defesa não específica e específica

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8/16/2019 Defesa Não Específica e Específica http://slidepdf.com/reader/full/defesa-nao-especifica-e-especifica 1/18 1 Defesa não específica e específica O sistema imunitário divide-se em duas grandes defesas: Defesa não específica e a Defesa Específica.  Imunidade Não Específica Específica A resposta é independente de antígeno A resposta é dependente de antígeno A resposta é imediata e máxima Há período de latência entre a exposição e a resposta máxima Não é específica a um determinado antígeno Específica a antígeno Exposição ao agente patológico não resulta em memória imunológica Exposição ao agente patológico resulta em memória imunológica Defesa não específica – imunidade inata A defesa não especifica ou imunidade inata refere-se ao conjunto de processos em que o organismo previne a entrada de agentes estranhos, reconhece-os e destrói-os. A resposta do organismo é sempre a mesma, qualquer que seja o agente invasor e qualquer que seja o número de vezes que este contacte com o organismo. Processos mais importantes desta defesa: Barreiras anatómicas A pele, os pelos das narinas, as mucosas (forram as cavidades do corpo que abrem para o exterior e segregam muco que dificulta a fixação de microorganismos e a sua multiplicação), as secreções e enzimas (por exemplo, as glândulas sebáceas, sudoríparas e lacrimais). Saliva, lágrimas e enzimas  As enzimas contidas na saliva e na lágrima possuem ação bactericida. Algumas enzimas possuem o pH muito ácido, que impede a proliferação de microrganismos na região, como é o caso do estômago e da vagina. No intestino e na vagina há numerosos microrganismos da flora normal que impedem a proliferação de microrganismos externos, competindo por comida e espaço. Resposta inflamatória É uma sequência complexa de acontecimentos que ocorre quando estes agentes patogénicos conseguem ultrapassar as barreiras anatómicas. No tecido atingido pelos agentes patogénicos, diversos tipos de células, como, por exemplo, mastócitos, produzem histamina e outros mediadores químicos que provocam a dilatação dos vasos sanguíneos e aumentam a sua permeabilidade, como consequência aumenta a quantidade de fluido intersticial. 

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Defesa não específica e específica

O sistema imunitário divide-se em duas grandes defesas: Defesa não específica e a Defesa Específica. 

Imunidade Não Específica  Específica 

A resposta é independente de antígeno  A resposta é dependente de antígeno 

A resposta é imediata e máxima Há período de latência entre a exposição e aresposta máxima

Não é específica a um determinado antígeno  Específica a antígeno 

Exposição ao agente patológico não resultaem memória imunológica 

Exposição ao agente patológico resulta emmemória imunológica 

Defesa não específica – imunidade inata 

A defesa não especifica ou imunidade inata refere-se ao conjunto de processos em que o organismoprevine a entrada de agentes estranhos, reconhece-os e destrói-os. A resposta do organismo ésempre a mesma, qualquer que seja o agente invasor e qualquer que seja o número de vezes queeste contacte com o organismo. 

Processos mais importantes desta defesa:

Barreiras anatómicas 

A pele, os pelos das narinas, as mucosas (forram as cavidades do corpo que abrem para o exterior esegregam muco que dificulta a fixação de microorganismos e a sua multiplicação), as secreções eenzimas (por exemplo, as glândulas sebáceas, sudoríparas e lacrimais). 

Saliva, lágrimas e enzimas 

As enzimas contidas na saliva e na lágrima possuem ação bactericida. Algumas enzimas possuem opH muito ácido, que impede a proliferação de microrganismos na região, como é o caso do estômagoe da vagina. 

No intestino e na vagina há numerosos microrganismos da flora normal que impedem a proliferaçãode microrganismos externos, competindo por comida e espaço. 

Resposta inflamatória 

É uma sequência complexa de acontecimentos que ocorre quando estes agentes patogénicos

conseguem ultrapassar as barreiras anatómicas. No tecido atingido pelos agentes patogénicos,

diversos tipos de células, como, por exemplo, mastócitos, produzem histamina e outros mediadores

químicos que provocam a dilatação dos vasos sanguíneos e aumentam a sua permeabilidade, como

consequência aumenta a quantidade de fluido intersticial. 

