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ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL FREI NIVALDO LIEBEL - ASSEFRENI
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – FACISA
A PERCEPÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM FRENTE AO PACIENTE COM
EDEMA AGUDO DE PULMÃO (EAP) NA EMERGÊNCIA
DELFA MARIA DE MORAES FERNANDES CARVALHO
Xaxim - SC, Março de 2015
ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL FREI NIVALDO LIEBEL – ASSEFRENI
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – FACISA
A PERCEPÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM FRENTE AO PACIENTE COM
EDEMA AGUDO DE PULMÃO (EAP) NA EMERGÊNCIA
DELFA MARIA DE MORAES FERNANDES CARVALHO
Monografia apresentada como requisito parcial de avaliação para obtenção do título de Especialista através do curso de Pós-Graduação - "Lato Sensu" em Especialista em Urgência, Emergência e Trauma – SEG, chancelado pela FACISA e sob orientação do professor(a) Ms. Glaúcia Flores de Oliveira
Xaxim - SC, Março de 2015
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, por me dar discernimento em minha escolha profissional, me
permitindo compreender o quanto me realizaria e sentiria feliz atuando na área da saúde;
Agradeço ao Deus provedor que me proporcionou os caminhos à faculdade e me
assenta no coração a necessidade de manter os estudos de forma continuada;
Agradeço a Deus, porque a ele devo o conhecimento a sabedoria, bem como a ter me
concedido: à família que tenho, sempre apoiadora e motivadora; aos amigos inspiradores e,
aos colegas que continuamente compartilham e somam a meu crescimento;
Agradeço a Deus por me ter direcionado a esta instituição de ensino, a seu corpo
docente; sempre motivadores que trabalham com reponsabilidade e ética e, sobretudo respeito
aos profissionais que somos, ainda que alunos, nos fazendo sentir parceiros.
Aquele que habita a sombra do esconderijo do altíssimo
descansará. Direi do Senhor ele é o meu Deus, o meu
refugio, a minha fortaleza e nele confiarei.
Porque te livrará do laço do passarinheiro e da peste
perniciosa. Ele te cobrirá com suas penas e debaixo de
suas asas estarás seguro; A sua verdade é escudo e
broquel.
(Salmos 91)
DEDICATÓRIA
Dedico este estudo aos meus colegas de profissão, à todos atores da saúde que fazem
parte do contexto da urgência e emergência, principalmente ao paciente que se apresenta com
EAP, a fim de compartilhar conhecimentos que a todos preconize qualidade em atendimento.
Dedico a minha família por todo o empenho, a motivação, a colaboração para que este
estudo fosse possível.
5
“[...] a rede de atenção à saúde é composta por diferentes
atores, diferentes pontos de atenção, articulados entre si e
que devem possuir a capacidade de resolução para atender
às necessidades de cada usuário dentro da intensidade do
cuidado e da temporalidade das intervenções necessárias”.
Santos & Soares (2014, p.41).
RESUMO O estudo apresenta-se como uma análise da percepção da enfermagem no setor de emergência no atendimento a pacientes com edema agudo de pulmão, desta forma foi conduzido sobre o problema: Quais os principais cuidados de enfermagem que devem ser imediatamente aplicados a fim de que haja redução de risco e mortalidade dos pacientes com EAP? No exposto considera-se por justificativa de pesquisa a certeza de que os primeiros cuidados a pacientes com EAP, apontam-se como indicadores válidos, de intervenção que favorece a cura, do paciente, inclusive sem sequelas. Observou-se por objetivo geral Analisar a percepção da equipe de enfermagem frente ao paciente com edema agudo de pulmão na emergência médica, e por objetivos específicos: Descrever os fatores predisponentes do EAP; Compreender a conceitualização do EAP; Desvelar os cuidados de enfermagem dedicados a paciente com EAP. O estudo caracteriza-se como bibliográfico, descritivo-exploratório de cunho qualitativo, sendo utilizada as bases de dados BVS Scielo e Bireme (analisados 10 artigos com palavras-chave ‘edema agudo de pulmão’ e 8 ‘percepção do enfermeiro’) totalizando 18 artigos. Utilizou-se de pesquisa em livros da área, teses e artigos para a obtenção de dados técnicos tais como conceitos, etiologia, sinais, sintomas entre outros que não se designam como dados variáveis. Conclui-se que a formação do enfermeiro o enquadra no contexto de emergência como um ator de papel fundamental, tomado de compromisso com a sistematização de processos, (e, portanto, organização nos procedimentos) com um trabalho participativo que passe segurança aos demais atores;. O EAP pode ser de ordem cardiogênico e refere-se a insuficiência respiratória devido ao acúmulo de líquidos nos espaços intersticial e alveolar, consequente causa do impedimento da adequada difusão de oxigênio e dióxido de carbono, para exames diagnóstico utilizam-se basicamente a radiografia de toráx (contudo há outros), a percepção especifica da equipe de enfermagem com relação ao paciente com EAP, em unidade de emergência não apresentou-se como uma questão de pesquisa relevante. Contudo as ações destes profissionais (individualmente e principalmente quanto equipe) deveriam ser foco de maiores estudos considerando que podem reduzir o tempo do paciente em unidade hospitalar, sequelas, e inclusive a mortalidade. Palavras-chave: Edema agudo de pulmão – EAP; Percepção; Equipe de enfermagem.
ABSTRACT
The study is presented as a nursing perception of analysis in the emergency room in care for patients with acute pulmonary edema, thus was conducted on the problem: What are the main nursing care that should be applied immediately so that there risk reduction and mortality in patients with EAP? The above is considered by justification of research to make sure that primary care to patients with EAP, are pointed out as valid indicators of intervention that promotes healing, the patient, including without sequelae. There was general goal is to analyze the perception of the front nursing staff to patients with acute pulmonary edema in medical emergencies, and specific objectives: to describe the predisposing factors of the EAP; Understanding the conceptualization of the EAP; Unveiling nursing care dedicated to patient with EAP. The study characterized as bibliographic descriptive, exploratory qualitative approach, and used the databases SciELO and VHL term (analyzed 10 articles with keywords ‘acute pulmonary edema’ and 8 ‘perception of nurses’) totaling 18 articles . Was used to search the area for books, articles and theses to obtain technical data such as concepts, etiology, signs, symptoms and others that do not are designated as variable data. It was concluded that nursing education falls within the emergency context as a key role actor, taken from commitment to the systematization of processes (and therefore organization procedures) with a participatory work to pass security to other actors; . The EAP can be cardiogenic order and refers to respiratory failure due to fluid accumulation in the interstitial and alveolar spaces, because of the consequent impairment of adequate diffusion of oxygen and carbon dioxide, for diagnostic tests are basically used chest X-ray (but there are others), specifies the perception of the nursing team regarding the patient with EAP in emergency unit is not presented as a matter of relevant research. However the actions of these professionals (individually and especially regarding staff) should be the focus of further studies considering that may reduce the patient’s time in hospital, sequels, and even mortality.
