decreto-lei n. 133 2013 de 3 de outubro

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    I SRIE

    NDICE

    Quinta-feira, 3 de outubro de 2013 Nmero 191

    Ministrio das Finanas

    Decreto-Lei n. 133/2013:

    No uso da autorizao legislativa concedida pela Lei n. 18/2013, de 18 de fevereiro, aprova onovo regime jurdico do sector pblico empresarial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5988

    Ministrio dos Negcios Estrangeiros

    Aviso n. 93/2013:

    Torna pblico que foram cumpridas as formalidades exigidas na Repblica Portuguesa e no

    Estado do Koweit para a entrada em vigor do Acordo entre a Repblica Portuguesa e o Estadodo Koweit sobre Supresso de Vistos para Titulares de Passaportes Diplomticos e Especiais,assinado no Koweit em 17 de dezembro de 2012 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6002

    Regio Autnoma dos Aores

    Decreto Legislativo Regional n. 14/2013/A:

    Cria o Instituto da Segurana Social dos Aores, I. P. R. A. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6002

    Nota. Foi publicado um suplemento aoDirio da Repblica,n. 189, de 1 de outubrode 2013, onde foi inserido o seguinte:

    Ministrio das FinanasPortaria n. 295-A/2013:

    Adequa a reorganizao administrativa aos servios perifricos locais da AutoridadeTributria e Aduaneira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5974-(2)

    Nota. Foi publicado um 2. suplemento ao Dirio da Repblica,n. 189, de 1 deoutubro de 2013, onde foi inserido o seguinte:

    Presidncia do Conselho de Ministros

    Declarao de Retificao n. 38-A/2013:

    Retifica a Portaria n. 243/2013, de 2 de agosto, do Ministrio da Economia e do Emprego,que estabelece os termos, condies e critrios de atribuio de capacidade de injeo narede eltrica de servio pblico bem como a obteno da licena de produo e respetivalicena de explorao, publicada no Dirio da Repblica, 1. srie, n. 148, de 2 de agostode 2013. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5974-(8)

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    5988 Dirio da Repblica, 1. srie N. 191 3 de outubro de 2013

    MINISTRIO DAS FINANAS

    Decreto-Lei n. 133/2013

    de 3 de outubro

    Durante largos anos, a disciplina jurdica aplicvel sdiversas organizaes empresariais detidas por entidadespblicas foi sofrendo alteraes sem que, de forma coe-rente e sistemtica, o respetivo enquadramento normativoacompanhasse a realidade existente. Assim, ao longo dasdcadas de oitenta e de noventa, medida que se iam lan-ando os diversos processos de reprivatizao, e em que asempresas pblicas reguladas pelo Decreto-Lei n. 260/76,de 8 de abril, iam sendo transformadas em sociedadescomerciais sem que, no entanto, fossem consideradas em-presas pblicas, foi-se gerando um vazio normativo queprejudicou o tratamento coerente e sistemtico da iniciativaempresarial desenvolvida por diversas entidades pblicase, em particular, pelo prprio Estado.

    Essa situao foi profundamente alterada com o Decreto--Lei n. 558/99, de 17 de dezembro, o qual veio estabelecero regime jurdico do sector empresarial do Estado e asbases gerais do estatuto das empresas pblicas, ao mesmotempo que procedeu revogao do aludido Decreto-Lein. 260/76, de 8 de abril.

    Deste modo, o conceito de empresa pblica foi total-mente redefinido e tornou-se mais abrangente, passando,desde ento, a integrar no apenas as empresas constitudassob forma de sociedade comercial, agora inequivocamenteconsideradas como empresas pblicas, mas tambm as en-tidades pblicas empresariais, as quais deram continuidadeao conceito nuclear de empresa pblica vertido no citadoDecreto-Lei n. 260/76, de 8 de abril.

    Por outro lado, com o Decreto-Lei n. 558/99, de 17 dedezembro, reconheceu-se indubitavelmente o direito pri-vado como o ramo normativo por excelncia aplicvel atividade empresarial, independentemente da naturezapblica ou privada do titular das participaes represen-tativas do capital social ou estatutrio.

    Esta regra da aplicao preferencial do direito privado iniciativa empresarial prosseguida por entes pblicos foi

    posteriormente enfatizada com o Decreto-Lei n. 300/2007,de 23 de agosto, que, na sequncia das alteraes intro-duzidas no Cdigo das Sociedades Comerciais por via doDecreto-Lei n. 76-A/2006, de 29 de maro, determinoualteraes relevantes ao regime jurdico aprovado pelo

    Decreto-Lei n. 558/99, de 17 de dezembro, adaptando asestruturas de governo societrio das empresas pblicas smais recentes alteraes verificadas ao nvel dos princpiosde bom governo das sociedades comerciais, reconhecendoa preponderncia clara do figurino societrio no universodas empresas pblicas.

    Sem prejuzo dos importantes avanos enunciados, aexperincia entretanto adquirida demonstra a necessidadede proceder a uma reestruturao do quadro normativoaplicvel s empresas pblicas, de forma a torn-lo maiscoerente e abrangente, com vista a submeter a um mesmoregime as matrias nucleares referentes a todas as orga-nizaes empresariais direta ou indiretamente detidas porentidades pblicas, de natureza administrativa ou empre-

    sarial, independentemente da forma jurdica que assumam.Neste contexto, a primeira alterao a assinalar na nova

    disciplina jurdica aprovada pelo presente decreto-lei res-peita a um efetivo alargamento do mbito subjetivo deaplicao do regime das empresas pblicas, passando a

    abranger todas as organizaes empresariais em que o Es-tado ou outras entidades pblicas, possam exercer, isoladaou conjuntamente, de forma direta ou indireta, influnciadominante.

    Outra alterao relevante respeita ao alargamento dombito sectorial de aplicao deste regime jurdico, que

    introduz o conceito de sector pblico empresarial, o qualintegra o sector empresarial do Estado, assim como o sectorempresarial local. Desta forma, e sem prejudicar a autono-mia constitucional reconhecida s autarquias locais e aosmunicpios, que continuam a ser os nicos responsveispelo exerccio e conduo da atividade empresarial local,introduz-se uma viso integrada do exerccio da ativi-dade empresarial pblica, permitindo assim estabelecerum acompanhamento efetivo e eficaz sobre a atividadeempresarial desenvolvida quer ao nvel estadual, quer aonvel local.

    igualmente densificado o conceito de empresa pblica,bem como o conceito de influncia dominante, conceitosem que repousa a delimitao do mbito subjetivo destenovo regime legal, o qual, todavia, no pretende abranger as

    participaes detidas pelo Estado no capital social de insti-tuies de crdito, ao abrigo da aplicao de medidas de re-foro de solidez financeira ao abrigo da Lei n. 63-A/2008,de 24 de novembro.

    criada a Unidade Tcnica de Acompanhamento eMonitorizao do Sector Pblico Empresarial, doravantedesignada por Unidade Tcnica, que, de alguma forma,recupera, no que respeita ao acompanhamento e controlodo sector empresarial do Estado, algumas das funesexercidas pelo antigo GAFEEP Gabinete para a An-lise do Financiamento do Estado e das Empresas Pbli-cas, ao mesmo tempo que, ao abrigo da Lei n. 27/96,

    de 1 de agosto, alterada pela Lei Orgnica n. 1/2011,de 30 de novembro, funciona como um instrumento dereforo da tutela administrativa e do controlo da legali-dade ao nvel da atividade empresarial local. Pretende--se, por esta via, criar uma estrutura especializada noacompanhamento do exerccio da atividade empresarial

    pblica, conferindo aos titulares da funo acionistaum mais eficaz apoio tcnico, designadamente de carizeconmico-financeiro e jurdico, com vista a promovera boa gesto dos recursos pblicos alocados ao exerccioda atividade empresarial.

    A Unidade Tcnica prosseguir, no entanto, competn-cias de nvel diferenciado no que respeita ao sector empre-

    sarial do Estado, por um lado, e ao sector empresarial local,por outro. No que respeita a este ltimo, as competnciasdesta Unidade esto naturalmente circunscritas anlisede elementos referentes ao exerccio da atividade empre-sarial local, estabelecendo-se para este efeito obrigaesreforadas de reporte e de informao.

    Desta forma, os organismos legalmente competentesdevem remeter Unidade Tcnica, entre outros, os planosde atividades das empresas, os respetivos oramentos,anuais e plurianuais, os planos de investimento e fontesde financiamento, bem como os documentos de prestaoanual de contas e os relatrios de execuo oramental.Assim, e sempre que a Unidade Tcnica verifique queas empresas do sector local atuam em desconformidade

    com o regime legal aplicvel, designadamente, sem ob-servar as diretrizes oramentais e financeiras legalmentedefinidas, informa obrigatoriamente a Inspeo-Geral deFinanas para que esta promova a ao inspetiva devida,nos termos da lei.

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    Estabelecem-se ainda regras claras referentes limitaodo endividamento das empresas pblicas no financeiras,de forma a impedir o avolumar de situaes que contribuampara o aumento da dvida e do desequilbrio das contasdo sector pblico. Assim, no que respeita s operaesde financiamento contratadas pelas entidades do sector

    empresarial do Estado cujo prazo seja superior a um ano,assim como a todas as operaes referentes a derivadosfinanceiros sobre taxas de juro ou de cmbio, passa a sernecessrio parecer prvio favorvel emitido pela Agncia deGesto da Tesouraria e da Dvida Pblica IGCP (IGCP,E.P.E.). No obstante, e independentemente dos prazos dematuridade das operaes de financiamento contratadaspelas entidades do sector empresarial do Estado, todaselas so obrigatoriamente comunicadas ao IGCP, E.P.E.

    Finalmente, no que respeita s empresas que tenhamsido ou venham a ser integradas no sector das administra-es pblicas, nos termos do Sistema Europeu de ContasNacionais e Regionais, ficam estas impedidas de aceder anovo financiamento junto da banca comercial, com exce-o apenas dos casos em que o financiamento assegurado

    pela Direo-Geral do Tesouro e Finanas seja vedado porrazes de concorrncia.

    Ainda no que respeita aos limites colocados ao endivi-damento das empresas pblicas, deve destacar-se que, aonvel do sector empresarial local, e independentemente daaplicao do regime jurdico da atividade empresarial locale das participaes locais, aprovado pela Lei n. 50/2012,de 31 de agosto, se determina no presente decreto-lei quesempre que as empresas locais se revelem financeiramentedesequilibradas e at que se verifique o efetivo reequilbriodas mesmas, o titular da funo acionista fica submetidoao dever de adotar as diligncias necessrias ou conve-

    nientes para impedir que estas empresas contraiam novasresponsabilidades financeiras. Por outro lado, estabelece-setambm o dever de o titular da funo acionista acompa-nhar a evoluo do endividamento das empresas locais,com vista a assegurar que este se coaduna com montantescompatveis com o endividamento do prprio municpio.

    No que respeita ao exerccio da funo acionista no m-bito do sector empresarial do Estado, o presente decreto-leiintroduz tambm alteraes relevantes.

