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DECRETO Nº …...., DE.…... DE.................de 2017. Regulamenta a Lei nº 19.423, de 26 de Julho de 2016, que dispõe sobre a produção, o armazenamento, o comércio, o transporte interno, a utilização, o destino final de resíduos e embalagens, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins e dá outras providências. O GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIÁS, no uso da atribuição que lhe confere o art. 37 Inciso IV, da Constituição do Estado e tendo em vista o que consta do Processo nº …........, DECRETA: CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 1º A produção, o armazenamento, o comércio, o transporte interno, a utilização, o destino final de resíduos e embalagens, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, no estado de Goiás, são regidos pela lei nº 19.423 de 26 de julho de 2016 e esta regulamentação, em consonância com a legislação federal pertinente. § 1º Os efeitos deste Regulamento aplicam-se para agrotóxicos, seus componentes e afins de uso agrícola. § 2º Entende-se como o órgão estadual de defesa agropecuária de Goiás, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária - Agrodefesa. Art. 2º Consideram-se sujeitas às ações e medidas de inspeção e fiscalização de agrotóxicos as pessoas físicas e jurídicas, de direito público ou privado, residentes ou domiciliadas: I - no estado de Goiás ou em trânsito por seu território, que produzam, armazenem, comercializem, transportem internamente, utilizem, devolvam embalagens e deem destino final a resíduos e embalagens de agrotóxicos seus componentes e afins; II - em outras unidades federativas ou em trânsito pelo estado de Goiás e que transportem ou comercializem agrotóxicos, seus componentes e afins e suas embalagens vazias. Art. 3º As pessoas referidas no Art. 2º ficam sujeitas a: I - registrar seus estabelecimentos, podendo ser proprietário, arrendatário ou ocupante a qualquer título; e prestar, nos prazos estabelecidos, as informações cadastrais solicitadas;

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Page 1: DECRETA: CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES … · VI - central de recebimento: estabelecimento mantido e credenciado por um ou mais fabricantes e registrantes ou, conjuntamente,

DECRETO Nº …...., DE.…... DE.................de 2017.

Regulamenta a Lei nº 19.423, de 26 de Julho de 2016, que

dispõe sobre a produção, o armazenamento, o comércio, o

transporte interno, a utilização, o destino final de resíduos e

embalagens, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus

componentes e afins e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIÁS, no uso da atribuição que lhe confere o

art. 37 Inciso IV, da Constituição do Estado e tendo em vista o que consta do Processo nº …........,

DECRETA:

CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º A produção, o armazenamento, o comércio, o transporte interno, a utilização, o

destino final de resíduos e embalagens, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e

afins, no estado de Goiás, são regidos pela lei nº 19.423 de 26 de julho de 2016 e esta regulamentação,

em consonância com a legislação federal pertinente.

§ 1º Os efeitos deste Regulamento aplicam-se para agrotóxicos, seus componentes e

afins de uso agrícola.

§ 2º Entende-se como o órgão estadual de defesa agropecuária de Goiás, a Agência

Goiana de Defesa Agropecuária - Agrodefesa.

Art. 2º Consideram-se sujeitas às ações e medidas de inspeção e fiscalização de

agrotóxicos as pessoas físicas e jurídicas, de direito público ou privado, residentes ou domiciliadas:

I - no estado de Goiás ou em trânsito por seu território, que produzam, armazenem,

comercializem, transportem internamente, utilizem, devolvam embalagens e deem destino final a

resíduos e embalagens de agrotóxicos seus componentes e afins;

II - em outras unidades federativas ou em trânsito pelo estado de Goiás e que

transportem ou comercializem agrotóxicos, seus componentes e afins e suas embalagens vazias.

Art. 3º As pessoas referidas no Art. 2º ficam sujeitas a:

I - registrar seus estabelecimentos, podendo ser proprietário, arrendatário ou ocupante a

qualquer título; e prestar, nos prazos estabelecidos, as informações cadastrais solicitadas;

Page 2: DECRETA: CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES … · VI - central de recebimento: estabelecimento mantido e credenciado por um ou mais fabricantes e registrantes ou, conjuntamente,

II - apresentar-se em posto de fiscalização agropecuária (posto fixo);

III - apresentar-se, quando solicitado, em Unidades Operacionais Locais (UOLs) e

Unidades Regionais da Agrodefesa (URs) para a inspeção e fiscalização;

IV - abordagem por unidade móvel de fiscalização agropecuária (unidade móvel);

V - prestar informações relevantes para subsidiar a execução e operacionalidade na

implantação das ações e medidas de inspeção e fiscalização de agrotóxicos;

VI - providenciar e portar os documentos exigidos para o trânsito de agrotóxicos no

estado de Goiás;

VII - permitir a realização de inspeções e colheita de amostras para diagnósticos

laboratoriais de interesse exclusivo da fiscalização de agrotóxicos;

VIII - realizar e comprovar, dentro dos prazos fixados pelo órgão estadual de defesa

agropecuária, as ações e medidas impostas pela inspeção e fiscalização de agrotóxicos e afins.

Art. 4º Para efeitos deste Decreto, consideram-se:

I - agrotóxicos e afins:

a) os produtos e os agentes de processos físicos, químicos e biológicos, destinados à

utilização nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas

pastagens, na proteção de florestas nativas ou implantadas em outros ecossistemas, ambientes

urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora e da fauna a fim de

preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos;

b) substâncias e produtos empregados como desfolhantes, dessecantes, estimulantes e

inibidores de crescimento;

II - aditivo: substância ou produto adicionado a agrotóxicos, componentes e afins, para

melhorar sua ação, função, durabilidade, estabilidade e detecção;

III - armazém-geral: espaço físico para guardar, estocar, conter e manter agrotóxicos e

afins, que emite conhecimento de depósito ou warrant, contratado para prestação de serviços de

armazenamento e expedição, mediante remuneração pela indústria e/ou contratante, em condições que

garantam a saúde e segurança do trabalhador, a segurança ambiental e a integridade e segurança dos

produtos;

IV - componentes: princípios ativos, produtos técnicos, suas matérias-primas,

ingredientes inertes e aditivos usados na fabricação de agrotóxicos, seus componentes e afins;

V - cadastro de agrotóxicos e afins: ato privativo do Estado, que visa a obtenção de

dados de agrotóxicos, seus componentes e afins, previamente registrados no órgão federal competente,

indispensáveis para sua utilização e comercialização no estado de Goiás, a serem fornecidos pelo

detentor do registro do agrotóxico ou afim;

Page 3: DECRETA: CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES … · VI - central de recebimento: estabelecimento mantido e credenciado por um ou mais fabricantes e registrantes ou, conjuntamente,

VI - central de recebimento: estabelecimento mantido e credenciado por um ou mais

fabricantes e registrantes ou, conjuntamente, com comerciantes, destinado a triagem, recebimento,

prensagem ou trituração e armazenamento provisório de embalagens vazias de agrotóxicos, seus

componentes e afins, advindos dos estabelecimentos comerciais, postos de recebimento ou

diretamente dos usuários;

VII - centro de distribuição – CD: espaço físico para guardar, estocar, conter e manter

agrotóxicos e afins, que emite conhecimento de depósito ou warrant, contratado para prestação de

serviços de armazenamento e expedição, mediante remuneração pela indústria e/ou contratante, em

condições que garantam a saúde e segurança do trabalhador, a segurança ambiental e a integridade e

segurança dos produtos, onde o contratante abre uma filial fiscal.

VIII - comercialização: operação de compra, venda ou permuta dos agrotóxicos, seus

componentes e afins;

IX - comerciante: toda pessoa física ou jurídica que emita nota fiscal de venda de

agrotóxicos e afins;

X - detentor: pessoa física ou jurídica que, durante uma ação fiscalizatória, estiver de

posse ou sob sua responsabilidade agrotóxicos e afins;

XI - empregador: pessoa jurídica ou física que, assumindo os riscos da atividade

econômica, admite, assalaria e dirige a prestação de serviços;

XII - embalagem: invólucro, recipiente ou qualquer forma de acondicionamento

removível ou não, destinado a conter, cobrir, empacotar, envasar, proteger ou manter agrotóxicos, seus

componentes e afins;

XIII - Equipamento de Proteção Individual – EPI: vestuário, material ou equipamento

destinado a proteger pessoa envolvida na produção, manipulação e utilização de agrotóxicos, seus

componentes e afins;

XIV - equipamento de proteção coletiva: dispositivo ou produto de uso coletivo

destinado à proteção de riscos à segurança e saúde em ambientes de trabalho;

XV - fabricante: pessoa física ou jurídica habilitada a produzir componentes;

XVI - fiscalização: ação direta das entidades e dos órgãos estaduais de defesa

agropecuária, de saúde e de meio ambiente, com poder de polícia, na verificação do cumprimento da

legislação específica sobre agrotóxicos, seus componentes e afins;

XVII - formulador: pessoa física ou jurídica habilitada a produzir agrotóxicos, seus

componentes e afins;

XVIII - inspeção: acompanhamento, por profissionais legalmente habilitados, das fases

de produção, manipulação, transporte, comercialização, utilização e destino final dos agrotóxicos, seus

componentes e afins, bem como de seus resíduos e embalagens de agrotóxicos e afins;

Page 4: DECRETA: CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES … · VI - central de recebimento: estabelecimento mantido e credenciado por um ou mais fabricantes e registrantes ou, conjuntamente,

XIX - manipulador: pessoa física ou jurídica habilitada e autorizada a fracionar e

reembalar agrotóxicos, seus componentes, com o objetivo específico de comercialização;

XX - posto de recebimento: estabelecimento mantido ou credenciado por um ou mais

estabelecimentos comerciais ou conjuntamente com os fabricantes, destinado a receber e armazenar

provisoriamente embalagens vazias de agrotóxicos, seus componentes e afins devolvidas pelos

usuários;

XXI - prestadora de serviço: pessoa física ou jurídica habilitada a executar trabalho de

armazenamento e aplicação de agrotóxicos, seus componentes e afins;

XXII - produção: processo de natureza química, física ou biológica para obtenção de

agrotóxicos, seus componentes e afins;

XXIII - pulverização por via aérea: realizadas por aviões, hidroaviões e helicópteros

próprios para tais atividades;

XXIV - pulverização terrestre mecanizada: feita através de equipamento de

pulverização autopropelido, tratorizado, motorizado ou tração animal;

XXV - pulverizador costal ou outra tecnologia de aplicação manual: pulverizador de

propulsão humana, acoplado às costas do aplicador ou não;

XXVI - receita agronômica: prescrição e orientação técnica para utilização de

agrotóxico ou afim por profissional legalmente habilitado;

XXVII- registro de empresa e de prestador de serviços: ato dos órgãos competentes

estaduais, municipais e do Distrito Federal que autoriza o funcionamento de estabelecimento

formulador, manipulador e comercializador, bem como a prestação de serviços na aplicação de

agrotóxicos seus componentes e afins;

XXVIII - registrante: pessoa física ou jurídica legalmente habilitada que solicita o

registro de agrotóxico, componente ou afim;

XXIX - reincidência: infração aos mesmos dispositivos legais, após decisão

administrativa condenatória transitada em julgado;

XXX - resíduo: substância ou mistura de substâncias remanescentes ou existentes em

alimentos, embalagens, recipientes ou no meio ambiente, decorrente da utilização de agrotóxicos, seus

componentes e afins, inclusive quaisquer derivados específicos, como produtos de conversão e de

degradação, metabólitos, produtos de reação e impurezas, considerados toxicológica e ambientalmente

importantes;

XXXI - usuário: pessoa física ou jurídica que utiliza agrotóxicos, seus componentes e

afins;

XXXII - venda direta: comercialização realizada diretamente entre o detentor do

registro de agrotóxicos e afins e o usuário final.