Keyword: Acute pulmonary edema – EAP; Perception; Nurse Staff.
SIGLAS
BiPAP – Pressão positiva em vias aéreas com dois níveis de pressão.
BVS – Biblioteca Virtual em Saúde.
CIVD – Coagulação intravascular disseminada.
CONASS – Conselho Nacional de Secretários de Saúde
CPAP – Pressão das vias aéreas positiva contínua.
DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
EAP – Edema agudo do pulmão.
EAPC – Edema agudo de pulmão cardiogênico.
ECG – Eletrocadiograma
EPPN – Edema pulmonar por pressão negativa.
IAM – Infarto agudo do miocárdio.
LES – Lupos Eritematoso Sistêmico
OMS – Organização Mundial da Saúde
OPAS – Organização Pan-Americana da Saúde
PAP – Pressão das vias aéreas positiva em dois níveis.
SDRA – Síndrome do desconforto respiratório do adulto.
UE – Urgência e Emergência
VMI – Ventilação mecânica não invasiva.
VMNI – Ventilação mecânica invasiva.
VNI – Ventilação não invasiva
VNIPP – Ventilação não-invasiva com pressão positiva.
VPM – Ventilação Pulmonar Mecânica.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 10 2 EDEMA AGUDO DE PULMÃO (EAP) .......................................................................... 12
2.1 Definição ................................................................................................................... 12 2.2 Etiologia, Sinais e Sintomas do EAP ...................................................................... 12 2.3 Causas e Formas Clínicas ........................................................................................ 14 2.4 Quadro Clínico e Diagnóstico ................................................................................. 15 2.5 Fisiopatologia ............................................................................................................ 16 2.6 Tratamento ............................................................................................................... 17
3 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ..................... 19 4 RESULTADO DA PESQUISA: A PERCEPÇÃO DA ENFERMAGEM ......................... 21 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 31 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 33
10
1 INTRODUÇÃO
Procedimentos em saúde, que ocorrem mais especificamente em unidades de
emergência, são considerados de suma importância e estreitamente ligados a recuperação do
paciente. Neste cenário o enfermeiro faz às vezes de ator principal porque o uso de seus
conhecimentos, a sua percepção, reação/iniciativa, ou seja, seu atendimento é elemento chave
para diagnóstico, e prevenção de múltiplas ocorrências médicas.
Em casos de os pacientes apresentarem edema agudo de pulmão, os primeiros
cuidados, ou a aplicação de cuidados humanizados apontam-se como indicadores para um
atendimento qualificado com maiores possibilidades de ser bem sucedido (curado e sem
sequelas), pois, o edema pode ser uma consequência clinica transitória.
Muitas são as causas que levam um determinado individuo a apresentar edema agudo
de pulmão (EAP); ter edema é condição clinica tida como um fator de risco para pacientes
pré-operatórios apontando até mesmo como indicador a maior probabilidade de mortalidade;
para o exposto considera-se inclusive que o EAP pode ser adquirido em função de um
procedimento cirúrgico e/ou anestésico fator que se designa complicação cirúrgica.
O papel do profissional de enfermagem em setor de emergência para o contexto é
muito importante, assim sendo este estudo apresenta por questão norteadora: Quais os
principais cuidados de enfermagem que devem ser imediatamente aplicados a fim de que haja
redução de risco e mortalidade dos pacientes com EAP? Nesse sentido faz-se necessário uma
revisão da literatura a fim de elucidar e informar a equipe de enfermagem sobre a importância
do cuidado imediato com o paciente com EAP e a seguir, que se destaquem estes
procedimentos justificando-os.
Dentro do exposto com a pesquisa observa por objetivo geral: Analisar a percepção da
equipe de enfermagem frente ao paciente com edema agudo de pulmão na emergência
11
médica, e por objetivos específicos: Descrever os fatores predisponentes do EAP;
Compreender a conceitualização do EAP; Desvelar os cuidados de enfermagem dedicados a
paciente com EAP.
A metodologia deste trabalho e baseada em uma revisão bibliográfica, sendo que
pesquisou-se em bases de dados BVS Scielo e Bireme (analisados 10 artigos com palavras-
chave ‘edema agudo de pulmão’ e 8 ‘percepção do enfermeiro’) totalizando 18 artigos.
Utilizou-se de pesquisa em livros da área, teses e artigos para a obtenção de dados técnicos
tais como conceitos, etiologia, sinais, sintomas entre outros que não se designam como dados
variáveis.Foram utilizadas as bases de dados BVS Scielo e Birene, usando como descritores
EAP, edema agudo de pulmão, enfermagem e emergência, além disso, utilizou-se de pesquisa
em para a obtenção de dados técnicos tais como conceitos, etiologia, sinais, sintomas entre
outros que não se designam como dados variáveis. Desta forma o estudo caracteriza-se como
bibliográfico, descritivo-exploratório de cunho qualitativo. Foi realizada a análise dos títulos
de cada trabalho, seguida da leitura de seus resumos, apresentadas e discutidas abordagens
pertinentes a pesquisa que favoreceram respostas aos objetivos propostos.
Desta forma o estudo apresenta por estrutura, a divisão do trabalho em capítulos,
sendo que no primeiro consta a definição, etiologia, sintomas e sintomas, causas e incidência,
quadro clínico e diagnóstico, fisiopatologia e tratamento e cuidados de enfermagem ao
paciente portador de edema agudo de pulmão; no seguinte capítulo abordou-se questões
correlatas a unidade de urgência e emergência em saúde, com ênfase na assistência de
enfermagem, contexto em que foram trabalhados preferencialmente livros, e alguns trabalhos
científicos encontrados no sistema de busca do Google acadêmico. E o ultimo capítulo
apresentou os resultados da pesquisa nos banco de dados BVS, Birene e SciELO, observando
a seguir as considerações finais.
12
2 EDEMA AGUDO DE PULMÃO (EAP)
2.1 DEFINIÇÃO
Conforme Cheregatti & Amorin (2011, p. 214) o edema agudo de pulmão (EAP),
refere-se a um processo patológico secundário, ou síndrome clínica caracterizada “por
acúmulo de líquido nos espaços intersticial e alveolar, impedindo a adequada difusão de
oxigênio e dióxido de carbono”. Estudos de Sakuma (2008, p.41) denominam o EAP, por
“quadro clínico de congestão pulmonar”, Santos & Soares (2014, p.423) por “insuficiência
respiratória hipoxêmica aguda”.