    Procede-se clarificao do conceito, do contedo edas regras aplicveis ao exerccio da funo acionista,importando desde j esclarecer que a adoo desta termi-nologia teve em vista congregar, sob a utilizao de uma

    expresso j amplamente disseminada, o exerccio dospoderes e deveres inerentes titularidade de participaesrepresentativas do capital social ou estatutrio, detidas porentidades pblicas em organizaes empresariais abrangi-das pela aplicao do presente decreto-lei.

    Assim, no que respeita ao exerccio da funo acionistano mbito das empresas do sector empresarial do Estado,introduz-se um novo modelo, de acordo com o qual oexerccio desta funo assegurado exclusivamente pelomembro do Governo responsvel pela rea das finanas,com a necessria articulao com o membro do Governosectorialmente responsvel.

    Desta forma, os ministrios sectorialmente responsveisprocedem definio da poltica sectorial a prosseguir,

    com base na qual as empresas pblicas desenvolvem a suaatividade operacional, emitem as orientaes especficasde cariz sectorial aplicveis a cada empresa, definem osobjetivos a alcanar pelas empresas pblicas no exerccioda respetiva atividade operacional, assim como o nvel de

    servio pblico a prestar pelas empresas e promovem asdiligncias necessrias para a respetiva contratualizao.Com base nestes parmetros, as empresas preparam pro-postas de planos de atividades e oramento, os quais noproduzem, porm, quaisquer efeitos at que seja obtida arespetiva aprovao, por parte dos membros do Governo

    responsveis pela rea das finanas, titular da funo acio-nista e do respetivo sector de atividade.Pretende-se, por esta via, implementar um sistema que

    contribua ativamente para a conteno de despesa e parao equilbrio das contas pblicas, sendo aqui fundamen-tal o papel desempenhado pela Unidade Tcnica, a qualprocede anlise dos planos apresentados e aprecia a suaconformidade e a sua compatibilidade face ao equilbriodas contas pblicas e da execuo oramental das ver-bas afetas a cada ministrio, habilitando, desta forma, omembro do Governo responsvel pela rea das finanas adecidir, de modo informado, sobre as matrias relevantes.

    Nesta medida, tendo em conta a amplitude das altera-es introduzidas com o presente decreto-lei, procede-se revogao do Decreto-Lei n. 558/99, de 17 de dezembro,que foi alterado pelo Decreto-Lei n. 300/2007, de 23 deagosto, e pelas Leis n.os64-A/2008, de 31 de dezembro,e 55-A/2010, de 31 de dezembro, e das Resolues doConselho de Ministros n.os49/2007, de 28 de maro, e70/2008, de 22 de abril, uma vez que os princpios debom governo aplicveis s empresas pblicas estaduaispassam agora a estar integrados no presente decreto-lei.

    Com base numa abordagem ampla, coerente e integrada,que enquadra sob um mesmo regime os aspetos nuclearesda atividade empresarial prosseguida por entes pblicos, aonvel estadual mas tambm ao nvel local, e sem prejudicara autonomia constitucional a estes ltimos reconhecida,

    pretende-se estabelecer um regime jurdico mais exigente,mas tambm mais claro, transparente e eficaz, no querespeita ao controlo da legalidade e da boa gesto pblicana alocao de recursos pblicos para a prossecuo deatividades em modo empresarial.

    Considera-se igualmente relevante refletir no presentedecreto-lei o j determinado na Resoluo do Conselhode Ministros n. 19/2012, de 8 de maro, designadamentea necessidade de se promover uma efetiva pluralidadena representao de mulheres e homens em lugares dedeciso.

    Finalmente, destaca-se que o presente decreto-lei per-mite dar cumprimento s obrigaes decorrentes do Memo-

    rando de Entendimento celebrado no mbito do Programade Assistncia Econmica e Financeira entre o EstadoPortugus, o Fundo Monetrio Internacional, a ComissoEuropeia e o Banco Central Europeu, do qual decorrem exi-gncias em matria de bom governo das empresas pblicase de reforo dos poderes e deveres inerentes ao exerccioda funo acionista, numa base de aplicao tendencial-mente transversal, com vista a implementar um maiorcontrolo financeiro, sobre o sector pblico empresarial.

    Foram ouvidos os rgos de governo prprio das Re-gies Autnomas, a Comisso Nacional de Proteo deDados, a Associao Nacional de Municpios Portuguesese o Banco de Portugal.

    O presente decreto-lei foi objeto de apreciao pblica,

    tendo sido publicado na Separata n. 1 doBoletim do Tra-balho e Emprego,de 18 de maro de 2013.

    Assim:No uso da autorizao legislativa concedida pelo artigo 4.

    da Lei n. 18/2013, de 18 de fevereiro, e nos termos das

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    alneas a) e b) do n. 1 do artigo 198. da Constituio, oGoverno decreta o seguinte:

    CAPTULO I

    Disposies gerais

    SECO I

    Sector pblico empresarial e empresas pblicas

    Artigo 1.

    Objeto

    1 - O presente decreto-lei estabelece os princpios eregras aplicveis ao sector pblico empresarial, incluindoas bases gerais do estatuto das empresas pblicas.

    2 - Com vista a promover a melhoria do desempenhoda atividade pblica empresarial, o presente decreto-lei

    contm, designadamente:a) Os princpios e regras aplicveis constituio,

    organizao e governo das empresas pblicas;b) Os princpios e regras aplicveis ao exerccio dos

    poderes inerentes titularidade de participaes sociais oua quaisquer participaes em organizaes que integrem osector pblico empresarial ou que a ele estejam submetidasnos termos da lei;

    c) Os princpios e regras aplicveis monitorizao eao controlo a que esto submetidas as empresas pblicas.

    3 - O presente decreto-lei cria a Unidade Tcnica deAcompanhamento e Monitorizao do Sector Pblico Em-presarial, doravante designada por Unidade Tcnica.

    Artigo 2.

    Sector pblico empresarial

    1 - Para efeitos do disposto no presente decreto-lei, osector pblico empresarial abrange o sector empresarialdo Estado e o sector empresarial local.

    2 - O sector empresarial do Estado integra as empresaspblicas e as empresas participadas.

    Artigo 3.

    Extenso do mbito de aplicaoSem prejuzo do regime jurdico especificamente apli-

    cvel, o disposto no presente decreto-lei aplica-se tambma todas as organizaes empresariais que sejam criadas,constitudas, ou detidas por qualquer entidade administra-tiva ou empresarial pblica, independentemente da formajurdica que assumam e desde que estas ltimas sobre elasexeram, direta ou indiretamente, uma influncia domi-nante.

    Artigo 4.

    Sectores empresariais regionais e locais

    Alm do Estado, apenas dispem de sectores empre-sariais prprios as Regies Autnomas, os municpios,associaes de municpios, independentemente da respe-tiva tipologia, e reas metropolitanas, nos termos previstosem legislao especial, relativamente qual o presente

    decreto-lei tem natureza subsidiria, com exceo da apli-cao imperativa do disposto no captulo V.

    Artigo 5.

    Empresas pblicas

    1 - So empresas pblicas as organizaes empresariaisconstitudas sob a forma de sociedade de responsabilidadelimitada nos termos da lei comercial, nas quais o Estadoou outras entidades pblicas possam exercer, isolada ouconjuntamente, de forma direta ou indireta, influnciadominante, nos termos do presente decreto-lei.

    2 - Consideram-se ainda empresas pblicas as entida-des com natureza empresarial reguladas no captulo IV.

    Artigo 6.

    Objeto social

    O objeto social das empresas pblicas a atividadeeconmica fixada no ato ou contrato que determinou asua constituio e cuja prossecuo e desenvolvimentolhes foi confiada.

    Artigo 7.

    Empresas participadas

    1 - So empresas participadas todas as organizaesempresariais em que o Estado ou quaisquer outras enti-dades pblicas, de carter administrativo ou empresarial,detenham uma participao permanente, de forma diretaou indireta, desde que o conjunto das participaes p-blicas no origine influncia dominante nos termos doartigo 9.

    2 - Consideram-se participaes permanentes as queno possuem objetivos exclusivamente financeiros, semqualquer inteno de influenciar a orientao ou a gestoda empresa por parte das entidades pblicas participantes,desde que a respetiva titularidade seja de durao superiora um ano.

    Artigo 8.

    Empresas participadas por entidadesdos sectores estadual, regional e local

    1 - Sem prejuzo das autonomias atribudas s entida-des de carter administrativo ou empresarial, detentoras

    de participaes ou reconhecidas s Regies Autnomas,aos municpios e s suas associaes, uma empresa par-ticipada por diversas entidades pblicas integra-se nosector empresarial da entidade que, no conjunto dasparticipaes do sector pblico, seja titular da maiorparticipao relativa.

    2 - Sem prejuzo do disposto no nmero seguinte, aintegrao das empresas participadas no sector empresa-rial do Estado aplica-se apenas respetiva participaopblica, designadamente no que se refere ao seu registo econtrolo, bem como ao exerccio dos direitos de acionista,cujo contedo deve levar em considerao os princpiosdecorrentes do presente decreto-lei e demais legislaoaplicvel.

    3 - Os membros dos rgos de administrao das empre-sas participadas, designados ou propostos pelas entidadespblicas titulares da respetiva participao social, ficamsujeitos ao regime jurdico aplicvel aos gestores pblicos,nos termos do respetivo estatuto.

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    Artigo 9.

    Influncia dominante

    1 - Existe influncia dominante sempre que as entida-des pblicas referidas nos artigos 3. e 5. se encontrem,relativamente s empresas ou entidades por si detidas,

    constitudas ou criadas, em qualquer uma das situaesseguintes:

    a) Detenham uma participao superior maioria docapital;

    b) Disponham da maioria dos direitos de voto;c) Tenham a possibilidade de designar ou destituir a

    maioria dos membros do rgo de administrao ou dorgo de fiscalizao;

    d) Disponham de participaes qualificadas ou direitosespeciais que lhe permitam influenciar de forma determi-nante os processos decisrios ou as opes estratgicasadotadas pela empresa ou entidade participada.

    2 - Para efeitos do cmputo dos direitos de voto nostermos do disposto na alnea b) do nmero anterior, soainda contabilizados, para alm daqueles que so inerentes titularidade direta da participao social das entidadespblicas referidas nos artigos 3. e 5., os direitos de voto:

    a) Detidos ou exercidos por terceiro em nome ou nointeresse do titular da participao social;

    b) Detidos por entidade cuja maioria do capital, social ouestatutrio, seja detida pelo titular da participao social;

    c) Detidos por sociedade com a qual o titular da parti-cipao social se encontre em relao de domnio ou degrupo;

    d) Detidos por titulares com os quais tenha sido cele-

    brado acordo quanto ao exerccio dos respetivos direitosde voto;e) Detidos por entidades, singulares ou coletivas, que

    tenham celebrado com o titular da participao social qual-quer tipo de contrato ou acordo que confira a este ltimouma posio de influncia dominante.

    Artigo 10.

    Constituio de empresas pblicas no sectorempresarial do Estado

    1 - A constituio de empresas pblicas do sector em-presarial do Estado processa-se nos termos e condiesaplicveis constituio de sociedades comerciais e de-

    pende sempre de autorizao dos membros do Governoresponsveis pelas reas das finanas e do respetivo sectorde atividade, antecedida de parecer prvio da UnidadeTcnica, nos termos dos nmeros seguintes.

