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DEBATE ENTRE OS CANDIDATOS A PREFEITO DE SANTOS 2012 (SINDSERV) 19/09/2012 20/09/2012 1 TAQUI-SANTOS SERVIÇOS DE TAQUIGRAFIA LTDA. (13)3222-6572

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DEBATE ENTRE OS CANDIDATOS A PREFEITO DE SANTOS

2012

(SINDSERV)

19/09/2012

20/09/2012

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- Debate entre os candidatos a prefeito de Santos, marcado para iniciar às 19 horas. Às 19 horas e 28 minutos do dia 19 de setembro de 2012, o Sr. Flávio Saraiva, presidente do Sindserv, dirige-se ao público.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Boa-noite. Vocês que chegaram exatamente às 19 horas, nós estamos pedindo um pouco de paciência. Infelizmente, algumas candidaturas estão muito atrasadas. Nós vamos esperar mais dez minutos e vamos começar com quem tiver. Está certo? Então, a gente só pede que vocês aguardem mais um minutinho, por favor.

- Às 19 horas e 55 minutos é iniciado o debate.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Boa-noite companheiros e companheiros da categoria dos trabalhadores da Prefeitura Municipal de Santos. Com um pequeno atraso, como vocês podem perceber, estamos começando o nosso encontro com os candidatos a prefeito e a prefeita nas próximas eleições na cidade de Santos. Nós tivemos aqui uma conversa em função do seguinte e esse é o primeiro informe que temos a obrigação de dar para vocês. O candidato Paulo Alexandre tinha confirmado para hoje, porém, agora quando começamos a adentrar ao auditório, o assessor dele que está aqui ao meu lado, veio nos comunicar que o Paulo Alexandre não estará aqui hoje, estará amanhã.

- Manifestações no auditório.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Vou pedir encarecidamente a vocês que façamos aqui uma conversa tranquila, no melhor estilo que os servidores sabem fazer. Certo? O assessor do Paulo Alexandre nos comunicou que ele não virá, virá amanhã. Eu pedi que ele próprio fizesse esse comunicado em nome da assessoria do candidato. Logo na sequência tivemos uma conversa aqui sobre a posição dos candidatos dessa ausência do Paulo Alexandre ser ruim para o debate, mas, da parte do Sindicato dos Servidores nós dissemos aos candidatos que não teria como a gente, em função da ausência do candidato Paulo Alexandre, suspender o encontro de hoje que havia sido previamente marcado.

Por enquanto estamos com a ausência do Jama, não sabemos se virá amanhã ou hoje. O candidato Beto Mansur tinha avisado que ia chegar atrasado, mas o nosso próprio atraso contemplou o dele.

Então, neste momento vou passar a palavra para o assessor do candidato Paulo Alexandre para que ele possa informar a ausência do candidato que ele representa. Por favor.

O SR. FÁBIO FERRAZ – Boa-noite a todos, meu nome é Fábio Ferraz. Só para deixar claro para vocês, gente, o Paulo estará amanhã com vocês aqui, às 19 horas. Deixo bem claro que a regra proposta, a convite do Sindicato, era para que o candidato estivesse presente no dia 19 ou dia 20, podendo fazer a opção. O Paulo estará aqui com vocês amanhã, provavelmente o Jama deverá estar também. O próprio candidato Beto Mansur havia falado que viria amanhã e acabou optando por vir hoje. Enfim, uma coisa

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natural. Então, o Paulo estará dialogando com vocês do Sindicato com todo o prazer, com toda tranquilidade amanhã, no mesmo horário, seguindo tranquilamente as regras propostas, inicialmente no convite feito pelo Sindicato. Está bom gente? Muito obrigado e bom trabalho a todos nesta noite.

- Palmas.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Vamos lá, companheiras e companheiros. Vamos expor para vocês como vamos fazer aqui a nossa conversa. Antes quero dizer para vocês o seguinte: uma grande parte dos servidores, talvez não todos, deve ter notado que a condução do nosso Sindicato mudou nos últimos anos. Nós pegamos um Sindicato absolutamente falido, com uma dívida de mais de um milhão e meio de reais. Um Sindicato desmoralizado na própria categoria, desmoralizado com a imprensa, desmoralizado com os gestores da Prefeitura de Santos. Enfim, desmoralizado e com uma falência financeira bastante grave que, inclusive, nós sanamos, mas a parte principal do nosso trabalho não foi essa. Foi resgatar a credibilidade política do Sindicato com todos os movimentos lutas, enfrentamento que nós fizemos.

Então, não teria cabimento, no momento em que estamos a poucos meses do novo gestor sentar na cadeira de comandante desta cidade, que a gente não mantivesse, por coerência, a linha que nós traçamos, que é a linha de questionamento, não só aos candidatos, como vamos fazer agora, mas ao prefeito de plantão, seja ele quem for e de que partido for. Nós, no Sindicato, quando lá chegamos, optamos por não ter relações partidárias. Nós optamos por não ter relações com nenhuma instituição que não fosse sindical e isso nos dá a liberdade, inclusive, de questionar os candidatos na melhor forma que a civilização nos permitiu e também de questionar o prefeito, seja lá quem for.