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CAPÍTULO II

DAS COMPETÊNCIAS

Art. 5º Ao órgão estadual de defesa agropecuária compete:

I - estabelecer exigências relativas:

a) ao cadastro de agrotóxicos e afins, de utilização agrícola;

b) ao registro de pessoas físicas e jurídicas comercializadoras, produtoras,

armazenadoras, manipuladoras, embaladoras de agrotóxicos, seus componentes e afins, de utilização

agrícola;

c) aos prestadores de serviços e às unidades de recebimento de embalagens vazias de

agrotóxicos seus componentes e afins, de utilização agrícola;

II - conceder registro a produtores, manipuladores, embaladores, armazenadores,

comercializadores, prestadores de serviço e unidades de recebimento de embalagens vazias de

agrotóxicos e afins, de utilização agrícola;

III - cadastrar produtos agrotóxicos, seus componentes e afins, de utilização agrícola,

previamente registrados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA,

produzidos, manipulados, embalados, armazenados, comercializados, transportados e utilizados no

estado de Goiás;

IV - orientar, controlar, inspecionar e fiscalizar o comércio, o armazenamento, a

exposição comercial, o transporte interno e a utilização dos agrotóxicos, seus componentes e afins, de

uso agrícola;

V - orientar, controlar, inspecionar e fiscalizar a devolução, o recebimento e a

destinação final das embalagens vazias de agrotóxicos, seus componentes e afins, de uso agrícola;

VI - amostrar vegetais em trânsito, nas propriedades rurais, em atacadistas,

armazenadores, processadores, distribuidores, agroindústrias, para verificar a conformidade de seus

resíduos;

VII - promover educação sanitária, instrução, divulgação e esclarecimento que

assegurem a utilização correta dos agrotóxicos, seus componentes e afins;

VIII - divulgar em seu endereço eletrônico a relação dos agrotóxicos, seus componentes

e afins, de utilização agrícola cadastrados, bem como as empresas registradas para produção,

formulação, comercialização e armazenamento desses produtos, prestadoras de serviço e unidades de

recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos, seus componentes e afins, de uso agrícola;

IX - fiscalizar a receita agronômica nos aspectos agronômicos e ambientais;

X - desenvolver, implementar e manter sistema informatizado de controle do comércio

de agrotóxicos, seus componentes e afins, de uso agrícola.

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CAPÍTULO III

DO CADASTRO DE AGROTÓXICOS E AFINS

Art. 6º Somente serão admitidos no estado de Goiás o armazenamento, a

comercialização, e utilização de agrotóxicos, seus componentes e afins, cadastrados e com todas as

informações de registro, integralmente atualizadas no órgão estadual de defesa agropecuária.

Art. 7º Para efeito de cadastro de agrotóxicos e afins, o requerente deverá encaminhar

ao órgão estadual de defesa agropecuária.

a) requerimento através de formulário próprio, fornecido pelo órgão estadual de defesa

agropecuária, em 2 (duas) vias, firmado pelo representante legal da empresa;

b) cópia do Diário Oficial da União da publicação do registro;

c) cópia dos certificados de registro no órgão federal competente;

d) cópia de rótulo e bula, aprovado pelo MAPA, Agência Nacional de Vigilância

Sanitária - ANVISA e Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA;

e) quitação da taxa de cadastro de agrotóxicos e afins.

Parágrafo único. O Agrotóxico ou afim cadastrado em Goiás receberá número de

cadastramento próprio seguido das letras “GO”.

Art. 8º As alterações no Certificado de Registro, no rótulo, na bula e na especificação

das embalagens, aprovadas no momento de registro de produto já cadastrado, deverão ser

comunicadas ao órgão estadual de defesa agropecuária, no prazo de até 90 (noventa) dias, a contar de

sua publicação no Diário Oficial da União.

§ 1º São consideradas alteração de cadastro de agrotóxico e afim a mudança de

titularidade, de dados do certificado de registro e inclusão ou exclusão na bula, de cultura(s), alvo(s)

biológico(s), dosagem e modalidade de aplicação.

§ 2º O requerente fornecerá, obrigatoriamente, ao órgão estadual de defesa

agropecuária, as alterações concernentes aos dados e aos documentos apresentados para o cadastro dos

seus produtos.

Art. 9º O órgão estadual de defesa agropecuária, ao deferir o pedido de cadastramento

de agrotóxicos, dará conhecimento público do ato, através de um resumo contendo, no mínimo:

I - marca comercial e ingrediente ativo do agrotóxico;

II - fabricante ou formulador;

III - número de registro no MAPA;

IV - número do cadastro no órgão estadual de defesa agropecuária;

V - forma de apresentação;

VI - classe de uso;

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VII - classe toxicológica;

VIII - periculosidade ambiental.

CAPÍTULO IV

DO REGISTRO DE PESSOAS FÍSICAS E JURÍDICAS

Art. 10. Para efeito de funcionamento, habilitação, obtenção ou renovação de registro,

as pessoas físicas ou jurídicas que sejam prestadoras de serviços na aplicação de agrotóxicos, seus

componentes e afins, ou que os produzam, comercializem, importem, exportem ou armazenem, bem

como as Unidades de Recebimento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos deverão apresentar:

I - Para comerciantes de agrotóxicos:

a) requerimento através de formulário próprio, fornecido pelo órgão estadual de defesa

agropecuária;

b) cópia do contrato social ou estatuto social contendo todas as alterações;

c) C.N.P.J;

d) Inscrição Estadual - IE;

e) Anotação de Responsabilidade Técnica – ART de cargo ou função no Conselho

Regional de Engenharia e Agronomia - CREA-GO;

f) cópia da carteira de identidade profissional do responsável técnico;

g) comprovante de endereço do estabelecimento comercial;

h) Termo de Credenciamento ou documento similar que comprove o local indicado para

recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos;

i) licença ambiental específica para os casos onde ocorra armazenamento de

agrotóxicos e afins;

j) pagamento da taxa de registro ou renovação anual de registro.

II - Para postos e centrais de recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos;

a) requerimento através de formulário próprio, fornecido pelo órgão estadual de defesa

agropecuária;

b) C.N.P.J;

c) Inscrição Estadual - IE;

d) cópia do contrato social ou estatuto social contendo todas as alterações;

e) termo de credenciamento ou documento similar da indústria ou sua entidade

representativa, firmado com a Unidade de Recebimento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos e afins

para recolhimento, transporte e destinação final;

f) licença ambiental específica para a atividade;

Page 8: DECRETA: CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES … · VI - central de recebimento: estabelecimento mantido e credenciado por um ou mais fabricantes e registrantes ou, conjuntamente,

g) Anotação de Responsabilidade Técnica – ART de cargo ou função, no Conselho

Regional de Engenharia e Agronomia - CREA-GO;

h) cópia da carteira de identidade profissional do responsável técnico;

i) pagamento da taxa de registro ou renovação anual de registro.

III - Para empresa prestadora de serviço em aplicação terrestre e aérea de agrotóxicos e

afins:

a) requerimento através de formulário próprio, fornecido pelo órgão estadual de defesa

agropecuária;

b) cópia do contrato social ou estatuto social e todas as suas alterações;

c) C.N.P.J;

d) Anotação de Responsabilidade Técnica - ART no Conselho Regional de Engenharia,

Arquitetura e Agronomia – CREA-GO;

e) cópia da carteira de identidade profissional do responsável técnico;

f) cópia do registro da empresa na Superintendência Federal de Agricultura no estado

de Goiás – SFA/GO, no caso de serviço de aplicação aérea;

g) Autorização para Operação no estado de Goiás, emitida pela SFA/GO, no caso de

empresas de aplicação aérea com sede em outras Unidades da Federação;

h) autorização para operação emitida pelo órgão estadual de defesa agropecuária do

estado de origem, no caso de empresas de aplicação terrestre com sede em outras Unidades da

Federação;

i) pagamento da taxa de registro ou renovação anual de registro.

IV - Para armazéns industriais, depósitos e centros de distribuição de agrotóxicos:

a) requerimento através de formulário próprio, fornecido pelo órgão estadual de defesa

agropecuária;

b) cópia do contrato social ou estatuto social e todas as alterações;

c) C.N.P.J.

d) Inscrição Estadual - IE;

e) Anotação de Responsabilidade Técnica – ART de cargo ou função, no Conselho

Regional de Engenharia e Agronomia – CREA / GO;

f) cópia da carteira de identidade profissional do responsável técnico;

g) licença ambiental específica para a atividade;

h) pagamento da taxa de registro ou renovação anual de registro.

§ 1º O registro a que se refere este artigo é anual e o valor das taxas é estabelecido em

lei específica.

Page 9: DECRETA: CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES … · VI - central de recebimento: estabelecimento mantido e credenciado por um ou mais fabricantes e registrantes ou, conjuntamente,

§ 2º Cada estabelecimento terá registro específico e independente para matriz e filiais,

ainda que exista mais de uma na mesma localidade pertencente à mesma empresa.

