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  • 7/30/2019 Deciso TRT

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    APELAO CVEL N 2008.70.16.000444-6/PRRELATORA : Des. Federal MARIA DE FTIMA FREITAS LABARRRE

    APELANTE :

    ASSOCIAO NACIONAL DE DEFESA DOS

    AGRICULTORES PECUARISTAS E PRODUTORES DATERRA - ANDATERRA

    ADVOGADO : Felisberto Odilon Cordova e outro

    : Jeferson da Rocha

    APELANTE : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)

    ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

    APELADO : (Os mesmos)

    EMENTA

    TRIBUTRIO. APLICAO DA SMULA 481 DO STJ.CONTRIBUIO INCIDENTE SOBRE A COMERCIALIZAO DAPRODUO RURAL. PRODUTOR RURAL PESSOA FSICAEMPREGADOR. INCONSTITUCIONALIDADE. PRESCRIO. LC N118/05.

    1- A Unio no sucumbiu em primeira instncia, carecendo de

    interesse recursal, no devendo ser conhecida sua apelao.2- Faz jus ao benefcio da justia gratuita a pessoa jurdica com ou

    sem fins lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargosprocessuais.

    3- Para as aes ajuizadas a partir de 09/06/2005, o prazodecadencial/prescricional de cinco anos para a restituio de tributo sujeito aolanamento por homologao conta-se da data do pagamento antecipado dotributo.

    4- O STF, ao julgar o RE n 363.852, declarou inconstitucional asalteraes trazidas pelo art. 1 da Lei n 8.540/92, que deu nova redao aos

    artigos 12, incisos V e VII, 25, incisos I e II, e 30, inciso IV, da Lei n 8.212/91.5- A Corte Especial deste Tribunal, ao julgar a Arguio de

    Inconstitucionalidade na AC n 2008.70.16.000444-6/PR, declarou, por maioria,a inconstitucionalidade do artigo 1 da Lei n 10.256/2001.

    6- Indevido o recolhimento de contribuio para o Fundo deAssistncia ao Trabalhador Rural (FUNRURAL) sobre a receita bruta

    proveniente da comercializao da produo rural de empregadores, pessoasnaturais.

    ACRDO

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    Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas,decide a Egrgia 1 Turma do Tribunal Regional Federal da 4 Regio, porunanimidade, no conhecer da apelao da Unio e por dar parcial provimento apelao da parte autora, nos termos do relatrio, votos e notas taquigrficas queficam fazendo parte integrante do presente julgado.

    Porto Alegre, 21 de novembro de 2012.

    Des. Federal MARIA DE FTIMA FREITAS LABARRRERelatora

    APELAO CVEL N 2008.70.16.000444-6/PRRELATORA : Des. Federal MARIA DE FTIMA FREITAS LABARRRE

    APELANTE :ASSOCIAO NACIONAL DE DEFESA DOSAGRICULTORES PECUARISTAS E PRODUTORES DATERRA - ANDATERRA

    ADVOGADO : Felisberto Odilon Cordova e outro

    : Jeferson da RochaAPELANTE : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)

    ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Fazenda NacionalAPELADO : (Os mesmos)

    RELATRIO

    Associao Nacional de Defesa dos Agricultores Pecuaristas eProdutores da Terra - ANDATERRA ajuizou ao ordinria em face da Unio,

    objetivando o reconhecimento da inconstitucionalidade e ilegalidade dacontribuio social rural, devida pelos produtores rurais empregadores pessoasfsicas ou ainda, alternativamente, o reconhecimento da inconstitucionalidade eilegalidade da cobrana da contribuio social rural dos produtores ruraissubmetidos exportao, pela via indireta (1 e 2 do artigo 245 da INMPS/SRP n 3, de 14 de julho de 2005), com declarao da inexistncia deobrigao jurdico tributria em favor da categoria ora representada e/ouassociados (substitudos) produtores rurais empregadores, pessoas fsicas,estabelecidas no Estado do Paran. Pleiteou a repetio dos valores recolhidosindevidamente, respeitada a prescrio decenal. Como fundamentos jurdicos do

    pedido asseverou que a contribuio na forma como instituda no teria baseconstitucional no artigo 195, motivo por que afrontaria o artigo 195, 4, da

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    Constituio Federal - j que reclamaria a edio de Lei Complementar parainstituio de novas fontes de custeio para a Seguridade Social -, o que no foiobservado. Afirmou, outrossim, ofensa aos princpios da legalidade absoluta e daisonomia, mormente quanto ao pedido sucessivo.

