departamento da mulher, da criança e do jovem

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Reunião de Obstetrícia e Neonatologia Abril 2014 Recém-nascido de termo com baixo peso Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem Unidade Local de Saúde de Matosinhos - ULSM Andreia A. Martins 1 , Ângela Neves 2 , Joana Félix 3, Aires Pereira 4 , Pedro Tiago Silva 5 1. Interna de Formação Específica de Pediatria, ULSM 2. Interna de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar, ULSM 3. Interna de Formação Específica de Ginecologia e Obstetrícia, ULSM 4. Especialista de Pediatria, ULSM 5. Especialista de Obstetrícia e Ginecologia, ULSM

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Page 1: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

Reunião de Obstetrícia e Neonatologia Abril 2014

Recém-nascido de termo com baixo peso

Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

Unidade Local de Saúde de Matosinhos - ULSM

Andreia A. Martins1, Ângela Neves2, Joana Félix3, Aires Pereira4, Pedro Tiago Silva5

1. Interna de Formação Específica de Pediatria, ULSM2. Interna de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar, ULSM3. Interna de Formação Específica de Ginecologia e Obstetrícia, ULSM4. Especialista de Pediatria, ULSM5. Especialista de Obstetrícia e Ginecologia, ULSM

Page 2: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

OBJETIVOS

Determinar a proporção de recém-nascidos (RN) de termo (≥ 37sem), com

baixo peso ao nascimento (<2500g) entre 1/1/2012 e 31/12/2013, nascidos no Hospital Pedro Hispano (H.P.H).

Comparar a percentagem da ULSM com o valor contratualizado para 2012 e

2013 pela ARS norte.

Se a percentagem da ULSM for significativamente superior ao valor proposto,

tentar identificar as causas e possíveis medidas de prevenção.

Page 3: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

ÍNDICE

� Revisão teórica

- Fatores de risco

- Comorbilidades

� Estudo retrospetivo do HPH

Page 4: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

Revisão teórica

Page 5: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

O Baixo Peso ao Nascer (BPN)

De acordo com a Pan American Health Organization (PAHO), a saúde, o crescimento e o desenvolvimento do recém-nascido estão intimamente relacionados com o seu peso ao nascimento.

Peso < 2500g (OMS)Preditor da mortalidade e morbilidade infantil

Etiologia multifatorial

Processo complexo que depende da

interação de vários fatores de origem

fetal, materna e placentária.

Biológicos

GenéticosSociais

Ambientais

Page 6: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

Fatores de risco 40% da etiologia é desconhecida

� Fetais (10-20%)

� Placentares (30-35%)

� Maternos (5-10%)

Fetais

� Anomalias cromossómicas (trissomia 13, trissomia 18 e outras aneuploidias)� Infecções congénitas (Grupo TORCH)

� Malformações fetais (malformações cardiovasculares, anencefalia).

Placentares

�Placenta prévia

�Microenfartes placentares

Maternos

� Idade

� Escolaridade� Nível sócio-económico

� Assistência pré-natal� Ganho ponderal

� História de filho RNBP� HTA, DGestacional

� Tabagismo

Page 7: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

IDADE

� < 20 anos e > 35 anos

ESCOLARIDADE/ NÍVEL SÓCIO-ECONÓMICO

Baixa

escolaridade

Menos

informadas

Menor acesso ao

serviço de Saúde

Má nutrição

ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL

GANHO PONDERAL REDUZIDO

Multíparas

ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL

GANHO PONDERAL REDUZIDO

�Hipertensão arterial

�Diabetes Gestacional

�Tabagismo

OUTROS

Maternos

Page 8: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

Comorbilidades

� Poucos estudos

Dificuldades na amamentaçãoHipoglicemiaIcterícia NeonatalPerda ponderal

Alterações na padrão de crescimento

Page 9: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

Estudo

Page 10: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

Pergunta da investigação

“ Qual a casuística de recém-nascidos de termo com baixo peso ao nascimento no

Hospital Pedro Hispano?”

Objetivos

�Descrever a casuística de recém-nascidos de termo com baixo peso ao

nascimento no Hospital Pedro Hispano nos anos de 2012 e 2013;

�Descrever os fatores de risco presentes nas mães de recém-nascidos de termo com baixo peso ao nascimento;

�Avaliar a existência de associação entre a casuística de recém-nascidos de termo

com baixo peso ao nascimento e os diferentes fatores de risco;

�Comparar a casuística do HPH de recém-nascidos de termo com baixo peso ao

nascer com os indicadores regionais contratualizados.

Page 11: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

Critérios de inclusão

� Nascidos no HPH

� Nascidos 1/1/2012 – 31/12/2013� Gestação com duração ≥ 37 semanas

� Peso < 2500 g

Tipo de estudo/ Metodologia

� Estudo retrospetivo, do tipo observacional e descritivo

� Consulta dos processos clínico dos RN e das respetivas mães

� A análise dos dados foi efetuada no SPSS

Page 12: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

AMOSTRA

20121496 nados-vivos 1333 RN de termo 55 RNBP

1258 RN de termo 44 RNBP 2013 1409 nados-vivos

Page 13: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

Valor de contratualização 2012

Page 14: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

Indicador:

nº RNBP/ nº RN termo x 100

Page 15: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

Valor de contratualização 2012

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Page 17: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

2012

1496 nascimentos 1333 RN termo 55 RNBP

55/ 1333 x 100 = 4,12%

2,15%29/ 849 x 100 =

29 RNBP

3,4%

849 RN termo

Indicador HPH

Indicador (RN nascidos no HPH pertencentes a concelho Matosinhos)

ARS Norte e ACSS

Base de dados

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Valor de contratualização 2013

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Valor de contratualização 2013

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Valor de contratualização 2013

