decreto-lei 40-95-m - acidentes de trabalho e quantitativos de indemnização

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Acidentes de trabalho e quantitativos de indemnização

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  • DECRETO-LEI NO. 40/95/M de 14 de Agosto 1995

    O crescimento das actividades econmicas um factor potenciador do aumento da sinistralidade, mesmo quando se reforam e aperfeioam as medidas de segurana no trabalho. de elementar justia que a reparao dos danos emergentes dos acidentes de trabalho ou das doenas profissionais seja aferida a partir dos benefcios que o desenvolvimento econmico produz, por forma a manter-se um adequado equilbrio nas relaes sociolaborais. com este objectivo que o presente diploma rev o regime jurdico da reparao dos danos resultantes de acidentes de trabalho ou de doenas profissionais, actualmente consagrado no Decreto-Lei no. 78/85/M, de 10 de Agosto, tendo em vista o preenchimento de lacunas que a experincia revelou nele existirem, a actualizao dos valores das reparaes a assegurar aos sinistrados, bem como o aperfeioamento dos mecanismos de apuramento e de efectivao da responsabilidade pelos acidentes de trabalho e doenas profissionais. Nestes termos; Ouvido o Conselho Permanente de Concertao Social; Ouvido o Conselho Consultivo; O Governador decreta, nos termos do n 1 do artigo 13 do Estatuto Orgnico de Macau, para valer como lei no territrio de Macau o seguinte:

  • CAPTULO I

    Disposies gerais

    Artigo 1 (Objecto)

    O presente diploma estabelece o regime aplicvel reparao dos danos emergentes dos acidentes de trabalho e doenas profissionais.

    Artigo 2 (mbito)

    1. Tm direito reparao dos danos emergentes de acidentes de trabalho e doenas profissionais,

    prevista neste diploma, os trabalhadores que prestam servio em qualquer sector de actividade, com excepo dos trabalhadores da funo pblica a quem seja aplicvel o regime dos acidentes em servio, nos termos da legislao prpria.

    2. Os trabalhadores, contratados em Macau, que sejam vtimas de acidentes de trabalho no exterior, ao

    servio de empregadores que exeram legalmente a respectiva actividade no Territrio, tm direito s prestaes previstas neste diploma, salvo se a lei do local do acidente reconhecer ao trabalhador e suas famlias o direito reparao.

    3. No caso da reparao referida no nmero anterior ser inferior prevista neste diploma, o empregador

    responsvel pela diferena.

    Artigo 3 (Conceitos)

    Para efeitos do presente diploma, considera-se: a) Acidente de trabalho ou Acidente - o acidente que se verifique no local e no tempo de trabalho e

    produza, directa ou indirectamente, leso corporal, perturbao funcional ou doena de que resulte a morte ou incapacidade temporria ou permanente de trabalho ou de ganho.

    igualmente considerado como acidente de trabalho o ocorrido:

    1) Fora do local ou do tempo de trabalho, quando verificado na execuo da actividade laboral ou de servios determinados pelo empregador ou por este consentidos;

    2) Na execuo de servios espontaneamente prestados e de que possa resultar proveito econmico para o empregador;

    3) No local de pagamento da retribuio, enquanto o trabalhador a permanecer para tal efeito,

    excepto se aquele for efectuado por crdito em conta bancria;

  • 4) No trajecto para o local onde deva ser prestada ao trabalhador qualquer forma de assistncia ou tratamento por causa de anterior acidente, no regresso desse local e enquanto neste permanecer para esses fins;

    5) Na ida para o local de trabalho ou no regresso deste, quando for utilizado meio de transporte

    fornecido pelo empregador; b) Doena profissional - a doena constante da lista de doenas profissionais anexa a este diploma e

    que tenha sido contrada pelo trabalhador devido, nica e exclusivamente, sua exposio, durante determinado perodo, ao risco da indstria, actividade ou ambiente onde prestou ou presta os seus servios, considerando-se como caso particular a doena prevista na alnea seguinte;

    c) Doena profissional respiratria ou Pneumatose - toda a alterao de sade do indivduo que

    resultar da inalao de poeiras, gases, fumos e aerossis, ou da exposio a radiaes ionizantes ou outros agentes fsicos, em que possa ser estabelecida uma relao causal com a actividade profissional, independentemente da sintomatologia manifestada e dos mecanismos fisiopatolgicos envolvidos;

    d) Trabalhador - aquele que, mediante retribuio, presta a sua actividade a outra pessoa,

    independentemente da natureza e da forma do acto pelo qual esses servios ou actividade laboral so estabelecidos, bem como aquele que presta a sua actividade em regime de aprendizagem ou de tirocnio, ficando, em qualquer caso, excludos da definio de trabalhador:

    1) Qualquer membro da famlia do empregador, desde que com este resida em comunho de mesa e

    habitao; 2) Os indivduos a quem so entregues artigos ou materiais para serem trabalhados, limpos, lavados,

    alterados, ornamentados, acabados ou reparados, no seu prprio domiclio ou noutro local, fora do controlo ou direco da entidade que fornece esses artigos ou materiais e a favor de quem o trabalho realizado;

    3) Os indivduos contratados para prestar um servio concretamente definido, mediante um preo

    global, em condies de total disponibilidade e autonomia em relao entidade a quem prestado;

    e) Empregador ou Entidade patronal - toda e qualquer pessoa, singular ou colectiva, a quem o

    trabalhador presta, directa ou indirectamente, os seus servios ou a sua actividade laboral, independentemente da natureza e da forma do acto pelo qual esses servios ou actividade laboral so estabelecidos;

    f) Estabelecimento de sade - qualquer hospital, centro de sade ou clnica mdica; g) Incapacidade permanente - a incapacidade que, devido ao acidente ou doena profissional, priva o

    trabalhador definitivamente da integralidade da sua capacidade de trabalho ou de ganho, sendo:

    1) Absoluta, se as leses ou a doena o impossibilitam completamente de trabalhar ou ganhar;

  • 2) Parcial, se aquele, apesar de ter sofrido uma reduo definitiva na capacidade de trabalho ou de ganho, de acordo com a tabela de desvalorizaes anexa a este diploma, pode, contudo, continuar a prestar alguns servios;

    h) Incapacidade temporria - a incapacidade que, devido ao acidente ou doena profissional, priva o

    trabalhador temporariamente da integralidade da sua capacidade de trabalho ou de ganho, sendo:

    1) Absoluta se, durante o perodo de incapacidade, aquele estiver impossibilitado em absoluto de trabalhar ou ganhar;

    2) Parcial se, durante o mesmo perodo, aquele puder prestar alguns servios da sua actividade

    normal de trabalho ou de ganho; i) Leso - a leso corporal, perturbao funcional ou doena, quer profissional quer resultante de

    acidente de trabalho; j) Local de trabalho - toda a zona de laborao ou explorao do empregador; l) Mdico - o mdico ou mestre de medicina tradicional chinesa que seja titular de licena para o

    exerccio da profisso, emitida pelos Servios de Sade de Macau; m) Responsvel ou Entidade responsvel - a entidade qual imputvel a responsabilidade pelo

    acidente ou pela doena profissional; n) Retribuio-base - a retribuio constituda por:

    1) Quaisquer prestaes pecunirias pagas pela entidade patronal ao trabalhador, por fora da relao jurdica de trabalho e no excludas por este diploma;

    2) Quaisquer prestaes em espcie que seja possvel avaliar em dinheiro, pagas pela entidade

    patronal por fora da relao jurdica de trabalho e no excludas por este diploma, incluindo, nomeadamente, gneros alimentcios, combustvel ou alojamento se, em consequncia do acidente de trabalho ou de doena profissional, o trabalhador ficar privado de qualquer destas prestaes;

    3) As remuneraes por horas extraordinrias efectuadas, bem como quaisquer outras remuneraes

    especiais por trabalho prestado pagas sob a forma de bnus, prmios, subsdios, comisses ou a qualquer outro ttulo, desde que, em qualquer dos casos, tais remuneraes sejam regulares ou se trate de trabalho habitualmente prestado;

    4) Gratificaes, se o recebimento destas pelo trabalhador for habitual e reconhecido pela entidade

    patronal. Mas exclui: 5) Remuneraes por horas extraordinrias efectuadas esporadicamente; 6) Pagamentos feitos ao trabalhador de natureza no peridica; 7) Subsdios ou quaisquer outras concesses para viagens;

  • 8) Contribuies pagas pela entidade patronal relativamente a qualquer penso ou fundo de

    previdncia; 9) Quantias pagas ao trabalhador para cobrir quaisquer despesas especiais derivadas da natureza do

    trabalho prestado; o) Seguradora - a entidade legalmente autorizada a explorar o ramo de acidentes de trabalho em

    Macau; p) Sinistrado ou Vtima - o trabalhador que sofreu um acidente de trabalho ou est afectado de

    doena profissional; q) Tempo de trabalho - o perodo normal de laborao, o que preceder o incio deste em actos de

    preparao, o que se lhe seguir em actos com ele relacionados e, ainda, as interrupes normais ou forosas do trabalho.

    Artigo 4 (Reponsabilidade)

    So responsveis pela reparao e demais encargos previstos neste diploma as entidades patronais relativamente aos trabalhadores ao seu servio, sem prejuzo do disposto no n 1 do artigo 17 e no regime geral de segurana social, aprovado pelo Decreto-Lei n 58/93/M, de 18 de Outubro.

    Artigo 5 (Licenciamento de obras)

    1. As licenas para a realizao de obras s podem ser concedidas, quando os requerentes tiverem feito

    prova bastante de que a responsabilidade por acidentes de trabalho e doenas profissionais se encontra garantida nos termos do presente diploma.

    2. As entidades competentes para a concesso das licenas referidas no nmero anterior devem certificar

    no documento que titula a licena a identidade da seguradora e o nmero da aplice do seguro. 3. O disposto nos nmeros anteriores aplica-se, com as devidas adaptaes, adjudicao de obras

    pblicas, em qualquer modalidade.

    CAPTULO II Acidentes de trabalho

    Artigo 6 (Excluses)

    1. So excludos do mbito do presente diploma os acidentes de trabalho ocorridos:

  • a) Na realizao de trabalhos eventuais ou ocasionais, de curta durao, salvo se forem prestados a organizaes com fins lucrativos;

    b) Na realizao de trabalhos ocasionais, de curta durao, prestados a algum que habitualmente

    trabalha s ou, apenas, com membros da sua famlia. 2. A excluso prevista na alnea b) do nmero anterior no abrange os acidentes de trabalho que resultem

    da utilizao de mquinas.

    Artigo 7 (Descaracterizao)

    1. No confere direito reparao o acidente de trabalho que:

    a) For, dolosamente, provocado pela vtima ou provier de seu acto ou omisso, se ela tiver violado, sem causa justificativa, as condies de segurana estabelecidas pelo empregador;

    b) Provier, exclusivamente, de falta grave e indesculpvel da vtima; c) Resultar da privao, permanente ou acidental, do uso da razo da vtima, salvo se essa privao

    derivar da prpria prestao de trabalho, for independente da vontade da vtima, ou, sendo conhecida do empregador, este ou o seu representante consentirem na prestao do trabalho;

    d) Provier de caso de fora maior; e) Seja devido a tumultos, alteraes da ordem pblica ou outros factos de idntica natureza.

    2. No se considera abrangido pelo disposto na alnea b) do nmero anterior o acto ou omisso que

    resulte da habituao ao perigo do trabalho prestado. 3. Para o efeito, previsto na alnea d) do n 1, considera-se caso de fora maior o que, sendo devido a

    foras inevitveis da natureza, independentes de interveno humana, no constitua risco criado pelas condies de trabalho, nem se produza na execuo de trabalho expressamente ordenado pela entidade patronal, em condies de perigo evidente, ou no normal desempenho de tarefas que a imprevista actuao das foras da natureza torne necessrias.