    Sobreveio sentena julgando improcedentes os pedidos econdenado a demandante ao pagamento de honorrios advocatcios, fixados em10% sobre o valor atualizado da causa.

    Apelou a autora, reiterando os termos contidos na inicial.Recorreu a Unio, postulando a aplicao do prazo quinquenal para

    eventual restituio do indbito.Presentes as contrarrazes, subiram os autos.Foi proferido voto desta relatora no sentido do parcial provimento

    do apelo.Durante a sesso de julgamento, houve pedido de vista pelo Exmo.

    Desembargador Federal lvaro Eduardo Junqueira, o qual, ao proferir seu voto-vista, suscitou arguio de inconstitucionalidade do art. 1 da Lei n10.256/2001.

    Julgada a arguio de inconstitucionalidade, esta, por maioria, foiacolhida parcialmente pela Egrgia Corte Especial do Tribunal Regional Federalda 4 Regio.

    o relatrio.

    VOTO

    Ante o julgamento da Arguio de Inconstitucionalidade suscitadapela Egrgia Corte Especial deste Tribunal Regional Federal da 4 Regio,revendo o posicionamento, necessria reviso em relao matria.

    Ainda, ressalto que a apelao da Unio, em relao prescrio,no deve ser conhecida, visto que a parte no sucumbiu em primeira instncia, ouseja, carece de interesse recursal, bem como, a matria em questo deve serapreciada de ofcio, pois tem relao com ordem pblica.

    Prazo prescricional para restituio do indbito

    O prazo para a propositura de ao judicial visando restituio ou compensao de tributos que, sujeitos a lanamento por homologao, foramrecolhidos indevidamente, como a hiptese dos autos, sofreu substancialinterferncia das disposies trazidas pela Lei Complementar n 118/2005. Comefeito, o diploma introduziu no sistema tributrio regra de interpretao comeficcia retroativa, fixando, em abstrato, o termo inicial da prescrio quinquenalno momento do pagamento antecipado do tributo sujeito a lanamento por

    homologao (arts. 3 e 4).

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    Por ocasio do julgamento do Incidente de Inconstitucionalidade naApelao Cvel n. 2004.72.05.003494-7/SC, em que foi relator o Eminente Des.Federal Antnio Albino Ramos de Oliveira, cuja deciso foi publicada no DirioEletrnico de 29-11-2006, este Tribunal, por sua Corte Especial, declarou ainconstitucionalidade da expresso "observado, quanto ao art. 3, o disposto noart. 106, I, da Lei n. 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Cdigo Tributrio

    Nacional", constante do art. 4, segunda parte, da Lei Complementar n. 118/05.Assim, restou sedimentado que nas demandas ajuizadas at

    08/06/2005, ainda incide a regra dos "cinco mais cinco" para a restituio detributo sujeito ao lanamento por homologao (art. 150, 4 c/c o art. 168, I, doCTN), ou seja, de dez anos a contar do fato gerador.

    Para as aes ajuizadas a partir de 09/06/2005, no entanto, o prazodecadencial/prescricional de cinco anos conta-se da data do pagamentoantecipado do tributo, na forma do art. 150, 1 e 168, inciso I, ambos do CTN,c/c art. 3 da Lei Complementar n. 118/05.

    No julgamento do Recurso Extraordinrio (RE) 566.621, em04.08.2011, o qual teve reconhecida a sua repercusso geral, o STF considerouinconstitucional a segunda parte do artigo 4 da Lei Complementar n 118, porviolao segurana jurdica, entendendo aplicvel o novo prazo s aesajuizadas aps a vacatio legis, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005.

    V-se, portanto, que o marco temporal eleito pela Suprema Cortepara aplicabilidade da LC n 118/05 considerou a data do ajuizamento das aesrepetitrias e no a data da ocorrncia dos fatos geradores.

    Na hiptese dos autos, tendo sido a demanda ajuizada aps avigncia da Lei Complementar n.118/05, aplica-se o prazo prescricionalquinquenal para a restituio de eventual indbito.