    2 - O parecer prvio um ato preparatrio, no vincu-lativo, que obrigatoriamente antecede a deciso de cons-tituio de qualquer empresa pblica e emitido combase em estudos tcnicos que aferem, designadamente, daviabilidade econmica e financeira da entidade a consti-tuir, e identificam os ganhos de qualidade e de eficinciaresultantes da explorao da atividade em moldes empre-sariais.

    3 - So fixados por despacho do membro do Governoresponsvel pela rea das finanas os parmetros atravsdos quais se afere a viabilidade econmica e financeirada entidade a constituir, com base em indicadores claros,objetivos e quantificveis, tendo em conta a atividadeespecfica da empresa, e ainda, nomeadamente, o valoratual lquido, a taxa interna de rentabilidade e o perodo de

    recuperao do investimento, bem como outros indicadoresrespeitantes ao equilbrio financeiro, estrutura de capi-tais, ao desempenho econmico e aos riscos de mercadoe indicadores referidos no nmero anterior, assim como adefinio da respetiva metodologia de clculo.

    4 - A autorizao referida no n. 1 obrigatoriamente

    publicada no stio na Internet da Unidade Tcnica.Artigo 11.

    Aquisio e alienao de participaes sociais

    1 - A aquisio ou alienao de participaes sociaispelas empresas pblicas do sector empresarial do Estadocarece de autorizao dos membros do Governo respon-sveis pelas reas das finanas e do sector de atividade.

    2 - Excetuam-se do disposto no nmero anterior asaquisies de participaes sociais que decorram de daoem cumprimento, doao, renncia ou abandono.

    3 - Para efeitos do disposto no n. 1, o pedido de auto-rizao deve ser acompanhado por um estudo demonstra-tivo do interesse e da viabilidade da operao pretendida.

    4 - A autorizao a que se refere o n. 1 antecedidade parecer prvio da Unidade Tcnica, sendo aplicvel,com as devidas adaptaes, o disposto no artigo anterior.

    5 - A autorizao referida no n. 1 obrigatoriamentepublicada no stio na Internet da Unidade Tcnica.

    Artigo 12.

    Falta de autorizao

    1 - A falta da autorizao referida no artigo 10. e noartigo anterior determina a nulidade de todos os atos ounegcios jurdicos, incluindo os preliminares, instrumen-

    tais ou acessrios, relativos constituio de empresaspblicas e aquisio ou alienao de participaes sociais.2 - Os casos de nulidade previstos no nmero anterior

    determinam responsabilidade civil, penal e financeira aque haja lugar, nos termos da lei.

    3 - As decises que efetivem a responsabilidade referidano nmero anterior, so obrigatoriamente publicadas nostio na Internet da Unidade Tcnica.

    Artigo 13.

    Formas jurdicas das empresas pblicas

    1 - As empresas pblicas assumem uma das formasjurdicas seguintes:

    a) Sociedades de responsabilidade limitada constitudasnos termos da lei comercial;

    b) Entidades pblicas empresariais.

    2 - As empresas pblicas referidas na alnea a) do n-mero anterior podem estabelecer relaes de simples par-ticipao, de participaes recprocas, de domnio ou degrupo, nos termos previstos no Cdigo das SociedadesComerciais.

    3 - Nas sociedades em relao de grupo, a sociedadedominante pode assumir a forma de sociedade gestora departicipaes sociais.

    4 - Nos casos previstos no nmero anterior, aplicvel

    o disposto nos artigos 508.-A a 508.-F do Cdigo dasSociedades Comerciais, sendo o disposto no artigo 27.do presente diploma cumprido de forma consolidada, paraas sociedades em relao de grupo que se encontrem emprocesso de reestruturao e durante o perodo da mesma,

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    mediante autorizao conjunta dos membros do Governoresponsveis pela rea das finanas e pelo respetivo sectorde atividade.

    SECO II

    Direito aplicvel

    Artigo 14.

    Regime jurdico geral

    1 - Sem prejuzo do disposto na legislao aplicvel sempresas pblicas regionais e locais, as empresas pbli-cas regem-se pelo direito privado, com as especificidadesdecorrentes do presente decreto-lei, dos diplomas queprocedam sua criao ou constituio e dos respetivosestatutos.

    2 - Podem ser fixadas por lei normas excecionais, decarter temporrio, relativas ao regime retributivo e svalorizaes remuneratrias dos titulares dos rgos sociais

    e dos trabalhadores, independentemente do seu vnculocontratual ou da natureza da relao jurdica de empregodas seguintes entidades:

    a) Entidades pblicas empresariais;b) Empresas pblicas de capital exclusiva ou maiorita-

    riamente pblico;c) Entidades dos sectores empresariais local e regional.

    3 - Podem ainda ser fixadas por lei normas excecionaisde carter temporrio, relativas aos contratos de aquisiode servios celebrados pelas entidades referidas no nmeroanterior.

    4 - As empresas pblicas esto sujeitas a tributaodireta e indireta, nos termos gerais.

    5 - As empresas participadas a que se refere o artigo 7.esto sujeitas ao regime jurdico comercial, laboral e fiscalaplicvel s empresas cujo capital e controlo exclusiva-mente privado.

    6 - O disposto no presente decreto-lei no prejudicaa aplicabilidade, s empresas pblicas que tenham natu-reza de instituies de crdito, sociedades financeiras ouempresas de investimento, das disposies especialmenteaplicveis a esse tipo de entidades, as quais prevalecemem caso de conflito.

    Artigo 15.

    Neutralidade competitiva

    1 - As empresas pblicas desenvolvem a sua atividadenas mesmas condies e termos aplicveis a qualquerempresa privada, e esto sujeitas s regras gerais da con-corrncia, nacionais e de direito da Unio Europeia.

    2 - As relaes estabelecidas entre as entidades pbli-cas titulares do capital social ou estatutrio e as empresaspblicas detidas ou participadas processa-se em termosque assegurem a total observncia das regras da concor-rncia, abstendo-se aquelas entidades de praticar, direta ouindiretamente, todo e qualquer ato que restrinja, falseie ouimpea a aplicao destas regras.

    Artigo 16.Transparncia financeira

    1 - As empresas pblicas regem-se pelo princpio datransparncia financeira, devendo a sua contabilidade ser

    organizada nos termos legais, e de forma que permita iden-tificar claramente todos os fluxos financeiros, operacionaise econmicos existentes entre elas e as entidades pblicastitulares do respetivo capital social ou estatutrio, nos ter-mos e condies previstas no Decreto-Lei n. 148/2003,de 11 de julho, alterado pelos Decretos-Leis n.os120/2005,

    de 26 de julho, e 69/2007, de 26 de maro.2 - expressamente vedada s empresas pblicas arealizao de quaisquer despesas no documentadas.

    Artigo 17.

    Regime laboral

    1 - Aos trabalhadores das empresas pblicas aplica-se oregime jurdico do contrato individual de trabalho.

    2 - A matria relativa contratao coletiva rege-sepela lei geral.

    Artigo 18.

    Subsdio de refeio, ajudas de custo, trabalhosuplementar e trabalho noturno

    1 - Sem prejuzo do disposto no artigo anterior, apli-cvel o regime previsto para os trabalhadores em funespblicas do subsdio de refeio e do abono de ajudas decusto e transporte por deslocaes em territrio portuguse ao estrangeiro devidas aos titulares de rgos de admi-nistrao ou de gesto e aos trabalhadores das entidades

    pblicas empresariais, empresas pblicas de capital exclu-siva ou maioritariamente pblico e entidades do sectorempresarial local ou regional.

    2 - retribuio devida por trabalho suplementar pres-tado por trabalhadores das entidades referidas no nmeroanterior aplicvel o regime previsto para a remunera-o do trabalho extraordinrio prestado por trabalhadoresem funes pblicas, nos termos do Regime do Contratode Trabalho em Funes Pblicas, aprovado pela Lein. 59/2008, de 11 de setembro.

    3 - retribuio devida por trabalho noturno prestadopor trabalhadores das entidades referidas no n. 1 apli-cvel o regime previsto para a remunerao do trabalhonoturno prestado por trabalhadores em funes pblicas,nos termos do Regime do Contrato de Trabalho em Fun-es Pblicas, aprovado pela Lei n. 59/2008, de 11 desetembro.

    4 - O regime fixado no presente artigo tem naturezaimperativa, prevalecendo sobre quaisquer outras normas,

    especiais ou excecionais, em contrrio e sobre instrumen-tos de regulamentao coletiva de trabalho, no podendoser afastado ou modificado pelos mesmos, com exceodo que se encontrar estabelecido na Lei do Oramentodo Estado.

    Artigo 19.

    Cedncia de interesse pblico

    1 - Os trabalhadores com relao jurdica de empregopblico podem exercer funes nas empresas pblicas poracordo de cedncia de interesse pblico, nos termos da Leidos Vnculos, Carreiras e Remuneraes, aprovada pelaLei n. 12-A/2008, de 27 de fevereiro.

    2 - Os trabalhadores das empresas pblicas podemexercer funes em rgos ou servios abrangidos pelombito de aplicao da Lei dos Vnculos, Carreiras eRemuneraes, aprovada pela Lei n. 12-A/2008, de27 de fevereiro, com utilizao da modalidade adequada

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    de constituio da relao jurdica de emprego pblico,por acordo de cedncia de interesse pblico, nos termosdaquela lei.

    3 - Os trabalhadores referidos no nmero anterior podemoptar pela retribuio base de origem.

    Artigo 20.Comisso de servio

    1 - Os trabalhadores das empresas pblicas podem exer-cer, em comisso de servio, funes de carter especficoem outras empresas pblicas, mantendo todos os direitosinerentes ao seu estatuto profissional na empresa de ori-gem, incluindo os benefcios de reforma e sobrevivncia,considerando-se todo o perodo da comisso como servioprestado na empresa de origem.

    2 - Os trabalhadores referidos no nmero anterior podemoptar pela retribuio de base de origem.

    3 - A retribuio e demais encargos dos trabalhadores em

    comisso de servio so da responsabilidade da entidadeonde se encontra a exercer funes.

    Artigo 21.

    Gestor pblico

    S podem ser admitidos a prestar funes como titu-lares de rgos de administrao de empresas pblicaspessoas singulares com comprovada idoneidade, mritoprofissional, competncia e experincia, bem como sentidode interesse pblico, sendo-lhes aplicvel o disposto noEstatuto do Gestor Pblico, aprovado pelo Decreto-Lein. 71/2007, de 27 de maro.

    Artigo 22.

    Poderes de autoridade

    1 - As empresas pblicas podem exercer poderes e prer-rogativas de autoridade de que goza o Estado, designada-mente quanto a:

    a) Expropriao por utilidade pblica;b) Utilizao, proteo e gesto das infraestruturas afetas

    ao servio pblico;c) Licenciamento e concesso, nos termos da legislao

    aplicvel, da utilizao do domnio pblico, da ocupao ou

    do exerccio de qualquer atividade nos terrenos, edificaese outras infraestruturas que lhe estejam afetas.

    2 - Os poderes especiais so atribudos por diploma le-gal, em situaes excecionais e na medida do estritamentenecessrio prossecuo do interesse pblico, ou constamde contrato de concesso.

    Artigo 23.