    4. A verificao de qualquer das circunstncias previstas no n 1 no exonera as entidades patronais da

    obrigao de prestar os primeiros-socorros aos sinistrados e de lhes assegurar o transporte at ao local onde possam ser clinicamente assistidos.

    Artigo 8 (Predisposio patolgica)

    A predisposio patolgica da vtima de um acidente no exclui o direito reparao integral, salvo quando tiver sido causa nica da leso ou doena ou tiver sido dolosamente ocultada.

  • Artigo 9 (Leses ou doenas anteriores ao acidente)

    1. Quando a leso ou a doena resultante do acidente forem agravadas por leses ou doenas anteriores

    ou quando estas forem agravadas pelo acidente, a incapacidade fixada como se tudo fosse resultante deste, salvo se j tiverem sido reparados os danos da leses ou doenas anteriores.

    2. No caso de a vtima estar afectada de incapacidade anterior ao acidente, a reparao a correspondente diferena entre a incapacidade que for fixada como se tudo fosse imputado ao acidente e a incapacidade anterior.

    3. Confere tambm direito reparao a leso ou doena que se manifeste durante o tratamento de leso

    ou doena resultante do acidente e que seja consequncia do tratamento.

    Artigo 10 (Prova do acidente)

    1. A leso ou doena contrada pelo trabalhador considera-se, at prova em contrrio, consequncia de

    acidente de trabalho quando se verificar:

    a) No local e no tempo de trabalho; b) Em qualquer das circunstncias previstas em (1) a (5) da alnea a) do artigo 3; c) Nos trs dias seguintes ao do acidente.

    2. Se a leso ou doena no for reconhecida no perodo indicado na alnea c) do nmero anterior, ou

    tiver manifestao posterior, incumbe vtima ou aos beneficirios legais do direito indemnizao provar que foi consequncia do acidente de trabalho.

    Artigo 11 (Observncia das prescries clnicas e cirrgicas)

    1. A vtima deve observar as prescries clnicas e cirrgicas do mdico designado pela entidade

    responsvel, necessrias cura da leso ou doena e recuperao da capacidade de trabalho, podendo recorrer aos peritos mdicos designados pela autoridade judicial competente ou aos servios pblicos de sade para confirmao da necessidade ou adequao daquelas prescries.

    2. No conferem direito reparao estabelecida neste diploma as incapacidades judicialmente

    reconhecidas como consequncia de recusa injustificada ou falta de observncia das prescries referidas no nmero anterior ou como tendo sido voluntariamente provocadas.

    3. Considera-se sempre justificada a recusa de interveno cirrgica que, pela sua natureza ou pelo

    estado da vtima, ponha em risco a vida desta.

  • Artigo 12 (Cura clnica)

    Para efeitos do presente diploma, considera-se que h cura clnica quando as leses ou a doena desapareceram totalmente ou se apresentam como insusceptveis de modificao com adequada teraputica.

    Artigo 13 (Recidiva ou agravamento)

    1. O direito s prestaes mantm-se aps a alta, independentemente da situao nesta definida, quando

    haja recidiva ou agravamento da doena. 2. O disposto no nmero anterior abrange tambm as prestaes relativas a doenas intercorrentes que

    sejam consequncia do acidente.

    Artigo 14 (Transportes)

    1. A entidade responsvel deve fornecer ou pagar os transportes para as consultas e tratamento da vtima,

    bem como os necessrios comparncia desta perante autoridades pblicas, por motivo do acidente. 2. Excluem-se do disposto no nmero anterior as comparncias perante as autoridades pblicas

    resultantes de pedidos da vtima que venham a ser julgados totalmente improcedentes. 3. O meio de transporte a utilizar o transporte colectivo, salvo se o mdico assistente determinar que,

    atendendo ao estado da vtima, deve ser utilizado outro tipo de transporte. 4. Quando a vtima tiver menos de 16 ou mais de 56 anos de idade ou, ainda, quando a natureza da leso

    ou da doena o exigir, o direito ao transporte extensivo pessoa que a acompanhar.

  • CAPTULO III Doenas profissionais

    Artigo 15 (Regime)

    s doenas profissionais aplicam-se as normas relativas aos acidentes de trabalho, sem prejuzo do que s a elas especificamente respeite.

    Artigo 16 (Direito reparao)

    1. A doena profissional confere direito reparao quando no tenha decorrido, entre o termo da

    exposio ao risco e a data do diagnstico definitivo e inequvoco da doena, o prazo fixado na lista de doenas profissionais, anexa a este diploma.

    2. No caso de silicose, se o trabalhador esteve menos de 5 anos exposto a este risco, incumbe-lhe provar

    que a doena consequncia necessria e directa da actividade exercida e no representa normal desgaste do organismo.

    3. O direito reparao abrange o agravamento de doena preexistente que, inequvocamente, tenha

    resultado da actividade profissional do trabalhador.

    Artigo 17 (Perodo de imputabilidade)

    1. So responsveis pela reparao de doena profissional, na proporo do tempo de trabalho prestado a

    cada uma delas, as entidades patronais por conta de quem a vtima trabalhou, na mesma indstria ou ambiente, por um perodo mnimo de trs meses, nos dois anos anteriores cessao do trabalho causador da doena ou, em termos idnticos, as respectivas seguradoras.

    2. A reparao efectuada na ntegra pela ltima entidade patronal do trabalhador, ou pela respectiva

    seguradora, com direito de regresso sobre as outras entidades responsveis, nos termos do nmero anterior.

  • CAPTULO IV Participao de acidentes e doenas

    Artigo 18 (Participao do acidente pelo sinistrado ou familiares)

    1. Ocorrido um acidente, a vtima ou os seus familiares devem particip-lo, verbalmente ou por escrito,

    nas vinte e quatro horas seguintes, ao empregador ou pessoa que o represente na direco do trabalho, salvo se estes o presenciarem ou dele vierem a ter conhecimento no mesmo perodo.

    2. Se o estado da vtima, ou outra circunstncia devidamente comprovada, no permitir efectuar a

    participao prevista no nmero anterior, o prazo a fixado conta-se a partir da cessao do impedimento.

    3. Se a leso se revelar ou for reconhecida em data posterior do acidente, o prazo previsto no n 1

    conta-se a partir dessa data. 4. Quando o acidente no for participado nos prazos estabelecidos nos nmeros anteriores e, por esse

    motivo, tiver sido impossvel entidade patronal, ou a quem a represente na direco do trabalho, prestar ao trabalhador a assistncia devida, as incapacidades judicialmente reconhecidas como consequncia da falta de participao no conferem direito s prestaes estabelecidas neste diploma.

    Artigo 19 (Participao do acidente pelas entidades patronais com responsabilidade transferida)

    As entidades patronais que tenham transferido a sua responsabilidade devem participar respectiva seguradora a ocorrncia do acidente, nos termos estabelecidos na aplice do seguro.

    Artigo 20 (Participao do acidente pelas entidades patronais sem responsabilidade transferida)

    1. As entidades patronais, cuja responsabilidade no esteja garantida na forma legal, devem participar,

    por escrito, ao tribunal competente todos os casos de acidente de trabalho de que tenha resultado a morte, a incapacidade permanente ou a incapacidade temporria por mais de doze meses de qualquer trabalhador, independentemente de existir ou no o direito reparao prevista neste diploma.

    2. No caso de morte, o acidente, deve ser participado imediatamente, por via telegrfica ou telecpia, e,

    nos casos de incapacidade permanente ou temporria, no prazo de oito dias, a contar da data do acidente ou do conhecimento da incapacidade.

    3. O dever de participao referido nos nmeros anteriores recai sobre o responsvel pela direco do

    trabalho, quando a entidade patronal estiver impossibilitada de lhe dar cumprimento.

    Artigo 21 (Participaes a fazer pelas seguradoras)

  • 1. As seguradoras devem participar ao tribunal competente, por escrito, no prazo de oito dias a contar da

    alta, os acidentes e doenas de que tenha resultado incapacidade permanente e, imediatamente, por via telegrfica ou por telecpia, aqueles de que tenha resultado a morte.

    2. De igual modo e no mesmo prazo, devem as seguradoras participar ao tribunal os casos de

    incapacidade temporria que ultrapassem doze meses. Artigo 22

    (Participao do falecimento de sinistrado internado) 1. Os directores de estabelecimentos de sade, de assistncia ou prisionais devem participar ao tribunal

    competente, no prazo de vinte e quatro horas, o falecimento, resultante de acidente de trabalho ou doena profissional, de qualquer trabalhador que neles tenha sido internado.

    2. A obrigao prevista no nmero anterior extensiva a qualquer pessoa ou entidade ao cuidado de

    quem se encontrar o sinistrado.

    Artigo 23 (Faculdade de participao ao tribunal)

    A participao dos acidentes de trabalho e doenas profissionais ao tribunal pode tambm ser feita:

    a) Pela vtima, directamente ou por interposta pessoa; b) Pelos seus familiares; c) Por qualquer entidade com direito a receber o valor das prestaes derivadas do acidente ou

    doena; d) Pela autoridade que tenha tomado conhecimento do acidente ou da doena; e) Pelo director do estabelecimento de sade, assistencial ou prisional, onde o sinistrado esteja

    internado; f) Pelo director da Direco de Servios de Trabalho e Emprego, atravs do Departamento da

    Inspeco do Trabalho.

    Artigo 24 (Participao ao Fundo de Segurana Social)

    Os empregadores, as seguradoras, os mdicos e os directores dos estabelecimentos de sade, assistenciais ou prisionais, onde o doente se encontrar internado, devem participar ao Fundo de Segurana Social, no prazo de oito dias a contar do conhecimento do diagnstico definitivo e inequvoco da doena, todos os casos de doenas profissionais respiratrias constantes da lista anexa ao presente diploma.

    Artigo 25

  • (Participao Direco de Servios de Trabalho e Emprego) Os empregadores, ou os seus representantes, devem participar Direco de Servios de Trabalho e Emprego os casos de acidentes de trabalho e de doenas profissionais ocorridos na respectiva empresa, no prazo de vinte e quatro horas a contar do momento em que se verificaram ou daquele em que deles tiveram conhecimento, independentemente das consequncias deles resultantes.

    Artigo 26 (Mapas de acidentes de trabalho e doenas profissionais)

    1. As seguradoras devem enviar Direco de Servios de Trabalho e Emprego, at final dos meses de

    Janeiro e Julho de cada ano, um mapa do qual constem todos os acidentes de trabalho e doenas profissionais da sua responsabilidade, ocorridos no semestre anterior.

    2. Os mapas devem conter os elementos que forem indicados pela Direco de Servios de Trabalho e

    Emprego.

  • CAPTULO V Reparao

    Artigo 27 (Prestaes)

    O direito reparao compreende prestaes em espcie e prestaes em dinheiro.

    SECO I Prestaes em espcie

    Artigo 28 (Contedo das prestaes em espcie)

    1. As prestaes em espcie visam o restabelecimento do estado de sade e da capacidade de trabalho ou

    de ganho da vtima e compreendem:

    a) A assistncia mdica e cirrgica, geral ou especializada, incluindo os elementos de diagnstico e de tratamento que forem necessrios;

    b) A assistncia medicamentosa; c) Os cuidados de enfermagem; d) O internamento hospitalar; e) O fornecimento de aparelhos de prtese e ortopedia, sua renovao e reparao; f) A reabilitao funcional; g) Os transportes previstos no artigo 14.