§ 3º Sempre que ocorrerem modificações nas informações da documentação

apresentada, deverá o responsável comunicar o fato ao órgão estadual de defesa agropecuária, no

prazo máximo de 30 (trinta) dias.

§ 4º As alterações estatutárias ou contratuais das empresas registrantes serão efetuadas

por averbação ou apostilamento no registro, que manterá seu prazo de validade.

§ 5º Todas as pessoas físicas e jurídicas registradas no órgão estadual de defesa

agropecuária ficam obrigadas a comunicar, no prazo de 30 (trinta) dias, quando da paralisação e

desativação de suas atividades.

§ 6º Para os efeitos deste regulamento, ficam as cooperativas equiparadas aos

estabelecimentos comerciais de agrotóxicos e afins.

§ 7º Para os efeitos deste artigo, os detentores de equipamento para aplicação de

agrotóxicos que prestem serviço de aplicação a terceiros ficam equiparados a empresas prestadoras de

serviço de aplicação de agrotóxicos e afins.

§ 8º Os armazéns convencionais, silos graneleiros, usinas de beneficiamento,

processadoras de produtos de origem vegetal que prestem serviços para terceiros e utilizem

agrotóxicos para o controle de pragas são equiparados a prestadores de serviço devendo proceder o

devido registro.

§ 9º Para o registro será emitido documento oficial por Fiscal Estadual Agropecuário -

Engenheiro Agrônomo, autorizando o início das atividades.

§ 10º Para os casos de renovação de registro, será exigido o pagamento da taxa anual e

o documento para substituição daquele com data de validade expirada ou que sofreu alteração.

CAPÍTULO V

DO ARMAZENAMENTO

Art. 11. O armazenamento de agrotóxicos, seus componentes e afins, obedecerá as

normas nacionais vigentes, sendo observadas as instruções fornecidas pelo fabricante, bem como as

condições de segurança explicitadas no rótulo e na bula e seguir os seguintes requisitos:

I - Estabelecimentos comerciais, armazéns-gerais e centros de distribuição:

a) a localização do armazém deve obedecer ao zoneamento de uso e ocupação do solo

elaborado pelos órgãos municipais competentes;

b) ser construído em alvenaria e material que não propicie a propagação de chamas;

Page 10: DECRETA: CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES … · VI - central de recebimento: estabelecimento mantido e credenciado por um ou mais fabricantes e registrantes ou, conjuntamente,

c) ter escritórios, banheiros, vestiários com chuveiros e armários, cozinha ou sala de

café construídos fora da área do armazém e quando estas instalações forem construídas parede a

parede com o armazém, não podem possuir elementos vazados ou parte envidraçada;

d) os estoques devem ficar no mínimo a 1 m (um metro) do teto, luminárias,

eletrodutos, eletrocalhas e bandejas de fiações;

e) ter telhado sem vazamento ou infiltração;

f) ter piso e paredes internas lisos, impermeáveis e sem rachaduras, de forma que

facilite a limpeza e não permita infiltração para o exterior e o subsolo;

g) ter sistema de contenção primária de resíduos no próprio armazém, por meio da

construção de lombadas, muretas ou desnível de piso, para evitar a mistura do resíduo com a água

pluvial e com a rede de esgoto (sistema de contenção de resíduos);

h) possuir chuveiro de emergência e lava-olhos onde sua localização possa ser interna

ou externa ao armazém, instalado de forma que não cause danos aos estoques, desde que seja acessível

aos operadores do armazém;

i) depósito exclusivo para armazenamento de agrotóxicos e afins, contendo placa de

advertência com os dizeres: “CUIDADO VENENO”, com acesso restrito (trancado), impedindo a

entrada de pessoas não autorizadas, área compatível com o volume dos produtos a serem estocados;

j) embalagens impermeáveis disponíveis para envolver as embalagens de agrotóxicos

rompidos, e material absorvente para produtos vazados (pó de serra, areia ou outros);

k) depósito com ventilação adequada (natural ou forçada), instalada em quantidade

suficiente para arejar e dissipar o odor dos agrotóxicos e afins;

l) armazenamento sobre estrados ou prateleiras;

m) embalagens dispostas de forma que as pilhas fiquem distantes entre si e das paredes

no mínimo 50 cm (cinquenta centímetros);

n) depósito com boa iluminação, que permita fácil leitura dos rótulos dos produtos;

o) Equipamento de Proteção Individual (EPI) para os empregados;

p) produtos mantidos na embalagem original, sempre fechada;

q) exposição nas prateleiras somente com embalagens vazias próprias para mostruário.

II - Armazenamento em propriedades rurais:

a) o depósito deve estar em local coberto, com baixo risco de inundações, separado de

estoque ou manuseio de alimentos, medicamentos e instalações de animais e mantendo distância de

moradias e cursos naturais de água, e de uso exclusivo para produtos agrotóxicos e afins;

b) ter altura que possibilite a ventilação e iluminação;

c) possuir ventilação comunicando-se exclusivamente com o exterior e dotada de

proteção que não permita o acesso de animais;

Page 11: DECRETA: CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES … · VI - central de recebimento: estabelecimento mantido e credenciado por um ou mais fabricantes e registrantes ou, conjuntamente,

d) ser construído em alvenaria ou material que não propicie a propagação de chamas;

e) quando construído parede a parede com outras instalações a separação não pode

possuir elementos vazados;

f) ter piso que facilite a limpeza e não permita infiltração;

g) ter sistema de contenção de resíduos no próprio depósito, por meio da construção de

lombadas, muretas, desnível de piso ou recipiente de contenção e coleta;

h) possuir instalações elétricas, quando existentes, em bom estado de conservação para

evitar acidentes;

i) no caso de armazenamento de agrotóxicos e afins em quantidades até 100 L ou 100

kg (100 quilogramas) admite-se o uso de armário exclusivo e trancado, de material que não propicie a

propagação de chamas, abrigado fora de residências, alojamentos para pessoas ou animais, escritórios,

ambientes que contenham alimentos e rações;

j) admite-se o uso de estantes ou prateleiras para acondicionamento de agrotóxicos e

afins as quais poderão estar fixadas nas paredes, desde que, não interrompam o fluxo de pessoas,

sendo que os produtos devem estar a uma distância mínima de 10 cm (dez centímetros) das paredes;

k) utilizar Equipamento de Proteção Individual – EPI apropriado;

l) seguir as informações de manuseio com base no rótulo e bula do produto;

m) possuir afixada no depósito, placa de sinalização, com os dizeres “CUIDADO

VENENO”;

n) ter acesso restrito aos trabalhadores devidamente orientados a manusear e manipular

os agrotóxicos e afins;

o) manter, segregar e identificar produtos vencidos ou embalagens com sobras,

embalagens danificadas ou com vazamentos, acondicionadas em recipientes lacrados, identificados e

mantidos no próprio depósito até a destinação final, conforme legislação;

p) manter, segregar e identificar o material absorvente contaminado, como serragem,

areia ou similares, acondicionado em recipiente lacrado, identificado e mantido no próprio depósito

até a destinação final, conforme legislação;

q) fechar e lacrar as embalagens com as tampas voltadas para cima, seguindo as demais

orientações de acondicionamento e manuseio do fabricante;

r) armazenar as embalagens com as identificações ou rótulos à vista.

s) ter telhado sem vazamento ou infiltração;

§ 1º As pessoas físicas ou jurídicas que têm a posse ou a guarda de agrotóxicos e afins

em desuso, vencidos, proibidos ou não identificados de maneira clara, deverão armazená-los de forma

segura até a destinação final.

Page 12: DECRETA: CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES … · VI - central de recebimento: estabelecimento mantido e credenciado por um ou mais fabricantes e registrantes ou, conjuntamente,

§ 2º O armazenamento de agrotóxicos e afins deverá observar, também, a legislação

municipal específica, sempre que houver.

§ 3º Os agrotóxicos e afins de uso agrícola registrados em órgão federal e apreendidos

pela ação fiscalizadora poderão ficar, a critério da autoridade competente, armazenados sob a guarda e

responsabilidade do usuário, empresa prestadora de serviço ou comercializadora até sua liberação ou

destino final determinado pelo órgão competente.

Art.12. As embalagens vazias laváveis, devidamente lavadas e perfuradas e as demais

embalagens vazias deverão ser armazenadas temporariamente nas propriedades rurais, com suas

respectivas tampas, rótulos e, preferencialmente, na caixa de papelão original, em depósito coberto,

em local com baixo risco de inundações, separado de estoque ou manuseio de alimentos,

medicamentos e instalações de animais, mantendo distância de moradias e cursos naturais de água.

Parágrafo único. O local poderá ser o próprio depósito das embalagens cheias, desde

que atenda aos requisitos do caput do artigo e em quantidade compatível com a área do depósito.

CAPÍTULO VI

DA EMBALAGEM, FRACIONAMENTO E ROTULAGEM

Art. 13. As embalagens, os rótulos e as bulas de agrotóxicos e afins devem atender às

especificações e dizeres aprovados pelos órgãos federais dos setores da agricultura, da saúde e do

meio ambiente, em suas respectivas áreas de competência, por ocasião do registro do produto ou,

posteriormente, quando da autorização para sua alteração.

Parágrafo único. As alterações que se fizerem necessárias em rótulos e bulas

decorrentes de restrições, estabelecidas pelos órgãos competentes do estado de Goiás e dos seus

respectivos municípios:

I - são dispensadas da aprovação federal prevista no caput deste artigo;

II - deverão ser colocadas na área da bula destinada a essa finalidade e comunicadas

pelo titular do registro do agrotóxico ou afim aos órgãos federais, no prazo de até trinta dias;

III - nesse mesmo prazo, devem ser encaminhadas aos órgãos federais competentes

cópias das bulas modificadas e aprovadas pelo órgão que estabeleceu as exigências.

Art. 14. As embalagens dos agrotóxicos e afins deverão atender aos seguintes

requisitos:

I - ser projetadas e fabricadas de forma a impedir qualquer vazamento, evaporação,

perda ou alteração de seu conteúdo e de modo a facilitar as operações de lavagem, classificação,

reutilização, reciclagem e destinação final adequada;

II - ser imunes à ação de seu conteúdo ou insuscetíveis de formar com ele combinações

nocivas ou perigosas;

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III - ser resistentes em todas as suas partes e satisfazer, adequadamente, às exigências

de sua normal conservação;

IV - ser providas de lacre ou outro dispositivo, externo, que assegure plena condição de

verificação visual da inviolabilidade da embalagem;

V - as embalagens rígidas deverão apresentar, de forma indelével e irremovível, em

local de fácil visualização, exceto na tampa, o nome da empresa titular do registro e advertência

quanto ao não reaproveitamento da embalagem.