    Tribunais competentes

    1 - Para efeitos de determinao da competncia para ojulgamento dos litgios respeitantes a atos praticados e a

    contratos celebrados no exerccio dos poderes de autori-dade a que se refere o artigo anterior, as empresas pblicasso equiparadas a entidades administrativas.

    2 - Nos demais litgios, seguem-se as regras gerais dedeterminao da competncia material dos tribunais.

    SECO III

    Orientaes e controlo

    Artigo 24.

    Orientaes estratgicas e sectoriais

    1 - As orientaes estratgicas para as empresas pblicascorrespondem ao exerccio da funo poltica do Governoque, por resoluo do Conselho de Ministros, define eaprova o conjunto de medidas ou diretrizes relevantes parao equilbrio econmico e financeiro do sector empresarialdo Estado.

    2 - No mbito do sector empresarial do Estado, as orien-taes sectoriais so emitidas com base nas orientaesestratgicas referidas no nmero anterior, nos termos pre-vistos no artigo 39.

    3 - No mbito do sector empresarial local, as orien-taes estratgicas so emitidas pelo titular da funoacionista.

    4 - As orientaes referidas nos nmeros anterioresvinculam os titulares dos cargos de administrao dasempresas pblicas, nos termos previstos no Estatuto doGestor Pblico, aprovado pelo Decreto-Lei n. 71/2007,de 27 de maro.

    5 - Todos os atos do Governo a que se refere o n. 2 quepossam envolver aumento da despesa ou diminuio dereceita para o Oramento do Estado, so obrigatoriamentesujeitos a aprovao dos membros do Governo respon-sveis pelas reas das finanas e do respetivo sector deatividade.

    Artigo 25.

    Autonomia de gesto

    1 - No quadro definido pelas orientaes fixadas nostermos do artigo anterior, os titulares dos rgos de admi-nistrao das empresas pblicas gozam de autonomia nadefinio dos mtodos, modelos e prticas de gesto con-cretamente aplicveis ao desenvolvimento da respetivaatividade.

    2 - Os titulares dos rgos de administrao das empre-sas pblicas respondem perante o titular da funo acio-nista pelos resultados obtidos com a gesto empreendida,apresentando para o efeito relatrios trimestrais fundamen-tados, demonstrativos do grau de execuo dos objetivosfixados no plano de atividades e oramento, devendo esteincluir o plano de investimentos e as respetivas fontes definanciamento, doravante designado por plano de ativida-des e oramento.

    3 - Nos relatrios referidos no nmero anterior, os titu-lares dos rgos de administrao especificam o nvel deexecuo oramental da empresa, assim como as operaesfinanceiras contratadas.

    4 - A autonomia de gesto reconhecida aos titularesdos rgos de administrao das empresas pblicas, noexerccio das respetivas funes, pode ser restringida emfuno dos resultados apresentados, quer ao nvel opera-cional, quer ao nvel do equilbrio econmico e financeiro,ou sempre que a avaliao do desempenho dos adminis-

    tradores e da qualidade da gesto, a efetuar pelos rgoscompetentes, se revele negativa.

    5 - Independentemente da autonomia de gesto refe-rida no presente artigo, e sem prejuzo das limitaesestatutrias aplicveis, carecem sempre da autoriza-

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    o prvia do titular da funo acionista as seguintesoperaes:

    a) Prestao de garantias em benefcio de outra en-tidade, independentemente de existir qualquer tipo departicipao do garante no capital social da entidadebeneficiria;

    b) Celebrao de todo e qualquer ato ou negciojurdico do qual resultem para a empresa responsabi-lidades financeiras efetivas ou contingentes que ultra-passem o oramento anual, ou que no decorram doplano de investimentos aprovado pelo titular da funoacionista.

    6 - A no observncia do disposto no nmero anterior,assim como a realizao de operaes ou investimentosno previstos no plano de atividades e oramento, cons-titui os titulares do rgo de administrao de empresaspblicas em responsabilidade civil, criminal e financeira,nos termos da lei.

    Artigo 26.

    Controlo financeiro

    1 - As empresas pblicas esto submetidas jurisdioe ao controlo exercido pelo Tribunal de Contas, nos ter-mos da lei.

    2 - As empresas pblicas esto igualmente submetidasao controlo da Inspeo-Geral de Finanas (IGF), nostermos da lei.

    Artigo 27.

    Endividamento

    1 - As empresas pblicas esto obrigadas ao cumpri-mento das normas relativas ao endividamento, estabeleci-das no presente decreto-lei e demais legislao aplicvel.

    2 - Podem, ainda, ser fixadas, mediante deciso do titularda funo acionista, normas em matria de endividamentopara cada exerccio econmico.

    3 - O disposto nos nmeros anteriores deve refletir-sena preparao e aprovao dos planos de atividades eoramento.

    Artigo 28.

    Princpio da unidade de tesouraria

    1 - As empresas pblicas no financeiras do sectorempresarial do Estado, no quadro da respetiva gestofinanceira, mantm as suas disponibilidades e aplicaesjunto da Agncia de Gesto da Tesouraria e da DvidaPblica IGCP (IGCP, E.P.E.), nos termos do regimejurdico aplicvel tesouraria do Estado.

    2 - O IGCP, E.P.E., remete, numa base trimestral, in-formao Direo-Geral do Tesouro e Finanas (DGTF)sobre os montantes, de disponibilidades e aplicaes, apli-cados pelas empresas pblicas no financeiras do sectorempresarial do Estado.

    3 - O disposto no n. 1 pode ser excecionado em casosdevidamente fundamentados, mediante autorizao do

    titular da funo acionista, sendo nesse caso obrigatria aprestao de informao, DGTF, pelas empresas pblicasno financeiras, sobre os montantes e as entidades em quese encontrem aplicadas as disponibilidades de tesourariae aplicaes financeiras.

    Artigo 29.

    Endividamento das empresas pblicas no financeirasdo sector empresarial do Estado

    1 - As empresas pblicas no financeiras que tenhamsido ou sejam integradas no sector das administraes

    pblicas, nos termos do Sistema Europeu de ContasNacionais e Regionais, e as empresas sobre as quaisaquelas exeram influncia dominante, ficam impedidasde aceder a novo financiamento junto de instituiesde crdito, salvo junto de instituies financeiras decarcter multilateral.

    2 - As empresas pblicas a que se refere o nmero an-terior que, por razes de concorrncia, no possam obterfinanciamento junto da DGTF, ficam sujeitas ao regimeprevisto no nmero seguinte.

    3 - As empresas pblicas no financeiras do sector em-presarial do Estado, no abrangidas pelo disposto no n. 1,que, numa base anual, apresentem capital prprio negativo,s podem aceder a financiamento junto de instituies decrdito com prvia autorizao da DGTF, a qual solicitaparecer do IGCP, E.P.E., quanto s condies financeirasaplicveis.

    4 - Apenas as empresas pblicas no financeiras dosector empresarial do Estado que, numa base anual, apre-sentem capital prprio positivo e no se encontrem abran-gidas pelo disposto no n. 1, podem, de forma direta eautnoma, negociar e contrair financiamento para a pros-secuo das respetivas atividades, devendo, no caso deoperaes de financiamento por prazo superior a um ano eoperaes de derivados financeiros sobre taxas de juro oude cmbio, obter parecer prvio favorvel do IGCP, E.P.E.

    5 - Todas as operaes de financiamento contratadas

    pelas empresas pblicas no financeiras do sector empre-sarial do Estado, independentemente do respetivo prazo,so comunicadas por tais empresas ao IGCP, E.P.E., no

    prazo mximo de 30 dias aps a celebrao dos respetivoscontratos.

    6 - O IGCP, E.P.E., com base na informao que lhe comunicada nos termos do nmero anterior, produz umrelatrio trimestral relativo dvida das empresas pbli-cas no financeiras do sector empresarial do Estado queevidencie a evoluo do endividamento das empresas eremete DGTF.

    7 - Os pareceres a que aludem os n.os3 e 4 so vincu-lativos.

    SECO IV

    Estruturas de governo societrio

    Artigo 30.

    Separao de funes

    1 - As empresas pblicas assumem um modelo de go-verno societrio que assegure a efetiva separao entreas funes de administrao executiva e as funes defiscalizao.

    2 - No quadro das orientaes a que se refere o artigo 24.e aps definio das orientaes e objetivos a que aludem

    as alneas a) e b) do n. 1 do artigo 38. e o n. 4 do arti-go 39., assim como aprovados os planos de atividades eoramento, os titulares da funo acionista abstm-se deinterferir na atividade prosseguida pelo rgo de adminis-trao das empresas.

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    Artigo 31.

    Estrutura de administrao e de fiscalizao

    1 - Os rgos de administrao e de fiscalizao dasempresas pblicas so ajustados dimenso e comple-xidade de cada empresa, com vista a assegurar a eficcia

    do processo de tomada de decises e a garantir uma efetivacapacidade de fiscalizao e superviso, aplicando-se,para este efeito, qualquer um dos tipos de sociedade deresponsabilidade limitada previstos no Cdigo das Socie-dades Comerciais.

    2 - Os rgos de administrao das empresas pblicasintegram trs membros, salvo quando a sua dimenso ecomplexidade ou a aplicao de regimes jurdicos espe-ciais justifiquem uma composio diversa, sem prejuzodo recurso ao modelo de administrador nico, nos casosprevistos no Cdigo das Sociedades Comerciais.

    3 - A concreta configurao das estruturas de adminis-trao e de fiscalizao das empresas pblicas consta dosestatutos de cada empresa e determinada pelo titularda funo acionista, de acordo com o disposto no pre-sente decreto-lei e no Cdigo das Sociedades Comerciais.

    4 - Sem prejuzo do disposto nos nmeros anteriores, oconselho de administrao das empresas pblicas integrasempre um elemento designado ou proposto pelo membrodo Governo responsvel pela rea das finanas, que deveaprovar expressamente qualquer matria cujo impactofinanceiro na empresa pblica seja superior a 1 % do ativolquido.

    5 - A falta de anuncia do membro do conselho de ad-ministrao designado ou proposto pelo membro do Go-verno responsvel pela rea das finanas relativamente aqualquer matria referida no nmero anterior determina a

    sua submisso a deliberao da assembleia geral ou, noexistindo este rgo, a despacho dos membros do Governoresponsveis pelas reas das finanas e do respetivo sectorde atividade.

    6 - Cada um dos rgos de administrao e de fiscali-zao das empresas pblicas deve ter por objetivo a pre-sena plural de homens e mulheres na sua composio.

    Artigo 32.

    rgo de administrao

    1 - O conselho de administrao das empresas pblicaspode integrar administradores executivos e no executivos.

    2 - Os administradores no executivos integram as co-misses especializadas que venham a ser criadas, em con-formidade com o modelo de governo societrio adotado.

    3 - A DGTF deve estar representada no rgo de admi-nistrao das empresas pblicas, atravs de um ou maismembros no executivos, no se aplicando neste caso o dis-

    posto no n. 1 do artigo 22. do Estatuto do Gestor Pblico,aprovado pelo Decreto-Lei n. 71/2007, de 27 de maro.

    4 - A designao dos administradores processa-se deacordo com o previsto no Estatuto do Gestor Pblico,aprovado pelo Decreto-Lei n. 71/2007, de 27 de maro.