A definição dos autores encontra consonância com estudos de Hood & Dincher
(1999), Nettina (2003), Porto (2007), Maciel (2009) e, Santos & Soares (2014) que também
compreendem o EAP como um acúmulo anormal de líquidos nos tecidos dos pulmões,
ocorrência clínica que está entre as mais frequentes emergências médicas, significando,
muitas vezes, uma situação ameaçadora de vida.
Da mesma forma Galvão-Alves e Colaboradores (2007) demonstram concordância
com estudos supracitados no sentido de definições, contudo observam que há uma
necessidade de que se conheça a estrutura histológica da membrana alvéolo-capilar pulmonar
e seu papel fisiológico para que se percebam as possíveis origens do EAP.
3 ETIOLOGIA, SINAIS E SINTOMAS DO EAP
De acordo com Hood & Dincher (1999), Andris e Colaboradores (2006), Galvão-
Alves e Colaboradores (2007), e Cheregatti & Amorin (2011, p. 214-215) o paciente com
13
edema agudo de pulmão apresenta-se cianótico e dispneico (dispneia acentuada, ortopneia)
com o pulso fraco e rápido e com as respirações arquejantes e bastante úmidas, com sons
gorgolejantes. O paciente não consegue respirar, a menos que se sente e possa produzir uma
tosse com catarro espumoso e de cor rosada (hemoptoico: expectoração em espuma rosácea),
o paciente fica inquieto (agitação psicomotora), apreensivo, inclusive pode observar alteração
no nível de consciência, ter sensação de morte eminente e tomando por uma transpiração fria
(pele fria, pálida) e viscosa, ter transpiração excessiva (diaforese) e podendo apresentar
cianose (pele azul arroxeada), pode ainda apresentar sintomas de taquicardia, ou ritmo de
galope (presença de bulha cardíaca 3 e ou 4), presença de bulha cardíaca 2 hiperfonética,
apresentar estertores crepitantes em base ou difusos, apresentar roncos e sibilos
(broncoespasmo secundário à congestão pulmonar), problemas de pressão arterial (elevada ou
baixa) e intolerância ao decúbito baixo.
Nettina (2003) destaca os seguintes sintomas para o EAP: tosse e inquietação;
13ispneia e ortopnéia extremas; tosse com quantidades variadas de escarro espumoso
esbranquiçado ou róseo; ansiedade extrema e pânico; respiração ruidosa; cianose com
transpiração; taquicardia; dor precordial.
Dentro do enfoque Porto (2007) refere-se a uma que os sinais e sintomas variam tendo
uma relação direta com a intensidade do edema, ao que explica:
• Formas leves – Dispneia aos esforços, dispneia paroxística noturna, tosse seca. - Asma cardíaca (dispneia acompanhada de broncoespasmo). - Estertores finos das bases pulmonares.
• Formas graves – Dispneia intensa, ortopneia, cianose, ansiedade, palidez, pele fria, tosse com expectoração rósea e espumosa, hemoptise, diminuição do nível de consciência, colapso circulatório, estertores finos e sibilos. - Rx do Tórax (pode ser normal). Infiltrado Intersticial nas bases e peri-hilar; linhas B. de Kerley; redistribuição do fluxo sanguíneo para áreas pulmonares altas; sinais de hipertensão pulmonar; infiltrado alveolar confluente, irregular, mal definido bilateralmente.
• Teste de função pulmonar – Distúrbio restritivo; redução da complacência e dos volumes pulmonares; aumento da resistência das vias aéreas; distúrbio ventilação-perfusão e nas trocas gasosas; hipoxemia com PaCO2, normal ou baixa; acidose metabólica nas fases avançadas (PORTO, 2007, p. 346).
14
São pontuadas como etiologias comuns do tipo cardiogênico: IAM; Exacerbação de
insuficiência cardíaca crônica; disfunções aórticas e/ou mitrais e excesso de volume; não
cardiogênico: pneumonia; sepse; trauma grave; aspiração de conteúdo gástrico (MATOS,
2012, p.7).
Conforme Schmidt (2013, p.2), são patologias que determinam o EAP: “Isquemia
miocárdica aguda (com ou sem infarto prévio). Hipertensão arterial sistêmica. Doença Valvar.
Doença miocárdica primária. Cardiopatias congênitas. Arritmias cardíacas, principalmente as
de frequência muito elevada”.
4 CAUSAS E FORMAS CLÍNICAS
Estudos de Guyton & Hall (1997), observam que o edema pulmonar assemelha-se a
outros edemas presentes no corpo e ocorre quando um fator que promove a pressão do líquido
intersticial passa de negativa para positiva, provocando uma súbita inundação dos espaços
intersticiais e dos alvéolos pulmonares.
O EAP pode ser de ordem não-cardiogênica ou cardiogênica. Também referem os
autores que quando o edema for suficientemente intenso, pode causar a morte por asfixia.
(HOOD & DINCHER, 1999; NETTINA, 2003 e MACIEL, 2009).
Santos & Soares (2014), consideram as causas sob três enfoques: cardíaco
(insuficiência ventricular esquerda – IAM; exacerbação da insuficiência cardíaca congestiva;
disritmias agudas; toxicidade cardíaca; valvulopatias cardíacas – aórtica e mitral), vascular
(crise hipertensiva; embolia pulmonar), ou sobrecarga de volume (administração excessiva de
líquidos – hiperidratação; e insuficiência renal).
15
Cheregatti & Amorin (2011, p. 214) apontam por causas comuns do EAP
(cardiogênica):
Insuficiência ventricular esquerda, obstrução da válvula mitral, arritmias cardíacas, hipervolemia em decorrência de disfunção da bomba cardíaca (disfunção contrátil), infarto agudo do miocárdio (IAM), relaxamento ventricular, insuficiência cardíaca descompensada e emergência hipertensiva.
Para o contexto das causas de ordem não cardíaca os autores destacam:
[...] síndrome do desconforto respiratório do adulto (SDRA), choque séptico, coagulação intravascular disseminada (CIVD), pneumonite por irradiação, queimaduras extensas, pneumonia aspirativa, inalação de agentes tóxicos, afogamento, dosagem elevada de narcóticos, insuficiência, renal entre outras. (CHEREGATTI & AMORIN, 2011, p. 214)
Estudos de Galvão-Alves e Colaboradores (2007, p.109) apresentam concordância
com demais estudos supracitados, contudo os autores referem que “o acúmulo de líquido nos
pulmões ocorre quando o extravasamento de líquido da circulação sanguínea para o interstício
e deste para os alvéolos excede a capacidade de reabsorção para o sangue e a rede linfática”.