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Estes mediadores químicos vão então, ativar o sistema imunitário, atraindo ao local os "atores" da

resposta. Este fenómeno designa-se por quimiotaxia. Os neutrófilos e os monócitos deixam então os

vasos sanguíneos e dirigem-se aos tecidos infetados, por um fenómeno designado por diapedese. Os

monócitos transformam-se então em macrófagos, e estes juntamente com os neutrófilos vão

fagocitar os agentes patogénicos e os seus produtos. Os efeitos mais comuns de uma reação

inflamatória são: edema, rubor, calor e dor. 

Quando os agentes patogénicos são particularmente agressivos é acionada uma reação inflamatória

sistémica, que ocorre em várias partes do organismo. Temos então o aparecimento de febre e um

aumento do número de leucócitos em circulação. 

Interferões 

Quando os vírus infetam os tecidos, determinadas células do organismo, formam proteínas que se

difundem e saem da célula. Uma vez fora das células elas ligam-se à membrana citoplasmática de

outras célula vizinhas não afetadas, estimulando-as a produzir proteínas antivirais que inibem a

replicação dos vírus. Estas proteínas são os interferões e são moléculas importantes na limitação da

propagação de determinadas infeções virais. O interferão estimula as células vizinhas a produzir as

suas próprias moléculas proteicas antivirais e forma-se um cordão protetor. 

O vírus em contacto com as proteínas antivirais torna-se pouco efetivo na infeção das células. 

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Defesa específica ou Imunidade adquirida 

A defesa específica interatua com a primeira e a segunda linha de defesa e inclui o conjunto de

processos através dos quais o organismo reconhece os agentes patogénicos e os destrói de uma

forma dirigida e eficaz. 

Este tipo de defesa é mais demorada, os mecanismos desta defesa são mobilizados ao longo de

vários dias, mas a resposta é extremamente eficiente porque é específica e a resposta ao agente

patogénico melhora a cada novo contato com o organismo. 

Na defesa específica intervém o sistema linfoide constituído pelos órgãos linfoides primários e

secundários ou periféricos e as células efetoras que são linfócitos. 

http://www.cancer.gov/espanol/recursos/hojas-informativas/deteccion-diagnostico/biopsia-ganglio-centinela 

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Órgãos linfoides primários  – timo e medula vermelha dos ossos  – local de formação e maturação

de linfócitos. 

Linfócitos 

Existem dois tipos de linfócitos, o T e o B  – Os linfócitos T formam-se na medula vermelha dos ossos

mas amadurecem no Timo e os linfócitos B formam-se e amadurecem na medula vermelha dos

ossos. 

Durante a maturação os linfócitos B e T adquirem recetores superficiais para variados antigénios,

passando a reconhecê-los e tornando-se células imunocompetentes, ou seja, células capazes de

resposta imunitária. 

Depois de maturados os linfócitos passam para a corrente sanguínea e deslocam-se para os órgãos

linfoides secundários ou, caso haja uma resposta inflamatória, deslocam-se para o local da

inflamação para atuar no agente estranho (antigénio). 

Os linfócitos T e B não constituem, cada um deles, uma população homogénea, cada tipo possui

vários subgrupos. 

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Órgãos linfoides secundários   –  baço, amígdalas, gânglios linfáticos e tecido linfático  que se

distribui ao longo do intestino delgado e apêndice  –  local de desenvolvimento da resposta

imunitária. 

Todos os agentes estranhos ao indivíduo e que desencadeiam uma resposta específica são

designados antigénios. Estes podem ser macromoléculas livres ou estruturas existentes na superfície

das células originados de vírus, pólen, hemácias de outros seres, tecidos enxertados, órgãos

transplantados e parasitas. 

Uma característica importante do sistema imunitário é a capacidade de "memória" em relação a

substâncias estranhas que invadiram anteriormente o organismo e às quais ele reage rapidamente

quando ocorrer nova infeção. 

As respostas imunitárias específicas agrupam-se em dois conjuntos principais: 

-Imunidade mediada por anticorpos ou Imunidade humoral 

-Imunidade mediada por células ou Imunidade celular 

A resposta imunitária específica tem três funções importantes: Reconhecimento, Reação e ação. 

Reconhecimento  – o antigénio é reconhecido como um corpo estranho por linfócitos B ou T; 

Reação  –  sistema imunitário reage, formando e preparando os agentes específicos (células e

imunoglobulinas) que intervirão no processo; Ação  – agentes específicos do sistema imunitário neutralizam ou destroem os antigénios (células ou

imunoglobulinas). 