    2. As prestaes em espcie ficam sujeitas aos seguintes limites pecunirios mximos:

    a) At 3.000.000,00 patacas, por cada trabalhador vtima de acidente de trabalho ou doena profissional;

    b) At 250,00 patacas dirias, por consulta fora dos estabelecimentos de sade, incluindo nesse valor

    o custo dos elementos de diagnstico e de tratamento prestados na consulta. 3. Quando o custo das prestaes em espcie ultrapassar o limite mximo estabelecido na alnea a) do

    nmero anterior, a vtima passa a receber a assistncia mdica, cirrgica, farmacutica e hospitalar nos termos do regime legal de acesso aos cuidados de sade.

  • 4. Os limites previstos no n 2 so actualizveis por portaria do Governador, de dois em dois anos, no ms de Outubro, tendo em conta os valores da inflao e os pareceres da Direco de Servios de Trabalho e Emprego e da Autoridade Monetria e Cambial de Macau.

    Artigo 29 (Primeiros socorros)

    O empregador, ou aquele que o represente na direco ou fiscalizao do trabalho, deve, logo que tenha conhecimento do acidente, assegurar vtima os socorros indispensveis, independentemente de qualquer apreciao sobre a responsabilidade pela respectiva reparao.

    Artigo 30 (Apresentao a tratamento)

    1. Quando a leso no produzir incapacidade, deve o sinistrado apresentar-se para receber tratamento

    fora das horas normais de trabalho, salvo determinao em contrrio do mdico assistente. 2. O tratamento efectuado dentro do perodo normal de trabalho, por determinao do mdico assistente,

    no implica perda de retribuio.

    Artigo 31 (Mdico assistente)

    1. A entidade responsvel pelo acidente tem direito a designar o mdico assistente do sinistrado, sem

    prejuzo do disposto no nmero seguinte. 2. permitido ao sinistrado escolher o seu mdico assistente, nos seguintes casos:

    a) Se o empregador, ou quem o represente, no se encontrar no local do acidente e houver urgncia nos socorros;

    b) Se o responsvel no tiver designado mdico assistente ou enquanto o no fizer; c) Se o responsvel renunciar ao direito de escolher o mdico assistente; d) Se lhe for dada alta sem estar curado.

    3. Enquanto no houver mdico assistente designado nos termos deste artigo, considerado como tal,

    para todos os efeitos legais, o mdico que tratar o sinistrado. 4. O disposto nos nmeros anteriores no prejudica o poder-dever de qualquer autoridade pblica, por

    sua iniciativa ou a pedido, avocar o tratamento da vtima ou determinar e promover que lhe seja prestada a assistncia clnica adequada, ficando os encargos desta assistncia a cargo do responsvel pelo acidente ou da respectiva seguradora.

    Artigo 32

  • (Dever de assistncia) Nenhum mdico pode recusar a prestao de assistncia clnica a sinistrados de trabalho, que for solicitada pelos responsveis ou pelas prprias vtimas, nos casos em que lhes permitida a escolha do mdico assistente.

    Artigo 33 (Substituio do mdico assistente)

    Durante o internamento hospitalar, o mdico substitudo nas suas funes pelos mdicos do hospital, mantendo, no entanto, o direito de acompanhar o tratamento do sinistrado, conforme os respectivos regulamentos internos ou, na falta ou insuficincia destes, segundo as determinaes do director do hospital.

    Artigo 34 (Escolha do mdico)

    1. O sinistrado pode escolher o mdico que h-de realizar a interveno cirrgica, quando esta o faz

    correr grave risco de perda de vida e, ainda, nos casos de alta cirurgia. 2. Para os efeitos previstos no nmero anterior, dever do mdico assistente declarar, por escrito, que a

    vida do sinistrado pode correr perigo em consequncia da interveno cirrgica.

    Artigo 35 (Contestao de resolues mdicas)

    O sinistrado e o responsvel pelo acidente ou doena tm direito de no se conformar com as resolues do mdico assistente ou de quem legalmente o substituir.

    Artigo 36 (Soluo de divergncias)

    1. As divergncias sobre a alta, a que se refere a alnea d) do n 2 do artigo 31, e sobre as matrias

    reguladas nos artigos 33 e 34 podem ser resolvidas por simples conferncia de mdicos, da iniciativa do sinistrado, do responsvel, do mdico assistente ou do substituto legal deste.

    2. Quando as divergncias no forem resolvidas pela forma prevista no nmero anterior, devem s-lo:

    a) Havendo internamento em hospital, pelo respectivo director ou pelo mdico que o deva substituir, se aquele for o mdico assistente;

    b) No havendo internamento hospitalar, por uma junta mdica constituda por um mdico escolhido

    pelo sinistrado e outro pelo responsvel.

  • 3. As divergncias sobre o grau da incapacidade temporria do sinistrado devem ser sempre resolvidas nos termos da alnea b) do nmero anterior.

    4. No caso da junta mdica prevista na alnea b) do n 2 no chegar a acordo, a divergncia decidida

    pelos mdicos que a constituem e por um terceiro mdico escolhido por estes. 5. As resolues tomadas nos termos dos ns 2 e 4 devem constar de documento escrito. 6. O disposto nos nmeros anteriores no prejudica a faculdade de submisso imediata do caso ao

    tribunal competente por qualquer dos interessados ou pela Direco de Servios de Trabalho e Emprego, nem o dever de participao obrigatria ao mesmo tribunal dos casos de incapacidade temporria superior a doze meses, de incapacidade permanente ou de morte, nos termos previstos neste diploma.

    7. Do laudo mdico-forense pode qualquer interessado ou o Ministrio Pblico recorrer para uma junta

    constituda pelos trs mdicos referidos no n 4, pelo mdico forense e um mdico a designar pelos Servios de Sade de Macau.

    8. O sinistrado e o responsvel suportam os honorrios do mdico que cada um escolheu para a junta

    referida na alnea b) do n 2 e ainda, em partes iguais, os honorrios do terceiro mdico da mesma junta a que se refere o n 4.

    Artigo 37 (Boletins de exame e alta)

    1. No comeo do tratamento do sinistrado, o mdico assistente deve preencher um boletim de exame,

    descrevendo nele as doenas ou leses que lhe encontrar, a sintomatologia apresentada e os exames realizados, com a indicao pormenorizada das leses que a vtima declarar terem sido causadas pelo acidente.

    2. No final do tratamento, o mdico assistente deve preencher um boletim de alta, declarando nele a

    causa da cessao do tratamento e o grau de incapacidade, permanente ou temporria, que afecta o sinistrado, bem como as razes justificativas das suas concluses.

    3. Os boletins de exame so passados em triplicado e os de alta em duplicado, destinando-se:

    a) Um exemplar de cada boletim ao sinistrado; b) Um exemplar do boletim de exame entidade responsvel; c) Os restantes exemplares a instruir a participao do acidente ao tribunal ou a serem remetidos a

    este, quando forem requisitados. 4. A entrega ao sinistrado e entidade patronal dos boletins referidos nas alneas a) e b) do nmero

    anterior deve ser feita no prazo mximo de trinta dias a contar da data da realizao dos actos a que dizem respeito.

    Artigo 38

  • (Dever de colaborao) Os responsveis, os estabelecimentos de sade, os mdicos e quaiquer outras entidades, pblicas ou privadas, so obrigados a fornecer ao tribunal competente e Direco de Servios de Trabalho e Emprego todos os esclarecimentos e documentos respeitantes ao acidente ou doena, que lhes sejam pedidos, designadamente os relativos a observaes, diagnsticos, exames e tratamentos feitos a sinistrados.

    Artigo 39 (Termo de responsabilidade)

    1. As entidades responsveis so obrigadas a assinar termo de responsabilidade pelo pagamento das

    despesas com o tratamento e a hospitalizao dos sinistrados, sempre que isso lhes for exigido. 2. A recusa da assinatura do termo de responsabilidade no serve, contudo, de fundamento para negar ao

    sinistrado o internamento e os tratamentos urgentes que a gravidade do seu estado de sade exija. 3. Os estabelecimentos de sade que, injustificadamente deixarem de cumprir as obrigaes de

    tratamento ou de internamento urgentes referidos no nmero anterior, so responsveis pelo agravamento das leses ou doena do sinistrado que resulte daquele incumprimento.

    Artigo 40 (Categoria e classe do internamento)

    1. A categoria e classe do internamento em hospital so as que melhor se ajustarem s prescries do

    mdico assistente. 2. Sem prejuzo do disposto no nmero anterior, a entidade responsvel s obrigada a suportar o menor

    custo previsto na tabela hospitalar para a categoria e classe do internamento.

    Artigo 41 (Aparelhos de prtese e ortopedia)

    1. Os aparelhos de prtese e ortopedia a fornecer ao sinistrado devem ser os adequados ao fim a que se

    destinam. 2. O direito do sinistrado ao fornecimento de aparelhos de prtese e ortopedia abrange os destinados

    correco ou compensao visual ou auditiva, bem como as prteses dentrias. 3. As divergncias sobre a natureza, qualidade ou adequao dos aparelhos de prtese e ortopedia, bem

    como a necessidade da sua renovao ou reparao, so resolvidas mediante parecer de perito especializado em matria de reabilitao profissional.

    4. No caso de renovao ou reparao, o encargo exigvel ao responsvel no pode ser superior ao custo

    de novo aparelho, igual ao inutilizado ou, na falta deste, de aparelho idntico que seja tecnicamente adequado aos fins a que se destina.

  • 5. O custo do fornecimento, renovao ou reparao de aparelhos de prtese e ortopedia no pode

    exceder, por acidente de trabalho ou doena profissional e por trabalhador, os seguintes montantes:

    a) 20.000,00 patacas para o fornecimento e aplicao inicial; b) 60.000,00 patacas para a reparao ou renovao e colocao cirrgica no perodo de dez anos a

    contar da aplicao inicial. 6. Os limites previstos no nmero anterior so actualizveis nos termos previstos no n 4 do artigo 28.

    Artigo 42 (Direito de opo pelo valor dos aparelhos de prtese e ortopedia)

    1. O sinistrado pode optar pela importncia correspondente ao valor dos aparelhos de prtese e ortopedia

    indicados pelo mdico assistente, quando pretenda adquirir aparelhos de custo superior. 2. Havendo opo, pode a entidade responsvel proceder ao pagamento da importncia referida no

    nmero anterior ao fornecedor do aparelho somente depois de verificada a respectiva aplicao. 3. O disposto no nmero anterior no prejudica o direito do sinistrado reparao dos danos sofridos

    com o atraso na colocao do aparelho, quando, sem justificao ou sem consentimento dele, a entidade responsvel retardar o pagamento ou a verificao da aplicao a que se refere o nmero anterior.

    Artigo 43 (Renovao ou reparao de aparelhos inutilizados pelo acidente)

    Sempre que um acidente de trabalho inutilize ou danifique aparelho de prtese ou ortopedia de que o sinistrado j era portador, ficam a cargo do responsvel pelo acidente as despesas necessrias respectiva renovao ou reparao.

    Artigo 44 (Notificao judicial e execuo)

    1. O sinistrado pode requerer ao tribunal competente a notificao da entidade responsvel para, no

    prazo de dez dias, depositar sua ordem as importncias respeitantes ao fornecimento, renovao ou reparao dos aparelhos de prtese ou ortopedia, quando aquela entidade injustificadamente recusar ou protelar a prtica de qualquer um desses actos.