Os autores são minuciosos nas explicações, e grifam que para se compreender as causas
deve-se primeiramente compreender a histologia da membrana alvéolo-capilar, e na sequencia
tomar conhecimento das formas clínicas em que o EAP pode se apresentar (cardiogênico e
não-cardiogênico).
5 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
O quadro clínico de um determinado paciente que apresente EAP, esta assegurando na
presença dos sinais e sintomas supracitados, e com referência ao diagnóstico, utiliza-se tirar
16
radiografia do tórax. Para o exposto de acordo com estudo de Cheregatti & Amorin (2011, p.
215) o exame apresentará “infiltrado alveolar bilateral e simétrico com borramento dos vasos.
No EAP cardiogênico, a área cardíaca encontra-se aumentada”, os autores apontam dentre
também o hemograma completo auxilia no diagnóstico.
Estudos de Soeiro e Serrano-Jr (2010, p.1), são mais específicos observando
especificidades da radiografia quando citam:
É facilmente obtida e deve ser realizada em todo paciente com EAP em até 1 a 2 horas da chegada ao atendimento. Permite avaliar a congestão pulmonar e ajuda na diferenciação de outras causas torácicas e pulmonares de dispneia. Mostra alterações como congestão venosa pulmonar, linhas B de Kerley, edema intersticial e derrame pleural. Além disso, permite acompanhar a evolução do paciente quando realizado de forma seriada. Pode demonstrar também aumento do índice cardiotorácico (= 0,5) em pacientes que já tenham cardiopatia prévia, porém, em grande parte dos casos de EAP, não se observa a presença cardiomegalia.
6 FISIOPATOLOGIA
Estudos referem-se a mecanismos fisiopatológicos distintos por possibilidades tais
como de disfunção miocárdica, pressão capilar hidrostática “alteração da permeabilidade
capilar, do comprometimento da drenagem linfática e da diminuição da Pressão
coloidosmótica do plasma.” (CHEREGATTI & AMORIM, 2011,p.215).
Também os autores supracitados referem que o aspecto rosáceo (expectoração
espumosa) ocorre devido o “aumento da pressão na rede capilar pulmonar associada a
alterações da permeabilidade da membrana capilar que permitem a passagem de plasma e de
algumas hemácias” (CHEREGATTI & AMORIM, 2011, p.215).
17
Figura 1: Representação da membrana alvéolo-capilar
Fonte: Santos & Soares (2014).
Santos & Soares (2014, p.424) explicam que:
O espaço intersticial entre o epitélio alveolar e os capilares pulmonares, sendo o interstício pulmonar constituído por dois componentes distintos anatomicamente arranjados na rede alvéolo-capilar. Permite a difusão dos gases entre o sangue capilar e o ar alveolar. Possui uma matriz menos densa constituída por fibroblastos, tecido conjuntivo colagenoso, elastina e mucopolissacarídeos, num gel de ácido hialurônico que, por suas propriedades físicas, permite a absorção de água.
Estudos de Pinheiro (2015) consideram por fórmula da fisiopatologia do EAP: QF=KF
(Pc-Pi) – KP (πc – πi), onde QF = taxa de filtração de fluídos, KF= coeficiente de transporte
de água; KP = coeficiente de transporte de proteínas; Pc= pressão hidrostática capilar; Pi =
pressão hidrostática intersticial; πc = pressão colidosmótica capilar e πi = pressão
colidosmótica intersticial.
7 TRATAMENTO
Em síntese o tratamento do EAP, refere-se a oxigenioterapia (intermédio de máscara
com reservatórios; fluxo mais altos; manter a saturação de 02 > 95%), contudo deve-se
18
manter o paciente sentado, reduzir pré-carga, diminuir o retorno venoso, e viabilizar o
favorecimento da musculatura respiratória. (CHEREGATTI & AMORIM, 2011; PINHEIRO,
2015).
Estudos referem que durante a oxigenioterapia “em algumas situações, faz-se
necessária a utilização de ventilação mecânica não invasiva (VMNI) ou intubação orotraqueal
e ventilação mecânica invasiva (VMI)” (CHEREGATTI & AMORIM, 2011, p.216).
Também ocorre a administração de medicamentos tais como “nitratos, nitroglicerina,
nitroprussiato de sódio, furosemida, morfina e dobutomina” (CHEREGATTI & AMORIM,
2011, p.216).
O enfermeiro deve permanecer com o paciente, colocando-o na posição de Fowler
elevada, promovendo assim à circulação. Ainda Hood & Dincher (1999), afirmam que pode
ser prescrita a utilização de torniquetes rotativos para reduzir a pressão venosa e o retorno do
sangue venoso para o lado direito do coração, com isso ocorre maior acúmulo de sangue nas
extremidades e retardo do retorno venoso para o coração.
Estudos de Galvão-Alves e Colaboradores (2007) referem que deve ser feita a
monitoração da frequência cardíaca do paciente, bem como da pressão arterial e da oximetria
do pulso. A seguir observam a importância de se cuidar do processo de oxigenação e
ventilação, aplicada a terapêutica medicamentosa e feito o tratamento da patologia
desencadeadora do EAP.
Quanto a oxigenação o autor supracitado refere que, a saturação de oxigênio deve ser
mantida em valores normais (95% a 98%), e quando necessário (pacientes hipoxêmicos) deve
ser utilizada a máscara de oxigênio. Da mesma forma deve-se apresentam duas técnicas de
suporte ventilatório sendo estas: a pressão aérea positiva contínua (CPAP) e a ventilação não-
invasiva (VNI) - pacientes não indicados para intubação orotraqueal
Observam os estudos que:
19
Em casos de falência destas técnicas, permanecendo o paciente hipoxêmico, com confusão mental, hipercapnia, agitação e fadiga da musculatura respiratória, faz-se a ventilação invasiva com intubação orotraqueal, para melhora da troca gasosa, repouso da musculatura e protção das vias respiratórias dos conteúdos gástricos (GALVÃO-ALVES e Colaboradores, 2007, p. 112).
Com referência a medicamentosa, os estudos supracitados apontam para o uso de
morfina (inicio 3mg), vasodilatadores (nitratos, nitroprussiato de sódio), diuréticos, beta-
bloqueadores, agentes inotrópicos.
