departamento da polÍcia civil do estado do … · funcionário público (código de processo penal...
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DEPARTAMENTO DA POLÍCIA CIVILDO ESTADO DO PARANÁ
CORREGEDORIA GERAL DA POLÍCIA CIVIL
Referência: Protocolado n° 368/1 O - CGPC
Documento referência: Ofício n° 342/1 O - Vara de Cartas Precatórias Criminais
Dos fatos: trata-se de ofício do Excelentíssimo Juiz de Direito da Vara de
Cartas Precatórias Criminais do Foro Central da Comarca da Região__ u
Metropolitana de Curitiba,
solicitando medidas no sentido de que as testemunhas
lotados no COPE, compareçam perante o Juízo,
com a finalidade de participarem de audiência em autos de Carta
Precatória oriunda da Comarca de Reserva, face desatendimento aos
ofícios anteriores n° 2535/09 e 3884/09, encaminhados a Diretoria da Polícia
Civil e 1709/09,1814/09,1993/09, encaminhados ao COPE.
Preliminarmente, cabe ressaltar que referido
documento não se faz acompanhar de cópias dos ofícios mencionados,
muito menos das intimações com o ciente dos servidores, somente do
termo de deliberação da audiência ocorrida em data de 09 de março de
2010, onde consta a ausência das testemunhas arroladas pelo Ministério
Público, policiais civis acima referidos, cujo justificativa não teria sido
apresentada, o que, segundo o Meritíssimo Juiz, representa verdadeira
obstrução ao andamento do feito e segundo o representante do Ministério
Público, que tal fato, considerando que as testemunhas faltantes são
investigadores da Polícia Civil, bem como o fato da não apresentação de
resposta ou qualquer justificativa, deveria implicar em sanções criminais e
administrativas.
Análise e parecer: embora a documentação encaminhada não se faça
acompanhar dos ofícios requisitórios, nem das intimações com o ciente
dos servidores, pressupões-se que estas não foram realizadas, e que, em se
tratando os servidores policiais civis de funcionários públicos, as intimações
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deixaram de atender os requisitos do art 218 c/c § 3° do artigo 221 do
Decreto-lei n° 3931/41 :
Arf. 2 J 8. Se, regularmente intimada, a testemunha
deixar de comparecer sem motivo justificado, o
juiz poderá requisitar à autoridade policial a sua
apresentação ou determinar seja conduzida por
oficial de justiça, que poderá solicitar o auxílio da
força pública.
Arf.221...
§ 3.° Aos funcionários públicos aplicar-se-á o
disposto no art. 218, devendo, porém, a
expedição do mandado ser imediatamente
comunicada ao chefe da repartição em que
servirem, com indicação do dia e hora marcados.
Guilherme de Souza NuccL ao tecer comentários sobre intimação de
funcionário público (Código de Processo Penal Comentado, Ed. Revista
dos Tribunais,SO edição, São Paulo, 2006,p. 477), assim observa:
•• a testemunha deve ser intimada
pessoalmente, como regra. Funcionários Públicos
serão também intimados pessoalmente, mas é
providência fundamental que sejam, igualmente,
requisitados a seus superiores (art. 221, § 3° do
CPP)."
"...0 funcionário público, cujo superior não souber
da audiência, não está obrigado a comparecer,
ainda que tenha sido intimado pessoalmente.
Trata-se de irregular intimação.
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Fernando Capez (Curso de Processo Penal, Ed. Saraiva, 14° edição,
São Paulo, 2007, p. 348), tem posicionamento semelhante:
"Os funcionários públicos não necessitam de
requisição, equiparando-se a qualquer outra
testemunha e sujeitam-se, inclusive, à condução
coercitiva, no caso de ausência injustificada à
audiência para a qual estavam intimados. Por
cautela, contudo, da expedição do mandado de
intimação, deve ser imediatamente comunicado
ao chefe da repartição em que servir o
funcionário (CPP,art' 221, §3°)."
É também o que pode ser observado na Recomendação n° OS/2003,
expedido pelo então Corregedor-Geral do Ministério Público, Doutor Milton
Riquelme de Macedo (cópia em anexo):
"Policiais civis são funcionários públicos, portanto,
com o escopo de desburocratizar a forma de
intimação, e mais, viabilizar a realização do ato
de audiência, que por diversas oportunidades
resta postergado, quando oferecida à denúncia
(rol de testemunhas ou cota ministerial) o membro
do Ministério Público deve destacar que a
intimação do policial civil deverá ser pessoal, com
comunicação ao superior imediato - Delegado
de Polícia, Operacional ou Subdivisiona/),
evitando a expedição de ofício ao Delegado
Geral)."
Nesse sentido, parecer n° 251/2003 da Procuradoria Geral do Estado,
de lavra do ilustre procurador Jacinto Nelson de Mirando Coutinho,
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datada de 08 de julho de 2003, cópia em anexo e Código de Normas da
Corregedoria-Geral da Justiça, respectivamente:
"07. Portanto, é forçoso concluir que a
notificação dos policiais civis para testemunhar
em processos criminais deve se dar de acordo
com as regras estabelecidas expressamente pelo
Código de Processo Penal, sendo inconcebível
por não haver, como parece primário,
subsidiariedade - a utilização do Código de
Processo Civil.
...opino pela necessidade de observância do
Código de Processo Penal, devendo as
notificações de policiais civis para testemunhar
em processos criminais serem realizadas por meio
de mandado e notificação do chefe da
repartição. "
6.7.5 - Nas intimações de policiais militares da
ativa observar-se-ão as normas contidas nos itens
6.5.2 e 6.5.2.1; nas intimações dos funcionários
públicos em atividade, inclusive policiais civis,
observar-se-ão os itens 6.5.3 e 6.5.3. 1; havendo
informações nos autos ou na medida do possível,
quanto aos policiais civis, principalmente do
interior, convém comunicar ao chefe da
repartição em que servirem.
6.5.2 - A citação e intimação pessoal do militar
em atividade não dispensam a sua requisição por
intermédio do chefe do respectivo serviço .
• Ver art. 358 do CPP.
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6.5.2.1 - Em Curitiba, o integrante da Polícia Militar
do Estado deverá ser requisitado, mediante ofício
ao respectivo Comandante, com antecedência
mínima de trinta (30) dias, salvo os casos de réu
preso.
Assim, diante do acima exposto, do que do expediente consta e do
expediente não demonstrar que as intimações tenham sido realizadas
conforme dispõe o § 3° do artigo 221 do Decreto-lei n° 3.931/41, entendo
que, ausentes os requisitos legais previstos para intimação de funcionário
público, inexiste, em tese, prática de transgressão administrativa disciplinar
por parte dos servidores policias civis, fato que não exime de
responsabilidade as autoridades que tomaram conhecimento dos ofícios
requisitórios e permaneceram silentes em relação ao Juízo, razão pela qual
sugiro, s.m.j., pelo encaminhamento ao Departamento da Polícia Civil,
com vista a colher informações das autoridades policiais acerca dos
ofícios recebidos e sua destinação, bem como extração de cópia e
posterior encaminhamento à Vara de Cartas Precatórias Criminais, ao
Tribunal de Justiça e à Procuradoria Geral da Justiça, para conhecimento
e, se este for o entendimento, orientação quanto à forma de intimação de
policiais civis.
À apreciação da Douta Corregedora Geral da Polícia Civil.
Cunti~~ 2010.{t~, Sérgio Taborda~ Corr-égedor Geral Adjunto