As nossas demandas são enormes e, por conta disso, nós temos que saber dessas pessoas que estão aqui na mesa qual é a condução que elas vão dar para as coisas do funcionalismo, quando lá chegarem, se chegarem, o que farão sobre. Uma pequena parte dessa discussão demoraria pelo menos uns quatro dias de conversa com os candidatos. Então, como a gente não tem tempo para fazer isso, vamos fazer perguntas dirigidas aos candidatos formuladas pelo Sindicato, a partir do conjunto de vivências e de lutas que a categoria teve e estamos colocando essa urna aqui na frente que, aliás, já tem várias questões para os candidatos, à disposição de vocês para formularem questões e colocarem aqui.

Nós temos que sair deste auditório às 22h30min, ou melhor, antes das 22h30min. Se a gente conseguir obter respostas ás nossas perguntas antes desse horário, sortearemos algumas perguntas que já estão sendo colocadas na urna. Caso isso não seja possível, vamos enviar todas as perguntas aos candidatos para que sejam respondidas e façam parte de um documento que, inclusive, entregamos aos candidatos quando aqui chegaram. O volume do documento se ampliará com as perguntas que as pessoas fizeram e estão nessa urna.

Então, esse é o motivo de nossa vinda hoje aqui. As regras são bastante simples. Nosso encontro se encerra as vinte e duas e trinta. Os candidatos farão suas saudações durante o tempo para a resposta da primeira

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pergunta. Isso parece um pouco desagradável, mas não tem jeito, em função do curto espaço de tempo que nós temos. Vamos propor que, durante a resposta da primeira pergunta, o candidato também possa fazer a sua saudação. A diretoria do Sindicato fará perguntas sobre determinados problemas a todos os candidatos e todos responderão. Portanto, a pergunta que for feita aqui não será para um candidato determinado. Será para todos os candidatos, todos deverão responder essa questão, se assim entender que devem, é claro. Em seguida faremos outras perguntas e assim sucessivamente. Quando todos responderem, nós passamos para a pergunta seguinte.

Vale lembrar que temos um cronômetro e as respostas terão que ser dadas num espaço de três minutos. Por que três minutos? Porque senão a gente vai falar aqui sobre duas coisas e vamos ter que ir embora. Então, para que seja possível abordar outros temas de forma sintética, obviamente, o tempo é de três minutos. Caso o candidato não responda a pergunta, estou incumbido de manifestar claramente que o candidato não respondeu a pergunta.

A ordem das falas para resposta e pergunta posterior, será inversa à ordem que começou na pergunta anterior. Então, se nós começarmos a responder as perguntas pelo Luiz Xavier, na rodada seguinte a candidata Telma de Souza iniciará as respostas à pergunta seguinte. Não haverá réplica de qualquer tipo, fora do tempo que o candidato tem para falar e esta urna que está aqui na frente está acumulando as questões que, porventura, os colegas entenderem que são pertinentes e que devam ser respondidas pelos candidatos.

Então, vamos começar e reafirmar o seguinte: além desse documento que a gente espera que os candidatos respondam, vamos obviamente entregar várias outras perguntas que estão já depositadas na urna.

Vamos diretamente entrar na primeira pergunta que é a seguinte: nós vamos abordar temas centrais para a vida dos servidores. Portanto ficarão sem respostas, obviamente, diversas questões que dizem respeito a segmentos específicos da Prefeitura. É óbvio que será dessa forma, não porque achamos que deva ser dessa forma, é porque não tem outro jeito de fazer. Então, vamos colocar temas centrais para os candidatos e esperamos respostas objetivas sobre esses temas centrais. Fora essa perspectiva que temos aqui, apresentaremos para a categoria um documento que conterá as respostas dos candidatos, tanto a respeito dessas coisas que já estão no papel e foram entregues para eles agora, como as perguntas que estão nessa urna na frente de vocês.

A primeira pergunta é a seguinte: as perdas salariais dos servidores da Prefeitura Municipal de Santos são grandes. Nos últimos anos os prefeitos limitaram o gasto com pessoal a, no máximo, 47%, o que significa dizer que não chegou nem perto do limite máximo, por exemplo, da Lei de Responsabilidade Fiscal. O candidato - pediria a máxima atenção dos senhores e senhoras, porque esta é a pergunta – reajustará os salários acima da inflação, de forma que haja recuperação das perdas salariais existentes?

Vou repetir a pergunta: O candidato reajustará os salários acima da inflação, de forma que haja recuperação das perdas salariais existentes?

Tem a palavra o candidato Luiz Xavier.

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CANDIDATO LUIZ XAVIER – Boa-noite aos servidores e a todos os presentes. É com muita alegria que estamos aqui, hoje, para conversar com os servidores públicos, aqueles que efetivamente fazem a cidade funcionar, e que merecem, não somente o reconhecimento, mas o devido valor que o serviço público sempre teve e que há muito, nesta cidade, tem sido relegado ao segundo plano.