8 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM SAÚDE: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
As unidades, ou setores de urgência e emergência como bem se denominam, são as
que recebem pacientes em estado crítico; são definidas por porta de entrada para o sistema de
saúde, deriva da demanda por uma recepção qualificada e classificatória, uma estrutura
especial, com profissionais capacitados, e tecnologia avançada, ou seja, com usos de recursos
físicos, humanos e tecnológicos observando estruturas operacionais (sistema de operação)
apropriada (SANTOS & SOARES, 2014).
Desta forma é importante observar abordagens tais sob as perspectivas
desenvolvimento de estratégias, organização das unidades, indicadores de qualidade
assistencial, segurança do paciente, lideranças em enfermagem responsabilidades ético-legal
do enfermeiro, atenção humanizada nas portas de urgência e emergência, sistema de
acolhimento e classificação de risco, gestão de materiais (esterilização) e resíduos, que estão
inseridos na temática a gestão de planejamento em urgência e emergência, bem como
abordagens relativas a sistematização da assistência de enfermagem, exames físicos,
20
subsidiários (na emergência) entre outros, inclusos na discussão sob o prisma atenção à saúde
e interdisciplinaridade são observados como ações que devem ser dinâmicas/ativas e
contínuas que atendam a demanda (em socorro a superlotação) (SANTOS & SOARES, 2014).
Contudo as perspectivas a serem discutidas, observadas para que seja possível um
atendimento qualificado nestes setores estendem-se abrangendo cuidados para ocorrências, ou
seja, doenças, afecções diversas ou situações específicas, para este estudo importa que se
compreenda que estes setores são dotados de uma complexidade em sua funcionalidade.
Também as questões relativas à Política Nacional de Urgência (PNU) entre outras entidades
responsáveis por o estabelecimento de parâmetros de atendimento em saúde são discursos
bem conhecidos que fogem a dimensão necessária para que este estudo observe objetividade,
desta forma, a seguir observa-se abordagens que atendam aos objetivos propostos, que se
reduzem a “sistematização da assistência de enfermagem em urgência e emergência
(atendimento, acolhimento e exames múltiplos) e, sobretudo os que referem-se ao
atendimento de pacientes com EAP (GALVÃO-ALVES e Colaboradores, 2007; SANTOS &
SOARES, 2014)
Frente ao exposto, Galvão-Alves e Colaboradores (2007, p.110) observam que nas
unidades urgência e emergência, os carros de edema pulmonar cardiogênicos apresentam-se
com maior incidência e explicam que a isquemia e as arritmias são “as causas mais comuns
em pessoas idosas, e hipertensão, arritmias, doenças congênitas e doença valvar na população
mais jovem”.
O objetivo principal dos cuidados de enfermagem no tratamento dos pacientes com
EAP é a melhora da oxigenação e da ventilação, redução da congestão pulmonar do paciente,
obtenção de repouso físico e mental, alivio da hipóxia, diminuição do retorno venoso ao
coração e melhora do funcionamento do coração (NETTINA, 2003).
21
Contudo sob este aspecto consideram as obras pesquisadas que a enfermagem cabe um
atendimento sistêmico, organizado, com controle do estado do paciente devidamente
registrado; um atendimento humanizado onde o cuidado seja priorizado e também o ensino de
práticas de cuidado (quando possível ao paciente e/ou ao acompanhante/familiar) onde o
paciente deve ser considerado em sua subjetividade, desta forma o enfermeiro deve respeitar
seus valores e crenças (GALVÃO-ALVES e Colaboradores, 2007).
8 RESULTADOS DA PESQUISA: A PERCEPÇÃO DA ENFERMAGEM
No banco de dados da BVS SciELO Brasil, encontrou-se cinco artigos com o termo
‘Edema Agudo Pulmonar’ no título e no campo palavras-chave, contudo apenas 4 foram
desenvolvidos no período proposto para a pesquisa, apresentando por título: Edema agudo
pulmonar associado a obstrução das vias aéreas. Relato de caso (BISINOTTO, CARDOSO &
ABUD, 2008); Efeitos da ventilação não evasiva com pressão positiva no edema agudo de
pulmão cardiogênico (CARVALHO & JOHNSTON 2006). Edema pulmonar agudo não-
cardiogênico como complicação de transfusão de hemocomponentes (BRAGA, YOSMOKA
& BRAGA, 2005); Intoxicação aguda por nitrogênio através da inalação em paciente com
insuficiência respiratória e coma. Relato de caso (TORRECILLAS e Colaboradores, 2006);
Ventilação mecânica não invasiva no tratamento de edema agudo de pulmão cardiogênico
(PARQUE & LORENZI-FILHO, 2006).
Em análise aos títulos observou-se a preocupação com estudo de riscos e possíveis
complicações que o paciente portador de EAP observa e, até associações (com problemas
cardíacos)
22
Bisinotto, Cardoso & Abud (2008, p.1), apresentaram um estudo de caso onde uma
determinada paciente que necessitou de uma anestesia geral (videolaparoscopia ginecológica)
pós-operação apresentou quadro de edema agudo de pulmão “com eliminação de secreção
serossanguinolenta”.
Os autores supracitados constataram que o “edema agudo de pulmão associado à
obstrução das vias aéreas superiores” refere-se a uma condição passível de agravar-se frente a
procedimentos cirúrgicos. Dentro da abordagem os mesmos concluem que é de suma
importância o tratamento precoce considerando que a rápida resolução pode não apresentar
sequelas.
Para o exposto o tratamento do EAP refere-se a “elevação do dorso, oxigênio sob
máscara, furosemida (80mg) e restrição hídrica, e feita monitoração rigorosa dos parâmetros
respiratórios e diurese” (BISINOTTO, CARDOSO & ABUD, 2008, p.2), dentro dos
procedimentos clínicos compreendeu-se a aplicação de radiografia torácica e
eletrocardiograma (ECG). Em nenhum momento os autores fizeram menção da importância
das ações de enfermagem, nem ficaram explicitas suas funções ou os procedimentos (a estes
direcionados).
Estudos de Carvalho & Johnston (2006) discorrem sobre o EAP cardiogênico, tendo
por abordagem apresentar a ventilação não-invasiva com pressão positiva (VNIPP), como um
recurso eficaz, que substitui a aplicação da ventilação pulmonar mecânica (VPM) invasiva ou
terapêutica padrão. Para o exposto os autores utilizaram-se de estudos de grupos distintos (de
paciente) entre 29 estudos. Os mesmos consideram que a troca do tipo de ventilação reduziu
consideravelmente os riscos de mortalidade, para alguns casos em específicos, contudo o
tempo de permanência do paciente não foi alterado. Contudo o estudo apresenta-se em forma
de resumo e não menciona ações, percepções do enfermeiro.
