decreto-lei n.º 10-f/2020, de 26 de março regime excecional e … · 2020. 4. 8. · 228 boletim...

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Contrato nº 594655 DE00592017CE Diretor-adjunto: Miguel Peixoto de Sousa Diretor: Peixoto de Sousa 4,70 euros (IVA incl.) ABRIL • 1ª QUINZENA ANO 88º • 2020 • Nº 7 NESTE NÚMERO • Orçamento do Estado para 2020 - análise às alterações fiscais • IRS - entrega da declaração modelo 3 - esclarecimentos • Aprovadas medidas excecionais de proteção do emprego - “lay-off” simplificado (Decreto-Lei nº 10-G/2020, de 26 de março) SUMÁRIO Legislação DL nº 10-F/2020, de 26.3 (IRC, IRS, IVA e contribuições para a Segurança Social - regime excecional e temporário de cumprimento de obrigações fiscais e contribuições sociais no âmbito da pandemia COVID-19)........................ 225 DL nº 10-G/2020, de 26.3 (COVID-19 - medidas excecionais e temporárias de proteção dos postos de trabalho no âmbito da pandemia - apoios aos trabalhadores e empregadores - “lay-off” simplificado - isenção de contribuições para a Segurança Social)................................................... 257 Despacho nº 129/2020-XXII, de 27.3 (IVA - medidas de simplificação das obrigações declarativas com vista a mitigar os efeitos da pandemia do COVID-19 - declarações periódicas e outras - justo impedimento no cumprimento de obrigações fiscais) ................... 262 Obrigações fiscais do mês e Inf. diversas ........... 226 a 254 Orçamento do Estado 2020: alterações fiscais ............ 244 IRS: declaração de rendimentos modelo 3.................. 236 Trabalho e Segurança Social Informações diversas ............................................ 263 a 270 Sumários do Diário da República.............................. 272 (Continua na página 255) a aprovar um conjunto de medidas extraordinárias e de caráter urgente em diversas matérias. Em 9 de março, o Governo decidiu prorrogar o prazo de cumprimento de obrigações fiscais (declarativas e de pagamento) relativas ao Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas, nomeadamente adiando o Pa- gamento Especial por Conta de 31 de março de 2020 para 30 de junho de 2020, prorrogando a entrega da declaração Modelo 22 de 31 de maio de 2020 para 31 de julho de 2020 e prorrogando o primeiro pagamento por conta e o primeiro pagamento adicional por conta de 31 de julho de 2020 para 31 de agosto de 2020. Decreto-Lei n.º 10-F/2020, de 26 de março Regime excecional e temporário de cumprimento de obrigações fiscais e contribuições sociais Atendendo à emergência de saúde pública de âmbito internacional, declarada pela Organização Mundial de Saúde, no dia 30 de janeiro de 2020, bem como à classificação, no dia 11 de março de 2020, da doença COVID-19 como uma pandemia, o Governo tem vindo

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Page 1: Decreto-Lei n.º 10-F/2020, de 26 de março Regime excecional e … · 2020. 4. 8. · 228 Boletim do Contribuinte ABRIL 2020 - Nº 7 IVA Declaração periódica – regime mensal

Contrato nº 594655DE00592017CE

Diretor-adjunto:Miguel Peixoto de Sousa

Diretor:Peixoto de Sousa

4,70 euros (IVA incl.)

ABRIL • 1ª QUINZENA ANO 88º • 2020 • Nº 7

NESTE NÚMERO• Orçamento do Estado para 2020 - análise

às alterações fi scais• IRS - entrega da declaração modelo 3

- esclarecimentos• Aprovadas medidas excecionais de proteção

do emprego - “lay-off” simplifi cado(Decreto-Lei nº 10-G/2020, de 26 de março)

SUMÁRIO

LegislaçãoDL nº 10-F/2020, de 26.3 (IRC, IRS, IVA

e contribuições para a Segurança Social - regime excecional e temporário de cumprimento de obrigações fi scais e contribuições sociais no âmbito da pandemia COVID-19) ........................ 225

DL nº 10-G/2020, de 26.3 (COVID-19 - medidas excecionais e temporárias de proteção dos postos de trabalho no âmbito da pandemia - apoios aos trabalhadores e empregadores - “lay-off”

simplifi cado - isenção de contribuições para a Segurança Social) ................................................... 257

Despacho nº 129/2020-XXII, de 27.3 (IVA - medidas de simplifi cação das obrigações declarativas com vista a mitigar os efeitos da pandemia do COVID-19 - declarações periódicas e outras - justo impedimentono cumprimento de obrigações fi scais) ................... 262

Obrigações fi scais do mês e Inf. diversas ........... 226 a 254Orçamento do Estado 2020: alterações fi scais ............ 244IRS: declaração de rendimentos modelo 3 .................. 236Trabalho e Segurança SocialInformações diversas ............................................ 263 a 270Sumários do Diário da República .............................. 272

(Continua na página 255)

a aprovar um conjunto de medidas extraordinárias e de caráter urgente em diversas matérias.

Em 9 de março, o Governo decidiu prorrogar o prazo de cumprimento de obrigações fi scais (declarativas e de pagamento) relativas ao Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas, nomeadamente adiando o Pa-gamento Especial por Conta de 31 de março de 2020 para 30 de junho de 2020, prorrogando a entrega da declaração Modelo 22 de 31 de maio de 2020 para 31 de julho de 2020 e prorrogando o primeiro pagamento por conta e o primeiro pagamento adicional por conta de 31 de julho de 2020 para 31 de agosto de 2020.

Decreto-Lei n.º 10-F/2020, de 26 de março

Regime excecional e temporário de cumprimento de obrigações fi scais

e contribuições sociaisAtendendo à emergência de saúde pública de âmbito

internacional, declarada pela Organização Mundial de Saúde, no dia 30 de janeiro de 2020, bem como à classifi cação, no dia 11 de março de 2020, da doença COVID-19 como uma pandemia, o Governo tem vindo

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Boletim do Contribuinte226ABRIL 2020 - Nº 7

Sessões FormativasCOVID19 / Impactos Laborais

Face ao atual estado de alerta das Organizações e à necessidade de obtenção de esclarecimentos claros e objetivos no âmbito da implementação de Políticas Internas de Prevenção e Combate à COVID-19, a SMFC – Sousa Machado, Ferreira da Costa & Associados – Sociedade de Advogados, R.L. (“SMFC”) promoverá conjuntamente com a VidaEconómica, algumas sessões de esclarecimento com foco nos impactos laborais e respostas de ordem prática ao alcance dos empregadores e trabalhadores, nesta matéria.

Por razões de prevenção, a modalidade formativa a adotar poderá passar pela realização de (i) sessões online ou alternativamente, (ii)pela realização de sessões formativas presenciais, (em cumprimento de todas as diretrizes de saúde e prevenção aplicáveis), a realizar *nas instalações de cada Organização caso seja esta a preferência da entidade, a qual indicará um grupo restrito de trabalhadores ao seu serviço, que se encontre vinculado ao mesmo Código de Conduta e Plano de Contingência nesta matéria.

Desta forma, evitar-se-ão riscos desnecessários, sendo o móbil de todos os intervenientes o da atuação preventiva e cumprimento de todas as recomendações da DGS em vigor.

Informações/Inscrições Ana Bessa (Dep. Formação) | Vida Económica - Editorial SA.Rua Gonçalo Cristóvão, 14 R/C 4000-263 Porto

223 399 427/00 | Fax: 222 058 098 Email: [email protected]

BUSINESS SCHOOL

Online ou PresenciaisAs referidas sessões de esclarecimento – que serão ministradas pela Head of Employment Law da SFMC Graça Quintas e pela Advogada Associada Luísa Pestana Bastos, ambas do Departamento Laboral da SMFC – serão sujeitas a registo e inscrição prévia através dos contactos infra indicados que informarão as entidades interessadas sobre as condições aplicáveis – e abordarão temas como as precauções a ter nos locais de trabalho, medidas a implementar, soluções estratégicas a adotar, mecanismos legais de prevenção e combate ao COVID19, recomendações e diretrizes emanadas de órgãos públicos e sua adaptação ao setor privado, sempre com foco no âmbito laboral.

Oradoras: Graça Quintas e Luísa Pestana Bastos

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Boletim do Contribuinte 227ABRIL 2020 - Nº 7

PAGAMENTOSEM ABRIL

I R S (Até ao dia 20 de abril)– Entrega do imposto retido no mês de abril sobre rendi-

mentos de capitais, prediais e comissões pela intermediação na realização de quaisquer contratos, bem como do imposto retido pela aplicação das taxas liberatórias previstas no art. 71º do CIRS.

– Entrega do imposto retido no mês de abril sobre as remunerações do trabalho dependente, independente e pen-sões – com exceção das de alimentos (Categorias A, B e H, respetivamente).

I R C (Até ao dia 20 de abril)

– Entrega das importâncias retidas no mês de abril por retenção na fonte de IRC, nos termos do art. 94º do CIRC.

I V A

- Pagamento do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), a efetuar nos balcões dos serviços de fi nanças ou dos CTT ou ainda (para importâncias não superiores a € 100 000,00) através do multibanco, correspondente ao imposto apurado na declaração respeitante a março, pelos sujeitos passivos abrangidos pela periodicidade mensal do regime normal. (Até ao dia 15 de abril)

SEGURANÇA SOCIAL (De 10 a 20 de abril)- Pagamento de contribuições e quotizações referentes

ao mês de março de 2020.

IMPOSTO ÚNICO DE CIRCULAÇÃO (Até ao dia 30 de abril)

- Liquidação, por transmissão eletrónica de dados, e pagamen-to do Imposto Único de Circulação – IUC – relativo aos veículos cujo aniversário da matrícula ocorra no mês de maio.

IMPOSTO DO SELO (Até ao dia 20 de abril)- Entrega das importâncias liquidadas em janeiro, feve-

reiro e/ou março.

OBRIGAÇÕESEM ABRIL

IRSDeclaração Mensal de Remunerações

Entrega, até ao dia 13 de abril, da Declaração Mensal de Remunerações, por transmissão eletrónica de dados, pelas entidades devedoras de rendimentos do trabalho dependente sujeitos a IRS, ainda que dele isentos, bem como os que se encontrem excluídos de tributação, nos termos dos artigos 2.º, 2.º-A e 12.º do Código do IRS, para comunicação daqueles rendimentos e respetivas retenções de imposto, das deduções efetuadas relativamente a contribuições obrigatórias para regimes de proteção social e subsistemas legais de saúde e a quotizações sindicais, relativas ao mês anterior.

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Boletim do Contribuinte

IRC, IRS e IVANovos prazos de pagamento no 2º trimestre

Em sede de IRC, por causa do surto do novo COVID-19 e do seu impacto na vida das empresas, o Governo optou por dilatar prazos declarativos e de pagamentos, ou seja, o Pagamento Especial por Conta (PEC) de 31 de março para 30 de junho, a entrega do Modelo 22 e respetivo pagamento (autoliquidação) passa para 31 de julho e o primeiro PEC bem como o primeiro pagamento adicional por conta de 31 de julho para 31 de agosto.

Para o 2º trimestre de 2020, o Governo decidiu fl exibi-lizar também o pagamento de impostos para as empresas e para os trabalhadores independentes, no caso do IVA (mensal e trimestral) e das retenções na fonte de IRS e de IRC. Assim, estas entregas de impostos podem ser feitas de uma das seguintes formas:

- pagamento imediato, nos termos habituais;- pagamento fracionado em três prestações mensais

sem juros; ou- pagamento em seis prestações mensais, sendo aplicá-

veis juros de mora às últimas três (a taxa de juros de mora das dívidas ao Estado para 2020 foi fi xada em 4,786% pelo Aviso nº 366/2020, de 9.1 – II série, cfr. Bol. do Contrib., 2020, pág 44).

Para qualquer uma destas situações de pagamento em prestações não será necessário apresentar garantias.

Esta medida é aplicável a trabalhadores independentes e a empresas com volume de negócios até 10 milhões de euros em 2018 ou com início de atividade a partir de janeiro de 2019.

O fracionamento pode ser requerido pelas restantes empresas ou trabalhadores independentes quando tenham verifi cado uma diminuição no volume de negócios de pelo menos 20% na média dos três meses anteriores ao mês em que exista esta obrigação, face ao período homólogo do ano anterior.

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Boletim do Contribuinte228ABRIL 2020 - Nº 7

IVADeclaração periódica – regime mensal

Envio, até ao dia 13 de abril, da Declaração Periódica, por transmissão eletrónica de dados, acompanhada dos anexos que se mostrem devidos, pelos contribuintes do regime normal mensal, relativa às operações efetuadas em março.

IVA Declaração recapitulativa até 20 de abril

• Entrega da Declaração Recapitulativa por transmissão eletrónica de dados, pelos sujeitos passivos do regime normal mensal que tenham efetuado transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços noutros Estados Membros, no mês anterior, quando tais operações sejam aí localizadas nos termos do art.º 6.º do CIVA, e para os sujeitos passivos do regime normal trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens a incluir na declaração tenha no trimestre em curso (ou em qualquer mês do trimestre) excedido o montante de € 50 000.

• Entrega da Declaração Recapitulativa por transmissão eletrónica de dados, pelos sujeitos passivos isentos ao abrigo do art.º 53.º que tenham efetuado prestações de serviços noutros Estados Membros, no mês anterior, quando tais operações sejam aí localizadas nos termos do art.º 6.º do CIVA.

IVA Comunicação de faturas emitidas

Comunicação, até ao dia 13 de abril, por transmissão eletrónica de dados, dos elementos das faturas emitidas no mês anterior pelas pessoas singulares ou coletivas que tenham sede, estabelecimento estável ou domicílio fi scal em território português e que aqui pratiquem operações sujeitas a IVA.

IVAPedido de restituição de imposto

Entrega, até ao dia 30 de abril, por transmissão eletró-nica de dados, do pedido de restituição de IVA pelos sujeitos passivos cujo imposto suportado, no ano civil anterior ou no próprio ano, noutro Estado Membro ou país terceiro (neste caso em suporte de papel), quando o montante a reembolsar for superior a € 400 e respeitante a um período de três meses consecutivos ou, se em período inferior, desde que termine em 31 de dezembro do ano civil imediatamente anterior e o valor não seja inferior a € 50, tal como refere o Decreto-Lei n.º 186/2009, de 12 de agosto.

OBRIGAÇÕESEM ABRIL

NotáriosDeclaração modelo 11

Envio, até 15 de abril, da Declaração Modelo 11, por transmissão eletrónica de dados, pelos Notários e outros fun-cionários ou entidades que desempenhem funções notariais, bem como as entidades ou profi ssionais com competência para autenticar documentos particulares que titulem atos ou contratos sujeitos a imposto sobre o rendimento ou património, das relações dos atos praticados no mês anterior.

Imposto do SeloEntrega da Declaração Mensal

Envio, até ao dia 20 de abril, da declaração mensal de Imposto do Selo, por transmissão eletrónica de dados, pelos sujeitos passivos referidos no n.º 1 do art.º 2.º do Imposto do Selo que realizaram operações sujeitas a imposto ainda que delas isentas no mês anterior.

IMT

Envio, até ao dia 15 de abril, por transmissão eletrónica de dados, pelos serviços competentes do Ministério dos Ne-gócios Estrangeiros, de relação comprovativa de transmissão de imóveis situados em Portugal operada no estrangeiro e legalizados no trimestre anterior.

IMI

Envio, até ao dia 15 de abril, da Declaração Modelo 2, por transmissão eletrónica de dados, por parte das entidades fornecedoras de água, energia e do serviço fi xo de telefones, dos contratos celebrados com os seus clientes, bem como as suas alterações, que se tenham verifi cado no trimestre anterior.

IRSDeclaração modelo 3

Prazo de entrega decorre entre 1 de abril e 30 de junho

O prazo de entrega da declaração de IRS irá decorrer entre 1 de abril e 30 de junho, independentemente de este dia ser útil ou não útil e independentemente da natureza dos rendimentos obtidos (cfr art. 60º do Código do IRS). Refi ra--se que os prazos de entrega da declaração modelo 3 do IRS não sofreram qualquer alteração em virtude do COVID-19.

No Diário da República do dia 14.10, foi publicada a Port. n.º 370/2019, que procedeu à aprovação do novo modelo de declaração do IRS (modelo 3) e os respetivos anexos que deverão ser utilizados para declarar em 2020 os rendimentos auferidos em 2019 (cfr. Boletim do Contribuinte, 2019, págs. 780 e seguintes).

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Boletim do Contribuinte 229ABRIL 2020 - Nº 7

MEDIDAS DE APOIO ÀS EMPRESAS NA RESPOSTA AO COVID-19Flexibilização do pagamento de impostos e contribuições sociais

(2º trimestre 2020)

Empresas poderão adiar o pagamento de contribuições sociais e impostos ao Estado

Obrigação das empresas Principais medidas de apoio

1 Obrigações de IRCAdiamento do PECProrrogação da entrega da Modelo 22Prorrogação do PPC e do PAC

2 Contribuições à Segurança SocialDiferimento de 2/3 do pagamento das contribuições sociais da responsabilidade da entidade empregadora de março, abril e maio de 20201 para o 2º semestre de 2020, pagos através de um plano prestacional de 3 ou 6 meses

3 Entrega das retenções na fonte de IRS Entrega fracionada das retenções na fonte de IRS em 3 ou 6 meses a partir de abril

4 Entrega de pagamentos de IVA Entrega fracionada do IVA ao Estado em 3 ou 6 meses a partir de abril

1 Para as entidades empregadores que já tenham pago as contribuições de março e para os trabalhadores independentes, o diferimento aplica-se aos meses abril, maio e junho.

Obrigações de IRC: como benefi ciar?

Todas as empresas

31/Março 31/Maio 30/Junho 31/Julho 31/Agosto

PEC1 PEC1

Modelo 22 Modelo 22

1º PPC2 1º PPC2

1º PAC3 1º PAC3

Quem pode beneficiar?

Qual o novo calendário fiscal?

1. Pagamento Especial por Conta2. 1º Pagamento por Conta3. 1º Pagamento Adicional por Conta

Contribuições à Segurança Social: como benefi ciar?

Quem pode benefi ciar? • Trabalhadores independentes• Todas as empresas até 50 trabalhadores• Todas as empresas com 50 até 249 trabalhadores, caso apresentem uma quebra superior a 20% à média da faturação1 nos meses de março, abril e maio de 2020 face à média do período homólogo• Todas as empresas com 250 ou mais trabalhadores, desde que atuem nos setores do turismo, da aviação civil ou outros encerrados2 nos termos do art.º 7.º do Decreto n.º 2-A/2020, e que apresentem igualmente uma quebra superior a 20%

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Boletim do Contribuinte230ABRIL 2020 - Nº 7

Como aceder ao pagamento fracionado e ao plano prestacional?

• Adesão é sinalizada no Portal Segurança Social Direta• Pagamento fracionado imediato de 1/3 da contribuição e ativação do plano prestacional é auto-

mática• Empresas que indevidamente benefi ciem do diferimento das contribuições terão que liquidar, em

julho, dívida integral e juros

Que pagamentos podem ser fracionados?

• As contribuições sociais da responsabilidade da entidade empregadora devidas a 20/Março, 20/Abril e 20/Maio e dos trabalhadores independentes devidas a 20/Abril, 20/Maio e 20/Junho

• As empresas que já tenham pago a totalidade das suas contribuições de Março poderão, ainda as-sim, diferir o pagamento das contribuições devidas a 20/Abril, 20/Maio e 20/Junho

1 Faturação aferida através da plataforma e-fatura2 Restaurantes, discotecas, bares, circos, auditórios, cinemas, parques de diversões, galerias de arte, pavilhões desportivos, casinos, entre outros. Lista completa disponível no Decreto Lei n.º 2 A/2020, de 20 de março

Contribuições à Segurança Social: opções de pagamento ao Estado

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

No 2º semestre, empresas têm duas opções para liquidar as contribuições em falta de Março a Maio:

• Pagamento do valor em dívida ao longo de 3 meses (julho a setembro), sem juros

• Pagamento do valor em dívida ao longo de 6 meses (julho a dezembro), com juros nos últimos 3 meses com taxa igual a metade da taxa de juros de mora em vigor

Seleção da opção de pagamento é feita no Portal Segurança Social Direta e é automática

1/3 pago em cada mês

2/3 diferidos para o 2º semestre

Alívio de tesouraria Liquidação faseada das contribuições em dívida

Entrega das retenções na fonte de IRS: como benefi ciar?

Quem pode benefi ciar? • Todas as empresas e trabalhadores independentes com volume de negócios até (<=) 10M€ em 2018• Todas as empresas e trabalhadores independentes cuja atividade se enquadre nos setores encerra-

dos nos termos do art.º 7.º do Decreto n.º 2 A/2020• Todas as empresas e trabalhadores independentes que tenham iniciado/reiniciado atividade1 em

2019• As restantes empresas e trabalhadores independentes, desde que com quebra superior a 20% da

faturação2 face à média dos 3 meses anteriores ao mês da obrigação face ao período homólogo

Como aceder ao pagamento fracionado?

• Mediante pedido no Portal das Finanças (validação automática), para empresas e trabalhadores independentes com VN até 10M€ em 2018, com atividades encerradas ou com início/reinício de atividade em 2019

• Mediante pedido no Portal das Finanças (validação casuística), para as restantes, condicionada à submissão de certifi cação por ROC ou CC da quebra de atividade

MEDIDAS DE APOIO ÀS EMPRESAS NA RESPOSTA AO COVID-19Flexibilização do pagamento de impostos e contribuições sociais

(2º trimestre 2020)

Page 7: Decreto-Lei n.º 10-F/2020, de 26 de março Regime excecional e … · 2020. 4. 8. · 228 Boletim do Contribuinte ABRIL 2020 - Nº 7 IVA Declaração periódica – regime mensal

Boletim do Contribuinte 231ABRIL 2020 - Nº 7

Que pagamentospodem ser fracionados?

• Todas as retenções na fonte de IRS devidas a 20/Abril, 20/Maio e 20/Junho• 1ª prestação vence na data de cumprimento da obrigação e restantes prestações vencem na mesma

data, nos meses seguintes• Retenções na fonte de IRC podem também ser fracionadas nas mesmas condições

1 Nas situações de reinício de atividade aplica-se quando não tenham obtido volume de negócios em 2018; caso contrário. segue o regime regra2 Conforme faturação comunicada no sistema e-fatura

Entrega das retenções na fonte de IRS: opções de pagamento ao Estado

Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

1/3 do imposto de Abril

Opção 1 – pagamento fracionado em 3 meses

1/3 do imposto de Abril + 1/3 do imposto de Maio

1/3 do imposto de Abril + 1/3 do imposto de Maio + 1/3 do imposto de Junho

Todo o imposto de Julho + 1/3 do imposto de Maio + 1/3 do imposto de Junho

Todo o imposto de Agosto + 1/3 do imposto de Junho(situação regularizada)

Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

1/6 do imposto de Abril

Opção 2 – pagamento fracionado em 6 meses, com juros nos últimos 3 meses

1/6 do imposto de Abril + 1/6 do imposto de Maio

1/6 do imposto de Abril + 1/6 do imposto de Maio + 1/6 do imposto de Junho

Todo o imposto de Julho + 1/6 do imposto de Abril + 1/6 do imposto de Maio +

1/6 do imposto de Junho

Todo o imposto de Agosto + 1/6 do imposto de Abril + 1/6 do imposto de Maio + 1/6 do imposto de Junho

… …

…Situação

regularizada

MEDIDAS DE APOIO ÀS EMPRESAS NA RESPOSTA AO COVID-19Flexibilização do pagamento de impostos e contribuições sociais

(2º trimestre 2020)

Page 8: Decreto-Lei n.º 10-F/2020, de 26 de março Regime excecional e … · 2020. 4. 8. · 228 Boletim do Contribuinte ABRIL 2020 - Nº 7 IVA Declaração periódica – regime mensal

Boletim do Contribuinte232ABRIL 2020 - Nº 7

Entrega de pagamentos de IVA: como benefi ciar?

Quem pode benefi ciar? • Todas as empresas e trabalhadores independentes com volume de negócios até (<=) 10M€ em 2018• Todas as empresas e trabalhadores independentes cuja atividade se enquadre nos setores encerra-

dos nos termos do art.º 7.º do Decreto n.º 2 A/2020• Todas as empresas e trabalhadores independentes que tenham iniciado/reiniciado atividade1 em

2019• As restantes empresas e trabalhadores independentes, desde que com quebra superior a 20% da

faturação2 face à média dos 3 meses anteriores ao mês da obrigação face ao período homólogo

Como aceder ao pagamento fracionado?

• Mediante pedido no Portal das Finanças (validação automática), para empresas e trabalhadores independentes com VN até 10M€ em 2018, com atividades encerradas ou com início/reinício de atividade em 2019

• Mediante pedido no Portal das Finanças (validação casuística), para as restantes, condicionada à submissão de certifi cação por ROC ou CC da quebra de atividade

Que pagamentos podem ser fracionados?

• Todos os pagamentos de IVA:– Regime mensal a 15/Abril, 15/Maio e 15/Junho– Regime trimestral a 20/Maio

• 1ª prestação vence na data de cumprimento da obrigação e restantes prestações vencem na mesma data, nos meses seguintes

1 Nas situações de reinício de atividade aplica-se quando não tenham obtido volume de negócios em 2018: caso contrário. segue o regime regra2 Conforme faturação comunicada no sistema e fatura

Entrega de pagamentos de IVA: opções de pagamento ao Estado - regime mensal

Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

1/3 do IVA de Abril

Opção 1 – pagamento fracionado em 3 meses

1/3 do IVA de Abril + 1/3 do IVA de Maio

1/3 do IVA de Abril + 1/3 do IVA de Maio + 1/3 do IVA de Junho

Todo o IVA de Julho + 1/3 do IVA de Maio + 1/3 do IVA de Junho

Todo o IVA de Agosto + 1/3 do IVA de Junho(situação regularizada)

MEDIDAS DE APOIO ÀS EMPRESAS NA RESPOSTA AO COVID-19Flexibilização do pagamento de impostos e contribuições sociais

(2º trimestre 2020)

Page 9: Decreto-Lei n.º 10-F/2020, de 26 de março Regime excecional e … · 2020. 4. 8. · 228 Boletim do Contribuinte ABRIL 2020 - Nº 7 IVA Declaração periódica – regime mensal

Boletim do Contribuinte 233ABRIL 2020 - Nº 7

Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

1/6 do IVA de Abril

1/6 do IVA de Abril + 1/6 do IVA de Maio

1/6 do IVA de Abril + 1/6 do IVA de Maio + 1/6 do IVA de Junho

Todo o IVA de Julho + 1/6 do IVA de Abril + 1/6 do IVA de Maio +

1/6 do IVA de Junho

Todo o IVA de Agosto + 1/6 do IVA de Abril + 1/6 do IVA de Maio + 1/6 do IVA de Junho

… …

Opção 2 – pagamento fracionado em 6 meses, com juros nos últimos 3 meses

…Situação

regularizada

Entrega de pagamentos de IVA: opções de pagamento ao Estado - regime trimestral

Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Opção 1 – pagamento fracionado em 3 meses

1/3 do IVA de Maio

1/3 do IVA de Maio

1/3 do IVA de Maio (situação regularizada)

Todo o IVA trimestral de Agosto

Todo o IVA trimestral de Novembro

MEDIDAS DE APOIO ÀS EMPRESAS NA RESPOSTA AO COVID-19Flexibilização do pagamento de impostos e contribuições sociais

(2º trimestre 2020)

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Boletim do Contribuinte234ABRIL 2020 - Nº 7

Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

1/6 do IVA de Maio

1/6 do IVA de Maio

1/6 do IVA de Maio

Todo o IVA trimestral de Agosto +1/6 do IVA de Maio

Opção 2 – pagamento fracionado em 6 meses, com juros nos últimos 3 meses

1/6 do IVA de Maio

1/6 do IVA de Maio(situação regularizada)

Todo o IVA trimestral de Novembro

MEDIDAS DE APOIO ÀS EMPRESAS NA RESPOSTA AO COVID-19Flexibilização do pagamento de impostos e contribuições sociais

(2º trimestre 2020)

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“Para ti leitor, não duvides, vai-te ajudar no dia-a-dia profi ssional!”