Page 21: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

2013

1409 nascimentos 1258 RN termo 44 RNBP

44/ 1258 x 100 = 3,48%

2,8%25/ 759 x 100 =

25 RNBP

3,2%

759 RN termo

Indicador HPH

Indicador (RN nascidos no HPH pertencentes a concelho Matosinhos)

ACSS

Base de dados3,2% ARS Norte

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ERROS DE CODIFICAÇÃO

Page 23: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem
Page 24: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

DURANTE A GESTAÇÃO

SerologiasAssistência Pré - Natal

100% das gestações foram vigiadas, embora nem todas na ULSM

Page 25: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

DURANTE A GESTAÇÃO

Ecografias

Page 26: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

Idade gestacional

Min Máx Média

Semanas

+ dias

37 40 37 + 5 dias > 90%

�RNBP mais comum com IG mais baixa;

�90% < 39 semanas

Porquê? TP espontâneo?TP induzido?

GESTAÇÃO

Page 27: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

GRÁVIDA

Idade Min Máx Média

Anos 18 43 30,21

Idade materna

> 20,8%

Page 28: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

Paridade

GRÁVIDA

As multíparas têm maior risco de baixo

peso ao nascimento, principalmente se tem história de baixo peso anterior.

História de RNBP?Intervalos entre partos?

Page 29: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

GRÁVIDA

Escolaridade / Nível socioeconómico

Page 30: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

GRÁVIDA

Ganho ponderal

Peso Min Máx Média

Kg 5 27 11,7

Não foi possível colher este dado em 35% das grávidas

Page 31: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

INTERCORRÊNCIAS DURANTE A GESTAÇÃO

Comorbilidades maternas

Page 32: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

INTERCORRÊNCIAS DURANTE A GESTAÇÃO

Comorbilidades maternas

Page 33: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

RECÉM-NASCIDO < 2500g

Sexo Peso

Peso Min Máx Média

gramas 1900 2490 2353,68

Page 34: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

APGAR

Apesar de apresentarem baixo peso ao nascimento, tem bom índice de APGAR.

RECÉM-NASCIDO < 2500g

Page 35: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

RECÉM-NASCIDO < 2500g - Comorbilidades

Page 36: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

RECÉM-NASCIDO < 2500g - Comorbilidades

Page 37: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

Transferência para UCIN

RECÉM-NASCIDO < 2500g - Comorbilidades

Page 38: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

RECÉM-NASCIDO < 2500g - Orientação

Page 39: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

Considerações finais:

� Melhorar a codificação;

� A ULSM/ HPH tem uma elevada percentagem de RN de termo com baixo peso

ao nascimento, apesar de 100% apresentar assistência pré natal;

� Os RN apresentavam boa adpatação à vida extra uterina, sendo o risco infecioso

e a icterícia neonatal as principais comorbilidades, e a sépsis neonatal e as

dificuldades alimentares os principais motivos de admissão na UCIN.

� Apenas 68% dos RN foram acompanhados na CE, sendo fundamental aprimorar

esta conduta

�A prevenção primária é fundamental (HTA, D. Gestacional , Tabagismo);

� Aprimorar o acesso à consulta pré concepcional;

Page 40: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

• RN termo com baixo peso, pertencentes ao concelho de Matosinhos, nascidos entre

1/1/2014 – 31/12/2014

• Nascidos em Hospitais Públicos

Estudo prospetivo

Determinar a proporção de RN de termo, com baixo peso ao nascimento,

pertencentes ao concelho de Matosinhos, nascidos em 2014

Comparar a percentagem da ULSM com o valor contratualizado 2014 pela

ARS norte – Meta 2,4%

Se a percentagem da ULSM for significativamente superior ao valor proposto, tentar identificar as causas e possíveis medidas de prevenção.

Page 41: Departamento da Mulher, da Criança e do Jovem

BIBLIOGRAFIA

1. Sclowitz IKT, Santos IS. Fatores de risco na recorrência do baixo peso ao nascer, restrição de crescimento

intra-uterino e nascimento pré-termo em sucessivas gestações: um estudo de revisão. Cad Saúde Pública

2006; 22(6):1129-36. 2.

2. Zambonato AMK, Pinheiro RT, Horta BL, Tomasi E. Fatores de risco para nascimento de crianças

pequenas para idade gestacional. Rev Saúde Pública 2004; 38(1): 24-9.

3. Millar WJ, Chen J. Maternal education and risk factors for small for gestational age births. Health Rep

1998; 10(2): 43-51.

4. Sophie H Eickmann, et al. Crescimento de nascidos de termo com peso baixo e adequado nos dois

primeiros anos de vida. Rev Saúde Pública 2006; 40 (6): 1073-81

5. Dogra VS, Bhatt S. Intrauterine growth retardation. Disponível em: www.emedicine.com/radio/to-

pic364.htm. Acesso em Março de 2014.

6. Daikoku, N. H. et al. Patterns of intrauterine growth retardation. Obstet. Gynec., 54: 211-9, 1979.

7. Kramer MS. Determinants of low birth weight: methodological assessment and meta-analysis. Bull World

Health Organ 1987; 65:663-737.

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OBRIGADO PELA VOSSA ATENÇÃO!

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Reunião de Obstetrícia e Neonatologia Abril 2014

Recém-nascido de termo com baixo peso

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Unidade Local de Saúde de Matosinhos - ULSM

Andreia A. Martins1, Ângela Neves2, Joana Félix3, Aires Pereira4, Pedro Tiago Silva5

1. Interna de Formação Específica de Pediatria, ULSM

2. Interna de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar, ULSM

3. Interna de Formação Específica de Ginecologia e Obstetrícia, ULSM

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5. Especialista de Obstetricia e Ginecologia, ULSM