Um antigénio possui determinadas regiões capazes de serem reconhecidas pelas células do sistema

imunitário, chama-se a cada uma destas regiões um determinante antigénico ou epítopo. 

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Imunidade humoral 

A função de reconhecer antigénios assim que se introduzem no organismo é realizada peloslinfócitos B, capazes de reconhecer uma enorme variedade de antigénios específicos. A imunidadehumoral é mediada por anticorpos que circulam no sangue e na linfa e que são produzidos após o

reconhecimento do antigénio por linfócitos B. 

O antigénio ao introduzir-se no organismo atinge um órgão linfoide secundário e estimulaos linfócitos B que têm recetores específicos para esse antigénio, ficam ativados e dividem-se,transformando-se em plasmócitos. Estes irão produzir, então, os anticorpos para esse antigénio eas células memória. Estas células memória servirão para futuras invasões do antigénio. 

Um anticorpo é uma proteína específica produzida por plasmócitos em resposta à presença de umantigénio, com o qual reage especificamente. 

Os anticorpos são libertados no sangue e linfa e “dirigem-se” para o local infetado. Os anticorpos

identificam, não o antigénio como um todo, mas partes da superfície a que se dá o nome dedeterminantes antigénicos. Um antigénio pode estimular a produção de variados anticorpos, cadaum para um determinante antigénico. 

Os anticorpos são glicoproteínas específicas com a designação geral de imunoglobulinas (Ig), que secombinam quimicamente com o antigénio específico que estimulou a sua produção. Têm umaestrutura em Y formada por quatro cadeias polipeptídicas. 

Duas dessas cadeias são mais curtas, designam-se por cadeias leves, ou cadeias L (light), as maislongas designam-se por pesadas ou cadeias H (heavy). 

Nas cadeias existem regiões que são constantes (C) e a sua função é controlar o modo como oanticorpo atua com outros elementos do sistema imunitário; 

E outras que são variáveis (V) de anticorpo para anticorpo, o que significa que a sequência deaminoácidos que constitui estas cadeias é diferente de anticorpo para anticorpo, isto é, sãoespecíficas para cada anticorpo. Nestas cadeias V existem dois locais –  sítios de ligação -onde se vailigar o determinante antigénico específico, que por sua vez, estabelece a ligação ao antigénio. Oelevado grau de especificidade destas regiões resulta de apresentarem uma estrutura complementar

da do antigénio, bem como do facto de toda a estrutura química do local de ligação favorecer oestabelecimento de forças electroestáticas e pontes hidrogénio anticorpo - antigénio. 

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Nas cadeias constantes a sequência de aminoácidos, entre anticorpos, é muito semelhante. 

Retirada de: Amabis & Martho, Biologia dos organismos. Moderna, 2004. 

Os anticorpos quando se ligam aos antigénios e formam o complexo anticorpo-antigénio, nãodestroem os antigénios, apenas os marcam como estranhos ao organismo. 

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Na formação deste complexo anticorpo-antigénio desencadeia-se uma série de acontecimentos queaumentam a resposta inflamatória, ou seja, há um aumento da vasodilatação e a fagocitose é maisdirigida o que leva a uma maior eficácia na defesa não específica que já decorria. 

Assim, os anticorpos podem atuar de diversas maneiras na defesa imunitária, dependendo da classea que cada um pertence: por aglutinação, por intensificação direta da fagocitose, por neutralização

direta de vírus e toxinas bacterianas.

https://www.youtube.com/watch?v=kZrAm3Ho6Lc 0,52s

https://www.youtube.com/watch?v=Y4MfAV-

CE8s&ebc=ANyPxKrvMVovG4ZcaqveKyg30UfOGMWdVoy4I5YfKiCkY5dv634zadQxM4F5Kl1prrKaVQ7

77GfxDU6q79vknKp3bveaw kPo4A 

https://www.youtube.com/watch?v=JzaQaFVNi3o 25 minutos 

Fases da imunidade humoral 

Na imunidade humoral ocorrem as seguintes fases: Ativação dos linfócitos B; proliferação clonal dos

linfócitos ativados e diferenciação dos linfócitos B. 

