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ENTREVISTACASA COR BRASÍLIA 2009“O brasileiro ainda não estáconsciente da sustentabilidade”
Renomados profissionais revitalizam Clube do Servidorinspirados em Burle Marx e na consciência ambiental
decorarquitetura & interiores
Dezembro 2009 – Ano I – nº 2
BR
ASÍ
LIA
índice
106
44
1438
Criações conscientespor andré martins
artigo
Revitalização sustentávelpor letícia nobre
especial
Preservação e criatividadeeditorial
Bem estar em forma de luzpor letícia nobre
iluminação
Legado de sustentabilidadecom luiz fernando lucho do valle
entrevista
editorial
inspiração dos arquitetos brasilienses no
paisagista Burle Max e na consciência de
preservação dos recursos naturais
resultaram em 61 ambientes modernos e sustentáveis
na 18ª edição da Casa Cor Brasília, no Clube do Servidor.
O destaque da mostra foi a versatilidade do Container
Contemporâneo das arquitetas Alice Alves e Raquel de
Souza Lima. A dupla, que participa pela primeira vez da
Casa Cor Brasília, levou três prêmios de reconhecimento.
Ainda sobre a Casa Cor, uma matéria sobre o uso da
iluminação nos projetos como um elemento
importante da decoração e da sustentabilidade.
A preocupação com a conservação da natureza nos
empreendimentos imobiliários é tema da entrevista. O
engenheiro Luiz Fernando Lucho do Valle, da Ecoesfera,
comenta de que forma o brasileiro começa a se
interessar em imóveis repletos de recursos sustentáveis.
Boa leitura. Até a próxima.
Bruno Brasil eThiago Luis
a6
Preservaçãoe criatividade
Loft do Velejador – projeto
de Giovanini e Dora Lettieri
foi um dos destaques da
Casa Cor Brasília 2009
Foto: Paulo Oliani
O sucesso do seu projeto exige excelê
celência na qualidade!
Arquitetura despojada do Clube doServidor contribui para o sucesso da 18ª edição da Casa Cor Brasília e para ainspiração dos profissionais focados nouso racional dos recursos naturais
Criaçõesconscientes
Arquiteto urbanista
formado pela Universidade
Católica de Goiás (UCG)
artigo
Casa Cor Brasília desse ano, encerrada em 4
de novembro, foi uma das mostras mais
interessantes realizadas na cidade, na minha
opinião. A escolha da edificação não poderia ter sido
mais acertada e a arquitetura despojada
contribuiu decisivamente para o sucesso da
exposição. Com o tema “sustentabilidade”,
os profissionais demonstraram sua
criatividade e preocupação com uso
racional dos materiais.
O Loft Sustentável, criado a partir da
proposta muito inteligente do arquiteto
Henrique Bezerra, nasceu do conceito de
que cada material – da estrutura ao
acabamento – denota a preocupação de uso
a
10
andrémartins
Equilíbrio – Henrique Bezerra mostra a
harmonia e a versatilidade na cozinha do loft
temperado não permite recortes. Para se ter uma
ideia, esse vidro custa um terço do preço. No
restaurante, Corrêa utilizou esse recurso, tampando
com pequenos quadros de madeira os furos
inadequados.
Pude notar que a mostra também caminha para o
uso de produtos e materiais mais convencionais e
elementos encontrados na própria região, sem, por
isso, comprometer a qualidade do resultado final. Em
algumas edições anteriores, lembro-me de que a
Alternativa – Uso racional de materiais e produtos locais são marcas fortes no Loft Sustentável criado por Henrique Bezerra
consciente. E não faltam exemplos nessa
mostra: o restaurante idealizado pelo
arquiteto Márcio Corrêa tem uma
brilhante reutilização de vidros, provando
ser possível uma destinação mais nobre a
peças que, a princípio, seriam descartadas.
Poucos profissionais conhecem os
chamados “cemitério de vidros”. São
depósitos de portas e janelas que não
têm mais serventia, pois o vidro
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Reaproveitamento Pedaços de vidro combinados com
pedaços de madeira ganham charme no
restaurante projetado por Márcio Corrêa
busca pelo exclusivo era tamanha que
a exposição de um fragmento de tecido
da dinastia Yang, de 400 d.C., exigiu
a contratação de segurança especial
para proteger a peça. Em outro caso,
exemplares de vitória-régia foram
transportadas da Amazônia, com um
esquema que parecia uma operação de
guerra, para ambientar um jardim. Hoje
isso não tem mais espaço e o sucesso de
venda dos apartamentos decorados da
Via Engenharia na Casa Cor Brasília,
comprova o fato.
Pessoalmente, vejo com bons olhos a
mudança substancial com a alteração
da diretoria da marca Casa Cor, após
a aquisição pelo empresário João Dória
e pelo grupo Abril. O evento ganhou uma
tônica mais comercial como a venda
de produtos que estiveram em exposição.
A premiação dos melhores trabalhos deu
nova motivação aos profissionais ligados
à mostra. Porém, o mais surpreendente
mesmo é que a Casa Cor passou a
aproximar o consumidor de seus sonhos
o que antes era algo um tanto quanto
inatingível. E isso é fundamental para que
a mostra se perpetue.