    Desse modo, esto prescritos os pagamentos efetuadosanteriormente aos cinco anos que antecederam o ajuizamento da ao.

    Eventual restituio se dar com os valores devidamente corrigidos,desde a data dos recolhimentos indevidos (Smula n 162 do STJ), pela taxaSELIC, que substitui a indexao monetria e os juros (STJ, 1 Turma, Rel. Min.Jos Delgado, REsp n 187.401/RS, DJU de 23.03.99, p. 82).

    Contribuio sobre a comercializao da produo rural -pessoa fsica empregador

    Em relao contribuio social devida pelos produtores ruraisempregadores pessoas fsicas, o egrgio STF, ao julgar o RE n 362.852/MG,declarou a inconstitucionalidade do art. 1 da Lei n 8.540/92, que deu novaredao ao art. 12, V; art. 25, I e II, e 30, IV, da Lei n 8212/91.

    Contudo, tal deciso no alcana os segurados especiais -produtores rurais pessoas fsicas sem empregados ou que realizem a atividade emregime de economia familiar - tampouco aqueles produtores rurais autnomossem empregados, que continuam obrigados a recolher o tributo nos termos do art.

    12, VII, da Lei 8.212/1991, no primeiro caso, ou com base no art. 12, V, "a", nosegundo.

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    Assim, imprescindvel a demonstrao de ser o contribuinteempregador rural pessoa fsica, o que pode ser feito, entre outros documentos,

    por meio de comprovantes de entrega da RAIS e relatrios detalhados, folhas depagamento emitidas de acordo com as informaes apostas na RAIS, Carteira deTrabalho dos empregados, declarao fornecida pelo sindicado rural patronal dalocalidade em que se situa a propriedade rural, etc.

    No caso em tela, em se tratando de associao representativa declasse, a jurisprudncia tem entendido que no h necessidade de autorizaoexpressa de seus associados para que ingresse em juzo em seus nomes. Nessesentido:

    Agravo regimental no recurso extraordinrio. Constitucional. Mandado de segurana coletivo.Associao. Legitimidade ativa. Autorizao expressa dos associados. Relao nominal.Desnecessidade. Precedentes. 1. pacfica a jurisprudncia desta Corte de que as associaes,quando impetram mandado de segurana coletivo em favor de seus filiados, atuam como

    substitutos processuais, no dependendo, para legitimar sua atuao em Juzo, de autorizaoexpressa de seus associados, nem de que a relao nominal desses acompanhe a inicial domandamus, consoante firmado no julgamento do MS n 23.769/BA, Tribunal Pleno, Relatora a

    Ministra Ellen Gracie. 2. Agravo regimental no provido. RE-AgR 501953, DIAS TOFFOLI, 1Turma, 20.3.2012.

    ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. INAPLICABILIDADE DA SMULA 283 DOSUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. EMBARGOS DE DECLARAO. EFEITOS

    MODIFICATIVOS. POSSIBILIDADE. PRECEDENTE DO PRETRIO EXCELSO.SINDICATOS E ASSOCIAES. LEGITIMIDADE ATIVA. PROPOSITURA DE AO PARA

    DEFESA DOS DIREITOS DOS FILIADOS. AUTORIZAO DOS SUBSTITUDOS.DESNECESSIDADE. EXECUO INDIVIDUAL. POSSIBILIDADE. OFENSA COISA

    JULGADA. INEXISTNCIA. (...).3. Os sindicatos e as associaes de classe, na qualidade desubstitutos processuais, esto legitimados para ajuizar aes visando defesa dos direitos deseus filiados, independentemente de autorizao, o que autoriza o filiado ou associado aajuizar individualmente a execuo, no havendo ofensa aos limites da coisa julgada. 4.

