptura. Foi verificado que a variabilidade da flecha em vigas sob carga
de serviço é muito influenciado pela dispersão das propriedades mecânicas do
concreto. Observou-se que a variabilidade da carga de ruptura das vigas,
projetadas para terem uma ruptura dúctil, é controlada pela dispersão da tensão
de escoamento da armadura. Para os pilares analisados, dimensionados a flexo-
compressão, foi verificado que a variabilidade da resposta cresce na medida em
que a dispersão das propriedades do concreto cresce, porém este efeito diminui
com o aumento da taxa de armadura.
SANTOS e EBOLI (2004) analisaram um pórtico de concreto armado
resistente a forças de vento. Os esforços solicitantes no pórtico foram obtidos da
análise elástica efetuada com auxílio do programa SALT-UFRJ (2001). Foram
consideradas como variáveis aleatórias as resistências dos materiais e os
carregamentos. Incluíram-se duas variáveis aleatórias para se levar em
consideração as incertezas das hipóteses de análise e do projeto estrutural,
denominadas de fatores de modelagem das cargas e de fatores de modelagem
das resistências. Foram obtidos valores de índice de confiabilidade, de ponto de
92
projeto e de sensibilidade, pela implementação computacional do método FORM
para a função de estado limite à flexão da seção crítica, definida com diversos
valores de área de seção transversal de armadura. Como resultado um gráfico
que relaciona o valor do índice de confiabilidade com o valor da área de
armadura foi apresentado. Duas soluções em particular foram analisadas, a
primeira considerou a área de armadura para a qual se obteve valor de índice de
confiabilidade igual a 3,80 (definido pelo Eurocode EN1990 (2001) como um
valor aceitável no caso de prédios residenciais, escolas e hotéis). A segunda
considera a área de armadura obtida pelo dimensionamento da seção crítica no
ELU conforme especificação da NBR 6118 (2003). Para esta situação foi obtido
um valor de índice de confiabilidade maior do que 3,80, indicando que o
dimensionamento convencional é conservador. Os coeficientes de segurança
obtidos para estas duas situações foram avaliados.
KASZYNSKA et alii (2005) avaliaram o efeito da qualidade do concreto e
da mão-de-obra na confiabilidade das vigas. A análise da confiabilidade foi
realizada para vigas de concreto armado e para vigas metálicas submetidas à
flexão e à força cortante utilizando as prescrições do ACI 318 (2002) para as
vigas de concreto armado e as prescrições AISC LRFD (1992) para as vigas
metálicas. Foram consideradas como variáveis aleatórias as resistências dos
materiais e os carregamentos. Os parâmetros de resistência analisados foram o
fator fornecido pela relação entre o valor médio e o valor nominal (“bias factor”) e
o coeficiente de variação. Os resultados obtidos indicaram que o “bias factor” é o
parâmetro determinante. Quando foi avaliada a capacidade à flexão verificou-se
que a resistência das barras de aço (para vigas de concreto armado) ou a
resistência dos perfis de aço (para vigas metálicas) influenciaram mais. Quando
foi analisada a capacidade à força cortante percebeu-se que a resistência do
concreto também apresentou visível influência no valor do índice de
confiabilidade.
4 Formulação do Problema
4.1. Introdução
O objetivo deste capítulo é apresentar um resumo da metodologia adotada
para o desenvolvimento de diversos exemplos de aplicação apresentados no
Capítulo 5.
Como já mencionado, este trabalho tem como enfoque principal avaliar
seções transversais de vigas de concreto armado reforçadas com CFRP à força
cortante utilizando confiabilidade de estruturas.
Para seções de concreto armado sem reforço, previamente dimensionadas
(com área de armadura transversal de aço conhecida), faz-se, apenas, a análise
de confiabilidade. No caso de seções de concreto armado reforçadas, são
realizadas análises de confiabilidade para variações de taxas geométricas de
reforço ou é efetuado o dimensionamento da taxa geométrica de reforço para um
valor mínimo de índice de confiabilidade pré-determinado, denominado de índice
de confiabilidade de referência (especificado no item 4.2.4.).
Para realizar os estudos mencionados acima foi desenvolvido um
programa em linguagem C que permite avaliar a confiabilidade à força cortante
de seções reforçadas, ou não, e dimensionar o reforço à força cortante utilizando
confiabilidade de estruturas. Neste programa foi utilizado o método numérico de
primeira ordem, FORM.
Nos itens, subseqüentes, são apresentados, com mais detalhes:
• os dados de entrada do programa;
• as opções de análise e os dados de saída do programa;
• o fluxograma esquemático das opções de análise;
• o valor do índice de confiabilidade de referência adotado;
• as funções de estado implementadas.
94
4.2. Programa Implementado
4.2.1. Dados de Entrada Necessários
a) Valores das variáveis consideradas como determinísticas:
Propriedades geométricas da seção de concreto armado:
Largura da viga ( wb );
Altura da viga ( h );
Altura útil da viga (d );
Área da armadura transversal de aço ( swA );
Espaçamento entre as armaduras transversais de aço (s );
Ângulo de inclinação das bielas de compressão (θ ).
Propriedades geométricas e mecânicas do reforço – CFRP:
Altura inferior do reforço ( fbd );
Altura superior do reforço ( ftd );
Módulo de elasticidade longitudinal do compósito ( fE );
Ângulo de inclinação das fibras principais do compósito ( β );
Tipo de execução do reforço, adotado o número 2 quando o reforço
for executado apenas nos lados da viga, adotado o número 3 quando
o reforço for executado envolvendo em forma de U a seção
transversal da viga e o número 4 quando o reforço for executado
envolvendo completamente a seção transversal da viga. Ressaltando
que para o envolvimento completo não é considerado o modo de
colapso referente à tração diagonal devido ao descolamento do
reforço ( 4β ), conforme Capítulo 2;
Taxa geométrica de reforço mínima ( min,fρ );
Taxa geométrica de reforço máxima ( max,fρ ). Quando se pretende
analisar a confiabilidade min,fmax,f ρρ = .
b) Modelos probabilísticos das variáveis ( cf , ywf , ff , gV , qV , Rφ e Sφ )
adotadas como aleatórias:
Os modelos são definidos pelos seguintes dados de entrada:
Quantidade de variáveis consideradas como aleatórias;
95
Vetor contendo o tipo de distribuição de probabilidade adotado para
cada variável aleatória. Foi utilizado no vetor o número 1 para
distribuição Normal, o número 2 para Lognormal, o número 3 para
Gumbel Max e o número 4 para Weibull;
Vetor contendo o valor característico de cada variável aleatória;
Vetor contendo o valor médio de cada variável aleatória;
Vetor contendo o desvio padrão de cada variável aleatória;
Matriz contendo os coeficientes de correlações existentes entre as
variáveis aleatórias. Nos exemplos apresentados no Capítulo 5 não
há correlação entre as variáveis aleatórias, no entanto o programa de
confiabilidade foi implementado considerando esta possibilidade.
São dados de entrada também: o valor do índice de confiabilidade de
referência, utilizado quando se pretende dimensionar o reforço, e o ponto inicial
no espaço original (vetor contendo os valores iniciais das variáveis aleatórias
para o procedimento numérico, normalmente este vetor é igual ao que contém os
valores médios das variáveis aleatórias).
4.2.2. Definição das Opções de Análise e Dados de Saída
O programa implementado permite realizar as seguintes análises:
a) Avaliar a confiabilidade de uma seção de concreto armado previamente
dimensionada pelo Estado Limite Último (ELU):
Nesta análise são considerados no cálculo os dados de entrada
referentes à seção de concreto armado (especificados no item 4.2.1.).
Utilizando as funções de estado implementadas para avaliar uma seção
de concreto armado obtém-se, pelo método FORM, os seguintes dados de
saída: os índices de confiabilidade referentes ao esmagamento das bielas
( 2β ) e à tração diagonal ( 3β ); as correspondentes probabilidades de falha;
os fatores de importância das variáveis aleatórias para os modos de falha
analisados; o valor do índice de confiabilidade considerando o problema
como um sistema em série com a correspondente probabilidade de falha.
b) Avaliar a confiabilidade de uma seção de concreto armado reforçada à força
cortante com CFRP para um valor fornecido de taxa geométrica de reforço:
96
Nesta análise são considerados no cálculo todos os dados de entrada,
com exceção do valor do índice de confiabilidade de referência. Os valores
mínimos e máximos da taxa geométrica de reforço devem ser os mesmos.
Utilizando as funções de estado implementadas para avaliar uma seção
de concreto armado reforçada com CFRP obtém-se, pelo método FORM,
os seguintes dados de saída (resultados): o índice de confiabilidade
referente ao esmagamento das bielas ( 2β ); os índices de confiabilidade,
para cada taxa geométrica de reforço, referentes à tração diagonal devido à
ruptura do reforço ( 3β ) e à tração diagonal devido ao descolamento do
reforço ( 4β ); as correspondentes probabilidades de falha; os fatores de
importância das variáveis aleatórias para os três modos de falha
analisados; o valor do índice de confiabilidade, para cada taxa geométrica
de reforço, considerando o problema como um sistema em série com a
correspondente probabilidade de falha.
c) Avaliar a confiabilidade de uma seção de concreto armado reforçada à força
cortante com CFRP com a taxa geométrica de reforço variando do valor
mínimo ao máximo:
Nesta análise são considerados no cálculo todos os dados de entrada,
com exceção dos valores mínimos e máximos da taxa geométrica de
reforço e do valor do índice de confiabilidade de referência. O valor da taxa
geométrica de reforço é variado, internamente, desde o valor mínimo
(adotado levando em consideração o espaçamento máximo proposto por
CHEN e TENG (2003 a, b) que apresenta o limite inferior para o
espaçamento máximo) até o valor máximo (adotado levando em
consideração a utilização de cinco camadas de reforço colado
continuamente ao longo do comprimento da viga).
Utilizando as funções de estado implementadas para avaliar uma seção
de concreto armado reforçada com CFRP obtém-se, pelo método FORM,
os seguintes dados de saída (resultados): o índice de confiabilidade
referente ao esmagamento das bielas ( 2β ); os índices de confiabilidade,
para cada taxa geométrica de reforço, referentes à tração diagonal devido à
ruptura do reforço ( 3β ) e à tração diagonal devido ao descolamento do
reforço ( 4β ); as correspondentes probabilidades de falha; os fatores de
importância das variáveis aleatórias para os três modos de falha
97
analisados; o valor do índice de confiabilidade, para cada taxa geométrica
de reforço, considerando o problema como um sistema em série com a
correspondente probabilidade de falha.
Esta opção de análise possibilita traçar gráficos que relacionem as taxas
geométricas de reforço com os índices de confiabilidade, permitindo
verificar, de uma maneira geral, o comportamento da seção de concreto
armado reforçada com CFRP.
d) Dimensionar a taxa geométrica de reforço necessária:
Nesta análise são considerados no cálculo todos os dados de entrada.
Utilizando a função de estado que avalia o esmagamento das bielas
obtém-se, pelo método FORM, o valor do índice de confiabilidade referente
a este modo de colapso, se este valor for maior que o valor do índice de
confiabilidade de referência inicia-se o dimensionamento do reforço.
Com os valores das taxas geométricas de reforço mínima e máxima
fornecidos, busca-se a partir de um processo iterativo, realizado utilizando o
método da bisseção, o valor da taxa geométrica de reforço necessária para
que o valor do índice de confiabilidade equivalente avaliado considerando a
formulação de sistemas em série seja maior ou igual ao valor do índice de
confiabilidade de referência.
Os resultados obtidos são: o valor da taxa geométrica de reforço
necessária; os índices de confiabilidade referentes ao esmagamento das
bielas, à tração diagonal devido à ruptura do reforço e à tração diagonal
devido ao descolamento do reforço; as correspondentes probabilidades de
falha; os fatores de importância das variáveis aleatórias para os três modos
de falha analisados; as coordenadas dos pontos de projeto obtidos para
cada modo de falha; os coeficientes parciais de segurança para o modo de
falha que apresentar o menor valor de índice de confiabilidade; o valor do
índice de confiabilidade equivalente considerando a formulação de sistemas
em série com a correspondente probabilidade de falha.
Esta metodologia de análise garante que o reforço seja dimensionado
tendo pré-determinado o nível de confiabilidade desejado.
As análises descritas acima estão representadas de forma esquemática
no fluxograma apresentado a seguir.
98
Valores das variáveis determinísticasTaxas geométricas mínima e máxima de reforçoModelos probabilísticos das variáveis aleatórias
Índice de confiabilidade de referênciaPonto inicial
Seção de concretoarmado
Sim
FORM(função estado G2 .. G3)
β2 , β3Probabilidades de falhaFatores de importânciadas variáveis aleatórias
Não
Dimensionamentodo reforço
Não
Sim
FORM(função estado G2)
β2
β2 ≥ βrNão Reforço
nãoindicadoSim
ρf,nec = ρf
novo ρf
Não
FORM (função estado G2 ..G4)
β2 , β3 , β4 , Probabilidade de falhaFatores de importância das variáveis aleatórias
Coeficientes parciais de segurança
β3 , β4
FORM(função estado G3 .. G4)
FORM(função estado G2)
β2
Sistema em série:Índice de confiabilidadeProbabilidade de falha
Sistema em série:Índice de confiabilidadeProbabilidade de falha
Sistema em série:Índice de confiabilidadeProbabilidade de falha
βe,série , ρf
FORM(sistema em série)
βe,série = βr
Sim
ρf,min = ρf,maxSim
β3 , β4
FORM(função estado G3 .. G4)
Sistema em série:Índice de confiabilidadeProbabilidade de falha
FORM(função estado G3 .. G4)
Nãoρf ρf,min .. ρf,max
ρf = ρf,maxNão
Valores das variáveis determinísticasTaxas geométricas mínima e máxima de reforçoModelos probabilísticos das variáveis aleatórias
Índice de confiabilidade de referênciaPonto inicial
Seção de concretoarmado
Sim
FORM(função estado G2 .. G3)
β2 , β3Probabilidades de falhaFatores de importânciadas variáveis aleatórias
Não
Dimensionamentodo reforço
Não
Sim
FORM(função estado G2)
β2
β2 ≥ βrNão Reforço
nãoindicadoSim
ρf,nec = ρf
novo ρf
Não
FORM (função estado G2 ..G4)
β2 , β3 , β4 , Probabilidade de falhaFatores de importância das variáveis aleatórias
Coeficientes parciais de segurança
β3 , β4
FORM(função estado G3 .. G4)
FORM(função estado G2)
β2
Sistema em série:Índice de confiabilidadeProbabilidade de falha
Sistema em série:Índice de confiabilidadeProbabilidade de falha
Sistema em série:Índice de confiabilidadeProbabilidade de falha
βe,série , ρf
FORM(sistema em série)
βe,série = βr
Sim
ρf,min = ρf,maxSim
β3 , β4
FORM(função estado G3 .. G4)
Sistema em série:Índice de confiabilidadeProbabilidade de falha
FORM(função estado G3 .. G4)
Nãoρf ρf,min .. ρf,max
ρf = ρf,maxNão
Figura 4.1 – Fluxograma esquemático das opções de análise implementadas no programa de confiabilidade de estruturas.
No programa de confiabilidade de estruturas são utilizados os limites de
segunda ordem (ou limites de Ditlevsen) para avaliação da probabilidade de
99
falha de um sistema em série. Os modos de ruptura são ordenados de forma
decrescente em relação ao valor da probabilidade de falha, segundo
recomendação de SØRENSEN (2004).
4.2.3. Índice de Confiabilidade de Referência
Índice de confiabilidade de referência é o valor mínimo estabelecido para o
índice de confiabilidade, associado a um valor máximo de probabilidade de falha
que expresse o nível de falha desejável para a estrutura.
O Eurocode EN1990 (2001) fornece valores de índices de confiabilidade
de referência rβ diferentes de acordo com classes de conseqüências, classes
de confiabilidade e períodos de retorno.
São definidas três classes de conseqüências (CC1, CC2 e CC3)
distinguidas pela proporção de impacto que a falha da estrutura pode ocasionar:
Classe CC1: pequeno número de perdas de vidas humanas e
conseqüências: ambientais, sociais ou econômicas pequenas.
Classe CC2: moderado número de perdas de vidas humanas e
conseqüências: ambientais, sociais ou econômicas consideráveis.
Classe CC3: elevado número de perdas de vidas humanas e
conseqüências: ambientais, sociais ou econômicas elevadas.
Considera-se que as conseqüências de falha são: baixas para
construções agrícolas, onde as pessoas normalmente não transitam; médias
para prédios residenciais e comerciais, hotéis, escolas, pontes de residências
(fazendas); altas para teatros, prédios e pontes com significativa utilização.
No entanto, as conseqüências de falha incluem, também: conseqüências
sociais e ambientais (por exemplo, quando a falha da estrutura pode causar uma
catástrofe ambiental) e conseqüências econômicas (devido ao custo gerado pela
reconstrução do edifício, substituição dos conteúdos que existiam no edifício e
perda de utilização do edifício).
A Tabela 4.1 fornece a classe de conseqüência que deve ser
considerada em função da freqüência de uso e da conseqüência de falha. Assim,
se uma construção agrícola, por exemplo, tiver moderada utilização, com
entrada de pessoas, a classe de conseqüência adotada é a CC2.
100
Tabela 4.1 – Classes de conseqüências.
Conseqüências de falha Freqüência de uso Baixa Média Alta
Baixa CC1 CC2 CC3
Média CC2 CC2 CC3
Alta ---- CC3 CC3
Pode ser requerido que se considere classes de conseqüências diferentes
para elementos estruturais de um hotel, por exemplo, adotando classe CC3 para
elementos de suporte de salas utilizadas para conferências, eventos sociais,
casamentos, etc, e adotando classe CC2 para os elementos de suporte dos
quartos do hotel. No entanto, normalmente considera-se classe de conseqüência
única para todos os elementos estruturais de uma construção.
As classes de conseqüência CC1, CC2 e CC3 são, respectivamente,
associadas às classes de confiabilidade RC1, RC2 e RC3, que são definidas
pelo valor do índice de confiabilidade de referência rβ . A seguir é apresentado,
na Tabela 4.2, a relação entre o valor da probabilidade de falha e o valor do
índice de confiabilidade.
Tabela 4.2 – Relação entre probabilidade de falha fp e índice de confiabilidade β .
fp β
10-1 1,28
10-2 2,32
10-3 3,09
10-4 3,72
10-5 4,27
10-6 4,75
10-7 5,20
A Tabela 4.3 fornece valores dos índices de confiabilidade de referência
dados em função da classe de confiabilidade e do período de retorno (1 ano ou
50 anos) para o Estado Limite Último.
Nas aplicações numéricas apresentadas neste trabalho é adotada a classe
de confiabilidade RC2, que considera como aceitável uma probabilidade de
falha de 10-6 por ano ( 7,4r =β ). O período de retorno adotado é o de 50 anos
( 5f 102,7p −⋅= e 8,3r =β ).
101
Tabela 4.3 – Valores dos índices de confiabilidade de referência dados em função da classe de confiabilidade e do período de retorno.
Valores para β
Estado Limite Último Classes de conseqüências
Classes de confiabilidade
1 ano 50 anos
CC3 RC3 5,2 4,3
CC2 RC2 4,7 3,8
CC1 RC1 4,2 3,3
4.2.4. Funções de Estado Implementadas
4.2.4.1. Seção de Concreto Armado
As funções de estado adotadas são definidas a partir das prescrições
apresentadas na NBR 6118 (2003) para a verificação do estado limite último de
peças lineares sujeitas à força cortante, conforme o Modelo de Cálculo I.
O Modelo de Cálculo I admite diagonais de compressão inclinadas de
°= 45θ em relação ao eixo longitudinal do elemento estrutural e, também, que a
parcela complementar cV tenha valor constante, independente de SdV .
Segundo a NBR 6118 (2003), a resistência do elemento estrutural, numa
determinada seção transversal, deve ser considerada satisfatória quando
verificadas simultaneamente as seguintes condições:
a) a força cortante solicitante de cálculo SdV não exceda a força cortante
resistente de cálculo 2RdV , relativa à ruína das diagonais comprimidas de
concreto.
2RdSd VV ≤ (4.1)
b) a força cortante solicitante de cálculo SdV não exceda a força cortante
resistente de cálculo 3RdV , relativa à ruína por tração diagonal.
SdRd VV ≥3 (4.2)
sendo:
swcRd VVV +=3 (4.3)
onde:
102
cV - é a parcela de força cortante absorvida por mecanismos
complementares ao de treliça;
swV - é a parcela de força cortante resistida pela armadura transversal,
calculada por:
( )αα cossenfd,s
AV ywd
swsw += 90 (4.4)
O Modelo de Cálculo I define que:
dbf,V wcdvRd α2702 = (4.5)
⎟⎠
⎞⎜⎝
⎛−=
2501 ck
vf
α (4.6)
e: dbf,V wctdc 60= (4.7)
sendo:
c
inf,ctkctd
ff
γ= (4.8)
ctminf,ctk f7,0f = (4.9)
32
ckctm f3,0f = (4.10)
substituindo as equações 4.8, 4.9 e 4.10 na equação 4.7 tem-se:
dbf126,0V w32
ckc = (4.11)
A equação 4.7 só é válida para casos de elementos estruturais
submetidos à flexão simples ou flexo-tração com a linha neutra cortando a
seção.
De acordo com o apresentado, formulam-se duas funções de estado,
relacionadas às condições impostas nas equações 4.1 e 4.2, porém sem adotar
valores característicos ou de cálculo para as resistências ou solicitações:
Primeira função de estado – relativa à ruína das diagonais comprimidas
de concreto:
1VV
GS
2R2 −= (4.12)
substituindo a equação 4.6 na equação 4.5, e decompondo a solicitação SV nas
duas parcelas das cargas consideradas, gV e qV (provenientes de cargas
permanentes e acidentais respectivamente), tem-se reescrita a expressão 4.12:
103
1)VV(
dbf250f
127,0G
qg
wcc
2 −+
⎟⎠
⎞⎜⎝
⎛−
= (4.13)
Segunda função de estado – relativa à ruína por tração diagonal:
1VV
GS
3R3 −= (4.14)
substituindo a equação 4.4 e a 4.11 e decompondo a solicitação SV , tem-se
reescrita a expressão 4.14:
( )1
)VV(
cossinfd9,0s
Adbf126,0G
qg
ywsw
w32
c3 −
+
++=
αα (4.15)
As equações 4.13 e 4.15 são as funções de estado utilizadas no
programa de confiabilidade de estruturas, implementado em C, para analisar a
seção transversal, mais solicitada, de uma viga de concreto armado sujeita à
força cortante. As variáveis consideradas como aleatórias são: cf , ywf , gV e qV .
Conforme apresentado no Capítulo 3, é necessário avaliar os gradientes
das funções de estado. Esta avaliação foi obtida analiticamente num programa
de Computação Algébrica e Simbólica e posteriormente inserida ao programa de
confiabilidade de estruturas.
4.2.4.2. Seção de Concreto Armado Reforçada com CFRP
Para vigas reforçadas, deve-se considerar três funções de estado, sendo:
Primeira função de estado )G( 2 – relativa à ruína das diagonais
comprimidas de concreto, definida na equação 4.13;
Segunda função de estado – relativa à ruína por tração diagonal, devido
à ruptura do reforço:
1)VV(
VVVG
qg
r,fswc3 −
+
++= (4.16)
Terceira função de estado – relativa à ruína por tração diagonal, devido
ao descolamento do reforço:
1)VV(
VVVG
qg
d,fswc4 −
+
++= (4.17)
A segunda e terceira função de estado dependem do modelo (ou
prescrição) adotado para efetuar o cálculo da parcela de força cortante fV
resistida pelo FRP. Duas formulações foram consideradas. Optou-se por utilizar
104
o modelo semi-empírico de CHEN e TENG (2003 a, b) e as prescrições do
Bulletin 14 fib (2001), pois, de uma maneira geral, foram os que apresentaram
valores menores de coeficientes de variação na comparação teórico-
experiemental realizada no Capítulo 2.
Cada modelo (ou prescrição) apresenta duas formulações para
verificação de fV , devido as duas limitações existentes: ruptura à tração do
compósito, que fornece r,fV , e descolamento do compósito, que fornece d,fV .
As equações de r,fV e d,fV são acrescentadas na expressão 4.14, conforme
mostrado em 4.16 e 4.17.
1) CHEN e TENG (2003 a, b):
Reescrevendo as equações apresentadas no item 2.2.4. de forma a se
obter expressões de r,fV e d,fV em função da taxa geométrica do compósito fρ
e das variáveis aleatórias, tem-se:
para parcela de força cortante resistida pelo FRP, limitada pela ruptura do
compósito:
( ) ββρς sincot1hbf21
21V fewffr,f +⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛ += (4.18)
para parcela de força cortante resistida pelo FRP, limitada pelo
descolamento do compósito:
se 1>λ :
( ) ββρ
βππ
sincot1hb
tfE
ftE
L21427,0V
fewf
f
cfw
c
ff
máxd,f
+
⎥⎥⎦
⎤
⎢⎢⎣
⎡ −−=
(4.19)
se 1<λ :
( ) ββρ
πβπ
sincot1hb
tfE
ftE
L21sin
ftE
L854,0V
fewf
f
cf
c
ff
máxw
c
ff2
máxd,f
+
⎟⎟⎟⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜⎜⎜⎜
⎝
⎛
= (4.20)
se 1=λ :
( ) ββρβπ
sincot1hbt
fEf
tEL854,0V fewf
f
cfw
c
ff2
máxd,f += (4.21)
onde λ é obtido pela equação 2.36 ou, em função de ff , por:
105
c
ff
máx
ftE
L=λ
(4.22)
no programa de confiabilidade implementado λ é calculado para cada iteração
de acordo com o valor da variável aleatória cf .
Conforme mencionado no item 2.2.4. o módulo de elasticidade do FRP e
a resistência à compressão do concreto, são expressos em MPa, enquanto a
espessura do FRP em milímetros.
Em r,fV é considerada como variável aleatória a resistência à tração do
compósito ff , enquanto que em d,fV a variável considerada como aleatória é a
resistência à compressão do concreto cf .
2) Bulletin 14 fib (2001):
Reescrevendo as equações propostas pelo Bulletin 14 fib (2001),
apresentadas no item 2.3.1., de forma a se obter expressões de r,fV e d,fV em
função das variáveis aleatórias, tem-se:
para parcela de força cortante resistida pelo FRP, limitada pela ruptura do
compósito:
( ) ββρρ
sincot1dbfE
fk153,0V wff
30,0
ff
3 2c
r,f +⎟⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜⎜
⎝
⎛= (4.23)
para parcela de força cortante resistida pelo FRP, limitada pelo
descolamento do compósito:
( ) ββρρ
sincot1dbEE
fk585,0V wff
56,0
ff
3 2c
d,f +⎟⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜⎜
⎝
⎛= (4.24)
sendo cf expresso em MPa e fE em GPa .