    2. No sendo efectuado o depsito, procede-se execuo do respectivo valor, seguindo-se os termos do

    processo de execuo baseada em sentena de condenao em quantia certa. 3. Pelo produto da execuo so pagas as despesas dos aparelhos de prtese ou ortopedia entidade que

    os forneceu ou reparou, depois de verificada pelo tribunal a sua correcta aplicao. 4. O pagamento voluntrio ou mediante execuo das importncias referidas no n 1 no prejudica o

    direito do sinistrado indemnizao dos danos causados pela demora.

  • Artigo 45 (Perda do direito reparao ou reparao de aparelhos)

    Os sinistrados perdem o direito renovao ou reparao dos aparelhos de prtese e ortopedia que se deteriorem ou inutilizem devido a falta grave e indesculpvel da sua parte, salvo se j tiver sido excedido o prazo normal da respectiva durao.

    SECO II Prestaes em dinheiro

    Subseco I

    Regime

    Artigo 46 (Contedo)

    As prestaes em dinheiro compreendem:

    a) A indemnizao por incapacidade temporria, absoluta ou parcial, para o trabalho; b) A indemnizao correspondente reduo na capacidade de trabalho ou de ganho, em caso de

    incapacidade permanente; c) A indemnizao e as despesas de funeral, em caso de morte.

    Artigo 47 (Prestaes por incapacidade)

    1. Se do acidente de trabalho ou da doena profissional resultar reduo na capacidade de trabalho ou de

    ganho da vtima, esta tem direito s seguintes prestaes:

    a) Na incapacidade temporria absoluta - indemnizao igual a dois teros da retribuio--base; b) Na incapacidade temporria parcial - indemnizao igual a dois teros da reduo sofrida na

    capacidade geral de ganho; c) Na incapacidade permanente absoluta (100% de desvalorizao) - indemnizao de um capital

    igual a:

    1 132 vezes a retribuio-base mensal, se o trabalhador tiver menos de 25 anos de idade; 2 120 vezes a retribuio-base mensal, se o trabalhador tiver idade igual ou superior a 25 anos e

    inferior a 35 anos; 3 108 vezes a retribuio-base mensal, se o trabalhador tiver idade igual ou superior a 35 anos e

    inferior a 45 anos;

  • 4 96 vezes a retribuio-base mensal, se o trabalhador tiver idade igual ou superior a 45 anos e

    inferior a 56 anos; 5 84 vezes a retribuio-base mensal, se o trabalhador tiver idade igual ou superior a 56 anos.

    d) Na incapacidade permanente parcial (desvalorizao inferior a 100%) - indemnizao de um

    capital correspondente percentagem de desvalorizao aplicada sobre o montante que seria devido ao sinistrado nos termos previstos na alnea anterior, caso tivesse ficado afectado de incapacidade permanente absoluta.

    2. A indemnizao prevista na alnea c) do nmero anterior fica sujeita aos limites mnimo de

    150.000,00 patacas e mximo de 450.000,00 patacas e a prevista na alnea d) do mesmo nmero ao limite mximo de 450.000,00 patacas

    . 3. Para efeitos do disposto nas alneas c) e d) do n 1, considera-se:

    a) No caso de acidente de trabalho, a idade da vtima no dia em que este ocorreu; b) No caso de doena profissional, a idade da vtima na data do diagnstico definitivo e inequvoco

    da doena. 4. Na fixao do coeficiente de desvalorizao adoptada a tabela de incapacidades anexa a este

    diploma. 5. O salrio do dia em que ocorrer o acidente de trabalho est a cargo do empregador. 6. Os limites previstos no n 2 so actualizveis nos termos do disposto no n 4 do artigo 28.

    Artigo 48 (Prestao suplementar)

    1. A vtima, a quem foi fixada uma incapacidade permanente, tem direito a uma prestao suplementar

    de 50% do capital que lhe devido de acordo com o disposto nas alneas c) ou d) do n 1 ou do n 2 do artigo anterior, se, em consequncia da leso ou da doena, no puder dispensar a assistncia constante de terceira pessoa.

    2. A prestao referida no nmero anterior fixada com a prestao principal.

    Artigo 49 (Converso de incapacidade temporria em permanente)

    1. A incapacidade temporria por um perodo superior a vinte e quatro meses presume-se como

    permanente, devendo o mdico assistente fixar o respectivo coeficiente, de acordo com a tabela de incapacidades anexa ao presente diploma.

  • 2. O coeficiente de incapacidade fica sujeito a homologao do tribunal, o qual pode prorrogar at mais doze meses o prazo previsto no nmero anterior, no caso de no estarem a ser prestados ao sinistrado os tratamentos clnicos e de recuperao necessrios.

    Artigo 50 (Prestaes por morte)

    1. Se do acidente de trabalho ou da doena profissional resultar a morte, os familiares da vtima tm

    direito, no conjunto, a uma indemnizao correspondente a:

    a) 120 vezes a retribuio-base mensal, se a vtima tiver menos de 25 anos de idade; b) 108 vezes a retribuio-base mensal, se a vtima tiver idade igual ou superior a 25 anos e inferior a

    35 anos; c) 96 vezes a retribuio-base mensal, se a vtima tiver idade igual ou superior a 35 anos e inferior a

    45 anos; d) 84 vezes a retribuio-base mensal, se a vtima tiver idade igual ou superior a 45 anos e inferior a

    56 anos; e) 72 vezes a retribuio-base mensal, se a vtima tiver idade igual ou superior a 56 anos.

    2. Para efeitos do disposto no nmero anterior, consideram-se familiares da vtima:

    a) O cnjuge; b) O ex-cnjuge com direito a penso de alimentos; c) Os filhos menores de 18 anos, incluindo os nascituros; d) Os filhos de idade no superior a 25 anos que vivem na dependncia econmica da vtima; e) Os filhos que, independentemente da idade, se encontram afectados de doena fsica ou mental

    que os incapacite para o trabalho; f) Os ascendentes da vtima, desde que esta tenha contribudo, com carcter de regularidade, para a

    sua alimentao. 3. Para efeitos do disposto no n 1, a idade da vtima apurada segundo os critrios estabelecidos no n 3

    do artigo 47. 4. As indemnizaes previstas no n 1 ficam sujeitas aos limites mnimo de 110.000,00 patacas e

    mximo de 350.000,00 patacas. 5. O montante da indemnizao distribudo da seguinte forma:

  • a) 60% para o cnjuge ou ex-cnjuge com direito penso de alimentos, sendo o respectivo montante dividido em partes iguais entre eles, no caso de ambos existirem;

    b) 25% para os filhos, sendo o respectivo montante dividido em partes iguais entre eles, no caso de

    existir mais do que um; c) 15% para os ascendentes.

    6. No caso de no existirem filhos nem ascendentes com direito a indemnizao, nos termos deste

    diploma, o respectivo montante reverte a favor do cnjuge. 7. Se a vtima for solteira ou viva e deixar filhos e ascendentes com direito a indemnizao, o valor

    total desta dividido por igual entre eles. 8. Se a vtima for solteira ou viva e no deixar filhos nem ascendentes com direito a indemnizao, esta

    reverte totalmente para o Fundo de Segurana Social. 9. A parte da indemnizao que couber aos filhos da vtima depositada ordem do tribunal

    competente, que decide sobre a sua disposio. 10. Para efeitos do disposto neste artigo, equiparada a cnjuge a pessoa que tenha vivido em unio de

    facto com a vtima nos termos do artigo 2020 do Cdigo Civil. 11. Os limites previstos no n 4 so actualizveis nos termos previstos no n 4 do artigo 28.

    Artigo 51 (Despesas de funeral)

    1. O montante destinado s despesas do funeral da vtima igual a trinta dias de retribuio--base,

    tendo como limites mnimo 3.000,00 patacas e mximo 12.000,00 patacas e entregue a quem provar ter suportado aquelas despesas.

    2. Se houver trasladao, so elevados para o dobro os montantes previstos no nmero anterior. 3. Os limites referidos nos nmeros anteriores so actualizveis nos termos previstos no n 4 do artigo

    28.

    Artigo 52 (Pagamento das indemnizaes por incapacidade temporria)

    1. As indemnizaes por incapacidade temporria, absoluta ou parcial, so devidas enquanto o sinistrado

    se encontrar a receber tratamento hospitalar, ambulatrio ou de reabilitao funcional. 2. As prestaes respeitantes s indemnizaes referidas no nmero anterior so calculadas e pagas

    quinzenalmente.

  • Artigo 53

    (Lugar do pagamento) O pagamento das prestaes previstas neste diploma efectuado no territrio de Macau, no domiclio do responsvel.

    Subseco II Retribuio-base

    Artigo 54 (Forma de clculo)

    1. As indemnizaes so calculadas:

    a) A partir da retribuio-base auferida no dia do acidente, se esta representar a retribuio--base normalmente recebida pela vtima;

    b) Tratando-se de reparao de doena profissional, com base na mdia das remuneraes auferidas

    pelo trabalhador no ano anterior cessao da exposio ao risco ou data do diagnstico definitivo e inequvoco da doena, se esta preceder aquela.

    2. Para os trabalhadores que auferem um salrio fixo por semana, por ms ou por ano, a retribuio-base

    diria corresponde, respectivamente, a 1/7, 1/30 ou 1/360 desse salrio. 3. Para os trabalhadores que auferem um salrio determinado em funo do perodo de trabalho

    efectivamente prestado, do rendimento ou da quantidade de obra produzida, a retribuio--base diria, para os efeitos deste diploma, obtida atravs da diviso do total das quantias auferidas nos ltimos trs meses pelo nmero de dias de trabalho prestado nesse perodo, ou em perodo inferior, se a relao de trabalho tiver menor durao.

    4. Na falta dos elementos referidos no nmero anterior, o clculo faz-se tomando por base a menor

    remunerao mdia diria auferida, em perodo idntico, por um trabalhador da mesma entidade patronal, com igual categoria profissional e que desempenhe funes idnticas s da vtima.

    5. No havendo trabalhador nas condies previstas no nmero anterior, o clculo faz-se tendo por

    referncia um trabalhador, em idnticas circunstncias, de outra entidade patronal do mesmo ramo de actividade.

    6. Se a vtima for um aprendiz ou tirocinante, que no aufira remunerao, as indemnizaes tm por

    base a retribuio mdia de um trabalhador da mesma entidade patronal, ou de outra similar, com categoria profissional correspondente da vtima.

    7. Se a vtima tiver menos de 18 anos de idade, as indemnizaes tm por base a retribuio mdia de

    um trabalhador com idade igual ou superior a 18 anos, no qualificado, da mesma entidade patronal ou de outra similar, ou aquela que a vtima efectivamente receber, se for superior.

  • 8. A retribuio-base mensal igual retribuio-base diria a multiplicar por trinta. 9. Para efeitos do disposto neste artigo, em nenhum caso a retribuio-base pode ser inferior

    estabelecida em regulamento da empresa, conveno ou disposio legal aplicvel.

  • CAPTULO VI Disposies complementares

    Artigo 55 (Ocupao e despedimento durante a incapacidade temporria)

    1. Durante o perodo de incapacidade temporria parcial, o empregador obrigado a ocupar os

    trabalhadores vtimas de acidente de trabalho ou doena profissional em funes compatveis com o seu estado de sade.