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Enquanto seres humanos nascemos para sermos felizes. O que pode então levar, tantos de nós a seguir mais o software cultural do que o líder interior? Ter sucesso é uma consequência, ser feliz é uma decisão.

As respostas aparecem quando colocamos as perguntas certas: como posso alcançar a felicidade e o equilíbrio? Estará o nosso cérebro preparado para os desafi os atuais? Existe algum método que nos permita alcançar uma felicidade sustentável?

IMEDIATO

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INFORMAÇÕESDIVERSAS

Boletim do Contribuinte 235ABRIL 2020 - Nº 7

IRSEntrega das retenções na fonte

Opções de pagamento para o 2º trimestre

Por forma a aliviar as empresas e os trabalhadores independentes (“recibos verdes”) do choque económico decorrente da situação epidemiológica que Portugal atraves-sa, o Governo decidiu fl exibilizar, no segundo trimestre, o pagamento de impostos e das contribuições sociais, dando às pessoas e aos empregadores mais tempo para entregarem ao Estado o pagamento do IVA, das retenções na fonte de IRS e IRC e ainda das contribuições sociais.

Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

1/3 do imposto de Abril

Opção 1 – pagamento fracionado em 3 meses

1/3 do imposto de Abril + 1/3 do imposto de Maio

1/3 do imposto de Abril + 1/3 do imposto de Maio + 1/3 do imposto de Junho

Todo o imposto de Julho + 1/3 do imposto de Maio + 1/3 do imposto de Junho

Todo o imposto de Agosto + 1/3 do imposto de Junho(situação regularizada)

Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

1/6 do imposto de Abril

Opção 2 – pagamento fracionado em 6 meses, com juros nos últimos 3 meses

1/6 do imposto de Abril + 1/6 do imposto de Maio

1/6 do imposto de Abril + 1/6 do imposto de Maio + 1/6 do imposto de Junho

Todo o imposto de Julho + 1/6 do imposto de Abril + 1/6 do imposto de Maio +

1/6 do imposto de Junho

Todo o imposto de Agosto + 1/6 do imposto de Abril + 1/6 do imposto de Maio + 1/6 do imposto de Junho

… …

…Situação

regularizada

No que diz respeito à fl exibilização das retenções de IRS, podem benefi ciar:

- todas as empresas e trabalhadores independentes com volume de negócios até (<=) 10M€ em 2018;

- todas as empresas e trabalhadores independentes cuja atividade se enquadre nos setores encerrados nos termos do art.º 7.º do Decreto n.º 2-A/2020;

- todas as empresas e trabalhadores independentes que tenham iniciado/reiniciado atividade em 2019;

- as restantes empresas e trabalhadores independentes, desde que com quebra superior a 20% da faturação face à média dos 3 meses anteriores ao mês da obrigação face ao período homólogo

Para aceder ao pagamento fracionado deverão:- efetuar pedido no Portal das Finanças (validação automá-

tica), para empresas e trabalhadores independentes com VN até 10M€ em 2018, com atividades encerradas ou com início/reinício de atividade em 2019

- efetuar pedido no Portal das Finanças (validação ca-suística), para as restantes, condicionada à submissão de certifi cação por ROC ou CC da quebra de atividade.

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INFORMAÇÕESDIVERSAS

Boletim do Contribuinte236ABRIL 2020 - Nº 7

IRS Declaração de rendimentos modelo 3

Esclarecimentos

A declaração de rendimentos modelo 3 do IRS deverá ser entregue pelos contribuintes que no ano de 2019 tenham auferido rendimentos sujeitos a tributação.

Estabelece o Código do IRS, no seu artigo 57º, que deverá ser apresentada anualmente, pelos sujeitos passivos daquele imposto, uma declaração (declaração modelo 3) relativa aos ren-dimentos auferidos no ano anterior, por forma a que a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) possa proceder à liquidação do IRS.

No Diário da República do dia 14 de outubro, foi publicada a Portaria n.º 370/2019, que procedeu à aprovação do novo modelo de declaração do IRS (modelo 3) e os respetivos anexos que deverão ser utilizados para declarar em 2020 os rendimentos auferidos em 2019.

Como o Código do IRS sofreu, ao longo do último ano, várias alterações, foram aprovados novos anexos e novas instruções.

Assim, foram alterados:- Declaração modelo 3 e respetivas instruções de preen-

chimento;- Anexo A - rendimentos do trabalho dependente e de

pensões - e respetivas instruções de preenchimento;- Anexo B - rendimentos empresariais e profi ssionais au-

feridos por sujeitos passivos abrangidos pelo regime simplifi cado ou que tenham praticado atos isolados - e respetivas instruções de preenchimento;

- Anexo C - rendimentos empresariais e profi ssionais auferidos por sujeitos passivos tributados com base na contabilidade organizada - e respetivas instruções de preenchimento;

- Instruções de preenchimento do Anexo D - imputação de rendimentos de entidades sujeitas ao regime de transparência fi scal e de herança indivisas;

- Anexo E - rendimentos de capitais - e respetivas instru-ções de preenchimento;

- Anexo F - rendimentos prediais - e respetivas instruções de preenchimento;

- Anexo G - mais-valias e outros incrementos patrimoniais - e respetivas instruções de preenchimento;

- Anexo H - benefícios fi scais e deduções - e respetivas instruções de preenchimento;

- Anexo I - rendimentos de herança indivisa;- Anexo J - rendimentos obtidos no estrangeiro - e respe-

tivas instruções de preenchimento;- Anexo L - rendimentos obtidos por residentes não habi-

tuais - e respetivas instruções de preenchimento.Mantêm-se em vigor:- o modelo de impresso relativo ao Anexo D - imputação

de rendimentos de entidades sujeitas ao regime de transparência fi scal e de herança indivisas;

- o modelo de impresso do Anexo G1 - mais-valias não tributadas e respetivas instruções de preenchimento;

- as instruções de preenchimento do Anexo I - rendimentos de herança indivisa.

Como deve ser apresentada a declaração

A declaração modelo 3 é obrigatoriamente entregue por transmissão eletrónica de dados, devendo ter-se em atenção o seguinte:

- Os sujeitos passivos devem dispor de senha pessoal de acesso, a qual pode ser solicitada no endereço eletró-nico www.portaldasfi nancas.gov.pt;

- O cumprimento da obrigação de entrega da declaração por via eletrónica é efetuado através do Portal das Finanças em www.portaldasfi nancas.gov.pt;

- Após a submissão da declaração pode visualizar e im-primir a prova de entrega, em www.portaldasfi nancas.gov.pt/obter/comprovativo/IRS.

O comprovativo da declaração entregue fi ca disponível para consulta e impressão, depois de a declaração ser validada e considerada certa, no endereço atrás indicado. Posteriormente à data de entrega via Internet, pode a Autoridade Tributária e Aduaneira solicitar a apresentação dos documentos compro-vativos da composição do agregado familiar, bem como das restantes pessoas identifi cadas no rosto da declaração ou de quaisquer outros elementos mencionados na declaração.

Tributação conjunta ou separado – opçãoTal como em anos anteriores, os contribuintes casados

ou unidos de facto terão de assinalar se pretendem optar pela opção conjunta, uma vez que esta opção é apenas válida para o ano em causa.

Na tributação separada, cada um dos cônjuges ou dos unidos de facto apresenta uma declaração da qual constem os rendimentos de que é titular e 50% dos rendimentos dos dependentes que integram o agregado familiar (n.º 1 do artigo 59.º do Código do IRS).

A identifi cação do sujeito passivo deve ser efetuada no quadro 3 da declaração (sujeito passivo A).

A identifi cação da composição do agregado familiar deve ser efetuada no quadro 6 de cada uma das declarações dos cônjuges ou unidos de facto, devendo coincidir em ambas as declarações os membros que compõem o agregado familiar.

Nas deduções à coleta previstas no Código do IRS, quando determinadas por referência ao agregado familiar, para cada um dos cônjuges ou unidos de facto:

• Os limites dessas deduções são reduzidos para metade; e

• As percentagens da dedução são aplicadas à totalidade das despesas de que cada sujeito passivo seja titular acrescida de 50% das despesas de que sejam titulares os dependentes que integram o agregado (n.º 14 do artigo 78.º do Código do IRS).

Na tributação conjunta, ambos os cônjuges ou os unidos de facto apresentam uma única declaração da qual conste a totalida-de dos rendimentos obtidos por todos os membros que integram o agregado familiar (n.º 2 do artigo 59.º do Código do IRS).

A identifi cação dos sujeitos passivos deve ser efetuada no quadro 3 (sujeito passivo A) e no quadro 5A (sujeito passivo

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INFORMAÇÕESDIVERSAS

Boletim do Contribuinte 237ABRIL 2020 - Nº 7

B). As deduções à coleta previstas no Código do IRS são determinadas por referência ao agregado familiar.

Os pais separados devem também indicar se os dependentes em guarda conjunta (se for esse o caso) vivem em residência alternada, sendo que esta indicação deve ser dada previamen-te através do Portal das Finanças até 15 de fevereiro do ano seguinte àquele a que o imposto respeita.

No preenchimento da declaração modelo 3 do IRS tome nota do seguinte:

• No caso dos rendimentos de categoria A e H a decla-ração será preenchida automaticamente;

• Se o contribuinte tiver que entregar os Anexos B, C, D, E, I, L, terá de preencher a declaração online;

• Se tiver auferido rendimentos destas categorias no estrangeiro, o contribuinte terá de preencher o Anexo J;

• Caso existam benefícios fi scais, deduções à coleta, acréscimos ou rendimentos isentos sujeitos a engloba-mento, o contribuinte deverá apresentar, conjuntamente com a declaração modelo 3, o Anexo H;

• A entrega do IRS com atraso origina o pagamento de multas, cujo valor varia em função do tempo de atraso.

Novos anexos aprovados pela Portaria n.º 370/2019, de 14.10 (cfr. Boletim do Contribuinte, 2019, pág. 780 e se-guintes).

Anexo A Rendimentos do trabalho dependente e pensões – e respetivas instruções de preenchimento

Anexo B Rendimentos empresariais e profi ssionais auferidos por sujeitos passivos abrangidos pelo regime simplifi cado ou que tenham praticado atos isolados –e respetivas instruções de preenchimento

Anexo C Rendimentos empresariais e profi ssionais auferidos por sujeitos passivos tributados com base na contabilidade organizada – e respetivas instruções de preenchimento

Anexo E Rendimentos de capitais e respetivas instruções de preenchimento

Anexo F rendimentos prediais – e respetivas instruções de preenchimento

Anexo G Mais-valias e outros incrementos patrimoniais – e respetivas instruções de preenchimento

Anexo G1 Mais-valias não tributadas – e respetivas instruções de preenchimento;

Anexo H Benefícios fi scais e deduções – e respetivas instruções de preenchimento;

Anexo I Rendimentos de heranças indivisas – instruções aprovadas pela Port. nº 385-H/2017, de 29.12

Anexo J Rendimentos obtidos no estrangeiro – e respetivas instruções de preenchimento.

Anexo L Rendimentos obtidos por residentes não habituais - e respetivas instruções de preenchimento;

Manutenção de anexos e instruções de preenchimento

Anexo D Imputação de rendimentos de entidades sujeitas ao regime de transparência fi scal e de heranças indivisasModelo aprovado pela Port. nº 34/2019, de 28.1

Anexo L Rendimentos obtidos por residentes não habituais –e respetivas instruções de preenchimento

Anexo G1 Mais-valias não tributadas – respetivas instruções de preenchimento aprovadas pela Port. nº 34/2019, de 28.1

Como entregar a declaração do IRS?

Situação do contribuinte a 31 de dezembro de 2019?

Casado ou unido de facto

Solteiro, separado judicialmente,

divorciado ou viúvo

O cônjuge ou companheiro(a) compõem um

agregado familiar.Os fi lhos

considerados seus dependentes

também fazem parte do agregado

Dependentes em guarda conjunta?

Não Sim

As despesas são declaradas no IRS de ambos os pais

As despesas com os dependentes só entram num

agregado

Cada contribuinte apresenta a sua

declaração em separado.

Os dependentes são mencionados

na declaração de cada um

dos pais e os rendimentos e deduções destes são considerados

em 50%. Se assim

o entenderem, os casados e os unidos de facto podem entregar

o IRS em conjunto

As despesas do dependente são assumidas apenas por um

agregado.Se houver pensão

de alimentos, esta deve ser

declarada por ambos os

pais (um declara que paga e o

outro que recebe)

Cada contribuinte entrega

a declaração de IRS

em separado.Os dependen-tes em guarda

conjunta são de-clarados no IRS

de ambos os pais.Cada um assume uma percentagem

das despesas dos dependentes.

Se a soma das duas percen-

tagens não for 100%, o Fisco

atribui metade a cada um.

(Continua na pág. seguinte)

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Boletim do Contribuinte238ABRIL 2020 - Nº 7

Quem se encontra obrigado à entrega da declaração mod. 3?As pessoas singulares que residam em território português, quando estas, ou os dependentes que integram o respetivo agre-gado familiar, tenham auferido rendimentos sujeitos a IRS que obriguem à sua apresentação (artigo 57.º do Código do IRS).

Havendo casamento ou união de facto, cada um dos côn-juges entrega a sua declaração de rendimentos (tributação em separado), a não ser que seja exercida por ambos a opção pela tributação conjunta, nos termos do art. 59º, nº 2, do Código do IRS, caso em que apresentam uma única declaração.

Qual a data de entrega do IRS em 2020?O prazo de entrega da declaração de IRS irá ocorrer entre

1 de abril e 30 de junho independentemente de este dia ser útil ou não útil e independentemente da natureza dos rendimentos obtidos (cfr art. 60º do Código do IRS). Refi ra-se que, os pra-zos de entrega da declaração modelo 3 do IRS não sofreram qualquer alteração em virtude do COVID-19.

Ao entregar as declarações em separado, um casal pagará menos impostos?

Depende. Apenas em alguns casos será possível pagar menos impostos com a opção pela tributação separada.

Esta é uma opção a ter em conta principalmente em casos em que os membros do casal auferem rendimentos muito distintos ou em casos em que um dos elementos está desempregado.

Quando os rendimentos anuais estão no patamar semelhan-te, é quase indiferente optar pela tributação separada.

Até que idade os fi lhos são considerados dependentes?São considerados dependentes todos os fi lhos menores e

ainda os fi lhos maiores com menos de 25 anos e que não au-fi ram rendimentos superiores ao salário mínimo mensal (€600 em 2020), o que signifi ca que, se o dependente a 31.12.2019, auferiu rendimentos anuais superiores a 8400 euros, deverá entregar a declaração de rendimentos modelo 3 sozinho.

Para identifi car os dependentes deverá ser usado o Quadro 6B.

Quem está a trabalhar fora de Portugal tem de entregar a declaração de IRS?

Os cidadãos que viveram mais de 183 dias no país (segui-dos ou interpolados) ou os que estiveram menos de 183 dias no país, mas que possuíam habitação em território nacional com fi ns de residência habitual a 31 de dezembro, são consi-derados residentes em Portugal e devem apresentar o valor dos rendimentos obtidos no estrangeiro, incluindo a informação sobre o imposto já pago nesse país.

Os cidadãos que não residam atualmente em Portugal devem nomear um representante para apresentar a declaração sobre os rendimentos obtidos no país.

É obrigatório declarar todos os rendimentos obtidos no ano transato?

Não. Nem todos os rendimentos precisam de ser declara-dos. Por exemplo, os rendimentos que sofrem previamente

retenção na fonte a uma taxa liberatória não precisam de ser incluídos na declaração de IRS que irá entregar.

Estes rendimentos incluem os juros resultantes de depósitos de prazo ou de certifi cados do Tesouro ou de aforro.

Como é realizado o preenchimento do IRS de uma pessoa que faleceu?

Nas situações em que um dos cônjuges faleceu no ano a que respeita a entrega da declaração de IRS, os rendimentos do falecido serão englobados com os rendimentos do cônjuge que ainda se encontra vivo (deverá ser utilizado o Quadro 5B).

Deve-se ter em conta que o cálculo do imposto é alvo das mesmas regras que se aplicam aos contribuintes casados.

Se não existir um cônjuge vivo e se existe uma herança indivisa, serão os herdeiros a englobar os rendimentos nas suas declarações, de acordo com a sua quota-parte da herança.

Pessoas casadas podem entregar a declaração de IRS em separado?

Em 2020, os casais unidos de facto ou casados podem voltar a entregar a declaração de IRS em separado.

No entanto, é importante que o contribuinte faça simula-ções, de forma a que se possa perceber qual é a melhor opção para si, uma vez que podem existir discrepâncias enormes entre ambas as simulações (em conjunto e separado).

Por norma, os casais que tenham rendimentos muito dife-rentes têm normalmente mais vantagens em entregar o IRS em conjunto, pois o elemento com maiores rendimentos usufrui de uma taxa mais reduzida.

No entanto, é também possível que, caso os rendimentos sejam relativamente semelhantes, a entrega em separado seja a melhor opção. Mas como cada caso é um caso, é importante sentar-se e “fazer contas à vida” e analisar ambas as opções e assim optar pela mais vantajosa.

Os emigrantes podem ter de apresentar duas declarações de IRS?

No caso de em 2019 ter vivido em Portugal pelo menos 186 dias (sejam seguidos ou interpolados) vai ter de entregar 2 de-clarações de IRS (uma em Portugal e outra no país onde reside).

Isto porque, este ano, existe a possibilidade de ser consi-derado ao mesmo tempo residente fi scal e residente não fi scal.

Se, por exemplo, viveu em Portugal entre 1 de janeiro e 15 de maio, é considerado residente fi scal entre essas datas e como residente não fi scal nas datas posteriores (16 de maio a 31 de dezembro), e neste caso tem que entregar a declaração com os rendimentos e despesas obtidas nesse período.

Se ao emigrar a sua casa foi colocada para arrendamento, vai ter de preencher uma 2ª declaração como não residente fi scal, ou seja, tem de declarar as rendas recebidas entre 16 de maio e 31 de dezembro.

Quem está dispensado da entrega da declaração de IRS?Estão dispensados da apresentação da declaração modelo

3 os sujeitos passivos que, durante o ano, apenas tenham au-

IRS - DECLARAÇÃO MODELO 3Perguntas e respostas

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Boletim do Contribuinte 239ABRIL 2020 - Nº 7

ferido, isolada ou cumulativamente, os seguintes rendimentos (artigo 58.º do Código do IRS):

- €8500,00 ou menos, de rendimentos de trabalho depen-dente ou pensões sem que tenha sido feita qualquer retenção na fonte e não tenha recebido pensões de alimentos de valor superior a €4 104,00;

- rendimentos tributados por taxas liberatórias (artigo 71º do Código do IRS) e não quer englobá-los aos restantes rendimentos para efeitos de aplicação das taxas gerais de IRS.

OuSe em 2019 apenas auferiu:- subsídios ou subvenções no âmbito da Política Agrícola

Comum (PAC) de valor anual inferior a €1715,60 desde que tenha auferido outros rendimentos, estes tenham sido tributados por taxas liberatórias (art. 71º do Código do IRS) ou, sendo rendimentos do trabalho dependente ou pensões, o respetivo montante exceda, isolada ou cumulativamente, €4104,00;

- rendimentos pela realização de atos isolados de valor anual inferior a €1715,60 desde que não tenha au-ferido outros rendimentos ou apenas tenha auferido rendimentos tributados por taxas liberatórias (art. 71º do Código do IRS).

Estando dispensado de entregar a declaração de IRS, o que devo fazer às faturas de 2019?

Caso o contribuinte reúna as condições de dispensa de entrega da declaração, signifi ca que a sua coleta de IRS é zero, pelo que não irá benefi ciar de deduções à coleta e, portanto, não precisa, para este efeito, de realizar quaisquer procedimentos relativamente às faturas que titulam despesas que dão direito àquelas deduções.

Em caso de dispensa de entrega da declaração de IRS, como posso comprovar os rendimentos obtidos?

Após o termo do prazo de entrega da declaração de IRS (30 de junho), pode solicitar à AT uma certidão que é gratuita.

Para tal poderá utilizar o Portal das Finanças em Serviços – Dispensa Entrega IRS – Entregar Pedido

A quem se destina o preenchimento do anexo SS da de-claração de IRS?

O Anexo SS destina-se à Segurança Social. Trata-se de uma declaração anual de rendimentos ilíquidos dos trabalhadores independentes. É através da informação contida neste impresso que a Segurança Social defi ne o escalão contributivo de cada trabalhador independente, que determina o valor a descontar mensalmente para este sistema de providência social.

Os dados declarados no Anexo SS servem ainda para iden-tifi car as denominadas “entidades contratantes”, responsáveis por, pelo menos, 80% dos serviços prestados por trabalhadores independentes. Recorde-se que as entidades contratantes têm de pagar uma taxa contributiva de 5% sobre o valor total dos serviços prestados por cada trabalhador independente.

Estão excluídos da obrigação de entregar o Anexo SS os seguintes trabalhadores independentes:

• Advogados e solicitadores integrados na respetiva Caixa de Previdência;

• Trabalhadores que exerçam em Portugal, com carácter temporário, atividade por conta própria e que provem o seu enquadramento num regime de proteção social obrigatório de outro país;

• Agricultores que recebam subsídios ou subvenções europeus (no âmbito da Política Agrícola Comum) até a quatro vezes o IAS (€1715,6), e que não obtenham outros rendimentos suscetíveis de os enquadrar no regime dos trabalhadores independentes;

• Titulares de direitos sobre explorações agrícolas ou equiparadas, desde que os produtos agrícolas sejam utilizados sobretudo para o seu consumo e dos res-petivos agregados familiares, e que os rendimentos dessa atividade não ultrapassem quatro vezes o IAS (€1715,6).

• Proprietários de embarcações de pesca local e costeira que integrem o rol de tripulação e exerceram efetiva atividade profi ssional nestas embarcações;

• Apanhadores de espécies marinhas e pescadores apea-dos;

• Titulares de rendimentos da categoria B resultantes exclusivamente da produção de eletricidade por inter-médio de unidades de microprodução, quando estes rendimentos sejam excluídos de tributação em IRS, nos termos previstos no regime jurídico próprio.

Qual a dedução específi ca aplicável aos rendimentos do trabalho dependente?

A dedução específi ca é a seguinte:- € 4104 ou, quando superior, o valor total das contribuições

obrigatórias para regimes de proteção social- elevação para 75% x 12 x RMMG para o ano de 2010 (€

4275), existindo quotas para associações profi ssionais indispensáveis ao exercício de atividade profi ssional por conta de outrem;

- indemnizações pagas pelo trabalhador por rescisão unila-teral do contrato de trabalho sem aviso prévio;

- quotas para sindicatos, até 1% do rendimento bruto, acrescidas de 50%.

Aos rendimentos empresariais e profi ssionais aplica-se alguma dedução específi ca?

Se o contribuinte optou pelo regime simplifi cado, não há deduções de despesas, com exceção dos sujeitos passivos que obtenham rendimentos decorrentes de atividades profi ssionais (previstas na tabela do artigo 151.º do Código do IRS) e outros rendimentos de prestações de serviços não previstos na tabela, os quais podem deduzir as contribuições obrigatórias para regimes de proteção social, na parte em que excedam 10% dos rendimentos brutos, quando não deduzidas a outro título.

(Continua na pág. seguinte)

IRS - DECLARAÇÃO MODELO 3Perguntas e respostas

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Boletim do Contribuinte240ABRIL 2020 - Nº 7

Se a opção do sujeito passivo para a determinação da matéria coletável foi do regime de contabilidade organizada, então, em regra, serão aceites as despesas inerentes à atividade.

Possuo um imóvel arrendado. Quais as despesas que posso deduzir aos rendimentos que obtenho?

São dedutíveis todos os gastos efetivamente suportados e pagos, à exceção dos gastos de natureza fi nanceira, depre-ciações, mobiliário, eletrodomésticos, artigos de decoração e conforto. Ou seja, no Quadro 4.1 ou 4.2 (contratos de arren-damento de longa duração) podem ser deduzidos os seguintes encargos:

- pinturas interiores e exteriores;- reparação ou substituição de canalizações;- energia e manutenção de elevadores;- remuneração de porteiros e serviços de limpeza;- prémios de seguros de incêndio;- prémios de seguros de partes comuns;- taxas autárquicas (IMI, taxa de saneamento e esgotos).

Sou pensionista. Todo o meu rendimento auferido a título de reforma é tributado?

Não. Existe uma dedução específi ca no montante de € 4104 por titular. São ainda dedutíveis as quotas para sindicatos até 1% do rendimento bruto, acrescidas de 50%, bem como as contribuições obrigatórias para regimes de proteção social e para subsistemas legais de saúde, na parte que exceda o montante de € 4104.

Sou titular de direitos de autor. Como irei ser tributado?Os direitos de autor auferidos pelo titular originário re-

sidente em território português são englobados em 50% do seu valor, estando o valor excluído de tributação limitado a € 10.000.

Quais as despesas de educação aceites como dedução à coleta do IRS?

De acordo com artigo 78.º-D do CIRS, são aceites como deduções de educação no IRS as despesas com faturas que titulem prestações de serviços e aquisições de bens, isentos de IVA ou tributados à taxa reduzida, comunicadas à Autoridade Tributária e Aduaneira, nos seguintes setores de atividade:

• Secção P, classe 85 - Educação;• Secção G, classe 47610 - Comércio a retalho de livros,

em estabelecimentos especializados;• Secção G, Classe 88910 - Atividades de cuidados para

crianças, sem alojamento.São dedutíveis as despesas com amas, explicadores,

formadores e professores, desde que estes profi ssionais pas-sem fatura, assim como os encargos com o ensino de línguas ou música em estabelecimentos integrados no Sistema Nacional de Educação.

Ou seja, só as faturas emitidas por estes profi ssionais, à taxa reduzida (6%) ou isentos de IVA, servem como despesas de educação a abater no IRS.

As despesas com IVA a 23% não são aceites.

Qual o limite da dedução com as despesas de educação?Os limites são: 30% das importâncias pagas com o limite

global de € 800,00.

Quais os encargos com a saúde que podem ser dedutíveis em IRS?

São aceites como deduções de saúde no IRS (artigo 78.º-C do CIRS) as despesas dos membros do agregado familiar que constem em faturas identifi cadas com NIF relativas à prestação de serviços e aquisições de bens (isentas de IVA ou tributadas à taxa reduzida) nos setores de:

• atividade de saúde humana;• comércio a retalho de produtos farmacêuticos, em

estabelecimentos especializados; • comércio a retalho de produtos médicos e ortopédicos,

em estabelecimentos especializados;• comércio a retalho de material ótico em estabelecimen-

tos especializados;São válidas as faturas emitidas por empresas e por profi s-

sionais liberais identifi cados no artigo 151.º do CIRS:• enfermeiros;• fi sioterapeutas;• terapeutas da fala;• outros técnicos paramédicos;• dentistas;• médicos analistas;• médicos cirurgiões;• médicos de bordo em navios;• médicos de clínica geral;• médicos dentistas;• médicos estomatologistas;• médicos fi siatras;• médicos gastroenterologistas;• médicos oftalmologistas;• médicos ortopedistas;• médicos otorrinolaringologistas;• médicos pediatras;• médicos radiologistas;• médicos de outras especialidades.São assim aceites:• as intervenções cirúrgicas;• os internamentos em clínicas, hospitais e casas de

saúde;• as próteses e ortóteses (muletas, aparelhos de correção

de dentes, óculos, dentaduras);• os tratamentos termais ou semelhantes tratamentos

prescritos;• medicamentos receitados por médico;• medicamentos de venda livre;• despesas de deslocação e de estadia essenciais ao tra-

tamento (ambulâncias);• fraldas para incontinentes;

IRS - DECLARAÇÃO MODELO 3Perguntas e respostas

Page 17: Decreto-Lei n.º 10-F/2020, de 26 de março Regime excecional e … · 2020. 4. 8. · 228 Boletim do Contribuinte ABRIL 2020 - Nº 7 IVA Declaração periódica – regime mensal

Boletim do Contribuinte 241ABRIL 2020 - Nº 7

• produtos sem glúten.Despesas com a saúde

(15%)Limite máximo

Despesas isentas de IVA ou com taxa de IVA de 6% (taxa reduzida) do contribuinte, do seu agregado familiar ou dos ascendentes e colaterais até ao 3º grau

€1000 por agregado familiar ou €500 para tributação em separado

Despesas com taxa de IVA de 23% do contribuinte, do seu agregado familiar ou dos ascendentes e colaterais até ao 3º grau, desde que justifi cadas por receita médica

€1000 por agregado familiar ou €500 para tributação em separado

Encargos com prémios de seguros de saúde

€1000 por agregado familiar ou €500 para tributação em separado

Despesas pagas e não reem-bolsadas do contribuinte e seus dependentes, de ascen-dentes e colaterais até ao 3º grau, desde que não obtenham rendimentos superiores à opensão mínima do regime geral (€273,29) e vivam em economia comum com o contribuinte.