23
Já estudos de Torrecilhas e colaboradores (2006), observam que a rapidez no
atendimento e a administração adequada de terapêutica – são fatores positivos para um bom
desfecho em casos de EAP em setor de emergência. Para o exposto os estudos dos autores
refere-se a um caso de intoxicação de paciente com 26 anos (aspiração de conteúdo gástrico –
nitrogênio – que provocou edema em vias respiratórias), que devido a dificuldades no
processo de intubação observou por consequência a aquisição de EAP (dificuldades na
emtubação), a ideia central dos autores foi a de analisar um caso único de aquisição de EAP
por intoxicação de nitrogênio, e a conclusão final foi que a agilidade na tomada de decisão foi
de suma importância para o bom desfecho do caso.
Também obteve-se 2 trabalhos encontrados no BVS, da SciELO (que apresentava
coesão com o tema proposto ) sob a busca ‘percepção do enfermeiro’, apresentando por título:
O currículo e a formação do enfermeiro (MARTINI, 2008); Comparação entre os métodos
psicofísicos escalares de estimação de magnitudes e de estimação de categorias da percepção
social do enfermeiro (SOUSA, HORTENSE & EVANGELISTA, 2004).
No contexto Martini (2008) direciona seus estudos a preocupação com a formação do
enfermeiro, que deve ser dotado de competências técnicas, éticas e políticas (um indivíduo de
caráter, generalista, crítico, reflexivo e humanista) a fim de que exerça com eficácia sua
profissão e sobretudo preocupa-se com os espaços que este vai ocupar pós-formado, no
exercício da profissão, onde deve usar com autonomia seus conhecimentos. Conhecimentos
sistematizados de cunho organizacional, mas também humanos, adquiridos no intuito de
prestar um atendimento com qualidade.
Martini (2008) refere a formação dos profissionais de enfermagem como há um
processo histórico, que envolve a constituição de princípios, frente a realidade que o currículo
para estes profissionais adentra a um terreno de conflitos de poder o que acentua a
complexidade do ensino-aprendizagem deste profissional que além de uma diversidade de
24
conhecimentos deve adquirir capacidade de lidar com públicos diversificados, driblando as
situações adversas.
Sousa, Hortense & Evangelista (2004), desenvolveram um estudo na intensão de
captar a percepção social da classe de enfermagem sobre pelo método psicofísico de
estimação de categoria, onde responsabilidade é definido “como estereótipo do enfermeiro”,
os autores referem que “o estudo da percepção social de determinada profissão identifica
traços (adjetivos) que são atribuídos a essa profissão na sociedade” (SOUSA, HORTENSE &
EVANGELISTA, 2004, p.2), dentre os adjetivos encontrados para o profissional supracitado
destacam-se asseado, responsável, limpo, cuidadoso e eficaz, melindroso e letrado.
No banco de dados da Bireme, encontrou-se 5 trabalhos com o descritor ‘edema agudo
de pulmão’ que se encontram nas condições proposta para este estudo, tendo por títulos:
Manifestação Rara de Edema Agudo de Pulmão Associado à Miocardite Lúpica Aguda
(SOEIRO e Colaboradores, 2011); Ventilação não-invasiva no edema agudo de pulmão
cardiogênico (SANTOS e Colaboradores, 2008); Edema agudo de pulmão como manifestação
de embolia pulmonar: Relato de caso (POLEGATO e Colaboradores, 2011); Utilização da
Ventilação não Invasiva em Edema Agudo de Pulmão e Exacerbação da Doença Pulmonar
Obstrutiva Crônica na Emergência: Preditores de Insucesso (PASSARINE e Colaboradores,
2012) e Edema agudo de pulmão de pressão negativa como aplicação grave de síndrome de
apneia obstrutiva do sono em crianças. Relatos de caso (SILVA e Colaboradores, 2010).
Soeiro e Colaboradores (2011) discorrem sobre o tema o EAP como consequência de
Lúpus eritematoso sistêmico (LES), ou seja, de miocardite lúpica, caso raro “de tratamento
imunossupressor específico [...] incerto” (p.78).
Para confirmação diagnóstica os autores relatam que foi feita radiografia de tórax, e
tomografia computadorizada de tórax (suspeita de atividade lúpica pulmonar), e referem que:
25
“A boa resposta clínica ao tratamento direcionado com uso de diuréticos, vasodilatadores
endovenosos e ventilação mecânica não invasiva”(SOEIRO e Colaboradores, 2011, p.80).
Santos e Colaboradores (2008) abordam os benefícios do uso da ventilação não
invasiva (VNI) em pacientes com EAP, um estudo de cunho bibliográfico aplicado a ensaios
clínicos (base de dados, artigos em inglês), onde os autores observam que resultados divergem
considerando a subjetividade dos casos, o que acentua a necessidade de se estar atento a cada
caso de forma singular, contudo o uso de VNI aponta-se como um sistema não agressivo,
diminuindo a necessidade de intubação, e consequentemente reduzindo índices de mortalidade
e morbidade e acrescem que “O BiPAP mostrou-se útil no tratamento do EAP, apresentando
eficácia clínica similar à CPAP, sem aumentar a taxa de IAM durante o tratamento”
(SANTOS e Colaboradores, 2008, p. 123).
Polegato e Colaboradores (2011) também discorrem sobre um caso raro, incomum de
afecção que observa por consequência a o EAP, desta vez refere-se a embolia pulmonar. O
quadro clínico do caso referia-se a dispneia e ortopneia, sem febre, frequência respiratória de
40rpm frequência cardíaca de 100bmp e pressão arterial de 160x100mmHg, ainda “a ausculta
pulmonar, observou-se a presença de crepitações finas em terços médios e inferiores de
ambos os campos pulmonares” (p.240) Os exames diagnósticos utilizados (específicos ao
EAP) foram radiografia de tórax, escore de Wells, dímero-D (método Elisa) e angitomografia
de tórax.
Segundo os autores supracitados “O conhecimento das causas de edema agudo de
pulmão tem importantes implicações clínicas, visto que muitas delas exigem tratamentos
específicos” (POLEGATO e Colaboradores, 2011, p. 241).
Estudos de Passarine e Colaboradores (2012), apresentam uma abordagem voltada a
compreender os fatores referentes ao sucesso e insucesso da aplicação do método de
ventilação mecânica não invasiva e serviço de urgência e emergência, ao que concluem:
26
A analise dos pacientes submetidos a VNI em unidade de urgência e emergência, com diagnósticos de EAP e DPOC, mostrou que a maioria evoluiu com sucesso. Apos analise multivariada por regressão logística, observou-se que os pacientes com maior chance de evoluir para IE foram aqueles que apresentavam FR>25, os que receberam a VNI tipo BiPAP, aqueles com maior valor de APACHE II e os com diagnostico de DPOC. Da mesma forma, maiores valores de ECG e SpO2 reduzem a chance de evolução desfavorável (PASSARINE e Colaboradores, 2012, p.282).