    5 - O disposto no presente artigo no prejudica a apli-cao de regimes jurdicos especiais.

    Artigo 33.rgo de fiscalizao

    1 - Salvo quando as empresas pblicas adotem as mo-dalidades previstas nas alneas b) ou c) do n. 1 do arti-

    go 278. do Cdigo das Sociedades Comerciais, as funesde fiscalizao so asseguradas por um conselho fiscal,sem prejuzo do recurso ao modelo de fiscal nico noscasos admitidos na lei.

    2 - O conselho fiscal composto por um mximo detrs membros efetivos, um dos quais obrigatoriamente

    designado sob proposta da DGTF.3 - Sem prejuzo do disposto no presente decreto-lei,ao conselho fiscal aplica-se o regime previsto no Cdigodas Sociedades Comerciais.

    4 - Sem prejuzo do disposto sobre a matria nos res-petivos estatutos, o conselho de administrao das empre-sas pblicas obtm parecer prvio favorvel do conselhofiscal para a realizao de operaes de financiamento oupara a celebrao de atos ou negcios jurdicos dos quaisresultem obrigaes para a empresa superiores a 5% doativo lquido, salvo nos casos em que os mesmos tenhamsido aprovados nos planos de atividades e oramento.

    SECO VVicissitudes

    Artigo 34.

    Transformao, fuso ou ciso de empresas pblicas

    1 - A transformao, fuso ou ciso de empresas p-blicas so realizadas atravs de decreto-lei ou nos termosdo Cdigo das Sociedades Comerciais, consoante se tratede entidade pblica empresarial ou sociedade comercial.

    2 - Nos casos em que as empresas pblicas apresen-tem capital prprio negativo durante um perodo de trsexerccios econmicos consecutivos, os rgos de admi-

    nistrao podem propor ao titular da funo acionista aprtica de atos de transformao, fuso ou ciso dessasempresas, desde que com os mesmos se venha a verificar,com razovel probabilidade, a sua viabilidade econmica.

    3 - Para efeitos do nmero anterior, os atos de transfor-mao, fuso ou ciso devem ser sempre acompanhados

    por um estudo demonstrativo do interesse e da viabilidadeda operao pretendida, e esto sujeitos a parecer prvio daUnidade Tcnica e subsequente autorizao dos membrosdo Governo responsveis pelas reas das finanas e dorespetivo sector de atividade.

    Artigo 35.

    Extino

    1 - A extino de empresas pblicas realizada atravsde decreto-lei ou nos termos do Cdigo das SociedadesComerciais, consoante se trate de entidade pblica empre-sarial ou sociedade comercial, ressalvando-se os casos emque estas ltimas tenham sido constitudas por decreto-lei,

    podendo, nestes casos, aplicar-se a mesma forma paraefeitos de extino.

    2 - extino das entidades pblicas empresariais noso aplicveis as regras gerais sobre dissoluo e liquidaode sociedades, nem as relativas insolvncia e recupe-rao de empresas, salvo na medida do expressamentedeterminado pelo decreto-lei referido no nmero anterior.

    3 - Nos casos em que as empresas pblicas apresentemcapital prprio negativo por um perodo de trs exerc-cios econmicos consecutivos, os rgos de administraodessas empresas propem obrigatoriamente ao titular dafuno acionista, em alternativa, medidas concretas des-

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    tinadas a superar a situao deficitria ou a extino dasmesmas, num perodo que no ultrapasse 90 dias apsa aprovao das contas do terceiro exerccio em que severifique a situao de capital prprio negativo.

    Artigo 36.

    Alterao dos estatutos

    A alterao dos estatutos de empresas pblicas reali-zada atravs de decreto-lei ou nos termos do Cdigo dasSociedades Comerciais, consoante se trate de entidadepblica empresarial ou sociedade comercial, devendo osprojetos de alterao ser devidamente fundamentados eaprovados pelo titular da funo acionista.

    CAPTULO II

    Princpios de governo societrio

    SECO IFuno acionista

    SUBSECO I

    Funo acionista no sector empresarial do Estado

    Artigo 37.

    Funo acionista

    1 - Entende-se por funo acionista o exerccio dospoderes e deveres inerentes deteno das participaesrepresentativas do capital social ou estatutrio das em-

    presas pblicas, bem como daquelas que por estas sejamconstitudas, criadas ou detidas.2 - A funo acionista exercida pelo titular da par-

    ticipao social referida no nmero anterior, e cabe, nasempresas pblicas do sector empresarial do Estado, aomembro do Governo responsvel pela rea das finanas,em articulao com o membro do Governo responsvelpelo respetivo sector de atividade.

    3 - Nos casos em que as empresas pblicas do sectorempresarial do Estado ou outras entidades pblicas sejamacionistas de outras empresas, a funo acionista exercidapelos rgos de administrao respetivos, com respeitopelas orientaes que lhes sejam transmitidas nos termosdo artigo 39.

    Artigo 38.

    Contedo e exerccio da funo acionista

    1 - O exerccio da funo acionista, na observnciado disposto no artigo 24., integra, designadamente, osseguintes poderes e deveres:

    a) Definio das orientaes a aplicar no desenvolvi-mento da atividade empresarial reportada a cada trinio;

    b) Definio dos objetivos e resultados a alcanar emcada ano e trinio, em especial, os econmicos e finan-ceiros;

    c) Proposta, designao e destituio dos titulares dos

    rgos sociais ou estatutrios, de acordo com a proporodos direitos de voto ou deteno do capital do titular dafuno acionista;

    d) Exerccio das demais competncias e poderes queassistam ao titular da funo acionista, nos termos previstos

    do Cdigo das Sociedades Comerciais para as sociedadesannimas.

    2 - O exerccio da funo acionista processa-se porvia de deliberao da assembleia geral ou, tratando-sede entidades pblicas empresariais, por resoluo do

    Conselho de Ministros ou por despacho do titular dafuno acionista.

    Artigo 39.

    Competncias e regime

    1 - A funo acionista nas empresas pblicas do sectorempresarial do Estado exercida exclusivamente pelomembro do Governo responsvel pela rea das finanas,com faculdade de delegao, sem prejuzo da devida arti-culao com o membro do Governo responsvel pelo res-petivo sector de atividade.

    2 - Os ministrios sectoriais colaboram com o membrodo Governo responsvel pela rea das finanas no exer-ccio da funo acionista, atravs da DGTF, que reporta ainformao recolhida Unidade Tcnica.

    3 - A colaborao referida no nmero anterior deve serimplementada entre o Ministrio das Finanas e os restan-tes ministrios, com vista a assegurar a mxima eficcia daatividade operacional das empresas nos diferentes sectoresde atividade em que se inserem.

    4 - Para efeitos do disposto no nmero anterior, e norespeito pelas orientaes estratgicas e sectoriais, pelosobjetivos financeiros e restries oramentais em cadaano em vigor, compete exclusivamente aos ministriossectoriais, designadamente:

    a) Definir e comunicar a poltica sectorial a prosseguir,com base na qual as empresas pblicas desenvolvem asua atividade;

    b) Emitir as orientaes especficas de cariz sectorialaplicveis a cada empresa;

    c) Definir os objetivos a alcanar pelas empresaspblicas no exerccio da respetiva atividade opera-cional;

    d) Definir o nvel de servio pblico a prestar pelasempresas e promover as diligncias necessrias para arespetiva contratualizao.

    5 - Compete ainda aos ministrios sectoriais apresentarao membro do Governo responsvel pela rea das finan-

    as propostas de designao dos titulares dos rgos deadministrao das empresas pblicas, sem prejuzo dodisposto no n. 4 do artigo 31. e na alnea c) do n. 1 doartigo anterior.

    6 - A DGTF remete s empresas pblicas as orientaese objetivos definidos nos termos do n. 4, para que, combase neles, as mesmas apresentem propostas de plano deatividades e oramento para cada ano de atividade, repor-tado a cada trinio.

    7 - As propostas de plano referidas no nmero anteriorso analisadas pela Unidade Tcnica, que aprecia a suaconformidade e compatibilidade face ao equilbrio dascontas pblicas e da execuo oramental das verbas afetasa cada ministrio.

    8 - A anlise referida no nmero anterior vertida emrelatrio elaborado pela Unidade Tcnica, dirigido aomembro do Governo responsvel pela rea das finanas.

    9 - O relatrio referido no nmero anterior, aps apro-vao pelo membro do Governo responsvel pela rea

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    das finanas, acompanha as propostas de plano de ativi-dades e oramento, que no produzem quaisquer efeitosat respetiva aprovao pelos membros do Governoresponsveis pelas reas das finanas e do sector deatividade.

    10 - A Unidade Tcnica promove ainda a execuo das

    operaes necessrias avaliao anual do grau de cumpri-mento das orientaes, objetivos, obrigaes e responsabi-lidades, bem como o grau de cumprimento dos princpiosde responsabilidade social e ambiental e desenvolvimentoeconmico sustentvel a observar pelas empresas pblicasdo sector empresarial do Estado.

    11 - A coordenao com vista aprovao dos docu-mentos anuais de prestao de contas assegurada pelaDGTF.

    SECO II

    Prticas de bom governo

    SUBSECO I

    Obrigaes e responsabilidades do titular da funo acionista

    Artigo 40.

    Participao do titular da funo acionista

    O titular da funo acionista participa de modo infor-mado e ativo nas assembleias gerais das empresas em quedetm participao, quando se trate de sociedades soba forma comercial, ou atravs de despacho, no caso deentidades pblicas empresariais.

    Artigo 41.Acionistas minoritrios

    O titular da funo acionista contribui para que os acio-nistas minoritrios das empresas em que participa possamexercer os seus direitos e acautelar os seus interesses,designadamente assegurando que os modelos de governoadotados pelas empresas reflitam adequadamente a estru-tura acionista.

    Artigo 42.

    Cumprimento tempestivo de obrigaes

    Enquanto cliente e fornecedor das empresas em que de-tm capital, o titular da funo acionista atua em condiese segundo critrios de mercado, devendo cumprir atempa-damente as obrigaes assumidas e exercer plenamente osseus direitos, sendo proibida qualquer discriminao nessaatuao relativamente s demais empresas.

    SUBSECO II

    Obrigaes e responsabilidades das empresasdo sector pblico empresarial

    Artigo 43.

    ObjetivosAs empresas pblicas esto obrigadas a cumprir a mis-

    so e os objetivos que lhes tenham sido fixados, elaborarplanos de atividades e oramento adequados aos recursose fontes de financiamento disponveis.

    Artigo 44.

    Obrigaes de divulgao

    1 - As empresas pblicas esto obrigadas a divulgar:

    a) A composio da sua estrutura acionista;b) A identificao das participaes sociais que detm;c) A aquisio e alienao de participaes sociais, bem

    como a participao em quaisquer entidades de naturezaassociativa ou fundacional;

    d) A prestao de garantias financeiras ou assuno dedvidas ou passivos de outras entidades, mesmo nos casosem que assumam organizao de grupo;

    e) O grau de execuo dos objetivos fixados, a justifi-cao dos desvios verificados e as medidas de correoaplicadas ou a aplicar;

    f) Os planos de atividades e oramento, anuais e plu-rianuais, incluindo os planos de investimento e as fontesde financiamento;

    g) Oramento anual e plurianual;

    h) Os documentos anuais de prestao de contas;i) Os relatrios trimestrais de execuo oramental,

    acompanhados dos relatrios do rgo de fiscalizao;j) A identidade e os elementos curriculares de todos os

    membros dos seus rgos sociais, designadamente do rgode administrao, bem como as respetivas remuneraese outros benefcios.