Eu fico à vontade para falar sobre isso porque ainda sou funcionário público. Desde que entrei na Prefeitura, em 1994, participei de todos os movimentos reivindicatórios das perdas salariais, e tenho um envolvimento muito grande, até porque faz parte do programa do meu partido que qualquer pessoa eleita pelo PSTU vai continuar recebendo o mesmo salário que recebia antes. Então, tenho todo o empenho na questão de recuperar as perdas.

Embora eu já tenha sido acusado de receber uma fortuna da Prefeitura, eu quero aumentar essa fortuna com as perdas acumuladas, principalmente porque tivemos uma administração que nos podou por sete anos até a reposição mínima da inflação. Isso nos causa uma perda muito grande, talvez até por isso que eu não pague Imposto de Renda, porque com esse achatamento não consigo chegar ao limite.

É mais que um compromisso, é uma questão de princípios e programa do PSTU. E, muito mais, quero aproveitar para dizer o seguinte: Diferente das desilusões que infelizmente a classe trabalhadora tem tido nos últimos anos, o PSTU vai tratar com os servidores como um caso de relação de trabalho, jamais chamaremos a polícia.

Vocês podem ter certeza que o governo do PSTU vai tratar os trabalhadores como eles devem ser tratados, não como têm sido.

Agora mesmo vimos a greve dos professores das universidades. Temos várias categorias federais e estaduais, e a gente sabe que o PSDB, e as pessoas aqui sabem como os funcionários estão sendo tratados. É um compromisso nosso, vocês podem contar e essa é a grande diferença. Nós temos uma diferença muito grande das outras candidaturas. A consistência da nossa proposta se dá na independência política.

Nós não somos financiados por planos de saúde, não somos financiados por barões do ensino, não somos financiados por empresas de transporte.

O nosso compromisso é com vocês, servidores, e com a população de Santos.

- Palmas.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado, Xavier.

Candidata Eneida Koury.

CANDIDATA ENEIDA KOURY – Boa-noite às servidoras e aos servidores. Quero saudar a iniciativa do Sindicato porque realmente estamos num momento democrático, e é isso que temos que valorizar, este momento de democracia, porque vamos poder discutir e avaliar quem a gente vai colocar na Prefeitura.

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Vale ressaltar que houve um tempo em que não havia essa possibilidade. Se nós estivéssemos aqui querendo discutir, estaríamos presos, assassinados ou torturados.

E o candidato do PSDB, que infelizmente não está aqui...

- Manifestações no auditório.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Pessoal, o nosso compromisso aqui é fazer uma conversa tranquila e educada.

Se a candidata não consegue terminar o tempo dela, nós temos que parar o cronômetro e isso vai só empurrando a nossa discussão pra frente.

Peço às pessoas para não interromperem, porque essas interrupções não ajudam em nada.

CANDIDATA ENEIDA KOURY – Dia 7 de outubro nós vamos escolher o grupo político que vai estar à frente da nossa cidade. E o grupo político que acabou com a vida do servidor, é composto pelo PMDB, pelo PT e PSDB, porque todos estavam coligados.

Em 2006, nós, do Sindicato dos Bancários, estávamos à frente de uma paralização dos servidores públicos para reajuste dos salários de vocês. Nós fomos processados pelo PMDB e pelo PSDB, que estavam no governo.

É óbvio e claro quem tem compromisso com o trabalhador, e isso já foi demonstrado porque nós, bancários, fomos processados pelo PMDB e pelo PSDB, porque numa forma democrática nós estávamos auxiliando os servidores públicos municipais a ganharem mais.

- Manifestações no auditório.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado, candidata.

Pessoal, essa conversa com os candidatos é entre os candidatos e os servidores. A gente quer pedir, gentilmente, que as pessoas que não são servidoras, que são torcidas de candidatos, que não se manifestem.

Vamos nos acalmar, por favor.

- Manifestações no auditório.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Enquanto a gente não consegue encaminhar as coisas, nada melhora. Não tem intervenção nenhuma que possa melhorar as coisas a não ser a intervenção dos próprios candidatos dizendo o que eles pensam, aqui.

Queria também lembrar aos candidatos que estamos fazendo perguntas específicas e queremos também ouvir respostas

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específicas. Está certo? A gente quer lembrar aos candidatos esse pequeno detalhe.

Professor Fabião, gostaríamos de ouvir a tua resposta da pergunta feita pelo Sindserv.

CANDIDATO FABIÃO – Boa-noite pessoas. É uma honra participar de mais um debate no rol de vários que participamos. Gostaria apenas de lembrar às pessoas que em nenhum dos debates vi manifestações desta forma. Acho que muitas pessoas, muitos familiares nossos, que não estão mais entre nós, já lutaram pela liberdade de expressão. Não só contra a ditatura. Pela liberdade de expressão.

- Palmas.