Em r,fV são consideradas como variáveis aleatórias a resistência à
tração do compósito ff e a resistência à compressão do concreto cf , enquanto
que em d,fV apenas cf é considerada como variável aleatória.
5 Exemplos de Aplicação
5.1. Introdução
Neste capítulo são apresentados seis exemplos elaborados de forma que
todas as opções de análises implementadas no programa de confiabilidade de
estruturas, descritas no item 4.2.2. sejam utilizadas.
A seguir, é apresentado um resumo do que é realizado nos exemplos.
Do primeiro ao quarto exemplo avalia-se a confiabilidade da seção mais
solicitada de uma viga de concreto armado (Figura 5.1a) para os modos de
colapso ocasionados pela força cortante. Os modelos probabilísticos das
variáveis consideradas aleatórias são definidos no primeiro exemplo. No
segundo exemplo, o modelo probabilístico das cargas acidentais é variado. No
terceiro, são incluídos os fatores de modelagem como variáveis aleatórias. No
quarto, as propriedades geométricas são alteradas.
No quinto exemplo é estudada a seção mais solicitada de uma viga de
concreto armado reforçada à força cortante com CFRP (Figura 5.1b), devido aos
acréscimos de cargas acidentais, para os modos de colapso ocasionados pela
força cortante. É efetuado o dimensionamento da taxa geométrica de reforço
pelo projeto corrente e pelo projeto baseado em confiabilidade e é avaliada a
confiabilidade da seção para valores fornecidos de taxa geométrica de reforço.
No sexto exemplo é efetuado o dimensionamento da taxa geométrica de
reforço pelo projeto baseado em confiabilidade, sendo variado o valor da
resistência à compressão do concreto.
Para desenvolvimento dos exemplos algumas decisões foram tomadas:
Foi considerado que o dimensionamento da armadura transversal tenha
sido efetuado, para o estado limite último, a partir do modelo de cálculo I
da NBR 6118 (2003), com o valor da intensidade da força cortante
solicitante de cálculo igual ao valor da resistência de cálculo:
107
swcRdSd VVVV +== 3 (5.1)
onde kN68,59Vc = , kN19,73Vsw = e kN87,132VV 3RdSd == .
150
6,3
@ 2
00
fck = 20 MPa
fywk = 500 MPa
dimensões em mm
640
600
fck = 20 MPa
fywk = 500 MPa
dimensões em mm
ff = 3790 MPaou
ff = 3517 MPa
150
640
600
refo
rço
tf variável
(a) (b)150
6,3
@ 2
00
fck = 20 MPa
fywk = 500 MPa
dimensões em mm
640
600
fck = 20 MPa
fywk = 500 MPa
dimensões em mm
ff = 3790 MPaou
ff = 3517 MPa
150
640
600
refo
rço
tf variável
(a) (b)
Figura 5.1 – Propriedades geométricas e mecânicas utilizadas nos exemplos: a) viga de concreto armado; b) viga reforçada.
Adotou-se a força cortante solicitante constituída por duas parcelas de
cargas, a primeira proveniente de cargas permanentes e a segunda de
cargas acidentais.
g
Sdggk
VkV
γ=
(5.2)
q
Sdqqk
VkV
γ=
(5.3)
com 4,1qg == γγ .
Foram supostas duas situações distintas para a natureza da carga total,
com predominância de parcela permanente ou acidental, de acordo com
as proporções abaixo.
Tabela 5.1 – Proporções de carga permanente e acidental em relação à carga total.
Proporções de carga permanente e acidental em relação à carga total Caso
(%)kg (%)kq
1 75 25
2 25 75
108
5.2. Primeiro Exemplo
Este exemplo tem como objetivo avaliar a confiabilidade da seção mais
solicitada de uma viga de concreto armado (Figura 5.1a) para os modos de
colapso ocasionados pela força cortante. É utilizada a opção implementada no
programa de confiabilidade de estruturas para análise de seções de concreto
armado (letra (a) do item 4.2.2.).
Os resultados obtidos são comparados com os resultados fornecidos pelo
Programa Comrel Versão 8.00 para aferição do programa implementado.
5.2.1. Modelos Probabilísticos das Resistências e das Solicitações
Neste exemplo são consideradas como variáveis aleatórias: a resistência
à compressão do concreto ( cf ), a resistência à tração do aço ( ywf ), a parcela da
força cortante proveniente das cargas permanentes ( gV ) e a parcela da força
cortante proveniente das cargas acidentais ( qV ).
Os modelos probabilísticos adotados para as variáveis são sintetizados na
tabela a seguir e definidos adiante. Estes modelos são utilizados também nos
demais exemplos, exceto quando há alguma modificação relatada no exemplo.
Tabela 5.2 – Modelos probabilísticos das resistências do concreto e do aço e das solicitações permanente e acidental.
Caso Variável Aleatória
Valor Característico Média Desvio
Padrão
Coeficiente de Variação
(%) Distribuição
1 e 2 cf )MPa( 20 26,6 4 15,04 Lognormal
1 e 2 ywf )MPa( 500 560 30 5,36 Lognormal
gV )kN( 71,18 71,18 7,12 10 Normal
1 qV
)kN( 23,73 23,73 5,93 25 Gumbel
gV )kN( 23,73 23,73 2,37 10 Normal
2 qV
)kN( 71,18 71,18 17,79 25 Gumbel Definição dos modelos probabilísticos das variáveis aleatórias:
1) Resistência à compressão do concreto
109
O modelo probabilístico adotado para a resistência à compressão do
concreto se baseia nas recomendações da NBR 8681 (2003), da NBR 12655
(1996) e do JCSS (2001).
Segundo a NBR 8681 (2003), a resistência característica inferior inf,kf
dos materiais é admitida como sendo o valor que tem apenas %5 de
probabilidade de não ser atingido pelos elementos de um dado lote de
material. O valor de inf,kf é sempre menor do que a resistência média mf ,
dada pela média aritmética das resistências dos elementos que compõe o
lote considerado de material.
A NBR 12655 (1996) fornece para o cálculo da resistência média do
concreto à compressão cjf , prevista para a idade de j dias, a seguinte
expressão:
dckcj S,ff 651+= (5.4)
onde:
dS - é o desvio padrão da dosagem, tabelado na norma de acordo com a
condição de preparo do concreto (Tabela 5.3).
Tabela 5.3 – Desvio Padrão a ser adotado em função da condição de preparo do concreto.
Condição de Preparo Desvio Padrão MPa
Boa 4,0
Média 5,5
Ruim 7,0 O valor constante ( 65,1 ) da equação 5.4 é obtido pela inversa da função
de distribuição cumulativa normal padrão (média zero e desvio padrão
unitário) para uma probabilidade de %5 , o que representa
05,0)ff(P ckc =≤ .
O JCSS (2001) sugere que seja adotada a distribuição Lognormal.
2) Resistência à tração da armadura de aço
O modelo probabilístico adotado para a resistência à tração do aço se
baseia nas recomendações do JCSS (2001) que fornece para o cálculo da
média da resistência de escoamento do aço a seguinte expressão:
ywyw fnomf 2S σμ += (5.5)
110
onde:
nomS - valor característico da resistência de escoamento ywkf , emMPa ;
ywfσ - desvio padrão da resistência de escoamento do aço, sendo
recomendado pelo JCSS (2001) o valor de MPa30 .
É sugerido adotar distribuição Lognormal.
3) Força cortante proveniente da carga permanente
Considera-se como carga permanente o peso próprio da estrutura e os
elementos não estruturais conectados permanentemente à estrutura.
O modelo probabilístico adotado para a carga permanente é baseado em
ELLINGWOOD et alii (1980), que propõe 10,0CoV = e distribuição Normal,
e na NBR 8681 (2003), onde é mencionado que para as cargas permanentes
o valor característico é igual ao valor médio.
Considera-se que o modelo probabilístico adotado para a força cortante
proveniente da carga permanente é o mesmo adotado para a carga
permanente.
4) Força cortante proveniente da carga acidental
A carga acidental é dividida em duas categorias:
a) contínua: constituída do peso dos móveis, dos equipamentos, das
pessoas e de seus pertences.
b) momentânea: constituída do peso das pessoas e de seus pertences
que pode existir durante um evento não usual como numa
emergência, quando todos se posicionam numa mesma sala, ou
devido ao armazenamento de móveis numa determinada área.
Segundo NOWAK e COLLINS (2000), os parâmetros estatísticos das
duas categorias de carga acidental dependem da área de influência, sendo,
quanto maior a área de contribuição para a carga acidental menor é o valor
nominal da carga. O valor do coeficiente de variação também diminui com o
aumento da área de influência.
A carga acidental máxima equivalente, considerada para um período de
retorno de 50 a 100 anos, é resultante da combinação da carga acidental
contínua com a carga acidental momentânea e os parâmetros probabilísticos
dependem da variação temporal da carga acidental momentânea, da
duração da carga acidental contínua e do tempo de retorno considerado.
O modelo probabilístico adotado para a carga acidental máxima
equivalente, para um período de retorno de 50 anos, é baseado em
111
ELLINGWOOD et alii (1980), que propõe 25,0CoV = ; distribuição de valores
extremos máximos do tipo I (Gumbel) e valor médio igual ao valor
característico.
Considera-se que o modelo probabilístico adotado para força cortante
proveniente da carga acidental é o mesmo adotado para a carga acidental.
5.2.2. Resultados
Pela Tabela 5.4 constata-se que os valores obtidos pelos dois programas
são muito próximos e que a seção de concreto armado analisada tem maior
probabilidade de falhar devido à ruína de sua alma por tração diagonal,
coincidindo com a filosofia adotada pela NBR 6118 (2003).
Observa-se que os índices de confiabilidade diminuem com o aumento
da proporção de cargas acidentais, sendo que o valor da carga total é mantido.
Comparando os valores obtidos de índices de confiabilidade ( 2β e 3β )
com o valor de 8,3r =β , sugerido pelo Eurocode ENV (1990), verifica-se que
para o Caso 1 os valores de 2β e 3β são exagerados, porém para o Caso 2, o
valor de 3β (referente à tração diagonal) é menor do que 8,3r =β .
Esta diferença de nível de confiabilidade ocorre porque o método semi-
probabilístico utilizado na NBR 6118 (2003) adota coeficientes de segurança
iguais para cargas permanentes e acidentais, não levando em consideração a
maior variabilidade das cargas acidentais. Na análise de confiabilidade de
estruturas a diferença de variabilidade é considerada através da adoção de
valores diferentes de coeficientes de variação para cargas permanentes e
acidentais e, também, distintas distribuições de probabilidade.
Tabela 5.4 – Índices de confiabilidade e probabilidades de falha do primeiro exemplo para os modos de colapso.
Programa Proporções das cargas (%) Implementado em C Comercial – Comrel Caso
gk qk
2β 2fp 3β 3fp 2β 2fp 3β 3fp
1 75 25 9,72 - 5,66 7,44E-9 9,72 1,26E-22 5,66 7,47E-9
2 25 75 6,74 7,68E-12 3,27 5,41E-4 6,74 7,70E-12 3,27 5,36E-4
112
A Tabela 5.5 mostra que os valores do índice de confiabilidade
equivalente e da probabilidade de falha, considerando a formulação de sistemas
em série, assumem os mesmos valores obtidos para o modo de falha referente à
tração diagonal (contidos na Tabela 5.4).
Os valores do coeficiente de correlação entre as duas funções de falha
(Tabela 5.5) indicam que os modos de ruptura são dependentes entre si,
apresentando dependência maior para o Caso 2.
Tabela 5.5 – Índice de confiabilidade equivalente e probabilidade de falha do primeiro exemplo para sistema em série.
Caso ikρ série,eβ série,fp
1 0,88 5,66 7,44E-9
2 0,93 3,27 5,41E-4
Quanto aos fatores de importância observa-se, pela Tabela 5.6, que para a
função de estado que avalia o esmagamento das bielas as variáveis aleatórias
cf e qV apresentam fatores de importância próximos no Caso 1, porém qV
passa a ter uma importância bem maior no Caso 2, devido à proporção de
cargas acidentais ser maior. Na função de estado que avalia a tração diagonal
somente o fator de importância de qV é significativo, isto pode estar relacionado
com o fato de que o valor do coeficiente de variação adotado para qV é bem
maior do que os adotados para as demais variáveis.
Tabela 5.6 – Fatores de importância das variáveis aleatórias do primeiro exemplo para os modos de colapso.
Fatores de importância (%)
Programa Implementado Programa Comrel Caso Índice
cf ywf gV
qV cf ywf
gV qV
2β 48,7 - 2,4 48,9 49,0 - 2,4 48,6 1
3β 9,6 3,1 6,9 80,4 9,6 3,5 6,9 80,0
2β 26,6 - 0,1 73,3 26,7 - 0,1 73,2 2
3β 3,7 1,0 0,2 95,1 3,6 1,1 0,2 95,1
113
5.3. Segundo Exemplo
Este exemplo tem como objetivo analisar o elevado fator de importância
obtido no exemplo anterior para a variável aleatória qV .
O exemplo anterior é repetido considerando os mesmos modelos
probabilísticos, porém alterando o valor do coeficiente de variação das cargas
acidentais de %25 para %10 , passando a ter um valor igual ao adotado para as
cargas permanentes. Posteriormente o valor do coeficiente de variação da
variável qV é variado, assumindo valores entre %10 a %30 , e finalmente a
confiabilidade é avaliada adotando distribuição Normal e coeficiente de variação
igual a %10 para a variável aleatória qV .
5.3.1. Resultados
Adotando um coeficiente de variação menor para as cargas acidentais a
seção de concreto armado passa a apresentar uma confiabilidade maior (Tabela
5.7), os valores dos índices de confiabilidade aumentam e valores de
probabilidades de falha diminuem, comparado com os valores obtidos no
primeiro exemplo (Tabela 5.4).
A partir da Tabela 5.7 observa-se que com o aumento de proporção de
cargas acidentais (Caso 2) os valores dos índices de confiabilidade diminuem,
conforme constatado, também, no primeiro exemplo. Isto indica que adotar
distribuição Gumbel (distribuição de valores extremos máximos) para as cargas
acidentais influencia muito o resultado, mostrando que uma variável com o
comportamento representado pela distribuição Gumbel torna-se determinante na
avaliação de falha da estrutura.
Tabela 5.7 – Índices de confiabilidade e probabilidades de falha do segundo exemplo para os modos de colapso, com CoV_Vq = 10%.
Proporções das cargas (%)
Índices de confiabilidade e probabilidades de falha Caso
gk qk 2β 2fp 3β 3fp
1 75 25 11,41 - 7,96 8,88E-16
2 25 75 9,32 - 5,34 4,74E-8
114
A Tabela 5.8 mostra que os valores do índice de confiabilidade equivalente
e da probabilidade de falha, considerando a formulação de sistemas em série,
continuam assumindo os mesmos valores obtidos para o modo de falha
referente à tração diagonal (contidos na Tabela 5.7).
Tabela 5.8 – Índice de confiabilidade e probabilidade de falha do segundo exemplo para sistema em série, com CoV_Vq = 10%.
Caso ikρ série,eβ série,fp
1 0,78 7,96 8,88E-16
2 0,90 5,34 4,74E-8
Os valores dos fatores de importância obtidos para as variáveis aleatórias
(Tabela 5.9) deixam claro a elevada influência da distribuição Gumbel, adotada
para as cargas acidentais, pois mesmo no Caso 1 onde %75 da carga total é de
natureza permanente a variável qV apresenta, para a função de estado que
avalia a tração diagonal, um fator de importância bem maior, chegando a ser
aproximadamente duas vezes maior do que o apresentado para a variável gV .
Tabela 5.9 – Fatores de importância das variáveis aleatórias do segundo exemplo para os modos de colapso, com CoV_Vq = 10%.
Fatores de importância (%) Caso Índice
cf ywf gV
qV
2β 79,5 - 10,2 10,3 1
3β 21,0 8,8 22,1 48,1
2β 43,7 - 0,2 56,1 2
3β 7,9 2,5 0,6 89,0
Na Figura 5.2 é verificada a influência do valor do coeficiente de variação
adotado para qV nos valores dos índices de confiabilidade ( 2β e 3β ).
115
0
2
4
6
8
10
12
14
0,10 0,15 0,20 0,25 0,30Coeficiente de Variação de Vq
Índi
ces
de c
onfia
bilid
ade beta 2 beta 3
0
2
4
6
8
10
12
14
0,10 0,15 0,20 0,25 0,30Coeficiente de Variação de Vq
Índi
ces
de c
onfia
bilid
ade beta 2 beta 3
Caso 1 Caso 2
(a) (b)
0
2
4
6
8
10
12
14
0,10 0,15 0,20 0,25 0,30Coeficiente de Variação de Vq
Índi
ces
de c
onfia
bilid
ade beta 2 beta 3
0
2
4
6
8
10
12
14
0,10 0,15 0,20 0,25 0,30Coeficiente de Variação de Vq
Índi
ces
de c
onfia
bilid
ade beta 2 beta 3
Caso 1 Caso 2 0
2
4
6
8
10
12
14
0,10 0,15 0,20 0,25 0,30Coeficiente de Variação de Vq
Índi
ces
de c
onfia
bilid
ade beta 2 beta 3
0
2
4
6
8
10
12
14
0,10 0,15 0,20 0,25 0,30Coeficiente de Variação de Vq
Índi
ces
de c
onfia
bilid
ade beta 2 beta 3
Caso 1 Caso 2
(a) (b) Figura 5.2 – Gráfico coeficiente de variação de Vq x índices de confiabilidade:
(a) Caso 1, (b) Caso 2.
A Figura 5.3 apresenta gráficos que relacionam fatores de importância
das variáveis aleatórias com coeficientes de variação adotados para a variável
aleatória qV para o Caso 1, onde %75 da carga total é de natureza permanente.
0
15
30
45
60
75
90
0,10 0,15 0,20 0,25 0,30Coeficiente de Variação de Vq
Fato
res
de Im
portâ
ncia
I_fc I_Vg I_Vq
0
15
30
45
60
75
90
0,10 0,15 0,20 0,25 0,30Coeficiente de Variação de Vq
Fato
res
de Im
portâ
ncia
I_fc I_fyw I_Vg I_Vq
(a) (b)
0
15
30
45
60
75
90
0,10 0,15 0,20 0,25 0,30Coeficiente de Variação de Vq
Fato
res
de Im
portâ
ncia
I_fc I_Vg I_Vq
0
15
30
45
60
75
90
0,10 0,15 0,20 0,25 0,30Coeficiente de Variação de Vq
Fato
res
de Im
portâ
ncia
I_fc I_fyw I_Vg I_Vq
(a) (b)
G2 G3
0
15
30
45
60
75
90
0,10 0,15 0,20 0,25 0,30Coeficiente de Variação de Vq
Fato
res
de Im
portâ
ncia
I_fc I_Vg I_Vq
0
15
30
45
60
75
90
0,10 0,15 0,20 0,25 0,30Coeficiente de Variação de Vq
Fato
res
de Im
portâ
ncia
I_fc I_fyw I_Vg I_Vq
(a) (b)
0
15
30
45
60
75
90
0,10 0,15 0,20 0,25 0,30Coeficiente de Variação de Vq
Fato
res
de Im
portâ
ncia
I_fc I_Vg I_Vq
0
15
30
45
60
75
90
0,10 0,15 0,20 0,25 0,30Coeficiente de Variação de Vq
Fato
res
de Im
portâ
ncia
I_fc I_fyw I_Vg I_Vq
(a) (b)
G2 G3
Figura 5.3 – Gráfico coeficiente de variação de Vq x fatores de importância das
variáveis aleatórias (caso 1): (a) para função de estado que avalia o esmagamento das bielas, (b) para função de estado que avalia a tração diagonal.
Se fosse adotada a distribuição Normal e coeficiente de variação igual a
10% para as duas parcelas de cargas (permanentes e acidentais) os resultados
dos índices de confiabilidade obtidos para os Casos 1 e 2 seriam iguais
( 49,112 =β e 54,83 =β ) e a importância das variáveis aleatórias gV e qV se
revezariam de acordo com a proporção adotada de carga permanente e
acidental (Tabela 5.10), confirmando que o elevado valor do fator de importância
da variável aleatória qV , no primeiro exemplo, é principalmente devido a se
adotar distribuição Gumbel para as cargas acidentais.
116
Tabela 5.10 – Fatores de importância das variáveis aleatórias do segundo exemplo para os modos de colapso, supondo distribuição Normal e CoV = 10% para cargas
permanentes e acidentais.
Fatores de importância (%) Caso Índice
cf ywf gV
qV
2β 86,0 - 12,6 1,4 1
3β 33,4 16,1 45,4 5,1
2β 86,0 - 1,4 12,6 2
3β 33,4 16,1 5,1 45,4
5.4. Terceiro Exemplo
Este exemplo tem como objetivo acrescentar os fatores de modelagem
como variáveis aleatórias.
O primeiro exemplo é repetido considerando os mesmos modelos
probabilísticos, porém com o acréscimo os modelos probabilísticos referentes
aos fatores de modelagem, definidos adiante.
5.4.1. Considerações e Modelos Probabilísticos dos Fatores de Modelagem
Os modelos de cálculo são de natureza numérica, analítica ou empírica.
Na maioria das vezes, são incompletos e inexatos, devido à introdução de
algumas simplificações. Para considerar as incertezas existentes nos modelos
são utilizados os fatores de modelagem (tratados como variáveis aleatórias).
Estes fatores são empregados nos seguintes modelos de cálculo:
a) modelos de cálculo das cargas;
b) modelos de cálculo dos efeitos das cargas;
c) modelos de cálculo das resistências.
Segundo ELLINGWOOD et alii (1980), as incertezas existentes nos
modelos de cálculo das cargas já estão sendo consideradas nos valores dos
coeficientes de variação adotados para as cargas permanentes e acidentais
(item 5.2.1.).
O JCSS (2001) recomenda modelos probabilísticos para os fatores de
modelagem dos efeitos das cargas Sφ e das resistências Rφ em função do tipo
117
de estrutura e do material utilizado. Para o modelo de cálculo da força cortante
atuante em vigas e para o modelo de cálculo da resistência à força cortante de
elementos de concreto armado são recomendados os seguintes modelos
probabilísticos para Sφ e Rφ , respectivamente.
Tabela 5.11 – Modelo probabilístico do fator de modelagem da solicitação e da resistência.
Caso Variável Aleatória
Valor Característico Média Desvio
Padrão
Coeficiente de Variação
(%) Distribuição
1 e 2 Sφ 1,0 1,0 0,10 10 Lognormal
1 e 2 Rφ 1,4 1,4 0,35 25 Lognormal
O modelo probabilístico recomendado pelo JCSS (2001) para o fator de
modelagem da resistência Rφ contém valores de média e de coeficiente de
variação elevados. Estes valores são adotados neste trabalho, pois ainda existe
discordância em relação ao modelo de cálculo da capacidade resistente à força
cortante, no que diz respeito à parcela de força cortante absorvida por
mecanismos complementares ao de treliça, pois cada norma fornece uma
equação diferente.
Acrescentando os fatores de modelagem como variáveis aleatórias
passa-se de quatro para seis variáveis aleatórias nos problemas de análise de
confiabilidade de seções de concreto armado. As funções de estado são
modificadas, para incluir as novas variáveis:
( ) 1SRG
iS
iRi −=
φφ (5.6)
5.4.2. Resultados
Utilizando os fatores de modelagem, a estrutura apresenta valores
menores de índices de confiabilidade quando comparados com os fornecidos no
primeiro exemplo, porque as imperfeições dos modelos de cálculo foram levadas
em consideração e a estrutura foi melhor avaliada.
Verifica-se que o valores dos índices de confiabilidade (Tabela 5.12)
diminuem mais para o Caso 1 do que para o Caso 2, comparado com os valores
apresentados na Tabela 5.4, e que tanto para o Caso 1 quanto para o Caso 2 o
valor de 3β (referente à tração diagonal) é menor do que 8,3r =β .
118
Tabela 5.12 – Índices de confiabilidade e probabilidades de falha do terceiro exemplo para os modos de colapso.
Proporções das cargas (%)
Índices de confiabilidade e probabilidades de falha Caso
gk qk
2β 2fp 3β 3fp 1 75 25 6,74 7,66E-12 3,63 1,44E-4
2 25 75 5,71 5,66E-9 3,11 9,23E-4 A partir da Tabela 5.13 percebe-se que os valores do índice de
confiabilidade equivalente (Caso 1 e Caso 2), considerando a formulação de
sistemas em série, continuam assumindo os mesmos valores dos obtidos para o
modo de falha referente à tração diagonal (Tabela 5.12) porque os valores de 3β
são muito menores do que os valores de 2β .
Tabela 5.13 – Índice de confiabilidade e probabilidade de falha do terceiro exemplo para sistema em série.
Caso ikρ série,eβ série,fp
1 0,96 3,63 1,44E-4
2 0,97 3,11 9,23E-4
A Tabela 5.14 mostra que o fator de modelagem da resistência Rφ é a
variável aleatória que apresenta, no Caso 1, o maior fator de importância. No
Caso 2, a variável aleatória qV continua tendo importância elevada porque %75
da carga total é de natureza acidental.
Tabela 5.14 – Fatores de importância das variáveis aleatórias do terceiro exemplo para os modos de colapso.
Fatores de importância (%) Caso Índice
cf ywf gV
qV Rφ Sφ
2β 18,3 - 3,6 8,2 60,0 9,9 1
3β 3,0 0,8 5,5 5,8 72,9 12,0
2β 11,8 - 0,1 42,3 39,3 6,5 2
3β 1,9 0,5 0,2 43,8 46,0 7,6
119
5.5. Quarto Exemplo
Este exemplo é teórico e tem como objetivo ilustrar a necessidade de se
considerar a formulação de sistemas em série.
O terceiro exemplo é repetido diminuindo a altura útil da seção
transversal ( mm220d = ), diminuindo o espaçamento da armadura transversal
( mm100s = ) e aumentando a área de armadura transversal ( 2sw mm144A = ).
5.5.1. Resultados
A partir das Tabelas 5.15 e 5.16 verifica-se que quando os valores dos
índices de confiabilidade 2β (referente ao esmagamento das bielas) e 3β
(referente à tração diagonal) se aproximam, o índice de confiabilidade
equivalente obtido considerando a formulação de sistemas em série assume um
valor menor do que os valores obtidos para 2β e 3β , mostrando a importância
de se considerar esta formulação. Neste exemplo, os fatores de modelagem são
considerados.
Tabela 5.15 – Índices de confiabilidade e probabilidades de falha do quarto exemplo para os modos de colapso.