    2 - As empresas pblicas esto submetidas ao integralcumprimento dos deveres especiais de prestao de in-formao previstos no presente decreto-lei, para alm deoutros que venham a ser exigidos.

    3 - Sempre que esteja em causa a divulgao de in-

    formao comercialmente sensvel, designadamente noscasos previstos nas alneas d),f) e g) do n. 1, podem asempresas pblicas solicitar ao titular da funo acionista,mediante pedido devidamente fundamentado, iseno decumprimento das referidas obrigaes.

    4 - A obrigao de divulgao a que se refere a alneaj) don. 1 deve efetivar-se no respeito do estabelecido na Lein. 67/98, de 26 de outubro.

    Artigo 45.

    Transparncia

    1 - Anualmente, cada empresa informa o titular da fun-o acionista e o pblico em geral do modo como foiprosseguida a sua misso, do grau de cumprimento dosseus objetivos, da forma como foi cumprida a poltica deresponsabilidade social, de desenvolvimento sustentvele os termos de prestao do servio pblico, e em quemedida foi salvaguardada a sua competitividade, designa-damente pela via da investigao, do desenvolvimento, dainovao e da integrao de novas tecnologias no processoprodutivo.

    2 - As empresas pblicas esto obrigadas a submetera informao financeira anual a uma auditoria externa, arealizar por auditor registado na Comisso do Mercado deValores Mobilirios, caso se encontrem classificadas nosGrupos A e B nos termos das Resolues do Conselho de

    Ministros n.os16/2012, de 14 de fevereiro, e 18/2012, de16 de fevereiro.

    3 - A informao referida nos nmeros e artigos ante-riores publicitada nos stios na Internet de cada empresae da Unidade Tcnica, para efeitos do n. 1 do artigo 53.

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    5998 Dirio da Repblica, 1. srie N. 191 3 de outubro de 2013

    Artigo 46.

    Preveno da corrupo

    1 - As empresas pblicas cumprem a legislao e a regu-lamentao em vigor relativas preveno da corrupo,devendo elaborar anualmente um relatrio identificativo

    das ocorrncias, ou risco de ocorrncias, de factos mencio-nados na alnea a) do n. 1 do artigo 2. da Lei n. 54/2008,de 4 de setembro.

    2 - O relatrio referido no nmero anterior publicitadonos stios na Internet das empresas e da Unidade Tcnica,para efeitos do n. 1 do artigo 53.

    Artigo 47.

    Padres de tica e conduta

    1 - Cada empresa adota ou adere a um cdigo de ticaque contemple exigentes comportamentos ticos e deon-tolgicos, procedendo sua divulgao por todos os seuscolaboradores, clientes, fornecedores e pelo pblico emgeral.

    2 - As empresas pblicas tratam com equidade todos osseus clientes e fornecedores e demais titulares de interesseslegtimos, designadamente colaboradores da empresa, ou-tros credores que no fornecedores ou, de um modo geral,qualquer entidade que estabelea alguma relao jurdicacom a empresa.

    Artigo 48.

    Prestao de servio pblico ou de interesse geral

    1 - As empresas pblicas s quais tenha sido con-

    fiada a prestao de servio pblico ou servio de inte-resse geral, elaboram e apresentam ao titular da funoacionista e ao membro do Governo responsvel pelorespetivo sector de atividade, tendo presente o dis-posto na alnea d) do n. 4 do artigo 39., propostas decontratualizao da prestao desse servio, associandometas quantitativas a custos permanentemente audit-veis, modelo de financiamento, prevendo penalizaesem caso de incumprimento e critrios de avaliao ereviso contratuais, exceto quando a relao jurdicaadministrativa seja titulada por contrato de conces-so e nos mesmos se encontrem reguladas as matriasatinentes prestao se servio pblico ou servio de

    interesse geral.2 - As propostas a apresentar devem integrar parmetros

    que permitam garantir nveis adequados de satisfao dosutentes, bem como assegurar a respetiva compatibilidadecom o esforo financeiro do Estado, tal como resulta dasafetaes de verbas constantes do Oramento do Estadoem cada exerccio.

    3 - As empresas pblicas encarregadas de proceder prestao de servio pblico ou servio de interesse geralcelebram obrigatoriamente, para esse efeito, com a enti-dade pblica que lhes tenha confiado a prestao desseservio, contrato respeitante remunerao da atividadeprosseguida, em conformidade com o disposto no Decre-

    to-Lei n. 167/2008, de 26 de agosto.4 - As empresas pblicas a que se refere o nmero an-

    terior adotam metodologias que lhes permitam melhorarcontinuamente a qualidade do servio prestado e o graude satisfao dos clientes e ou utentes.

    Artigo 49.

    Responsabilidade social

    As empresas pblicas devem prosseguir objetivos deresponsabilidade social e ambiental, a proteo dos con-sumidores, o investimento na valorizao profissional, a

    promoo da igualdade e da no discriminao, a proteodo ambiente e o respeito por princpios de legalidade etica empresarial.

    Artigo 50.

    Poltica de recursos humanos e promoo da igualdade

    1 - As empresas pblicas implementam polticas de re-cursos humanos orientadas para a valorizao do indivduo,para o fortalecimento da motivao e para o estmulo doaumento da produtividade, tratando com respeito e inte-gridade os seus trabalhadores e contribuindo ativamentepara a sua valorizao profissional.

    2 - As empresas pblicas adotam planos de igualdadetendentes a alcanar uma efetiva igualdade de tratamentoe de oportunidades entre homens e mulheres, a eliminardiscriminaes e a permitir a conciliao entre a vida pes-soal, familiar e profissional.

    SUBSECO III

    Preveno de conflitos de interesse

    Artigo 51.

    Independncia

    Os membros dos rgos de administrao das empresas

    pblicas abstm-se de intervir nas decises que envolvamos seus prprios interesses, designadamente na aprovaode despesas por si realizadas.

    Artigo 52.

    Participaes patrimoniais

    1 - No incio de cada mandato, os membros referidosno artigo anterior declaram ao rgo de administrao eao rgo de fiscalizao, bem como IGF, quaisquer par-ticipaes patrimoniais que detenham na empresa, assimcomo quaisquer relaes que mantenham com os seusfornecedores, clientes, instituies financeiras ou quaisquer

    outros parceiros de negcio, suscetveis de gerar conflitosde interesse.2 - O disposto no nmero anterior no prejudica os

    deveres de informao, igualmente aplicveis na matria,nos termos do disposto, designadamente, no Estatuto doGestor Pblico, aprovado pelo Decreto-Lei n. 71/2007,de 27 de maro.

    SUBSECO IV

    Divulgao de informao

    Artigo 53.

    Stio na Internet das empresas do sector pblico empresarial1 - Todas as informaes que, nos termos do presente

    decreto-lei, esto sujeitas a divulgao pblica so divul-gadas no stio na Internet da Unidade Tcnica, o qual deveconcentrar toda a informao referente ao sector pblico

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    Dirio da Repblica, 1. srie N. 191 3 de outubro de 2013 5999

    empresarial, sem prejuzo da divulgao no stio na Internetda prpria empresa.

    2 - No stio na Internet das empresas do sector pblicoempresarial consta, ainda, designadamente, informaofinanceira histrica e atual de cada empresa, a identidadee os elementos curriculares de todos os membros dos seus

    rgos sociais ou estatutrios, bem como as respetivasremuneraes e outros benefcios.3 - O stio na Internet das empresas do sector pblico

    empresarial disponibiliza informao clara, relevante eatualizada sobre a vida da empresa incluindo, designada-mente, as obrigaes de servio pblico a que est sujeita,os termos contratuais da prestao de servio pblico, omodelo de financiamento subjacente e os apoios finan-ceiros recebidos do Estado nos ltimos trs exerccios.

    4 - O acesso a toda a informao disponibilizada no stiona Internet das empresas do sector pblico empresarial livre e gratuito.

    5 - A informao relativa identidade e aos elemen-

    tos curriculares dos membros dos rgos sociais, bemcomo as respetivas remuneraes e outros benefcios nopode ser indexada a sistemas de software projetados paraencontrar informao armazenada em sistemas compu-tacionais, vulgarmente denominados motores de busca.

    6 - A informao a que se refere o nmero anterior obrigatoriamente disponibilizada para os efeitos previs-tos no presente decreto-lei, no podendo a mesma conterquaisquer outros dados, designadamente os que se referema divulgao de domiclio, contactos pessoais e demaisdados de idntica natureza.

    Artigo 54.

    Relatrios de boas prticas de governo societrio1 - As empresas pblicas apresentam anualmente rela-

    trios de boas prticas de governo societrio, do qualconsta informao atual e completa sobre todas as matriasreguladas pelo presente captulo.

    2 - Compete aos rgos de fiscalizao aferir no res-petivo relatrio o cumprimento da exigncia prevista nonmero anterior.

    CAPTULO III

    Empresas pblicas encarregadas da gesto de serviosde interesse econmico geral

    Artigo 55.

    Princpios orientadores da prestao de servio pblicoou de interesse econmico geral

    As empresas pblicas prestadoras de servio pblico oude interesse econmico geral devem prosseguir as missesque lhes estejam confiadas com vista a:

    a) Prestar os servios no conjunto do territrio nacional,sem discriminao das zonas rurais e do interior;

    b) Promover o acesso da generalidade dos cidadosa bens e servios essenciais, em condies financeirasequilibradas, procurando, na medida do possvel, que

    todos os utilizadores tenham direito a tratamento idn-tico e neutro, sem quaisquer discriminaes, quer quantoao funcionamento dos servios, quer quanto a taxas oucontraprestaes devidas, a menos que o interesse geralo justifique;

    c) Assegurar o cumprimento das exigncias de prestaode servios de carter universal relativamente a atividadeseconmicas cujo acesso se encontre legalmente vedado aempresas privadas e as outras entidades da mesma natu-reza;

    d) Garantir o fornecimento de servios ou a gesto de

    atividades cuja rentabilidade se encontre assegurada por viade dotaes oramentais, indemnizaes compensatriasou outros subsdios ou subvenes pblicas, em especialdevido aos investimentos necessrios ao desenvolvimentode infraestruturas ou redes de distribuio;

    e) Zelar pela eficcia da gesto das redes de serviospblicos, procurando, designadamente, que a produo, otransporte e a distribuio, a construo de infraestruturase a prestao do conjunto de tais servios se procedamde forma articulada, tendo em ateno as modificaesorganizacionais impostas por inovaes tcnicas ou tec-nolgicas;

    f) Cumprir obrigaes especficas, relacionadas com a

    segurana, com a continuidade e qualidade dos servios ecom a proteo do ambiente, devendo tais obrigaes serclaramente definidas, transparentes, no discriminatriase suscetveis de controlo.

    CAPTULO IV

    Entidades pblicas empresariais

    Artigo 56.