CANDIDATO PROF. FABIÃO – Tem uma frase que cabe nessa minha fala, antes do compromisso que farei em relação ao reajuste salarial: “Posso discordar de cada palavra que sai da sua boca, mas darei a minha vida pelo seu direito de expressá-la, pela sua forma de expressão”.

Estamos falando de uma cidade que é o 10º índice de desenvolvimento humano. E quem construiu isso não foi nenhum prefeito do passado, foi a sociedade santista. E dentro desta sociedade santista, nós temos muito orgulho, como digo na Câmara quando vocês vão lá reivindicar de forma legítima, nos 10 anos que fiquei na Câmara, olhando nos olhos do Flávio e de todos os integrantes aqui, estive ao lado do trabalhador público.

Podem levantar a história do vereador Fabião dentro da sua postura. Nem sempre as falas foram de levantar. Foram falas duras, posicionamentos claros, mas nunca me abstive de estar junto ao servidor nas suas reivindicações.

Em várias conversas, enquanto o Beto era prefeito, aprendi muito naquele processo de negociação. E tive a felicidade de ficar dois anos como secretário. Vejo aqui alguns funcionários da Secretaria de Meio Ambiente. São 183 funcionários.

Se alguém vier aqui falar: “eu vou fazer o reajuste, a correção, acima da inflação” os economistas vão me dar uma bronca. O Edgar está balançando a cabeça e está aqui o Rodolfo que foi secretário também. Sabe por que? Com algumas coisas eu me surpreendi. Por exemplo, ao votar o parecer de contas do Tribunal do Estado de 2010, das contas aprovadas do prefeito Papa, vi que tinha um comprometimento da folha de apenas 40%. Existia a possibilidade de ter feito um reajuste, sim.

Isso é transparência. É documental. Se não foi feita foi uma questão estratégica. Ou a gente entende ou não. O compromisso do PSB será explicado e a gente vai ampliar os ganhos e benefícios dos salários dos servidores. Obrigado.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Candidato Aquino.

CANDIDATO AQUINO – Boa-noite Flávio, boa-noite todos os servidores. É um prazer estarmos aqui para conversarmos um pouquinho com vocês servidores.

Acho que já foi explicado, mas todos nós que estamos hoje aqui, viemos esta noite para cá com a informação de que todos os candidatos

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estariam aqui. Quando chegamos e tivemos a informação de quem nem todos, alguns que haviam confirmado diziam que não viriam mais, é em respeito a vocês servidores que estamos aqui. Nosso compromisso é com vocês.

É para os servidores que queremos falar. Fomos chamados pelo Flávio e viemos de maneira muito positiva falar com vocês. É com vocês que temos que dialogar. Para mim, tenho uma satisfação muito grande em falar dessa questão de tratativa, de relação com os servidores, com os trabalhadores, pois é uma especialidade em que atuei na minha vida profissional durante muitos anos. Sou hoje uma pessoa que adquiri uma respeitabilidade dos líderes sindicais. Porque negociação, diálogo, se faz com respeito, palavra mantida e com verdade. Não é com ilusão, não é com demagogia, dizendo algo que não se pode garantir ou prometer. Mas acima de tudo, quando um confia no outro, todos ganham.

Eu participo desde 2005, desde o primeiro ano de governo, de um governo que fez a diferença para o funcionalismo público. No IPCA, nesse período na faixa de 54%, este governo deu um reajuste médio de 90%. Este governo conseguiu reajustar a parte de alimentação na faixa de 170%. E este governo criou instrumentos para melhorar outros índices quando implantou o Iprev. Este era um grande problema que sufocava a margem de negociação do funcionalismo público.

Quero deixar claro para vocês que vamos continuar, sim, com a política responsável de, sempre que possível, com a possibilidade olho no olho, como foi a prática do Papa, vamos continuar com a política de recuperar perdas. Mas nós não somos inconsequentes de dizer que todo ano garantimos. Somos responsáveis; não ficamos iludindo. É compromisso nosso buscar esse objetivo de maneira arrendável. Vamos continuar trabalhando por isso sempre que possível, numa analise conjunta.

Obrigado.

- Palmas.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado Aquino. Nelson Rodrigues.

CANDIDATO NELSON RODRIGUES – Boa-noite a todos. Queria cumprimentar o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Santos e cumprimentar o Flávio. Cumprimentando o Flávio estou cumprimentando toda a diretoria do Sindicato. Cumprimentar todos os servidores aqui.

Sou funcionário público há 27 anos, só na Secretária da Fazenda do Estado de São Paulo. Também fui funcionário público na Delegacia da Receita Federal. Nestes últimos 27 anos, tive a oportunidade, como servidor, de sofrer tanto quanto vocês. Nestes últimos 10 anos, entrei para o Sindicato e lá faço parte da diretoria executiva do Sindicato dos Servidores Públicos do Estado de São Paulo. Nós temos uma diretoria executiva, uma deliberativa e os representantes regionais em mais de 16 prédios espalhados pelo Estado de São Paulo.