€1000 por agregado familiar ou €500 para tributação em separado

Quanto se pode deduzir com saúde no IRS?É possível deduzir 15% dos gastos em saúde de qualquer

membro do agregado familiar mas com um limite global de € 1000.

Despesas com a habitação. O que deduzir no IRS?No IRS de 2019, a percentagem dedutível ao rendimento

obtido é de 15%.No caso das rendas, não poderá deduzir mais de € 502 ou

até aos € 800 se o rendimento coletável foi inferior a € 7092.Já os juros de empréstimos à habitação têm um limite

dedutível fi xado nos € 296 para a maioria dos contribuintes. Mas quem ganhou menos de € 7092 poderá deduzir até € 450 de juros de dívidas relacionadas com a compra ou construção de casa.

Em que consiste a dedução bonifi cada para o arrenda-mento?

Para os contribuintes com rendimento coletável até €7091 (1º escalão do IRS previsto no art. 68º do CIRS), o limite das deduções das rendas sobre para €800.

Já os contribuintes com rendimento coletável entre 7092 e 20 261 euros (2º escalão do IRS previsto no art. 68º do CIRS), a dedução máxima varia entre 799 e 503 euros. Á medida que o rendimento vai subindo, a bonifi cação vai descendo.

Despesas gerais familiares. Qual o montante da dedução?Pode deduzir 35% das despesas gerais familiares, com um

teto máximo de € 250 por contribuinte (€ 500 por casal). Refi ra--se que é considerado no campo “despesas gerais familiares”

as seguintes despesas do agregado:• supermercado;• vestuário;• eletrodomésticos;• obras realizadas por arrendatários;• combustíveis;• água;• luz;• telefone;• telemóveis;• internet;• televisão;• etc.Basicamente, nesta categoria entram as despesas com

número de contribuinte que não se enquadram nas restantes categorias (educação, saúde, imóveis, etc.).

De salientar ainda, que o número de fi lhos não tem qualquer infl uência neste limite.

Posso deduzir no meu IRS as despesas que efetuei com o veterinário?

As despesas veterinárias passam a entrar no IRS em 2019 nas deduções do IVA, ou seja, as despesas com veterinários dão direito a dedução no IRS juntamente com as despesas de reparação de automóveis e motociclos, cabeleireiros, aloja-mento e restauração.

Estas despesas do veterinário devem conter o número de contribuinte do pagador do serviço para serem deduzidas. Esta dedução é automática, a partir do momento em que é emitida fatura com número de contribuinte, devendo ser validada no e-fatura.

O limite que pode ser dedutível é o seguinte: 15% do IVA do total gasto em despesas veterinárias, reparação de auto-móveis e motociclos, cabeleireiros, alojamento e restauração.

A devolução de IVA possível nas despesas conjuntas destes setores está limitada a € 250 por agregado familiar.

Sou casado e em 2019 eu e a minha mulher apenas ob-tivemos rendimentos de trabalho por conta de outrem. Podemos benefi ciar da declaração automática de IRS?

A partir do dia 1 de abril (inicio do prazo de entrega da declaração modelo 3 do IRS), já se encontra uma proposta de liquidação de IRS no Portal das Finanças para os contribuintes com rendimentos exclusivos do trabalho dependente (categoria A) ou de pensões (categoria H), com ou sem dependentes a cargo, mas sem pensão de alimentos

Os donativos e os PPR também já se encontram previstos na declaração automática do IRS.

Em 2019 eu e a minha mulher auferimos rendimentos do trabalho dependente. Eu pago uma pensão de alimentos. Posso benefi ciar da declaração automática do IRS?

Não. Como paga uma pensão de alimentos, não está abran-

(Continua na pág. seguinte)

IRS - DECLARAÇÃO MODELO 3Perguntas e respostas

Page 18: Decreto-Lei n.º 10-F/2020, de 26 de março Regime excecional e … · 2020. 4. 8. · 228 Boletim do Contribuinte ABRIL 2020 - Nº 7 IVA Declaração periódica – regime mensal

Boletim do Contribuinte242ABRIL 2020 - Nº 7

gido pela declaração automática do IRS. Quem pode benefi ciar da declaração automática de ren-dimentos?

Podem benefi ciar os contribuintes que reúnam todas as seguintes condições:

• Apenas tenham obtido rendimentos:- do trabalho por conta de outrem, com exceção das

gratifi cações não atribuídas pelo empregador (por exemplo, gorjetas);

- de pensões (exceto pensões de alimentos);- tributados às taxas previstas no artigo 71.º do Código

do IRS (mas que não optem por englobar esses rendimentos, ou seja, considerá-los para cálculo do imposto).

• Só tenham obtido rendimentos em Portugal (de enti-dades obrigadas a comunicar rendimentos e retenções às Finanças);

• Que tenham a sua residência fi scal em Portugal durante todo o ano a que a declaração diz respeito;

• Que não tenham estatuto de residente não habitual;• Não usufruam de benefícios fi scais (exceto os relativos

aos planos de poupança-reforma e ao mecenato);• Que, a 31 de dezembro do ano a que respeita o imposto,

não tenham dívidas à Segurança Social nem às Finan-ças;

• Não tenham pago pensões de alimentos;• Que não queiram descontar no IRS despesas com as-

cendentes;• Que não tenham de declarar valores correspondentes a

benefícios fi scais de que usufruíram e que agora têm de repor por não terem cumprido as condições necessárias;

• Que não tenham direito a deduções: por defi ciência; por dupla tributação internacional; por adicional ao imposto municipal sobre imóveis.

Se eu confi rmar ou não fi zer nada a uma declaração provi-sória que tenha omissões de rendimentos, o que acontece?

O contribuinte deve verifi car se a declaração automática de IRS provisória disponibilizada pela AT corresponde à sua concreta situação tributária em todos os elementos, à data de 31.12.2019, nomeadamente elementos pessoais, nome, NIF, estado civil, sem dependentes, bem como elementos materiais, como sejam os rendimentos, as retenções na fonte, as contribuições sociais, as despesas para dedução à coleta, IBAN, etc.

Caso o contribuinte confi rme esta declaração automáti-ca de IRS, considera-se, para todos os efeitos legais, como declaração entregue pelo contribuinte. Assim, nestes casos, bem como nas situações em que o contribuinte não confi rma a declaração provisória, nem entrega a declaração modelo 3, não estando dela dispensado, se se verifi carem omissões ou inexatidões que sejam imputáveis ao contribuinte, está sujeito a contraordenação.

Se eu optar pela declaração automática do IRS e precisar de apresentar um comprovativo da minha declaração de rendimentos, poderei obter esse comprovativo?

Sim. Após a confi rmação da declaração provisória, esta considera-se entregue para todos os efeitos legais, pelo que pode obter o comprovativo da entrega da mesma forma que a que se verifi ca na entrega da declaração nos termos normais.

Se não proceder à confi rmação da declaração provisória e esta só venha a ser considerada entregue após o termos do prazo legal de entrega da declaração de IRS (31 de maio), após essa data também poderá obter o comprovativo da entrega, da mesma forma que se verifi ca na entrega da declaração nos termos normais.

O meu IBAN foi alterado. Posso colocar o novo na decla-ração automática de rendimentos?

Sim. Na página da declaração automática do IRS vai po-der indicar se o IBAN se mantém e, não sendo o caso, pode proceder à sua alteração. Recomenda-se ainda que proceda a essa atualização de cadastro no Portal das Finanças.

Sou casada e em 2019 o meu marido não auferiu rendimen-tos, sendo que eu apenas auferi rendimentos do trabalho por conta de outrem. Podemos benefi ciar da declaração automática de IRS?

Sim, podem, desde que não tenham dependentes nem ascendentes que vivam em comunhão de habitação, tenham residido em Portugal durante todo o ano e os rendimentos tenham sido obtidos no nosso país e não tenham benefícios fi scais, nem tenham pago pensões de alimentos.

Sou solteira e tenho um fi lho menor que vive comigo. Posso benefi ciar da declaração automática de IRS?

Sim. No IRS do ano de 2019, os contribuintes que tenham dependentes benefi ciam da declaração automática de IRS.

O IRS automático em 2019 inclui famílias com fi lhos que tenham rendimentos do trabalho por conta de outrem ou pensões.

Os agregados que tiverem outras categorias de rendimen-tos, como recibos verdes ou rendimentos de capital, continuam a não ter acesso ao pré-preenchimento automático.

No ano passado tinha um PPR e por isso não pude benefi -ciar da declaração automática. Este ano, posso?

Sim. Agora, quem aplique o dinheiro em planos poupança--reforma e preencha as restantes condições pode benefi ciar da declaração automática de IRS.

Trabalho para uma empresa e o meu marido está reforma-do. Não temos fi lhos nem ascendentes a cargo e em 2019 os únicos rendimentos que obtivemos foram as remunerações que a empresa me pagou e a pensão do meu marido paga pela segurança social. Podemos benefi ciar da declaração automática do IRS?

Sim, desde que não tenham benefícios fi scais, tenham residido durante todo o ano em Portugal e os rendimentos

IRS - DECLARAÇÃO MODELO 3Perguntas e respostas

Page 19: Decreto-Lei n.º 10-F/2020, de 26 de março Regime excecional e … · 2020. 4. 8. · 228 Boletim do Contribuinte ABRIL 2020 - Nº 7 IVA Declaração periódica – regime mensal

Boletim do Contribuinte 243ABRIL 2020 - Nº 7

tenham sido obtidos no mesmo país e não tenham pago pen-sões de alimentos.

Sou solteiro e o único rendimento que obtive em 2019 foi a minha pensão de reforma paga pela Caixa Geral de Apo-sentações. Tenho um grau de incapacidade de 70%. Posso benefi ciar da declaração automática do IRS?

Não. As pessoas com um grau de incapacidade igual ou superior a 70% têm direito a deduções à coleta pela incapa-cidade e gozam de benefícios fi scais, pelo que em 2019 não estão abrangidos pela declaração automática do IRS.

Em 2019, para além das remunerações que me foram pa-gas, obtive ainda um rendimento com a venda de uma casa de que era proprietário. Posso benefi ciar da declaração automática do IRS?

Não. A declaração automática do IRS apenas se aplica a contribuintes que em 2019 só tenham obtido rendimentos do trabalho dependente (com exceção das gratifi cações não atribuídas pela entidade patronal) ou de pensões (com exceção

IRS - DECLARAÇÃO MODELO 3Perguntas e respostas

das pensões de alimentos) ou ainda rendimentos tributados por retenção na fonte a taxas liberatórias e não pretendam optar pelo respetivo englobamento.

Além do rendimento de trabalho dependente, também aufi ro rendimentos prediais, os quais são sujeitos a tri-butação autónoma, pois não quero optar pelo seu englo-bamento. Sou abrangido pela declaração automática de rendimentos?

Não. Apesar de os rendimentos prediais serem tributados por taxa autónoma, quando não é exercida a opção pelo seu englobamento, os rendimentos prediais não estão abrangidos pela declaração automática de rendimentos, pelo que deve entregar a declaração nos termos normais.

Qual o prazo para pagamento do IRS, se for o caso?O prazo para pagamento do IRS encontra-se fi xado até ao

dia 31 de agosto. De referir que, tendo sido exercida a opção pela tributação conjunta, a responsabilidade dos sujeitos pas-sivos pelo pagamento do imposto é solidária.

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INFORMAÇÕESDIVERSAS

Boletim do Contribuinte244ABRIL 2020 - Nº 7

Orçamento do Estado 2020Alterações fi scais

I. IntroduçãoFoi publicada a Lei n.º 2/2020, de 31 de Março, que

aprova o Orçamento de Estado (O.E.) para 2020.A Lei do O.E. para 2020, incluindo as alterações, atuali-

zações e autorizações em matéria fi scal nela previstas, entrará em vigor no dia 1 de Abril de 2020.

II. O impacto do OE nas famílias

Regime Residentes Não HabituaisNo seguimento das propostas de alteração à Proposta de

Orçamento do Estado inicial, é revogada a isenção de IRS no âmbito do regime dos Residentes Não Habituais (RNH) para as pensões de fonte estrangeira.

Em substituição, é introduzida a tributação dessas pensões a uma taxa fi xa de 10%, a qual, no entanto, passa especifi -camente a prever resgates antecipados e recebimentos de montante de capital contribuído na duração do contrato de trabalho, ainda que não tenham sido sujeitas a tributação como rendimento de trabalho dependente (categoria A de IRS), mesmo que em montantes únicos (chamados “lump sum”), desde que sejam qualifi cados como pensões.

Esta nova tributação à taxa de 10% apenas é estabelecida para os contribuintes que se tornem residentes e se registem como RNH após a entrada em vigor da Lei do O.E. para 2020, ressalvando-se a aplicação da isenção para pensões de fonte estrangeira que vigorava até hoje para os RNH já inscritos como tal, bem como aos contribuintes que sejam considerados como residentes fi scais em Portugal até 31 de Março de 2020 e peçam o registo como RNH com efeitos a 2019 ou 2020 (sendo, em qualquer caso, possível optar pela aplicação do novo regime).

Isenção para jovens trabalhadoresEstabelece-se que ficam parcialmente excluídos de

tributação em sede, de IRS, os rendimentos do trabalho dependente recebidos por sujeitos passivos que: (i) tenham idade compreendida entre os 18 e os 26 anos; (ii) não sejam considerados dependentes; e (iii) recebam rendimentos brutos anuais de montante igual ou inferior a € 25.075.*

A isenção atribuída a jovens trabalhadores apenas poderá ser aplicada nos primeiros 3 anos de obtenção de rendimen-tos, após o ano de conclusão de nível de estudos igual ao

Nota de redação:A Lei nº 2/2020, de 31.3, será parcialmente reproduzida no próximo

número do Boletim do Contribuinte.

superior ao nível 4 do Quadro Nacional de Qualifi cações (ensino secundário) e desde que este ocorra em 2020 ou em ano posterior.

Esta isenção tem os seguintes limites:Limites

Ano de atividade Isenção de Montante máximo

de rendimento isento

1.º 30% do rendimento 7.5 x IAS(*) € 3.291,08

2.º 20% do rendimento 5 x IAS(*) € 2.194.05

3.º 10% do rendimento 2.5 x IAS(*) € 1.097.03

(*) Prevê-se que o IAS para 2020 corresponda a € 438.81

Nos termos da Lei do OE para 2020, os sujeitos passivos só poderão benefi ciar uma vez desta isenção, a qual estará ainda dependente da submissão do certifi cado comprovativo da conclusão do ciclo de estudos, através do Portal das Finanças, até 15 de Fevereiro do ano seguinte ao primeiro ano em que obtenham rendimentos após a conclusão do ciclo de estudos.

A opção pela isenção dos referidos rendimentos deve ser efectuada na declaração Modelo 3 de IRS, sendo os restantes rendimentos tributados às taxas gerais, considerando-se a totalidade dos rendimentos para determinar a taxa aplicável (isenção com progressividade).

A taxa de retenção na fonte será igualmente determinada com base na totalidade dos rendimentos recebidos, sendo, porém, aplicada apenas sobre a parte do rendimento que não esteja isenta. Para tanto, os sujeitos passivos deverão invocar, junto das entidades devedoras, a possibilidade de benefi ciar desta isenção, através da entrega de documento comprovativo da conclusão do ciclo de estudos.

Mais-valias de imóveis para a esfera particularPassam a estar excluídas de tributação, como rendimentos

empresariais, as mais-valias provenientes da transferência para a esfera particular do empresário de imóvel habitacional que esteja afeto à atividade do empresário e que seja imediatamente afeto à obtenção de rendimentos prediais (categoria F de IRS). Contudo, determina-se que a transferência do imóvel para a esfera particular do empresário se deva qualifi car como uma mais-valia (categoria G de IRS), caso, em resultado dessa transferência, o mesmo não gere rendimentos prediais, durante os cinco anos posteriores à transferência.

Alojamento local no regime simplifi cadoConsagra-se que os rendimentos obtidos da atividade de

alojamento local na modalidade de moradia ou apartamento, localizados em área de contenção (áreas defi nidas pelos Re-gulamentos Municipais dos Municípios, onde o registo de actividades de Alojamento Local está sujeito a restrições), passam a ser tributados em 50% do seu montante, de acordo com as regras aplicáveis aos rendimentos empresariais e pro-fi ssionais (categoria B de IRS).

Programas municipais para arrendamento habitacionalFicam isentos de tributação em sede de IRS os rendimen-

tos prediais obtidos no âmbito dos Programas Municipais de oferta para arrendamento habitacional a custos acessíveis (entendendo-se como tal os que tenham por objecto contra-tos de arrendamento e subarrendamento habitacional por um prazo mínimo de arrendamento não inferior a cinco anos e

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Boletim do Contribuinte 245ABRIL 2020 - Nº 7

cujo limite geral de preço de renda por tipologia não exceda o defi nido na Portaria n.º 176/2019, de 6 de Junho), sendo que esta isenção depende de reconhecimento pelo membro do Governo responsável pela área das fi nanças.

Englobamento em casos de isenção de rendimentos prediais

Caso o sujeito passivo que benefi cie da isenção aplicável a rendimentos prediais (obtidos no âmbito dos programas Municipais de oferta para arrendamento habitacional a custos acessíveis) obtenha outros rendimentos desta categoria e opte pelo seu englobamento, o englobamento destes rendimentos isentos será obrigatório (isenção com progressividade). Caso não obtenha outros rendimentos desta categoria ou não opte pelo seu englobamento, estes também não serão considerados para efeitos de determinação da taxa marginal aplicável ao rendimento global do sujeito passivo.

Tabela de taxas progressivasDetermina-se que os limites dos escalões da tabela das

taxas gerais de IRS sejam atualizados em 0,3%, mantendo-se as mesmas taxas aplicáveis aprovadas no OE para 2019. Assim, estabelece-se a seguinte tabela de taxas de IRS:

Rendimento tributável (anual)

Taxa

Normal Média

Abaixo de € 7.112 14,50 14,500

De € 7.112 a € 10.732 23,00 17,367

De € 10.732 a € 20.322 28,50 22,621

De € 20.322 a € 25.075 35,00 24,967

De € 25.075 a € 36.967 37,00 28,838

De € 36.967 a € 80.882 45,00 37,613

Acima de € 80.882 48,00 -

Deduções de descendentes e ascendentesNo caso de responsabilidade parental conjunta e residência

alternada do menor, estabelece-se que a dedução pessoal por dependente de € 300 e o acréscimo de € 63, anteriormente previstos, passem a ser de € 300 e € 150, respetivamente, a partir do segundo dependente, quando existam dois ou mais dependentes que não ultrapassem três anos de idade até 31 de dezembro do ano a que respeita o imposto.

Retenção para entidades gestoras de plataformas de fi nanciamento colaborativo (“crowdfunding”)As entidades gestoras de plataformas de fi nanciamento cola-

borativo (“crowdfunding”), cuja sede ou direção efetiva ou es-tabelecimento estável esteja localizado em território português, passam a estar obrigadas a realizar retenções na fonte sobre os rendimentos de capitais que paguem ou coloquem à disposição.

Pagamentos por contaEstabelece-se o alargamento da possibilidade de os sujeitos

passivos poderem efetuar pagamentos por conta devidos a título fi nal a todas as categorias de IRS (e já não só aos titula-res de rendimentos de categoria A e de categoria H, conforme previsto na legislação ainda em vigor), quando as entidades devedoras dos rendimentos não se encontrem obrigadas a efetuar retenção na fonte de IRS, desde que o montante de cada entrega seja igual ou superior a € 50.

Cobrança devida à caixa de providência dos advoga-dos e solicitadoresA cobrança de montantes devidos à Caixa de Providência

dos Advogados e Solicitadores (CPAS) passa a ser efectuada através do processo de execução de dívidas à Segurança Social (nos termos do Decreto-Lei n.º 42/2001, de 9 de Fevereiro). Para este efeito, a CPAS passa a ser equiparada à Instituição da Segurança Social.

Crédito ao consumoEstabelece-se o agravamento do Imposto do Selo no crédito

a consumidores, consoante o prazo, nos seguintes termos: (i) inferior a um ano – 0,141% (anteriormente 0,128%); (ii) igual ou superior a um ano – 1,76% (anteriormente 1,6%); (iii) igual ou superior a cinco anos – 1,76% (anteriormente 1,6%); e (iv) crédito utilizado sob a forma de conta-corrente, descoberto bancário ou qualquer outra forma em que o prazo de utilização não seja determinado ou determinável, sobre a média mensal obtida através da soma dos saldos em dívida apu-rados diariamente, durante o mês, divididos por 30 - 0,141% (anteriormente 0,128%).

III. O impacto do OE nas empresas IRC nas pequenas e médias empresasNo âmbito das Pequenas e Médias Empresas (PME),

consagra-se que a matéria coletável de IRC sujeita à taxa redu-zida de 17% seja aumentada de € 15.000 para € 25.000. Caso a atividade seja exercida em territórios do interior, prevê-se que a matéria coletável sujeita à taxa reduzida de 12,5% seja aumentada de € 15.000 para € 25.000.

Alojamento local em áreas de contençãoEstabelece-se, no caso de exploração de estabelecimentos

de alojamento local na modalidade de moradia ou apartamento que estejam localizados em área de contenção, o aumento do coefi ciente aplicável, para efeitos de determinação da matéria coletável no regime simplifi cado de IRC, de 0,35 para 0,50.

Passes sociaisEstipula-se que os gastos suportados com a aquisição de

passes sociais em benefício do pessoal do sujeito passivo sejam considerados, para efeitos da determinação do lucro tributável, em valor correspondente a 130% em sede de IRC, desde que tenham carácter geral e não revistam a natureza de rendimentos do trabalho dependente ou, revestindo-o, sejam de difícil ou complexa individualização relativamente a cada um dos benefi ciários.

Alargamento da “patent box”O regime designado de “Patent Box”, em sede de IRC,

passa a aplicar-se aos rendimentos provenientes de contratos que tenham por objeto a cessão ou a utilização temporária de direitos de autor sobre programas de computador, bem como aos rendimentos decorrentes da violação dos direitos de pro-priedade industrial ou dos direitos de autor sobre programas de computador, concorrendo, assim, para a determinação do lucro tributável, em sede de IRC, em apenas metade do seu valor. Simultaneamente, estabelece-se que a aplicação deste regime passe a exigir que os contratos se encontrem registados, deixando de bastar que os mesmos sejam sujeitos a registo.

(Continua na pág. seguinte)

Page 22: Decreto-Lei n.º 10-F/2020, de 26 de março Regime excecional e … · 2020. 4. 8. · 228 Boletim do Contribuinte ABRIL 2020 - Nº 7 IVA Declaração periódica – regime mensal

INFORMAÇÕESDIVERSAS

Boletim do Contribuinte246ABRIL 2020 - Nº 7

Operações fi nanceiras destinadas a carências de tesourariaConsagra-se que a isenção em sede de Imposto do Selo

e aplicável às operações fi nanceiras, por prazo não superior a um ano, destinadas à cobertura de carência de tesouraria fi que limitada aos empréstimos e respetivos juros e já não a quaisquer operações fi nanceiras.

Ao contrário do que se encontrava na Proposta de Orça-mento do Estado, não foi aprovada a eliminação da referência às sociedades de capital de risco, as quais fi cariam, de acordo com aquela Proposta, obrigadas a cumprir os requisitos de domínio ou de participação previstos para a generalidade das sociedades.

De igual modo, não foi aprovada a proposta de fazer de-pender a possibilidade da isenção da verifi cação de um período de detenção da titularidade das participações de, pelo menos, um ano consecutivo ou desde a constituição da entidade par-ticipada, contanto que, neste último caso, a participação fosse mantida durante aquele período.

Operações fi nanceiras em contratos de gestão centralizada de tesourariaConsagra-se a autonomização da isenção, em sede de

Imposto do Selo, para empréstimos, incluindo os respetivos juros, por prazo não superior a um ano, quando concedidos por sociedades, no âmbito de um contrato de gestão centralizada de tesouraria, a favor de sociedades com a qual estejam em relação de domínio ou de grupo. Para este efeito, considera-se que existe relação de domínio ou grupo quando uma socie-dade, dita dominante, detém, há mais de um ano, direta ou indiretamente, pelo menos, 75% do capital de outra ou outras sociedades ditas dominadas e desde que tal participação lhe confi ra mais de 50% dos direitos de voto.

Valorização do interiorÉ concedida uma autorização legislativa ao Governo para

a criação de um regime de benefícios fi scais, em sede de IRC, através de uma dedução à colecta do IRC correspondente a 20% dos gastos incorridos, que excedam o valor da retribuição mínima nacional garantida, com a criação de postos de trabalho nos territórios do interior e tendo como limite a colecta do período de tributação.

Imposto Especial de Jogo OnlineA taxa do Imposto Especial de Jogo Online nos jogos de

fortuna ou azar e a taxa do Imposto Especial de Jogo Online nas Apostas Hípicas passa de 15% para 25%.

Comissões por jogadoresAs comissões cobradas aos jogadores por parte da entidade

exploradora passam a integrar a receita bruta, para efeitos de base de incidência do Imposto Especial de Jogo Online.

Apostas desportivas à cotaNo que concerne às apostas desportivas à cota, o Orçamen-

to de Estado de 2020 consagra uma taxa única de 8%. Nos

casos em que as comissões cobradas pela entidade exploradora são o único rendimento diretamente resultante da exploração das apostas, desportivas ou hípicas, à cota e em que os apos-tadores jogam uns contra os outros, a correspondente taxa passa de 15% para 35%.

IV. O impacto do OE no consumoArtistas tauromáquicosEstipula-se que as entradas em espectáculos de tauroma-

quia, que benefi ciavam da taxa reduzida de 6%, passem a ser tributadas à taxa normal de imposto, ou seja, 23%.

Adicionalmente, consagra-se que as entradas em expo-sições passam a estar abrangidas pela taxa reduzida de IVA.

Viaturas eléctricas ou híbridasDetermina-se que o IVA respeitante à eletricidade utilizada

em viaturas elétricas ou híbridas plug-in passe a ser dedutível.

Sujeitos passivos isentos de IVAProcede-se ao aumento do limite até ao qual os sujeitos

passivos que não possuem contabilidade organizada e que não praticam operações de importação ou exportação estão isentos de IVA, fi xando-se tal limite, num primeiro momento, em € 11.000 e, num segundo momento, em € 12.500 (anteriormente de € 10.000).

Créditos de cobrança duvidosaDetermina-se que sejam qualifi cados como créditos de

cobrança duvidosa os créditos que se encontrem em mora há mais de 12 meses (ao invés dos atuais 24 meses), desde a data do respetivo vencimento, desde que existam provas objectivas de imparidade e de terem sido efetuadas diligências para o seu recebimento.