    2. A remunerao dos trabalhadores na situao de incapacidade temporria parcial corresponde ao grau

    de capacidade que mantm, sendo calculada:

    a) Em caso de acidente de trabalho, com base na retribuio que auferiu no dia do acidente; b) Em caso de doena profissional, com base na retribuio mdia diria do ano anterior data do

    diagnstico inequvoco e definitivo da doena ou da cessao da exposio ao risco. 3. O empregador que fizer cessar, sem justa causa, a relao de trabalho com um trabalhador vtima de

    acidente de trabalho ou doena profissional, enquanto este se mantiver na situao de incapacidade temporria, deve pagar-lhe uma indemnizao equivalente a trs meses de salrio, nunca inferior a 10.000,00 patacas, sem prejuzo de quaisquer outras indemnizaes previstas na legislao laboral vigente, incluindo as devidas por despedimento.

    4. Cessa a obrigao de indemnizar, prevista no nmero anterior, quando o sinistrado no se apresentar

    ao trabalho no perodo de quarenta e oito horas aps a data da alta clnica.

    Artigo 56 (Acidente causado por outros trabalhadores ou terceiros)

    1. Quando o acidente for causado por outros trabalhadores ou por terceiros, a entidade patronal ou a

    seguradora que tenha efectuado a reparao tem o direito de ser reembolsada de tudo quanto pagou, recaindo o correspondente dever sobre os causadores do acidente e sobre a vtima, na medida da reparao que esta haja obtido daqueles.

    2. Para os efeitos do nmero anterior, a entidade patronal ou a seguradora pode intervir, como parte

    principal, na aco de indemnizao intentada pela vtima contra os causadores do acidente ou exigir directamente a esta a restituio das prestaes que haja efectuado.

    3. Tratando-se de acidente causado com dolo ou culpa grave, a entidade patronal ou a seguradora pode

    ainda intentar aco de reembolso contra os seus causadores, quando a vtima o no tenha feito no prazo de um ano a contar da data em que o mesmo tiver ocorrido.

    4. A entidade patronal ou a seguradora que ainda no tenha feito a reparao, no todo ou em parte, fica

    desobrigada de a fazer na medida da reparao que a vtima obtenha dos causadores do acidente.

  • 5. A entidade patronal e a seguradora no gozam do direito de reembolso contra os trabalhadores se o acidente for causado sem dolo ou culpa grave, mas pode exigir da vtima a restituio das prestaes que haja efectuado, na medida da reparao que esta haja obtido daqueles.

    Artigo 57 (Acidente causado pela entidade patronal ou seu mandatrio)

    1. O disposto no artigo anterior aplica-se, com as necessrias adaptaes, nos casos em que o causador

    do acidente for a entidade patronal ou um seu mandatrio. 2. A seguradora s pode intentar aco de reembolso contra o causador do acidente, se este tiver agido

    com dolo e se a vtima no tiver intentado aco de indemnizao no prazo de um ano a contar da data do acidente.

    Artigo 58 (Acidentes de viao e de trabalho)

    1. Quando o acidente for, simultaneamente, de viao e de trabalho, a reparao efectuada pela

    seguradora para quem foi transferida a responsabilidade pelo acidente de trabalho, nos termos deste diploma, ficando esta sub-rogada nos direitos do sinistrado em relao seguradora do veculo causador do acidente de viao.

    2. No caso de haver responsabilidade da seguradora do veculo causador do acidente de viao, pode esta

    notificar a seguradora do acidente de trabalho para que exera o direito previsto no nmero anterior, no prazo de sessenta dias, ficando com a faculdade de liquidar directamente ao sinistrado a indemnizao devida, uma vez decorrido aquele prazo.

    3. Na aco judicial contra a seguradora do veculo causador do acidente de viao devem intervir o

    sinistrado, o empregador e a seguradora do acidente de trabalho, sendo estes, para o efeito, oficiosamente citados pelo tribunal competente.

    4. O sinistrado que, injustificadamente, prejudicar o exerccio do direito de sub-rogao referido no n 1

    responde perante a seguradora do acidente de trabalho pelo acrscimo de despesas decorrentes desse comportamento.

    5. Na falta de seguro, o disposto nos nmeros anteriores para a seguradora do acidente de trabalho e para

    a seguradora do acidente de viao aplica-se, respectivamente, entidade patronal do sinistrado e entidade responsvel pelo acidente de viao.

    Artigo 59 (Caducidade e prescrio)

    1. O direito de aco respeitante s prestaes previstas neste diploma caduca no prazo de dois anos a

    contar das seguintes datas:

  • a) Tratando-se de acidente de trabalho, da data da cura clnica do sinistrado ou, em caso de morte, da data em que esta ocorreu;

    b) Tratando-se de doena profissional, da data da comunicao vtima do diagnstico definitivo e

    inequvoco da doena ou da data da morte desta, quando no tenha havido comunicao da doena ou esta tenha sido efectuada durante o ano anterior ao falecimento.

    2. O direito s prestaes estabelecidas por deciso judicial prescreve no prazo de dois anos a contar da

    data em que esta transitar em julgado. 3. O prazo da prescrio inicia-se com o conhecimento pessoal, por parte dos beneficirios, da fixao

    das prestaes. 4. A aco executiva interrompe o prazo da prescrio.

    Artigo 60 (Actos nulos)

    1. nula a conveno contrria aos direitos ou s garantias conferidas no presente diploma ou com eles

    incompatvel. 2. So igualmente nulos os actos e contratos que visem a renncia aos direitos estabelecidos no presente

    diploma.

  • Artigo 61 (Regime especial do direito s prestaes)

    Os crditos respeitantes s prestaes estabelecidas neste diploma so inalienveis, impenhorveis e irrenunciveis e gozam dos privilgios creditrios consignados na lei geral como garantia das retribuies do trabalho, tendo preferncia relativamente a estas na classificao legal.

    CAPTULO VII Cobertura de riscos

    Artigo 62 (Transferncia de responsabilidade)

    1. Os empregadores so obrigados a transferir a responsabilidade pelas reparaes previstas no presente

    diploma para seguradoras autorizadas a explorar o ramo de seguro de acidentes de trabalho no territrio de Macau.

    2. A reparao das doenas profissionais respiratrias, pneumatoses, previstas na lista de doenas

    profissionais, anexa ao presente diploma, da responsabilidade do Fundo de Segurana Social.

    Artigo 63 (Responsabilidade da seguradora)

    1. As prestaes a pagar pela seguradora so calculadas sobre a remunerao declarada para efeitos do

    seguro. 2. No caso de a remunerao referida no nmero anterior ser inferior remunerao real, a entidade

    patronal responde pela diferena das prestaes, incluindo as previstas no artigo 28. 3. Se o nmero de trabalhadores cobertos pelo contrato de seguro for inferior ao nmero de

    trabalhadores efectivamente ao servio data do acidente ou do diagnstico definitivo e inequvoco da doena, cabe ao empregador provar que o sinistrado est abrangido pelo contrato de seguro.

    4. As alteraes ao contrato de seguro, respeitantes a remuneraes ou ao nmero de trabalhadores,

    devem ser comunicadas pela entidade patronal seguradora nos prazos entre ambas acordados ou, supletivamente, no prazo de trinta dias a contar do final de cada semestre.

    5. As alteraes referidas no nmero anterior ficam abrangidas pelo contrato, tendo a seguradora o direito de proceder actualizao imediata do prmio de seguro, com base na nova informao recebida.

    Artigo 64 (Celebrao e renovao de contratos de seguro)

  • 1. As seguradoras autorizadas explorao de seguros do ramo de acidentes de trabalho s podem celebrar os contratos de seguro nos termos e nas condies gerais e clusulas especiais da aplice uniforme referida no artigo 72.

    2. Quando as actividades ou profisses a segurar possuam caractersticas especiais que no se

    enquadrem nas estabelecidas na tarifa de prmios e condies para o ramo de acidentes de trabalho ou quando nelas se verifique uma sinistralidade anormal, cabe Autoridade Monetria e Cambial de Macau estabelecer, caso a caso, as condies de aceitao ou de renovao do contrato de seguro.

    Artigo 65 (Recusa do seguro)

    1. Se a celebrao do contrato de seguro for recusada, pelo menos, por trs seguradoras, o empregador

    deve recorrer Autoridade Monetria e Cambial de Macau para que esta defina as condies especiais para a realizao do seguro.

    2. A seguradora que for escolhida pelo empregador ou indicada pela Autoridade Monetria e Cambial de

    Macau fica obrigada a realizar o seguro nas condies especiais que forem definidas. 3. Os resultados da gesto dos contratos de seguro, que forem celebrados ao abrigo do disposto neste

    artigo, so atribudos s seguradoras que exploram o ramo de seguro de acidentes de trabalho, de acordo com as normas estabelecidas por aviso da Autoridade Monetria e Cambial de Macau, as quais devem definir a forma de determinao daqueles resultados e o critrio da sua repartio.

    4. No admitida a interveno de mediador nem a atribuio de comisses nos contratos de seguro

    celebrados ao abrigo do disposto neste artigo.

  • CAPTULO VII Regime sancionatrio

    Artigo 66 (Multas)

    1. As infraces ao presente diploma so punidas com as seguintes multas:

    a) De 3.500,00 a 17.500,00 patacas, a violao do n 4 do artigo 7, e dos artigos 29 e 39; b) De 3.000,00 a 15.000,00 patacas, a promoo do tratamento ou do internamento da vtima em

    estabelecimento de sade como indigente, com o objectivo de no suportar as respectivas despesas;

    c) De 2.500,00 a 12.500,00 patacas, a violao do artigo 25; d) De 2.000,00 a 10.000,00 patacas, a violao do artigo 52 e n 3 do artigo 55; e) De 1.000,00 a 5.000,00 patacas, por cada trabalhador, a violao do n 1 do artigo 62; f) De 1.500,00 a 7.500,00 patacas, a violao de disposies deste diploma no abrangidas nas

    alneas anteriores. 2. As multas so inconvertveis em priso.

    Artigo 67 (Agravamento)

    1. Os limites mnimos e mximos das multas previstas no artigo anterior so elevados para o dobro nos

    seguintes casos:

    a) Sempre que o infractor use de falsificao, simulao ou outro meio fraudulento; b) Quando haja reincidncia nos termos previstos na lei penal geral.

    2. O pagamento voluntrio das multas em juzo considerado para efeitos de reincidncia.

  • Artigo 68 (Cumulao de responsabilidades)

    A aplicao das multas previstas neste diploma no prejudica a responsabilidade civil nem a responsabilidade criminal que outras disposies legais atribuam aos infractores.

    Artigo 69 (Fiscalizao)

    1. Compete Direco de Servios de Trabalho e Emprego, atravs do Departamento de Inspeco do

    Trabalho, fiscalizar o cumprimento das normas deste diploma. 2. O processo respeitante s infraces e aplicao das multas rege-se pelo disposto no Regulamento

    da Inspeco do Trabalho, aprovado pelo Decreto-Lei n 60/89/M, de 18 de Setembro.

    Artigo 70 (Destino das multas)

    O produto das multas reverte para o Fundo de Segurana Social.

    Artigo 71 (Prescrio)

    1. O procedimento contra as infraces ao disposto neste diploma prescreve decorridos dois anos sobre a

    data em que a infraco foi cometida. 2. O levantamento de auto de notcia, que venha a ser confirmado nos termos previstos no artigo 11 do

    regulamento referido no n 2 do artigo 69, interrompe a prescrio do procedimento. 3. As multas prescrevem cinco anos aps o trnsito em julgado da sentena condenatria.

  • CAPTULO IX Disposies finais

    Artigo 72 (Aplice uniforme)

    A transferncia para as seguradoras das responsabilidades que recaem sobre as entidades patronais, nos termos do presente diploma, feita mediante aplice uniforme de seguro de acidentes de trabalho e doenas profissionais, de modelo a aprovar por portaria do Governador.