Proporções dascargas (%)
Índices de confiabilidade e probabilidades de falha Caso
gk qk 2β 2fp 3β 3fp
1 75 25 3,57 1,80E-4 3,66 1,25E-4
2 25 75 3,14 8,47E-4 3,14 8,52E-4 Tabela 5.16 – Índice de confiabilidade e probabilidade de falha do quarto exemplo
para sistema em série.
Caso ikρ série,eβ série,fp
1 0,92 3,49 2,41E-4
2 0,95 3,03 1,21E-3
120
5.6. Quinto Exemplo
Este exemplo tem como objetivo dimensionar o reforço à força cortante
necessário devido à suposição de dois acréscimos diferentes de cargas
acidentais, conforme especificado na Tabela 5.17.
Tabela 5.17 – Acréscimos de cargas acidentais.
Caso gkV
)kN(
inicial,qkV
)kN(
qkVΔ
)kN(
final,qkV
)kN( inicial,S
final,S
VV
1a 71,18 23,73 71,18
2a 23,73 71,18 47,45
118,63 1,50
1b 71,18 23,73 94,91
2b 23,73 71,18 71,18
142,36 1,75
5.6.1. Considerações
Com os acréscimos de carga acidental os valores característicos, os
valores médios e os valores dos desvios padrões contidos nos modelos
probabilísticos (Caso 1 e Caso 2) de qV são alterados. O valor do coeficiente de
variação de qV continua sendo 25%. As proporções das cargas permanentes e
acidentais em relação à carga total também se alteram.
Tabela 5.18 – Alterações nos modelos probabilísticos das cargas acidentais e nas combinações de cargas devido aos acréscimos de carga
acidental.
Proporções das cargas em relação
à carga total Caso Valor
Característico )kN(
Média )kN(
Desvio Padrão
)kN( (%)kg (%)kq
1a 71,18 71,18 17,79 50 50
2a 118,63 118,63 29,66 17 83
1b 94,91 94,91 23,73 43 57
2b 142,36 142,36 35,59 14 86 Avaliando-se os índices de confiabilidade da seção de concreto armado
para as novas solicitações, devido aos acréscimos de carga acidental, verifica-se
que os valores do índice de confiabilidade 2β (referente ao esmagamento das
121
bielas) diminuem, mas ainda continuam maiores do que o valor de referência
8,3r =β , enquanto que os valores do índice de confiabilidade 3β (referente à
tração diagonal) tornam-se muito baixos (Tabela 5.19).
Neste exemplo, são analisadas duas situações diferentes: I – sem
considerar os fatores de modelagem e II – considerando os fatores de
modelagem. Assim, pode-se observar a influência da adoção destes fatores, no
entanto, ressalta-se que em problemas reais os fatores de modelagem devem
sempre ser considerados.
Tabela 5.19 – Índices de confiabilidade e probabilidades de falha para os acréscimos de carga do quinto exemplo, para duas situações: I - sem considerar
os fatores de modelagem e II – considerando os fatores de modelagem.
Sem fator de modelagem Com fator de modelagem Caso
2β 2fp 3β 3fp 2β 2fp 3β 3fp 1a 6,22 2,55E-10 2,10 1,76E-2 5,11 1,63E-7 2,13 1,65E-2
2a 5,04 2,26E-7 1,55 6,01E-2 4,55 2,67E-6 1,92 2,77E-2
1b 5,32 5,27E-8 1,14 1,26E-1 4,56 2,55E-6 1,61 5,41E-2
2b 4,47 3,97E-6 0,90 1,85E-1 4,14 1,77E-5 1,47 7,08E-2 A partir dos valores dos índices de confiabilidade apresentados na Tabela
5.19 verifica-se a possibilidade ( r2 ββ > ) e a necessidade ( r3 ββ < ) de se
realizar o reforço à força cortante. O reforço é executado com CFRP colado em
forma de “U” (Figura 5.4) com o ângulo de suas fibras principais °= 90β .
(a) (b)
Reforçocom tecido:
CF-130ou
CF-530
tf variável
β
sf variável
wf variável
(a) (b)
Reforçocom tecido:
CF-130ou
CF-530
tf variável
β
sf variável
wf variável
Figura 5.4 – Desenho esquemático do tipo de execução do reforço considerado
nos exemplos.
As taxas geométricas de reforço necessárias para resistir aos acréscimos
de carga acidental são dimensionadas por dois enfoques:
122
semi-probabilístico – projeto corrente (rotinas de cálculo apresentadas no
Anexo A);
probabilístico – projeto baseado em confiabilidade (opção implementada
no programa de confiabilidade de estruturas para dimensionamento do
reforço à força cortante com CFRP (letra (c) dos itens 4.2.2. e 4.2.3.).
O material de reforço adotado é o tecido unidirecional de fibras de
carbono impregnado “in situ” por resina epoxídica. São utilizados dois tipos
diferentes de tecidos unidirecionais de fibras de carbono:
Wabo®MBrace CF-130 (de alta resistência);
Wabo®MBrace CF-530 (de alto módulo).
O dimensionamento da taxa geométrica de reforço necessária é realizado
utilizando as propriedades geométricas e mecânicas desses dois tipos de tecidos
(CF-130 e CF-530).
Os valores obtidos de taxas geométricas de reforço, para os dois
enfoques de cálculo e para os dois tipos de tecidos considerados, são
comparados.
5.6.2. Modelo Probabilístico da Resistência à Tração do Compósito
Para realizar o dimensionamento baseado em confiabilidade é preciso
adotar modelos probabilísticos para as resistências à tração dos dois compósitos
considerados, de acordo com o tipo de tecido de fibras de carbono utilizado (CF-
130 ou CF-530).
Segundo manual técnico da MBrace, o compósito de fibras de carbono é
fortemente influenciado pelas propriedades mecânicas do tecido de fibras
utilizado. No dimensionamento do reforço somente a resistência à tração e o
módulo longitudinal do tecido de fibras são considerados. Estes valores são
determinados a partir da realização do ensaio de tração direta em corpos de
prova de CFRP, executados conforme recomendações da ASTM
D3039/D3039M (2000). A resistência à tração última é determinada
considerando apenas a área do tecido, para isso considera-se no cálculo da área
a espessura nominal do tecido ( mm165,0tf = ). A resistência característica fkf
do CFRP, utilizada no dimensionamento, é determinada por:
fffmfk 3ff σ−= (5.7)
sendo:
123
fmf - valor médio da resistência à tração última do CFRP;
ffσ - desvio padrão da resistência à tração última do CFRP.
A Tabela 5.20 fornece os valores médio e característico da resistência à
tração última e os valores do módulo de elasticidade longitudinal dos compósitos
constituídos pelos tecidos de fibras de carbono Wabo®MBrace. A Figura 5.5
apresenta as retas tensão x deformação dos mesmos compósitos.
Tabela 5.20 – Valores médio e característico da resistência à tração última e valores do módulo de elasticidade longitudinal dos compósitos constituídos pelos
tecidos de fibras de carbono Wabo®MBrace.
Tecidos unidirecionais fmf )MPa( fkf )MPa( fE )GPa(
Wabo®MBrace CF-130 4275 3790 228
Wabo®MBrace CF-530 4027 3517 372
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5 20Deformação específica do CFRP (‰)
Res
istê
ncia
à tr
ação
do
CFR
P (M
Pa)
εfmεfk
Ef εfmεfk
ffm
ffk
Ef
CF-130
CF-53
0
3σff3σff
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5 20Deformação específica do CFRP (‰)
Res
istê
ncia
à tr
ação
do
CFR
P (M
Pa)
εfmεfk
Ef εfmεfk
ffm
ffk
Ef
CF-130
CF-53
0
3σff3σff
Figura 5.5 – Retas tensão x deformação dos compósitos constituídos pelos
tecidos de fibras de carbono Wabo®MBrace.
Os modelos probabilísticos adotados para as resistências à tração dos
dois compósitos de fibras de carbono Wabo®MBrace são baseados nos valores
fornecidos na Tabela 5.20, conforme apresentado na Tabela 5.21. O módulo de
elasticidade longitudinal é tratado como variável determinística.
A distribuição de probabilidades recomendada para a resistência à tração
dos compósitos de fibras de carbono é a de valores extremos mínimos do Tipo III
(Weibull), segundo PLEVRIS et alii (1995).
124
Tabela 5.21 – Modelos probabilísticos das resistências à tração dos compósitos
constituídos pelos tecidos de fibras de carbono Wabo®MBrace.
Caso Variável Aleatória
Valor Característico Média Desvio
Padrão
Coeficiente de Variação
(%) Distribuição
Tecido Wabo®MBrace CF-130
1 e 2 ff )MPa( 3790 4275 161,67 3,78 Weibull
Tecido Wabo®MBrace CF-530
1 e 2 ff )MPa( 3517 4027 170 4,22 Weibull
5.6.3. Resultados
Os resultados apresentados nas tabelas a seguir (exceto Tabelas 5.24 e
5.25) foram obtidos utilizando a opção implementada no programa de
confiabilidade de estruturas para dimensionamento da taxa geométrica de
reforço (letra (d) do item 4.2.2.).
Os resultados das Tabelas 5.24 e 5.25 foram obtidos utilizando a opção
implementada no programa de confiabilidade de estruturas para análise de
seções de concreto armado reforçadas à força cortante com CFRP para um
valor fornecido de taxa geométrica de reforço (letra (b) do item 4.2.2.). O valor de
taxa geométrica fornecido no programa é o obtido pelo projeto corrente.
Os gráficos foram elaborados a partir dos resultados obtidos utilizando a
opção implementada para análise de seções de concreto armado reforçadas à
força cortante com CFRP com a taxa geométrica de reforço variando do valor
mínimo ao máximo (letra (c) dos itens 4.2.2. e 4.2.3.).
Como mencionado no Capítulo 4, optou-se por dimensionar o reforço
utilizando o modelo semi-empírico de CHEN e TENG (2003 a, b) e as
prescrições do Bulletin 14 fib (2001). Os valores obtidos de taxa geométrica de
reforço necessária, pelo enfoque semi-probabilístico e pelo enfoque
probabilístico, são apresentados nas Tabelas 5.22 e 5.23, conforme o material
de reforço utilizado (tecido unidirecional de fibras de carbono Wabo@MBrace
CF-130 ou Wabo@MBrace CF-530). Para cada caso analisado, o reforço é
dimensionado sem considerar os fatores de modelagem e, também,
considerando, assim pode-se avaliar a influência dos fatores de modelagem.
Pelo enfoque semi-probabilístico, a taxa geométrica de reforço obtida
utilizando o modelo de CHEN e TENG (2003 a, b) é maior do que utilizando as
prescrições do Bulletin 14 fib (2001). Isto ocorre, principalmente, porque as
125
equações apresentadas pelo Bulletin 14 fib (2001) são dadas em função da
resistência média do concreto à compressão, enquanto que as equações
apresentadas no modelo CHEN e TENG (2003 a, b) são dadas em função da
resistência característica do concreto à compressão. No enfoque probabilístico a
resistência à compressão do concreto é considerada como variável aleatória
utilizando nos dois modelos, CHEN e TENG (2003 a, b) e Bulletin 14 fib (2001), o
mesmo modelo probabilístico de cf .
De acordo com os valores apresentados nas Tabelas 5.22 e 5.23 verifica-
se que quando é utilizado como material de reforço o tecido unidirecional de
fibras de carbono Wabo@MBrace CF-530 a taxa geométrica de reforço
necessária fρ é bem menor do que quando é utilizado o tecido Wabo@MBrace
CF-130.
Quando os fatores de modelagem não são considerados, verifica-se que
para os Casos 1a e 1b (maior proporção de carga permanente) as taxas
geométricas de reforço obtidas pelo enfoque probabilístico são bem menores do
que as obtidas pelo enfoque semi-probabilístico. Para os Casos 2a e 2b (maior
proporção de carga acidental) ocorre o contrário.
Quando os fatores de modelagem são considerados, as taxas
geométricas de reforço obtidas pelo enfoque probabilístico, para todos os casos,
são bem maiores do que as obtidas pelo enfoque semi-probabilístico.
Nos casos onde o valor do índice de confiabilidade 3β obtido para a
seção original, antes do acréscimo de carga (Caso 1, quando os fatores de
modelagem não são considerados – Tabela 5.4) é maior do que 8,3r =β a taxa
geométrica de reforço fornecida pelo projeto probabilístico é menor do que a
obtido pelo projeto corrente, pois a seção de concreto armado original será
responsável por suportar uma parcela da carga que foi acrescida. Nesta situação
a seção reforçada passa a apresentar uma confiabilidade menor do que
apresentava antes, porém ainda assim dentro de um nível aceitável de
confiabilidade.
Nos casos onde o valor do índice de confiabilidade 3β obtido para a
seção sem reforço (Caso 1 e Caso 2, quando os fatores de modelagem são
considerados – Tabela 5.12) a taxa geométrica de reforço fornecida pelo projeto
probabilístico é maior do que a obtido pelo projeto corrente, pois o reforço é
responsável por aumentar o índice de confiabilidade da seção original, sem
reforço, para 8,3r =β e ainda suportar a carga acidental acrescida mantendo
126
este valor de índice de confiabilidade. Nesta situação o reforço é responsável,
também, por suportar uma parcela da carga acidental já existente antes do
acréscimo de carga e a seção passa a apresentar uma confiabilidade maior do
que apresentava antes.
Tabela 5.22 – Taxas geométricas de reforço obtidas para o quinto exemplo,
utilizando o tecido unidirecional de fibras de carbono Wabo®MBrace CF-130.
Sem fator de modelagem
Com fator de modelagem
Proporções das cargas
(%)
fρ (%) projeto
corrente fρ (%) dimensionamento baseado
em confiabilidade Caso
Δ (%)
gk qk Chen fib Chen fib Chen fib
1a 50 50 0,0845 0,0715 0,2284 0,2367
2a 50
17 83 0,1747 0,1327
0,3041 0,3503 0,4780 0,5564
1b 43 57 0,2542 0,2784 0,5099 0,5987
2b 75
14 86 0,4343 0,3335
0,6601 0,7658 0,9718 1,1231
Tabela 5.23 – Taxas geométricas de reforço obtidas para o quinto exemplo,
utilizando o tecido unidirecional de fibras de carbono Wabo®MBrace CF-530.
Sem fator de modelagem
Com fator de modelagem
Proporções das cargas
(%)
fρ (%) projeto
corrente fρ (%) dimensionamento baseado
em confiabilidade Caso
Δ (%)
gk qk Chen fib Chen fib Chen fib
1a 50 50 0,0631 0,0445 0,1325 0,1451
2a 50
17 83 0,1164 0,0813
0,1850 0,2147 0,2969 0,3410
1b 43 57 0,1493 0,1706 0,3151 0,3670
2b 75
14 86 0,3099 0,2044
0,4032 0,4693 0,5979 0,6884 A seguir, são apresentadas tabelas (Tabelas 5.24 e 5.25) com valores
dos índices de confiabilidade obtidos para as taxas geométricas de reforço
dimensionadas pelo projeto corrente. Verifica-se que, quando os fatores de
modelagem não são considerados, os valores dos índices de confiabilidade 4β
obtidos para o Caso 2a e o Caso 2b são menores que 80,3r =β . Quando os
fatores de modelagem são considerados todos os casos apresentam r4 ββ < .
127
Tabela 5.24 – Índices de confiabilidade e probabilidades de falha obtidos para as taxas geométricas de reforço dimensionadas pelo projeto corrente, utilizando o
tecido Wabo®MBrace CF-130.
Sem fator de modelagem Com fator de modelagem
3β 4β 3β 4β Caso 2β
Chen fib Chen fib 2β
Chen fib Chen fib 1a 6,22 6,74 5,71 4,51 4,20 5,11 5,08 4,48 3,70 3,50 2a 5,04 5,14 4,35 3,41 3,18 4,55 4,46 3,93 3,26 3,09 1b 5,32 8,62 6,41 4,30 3,95 4,56 6,34 4,05 3,67 3,43 2b 4,47 7,12 5,18 3,43 3,15 4,14 4,91 3,63 3,39 3,08
Tabela 5.25 – Índices de confiabilidade e probabilidades de falha obtidos para as taxas geométricas de reforço dimensionadas pelo projeto corrente, utilizando o
tecido Wabo®MBrace CF-530.
Sem fator de modelagem Com fator de modelagem
3β 4β 3β 4β Caso 2β
Chen fib Chen fib 2β
Chen fib Chen fib 1a 6,22 5,47 4,53 4,51 4,20 5,11 4,30 3,71 3,70 3,50 2a 5,04 4,14 3,42 3,41 3,18 4,55 3,78 4,05 3,26 3,43 1b 5,32 7,17 4,87 4,48 3,95 4,56 3,78 5,47 3,26 3,79 2b 4,47 7,12 5,18 3,43 3,15 4,14 4,91 3,63 3,39 3,08
Adiante, são apresentadas tabelas com valores dos índices de
confiabilidade e suas respectivas probabilidades de falha considerando ou não a
formulação de sistemas em série, para as taxas geométricas de reforço obtidas
pelo dimensionamento baseado em confiabilidade.
Utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-130 (Tabelas 5.26 e 5.28), verifica-
se que os valores dos índices de confiabilidade 2β e 3β são muito maiores do
que os valores de 4β , portanto os valores de série,eβ (Tabelas 5.27 e 5.29),
considerando a formulação de sistemas em série, assumem valores iguais aos
valores de 4β e o reforço é dimensionado tendo como restrição
8,34série,e == ββ . A seção transversal analisada tende a falhar devido ao
descolamento do compósito. No entanto, no Caso 2b o valor do índice de
confiabilidade 2β se aproxima do valor apresentado por 4β e para que
8,3série,e =β é preciso que 4β assuma valor um pouco maior do que 8,3r =β .
No Caso 2b (utilizando formulação de CHEN e TENG (2003 a, b)),
quando os fatores de modelagem não são considerados, o índice de
128
confiabilidade 4β assume valor maior que 8,3r =β , porque a formulação de
CHEN e TENG (2003 a, b) apresenta descontinuidade por ser dada em função
da espessura do compósito ft . Para a taxa geométrica de reforço %66,0f =ρ
( mm165,03tf ⋅= - três camadas de CFRP) → 78,34 =β e para %66001,0f =ρ
( mm165,04tf ⋅= - quatro camadas de CFRP) → 81,34 =β . O índice de
confiabilidade série,eβ assume valor igual a 4β .
Tabela 5.26 – Índices de confiabilidade e probabilidades de falha do quinto
exemplo, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-130, sem considerar os fatores de
modelagem.
Chen fib Chen fib Caso 2β 2fp
3β 3fp 3β 3fp 4β 4fp 4β 4fp
1a 6,22 2,55E-10 4,89 4,96E-7 4,75 1,02E-6
2a 5,04 2,26E-7 6,70 1,05E-11 5,98 1,09E-9
1b 5,32 5,27E-8 6,72 9,05E-12 6,02 8,65E-10
3,80 7,23E-5 3,80 7,23E-5
2b 4,47 3,97E-6 8,69 - 6,96 1,74E-12 3,81 6,94-5 3,80 7,22E-5
Tabela 5.27 – Índice de confiabilidade equivalente e probabilidade de falha do
quinto exemplo para sistema em série, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-130,
sem considerar os fatores de modelagem.
Chen fib Caso
23ρ 24ρ 34ρ série,eβ série,fp 23ρ 24ρ 34ρ série,eβ série,fp
1a 0,89 0,93 0,99 0,92 0,94 0,99
2a 0,90 0,95 0,98 0,94 0,96 0,99
1b 0,87 0,94 0,98
3,800 7,23E-5
0,92 0,94 0,99
2b 0,88 0,95 0,97 3,810 6,94E-5 0,93 0,96 0,98
3,800 7,23E-5
sendo: 23ρ – coeficiente de correlação entre os modos de ruptura 2G e 3G ; 24ρ – coeficiente de correlação entre os modos de ruptura 2G e 4G ; 34ρ – coeficiente de correlação entre os modos de ruptura 3G e 4G .
129
Tabela 5.28 – Índices de confiabilidade e probabilidades de falha do quinto
exemplo, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-130, considerando os fatores de
modelagem.
Chen fib Chen fib Caso 2β 2fp
3β 3fp 3β 3fp 4β 4fp 4β 4fp
1a 5,11 1,63E-7 5,59 1,12E-8 5,17 1,14E-7
2a 4,55 2,67E-6 6,37 9,63E-11 5,63 9,06E-9
1b 4,56 2,55E-6 6,71 9,72E-12 5,88 2,10E-9
3,80 7,23E-5 3,80 7,23E-5
2b 4,14 1,77E-5 7,54 2,41E-14 6,20 2,72E-10 3,80 7,14E-5 3,80 7,18E-5
Tabela 5.29 – Índice de confiabilidade equivalente e probabilidade de falha do
quinto exemplo para sistema em série, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-130,
considerando os fatores de modelagem.
Chen fib Caso
12ρ 13ρ 23ρ série,eβ série,fp 12ρ 13ρ 23ρ série,eβ série,fp
1a 0,94 0,97 0,99 0,96 0,97 0,99
2a 0,95 0,98 0,99 0,97 0,98 0,99
1b 0,93 0,97 0,99 0,96 0,97 0,99
2b 0,94 0,98 0,99
3,800 7,23E-5
0,96 0,98 0,99
3,800 7,23E-5
Quando o tecido Wabo®MBrace CF-530 é utilizado constata-se o mesmo
observado anteriormente, para o tecido Wabo®MBrace CF-130, com a diferença
de que para o Caso 1a (utilizando formulação do Bulletin 14 fib (2001)), quando
os fatores de modelagem não são considerados, os valores de 3β e 4β são
próximos e maiores que 3,8 para que 8,3série,e =β .
Tabela 5.30 – Índices de confiabilidade e probabilidades de falha do quinto
exemplo, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-530, sem considerar os fatores de
modelagem.
Chen fib Chen fib Caso 2β 2fp
3β 3fp 3β 3fp 4β 4fp 4β 4fp
1a 6,22 2,55E-10 4,24 1,12E-5 3,85 5,88E-5 3,81 6,97E-5
2a 5,04 2,26E-7 5,13 1,44E-7 4,62 1,92E-6
1b 5,32 5,27E-8 4,99 2,98E-7 4,58 2,36E-6
3,80 7,23E-53,80 7,23E-5
2b 4,47 3,97E-6 6,64 1,62E-11 5,26 7,00E-8 3,80 7,22E-5 3,80 7,22E-5
130
Tabela 5.31 – Índice de confiabilidade equivalente e probabilidade de falha do
quinto exemplo para sistema em série, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-530,
sem considerar os fatores de modelagem.
Chen fib Caso
12ρ 13ρ 23ρ série,eβ série,fp 12ρ 13ρ 23ρ série,eβ série,fp
1a 0,90 0,93 0,99 0,92 0,94 1,00
2a 0,91 0,95 0,99 0,94 0,96 0,99
1b 0,89 0,94 0,99 0,92 0,94 0,99
2b 0,90 0,95 0,97
3,800 7,23E-5
0,94 0,96 0,99
3,800 7,23E-5
Tabela 5.32 – Índices de confiabilidade (β3 e β4) e probabilidades de falha do quinto
exemplo, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-530, considerando os fatores de
modelagem.
Chen fib Chen fib Caso 2β 2fp
3β 3fp 3β 3fp 4β 4fp 4β 4fp
1a 5,11 1,63E-7 4,50 3,34E-6 4,25 1,05E-5
2a 4,55 2,67E-6 5,28 6,58E-8 4,62 1,89E-6
1b 4,56 2,55E-6 5,51 1,81E-8 4,76 9,52E-7
3,80 7,23E-5 3,80 7,23E-5
2b 4,14 1,77E-5 6,26 1,91E-10 5,06 2,04E-7 3,80 7,14E-5 3,80 7,18E-5
Tabela 5.33 – Índice de confiabilidade equivalente e probabilidade de falha do
quinto exemplo para sistema em série, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-530,
considerando os fatores de modelagem.
Chen fib Caso
12ρ 13ρ 23ρ série,eβ série,fp 12ρ 13ρ 23ρ série,eβ série,fp
1a 0,95 0,97 0,99 0,96 0,97 1,00
2a 0,95 0,98 0,99 0,97 0,98 1,00
1b 0,94 0,97 0,99 0,96 0,98 0,99
2b 0,94 0,98 0,99
3,800 7,23E-5
0,97 0,98 0,99
3,800 7,23E-5
Nas figuras a seguir (Figuras 5.6 e 5.7) são apresentados gráficos que
relacionam valores de taxa geométrica de reforço com os valores dos índices de
confiabilidade ( 2β , 3β , 4β e rβ ) para o Caso 2a, quando os fatores de
modelagem são considerados.
131
Os valores de taxa geométrica de reforço variam do valor mínimo,
definido pelo espaçamento máximo permitido, para o valor máximo, definido pelo
número máximo de camadas de reforço recomendado.
Para este exemplo mm270s max,f = (entre eixos de estribos de CFRP).
Adotando largura dos estribos de CFRP igual a mm50 o valor mínimo da taxa
geométrica de reforço é %041,0min,f =ρ . O valor máximo é %1,1max,f =ρ ,
considerando a utilização de cinco camadas de reforço com ff sw = .
As figuras indicam que a seção analisada neste exemplo tende sempre a
falhar devido ao descolamento do reforço, independente da taxa geométrica de
reforço utilizada e que enquanto o valor de 3β aumenta consideravelmente com
o aumento da taxa de reforço, o valor de 4β tende a ficar constante.
O valor do índice de confiabilidade 3β é referente a função de estado
que avalia a tração diagonal, devido à ruptura à tração do reforço, portanto
quanto maior a área de compósito utilizada maior é o valor da resistência
alcançada pelo reforço, tornando maior o valor de 3β .
O valor do índice de confiabilidade 4β é referente a função de estado
que avalia a tração diagonal, devido ao descolamento do reforço, neste caso,
quanto mais espessa a camada de reforço maior é a propensão do mesmo
descolar e com isso a resistência atingida pelo reforço tende a ficar constante,
assim como o valor de 4β .
A partir das Figuras 5.6 e 5.7 verifica-se que quando as equações
propostas pelo modelo de CHEN e TENG (2003 a, b) são utilizadas nas funções
de estado obtém-se valores maiores de 3β e 4β do que quando são utilizadas
as equações propostas pelas prescrições do Bulletin 14 fib (2001), a não ser
quando %10,0f ≤ρ .