    Embargos de declarao acolhidos, com efeitos infringentes. (STJ, EDAGA 200900928948,LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, DJE DATA: 24/05/2010)

    TRIBUTRIO. LEGITIMIDADE ATIVA. ASSOCIAO REPRESENTATIVA DE CATEGORIAPROFISSIONAL. AO CIVIL PBLICA. INCABIMENTO. APLICAO DO RITOALTERNATIVAMENTE PLEITEADO. PRESCRIO. IMPOSTO DE RENDA. JUROS DEMORA. NATUREZA INDENIZATRIA. REPETIO DO INDBITO. CORREOMONETRIA. HONORRIOS ADVOCATCIOS. 1. (...). 2.As associaes representativas decategoria profissional e os sindicatos, que defendem interesses de toda a categoria, e nosomente dos associados, tem legitimidade ativa para a ao coletiva, uma vez que atuam no

    como representantes mas como substitutos processuais, por fora do art. 8, III da CF. 3. (...).(TRF4, AC 2008.71.01.001675-5, Primeira Turma, Relator Joel Ilan Paciornik, D.E.25/08/2010)

    Assim, possui a parte autora legitimidade ativa para representarseus associados.

    Contudo, esta legitimidade apenas se limita a declarao deconstitucionalidade do tributo, no detendo legitimidade para postulareventual restituio da exao tida como inconstitucional.

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    Explico: o produtor rural pessoa fsica que tenha contribudo combase no art. 25 da Lei n 8.212/91 apenas tem direito a ser restitudo da diferenaentre esta contribuio e a efetivamente devida, calculada com base na folha desalrios. Ainda, para que tenha direito a esta restituio, deve comprovar a suacondio de empregador rural durante todo o perodo em que pretende arestituio.

    No presente caso, a parte autora, embora seja uma associaodefendendo os interesses da categoria, em momento algum comprovou ascondies exigidas dos produtores rurais pessoas fsicas associados, motivo peloqual no tem legitimidade para postular a restituio de indbitos em nome dos

    prprios produtores.Em relao aos produtores rurais pessoas jurdicas, os quais esto

    elencados como associados da parte autora, esclareo que os mesmoscontribuam com base no art. 25 da Lei n 8.870/94, na redao dada pela Lei n10.256/01. Assim, eventual direito destes produtores sequer foi objeto de pedidoda autora, pois a petio inicial em momento algum se insurgiu com estatributao. Assim, tambm carece de legitimidade para postular a restituio detributos pagos indevidamente pelas pessoas jurdicas produtoras rurais.

    Se, contudo, o pretendido, em relao s empresas, a restituiodo tributo que retiveram quando da compra dos produtos dos produtores rurais

    pessoas fsicas, j h posicionamento pacfico no sentido de que no detm alegitimidade para postularem a restituio.

    Nesse sentido:

    PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTRIO. FUNRURAL. EMPRESA ADQUIRENTE DE

    PRODUTO AGRCOLA. ILEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM PARA POSTULAR ARESTITUIO OU A COMPENSAO DO TRIBUTO. 1. A adquirente de produto agrcola mera retentora da contribuio incidente sobre sua comercializao. Nessa condio, temlegitimidade ativa ad causam para postular a declarao de inexigibilidade da contribuio

    para o Funrural sobre o comrcio daquele, mas no para a restituio ou compensao dotributo. Precedentes do STJ. 2. Agravo Regimental no provido. (AgRg no REsp 810.168/RS,

    Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 05/03/2009, DJe24/03/2009)

    TRIBUTRIO. PROCESSUAL CIVIL. NEGATIVA DE PRESTAO JURISDICIONAL. NOCONFIGURAO. CONTRIBUIO PARA O FUNRURAL. PEDIDO DE COMPENSAO.

    LEGITIMIDADE DA EMPRESA ADQUIRENTE. EXISTNCIA DE DOCUMENTOSAUTORIZANDO A RECORRENTE A BUSCAR A RESTITUIO. SMULA 7/STJ. (...). 2. Ajurisprudncia do STJ no sentido de admitir a legitimidade da empresa adquirente paradiscutir a exigibilidade do FUNRURAL, restando mantido, contudo, o entendimento que lhenega legitimidade para postular a restituio ou a compensao dos tributos indevidamenterecolhidos. Precedentes. 3. O recurso especial no pode ser conhecido quanto alegao deque a inicial fora instruda com as autorizaes dos produtores rurais para o pedido decompensao do indbito, vez que a apreciao desta tese exigiria o reexame do contexto

    ftico-probatrio da demanda, o que vedado na via do recurso especial, a teor do quepreconizado pela Smula 07/STJ. 4. Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte,improvido. (REsp 800.036/SC, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA,

    julgado em 20/10/2009, DJe 29/10/2009)