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d
CASACOR
Mostra dá nova vida ao Clube do Servidor. Inspirada em Burle Marx, traz tendênciascriativas e soficisticadas de arquiteturasomada à preservação do meio ambiente
por Letícia Nobre
especial
14
Mineiro – Loft de Denise Zuba homenageia JK
misturando tecnologia de ponta e tradição
Fotos: Paulo Oliani
BRASÍLIA
Revitalizaçãosustentável
levam em consideração a harmonia e a preservação
do meio ambiente. O evento ocorreu entre os dias
26 de setembro e 4 de novembro.
A mostra – que é uma das mais importantes na área
de arquitetura, decoração e paisagismo no país –,
convidou os visitantes a uma viagem por formas,
cores, luzes e materiais. Logo no Hall e Bilheteria, do
arquiteto e designer Miguel Gustavo Almeida, o que
se vê é um ambiente moderno e surpreendente.
No chão, mármore rosa e nas paredes, sofisticadas
Living – Rachel Fechina mescla corem claras e formas limpas
com peças rebuscadas: o diálogo do clássico com o contemporâneo
paisagista Roberto Burle Marx
e as ideias de sustentabilidade
se espalharam por todos os 61
ambientes montados na 18ª edição da
Casa Cor Brasília. O Clube do Servidor,
que esteve abandonado por 11 anos,
teve cinco mil dos 18 mil m2 revitalizados
por novas construções e ganhou outra
vida. Renomados arquitetos, decoradores
e paisagistas mostraram as novidades e
as soluções criativas e sofisticadas que
o
marron, o brilho da prataria e a transparência do vidro
imperam no ambiente. Destaque também para a
tapeçaria na parede, o espelho egípcio e para lareira em
mármore Travertino com iluminação intimista. Os três
ambientes montados garantem um conforto sem igual.
“Eu quis um espaço que contemplasse o clássico e o
contemporâneo: peças imponentes e rebuscadas com
cores suaves”, diz a arquiteta.
Para incorporar o tema da mostra ao lúdico, a
arquiteta Renata Dutra criou a Brinquedoteca.
Aproveitando o pé direito duplo do espaço, Renata
cortinas de voal azul-céu e, completando
o ambiente de entrada, sofás branco e
roxo distribuídos simetricamente e um
tapete com tema oriental.
As cores neutras e harmônicas e as linhas
retas do Living assinado por Raquel
Fechina remetem ao estilo clássico e são
um convite ao aconchego. Madeira, metal,
vidro e tecido entram em sintonia nos
106 m2 de espaço criado em homenagem a
Ana Paola Pimenta. Os tons de bege, creme,
Sofisticado – O charme da Sala de Jantar,
projeto da arquiteta Bárbara Paiva, conta com
requinte do lustre de cristais franceses Baccarat
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montou a idéia em cima da proposta de
caixa sobre caixa. “Na parte da frente
temos um espaço para crianças maiores
com videogame onde o teto é mais baixo
e, atrás, para as crianças com menos
idade com brinquedos de pelúcia e de
plástico”, explica a arquiteta. O palco,
ao fundo, liberta a imaginação dos
pequenos e os mantém em contato com
a natureza através de sons e figuras de
animais. Adesivos com temas ambientais
e cosmopolitas estão por toda parte,
mostrando a integração com a cidade.
Os degraus, assim como o palco, foram
montados com madeira de
reflorestamento e são flexíveis: também
funcionam como mesas para desenhos e
outras brincadeiras manuais. De um lado,
o a figura de uma casinha inclui a horta
de pelúcia disposta sobre os degraus.
“As crianças não têm o hábito de comer
legumes e vegetais. A ideia é transformar
tudo em brincadeira e incentivar a boa
alimentação”, diz Renata. Ela garante
que a sugestão pode ser adaptada em
ambientes de qualquer tamanho. “Tudo
está montado em blocos e isso permite
que os pais criem ambientes como esse
mesmo em espaços menores”.
Diversão – Árvores e animais
convidam os pequenos para a
brinquedoteca de Renata Dutra
uma vida a dois”, ressalta. O arquiteto optou pela
versatilidade aproveitando pilastras que já faziam parte
da estrutura da obra e poucas paredes para definir
os cômodos, mantendo uma interatividade entre eles.
A definição do hall, sala de estar, home theater, sala de
jantar, quarto, cozinha gourmet, varanda e churrasqueira
é feita pelo contraste dos pisos usados dando a
impressão de divisão mas conservando a harmonia.
As paredes ganharam contrastes de preto e tons claros,
o revestimento da linha Revelux é assinado pelo próprio
Sofisticação – O luxo está por toda parte
dos 250 m2 do Studio criado pelo arquiteto
e decorador Nardim Júnior. Pela oitava vez
na mostra, ele buscou combinar elementos
rústicos com materiais nobres e sofisticados,
mostrando mais uma vez o estilo próprio de
misturar tendências procurando equilibrar
o conforto e a ostentação. “As pessoas estão
buscando independência e indo morar
sozinhas, o loft é perfeito para eles, ou até
mesmo para casais que estão começando
Studio – Atmosfera aconchegante e luxuosa no imponente e versátil espaço de 250m2 criado pelo arquiteto Nardim Júnior
arquiteto, que se inspirou em desenhos
clássicos para desenhar a cerâmica em tons
de concreto e dourado. Os móveis vão
desde cadeiras com acabamento em folhas
de ouro a poltronas de fibra natural e
detalhes em madeira málaca.