132
2,02,53,03,54,04,55,05,56,06,57,07,58,08,5
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
0,50
0,55
0,60
0,65
0,70
0,75
0,80
0,85
0,90
0,95
1,00
1,05
1,10
Taxa geométrica do reforço (%)
Índi
ces
de c
onfia
bilid
ade
1 camada 2 camadas 3 camadas 4 camadas 5 camadas
ruptura compósito - fib
bielaβ2 = 4,55
βr = 3,8
ruptura compósito - Chen
descolamento - fib
descolamento - Chen2,02,53,03,54,04,55,05,56,06,57,07,58,08,5
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
0,50
0,55
0,60
0,65
0,70
0,75
0,80
0,85
0,90
0,95
1,00
1,05
1,10
Taxa geométrica do reforço (%)
Índi
ces
de c
onfia
bilid
ade
1 camada 2 camadas 3 camadas 4 camadas 5 camadas
ruptura compósito - fib
bielaβ2 = 4,55
βr = 3,8
ruptura compósito - Chen
descolamento - fib
descolamento - Chen
Figura 5.6 – Gráfico taxa geométrica do reforço x índices de confiabilidade para o
Caso 2a do quinto exemplo, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-130,
considerando os fatores de modelagem.
2,02,53,03,54,04,55,05,56,06,57,07,58,08,5
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
0,50
0,55
0,60
0,65
0,70
0,75
0,80
0,85
0,90
0,95
1,00
1,05
1,10
Taxa geométrica do reforço (%)
Índi
ces
de c
onfia
bilid
ade
1 camada 2 camadas 3 camadas 4 camadas 5 camadas
ruptura compósito - fib
bielaβ2 = 4,55
βr = 3,8
ruptura compósito - Chen
descolamento - fib
descolamento - Chen2,02,53,03,54,04,55,05,56,06,57,07,58,08,5
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
0,50
0,55
0,60
0,65
0,70
0,75
0,80
0,85
0,90
0,95
1,00
1,05
1,10
Taxa geométrica do reforço (%)
Índi
ces
de c
onfia
bilid
ade
1 camada 2 camadas 3 camadas 4 camadas 5 camadas
ruptura compósito - fib
bielaβ2 = 4,55
βr = 3,8
ruptura compósito - Chen
descolamento - fib
descolamento - Chen
Figura 5.7 – Gráfico taxa geométrica do reforço x índices de confiabilidade para o
Caso 2a do quinto exemplo, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-530,
considerando os fatores de modelagem.
Nas figuras a seguir (Figuras 5.8 e 5.9) são apresentados gráficos que
relacionam valores de taxa geométrica de reforço com os valores dos índices de
confiabilidade ( 4β e rβ ) para o Caso 1b, sem considerar os fatores de
modelagem e, também, considerando.
133
Os gráficos ilustram a necessidade de acréscimo de taxa geométrica de
reforço quando os fatores de modelagem são considerados para 8,3r4 =≥ ββ .
2,32,62,93,23,53,84,14,44,75,05,35,65,9
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
0,50
0,55
0,60
0,65
0,70
0,75
0,80
0,85
0,90
0,95
1,00
1,05
1,10
Taxa geométrica do reforço (%)
Índi
ces
de c
onfia
bilid
ade
1 camada 2 camadas 3 camadas 4 camadas 5 camadas
fib – sem fator
βr = 3,8
Chen – sem fator
fib – com fatorChen – com fator
2,32,62,93,23,53,84,14,44,75,05,35,65,9
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
0,50
0,55
0,60
0,65
0,70
0,75
0,80
0,85
0,90
0,95
1,00
1,05
1,10
Taxa geométrica do reforço (%)
Índi
ces
de c
onfia
bilid
ade
1 camada 2 camadas 3 camadas 4 camadas 5 camadas
fib – sem fator
βr = 3,8
Chen – sem fator
fib – com fatorChen – com fator
Figura 5.8 – Gráfico taxa geométrica do reforço x índice de confiabilidade β4 para o
Caso 1b do quinto exemplo, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-130.
2,32,62,93,23,53,84,14,44,75,05,35,65,9
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
0,50
0,55
0,60
0,65
0,70
0,75
0,80
0,85
0,90
0,95
1,00
1,05
1,10
Taxa geométrica do reforço (%)
Índi
ces
de c
onfia
bilid
ade
1 camada 2 camadas 3 camadas 4 camadas 5 camadas
fib – sem fator
βr = 3,8
Chen – sem fator
fib – com fatorChen – com fator
2,32,62,93,23,53,84,14,44,75,05,35,65,9
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
0,50
0,55
0,60
0,65
0,70
0,75
0,80
0,85
0,90
0,95
1,00
1,05
1,10
Taxa geométrica do reforço (%)
Índi
ces
de c
onfia
bilid
ade
1 camada 2 camadas 3 camadas 4 camadas 5 camadas
fib – sem fator
βr = 3,8
Chen – sem fator
fib – com fatorChen – com fator
Figura 5.9 – Gráfico taxa geométrica do reforço x índice de confiabilidade β4 para o
Caso 1b do quinto exemplo, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-530.
As equações propostas por CHEN e TENG (2003 a, b) para calcular d.fV ,
apresentadas no item 4.2.4.2, são dadas em função da espessura do reforço ft .
Quando mais de uma camada de CFRP é utilizada o valor de ft é multiplicado
134
pelo número de camadas. Portanto, o índice de confiabilidade 4β avaliado pela
função de estado 4G varia de acordo com o número de camadas de CFRP.
2,32,62,93,23,53,84,14,44,75,05,35,65,9
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
0,50
0,55
0,60
0,65
0,70
0,75
0,80
0,85
0,90
0,95
1,00
1,05
1,10
Taxa geométrica do reforço (%)
Índi
ces
de c
onfia
bilid
ade
1 camada
2 camadas
3 camadas
4 camadas
5 camadas
βr = 3,8
2,32,62,93,23,53,84,14,44,75,05,35,65,9
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
0,50
0,55
0,60
0,65
0,70
0,75
0,80
0,85
0,90
0,95
1,00
1,05
1,10
Taxa geométrica do reforço (%)
Índi
ces
de c
onfia
bilid
ade
1 camada
2 camadas
3 camadas
4 camadas
5 camadas
βr = 3,8
1 camada
2 camadas
3 camadas
4 camadas
5 camadas
βr = 3,8
Figura 5.10 – Gráfico taxa geométrica do reforço x índice de confiabilidade β4,
variando a quantidade de camadas de reforço, para o Caso 1b do quinto exemplo,
utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-130, sem considerar os fatores de
modelagem.
2,32,62,93,23,53,84,14,44,75,05,35,65,9
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
0,50
0,55
0,60
0,65
0,70
0,75
0,80
0,85
0,90
0,95
1,00
1,05
1,10
Taxa geométrica do reforço (%)
Índi
ces
de c
onfia
bilid
ade
1 camada
2 camadas
3 camadas
4 camadas
5 camadas
βr = 3,8
2,32,62,93,23,53,84,14,44,75,05,35,65,9
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
0,50
0,55
0,60
0,65
0,70
0,75
0,80
0,85
0,90
0,95
1,00
1,05
1,10
Taxa geométrica do reforço (%)
Índi
ces
de c
onfia
bilid
ade
1 camada
2 camadas
3 camadas
4 camadas
5 camadas
βr = 3,8
1 camada
2 camadas
3 camadas
4 camadas
5 camadas
βr = 3,8
Figura 5.11 – Gráfico taxa geométrica do reforço x índice de confiabilidade β4,
variando a quantidade de camadas de reforço, para o Caso 1b do quinto exemplo,
utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-130, considerando os fatores de modelagem.
Os gráficos apresentados nas Figuras 5.10 a 5.13 mostram que o valor
de 4β diminui para a mesma taxa geométrica de reforço quando a quantidade
135
de camadas aumenta. Pode-se afirmar que é mais apropriado adotar sempre o
menor número de camadas possível.
Estes gráficos indicam os valores de fρ necessários para r4 ββ ≥ de
acordo com o número de camadas utilizadas.
2,32,62,93,23,53,84,14,44,75,05,35,65,9
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
0,50
0,55
0,60
0,65
0,70
0,75
0,80
0,85
0,90
0,95
1,00
1,05
1,10
Taxa geométrica do reforço (%)
Índi
ces
de c
onfia
bilid
ade
1 camada
2 camadas
3 camadas
4 camadas
5 camadas
βr = 3,8
2,32,62,93,23,53,84,14,44,75,05,35,65,9
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
0,50
0,55
0,60
0,65
0,70
0,75
0,80
0,85
0,90
0,95
1,00
1,05
1,10
Taxa geométrica do reforço (%)
Índi
ces
de c
onfia
bilid
ade
1 camada
2 camadas
3 camadas
4 camadas
5 camadas
βr = 3,8
1 camada
2 camadas
3 camadas
4 camadas
5 camadas
βr = 3,8
Figura 5.12 – Gráfico taxa geométrica do reforço x índice de confiabilidade β4,
variando a quantidade de camadas de reforço, para o Caso 1b do quinto exemplo,
utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-530, sem considerar os fatores de
modelagem.
2,32,62,93,23,53,84,14,44,75,05,35,65,9
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
0,50
0,55
0,60
0,65
0,70
0,75
0,80
0,85
0,90
0,95
1,00
1,05
1,10
Taxa geométrica do reforço (%)
Índi
ces
de c
onfia
bilid
ade
1 camada
2 camadas
3 camadas
4 camadas
5 camadas
βr = 3,8
2,32,62,93,23,53,84,14,44,75,05,35,65,9
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
0,50
0,55
0,60
0,65
0,70
0,75
0,80
0,85
0,90
0,95
1,00
1,05
1,10
Taxa geométrica do reforço (%)
Índi
ces
de c
onfia
bilid
ade
1 camada
2 camadas
3 camadas
4 camadas
5 camadas
βr = 3,8
1 camada
2 camadas
3 camadas
4 camadas
5 camadas
βr = 3,8
Figura 5.13 – Gráfico taxa geométrica do reforço x índice de confiabilidade β4
variando a quantidade de camadas de reforço, para o Caso 1b do quinto exemplo,
utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-530, considerando os fatores de modelagem.
No reforço à força cortante o compósito não deve se deformar muito,
então utilizando um material que apresenta alto módulo de elasticidade
136
consegue-se chegar a resistências maiores com menores quantidades de
reforço e com o mesmo valor de deformação específica efetiva obtido para um
material que apresenta alta resistência, e conseqüentemente maior valor de
deformação específica última. A Tabela 5.34 apresenta os valores da
deformação específica efetiva para os dois materiais de reforço e para cada
situação analisada.
Tabela 5.34 – Deformação específica efetiva do reforço.
Deformação Específica Efetiva (‰)
Wabo®MBrace CF-130 ‰6,16fu =ε
Wabo®MBrace CF-530 ‰4,9fu =ε
Sem fator Com fator Sem fator Com fator
Caso
Chen fib Chen fib Chen fib Chen fib
1a 4,9 5,8 3,1 3,0 4,0 5,7 3,3 3,0
2a 2,8 2,4 2,2 1,9 2,8 2,4 2,2 1,9
1b 3,0 2,7 2,1 1,8 3,1 2,7 2,1 1,8
2b 1,8 1,5 1,5 1,3 1,8 1,5 1,5 1,3 A Tabela 5.35 fornece a quantidade de camadas de compósito
necessária para atender os valores de taxas geométricas de reforço
apresentados nas Tabelas 5.22 e 5.23, sendo mm165,0tf = .
Utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-530 realiza-se o reforço
necessário com uma quantidade menor de camadas, o que torna o reforço mais
eficiente.
As prescrições do Bulletin 14 fib (2001) recomendam que não se utilizem
mais de cinco camadas de reforço, assim, considerando os fatores de
modelagem, para o Caso 2b, deve-se optar por utilizar o tecido CF-530.
Tabela 5.35 – Número de camadas de compósito necessárias para o reforço.
N° de camadas de compósito necessária para o reforço
Wabo®MBrace CF-130 Wabo®MBrace CF-530
Sem fator Com fator Sem fator Com fator Caso
Chen fib Chen fib Chen fib Chen fib
1a 1 1 2 2 1 1 1 1
2a 2 2 3 3 1 1 2 2
1b 2 2 3 3 1 1 2 2
2b 4 4 5 6 2 3 3 4
137
Quanto aos fatores de importância das variáveis aleatórias observa-se,
para as situações onde os fatores de modelagem não são considerados
(Tabelas 5.36 e 5.38), que na função de estado que avalia o esmagamento das
bielas 2G , a variável aleatória cf influencia bem menos para a seção reforçada,
enquanto qV influencia mais, pois a carga acidental foi acrescida e o valor da
resistência do concreto continuou o mesmo.
Nas funções de estado que avaliam a tração diagonal, devido à ruptura
do reforço 3G ou devido ao descolamento do reforço 4G , somente o fator de
importância de qV é significativo.
Estas funções de estado ( 3G e 4G ) dependem do modelo, ou prescrição,
adotados para efetuar o cálculo da parcela de força cortante fV resistida pelo
reforço, conforme já mencionado no item 4.2.4.2. Os valores obtidos para os
fatores de importância das variáveis aleatórias permitem avaliar se o modelo
proposto por CHEN e TENG (2003 a, b) e as prescrições do Bulletin 14 fib
(2001) tratam as variáveis aleatórias da mesma forma.
Na função de estado que avalia a tração diagonal devido à ruptura do
reforço 3G , observa-se que as variáveis aleatórias cf e ff têm influências
diferentes, no modelo proposto por CHEN e TENG (2003 a, b) e nas prescrições
do Bulletin 14 fib (2001). Enquanto o modelo proposto por CHEN e TENG (2003
a, b) dá importância maior à variável ff do que à variável cf , nas prescrições do
Bulletin 14 fib (2001) ocorre o contrário. A importância da variável aleatória ff
aumenta de acordo com o aumento da taxa geométrica de reforço utilizada.
A função 3G avalia a tração diagonal devido à ruptura do reforço,
portanto é mais coerente que a variável aleatória da resistência à tração do
compósito ff tenha importância maior do que cf , como propõe o modelo
proposto por CHEN e TENG (2003 a, b).
138
Tabela 5.36 – Fatores de importância das variáveis aleatórias do quinto exemplo
para os modos de falha, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-130, sem considerar
os fatores de modelagem.
Fatores de Importância (%) Caso Índice Modelo
cf ywf ff gV qV
2β - 31,09 - - 0,64 68,27
Chen 1,76 0,50 0,58 1,02 96,143β
fib 3,67 0,53 0,52 1,07 94,21
Chen 4,75 0,79 - 1,60 92,86
1a
4β fib 5,68 0,79 - 1,60 91,93
2β - 21,96 - - 0,04 78,00
Chen 0,37 0,10 2,28 0,02 97,233β
fib 2,23 0,13 1,43 0,03 96,18
Chen 2,83 0,29 - 0,06 96,82
2a
4β fib 3,69 0,29 - 0,06 95,96
2β - 27,76 - - 0,48 71,76
Chen 0,56 0,16 2,60 0,31 96,373β
fib 2,84 0,19 1,66 0,39 94,92
Chen 4,00 0,45 - 0,90 94,65
1b
4β fib 5,12 0,45 - 0,90 93,53
2β - 20,68 - - 0,03 79,29
Chen 0,13 0,04 4,90 0,01 94,923β
fib 2,22 0,07 3,08 0,01 94,62
Chen 2,77 0,20 - 0,05 96,98
2b
4β fib 3,68 0,20 - 0,04 96,08
Na função de estado que avalia a tração diagonal devido ao
descolamento do reforço 4G , observa-se que apesar das formulações
apresentadas no modelo proposto por CHEN e TENG (2003 a, b) e nas
prescrições do Bulletin 14 fib (2001) serem muito diferentes, elas dão
importâncias semelhantes às variáveis que foram consideradas como aleatórias.
Quando os fatores de modelagem são considerados, os fatores de
importância das demais variáveis aleatórias diminuem (Tabelas 5.37 e 5.39). A
variável aleatória qV é a que mais reduz sua importância.
139
Tabela 5.37 – Fatores de importância das variáveis aleatórias do quinto exemplo
para os modos de falha, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-130, considerando
os fatores de modelagem.
Fatores de Importância (%) Caso Índice Modelo
cf ywf ff gV qV Rφ Sφ
2β - 14,23 - - 0,82 29,73 47,43 7,79
Chen 0,24 0,07 0,56 0,73 36,46 53,21 8,73 3β
fib 1,23 0,09 0,47 0,83 35,18 53,43 8,77
Chen 2,02 0,23 - 1,30 29,73 57,31 9,41
1a
4β fib 2,58 0,23 - 1,30 29,51 57,02 9,36
2β - 11,18 - - 0,04 45,03 37,58 6,17
Chen 0,07 0,02 0,73 0,02 48,45 43,56 7,15 3β
fib 0,85 0,03 0,56 0,03 49,23 42,35 6,95
Chen 1,46 0,12 - 0,06 49,50 41,97 6,89
2a
4β fib 1,93 0,12 - 0,06 49,25 41,78 6,86
2β - 13,52 - - 0,57 33,17 45,30 7,44
Chen 0,07 0,02 0,92 0,30 40,85 49,69 8,15 3β
fib 0,98 0,03 0,71 0,38 40,49 49,32 8,09
Chen 1,82 0,15 - 0,77 35,78 52,81 8,67
1b
4β fib 2,43 0,15 - 0,76 35,51 52,53 8,62
2β - 11,04 - - 0,03 45,58 37,24 6,11
Chen 0,02 0,01 1,11 0,01 46,58 44,90 7,37 3β
fib 0,78 0,01 0,75 0,02 48,83 42,62 6,99
Chen 1,44 0,08 - 0,04 50,34 41,32 6,78
2b
4β fib 1,93 0,09 - 0,04 50,08 41,11 6,75
96,8% 95%
1%
0,3%0,6%
1,3%
3%
0,3%
0,7%
1%
fc ff Vgfyw Vq
Legenda:96,8% 95%
1%
0,3%0,6%
1,3%
3%
0,3%
0,7%
1%
fc ff Vgfyw Vq
Legenda:
Chen fib
96,8% 95%
1%
0,3%0,6%
1,3%
3%
0,3%
0,7%
1%
fc ff Vgfyw Vq
Legenda:96,8% 95%
1%
0,3%0,6%
1,3%
3%
0,3%
0,7%
1%
fc ff Vgfyw Vq
Legenda:
Chen fib
Figura 5.14 – Gráfico representando a importância de cada variável aleatória para
o modo de falha avaliado em G3, para o Caso 1b apresentado na Tabela 5.38.
140
Tabela 5.38 – Fatores de importância das variáveis aleatórias do quinto exemplo
para os modos de falha, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-530, sem considerar
os fatores de modelagem.
Fatores de Importância (%) Caso Índice Modelo
cf ywf ff gV qV
2β - 31,09 - - 0,64 68,27
Chen 2,29 0,65 0,45 1,32 95,293β
fib 4,17 0,77 0,30 1,57 93,19
Chen 4,79 0,79 - 1,60 92,82
1a
4β fib 5,67 0,79 - 1,59 91,95
2β - 21,96 - - 0,04 78,00
Chen 0,61 0,17 1,16 0,04 98,023β
fib 2,17 0,20 0,82 0,05 96,76
Chen 2,82 0,29 - 0,06 96,83
2a
4β fib 3,69 0,29 - 0,06 95,96
2β - 27,76 - - 0,48 71,76
Chen 0,98 0,27 1,25 0,55 96,953β
fib 2,97 0,32 0,95 0,65 95,11
Chen 3,98 0,45 - 0,90 94,67
1b
4β fib 5,12 0,45 - 0,90 93,53
2β - 20,68 - - 0,03 79,29
Chen 0,26 0,07 3,79 0,02 95,863β
fib 2,00 0,11 1,55 0,02 96,32
Chen 2,75 0,20 - 0,04 97,01
2b
4β fib 3,68 0,20 - 0,04 96,08
O fator de modelagem Rφ é a variável aleatória que apresenta maior
fator de importância nos Casos 1a e 1b, onde %75 da carga total é de natureza
permanente. Nos Casos 2a e 2b, onde %75 da carga total é de natureza
acidental, qV continua apresentando fator de importância maior, porém a
importância de Rφ , nestes casos, é bem próxima da importância apresentada
por qV .
141
52,8%
1,8% 0,1%
0,8%
35,8%
8,7%
52,6%
2,4% 0,1%
0,8%
35,5%
8,6%
φSfc Vg Vq φRfyw
Legenda:52,8%
1,8% 0,1%
0,8%
35,8%
8,7%
52,6%
2,4% 0,1%
0,8%
35,5%
8,6%
φSfc Vg Vq φRfyw
Legenda:
Chen fib
52,8%
1,8% 0,1%
0,8%
35,8%
8,7%
52,6%
2,4% 0,1%
0,8%
35,5%
8,6%
φSfc Vg Vq φRfyw
Legenda:52,8%
1,8% 0,1%
0,8%
35,8%
8,7%
52,6%
2,4% 0,1%
0,8%
35,5%
8,6%
φSfc Vg Vq φRfyw
Legenda:
Chen fib
Figura 5.15 – Gráfico representando a importância de cada variável aleatória para
o modo de falha avaliado em G4, para o Caso 1b apresentado na Tabela 5.39.
Tabela 5.39 – Fatores de importância das variáveis aleatórias do quinto exemplo
para os modos de falha, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-530, considerando
os fatores de modelagem.
Fatores de Importância (%) Caso Índice Modelo
cf ywf ff gV qV Rφ Sφ
2β - 14,23 - - 0,82 29,73 47,43 7,79
Chen 0,52 0,14 0,42 1,03 33,37 55,42 9,10 3β
fib 1,49 0,17 0,35 1,12 31,98 55,74 9,15
Chen 2,01 0,23 - 1,30 29,74 57,31 9,41
1a
4β fib 2,58 0,23 - 1,30 29,51 57,02 9,36
2β - 11,18 - - 0,04 45,03 37,58 6,17
Chen 0,15 0,04 0,64 0,03 49,90 42,30 6,94 3β
fib 0,96 0,06 0,47 0,04 49,96 41,67 6,84
Chen 1,46 0,12 - 0,06 49,49 41,98 6,89
2a
4β fib 1,93 0,12 - 0,06 49,25 41,78 6,86
2β - 13,52 - - 0,57 33,17 45,30 7,44
Chen 0,16 0,04 0,83 0,42 40,51 49,86 8,18 3β
fib 1,14 0,07 0,61 0,54 38,98 50,39 8,27
Chen 1,83 0,15 - 0,77 35,78 52,80 8,67
1b
4β fib 2,43 0,15 - 0,76 35,51 52,53 8,62
2β - 11,04 - - 0,03 45,58 37,24 6,11
Chen 0,05 0,01 1,04 0,02 48,94 42,90 7,04 3β
fib 0,84 0,03 0,67 0,02 50,32 41,34 6,78
Chen 1,44 0,08 - 0,04 50,34 41,32 6,78
2b
4β fib 1,93 0,09 - 0,04 50,08 41,11 6,75
142
A variável aleatória Rφ tem importância significativa devido aos valores
elevados de seu coeficiente de variação ( %25CoV = ) e de sua média
( 4,1R
=φμ ). A variável aleatória Sφ apresenta importância significativa, porém
bem menor do que a apresentada por Rφ , devido aos valores de seu coeficiente
de variação ( %10CoV = ) e de sua média ( 0,1R
=φμ ) serem menores.
As tabelas, a seguir, apresentam as coordenadas do ponto de projeto
obtido para cada situação analisada. Verifica-se que, quando os fatores de
modelagem não são considerados (Tabelas 5.41 e 5.43), a variável aleatória cf
assume valores menores do que seu valor característico (Tabela 5.40) nos
pontos de projeto obtidos para a função de estado que avalia o esmagamento
das bielas 2G . Nos pontos de projeto obtidos para as demais funções de estado
( 3G e 4G ) ocorre o contrário, MPa20fc > .
Quando os fatores de modelagem são considerados (Tabelas 5.42 e
5.44), cf só assume valor menor do que seu valor característico no ponto de
projeto obtido para o Caso 1a para a função de estado que avalia o
esmagamento das bielas 2G .
As variáveis aleatórias ywf , ff , gV e qV assumem valores maiores do
que seus valores característicos nos pontos de projeto obtidos para todas as
situações analisadas. Estas variáveis aleatórias têm seus valores mais próximos
dos valores característicos quando o ponto de projeto é obtido para a função de
estado 4G que é o modo de falha que comanda o dimensionamento de fρ .
A variável aleatória Rφ (Tabelas 5.42 e 5.44) assume sempre valores
bem menores do que seu valor característico, sendo que para a função de
estado 4G o valor obtido no ponto de projeto para Rφ é um pouco maior do que
os valores obtidos para as demais funções de estado.
A variável aleatória Sφ assume em todas as situações valores
maiores do que seu valor característico, sendo que para a função de estado 4G
o valor obtido no ponto de projeto para Sφ é um pouco menor do que os valores
obtidos para as demais funções de estado.
143
Tabela 5.40 – Valores característicos das variáveis aleatórias no quinto exemplo.
Valores característicos das variáveis aleatórias
Caso cf )MPa(
ywf
)MPa( ff
)MPa(gV
)kN(
qV
)kN( Rφ Sφ
1a 71,18 71,18
2a 23,73 118,63
1b 71,18 94,91
2b
20 500
3790 (CF130)
3517 (CF530) 23,73 142,36
1,4 1,0
Tabela 5.41 – Coordenadas do ponto de projeto do quinto exemplo para os modos
de falha, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-130, sem considerar os fatores de
modelagem.
Coordenadas do Ponto de Projeto
Caso Índice Modelo cf )MPa(
ywf
)MPa(ff
)MPa(gV
)kN(
qV
)kN(
2β - 15,7 - - 74,71 282,09
Chen 23,9 549 4242 74,69 257,92 3β
fib 23,0 549 4247 74,68 245,20
Chen 23,2 549 - 74,60 187,83
1a
4β fib 23,0 549 - 74,60 186,85
2β - 18,5 - - 23,96 391,74
Chen 24,8 553 4132 23,96 675,28 3β
fib 23,0 553 4186 23,96 566,25
Chen 23,9 553 - 23,96 320,10
2a
4β fib 23,6 553 - 23,96 318,58
2β - 17,3 - - 73,80 317,54
Chen 24,4 551 4117 73,86 539,23 3β
fib 22,6 551 4175 73,84 453,84
Chen 23,5 552 - 73,75 252,99
1b
4β fib 23,1 552 - 73,75 251,41
2β - 19,4 - - 23,92 411,20
Chen 25,2 555 4046 23,97 1108,05 3β
fib 22,5 554 4090 23,92 840,97
Chen 24,0 554 - 23,94 378,88
2b
4β fib 23,6 554 - 23,92 382,57
144
Tabela 5.42 – Coordenadas do ponto de projeto do quinto exemplo para os modos
de falha, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-130, considerando os fatores de
modelagem.