Parágrafo único. As embalagens de agrotóxicos e afins, individuais ou que

acondicionam um conjunto de unidades, quando permitirem o empilhamento, devem informar o

número máximo de unidades que podem ser empilhadas.

Art.15. O fracionamento e a reembalamento de agrotóxicos e afins com o objetivo de

comercialização somente poderão ser realizados pela empresa produtora ou por manipulador, sob

responsabilidade daquela, em locais e condições previamente autorizados pelos órgãos federais

competentes.

§ 1º Os órgãos federais envolvidos no processo de registro do produto examinarão os

pedidos de autorização para fracionamento e reembalagem após o registro do estabelecimento no

órgão estadual competente, na categoria de manipulador.

§ 2º Os agrotóxicos e afins comercializados a partir do fracionamento ou da

reembalagem deverão dispor de rótulos, bulas e embalagens aprovados pelos órgãos federais.

§3º Deverão constar do rótulo e da bula dos produtos que sofreram fracionamento ou

reembalagem, além das exigências já estabelecidas na legislação em vigor, o nome e o endereço do

manipulador que efetuou o fracionamento ou a reembalagem.

§ 4º O fracionamento e a reembalagem de agrotóxicos e afins somente serão facultados

a formulações que se apresentem em forma líquida ou granulada, em volumes unitários finais

previamente autorizados pelos órgãos federais competentes.

Art. 16. Não serão permitidas embalagens de venda a varejo para produtos técnicos e

pré-misturas, exceto para fornecimento à empresa formuladora.

Art. 17. A embalagem e a rotulagem dos agrotóxicos e afins devem ser feitas de modo

a impedir que sejam confundidas com produtos de higiene, farmacêuticos, alimentares, dietéticos,

bebidas, cosméticos ou perfumes.

Art. 18. Deverão constar obrigatoriamente do rótulo e da bula de agrotóxicos e afins os

dados estabelecidos na legislação federal pertinente.

§ 1º As bulas devem ser apensadas às embalagens unitárias de agrotóxicos e afins.

§ 2º A bula supre o folheto complementar de que trata a Lei nº 7.802, Art. 7º, § 3º, de 11

de julho de 1989.

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CAPÍTULO VII

DO TRANSPORTE DE AGROTÓXICOS

Art. 19. O transporte de agrotóxicos, seus componentes e afins deverá se submeter às

regras e aos procedimentos estabelecidos para transporte de produtos perigosos, constantes da

legislação específica em vigor, considerando as competências dos órgãos com suas respectivas

jurisdições sobre as vias.

Parágrafo único. A coordenação e a execução das atividades relativas ao transporte

interno de agrotóxicos e de embalagens vazias de agrotóxicos, afins e resíduos, bem como a inspeção

e fiscalização, no estado de Goiás terão o apoio do órgão fazendário estadual, das Policias Militar,

Civil e Rodoviária do estado de Goiás, podendo contar ainda com o apoio das Polícias Federal e

Rodoviária Federal.

Art. 20. Ao órgão estadual de defesa agropecuária compete orientar, controlar,

inspecionar e fiscalizar o comércio, o armazenamento, a exposição comercial, o transporte interno e a

utilização dos agrotóxicos, seus componentes e afins, de uso agrícola.

§ 1º Entende-se por fiscalização do transporte de agrotóxicos as ações e medidas

realizadas pela órgão estadual de defesa agropecuária, visando o controle da movimentação interna

destes produtos, com finalidade de comércio e uso no estado de Goiás.

§ 2º Na fiscalização em postos fiscais e rodovias no estado de Goiás, o detentor do

produto deverá apresentar nota fiscal, em caso de produtos que serão utilizados em Goiás, para

verificação do registro no país e cadastro no órgão estadual de defesa agropecuária.

§ 3º Constatadas inconformidades não alcançadas por esta legislação, os fiscais

estaduais agropecuários e agentes de fiscalização acionarão as autoridades competentes.

Art. 21. O transporte de agrotóxicos e afins do estabelecimento comercial até a

propriedade rural deverá estar acobertado por nota fiscal e receituário agronômico.

§ 1º É proibido o transporte de agrotóxicos dentro de cabines de veículos automotores

ou mesmo nas carrocerias destes veículos se estiverem transportando alimentos, rações ou animais,

exceto se feito em cofres de carga conforme a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

§ 2º Os agrotóxicos e afins devem ser acondicionados de maneira que não ultrapassem

o limite máximo da altura da carroceria.

§ 3º Embalagens com resíduos ou que estejam vazando não poderão ser transportadas

sem estarem acondicionadas em embalagens de resgate, que deverão ser rotuladas/etiquetadas na parte

externa e fornecer todas as informações das embalagens originais do produto.

CAPÍTULO VIII

DOS POSTOS DE FISCALIZAÇÃO

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Art. 22. Os postos de fiscalização estaduais fixos e móveis do órgão estadual de defesa

agropecuária deverão verificar a regularidade dos agrotóxicos, seus componentes e afins que entram e

saem do estado de Goiás.

§ 1º Quando adentrar ao estado de Goiás com agrotóxicos e afins destinados ao uso,

comercialização, produção ou armazenamento neste Estado, os transportadores deverão,

obrigatoriamente, parar nas barreiras estaduais e apresentar, os seguintes documentos:

I - agrotóxicos e afins destinados a usuário:

a) nota fiscal com indicação do local para devolução de embalagem vazias de

agrotóxicos;

b) apresentação de via da receita agronômica.

II - agrotóxicos, seus componentes e afins destinados à comercialização, produção ou

armazenamento:

a) Nota Fiscal.

§ 2º Quando os agrotóxicos forem adquiridos de comerciantes de outras Unidades da

Federação, cujo destino seja o usuário, o comprador ou o vendedor ou seu representante deverão

apresentar anuência de Unidade de Recebimento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos em local

habilitado.

CAPÍTULO IX

DA UTILIZAÇÃO DE AGROTÓXICOS

Art. 23. As pessoas físicas e jurídicas que utilizam agrotóxicos e afins deverão observar

as legislações federal, estadual e municipais de uso de agrotóxicos e afins.

Art. 24. No uso de agrotóxicos e afins, por qualquer meio de aplicação, deverão ser

observados os seguintes requisitos mínimos:

I - aplicação de agrotóxicos e afins em conformidade com o rótulo, a bula e o

receituário agronômico;

II - no local de operação, onde é feita a manipulação dos agrotóxicos e afins, deverá ser

mantido fácil acesso a sabão e água para higiene pessoal;

III - é obrigatório ao manipulador e aplicador a utilização de Equipamento de Proteção

Individual - EPI;

IV - não é permitido transitar com pulverizador autopropelido e tratorizado que

contenha agrotóxicos e afins em áreas povoadas e em agrupamentos humanos, exceto nas campanhas

de saúde pública;

V - utilização de máquinas e equipamentos em boas condições de uso e realização de

manutenção periódica conforme recomendações dos fabricantes;

VI - não permitir a presença de crianças, animais e pessoas desprotegidas próximo ao

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local de preparo da calda ou da aplicação;

VII - não misturar produtos agrotóxicos e afins não autorizados;

VIII - realização de tríplice lavagem, lavagem sob pressão ou tecnologia equivalente

em embalagens rígidas laváveis, seguida da perfuração do fundo das embalagens, imediatamente, após

o esvaziamento;

IX - respeito ao período de carência e reentrada de cada agrotóxico e afim;

X - preparação e utilização de agrotóxicos e afins realizados apenas por aplicadores e

manipuladores com o devido treinamento;

XI - manutenção de uma via da receita agronômica no local de aplicação.

Art. 25. No uso de agrotóxicos e afins de uso agrícola, por meio de aplicação aérea

deverão ser observados as seguintes distâncias e requisitos:

I - 2.000 m (dois mil metros) do perímetro urbano de cidades, povoados, vilas e

represas de captação de água para abastecimento público;

II - 300 m (trezentos metros) de rios, lagos, riachos e mananciais, agrupamento de

animais e moradias isoladas;

III - na aplicação deverão, obrigatoriamente, ser observados a tecnologia de aplicação,

condições climáticas e outros fatores que possam ocasionar a deriva dos agrotóxicos e afins;

IV - observar as recomendações do receituário agronômico e da guia de aplicação;

V - a empresa de prestação de serviço em aplicação aérea, seja pessoa física ou jurídica,

deve possuir pátio de descontaminação, de acordo com as regras estabelecidas em norma específica

aprovada pelo MAPA.

Art. 26. O uso de agrotóxicos e afins por meio de aplicação terrestre deverá observar a

distância mínima de:

I - para pulverizações com aplicação terrestre mecanizada:

a) 200 m (duzentos metros) de povoações, cidades, vilas, bairros e mananciais de

captação de água para abastecimento de população;

b) 100 m (cem metros) das nascentes, ainda que intermitentes, povoados;

c) 50 m (cinquenta metros) de cursos hídricos, moradias isoladas e agrupamentos de

animais;

II - para aplicação com pulverizador costal ou outra tecnologia de aplicação manual:

a) 50 m (cinquenta metros) de mananciais de captação de água para abastecimento de

população;

b) 30 m (trinta metros) de cursos hídricos, povoações, cidades, vilas, bairros, moradias

isoladas e agrupamento de animais.

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Parágrafo único. Para aplicação com pulverizador costal, em se tratando de cursos de

água, as distâncias observadas devem ser aquelas no mínimo e igual a faixa definida para área de

preservação permanente.

CAPÍTULO X

DESTINAÇÃO FINAL DE PRODUTOS, SOBRAS E EMBALAGENS

Art. 27. É obrigatória a devolução de embalagens vazias de agrotóxicos e afins de uso

agrícola e proibida sua reutilização, exceto pela empresa produtora de agrotóxicos componentes e

afins, mediante a autorização do órgão federal interveniente no processo de registro.