Reverência – Foi a primeira vez que
as arquitetas Alice Ribeiro e Raquel Lima
participaram da Casa Cor Brasília.
E começaram com o pé direito: com o
projeto Container Contemporâneo, elas ganharam
três prêmios da mostra (veja box). Raquel explica
como surgiu a proposta: “depois de cinco anos, os
containeres não servem mais e ficam empilhados
em portos criando um grande problema ambiental.
No Japão e na Europa costumam ser reutilizados, aqui,
só na construção civil como escritório de obras, mas
queríamos algo mais sofisticado”. E conseguiram. A
sobreposição de dois containeres permitiu mesclar
sugestões de aproveitamento do espaço tanto com
a visão residencial quanto comercial já que ali foi
Ousadia – Containeres e criatividade
das arquitetas Alice Ribeiro e Raquel Lima
resultaram em um espaço sustentável
Fotos: Paulo Oliani
Reconhecimento – A noite de 21 de outubro foi
especial para os expositores. Na data foram
conhecidos os projetos premiados da Casa Cor
Brasília 2009 (veja box ao lado). As grandes
vencedoras foram Raquel Lima e Alice Ribeiro,
com o Container Contemporâneo. Elas receberam
o reconhecimento nas categorias de Projeto Mais
Sutentável, Projeto Mais Original e Melhor Projeto
da Casa Cor Brasília 2009. No quesito ousadia, os
arquitetos Ney Lima e Leo Romano, receberam o
prêmio pelos projetos da Cozina e Casa VPM,
montado um café. “Queríamos criar
um espaço chique, sofisticado com
os elementos internos e externos”,
complementa. No deque suspenso, a
escultura de um tatu de Ramon Rocha,
na varanda, confortáveis poltronas de fibra
de bananeira decoradas com almofadas
com estampa de folhas completam o
visual. “Não esperávamos que tivesse
tamanha repercussão. Ficamos muito
satisfeitas com o reconhecimento”, admite.
Original – Espaço Gourmet, projeto
assinado por Cybele Barbosa, foi um
dos premiados na mostra
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respectivamente. A Cozinha de Ney Lima
também ganhou como Melhor Projeto.
A arquiteta Karla Amaral foi premiada
com as idéias criativas da Papelaria como
o Melhor Projeto Comercial, modalidade
inédita na mostra. O Melhor Projeto de
Paisagismo foi assinado pelo engenheiro
agrônomo Cleber Depieri e pelo
paisagista Gabriel Souza que criaram,
em conjunto, a Praça Casa Cor.
premiados
Os vencedores foram eleitos por um júri composto por
membros do Governo do Distrito Federal, do Sebrae,
arquitetos, designers, jornalistas e publicitários. Confira
os vencedores:
n Projeto mais sustentável: Loft Sustentável, do arquiteto
Henrique Bezerra e Container Contemporâneo, das
arquitetas Alice Alves Ribeiro e Raquel Lima;
n Projeto mais Original: Espaço Gourmet da arquiteta
Cybele Barbosa e Contêiner Contemporâneo das
arquitetas Alice Alves Ribeiro e Raquel Lima;
n Projeto mais Ousado: Cozinha, do arquiteto Ney
Lima e Casa VPM do arquiteto Leo Romano;
n Melhor Projeto de uso Público: Espaço de eventos das
decoradoras Narciza Leão e Valéria Leão Bittar e os
arquitetos cenógrafos Simone Turíbio e Gustavo Góes;
n Melhor Projeto Comercial: Papelaria da arquiteta e
urbanista Karla Amaral;
n Melhor Projeto de paisagismo: Praça Casa Cor do
engenheiro agrônomo Cleber Depieri e do paisagista
Gabriel Souza;
n Melhor projeto em Casa Cor Brasília 2009: Container
Contemporâneo das arquitetas Alice Alves Ribeiro e
Raquel Lima, Studio e Varanda do Studio do arquiteto
Nardim Junior, Refúgio do Mineiro da designer de
interiores Denise Zuba e Cozinha do arquiteto Ney Lima.d
Cozinha e serviços
Arquiteto formado pela
Universidade Católica de
Goiás (UCG) em 1986.
Desenvolve projetos
residenciais e comerciais
www.neylima.arq.br
profissional
arquiteto já participou de nove edições da
Casa Cor tendo projetado espaços como:
Banheiro Social, Hall de Entrada, Loft da
Dermatologista, Cozinha, Circulação e Estar, Sushi Bar,
Home Theater, Living e Jantar e a Cozinha e Serviços.
Participou também da mostra Artefacto, mostra
Líder entre outras. Tem trabalhos publicados em
várias revistas do segmento: Casa Vogue, Arquitetura
e Construção, Casa Cláudia, Kaza e o Anuário de
Decoração da Caras e também trabalhos em livros
como OCA e o Anual Design.