Coordenadas do Ponto de Projeto
Caso Índice Modelo cf )MPa(
ywf
)MPa(ff
)MPa(gV
)kN(qV
)kN( Rφ Sφ
2β - 19,7 - - 74,47 145,32 0,57 1,15
Chen 25,2 555 4235 74,58 172,81 0,50 1,17 3β
fib 24,1 555 4245 74,54 157,89 0,53 1,16
Chen 24,2 554 - 74,29 117,62 0,67 1,12
1a
4β fib 24,0 554 - 74,28 117,35 0,67 1,12
2β - 21,0 - - 23,95 262,21 0,68 1,11
Chen 25,6 557 4215 23,96 389,12 0,48 1,18 3β
fib 24,3 556 4235 23,96 339,95 0,55 1,15
Chen 24,6 555 - 23,94 234,38 0,74 1,10
2a
4β fib 24,3 555 - 23,94 233,91 0,74 1,10
2β - 20,5 - - 73,62 184,94 0,64 1,13
Chen 25,6 556 4198 73,79 299,20 0,42 1,20 3β
fib 24,1 556 4223 73,76 256,06 0,49 1,18
Chen 24,4 555 - 73,55 166,65 0,69 1,11
1b
4β fib 24,1 555 - 73,55 166,23 0,69 1,11
2β - 21,4 - - 23,91 291,26 0,73 1,10
Chen 25,9 558 4172 23,92 565,21 0,39 1,22 3β
fib 24,2 557 4216 23,92 454,80 0,50 1,17
Chen 24,6 556 - 23,91 283,32 0,74 1,10
2b
4β fib 24,3 556 - 23,91 282,67 0,74 1,10
145
Tabela 5.43 – Coordenadas do ponto de projeto do quinto exemplo para os modos
de falha, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-530, sem considerar os fatores de
modelagem.
Coordenadas do Ponto de Projeto
Caso Índice Modelo cf )MPa(
ywf
)MPa(ff
)MPa(gV
)kN(
qV
)kN(
2β - 15,7 - - 74,71 282,09
Chen 23,9 549 4006 74,65 215,16 3β
fib 23,4 549 4018 74,61 190,89
Chen 23,2 549 - 74,60 187,79
1a
4β fib 23,0 549 - 74,60 187,34
2β - 18,5 - - 23,96 391,74
Chen 24,8 553 3961 23,96 463,32 3β
fib 23,8 553 3985 23,96 401,28
Chen 23,9 553 - 23,96 320,13
2a
4β fib 23,6 553 - 23,96 318,58
2β - 17,3 - - 73,80 317,54
Chen 24,4 551 3960 73,82 354,86 3β
fib 23,4 551 3980 73,80 314,01
Chen 23,5 552 - 73,75 253,03
1b
4β fib 23,1 552 - 73,75 251,41
2β - 19,41 - - 23,92 411,20
Chen 25,00 554 3815 23,92 790,24 3β
fib 23,53 554 3943 23,92 568,91
Chen 23,94 554 - 23,92 384,56
2b
4β fib 23,59 554 - 23,92 382,57
146
Tabela 5.44 – Coordenadas do ponto de projeto do quinto exemplo para os modos
de falha, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-530, considerando os fatores de
modelagem.
Coordenadas do Ponto de Projeto
Caso Índice Modelo cf )MPa(
ywf
)MPa(ff
)MPa(gV
)kN(qV
)kN( Rφ Sφ
2β - 19,7 - - 74,47 145,32 0,57 1,15
Chen 25,1 554 4005 74,44 137,58 0,59 1,14 3β
fib 24,3 554 4012 74,39 129,86 0,62 1,13
Chen 24,3 554 - 74,29 117,62 0,67 1,12
1a
4β fib 24,0 554 - 74,28 117,35 0,67 1,12
2β - 21,0 - - 23,95 262,21 0,68 1,11
Chen 25,5 556 3984 23,96 319,02 0,58 1,14 3β
fib 24,6 556 4002 23,95 279,16 0,65 1,12
Chen 24,6 555 - 23,94 234,37 0,74 1,10
2a
4β fib 24,3 555 - 23,94 233,91 0,74 1,10
2β - 20,5 - - 73,62 184,94 0,64 1,13
Chen 25,4 556 3970 73,74 239,37 0,52 1,16 3β
fib 24,4 555 3992 73,68 204,82 0,59 1,14
Chen 24,4 555 - 73,55 166,65 0,69 1,11
1b
4β fib 24,1 555 - 73,55 166,23 0,69 1,11
2β - 21,4 - - 23,91 291,26 0,73 1,10
Chen 25,7 557 3946 23,92 460,29 0,50 1,17 3β
fib 24,5 556 3985 23,92 368,27 0,61 1,13
Chen 24,6 556 - 23,91 283,32 0,74 1,10
2b
4β fib 24,3 556 - 23,91 282,67 0,74 1,10
A seguir são apresentadas tabelas com valores dos fatores parciais de
segurança para as variáveis consideradas como aleatórias.
Os fatores parciais de segurança são calculados para o modo de falha
que comanda o dimensionamento da taxa geométrica de reforço. Em todas as
situações analisadas 4G é a função de estado que avalia o modo de falha que
apresenta maior probabilidade de falha e menor índice de confiabilidade. A
variável aleatória ff não é considerada nesta função de falha.
147
Tabela 5.45 – Fatores parciais de segurança do quinto exemplo para o modo de
falha preponderante, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-130, sem considerar os
fatores de modelagem.
Fatores Parciais de Segurança
Caso Índice Modelo *c
ckf
f*yw
ywkf
f*f
ff
fgk
*g
VV
qk
*q
VV
Chen 0,86 0,91 - 1,05 2,64 1a
fib 0,87 0,91 - 1,05 2,62
Chen 0,84 0,90 - 1,01 2,70 2a
fib 0,85 0,90 - 1,01 2,68
Chen 0,85 0,91 - 1,04 2,66 1b
fib 0,86 0,91 - 1,04 2,65
Chen 0,83 0,90 - 1,01 2,66 2b
4β
fib 0,85 0,90 - 1,01 2,69
Tabela 5.46 – Fatores parciais de segurança do quinto exemplo para o modo de
falha preponderante, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-130, considerando os
fatores de modelagem.
Fatores Parciais de Segurança
Caso Índice Modelo *c
ckf
f
*yw
ywkf
f*f
ff
fgk
*g
VV
qk
*q
VV
*R
Rkφ
φ Sk
*S
φφ
Chen 0,82 0,90 - 1,04 1,65 2,10 1,12 1a
fib 0,83 0,90 - 1,04 1,65 2,09 1,12
Chen 0,81 0,90 - 1,01 1,98 1,89 1,10 2a
fib 0,82 0,90 - 1,01 1,97 1,89 1,10
Chen 0,82 0,90 - 1,03 1,76 2,03 1,11 1b
fib 0,83 0,90 - 1,03 1,75 2,03 1,11
Chen 0,81 0,90 - 1,01 1,99 1,88 1,10 2b
4β
fib 0,82 0,90 - 1,01 1,98 1,88 1,10 Os valores apresentados nas Tabelas 5.45 a 5.48 indicam que, para
dimensionar o reforço pelo enfoque semi-probabilístico tendo como requisito o
valor do índice de confiabilidade de referência 8,3r =β , devem ser
considerados no projeto estrutural os seguintes valores de projeto para as
resistências, as solicitações e os fatores de modelagem:
148
valor de projeto para a resistência à compressão do concreto maior
do que seu valor característico, em torno de %18 quando não são
considerados os fatores de modelagem e %22 quando são
considerados;
Tabela 5.47 – Fatores parciais de segurança do quinto exemplo para o modo de
falha preponderante, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-530, sem considerar os
fatores de modelagem.
Fatores Parciais de Segurança
Caso Índice Modelo *c
ckf
f*yw
ywkf
f*f
ff
fgk
*g
VV
qk
*q
VV
Chen 0,86 0,91 - 1,05 2,64 1a
fib 0,87 0,91 - 1,05 2,63
Chen 0,84 0,90 - 1,01 2,70 2a
fib 0,85 0,90 - 1,01 2,68
Chen 0,85 0,91 - 1,04 2,67 1b
fib 0,86 0,91 - 1,04 2,65
Chen 0,84 0,90 - 1,01 2,70 2b
4β
fib 0,85 0,90 - 1,01 2,69
Tabela 5.48 – Fatores parciais de segurança do quinto exemplo para o modo de
falha preponderante, utilizando o tecido Wabo®MBrace CF-530, considerando os
fatores de modelagem.
Fatores Parciais de Segurança
Caso Índice Modelo *c
ckf
f
*yw
ywkf
f*f
ff
fgk
*g
VV
qk
*q
VV
*R
Rkφ
φ Sk
*S
φφ
Chen 0,82 0,90 - 1,04 1,65 2,10 1,12 1a
fib 0,83 0,90 - 1,04 1,65 2,09 1,12
Chen 0,81 0,90 - 1,01 1,98 1,89 1,10 2a
fib 0,82 0,90 - 1,01 1,97 1,89 1,10
Chen 0,82 0,90 - 1,03 1,76 2,03 1,11 1b
fib 0,83 0,90 - 1,03 1,75 2,03 1,11
Chen 0,81 0,90 - 1,01 1,99 1,88 1,10 2b
4β
fib 0,82 0,90 - 1,01 1,98 1,88 1,10
149
valor de projeto para a resistência à tração do aço um pouco maior
do que seu valor característico, em torno de %10 , para todas as
situações analisadas;
valor de projeto para as ações permanentes aproximadamente igual
ao valor característico, para todas as situações analisadas;
valor de projeto para as ações acidentais bem maior do que seu
valor característico, em torno de 6,2 vezes, quando não são
considerados os fatores de modelagem, e em torno de 8,1 vezes,
quando são considerados;
valor de projeto para o fator de modelagem da resistência
aproximadamente %50 menor do que seu valor característico;
valor de projeto para o fator de modelagem da solicitação
aproximadamente %10 maior do que seu valor característico.
5.7. Sexto Exemplo
Este exemplo tem como objetivo analisar a influência do acréscimo do
valor de ckf no comportamento de ruptura da seção transversal.
O Caso 1a do exemplo anterior é repetido para os dois tecidos de fibras
de carbono Wabo®Mbrace, sem considerar os fatores de modelagem e,
também, considerando-os.
5.7.1. Considerações
A filosofia adotada, de Sd3Rd VV = , continua sendo considerada e de
acordo com o valor de ckf tem-se:
Tabela 5.49 – Valores de Vc, VRd3 e VSd, de acordo com variações de fck.
ckf )MPa( cV )kN( swV )kN( Sd3Rd VV = )kN(
20 59,68 132,87
25 69,25 142,44
30 78,2 151,39
35 86,67 159,86
40 94,74
73,19
167,93
150
Tabela 5.50 – Acréscimos de cargas acidentais, de acordo com variações de fck.
ckf )MPa( gkV )kN( inicial,qkV )kN( qkVΔ )kN( final,qkV )kN(
20 71,18 23,73 47,45 71,18
25 76,31 25,44 50,87 76,31
30 81,10 27,03 54,07 81,10
35 85,64 28,54 57,09 85,64
40 89,96 29,99 59,97 89,96
5.7.2. Modelos Probabilísticos da Resistência do Concreto à Compressão e das Solicitações
Os modelos probabilísticos das variáveis aleatórias são os mesmos
utilizados no exemplo anterior, exceto os modelos de cf , gV e qV que são
modificados, conforme tabela a seguir.
Tabela 5.51 – Modelos probabilísticos da resistência do concreto à compressão e das solicitações, de acordo com fck.
ckf Variável Aleatória
Valor Característico Média Desvio
Padrão
Coeficiente de Variação
(%) Distribuição
cf )MPa( 20 26,6 4 15,04 Lognormal
gV )kN( 71,18 71,18 7,12 10 Normal 20
qV )kN( 23,73 23,73 5,93 25 Gumbel
cf )MPa( 25 31,6 4 12,66 Lognormal
gV )kN( 76,31 76,31 7,63 10 Normal 25
qV )kN( 25,44 25,44 6,36 25 Gumbel
cf )MPa( 30 36,6 4 10,93 Lognormal
gV )kN( 81,10 81,10 8,11 10 Normal 30
qV )kN( 27,03 27,03 6,76 25 Gumbel
cf )MPa( 35 41,6 4 9,62 Lognormal
gV )kN( 85,64 85,64 8,56 10 Normal 35
qV )kN( 28,54 28,54 7,14 25 Gumbel
cf )MPa( 40 46,6 4 8,58 Lognormal
gV )kN( 89,96 89,96 9,00 10 Normal 40
qV )kN( 29,99 29,99 7,50 25 Gumbel
151
5.7.3. Resultados
Os resultados deste exemplo são apresentados nos gráficos a seguir. A
Figura 5.16 indica que para se obter valores de 3β e 4β maiores que 8,3r =β é
preciso aumentar o valor da taxa geométrica de reforço conforme aumento da
resistência característica do concreto à compressão.
Quando é utilizado o tecido Wabo®Mbrace CF-530 precisa-se de um
valor de fρ menor, principalmente quando os fatores de modelagem são
considerados.
0,03
0,06
0,09
0,12
0,15
0,18
0,21
0,24
0,27
20 25 30 35 40Resistência à compressão (MPa)
Taxa
geo
mét
rica
do re
forç
o (%
) fib
CF-530sem fator
CF-130sem fator
CF-530 com fator
CF-130com fator
Chen
fib
Chen Chen
Chen
fib
fib0,03
0,06
0,09
0,12
0,15
0,18
0,21
0,24
0,27
20 25 30 35 40Resistência à compressão (MPa)
Taxa
geo
mét
rica
do re
forç
o (%
) fib
CF-530sem fator
CF-130sem fator
CF-530 com fator
CF-130com fator
Chen
fib
Chen Chen
Chen
fib
fib
Figura 5.16 – Gráfico resistência característica do concreto à compressão x taxa
geométrica do reforço, do sexto exemplo.
A partir da Figura 5.17 verifica-se que os valores dos índices de
confiabilidade 2β diminuem quando os fatores de modelagem são considerados
e os valores dos índices de confiabilidade 3β aumentam. Quando é utilizado o
tecido Wabo®Mbrace CF-130 obtêm-se valores maiores de 3β comparando
com os valores obtidos quando se utiliza o tecido Wabo®Mbrace CF-530.
Para o tecido Wabo®Mbrace CF-130 a Figura 5.17 informa que, tanto
sem considerar os fatores de modelagem quanto considerando, os valores dos
índices de confiabilidade 3β diminuem com o aumento de ckf e que 4β tem
valor constante igual a 8,3r =β . O índice de confiabilidade série,eβ assume, em
todos as situações, valor igual a 4β . O modo de falha dominante é ruptura da
alma por tração diagonal devido ao descolamento do reforço.
152
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
6,0
6,5
7,0
7,5
8,0
8,5
20 25 30 35 40Resistência à compressão (MPa)
Índi
ces
de c
onfia
bilid
ade
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
6,0
6,5
7,0
7,5
8,0
8,5
20 25 30 35 40Resistência à compressão (MPa)
Índi
ces
de c
onfia
bilid
ade
CF-130 CF-530
Legenda: β2 – sem fator
β2 – com fator
β3 – Chen – sem fator
β3 – Chen – com fator
β3 – fib – sem fator
β3 – fib – com fator
CF-130 β4 – para todas situaçõesCF-530 β4 – para: Chen – com fator; Chen – sem fator; fib – com fator
CF-530 β4 – para: fib – sem fator
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
6,0
6,5
7,0
7,5
8,0
8,5
20 25 30 35 40Resistência à compressão (MPa)
Índi
ces
de c
onfia
bilid
ade
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
6,0
6,5
7,0
7,5
8,0
8,5
20 25 30 35 40Resistência à compressão (MPa)
Índi
ces
de c
onfia
bilid
ade
CF-130 CF-530
Legenda: β2 – sem fator
β2 – com fator
β3 – Chen – sem fator
β3 – Chen – com fator
β3 – fib – sem fator
β3 – fib – com fator
CF-130 β4 – para todas situaçõesCF-530 β4 – para: Chen – com fator; Chen – sem fator; fib – com fator
CF-530 β4 – para: fib – sem fator
Legenda: β2 – sem fator
β2 – com fator
β3 – Chen – sem fator
β3 – Chen – com fator
β3 – fib – sem fator
β3 – fib – com fator
CF-130 β4 – para todas situaçõesCF-530 β4 – para: Chen – com fator; Chen – sem fator; fib – com fator
CF-530 β4 – para: fib – sem fator Figura 5.17 – Gráfico resistência característica do concreto à compressão x
índices de confiabilidade (β2, β3 e β4), do sexto exemplo.
Para o tecido Wabo®Mbrace CF-530 a Figura 5.17 mostra que, tanto
sem considerar os fatores de modelagem quanto considerando, os valores dos
índices de confiabilidade 3β diminuem com o aumento de ckf . Quando os
fatores de modelagem não são considerados e são utilizadas na função de
estado as equações do Bulletin 14 fib (2001) o valor de 4β é maior do que
8,3r =β e aumenta com o aumento de ckf . A partir de MPa25fck = o valor do
índice de confiabilidade 3β passa a ser menor do que o valor de 4β e a ruptura
da alma por tração diagonal devido à ruptura do reforço passa a comandar o
dimensionamento. O índice de confiabilidade série,eβ assume valor igual a
8,3r =β . Quando os fatores de modelagem são considerados, 4β tem valor
constante igual a 8,3r =β e obtém-se 4série,e ββ = . O modo de falha dominante
é ruptura da alma por tração diagonal devido ao descolamento do reforço.
A partir da Figura 5.18 pode-se verificar melhor os valores de 3β e 4β
quando as equações do Bulletin 14 fib (2001) são utilizadas nas funções de
estado.
153
3,7
3,8
3,9
4,0
4,1
4,2
4,3
20 25 30 35 40Resistência à compressão (MPa)
Índi
ces
de c
onfia
bilid
ade
Legenda: β4 – fib – sem fator
β4 – fib – com fator
β3 – fib – sem fator
β3 – fib – com fator
CF-530
3,7
3,8
3,9
4,0
4,1
4,2
4,3
20 25 30 35 40Resistência à compressão (MPa)
Índi
ces
de c
onfia
bilid
ade
Legenda: β4 – fib – sem fator
β4 – fib – com fator
β3 – fib – sem fator
β3 – fib – com fator
Legenda: β4 – fib – sem fator
β4 – fib – com fator
β3 – fib – sem fator
β3 – fib – com fator
CF-530
Figura 5.18 – Gráfico resistência característica do concreto à compressão x
índices de confiabilidade (β3 – fib e β4 – fib), do sexto exemplo para o tecido
Wabo®MBrace CF-530.
6 Conclusões e Propostas para Trabalhos Futuros
6.1. Conclusões
Este trabalho teve como principal objetivo aplicar a análise de
confiabilidade de estruturas ao projeto de reforço à força cortante com
compósitos de fibras de carbono de vigas em concreto armado.
Inicialmente, modelos semi-empíricos e prescrições normativas
disponíveis na literatura para verificar a capacidade resistente do reforço à força
cortante foram analisados e implementados em MathCad versão 2001
Professional. Programas experimentais realizados por diversos pesquisadores
foram analisados e os resultados dos ensaios reunidos para comparação teórico-
experimental. Esta comparação permitiu concluir que, de uma maneira geral, o
modelo proposto por CHEN e TENG (2003 a,b) seguido do proposto por
TRIANTAFILLOU e ANTONOPOULOS (2000) se mostraram mais apropriados
do que os demais estudados. As prescrições do Bulletin 14 da fib (2001) seguem
integralmente o modelo proposto por TRIANTAFILLOU e ANTONOPOULOS
(2000).
Posteriormente, foi desenvolvido um programa para análise de
confiabilidade de estruturas em linguagem C onde o método FORM foi utilizado.
Este programa permitiu:
avaliar a confiabilidade à força cortante de seções de concreto
armado (utilizando as prescrições da NBR 6118 (2003));
avaliar a confiabilidade à força cortante de seções de concreto
armado reforçadas com CFRP (utilizando as prescrições da NBR
6118 (2003) de forma conjunta com o modelo proposto por CHEN e
TENG (2003 a,b) ou com as prescrições do Bulletin 14 da fib (2001));
dimensionar o reforço à força cortante para um nível de confiabilidade
pré-estabalecido (utilizando as mesmas prescrições e modelos
citados acima).
Os exemplos apresentados no Capítulo 5 foram desenvolvidos utilizando
este programa de confiabilidade de estruturas.
155
Com base nestes exemplos conclui-se para a seção de concreto armado
original, sem reforço, que:
como esperado, a seção tem maior probabilidade de falhar devido à
ruína de sua alma por tração diagonal do que por compressão
diagonal ( 3β < 2β );
o aumento da proporção de cargas acidentais, sendo mantido o valor
da carga total, resulta em valores menores de índices de
confiabilidade ( 2β e 3β );
quando são introduzidos os fatores de modelagem ( Sφ e Rφ ), os
valores dos índices de confiabilidade diminuem porque as
imperfeições dos modelos de cálculo passam a ser consideradas;
variável aleatória com coeficiente de variação elevado e
comportamento representado por distribuição de valores extremos
Gumbel apresenta importância significativa na avaliação de falha da
seção, caso constatado para a variável aleatória qV ;
fatores de modelagem ( Sφ e Rφ ), também, apresentam fator de
importância significativo por serem variáveis aleatórias que
multiplicam toda a parcela solicitante ou resistente da função de
estado. Quanto maior o valor do coeficiente de variação da variável e
da média maior é o valor de seu fator de importância, caso verificado
para a variável Rφ ;
quando existe um modo de falha nitidamente preponderante ( 3β <<
2β ) o valor do índice de confiabilidade equivalente série,eβ , obtido
considerando a formulação de sistemas em série, assume o mesmo
valor do índice de confiabilidade obtido para o modo de falha
preponderante ( 3β ); e, quando os valores dos índices de
confiabilidade são próximos, série,eβ apresenta valor menor do que os
obtidos para 2β e 3β .
Para justificar a necessidade de reforçar a seção de concreto armado
original foram supostos dois acréscimos distintos de carga acidental.
As taxas geométricas de reforço foram dimensionadas por dois enfoques:
o semi-probabilístico, baseado na prática corrente de projeto, e o probabilístico,
156
baseado em análise de confiabilidade. No enfoque probabilístico, as taxas
geométricas de reforço foram obtidas considerando o índice de confiabilidade
equivalente avaliado considerando a formulação de sistemas em série com um
valor maior ou igual ao valor do índice de confiabilidade escolhido como sendo o
de referência )8,3( série,e ≥β .
Com base nos exemplos do Capítulo 5 conclui-se para a seção de
concreto armado reforçada com compósito de fibras de carbono, que:
o tecido de fibras de carbono mais apropriado para o reforço à força
cortante, situação na qual o compósito não deve se deformar muito, é
o de alto módulo de elasticidade porque se consegue chegar a
resistências maiores com menores quantidades de reforço; e, quanto
menor a quantidade de camadas necessárias de compósito mais
eficiente é o reforço. As prescrições do Bulletin 14 fib (2001)
recomendam que não se utilizem mais de cinco camadas de reforço
quando este é executado com tecidos;
o projeto do reforço pelo enfoque semi-probabilístico pode fornecer
resultados contra a segurança )8,3( <β principalmente quando há
predominância de carga acidental e quando os fatores de modelagem
são introduzidos;
a seção tem maior probabilidade de falhar por tração diagonal devido
ao descolamento do compósito do que pelos demais modos ( 4β < 3β
e 4β < 2β ), portanto, o reforço é dimensionado pelo enfoque
probabilístico tendo como restrição 8,34série,e == ββ ;
quando o reforço é executado com envolvimento completo a função
de falha que avalia o descolamento não é considerada. Para esta
situação, a compressão diagonal pode passar a ser determinante no
dimensionamento do reforço, 8,32série,e == ββ , o que indica a
necessidade de sempre se verificar a capacidade resistente das
diagonais comprimidas de concreto;
quando há aumento da proporção de cargas acidentais, sendo
mantido o valor da carga total, o dimensionamento pelo enfoque
probabilístico fornece maiores taxas geométricas de reforço;
157
quando os fatores de modelagem ( Sφ e Rφ ) são introduzidos os
valores de taxas geométricas de reforço são maiores quando o
dimensionamento é realizado pelo enfoque probabilístico;
quando a quantidade de camadas aumenta o valor do índice de
confiabilidade referente ao descolamento do reforço )( 4β diminui
para a mesma taxa geométrica de reforço, permitindo concluir que é
sempre mais apropriado adotar o menor número de camadas
possível. Essa situação é constatada quando se utiliza as equações
propostas por CHEN e TENG (2003 a, b), que são dadas em função
da espessura do reforço ft (quando mais de uma camada de
compósito é utilizada o valor de ft é multiplicado pelo número de
camadas);
em relação aos fatores de importância os comentários são os
mesmos feitos para a seção de concreto armado;
no dimensionamento baseado em confiabilidade, tanto as variáveis
aleatórias das resistências ( cf , ywf e ff ) como as das solicitações
( gV e qV ) assumem nos pontos de projeto, obtidos para cada função
de estado, valores maiores do que seus valores característicos.
No dimensionamento probabilístico o nível de confiabilidade desejado é
estabelecido. Como vantagens pode-se ressaltar, também, que a importância de
cada variável aleatória é obtida, permitindo saber quais variáveis merecem maior
atenção e que o dimensionamento pode ser realizado considerando a
formulação de sistemas em série, o que conduz a uma solução sempre a favor
da segurança.
Neste trabalho, o reforço é utilizado para complementar a capacidade
resistente da seção de concreto armado original quando ocorre acréscimo de
carga acidental.
No projeto baseado em confiabilidade o reforço é dimensionado levando
em consideração a capacidade resistente da seção de concreto armado antes do
acréscimo de carga, ou seja, o reforço é utilizado como calibrador para que se
atinja o nível de confiabilidade desejado.
Podem ocorrer situações onde a seção de concreto armado original
suportará uma parcela da carga acrescida. Neste caso, a seção reforçada
passará a apresentar uma confiabilidade menor do que a seção sem reforço
158
apresentava para o seu carregamento original, porém ainda assim dentro de um
nível aceitável. Em outras situações, o reforço será responsável por aumentar o
nível de confiabilidade da seção de concreto armado original, sem reforço, e
ainda suportar a carga acidental acrescida mantendo o nível de confiabilidade.
Nesta situação o reforço será responsável, também, por suportar uma parcela da
carga acidental já existente antes do acréscimo de carga e a seção passará a
apresentar nível de confiabilidade maior do que a seção sem reforço
apresentava para o seu carregamento original.
6.2. Propostas para Trabalhos Futuros
A seguir são apresentadas algumas propostas para trabalhos futuros.
No que diz respeito ao reforço:
novos estudos experimentais em vigas de concreto armado
reforçadas com compósitos de fibras de carbono para:
• pesquisar sistemas de ancoragem do reforço eficientes, de forma
a previnir o descolamento do mesmo;
• medir a deformação específica efetiva do compósito colado à
viga;
• medir o ângulo de inclinação da fissura de cisalhamento e medir o
ângulo de inclinação das bielas de concreto comprimidas.
novos estudos experimentais para avaliar a parcela resistida por
mecanismos complementares ao da treliça, comparando os
resultados obtidos com a equação proposta pela NBR 6118 (2003);
aperfeiçoamento dos modelos de cálculo para verificar a capacidade
resistente do reforço à força cortante.