Nesse sentido, o pedido de autorização prévia para a dedução do imposto relativo a créditos considerados de cobrança duvi-dosa deve ser apreciado pela Autoridade Tributária e Aduaneira no prazo máximo de quatro meses, atualmente de oito meses, fi ndo o qual se considera indeferido, mantendo-se a exceção para os créditos com valor inferior a € 150.000 (IVA incluído).

No que concerne à documentação de suporte exigida para a regularização a favor do sujeito passivo, estabelece-se que a certifi cação exigida possa, também, ser efetuada por contabilista certifi cado independente, nas situações em que a regularização não exceda os € 10.000 por declaração periódica. Nos restantes casos, manter-se-á a certifi cação por Revisor Ofi cial de Contas.

No que respeita à recuperação do IVA relativo a crédi-tos incobráveis, uma vez que a regularização dos créditos não depende de pedido de autorização prévia, determina-se que a certifi cação deve ser efetuada até ao termo do prazo estabelecido para a entrega da declaração periódica ou até à data de entrega da mesma, quando esta ocorra fora do prazo. Estabelece-se, ainda, que a certifi cação exigida para a dedução do imposto respeitante a créditos incobráveis possa, também, ser efetuada por contabilista certifi cado independente, para além de por Revisor Ofi cial de Contas.

Águas residuaisClarifi ca-se a aplicação da taxa reduzida a águas residuais

tratadas, passando estas a benefi ciar da taxa reduzida de 6%, através do aditamento da Verba 2.35.

(Continuação da pág. anterior)

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Boletim do Contribuinte 247ABRIL 2020 - Nº 7

Entradas em jardins zoológicos e outrosEstabelece-se que as entradas em jardins zoológicos, botâ-

nicos e aquários públicos, bem como em exposições passem a benefi ciar da taxa reduzida, sendo excluídas as entradas em espetáculos de tauromaquia, passando, assim, a aplicar-se a taxa normal de imposto, a qual, tudo indica, se manterá nos atuais 23%.

Visitas a edifícios de interesse nacionalDetermina-se a aplicação da taxa reduzida às prestações

de serviços que consistam em proporcionar a visita, guiada ou não, a edifícios classifi cados de interesse nacional, público ou municipal e a museus que cumpram os requisitos previstos na Lei-Quadro dos Museus Portugueses, com exclusão dos fi ns lucrativos, e que não benefi ciem da isenção prevista para prestações de serviços prevista no n.º 13 do Artigo 9.º do Código do IVA.

Restituição do IVAConsagra-se -se que o Instituto da Conservação da Natu-

reza e das Florestas I.P (ICNF, I. P.) e as entidades sem fi ns lucrativos do sistema nacional de ciência e tecnologia passam a benefi ciar da restituição, total ou parcial, do IVA suportado em determinadas aquisições de bens e serviços.

BebidasEstabelece-se que o Governo fi que autorizado a alterar o

âmbito de incidência objetiva da verba 3.1 da lista II do Código do IVA, no sentido de ampliar a aplicação da taxa intermédia (13%) a outras prestações de serviços de bebidas, estendendo--a a bebidas que se encontram, atualmente, excluídas. Nas alterações a introduzir devem ser tidas em conta as conclusões do grupo de trabalho interministerial criado, em 2016, para monitorizar a alteração da taxa aplicável na prestação de ser-viços de alimentação e bebidas.

Pessoas com defi ciência ou incapacidade temporáriaDetermina-se que o Governo fi que autorizado a alargar o

âmbito da verba que permite a aplicação da taxa reduzida a produtos, aparelhos e objetos de apoio que constem da lista homologada pelo Instituto Nacional para a Reabilitação, I. P., cuja utilização seja exclusiva de pessoas com defi ciência e pessoas com incapacidade temporária.

ElectricidadeConsagra-se a autorização legislativa para que o Governo

crie escalões de consumo de electricidade baseados na es-trutura de potência contratada existente no mercado elétrico, permitindo a aplicação da taxa reduzida ou intermédia de IVA a fornecimentos de electricidade relativos a uma potência contratada de baixo consumo, devendo, ainda, delimitar a aplicação das referidas taxas, por forma a mitigar os impactos ambientais adversos que decorrem de consumos excessivos de eletricidade.

Bebidas espirituosasConsagra-se a atualização da taxa do imposto das bebidas

espirituosas para 0,3% apenas relativamente à Região Autóno-ma da Madeira, passando a taxa a ser de € 1241,29/hectolitro.

Bebidas não alcoólicas açucaradasEstabelece-se uma atualização das taxas do imposto de

0,3% para as bebidas que se apresentam no “estado líquido normal”, de acordo com os novos valores a seguir indicados:

Teor de Açúcar Taxa/hectolitro

Menos de 25g/litro €1,00

≥25g/litro e <50g/litro €6,02

≥50g/litro e < 80g/litro €8,02

≥ 80g/litro €20,06ConcentradosQuanto às bebidas que se apresentam como “concentrados”

(líquidos e sólidos), estabelece-se o desdobramento para quatro dos dois escalões existentes, modelando-se a progressividade da tributação, de acordo com o seguinte:

Concentrados líquidos

Teor de Açúcar Taxa/hectolitro

Menos de 25g/litro €6,02

≥25g/litro e <50g/litro €36,11

≥50g/litro e < 80g/litro €48,04

≥ 80g/litro € 120,36

Concentrados sólidos (por 100 kg de peso líquido)

Teor de Açúcar Taxa/hectolitro

Menos de 25g/litro €10,03

≥25g/litro e <50g/litro €60,18

≥50g/litro e < 80g/litro €80,24

≥ 80g/litro €200,60

Gasolinas, gasóleos, fuelóleos e outros produtosConsagra-se uma isenção relativa ao adicionamento sobre

emissões de CO2 para os produtos petrolíferos e energéticos que sejam utilizados em instalações abrangidas pelo sistema de licenças de gases com efeitos de estufa (CELE) e que tenham optado pela exclusão voluntária à isenção prevista nesse regime.

Carvão para produzir eletricidade ou eletricidade e calorNa sequência da medida inscrita no Orçamento para 2019,

determina-se que a tributação do carvão (códigos NC 2701, 2702 e 2704) consumido para produzir eletricidade ou eletricidade e calor (cogeração) passe (de 25%) para 50% da taxa do ISP e do Adicio-namento CO2 que recaem sobre os carvões consumidos noutros usos. Consagra-se, assim, a eliminação de metade da isenção do ISP de que aqueles usos têm vindo a benefi ciar, prevendo-se, inclusive, a completa extinção desta isenção em 2022.

Fuelóleo para produzir electricidadeEstabelece-se que o fuelóleo consumido na produção de

eletricidade, que tem benefi ciado de isenção do ISP/CO2, passe a ser parcialmente tributado, com 25% da taxa normal do ISP/CO2 aplicável aos outros usos, estando, também, consagrado que esta isenção seja completamente extinta em 2023. Porém, importa salientar que as instalações abrangidas pelo regime CELE continuam a benefi ciar da isenção, mas, somente, da componente CO2. Por sua vez, estabelece-se que o fuelóleo consumido nas Regiões Autónomas continue isento do ISP/CO2.

Gás consumido para produção de eletricidadeDetermina-se que o gás consumido para produzir

eletricidade deixe de ser totalmente isento de ISP/CO2, passando a ser tributado com 10% da taxa do imposto

(Continua na pág. seguinte)

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INFORMAÇÕESDIVERSAS

Boletim do Contribuinte248ABRIL 2020 - Nº 7

aplicável aos outros usos. Contudo, determina-se que as instalações abrangidas pelo regime de Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE) de gases com efeito de estufa continuam a benefi ciar da isenção aplicável, mas, somente, da componente CO2. Adicionalmente, também aqui se mantém a exceção de tributação do consumo do produto nas Regiões Autónomas.

Reavaliação de isençõesO Governo fi ca autorizado a proceder à reavaliação das

isenções do ISP/CO2 concedidas às empresas pertencentes ao Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE), bem como às empresas que celebraram com o Estado um Acordo de Racionalização dos Consumos de Energia (ARCE), no sentido da sua progressiva eliminação.

Cigarros-continenteConsagra-se que as taxas do elemento específi co do im-

posto sejam, no continente, majoradas em 4.98% (para €101/milheiro), enquanto a taxa do elemento “ad valorem” seja reduzida de 15% para 14%. Adicionalmente, prevê-se que o imposto mínimo a cobrar na classe de preços de venda ao público mais vendida passe de 104% para 102%.

Charutos e cigarrilhasÉ determinado que o imposto mínimo a cobrar seja atuali-

zado em 0,3% passando a ser nos charutos de €412,10/milheiro e nas cigarrilhas de €61,81/milheiro.

Tabaco de corte fi no, restantes tabacos de fumar, rapé e tabaco de mascarEstipula-se que o imposto mínimo a que estes produtos es-

tão sujeitos seja atualizado em 0,57%, passando para € 0,175/g.

Tabaco aquecidoDetermina-se que o tabaco aquecido – que até agora estava

sujeito à mesma tributação do tabaco de corte fi no, dos restan-tes tabacos de fumar, do rapé e do tabaco de mascar– passe a constituir uma categoria própria, agravando-se a taxa do ele-mento específi co, que passa para €0,0837/g, mas mantendo-se em 15% a taxa do elemento “ad valorem”.

Por sua vez, estipula-se que o imposto mínimo passe para €0,180/g.

Líquido contendo nicotinaConsagra-se que a taxa do imposto seja atualizada em

0.3%, passando para 0,32/ml.

Cigarros na Região Autónoma dos AçoresEstabelece-se que o montante mínimo do imposto, aplicá-

vel aos cigarros produzidos por pequenos produtores nos Aço-res e consumidos nesta Região Autónoma, seja atualizado de 75% para 78%, com referência à classe de preços mais vendida.

Cigarros na região autónoma da madeiraConsagra-se que os cigarros produzidos por pequenos

produtores na Madeira e consumidos nesta Região Autónoma vejam agravado o elemento específi co de €58,00 para €60,94 e, simultaneamente, vejam desagravado o elemento “ad valorem” de 10% para 9%. Adicionalmente, é proposto que o imposto mínimo aplicável aos cigarros passe de 90% para 89% com referência à classe de preços mais vendida.

Sobretaxa em cigarros consumidos na Região Autóno-ma da madeira

Estabelece-se, relativamente à sobretaxa que incide sobre os cigarros consumidos na Região Autónoma da Madeira o seguinte: que o elemento específi co seja agravado de €20,37 para €21,40 e o elemento “ad valorem” seja desagravado de 10% para 9%.

V. O impacto do OE no imobiliárioPrédios rústicosEstipula-se que os terrenos que tenham por destino normal

uma utilização geradora de rendimentos comerciais e indus-triais, desde que estejam afetos ou, na falta de concreta afecta-ção, tenham como destino normal uma utilização geradora de rendimentos pecuários, sejam considerados prédios rústicos.

Estabelece-se que passam, também, a ser considerados prédios rústicos os terrenos situados dentro de um aglomerado urbano, desde que, por força de disposição legalmente apro-vada, não possam ter utilização geradora de quaisquer rendi-mentos ou só possam ter utilização geradora de rendimentos pecuários (a juntar aos rendimentos agrícolas e silvícolas) e estejam a ter, de facto, esta afetação.

Prédios de reduzido valor patrimonial de sujeitos pas-sivos de baixos rendimentosO Orçamento de Estado para 2020 estabelece, de forma

inovatória em relação à Proposta de Lei do Orçamento apre-sentada, que o sujeito passivo de IMI que, a 31 de dezembro do ano em que respeita o imposto, se encontre a residir em lar de terceira idade, em instituição de saúde ou no domicílio fi scal de parentes e afi ns em linha recta e em linha colateral, até ao quarto grau, pode fi car isento de IMI, devendo, até 31 de Dezembro do ano a que respeita o imposto, efetuar prova, junto da Autoridade Tributária e Aduaneira, de que o prédio ou parte do prédio urbano em causa antes constituía a sua habitação própria e permanente.

Prédios da espécie “outros”Estipula-se que, nos casos de prédios da espécie “outros”,

para a determinação do seu valor patrimonial tributário (VPT) nas situações em que seja aplicável o método do custo adicional do valor do terreno, o terreno a considerar corresponda apenas à área efectivamente ocupada com a implantação.

Prédio situado em mais de uma freguesiaEstabelece-se que, nas situações em que prédios rústicos

ou prédios urbanos não vedados se situam em mais de uma freguesia, a inscrição do prédio seja feita na freguesia onde esteja situada a maior área ou o maior número de construções, respetivamente.

Prédios devolutos ou em ruínas e terrenos para cons-trução em zonas de pressão urbanísticaEstabelece-se que os Municípios passem a ter de identifi -

car e comunicar à Administração Tributária, por transmissão electrónica de dados, até ao dia 31 de dezembro, os prédios

(Continuação da pág. anterior)

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Boletim do Contribuinte 249ABRIL 2020 - Nº 7

ou frações autónomas devolutos, os prédios em ruínas e os terrenos para construção com aptidão para uso habitacional, localizados em zonas de pressão urbanística, e que os Muni-cípios divulguem tal informação no respetivo sítio na Internet, bem como no boletim municipal, quando este exista.

Taxas agravadas para prédios devolutos ou em ruí-nas e terrenos para construção em zonas de pressão urbanísticaConsagra-se que os prédios urbanos ou frações autónomas

que se encontrem devolutos há mais de dois anos, os prédios em ruínas, bem como os terrenos para construção com aptidão para uso habitacional localizados em zona de pressão urbanís-tica fi quem sujeitos a uma taxa agravada de IMI, que, nestas situações, prevê que a taxa de IMI possa ser aumentada ao sêxtuplo, podendo ainda ser agravada em 10% adicional nos anos subsequentes, com o limite máximo de 12 vezes a taxa de IMI normalmente aplicável.

Prazo de pagamentoCom o Orçamento de Estado para 2020, estabelece-se, de

forma inovatória, em relação à Proposta de Lei do Orçamento apresentada, que os cônjuges não separados judicialmente de pessoas e bens ou unidos de factos que tenham prédios ou parte de prédios urbanos afetos à habitação própria e permanente e nos quais esteja fi xado o respetivo domicílio fi scal e também no caso de prédios em compropriedade benefi ciam da moda-lidade de pagamento do imposto, isto é, do pagamento numa só prestação ,se o imposto for igual ou inferior a €100, em duas prestações se o imposto for superior a € 100 e igual ou inferior a €500, e, por último, em três prestações, se o imposto for superior a €500-

GarantiasCom o Orçamento de Estado para 2020, consagra-se, de

forma inovatória, em relação à Proposta de Lei do Orçamento apresentada, que os prazos de reclamação e de impugnação comecem a contar a partir do termo do prazo para pagamento voluntário da última ou da única prestação do imposto.

Prédios de interesse público ou municipalEstipula-se que a isenção concedida a prédios classifi cados

como monumentos nacionais e a prédios individualmente classifi cados como de interesse público ou municipal seja revogada, voltando estes a pagar IMI.

Imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis

Imóveis adquiridos pelas instituições de créditoConsagra-se que a isenção de IMT aplicável às aquisições

de imóveis por instituições de crédito e sociedades comerciais por si dominadas, em processos de execução movidos por essas instituições ou por outro credor, bem como as efetuadas em pro-cesso de falência, insolvência ou dação em cumprimento, deixe de se verifi car se os imóveis em questão não forem alienados no prazo de cinco anos a contar da data da aquisição ou o adquirente dos mesmos seja uma entidade com relações especiais.

Direito real de habitação duradouraCom o Orçamento de Estado 2020, estabelece-se que,

nos casos de constituição de um direito real de habita-ção duradoura que incida sobre prédio urbano ou fração

autónoma de prédio urbano destinado exclusivamente a habitação própria e permanente, o IMT incidirá sobre o valor da caução.

Estabelece-se a inclusão do direito real de habitação du-radoura nos direitos reais de gozo, como o usufruto e o uso ou habitação vitalícios, que determinam a aplicação de uma forma de cálculo específi ca para o valor da propriedade, já prevista no Código do IMT.

Estipula-se que o valor atual, no momento da constituição do direito real de habitação duradoura, corresponde sempre ao valor constante do contrato, pago pelo morador a título de caução.

Imóveis de valor superior a € 1.000.000Estipula-se, nos casos de aquisição de prédio urbano ou de

fração autónoma de prédio urbano destinada exclusivamente a habitação, a introdução de uma nova taxa única de IMT de 7,5%, cuja base tributável seja superior a € 1.000.000.

VI. O impacto do OE nos automóveisTaxas do imposto sobre veículosDetermina-se a atualização em 0,3% das taxas do impos-

to sobre veículos (Tabelas A, B e C), quer na componente cilindrada (cm³), quer na componente ambiental (emissões de CO2).

“Procedimento global de testes harmonizados de veículos ligeiros -WLTP”No que respeita à componente ambiental, consagra-se

que passem a existir tabelas de taxas próprias conforme a documentação do veículo referencie, ou o anterior método de determinação das emissões de CO2 (Novo Ciclo de Con-dução Europeu Normalizado – NEDC), ou o novo método (Procedimento Global de Testes Harmonizados de Veículos Ligeiros – WLTP), sendo expectável que a tributação pelos dois métodos seja equivalente.

Veículos a gasóleo isentos de agravamentoPor forma a continuarem a benefi ciar da isenção do agra-

vamento, os veículos a gasóleo sujeitos à tabela B só podem emitir 0,001 g/km de partículas (no regime anterior, tal valor era de 0,002 g/km).

Veículos de utilização mistaA taxa de imposto aplicável aos veículos de utilização

mista, com peso bruto superior a 2500 kg, lotação superior a 6 lugares incluindo o condutor, sem tração às 4 rodas, é reduzida de 50% para 40%.

Veículos a gás de petróleo liquefeitoElimina-se a isenção parcial do imposto de que benefi ciam

os veículos a Gás de Petróleo Liquefeito (GPL).

“Método WLTP” no ISVDetermina-se que na redação dos artigos do Código do

ISV que versa sobre as isenções do imposto dependentes das emissões de CO2, para além das emissões de CO2 calculadas pelo método antigo, passam a constar também os valores das emissões calculadas pelo (novo) método WLTP.

Taxas do imposto único de circulaçãoAtualiza-se em 0,3% todas as taxas do Imposto Único de

Circulação (IUC).(Continua na pág. seguinte)

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INFORMAÇÕESDIVERSAS

Boletim do Contribuinte250ABRIL 2020 - Nº 7

“Peças de museus”Consagra-se que a isenção do imposto de que benefi ciam os

veículos considerados peças de museu, nos museus públicos, fi que dependente de o veículo ter uma antiguidade superior a 30 anos (no regime anterior antiguidade deveria ser superior a 20 anos).

Veículos considerados de interesse históricoConsagra-se o alargamento da isenção dos veículos con-

siderados peças de museu, nos museus públicos, aos veículos considerados, pelas entidades competentes, como veículos de interesse histórico.

“Método WLTP” no IUCCom referência às isenções do imposto dependentes das

emissões de CO2, para além do método anterior, passa a estar contemplado o (novo) método – WLTP –, acautelando-se, as-sim, as situações em que nos documentos do veículo constam as emissões de CO2 calculadas por este (novo) método.

Adicional ao IUC – veículos a gasóleoMantém-se o adicional ao IUC incidente sobre os veículos

a gasóleo criado pela Lei n.º 82-B/2014 (Lei do Orçamento do Estado para 2015).

Tributação autónomaA taxa de tributação autónoma de 10% passa a ser apli-

cável a todos os encargos relacionados com viaturas ligeiras de passageiros, viaturas ligeiras de mercadorias, motos ou motociclos, cujo custo de aquisição seja inferior a € 27.500 (ao invés do valor de € 25.000 anteriormente aplicável).

Neste seguimento, o escalão de taxa de tributação autó-noma de 27,5% (e segundo escalão) passa a ser aplicável às viaturas cujo valor aquisição seja igual ou superior a € 27.500 e inferior a € 35.000.

Adicionalmente, o agravamento de 10% na taxa de tribu-tação autónoma das entidades que tenham apurado prejuízo fi scal deixa de ser aplicável no período de tributação de início de atividade e no seguinte.

As viaturas ligeiras de passageiros movidas a GPL passam a estar sujeitas às taxas gerais, deixando, assim, de benefi ciar de uma taxa de tributação autónoma reduzida.

Majoração em veículos GPLEm sede de IRC, os gastos com a aquisição, em território

português, de veículos movidos a GPL deixam de benefi ciar da possibilidade de dedução em valor correspondente a 120% do respetivo montante, a qual se propõe que permaneça apenas aplicável à aquisição de veículos movidos a GNV para efeitos da determinação do lucro tributável em sede de IRC.

VII. O impacto do OR no investimentoDedução por lucros retidos e reinvestidosA dedução à coleta por lucros que não sejam distribuídos

aos sócios ou accionistas, aplicável a micro, pequenas e médias

empresas, passa a ser dedutível nos 4 períodos de tributação seguintes àquele em que o lucro foi retido, ao invés dos ante-riores 3 anos. O novo prazo aplica-se já aos prazos em curso em 1 de Janeiro de 2020.

Por outro lado, o limite máximo de lucros retidos e rein-vestidos que podem benefi ciar desta dedução passa dos atuais € 10.000.000 para € 12.000.000.

Relativamente às aplicações relevantes em sede de reinves-timento, prevê-se a possibilidade de reinvestimento em aivos intangíveis. Assim, determina-se que se consideram aplicações relevantes em ativos intangíveis as despesas com transferência de tecnologia, nomeadamente através da aquisição de direitos de patentes, licenças, know-how ou conhecimentos técnicos não protegidos por patente, desde que, cumulativamente, (i) estejam sujeitas a amortizações para efeitos fi scais; (ii) não tenham sido adquiridos a entidades com as quais existam relações especiais, nos termos previstos em sede de Preços de Transferência. Quanto aos ativos adquiridos em regime de locação, o anterior texto previa que apenas fosse possível reinvestir nesta modalidade, caso a opção de compra fosse exercida em 5 anos, passando este prazo a ser de 7 anos. Esta nova regra é aplicável aos prazos em curso em 1 de Janeiro de 2020.

Consagra-se, por último, uma autorização legislativa, a ser concedida pela Assembleia da República, e dependente de aprovação da Comissão Europeia para o alargamento de auxí-lios de Estado, destinada a alargar o elenco de benefi ciários, bem como as aplicações relevantes do regime de dedução por lucros retidos e reinvestidos.

Por um lado, a autorização prevê que passem a ser con-sideradas aplicações relevantes, a aquisição de participações sociais de sociedades cujo objeto social principal seja subs-tancialmente idêntico ao da sociedade adquirente. No entanto, esta medida fi ca sujeita à btenção da maioria do capital com direito de voto e à concretização, num prazo máximo de 3 anos, de uma operação de concentração empresarial.

Por outro lado, a autorização prevê que o elenco de be-nefi ciários passe a contemplar as Small Mid Caps, ou seja, empresas que não são consideradas PME por ultrapassarem os limiares de volume de negócios, mas que empregam menos de 500 pessoas.

SIFIDE IINa atual redação referente ao sistema de incentivos fi scais

em investigação e desenvolvimento empresarial (SIFIDE II), estava previsto que o mesmo terminasse no período tributário de 2020. Consagra-se, agora, a sua extensão até 2025.

Por outro lado, e relativamente às aplicações referentes à participação no capital de instituições de investigação e desenvolvimento, no capital de fundos de investimento, pú-blicos ou privados, que tenham como objeto o fi nanciamento de empresas dedicadas a I&D, o legislador determinou que a alienação das participações antes de decorridos 5 anos desde a sua aquisição determina a perda do direito à dedução e a adição à matéria coletável do IRC e juros (na proporção cor-respondente ao período em falta até aos 5 anos).

Fica, ainda, estabelecida a obrigação de os adquirentes das participações enviarem à Agência Nacional de Inovação, S.A., até 30 de Junho de cada ano, o último relatório anual auditado, bem como documento que evidencie os investimentos reali-

(Continuação da pág. anterior)

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INFORMAÇÕESDIVERSAS

Boletim do Contribuinte 251ABRIL 2020 - Nº 7

zados no período anterior por essas instituições ou fundos.Estabelece-se a revogação da disposição que previa o pa-

gamento, por parte das entidades interessadas na concessão do SIFIDE, de uma taxa de 1% do montante de crédito solicitado.

Incentivos à internacionalização de empresasConsagra-se uma autorização legislativa para, no período

de um ano, se legislar no sentido de consagrar benefícios fi scais no âmbito de operações de exportação por parte das empresas portuguesas, mais concretamente, em sede de Imposto do Selo e de IRC.

No âmbito do Imposto do Selo, consagra-se uma isenção sobre prémios e comissões referentes a apólices de seguro de créditos para a exportação, como também noutras formas de garantia de fi nanciamento para o mesmo propósito.

No tocante ao IRC, consagra-se uma autorização para que se legisle com a intenção de enquadrar as atividades de promoção de micro e pequenas e médias empresas, com vista à internacionalização dos seus produtos e atividades, acesso a mercados e valorização da oferta nacional, estando ainda esta sujeição sujeita a maior concretização relativamente ao seu alcance.

“Golden Visa”A Lei do Orçamento do Estado para 2020 consagra uma au-

torização legislativa, para que o Governo possa rever o regime das autorizações de residência para atividade de investimento (vulgo, “Golden Visa”).

A referida autorização prevê a promoção do investimento em regiões de baixa densidade, investimento na requalifi cação urbana, património cultural, atividades de alto valor ambiental e social, investimento produtivo e criação de emprego. Nessa medida, a autorização determina que os Golden Visa, na parte referente a investimento imobiliário, deverão fi car limitados ao território das Comunidades Intermunicipais (CIM) do interior e das Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores.

Por outro lado, a autorização determina que deverão ser aumentados os números referentes à criação de postos de trabalho.

Profi ssões liberais e sociedades profi ssionaisNo âmbito das Grandes Opções do Plano para 2020, prevê-

-se a implementação das sugestões apresentadas pela Autorida-de da Concorrência, no âmbito da elaboração de um Plano de Ação para a Reforma Legislativa e Regulatória das Profi ssões Liberais de 2018, que defende medidas como a eliminação de práticas que limitem o acesso às profi ssões reguladas e o fi m da proibição das sociedades multidisciplinares, compostas por advogados, consultores e outros profi ssionais.

VIII. O impacto do OE nas garantias e infrações tributárias

Contra-interessados em processo tributárioEstipula-se que, em sede de impugnação judicial, passam

a ser obrigatoriamente demandados os contra-interessados a quem o provimento do processo possa diretamente prejudicar, ou que tenham legítimo interesse na manutenção do acto im-pugnado, e que possam ser identifi cados em função da relação material em causa ou dos documentos contidos no processo administrativo.

Período de suspensão dos prazos de notifi cações e das obrigações declarativasO presente diploma traz uma novidade relativamente à

Proposta de O.E., ao estabelecer que, até ao fi nal do segundo trimestre de 2020, o Governo apresentará um estudo, elaborado em articulação com a Ordem dos Contabilistas Certifi cados e com associações representativas do setor, sobre a possibilidade e condições de criação, no âmbito da organização do calendário fi scal, de um período de suspensão dos prazos de notifi cações e das obrigações declarativas, com vista à sua consagração a partir de 2021.

Cobrança coerciva de dívidas não tributárias pela ATOutra novidade em relação à Proposta de O.E. consiste

na estipulação de que, durante o primeiro semestre de 2020, o Governo procederá à revisão global do modo como se de-senrola a fase que antecede a instauração dos processos de execução fi scal – nos termos da qual se inclui a revisão do procedimento contraordenacional para cobrança de dívidas referentes a taxas de portagem – bem como a análise do atual modelo de cobrança coerciva de dívidas não tributárias pela Administração Tributária, tendo em vista a redução do número de processos de execução fi scal existentes.