Art. 28. As empresas titulares de registro, produtoras, importadoras e

comercializadoras de agrotóxicos, seus componentes e afins são responsáveis pelo recolhimento,

transporte e destinação final das embalagens vazias, devolvidas pelos usuários aos estabelecimentos

comerciais ou unidades de recebimento e dos produtos por elas fabricados, importados e

comercializados que foram apreendidos pela ação fiscalizatória e os impróprios para utilização ou em

desuso, com vistas à sua reciclagem ou inutilização, obedecidas as normas e instruções dos órgãos

registradores e sanitário-ambientais competentes.

Art. 29. A destinação de embalagens vazias e de sobras de agrotóxicos e afins deverá

atender às recomendações técnicas apresentadas na bula ou folheto complementar.

Art. 30. Os usuários de agrotóxicos e afins, de uso agrícola, deverão efetuar a

devolução das embalagens vazias, e respectivas tampas separadas, nos estabelecimentos comerciais

onde foram adquiridos, no prazo de 1 (um) ano, contado da sua data de compra, sendo facultado ao

usuário a devolução em postos e centrais de recebimento cujo o endereço deverá constar na nota fiscal

da venda.

§ 1º As embalagens rígidas, que contiverem formulações miscíveis ou dispersíveis em

água, deverão ser submetidas pelo usuário à operação de tríplice lavagem, lavagem sob pressão, ou

tecnologia equivalente, conforme orientação constante de seus rótulos, bulas ou folheto complementar.

§ 2º Se, ao término do prazo de que trata o caput, remanescer produto na embalagem,

ainda no seu prazo de validade, será facultada a devolução da embalagem em até 6 meses após o

término do prazo de validade.

§ 3º Os usuários deverão manter à disposição do órgão estadual de defesa agropecuária

os comprovantes de devolução de embalagens vazias, fornecidos pelos estabelecimentos comerciais,

postos de recebimento ou centrais de recolhimento, pelo prazo de, no mínimo, dois anos, após a

devolução da embalagem.

§ 4º No caso de embalagens contendo produtos vencidos, impróprios para utilização ou

em desuso, o usuário as devolverá em postos ou centrais de recebimento especificamente habilitados,

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observando as orientações contidas nas respectivas bulas, cabendo às empresas titulares do registro,

produtoras e comercializadoras, promover o recolhimento e a destinação admitidos pelo órgão

ambiental competente.

Art. 31. Na devolução das embalagens em postos ou centrais de recebimento, os

responsáveis deverão comprovar a compra e o local de aplicação mediante apresentação da nota fiscal

ou uma via da receita(s) agronômica(s) ou o registro de inscrição estadual.

Parágrafo único – Os postos e centrais de recebimento devem enviar ao órgão estadual

de defesa agropecuária, mensalmente, a relação dos responsáveis pela devolução que não

comprovaram a compra com o local de aplicação e inconformidades quanto a lavagem das

embalagens.

Art. 32. Os comercializadores de agrotóxicos e afins deverão dispor de instalações

adequadas para recebimento e armazenamento das embalagens vazias devolvidas pelos usuários, até

que sejam recolhidas pelas respectivas empresas titulares do registro, produtoras e comercializadoras,

responsáveis pela destinação final dessas embalagens.

§ 1º Se não tiverem condições de receber ou armazenar embalagens vazias no mesmo

local onde são realizadas as vendas dos produtos, os estabelecimentos comerciais deverão credenciar

posto de recebimento ou central de recolhimento previamente registrados no órgão estadual de defesa

agropecuária e licenciados, cujas condições de funcionamento e acesso não venham a dificultar a

devolução pelos usuários.

§ 2º O órgão estadual de defesa agropecuária apoiará e estimulará iniciativas das

unidades de recebimento de embalagens vazias, para o recolhimento coletivo e itinerante de

embalagens de agrotóxicos e afins.

§ 3º Deverá constar na nota fiscal de venda dos produtos o endereço atualizado para

devolução da embalagem vazia, devendo os usuários serem formalmente comunicados de eventual

alteração no endereço.

Art. 33. Os estabelecimentos comerciais, postos de recebimento e centrais de

recolhimento de embalagens vazias fornecerão comprovante de recebimento das embalagens onde

deverão constar, no mínimo:

I - número da nota fiscal de aquisição dos produtos;

II - nome da pessoa física ou jurídica usuária dos produtos;

III - nome da pessoa física ou jurídica que efetuou a devolução;

IV - data do recebimento;

V - quantidades e tipos de embalagens recebidas;

VI - endereço(s) do(s) local(ais) da aplicação.

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Parágrafo único. Deverá ser mantido à disposição do órgão estadual de defesa

agropecuária sistema de controle das quantidades e dos tipos de embalagens recebidas em devolução e

a destinação final, com as respectivas datas.

Art. 34. Os estabelecimentos destinados ao desenvolvimento de atividades que

envolvam recolhimento de embalagens vazias de agrotóxicos ou afins, bem como produtos, sobras e

resíduos ou com validade vencida, deverão obter licenciamento ambiental nos órgãos competentes.

§ 1º - As empresas titulares de registro, produtoras, importadoras e comercializadoras

de agrotóxicos e afins podem instalar e manter centro de recolhimento de embalagens vazias.

§ 2º - O prazo máximo para recolhimento e destinação final das embalagens pelas

empresas titulares de registro, produtoras, importadoras e comercializadoras é de um ano, a contar da

data de devolução pelos usuários, sendo que este recolhimento deverá ser efetuado antes que se esgote

a capacidade da unidade de recebimento.

§ 3º - Os responsáveis por centrais de recolhimento de embalagens vazias deverão

manter à disposição do órgão estadual de defesa agropecuária, sistema de controle das quantidades e

dos tipos de embalagens recolhidas

Art. 35. Os agrotóxicos, seus componentes e afins, e suas embalagens, apreendidos por

ação fiscalizadora terão seu destino final estabelecido após a conclusão do processo administrativo, a

critério das autoridades competentes, cabendo à empresa titular de registro, produtora e

comercializadora a adoção das providências devidas e, ao infrator, arcar com os custos decorrentes.

Parágrafo único. Nos casos em que não houver possibilidade de identificação ou

responsabilização da empresa titular de registro, produtora ou comercializadora, o infrator assumirá a

responsabilidade e os custos referentes a quaisquer procedimentos definidos pelas autoridades

competentes.

Art. 36. O proprietário do imóvel é responsável, solidariamente, com o parceiro, o

meeiro ou o arrendatário pela destinação final das embalagens, restos e sobras de agrotóxicos, seus

componentes e afins, e por danos ao meio ambiente.

Art. 37. Para o caso de agrotóxicos e afins adquiridos por usuários em revendas de

outros Estados deverá ser apresentada anuência de unidade de recebimento registrada no órgão

estadual de defesa agropecuária para recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos e afins.

Art. 38. Os agrotóxicos, seus componentes e afins com validade vencida, suas

embalagens com resíduos ou mesmo os impróprios, deverão ser obrigatoriamente recolhidos,

transportados e encaminhados à destinação final pelo fabricante ou formulador, sendo facultado ao

usuário devolver aqueles provenientes de propriedade rural em centrais ou postos de recolhimento

aptos a receber estes produtos.

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CAPÍTULO XI

DO RECEITUÁRIO AGRONÔMICO

Art. 39. Os agrotóxicos, seus componentes e afins só poderão ser comercializados

diretamente ao usuário mediante receita agronômica própria, prescrita por profissional legalmente

habilitado.

§ 1º Considera-se usuário toda pessoa física ou jurídica que utilize agrotóxicos e afins.

§ 2º Será exigida, também, a receita agronômica própria dos usuários que adquirem

produtos agrotóxicos e afins de outros estados e países.

Art. 40. A receita deverá ser expedida em 3 (três) vias, sendo a primeira do usuário, a

segunda do órgão de defesa agropecuária e a terceira do estabelecimento comercial, devendo a via do

usuário acompanhar a carga até o local de uso.

§ 1º A via do órgão estadual de defesa agropecuária deverá ser enviada pelos

comerciantes ao escritório da Unidade Operacional Local, no município onde será aplicado o produto

ou Unidade Operacional Local responsável por aquele município, em até 5 dias úteis do mês

subsequente à data da receita.

§ 2º A via do usuário e do comerciante deverá ser mantida à disposição do órgão

estadual de defesa agropecuária pelo período mínimo de 5 (cinco) anos, a contar da data de sua

emissão.

§ 3º Em conformidade com a Lei federal nº 6.496, de 7 de dezembro de 1977, o

profissional deverá fazer a anotação de responsabilidade técnica junto ao CREA-GO, pelas receitas

emitidas.

Art. 41. A receita agronômica específica para cada cultura deverá conter,

necessariamente:

I - nome do usuário, da propriedade e sua localização com coordenadas geográficas;

II - diagnóstico feito na propriedade;

III - recomendação para que o usuário leia atentamente o rótulo e a bula do produto;

IV - recomendação técnica com as seguintes informações:

a) nome do(s) produto(s) comercial(ais) que deverá(ão) ser utilizado(s) e de

eventual(ais) produto(s) equivalente(s);

b) cultura e áreas onde serão aplicados;

c) doses de aplicação e quantidades totais a serem adquiridas;

d) modalidade de aplicação, com anotação de instruções específicas, quando

necessário, e, obrigatoriamente, nos casos de aplicação aérea;

e) época de aplicação;

f) intervalo de segurança e de reentrada;

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g) orientações quanto ao manejo integrado de pragas e de resistência;

h) precauções de uso;

i) orientação quanto à obrigatoriedade da utilização de EPI;

j) orientação para o transporte seguro.

V - grupo químico do agrotóxico;

VI - data, nome, CPF, assinatura do profissional que a emitiu, seu registro no CREA-

GO;

VII - endereço do local para devolução de embalagens vazias de agrotóxicos.

§ 1º A nota fiscal deverá conter o número da receita e número do CREA-GO do

profissional emitente.

§ 2º Os produtos só poderão ser prescritos com observância das recomendações de uso

aprovadas no registro e de acordo com o rótulo e bula.

§ 3º As recomendações de caráter geral, quanto aos cuidados com o meio ambiente, à

saúde do trabalhador rural, primeiros socorros, precauções de uso e destinação final de resíduos e

embalagens, precauções no transporte deverão vir impressos na receita.

§ 5º O profissional habilitado, ao emitir a receita agronômica, deverá prescrevê-la

baseado no diagnóstico realizado na propriedade ou local da aplicação.

§ 6º Entende-se por diagnóstico um levantamento das condições locais do meio

ambiente, fitossanitário, do maquinário e recursos humanos existentes na propriedade, assim como

produto ideal a ser prescrito, observando suas peculiaridades.