No que diz respeito à confiabilidade de estruturas:
aprimoramento do programa de confiabilidade introduzindo interface
gráfica;
investigar novos modelos probabilísticos, principalmente dos fatores
de modelagem;
159
introduzir a confiabilidade à flexão de seções transversais de vigas de
concreto armado. Utilizar a formulação de sistemas em série de forma
conjunta para flexão e força cortante;
calcular o ponto de projeto equivalente para a formulação de sistemas
em série;
calcular os fatores de importância das variáveis aleatórias para a
formulação de sistemas em série;
varrer o espaço das resistências e solicitações para calibrar os
coeficientes parciais de segurança utilizando técnicas de otimização;
introduzir o RBDO (Reliability-Based Design Optimization) ao projeto
do reforço à força cortante com compósitos de fibras de carbono
(CFRP) em vigas de concreto armado.
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Concreto – Preparo, Controle e Recebimento: NBR 12655. Rio de Janeiro, Brasil, 1996.
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Anexo A Rotinas para se Obter a Parcela da Força Cortante Resistida pelo FRP
A.1. Introdução
Neste anexo são apresentadas rotinas teóricas, utilizadas para
comparação teórico-experimental, e rotinas de cálculo, utilizadas para
dimensionamento. As duas rotinas foram implementadas em MathCad e
utilizadas no Capítulo 2. Nos itens, a seguir, onde é fornecido apenas uma rotina
adota-se para comparação teórico-experimental 1f =γ e cc f'f = .
A.2. Rotinas elaboradas segundo TRIANTAFILLOU e ANTONOPOULOS (2000)
A.2.1. Rotina Teórica
( )
( )
⎟⎟⎟⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜⎜⎜⎜
⎝
⎛ε
ε=εε=ε
←
ββ+ρε←ε←
εε=ε
←ε
⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢
⎣
⎡
ρ←ε
ε⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢
⎣
⎡
ρ←ε
←ρ
←
=
−
f
fe
fe
b_fefe
r_fefewfffef
ffefe
b_fer_fe
r_fefe
3
56.0
ffG
3 2cm
b_fe
fu
30.0
ffG
3 2cm
r_fe
f
f
w
ff
ffG
louTriantafil_f
Vf
Rupturaif"toDescolamen"
if"reforçodoRuptura"Ruptura
sincot1dbE9.0VEf
otherwise,min"W"execuçãoif
10E
f65.0
Ef
17.0
sw
bt2GPaEE
:V
169
Legenda do tipo de execução:
W – se envolvimento completo da seção transversal da viga;
U – se envolvimento em forma de U;
S – se colado apenas nos lados da viga.
Quando o envolvimento é executado em forma de U com adição de um
sistema de ancoragem, legenda UA, é considerado para utilização das rotinas o
tipo de execução W.
A.2.2. Rotina de Cálculo
( )( )
( )( )
( )
( )
⎟⎟⎟⎟⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜⎜⎜⎜⎜
⎝
⎛ε
+−=ε=ε
ε=εε=ε
←
+−+−≤
←
ββ+ργ
ε←
ε←ε=εγε=εγε=εγ
←γ
εαε←εεε
=ε←ε
⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢
⎣
⎡
ρ←ε
ε⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢
⎣
⎡
ρ←ε
←ρ
←
=
−
fde
fd
fe
fe
swdcdmax,Rdfde
maxfke
b_fefe
r_fefe
swdcdmax,Rd
swdcdmax,Rdfdfdfde
wfff
fkefd
ffefemaxfkefl
b_fefefb
r_fefeff
f
maxfefke
b_fer_fe
r_fefe
3
56.0
ffG
3 2cm
b_fe
fu
30.0
ffG
3 2cm
r_fe
f
f
w
ff
ffG
louTriantafil_fd
VVf
RupturaVVVVif"oEsmagament"
if"excessivaDefomação"if"toDescolamen"
if"reforçodoRuptura"
Ruptura
otherwiseVVVVVVVifV
V
sincot1dbE9.0V
Efififif
,minotherwise,min
"W"execuçãoif
10E
f65.0
Ef
17.0
sw
bt2GPaE
E
:V
170
⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛
≤≠
=←
≤ρ←
=
f
fff
ff
f
3 2cmffG
saxial_Rigidez
otherwise"itelimdoacima"d8.0sif"OK"
wsifwsif"OK"
s
otherwise"itelimdoacima"f018.0Eif"OK"axial_Rigidez
:esVerificaçõ
A.3. Rotina elaborada segundo KHALIFA e NANNI (2002)
( ) ( )
( )[ ]{ }
( )( )
( )
( )( )
( )
⎟⎟⎟⎟⎟⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜⎜⎜⎜⎜⎜
⎝
⎛
ε
+−=
=
=
=
←
+−
+−≤←
ββ+γ
←
←ε
←
=←
ε←
≤≤−ε←
≤ρ+ρ−ρ←
←=−
=−
=
←
←≠−
=←
←ρ
←
=
−
fde
fd
fe
fe
swdcdmax,Rdfde
swdcdmax,Rd
swdcdmax,Rdfdfdfde
f
ff
f
fefd
ffefe
ffe
fu
ff6
fGfffu
fe3 2
c
fGffGf2
fGf
fffef
ef
f
fe
ess
sf
f
f
w
ff
ffG
Khalifa_fd
VVf
RupturaVVVVif"oEsmagament"
l_RRif"excessivaDeformação"b_RRif"toDescolamen"
r_RRif"reforçodoRuptura"
Ruptura
otherwiseVVVVVVVifV
V
ssincot1d9.0AfV
E/ffRf
otherwisel_R,b_R,r_Rmin"W"execuçãoifl_R,r_Rmin
R
/006.0l_Rotherwise0
mmGPa90EtmmGPa20if10Et06.493.738dw'f
b_R
otherwise0GPa7.0Eif778.0E2188.1E5622.0r_R
wt2A"S"execuçãoifL2d
"U"execuçãoifLd"W"execuçãoifw
w
mm75L0tiftd
0tifdd
sw
bt2GPaEE
:V
171
( )f
ffff
ff
f
sotherwise"itelimdoacima"
4/dwsif"OK"wsif
wsif"OK"s:oVerificaçã
+≤≠
=
←=
sendo:
2190
250160
θαθ
cotcotcotbd,f
f,V wcd
ckmax,Rd
+
+⎟⎠
⎞⎜⎝
⎛−= (A.1)
dbfk,V wcklcd3 100180 ρ= (A.2)
022001 ,d
k ≤+= (A.3)
020,db
A
w
sl ≤=ρ (A.4)
( ) ααθ sincotcotd9,0fs
AV ywd
swswd += (A.5)
A.4. Rotina elaborada segundo ADHIKARY et alii (2003)
( )
⎟⎟⎟⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜⎜⎜⎜
⎝
⎛
ε
ε=ε
ε+ε=ε←
ββ+ρε←
ε←ε
=ε+ε←ε
≤<ε⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛
ρ←ε
≤ρ<ερ←ε
←ρ
←
=
f
fe
fe
1fefe
2fe1fefewfffef
ffefe1fe
2fe1fefe
w
afu
w
a
fGf
3 2c
2fe
fMffufGf
3c
1fe
f
f
w
ff
ffG
Adhikary_f
Vf
Rupturaif"toDescolamen"
if"reforçodoRuptura"Ruptura
sincot1dbEVEf
otherwise"W"execuçãoif
otherwise0
5.0bl0if
bl100ln
E
'f043.0
otherwise0
GPa0.1EGPa25.0ifE
'f038.0sw
bt2GPaEE
:V
172
A.5. Rotinas elaboradas segundo CHEN e TENG (2003 a, b)
A.5.1. Rotina Teórica
( )
1if21
1if
2sin
2cos1
2
if2
1zz
if
D
otherwise,min"W"execuçãoif
'ftE
427.0
frws1rws2
1if2
sin
1if1L
L
"S"execuçãoifsin2h
"U"execuçãoifsinh
L
'ftE
L
sinsw
rws
wsifsinw
wsifss
zzhdhd9.0z
dz
:V
bmax_fmaxf
b
t
rmax_fmaxf
f
bmax_frmax_f
rmax_fmaxf
cf
fLwbmax_f
frmax_f
w
L
e
max
fe
fe
max
c
ffe
fe
f
fff
ffffe
tbfe
fbb
ftt
Chen_f
>λπλ−π
−
≤λ⎟⎠
⎞⎜⎝
⎛ λπ
⎟⎠
⎞⎜⎝
⎛ λπ
−
πλ
σ=σ
ζ+
←ζ
σ=σ
←
σσ=σ
←σ
ββ←σ
←σ+−
←β
<λ⎟⎠
⎞⎜⎝
⎛ πλ≥λ
←β
←λ
=β
=β←
←
β←
=β
≠←
−←+−←
←
=
173
( )
⎟⎟⎟⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜⎜⎜⎜
⎝
⎛
ε
σ=σ
σ=σ←
ββ+θ←
←ε
σ←
=
f
fe
fe
bmax_fmaxf
rmax_fmaxf
2feffef
f
fefe
maxfffe
Chen_f
Vf
Rupturaif"toDescolamen"
if"reforçodoRuptura"Ruptura
sincotcothrwstf2VEf
D
:V
A.5.2. Rotina de Cálculo
( ) otherwise,min"W"execuçãoif
'ftE315.0
Ef
ifE
8.0
Ef
iff
8.0
rws1rws2
1if2
sin
1if1L
L
"S"execuçãoifsin2h
"U"execuçãoifsinh
L
'ftE
L
sinsw
rws
wsifsinw
wsifss
zzhdhd9.0z
dz
:V
bmax_frmax_f
rmax_fmaxf
cf
fLw
fbbmax_f
fuf
f
ff
ffu
fuf
f
ff
f
rmax_f
w
L
e
max
fe
fe
max
c
ffe
fe
f
fff
ffffe
tbfe
fbb
ftt
Chen_fd
σσ=σ
←σ
ββγ
←σ
ε>γ
ε
ε≤γ←σ
+−
←β
<λ⎟⎠
⎞⎜⎝
⎛ πλ≥λ
←β
←λ
=β
=β←
←
β←
=β
≠←
−←+−←
←
=
174
( )
⎟⎟⎟⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜⎜⎜⎜
⎝
⎛
ε
σ=σ
σ=σ←
ββ+θ←
←ε
σ←
>λπλ−π
−
≤λ⎟⎠
⎞⎜⎝
⎛ λπ
⎟⎠
⎞⎜⎝
⎛ λπ
−
πλ
σ=σ
ζ+
←ζ
σ=σ
←
=
fd
fe
fe
bmax_fmaxf
rmax_fmaxf
2feffefd
f
fefe
maxfffe
rmax_fmaxf
b
t
rmax_fmaxf
f
Chen_fd
Vf
Rupturaif"toDescolamen"
if"reforçodoRuptura"Ruptura
sincotcothrwstf2VEf
Df
1if21
1if
2sin
2cos1
2
if2
1zz
if
D
:V
( )
( )f
fef
ff
ff
f
sotherwise"itelimdoacima"
2cossinh
sif"OK"
wsifwsif"OK"
s:oVerificaçãβ+β
≤
≠
=
←=
175
A.6. Rotina elaborada segundo o Bulletin 14 da fib (2001)
( )
( )( )
( )
( )
⎟⎟⎟⎟⎟⎟⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜⎜⎜⎜⎜⎜⎜
⎝
⎛
εε
+−=ε=ε
ε=ε←
+−+−≤
←
ββ+ρε←ε←
γε
←ε
ε←εε=εγε=εγ
←γ
εε=ε
←ε
⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢
⎣
⎡
ρ←ε
ε⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢
⎣
⎡
ρ←ε
←ρ
←
=
−
fde
fd
fe
fde
fe
swdcdmax,Rdfde
b_fefe
r_fefe
swdcdmax,Rd
swdcdmax,Rdfdfdfde
wfffdefd
ffefef
fkefde
fefke
b_fefefb
r_fefefff
b_fer_fe
r_fefe
3
56.0
ffG
3 2cm
b_fe
fu
30.0
ffG
3 2cm
r_fe
f
f
w
ff
ffG
fib_fd
VVf
RupturaVVVVif"oEsmagament"
if"toDescolamen"if"reforçodoRuptura"
Ruptura
otherwiseVVVVVVVifV
V
sincot1dbE9.0VEf
kifif
otherwise,min"W"execuçãoif
10E
f65.0
Ef
17.0
sw
bt2GPaE
E
:V
( )f
ff
s
ff
sff
ff
f
s
otherwise"itelimdoacima"2
wd9.0sif"OK"
0tifotherwise"itelimdoacima"
2w
d9.0sif"OK"
0tifwsif
wsif"OK"
s:oVefiricaçã
−≤
≠
−≤
=≠
=
←=
176
A.7. Rotina elaborada segundo o ACI 440 (2001)
( )
( )
⎟⎟⎟⎟⎟⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜⎜⎜⎜⎜⎜
⎝
⎛
φ
ε
−=
ε=ε
ε=ε
←
ψ←φ−
−≤←
β+βε←
ε←ε
=ε←ε
≤εε←ε
ε
ε≤←ε
≤←
ε←
=−
=−
←
⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛←
←
←
←
f
f
fe
fe
swwcfe
b_fefe
r_fefe
feff
swwc
swwcfffe
f
fffeff
ffefe
b_fe
r_fefe
fuvfuvb_fe
fu
fur_fe
vvvvv
fu
e21vv
f
eff
ef
2
32
c1
58.0ff
e
fff
f
VVf
RupturaVdb'f66.0Vif"oEsmagament"
if"toDescolamen"if"reforçodoRuptura"
Ruptura
VVotherwiseVdb'f66.0
Vdb'f66.0VifVV
sd
cossinEAV
Efotherwise
"W"execuçãoifotherwise004.0
004.0kifkotherwise75.0
75.0004.0if004.0otherwise75.0
75.0kifkk
11900Lkk
k
"S"execuçãoifd
L2d
"U"execuçãoifd
Ld
k
27'f
k
Et
23300L
wt2A
ACI_V
( )f
ffff
ff
f
sotherwise"itelimdoacima"
4/dwsif"OK"wsif
wsif"OK"s:oVerificaçã
+≤≠
=
←=
177
Anexo B Revisão Bibliográfica dos Programas Experimentais
B.1. Introdução
Neste anexo são apresentadas as revisões bibliográficas dos programas
experimentais, encontrados na literatura, de vigas reforçadas à força cortante
com a utilização de CFRP.
B.2. Programa Experimental de CHAALLAL et alii (1998)
Este programa consistiu de oito vigas de concreto armado bi-apoiadas de
seção transversal retangular.
Os parâmetros variáveis neste ensaio foram:
Taxa geométrica da armadura transversal, por meio da utilização de
diferentes espaçamentos dos estribos;
Configuração do reforço, quanto sua continuidade e orientação das fibras
principais.
As vigas foram agrupadas em três séries. As duas vigas da primeira
série, designada de FS, estavam adequadamente armadas à força cortante, não
necessitando de reforço. As demais séries, US e RS, continham a mesma
armadura transversal, sendo esta deficiente. As duas vigas de série US não
receberam reforço, utilizadas como vigas de referência, enquanto que as quatro
vigas da série RS foram reforçadas com uma determinada quantidade de CFRP
para se obter a mesma resistência à força cortante encontrada nas vigas da
série FS.
As vigas da série RS foram divididas em dois grupos, designados de
RS90 e RS135, com duas vigas em cada grupo. Estas foram agrupadas de
acordo com o valor de β e fs adotados.
A lâmina de compósito de fibras de carbono utilizada como reforço foi
fornecida pela SIKA Inc.
O carregamento aplicado foi de forma concentrada em dois pontos nos
terços do vão.
178
O ganho de capacidade resistente à força cortante das vigas reforçadas
variou de 64% a 87%, e os autores deste programa concluíram que:
O reforço colado nos lados da viga com °= 45β apresenta melhor
desempenho, em termos de propagação de fissuras, rigidez e resistência
à força cortante. Entretanto, a adoção deste tipo de reforço pode levar ao
colapso prematura da viga devido ao descolamento do reforço.
B.3. Programa Experimental de KHALIFA et alii (1999)
Este programa foi composto de nove vigas contínuas (com dois vãos), de
concreto armado, todas com seção transversal retangular.
Os parâmetros variáveis neste ensaio foram:
Resistência à compressão do concreto;
Taxa de armadura longitudinal e taxa de armadura transversal;
Configuração do reforço, incluindo: quanto ao seu envolvimento; sua
continuidade e a orientação das fibras principais.
As vigas foram agrupadas em três séries, denominadas de CW, CO e
CF, de acordo com as taxas das armaduras internas, sendo longitudinal ou
transversal. A série CW foi composta de duas vigas e eram as únicas que
continham estribos no comprimento de interesse para o ensaio. A série CO
continha três vigas com armadura longitudinal igual à existente nas vigas da
série anterior. A série CF foi composta de quatro vigas com taxa de armadura
longitudinal diferente das demais vigas.
As vigas CW1, CO1 e CF1 não receberam reforço e o carregamento foi
executado em dois pontos por cargas concentradas aplicadas no meio de cada
vão.
Para estas vigas ensaiadas o ganho de capacidade resistente à força
cortante variou de 22% a 135%. Todas as vigas reforçadas da série CF
romperam por flexão. Os autores deste programa concluíram que:
O reforço com CFRP pode ser utilizado para aumentar a capacidade
resistente à força cortante de vigas tanto em regiões de momento
positivo quanto em regiões de momento negativo;
A contribuição do CFRP à força cortante é maior para vigas que não
contêm armadura transversal do que para as que contêm.
179
B.4. Programa Experimental de KHALIFA e NANNI (2000)
Estes autores ensaiaram seis vigas de concreto armado de seção
transversal T.
O parâmetro variável neste ensaio foi:
Configuração do reforço, quanto ao seu envolvimento, incluindo a adição
de um sistema de ancoragem do CFRP em uma viga; quanto a sua
continuidade e quanto à orientação das fibras principais.
Cada viga foi reforçada com uma configuração de reforço diferente,
conforme especificado na Tabela C.1, com exceção da viga BT1 que não
recebeu reforço, servindo como viga de referência. As vigas foram bi-apoiadas e
receberam o carregamento em dois pontos.
Foi utilizado para o reforço o tecido unidirecional de fibras de carbono
Wabo®MBrace CF-130 (Master Builders Technologies, Inc).
O ganho de capacidade resistente à força cortante para estas vigas
variou de 35% a 145%, e os autores deste programa concluíram que:
A eficiência do reforço com CFRP colado externamente pode ser
significativamente aumentada se for efetuado um adequado sistema de
ancoragem;
O sistema de ancoragem utilizado é recomendado;
Se a ruptura por descolamento do CFRP não é prevenida, onde a
quantidade de reforço é ótima, aumentá-la pode não significar aumento
de resistência, assim, a aplicação de estribos de CFRP pode ser tão
eficiente quanto a aplicação do reforço de forma contínua;
Nenhuma contribuição foi observada para acréscimo de resistência
devido à utilização de uma segunda camada de CFRP com °= 0β .
B.5. Programa Experimental de KHALIFA e NANNI (2002)
Estes autores ensaiaram 12 vigas de concreto armado bi-apoiadas de
seção transversal retangular.
Os parâmetros variáveis neste ensaio foram:
Relação d/a (onde a é a distância do ponto de aplicação da carga
concentrada ao meio do apoio);
Resistência à compressão do concreto;
Existência de armadura transversal de aço;
Configuração do reforço, incluindo: quanto ao seu envolvimento; sua
180
continuidade e a orientação das fibras principais.
As vigas foram agrupadas em duas séries principais, designadas de SW
e SO dependendo da presença de armadura transversal ou não. A série SW foi
composta de quatro vigas, metade com relação 3=d/a , nomeadas de SW3, e
metade com 4=d/a , nomeadas de SW4. Nesta série as vigas continham
estribos. A série SO continha oito vigas, cinco com relação 3=d/a , designadas
de SO3 e três com 4=d/a , chamadas de SO4. Nesta série as vigas não
continham estribos, no trecho ensaiado.
A primeira viga de cada grupo não recebeu reforço, servindo como viga
de referência. O carregamento das vigas foi em dois pontos.
O tecido de fibras de carbono unidirecional utilizado no reforço foi o
Wabo®MBrace CF-130 (Master Builder Technologies, Inc).
Para estas vigas ensaiadas o ganho de capacidade resistente à força
cortante variou de 40% a 138%, e os autores deste programa concluíram que:
A contribuição do CFRP à força cortante é influenciada pela relação
d/a , e parece aumentar com o aumento desta relação;
Acréscimo na quantidade de CFRP pode não resultar em proporcional
aumento de resistência à força cortante;
A adição de uma segunda camada de reforço com °= 0β aumenta a
capacidade resistente à força cortante devido à restrição horizontal
provocada por ela.
B.6. Programa Experimental de DENIAUD e CHENG (2001)
Neste programa, quatro vigas de concreto armado de seção transversal
T, bi-apoiadas, com o carregamento aplicado em dois pontos eqüidistantes
foram ensaiadas. Os dois trechos da viga que continham força cortante foram
ensaiados separadamente, então, no total, foram realizados oito testes.
Os parâmetros variáveis neste ensaio foram:
Tipo de FRP utilizado;
Existência de armadura transversal de aço, assim como o espaçamento
utilizado entre esta armadura;
Configuração do reforço, quanto à orientação das fibras principais.
Três tipos de tecidos foram utilizados nos reforços das vigas: tecidos de
fibras de carbono uniaxial (Replark 20 – Mitsubishi); tecidos de fibras de vidro
uniaxial e tecidos de fibras de vidro triaxial. Em todos os casos, o reforço foi
181
estendido por baixo da mesa da seção transversal da viga, a fim de proporcionar
uma ancoragem.
Como em cada viga foram feitos dois testes, um para cada trecho que
continha força cortante, reforçou-se com estribos externos o trecho que não
seria testado no momento.
Os testes foram agrupados em três séries, apenas na primeira série as
vigas não continham armadura transversal interna, na segunda e terceira séries
o espaçamento entre essas armadura eram mms 400= e mms 200=
respectivamente. A primeira viga de cada série não recebeu reforço.
As quatro barras longitudinais que constituíam a armadura de tração
(barras de alta resistência – Dywidag) foram estendidas mm150 a partir dos
extremos da viga e ancoradas em chapas metálicas de mm50 de espessura.
A viga reforçada com CFRP, T6S2-C90, rompeu repentinamente quando
o reforço descolou, para uma carga menor do que a carga da viga de referência.
A partir de uma inspeção na viga observou-se que na região da fissura formada
devido à força cortante os estribos internos estavam rompidos. Estes estribos
alcançaram a tensão de escoamento antes do descolamento do reforço aplicado
nesta região. Os autores deste programa acreditam que no instante que o
reforço descolou a energia liberada para os estribos internos foi tão elevada que
a viga escorregou ao longo da fissura, ocasionando a ruptura dos estribos
internos.
O ganho de capacidade resistente à força cortante das vigas reforçadas
variou de 45% a 94%. A viga T6S2-C90 foi descartada pela razão exposta
acima. Os autores deste programa concluíram que:
A efetividade do FRP é menor quando as vigas são armadas
internamente à força cortante;
Seções planas não permanecem planas no trecho da força cortante
depois que um certo nível de carga é alcançado, mas a presença do FRP
colado externamente retarda a perda do comportamento de seção plana.
B.7. Programa Experimental de ADHIKARY et alii (2003)
Estes autores ensaiaram nove vigas de concreto armado com seção
transversal quadrada, em quatro vigas o reforço foi executado com compósito de
fibras de aramida.
O parâmetro variável neste programa foi:
Configuração do reforço, quanto ao seu envolvimento e comprimento de
182
ancoragem.
A viga designada de B-1 não recebeu reforço, e as quatro vigas da série
VC receberam reforço de compósito de fibras de carbono. As arestas vivas das
vigas foram arredondadas de mm100 de diâmetro.
O carregamento foi aplicado em dois pontos e as vigas eram
simplesmente apoiadas, sem armadura transversal.
O ganho de capacidade resistente à força cortante das vigas reforçadas
variou de 47% a 123%, e os autores deste programa concluíram que:
O reforço executado com ancoragem adequada é muito mais eficiente
que o reforço executado apenas envolvendo em forma de U a seção
transversal da viga. A adição da ancoragem pode ser uma maneira
eficiente de retardar ou até mesmo evitar o descolamento do mesmo.
B.8. Programa Experimental de BEBER (2003)
Este programa foi composto de 44 vigas de concreto armado, com seção
transversal retangular, 14 vigas foram reforçadas à flexão e 30 à força cortante
com a utilização de CFRP.
Os parâmetros variáveis neste ensaio foram:
Configuração do reforço, quanto ao seu envolvimento, sua continuidade e
orientação das fibras principais;
Material utilizado para o reforço, foram empregados dois tipos de
materiais diferentes. Em quatro vigas foi utilizado o compósito pré-
fabricado, laminado (CFK 200/2000 – S&P Reinforcements – MBrace), no
restante das vigas aplicou-se o sistema curado in situ, tecido
unidirecional (Replark 20 – Mitsubishi). Isto variou as propriedades do
reforço.
As vigas V8_A e V8_B não receberam reforço e serviram como vigas de
referência, as demais 28 vigas foram separadas em 12 grupos de acordo com as
diferentes configurações de reforço utilizadas.
Nas vigas V10_A, V10_B, V17_A, V19_A e V19_B o reforço foi
executado envolvendo a seção transversal da viga em forma de “L”. Para
avaliação teórica deste tipo de execuçao do reforço (em “L”) o autor considerou
a mesma formulação utilizada quando o reforço é executado envolvendo em
forma de “U” a seção transversal da viga.
183
O carregamento foi aplicado de forma concentrada em dois pontos
eqüidistantes, sendo a viga bi-apoiada. Não foi utilizada armadura transversal de
aço.
O ganho de capacidade resistente à força cortante das vigas reforçadas
variou de 61% a 255%, e o autor deste programa concluiu que:
O descolamento do reforço caracterizou-se como o modo de colapso da
viga mais freqüente. As vigas que tiveram o reforço executado
envolvendo completamente sua seção transversal (ancoragem suficiente)
entraram em colapso devido à ruptura do CFRP. Existiram situações
intermediárias, em que houve uma combinação destes dois modos de
colapso;
No caso particular das vigas reforçadas com faixas orientadas à °45 , a
solução de ancoragem tipo “L” representou uma alternativa eficiente na
elevação da resistência, porém, a execução destes reforços demonstrou
ser bastante complexa;
Os reforços contínuos necessitaram maiores quantidades de reforço e
não proporcionaram incrementos de resistência na mesma proporção;
O desempenho das vigas reforçadas com os laminados foi limitado, o
único tipo de execução do reforço possível é colando-o somente nas
laterais da viga, assim o modo de colapso da viga foi controlado pelo
descolamento do reforço.