Na medula vermelha dos ossos são produzidos e amadurecidos os linfócitos B, este amadurecimento

reflete-se na formação de recetores membranares específicos para os determinantes

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antigénicos. Todos os linfócitos B antes de entrarem para a corrente sanguínea, rumo aos órgãos

linfoides secundários, sofrem uma seleção, assim, todos os que não possuírem recetores adequados

ou que ataquem as próprias células do corpo, são eliminados por apoptose e os restantes deslocam-

se para os órgãos linfoides secundários. 

Ativação dos linfócitos B  – quando o antigénio entra na corrente sanguínea e arrastado por esta,

passa junto a um órgão linfoide, este estimula uma pequena fração de linfócitos B, os que têm na

membrana recetores específicos para o antigénio, a ligar-se a ele. Dá-se a ativação do linfócito B.

Proliferação clonal dos linfócitos ativados  - Os linfócitos B ativados estimulados entram numa

rápida divisão celular, formando muitas células todas idênticas geneticamente (clones), com os

mesmos recetores, formando clones. 

Diferenciação dos linfócitos B: uma parte das células do clone diferencia-se em plasmócitos, que são

células produtoras de anticorpos que são libertados no sangue ou na linfa e transportados até ao

local da infeção, e outras, diferenciam-se em células de memória que ficam inativas até reaparecer o

antigénio que foi responsável pela sua formação. O anticorpo identifica a região localizada na

superfície do antigénio, o determinante antigénico e liga-se a ele. O órgão linfoide onde se dá a

produção dos anticorpos é no gânglio linfático que “incha” pela existência da multiplicação dos

linfócitos B e dos plasmócitos. 

http://www.4shared.com/web/preview/doc/mvlGxGh9 

Imunidade mediada por células 

As células que participam na imunidade mediada por células são os linfócitos T. Estes linfócitos

apresentam recetores específicos na membrana designados por recetores T  (TCR). Estas células só

reconhecem antigénios apresentados na superfície das células do nosso organismo, estas são

designadas por células apresentadoras, pois é necessário a apresentação do antigénio estranho ao

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nosso corpo aos linfócitos T, através de uma célula do organismo, o mesmo não se passa com os

linfócitos B que são capazes de reconhecer os determinantes antigénicos na forma livre.

Quando o linfócito T encontra uma célula infetada com um determinante antigénico que o recetor da

célula T reconhece, este liga-se à célula libertando substâncias letais, as citotoxinas, que levam à

destruição da célula infetada por apoptose e os restos desta destruição serão depois fagocitados

pelos macrófagos. Os linfócitos T ficam livres para atuar noutras células infetadas. 

A evolução dos linfócitos T, tal como os B passam por várias fases. 

Os linfócitos T são produzidos na medula e maturados no Timo. Uma vez no timo, esperam que os

antigénios sejam apresentados pelas células apresentadoras, condição necessária para os ativar na

produção de proteínas capazes de desencadear respostas nas células alvo. 

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Existem vários tipos de linfócitos T que desempenham diferentes funções: 

Os auxiliares (Th) que libertam substâncias para estimular a ativação de outras células do

sistema imunitário, como macrófagos e linfócitos B; 

Os citotóxicos (Tc) que destroem células infetadas e cancerígenas; 

Os supressores (Ts), que aparentemente, têm um papel inverso aos Th, que libertam

substâncias para inibirem as outras células do sistema imunitário. 

Os linfócitos T de memória vivem num estado inativo durante muito tempo, mas respondem

prontamente, entrando em multiplicação se o organismo for novamente invadido pelo

mesmo agente antigénico. 

São indistintos ao microscópio mas as suas diferentes funções são identificadas em laboratório,

distinguem-se por possuírem diferentes marcadores. Os Th possuem abundantes marcadores

conhecidos por CD4, e os Tc possuem abundantes CD8. 

-Quando ocorre a fagocitose de bactérias ou vírus por um macrófago, formam-se fragmentos

peptídicos dos antigénios que se ligam a certas moléculas presentes na superfície do macrófago, que

os exibe e apresenta aos linfócitos T (células apresentadoras). 

-A exposição e a ligação dos linfócitos T com o antigénio apropriado faz com que este se ative e se

multiplique formando clones. -O clone de linfócitos T auxiliares divide-se e diferencia-se em linfócitos T citotóxicos (Tc) e linfócitos

T de memória. Os linfócitos T auxiliares também libertam mediadores químicos (citoquinas) que

estimulam a fagocitose, a produção de interferão e a produção de anticorpos pelos linfócitos B e a

formação de células T de memória. 