CAPÍTULO XII

DA EDUCAÇÃO SANITÁRIA

Art. 42. O órgão estadual de defesa agropecuária deverá implementar, através de

profissionais legalmente habilitados, ações rotineiras de educação sanitária junto às crianças,

adolescentes e agricultores por meio de palestras, dias de campo, campanhas educativas nas escolas,

nos meios de comunicação, associações, sindicatos e propriedades rurais visando a adoção de boas

práticas agrícolas na utilização de agrotóxicos e afins, devolução de embalagens vazias de

agrotóxicos, manejo integrado de pragas, uso de equipamentos de proteção individual, objetivando a

segurança alimentar, a segurança ocupacional, preservação do meio ambiente e a redução do uso de

agrotóxicos e afins.

Parágrafo único. Poderão ser estabelecidas parcerias com órgãos federais, estaduais e

municipais além de instituições privadas na criação e execução de projetos educacionais.

Art. 43. Será mantido um sistema de dados com o objetivo de coletar, processar,

analisar, interpretar e divulgar dados sobre agrotóxicos, visando à adoção de medidas profiláticas

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permanentes, periódicas ou emergenciais de prevenção e controle do uso inadequado de agrotóxicos e

afins.

CAPÍTULO XIII

DA INSPEÇÃO E FISCALIZAÇÃO

Art. 44. Ações de inspeção e fiscalização terão caráter permanente, constituindo-se em

atividade rotineira, sendo que os fiscais habilitados têm poder de polícia administrativa e no

desempenho de suas atividades, terão livre acesso aos locais onde se processem, em qualquer fase, a

industrialização ou manipulação, o comércio, a armazenagem, a aplicação e a devolução das

embalagens vazias dos agrotóxicos e afins.

§ 1º As pessoas físicas e jurídicas deverão permitir a retirada de amostras de vegetais,

prestar informações e proceder a entrega de documentos nos prazos estabelecidos pelo órgão estadual

de defesa agropecuária, a fim de não obstar as ações de inspeção e fiscalização e a adoção das

medidas que se fizerem necessárias.

§ 2º o órgão estadual de defesa agropecuária poderá instalar laboratório próprio ou

estabelecer parcerias para a análise de resíduos de agrotóxicos em vegetais, em laboratórios públicos

ou privados aptos, credenciados e habilitados para tal finalidade.

§ 3º No caso de imposição de qualquer obstáculo às ações de inspeção e fiscalização os

fiscais habilitados deverão solicitar auxílio de força policial.

Art. 45. A inspeção e a fiscalização de agrotóxicos e afins serão exercidas por Fiscais

Estaduais Agropecuários da Agrodefesa, com formação profissional que os habilite.

Parágrafo único. Os agentes de fiscalização agropecuária (técnicos agrícolas e técnicos

em agropecuária) atuarão como auxiliares na fiscalização exercida pelo fiscal de nível superior, sob a

supervisão deste.

Art. 46. A coleta de amostra para análise de resíduos de agrotóxicos em vegetais em

propriedades rurais e centros de distribuição de vegetais constitui atividade rotineira do Fiscal

Estadual Agropecuário legalmente habilitado e seguirá as normas federais e estaduais pertinentes e

demais atos normativos do Presidente do órgão estadual de defesa agropecuária.

Art. 47. Constitui infração toda ação ou omissão que importe na inobservância ou na

desobediência do disposto nas competências das Unidades da Federação estabelecidas em legislação

federal, de preceitos estabelecidos na Lei Estadual nº 19.423 de 26 de julho de 2016, neste

regulamento e nas determinações de caráter normativo das entidades, dos órgãos ou das autoridades

administrativas competentes.

Parágrafo único. Responde pela infração quem a cometer, incentivar a sua prática ou

dela se beneficiar, considerando-se causa a ação ou omissão sem a qual a infração não teria ocorrido,

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excetuando-se a decorrente de força maior ou proveniente de eventos naturais ou circunstâncias

imprevisíveis.

Art. 48. A responsabilidade administrativa, civil e penal, nos casos previstos na

legislação, recairá sobre:

I - o registrante que, por dolo ou culpa, omitir informação ou fornecê-la incorretamente;

II - o produtor que produzir agrotóxico ou afim em desacordo com as especificações

constantes do registro;

III - a empresa que deixar de recolher agrotóxico ou afim, de sua fabricação, que esteja

com o prazo de validade vencido, em desuso, com registro cancelado, cadastro cancelado, com rótulos

danificados e não recolher as embalagens vazias;

IV - o profissional que receitar a utilização de agrotóxico ou afim em desacordo com a

legislação e as normas vigentes;

V - o comerciante que efetuar a venda de agrotóxico ou afim sem receituário

agronômico ou em desacordo com ele, com registro cancelado, cadastro cancelado, com rótulos

danificados, sem registro, salvo os autorizados pelo MAPA e o comerciante que deixar de devolver o

produto com validade vencida, não dispor de local para devolução das embalagens vazias de

agrotóxicos e afins dos usuários;

VI - o empregador que deixar de fornecer EPI ao trabalhador ou que deixar de exigir a

sua utilização, bem como o que deixar de proceder à manutenção dos equipamentos destinados à

manipulação, distribuição e aplicação de agrotóxicos ou afins;

VII - o usuário ou o prestador de serviço de aplicação de agrotóxicos e afins que

utilizar agrotóxico ou afim em desacordo com o receituário agronômico;

VIII - aquele que concorrer para a prática ou ocorrência de infração ou dela obtiver

vantagem;

IX - o proprietário da terra, pessoalmente, se agricultor, e solidariamente com o meeiro

ou arrendatário, em razão de comércio de produtos provenientes de área interditada por medida

cautelar ou manutenção de estoque de agrotóxico ou afim, sem observar as normas estabelecidas por

este regulamento e os cuidados recomendados pelo fabricante através de rótulo, bula, folheto

complementar ou da embalagem;

X - a unidade de recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos e afins que não

cumprir o disposto neste regulamento e normas complementares;

XI - o armazenador ou transportador que não cumprir os dispostos na lei, regulamento e

normas complementares de agrotóxicos e afins.

Art. 49 - Os estabelecimentos comerciais, as unidades de recebimento de embalagens

e as empresas prestadoras de serviço de aplicação de agrotóxicos são obrigados a manter e

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disponibilizar informações e documentos aos Fiscais Estaduais Agropecuários, de forma física ou

digital, de acordo com este regulamento e atos normativos específicos, nos prazos estabelecidos pelo

órgão estadual de defesa agropecuária.

I - Para o caso de empresas físicas e jurídicas comercializadoras de agrotóxicos e afins:

a) relação detalhada do estoque existente por meio eletrônico ou livro próprio;

b) nome comercial dos produtos e quantidades comercializadas, acompanhados das

receitas agronômicas e respectivas notas fiscais;

c) registro diário, no sistema a ser disponibilizado pelo órgão estadual de defesa

agropecuária, da movimentação de compra, venda, devolução e permuta de agrotóxicos e afins.

II - Para o caso das pessoas físicas ou jurídicas prestadoras de serviços na aplicação de

agrotóxicos, seus componentes e afins:

a) relação detalhada do estoque existente;

b) nome comercial dos produtos e quantidades aplicadas, acompanhadas das

respectivas receitas agronômicas e guias de aplicação em duas (2) vias, ficando uma de posse do

contratante;

c) guia de aplicação, na qual deverão constar no mínimo:

1. nome do usuário e endereço;

2. culturas e áreas tratadas com agrotóxicos e afins de uso agrícola;

3. local da aplicação e endereço;

4. nome comercial do produto usado;

5. quantidade empregada do produto comercial;

6. forma de aplicação;

7. data e horário da prestação de serviços;

8. temperatura, velocidade e direção do vento e umidade relativa do ar;

9. riscos oferecidos pelo produto ao ser humano, meio ambiente e animais domésticos;

10. cuidados necessários;

11. identificação do aplicador e assinatura;

12. identificação do responsável técnico e assinatura;

13. assinatura do usuário;

d) manter no local, durante a aplicação, a guia de aplicação, receituário agronômico,

nota fiscal dos produtos utilizados;

e) manter a guia de aplicação à disposição dos órgãos de fiscalização por um período de

02 (dois) anos;

f) registro diário, no sistema a ser disponibilizado pelo órgão estadual de defesa

agropecuária, dos dados dos serviços prestados em Goiás.

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III - Para o caso de Unidades de Recebimento de Embalagens Vazias de agrotóxicos:

a) sistema de controle das quantidades e dos tipos de embalagens recebidas em

devolução, com as respectivas datas;

b) registro diário, no sistema a ser disponibilizado pelo órgão estadual de defesa

agropecuária, dos dados das atividades realizadas em Goiás.

§ 1º Os estabelecimentos referidos no caput deste artigo, deverão manter expostos em

local visível o certificado de registro, a autorização, ou a licença expedidos pelo órgão estadual de

defesa agropecuária.

Art. 50. As empresas importadoras, exportadoras, produtoras, formuladoras e

comercializadoras de agrotóxicos, seus componentes e afins, sediadas em outras Unidades da

Federação, ao internalizarem produtos em Goiás, ficam obrigadas a enviar digitalmente os dados

destas operações ao órgão estadual de defesa agropecuária, seja usando sistema privado próprio, via

webservice, ou utilizando sistema público próprio do órgão estadual de defesa agropecuária.

Parágrafo único. O usuário final que adquirir agrotóxico e afins de uso agrícola em

outra unidade da federação fica obrigado a comunicar o órgão estadual de defesa agropecuária, em até

10 (dez) dias úteis após a data de faturamento, apresentando a nota fiscal no escritório da Unidade

Operacional Local, no município da propriedade ou digitalmente no sistema informatizado do órgão.

Art.51. Poderá ser feita análise fiscal de resíduos de agrotóxicos em vegetais e partes

de vegetais, em amostras fiscais coletadas por Fiscal Estadual Agropecuário ou Agente de Fiscalização

Agropecuária habilitado e capacitado, após confirmação de suspeita do não cumprimento do intervalo

de segurança para a cultura, suspeita de uso de produto sem registro ou autorização de uso no país,

não cadastrados no órgão estadual de defesa agropecuária ou não autorizados para a cultura.