B.9. Programa Experimental de DIAGANA et alii (2003)
Neste programa foram ensaiadas dez vigas de concreto armado, com
seção transversal retangular.
O parâmetro variável neste ensaio foi:
Configuração do reforço, quanto ao seu envolvimento, sua continuidade e
orientação das fibras principais.
O tecido de fibras de carbono utilizado no reforço foi o TFC® da
Freyssinet, bi-direcional, com 70% das fibras na direção principal (utilizada no
teste) e 30% na outra direção.
As vigas foram agrupadas em duas séries, a primeira foi chamada de PU,
onde o reforço foi executado envolvendo em forma de U a seção transversal da
viga, e a segunda série foi designada de PC devido ao envolvimento completo
da seção transversal pelo reforço. Duas vigas não foram reforçadas (P0 e P0-bis).
184
O carregamento foi aplicado em um ponto, sendo as vigas simplesmente
apoiadas.
O ganho de capacidade resistente à força cortante das vigas reforçadas
variou de 18% a 61%, e os autores deste programa concluíram que:
A efetividade do reforço varia em função do tipo de envolvimento,
espaçamento e orientação do mesmo, a configuração que apresentou
melhor resultado foi a da viga PC1, onde o reforço foi executado
envolvendo completamente a seção transversal da viga, com o menor
espaçamento e °= 90β ;
O envolvimento completo da seção transversal da viga pelo reforço
proporciona maior ganho de capacidade resistente para vigas com
°= 90β , percebendo-se a importância do comprimento de ancoragem
para a efetividade do reforço;
Para o caso de °= 45β foi observado que o envolvimento da seção
transversal em forma de U é mais eficiente, pois utilizando o
envolvimento completo tem-se o aparecimento de uma flexão local que
provoca uma sobrecarga nos bordos do reforço na região de compressão
da viga.
B.10. Programa Experimental de CAROLIN e TÄLJSTEN (2005)
Estes autores ensaiaram 20 vigas de concreto armado, com seção
transversal retangular. Quatro vigas foram ensaiadas em duas etapas, a primeira
etapa sem reforço, servindo como viga de referência, e a segunda etapa
reforçada com CFRP, proporcionando a realização de ensaio em viga pré-
fissurada.
O sistema utilizado para reforço à força cortante foi o BPE® Composite
de fibras de carbono unidirecionais.
As vigas foram divididas em dois tipos, o Tipo A foi designado para vigas
que não receberam armadura transversal e o Tipo B foi composto de vigas que
continham armadura transversal de aço. As vigas do Tipo B receberam um
reforço à flexão adicional para assegurar que a ruptura ocorresse por algum
mecanismo relacionado à força cortante.
Os parâmetros variáveis neste ensaio foram:
Existência de armadura transversal de aço;
Configuração do reforço, incluindo: quanto ao seu envolvimento e a
orientação das fibras principais;
185
Tipo de aplicação de carga, podendo ser carga cíclica ou não, assim
como, aplicação do reforço em viga pré-fissurada ou não.
A resistência à compressão do concreto não foi considerada como
parâmetro variável, no entanto, variou de MPa,fc 836= a MPa,fc 856= . Todas
as vigas foram levadas à ruptura a partir de um carregamento controlado pela
deformação.
A designação das vigas foi dada da seguinte forma: o primeiro número
significa o peso do compósito, sendo 1, 2 e 3 para 2125 m/g , 2200 m/g e
2300 m/g respectivamente; o segundo número denomina o ângulo de
inclinação das fibras principais do reforço; as letras maiúsculas descrevem o
diferencial contido na viga ensaiada, sendo: W para envolvimento completo do
reforço, R para viga pré-fissurada e F para viga carregada ciclicamente depois
de executado o reforço; a letra minúscula representa a primeira ou segunda viga
ensaiadas de mesma espécie.
A viga nomeada de R2 passou a se chamar 245Ra depois de reforçada,
assim como a viga R3 passou a ser 245Rb, a R4 passou a ser 245RF e a viga
R5 passou a se chamar 290WR depois de receber o reforço.
A viga 290W rompeu por flexão, então as vigas 290WR e 245W foram
reforçadas à flexão com a utilização de lâmina de CFRP calada em todo o
comprimento do lado tracionado das vigas. Esta lâmina apresentavam as
seguintes propriedades: MPaff 2800> , GPaEf 210= e %,fu 31>ε .
O carregamento foi aplicado em dois pontos eqüidistantes, sendo as
vigas simplesmente apoiadas. As vigas 145F, 245F, 245RF e 345F foram
submetidas a 610 ciclos de carga antes da carga de ruptura, este carregamento
foi aplicado por dez dias com uma freqüência de zH,21 .
Para estas vigas ensaiadas o ganho de capacidade resistente à força
cortante das vigas reforçadas variou de 26% a 225%, e os autores deste
programa concluíram que:
As vigas de concreto armado reforçadas podem ter o seu modo de
ruptura modificado devido a algum mecanismo relacionado à força
cortante para ruptura devido à flexão;
Devido à anisotropia dos CFRP a efetividade do reforço depende de
escolher corretamente a orientação das fibras principais do mesmo em
relação à fissura de cortante, o esquema de reforço com °= 0β não
contribui significantemente para a capacidade resistente, e o pequeno
186
aumento apresentado parece ser decorrente do aumento na parcela do
concreto cV ;
Vigas pré-fissuradas podem ser reforçadas, e apresentam ganho em sua
capacidade resistente;
Para vigas que contêm armadura transversal e necessitam de elevado
efeito do reforço à força cortante é preciso executar um reforço à flexão;
Para as vigas que não foram pré-fissuradas, as fibras do compósito não
se deformam até que seja alcançada a carga de fissuração da viga de
referência, para as demais vigas as fibras são deformadas desde o inicio
do ensaio. As fibras do compósito das extremidades da seção transversal
das vigas completamente envolvidas pelo reforço não se deformam até
que o reforço descole. Para todos os casos as fibras do compósito que
mais se deformam são as posicionadas no meio da altura da viga.
187
Anexo C Parâmetros Utilizados nos Programas Experimentais
C.1. Introdução
Neste anexo é apresentada uma tabela contendo os dados geométricos
das vigas de concreto armado, dos reforços com compósito de fibras de carbono
e as propriedades dos materiais (concreto, aço e CFRP) utilizados nos diversos
programas experimentais relatados no Anexo B.
Os dados contidos nesta tabela foram utilizados nos cálculos da parcela
da força cortante resistida pelo FRP fV (rotinas apresentadas no Anexo A).
C.2. Parâmetros Geométricos e Mecânicos dos Programas Experimentais
O valor da altura efetiva do FRP não foi fornecido, pois obtém-se através
dos valores de d , ftd e fbd , conforme mostra a Figura C.1.
Figura C.1 – Altura efetiva do FRP.
As legendas dos modos de ruptura observados experimentalmente são:
EB – esmagamento das bielas;
TD – tração diagonal;
R – ruptura do reforço;
D – descolamento do reforço;
DR – descolamento e ruptura do reforço ocorrendo ao mesmo tempo;
D+R – descolamento do reforço seguido de sua ruptura;
F – Flexão.
As vigas dos programas experimentais reforçadas com AFRP ou GFRP
não foram incluídas nesta tabela.
dfh d d f b
d f t
dfh d d f b
d f t
188
Tabela C.1 – Parâmetros Geométricos e Mecânicos dos Programas Experimentais.
Viga
wbmm
dmm d
a
Seçã
o
cfMPa sA swA
yf
MPaywf
MPasE
GPaftd
mmfbd
mm
ftmm
fwmm
fsmm
ffMPa
fEGPa
β °
almm
Exe
cuçã
o
Rup
tura
expV
kN fρ %
CH (FS1)
150 220 2,5 R 35 3x15 6@ 50 400 400 200 * * * * * * * * * * EB 110,0 *
CH (FS2)
150 220 2,5 R 35 3x15 6@ 50 400 400 200 * * * * * * * * * * EB 108,0 *
CH (US1)
150 220 2,5 R 35 3x15 6@ 200 400 400 200 * * * * * * * * * * TD 55,0 *
CH (US2)
150 220 2,5 R 35 3x15 6@ 200 400 400 200 * * * * * * * * * * TD 51,5 *
CH (RS90-1)
150 220 2,5 R 35 3x15 6@ 200 400 400 200 0 250 1,000 50 100 2400 150 90 0 S R 87,5 0,67
CH (RS90-2)
150 220 2,5 R 35 3x15 6@ 200 400 400 200 0 250 1,000 50 100 2400 150 90 0 S D 95,0 0,67
CH (RS135-1) 150 220 2,5 R 35 3x15 6@ 200 400 400 200 0 250 1,000 50 150 2400 150 45 0 S D 94,0 0,44
CH (RS135-2) 150 220 2,5 R 35 3x15 6@ 200 400 400 200 0 250 1,000 50 150 2400 150 45 0 S D 99,5 0,44
KH1 (CW1) 150 254 3,6 R 27,5 2x32 10@
125 460 350 200 * * * * * * * * * * TD 175,0 *
KH1 (CW2) 150 254 3,6 R 27,5 2x32 10@
125 460 350 200 0 305 0,165 915 915 3500 228 90 / 0 0 U /
S EB 214,0 NU
KH1 (CO1)
150 254 3,6 R 20,5 2x32 * 460 350 200 * * * * * * * * * * EB 48,0 *
KH1 (CO2)
150 254 3,6 R 20,5 2x32 * 460 350 200 0 305 0,165 50 125 3500 228 90 0 U D 88,0 0,09
KH1 (CO3)
150 254 3,6 R 20,5 2x32 * 460 350 200 0 305 0,165 915 915 3500 228 90 0 U D 113,0 0,22
189
Viga
wbmm
dmm d
a
Seçã
o
cfMPa sA swA
yf
MPaywf
MPasE
GPaftd
mmfbd
mm
ftmm
fwmm
fsmm
ffMPa
fEGPa
β °
almm
Exe
cuçã
o
Rup
tura
expV
kN fρ %
KH1 (CF1)
150 254 3,6 R 27,5 2x16 * 430 350 200 * * * * * * * * * * EB 93,0 *
KH1 (CF2)
150 254 3,6 R 27,5 2x16 * 430 350 200 0 305 0,165 915 915 3500 228 90 0 U F 119,5 NU
KH1 (CF3)
150 254 3,6 R 27,5 2x16 * 430 350 200 0 305 0,165 915 915 3500 228 90 / 0 0 U /
S F 131,0 NU
KH1 (CF4)
150 254 3,6 R 27,5 2x16 * 430 350 200 0 305 0,165 915 915 3500 228 90 75 W F 140,0 NU
KH2 (BT1)
150 354 3 T 35 2x28 * 470 * 200 * * * * * * * * * * EB 90,0 *
KH2 (BT2)
150 354 3 T 35 2x28 * 470 * 200 100 405 0,165 1070 1070 3790 228 90 0 U D 155,0 0,22
KH2 (BT3)
150 354 3 T 35 2x28 * 470 * 200 100 405 0,165 1070 1070 3790 228 90 / 0 0 U /
S D 157,5 NU
KH2 (BT4)
150 354 3 T 35 2x28 * 470 * 200 100 405 0,165 50 125 3790 228 90 0 U D 162,5 0,09
KH2 (BT5)
150 354 3 T 35 2x28 * 470 * 200 100 405 0,165 50 125 3790 228 90 0 S D 121,5 0,09
KH2 (BT6)
150 354 3 T 35 2x28 * 470 * 200 100 405 0,165 1070 1070 3790 228 90 50 UA F 221,0 NU
KH3 (SW3-1) 150 254 3 R 19,3 2x32 10@
125 460 350 200 * * * * * * * * * * TD 126,5 *
KH3 (SW3-2) 150 254 3 R 19,3 2x32 10@
125 460 350 200 0 305 0,165 760 760 3790 228 90 / 0 0 U /
S EB 177,0 NU
KH3 (SW4-1) 150 254 4 R 19,3 2x32 10@
125 460 350 200 * * * * * * * * * * TD 100,0 *
190
Viga
wbmm
dmm d
a
Seçã
o
cfMPa
sA swA yf
MPaywf
MPasE
GPa ftd
mmfbd
mm
ftmm
fwmm
fsmm
ffMPa
fEGPa
β °
almm
Exe
cuçã
o
Rup
tura
expV
kN fρ %
KH3 (SW4-2) 150 254 4 R 19,3 2x32 10@
125 460 350 200 0 305 0,165 1020 1020 3790 228 90 / 0 0 U /
S EB 180,5 NU
KH3 (SO3-1)
150 254 3 R 27,5 2x32 * 460 * 200 * * * * * * * * * * TD 77,0 *
KH3 (SO3-2)
150 254 3 R 27,5 2x32 * 460 * 200 0 305 0,165 50 125 3790 228 90 0 U D 131,0 0,09
KH3 (SO3-3)
150 254 3 R 27,5 2x32 * 460 * 200 0 305 0,165 75 125 3790 228 90 0 U D 133,5 0,13
KH3 (SO3-4)
150 254 3 R 27,5 2x32 * 460 * 200 0 305 0,165 760 760 3790 228 90 0 U D 144,5 0,22
KH3 (SO3-5)
150 254 3 R 27,5 2x32 * 460 * 200 0 305 0,165 760 760 3790 228 90 / 0 0 U /
S EB 169,5 NU
KH3 (SO4-1)
150 254 4 R 27,5 2x32 * 460 * 200 * * * * * * * * * * TD 65,0 *
KH3 (SO4-2)
150 254 4 R 27,5 2x32 * 460 * 200 0 305 0,165 50 125 3790 228 90 0 U D 127,5 0,09
KH3 (SO4-3)
150 254 4 R 27,5 2x32 * 460 * 200 0 305 0,165 1020 1020 3790 228 90 0 U EB 155,0 NU
DE (T6NS)
140 540 2,9 T 44,1 4x26 * NF 520 200 * * * * * * * * * * TD 110,1 *
DE (T6NS -C45)
140 540 2,9 T 44,1 4x26 * NF 520 200 150 600 0,11 50 100 3400 230 45 0 U D 213,6 0,08
DE (T6S4)
140 540 2,9 T 44,1 4x26 6@ 400 NF 520 200 * * * * * * * * * * TD 187,6 NU
DE (T6S4 -C90)
140 540 2,9 T 44,1 4x26 6@ 400 NF 520 200 150 600 0,11 50 100 3400 230 90 0 U D 272,8 0,08
191
Viga
wbmm
d
mm
da
Seçã
o
cfMPa
sA swA
yf
MPa
ywfMPa
sEGPa
ftdmm
fbdmm
ftmm
fwmm
fsmm
ffMPa
fEGPa
β °
almm
Exe
cuçã
o
Rup
tura
expV
kN fρ %
DE (T6S2)
140 540 2,9 T 44,1 4x26 6@ 200 NF 520 200 * * * * * * * * * * TD 356,9 *
DE T6S2-C90) 140 540 2,9 T 44,1 4x26 6@ 200 NF 520 200 150 600 0,11 50 100 3400 230 90 0 U D 309,8 NU
AD (B-1)
300 245 4 Q 38 4x32 * 395 * 196 * * * * * * * * * * TD 112,0 *
AD (C-1)
300 245 4 Q 37,2 4x32 * 395 * 196 50 300 0,167 1000 1000 3400 230 90 0 U D 165,0 0,11
AD (C-2)
300 245 4 Q 41 4x32 * 395 * 196 0 300 0,167 1000 1000 3400 230 90 80 UA EB 228,5 NU
AD (C-3)
300 245 4 Q 41,1 4x32 * 395 * 196 0 300 0,167 1000 1000 3400 230 90 110 UA EB 237,5 NU
AD (C-4)
300 245 4 Q 42,4 4x32 * 395 * 196 0 300 0,167 1000 1000 3400 230 90 150 W F 250,0 NU
BE (V8_A)
150 253 2,9 R 32,8 6x16 * 625 * NF * * * * * * * * * * TD 57,35 *
BE (V8_B)
150 253 2,9 R 32,8 6x16 * 625 * NF * * * * * * * * * * TD 56,49 *
BE (V9_A)
150 253 2,9 R 32,8 6x16 * 625 * NF 0 300 0,111 50 100 3400 230 90 0 S D 98,1 0,07
BE (V9_B)
150 253 2,9 R 32,8 6x16 * 625 * NF 0 300 0,111 50 100 3400 230 90 0 S D 104,3 0,07
BE (V21_A) 150 253 2,9 R 32,8 6x16 * 625 * NF 0 300 0,111 50 100 3400 230 90 0 S D 115,2 0,07
BE (V10_A) 150 253 2,9 R 32,8 6x16 * 625 * NF 0 300 0,111 50 100 3400 230 90 0 L DR 107,5 NU
192
Viga
wbmm
d
mm
da
Seçã
o
cfMPa
sA swA
yf
MPa
ywfMPa
sEGPa
ftdmm
fbdmm
ftmm
fwmm
fsmm
ffMPa
fEGPa
β °
almm
Exe
cuçã
o
Rup
tura
expV
kN fρ %
BE (V10_B) 150 253 2,9 R 32,8 6x16 * 625 * NF 0 300 0,111 50 100 3400 230 90 0 L DR 106,0 NU
BE (V17_A) 150 253 2,9 R 32,8 6x16 * 625 * NF 0 300 0,111 50 100 3400 230 90 0 L DR 102,8 NU
BE (V11_A) 150 253 2,9 R 32,8 6x16 * 625 * NF 0 300 0,111 50 100 3400 230 90 0 U DR 98,4 0,07
BE (V11_B) 150 253 2,9 R 32,8 6x16 * 625 * NF 0 300 0,111 50 100 3400 230 90 0 U DR 124,8 0,07
BE (V17_B) 150 253 2,9 R 32,8 6x16 * 625 * NF 0 300 0,111 50 100 3400 230 90 0 U DR 92,9 0,07
BE (V12_A) 150 253 2,9 R 32,8 6x16 * 625 * NF 0 300 0,111 50 100 3400 230 90 75 W R 116,4 0,07
BE (V18_A) 150 253 2,9 R 32,8 6x16 * 625 * NF 0 300 0,111 50 100 3400 230 90 75 W R 127,3 0,07
BE (V20_A) 150 253 2,9 R 32,8 6x16 * 625 * NF 0 300 0,111 50 100 3400 230 90 75 W R 140,1 0,07
BE (V12_B) 150 253 2,9 R 32,8 6x16 * 625 * NF 0 300 0,111 50 141,4 3400 230 45 0 S D 101,6 0,05
BE (V14_B) 150 253 2,9 R 32,8 6x16 * 625 * NF 0 300 0,111 50 141,4 3400 230 45 0 S D 91,6 0,05
BE (V19_A) 150 253 2,9 R 32,8 6x16 * 625 * NF 0 300 0,111 50 141,4 3400 230 45 0 L DR 118,4 NU
BE (V19_B) 150 253 2,9 R 32,8 6x16 * 625 * NF 0 300 0,111 50 141,4 3400 230 45 0 L DR 115,1 NU
BE (V13_A) 150 253 2,9 R 32,8 6x16 * 625 * NF 0 300 0,111 655 655 3400 230 90 0 S D 122,0 0,15
193
Viga
wbmm
d
mm
da
Seçã
o cfMPa
sA
swA
yf
MPa
ywfMPa
sEGPa
ftdmm
fbdmm
ftmm
fwmm
fsmm
ffMPa
fEGPa
β °
almm
Exe
cuçã
o
Rup
tura
expV
kN fρ %
BE (V13_B) 150 253 2,9 R 32,8 6x16 * 625 * NF 0 300 0,111 655 655 3400 230 90 0 S D 125,7 0,15
BE (V15_B) 150 253 2,9 R 32,8 6x16 * 625 * NF 0 300 0,111 655 655 3400 230 90 0 U D 138,4 0,15
BE (V16_B) 150 253 2,9 R 32,8 6x16 * 625 * NF 0 300 0,111 655 655 3400 230 90 0 U D 112,4 0,15
BE (V16_A) 150 253 2,9 R 32,8 6x16 * 625 * NF 0 300 0,111 655 655 3400 230 90 75 W F 183,9 NU
BE (V18_B) 150 253 2,9 R 32,8 6x16 * 625 * NF 0 300 0,111 655 655 3400 230 90 75 W F 202,4 NU
BE (V14_A) 150 253 2,9 R 32,8 6x16 * 625 * NF 0 300 0,111 655 655 3400 230 45 0 S D 128,4 0,15
BE (V15_A) 150 253 2,9 R 32,8 6x16 * 625 * NF 0 300 0,111 655 655 3400 230 45 0 S D 120,6 0,15
BE (V20_B) 150 253 2,9 R 32,8 6x16 * 625 * NF 0 300 1,4 50 100 2500 205 90 0 S D 142,9 0,93
BE (V22_B) 150 253 2,9 R 32,8 6x16 * 625 * NF 0 300 1,4 50 100 2500 205 90 0 S D 112,5 0,93
BE (V21_B) 150 253 2,9 R 32,8 6x16 * 625 * NF 0 300 1,4 50 141,4 2500 205 45 0 S D 135,7 0,66
BE (V22_A) 150 253 2,9 R 32,8 6x16 * 625 * NF 0 300 1,4 50 141,4 2500 205 45 0 S D 125,6 0,66
DI1 (P0)
130 410 2,2 R 40 2x16 2x14 6@ 300 550 240 210 * * * * * * * * * * TD 110,0 *
DI (PO-bis)
130 410 2,2 R 40 2x16 2x14 6@ 300 550 240 210 * * * * * * * * * * TD 110,0 *
DI (PU1)
130 410 2,2 R 40 2x16 2x14 6@ 300 550 240 210 0 450 0,43 40 200 1400 105 90 0 U D 142,5 0,13
194
Viga
wbmm
d
mm
da
Seçã
o
cfMPa
sA swA
yf
MPa
ywfMPa
sEGPa
ftdmm
fbdmm
ftmm
fwmm
fsmm
ffMPa
fEGPa
β °
almm
Exe
cuçã
o
Rup
tura
expV
kN fρ %
DI (PU2)
130 410 2,2 R 40 2x16 2x14 6@ 300 550 240 210 0 450 0,43 40 250 1400 105 90 0 U D 130 0,11
DI (PU3)
130 410 2,2 R 40 2x16 2x14 6@ 300 550 240 210 0 450 0,43 40 300 1400 105 45 0 U D 154,5 0,09
DI (PU4)
130 410 2,2 R 40 2x16 2x14 6@ 300 550 240 210 0 450 0,43 40 350 1400 105 45 0 U D 150,0 0,08
DI (PC1)
130 410 2,2 R 40 2x16 2x14 6@ 300 550 240 210 0 450 0,43 40 200 1400 105 90 65 W R 177,5 0,13
DI (PC2)
130 410 2,2 R 40 2x16 2x14 6@ 300 550 240 210 0 450 0,43 40 250 1400 105 90 65 W R 155,0 0,11
DI (PC3)
130 410 2,2 R 40 2x16 2x14 6@ 300 550 240 210 0 450 0,43 40 300 1400 105 45 65 W R 145,5 0,09
DI (PC4)
130 410 2,2 R 40 2x16 2x14 6@ 300 550 240 210 0 450 0,43 40 350 1400 105 45 65 W R 132,0 0,08
CA (R1)
180 460 2,7 R 52 12x16 * 515 515 210 * * * * * * * * * * TD 126,0 *
CA (R2)
180 460 2,7 R 53,6 12x16 * 515 515 210 * * * * * * * * * * TD 124,0 *
CA (R3)
180 460 2,7 R 37,6 12x16 * 515 515 210 * * * * * * * * * * TD 103,0 *
CA (R4)
180 460 2,7 R 42,4 12x16 * 515 515 210 * * * * * * * * * * TD 119,0 *
CA (R5)
180 460 2,7 R 36,8 12x16 * 515 515 210 * * * * * * * * * * TD 125,0 *
CA (145)
180 460 2,7 R 53,6 12x16 * 515 515 210 0 500 0,07 1250 1250 4500 234 45 0 S R 247,0 0,08
195
Viga
wbmm
d
mm
da
Seçã
o
cfMPa
sA swA
yf
MPa
ywfMPa
sEGPa
ftdmm
fbdmm
ftmm
fwmm
fsmm
ffMPa
fEGPa
β °
almm
Exe
cuçã
o
Rup
tura
expV
kN fρ %
CA (145F)
180 460 2,7 R 39,2 12x16 * 515 515 210 0 500 0,07 1250 1250 4500 234 45 0 S R 338,0 NU
CA (20)
180 460 2,7 R 47,2 12x16 * 515 515 210 0 500 0,11 1250 1250 4500 234 0 0 S TD 154,0 NU
CA (245a)
180 460 2,7 R 56,8 12x16 * 515 515 210 0 500 0,11 1250 1250 4500 234 45 0 S DR 257,0 0,12
CA (245b)
180 460 2,7 R 42,4 12x16 * 515 515 210 0 500 0,11 1250 1250 4500 234 45 0 S DR 305,0 0,12
CA (245W) 180 460 2,7 R 36,8 12x16 * 515 515 210 0 500 0,11 1250 1250 4500 234 45 90 W D+R 338,0 0,12
CA (245F)
180 460 2,7 R 39,2 12x16 * 515 515 210 0 500 0,11 1250 1250 4500 234 45 0 S DR 319,0 NU
CA (245Ra) 180 460 2,7 R 53,6 12x16 * 515 515 210 0 500 0,11 1250 1250 4500 234 45 0 S DR 306,0 0,12
CA (245Rb) 180 460 2,7 R 37,6 12x16 * 515 515 210 0 500 0,11 1250 1250 4500 234 45 0 S DR 251,0 0,12
CA (245RF) 180 460 2,7 R 42,4 12x16 * 515 515 210 0 500 0,11 1250 1250 4500 234 45 0 S DR 291,0 NU
CA (290a)
180 460 2,7 R 47,2 12x16 * 515 515 210 0 500 0,11 1250 1250 4500 234 90 0 S D 256,0 0,12
CA (290b)
180 460 2,7 R 41,6 12x16 * 515 515 210 0 500 0,11 1250 1250 4500 234 90 0 S D 298,0 0,12
CA (290W) 180 460 2,7 R 41,6 12x16 * 515 515 210 0 500 0,11 1250 1250 4500 234 90 90 W F 367,0 NU
CA (290WR) 180 460 2,7 R 36,8 12x16 * 515 515 210 0 500 0,11 1250 1250 4500 234 90 90 W D+R 388,0 0,12
196
Viga
wbmm
d
mm
da
Seçã
o
cfMPa
sA swA
yf
MPa
ywfMPa
sEGPa
ftdmm
fbdmm
ftmm
fwmm
fsmm
ffMPa
fEGPa
β °
almm
Exe
cuçã
o
Rup
tura
expV
kN fρ %
CA (345)
180 460 2,7 R 56,8 12x16 * 515 515 210 0 500 0,17 1250 1250 4500 234 45 0 S D 334,0 0,19
CA (345F)
180 460 2,7 R 43,2 12x16 * 515 515 210 0 500 0,17 1250 1250 4500 234 45 0 S D 344,0 NU
CA (R)
180 460 2,2 R 36 12x16 6@ 200 515 515 210 * * * * * * * * * * EB 237,0 *
CA (290)
180 460 2,2 R 36,8 12x16 6@ 200 515 515 210 0 500 0,11 1000 1000 4500 234 90 0 S D 298,0 0,12
CA (390)
180 460 2,2 R 36,8 12x16 6@ 200 515 515 210 0 500 0,17 1000 1000 4500 234 90 0 S D 298,0 0,19
Legendas de “Viga”, de acordo com o programa experimental que ela pertence: CH(...) – CHAALLAL et alii (1998); KH1(...) – KHALIFA e NANNI
(1999); KH2(...) – KHALIFA e NANNI (2000); KH3(...) – KHALIFA e NANNI (2002); DE(...) – DENIAUD e CHENG (2001); AD(...) – ADHIKARY et
alii (2003); BE(...) – BEBER (2003); DI(...) – DIAGANA et alii (2003); CA(...) – CAROLIN e TÄLJSTEN (2005).