    Artigo 73 (Tarifa)

    A tarifa de prmios e condies para o ramo de seguro de acidentes de trabalho estabelecida por portaria do Governador.

    Artigo 74 (Reverso para o Fundo de Segurana Social)

    As quantias depositadas ordem da Direco de Servios de Trabalho e Emprego, ao abrigo do artigo 16 do regulamento referido no n 2 do artigo 69, cujo direito a serem recebidas tenha prescrito, nos termos do artigo 17 do mesmo regulamento, passam a reverter para o Fundo de Segurana Social.

    Artigo 75 (Norma revogatria)

    1. revogado o Decreto-Lei n 78/85/M, de 10 de Agosto. 2. So igualmente revogadas quaisquer disposies legais sobre acidentes de trabalho e doenas

    profissionais que contrariem o estabelecido neste diploma, com excepo das aplicveis aos acidentes e doenas profissionais dos trabalhadores da funo pblica.

  • Artigo 76 (Entrada em vigor)

    O presente decreto-lei entra em vigor no dia 1 de Setembro de 1995.

    Aprovado em 27 de Julho de 1995.

    Publique-se.

    O Governador, Vasco Rocha Vieira.

  • TABELA DE INCAPACIDADES POR ACIDENTES DE TRABALHO E DOENAS PROFISSIONAIS

    INSTRUES 1. As situaes (leses ou doenas) a que correspondam incapacidade permanentes so classificadas nos

    artigos e respectivas alneas e nmeros da presente tabela, agrupados em partes e captulos. 2. As partes e os captulos das divises da tabela so indicadas por numerao romana, os artigos e

    nmeros por algarismos rabes e as alneas por letras minsculas. 3. A cada situao de incapacidade corresponde um coeficiente expresso em centsimos. A situao de

    incapacidade permanente absoluta expressa pela unidade. 4. A variao das incapacidades, em referncia idade do sinistrado ou doente, indicada em coluna

    prpria pelas letras d, quando a sua razo seja directa, ou i, quando a sua razo seja inversa. 5. As profisses a que se deva atender para a graduao de incapacidades expressas em coeficientes

    variveis so classificadas em catorze grupos, nos termos da Lista de Grupos Profissionais, e indicadas por letras maisculas, de A a O, anotando-se na ltima coluna da Tabela, relativamente a cada alnea e nmero, pela correspondente letra, os grupos de profisses a considerar na respectiva situao.

    6. A lista de profisses, elaborada por ordem alfabtica, contm a indicao dos grupos profissionais em

    que devem considerar-se includas para aplicao da Tabela. 7. Se a profisso do sinistrado no constar da Lista de Profisses, tal omisso ser suprida pelo recurso

    classificao da Lista dos Grupos Profissionais. 8. Para avaliao das incapacidades observam-se as seguintes normas:

    A) As incapacidades temporrias parciais so inicialmente fixadas pelo menos no dobro do limite mximo do coeficiente previsto na tabela para a respectiva situao, sem ultrapassar o coeficiente 1, e sero reduzidas gradualmente, at data definitiva, como objectivo de permitir a readaptao ao trabalho.

    B) As incapacidades que derivem de leses no descritas na tabela sero avaliadas pelo coeficiente

    relativo a situao anloga. C) As leses nas mos so consideradas como constituindo uma situao no seu conjunto. Todavia,

    em relao s leses nas mos para as quais na tabela se no preveja um s coeficiente global de desvalorizao, a incapacidade ser calculada pela soma dos coeficientes relativos a cada situao parcelar, a qual acrescida de um quinto do mais elevado dos referidos coeficientes (correco de sinergia).

    D) Os coeficientes de desvalorizao por paralisias dos membros superiores ou inferiores

    compreendem as incapacidades correspondentes s leses de cada um dos segmentos daqueles membros.

  • E) No caso de leses mltiplas que respeitem a funes diferentes, o coeficiente global de

    incapacidade determinado pela soma dos coeficientes que correspondem a cada situao. O primeiro dos coeficientes considerados refere-se capacidade do sinistrado anterior ao acidente e os demais reportam-se mesma capacidade, feita, porm, a deduo do coeficiente ou dos coeficientes j tomados em conta no mesmo clculo.

    F) As incapacidades expressas em coeficientes variveis so graduadas em ateno idade do

    sinistrado ou doente, com referncia idade do sinistrado ou doente, com referncia idade de 40 anos, atribuindo-se mais elevado coeficiente, dentro dos respectivos limites aos sinistrados com idades superiores, quando a razo de variao seja directa (d), e aos que tiverem idades inferiores, quando aquela razo seja inversa (i).

    G) A graduao das incapacidades segundo a profisso faz-se atribuindo maior desvalorizao, na

    amplitude do coeficiente aplicvel, aos sinistrados cujas profisses sejam classificadas em grupo anotado na respectiva alnea ou nmero.

    9. A determinao da incapacidade clnico-funcional requer previamente a caracterizao da doena

    profissional to segura quanto possvel, tendo em ateno os procedimentos de diagnstico. No diagnstico ponto essencial a HISTRIA CLNICA. Esta deve ser pormenorizada, com uma

    anamnese detalhada e cronolgica das exposies no ambiente de trabalho e dos procedimentos e com uma listagem dos produtos finais e intermedirios da produo.

    Devem ser tambm valorizados os elementos semiolgicos que possam contribuir para definir o grau

    de incapacidade: Grau de dispneia Existncia de cianose Hipocartismo digital Cor pulmonale (Insuficincia cardaca direita) Deformaes fsicas A dispneia, uma sensao subjectiva de difcil caracterizao. Como critrio de definio do grau da dispneia pode usar-se os seguintes:

    Grau 0 - Sem dispneia a no ser no exerccio fsico violento.

    Grau 1 - Ligeira-dispneia objectivvel por traquipneia na marcha acelerada em plano ou numa subida ligeira.

    Grau 2 - Moderado - o doente obrigado pela dispneia, a caminhar em plano mais lentamente do que as pessoas de mesma idade.

    Grau 3 - Grave - a dispneia obriga suspenso da marcha aps andar, 90 a 100 metros.

    Grau 4 - Muito Grave - actos simples, como vestir e despir, implicam dispneia; incapacidade de sair de casa por causa da dispneia.

    Avaliao radiolgica

  • Interpretao da radiografia de torax convencional valorizando-se a evoluo radiogrfica Sempre que aplicvel deve usar-se a classificao ILO A tomografia computorizada til na avaliao da extenso da doena pleuro-pulmonar e mediastnica Elementos histopatolgicos Valorizam o diagnstico ainda que a sua ausncia no o deva prejudicar Estudo funcional respiratrio um elemento essencial na avaliao destas doenas Deste estudo deve constar: - Determinao da capacidade vital forada; - Volume expiratrio mximo no 1 segundo; - Volume residual; - Gasometria arterial. Se a situao clnica o justificar devero ser efectuadas: - Determinaes da distensibilidade pulmonar; - Transferncia alveolo-capilar do CO; - Provas de esforo; - Provas de provocao inalatria especficas e inespecficas (hipereactividade brnquica). Se o estudo funcional respiratrio normal em repouso, devero realizar-se provas de esforo com determinao da PaO2 no sangue arterial antes e durante o esforo. O grau de incapacidade a atribuir ser ponderado de acordo com os valores da PaO2 atingida e grau de esforo efectuado. A prova de esforo ser realizada com cargas sucessivas de 30, 60 e 90 watts (ciclo--ergometro ou tapete rolante) e considera-se como positiva a queda da PaO2 de 10 mmHg. A caracterizao da situao clnica deve ser completada com os outros exames complementares, sempre que justificvel e possvel por forma a quantificar-se correctamente a incapacidade clnico-funcional do doente. No entanto nem sempre h uma correlao entre as alteraes funcionais e outros elementos clnicos. Neste caso pode haver atribuio da incapacidade na ausncia da alterao da funo respiratria.

    ATRIBUIO DAS INCAPACIDADES Na atribuio das incapacidades clnico-funcional consideram-se quatro graus, adiante discriminados, na Tabela de Desvalorizao das Doenas Profissionais Respiratrias (Pneumatoses).

  • Para cada grupo atribuem-se limites superiores e limites inferiores de incapacidade. Em cada caso o ndice a atribuir deve estar contido nos limites de determinado grupo e baseia-se na gravidade do dfice funcional respiratrio conjugado com a importncia de outras variveis mdicas. Nas situaes em que as alteraes funcionais esto prximas do limite superior do grupo legtimo fazer transitar para o grau de incapacidade imediatamente superior.

  • TABELA DE INCAPACIDADES

    PARTE I MUTILAES E DEFORMIDADES

    CAPTULO I

    CABEA

    ARTIGO ALNEA SITUAES

    DE INCAPACIDADE

    COEFICIENTES DE

    DESVALORIZAO

    RAZO DA VARIAO

    COM A IDADE

    GRUPOS PROFISSIONAIS

    MAIS ATINGIDOS

    1

    2

    3

    4

    a)

    b) c) d) e)

    a)

    b)

    c)

    d)

    a)

    b)

    c) d)

    a) b)

    c) d)

    e)

    Couro Cabeludo Cicatriz que produza deformao no corrigvel por penteado Calvcie parcial Calvcie total Escalpe parcial Escalpe total Crneo Brecha que interesse apenas as camadas sseas superficiais Brecha que interesse toda a espessura do osso at 6 cm de superfcie: 1) Com prtese 2) Sem prtese Idem de 6 cm a 12 cm: 1) Com prtese 2) Sem prtese Idem com mais de 12 cm: 1) Com prtese 2) Sem prtese Face Cicatrizes viciosas superficiais que produzam deformidade Cicatrizes viciosas que atinjam as partes moles profundas Fstula salivar (segundo a localizao e o fluxo) Destroamento de partes moles, quando desfigure ou d aspecto repelente Olhos Perda de um globo ocular Afaquia: 1) Unilateral 2) Bilateral Aderncias cicatriciais das conjuntivas (cada olho) Ectrpio: 1) Unilateral 2) Bilateral Entrpio: 1) Unilateral 2) Bilateral

    0-0,05 0

    0,02-0,05 0,10-0,30 0,30-0,40

    0-0,05

    0-0,08 0,02-0,18

    0,03-0,06 0,06-0,20

    0,05-0,08 0,20-0,30

    0-0,10

    0-0,15 0,05-0,40

    0,30-0,60

    0,05

    0,05-0,10 0,10-0,15

    0-0,05

    0-0,05 0-0,15

    0,01-0,10 0,05-0,30

    i - i i i i - i i i i i i i i i - i i i i i i i

    AB -

    AB AB AB

    B - B

    B B

    B B

    A

    A AD

    A -

    C C A

    ACD ACD

    ACD ACD

    ARTIGO ALNEA SITUAES

    DE INCAPACIDADE

    COEFICIENTES DE

    DESVALORIZAO

    RAZO DA VARIAO

    COM A IDADE

    GRUPOS PROFISSIONAIS

    MAIS ATINGIDOS

    f)

    Lagoftalmia: 1) Unilateral

    0,10-0,20

    i

    ACD

  • 5

    6

    7

    8

    9

    g)

    h) i)

    a) b) c) d) e)

    f)

    a) b) c)

    a)

    b) c)

    a)

    b) c)

    d)

    a) b) c) d) e)

    f)