Conceito do ambiente – Criar um espaço que
não se vinculasse aos conceitos tradicionais
de uma cozinha e área de serviço, aliando o
que há de mais moderno e tecnológico em
materiais e eletrodomésticos. Para tanto foi
elaborado um layout simples, setorizado em
três áreas distintas porém integradas: um
grande armário com painéis de correr em
vidro e alumínio da Maxim’s embutindo geladeira,
adega, despensa e área de serviço. Uma grande ilha
oney
lima
Frigideiras na parede – A beleza e o acabamento
requintaqdo das peças transformam simples
utensílios de cozinha em objetos de decoração
Orgânico X tecnológico – Plantas
fixas à parede em contraste com a
esquadria de PVC com isolamento
termo-acústico da Riviera
Cores X formas – Solidez da bancada de
aço inox da Opções Especiais em contraste
com as cores dos volumes da Maxim’s
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de aço inox desenhada pelo arquiteto e executada
pela Opções Especiais que recebe cooktop, pia, coifa e
lugar para degustação. Por fim, fornos e máquina de
lavar louças, também da Opções Especiais, embutidos
em volumes verticais em laca vermelha e em laca
amarela, também da Maxim’s, todos com portas
automáticas, ladeados por duas portas de correr
em PVC com isolamento termo-acústico da Riviera.
Tendências – O ambiente de 54 m2 foi criado
para mostrar tecnologia de ponta. Para se obter o
resultado desejado, o espaço foi elaborado com
um conceito estético e com volumetria inusitada
nas formas, nas cores e nos materiais, tais como vidro,
aço, e laca. A madeira, em parte do ambiente, entra
como um elemento que dá aconchego e resolução
acústica. Em outra, o porcelanato da Vallori, em
(61) 3222-4400
tonalidade metalizada, cria uma
atmosfera hitech. A automação
da iluminação, executada pela
MegaX Engenharia, aliada ao
efeito produzido pela grande
luminária da Interpam,
proporciona diferentes cenas
de iluminação ao espaço.
Hitec – Piso metálico da
Vallori, aliada à iluminação
cenográfica executada pela
MegaX Engenharia com luminárias
da Interpam, reforça atmosfera tecnológica
Fotos: Paulo Oliani
(61) 3462-1300 (61) 3222-4488
(61) 3222-4477
(61) 3362-0029Automação e Áudio e Vídeo
(61) 3967-2020
Fotos: Paulo Oliani
O Loft do Velejador homenageia o iatistaLars Grael e integra atmosfera náutica erústica com a tecnologia de automação
Tecnologiae rusticidade
profissionais
giovaninilettieri
&dora
lettieri
Giovanini Lettieri Arquitetura
SHIS/CL QI 9 - Bloco J - Sala 208 - Lago Sul
(61) 3364-2262 [email protected]
www.giovaninilettieri.com.br
casal concebeu um loft versátil
com pé-direito de 4,5m, que
contém os ambientes: home-
theater, living, espaço gourmet, quarto,
banheiro e escritório. Logo na entrada,
vemos um grande painel em aço
envelhecido e duas escotilhas da By Silva
que remetem ao tema naval. O ambiente
conta com iluminação cenográfica da Light Design
que complementa a decoração com dois imensos
pendentes de cobre – metal apreciado pelo
homenageado. No living, as persianas da Finestri filtram
a luz externa, mas não escondem a vista privilegiada do
Lago Paranoá e o deck do barco na varanda. O projeto
é marcado pela simetria: de cada lado há um pergolado
em aço que, à direita, abrange o banheiro e, à esquerda,
o
Ambiente simétrico – Característica
reforçada pela passarela central,
pelos pergolados de aço em ambos
os lados e iluminação cenográfica
O banheiro do Loft do Velejador parece mais amplo
do que o espaço real, graças ao painel de espelho
e vidro colorido da Vidralle que contorna o deck
da banheira que possui controle de acionamento,
temperatura e hidromassagem até pelo celular. Bambu
é o motivo predominante, ressaltado pelo porcelanato
Bambu, da Biancogres usado na parede do fundo e dos
vasinhos de bambu que decoram a base da banheira.
No quarto há uma frase do livro do iatista e no escritório,
um mapa-múndi temático com a rota percorrida pelo
velejador em torno do planeta, feito de madeira cortada
cobre o espaço gourmet, diminuindo o pé-
direito e dando um ar mais aconchegante.
No centro, há uma passarela em placas
cimentícias que imitam madeira,
da Castelatto, fornecidas pela Dom Gabriel
que sobem pela parede e culminam em
um rebaixo no gesso em pintura marrom
café. Longas cortinas de linho, da Hélio
Cortinas, e banquetas em mármore Rojo
da Multipedras emolduram o home-theater
ao fundo, equipado pela Home Vision.
Fotos: Paulo Oliani
Automação Banheira pode ser
controlada até pelo celular
Atmosfera intimistaDestaques do
escritório ficam por
conta do mapa-
múndi em madeira e
do aparador em
mármore bruto com
lareira a gás
embutida
à laser. Ao lado está posicionado um
aparador em mármore Travertino bruto
da Multipedras que tem também a função
de lareira linear à gás da LCZ Lareiras SC.