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    TRIBUTRIO - CONTRIBUIO SOCIAL PREVIDENCIRIA - FUNRURAL -ILEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM DAS COOPERATIVAS. 1. A jurisprudncia destaCorte firmou-se no sentido de que a cooperativa responsvel tributria pelo recolhimento dacontribuio para o FUNRURAL sobre a comercializao do produto agrcola, tendolegitimidade to-somente para discutir a legalidade ou constitucionalidade da exigncia, mas

    no para pleitear em nome prprio a restituio ou compensao do tributo, a no ser que

    atendidos os ditames do art. 166 do CTN. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp737.583/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em21/02/2008, DJe 03/03/2008)

    De tudo que foi exposto, conclui-se, portanto, que a parte autorapossui legitimidade ativa para discutir a legalidade da contribuio para oFUNRURAL, no possuindo legitimidade, entretanto, para pleitear arestituio/compensao de eventuais valores recolhidos indevidamente.

    Assim, nesta ao apenas se declara a inexistncia de relaojurdico-tributria que obrigue os empregadores rurais pessoas fsicas associados

    da parte autora, a recolherem da contribuio incidente sobre a receita bruta dacomercializao da produo rural, prevista no art. 25 da Lei n 8.212/91.

    Honorrios advocatcios

    Segundo a jurisprudncia desta Corte, a verba honorriacorresponde a 10% (dez por cento) sobre o valor da causa ou da condenao,salvo os casos em que resultar exorbitante ou restar reconhecidamenteinsuficiente para remunerar o trabalho do advogado, ou ainda quando sejanecessrio utilizar critrio diverso. Nesse sentido:

    AGRAVO LEGAL. HONORRIOS ADVOCATCIOS. ARTIGO 20, 3, DO CDIGO DEPROCESSO CIVIL. Esta Turma pacificou o entendimento de que os honorrios advocatciosdevem ser fixados em 10% sobre o valor da causa, percentual considerado suficiente eadequado para remunerar condignamente o trabalho do profissional, nos termos do art. 20, 3, do CPC, atualizado pelo IPCA-E desde a data do ajuizamento da ao, nos termos daSmula 14 do STJ. Precedentes do Egrgio STJ. (TRF4, AGRAVO (INOMINADO, LEGAL) EM

    APELRE N 2008.72.00.008539-4, 1 Turma, Des. Federal LVARO EDUARDO JUNQUEIRA,POR UNANIMIDADE, D.E. 28/10/2009)

    EMBARGOS EXECUO FISCAL. CONTRIBUIES SOCIAIS. DECADNCIA.APLICAO DO ART. 173, I, DO CTN. IMPOSSIBILIDADE DA APLICAO CONJUNTA

    DOS ARTS. 150, 4 E 173, I, DO CTN. PRAZO DE 10 ANOS DA LEI 8.212/91.INCONSTITUCIONALIDADE. CONTRIBUIO PREVIDENCIRIA. RESPONSABILIDADE.AUXLIO ALIMENTAO. PAGO EM DINHEIRO. SERVIDORES PBLICOS ESTADUAIS.LEGISLAO ESPECIAL. HONORRIOS ADVOCATCIOS. 1. (...)7. entendimento destaTurma que os honorrios de advogado devem ser fixados em 10% sobre o valor da causa ou dacondenao, afastando-se desse critrio somente quando tal valor for exorbitante ou quandorestar muito aqum daquilo que efetivamente deveria receber o advogado. Este o caso dosautos, em que no h complexidade suficiente a justificar a fixao da verba honorria em 10%do valor da execuo (R$222.207,49). 7. Recurso e remessa oficial parcialmente providos parareduzir os honorrios advocatcios para 5% sobre o valor atualizado da causa, corrigido pelo

    IPCA-E. (TRF4, APELAO/REEXAME NECESSRIO N 2006.72.00.013999-0, 2 Turma,Des. Federal OTVIO ROBERTO PAMPLONA, POR UNANIMIDADE, D.E. 15/01/2009)