-Os clones acabados de formar entram na corrente sanguínea, saídos do Timo, e deslocam-se para as

células infetadas, os linfócitos citotóxicos ligam-se às células infetadas e libertam a perforina, uma

proteína que gera poros na célula, provocando a lise celular. 

-Os linfócitos T de memória desencadeiam uma resposta mais rápida e vigorosa no segundo contacto

com o mesmo antigénio. 

Apesar do sistema imunitário ser constituído por tecidos, órgãos e células difusas no organismo, a

coordenação entre estas estruturas é permanente e rigorosa, estimulam-se entre si, por esta razão,

não é possível isolar no espaço e tempo os vários processos de defesa do organismo. 

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Memória imunitária 

À medida que o organismo entra em contato com novos antigénios desenvolve-se a resposta

imunitária primária - os linfócitos B ativados, multiplicam-se, formam clones que produzem

anticorpos específicos e outros clones diferenciam-se em células memória. Esta resposta de

formação de anticorpos demora algum tempo e atinge o seu apogeu passado cerca de duas semanas

após o primeiro contacto com o antigénio. As células memória, que podem durar anos no nosso

organismo, promovem a resposta secundária, quando o organismo entrar de novo em contacto com

o mesmo antigénio que desencadeou a formação desta célula e multiplicam-se muito rapidamente e

dão origem, por diferenciação a mais células memória e a novas células efetoras que irão produziranticorpos. 

Os linfócitos T não produzem anticorpos mas, alguns deles (os linfócitos T auxiliares) controlam a

atuação dos linfócitos B. 

Qualquer contacto que exista com um antigénio dá origem à formação de células efetoras que

combatem a infeção e células memória que atuam quando existir um segundo contacto com o

antigénio. 

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São estas células T de memória que nos conferem proteção para a vida. 

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A resposta imunitária secundária é sempre mais rápida a proteger, mais duradora e mais intensa que

a primária. 

Imunização 

A imunização é a aquisição de proteção imunológica contra um agente patológico (antigénio) para

que quando o organismo entrar de novo em contacto com ele, o sistema imunológico responda de

forma imediata e o organismo não chegue a desenvolver a doença causada pelo

antigénio, imunidade adquirida. A imunidade adquirida pode perdurar largos anos (imunidade

ativa) ou temporária (imunidade passiva). 

O estado de imunização em que o sistema responde de imediato pode ser induzido pelas vacinas. Em

vez de o organismo esperar pelo antigénio, uma primeira vez, e só no segundo contacto o corporesponder de forma imediata, a primeira vez pode ser induzida pelo fornecimento de

microrganismos inativos (mortos ou alterados), toxinas, vírus, todos eles modificados para que o

organismo não desenvolva a doença mas ganhe resistência  –  imunidade - aos agentes patogénicos

inseridos nas vacinas. O organismo responde à vacina através da produção de anticorpos específicos.

Esta é a imunidade ativa, em que a produção de anticorpos e de células memória pode levar

semanas, mas o corpo pode ficar protegido durante anos. 

Há também a imunidade passiva, usada quando é urgente uma proteção rápida. Neste tipo deimunidade são administrados anticorpos ou antitoxinas, contra uma infeção particular. Os anticorpos

colhidos dos humanos são chamados imunoglobulina e os dos animais, soros.  A imunidade passiva

dura apenas algumas semanas. 

Um exemplo da imunidade passiva é o caso dos recém-nascidos que vêm com anticorpos (da classe

IgG) que conseguem atravessar a placenta da mãe e permanecem ativos durante cerca de 3 meses.

Se forem amamentados, há também anticorpos (da classe IgA) que vêm com o leite, dando ao bebé

mais resistências ao nível do aparelho digestivo. 

Um outro exemplo são as injeções dadas a todos aqueles que pretendem viajar para locais cuja

salubridade é baixa.

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Níveis de imunoglobinas 

Incompatibilidade sanguínea 

As hemácias do corpo humano possuem na sua superfície diferentes antigénios (aglutinogénios) e oplasma pode conter anticorpos (aglutinas) para antigénios ausentes. Numa transfusão sanguínea se o

dador tiver anticorpos para o sangue do recetor, ocorre uma incompatibilidade sanguínea e dá-se a

lise celular. Um sangue que contem determinadas aglutinogénios, não pode receber plasma com as

aglutinas correspondentes. Uma incompatibilidade sanguínea produz uma reação

transfusional imediata, em que os anticorpos do recetor aglutinam as hemácias do dador. Esta

reação ocorre no sistema sanguíneo ABO. 