A cozinha com armários da Maxim’s
e bancadas em quartzito marrom, recebe
ao fundo, painel da Dom Gabriel que
lembra metal enferrujado, com nichos
para objetos, livros de culinária e garrafas
de vinho. Uma coifa em metal e couro
fornecida pela Opções Especiais
dá imponência ao ambiente.
Combinação de texturas Aço inox dos eletros, quartzito da bancada e
painel com nichos na parede dão o tom da cozinha
Tema navalJanelas em forma
de grandes escotilhas
(48) 3879-0927
(61) 3233-1467
(61) 3222-4400
(61) 3462-1300(61) 3362-0006
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Home-theaterTecnologia de ponta
em áudio e vídeo
0800-6440444
(61) 3221-9001
(61) 3363-5511(61) 3301-6989
HÉLIO CORTINAS
(61) 3234-5703(61) 3248-5012
(61) 3222-4422
Ambiente consolida status de sala deconvivência. De um lado, eletrodomésticosintegrados aos armários embutidos; do outro, modernos e finos utensíliosganham destaque e glamour
Cozinhade estar
211 Sul | 3445-2424www.allkitchens.com.br
Estilo e design – Torradeira e liquidificador
da Bugatti são ideais para cozinhas modernas
gastronomia INFORME PUBLICITÁRIO
ma das transformações mais visíveis
no mundo da decoração e design na
última década é a incorporação da cozinha
à sala de estar. Com ambientes cada vez menores, a
solução amplia os dois espaços e a cozinha americana
vira o centro das atenções tanto para os moradores
quanto para os visitantes, integrando as atividades
sociais e de lazer com o comer bem.
Se na geração passada as atividades da cozinha
ficavam restritas àquele espaço e os utensílios
ficavam escondidos nos armários, hoje as
possibilidades se inverteram. Enquanto os armários
uniformizam o visual da cozinha integrando fornos,
Fotos: Luis Gomes u
Sonho de consumo – As desejadas
panelas da Le Creuset, de ferro fundido
e acabamento esmaltado, estão ao
alcance dos brasilienses na All Kitchens
Aliados na cozinha – Portáteis da KitchenAid, famosos pela
eficiência e beleza, já disponíveis na All Kitchens na versão 220V
máquinas de lavar-louça, microondas e
até refrigeradores, os utensílios ganham
espaço como objetos de decoração que
atraem pela beleza além da utilidade. É
o que os novos aspirantes a gourmet
esperam: facas, colheres e panelas ao
alcance das mãos e um visual
harmônico e convidativo.
não quer uma faca qualquer. Quer a que tenha
o melhor corte, o melhor material”, diz Walace.
Além das facas que permitem cortes especiais a
procura, por exemplo, por panelas de ferro fundido,
titânio ou aço inox têm aumentado.
“Os consumidores estão cada vez mais informados
e especializados, sabem exatamente o que procuram.
É por isso que a All Kitchens tem uma equipe de
consultores especializados em ajudar na escolha do
produto que atenda às necessidades de cada cliente”,
acrescenta o proprietário da loja.
O empresário está preocupado em oferecer
múltiplas opções aos diversos tipos de público,
desde utensílios básicos a listas de casamento e
de presentes. “Aqui temos produtos que vão atender
desde a senhora que quer itens tradicionais quanto
um gourmet ‘antenado’ nas últimas tendências de
design e modernidade, independente da ocasião”,
diz o dono da All Kitchens.
Especialistas na área garantem que a
tendência de esconder os
eletrodomésticos chegou para ficar.
“O design resgatou os armários embutidos
de formas diferentes: agora são geladeiras
e máquinas de lavar louças que ficam atrás
de portas”, conta Walace Santos, da All
Kitchens, loja especializada em eletros
e utilidades, localizada na Asa Sul.
Na hora de escolher o que vai compor
a cozinha, não conta só a beleza.
A economia no gasto de energia, no caso
de eletros, e a qualidade dos materiais
dos utensílios fazem toda diferença.
“Quem nos procura buscando uma faca,
Toque especial – Delicados cofres de cerâmica em
formato de porquinhos com temas divertidos são
enfeites descontraídos para diversos ambientes
Foto: Luis Gomes
Uso da iluminação sustentável é destaque nos projetos criativos e versáteis dos arquitetos, paisagistas e designers que assinaram os ambientesda Casa Cor Brasília edição 2009
por Letícia Nobre
Bem estarem forma de luz
Detalhe de luminária na
varanda do Studio de
Nardim Júnior
iluminação
iluminação dos ambientes na Casa Cor
Brasília 2009 foi um espetáculo a parte
na mostra que ocorreu de 26 de setembro
a 4 de novembro. Todos os projetos
planejados pelos mais renomados
arquitetos que atuam na Capital Federal
mostraram que a tendência continua sendo
a valorização pontual, usando luzes indiretas
ao invés de iluminar todo espaço, seja ele
uma sala, um quarto ou mesmo um jardim.