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    EXECUO FISCAL. EMBARGOS. RFFSA. SUCESSO TRIBUTRIA DA UNIO.IMUNIDADE RECPROCA. IPTU. SUB-ROGAO. HONORRIOS ADVOCATCIOS. (...). 3.Ajuizada a execuo fiscal aps a extino da RFFSA, cabvel a condenao do Municpio aopagamento de honorrios advocatcios, porquanto deu causa cobrana indevida do tributo.Esta Turma entende que, em regra, os honorrios advocatcios devem ser fixados em 10%sobre o valor da causa/condenao, devendo ser adequado quando o valor mostrar-se nfimoou exorbitante. (TRF4, APELAO CVEL N 2008.72.11.001346-8, 2 Turma, Des. Federal

    LUCIANE AMARAL CORRA MNCH, POR UNANIMIDADE, D.E. 29/10/2009)

    A fim de definir o valor dos honorrios advocatcios, o art. 20, 4,do CPC, no impe ao julgador a aplicabilidade dos limites percentuais mnimosou mximos, tampouco estabelece a base de clculo da verba. Assim, para essaatribuio, essencial definir, dentre outros, a natureza e a complexidade dacausa, o trabalho desenvolvido pelo advogado e o tempo exigido para o seuservio, devendo ainda ser levado em considerao o valor da causa ou dacondenao, dependendo do caso concreto, tudo em conformidade com os

    parmetros estabelecidos no 3 do mencionado dispositivo legal.No caso dos autos, considerando o prazo prescricional ter atingido

    metade dos valores postulados pela parte autora, mantenho os honorrios nopatamar fixado pelo juzo a quo e determino a sucumbncia recproca, ficandocada parte obrigada ao pagamento de metade das custas e honorrios,determinando-se a compensao, na forma do art. 21, caput, do CPC.

    Eventuais custas adiantadas pela parte autora devem ser restitudaspela r.

    Ante o exposto, voto por no conhecer da apelao da Unio e por

    dar parcial provimento apelao da parte autora.

    Des. Federal MARIA DE FTIMA FREITAS LABARRRERelatora

    EXTRATO DE ATA DA SESSO DE 21/11/2012APELAO CVEL N 2008.70.16.000444-6/PR

    ORIGEM: PR 200870160004446

    RELATOR : Des. Federal MARIA DE FTIMA FREITAS LABARRRE

    PRESIDENTE : JOEL ILAN PACIORNIK

    PROCURADOR : Dr. LAFAYETE JOSU PETTER

    APELANTE :ASSOCIAO NACIONAL DE DEFESA DOSAGRICULTORES PECUARISTAS E PRODUTORES DATERRA - ANDATERRA

    ADVOGADO : Felisberto Odilon Cordova e outro

    : Jeferson da Rocha

    APELANTE : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)

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    ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

    APELADO : (Os mesmos)

    Certifico que este processo foi includo na Pauta do dia 21/11/2012,

    na seqncia 9, disponibilizada no DE de 13/11/2012, da qual foi intimado(a)UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL), o MINISTRIO PBLICOFEDERAL e as demais PROCURADORIAS FEDERAIS.

    Certifico que o(a) 1 TURMA, ao apreciar os autos do processo emepgrafe, em sesso realizada nesta data, proferiu a seguinte deciso:

    A TURMA, POR UNANIMIDADE, DECIDIU NO CONHECERDA APELAO DA UNIO E POR DAR PARCIAL PROVIMENTO APELAO DA PARTE AUTORA.

    RELATORACRDO

    : Des. Federal MARIA DE FTIMA FREITAS LABARRRE

    VOTANTE(S) : Des. Federal MARIA DE FTIMA FREITAS LABARRRE

    : Des. Federal JORGE ANTONIO MAURIQUE

    : Des. Federal JOEL ILAN PACIORNIK

    LEANDRO BRATKOWSKI ALVESDiretor de Secretaria

    Documento eletrnico assinado porLEANDRO BRATKOWSKI ALVES, Diretor deSecretaria, na forma do artigo 1, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006e Resoluo TRF 4 Regio n 17, de 26 de maro de 2010. A confernciada autenticidade do documento est disponvel no endereo eletrnicohttp://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do cdigoverificador5512096v1 e, se solicitado, do cdigo CRC 579E5FA.

    Informaes adicionais da assinatura:

    Signatrio (a): Leandro Bratkowski Alves

    Data e Hora: 21/11/2012 18:03