Acerto de contasOutra novidade em relação à Proposta de O.E. consiste

na estipulação de que, aquando do pagamento de obrigações tributárias, as micro ou pequenas empresas que detenham créditos tributários vencidos e não pagos poderão usufruir do respetivo acerto de contas, devendo pagar apenas a diferença entre o valor a receber e a pagar.

Incumprimento declarativo à Segurança SocialFinalmente, consagra-se a despenalização do incumpri-

mento da obrigação de declarar trimestralmente à Segurança Social o valor total dos rendimentos associados às suas ativi-dades, ou seja, a não aplicação de qualquer sanção – no caso, de qualquer coima – para a omissão da entrega da declaração trimestral de rendimentos, mas apenas com referência aos incumprimentos ocorridos no ano de 2019.

IX. Outras propostas do OE 2020Derrama municipalEstabelece-se que a deliberação dos Municípios relativa

ao lançamento anual da derrama passa a ser comunicada pela Câmara Municipal à Administração Tributária até ao dia 31 de dezembro do respetivo período de tributação.

Receitas do IMIEstipula-se, também, que, quando um prédio urbano não

vedado se localize em mais do que um município, a receita de IMI seja distribuída proporcionalmente em função do valor de construção existente em cada município, prevendo-se um mecanismo para a respetiva repartição.

(Continua na pág. seguinte)

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INFORMAÇÕESDIVERSAS

Boletim do Contribuinte252ABRIL 2020 - Nº 7

“Mecanismo de faseamento”Finalmente, consagra-se a criação de um mecanismo de

faseamento para os casos em que, na sequência de mudança de entendimento administrativo ou jurisprudência reiterada dos tribunais superiores em sentido favorável aos sujeitos passivos, possa resultar retenção da transferência de receita fi scal aos municípios em montante igual ou superior a 20% da média de receita fi scal do mesmo imposto transferida para municípios nos últimos três anos.

Contribuição para o audiovisualEstabelece-se a não atualização, em 2020, dos valores

da contribuição para o audiovisual, mantendo-se os valores mensais presentemente em vigor.

Contribuição sobre o Setor BancárioÉ mantida a Contribuição Sobre o Sector Bancária, cujo

regime foi aprovado em 2010.

Contribuição sobre a Indústria FarmacêuticaEstipula-se a manutenção da Contribuição Sobre a Indústria

Farmacêutica, cujo regime foi aprovado em 2014.

Contribuição Extraordinária sobre o Setor EnergéticoConsagra-se a manutenção da Contribuição Extraordinária

sobre o Setor Energético (CESE), cujo regime foi aprovado em 2013.

Acrescenta-se, também, uma nova isenção fi scal ao Regime Jurídico da CESE, aplicável à produção de eletricidade por intermédio de centros eletroprodutores que utilizem fontes de energia renováveis, nos termos defi nidos na alínea f) do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto, com uma potência instalada inferior a 20 MW.

Estipula-se, todavia, que a nova isenção não é aplicável aos sujeitos passivos que, no conjunto dos centros eletroproduto-res por si detidos que utilizem fontes de energia renováveis, ultrapassem uma potência instalada de 60 MW abrangida por regimes de remuneração garantida.

Neste âmbito, aprova-se, ainda, uma autorização legis-lativa para alterar o regime da CESE, alterando as regras de incidência ou reduzindo as respetivas taxas, em função da evolução da dívida tarifária do Sistema Elétrico Nacional e a consequente necessidade de fi nanciamento de políticas sociais e ambientais do setor energético.

No âmbito da referida autorização legislativa, consagra--se que o sentido e a extensão das alterações a introduzir no regime da CESE passam por (i) reduzir as diversas taxas da CESE, tendo como limite a percentagem de redução da dívida tarifária prevista na proposta de tarifas e preços para a energia elétrica em 2020 da ERSE; (ii) reduzir as diversas taxas da CESE relativas aos setores do petróleo, tendo como limite a sua eliminação, em função da necessidade de fi nanciamento de políticas sociais e ambientais do setor energético e da existên-cia de outras medidas substitutivas destas receitas; (iii) rever as regras de incidência objetivas relativas ao setor de comer-

cialização do Sistema Nacional de Gás Natural, no sentido de permitir outra atualização do valor económico equivalente dos contratos de aprovisionamento de longo prazo em regime de “take-or-pay”, tendo em conta a informação sobre o seu real valor; e (iv) estabelecer uma isenção de CESE na produção de eletricidade por intermédio de centros eletroprodutores que utilizem fontes de energia renováveis, a partir de resíduos urba-nos, pelas entidades que prosseguem a atividade de prestação dos serviços de gestão de resíduos urbanos.

Nova contribuição extraordinária sobre fornecedores de dispositivos médicos no SNSAprova-se o regime que cria uma contribuição extraordi-

nária dos fornecedores – sejam fabricantes, seus mandatários ou representantes, intermediários, distribuidores por grosso ou apenas comercializadores – do Serviço Nacional de Saúde (SNS) de dispositivos médicos e dispositivos médicos para diagnóstico “in vitro”, cujo valor será aferido em função do montante das aquisições de tais dispositivos, tendo por objetivo garantir a sustentabilidade do SNS.

Estipula-se que esta contribuição extraordinária incide sobre o valor total das aquisições dos referidos dispositivos médicos e dispositivos médicos para diagnóstico “in vitro”, deduzido do Imposto sobre o Valor Acrescentado, sendo que as respetivas taxas variam entre 4% (para aquisições com um valor anual igual ou superior a 10M€), 2,5% (para aquisições com um valor anual igual ou superior a 5M€ e inferior a 10M€) e 1,5% (para aquisições com um valor anual igual ou superior a 2M€ e inferior a 5M€).

Estabelece-se, ainda, que possam ser celebrados acordos entre o Estado Português e as associações de fornecedores visando a sustentabilidade do SNS, no âmbito dos quais serão fi xados objetivos para os valores máximos da despesa pública com a compra de dispositivos médicos e reagentes, sendo que fi carão isentas desta contribuição extraordinária as entidades que venham a aderir, individualmente e sem reservas, aos referidos acordos, mediante declaração da entidade entregue no INFARMED.

Finalmente, defi ne-se que a receita obtida com esta contri-buição extraordinária seja consignada a um fundo de apoio à aquisição de tecnologias de saúde inovadoras pelo SNS, sendo que os encargos de liquidação e cobrança incorridos pela Ad-ministração tTributária serão compensados através da retenção de uma percentagem de 3% do produto da contribuição, a qual constituirá receita própria – sendo, ainda, determinada uma compensação adicional à Administração Tributária em função da adesão aos acordos acima referidos, mediante protocolo com a Administração Central do Sistema de Saúde, I.P.

Nova contribuição sobre embalagens de uso únicoAprova-se uma autorização legislativa para a criação de

uma nova contribuição que incide sobre as embalagens de uso único adquiridas em refeições prontas a consumir, nos regimes de pronto a comer e levar ou com entrega ao domicílio, cujo encargo económico será repercutido sobre o adquirente fi nal e cujas receitas serão consignadas total ou parcialmente ao Fundo Ambiental, para efeitos de promoção de uma economia circular.

Colaboração de:www.RFFadvogados.com

(Continuação da pág. anterior)

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INFORMAÇÕESDIVERSAS

Boletim do Contribuinte 253ABRIL 2020 - Nº 7

Imposto Municipal sobre ImóveisPagamento do imposto relativo a 2019

A partir do próximo mês de maio decorrem os prazos para pagamento do IMI referente ao ano 2019. Ao contrário do que acontece com outros impostos – nomeadamente, em sede de IRC (pagamento por conta, especial por conta e pagamento do imposto após entrega da decl. mod. 22) –, em que o Governo, para aliviar os contribuintes dos efeitos económicos decorrentes da pandemia COVID-19, procedeu à prorrogação dos prazos legais de pagamento, em relação ao pagamento do IMI, até ao momento, ainda se mantêm os prazos previstos, tendo em consideração os montantes de imposto em causa.

Assim, de acordo com o art. 120º do Código do IMI, o imposto respeitante a 2019 deve ser pago no seguinte prazo:

Em uma prestação, no mês de maio, quando o seu montante seja igual ou inferior a 100 euros;

Em duas prestações, nos meses de maio e novembro, quando o seu montante seja superior a 100 euros e igual ou inferior a 500 euros;

Em três prestações, nos meses de maio, agosto e novem-bro, quando o seu montante seja superior a 500 euros.

Nota: O sujeito passivo pode, caso pretenda, efetuar o paga-mento da totalidade do imposto, mesmo que o montante exceda um prestação (seja de valor superior a 100 euros).

Para esse efeito, na notifi cação para pagamento da primeira prestação de IMI, é igualmente disponibilizada uma referência para pagamento com o valor total do imposto, sendo a data limite de pagamento igual à da 1ª prestação, ou seja, 31 de maio.

De acordo com a Autoridade Tributária (AT), esta medida visa dar resposta às solicitações dos sujeitos passivos que pre-tendem pagar o IMI de uma só vez, evitando a realização de 2 ou 3 pagamentos.

Adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis – AIMI

Quotas na herança indivisa

Opção pela tributação conjunta pelos sujeitos casados ou em união de facto

Relativamente ao AIMI, deverá ser entregue durante o mês de abril, por cada um dos herdeiros, a declaração confi rmando as respetivas quotas na herança indivisa, declaradas pelo cabeça de casal, caso pretendam afastar a equiparação da herança a pessoa coletiva, para efeitos do Adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis (AIMI), conforme previsto no art.º 135.º-E do Código do IMI.

Durante os meses de abril e maio, deverá ser entregue pelos sujeitos passivos casados ou em união de facto a declaração para opção pela tributação conjunta, para efeitos do Adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis (AIMI), caso não tenha sido

efetuada no ano anterior ou para renúncia à opção anterior, conforme previsto no art. 135.º-D do Código do IMI.

Por seu lado, durante os meses de abril e maio, os sujeitos passivos casados sob os regimes de comunhão de bens deverão entregar declaração conjunta identifi cando a titularidade dos prédios que são bens próprios de cada um deles e os que são bens comuns do casal, caso pretendam ser tributados indivi-dualmente em função dos seus prédios e da sua parte nos bens comuns, conforme previsto no art. 135.º-D do Código do IMI.

Sociedades comerciais – assembleias adiadas para 30 de junho de 2020

O DL nº 10-A/2020, de 13.3, estabelece diversas medidas excecionais e temporárias relativas à situação epidemiológica do COVID-19.

No que se refere à generalidade das pessoas coletivas, este diploma determinou que o prazo para a realização de assem-bleias gerais das sociedades comerciais, das associações ou das cooperativas pode ser adiado. Assim, o prazo deixa de ser o dia 31 de março, podendo as mesmas ser realizadas até ao dia 30 de junho de 2020.

Administração PúblicaPrazos de deferimento tácito de autorizações

e licenciamentos

Encontram-se suspensos os prazos de cujo decurso decorra o deferimento tácito pela administração de autorizações e licenciamentos requeridos por particulares.

Estão ainda suspensos os prazos de cujo decurso decorra o deferimento tácito pela administração de autorizações e licenciamentos, ainda que não requeridos por particulares, no âmbito da avaliação de impacte ambiental.

ArrendamentoMoratória no pagamento de rendas

entra em vigor no início de abril

As famílias que deixarem de pagar as rendas durante os meses do estado de emergência poderão repor os valores em falta nos 12 meses seguintes ao fi m do regime de exceção a que se soma mais um mês. Isto é, no caso de o estado de emergência durar até ao fi nal de maio, os inquilinos terão um ano, a contar do fi nal de junho, para pagarem as rendas de abril e maio.

A Proposta de Lei nº 21/XIV estabelece o seguinte:“O senhorio só tem direito à resolução do contrato de arren-

damento, por falta de pagamento das rendas vencidas nos meses em que vigore o estado de emergência e no primeiro mês subse-quente, se o arrendatário não efetuar o seu pagamento, no prazo de 12 meses contados do termo desse período, em prestações mensais não inferiores a um duodécimo do montante total, pagas juntamente com a renda de cada mês”.

• Como se aplica a moratória?A moratória aplica-se a rendas que vençam a partir do dia 1

(Continua na pág. seguinte)

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INFORMAÇÕESDIVERSAS

Boletim do Contribuinte254ABRIL 2020 - Nº 7

de abril, tendo os inquilinos que informar o senhorio, por escrito, até cinco dias antes do vencimento da primeira renda em que pre-tendem benefi ciar deste regime. Esta solução também é aplicada aos contratos de arrendamento comercial.

• Quais os requisitos?Para terem acesso à moratória, as famílias terão de cumprir

alguns critérios:- uma quebra superior a 20% dos rendimentos do agregado

face aos rendimentos do mês anterior ou do período ho-mólogo do ano anterior; e

- a taxa de esforço do inquilino, “calculada como percentagem dos rendimentos de todos os membros daquele agregado destinada ao pagamento da renda, seja ou se torne superior a 35%” (cfr. arts. 3º e 7º da Proposta de Lei nº 21/XIV).

Há possibilidade de empréstimos sem juros?A proposta avança ainda com a possibilidade de empréstimos

às famílias que não consigam pagar as rendas devidas e sem juros. Este apoio fi nanceiro é atribuído pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) “para suportar a diferença entre o valor da renda mensal devida e o valor resultante da aplicação ao rendimento do agregado familiar de uma taxa de esforço máxima de 35%, de forma a permitir o pagamento da renda devida”.

É um apoio que também está disponível para os senhorios quando os inquilinos não o façam. “Os senhorios habitacionais que tenham quebra de rendimentos cujos arrendatários não recorram a empréstimo do IHRU podem solicitar a concessão de um emprés-timo sem juros para compensar o valor da renda mensal, devida e não paga, sempre que o rendimento disponível restante do agregado desça, por tal razão, abaixo do IAS”, ou seja, 438,81 euros.

COVID-19Medidas excecionais de proteção

aos créditos bancários das empresas e das famílias

Crédito para habitação própria permanente

Para combater os efeitos da pandemia do COVID-19, no passado dia 26 de março foi publicado o DL 10-J/2020, que aprova medidas excecionais e temporárias de proteção dos créditos das famílias, empresas, instituições particulares de solidariedade social e demais entidades da economia social, bem como um regime especial de garantias pessoais do Estado.

Este diploma está em vigor desde 27.03.2020 e produzirá efeitos até 30 de setembro do corrente ano.

As consequências da pandemia e do decretamento do estado de emergência para a economia portuguesa estão na base da adoção destas medidas urgentes, as quais visam, desde logo, proteger as famílias em matéria de crédito à habitação própria permanente, procurando evitar que aquelas entrem numa situação de incumprimento contratual.

Assim, este regime excecional abrange apenas os particu-lares que se encontrem numa das seguintes situações:

- de isolamento profi lático ou de doença;- estejam a prestar assistência a fi lhos ou netos;- estejam numa situação de lay-off;- estejam desempregados e registados no Instituto de Em-

prego e Formação Profi ssional;- sejam trabalhadores de entidades cuja atividade foi en-

cerrada por força do estado de emergência;- sejam trabalhadores elegíveis para o apoio extraordiná-

rio à redução da atividade económica de trabalhador independente.

E que, cumulativamente:- tenham domicílio em Portugal;- não tenham dívidas fi scais (AT e Segurança Social), não

relevando até ao dia 30 de abril de 2020, para este efeito, as dívidas constituídas no mês de março de 2020;

- não tenham prestações de crédito à habitação em atraso há mais de 90 dias à data de 18.03.2020;

- não estejam em situação de insolvência ou suspensão ou cessão de pagamentos;

- não estejam, à referida data (18.03.2020) já em execução por qualquer uma das instituições bancárias.

IRCRegulamentação de ativos por impostos diferidos

A Lei n.º 98/2019, de 4.9, criou regras aplicáveis às perdas por imparidade registadas nos períodos de tributação com iní-cio anterior a 1 de janeiro de 2019 que ainda não tenham sido aceites fi scalmente e, entre outros diplomas, procedeu à segunda alteração ao regime especial aplicável aos ativos por impostos diferidos, aprovado em anexo à Lei n.º 61/2014, de 26.8.

No âmbito da referida alteração, fi cou estabelecido um prazo máximo de três anos contados a partir da confi rmação da conver-são dos ativos por impostos diferidos em crédito tributário pela Autoridade Tributária e Aduaneira para que o sujeito passivo promova o registo do aumento do capital da sociedade pelo montante que resultar do exercício dos direitos de conversão.

A respetiva regulamentação, que deveria ter ocorrido em outubro do ano passado, foi agora efetuada através da publicação da Portaria nº 60/2020, de 5.3, transcrita no último número.

Assim, e de acordo com o diploma supra citado, os titulares de direitos potestativos que não tenham sido anteriormente abrangidos por períodos de exercício podem requerer ao órgão de administração do sujeito passivo a publicação imediata do aviso relativo a esses direitos potestativos, nos sessenta dias anteriores ao termo do prazo de três anos, a partir da confi rma-ção da conversão dos ativos por impostos diferidos em crédito tributário pela Autoridade Tributária e Aduaneira, ou do prazo de um ano previsto na legislação de setembro do ano passado, quando aplicável.

Nesse prazo, os titulares dos direitos de conversão podem requerer à administração do sujeito passivo a publicação ime-diata do aviso relativo aos direitos potestativos referidos.

Nestes dois casos, a data de constituição dos direitos de conversão atribuídos ao Estado não pode ser superior a 30 dias.

Para estes efeitos, no caso de a titularidade dos direitos de conversão pertencer ao Estado, cabe à Direção-Geral do Tesou-ro e Finanças o direito de requerer à administração do sujeito passivo a publicação do aviso para o exercício desses direitos potestativos de aquisição.

(Continuação da pág. anterior)

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Boletim do Contribuinte 255ABRIL 2020 - Nº 7

LEGISLAÇÃO

(Continua na pág. seguinte)

IRC, IRS, IVA e contribuições para a Segurança Social

Regime excecional e temporário de cumprimento de obrigações fi scais

e contribuições sociais, no âmbito da pandemia da doença COVID-19

Decreto-Lei n.º 10-F/2020, de 26 de março

(in DR nº 61/2020, I Série, I Supl. de 26.03.2020)

(Continuação da pág. 225)

Atendendo à emergência de saúde pública de âmbito internacional, declarada pela Organização Mundial de Saúde, no dia 30 de janeiro de 2020, bem como à classifi cação, no dia 11 de março de 2020, da doença COVID-19 como uma pandemia, o Governo tem vindo a aprovar um con-junto de medidas extraordinárias e de caráter urgente, em diversas matérias.

Em 9 de março, o Governo decidiu prorrogar o prazo de cumpri-mento de obrigações fi scais (declarativas e de pagamento) relativas ao Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas, nomeadamente adiando o Pagamento Especial por Conta de 31 de março de 2020 para 30 de junho de 2020, prorrogando a entrega da declaração Modelo 22 de 31 de maio de 2020 para 31 de julho de 2020 e prorrogando o primeiro pagamento por conta e o primeiro pagamento adicional por conta de 31 de julho de 2020 para 31 de agosto de 2020.

Para fazer face aos constrangimentos causados no desenvolvimento da atividade judicial e administrativa, foi aprovado o Decreto-Lei n.º 10-A/2020, de 13 de março, e a proposta de lei que deu origem à Lei n.º 1-A/2020, de 19 de março.

Em complemento às medidas anteriormente tomadas, o Governo decide agora adotar uma série de medidas adicionais que visam a proteção dos cidadãos e das empresas, de forma a proteger o emprego e os postos de trabalho, a criar condições para que seja assegurado, na medida do possível, o rendimento das famílias e, bem assim, a sobrevivência das empresas.

Para o efeito, com vista ao objetivo essencial de assegurar liquidezàs empresas e preservar a atividade destas e os respetivos postos de tra-balho, o presente decreto-lei fl exibiliza o pagamento de impostos e con-tribuições sociais, mantendo-se o pagamento pontual das quotizações.

As medidas aprovadas destinam-se a apoiar as pequenas e médias empresas, mas não é excluída a sua aplicação a outras, nomeadamente às que demonstrem uma quebra na sua atividade, bem como as que se integrem nos setores que foram encerrados nos termos do Decreto n.º 2-A/2020, de 20 de março, na sua redação atual, e nos setores da aviação e turismo, que se preveem especialmente afetados por esta situação excecional.

Simultaneamente, e sem prejuízo do disposto na Lei n.º 1-A/2020, de 19 de março, determina-se ainda a suspensão, até 30 de junho de 2020, dos processos de execução fi scal em curso ou que venham a ser instau-rados pela Autoridade Tributária e Aduaneira e pela Segurança Social.

No que concerne às prestações por desemprego e às prestações do sistema de segurança social que garantam mínimos de subsistência, cujo período de concessão ou prazo de renovação termine antes de 30 de junho de 2020, a sua atribuição é extraordinariamente prorrogada. Paralela-mente, são também extraordinariamente suspensas as reavaliações das condições de manutenção das prestações do sistema de segurança social.

O presente decreto-lei assegura igualmente a possibilidade de serem fl exibilizados os termos e as condições de pagamento das contribuições devidas à Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores.

Assim:Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o

Governo decreta o seguinte:

CAPÍTULO IDisposição geral

ARTIGO 1.ºObjeto

O presente decreto-lei aprova:a) Um regime de fl exibilização dos pagamentos relativos a

Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) e retenções na fonte de Imposto sobre Rendimento das PessoasSingulares (IRS) e Imposto sobre o Rendimento dasPessoas Coletivas (IRC) a cumprir no segundo trimestre de 2020;

b) Um regime de pagamento diferido das contribuiçõesdevidas pelas entidades empregadoras e pelos traba-lhadores independentes;

c) A aplicação aos planos prestacionais em curso na Au-toridade Tributária e Aduaneira (AT) e na SegurançaSocial (SS) do regime previsto no n.º 1 do artigo 7.º daLei n.º 1-A/2020, de 19 de março;

d) A suspensão dos processos de execução fi scal instaura-dos pela AT e dos processos de execução por dívidas àsegurança social até 30 de junho de 2020, caso o regime aprovado no n.º 1 do artigo 7.º da Lei n.º 1-A/2020, de19 de março cesse em data anterior;

e) A prorrogação extraordinária das prestações por desem-prego e de todas as prestações do sistema de segurança social que garantam mínimos de subsistência cujo período de concessão ou prazo de renovação termine antes de 30 de junho de 2020, bem como a suspensão das reavaliações das condições de manutenção das prestações do sistema de segurança social;

f) A possibilidade de diferimento e fl exibilização do paga-mento das contribuições devidas à Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS).

CAPÍTULO IIObrigações fi scais

ARTIGO 2.ºEntrega do Imposto sobre o Valor Acrescentado e das retenções na fonte de Imposto sobre Rendimento das Pessoas Singulares e Imposto sobre o Rendimento das

Pessoas Coletivas

1 - No segundo trimestre de 2020, as obrigações previstas no artigo 98.º do Código do IRS, no artigo 94.º do Código do IRC e no artigo 27.º do Código do IVA, que tenham de ser realizadas por sujeitos passivos que tenham obtido um volume de negócios até (euro) 10 000 000,00 em 2018, ou cuja ativi-dade se enquadre nos setores encerrados nos termos do artigo 7.º do Decreto n.º 2-A/2020, de 20 de março, na sua redaçãoatual, ou ainda que tenham iniciado a atividade em ou após 1de janeiro de 2019, podem ser cumpridas:

a) Nos termos e nas datas previstos nos mencionadosartigos; ou

b) Em três ou seis prestações mensais, sem juros.2 - As prestações mensais relativas aos planos prestacionais

referidos nas alíneas b) e c) do número anterior vencem-se da seguinte forma:

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Boletim do Contribuinte256ABRIL 2020 - Nº 7

LEGISLAÇÃO

a) A primeira prestação na data de cumprimento da obri-gação de pagamento em causa;

b) As restantes prestações mensais na mesma data dos meses subsequentes.

3 - O disposto no n.º 1 é ainda aplicável aos sujeitos passivos que tenham reiniciado atividade em ou após 1 de janeiro de 2019, quando não tenham obtido volume de negócios em 2018.

4 - Os pedidos de pagamentos em prestações mensais a que se referem as alíneas b) e c) do n.º 1 são apresentados por via eletrónica, até ao termo do prazo de pagamento voluntário.

5 - Os sujeitos passivos não abrangidos no n.º 1 podem igualmente requerer os pagamentos em prestações nele pre-vistos, quando declarem e demonstrem uma diminuição da faturação comunicada através do E-fatura de, pelo menos, 20% na média dos três meses anteriores ao mês em que exista esta obrigação, face ao período homólogo do ano anterior.

6 - Os pagamentos em prestações abrangidos pelo presente decreto-lei não dependem da prestação de quaisquer garantias.

7 - Em tudo o que não seja regulado no presente decreto-lei são aplicáveis as regras relativas a pagamentos em prestações previstas no Decreto-Lei n.º 492/88, de 30 de dezembro, na sua redação atual, com as necessárias adaptações.

8 - Para efeitos do presente artigo, o conceito de volume de negócios corresponde ao previsto no artigo 143.º do Código do IRC, quando aplicável.

9 - A demonstração da diminuição da faturação a que se refere no n.º 5 deve ser efetuada por certifi cação de revisor ofi cial de contas ou contabilista certifi cado.

CAPÍTULO IIIContribuições sociais

ARTIGO 3.ºEntidades abrangidas pelo diferimento do pagamento de

contribuições1 - Têm direito ao diferimento do pagamento de contribui-

ções previsto no presente decreto-lei as entidades empregadoras dos setores privado e social com:

a) Menos de 50 trabalhadores;b) Um total de trabalhadores entre 50 e 249, desde que

apresentem uma quebra de, pelo menos, 20 % da faturação comunicada através do e-fatura nos meses de março, abril e maio de 2020, face ao período ho-mólogo do ano anterior ou, para quem tenha iniciado a atividade há menos de 12 meses, à média do período de atividade decorrido;

c) Um total de 250 ou mais trabalhadores, desde que se trate de instituição particular de solidariedade social ou equipa-rada, ou que a atividade dessas entidades empregadoras se enquadre nos setores encerrados nos termos do artigo 7.º do Decreto n.º 2-A/2020, de 20 de março, ou nos setores da aviação e do turismo, e desde que apresentem uma quebra de, pelo menos, 20 % da faturação comunicada através do e-fatura nos meses de março, abril e maio de 2020, face ao período homólogo do ano anterior ou, para quem tenha iniciado a atividade há menos de 12 meses,

à média do período de atividade decorrido.2 - O número de trabalhadores a que se refere o número

anterior é aferido por referência à declaração de remunerações relativa ao mês de fevereiro de 2020.

3 - As entidades empregadoras benefi ciárias podem ser fi scalizadas, em qualquer momento, pelas entidades públicas competentes, devendo comprovar os factos de que depende o diferimento, para além de verifi cação por via eletrónica com a AT.

4 - Têm igualmente direito ao diferimento do pagamento de contribuições previsto no presente decreto-lei os trabalha-dores independentes.

ARTIGO 4.ºPagamento das contribuições diferidas

1 - As contribuições da responsabilidade da entidade em-pregadora, devidas nos meses de março, abril e maio de 2020, podem ser pagas nos seguintes termos:

a) Um terço do valor das contribuições é pago no mês em que é devido;

b) O montante dos restantes dois terços é pago em prestações iguais e sucessivas nos meses de julho, agosto e setembro de 2020 ou nos meses de julho a dezembro de 2020, sem juros.

2 - Às entidades empregadoras que já efetuaram o paga-mento da totalidade das contribuições devidas em março de 2020, o diferimento previsto no presente artigo inicia-se em abril de 2020 e termina em junho de 2020.

3 - O diferimento do pagamento de contribuições previsto no presente artigo não se encontra sujeito a requerimento.