Com referência ao enfoque respectivo a percepção da equipe de enfermagem, no
banco de dados Bireme, obteve-se 6 artigos sendo estes: A percepção dos profissionais da
equipe de enfermagem sobre o trabalho dos enfermeiros (GINDRI e Colaboradores, 2005);
Contribuições para o conhecimento em enfermagem à luz da fenomenologia da percepção de
Merleau-Ponty (SOUZA & EDERMANN, 2006); Avaliação de competências gerenciais: a
percepção de alunos do curso de graduação em enfermagem da USP (SANTOS &
CIAMPONE, 2007); Humanização da assistência de enfermagem e uma unidade de
emergência: percepção do usuário (MACIAK, SANDRI & SPIER, 2009); A qualidade da
assistência de Enfermagem em uma Unidade de Emergência: a percepção do usuário
(MORAES & MELLEIRO, 2013); A percepção da equipe de enfermagem a cerca da
prescrição de enfermagem (PIMPÃO e Colaboradores, 2010).
Estudos de Gindri e Colaboradores (2005), observam por enfoque a percepção dos
enfermeiros sobre as perspectivas dos técnicos e auxiliares de enfermagem em relação a seu
trabalho, onde estes concluíram que os profissionais consideram a importância da presença do
enfermeiro, e principalmente do exercício de suas funções no sentido administrativo e
assistencial e simultaneamente um maior empenho no estabelecimento de relações
harmoniosas entre os mesmos (equipe de enfermagem, técnicos e assistentes de enfermagem).
Os autores supracitados também referem que “o trabalho administrativo [...] é
essencial para que o serviço adquira padrões satisfatórios, com uma boa estruturação e
eficácia” (GINDRI e Colaboradores, 2005, p.1), contudo é essencial que o enfermeiro
27
também exerça funções relativas ao cuidado (educativas, curativas e preventivas), a
observação indica que o serviço administrativo vem impossibilitando o assistencial, e
inclusive promove um distanciamento dos demais atores da saúde, onde a palavra equipe tem
perdido o sentido. No enfoque fica especificado que:
Hoje é exigida do enfermeiro uma interação cada vez mais sistematizada, ampla e científica, com os processos individuais e coletivos de saúde e doença, assim como o processo de produção de serviços de saúde, formação e investigação. As ações de enfermagem não se restringem única e exclusivamente a prestar cuidado, essência de sua profissão, mas envolve aspectos mais amplos que podem dimensionar, qualificar e aperfeiçoar o cuidado. São estas atitudes que auxiliam na implementação do cuidado prestado a cada cliente nas suas especificidades. Isto possibilita aos enfermeiros, a oportunidade de orientar e de prestar informações esclarecendo duvidas estabelecendo confiança com relação aos procedimentos que os integrantes da equipe de saúde desempenharão com e para o cliente, estando ele no processo de promoção de saúde (GINDRI e Colaboradores, 2005, p.1).
Assim sendo o trabalho dos autores supracitados revela a complexidade do fazer
enfermagem, e no mesmo sentido a necessidade de que este profissional seja equilibrado,
perspicaz, organizado (sistêmico), líder sendo capaz de dirigir uma equipe de forma uniforme
sem fazer diferenças entre componentes de equipe, e sobretudo atender a demanda de cuidado
educativa, e administrativa (GINDRI e Colaboradores, 2005).
Ainda dentro do enfoque, estudos de Souza & Erdemann (2006) são desenvolvidos
sob a luz de teorias e/ fenomenologias, onde destacam-se Mauricy Merleau-Ponty, Descartes,
Edmund Hursserl, pensadores, filósofos, que contribuem no estudo da fenomenologia das
percepções, e remete o leitor a uma nova perspectiva do ser enfermeiro, que em suma refere-
se a ser um contínuo assimilador e gerador de conhecimentos, assim revelam a versatilidade
do saber em enfermagem, refletido sobre a flexão que há entre a subjetividade de quem cuida
e de quem é cuidado. No exposto referem os autores que a enfermagem tem o ser humano
como sujeito/objeto de estudo, de fazer, e de pensar, linha de raciocínio que leva a estes
concluir que no âmbito filosófico a enfermagem adere ao racionalismo, ao empirismo e ao
historicismo. O exercício da enfermagem refere-se a o exercício pleno do “saber unir o saber
28
e o fazer na via de mão dupla representado pelo cuidar em enfermagem”, um desafio que
remete ao profissional a uma busca pela educação continuada (SOUZA & ERDEMANN,
2006, p. 176).
Santos & Ciampone (2007, p.395) discorrem sobre importância da avaliação em
âmbito educativo, da formação de competências gerenciais nos enfermeiros, durante a seu
processo de formação profissional, um estudo de cunho quantitativo direcionado “aos quatro
pilares que compõem as competências para o gerenciamento: saber fazer, saber conhecer,
saber ser e saber conviver”.
Os estudos dos autores supracitados remetem o mais leigo leitor a compreensão de que
a formação do enfermeiro se iguala a formação de raízes, ou seja, de um perfil de profissional
que responda à demanda do setor de saúde, e quando estes concluem que existe emergência a
reflexões, a maiores estudos sobre abordagens tais como: a dicotomia, ou seja a divisão, a
distância entre teoria e prática; a necessidade de favorecer a aprendizagem significativa
(teoria e prática unidas), a necessidade de se enfatizar, desenvolver maiores estudos (mais
profundos) sobre o saber conviver e saber ser; a falta de integração ou formação de equipes e
inclusive de compartilhamento de saberes (dos professores com os alunos) questões
observadas no contexto de formação. São abordagens que facilmente percebe-se que podem
estar fragilizando o profissional de enfermagem, principalmente no sentido de se compreender
quanto equipe (SANTOS & CIAMPONE, 2007).
Estudos de Maciak, Sandri & Spier (2009) são desenvolvidos no sentido de captar a
percepção do atendimento de enfermagem em setor de urgência e emergência, que contudo
apresentar-se deficitário, ainda é considerado um bom atendimento devido a atenção, o
carinho e a eficiência constatada pelos usuários e familiares do SUS. A abordagem aponta
para a questão da implantação da humanização do atendimento, discorre sobre o contexto da
emergência que apresenta uma grande demanda por acomodações adequadas aos pacientes ou
29
aumento do espaço de trabalho (logística do atendimento), investimento em mão-de-obra ou
profissionais (não por ineficiência no atendimento mas por sobrecarga), e soluções para
questões tais como poluição sonora (ruídos e movimentos contínuos, diversos) que
repercutem em situações de estresse.