    Noo

    So entidades pblicas empresariais as pessoas coletivas

    de direito pblico, com natureza empresarial, criadas peloEstado para prossecuo dos seus fins, as quais se regempelas disposies do presente captulo e, subsidiariamente,pelas restantes normas do presente decreto-lei.

    Artigo 57.

    Criao

    1 - As entidades pblicas empresariais so criadas pordecreto-lei, o qual aprova tambm os respetivos estatutos.

    2 - A denominao das entidades pblicas empresariaisdeve integrar a expresso entidade pblica empresarialou as iniciais E.P.E..

    3 - A criao de entidades pblicas empresariais ficaobrigatoriamente sujeita observncia do disposto noartigo 10., no que se refere exigncia de parecer prvio.

    Artigo 58.

    Autonomia e capacidade jurdica

    1 - As entidades pblicas empresariais so dotadas deautonomia administrativa, financeira e patrimonial e noesto sujeitas s normas da contabilidade pblica.

    2 - A capacidade jurdica das entidades pblicas empre-sariais abrange todos os direitos e obrigaes necessriosou convenientes prossecuo do seu objeto.

    Artigo 59.Capital

    1 - As entidades pblicas empresariais tm um capi-tal, designado capital estatutrio, detido pelo Estado

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    6000 Dirio da Repblica, 1. srie N. 191 3 de outubro de 2013

    e destinado a responder s respetivas necessidades per-manentes.

    2 - O capital estatutrio pode ser aumentado ou reduzidonos termos previstos nos estatutos.

    3 - A remunerao do capital estatutrio efetuada deacordo com o regime previsto para a distribuio dos lucros

    no exerccio das sociedades annimas.

    Artigo 60.

    rgos

    1 - A administrao e fiscalizao das entidades pblicasempresariais devem estruturar-se segundo as modalida-des e com as designaes previstas para as sociedadesannimas.

    2 - Os rgos de administrao e fiscalizao tm ascompetncias genricas previstas na lei comercial, semprejuzo do disposto no presente decreto-lei.

    3 - Os estatutos podem prever a existncia de outros

    rgos, deliberativos ou consultivos, definindo as respe-tivas competncias.4 - Os estatutos regulam, com observncia das normas

    legais aplicveis, a competncia e o modo de designaodos membros dos rgos a que se referem os nmerosanteriores.

    Artigo 61.

    Registo comercial

    As entidades pblicas empresariais esto sujeitas a re-gisto comercial nos termos gerais, com as adaptaes quese revelem necessrias.

    CAPTULO V

    Sector empresarial local

    Artigo 62.

    Funo acionista no sector empresarial local

    1 - Nas empresas locais e demais entidades submetidasao regime jurdico da atividade empresarial local e dasparticipaes locais, aprovado pela Lei n. 50/2012, de31 de agosto, a funo acionista exercida pelos rgosexecutivos dos municpios, associaes de municpios,independentemente da respetiva tipologia, e reas metro-politanas, consoante aplicvel.

    2 - O controlo e a monitorizao do exerccio da funoacionista, relativamente s entidades referidas no nmeroanterior, so prosseguidos de acordo com o regime jur-dico da tutela administrativa e processam-se nos termos

    previstos no regime jurdico da atividade empresariallocal e das participaes locais e no presente captulo.

    Artigo 63.

    Constituio de entidades do sector empresarial local

    1 - A constituio de entidades do sector empresariallocal processa-se nos termos previstos no regime jur-

    dico da atividade empresarial local e das participaeslocais, aprovado pela Lei n. 50/2012, de 31 de agosto.

    2 - A IGF e os demais rgos competentes remetem Unidade Tcnica os estudos de viabilidade econmica efinanceira exigidos para a constituio de qualquer enti-

    dade ou aquisio de participaes sociais abrangida peloregime referido no nmero anterior.

    Artigo 64.

    Prestao de informao

    1 - Sem prejuzo do disposto no regime jurdico da ativi-dade empresarial local e das participaes locais, aprovadopela Lei n. 50/2012, de 31 de agosto, a Direo-Geral dasAutarquias Locais remete Unidade Tcnica, designada-mente, os seguintes elementos respeitantes s entidadesdo sector empresarial local:

    a) Plano de atividades e oramento anual e plurianual,que inclui os planos de investimento e fontes de finan-ciamento;

    b) Documentos de prestao anual de contas;c) Todos os demais elementos a que se referem, de-

    signadamente, os artigos 32., 37., 40., 41. e 42. doregime jurdico da atividade empresarial local e das

    participaes locais, aprovado pela Lei n. 50/2012, de31 de agosto;d) Os elementos a que se referem as alneas a) e b) do

    n. 5 do artigo 25.

    2 - No exerccio das competncias que lhe so legal-mente conferidas para os efeitos a que alude o nmeroanterior, e sempre que a Unidade Tcnica verifiqueque as entidades do sector empresarial local atuam emdesconformidade com o regime legal aplicvel, nomea-damente sem observar as diretrizes oramentais e finan-ceiras legalmente definidas, aquela informa obrigato-riamente a IGF para que esta promova a ao inspetiva

    devida, nos termos da lei.3 - As medidas que venham a ser aplicadas pela IGFnos termos do nmero anterior, designadamente as de carizinspetivo e sancionatrio, so obrigatoriamente publicita-das no stio na Internet da Unidade Tcnica.

    Artigo 65.

    Endividamento das entidades do sector empresarial local

    1 - Ao endividamento das entidades do sector empre-sarial local aplica-se o regime jurdico da atividade em-presarial local e das participaes locais, aprovado pelaLei n. 50/2012, de 31 de agosto, bem como a Lei das

    Finanas Locais.2 - Sempre que se verifiquem as situaes previstasnos n.os4 e seguintes do artigo 40. do regime jurdicoda atividade empresarial local e das participaes locais,aprovado pela Lei n. 50/2012, de 31 de agosto, a IGFpromove obrigatoriamente as diligncias necessrias aoseu cabal esclarecimento e desencadeia as anlises, estu-dos, auditorias, inquritos, sindicncias e demais atuaesprevistas na lei.

    3 - At que se verifique o efetivo reequilbrio financeirodas contas apresentadas pelas entidades do sector empre-sarial local, o titular da funo acionista adota todas asmedidas necessrias ou convenientes para impedir queestas empresas contraiam novas responsabilidades finan-

    ceiras.4 - O titular da funo acionista acompanha a evoluo

    do endividamento das entidades do sector empresarial locale assegura que este se coaduna com montantes compatveiscom o equilbrio financeiro do municpio.

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    Dirio da Repblica, 1. srie N. 191 3 de outubro de 2013 6001

    Artigo 66.

    Monitorizao do sector empresarial local

    A Unidade Tcnica assegura os procedimentos necess-rios para cumprimento das funes que lhe so confiadas,sem prejuzo do disposto no diploma a que se refere o n. 4

    do artigo 68. e no regime jurdico da atividade empre-sarial local e das participaes locais aprovado pela Lein. 50/2012, de 31 de agosto.

    Artigo 67.

    Regime aplicvel s empresas locais e participaes locais

    aplicvel s empresas locais e participaes locais,com as devidas adaptaes, o disposto nos artigos 16.,18., 22., 23., 40. a 47. e 49. a 54.

    CAPTULO VI

    Unidade Tcnica de Acompanhamento e Monitorizaodo Sector Pblico Empresarial

    Artigo 68.

    Unidade Tcnica

    1 - criada a Unidade Tcnica de Acompanhamentoe Monitorizao do Sector Pblico Empresarial, entidadeadministrativa que depende do membro do Governo res-ponsvel pela rea das finanas e que possui autonomiaadministrativa.

    2 - A Unidade Tcnica tem por misso prestar o apoiotcnico adequado ao membro do Governo responsvel pelarea das finanas, de modo a contribuir para a qualidade

    da gesto aplicada no sector pblico empresarial, na ticada monitorizao de boas prticas de governao e tendoem vista o equilbrio econmico e financeiro do sector,sem prejuzo das competncias legalmente atribudas aoutras entidades.

    3 - Para efeitos dos nmeros anteriores, e no que respeitaao exerccio de funes da Unidade Tcnica relativamentes empresas locais, o membro do Governo responsvelpela rea das finanas exerce os seus poderes de acompa-nhamento e monitorizao sobre a Unidade Tcnica emarticulao com o membro do Governo responsvel pelasautarquias locais.

    4 - A misso, as atribuies, a organizao e o funcio-

    namento da Unidade Tcnica so definidos por diplomaprprio.

    Artigo 69.

    Incompatibilidades e impedimentosdos membros da Unidade Tcnica

    1 - Os dirigentes da Unidade Tcnica ficam sujeitosao regime jurdico de incompatibilidades, impedimentose de controlo pblico de riqueza aplicvel a altos cargospblicos.

    2 - Os demais membros da Unidade Tcnica estoimpedidos de, no exerccio das suas funes, prestarem,direta ou indiretamente, assessoria a entidades com as

    quais as empresa pblicas do sector pblico empresarialtenham estabelecido quaisquer relaes contratuais quesejam suscetveis de colocar os consultores em conflitode interesses ou que fragilizem a sua iseno na defesado interesse pblico.

    3 - A inobservncia do disposto no nmero anteriorconstitui fundamento de cessao da comisso de servioou da prestao de servio ao abrigo da qual o membrohaja sido contratado.

    CAPTULO VII

    Disposies finais e transitrias

    Artigo 70.

    Entidades pblicas empresariais do sector da sade

    O presente decreto-lei tem natureza subsidiria face aoregime aprovado pelo Decreto-Lei n. 233/2005, de 29 dedezembro, atento o carter especial deste diploma no querespeita s entidades pblicas empresariais do sector dasade.

    Artigo 71.

    Remisses

    Quaisquer remisses para o regime jurdico do sec-tor empresarial do Estado aprovado pelo Decreto-Lein. 558/99, de 17 de dezembro, constantes de lei, regula-mento ou qualquer outro ato, consideram-se feitas para asdisposies equivalentes do presente decreto-lei.

    Artigo 72.

    Gesto de derivados financeiros das empresaspblicas reclassificadas

    1 - A gesto das carteiras de derivados financeiros dasempresas pblicas que tenham sido ou sejam reclassifi-cadas e integradas no sector das administraes pblicas,

    nos termos do Sistema Europeu de Contas Nacionais eRegionais, transferida para o IGCP, E.P.E., passando aconstituir atribuio exclusiva desta.

    2 - A transferncia referida no nmero anterior con-cretizada mediante a outorga de contrato de mandato comrepresentao entre o IGCP, E.P.E., e cada uma das em-presas pblicas reclassificadas.

    Artigo 73.

    Adaptao

    1 - Os estatutos das empresas pblicas que contrariemo disposto no presente decreto-lei so revistos e adaptadosem conformidade, no prazo mximo de 180 dias a contarda data da sua entrada em vigor.

    2 - O disposto no presente decreto-lei prevalece sobreos estatutos das entidades referidas no nmero anteriorque, decorrido o prazo ali mencionado, no tenham sidorevistos e adaptados.