Demais legendas: NF – dado não fornecido no programa experimental, NU – viga não utilizada na comparação teórico-experimental.
197
Anexo D Resumo sobre Teoria da Probabilidade
D.1. Introdução
Neste anexo são apresentados, em linhas gerais, alguns conceitos de
teoria da probabilidade.
D.2. Função Densidade de Probabilidades (PDF) e Função de Distribuição Cumulativa (CDF)
A função densidade de probabilidades é uma função matemática
contínua que tem como objetivo descrever os resultados obtidos em
experimentos aleatórios, ou seja, representar estatisticamente este experimento.
Assumindo que uma determinada variável aleatória X tenha um valor x
e adotando um intervalo de ⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ −
2dxx até ⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛ +
2dxx , a probabilidade dos
resultados dos experimentos ficarem contidos neste intervalo é dx)x(fX , onde
)x(fX é a função densidade de probabilidades. A probabilidade da variável X
assumir valores, por exemplo, entre a e b é obtida por:
∫=≤≤b
aX dx)x(f)bXa(P (D.1)
Para que uma função matemática )x(fX seja considerada uma PDF
(Figura D.1a) as seguintes condições devem ser satisfeitas:
0≥)x(fX (D.2)
∫∞
∞−
= 1dx)x(fX
(D.3)
)bXa(Pdx)x(fb
aX ≤≤=∫
(D.4)
A função de distribuição cumulativa é definida como a integral da função
densidade de probabilidades:
198
∫∞−
=a
XX dx)x(f)a(F
(D.5)
onde )a(FX representa a probabilidade da variável aleatória X assumir valores
menores ou iguais a a . Uma CDF (Figura D.1b) deve satisfazer as seguintes
condições:
0=−∞ )(FX (D.6)
10 ≤≤ )x(FX (D.7)
1=∞ )(FX (D.8)
Figura D.1 – (a) Função Densidade de Probabilidades (PDF) e (b) Função de Distribuição Cumulativa (CDF).
Quando mais de uma variável aleatória são associadas a um
experimento, por exemplo, duas variáveis aleatórias, a função densidade de
probabilidades conjunta é requerida, esta deve satisfazer as seguintes
condições:
02121≥)x,x(f X,X
(D.9)
∫ ∫∞
∞−
∞
∞−
= 1122121dxdx)x,x(f X,X
(D.10)
)dXc,bXa(Pdxdx)x,x(fb
a
d
cX,X ≤≤≤≤=∫ ∫ 21122121
(D.11)
e a função de distribuição cumulativa conjunta é expressa por:
0
fX(x)
X a b
FX(a)
0
FX(x)
X a b
FX(a)
FX(b)
(a) (b)
1,0
199
∫ ∫∞− ∞−
=a b
X,XX,X dxdx)x,x(f)b,a(F 12212121 (D.12)
Quando a PDF de uma variável aleatória é obtida a partir da função de
densidade de probabilidades conjunta é chamada função densidade de
probabilidades marginal, sendo:
∫∞
∞−
= 2211 211dx)x,x(f)x(f X,XX
(D.13)
∫∞
∞−
= 1212 212dx)x,x(f)x(f X,XX
(D.14)
Se duas variáveis aleatórias são independentes entre si, a função de
densidade de probabilidades conjunta é obtida pelo produto da PDF de cada
variável, conforme a seguir:
)x(f)x(f)x,x(f XXX,X 2121 2121= (D.15)
D.3. Propriedades Estatísticas de Variáveis Aleatórias Contínuas
O valor esperado ou o valor médio de uma variável aleatória é obtido por:
∫∞
∞−
== dx)x(xf)X(E XXμ (D.16)
e o valor médio quadrático desta variável é definido como:
∫∞
∞−
= dx)x(fx)X(E X22 (D.17)
O termo que mede a dispersão dos valores da variável aleatória em torno
da média é chamado de variância, representado por )X(Var ou 2Xσ , e
calculado pela seguinte equação:
( )∫∞
∞−
−== dx)x(fx)X(Var XxX22 μσ (D.18)
222XX )X(E)X(Var μσ −== (D.19)
O desvio padrão da variável aleatória é obtido pela raiz quadrada da
variância:
)X(VarX =σ (D.20)
e o coeficiente de variação desta variável é obtido a partir da razão entre o
desvio padrão e a média:
200
X
XXCoV
μσ
δ == (D.21)
O coeficiente de correlação entre duas variáveis aleatórias 1X e 2X é
definido por:
21
21
21
XXX,X
)X,Xcov(σσ
ρ = (D.22)
onde 1Xσ e
2Xσ são os desvios padrões de 1X e 2X , respectivamente, e
)X,Xcov( 21 representa a covariância entre estas variáveis, sendo obtida por:
[ ]2121 212121 XXXX )XX(E)X)(X(E)X,Xcov( μμμμ −=−−= (D.23)
)XX(E 21 é o valor esperado do produto 21XX :
∫ ∫∞
∞−
∞
∞−
= 21212121 21dxdx)x,x(fxx)XX(E X,X (D.24)
Quando 1X e 2X são independentes o coeficiente de correlação torna-
se nulo, pois neste caso tem-se:
212121 XX)X(E)X(E)XX(E μμ== (D.25)
Para um experimento que englobe n variáveis aleatórias, a matriz de
correlação entre elas é definida por:
⎥⎥⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢⎢⎢
⎣
⎡
=
nnnn
n
n
X,XX,XX,X
X,XX,XX,X
X,XX,XX,X
ρρρ
ρρρρρρ
ρ
L
MMMM
L
L
21
122212
12111
(D.26)
D.4. Distribuições de Probabilidades
D.4.1. Distribuição Normal ou Gaussiana
Essa distribuição é a mais usada, e tem sua função densidade de
probabilidades definida conforme a seguir:
⎥⎥⎦
⎤
⎢⎢⎣
⎡⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛ −−=
2
21
21
X
X
XX
xexp)x(f
σμ
πσ (D.27)
os parâmetros são a média Xμ e o desvio padrão Xσ da variável aleatória.
Introduzindo uma variável auxiliar, denominada de variável reduzida y ,
pode-se reescrever a equação D.27:
201
⎥⎦⎤
⎢⎣⎡−== 2
21
21 yexp)y()y(fY π
φ (D.28)
sendo a variável reduzida determinada por:
X
X
Y
Y XYσ
μσ
μ −=
− (D.29)
onde 0=Yμ e 1=Yσ .
Esta transformação resulta em uma nova variável aleatória Y com PDF
normal padrão, conhecida como )y(φ . A CDF chamada, neste caso, de função
de distribuição cumulativa normal padrão ou simplesmente )y(Φ é usualmente
tabelada e pode ser obtida por:
∫∞−
=y
Y dy)y(f)y(Φ (D.30)
A função de distribuição cumulativa de uma variável aleatória normal é
obtida a partir de:
⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛ −=
X
XX
x)x(F
σμ
Φ (D.31)
D.4.1.1. Soma ou Diferença de Variáveis Aleatórias Normais
Quando uma variável aleatória Z é definida pela soma de variáveis
normais independentes, por exemplo 1X e 2X , esta também é uma variável
aleatória normal:
21 XXZ += (D.32)
a média desta variável é definida por:
)X(E)X(E)XX(E)Z(E 2121 +=+= (D.33)
21 XXZ μμμ += (D.34)
e o desvio padrão da mesma é obtido através de:
( )[ ] ( )[ ]221
2221 XXZZ XXEZE μμσμ −−+==−
(D.35)
( ) ( ) ( )( )[ ]2121 21
22
21
2 2 XXXXZ XXXXE μμμμσ −−+−+−= (D.36)
sendo 1X e 2X variáveis aleatórias normais independentes, tem-se:
22YXZ σσσ +=
(D.37)
202
D.4.2. Outras Distribuições
A seguir, é apresentada uma tabela contendo a PDF, CDF, Xμ e Xσ de algumas distribuições de probabilidades mais utilizadas.
Tabela D.1 – Caracterização de Algumas Distribuição de Probabilidades.
Distribuição PDF - )x(fX CDF - )x(FX Média - Xμ Desvio Padrão - Xσ
Normal ⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢
⎣
⎡
⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛ −−
2
21
21
X
X
X
xexp
σμ
πσ ⎟
⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛ −
X
Xxσ
μΦ Xμ Xσ
Lognormal ( )
⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢
⎣
⎡⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛ −−
2
21
21
ξλ
πξxlnexp
x ( )
⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛ −ξ
λΦ
xln ⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ + 2
21
ξλexp 12 −)exp(X ξμ
Rayleigh ⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢
⎣
⎡
⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛ −−
−2
2 21
RR
xexpxσ
τσ
τ ⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢
⎣
⎡
⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛ −−−
2
211
R
xexpσ
τ 2π
στ R+ 2
2 πσ −R
Uniforme ab −
1 abax
−−
2ba +
12ab −
Tipo I Máx (Gumbel)
( ) ( )[ ]{ }uxexpuxexp −−−−− ααα ( )[ ]{ }uxexpexp −−− α α
57720.u + 6α
π
Tipo I Mínimo
( ) ( )[ ]{ }uxexpuxexp −−− ααα ( )[ ]{ }uxexpexp −−− α1 α
57720.u − 6α
π
Tipo II Máximo ⎥
⎥⎦
⎤
⎢⎢⎣
⎡⎟⎠⎞
⎜⎝⎛−⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛
+ kk
xvexp
xv
vk 1
⎥⎥⎦
⎤
⎢⎢⎣
⎡⎟⎠⎞
⎜⎝⎛−
k
xvexp ⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛ −
kv 11Γ
502 1121
.
kkv ⎥
⎦
⎤⎢⎣
⎡⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ −−⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛ − ΓΓ
Tipo III Mín (Weibull) ⎥
⎥⎦
⎤
⎢⎢⎣
⎡⎟⎠⎞
⎜⎝⎛−⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛
− kk
vxexp
vx
vk 1
⎥⎥⎦
⎤
⎢⎢⎣
⎡⎟⎠⎞
⎜⎝⎛−−
k
vxexp1
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ +
kv 11Γ
502 1121
.
kkv ⎥
⎦
⎤⎢⎣
⎡⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ +−⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛ + ΓΓ
203
O parâmetro k, contido nas distribuições Tipo II Máximo e Tipo III Mínimo
(Weibull), é obtido por:
091,CoVk −= (D.38)
e )(Γ representa a função Gamma, calculada através da seguinte integral:
( )∫∞
−−=0
1 dxxxexp)k( kΓ (D.39)
D.4.2.1. Função Densidade de Probabilidades Bidimensional Normal
A função densidade de probabilidades conjunta de duas variáveis
aleatórias normais é definida por:
⎥⎥⎦
⎤
⎢⎢⎣
⎡⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛
−
−+−
−= 2
22
2211
221
12
1
21
21 ρρ
ρσπσρ hkkhexp),x,x(f
XXX,X (D.40)
onde ( )111 XX /xh σμ−= , ( )
222 XX /xk σμ−= e ρ representa o coeficiente de
correlação entre as variáveis.
No caso das variáveis aleatórias serem normais padrão a equação D.40
pode ser reescrita:
⎥⎥⎦
⎤
⎢⎢⎣
⎡⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛
−
−+−
−= 2
2122
21
2211
221
12
1ρ
ρ
ρπρϕ
xxxxexp),x,x( (D.41)
esta é a função densidade de probabilidades bidimensional normal padrão.
D.4.2.2. Função Densidade de Probabilidades M-Dimensional Normal
Padrão
A função densidade de probabilidades conjunta de m variáveis aleatórias
normais padrão é definida por:
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛−= − XX
21exp
)2(1);X( 1T
2/mm ρρπ
ρϕ (D.42)
onde X é o vetor das variáveis aleatórias normais padrão e ρ é o vetor dos
coeficientes de correlação entre as variáveis.
D.4.3. Distribuições Normais Equivalentes
Se uma variável aleatória tem uma distribuição de probabilidades que
não é normal, uma distribuição normal equivalente num ponto *x deve ser
obtida, para isso iguala-se as funções densidade de probabilidades (PDF) e de
204
distribuição cumulativa (CDF) dessa variável a de uma normal, no determinado
ponto *x , conforme a seguir:
⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛ −= N
X
NX
*
NX
*X
x)x(f
σμ
φσ
1 (D.43)
⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛ −= N
X
NX
**
Xx
)x(Fσ
μΦ (D.44)
)(φ e )(Φ significam, respectivamente, a PDF e a CDF normais padrão.
Assim, obtém-se a média e o desvio padrão da variável aleatória normal
equivalente no ponto *x através da resolução do sistema de equações
apresentado anteriormente:
[ ]{ })x(f
)x(F*
X
*XN
X
1−
=Φφ
σ
(D.45)
[ ])x(Fx *X
NX
*NX
1−−= Φσμ (D.46)
onde )p(1−Φ fornece o valor da variável reduzida cuja probabilidade de
ocorrerem valores menores ou iguais a ela seja igual a p , pois )(1−Φ
representa a inversa da CDF normal padrão.
D.4.4. Coeficientes de Correlações Equivalentes
Se variáveis aleatórias não normais são correlacionadas é necessário
obter os coeficientes de correlações equivalentes, ou seja, os coeficientes de
correlações entre as variáveis originais devem ser corrigidos para coeficientes de
correlações entre variáveis normais equivalentes, sendo:
ijij XEX Fρρ = (D.47)
onde F depende de ijXρ e dos coeficientes de variação CoV das variáveis
aleatórias originais, não normais.
OpenSees (2001) fornece expressões analíticas para o coeficiente de
correlação equivalente EXij
ρ para um grande número de distribuições de
probabilidades, transcritas a seguir:
205
Tabela D.2 – Coeficientes de Correlações Equivalentes.
Variável Aleatória )i( Normal correlacionada com Variável Aleatória )j( ...
Normal ijijX
EX ρρ =
Lognormal ijijX
2i
iEX
)CoV+ln(1
CoVρρ =
Rayleigh ijijX
EX 1,014ρρ =
Uniforme ijijX
EX 1,023ρρ =
Tipo I Máx (Gumbel) ijij
XEX 1,031ρρ =
Tipo I Mínimo ijij
XEX 1,031ρρ =
Tipo II Máximo ijij
Xj2j
EX )CoV0,238+CoV0,364+(1,030 ρρ =
Tipo III Mín (Weibull) ijij
Xj2j
EX )CoV0,195-CoV0,328+ (1,031 ρρ =
Variável Aleatória )i( Lognormal correlacionada com Variável Aleatória )j( ...
Normal ijijX
2j
jEX
)CoV+ln(1
CoVρρ =
Lognormal ij
ij
ij
ijX
2j
2iX
jiXEX
)CoV+ln(1)CoV+ln(1
)CoVCoV+ln(1ρ
ρ
ρρ =
Rayleigh ijijij
ijij
XXX
iXiEX
))0,004+(0,001+
0,014)CoV+0,130-CoV(0,231+(1,011
ρρρ
ρρ =
Uniforme ijijijX
2iXi
EX )CoV0,249 +)(0,010 + CoV0,014 + (1,019 ρρρ 2=
Tipo I Máx (Gumbel)
ijijij
ijij
XXX
iiXEX
))0,004+(0,001+
CoV)CoV0,233+0,197-(0,014+(1,029
ρρρ
ρρ =
Tipo I Mínimo
ijij
ijijij
XiX2i
2XiX
EX
)CoV0,197 +CoV0,233 +
)(0,004 +CoV0,014 + 0,001- (1,029
ρρ
ρρρ =
Tipo II Máximo
2j
2i
2X
jiX
CoV0,379 + CoV0,288 +)0.018( +
CoV0,222 + CoV0,019- 0,082 +1,026 = temp
ij
ij
ρ
ρ
jXjiiXEX CoV0,277- CoVCoV0,126 +CoV0,441- temp
ijijijρρρ =
Tipo III Mín (Weibull)
ij
ijijij
ijij
Xij
XiXX
jjXEX
)CoV0,210)-CoV0,009+
0,174-CoV(0,350+)0,002+(0,052+
CoV)CoV0,220+0,005+(0,052+(1,031
ρ
ρρρ
ρρ =
206
Variável Aleatória )i( Rayleigh correlacionada com Variável Aleatória )j( ...
Normal ijijX
EX 1,014ρρ =
Lognormal ijijij
ijij
XXX
jXjEX
))0,004+(0,001+
0,014)CoV+0,130-CoV(0,231+(1,011
ρρρ
ρρ =
Rayleigh ijijijXX
EX )0,029-(1,028 ρρρ =
Uniforme ijijijX
2X
EX ))0,008(-(1,038 ρρρ =
Tipo I Máx (Gumbel) ijijijij
XXXEX ))0,006+(-0,045+(1,046 ρρρρ =
Tipo I Mínimo ijijijij
X2
XXEX ))0,006(+0,045+(1,046 ρρρρ =
Tipo II Máximo
ijij
ijijij
XjX2j
2XjX
EX
)CoV0.229- 0,383CoV+
)(0,028+CoV0,266+0,038-(1,036
ρρ
ρρρ =
Tipo III Mín (Weibull) ijijijij
XXjXjEX )0,042+CoV0,212)-0,136-CoV(0,353+(1,047 ρρρρ =
Variável Aleatória )i( Uniforme correlacionada com Variável Aleatória )j( ...
Normal ijijX
EX 1,023ρρ =
Lognormal ijijijX
2jXj
EX )CoV0,249 +)(0,010 + CoV0,014 + (1,019 ρρρ 2=
Rayleigh ijijijX
2X
EX ))0,008(-(1,038 ρρρ =
Uniforme ijijijX
2X
EX ))0,047(-(1,047 ρρρ =
Tipo I Máx (Gumbel) ijijij
X2
XEX ))0,015(+(1,055 ρρρ =
Tipo I Mínimo ijijij
X2
XEX ))0,015(+(1,055 ρρρ =
Tipo II Máximo ijijij
X2jXj
EX )CoV0,405+)0,074(+CoV0,305+(1,033 ρρρ 2=
Tipo III Mín (Weibull) ijijij
X2jXj
EX )CoV0,379+)0,005(-CoV0,237-(1,061 ρρρ 2=
Variável Aleatória )i( Tipo I Máx (Gumbel) correlacionada com Variável Aleatória )j( ...
Normal ijijX
EX 1,031ρρ =
Lognormal ijijij
ijij
XXX
jjXEX
))0,004+(0,001+
CoV)CoV0,233+0,197-(0,014+(1,029
ρρρ
ρρ =
Rayleigh ijijijijXXX
EX ))0,006+(-0,045+(1,046 ρρρρ =
Uniforme ijijijX
2X
EX ))0,015(+(1,055 ρρρ =
207
Tipo I Máx (Gumbel) ijijijij
XXXEX )0,069)-(0,005+(1,064 ρρρρ =
Tipo I Mínimo ijijijij
X2
XXEX ))0,005(+0,069+(1,064 ρρρρ =
Tipo II Máximo
ijij
ijijij
XiX2j
XjXEX
)CoV0,332-CoV0,383+
)0,020(+CoV0,263+0,060-(1,056
ρρ
ρρρ 2=
Tipo III Mín (Weibull)
ijijij
ijij
XXX
jXjEX
))0.003+(0.065+
CoV0,210)-0,211-CoV(0,356+(1,064
ρρρ
ρρ =
Variável Aleatória )i( Tipo I Mínimo correlacionada com Variável Aleatória )j( ...
Normal ijijX
EX 1,031ρρ =
Lognormal ijij
ijijij
XjX2j
2XjX
EX
)CoV0,197 +CoV0,233 +
)(0,004 +CoV0,014 + 0,001- (1,029
ρρ
ρρρ =
Rayleigh ijijijijX
2XX
EX ))0,006(+0,045+(1,046 ρρρρ =
Uniforme ijijijX
2X
EX ))0,015(+(1,055 ρρρ =
Tipo I Máx (Gumbel) ijijijij
X2
XXEX ))0,005(+0,069+(1,064 ρρρρ =
Tipo I Mínimo ijijijij
X2
XXEX ))0,005(+0,069-(1,064 ρρρρ =
Tipo II Máximo
ijij
ijijij
XjX2j
2XjX
EX
)CoV0.332+CoV0,383+
)0,020(+CoV0,263+0,060+(1,056
ρρ
ρρρ =
Tipo III Mín (Weibull)
ijij
ijijij
XjX2j
2XjX
EX
)CoV0,211+CoV0,356+
)0,003(+CoV0,210-0,065-(1,064
ρρ
ρρρ =
Variável Aleatória )i( Tipo II Máximo correlacionada com Variável Aleatória )j( ...
Normal ijijXi
2i
EX )0,238CoV+CoV0,364+(1,030 ρρ =
Lognormal 2i
2j
2X
ijX
CoV0,379 + CoV0,288 +)0.018( +
CoV0,222 + CoV0,019- 0,082 +1,026 = temp
ij
ij
ρ
ρ
iXijjXEX CoV0,277- CoVCoV0,126 +CoV0,441- temp
ijijijρρρ =
Rayleigh ijij
ijijij
XiX2i
2XiX
EX
)CoV0.229- 0,383CoV+
)(0,028+CoV0,266+0,038-(1,036
ρρ
ρρρ =
Uniforme ijijijX
2iXi
EX )CoV0,405+)0,074(+CoV0,305+(1,033 ρρρ 2=
208
Tipo I Máx (Gumbel)
ijij
ijijij
XiX2i
XiXEX
)CoV0,332-CoV0,383+
)0,020(+CoV0,263+0,060-(1,056
ρρ
ρρρ 2=
Tipo I Mínimo
ijij
ijijij
XiX2i
2XiX
EX
)CoV0.332+CoV0,383+
)0,020(+CoV0,263+0,060+(1,056
ρρ
ρρρ =
Tipo II Máximo
)CoVCoV(0,203+
)CoV+CoV(0,570-)CoV+0,662(CoV+
)0,055(-)CoV+CoV(0,104+0,054+1,086 = temp
ji
jiX2j
2i
2XjiX
ij
ijij
ρ
ρρ
ij
ijij
ijij
Xjiji
ji2
X2j
2iX
3j
3i
3X
EX
))CoV+)(CoVCoV0.141(CoV+
)CoV+(CoV)0,257(+)CoV+(CoV0,371-
)CoV+CoV(0,218-)0,020(-(temp
ρ
ρρ
ρρ =
Tipo III Mín (Weibull)
2j
2i
2X
jiX
CoV0,435+CoV0,372+)+0,013(
CoV0,259-CoV0,241+0,146+1,065 = temp
ij
ij
ρ
ρ
ijijijijXjXjiiX
EX )CoV0,481-CoVCoV0,034+CoV0,005+(temp ρρρρ =
Variável Aleatória )i( Tipo III Mín (Weibull) correlacionada com Variável Aleatória )j( ...
Normal ijijXi
2i
EX )CoV0,195-CoV0,328+ (1,031 ρρ =
Lognormal
ij
ijijij
ijij
Xji
XjXX
iiXEX
)CoV0,210)-CoV0,009+
0,174-CoV(0,350+)0,002+(0,052+
CoV)CoV0,220+0,005+(0,052+(1,031
ρ
ρρρ
ρρ =
Rayleigh ijijijijXXiXi
EX )0,042+CoV0,212)-0,136-CoV(0,353+(1,047 ρρρρ =
Uniforme ijijijX
2iXi
EX )CoV0,379+)0,005(-CoV0,237-(1,061 ρρρ 2=
Tipo I Máx (Gumbel)
ijijij
ijij
XXX
iXiEX
))0.003+(0.065+
CoV0,210)-0,211-CoV(0,356+(1,064
ρρρ
ρρ =
Tipo I Mínimo
ijij
ijijij
XiX2i
2XiX
EX
)CoV0,211+CoV0,356+
)0,003(+CoV0,210-0,065-(1,064
ρρ
ρρρ =
Tipo II Máximo
2i
2j
2X
ijX
CoV0,435+CoV0,372+)+0,013(
CoV0,259-CoV0,241+0,146+1,065 = temp
ij
ij
ρ
ρ
ijijijijXiXjijX
EX )CoV0,481-CoVCoV0,034+CoV0,005+(temp ρρρρ =
209
Tipo III Mín (Weibull)
ijijij
ij
ijij
XjiXX
jjX
iiXEX
)CoVCoV0,007- )0,001+(0,004-
CoV0,200)-CoV0,337+(0,007+
0,200)CoV-CoV0,337+(0,007+(1,063
ρρρ
ρ
ρρ =
D.4.4.1. Decomposição de Choleski da Matriz dos Coeficientes de Correlações Equivalentes
Se uma matriz simétrica definida A pode ser decomposta em duas
matrizes triangulares, em que uma é a transposta da outra, como é o caso da
matriz dos coeficientes de correlações equivalentes, pode-se obter os elementos
da matriz triangular inferior L a partir das seguintes equações gerais:
11
11
01
1
1
2
1
1
11
11
>−=
<<⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛−=
==
∑
∑−
=
−
=
iLL
ikLLL
L
L,L
i
jijii
k
jkjijik
kkik
ii
ρ
ρ
(D.48)
onde ikρ é o coeficiente de correlação entre as variáveis.
Assim obtém-se a matriz triangular inferior L :
⎥⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢⎢
⎣
⎡
=
nnnn LLL
LL L
L
L
MMMM
21
2212
11
00000
(D.49)