Os autores referem que em setor de urgência e emergência:
A estrutura física associada à rotatividade de pacientes compromete o atendimento, tornando o ambiente de trabalho em espaços limitados e inadequados, [...]. As dificuldades relatadas pelos usuários e familiares denotam não serem do domínio dos profissionais de enfermagem[...] . [...] situações que necessitam de intervenção de outras esferas administrativas, inerentes às decisões de governo, seja municipal, estadual, federal, ou institucional (MACIAK, SANDRI & SPIER, 2009, p.134).
Da mesma forma estudos de Moraes & Malleiro (2013) discorrem sobre as qualidade,
da assistência em enfermagem em setor de urgência e emergência (UE), contudo apresentar-se
mais direcionada a caracterizar a UE os resultados concordam com os autores anteriormente
supracitados. Referem-se a alta demanda do setor e estão igualmente inclinados a análise da
percepção dos usuários sobre o atendimento, definidos como receptáculos do cuidado, ao que
resulta na ideia de que a qualidade em atendimento tem uma ligação direta com as formas
como se dão as interações entre os atores do contexto, o que resulta em construção social, ao
que para ser possível, implica no conhecimento de “referências dos sujeitos envolvidos, que
atribuem significados às suas experiências, privilegiando ou excluindo determinados aspectos
segundo uma hierarquia de preferências” (MORAES & MALLEIRO, 2013, p. 113).
Conforme abordagem de Moraes & Malleiro (2013), a estrutura das UE estão
definidas como deficitárias, e o atendimento assistencial favorável, estando os usuários
satisfeitos com o atendimento da equipe de enfermagem, no exposto os mesmos deixam a
percepção de que são utilizadas estratégias de atendimento aplicadas no sentido de melhorar a
qualidade no atendimento.
30
Estudos de Pimpão e Colaboradores (2010), discorre sobre a questão das prescrições
médicas e o conhecimento dos processos de enfermagem (PE), os autores referem que: “É
inegável a importância da prescrição de enfermagem como um instrumento norteador das
ações dos enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares de enfermagem, porém a
realidade hospitalar cria diversas barreiras à sua implantação” (PIMPÃO e Colaboradores,
2010, p.510). O estudo dos autores supracitados demonstra certa dificuldade no trabalho de
interação dos enfermeiros com os técnicos de enfermagem, questão que interfere na qualidade
de atendimento ao usuário, desta forma, os autores contribuem ao sugerirem a aplicação de
estratégias de sensibilização e capacitação da equipe de enfermagem, que sejam continuadas,
ou seja permanentemente avaliadas e implementadas em função de prestar um melhor
atendimento.
31
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os setores de urgência e emergência são dotados de uma complexidade no aspecto
gerencial, englobando diversas abordagens a serem tratadas em função de atender a demanda
do sistema de saúde em que está inserido, e considerando que estes configuram-se como a
porta de entrada, o momento da recepção ao paciente em estado critico de saúde requerem
continua análise investigativa, contudo há uma forte percepção da importância do enfermeiro
neste contexto, que deve atender a uma sistematização de assistência que engloba a aplicação
de exames específicos, cuidados, e ações que configurem um acolhimento qualificado, a
agilidade no atendimento atenta para a diminuição do tempo do paciente em ambiente
hospitalar considerando que a permanência em ambientes hospitalares por si demandam riscos
aos pacientes,.
Dentro desta abordagem ainda compreende-se que é necessário que o enfermeiro seja
dotado de conhecimentos, sobre afecções múltiplas tais como definições, etiologia,
fisiopatologia, sintomas, possíveis causas (apresentação clínica), afecções associadas que
podem serem desencadeadas, apresentação radiológica e abordagens correlatas a
monitorização dos estados do paciente, bem como questões referentes a tratamento (cuidados,
medicamentosas a serem usados entre outros). Da mesma forma deve ser um profissional
comprometido, responsável, asseado, limpo, cuidadoso e eficaz, melindroso e letrado, e ter
agilidade em suas ações, com capacidade de organização sistêmica, autonomia e liderança,
devendo cultivar qualidades tais como a intuição, o dialogo, e a reflexão, sendo
expressivamente um ser critico na busca do conhecer e não critico no sentido de aceitar o
outro (paciente e/ou também os colegas de profissão). Ele deve saber fazer, saber conhecer,
saber ser e saber conviver, dentro de um contexto complexo com sujeitos/objetos carregados
de subjetividade e valores diversificados.
32
O EAP, em resumo, pode ser de ordem cardiogênico (insuficiência ventricular,
obstrução da válvula mitral, arritmias cardíacas, hipervolemia, infarto agudo do miocárdio e
outros) ou não-cardiogênica (síndrome do desconforto respiratório, choque séptico,
coagulação intravascular, pneumonite por irradiação, queimaduras extensas, pneumonia
aspirativa, inalação de agentes tóxicos, afogamentos, dosagem elevada de narcóticos,
insuficiência renal entre outras), e refere-se a insuficiência respiratória devido ao acúmulo de
líquidos nos espaços intersticial e alveolar, consequente causa do impedimento da adequada
difusão de oxigênio e dióxido de carbono. Os exames diagnóstico referem-se a radiografia de
toráx, hemograma.
A questão relativa ao uso de ventilação do tipo não-invasiva e invasiva são as mais
discutidas e preocupantes, o procedimento não invasivo reduz a mortalidade de pacientes com
EAP, e se apresenta como um fator positivo para a não-intubação do paciente, mas estas
observações são colocações a nível geral, os estudos apontam que cada caso observa uma
singularidade e necessidade de estudo, considera-se nesta perspectiva as características
peculiares de cada individuo que incluem seus históricos (de saúde, de família entre outros).
Os aspectos fisiopatológicos do EAP também são em suma complexos, pois apontam a
necessidade de compreender as múltiplas associações desta patologia, com demais afecções.
Os sinais e sintomas resumem-se em dispneia acentuada, tosse, ortopneia, expectoração de
espuma rósea, agitação psicomotora, entre outros tais como, sensação de morte eminente,
palidez, pele fria, cianose, diaforese e etc.
A percepção especifica da equipe de enfermagem com relação ao paciente com EAP,
em unidade de emergência não apresentou-se por tema de estudos, contudo as ações destes
profissionais (individualmente e principalmente quanto equipe) deveriam ser foco de maiores
estudos considerando que podem reduzir o tempo do paciente em unidade hospitalar,
sequelas, e inclusive a mortalidade.
33
REFERÊNCIAS
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