Os anticorpos presentes no plasma são da classe IgM e podem ligar-se ao sistema complemento eprovocar a lise das hemácias. Os anticorpos são denominados naturais, pois estão presentes, mas

sem que tenha havido nenhum estímulo para a sua formação. 

Para determinação do grupo sanguíneo, existe na espécie humana três genes alelos (A,B e i), com

graus diferentes de dominância, e quatro tipos diferentes de sangue (A, B, AB e O). Nos alelos A e B

não existe dominância, se estes genes se encontrarem o fenótipo é o grupo AB. O grupo O é

determinado pelo genótipo homozigótico recessivo (ii). Entre os alelos A e B não existe dominância e

os alelos A e B dominam sobre i. 

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Para que se possa fazer uma transfusão sanguínea é necessário que se conheça o tipo de sangue do

dador e do recetor. Tem de se determinar a que grupo do sistema ABO e podem ser A, B, O e AB e

determinar, um outro importante grupo de antigénios presente (positivo) ou ausente (negativo) nas

hemácias, o fator Rhesus (Rh+ ou Rh-). 

Os tipos de sangue mais raros são B e AB, enquanto os tipos de sangue mais comuns incluem o A e O

ou 0. 

Compatibilidade dos tipos de sangue 

De preferência deve-se doar para o mesmo grupo sanguíneo do recetor, mas doadores de sanguetipo O podem doar para A, B e AB e doadores de sangue dos tipos A e B podem doar a AB. 

Tipo A: pode doar somente para pessoas do tipo AB e A e pode receber de pessoas do tipo A e O. 

Tipo B: pode doar para pessoas com tipo B a AB e recebe de pessoas com tipo B e O. 

Tipo AB: pode doar para pessoas com tipo AB e pode receber de todos os tipos

sanguíneos, recetor universal. 

Tipo O ou 0: pode doar para todos, e por isso é dador universal, mas só pode receber de

pessoas com o tipo O. 

Na gravidez, quando a mãe é Rh negativo e o bebé é positivo existe probabilidade da mãe produzir

anticorpos para eliminar o feto. Por isso, as grávidas com este tipo de sangue devem fazer injeção de

imunoglobulina anti-D. 

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Vigilância Imunitária 

A imunidade mediada por células tem como principal função, reconhecer e destruir células anormais

que podem conter alguns antigénios superficiais e serem, assim, estas células, reconhecidas como

estranhas.

As células cancerígenas são exemplo de células anormais e a sua destruição é feita pelos linfócitos T

citotóxicos. Estes linfócitos ao entrarem em contacto com os antigénios das células cancerígenas são

activados e libertam substâncias que podem levar à destruição da célula anormal por apoptose.

A célula é destruída e os fragmentos vão ser fagocitados por macrófagos ou por neutrófilos. Se este

mecanismo não for eficaz, as células anormais dividem-se e originam o cancro.

Apoptose

A rejeição de excertos é de órgãos e tecidos

transplantados, é também da responsabilidade do

sistema imunitário mediado por células. A rejeição

ocorre quando existem diferenças bioquímicas e

genéticas mais ou menos acentuadas entre o dador eo recetor. Os linfócitos T do recetor reconhecem as

células como corpos estranhos e destroem-nas. Se

se repetir o enxerto, os linfócitos T, já tinham

produzido células memória, e a resposta é mais rápida e intensa.

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Se possível o enxerto deve ser feito através de tecidos do próprio organismo - autotransplantes, ou

de um familiar próximo (irmão). Para minimizar as reações de rejeição ainda se aplicam várias

substâncias (drogas) que suprimem a resposta imunitária mas que têm efeitos secundários,

comprometem a capacidade de resposta do sistema imunitário em relação a outras infeções.

Doenças e desequilíbrios

Alergias

As alergias correspondem a estados de hipersensibilidade imunitária que se traduzem por reações

aberrantes em relação a antigénicos específicos. As substâncias que desencadeiam estas alergias são

os alergénicos, e são substâncias inofensivas do meio ambiente para a maioria das pessoas.