Quero dizer para vocês o seguinte: a dificuldade do servidor existe no lado cultural, aquele como a sociedade nos vê; aquele lado que é como nós nos vemos e o lado como o gestor nos vê e como vemos o gestor. Então, tem vários lados a serem trabalhados num processo de negociação, e

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eu acho que o diálogo é a palavra que sempre tem que permear essa relação. Quando não há dialogo a gente não avança.

Respondendo a pergunta colocada pelo Flávio, tecnicamente e como servidor público, eu diria sim. Respeitada a legislação, respeitado o orçamento e todas as condições técnicas, temos que viabilizar, sim, condições salariais adequadas ao servidor, porque dele depende toda a prestação de serviço de uma cidade. A responsabilidade que temos é com mais de 420 mil pessoas. É fundamental que o servidor tenha qualidade de vida, respeito salarial para que ele possa qualificar. Sendo qualificado, que ele possa servir, porque somos servidores e como tal, dar à população o salário que nos é pago através dos impostos. Por isso somos servidores públicos com muita honra.

Num governo do PSL, se o povo de Santos nos brindar com essa condição, toda a experiência que tenho como sindicalista dentro do funcionalismo público, vou trazer para dialogar com o Sindicato dos Servidores, olho no olho. Com a legislação em cima da mesa, com o orçamento em cima da mesa. Que a gente possa, até porque eu não sou favorável...(campainha). Desculpe, fica para a próxima.

- Palmas.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado candidato Nelson. Candidato Beto Mansur.

CANDIDATO BETO MANSUR – Boa –noite a todos...

- Manifestações no auditório.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Só um momento. Pessoal, o voto e todas as consequências dele são as nossas iniciativas como pessoas. Aqui, o candidato tem que dizer a que veio. Se as pessoas acreditam, desacreditam, acham que tem ou não, enfim, é o julgamento das pessoas. Nós queremos ouvir o Beto Mansur. Então, vamos ouvi-lo.

CANDIDATO BETO MANSUR – Boa noite a todos. Queria cumprimentar os servidores públicos e também cumprimentar os assessores. A gente está vendo muito assessor nos debates e infelizmente a gente não consegue mobilizar pessoas da categoria. Possivelmente, como eu já falei em outros debates, metade é assessor e metade é gente que está interessada na discussão. Eu acho isso muito importante, mas quero de uma maneira geral cumprimentar a todas as pessoas.

Eu fui prefeito de 1997 a 2004. Peguei a Prefeitura em uma situação extremamente difícil. Inclusive, eu emiti um folheto e eu gostaria que os servidores pegassem esse folheto. Não há necessidade de me dar o voto, até porque eu não estou pedindo o voto aqui. Eu estou explicando o que aconteceu durante um período de oito anos da nossa administração, com dados exatos. Dados que eu coloco aqui.

No início do meu governo, eu dei um aumento salarial a todos, de 10,51%. Tive um comprometimento de folha a mais de 60%. Eu só queria lembrar vocês, em cima da pergunta que o Flávio me faz, até porque fui

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dirigente do município de Santos e tenho a responsabilidade de dizer isso a vocês. O Tribunal de Contas do Estado dá um limite específico e dá um alerta, quando a folha chega a 48,06%. Ou seja, 90% dos 54%. Hoje a Lei de Responsabilidade Fiscal determina que 6% dos 60% vão para a Câmara Municipal e sobram 54% para o Executivo atender os anseios dos servidores. Pela Lei de Responsabilidade Fiscal, você não pode dar o aumento a partir de 95% desse valor. Ou seja, 51,03%.

Eu fiquei dentro desse período. Acabou o sufoco em 2004, em que eu acabei dando abono. Acabei atendendo os anseios do servidor. Dei hora-extra, recuperei a Capep e procurei atender os anseios do servidor. Atrás desse folheto tem o que eu quero atender ao servidor, até por que recuperamos as finanças da Prefeitura. No último ano, quando o Papa foi candidato, nós acordamos para poder dar um aumento real e um aumento linear para todos os servidores, coisa que vem ocorrendo até hoje, mas tudo em função de um trabalho no qual os servidores nos ajudaram muito nesse processo. É lógico que a gente vai poder passar mais informações para vocês, mas esse folheto é importante que vocês.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado, candidato Beto Mansur.

Candidata Telma de Souza, por favor.

CANDIDATA TELMA DE SOUZA – Em primeiro lugar os meus cumprimentos à diretoria do Sindserv, extensivos ao Sindest, às senhores e senhoras servidores que aqui estão. Quero dizer da minha completa anuência às palavras do candidato Sérgio Aquino, quando diz que, por respeito aos senhores que aqui estão, nós, os oito candidatos, estamos respeitando as regras e nos fizemos presentes neste momento. Isso colocado, eu quero dizer que aumentarei, sim, o servidor por motivos simples. Quando fui prefeita e a minha experiência é como servidora do PSDB, do governo de São Paulo, onde eu sou professora e tenho uma aposentadoria irrisória, como os policiais e todas as categorias de base, que não tem tido esse aumento, quando eu fui prefeita, eu instituí, antes da Lei de Responsabilidade Fiscal, uma determinação que era a seguinte: 60% da arrecadação era para a folha do servidor e 40% era para o custeio da Prefeitura. Todas as vezes que o mecanismo de arrecadação oscilasse para cima, disparava-se um gatilho automático, para a reposição salarial dos servidores e servidoras, muitos dos quais aqui estão.