    2) Bilateral Epfora: 1) Unilateral 2) Bilateral Fstula lacrimal (cada lado) Deformidade por leses da rbita (exoftalmia, enoftalmia, etc.) Nariz Perda parcial sem estenose Idem com estenose Perda total sem estenose Idem com estenose Estenose sem mutilao exterior: 1) Unilateral 2) Bilateral Perda do nariz e dos maxilares superiores Ouvidos Perda de um pavilho auricular Perda de ambos os pavilhes auriculares Mutilao grave de uma ou de ambas as orelhas Maxilares superiores Deformao da arcada dentria, segundo a perturbao esttica e as dificuldades da mastigao Pseudartrose Idem com mastigao muito difcil Boca Abertura da fenda bucal, possvel: 1) Entre 40mm e 20mm 2) Entre 20mm e 10mm 3) A menos de 10mm Mutilao da lngua Perfurao da abboda palatina: 1) Com prtese 2) Sem prtese Perda de dentes: 1) 1 s 2) 2 a 16 (conforme a prtese) 3) 16 a 26 (conforme a prtese) Maxilar inferior: Luxao irredutvel Idem recidivante Deformao da arcada dentria Pseudartrose com pequeno desvio dos topos sseos Idem com grande desvio 1) No ramo ascendente 2) No corpo do osso Idem com grande perda de osso de dentes

    0,30-0,60

    0,01-0,05 0,05-0,10 0,15-0,20

    0-0,05

    0-0,05 0,05-0,20

    0,25 0,20-0,40

    0,02-0,10 0,05-0,20 0,30-0,50

    0,02-0,05 0,10-0,15

    0-0,06

    0,05-0,20 0,25-0,35 0,40-0,60

    0,05-0,10 0,18-0,20

    0,05-0,30

    0-0,10

    0,10-0,20

    0 0-0,10

    0,10-0,50

    0,40-0,50 0,10-0,20 0,05-0,30 0,10-0,20

    0,20-0,40 0,30-0,50 0,50-0,90

    i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i - i i - i i i - - -

    ACD

    ACD ACD AD

    A

    ADH ADEH

    - ADHN

    DEH DEH

    ADEHN

    A A A

    AE AE AE

    AE AE

    AEN

    AEN AEN

    - - -

    AE E A

    AE

    AE AE AE

  • CAPTULO II Pescoo

    ARTIGO ALNEA SITUAES

    DE INCAPACIDADE

    COEFICIENTES DE

    DESVALORIZAO

    RAZO DA VARIAO

    COM A IDADE

    GRUPOS PROFISSIONAIS

    MAIS ATINGIDOS

    10

    11

    12

    a) b) c)

    a)

    a) b) c) d) e)

    Partes moles Cicatrizes que produzam deformao Torcicolo por cicatrizes ou por retraco muscular Torcicolo por cicatrizes ou por retraco muscular com o queixo sobre o esterno Faringe Estenose por aderncia ou cicatrizes que prejudiquem a deglutio Laringe Disfonia Afonia Dispneia de esforo Idem que obrigue o uso de cnula traqueal Laringectomia

    0-0,03 0,05-0,20

    0,30-0,40

    0,05-0,25

    0-0,15 0,15-0,30 0,10-0,40

    0,80-1 1

    i i i i i i i d -

    A AB

    AB

    BCDE

    ADEH ADEH DEH

    ABDEFGHMNO -

  • CAPTULO III Rquis

    ARTIGO ALNEA SITUAES

    DE INCAPACIDADE

    COEFICIENTES DE

    DESVALORIZAO

    RAZO DA VARIAO

    COM A IDADE

    GRUPOS PROFISSIONAIS

    MAIS ATINGIDOS

    13

    a)

    b)

    c)

    Vrtebras Fractura dos corpos vertebrais por vrtebra 1) Sem deformao 2) Idem, mas com rigidez 3) Com deformao (calo exuberante ou

    esmagamento) 4) Com gibosidade Fracturas apofisrias: 1) Sem deformao 2) Com deformao Luxaes vertebrais: 1) Da coluna cervical 2) Da coluna dorsal 3) Da coluna lombar

    0 0,05-0,12

    0,15

    0,20-0,30

    0 0-0,05

    0,10-0,30 0,10-0,20 0,05-0,15

    - d - d - d

    d d d

    -

    BFILMN -

    BEFILMN -

    FL

    AFB BFJ

    BFLM

  • CAPTULO IV

    TRAX

    ARTIGO ALNEA SITUAES DE

    INCAPACIDADE

    COEFICIENTES DE

    DESVALORIZAO

    RAZO DA

    VARIAO COM

    A IDADE

    GRUPOS PROFISSIONAIS

    MAIS ATINGIDOS

    LADO ACTIVO LADO PASSIVO

    14

    a)

    b)

    c)

    Partes moles das paredes Cicatrizes das paredes anteriores ou posteriores Idem na axila: 1) Quando o brao una ao tronco2) Quando a abduo do brao

    seja possvel entre 10 e 45 3) Entre 45 e 90 4) Ou atinja 90 Perda de glndula mamria: Sexo feminino

    0

    0,30-0,40

    0,30-0,20 0,30-0,10

    0,10

    -

    0,25-0,35

    0,25-0,15 0,15-0,05

    0,05

    - i i i -

    -

    BGI

    BGI BGI

    -

    1) Unilateral 2) Bilateral

    0,15 0,20-0,60

    - i

    - -

    d) Dilacerao dos msculos peitorais, com perturbaes funcionais: 1) De um membro superior

    0,15-0,25

    0,08-0,20

    i

    2) Dos dois membros superiores 0,20-0,50 i

    15

    Esqueleto

    a)

    b)

    c) d)

    Calo vicioso de fractura do externo que impea o esforo normal Fractura viciosamente consolidada ou pseudartrose em costelas (por costela) Perdas sseas da parede anterior Idem com hrnia do pulmo

    0,05-0,20

    0,01-0,05 0,20-0,70

    0,40-1

    i i i i

    FG

    F FD

    BDGFNILM

    16 Corao e grandes vasos a)

    b) Aderncias do pericrdio Aneurisma da aorta

    0,15-0,60 0,50-1

    i i

    BDEFHJLM BDEFHJLM

  • CAPTULO V

    CINTURA ESCAPULAR

    ARTIGO ALNEA SITUAES DE

    INCAPACIDADE

    COEFICIENTES DE

    DESVALORIZAO

    RAZO DA

    VARIAO COM

    A IDADE

    GRUPOS PROFISSIONAIS

    MAIS ATINGIDOS

    LADO ACTIVO LADO PASSIVO

    17

    a)

    Partes moles: Cicatrizes da axila

    CF. Artigo 14 b

    -

    -

    b) Atrofia muscular

    0-0,12 d FG

    18 a)

    b)

    c) d)

    e)

    g)

    Esqueleto: Fractura da clavcula no consolidada (pseudartrose) ou viciosamente consolidada Luxaes da clavcula: 1) Externa 2) Interna Disjuno acrmio-clavicular Rigidez do ombro: 1) Quando limite a abduo e a

    propulso a menos de 90 2) Quando permita atingir 90 3) Quando permita levar a mo

    nuca, ao ombro e regio lombar

    Ancilose do ombro: 1) Com omoplata mvel 2) Com omoplata imobilizada Luxao do ombro: 1) Recidivante 2) Irredutvel Brao pendente

    0,05-0,15

    0-0,05 0-0,06 0-0,10

    0,20-0,25 0,10-0,20

    0-0,05

    0,35-0,40 0,50-0,55

    0,08-0,30 0,25-0,50

    0,65

    0,05-0,10

    0-0,04 0-0,05 0-0,08

    0,15-0,20 0,05-0,15

    0-0,03

    0,30-0,35 0,40-0,45

    0,05-0,25 0,20-0,40

    0,60

    d

    d d d

    d d

    d

    d d

    d d -

    FG

    FG FG FG

    FG FG

    FG

    FG FG

    FG FG

  • CAPTULO VI

    BRAO

    ARTIGO ALNEA SITUAES DE

    INCAPACIDADE

    COEFICIENTES DE

    DESVALORIZAO

    RAZO DA

    VARIAO COM

    A IDADE

    GRUPOS PROFISSIONAIS

    MAIS ATINGIDOS

    LADO ACTIVO LADO PASSIVO

    19

    20

    21

    a)

    b) c)

    d)

    a)

    Partes moles: Atrofia muscular, quando diminua a potncia ou a resistncia do brao Esqueleto: Fractura do mero consolidada com calo exuberante que produza deformao Idem, com desvio axial Encurtamento do brao: 1) At 2 cm 2) De 2cm a 4cm 3) De mais de 4cm 4) Ao ponto de prejudicar o

    funcionamento dos msculos pela aproximao das respectivas inseres

    Fractura no consolidada (pseudartrose segundo a prtese): 1) Na parte superior 2) Na parte mdia 3) Na parte inferior Perda de segmentos: Desarticulao interescpulo--torcica: 1) Unilateral

    0,05-0,15

    0-0,05 0,05-0,08

    0-0,04 0-0,06

    0,15-0,20

    0,25-0,40

    0,20-0,50 0,20-0,40 0,15-0,30

    0,85

    0,02-0,12

    0-0,03 0,03-0,06

    0-0,03 0-0,03

    0,12-0,15

    0,20-0,30

    0,20-0,45 0,15-0,35 0,12-0,25

    0,75

    d

    d d i i i i i i i -

    J

    GI GI

    GI GI GI

    GI

    GI GI GI

    -

    2) Bilateral 1 - - b) Desarticulao escpulo-umeral:

    1) Unilateral

    0,80

    0,70 -

    -

    2) Bilateral 1 - - c) Amputao do brao:

    1) No tero superior 2) No tero mdio ou no tero

    inferior

    0,75

    0,70

    0,65

    0,60

    - -

    - -

    d) Amputao dos dois braos 1 - -

  • CAPTULO VII

    COTOVELO

    ARTIGO ALNEA SITUAES DE

    INCAPACIDADE

    COEFICIENTES DE

    DESVALORIZAO

    RAZO DA

    VARIAO COM

    A IDADE

    GRUPOS PROFISSIONAIS

    MAIS ATINGIDOS

    LADO ACTIVO LADO PASSIVO

    22

    23

    24

    a)

    a)

    b)

    c)

    d)

    e)

    f)

    a)

    Partes moles: Cicatrizes que limitem a extenso do antebrao: 1) A 135 2) Entre 135 e 90 3) Entre 90 e 45 4) A 45 5) A menos de 45 Esqueleto: Fractura consolidada com calo que limite os movimentos do antebrao Fractura no consolidada (pseudartrose): 1) Com cotovelo mvel em todos

    os sentidos, extenso activa nula, flexo conservada

    2) Idem, sem flexo activa Rigidez articular com flexo activa: 1) Entre 180 e 110 2) Entre 180 e 90 3) Entre 180 e 75 4) Entre 110 e 75 5) Entre 90 e 75 6) Entre 75 e flexo completa Ancilose total: 1) Entre 180 e 110 2) Entre 110 e 75 3) Entre 75 e 45 Ancilose s mero-cubital 1) Entre 180 e 110 2) Entre 110 e 75 3) Entre 75 e 45 Luxao irredutvel Perda de segmentos: Desarticulao do cotovelo: 1) Unilateral