Parágrafo único - Ficará caracterizada a inconformidade, quando se detectarem

resíduos acima do limite máximo de resíduos - LMR, resíduos de agrotóxicos e afins não autorizados

para a cultura analisada ou resíduos de agrotóxicos e afins não registrados no país.

CAPÍTULO XIV

DAS MEDIDAS CAUTELARES

Art.52. No ato da inspeção ou fiscalização poderão ser adotadas as seguintes medidas

cautelares:

I - Em propriedades rurais:

a) Interdição temporária da lavoura, quando houver indícios ou evidências de uso de

produtos sem registro ou autorização de uso no país ou produtos não cadastrados no órgão estadual de

defesa agropecuária ou não autorizados para a cultura, ficando a desinterdição condicionada à análise

de resíduos com resultados negativos à época da colheita.

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b) Apreensão de vegetais já colhidos, destinados à comercialização para o consumo

humano in natura ou processamento, quando houver indícios ou evidências de uso de produtos sem

registro ou autorização de uso no país ou produtos não cadastrados no órgão estadual de defesa

agropecuária ou não autorizados para a cultura, ficando a comercialização condicionada ao resultado

de análise de resíduos dos vegetais amostrados e apreendidos.

c) Apreensão de agrotóxicos de uso agrícola e afins vencidos e suas sobras, impróprios

ou obsoletos, detectados em fiscalização, os quais deverão ser recolhidos diretamente pelos

fabricantes ou detentores do registro ou levados pelos produtores, em até 60 (sessenta) dias da data de

apreensão, até unidades de recebimento aptas a receber estes produtos.

d) Apreensão de agrotóxicos e afins sem cadastro no órgão estadual de defesa

agropecuária, não registrados no país ou ilegais, comunicando as demais autoridades competentes.

II - Em estabelecimentos comerciais:

a) Interdição do estabelecimento ou proibição da comercialização de agrotóxicos e

afins de uso agrícola nos casos de: fracionamento de agrotóxicos, produtos fora da embalagem

original, armazenamento de produtos sem origem comprovada, produtos não registrados no país ou

produtos sem cadastro no órgão estadual de defesa agropecuária, reincidência na comercialização de

agrotóxicos sem registro do estabelecimento comercial no órgão estadual de defesa agropecuária e

caracterização de fraude ou má fé, ficando a desinterdição e a comercialização condicionada à

autorização da autoridade competente.

b) Apreensão de agrotóxicos e afins vencidos, devendo os estabelecimentos comerciais,

obrigatoriamente, solicitarem o recolhimento em até 60 (sessenta) dias da data de apreensão, aos

fabricantes ou detentores do registro para a destinação final adequada.

c) Apreensão de agrotóxicos e afins sem registro no país ou sem cadastro no órgão

estadual de defesa agropecuária quando destinado à utilização ou armazenamento no estado de Goiás.

III - Unidades de recebimentos de embalagens vazias de agrotóxicos e afins:

a) Interdição de unidade de recebimento de embalagens vazias sem registro no órgão

estadual de defesa agropecuária ou clandestina, ficando a desinterdição condicionada à autorização da

autoridade competente.

IV - Em trânsito no estado de Goiás:

a) Apreensão de agrotóxicos e afins sem registro no país com encaminhamento aos

órgãos competentes, sem prejuízo de outras penalidades cabíveis.

b) Apreensão de agrotóxicos e afins sem cadastro no órgão estadual de defesa

agropecuária quando destinado à utilização ou armazenamento no estado de Goiás, sem prejuízo de

outras penalidades cabíveis, ficando a liberação condicionada à regularização do cadastro.

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§ 1º Para os casos do inciso I, a comprovação de resíduos será feita por análise fiscal,

sendo seguidos os padrões oficiais de amostragem e de análise para determinação de resíduos de

agrotóxicos e afins em produtos de origem vegetal, animal, na água e no solo.

§ 2º A suspensão de cadastro de agrotóxicos e afins ocorrerá sempre que os produtos

tiverem o seu registro cancelado no MAPA ou quando os mesmos não atenderem as exigências da

legislação.

§ 3º Para adoção da medida cautelar de apreensão de vegetais deverá ser considerada a

perecibilidade dos produtos e o prazo para o resultado da análise.

§ 4º Para os casos citados no inciso I, alíneas “a” e “b”, detectadas as inconformidades

especificadas nas mesmas, os vegetais apreendidos deverão ser destruídos.

§ 5º As despesas decorrentes da aplicação das medidas cautelares correrão por conta do

infrator.

§ 6º Nos casos em que houver apreensão de agrotóxicos ou produtos vegetais, o fiscal

deverá nomear fiel depositário.

§ 7º Caracterizado o dolo ou a má fé, havendo conhecidos e justificados potenciais

danos à saúde humana ou animal ou ao meio ambiente, a critério da autoridade competente, poderá

haver a interdição total do estabelecimento comercial ou da atividade agrícola e a destruição sumária

de vegetais, independentemente de análise de resíduo.

Art. 53. Os produtos identificados como agrotóxicos e afins de uso agrícola, sem

origem e destino comprovados ou ilegais, apreendidos no estado de Goiás, em situações em que não

se pode eleger fiel depositário, mediante documento oficial da autoridade competente, deverão ser

transportados por empresa autorizada para transporte de agrotóxicos até armazém público ou privado

específico e apto a receber agrotóxicos.

§ 1º O armazém citado no caput do artigo poderá ser mantido por convênio entre

órgãos públicos federais, estaduais e municipais, instituições representantes dos fabricantes de

agrotóxicos e dos estabelecimentos comerciais de agrotóxicos em Goiás.

§ 2º O Convênio detalhará responsabilidades específicas, inclusive onerosas a cada

instituição pública ou privada participante, não retirando a responsabilidade do detentor do produto no

momento da apreensão, de arcar com os custos do transporte, armazenamento e incineração.

§ 3º O proprietário ou o detentor do produto apreendido terá o prazo de 15 dias para

apresentar defesa e comprovar sua propriedade. Decorridos os 15 dias, em caso de não comprovação

ou revelia, será cumprido o rito processual da autoridade competente.

CAPÍTULO XV

DAS SANÇÕES PENAIS E ADMINISTRATIVAS

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Art. 54. Sem prejuízo da responsabilidade civil e penal cabível, a infringência às

disposições contidas na Lei e na legislação federal pertinente sujeita as pessoas físicas ou jurídicas, de

direito público ou privado, nos termos disciplinados nesta regulamentação, às seguintes sanções:

I - advertência;

II - multa de:

a) R$ 1.000,00 (um mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais), nas infrações leves;

b) R$ 10.001,00 (dez mil e um reais) a R$ 20.000,00 (vinte mil reais), nas infrações

graves;

c) R$ 20.001,00 (vinte mil e um reais) a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), nas

infrações gravíssimas;

III - condenação e inutilização ou destruição de produtos agrotóxicos, seus

componentes e afins;

IV - apreensão de produtos agrotóxicos, seus componentes e afins;

V - suspensão de autorização, registro ou licença;

VI - cancelamento de autorização, registro, cadastro ou licença;

VII - interdição total ou parcial de estabelecimento;

VIII - interdição temporária ou definitiva de estabelecimento;

IX - apreensão e destruição de vegetais, partes de vegetais e alimentos.

§ 1º Na aplicação das penalidades, serão consideradas a natureza e a gravidade da

infração cometida, os danos que delas provieram ao meio ambiente e à saúde pública, bem como as

circunstâncias agravantes, atenuantes e antecedentes do infrator.

§ 2º A multa será aplicada em dobro em caso de reincidência.

§ 3º O não pagamento da multa, na forma prevista nesta Lei, implicará a inscrição da

mesma na dívida ativa do Estado.

§ 4º A aplicação de penalidade prevista nesta Lei não desobriga o infrator de reparar a

falta a que deu origem.

§ 5º A reparação da falta que deu origem à infração não desobriga o pagamento ou

cumprimento de penalidade.

CAPÍTULO XVI

DA APLICAÇÃO DAS PENALIDADES

Art. 55. A advertência, levada a efeito através do auto de infração, será aplicada nas

infrações leves, nos casos de infrator primário, quando o dano possa ser reparado e quando o infrator

não tenha agido com dolo ou má fé, devendo a mesma ser registrada no cadastro de autuações.

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Art. 56. A multa será aplicada nos casos não compreendidos no artigo anterior,

obedecendo a seguinte gradação, devendo a sanção pecuniária ser registrada no cadastro de autuações:

§ 1º de R$ 1.000,00 (um mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais), nas infrações leves,

nas hipóteses dos incisos VIII, IX, X. XI. XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVII, XVIII, XXI, XXIII, XXIV e

XXV, previstas no Art.57;

§ 2º de R$ 10.001,00 (dez mil e um reais) a R$ 20.000,00 (vinte mil reais) nas infrações

graves, nas hipóteses dos incisos I, II, III, IV, V, XIX, XX, XXII, XXVI, XXVII, XXVIII, XXIX,

XXX e XXXI. previstas no Art.57;

§ 3º de R$ 20.001,00 (vinte mil e um reais) a R$ 50.000.00 (cinquenta mil reais), nas

infrações gravíssimas, nas hipóteses dos incisos VI, VII, XXXII, XXXIII e XXXIV, previstas no

Art.57.