Fiz cerca de cento e oitenta e nove concursos, quase duzentos, entre de acessos e ingressos, e mais do que isso, garanti planos de carreira e não demoramos cinco anos para fazê-los. Nós trouxemos ao conjunto dos servidores a respeitabilidade e fizemos convênios com as universidades, para que continuamente houvesse uma qualificação nas modalidades a que ele servia.

Eu falo isso, porque sai da Prefeitura com 85% de bom e ótimo e 12% de regular. 97% significa um índice quase que total, mas eu não devo a mim ou aos secretários. Eu devo a cada servidor e a cada servidora, que contribuiu e compreendeu que ser servidor e ser servidora significa ter um compromisso com a população, participar nos destinos do seu município e mais do que isso, fazer do seu serviço uma obra da comunidade desse coletivo. É por isso que eu estou aqui. Eu quero o voto de vocês. Eu quero ser prefeita de novo e aquilo que eu fiz vou fazer mais e melhor, porque tenho

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experiência, porque tenho maturidade e porque respeito os servidores e as servidoras.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigada candidata Telma.

Candidato Jama.

CANDIDATO JAMA – Eu saúdo as senhoras, senhoritas e senhores servidores. Saúdo os participantes da mesa. Eu quero colocar a minha visão dentro daquilo que o Darcy Ribeiro falou no seu livro, O Povo Brasileiro. Que nós temos um modelo servidor público no Brasil herdado de Portugal, que é um dos melhores modelos do mundo. Eu acho que o meu papel como sindicalista e até como empregado de uma estatal, dá-me uma visão clara do processo reivindicatório de vocês.

Eu sou o fundador do Sindicato dos Engenheiros de Santos. Sou diretor do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo. A gente luta inclusive com as reivindicações dos funcionários e engenheiros da Prefeitura. Tenho um irmão na Prefeitura e a minha visão sobre a questão do funcionário público, e eu tenho falado isso nos meus discursos, é que nós temos que tratar o funcionário público como a força motriz da gestão municipal.

Quando eu assumi a presidência da Câmara, havia represado há alguns anos e algumas gestões pecuniárias, à época de trezentos e cinquenta mil reais. A primeira providência que eu tive como presidente da Câmara foi mandar pagar aquelas pecúnias. Eu até fui alertado pelas pessoas, pelo ato ousado, porque iniciou junto com a minha gestão a aplicação da Lei de Responsabilidade Fiscal. Portanto, nós não tínhamos certeza daquilo que estávamos fazendo e de todos os detalhes da lei, que é um calhamaço.

Essa pergunta que me fazem, eu não tenho dúvidas que nós temos que chegar ao limite da lei, com uma gestão competente, uma gestão de resultado, uma gestão medida e com metas. Nesse sentido, nós vamos criar autoestima para o funcionário público. Necessariamente não se pretende realizar uma batalha desse tipo sem soldados motivados, era exatamente o que falava Napoleão. Não se faz uma guerra com exército numeroso, se faz uma guerra de sucesso com soldados motivados.

E é isso que percebo no funcionário publico de Santos. Falta de motivação por questões principalmente salariais.

- Palmas.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado candidato Jama. Nós vamos agora rapidamente à segunda pergunta e, como tinha dito a respeito das regras, iremos começar pelo Jama respondendo a pergunta e vamos inverter a ordem das falas.

Candidato Jama e demais candidatos. O novo Plano de Carreira implantado este ano tem diversas distorções e injustiças do nosso ponto de vista e do ponto de vista de uma parte considerável dos servidores. Por exemplo, existe um problema relacionado à diferença quanto ao Plano de Carreira anterior que foi estabelecido lá no governo do Capistrano e que os servidores ganharam na Justiça e agora no enquadramento do novo Plano de Carreira, esses valores que foram pleiteados e ordenamos pelo Judiciário foram desconsiderados.

Entre outras coisas, tem vários pleitos de reclassificação de nível, etc., etc...

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O que estamos perguntando aos senhores é, primeiro: O candidato se chegar na cadeira da Prefeitura de gestor da cidade de Santos, respeitará o novo Plano de Carreira? O PCCV – Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos? A gente queria alertar que essa é uma pergunta que gostaríamos muito que os candidatos dissessem que sim, ou que não porque mais ou menos não cabe aqui no nosso ponto de vista.

Segundo: corrigirá as distorções que o plano apresenta? Se for necessário, qualquer um dos candidatos pode pedir que recoloco a questão.

Candidato Jama.