4 - O disposto nos números anteriores não impede o pa-gamento integral das contribuições devidas pelas entidades empregadoras.

5 - Em julho de 2020, as entidades empregadoras devem indicar na Segurança Social Direta qual dos prazos de paga-mento previstos na alínea b) do n.º 1 pretendem utilizar.

6 - Os requisitos do plano prestacional relativos à faturação, previstos nas alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo anterior, são demonstrados pela entidade empregadora durante o mês de julho de 2020, conjuntamente com certifi cação do contabilista certifi cado da empresa.

7 - O diferimento das contribuições devidas pelos traba-lhadores independentes aplica-se aos meses de abril, maio e junho de 2020 e as contribuições podem ser pagas nos termos dos números anteriores.

8 - O incumprimento do disposto na alínea a) do n.º 1 determina a imediata cessação dos benefícios concedidos no presente artigo.

9 - O incumprimento dos requisitos de acesso ao diferimento do pagamento de contribuições implica o vencimento imediato da totalidade das prestações em falta, bem como a cessação da isenção de juros prevista na alínea b) do n.º 1.

ARTIGO 5.ºPlanos prestacionais e suspensão de processos

1 - O disposto no n.º 1 do artigo 7.º da Lei n.º 1-A/2020, de 19 de março, é igualmente aplicável aos planos prestacio-nais em curso, sem prejuízo de estes poderem continuar a ser pontualmente cumpridos.

2 - Caso a equiparação ao regime das férias judiciais a que se refere o n.º 1 do artigo 7.º da Lei n.º 1-A/2020, de 19 de mar-ço, venha a cessar antes de 30 de junho de 2020, os processos de execução fi scal devem manter-se suspensos até esta data.

3 - São igualmente suspensos, pelo prazo previsto no nú-mero anterior, os planos prestacionais em curso por dívidas à

(Continuação na pág. anterior)

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Boletim do Contribuinte 257ABRIL 2020 - Nº 7

(Continua na pág. seguinte)

Segurança Social fora do âmbito dos processos executivos, sem prejuízo de poderem continuar a ser pontualmente cumpridos.

4 - Após 30 de junho de 2020, pode o conselho diretivo da instituição de segurança social competente deliberar a exten-são do prazo de suspensão dos planos prestacionais referidos no número anterior celebrados com instituições particulares de solidariedade social no âmbito de acordos de cooperação.

ARTIGO 6.ºProrrogação extraordinária de prestações sociais

1 - São extraordinariamente prorrogadas as prestações por desemprego e todas as prestações do sistema de segurança social que garantam mínimos de subsistência cujo período de concessão ou prazo de renovação termine antes do prazo referido no n.º 3.

2 - São extraordinariamente suspensas as reavaliações das condi-ções de manutenção das prestações do sistema de segurança social.

3 - A prorrogação e a suspensão a que se referem os números anteriores aplica-se até 30 de junho de 2020.

4 - A medida prevista no presente artigo é fi nanciada pelo Orçamento do Estado.

ARTIGO 7.ºTransferências para o orçamento da segurança social

As transferências do Orçamento do Estado para o orçamento da segurança social para fi nanciamento das medidas excecionais e temporárias relativas à situação epidemiológica do novo Co-ronavírus - COVID-19 são efetuadas até ao dia 10 de cada mês.

ARTIGO 8.ºContribuições à Caixa de Previdência dos Advogados

e SolicitadoresA CPAS pode, por decisão da Direção e com parecer fa-

vorável do Conselho Geral, diferir o prazo de pagamento de contribuições, suspender temporariamente o seu pagamento ou reduzir temporariamente os escalões contributivos aos benefi ciários que, comprovadamente, tenham sofrido uma quebra de rendimentos que os impeça de satisfazer as suas obrigações contributivas, nomeadamente em virtude de doença ou redução anormal de atividade relacionadas com a situação epidemiológica do novo Coronavírus - COVID-19.

ARTIGO 9.ºNorma transitória

O prazo para pagamento das contribuições e quotizações devidas no mês de março de 2020 termina, excecionalmente, a 31 de março de 2020.

ARTIGO 10.ºProdução de efeitos

O presente decreto-lei produz efeitos à data de 12 de março de 2020.

ARTIGO 11.ºEntrada em vigor

O presente decreto-lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.

N.R. 1 - Ver os quadros-síntese que se publicam nas págs. 229 a 234. 2 - Ver na pág. 262 o Despacho nº 129/2020-XXII, de 27.3, do

SEAF, que aprova, no âmbito do IVA e da faturação, um conjunto de medidas de simplifi cação de algumas obrigações declarativas, nomeadamente quanto à declarações periódicas.

COVID-19Medidas excecionais e temporárias de proteção dos postos de trabalho, no âmbito da pandemia

Apoios aos trabalhadores e empregadores

"Lay-off" simplifi cado

Isenção de contribuições para a Segurança Social

Decreto-Lei n.º 10-G/2020, de 26 de março

(in DR nº 61/2020, I Série, I Supl. de 26.03.2020)

A Organização Mundial de Saúde qualifi cou, no passado dia 11 de março de 2020, a emergência de saúde pública ocasionada pela doença COVID-19 como uma pandemia internacional, cons-tituindo uma calamidade pública. A situação tem evoluído muito rapidamente em todo o mundo e, em particular, na União Europeia.

O Governo determinou, numa primeira fase, medidas para acautelar a proteção social dos trabalhadores que se encontrem impedidos, temporariamente, do exercício da sua atividade profi ssional por ordem da autoridade de saúde, devido a perigo de contágio pelo SARS-Cov-2, consagrando a equiparação a doença com internamento hospitalar, para efeitos do Decreto-Lei n.º 28/2004, de 4 de fevereiro, na sua redação atual, não fi cando nestes casos a atribuição do subsídio de doença sujeita a prazo de garantia, índice de profi ssionalidade e período de espera, nos termos do Despacho n.º 2875-A/2020, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 44, de 3 de março;

Numa segunda fase, o Governo, reconhecendo a excecio-nalidade da situação e emergência desencadeada por este surto, aprovou um conjunto de medidas de caráter extraordinário e temporário, destinadas aos trabalhadores e empregadores afeta-dos pela pandemia da doença COVID-19, tendo em vista apoiar a manutenção dos postos de trabalho e mitigar situações de crise empresarial, através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 10-A/2020, de 13 de março, e com base no Decreto-Lei n.º 13/2015, de 26 de janeiro, que defi ne os objetivos e os princí-pios da política de emprego e regula a concessão, a execução, o acompanhamento, a avaliação e o fi nanciamento dos respetivos programa e medidas.

A referida Resolução do Conselho de Ministros prevê medidas extraordinárias de apoio imediato aos trabalhadores e às empresas, as quais foram materializadas na Portaria n.º 71-A/2020, de 15 de março, na sua redação atual.

Face à rápida evolução da pandemia da doença COVID-19 o Presidente da República decretou, através do Decreto do Pre-sidente da República n.º 14-A/2020, de 18 de março, o estado de emergência, com fundamento na verifi cação de uma situação de calamidade pública. O Governo, por sua vez, regulamentou a aplicação da declaração do estado de emergência, através do Decreto n.º 2-A/2020, de 20 de março, consagrando medidas robustas com vista a prevenir a doença, conter a pandemia, salvar vidas e assegurar que as cadeias de abastecimento fundamentais de bens e serviços essenciais continuam a ser asseguradas.

Este cenário, em constante mutação, obriga a que as primeiras medidas adotadas pelo Governo sejam reforçadas de forma a apoiar a manutenção dos postos de trabalho e mitigar situações de crise empresarial.

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Boletim do Contribuinte258ABRIL 2020 - Nº 7

LEGISLAÇÃOARTIGO 2.º

Âmbito

1 - As medidas excecionais previstas no presente decreto-lei aplicam-se aos empregadores de natureza privada, incluindo as entidades empregadoras do setor social, e trabalhadores ao seu serviço, afetados pela pandemia da COVID-19 e que se encontrem, em consequência, em situação de crise empresarial., mediante requerimento eletrónico apresentado pela entidade empregadora junto dos serviços da Segurança Social.

2 - O disposto no presente decreto-lei não prejudica o re-gime contemplado no Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro, na sua redação atual, relativo à redução temporária do período normal de trabalho ou suspensão do contrato de trabalho por facto respeitante ao empregador.

ARTIGO 3.ºSituação de crise empresarial

1 - Para efeitos do presente decreto-lei, considera-se situação de crise empresarial:

a) O encerramento total ou parcial da empresa ou estabe-lecimento, decorrente do dever de encerramento de instalações e estabelecimentos, previsto no Decreto n.º 2-A/2020, de 20 de março, ou por determinação legislativa ou administrativa, nos termos previstos no Decreto-Lei n.º 10-A/2020, de 13 de março, na sua redação atual, ou ao abrigo da Lei de Bases da Proteção Civil, aprovada pela Lei n.º 27/2006, de 3 de julho, na sua redação atual, assim como da Lei de Bases da Saúde, aprovada pela Lei n.º 95/2019, de 4 de setembro, relativamente ao estabelecimento ou empresa efetivamente encerrados e abrangendo os trabalhadores a estes diretamente afetos; ou

b) Mediante declaração do empregador conjuntamente com certidão do contabilista certifi cado da empresa que o ateste:i) A paragem total ou parcial da atividade da empresa

ou estabelecimento que resulte da interrupção das cadeias de abastecimento globais, ou da suspensão ou cancelamento de encomendas, que possam ser documentalmente comprovadas nos termos da alí-nea c) do n.º 3;

ii) A quebra abrupta e acentuada de, pelo menos, 40 % da faturação no período de trinta dias anterior ao do pedido junto dos serviços competentes da se-gurança social, com referência à média mensal dos dois meses anteriores a esse período, ou face ao período homólogo do ano anterior ou, ainda, para quem tenha iniciado a atividade há menos de 12 meses, à média desse período.

2 - As entidades benefi ciárias do presente apoio podem ser fi scalizadas, a posteriori, pelas entidades públicas competentes, devendo comprovar nesse momento os factos em que se baseou o pedido e as respetivas renovações.

3 - O comprovativo referido no número anterior é efetuado por prova documental, podendo ser requerida a apresentação de documentos, nos casos aplicáveis, nomeadamente:

a) Balancete contabilístico referente ao mês do apoio bem como do respetivo mês homólogo ou meses anteriores, quando aplicável;

A fi gura da redução temporária do período normal de trabalho ou suspensão do contrato de trabalho por facto respeitante ao empregador em situação de crise empresarial, prevista no Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro, na sua redação atual (vulgo lay-off), tem demonstrado ao longo da história ser um instrumento robusto para ajudar a responder à situações de crise como a que o País atravessa, importando, no entanto, garantir a sua fl exibilidade procedimental de forma que este possa ser operacionalizado rapidamente, à semelhança do que foi aprovado na Portaria n.º 71-A/2020, de 15 de março, na sua redação atual.

Assim, mostra-se conveniente alargar as medidas previstas naquela Portaria n.º 71-A/2020, de 15 de março, na sua redação atual, aproveitando para a substituir por um regime simplifi cado da redução temporária do período normal de trabalho ou suspensão de contrato de trabalho, previsto nos artigos 298.º e seguintes do Código do Trabalho, o presente decreto-lei estabelece medidas excecionais e temporárias de resposta à pandemia da COVID-19, defi nindo e regulamentando os apoios fi nanceiros aos trabalhado-res e às empresas abrangidos pelos referidos regimes.

O presente decreto-lei clarifi ca também o conceito de crise empresarial para efeitos das medidas excecionais e temporárias, acrescentando o encerramento total ou parcial de empresa ou es-tabelecimento decorrente do dever de encerramento de instalações e estabelecimentos, previsto no Decreto n.º 2-A/2020, de 20 de março, ou por determinação legislativa ou administrativa, nos termos previstos no Decreto-Lei n.º 10-A/2020, de 13 de março, na sua redação atual, ou ao abrigo da Lei de Bases da Proteção Civil, aprovada pela Lei n.º 27/2006, de 3 de julho, na sua redação atual, assim como da Lei de Bases da Saúde, aprovada pela Lei n.º 95/2019, de 4 de setembro.

De forma a tornar claro que os apoios fi nanceiros previstos no presente decreto-lei têm em vista a manutenção dos contratos de trabalho e evitar despedimentos por razões económicas, nesta fase crítica que o País está a viver, o presente decreto-lei prevê ainda que, durante o período de redução ou suspensão, bem como nos 60 dias seguintes à aplicação das medidas de apoio extraordinário à manutenção de contrato de trabalho previstas, o empregador não pode fazer cessar contratos de trabalho ao abrigo das modalidades de despedimento coletivo ou despedimento por extinção do posto de trabalho, previstos nos artigos 359.º e 367.º do Código do Trabalho, relativamente aos trabalhadores abrangidos pelas medidas de apoio.

Assim:Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Constitui-

ção, o Governo decreta o seguinte:

ARTIGO 1.ºObjeto

O presente decreto-lei estabelece medidas excecionais e temporárias, defi nindo e regulamentando os termos e as con-dições de atribuição dos apoios destinados aos trabalhadores e às empresas afetados pela pandemia da COVID-19, tendo em vista a manutenção dos postos de trabalho e a mitigação de situações de crise empresarial.

(Continuação da pág. anterior)

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Boletim do Contribuinte 259ABRIL 2020 - Nº 7

LEGISLAÇÃO

b) Declaração de Imposto Sobre o Valor Acrescentado (IVA) referente ao mês do apoio bem como dos dois meses imediatamente anteriores, ou a declaração referente ao último trimestre de 2019 e o primeiro de 2020, conforme a requerente se encontre no regime de IVA mensal ou trimestral respetivamente, que evi-denciem a intermitência ou interrupção das cadeias de abastecimento ou a suspensão ou cancelamento de encomendas; e

c) Para os efeitos da segunda parte da subalínea i) da alínea b) do n.º 1, documentos demonstrativos do cancela-mento de encomendas ou de reservas, dos quais resulte que a utilização da empresa ou da unidade afetada será reduzida em mais de 40 % da sua capacidade de pro-dução ou de ocupação no mês seguinte ao do pedido de apoio; e

d) Elementos comprovativos adicionais a fi xar por despa-cho do membro do Governo responsável pela área do trabalho e da segurança social.

ARTIGO 4.ºDireitos do empregador

1 - Em situação de crise empresarial, nos termos previstos no artigo anterior, o empregador tem direito a:

a) Apoio extraordinário à manutenção de contrato de trabalho, com ou sem formação, em caso de redução temporária do período normal de trabalho ou da sus-pensão do contrato de trabalho, nos termos dos artigos 298.º e seguintes do Código do Trabalho;

b) Plano extraordinário de formação;c) Incentivo fi nanceiro extraordinário para apoio à norma-

lização da atividade da empresa;d) Isenção temporária do pagamento de contribuições para

a Segurança Social, a cargo da entidade empregadora.2 - Para efeitos de aplicação do previsto nas alínea a)

do número anterior, o empregador comunica, por escrito, aos trabalhadores a respetiva decisão, indicando a duração previsível, ouvidos os delegados sindicais e comissões de trabalhadores, quando existam, e remetendo de imediato requerimento eletrónico ao serviço competente da área da segurança social acompanhado de declaração do empregador contendo a descrição sumária da situação de crise empresarial que o afeta e, nos casos previstos na alínea b) do n.º 1 do artigo 3.º, de certidão do contabilista certifi cado da empresa que o ateste, bem como da listagem nominativa dos trabalhadores abrangidos e respetivo número de segurança social.

3 - As medidas previstas nas alíneas a) e d) do n.º 1 têm a duração de um mês, sendo, excecionalmente, prorrogáveis mensalmente, até ao máximo de três meses.

4 - As medidas previstas no presente decreto-lei são cumu-láveis com outros apoios.

ARTIGO 5.ºApoio extraordinário à manutenção de contrato

de trabalho em situação de crise empresarial

1 - O apoio extraordinário à manutenção de contrato de trabalho em empresa em situação de crise empresarial reveste a forma de um apoio fi nanceiro, por trabalhador, atribuído à em-presa nos termos do n.º 4 do artigo 305.º do Código do Trabalho e destinado, exclusivamente, ao pagamento de remunerações.

2 - Este apoio é cumulável com um plano de formação aprovado pelo Instituto do Emprego e Formação Profi ssional, I. P. (IEFP, I. P.), ao qual acresce uma bolsa nos mesmos termos do previsto no n.º 5 do artigo 305.º do Código do Trabalho.

ARTIGO 6.ºRedução ou suspensão em situação de crise empresarial

1 - Em situação de crise empresarial, o empregador pode reduzir temporariamente os períodos normais de trabalho ou suspender os contratos de trabalho, sendo aplicável, com as necessárias adapta-ções, o disposto nos artigos 298.º e seguintes do Código do Trabalho.

2 - Durante a vigência das medidas previstas no presente decreto-lei, em caso de redução do período normal de traba-lho, mantêm-se os direitos, deveres e garantias das partes, nos termos previstos no Código do Trabalho

3 - Durante a vigência das medidas previstas no presente decreto-lei, em caso de suspensão do contrato de trabalho, mantêm-se os direitos, deveres e garantias das partes que não pressuponham a efetiva prestação de trabalho, nos termos previstos no Código do Trabalho.

4 - A compensação retributiva a que o trabalhador tem direito é fi xada nos termos do n.º 3 do artigo 305.º do Código do Trabalho, sendo paga pelo empregador.

5 - Durante o período de aplicação desta medida, a empresa tem direito a um apoio fi nanceiro para efeitos de pagamento da compensação retributiva prevista no número anterior, nos termos do n.º 4 do artigo 305.º do Código do Trabalho.

6 - Sem prejuízo do disposto nos n.os 4 e 5, até 30 de junho de 2020, a compensação retributiva é paga por referência à retribuição normal ilíquida do trabalho prestado na empresa, devendo os serviços da Segurança Social proceder subsequen-temente aos ajustamentos que se revelem necessários, com eventual restituição das quantias indevidamente recebidas.

7 - Para efeitos do disposto no número anterior, caso o trabalhador exerça atividade remunerada fora da empresa deve comunicar o facto ao empregador, no prazo de cinco dias a contar do início da mesma, para efeitos de eventual redução na compensação retributiva, sob pena de perda do direito da compensação retributiva e, bem assim, dever de restituição dos montantes recebidos a este titulo, constituindo a omissão uma infração disciplinar.

8 - O empregador deve comunicar junto do Instituto da Segurança Social, I. P. (ISS, I. P.), a situação referida no nú-mero anterior, no prazo de dois dias a contar da data em que dela teve conhecimento.

ARTIGO 7.ºPlano extraordinário de formação

1 - As empresas que, abrangidas no âmbito do presente (Continua na pág. seguinte)

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Boletim do Contribuinte260ABRIL 2020 - Nº 7

LEGISLAÇÃO

decreto-lei, não tenham recorrido ao apoio extraordinário previsto no artigo 5.º, podem aceder a um apoio extraordiná-rio para formação profi ssional a tempo parcial, mediante um plano de formação defi nido nos termos do artigo seguinte, tendo em vista a manutenção dos respetivos postos de tra-balho e o reforço das competências dos seus trabalhadores, de forma a atuar preventivamente sobre o desemprego, nos termos do disposto no Decreto-Lei n.º 13/2015, de 26 de janeiro.

2 - O apoio extraordinário referido neste artigo tem a du-ração de um mês e destina-se à implementação do plano de formação defi nido no artigo seguinte.

3 - O apoio extraordinário a atribuir a cada trabalhador abrangido é suportado pelo IEFP, I. P., e é concedido em função das horas de formação frequentadas, até ao limite de 50 % da retribuição ilíquida, com o limite máximo de uma remuneração mínima mensal garantida (RMMG).

4 - Nas situações previstas no n.º 1, o empregador comunica aos trabalhadores, por escrito, a decisão de iniciar um plano de formação e a duração previsível da medida, remetendo de imediato informação ao IEFP, I. P., acompanhada dos docu-mentos referidos no n.º 2 do artigo 4.º

ARTIGO 8.ºPlanos de formação

1 - O plano de formação referido no artigo anterior deve:a) Ser implementado em articulação com a entidade, ca-

bendo ao IEFP, I. P., a sua organização, podendo ser desenvolvido a distância quando possível e as condi-ções o permitirem;

b) Contribuir para a melhoria das competências profi ssio-nais dos trabalhadores, sempre que possível aumen-tando o seu nível de qualifi cação, e contribuir para o aumento da competitividade da empresa;

c) Corresponder às modalidades de qualifi cação previstas no âmbito do Sistema Nacional de Qualifi cações.

2 - No caso da formação prevista no artigo anterior, a sua duração não deve ultrapassar 50 % do período normal de trabalho durante o período em que decorre.

3 - O número mínimo de formandos a integrar em cada ação de formação é defi nido por acordo entre o IEFP, I. P., e o empregador, atenta a legislação aplicável à respetiva moda-lidade de formação.

ARTIGO 9.ºEntidades formadoras

Para a operacionalização do plano de formação previsto no artigo 7.º, são entidades formadoras os centros de emprego e formação profi ssional do IEFP, I. P.

ARTIGO 10.ºIncentivo fi nanceiro extraordinário para apoio

à normalização da atividade da empresa

1 - Os empregadores que benefi ciem das medidas previstas no presente decreto-lei têm direito a um incentivo fi nanceiro extraordinário para apoio à retoma da atividade da empresa, a conceder pelo IEFP, I. P., pago de uma só vez e com o valor de uma RMMG por trabalhador.

2 - Para aceder ao incentivo, o empregador apresenta re-querimento ao IEFP, I. P., acompanhado, nomeadamente, dos documentos referidos no n.º 3 do artigo 3.º

ARTIGO 11.ºIsenção temporária do pagamento de contribuições

para a Segurança Social

1 - Os empregadores que benefi ciem das medidas pre-vistas no presente decreto-lei têm direito à isenção total do pagamento das contribuições à Segurança Social a cargo da entidade empregadora, relativamente aos trabalhadores abran-gidos e membros dos órgãos estatutários, durante o período de vigência das mesmas.

2 - O direito à isenção prevista no número anterior é aplicável igualmente aos trabalhadores independentes que sejam entidades empregadoras benefi ciárias das medidas e respetivos cônjuges.

3 - A isenção reporta-se às contribuições referentes às remunerações relativas aos meses em que a empresa seja benefi ciária das medidas.

4 - A dispensa do pagamento de contribuições relativa aos trabalhadores independentes determina o registo de remune-rações por equivalência à entrada de contribuições de acordo com a base de incidência contributiva que for aplicável.

5 - As entidades empregadoras entregam as declarações de remunerações autónomas relativas aos trabalhadores abrangi-dos e efetuam o pagamento das respetivas quotizações.

6 - A isenção do pagamento de contribuições aplicável aos trabalhadores independentes não afasta a obrigação de entrega da declaração trimestral.

7 - A isenção do pagamento de contribuições relativamente aos trabalhadores abrangidos é reconhecida ofi ciosamente, designadamente com base na informação transmitida pelo IEFP, I. P.

ARTIGO 12.ºFalsas declarações

As falsas declarações para obtenção das isenções previstas no artigo anterior tornam exigíveis as contribuições relativas ao período em que tenha vigorado o regime excecional, sem prejuízo da aplicação das sanções legais previstas para o respetivo ilícito.

ARTIGO 13.ºProibição do despedimento

Durante o período de aplicação das medidas de apoio pre-vistas no presente decreto-lei, bem como nos 60 dias seguintes,

(Continuação da pág. anterior)

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Boletim do Contribuinte 261ABRIL 2020 - Nº 7

LEGISLAÇÃO

o empregador não pode fazer cessar contratos de trabalho de trabalhador abrangido por aquelas medidas, ao abrigo das modalidades de despedimento coletivo ou despedimento por extinção do posto de trabalho, previstos nos artigos 359.º e 367.º do Código do Trabalho.

ARTIGO 14.ºIncumprimento e restituição do apoio

1 - O incumprimento por parte do empregador ou do trabalhador das obrigações relativas aos apoios previstos no presente decreto-lei implica a imediata cessação dos mesmos e a restituição ou pagamento, conforme o caso, ao ISS, I. P., e ao IEFP, I. P., total ou proporcional, dos montantes já recebidos ou isentados, quando se verifi que alguma das seguintes situações:

a) Despedimento, exceto por facto imputável ao traba-lhador;

b) Não cumprimento pontual das obrigações retributivas devidas aos trabalhadores;

c) Não cumprimento pelo empregador das suas obrigações legais, fi scais ou contributivas;

d) Distribuição de lucros durante a vigência das obrigações decorrentes da concessão do incentivo, sob qualquer forma, nomeadamente a título de levantamento por conta;

e) Incumprimento, imputável ao empregador, das obriga-ções assumidas, nos prazos estabelecidos;

f) Prestação de falsas declarações;g) Prestação de trabalho à própria entidade empregado-

ra por trabalhador abrangido pela medida de apoio extraordinário à manutenção de contrato de trabalho na modalidade de suspensão do contrato, ou para lá do horário estabelecido, na modalidade de redução temporária do período normal de trabalho.

2 - Caso a restituição prevista nos números anteriores não seja efetuada, voluntariamente, no prazo fi xado pelo IEFP, I. P., são devidos juros de mora à taxa legal em vigor, desde o fi m desse prazo, ou aplicável, no que respeita aos valores devidos à Segurança Social, o disposto no Decreto-Lei n.º 133/88, de 20 de abril, na sua redação atual, sendo realizada cobrança coerciva nos termos da legislação em vigor.

ARTIGO 15.ºResponsabilidade contraordenacional

Em caso de violação de normas legais relativas à redução temporária do período normal de trabalho ou suspensão do contrato de trabalho, previstas nos artigos 298.º e seguintes do Código do Trabalho, aplica-se o regime da responsabilidade contraordenacional previsto nos artigos 548.º e seguintes daquele diploma e, subsidiariamente, o regime geral das contraordenações.

ARTIGO 16.ºFinanciamento

1 - Os valores da compensação retributiva da responsa-bilidade da Segurança Social pagos ao abrigo do presente decreto-lei são fi nanciados pelo Orçamento do Estado.

2 - Os apoios previstos no presente decreto-lei são passíveis de fi nanciamento comunitário, sendo-lhe aplicável as respetivas disposições do direito comunitário e nacional.

ARTIGO 17.ºSituação tributária e contributiva

Até ao dia 30 de abril de 2020, não relevam, para efeitos da alínea a) do n.º 1 do artigo 177.º-A do Código de Procedimento e de Processo Tributário e do n.º 1 do artigo 208.º do Código dos Regimes Contributivos do Sistema Previdencial de Segu-rança Social, as dívidas constituídas no mês de março de 2020.

ARTIGO 18.ºAvaliação

As medidas previstas no presente decreto-lei são objeto de avaliação regular por parte da Comissão Permanente da Concertação Social.

ARTIGO 19.ºNorma revogatória

1 - É revogada a Portaria n.º 71-A/2020, de 15 de março, na sua redação atual.

2 - Os requerimentos que hajam sido entregues ao abrigo da Portaria n.º 71-A/2020, de 15 de março, na sua redação atual, e antes da entrada em vigor do presente decreto-lei, para efeitos da aplicação dos apoios fi nanceiros previstos naquela, mantêm a sua efi cácia e são analisados à luz do presente decreto-lei.

ARTIGO 20.ºProdução de efeitos

1 - O presente decreto-lei produz efeitos até 30 de junho de 2020.

2 - A prorrogação por mais três meses do período referido no número anterior será devidamente ponderada em função da evolução das consequências económicas e sociais da CO-VID-19.

ARTIGO 21.ºEntrada em vigor

O presente decreto-lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.

N.R.1 - Chama-se a especial atenção para a revogação, pelo presente decreto-lei, da Portaria nº 71-A/2020, de 15.3, publicada no último número do Bol. do Contribuinte, sendo as novas medidas excecionais de proteção das partes de trabalho no âmbito da atual pandemia e as estabelecidas no Decreto-Lei nº 10-G/2020 aqui re-produzidas. 2 - Ver nas páginas 263 e seguintes as diversas medidas de proteção social, lay-off simplifi cado e ainda quanto às regras excecionais e temporárias no que diz respeito a contribuições para a Segurança Social.