Afinal, a iluminação pode transformar
completamente um ambiente. A novidade é
a preocupação com a sustentabilidade, tema
da mostra deste ano no Clube do Servidor.
a
38Fotos: Paulo Oliani
Banho do Casal – Projeto da
arquiteta Alessandra Fatureto
é marcado pela claridade
aproveitando ao máximo a luz solar. A distribuição
adequada de luz fica por conta dos cálculos
luminotécnicos, feito em cada área, isoladamente.
Harmonia – Cleber Depieri e Gabriel de Souza se uniram mais
uma vez criando a premiada Praça Casa Cor, em Brasília
Conceitualmente, a iluminação
sustentável nada mais é que um uso
eficiente de lâmpadas e da luz solar
nos ambientes. Esse uso é cauteloso,
sem excessos, econômico e capaz de
suprir as necessidades sem provocar
o esgotamento dos recursos naturais.
A preocupação com a preservação da
natureza é tema mundial e o Brasil sai
na frente quando se trata de iluminação.
Por aqui, o Sol brilha o ano todo e os
índices de luz natural são até duas vezes
maiores do que nos Estados Unidos ou
nos países da Europa. É uma vantagem
significativa na hora de montar um
projeto, como fizeram os arquitetos,
designers e paisagistas na Casa Cor 2009.
Segundo especialistas no assunto, para
que a iluminação sustentável seja
colocada em prática, alguns aspectos
devem ser observados como
a funcionalidade do ambiente,
as sensações que se quer transmitir
ao observador – valorizando quadros
ou determinados móveis, por exemplo –,
uso de sistemas de iluminação eficiente
com lâmpadas LED, abajures e luminárias,
além do planejamento adequado
é destacado por lâmpadas LED em pontos específicos,
como em cima da cama e da poltrona de leitura. Luzes
mais intensas foram aplicadas na área da escrivaninha.
As janelas amplas são cobertas por persianas, o que
permite controlar a iluminação natural.
Cromoterapia – Em áreas mais amplas, como o Loft
do Velejador, o que mais chama a atenção é a divisão
dos ambientes com a iluminação nos 148 m² criados
pelo arquiteto Giovanini Lettieri e pela designer de
interiores Dora Lettieri. O pé direito de 4,5 metros
exigiu que cada cômodo tivesse seu próprio projeto
de iluminação. O projeto propôs unir o rústico e o
Todos esses cuidados foram tomados pelas
irmãs Adriana e Patrícia Orlandi, decoradora
e arquiteta respectivamente, no Quarto do
Rapaz, onde exploraram a luz como divisor
de ambientes. Nos 29m², a escolha da
iluminação teve por objetivo garantir um
ar intimista e valorizar a divisão do espaço.
No chão, pastilha de vidro e piso flutuante
alemão. Já nas paredes, pintura especial em
aço escovado, veludo e seda. O ambiente
das irmãs Orlandi foi projetado próximo
ao monocromático, onde predominam
as matizes de azuis e cinzas e esse aspecto
Quarto do Rapaz – As irmãs Adriana e Patrícia Orlandi
exploram a luz indireta como divisor de ambientes
O mesmo recurso de cromoterapia foi usado no Banho
do Casal da arquiteta Alessandra Fatureto. A luz é um
dos elementos básicos nessa composição. A banheira
dupla com hidromassagem fica disposta sobre um
deck e rodeada de linhas retas. A claridade impera:
diversos pontos de luz direcionados às paredes brancas
garante a excelente iluminação que se traduz em
aconchego para o casal. O projeto de iluminação do
Banho do Casal foi executado pela light designer Flávia
Andrade, da mesma forma, o Nosso Loft, desenhado
pela arquiteta Beth Rosso. “A iluminação é toda especial,
com perfis personalizados, conceituais, e pendentes
modernos”, explica Flávia.
tecnológico. O velejador Lars Grael foi
a inspiração, com direito a destacar
as medalhas e troféus do esportista.
As inovações estão por toda parte,
especialmente no banheiro. As laterais da
banheira são transparentes e permite que
os efeitos luminosos internos se espalhem
por todo ambiente. “Esta banheira já foi
premiada na Europa e é o que existe de
mais moderno atualmente”, comenta Dora
Lettieri. A cor predominante é o azul que,
de acordo com a cromoterapia, tem
efeitos calmantes e analgésicos.
Nosso Loft – desenhado pela arquiteta
Beth Rosso possui projeto luminotécnico
executado pela light designer
Flávia Andrade
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dois arquitetos. Embutidos e arandelas modernas
reafirmam a tendência da valorização da luz
que incide no local ao invés da própria luminária.
A proposta é versátil tanto para ambientes
institucionais quanto residências e áreas de lazer.
O troféu de melhor projeto de paisagismo
da mostra foi merecidamente entregue ao
engenheiro agrônomo e paisagista Cleber Depieri
e paisagista Gabriel de Souza pela criação da Praça
Casa Cor. Mais uma vez aparece um mix de cores,
formas e texturas como marca do trabalho.
Se, de dia, a luz solar cuida de ressaltar a vivacidade
da obra, à noite, a exuberância é mantida pela
iluminação em pontos estratégicos valorizando
o verde dos coqueiros e a riqueza dos espelhos
d’água. Sem dúvida um convite ao bem estar.