CANDIDATO JAMA – Acho que volto a exatamente a colocação feita anteriormente. Particularmente tenho discursado e defendo uma mudança do modelo de gestão da Prefeitura de Santos. Ela não esta dando resposta às expectativas da sociedade.

Nós temos uma péssima qualidade de serviço na cidade de Santos. Quem anda nas calçadas, pelas ruas, ambulatórios, prontos – socorros, enfim, tenho com clareza que, se eleito vou fazer uma reengenharia na Prefeitura e desenvolver o modelo para que Santos tenha uma gestão compatível aos grandes modelos de gestão mundiais.

Não estamos fazendo discursos oportunistas, politiqueiros, não. São questões, princípios avançados de administração e de modelos de gestão. Esse modelo que esta aí não está dando resultado e ponto final.

Nesse sentido volto à premissa que não se faz um processo desses sem qualificação de quem esta à frente do trabalho. Temos que motivar este trabalhador a entrar nessa nova dinâmica. O que coloco como parâmetro para explicar a minha visão, o funcionário público é o que há de melhor na nossa sociedade, porque eles acessam por concurso. Isso é um principio irrefutável, inquestionável.

Portanto, não consigo desassociar um projeto desses com questões pontuais, se o projeto que eu proponho é para fazer com que primeiro tenhamos uma cidade com os recursos que tem para ser a cidade mais pujante do Brasil e provo isso matematicamente. E para a cidade que tem fulgência como essa, e apesar de hoje já estar desfrutando desse recurso que não aproveita na sua totalidade por falta de visão. Ela, a Prefeitura, está abastada, mas está gastando mal. Vem recolhendo nesse modelo feudal de cobrar impostos sem dar resposta adequada para a sociedade e muito menos para adequar o funcionário para dar respostas e para desempenhar a qualidade de vida que a sociedade espera e paga por isso.

Vocês são bois de piranha nessa historia. Que muitas das vezes a sociedade destrata, tem uma visão distorcida de vocês. Obrigado.

O SR. FLAVIO SARAIVA – Obrigado candidato Jama. Candidata Telma.

CANDIDATA TELMA DE SOUZA - Não, não vou obedecer a esse plano, porque no primeiro dia nós vamos instituir uma mesa permanente de negociações para tirar as distorções que existem com os professores, com os médicos, com os auxiliares de biblioteca, com a enfermagem e com os serviços de saúde de uma maneira em geral.

Tem que ter com toda certeza uma escola permanente de qualificação dos trabalhadores da Prefeitura. Porque sem adesão sincera do trabalhador da Prefeitura, do servidor, nós não teremos um governo que possa chegar a um bom termo. Quando falo isso é porque é, nós fizemos isto há duas décadas. E quando foi mudado o sistema, e veja, quando eu cheguei havia um sistema dentro da Prodesan, para quem sabe e tem informação do

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funcionalismo chamado Demoe – Departamento de Mão de Obra Especializada onde as pessoas eram celetistas. Elas eram contratadas pela CLT. Pois nós fizemos com que elas se tornassem estatutárias e agora está mais do que no momento de se ter outro momento, inclusive com a Lei 650 que a atual é diferente do que a que eu constituí com concursos e com bônus a mais para a entrada daqueles que já são servidores através dessa lei mesmo modificada.

Penso que com todas as dificuldades – não quero entrar no mérito se a Prefeitura, Flávio, fez o pior ou o melhor, mas há muitos descontentamentos, há muitas classificações e principalmente servidores que têm que ter um merecimento claro, porque sem os servidores, eu sou servidora e, como prefeita, serei a servidora número um desta cidade. Terei que ter todo cuidado com aquele pai de família, aquela mãe de família que sabe que salário sagrado é o salário pago pela comunidade e todo cuidado para as carreiras, e principalmente para o respeito, tem que estar garantido.

O SR.FLÁVIO SARAIVA – Candidato Beto Mansur.CANDIDATO BETO MANSUR – Voltando ao folheto, tenho

aqui dois itens do que quero fazer eleito prefeito da cidade. Rever o Plano de Carreira para corrigir as distorções e injustiças. Acho que o plano que foi feito precisa ser revisto, é importante a gente rever, mas não critico o jeito como foi feito o plano.

É lógico que quando você faz um plano para atender os anseios de quinze mil funcionários, existem distorções e as distorções estão aí.

Tem no item um o que eu quero fazer.No seguinte, eu quero dar uma reposição salarial já no

começo de janeiro. A data base da discussão salarial dos servidores é em fevereiro, mas já quero repor a inflação em janeiro e deixar para fevereiro para que a gente possa discutir outras questões que envolvam os anseios da própria categoria. E tem inclusive uma série de outras medidas que a gente quer tomar com relação ao funcionalismo.