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Boletim do Contribuinte262ABRIL 2020 - Nº 7

LEGISLAÇÃO

IVAMedidas de simplifi cação das obrigações declarativas com vista a mitigar os efeitos

da pandemia do COVID-19Declarações periódicas e outras

Justo impedimento no cumprimento de obrigações fi scais

Despacho nº 129/2020 – XXII, de 27 de marçoNo seguimento do meu Despacho n.º 104/2020-XXII, de 9 de março,

e no quadro do conjunto de medidas tomadas pelo Governo para mitigar os efeitos da pandemia do COVID-19, tendo por base o princípio de cola-boração mútua entre a administração fi scal e os contribuintes, bem como os mecanismos facilitadores do cumprimento voluntário de obrigações, importa introduzir procedimentos de simplifi cação que permitam adaptar o cumprimento das obrigações declarativas às circunstâncias atuais.

Por outro lado, e considerando que o artigo 14.º do Decreto-Lei n.º 10-A/2020, de 13 de março vem estabelecer um regime específi co de justo impedimento aplicável a toda a administração, passando a considerar-se também como fundamento do mesmo a declaração emitida por autoridade de saúde a favor de sujeito processual, parte, seus representantes ou man-datários, que ateste a necessidade de um período de isolamento destes por eventual risco de contágio do COVI D-19, afi gura-se necessário densifi car e ajustar este regime às especifi cidades do procedimento tributário que, apesar de genericamente desmaterializado e de a maioria das vezes não implicar a realização de atos presenciais, não deixa de poder comportar, na conjuntura atual, situações de justo impedimento. Por conseguinte, considerando que o ponto 4 do meu Despacho n.º 104/2020-XXII, de 9 de março, o qual já estabelecia, no âmbito do procedimento tributário, certas situações consideradas como justo impedimento, revela-se necessário proceder à atualização do mesmo.

Assim, determino o seguinte:1. As declarações periódicas de IVA a entregar no prazo

legal previsto no n.º 1 do artigo 41.º do CIVA, referentes ao período de fevereiro de 2020, podem ser calculadas tendo

por base os dados constantes do E-Fatura, não carecendo de documentação de suporte, designadamente reconciliações e documentos físicos, devendo a regularização da situação ser efetuada por declaração de substituição;

2. A substituição das declarações periódicas referidas na alínea anterior será possível fazer, sem quaisquer acréscimos ou penalidades, com base na totalidade da documentação de suporte, desde que essa substituição e respetivo pagamento/ acerto ocorra durante o mês de julho de 2020;

3. Durante os meses de abril, maio e junho, devem ser aceites faturas em PDF, as quais são consideradas faturas eletrónicas para todos os efeitos previstos na legislação fi scal;

4. O referido nos pontos 1. e 2. é apenas aplicável nos seguintes casos:

a) Quando o sujeito passivo apresente um volume de negócios, nos termos do art.º 42.º do Código do IVA, referente ao ano de 2019, até € 1 O. 000. 000;

b) Quando o sujeito passivo tenha iniciado a atividade em ou após um de janeiro de 2020;

c) Quando o sujeito passivo tenha reiniciado a atividade em ou após 1 de janeiro de 2020 e não tenha obtido volume de negócios em 2019 (tendo obtido volume de negócios em 2019 é aplicável a alínea a) supra).

5. Devem considerar-se como condições sufi cientes para a aplicação da fi gura do justo impedimento no cumprimento de quaisquer obrigações fi scais, incluindo as que tenham de ser cum-pridas no âmbito de procedimentos administrativos relacionados com a liquidação de impostos, relativamente a contribuintes ou contabilistas certifi cados, as situações de infeção ou de isolamento profi lático determinadas por autoridade de saúde;

6. Devem considerar-se igualmente como condições su-fi cientes para a aplicação da fi gura do justo impedimento no cumprimento de quaisquer obrigações fi scais, as situações de fi xação de cerca sanitária que interdite as deslocações de contribuintes ou contabilistas certifi cados de e para as zonas abrangidas pela cerca, desde que aqueles tenham o seu domi-cílio fi scal ou profi ssional nas referidas zonas;

7. As situações de justo impedimento referidas no ponto 5. devem ser comprovadas mediante entrega de declaração emitida por autoridade de saúde.

N.R. O Decreto-Lei nº 10-A/2020, de 13.3, foi publicado no último número do Bol. do Contribuinte, pág. 213.

DIREITO ADUANEIRO DA UNIÃO

Inclui as alterações operadas pelos seguintesdiplomas: • Lei nº 98/2019, de 4.9 • Lei nº 118/2019, de 17.9 • Lei nº 119/2019, de 18 .9

3ª EDIÇÃO 2019 Já disponível

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Um livro que vai simplifi car o enorme esforço de todos os profi ssionais da área aduaneira e dos operadores económicos (importadores e exportadores, despachantes ofi ciais, transi-tários, agentes de navegação, etc.) que diariamente labutam neste labirinto de legislação que se encontrava dispersa.

Autor: Joaquim RicardoConsultor Fiscal (ex-quadro superiorda Administração Tributária)

Preço: €48,60

Edição atualizada até setembro de 2019

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Boletim do Contribuinte 263

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIALABRIL 2020 - Nº 7

Subsídio por doença por motivo de isolamento, imposto pelo delegado de saúdeBenefi ciários Trabalhadores por conta de outrem e trabalhadores independentes.

ApoiosSubsídio por doença, de valor correspondente a 100% da remuneração.O subsídio tem a duração máxima de 14 dias. Este apoio está equiparado a subsídio por doença com internamento hospitalar, pelo que não se aplica o período de espera, ou seja, é paga a prestação desde o 1º dia

Como proceder

O trabalhador por conta de outrem:Deve remeter à sua entidade empregadora a declaração de isolamento profi lático emitida pelo Delegado de Saúde. A entidade empregadora: • Deve preencher o mod. GIT71-DGSS, disponível em http://www.segsocial.pt/formularios, com a identifi cação dos trabalhadores em isolamento;• Deve remeter aquele modelo e as declarações de certifi cação de isolamento, emitidas pelo Delegado de Saúde, referentes aos trabalhadores, através da Segurança Social Direta no menu Perfi l, opção Documentos de Prova, com o assunto COVID19-Declaração de isolamento profi lático para trabalhadores. O trabalhador independente:• Deve preencher o mod. GIT71-DGSS, disponível em http://www.segsocial.pt/formularios, com a sua identi-fi cação;• Deve remeter o modelo e a sua declaração de certifi cação de isolamento profi lático, emitida pelo Delegado de Saúde, através da Segurança Social Direta no menu Perfi l, opção Documentos de Prova, com o assunto COVID-19 – Declaração de isolamento profi lático para trabalhadores.

MEDIDAS EM VIGOR

COVID-19 – MEDIDAS DE PROTEÇÃO SOCIALProcedimentos

No âmbito da crise epidémica COVID 19, o Governo disponibilizou um conjun-to de medidas que visam:

• o apoio aos trabalhadores em caso de isolamento profi lático e doença;

• apoio às famílias em caso de faltas ao trabalho, em virtude do encer-ramento dos estabelecimentos de

ensino e de apoio à 1ª infância ou defi ciência;

• o apoio aos trabalhadores indepen-dentes em situação de redução ou paragem de atividade.

O quadro seguinte efetua uma síntese das diversas medidas de proteção social, contendo a descrição do apoio em causa,

bem como a forma de proceder para efei-tos de acesso às mesmas.

Para submeter o respetivo formulário deverá aceder-se à Segurança Social Di-reta (www.seg-social.pt) - menu Emprego - opção Medidas de Apoio (COVID-19) - Apoio excecional à família para traba-lhadores por conta de outrem (caso se trate de uma entidade empregadora) ou Apoio excecional à família para trabalha-dores independentes e serviço doméstico (tratando-se de trabalhador independente ou serviço doméstico).

Apoio excecional à família para trabalhadores por conta de outremBenefi ciários Trabalhadores que exercem atividade por conta de outrem e que faltem ao trabalho por motivos de assistência

a fi lhos ou outros menores a cargo, menores de 12 anos, ou com defi ciência/doença crónica independentemente da idade, decorrente de encerramento do estabelecimento de ensino.

Apoios

O trabalhador tem direito a um apoio excecional correspondente a 2/3 da sua remuneração base, ou seja, não inclui outras componentes da remuneração. Este apoio tem como limite mínimo o valor do salário mínimo (€635) e como limite máximo três vezes este montante (€1905) e é calculado em função do número de dias de falta ao trabalho.O apoio não inclui o período das férias escolares. No caso de crianças que frequentem equipamentos sociais de apoio à primeira infância ou defi ciência, o apoio é atribuído até 9 de abril. Não pode haver sobreposição de períodos entre progenitores.

Como proceder

O trabalhador: deve preencher a declaração Mod. GF88-DGSS, disponível http://www.segsocial.pt/formularios e remeter à respetiva entidade empregadora. A declaração também serve para justifi cação de faltas ao trabalho. A entidade empregadora: – deve recolher as declarações remetidas pelos trabalhadores;– deve proceder ao preenchimento do formulário on-line que estará disponível na Segurança Social Direta no fi nal do mês de março;– deve registar o IBAN na Segurança Social Direta, em funcionalidade a disponibilizar no fi nal do mês de março. O apoio será pago pela Segurança Social à entidade empregadora, obrigatoriamente por transferência bancária.

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Boletim do Contribuinte264

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIALABRIL 2020 - Nº 7

Apoio extraordinário à família para trabalhadores independentes e do serviço domésticoBenefi ciários Trabalhadores Independentes e Trabalhadores do Serviço Doméstico que não possam exercer a sua atividade

por motivos de assistência a fi lhos ou outros menores a cargo, menores de 12 anos, ou com defi ciência/doença crónica independentemente da idade, decorrente de encerramento do estabelecimento de ensino.

Apoios

Apenas tem direito ao apoio o trabalhador independente que, nos últimos 12 meses, tenha tido obrigação con-tributiva em pelo menos 3 meses consecutivos.O trabalhador independente tem direito a um apoio fi nanceiro correspondente a 1/3 da base de incidência contri-butiva mensualizada do primeiro trimestre de 2020, com os seguintes limites:• Limite mínimo = 1 IAS (valor: €438,81) • Limite máximo = 2,5 IAS (valor: €1.097,02) O trabalhador do serviço doméstico tem direito a um apoio fi nanceiro correspondente a 2/3 da base de inci-dência contributiva.

Como proceder

Deverá proceder ao preenchimento do formulário on-line para requerimento do apoio, que está disponível na Segurança Social Direta.Deverá registar o IBAN na Segurança Social Direta, para que a Segurança Social possa proceder ao pagamento do apoio, que será feito obrigatoriamente por transferência bancária

Apoio extraordinário à redução da atividade económica de trabalhador independenteBenefi ciários Esta medida aplica-se aos Trabalhadores Independentes que nos últimos 12 meses tenham tido obrigação con-

tributiva em pelo menos 3 meses consecutivos, e que se encontrem em situação comprovada de paragem da sua atividade ou da atividade do respetivo setor.

Apoios

Tem direito a um apoio fi nanceiro correspondente ao valor da remuneração registada como base de incidência contributiva, com o limite de 1 IAS (€438,81). Tem direito, também, a adiamento do pagamento das contribuições dos meses em que esteve a receber o apoio. O apoio fi nanceiro tem a duração de 1 mês, prorrogável até ao máximo de 6 meses. O pagamento diferido das con-tribuições inicia-se no segundo mês posterior ao da cessação do apoio e pode ser efetuado em prestações (até 12).

Como proceder

Deve proceder ao preenchimento do formulário on-line para requerimento do apoio, disponível na Segurança Social Direta.Deve registar/alterar o IBAN na Segurança Social Direta, para que a Segurança Social possa proceder ao paga-mento do apoio, que será efetuado obrigatoriamente por transferência bancária.

Edição revista, atualizada e aumentada que tem em conta as alterações decor-rentes da recente publicação dos regulamentos da Ordem dos Contabilistas Certifi cados.

Nesta 2ª edição, foi introduzida uma parte relativa à jurisprudência com evi-dente enfoque nas questões estatuárias e deontológicas e o leque de minutasfoi revisto e ampliado, procurando ir ao encontro das necessidades manifestadas pelos Contabilistas Certifi cados na sua envolvência com os clientes, com a Or-dem dos Contabilistas Certifi cados e com a Autoridade Tributária.

MINUTAS PARA CONTABILISTAS CERTIFICADOS

2ª edição - revista, atualizada e aumentada

Autor Marco Vieira Nunes

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Boletim do Contribuinte 265

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIALABRIL 2020 - Nº 7

Os empregadores afetados pela pandemia Covid-19 já podem aceder ao "lay-off" simplificado através do preenchimento eletrónico de formu-lário, disponível no site da Segurança Social.

O Decreto-Lei nº 10-G/2020, de 26.3, veio alargar as medidas previstas na Por-taria nº 71-A/2020, de 15.3, tendo pro-cedido à sua substituição por um regime simplifi cado da redução temporária do período normal de trabalho ou suspensão de contrato de trabalho – Lay-off, previs-to nos arts. 298º e seguintes do Código do Trabalho, importando garantir a sua flexibilidade procedimental de forma que este possa ser aplicado rapidamente.

Assim, o novo diploma veio estabe-lecer medidas excecionais e temporárias de resposta à pandemia da COVID-19, defi nindo e regulamentando os apoios fi nanceiros aos trabalhadores e às empre-sas abrangidos pelos referidos regimes.

A Portaria nº 71-A/2020 encontra-se revogada, tendo as medidas nela previs-tas sido consagradas no novo decreto-lei ora publicado.

As medidas previstas são cumuláveis com outros apoios.

Simulador online

A Segurança Social (em www.seg--social.pt) colocou à disposição um simu-lador para cálculo da retribuição a receber pelo trabalhador em caso de suspensão dos contratos de trabalho ou de redução dos períodos de trabalho (tempo parcial), com a indicação dos montantes a cargo da enti-dade empregadora e da Segurança Social.

Benefi ciários

As medidas excecionais aplicam-se aos empregadores de natureza privada: sociedades comerciais, independentemente da forma societária (ex.: sociedade uni-pessoal, limitada e sociedade anónima), cooperativas, fundações, associações, federações e confederações – incluindo os que têm o estatuto de Instituição Particular

de Solidariedade Social (IPSS). São, ainda, abrangidos os trabalhadores independentes que sejam entidades empregadoras.

Crise empresarial

Foi clarifi cado o conceito de crise empresarial para efeitos de aplicação das medidas excecionais e temporárias.

Assim, é considerada situação de crise empresarial:

• o encerramento total ou parcial da empresa ou estabelecimento, de-corrente do dever de encerramento de instalações e estabelecimentos, previsto no Decreto nº 2-A/2020, de 20.3 (aplicação do estado de emergência), ou por determinação legislativa ou administrativa ou ao abrigo da Lei de Bases da Prote-ção Civil, assim como da Lei de Bases da Saúde, relativamente ao estabelecimento ou empresa efeti-vamente encerrados e abrangendo os trabalhadores a estes diretamente afetos; ou

• através de declaração do empre-gador acompanhada de certidão do contabilista certifi cado da empresa que o ateste:- a paragem total ou parcial da ati-

vidade da empresa ou estabeleci-mento que resulte da interrupção das cadeias de abastecimento globais, ou da suspensão ou can-celamento de encomendas, que possam ser documentalmente comprovadas;

- a quebra repentina e acentuada de, pelo menos, 40 % da faturação no período de 30 dias anterior ao do pedido junto dos serviços competentes da segurança social, com referência à média mensal dos dois meses anteriores a esse período, ou face ao período homólogo do ano anterior ou, ainda, para quem tenha iniciado a atividade há menos de 12 meses, à média desse período.

Direitos do empregador

Em situação de crise empresarial, o empregador tem direito a:

I - Apoio extraordinário à ma-nutenção de contrato de trabalho, com ou sem formação, em caso de redução temporária do período nor-mal de trabalho ou da suspensão do contrato de trabalho. Esta medida tem a duração de um mês, sendo, excecio-nalmente, prorrogável mensalmente, até ao máximo de três meses.

II – Plano extraordinário de for-mação;

III –Incentivo fi nanceiro extraor-dinário para apoio à normalização da atividade da empresa;

IV –Isenção temporária do pa-gamento de contribuições para a Segurança Social, a cargo da enti-dade empregadora. Esta medida tem a duração de um mês, sendo, excecio-nalmente, prorrogável mensalmente, até ao máximo de três meses.

I - Apoio extraordinário à manu-tenção de contrato de trabalho em situação de crise empresarial

O apoio extraordinário à ma-nutenção de contrato de traba-lho em empresa em situação de crise empresarial reveste a forma de um apoio fi nanceiro, por trabalhador, atribuído à empresa nos termos do art. 305º do Código do Trabalho e destinado, exclusivamente, ao pagamento de remunerações.

Montantes a receber pelo traba-lhador

A retribuição do trabalhador é paga em 30 % do seu montante pelo empregador e em 70 % pela Segurança Social.

Este apoio pode ser complementado com um plano de formação aprovado pelo Instituto do Emprego e Formação Profi ssional (IEFP) em que esta enti-dade paga adicionalmente uma bolsa igual a 30% do valor do Indexante de Apoios Sociais (€132,60), que se des-tina em partes iguais para o trabalhador (€65,80) e empregador (€65,80).

COVID-19"Lay-off" simplifi cado

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Boletim do Contribuinte266

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIALABRIL 2020 - Nº 7

Redução ou suspensão em situação de crise empresarial

Na situação de crise empresarial, o empregador pode reduzir temporaria-mente os períodos normais de trabalho ou suspender os contratos de trabalho.

Quer se verifi que redução de perío-do normal de trabalho ou suspensão do contrato, os trabalhadores têm direito a receber um montante mínimo igual a 2/3 do seu salário ilíquido, ou ao valor do salário mínimo correspondente ao seu período normal de trabalho consoante o que for mais elevado (ver quadro abaixo).

Suspensão do contrato

A compensação retributiva a que o trabalhador tem direito é paga pelo empregador e corresponde a dois terços da sua retribuição normal ilíquida ou ao valor do salário mínimo (consoante o que for mais elevado) até ao triplo do valor da retribuição mínima garantida (€1905), sem prejuízo do valor pago pelo IEFP, no âmbito de plano de formação profi ssional.

Para pagamento desta compensação retributiva, a entidade empregadora tem direito a um apoio da Segurança Social no valor de 70% de 2/3 da retribuição normal ilíquida de cada trabalhador abrangido, até ao limite de €1333,50 por trabalhador, para apoiar o pagamento dos salário.

Notas: • O conceito de "retribuição normal”

envolve a retribuição base, as diutur-nidades e todas as demais prestações regulares e periódicas inerentes à prestação de trabalho, que constem da folha de vencimento.

Exemplo:Retribuição normal

do trabalhadorRetribuição devida ao trabalhador (1)

Apoio da Segurança Social (2)

Retribuição a cargo do empregador (3)

€635,00 €635,00 €444,50 €190,50€650,00 €635,00 €444,50 €190,50€750,00 €635,00 €444,50 €190,50€850,00 €635,00 €444,50 €190,50

€1 000,00 €666,67 €466,67 €200,00 €1 500,00 €1 000,00 €700,00 €300,00€2 000,00 €1 333,33 €933,33 €400,00€2 500,00 €1 666,67 €1 166,67 €500,00€3 000,00 €1 905,00 €1 333,50 €571,50€5 000,00 €1 905,00 €1 333,50 €571,50

(1) 2/3 da retribuição normal ilíquida do trabalhador (mínimo: €635; máximo: €1905)(2) 70% de 2/3 da retribuição normal ilíquida devida ao trabalhador, até ao limite de €1333,50(3) 30% de 2/3 da retribuição normal ilíquida devida ao trabalhador, até ao limite de €1333,50

Situações de redução do período normal de trabalho

Ao trabalhador abrangido em regime de redução do período normal de trabalho é assegurado o direito ao respetivo salário, cal-culado em proporção das horas de trabalho.

Contudo, se o salário auferido pelo trabalhador for inferior a 2/3 da sua re-tribuição normal ilíquida ou inferior à remuneração mínima correspondente ao seu período normal de trabalho, consoan-te o que for mais elevado, o trabalhador tem direito a uma compensação retri-butiva igual à diferença entre o salário auferido e um destes valores, conforme aplicável.

Exemplo: se 2/3 do salário normal ilíquido de um trabalhador correspon-dessem a €640 ((€960: 3) x 2), e se numa situação de redução do período normal de trabalho recebesse um salário de €531,84, o trabalhador teria direito a uma compensação de €108,16 (€531,84 + €108,16 = €640).

Documentos a apresentar

O empregador deve submeter reque-rimento em modelo próprio acompanha-do somente do seguinte:

• Descrição sumária da situação de crise empresarial;

• Certidão do contabilista certifi cado da empresa a atestar a verifi cação da situação de crise empresarial, por: - paragem total ou parcial da ati-

vidade da empresa ou estabele-cimento; ou

- quebra abrupta e acentuada de, pelo menos, 40 % da faturação;

• Listagem nominativa dos traba-lhadores abrangidos e respetivo número de segurança social (NISS) em fi cheiro em formato Excel, dis-ponibilizado online pela Segurança Social.

Requerimento

O requerimento deverá ser entregue através da Segurança Social Direta no menu Perfil, opção Documentos de Prova, com o assunto COVID19-Apoio extraordinário à manutenção do contrato de trabalho.

Deve registar/alterar o IBAN na Segurança Social Direta, para que a Segurança Social possa proceder ao pagamento dos apoios à entidade em-pregadora, que será responsável pelo pagamento ao trabalhador.

Notas: • A compensação retributiva é paga

diretamente ao trabalhador pela entidade empregadora. A Segu-rança Social, por sua vez, transfere a respetiva contribuição para a empresa;

• Durante a aplicação do apoio, a entidade empregadora está isenta de pagamento de contribuições para a segurança social na parte da entidade empregadora, mantendo--se a quotização de 11% relativa ao trabalhador.

II - Plano extraordinário de for-mação

As empresas em situação de crise empresarial que não tenham recorrido ao apoio extraordinário à manutenção dos contratos de trabalho acima referido podem aceder a um apoio extraordinário para formação profi ssional a tempo par-cial, mediante um plano de formação, tendo por objetivo a manutenção dos respetivos postos de trabalho e o reforço das competências dos seus trabalhadores, de forma a atuar preventivamente sobre o desemprego.

O apoio extraordinário tem a duração de um mês e destina-se à implementação de plano de formação.

Page 43: Decreto-Lei n.º 10-F/2020, de 26 de março Regime excecional e … · 2020. 4. 8. · 228 Boletim do Contribuinte ABRIL 2020 - Nº 7 IVA Declaração periódica – regime mensal

Boletim do Contribuinte 267

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIALABRIL 2020 - Nº 7

Montantes do apoio

O apoio extraordinário a atribuir a cada trabalhador abrangido é suportado pelo IEFP, e é concedido em função das horas de formação frequentadas, até ao limite de 50 % da retribuição ilíquida, com o limite máximo correspondente ao valor do salário mínimo (€635).

A duração da formação não deve ul-trapassar 50 % do período normal de tra-balho durante o período em que decorre.

Para a operacionalização do plano de formação são entidades formadoras os centros de emprego e formação pro-fi ssional do IEFP.

III - Incentivo fi nanceiro extraor-dinário para apoio à normalização da atividade da empresa

Os empregadores que beneficiem das medidas previstas no decreto-lei em análise têm direito a um incentivo fi nan-ceiro extraordinário para apoio à retoma da atividade da empresa, a atribuir pelo IEFP, pago de uma só vez e com o valor do salário mínimo por trabalhador.

Para ter acesso ao incentivo, o emprega-dor terá de apresentar requerimento ao IEFP.

IV. Isenção temporária do paga-mento de contribuições para a Segu-rança Social

Os empregadores que benefi ciem das medidas descritas têm direito à isenção total do pagamento das contribuições à Segurança Social a cargo da entidade

empregadora, relativamente aos tra-balhadores abrangidos e membros dos órgãos estatutários, durante o período de vigência das mesmas.

As entidades empregadoras entre-gam as declarações de remunerações autónomas relativas aos trabalhadores abrangidos e fazem o pagamento das respetivas quotizações.

Trabalhadores independentes

O direito à isenção de contribuições é igualmente aplicável aos trabalhadores independentes que sejam entidades em-pregadoras benefi ciárias das medidas e respetivos cônjuges.

A dispensa do pagamento de con-tribuições respeitante aos trabalhadores independentes determina o registo de remunerações por equivalência à entrada de contribuições de acordo com a base de incidência contributiva que for aplicável.

A isenção do pagamento de con-tribuições aplicável aos trabalhadores independentes não afasta a obrigação de entrega da declaração trimestral.

Proibição do despedimento

Durante o período de aplicação das medidas de apoio anteriormente referidas, bem como nos 60 dias seguintes, o em-pregador não pode fazer cessar contratos de trabalho de trabalhador abrangido por aquelas medidas, ao abrigo das modalida-des de despedimento coletivo ou despedi-mento por extinção do posto de trabalho, previstos no Código do Trabalho.

Incumprimento e restituição do apoio

O incumprimento por parte do empregador ou do trabalhador das obrigações relativas aos apoios tem por consequência a imediata cessação dos mesmos e a restituição ou pagamento, conforme o caso, ao Instituto da Segu-rança Social e ao IEFP, total ou propor-cional, dos montantes já recebidos ou isentados, quando se verifi que alguma das seguintes situações:

- despedimento, exceto por facto imputável ao trabalhador;

- não cumprimento pontual das retri-buições devidas aos trabalhadores;

- não cumprimento pelo empregador das suas obrigações legais, fi scais ou contributivas;

- distribuição de lucros durante a vigência das obrigações decorren-tes da atribuição do incentivo, sob qualquer forma, nomeadamente a título de levantamento por conta;

- incumprimento, imputável ao empregador, das obrigações assu-midas, nos prazos fi xados;

- prestação de falsas declarações;- prestação de trabalho à própria

entidade empregadora por traba-lhador abrangido pela medida de apoio extraordinário à manutenção de contrato de trabalho na moda-lidade de suspensão do contrato, ou para além do horário estabe-lecido, na modalidade de redução temporária do período normal de trabalho.

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Boletim do Contribuinte268

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIALABRIL 2020 - Nº 7

Para aliviar os compromissos das empresas perante a Segurança Social, em virtude do impacto na economia dos efeitos provocados pela pandemia, o Executivo procedeu ao diferimento das obrigações contributivas da responsabi-lidade das entidades empregadoras e dos trabalhadores independentes.

Entidades empregadorasAs contribuições da responsabilida-

de das entidade empregadoras, devidas nos meses de março, abril e maio de 2020, podem ser pagas nos seguintes termos:

• 1/3 do valor das contribuições é pago no mês em que é devido;

• os restantes 2/3 são pagos em pres-tações iguais e sucessivas:- nos meses de julho, agosto e

setembro de 2020, sem juros; ou- nos meses de julho a dezembro

de 2020, neste caso sujeito ao pagamento de juros de mora com redução de 50% no que respeita ao montante pago nos últimos três meses, contados a partir do vencimento da terceira prestação.

Para as entidades empregadoras que já efetuaram o pagamento da totalidade das contribuições devidas em março de 2020, o diferimento inicia-se em abril de 2020 e termina em junho de 2020.

Trabalhadores independentesO diferimento das contribuições de-

vidas pelos trabalhadores independentes aplica-se aos meses de abril, maio e junho de 2020 e as contribuições podem ser pagas de acordo com as regras acima referidas.