Art.57. As multas serão aplicadas também nas seguintes infrações:

I - produzir, manipular, acondicionar, transportar, armazenar, comercializar, prestar

serviços e utilizar agrotóxicos, seus componentes e afins, em desacordo com as disposições deste

regulamento e dos atos normativos que os complementarem; multa de

II - receber, manipular, acondicionar, armazenar ou dar destinação final inadequada a

embalagens vazias de agrotóxicos, seus componentes e afins, em desacordo com as disposições desta

Lei, de seu regulamento e dos atos normativos que a complementarem;

III - produzir, manipular, acondicionar, comercializar e armazenar agrotóxicos, seus

componentes e afins, em estabelecimentos que não estejam registrados nos órgãos competentes;

IV - receber, manipular, acondicionar e armazenar embalagens vazias de agrotóxicos e

afins, em estabelecimentos que não estejam registrados no órgão competente;

V - prestar serviços de aplicação de agrotóxicos, seus componentes e afins, que não

estejam registrados no órgão competente;

VI - falsificar e adulterar agrotóxicos, seus componentes e afins;

VII - alterar a bula ou o rótulo dos agrotóxicos, seus componentes e afins, sem prévia

alteração no órgão registrante;

VIII - armazenar ou transportar agrotóxicos, seus componentes e afins, sem respeitar as

condições de segurança e instruções da bula;

IX - vender agrotóxicos e afins ao usuário final sem a receita agronômica;

X - adquirir agrotóxicos e afins para a utilização final sem a receita agronômica;

XI - não utilizar ou não fazer a manutenção dos equipamentos de proteção coletiva e/ou

individual, destinados à produção, distribuição e aplicação dos agrotóxicos, seus componentes e afins;

XII - não utilizar todos equipamentos necessários visando à proteção da saúde do

trabalhador, quando da manipulação e aplicação de agrotóxicos e afins e embalagens vazias;

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XIII - utilizar agrotóxicos, seus componentes e afins, sem os devidos cuidados com a

proteção da saúde humana e do meio ambiente e dos recursos hídricos;

XIV·- prescrever a utilização de agrotóxicos e afins, de forma incorreta, displicente ou

indevida;

XV - utilizar agrotóxicos e afins sem receita agronômica;

XVI - utilizar agrotóxicos e afins em desacordo com a receita agronômica;

XVII - recusar-se à condição de fiel depositário de agrotóxicos, seus componentes e

afins, apreendidos em seu estabelecimento em qualquer ação fiscalizatória;

XVIII - não recolher agrotóxicos, seus componentes e afins, provenientes de seu

estabelecimento apreendidos em qualquer ação fiscalizatória impróprios para utilização ou em desuso;

XIX - dificultar a fiscalização ou inspeção, ou não atender às intimações em tempo

hábil;

XX - omitir ou prestar informações incorretas à autoridade fiscalizadora;

XXI - adquirir agrotóxicos, seus componentes e afins de utilização agrícola em outras

unidades da federação, diretamente para a utilização final, sem o conhecimento dos órgãos de

fiscalização estaduais;

XXII - utilizar agrotóxicos e afins vencidos, impróprios para uso, bem como sobras dos

mesmos e reutilizar as embalagens vazias;

XXIII - não realizar a manutenção dos equipamentos destinados à produção,

distribuição e aplicação de agrotóxicos, seus componentes e afins;

XXIV - não fornecer, não dar manutenção e não controlar a utilização de equipamento

de proteção individual, bem como não treinar e orientar adequadamente o trabalhador quanto a seu

uso correto e aos riscos à saúde, decorrentes da manipulação e aplicação de agrotóxicos, seus

componentes e afins, sem a devida proteção;

XXV - não disponibilizar ou indicar instalações adequadas para o recebimento e

armazenamento de embalagens vazias de agrotóxicos, seus componentes e afins;

XXVI - não fazer a tríplice lavagem, lavagem sob pressão ou metodologia equivalente

de embalagens vazias laváveis de agrotóxicos, seus componentes e afins;

XXVII - não devolver as embalagens vazias em local indicado e credenciado pelo

estabelecimento comercial e/ou indicado na nota fiscal, no prazo máximo de 1 (um) ano, a partir da

data de aquisição ou até 06 (seis) meses após o vencimento da validade do produto;

XXVIII - não indicar na nota fiscal o local de devolução das embalagens vazias de

agrotóxicos, seus componentes e afins;

XXIX - não fornecer informações sobre as atividades que envolvam agrotóxico, seus

componentes e afins, em modelos e/ou sistemas informatizados instituídos pelo Estado de Goiás;

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XXX - comercializar vegetais ou agrotóxicos e afins apreendidos ou provenientes de

áreas interditadas em decorrência do descumprimento deste decreto;

XXXI - não recolhimento, pelo detentor do registro, de embalagens vazias de

agrotóxicos ou produtos condenados, em desuso ou apreendidos pela ação fiscalizadora no prazo

estabelecido;

XXXII - dar destinação indevida a embalagens vazias de agrotóxicos, seus

componentes e afins, em unidades de recebimento registradas ou não;

XXXIII - receber, acondicionar, manipular ou armazenar embalagens vazias de

agrotóxicos, seus componentes e afins, em estabelecimentos que não estejam registrados;

XXXIV - aplicar agrotóxicos, seus componentes e afins sem respeitar as seguintes

distâncias mínimas:

I - para pulverizações aéreas:

a) 2.000 m (dois mil metros) do perímetro urbano de cidades, povoados, vilas e

represas de captação de água para abastecimento público;

b) 300 m (trezentos metros) de rios, lagos, riachos e mananciais;

II - para pulverizações com aplicação terrestre mecanizada:

a) 200 m (duzentos metros) de povoações, cidades, vilas, bairros e mananciais de

captação de água para abastecimento de população;

b) 100 m (cem metros) das nascentes, ainda que intermitentes, povoados, bairros,

cursos hídricos;

c) 50 m (cinquenta metros) de moradias isoladas e agrupamentos de animais;

III - para aplicação com pulverizador costal ou outra tecnologia de aplicação manual:

a) 50 m (cinquenta metros) de mananciais de captação de água para abastecimento de

população;

b) 30 m (trinta metros) de povoações, cidades, vilas, bairros, moradias isoladas e

agrupamento de animais.

CAPÍTULO XVII

DA NATUREZA E GRAVIDADE DA INFRAÇÃO

Art. 58. Para a imposição da pena, a autoridade observará:

I - as circunstâncias atenuantes e as agravantes;

II - a gravidade do fato, tendo em vista as suas consequências para a saúde humana e o

meio ambiente;

III - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento das normas agrícolas,

sanitárias e ambientais.

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Art. 59. São atenuantes:

a) a ação do infrator não ter sido fundamental para a consecução do evento;

b) o infrator, que por livre e espontânea vontade, procurar minimizar ou reparar as

consequências do ato lesivo que lhe fora imputado;

c) o cumprimento, pelo infrator, das determinações impostas em ato fiscalizatório;

d) o infrator ser primário;

e) a falta cometida ser de pequena monta;

f) o baixo nível de toxicidade do produto fiscalizado;

Art. 60. São agravantes:

a) o infrator ser reincidente;

b) o infrator ter cometido a infração visando obtenção de qualquer tipo de vantagem;

c) o infrator ter conhecimento do ato lesivo e deixar de tomar as providências

necessárias com o fim de evitá-lo;

d) o infrator coagir outrem para a execução material da infração;

e) a infração ter consequência danosa à agricultura, à saúde humana e ao meio

ambiente;

f) o infrator ter agido com dolo, fraude ou má fé.

g) o infrator não cumprir as determinações impostas em ato fiscalizatório;

h) o alto nível de toxicidade do produto fiscalizado;

Art. 61. Havendo concurso de circunstâncias atenuantes e agravantes, a aplicação da

pena será considerada em razão das que sejam preponderantes.

§ 1º Na definição das penalidades, a aplicação de atenuantes e agravantes, pelo órgão

julgador, considerará informações obrigatoriamente contidas em documento oficial, emitido pelo

agente fiscal durante a lavratura do auto de infração.

§ 2º Cada atenuante e agravante, citados no artigo 59 e 60 deste Decreto, majoram em

50% (cinquenta por cento), para menos e para mais respectivamente, o valor da multa, respeitados os

limites máximos e mínimos definidos nos parágrafos 1º, 2º e 3º do artigo 56 deste Decreto.

Art. 62. Quando a mesma infração for objeto de punição em mais de um dispositivo

deste regulamento, prevalecerá enquadramento no item mais específico em relação ao mais genérico.

CAPÍTULO XVIII

DO RITO PROCESSUAL

Art. 63. As infrações à legislação serão apuradas em procedimento administrativo

próprio, iniciado com a lavratura de auto de infração, definição das penalidades conforme artigo 61

deste decreto e, posteriormente, conforme rito e prazos estabelecidos pelo decreto que regula a lei

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estadual de defesa vegetal, após instância fiscalizadora levada a efeito em referência ao uso, comércio,

armazenamento, prestação de serviços, devolução das embalagens vazias e transporte interno de

agrotóxicos, seus componentes e afins, observados os preceitos contidos em legislação federal

específica, na Lei nº 19.423 de 26 de julho de 2016, nesta regulamentação e em atos normativos

pertinentes.

Art. 64. As normas de procedimento processual administrativo, complementares a este

regulamento, serão estabelecidas em ato do titular do órgão estadual de defesa agropecuária e deverão

ter em vista:

I - a discriminação do procedimento administrativo complementar sobre o auto de

infração, defesa, recursos, notificação, prazo e execução;

II - modelos oficiais do auto de infração e dos termos de apreensão, liberação,

condenação, inutilização, interdição e destruição.

Art. 65. A aplicação de multa pelo órgão federal ou municipal exclui a aplicação de

igual penalidade pelo órgão estadual de defesa agropecuária, em decorrência do mesmo fato.

Art. 66. A autoridade competente que tiver ciência ou notícia de ocorrência de infração

é obrigada a proceder a sua apuração imediata, mediante processo administrativo próprio, sob pena de

responsabilidade.

Art. 67. O órgão estadual de defesa agropecuária manterá um banco de dados

atualizado com informações de autuações realizadas nos últimos 5 (cinco) anos, visando embasar

autuações, pareceres e julgamentos.

CAPÍTULO XXII

DO SISTEMA INFORMATIZADO DE CONTROLE DO USO DE AGROTÓXICOS

Art. 68. Fica criado o SIGEA – Sistema de Inteligência e Gestão Estadual de

Agrotóxicos, a ser implantado pelo órgão estadual de defesa agropecuária, com a finalidade de

controlar todas as atividades realizadas por pessoas físicas ou jurídicas, referentes à utilização,

prescrição, produção, manipulação, comercialização, recebimento de embalagens vazias de

agrotóxicos e afins ou prestação de serviços de aplicação de agrotóxicos e afins, de utilização agrícola

no estado de Goiás.

§1º Todos os processos de digitalização promovidos por este sistema têm também a

finalidade, a critério do Órgão Estadual de Defesa Agropecuária, de promover maior agilidade dos

cadastros, do envio de documentos, de relatórios, da emissão de vias impressas e demais processos

citados na Lei nº 19.423 de 26 de julho de 2016 e neste Decreto.

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§2º O SIGEA será normatizado em atos complementares expedidos pelo Presidente do

órgão estadual de defesa agropecuária.

CAPÍTULO XXIII

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 69. Os casos omissos neste regulamento serão resolvidos em atos normativos

expedidos pelo Presidente do órgão estadual de defesa agropecuária.

Art. 70. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.