Tecnologia – Mistura de fibra de vidro e mármore na bancada
projetada pelos arquitetos Gislaine Garonce e Marcelo Martiniano
Versatilidade – Ousadia traduz em
palavras o que Beth Rosso projetou.
O pé direito duplo foi um aliado para a
imaginação da arquiteta que misturou
cores e formatos na hora de tirar da
prancheta o Nosso Loft. Assim como
em outros projetos que usaram banheiras,
esse a valorizou bastante. A escolha de
Beth foi deixá-la em um local privilegiado,
fora do banheiro. Ao fundo uma parede
de pedra dá a sensação de ser plana,
mas é só impressão. Quando as luzes se
acendem, a parede mostra seus revelos
e o que se imagina é que a água desce
por ela até chegar à banheira, desse ponto,
a iluminação se espalha por toda a área
mais íntima do casal: o quarto e o banheiro.
A intrigante mistura de fibra de vidro
com mármore feita pelos arquitetos
Gislaine Garonce e Marcelo Martiniano
no Lavabo, chama a atenção. A bancada
dupla iluminada é o centro do espaço.
De espessura muito fina, cerca de 5 mm,
a pedra transparente deixa a luz passar e,
assim, se produz o belo efeito. O volume
ocupa todo o lavabo e os demais
elementos da composição aparecem
como coajuvantes da criatividade dos
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Legado de sustentabilidade
entrevista
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Engenheiro civil atua há
mais de 30 anos no
mercado, nos últimos cinco
se dedica a projetos de
residências sustentáveis
A ideia de fazer sua parte para mudar o mundo foi mais do que um conselho de pai. O engenheiro Luiz FernandoLucho do Valle, de 53 anos, assumiu um compromisso audacioso com asustentabilidade. Em 2004, tirou do papelo que virou seu objetivo de vida:“construir residências sustentáveis paraclasse média e média baixa” , criando,assim, a construtora Ecoesfera.Atualmente são 18 obras em andamento,três entregue e sete prontas para sair dopapel em quatro estados. Em entrevista à revista decor, o engenheiro fala sobre o desafio de viabilizar os conceitos de preservação do meio ambiente à realidade do mercado nacional da construção civil, sobre o potencialbrasileiro nessa iniciativa e a respeito dasatitudes simples que todos podem fazerpara minimizar os impactos negativostanto na natureza quanto no bolso
Foto: Guilherme Busch/Divulgação
Foto: Kiko Ferrite
Economia – Aquecimento à gás e redutor que
aumenta a pressão da água elimina o chuveiro
elétrico. Bom para o bolso e o meio ambiente
de se preocupar com as pessoas. As pessoas são
o centro de todo o processo tanto como geradoras
quanto vítimas de problemas. Segundo, não adianta
você falar em meio ambiente, falar do lado social,
se não falar do lado econômico. Outro conceito
importante é o de metabolismo linear e circular.
É a forma de equilibrar a energia e os insumos
consumidos, de um lado, e o lixo e resíduos em geral,
decor: Os empreendimentos sustentáveis
estão ganhando espaço e popularidade
no Brasil, mas a população não sabe ao certo
como a construção civil pode ser sustentável?
Luiz Fernando Lucho do Valle: O primeiro
ponto é entender a forma com que se
olha para o meio ambiente. É preciso
minimizar os impactos, mas sem deixar
Entulho – Boa parte dos resíduos sólidos que são gerados pelas obras podem ser reaproveitados na própria construção civil
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do outro. Quando o metabolismo é linear,
o que não é útil joga-se fora. No circular,
há um aproveitamento dos resíduos
usando o que os estudiosos chamam de
três “R”: reutilizar, reaproveitar e reciclar.
E, por fim, a ideia de ecologia urbana que
é a relação do homem com tudo o que o
cerca dentro da cidade que envolve tanto
os demais seres vivos que estão na
cidade quanto a violência, o transito,
a poluição, a saúde, o trabalho.
decor: Construir empreendimentos
sustentáveis ajuda a preservar o meio
ambiente mas ainda tem um custo alto.
Como solucionar esse impasse?
Luiz Fernando: Construir
empreendimentos sustentáveis encarece
a obra porque demanda produtos que
não são solicitados no mercado. Estação
de tratamento de esgoto, energia solar,
motores de alto desempenho. Esses
produtos têm custo que, ao final da obra,
faz o projeto encarecer. Aí se pergunta:
o produto sustentável é mais caro? Sim.
Mas consegue-se vender assim mesmo?
Não. O brasileiro não está consciente da
sustentabilidade o suficiente para pagar
mais caro. Uma solução é como fizemos
É preciso equilibrar a energia e os
insumos consumidos, de um lado,
e o lixo e resíduos em geral, do outro“na Ecoesfera. Para solucionar isso precisamos
desenvolver um processo construtivo desde o
planejamento até a entrega que minimizasse o custo.