Benefi ciáriosTêm direito ao diferimento do paga-

mento de contribuições:

os trabalhadores independen-tes; e

as entidades empregadoras dos setores privado e social com:

• menos de 50 trabalhadores; • um total de trabalhadores entre

50 e 249, desde que apresentem uma quebra de, pelo menos, 20% da faturação comunicada através do e-fatura nos meses de março, abril e maio de 2020, face ao pe-ríodo homólogo do ano anterior ou, para quem tenha iniciado a atividade há menos de 12 meses, à média do período de atividade decorrido;

• 250 ou mais trabalhadores (tratan-do-se de instituição particular de solidariedade social ou equiparada, a atividade das entidades empre-gadoras se enquadre nos setores encerrados por força do estado de emergência, nos setores da aviação e do turismo, ou ainda, a atividade dessas entidades empregadoras te-nha sido suspensa, por determina-ção legislativa ou administrativa), desde que apresentem uma quebra de, pelo menos, 20% da faturação nos meses de março, abril e maio de 2020, face ao período homólogo do ano anterior ou, para quem te-nha iniciado a atividade há menos de 12 meses, à média do período de atividade decorrido.

Notas:- o número de trabalhadores é aferido

por referência à declaração de remu-nerações referente ao mês de fevereiro de 2020;

- esta redução é demonstrada pela entidade empregadora durante o mês de julho de 2020, conjuntamente com certifi cação do contabilista certifi cado da empresa;

- em julho de 2020, as entidades empre-gadoras devem indicar na Segurança

Social Direta (www.seg-social.pt) qual dos prazos de pagamento pretendem utilizar.

Requisitos a preencherO diferimento do pagamento de

contribuições não se encontra sujeito a requerimento, nem depende da presta-ção de quaisquer garantias.

O incumprimento do pagamento das contribuições nestes termos determina a imediata cessação dos benefícios atribuídos.

A inobservância dos requisitos de acesso ao diferimento do pagamento de contribuições implica o vencimento imediato da totalidade das prestações em falta, bem como a cessação da isen-ção de juros.

Suspensão dos planos prestacionaisFicam suspensos os planos pres-

tacionais em curso por dívidas à Se-gurança Social fora do âmbito dos processos executivos, sem prejuízo de poderem continuar a ser pontualmente cumpridos.

Por outro lado, fi cam suspensos os prazos de caducidade e prescrição das dívidas à Segurança Social até 30 de junho de 2020.

Prestações sociais - prorrogação extraordinária

Por último, importa ter presente que o Governo procedeu à prorro-gação automática das prestações por desemprego - subsídios de desemprego e social de desemprego, e todas as prestações do sistema de Segurança Social que garantam mínimos de sub-sistência - complemento solidário para idosos e rendimento social de inserção, cujo período de atribuição ou prazo de renovação termine antes de 30 do mês de junho.

Ficam extraordinariamente suspen-sas as reavaliações das condições de manutenção das prestações do sistema de segurança social.

(Decreto-Lei nº 10-F/2020, de 26.3; De-claração de Retifi cação nº 13/2020, de 28.3)

CONTRIBUIÇÕES PARA A SEGURANÇA SOCIALNovas regras de pagamento

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Boletim do Contribuinte 269

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIALABRIL 2020 - Nº 7

O Decreto-Lei nº 10-K/2020, de 26.3, estabelece um regime excecional e tempo-rário de faltas justifi cadas motivadas por assistência à família ou por desempenho de funções de bombeiro voluntário com contrato de trabalho com empregador do setor privado ou social, no âmbito da pandemia da doença COVID-19.

Segundo o Governo, este diploma vem reforçar as condições atribuídas às famílias na prestação de assistência a fi lhos menores durante os períodos de interrupção letiva (férias escolares).

Importa ter presente que as seguintes faltas justifi cadas não determinam a per-da de quaisquer direitos, salvo quanto à retribuição.

O apoio financeiro aplicável aos trabalhadores por conta de outrem (dois terços da remuneração base) será con-cedido apenas aos pais de crianças que frequentam creches (até aos três anos),

quando estas se encontrem encerradas. Em causa está um apoio fi nanceiro.

Regime excecional de faltas justifi -cadas

São consideradas faltas justifi cadas:• as motivadas por assistência a fi lho

ou outro dependente a cargo menor de 12 anos ou, independentemente da idade, com defi ciência ou doença crónica, bem como a neto que viva com o trabalhador em comunhão de mesa e habitação e que seja fi lho de adolescente com idade inferior a 16 anos, nos períodos de interrupção letiva fi xados (férias escolares) ou defi nidos por cada escola;

• as motivadas por assistência a côn-juge ou pessoa que viva em união de facto ou economia comum com o trabalhador, parente ou afi m na linha reta ascendente que se en-contre a cargo do trabalhador e que

COVID-19Reforço do regime de faltas justifi cadas para assistência

à família

frequente equipamentos sociais (la-res de terceira idade) cuja atividade seja suspensa por determinação da autoridade de saúde, ou pelo Go-verno, desde que não seja possível a continuidade de apoio através de resposta social alternativa;

• as motivadas pela prestação de socorro ou transporte, no âmbito da pandemia, por bombeiros voluntá-rios com contrato de trabalho com empregador do setor privado ou so-cial, comprovadamente chamados pelo respetivo corpo de bombeiros.

Para prestar assistência nas duas primeiras situações acima descritas, o trabalhador pode proceder à marcação de férias, sem necessidade de acordo com o empregador, por meio de comunicação, por escrito com antecedência de dois dias re-lativamente ao início do período de férias.

Estas faltas não contam para o limite anual previsto nos arts. 49º (faltas para assistência a fi lho: 30 dias/ano), 50º (falta para assistência a neto: 30 dias/ano) e 252º (falta para assistência a membro do agregado familiar: 15 dias/ano) do Código do Trabalho.

O Decreto-Lei nº 10-B/2020, de 20.3, procedeu à atualização da base remu-neratória e do valor das remunerações base mensais da Administração Pública, com efeitos reportados a 1 de janeiro do corrente ano.

De acordo com este diploma, em relação à atualização dos montantes pecuniários dos níveis remuneratórios, o valor do montante pecuniário do nível 5 da tabela remuneratória única (TRU) foi atualizado para €693,13.

Por seu lado, o valor dos montantes pecuniários dos níveis remuneratórios acima do nível 5 da TRU foi atualizado em 0,3%.

Deste modo, os trabalhadores da Administração Pública que aufi ram a base remuneratória da Administração Pú-blica ou cujo valor da remuneração base

mensal se situe até ao valor do montante pecuniário do nível 5 da tabela remu-neratória única (TRU) terão, em 2020, uma atualização salarial de €10, sendo a remuneração dos trabalhadores que não se encontrem nesta condição atualizada, em função da infl ação estimada de 2019, em 0,3%.

Atualização das remunerações baseA remuneração base mensal dos

trabalhadores que auferem uma remu-neração entre €635,07 e €683,13 foi atualizada em 10 euros.

Por seu lado, a remuneração base mensal dos trabalhadores que têm uma remuneração entre €683,14 e €691,06 passa a ser de €693,13.

Por último, as remunerações base mensais superiores a €691,06 são atua-lizadas em 0,3%.

A referência a “remuneração base” corresponde ao período normal de tra-balho e em regime de tempo integral.

Lembramos que, em 2019, o valor da remuneração base praticada na Adminis-tração Pública foi fi xado pelo Decreto--Lei nº 29/2019, de 20.2, em €635,07.

Importa notar que, sempre que das tabelas remuneratórias aplicáveis à carreira, à categoria ou ao contrato decorra uma remuneração base inferior à remuneração base de €645,07, é este o montante que o trabalhador tem direito a auferir, sendo colocado na posição remuneratória correspondente.

O trabalhador mantém os pontos e correspondentes menções qualitativas de avaliação do desempenho para efeitos de futura alteração de posicionamento remuneratório.

Esta atualização é ainda aplicada, com as devidas adaptações, aos trabalha-dores que exercem funções nas empresas públicas do setor público empresarial, que não sejam abrangidos por instru-mentos de regulamentação coletiva de trabalho em vigor.

TRABALHADORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Atualização da remuneração base

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ABRIL 2020 - Nº 7

Boletim do Contribuinte270

1.ª SÉRIE - DIÁRIO DA REPÚBLICA - MARÇO/2020

COMPILAÇÃO DE SUMÁRIOS - MARÇO (De 15 a 31 de março 2020)

IncêndiosRes. Assemb. Rep. n.º 17/2020, de 20.3

- Constituição de uma comissão eventual de in-quérito parlamentar à atuação do XXI Governo Constitucional no que respeita ao processo de atribuição de apoios na sequência dos incêndios ru-rais ocorridos em 2017 nos concelhos de Pedrógão Grande, Castanheira de Pêra, Ansião, Alvaiázere, Figueiró dos Vinhos, Arganil, Góis, Penela, Pampi-lhosa da Serra, Oleiros e Sertã

Res. Assemb. Rep. n.º 18/2020, de 24.3 - Recomenda ao Governo que coloque em consulta pública os programas de ação do Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais

Resol. da Assembl. Legisl. da R. A. da Madeira n.º 14/2020/M, de 25.3 - Exorta o Governo da República para assegurar e financiar o meio aéreo de combate a incêndios florestais e de apoio durante todo o ano, a operar na Região Autónoma da MadeiraIncentivos – Portugal 2020

Res. Cons. Min. n.º 11-A/2020, de 23.3 - (1º Supl.) - Alarga o diferimento de prestações vincendas no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional ou no Portugal 2020 a todas as empresas, devido à situação epidemiológica do novo Coronavírus - COVID 19Incentivos e apoios

Port. n.º 76-A/2020, de 18.3 – (Supl.) – Décima alteração à Port. n.º 134/2015, de 18 de maio, oitava alteração à Port. n.º 274/2015, de 8 de setembro, e quarta alteração à Port. n.º 394/2015, de 3 de novembro

DL n.º 10-L/2020, de 26.3 - (1º Supl.) - Altera as regras gerais de aplicação dos fundos europeus estruturais e de investimento, de forma a permitir a antecipação dos pedidos de pagamento

Res. Cons. Min. n.º 16/2020, de 27.3 - Apro-va o Programa «Trabalhar no Interior»

Res. Cons. Min. n.º 18/2020, de 27.3 - Apro-va a revisão do Programa de Valorização do Interior

Res. Cons. Min. n.º 14/2020, de 27.3 - Cria o programa «Conhecer Portugal» para apoiar a realização de estágios e atividades de I&D sobre as regiões portuguesas de menor densidade populacional

Res. Cons. Min. n.º 15/2020, de 27.3 - Apro-va o «Programa Internacional de Investigação sobre Montesinho»

Res. Cons. Min. n.º 17/2020, de 27.3 - Aprova os Programas +CO3SO Conhecimento e +CO3SO Digital

Res. Cons. Min. n.º 18/2020, de 27.3 - Apro-va a revisão do Programa de Valorização do Interior

Port. n.º 82-B/2020, de 31.3 (Supl.) - Alte-ração ao Regulamento do Regime de Apoio aos Investimentos a Bordo no Domínio da Eficiência Energética, Segurança e Seletividade do Programa Operacional Mar 2020, para Portugal ContinentalInspeções técnicas periódicas

DL n.º 10-C/2020, de 23.3 - (1º Supl.) - Estabelece medidas excecionais e temporárias de resposta à epidemia da doença COVID-19 no âmbito das inspeções técnicas periódicas

Port. n.º 80-A/2020, de 25.3 - (1º Supl.) - Regula o regime de prestação de serviços essenciais de inspeção de veículos

Decl. de Retific. n.º 11-E/2020, de 25.3 - (2º Supl.) - Retifica a Port. n.º 80-A/2020, de 25 de março, das Infraestruturas e Habitação, que regula o regime de prestação de serviços essenciais de inspeção de veículos, publicada no Diário da República, 1.ª série, n.º 60, Supl., de 25 de março de 2020Instituto Camões

Port. n.º 75/2020, de 18.3 - Autoriza o Ca-mões - Instituto da Cooperação e da Língua, I. P., a proceder à repartição de encargos relativos ao contrato de aluguer operacional de veículos (AOV)Instituições Particulares de Solidariedade Social

Dec. Legisl. Reg. n.º 4/2020/M, de 25.3 - Primeira alteração ao Estatuto das Instituições Particulares de Solidariedade Social, aprovado em anexo ao Dec. Legisl. Reg. n.º 9/2015/M, de 2 de dezembroIRC e IRS - modelo 30

Port. n.º 78/2020(2), de 20.3 - Aprova as instruções de preenchimento da declaração mo-delo 30, aprovada pela Port. n.º 372/2013, de 27 de dezembroIRC, IRS, IVA

DL n.º 10-F/2020(1), de 26.3 - (1º Supl.)- Estabelece um regime excecional e temporário de cumprimento de obrigações fiscais e contri-buições sociais, no âmbito da pandemia da doença COVID-19Madeira

Dec. Regul. Reg. n.º 22/2020/M, de 17.3 - Aprova a execução do Orçamento da Região Autónoma da Madeira para o ano de 2020

Dec. Regul. Reg. n.º 24/2020/M, de 23.3 - Aprova a orgânica da Direção Regional Adjunta dos Assuntos Parlamentares, Relações Externas e da Coordenação da Região Autónoma da Madeira

Dec. Regul. Reg. n.º 25/2020/M, de 30.3 - Aprova a orgânica da Direção Regional do Mar

Metro do PortoRes. Cons. Min. n.º 13/2020, de 25.3 - Au-

toriza a despesa relativa à construção de novos troços do Sistema de Metro Ligeiro da Área Me-tropolitana do PortoOrçamento do Estado para 2020

Lei n.º 2/2020(2), de 31.3 - Orçamento do Estado para 2020Pagamentos

DL n.º 10-H/2020, de 26.3 - (1º Supl.) - Estabelece medidas excecionais e temporárias de fomento da aceitação de pagamentos baseados em cartões, no âmbito da pandemia da doença COVID-19Postos consulares

Port. n.º 74/2020, de 18.3 - Autoriza a Secretaria-Geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros a assumir os encargos orçamentais decorrentes da contratação de serviços de as-sistência técnica às estações de recolha de dados biométricos (ERDB) da Vision Box - Soluções de Visão por Computador, S. A.Requisição civil – trabalhadores da estiva e portuários

Resol. Cons. Min. n.º 10-C/2020, de 17.3 – (Supl.) - Reconhece a necessidade de se proceder à requisição civil dos trabalhadores portuários em situação de greve até ao dia 30 de março de 2020

Port. n.º 73-A/2020, de 17.3 – (Supl.) - Pro-cede à requisição civil de trabalhadores da estiva e portuáriosSaúde

Dec. Legisl. Reg. n.º 3/2020/M, de 20.3 - Aprova a atribuição do subsídio de lavagem aos trabalhadores do SESARAM, E. P. E., integrados na carreira de assistente operacional, e que exerçam as funções de motorista ou condutor de ambulânciaServiços essenciais

Port. n.º 82/2020, de 29.3 - Estabelece os serviços essenciais para efeitos de acolhimento, nos estabelecimentos de ensino, dos filhos ou outros dependentes a cargo dos respetivos profissionaisSetor solidario

Port. n.º 82-C/2020, de 31.3 – (Supl.) - Cria uma medida de apoio ao reforço de emergência de equipamentos sociais e de saúde, de natureza temporária e excecional, para assegurar a capacida-de de resposta das instituições públicas e do setor solidário com atividade na área social e da saúde, durante a pandemia da doença COVID-19, e in-troduz um regime extraordinário de majoração das bolsas mensais do «Contrato emprego-inserção» (CEI) e do «Contrato emprego-inserção+» (CEI+) em projetos realizados nestas instituiçõesTrabalho e Segurança Social

Res. Cons. Min. n.º 10-C/2020, de 17.3 – (Supl.) - Reconhece a necessidade de se proceder à requisição civil dos trabalhadores portuários em situação de greve até ao dia 30 de março de 2020

Port. n.º 73-A/2020, de 17.3 – (Supl.) - Pro-cede à requisição civil de trabalhadores da estiva e portuários

Port. n.º 77-A/2020, de 19.3 – (2º Supl.) - Altera a Port. n.º 73-A/2020, de 17 de março

Port. n.º 76/2020, de 18.3 - Procede à revogação das Portarias de criação dos cursos pro-fissionais constantes no anexo à presente Portaria

DL n.º 10-F/2020(1), de 26.3 - (1º Supl.) - Estabelece um regime excecional e temporário de cumprimento de obrigações fiscais e contribuições sociais, no âmbito da pandemia da doença COVID-19

DL n.º 10-G/2020(2), de 26.3 - (1º Supl.) - Estabelece uma medida excecional e temporária de proteção dos postos de trabalho, no âmbito da pandemia COVID-19

DL n.º 10-K/2020, , de 26.3 - (1º Supl.)- Estabelece um regime excecional e temporário de faltas justificadas motivadas por assistência à família, no âmbito da pandemia da doença COVID-19

Resol. Assembl. Rep. n.º 21/2020, de 30.3 - Recomenda ao Governo que desencadeie o pro-cedimento de vinculação da República Portuguesa ao Protocolo de 2014 sobre Trabalho Forçado da Organização Internacional do Trabalho

Port. n.º 82-C/2020, de 31.3 – (Supl.) - Cria uma medida de apoio ao reforço de emergência de equipamentos sociais e de saúde, de natureza temporária e excecional, para assegurar a capacida-de de resposta das instituições públicas e do setor solidário com atividade na área social e da saúde, durante a pandemia da doença COVID-19, e in-troduz um regime extraordinário de majoração das bolsas mensais do «Contrato emprego-inserção» (CEI) e do «Contrato emprego-inserção+» (CEI+) em projetos realizados nestas instituições

1 - Transcrito neste número.2 - A publicar no próximo número.

(Continuação da pág. 272)

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Boletim do Contribuinte 271ABRIL 2020 - Nº 7

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Agenda Fiscal 2020

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Generalidades comuns as agendas em geralAbertura semanal: Pensamento filosófico; Obrigações fiscais de pagamento e declarativas; Alertas para prazos a terminar na semana; Agenda diária; Notas

Informações essenciais sobre os principais impostosIVA: Lista das Taxas do IVA aplicadas nos Países da União Europeia; Vendas à distância: limites à tributação; Países e territórios da União Europeia; Tributação do comércio eletrónicoIRS: Esquema da liquidação; Percentagens e limites das despesas; Beneficios fiscais a deduzir à coleta; Taxas liberatórias de retenção na

fonte; Remunerações variáveis: taxas de retenção; Tabela das atividades de elevado valor acrescentado; Deduções; Eliminação da dupla tributaçãoIRC: Esquema do apuramento da coleta; Cálculo da derrama estadual; Encargos não aceites fiscalmente; Tributação autónoma de gastos e encargos; Retenções na fonte; Lista dos países, territórios e regiões com regimes de tributação privilegiada; Tributação autónoma para veículosEBF: Tabela dos benefícios fiscais existentesIMT: Tributação das aquisições de prédios urbanos e rústicosSegurança Social: Principais obrigações das entidades empregadoras

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de de consulta

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ABRIL 2020 - Nº 7

Boletim do Contribuinte272

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www.boletimdocontribuinte.ptImpressão: Uniarte Gráfica, S.A.Nº de registo na DGCS 100 299

Depósito Legal nº 33 444/89

Boletim do ContribuinteEditor: João Carlos Peixoto de Sousa

Proprietário: Vida Económica - Editorial, S.A.

1.ª SÉRIE - DIÁRIO DA REPÚBLICA - MARÇO/2020

COMPILAÇÃO DE SUMÁRIOS - MARÇO (De 15 a 31 de março 2020)

Acórdão do STJAcórdão do Supremo Tribunal de Justiça

n.º 2/2020, de 26.3 - O assistente, ainda que desacompanhado do Ministério Público, pode recorrer para que a suspensão da execução da pena de prisão em que o arguido foi condenado fique condicionada ao pagamento, dentro de certo prazo, da indemnização que lhe foi arbitradaAçores

Dec. Legisl. Reg. n.º 8/2020/A, de 30.3 - Regime jurídico do processo de delimitação e desafetação do domínio público hídrico na Região Autónoma dos AçoresAeroportos – Taxa de segurança

Port. n.º 79/2020, de 24.3 - Primeira alte-ração à Port. n.º 77-C/2014, de 1 de abril, que estabelece os aeroportos e os aeródromos nos quais é devida a taxa de segurançaAgricultura

Port. n.º 76-A/2020, de 18.3 – (Supl.) – Décima alteração à Port. n.º 134/2015, de 18 de maio, oitava alteração à Port. n.º 274/2015, de 8 de setembro, e quarta alteração à Port. n.º 394/2015, de 3 de novembro

Port. n.º 81/2020, de 26.3 - Estabelece um conjunto de medidas relativas à situação epidemio-lógica do novo Coronavírus - COVID 19, no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural 2014-2020Autoridade Nacional de Comunicações

Port. n.º 77/2020, de 19.3 - Fixa a forma de aplicação dos resultados líquidos do exercício de 2018 da Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM)Código dos Contratos Públicos

Res. Assemb. Rep. n.º 16/2020, de 19.3 - Cessação de vigência do DL n.º 170/2019, de 4 de dezembro, que procede à décima primeira alteração ao Código dos Contratos Públicos, aprovado em anexo ao DL n.º 18/2008, de 29 de janeiro, e à segunda alteração ao DL n.º 111/2012, de 23 de maioCódigos fiscais – Alterações

Lei n.º 2/2020, de 31.3 - Orçamento do Estado para 2020Comunicações eletrónicas – medidas exce-cionais

DL n.º 10-D/2020, de 23.3 - (1º Supl.) - Estabelece medidas excecionais e temporárias de resposta à epidemia da doença COVID-19 relacio-nadas com o setor das comunicações eletrónicasContribuições e impostos

DL n.º 10-F/2020, de 26.3 - (1º Supl.) - Es-tabelece um regime excecional e temporário de cumprimento de obrigações fiscais e contribui-ções sociais, no âmbito da pandemia da doença COVID-19Contribuições e impostos – medidas exce-cionais

Decl. de Retific. n.º 13/2020, de 28.3 - Re-tifica o DL n.º 10-F/2020, de 26 de março, das Finanças, que estabelece um regime excecional e temporário de cumprimento de obrigações fiscais e contribuições sociais, no âmbito da pandemia da doença COVID-19, publicado no Diário da República, 1.ª série, n.º 61, 1.º Supl., de 26 de março de 2020

Decl. de Retific. n.º 14/2020, de 28.3 - Retifica o DL n.º 10-G/2020, de 26 de março, do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, que estabelece uma medida excecional e temporária

de proteção dos postos de trabalho, no âmbito da pandemia COVID-19, publicado no Diário da República, 1.ª série, n.º 61, 1.º Supl., de 26 de março de 2020Controlo nas fronteiras

Resol. Cons. Min. n.º 10-B/2020, de 16.3 – (Supl.) - Repõe, a título excecional e temporário, o controlo documental de pessoas nas fronteiras no âmbito da situação epidemiológica provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2 e da doença COVID-19Convenções

Aviso n.º 21/2020, de 19.3 - O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino dos Países Baixos notificou ter a República de Palau modificado a sua autoridade relativamente à Convenção Relativa à Supressão da Exigência da Legalidade dos Atos Públicos Estrangeiros, adotada na Haia, a 5 de outubro de 1961Crédito

DL n.º 10-J/2020, de 26.3 - (1º Supl.) - Estabelece medidas excecionais de proteção dos créditos das famílias, empresas, instituições parti-culares de solidariedade social e demais entidades da economia social, bem como um regime especial de garantias pessoais do Estado, no âmbito da pandemia da doença COVID-19COVID-19

Decl. de Retific. n.º 11-B/2020, de 16.3 – (2º Sup.) - Retifica o DL n.º 10-A/2020, de 13 de março, da Presidência do Conselho de Ministros, que estabelece medidas excecionais e temporá-rias relativas à situação epidemiológica do novo Coronavírus - COVID-19, publicado no Diário da República, 1.ª série, 1.º Supl., n.º 52, de 13 de março de 2020

Decl. de Retific. n.º 11-C/2020, de 16.3 – (2º Supl.) - Retifica a Port. n.º 71-A/2020, de 15 de março, publicada no 1.º Supl. ao Diário da República, 1.ª série, n.º 52-A/2020, de 15 de março de 2020

Res. Cons. Min. n.º 10-D/2020, de 19.3 – (Supl.) - Declara a situação de calamidade no município de Ovar, na sequência da situação epi-demiológica da Covid-19

Lei n.º 1-A/2020, de 19.3 – (3º Supl.) - Me-didas excecionais e temporárias de resposta à si-tuação epidemiológica provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2 e da doença COVID-19

Port. n.º 76-B/2020, de 18.3 – (2º Supl.) - Alteração à Port. n.º 71-A/2020

DL n.º 10-E/2020, de 24.3 - (1º Supl.) – Cria um regime excecional de autorização de despesa para resposta à pandemia da doença COVID-19 e procede à primeira alteração ao DL n.º 10-A/2020, de 13 de março

Port. n.º 82-C/2020, de 31.3 – (Supl.) - Cria uma medida de apoio ao reforço de emergência

de equipamentos sociais e de saúde, de natureza temporária e excecional, para assegurar a capacida-de de resposta das instituições públicas e do setor solidário com atividade na área social e da saúde, durante a pandemia da doença COVID-19, e in-troduz um regime extraordinário de majoração das bolsas mensais do «Contrato emprego-inserção» (CEI) e do «Contrato emprego-inserção+» (CEI+) em projetos realizados nestas instituiçõesCultura e espetáculos

DL n.º 10-I/2020, de 26.3 - (1º Supl.) - Es-tabelece medidas excecionais e temporárias de resposta à pandemia da doença COVID-19 no âmbito cultural e artístico, em especial quanto aos espetáculos não realizadosDespesa pública

DL n.º 10-E/2020, de 24.3 - (1º Supl.) - Cria um regime excecional de autorização de despesa para resposta à pandemia da doença COVID-19 e procede à primeira alteração ao DL n.º 10-A/2020, de 13 de marçoDireito internacional

Aviso n.º 20/2020, de 17-3 - O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino dos Países Baixos notificou ter a República Dominicana depositado o seu instrumento de adesão, a 4 de março de 2020, relativamente ao Estatuto da Conferência da Haia de Direito Internacional Privado, adotado na Haia, a 31 de outubro de 1951

Aviso n.º 22/2020, de 19.3 - O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino dos Países Baixos notificou ter a República do Usbequistão deposi-tado o seu instrumento de adesão, a 4 de março de 2020, relativamente ao Estatuto da Conferência da Haia de Direito Internacional Privado, adotado na Haia, a 31 de outubro de 1951Ensino

Port. n.º 78-A/2020, de 23.3 - (1º Supl.) - Fixação do número de vagas dos quadros de zona pedagógica para o concurso externo e para o concurso externo do ensino artístico especializado da música e da dançaEnergia

Port. n.º 80/2020, de 25.3 - Estabelece a tarifa de referência e o respetivo prazo de duração aplicável aos produtores de eletricidade a partir de fontes de energia renováveis, bem como a quota máxima anual para atribuição de remuneração garantidaEstado de emergência

Dec. Pres. Rep. n.º 14-A/2020, de 18.3 – (3º Supl.) - Declara o estado de emergência, com fundamento na verificação de uma situação de calamidade pública

Res. Assemb. Rep. n.º 15-A/2020, de 18.3 – (3º Supl.) - Autorização da declaração do estado de emergênciaFormação profissional

Dec. Regul. Reg. n.º 23/2020/M, de 18.3 - Aprova a orgânica da Direção Regional dos Assuntos Sociais da Região Autónoma da MadeiraGrandes opções do Plano para 2020 e progra-mação orçamental 2020-2023

Lei n.º 3/2020, de 31.3 - Grandes Opções do Plano para 2020

Lei n.º 4/2020, de 31.3 - Quadro plurianual de programação orçamental para os anos de 2020 a 2023

(Continua na pág. 270)