    0-0,04 0,10-0,15 0,15-0,35

    0,35 0,50

    0,02-0,20

    0,30-0,40 0,50

    0,20-0,30 0,18-0,25 0,08-0,18 0,10-0,20 0,12-0,22 0,18-0,25

    0,40 0,30 0,35

    0,35 0,25 0,30

    0,30-0,45

    0,75

    0-0,02 0,06-0,12 0,12-0,25

    0,25 0,35

    0,01-0,15

    0,25-0,30 0,40

    0,15-0,25 0,14-0,20 0,06-0,12 0,05-0,15 0,09-0,18 0,14-0,20

    0,35 0,25 0,30

    0,30 0,20 0,15

    0,15-0,35

    0,60

    d d d - -

    d

    d -

    d d d d d d - - - - - - d -

    J J J - -

    GI

    GI -

    GI GI GI GI GI GI

    - - - - - -

    GI -

    2) Bilateral 0,98 - -

  • CAPTULO VIII

    ANTEBRAO

    ARTIGO ALNEA SITUAES DE

    INCAPACIDADE

    COEFICIENTES DE

    DESVALORIZAO

    RAZO DA

    VARIAO COM

    A IDADE

    GRUPOS PROFISSIONAIS

    MAIS ATINGIDOS

    LADO ACTIVO LADO PASSIVO

    25

    26

    27

    a)

    a)

    b)

    c)

    d)

    e)

    f)

    g)

    a)

    Partes moles: Atrofia dos msculos do brao e antebrao Esqueleto: Fractura no consolidada dos dois ossos (pseudartrose): 1) Com direse estreita e densa 2) Com direse larga e laxa

    (antebrao pendente) Fractura no consolidada do rdio: 1) Com direse estreita e densa 2) Idem, larga e laxa Fractura no consolidada do cbito: 1) Com direse estreita e densa 2) Idem, larga e laxa Encurtamento do antebrao 1) De menos de 1cm 2) De 1cm a 3cm 3) De mais de 3cm Mo imobilizada: 1) Em meia pronao 2) Em pronao 3) Em supinao Limitao dos movimentos de toro: 1) Supinao abolida 2) Pronao abolida Inflexo lateral ou antero-posterior, com repercusso sobre os movimentos da mo Perda de segmentos: Amputao do antebrao: 1) No tero superior 2) Mais abaixo b) Amputao bilateral

    0,02-0,15

    0,10

    0,35

    0,03-0,15 0,15-0,20

    0,02-0,10 0,10-0,15

    0

    0,02-0,06 0,06-0,12

    0,15 0,20 0,30

    0,08-0,10 0,10-0,15

    0,05-0,15

    0,70-0,75 0,65-0,70

    0,95

    0-0,12

    0,08

    0,25

    0,02-0,10 0,10-0,15

    0,02-0,08 0,08-0,12

    0

    0,01-0,03 0,03-0,08

    0,10 0,15 0,20

    0,04-0,08 0,08-0,12

    0,04-0,12

    0,55-0,65 0,50-0,60

    -

    - - -

    d d

    d d - d d - - -

    d d

    d

    d d -

    JI - -

    JI JI

    JI JI - JI JI - - -

    GI GI

    GI

    GIJ GIJ

    -

  • CAPTULO IX

    PUNHO

    ARTIGO ALNEA SITUAES DE

    INCAPACIDADE

    COEFICIENTES DE

    DESVALORIZAO

    RAZO DA

    VARIAO COM

    A IDADE

    GRUPOS PROFISSIONAIS

    MAIS ATINGIDOS

    LADO ACTIVO LADO PASSIVO

    28

    29

    30

    a)

    a) b)

    c)

    Partes moles: Cicatrizes viciosas Esqueleto: Perda de ossos (mo pendente) Rigidez articular: 1) Na flexo-extenso 2) Na pronao-supinao 3) Nos quatro movimentos Ancilose: 1) Em extenso e meia pronao,

    com os dedos mveis 2) Idem, com os dedos rgidos 3) Em extenso e supinao,

    segundo a mobilidade dos dedos

    4) Em flexo e pronao, segundo a mobilidade dos dedos

    5) Em flexo e supinao, segundo a mobilidade dos dedos.

    Perda de segmentos: Desarticulao do punho: 1) Unilateral

    0-0,05

    0,40-0,55

    0,05-0,10 0,05-0,12 0,10-0,20

    0,16 0,30-0,45

    0,20-0,45

    0,40-0,55

    0,45-0,55

    0,60

    0-0,04

    0,30-0,45

    0,04-0,08 0,04-0,10 0,08-0,15

    0,12 0,20-0,35

    0,15-0,35

    0,30-0,40

    0,35-0,50

    0,50

    d

    d

    d d d - d

    d

    d

    d -

    JI J J J J - J J J J -

    2) Bilateral

    0,90 - -

  • CAPTULO X

    MO

    ARTIGO ALNEA SITUAES DE

    INCAPACIDADE

    COEFICIENTES DE

    DESVALORIZAO

    RAZO DA

    VARIAO COM

    A IDADE

    GRUPOS PROFISSIONAIS

    MAIS ATINGIDOS

    LADO ACTIVO LADO PASSIVO

    31

    a)

    b) c)

    d)

    e)

    f)

    g)

    h)

    i)

    Partes moles: Cicatrizes ou deformaes que prejudiquem os movimentos da mo Atrofia dos msculos da mo Retraco de aponeurose palmar mdia Doenas de Dupuytrem (nos dois ltimos dedos) Retraco de Volkmann: 1) Sem o polegar atingido 2) Com o polegar atingido Seco dos tendes flexores nas razes dos dedos (extenso permanente): 1) No polegar 2) No indicador 3) No mdio 4) No anelar 5) No auricular Seco dos tendes flexores nas partes mdias dos dedos (duas falanges em extenso): 1) No indicador 2) No mdio 3) No anelar 4) No auricular Seco dos tendes flexores na parte inferior dos dedos (falangeta ou extenso): 1) No polegar 2) N indicador 3) No mdio 4) No anelar ou no auricular Seco dos tendes extensores nas razes dos dedos (flexo permanente): 1) No polegar 2) No indicador 3) No mdio 4) No anelar 5) No auricular

    0,03-0,06 0,05-0,10

    0,10-0,35

    0,05-0,10

    0,10-0,30

    0,45

    0,15-0,25 0,10-0,14 0,08-0,12 0,06-0,07 0,06-0,08

    0,06-0,10 0,05-0,08 0,02-0,06 0,03-0,06

    0,06-0,10 0,02-0,04

    0-0,02 0-0,02

    0,10-0,20 0,10-0,15 0,08-0,12 0,06-0,09 0,06-0,12

    0,02-0,04 0,04-0,08

    0,05-0,25

    0,04-0,08

    0,05-0,20

    0,40

    0,12-0,20 0,08-0,10 0,06-0,08 0,04-0,05 0,04-0,07

    0,04-0,08 0,03-0,06 0,01-0,04 0,02-0,04

    0,03-0,07 0,01-0,03

    0-0,02 0-0,01

    0,08-0,18 0,08-0,13 0,06-0,10 0,05-0,08 0,05-0,09

    d d

    d

    d

    d -

    d d d d d

    d d d d

    d d d d

    d d d d d

    J J J J J - J J J J J J J J J J J J J J J J J J

  • ARTIGO ALNEA SITUAES DE

    INCAPACIDADE

    COEFICIENTES DE

    DESVALORIZAO

    RAZO DA

    VARIAO COM

    A IDADE

    GRUPOS PROFISSIONAIS

    MAIS ATINGIDOS

    LADO ACTIVO LADO PASSIVO

    32

    j)

    l)

    m)

    n)

    a)

    b)

    c)

    d)

    e)

    f)

    Seco dos tendes extensores nas partes mdias dos dedos (duas falanges em flexo): 1) No indicador 2) No mdio 3) No anelar ou no auricular Seco dos tendes extensores na parte inferior dos dedos (falangeta em flexo): 1) No polegar 2) No indicador 3) No mdio, ou anelar ou

    auricular Flexo ou extenso de trs dedos, com rigidez dos outros, atrofia da mo ou do antebrao e rigidez do punho Flexo ou extenso de trs dedos, com rigidez dos outros, atrofia da mo ou do antebrao e rigidez do punho Esqueleto: Fractura do metacarpo consolidada com calo que perturbe os movimentos dos dedos: 1) No polegar 2) No indicador ou no mdio 3) No anelar ou no auricular Fractura de Bennett: 1) Com boa reduo 2) Com consolidao viciosa Fractura com perda de osso junto ao bordo da mo e com desvio secundrio desta Fractura no consolidada no polegar: 1) Na primeira falange 2) Na segunda falange Fractura no consolidada no indicador: 1) Na primeira falange 2) Na segunda falange 3) Na terceira falange Fractura no consolidada no mdio, anelar ou auricular: 1) Na primeira falange 2) Na segunda falange 3) Na terceira falange

    0,04-0,06 0,03-0,06 0,03-0,04

    0,05-0,08 0,02-0,04

    0-0,02

    0,35-0,45

    0,45-0,55

    0,05-0,12 0,02-0,10 0,02-0,04

    0-0,08

    0,10-0,15

    0,10-0,20

    0,10-0,15 0,04-0,05

    0,08-0,10 0,06-0,08 0,01-0,02

    0,02-0,05 0,02-0,04

    0

    0,03-0,04 0,02-0,05 0,01-0,03

    0,04-0,06 0,01-0,02

    0-0,01

    0,30-0,40

    0,40-0,50

    0,04-0,10 0,01-0,06 0,01-0,03

    0-0,05

    0,06-0,12

    0,08-0,12

    0,08-0,12 0,02-0,04

    0,05-0,08 0,04-0,05

    0

    0,01-0,04 0-0,02

    0

    d d d

    d d

    d

    d

    d

    d d d

    d d

    d

    d d

    d d d

    d d -

    J J J J J J J J J J J J J J J J J J J J J -

  • ARTIGO ALNEA SITUAES DE

    INCAPACIDADE

    COEFICIENTES DE

    DESVALORIZAO

    RAZO DA

    VARIAO COM

    A IDADE

    GRUPOS PROFISSIONAIS

    MAIS ATINGIDOS

    LADO ACTIVO LADO PASSIVO

    g)

    h)

    i)

    j)

    l)

    m)

    n) o)

    p)

    Luxao de metacrpicos: 1) Dois ltimos dedos 2) Todos os dedos Ancilose no polegar: 1) Na articulao

    carpometacrpica 2) Na 1 articulao 3) Na 2 articulao 4) Nas duas articulaes

    (extenso ou flexo completas)5) Idem com o dedo em meia

    flexo Ancilose no indicador: 1) Na 1 articulao 2) Na 2 articulao 3) Na 3 articulao 4) Nas trs articulaes com o

    dedo em flexo 5) Idem com o dedo em extenso 6) Na 1 e 2 articulaes 7) Na 2 e 3 articulaes Ancilose do dedo mdio: 1) Na 1 articulao 2) Na 2 articulao 3) Na 3 articulao 4) Na 2 e 3 articulaes 5) Na 1 e 2 articulaes 6) Nas trs articulaes Ancilose no anelar: 1) Na 1 articulao 2) Na 2 articulao 3) Na 3 articulao 4) Na 2 e 3 articulaes 5) Na 1 e 2 articulaes 6) Nas trs articulaes Ancilose no auricular: 1) Na 1 articulao 2) Na 2 articulao 3) Na 3 articulao 4) Na 2 e 3 articulaes 5) Na 1 e 2 articulaes 6) Nas trs articulaes Ancilose de todos os dedos Rigidez no polegar: 1) Na 1 articulao 2) Na 2 articulao 3) Nas duas articulaes Rigidez no indicador: 1) Na 1 articulao 2) Na 2 articulao 3) Na 3 articulao

    0,15-0,20 0,30-0,44

    0,13-0,16 0,09-0,12 0,07-0,09

    0,15-0,25

    0,10-0,25

    0,05-0,08 0,06-0,07 0,01-0,02

    0,08-0,15 0,10-0,16 0,09-0,14 0,07-0,09

    0,03-0,06 0,04-0,07 0,01-0,02 0,