Trabalhamos com economia em escala, padronizando
os produtos e os materiais. Buscamos simplificar a
operação e ganhar no volume, na escala. Eu me baseei
na mesma idéia da produção em série da indústria
automobilística. Essa idéia de padronização é
fundamental para tornar o empreendimento viável.
decor: Em Brasília começa a ser construído, em breve,
o Noroeste, um bairro totalmente sustentável,
o que o Sr. acha do projeto?
Luiz Fernando: O Noroeste é um projeto muito
interessante. Ele se intitula sustentável. Tem
empreendimentos interessantes. É óbvio que para
que seja de fato sustentável, os incorporadores terão
que ter cuidados. Porque não basta dizer que tem
lixo reciclável, que tem preocupação com
a economia de energia elétrica e de água. Haverá
necessidade de que todas as atividades que compõe
a execução sejam pensadas com a cadeia produtiva.
Toda a indústria que se envolve na construção civil
tem que estar envolvida nesse trabalho
discurso, não terá como. Você verá agora, na época
eleitoral que será um assunto muito em pauta. Não
existem políticas públicas como acontece na Europa.
Por que os imóveis sustentáveis não podem pagar
menos IPTU? Porque os produtos fabricados com
esse propósito não podem pagar menos imposto?
São visões como essas que vão levar tantos os
clientes quanto os empresários a se sentiriam
incentivados. Para que o processo cresça – e tem
tudo para crescer aqui no Brasil pois temos todas as
condições necessárias para isso – tem que se juntar
as três partes: sociedade, empresários e poder público.
de sustentabilidade. E há outro aspecto,
o cliente – futuro consumidor de insumos
e gerador de resíduos – tem que ser
envolvido desde a venda.
decor: O que fazer para que os
empreendimentos sustentáveis caiam no
gosto do brasileiro?
Luiz Fernando: A sustentabilidade só vai
ganhar força no dia em que houver
políticas públicas ligadas ao tema.
Se o governo não entrar de fato, sair do
Custos – Painel solar aquece a água e reduz conta de energia elétrica. Preços ainda são altos para boa parte da população
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objetivo de vida: construir residências sustentáveis
que mudassem a maneira das pessoas morarem nas
cidades, que trouxesse outra visão de qualidade de
vida. Decidi também, que só faria apartamento e para
as classes média e média baixa, para atingir a maior
decor: Você comanda a Ecoesfera,
que surgiu em 2004, com o objetivo
de construir residências sustentáveis.
Como foi a criação da empresa?
Luiz Fernando: O processo surgiu em 2003.
Era diretor de uma grande empresa
incorporadora, inclusive com capital de
fora. E, naquele momento, estava muito
preocupado com a maneira com que a
cidade estava crescendo. Eu tinha acabado
de perder meu pai. Quando ele estava em
seus últimos dias de vida, me chamou para
uma última conversa. Ele estava muito
abalado e me pediu que repensasse minha
vida e deixasse um legado: deixar o mundo
melhor do que eu encontrei. Em 2004,
tomei a decisão de sair da empresa em
que trabalhava e montar a Ecoesfera. Vendi
o apartamento onde morava. Com esse
dinheiro, chamei dois sócios e montamos
a Ecoesfera. A empresa passou a ser meu
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oA sustentabilidade só vai
ganhar força no dia em
que houver políticas públicas
ligadas ao tema. [...] Por que os
imóveis sustentáveis não podem
pagar menos IPTU?
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Telhado verde – Novas residências em Manchester, Inglaterra,
contam com incentivos públicos. Solução usa água pluvial,
refresca o ambiente e tem baixa manutenção
decor: Que medidas que a população pode adotar que
contribuem com a ideia de sustentabilidade?
Luiz Fernando: Há três recursos naturais que
consumimos intensamente em uma casa: energia
elétrica, água e gás. Cada um deles pode ser usado
de forma mais eficiente, o que faz bem para o bolso
e para o meio ambiente. Considerando-se uma casa,
por exemplo, podemos trocar todas as lâmpadas
incandescentes por lâmapadas frias (fluorescentes).
Devemos desligar na tomada todos os
equipamentos que não estão sendo utilizados,
porque mesmo em stand by, estão consumindo
energia. Há também um equipamento que você
instala no quadro de energia que custa cerca de R$
1,5 mil onde você controla o consumo por partes da
casa e consegue estipular o quanto se está gastando
e com o que. Outra coisa importante é banir o
chuveiro elétrico. Com um sistema de aquecimento a
gás que custa em torno de R$ 500, eliminamos o
chuveiro elétrico. Para economizar água, troque a
torneira comum por uma com temporizador e no
vaso sanitário, use o acionamento duplo para caixa
acoplada que custa entre R$ 80 e R$ 100. No
chuveiro a gás, um redutor aumenta a pressão da
água e permite um banho gostoso com menos água.
Em relação ao gás, é importante ter um medidor
para o uso do fogão e do aquecedor. No mais, ter
uma política de acompanhamento e conscientizar as
pessoas da importância em minimizar os custos.
parte da população. Até agora lançamos
22 empreendimentos: três foram
entregues, um estamos entregando agora
e outras 18 obras estão em execução.
Temos mais sete prontos para serem
lançados nos próximos meses. Há
empreendimentos em São Paulo – capital e
interior –, Rio de Janeiro, Goiânia e Curitiba. d
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