    3 - As normas relativas composio da administraoe fiscalizao das empresas pblicas a que se referem on. 2 do artigo 31. e os n.s 1 e 2 do artigo 33. aplicam-sea partir do mandato imediatamente seguinte ao que seencontre em curso no termo do prazo a que se refere onmero anterior.

    Artigo 74.

    Norma revogatria

    So revogados:

    a) O Decreto-Lei n. 558/99, de 17 de dezembro, alteradopelo Decreto-Lei n. 300/2007, de 23 de agosto, e pelas

  • 7/25/2019 Decreto-lei n. 133 2013 de 3 de Outubro

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    6002 Dirio da Repblica, 1. srie N. 191 3 de outubro de 2013

    Leis n. 64-A/2009, de 31 de dezembro, e n. 55-A/2010,de 31 de dezembro;

    b) A Resoluo do Conselho de Ministros n. 49/2007,de 28 de maro;

    c) A Resoluo do Conselho de Ministros n. 70/2008,de 22 de abril.

    Artigo 75.Entrada em vigor

    O presente decreto-lei entra em vigor no prazo 60 diasa contar da data da respetiva publicao.

    Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 14 deagosto de 2013. Paulo Sacadura Cabral PortasHlder

    Manuel Gomes dos ReisBruno Verdial de Castro RamosMaesJos Pedro Correia de Aguiar-BrancoMiguelBento Martins Costa Macedo e Silva Lus Miguel Poia-res Pessoa MaduroAntnio de Magalhes Pires deLimaJorge Manuel Lopes Moreira da SilvaJos

    Diogo Santiago de Albuquerque

    Paulo Jos de RibeiroMoita de MacedoJoo Casanova de Almeida.

    Promulgado em 25 de setembro de 2013.

    Publique-se.

    O Presidente da Repblica, ANBALCAVACOSILVA.

    Referendado em 26 de setembro de 2013.

    O Primeiro-Ministro,Pedro Passos Coelho.

    MINISTRIO DOS NEGCIOS ESTRANGEIROS

    Aviso n. 93/2013

    Por ordem superior se torna pblico que se encontramcumpridas as formalidades exigidas na Repblica Portu-guesa e no Estado do Koweit para a entrada em vigor doAcordo entre a Repblica Portuguesa e o Estado do Koweitsobre Supresso de Vistos para Titulares de PassaportesDiplomticos e Especiais , assinado no Koweit em 17 dedezembro de 2012.

    O referido Acordo foi aprovado pelo Decreto n. 26/2013,de 07 de agosto, publicado noDirio da Repblica, 1 S-rie, n. 151, de 07 de agosto de 2013, entrando em vigor a

    18 de setembro de 2013, na sequncia das notificaes aque se refere o seu artigo 11..

    Direo-Geral dos Assuntos Consulares e ComunidadesPortuguesas, 12 de setembro de 2013. O Diretor-Geral,Joo Maria Cabral.

    REGIO AUTNOMA DOS AORES

    Assembleia Legislativa

    Decreto Legislativo Regional n. 14/2013/A

    Cria o Instituto da Segurana Social dos Aores, I. P. R. A.

    Tendo em conta os objetivos previstos no Programado XI Governo Regional dos Aores de promover uma

    reorganizao administrativa das entidades pblicas,o Governo Regional decidiu fundir as instituies desegurana social existentes, at ao momento, num nicoinstituto pblico regional, tendo em vista aumentar aeficcia dos servios, rentabilizar recursos humanos e fi-nanceiros, aproveitando sinergias e evitando a duplicao

    de estruturas administrativas que, no fundo, trabalhamem estreita colaborao.Trata-se, pois, de maximizar o aproveitamento de siner-

    gias operacionais, evidenciar a especializao tcnica dosrecursos humanos, estimular a atuao coordenada entretodas as reas e permitir um maior controlo da atividadee da despesa pblica, consolidando os esforos de sim-plificar a estrutura e adequ-la realidade da seguranasocial dos Aores.

    Assim, a Assembleia Legislativa da Regio Autnomados Aores decreta, nos termos da alnea a) do n. 1 doartigo 227. da Constituio da Repblica Portuguesa, don. 1 do artigo 37. e do artigo 58. do Estatuto Poltico-

    -Administrativo da Regio Autnoma dos Aores, o se-guinte:

    CAPTULO I

    Disposies gerais

    Artigo 1.

    Objeto

    criado o Instituto da Segurana Social dosAores, I. P. R. A., abreviadamente designado porISSA, IPRA.

    Artigo 2.

    Natureza e tutela

    1 O ISSA, IPRA um instituto pblico dotado deautonomia administrativa, financeira e patrimonial.

    2 O ISSA, IPRA est sujeito tutela do membrodo Governo Regional com competncia em matria desolidariedade e segurana social.

    Artigo 3.

    Sede e mbito geogrfico

    1 O ISSA, IPRA tem sede na ilha Terceira.2 O mbito geogrfico de atuao do ISSA, IPRA

    corresponde Regio Autnoma dos Aores.

    Artigo 4.

    Atribuies

    So atribuies do ISSA, IPRA, designadamente:

    a) Gerir os regimes de segurana social que por lei ouregulamento sejam cometidos s instituies de segurana

    social na Regio Autnoma dos Aores;b) Estudar e propor medidas visando a permanente ade-

    quao dos regimes;c) Colaborar na definio e adequao da poltica

    financeira da segurana social;

  • 7/25/2019 Decreto-lei n. 133 2013 de 3 de Outubro

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    Dirio da Repblica, 1. srie N. 191 3 de outubro de 2013 6003

    d) Participar na elaborao do plano global da segu-rana social;

    e) Preparar o oramento da segurana social da RegioAutnoma dos Aores, apreciando, integrando e compati-

    bilizando os oramentos parcelares, e assegurar, coordenare controlar a respetiva execuo;

    f) Elaborar a conta da segurana social da Regio Au-tnoma dos Aores, a submeter aprovao dos rgoscompetentes;

    g) Colaborar na definio dos procedimentos contabi-lsticos a adotar no sistema da segurana social;

    h) Assegurar o desenvolvimento de aes de naturezapreventiva, teraputica e promocional, numa perspetivaintegrada e tendencialmente personalizada para a conse-cuo dos objetivos da ao social;

    i) Promover a mobilizao de recursos da prpriacomunidade na prossecuo das aes a que se refere aalnea anterior;

    j) Colaborar no estudo de medidas de poltica e inter-

    veno social;k) Celebrar acordos, contratos ou protocolos de coo-perao;

    l) Fiscalizar os servios e equipamentos de apoio social,incluindo os de fins lucrativos;

    m) Garantir o cumprimento dos direitos e obrigaesdos beneficirios e contribuintes do sistema de seguranasocial da Regio;

    n) Assegurar, nos termos da lei, assessoria tcnica aostribunais em matria de promoo e proteo de crianase jovens em risco e tutelar cvel;

    o) Exercer os poderes sancionatrios no mbito dosilcitos de mera ordenao social relativos aos servios

    e equipamentos de apoio social, incluindo os de finslucrativos, e a beneficirios e contribuintes, nos termoslegais;

    p) Proceder recolha, tratamento e elaborao de dadosestatsticos de interesse especfico para a ao da seguranasocial;

    q) Colaborar na verificao, acompanhamento, avalia-o e informao, nos domnios oramental, econmicoe patrimonial, da atividade dos organismos e servios queintegram o sistema de segurana social regional, no mbitodo sistema de controlo interno da administrao financeirado Estado;

    r) Assegurar a gesto e administrao dos bens e direi-tos de que seja titular e que constituem o patrimnio dasegurana social da Regio Autnoma dos Aores;

    s) Promover, no mbito da segurana social da RegioAutnoma dos Aores, estudos e avaliaes do patri-mnio;

    t) Otimizar a gesto dos recursos financeiros da segu-rana social da Regio Autnoma dos Aores;

    u) Receber as contribuies e quotizaes, assegu-rando e controlando a sua arrecadao, bem como ados demais recursos financeiros consignados no ora-mento da segurana social da Regio Autnoma dosAores;

    v) Assegurar o abastecimento financeiro dos organismose servios com suporte no oramento da segurana social

    da Regio Autnoma dos Aores;w) Assegurar a rendibilizao de excedentes de tesou-

    raria, nomeadamente mediante o recurso a instrumentosdisponveis no mercado;

    x) Exercer as demais atribuies previstas na lei.

    CAPTULO II

    Organizao doInstituto da Segurana Social dos Aores, I. P. R. A.

    SECO I

    rgos doInstituto da Segurana Social dos Aores, I. P. R. A.

    Artigo 5.

    rgos

    1 So rgos do ISSA, IPRA:

    a) O conselho diretivo;b) O fiscal nico.

    2 Os estatutos do ISSA, IPRA, a aprovar por decretoregulamentar regional, podem prever outros rgos de

    natureza consultiva ou de participao dos destinatriosda respetiva atividade.

    Artigo 6.

    Durao e cessao de mandato

    1 O mandato dos titulares dos rgos do ISSA, IPRAtem a durao de trs anos, sendo renovvel por iguaisperodos.

    2 Os membros do conselho diretivo do ISSA, IPRApodem ser livremente exonerados por despacho conjuntodo Presidente do Governo Regional e do membro do Go-

    verno Regional com competncia em matria de solida-riedade e segurana social.3 O fiscal nico pode ser livremente exonerado por

    despacho conjunto dos membros do Governo Regionalresponsveis pela rea das finanas e solidariedade e se-gurana social.

    4 No caso de cessao do mandato, os titulares dosrgos do ISSA, IPRA mantm-se no exerccio das suasfunes at efetiva substituio.

    5 O disposto no nmero anterior no prejudica odireito de renunciar ao mandato com a antecedncia m-nima de trs meses sobre a data em que se propem cessarfunes.

    SECO II

    Conselho diretivo

    Artigo 7.

    Composio e nomeao

    1 O ISSA, IPRA dirigido por um conselho diretivo,constitudo por um presidente, um vice-presidente e umvogal.

    2 Os membros do conselho diretivo so nomeadospor despacho conjunto do Presidente do Governo Regional

    e do membro do Governo Regional com competncia emmatria de solidariedade e segurana social.3 O presidente do conselho diretivo equiparado,

    para todos os efeitos legais, a diretor regional, cargo dedireo superior do 1. grau.

  • 7/25/2019 Decreto-lei n. 133 2013 de 3 de Outubro

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    6004 Dirio da Repblica, 1. srie N. 191 3 de outubro de 2013

    4 O vice-presidente e o vogal do conselho diretivoso equiparados, para todos os efeitos legais, a subdiretoresregionais, cargo de direo superior do 2. grau.

    Artigo 8.

    Competncia

    1 Ao conselho diretivo compete, designadamente:

    a) Superintender a atuao dos servios do ISSA, IPRA,orientando-os na realizao das suas atribuies de acordocom as orientaes definidas pela tutela;

    b) Elaborar e promover a aprovao pela tutela dosprogramas de atuao do ISSA, IPRA;

    c) Coordenar a preparao e apresentao dos projetosde oramento para aprovao pelo membro do GovernoRegional da tutela;

    d) Aprovar o relatrio de exerccio e a conta anual;e) Decidir, em ltima instncia, os processos de con-

    traordenaes relacionados com as atribuies do ISSA,

    IPRA;f) Conceder, no mbito da respetiva atividade,