Queria falar uma coisa pra vocês e os funcionários sabem muito bem disso. A arrecadação da Prefeitura logicamente depende de muitas questões que envolvem não só o país, o Estado e o município, porque entram nos cofres da Prefeitura recursos de todos esses setores. É importante dizer para vocês – o microfone aceita qualquer fala – que nenhum de nós pode fugir da legislação. É muito importante dizer o seguinte: vamos dar uma reposição acima da inflação? Vamos, desde que a lei permita, fazer isso, porque se não nenhum de nós pode fazer. O servidor sabe muito bem disso. Acho que a gente tem que ir ao ponto crucial da pergunta, vai ser revisto o plano? Lógico que vai ser revisto o plano. Tem distorções esse plano. Já recebi a reivindicação de enfermeiros. Recebi a reivindicação inclusive de muita gente que trabalha ali no prédio do Banco do Brasil, setor de engenharia e diversos outros setores. Tem muita gente que é engenheiro. Muitos setores da própria Prefeitura não querem assumir cargo em comissão, porque muitas vezes não interessa isso. Então, nós precisamos, sim, dar um bom andamento na administração da cidade, rever o plano para que a gente possa atender os anseios da própria categoria. Mas nada, nada será feito fora da legislação. A legislação é extremamente rígida e a gente tem que cumprir. Logico que todas as propostas são possíveis, mas vocês sabem fazer conta e sabem muito bem o que é possível ser feito.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado candidato Beto Mansur.

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CANDIDATO NELSON RODRIGUES – A resposta dessa pergunta é sim. Até pegando um gancho da minha fala anterior, queria dizer para vocês o seguinte: como sindicalista eu jamais poderia ir contra, dizer não a uma pergunta dessas. Eu sou contra gratificações de salário. Acho um plano de carreira fundamental para dar uma estabilidade para o funcionário no exercício de suas funções. Então é óbvio que, dentro do conceito da democracia participativa, que é aquele conceito que permeia a condução da minha atividade, na condição de gestor, mas também de servidor publico, compreendo a posição de vocês e a mesa de negociação tem que ser permanente, colocadas todas as condições que já foram colocadas na mesa que não preciso repetir.

Do ponto de vista conceitual eu sou contra o estado mínimo. Se você fizer uma comparação do número de funcionários públicos que existem na Europa, principalmente no norte da Europa, comparativamente à população, vocês vão ver que aqui no Brasil – se vocês fizerem essas continhas – falta funcionário público. Para um cidadão ser bem atendido neste país tem que ter mais funcionário público bem remunerado, para que a população não fique pagando a conta e não recebendo o serviço de que ela tem necessidade e direito no dia-a-dia da unidade básica de saúde, numa escola ou em qualquer outra necessidade que o cidadão tenha do serviço público. Então, essa história do estado mínimo é história para boi dormir. Sou favorável a novos concursos, aumento do número de funcionários públicos para melhor atendimento à população, observado evidentemente a legislação, o número de vagas e as condições necessárias para que isso ocorra. Deve haver reposição permanente do número de funcionários que atende a população, aliado a um plano de carreira condizente, com menos gratificação e mais salário-base digno.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado candidato Nelson Rodrigues. Candidato Aquino.

CANDIDATO AQUINO – Nenhum plano de cargos, carreira e valores de qualquer instituição é uma obra acabada e que não precise continuamente ser acompanhado e aperfeiçoado. Isso é absolutamente normal em qualquer relacionamento sério. Agora, algumas coisas a gente precisa colocar. Primeiro, o plano de cargos, carreira, valores, vencimentos é uma lei. Então, em primeiro lugar, ninguém que seja um gestor público responsável pode dizer que não vai cumprir.

A primeira pergunta que foi feita, se vai cumprir, é logico que tem que cumprir. Isto não significa que não continuaremos com a análise de aperfeiçoamento, mas também não podemos nos esquecer de que esse plano de cargos, valores e vencimento que foi aprovado, foi resultado de muito trabalho, de muito debate. Foi pedido pelo Sindicato – e o prefeito concordou –, disponibilizou oitocentos servidores, quatrocentos titulares e quatrocentos suplentes, para se reunirem nos seus horários de trabalho, dispensados do horário de trabalho, para debater e formar um plano. Esse plano não foi algo que surgiu de quatro paredes, de uma sala, de um secretário. Esse plano foi resultado de muito trabalho sério, onde os presidentes, os líderes sindicais, entendiam corresponsabilidade, onde dava para ir, onde não era possível, naquele momento. Isso não significa que em outro momento não será possível, tanto é assim que quando o prefeito, numa cerimônia, entregou o projeto de lei à Câmara dos vereadores, os líderes sindicais pediram à Câmara “votem rápido, não mexam em nada porque isso é o que foi possível neste momento”.

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Isto é compromisso de líderes e de prefeito, de governo responsável, sem demagogia.

Então, nós vamos continuar avançando. Temos, sim, problemas que surgiram e foram detectados depois. Conversamos, por exemplo, com os enfermeiros. Os enfermeiros nos procuraram e disseram: “Nós somos também culpados porque não acompanhamos e não percebemos o erro. Vamos trabalhar juntos para resolver isso no futuro”. É assim que se faz o diálogo responsável.

Então, resumindo, o plano é resultado de trabalho de milhares de mãos. Ele precisa de continuo acompanhamento e aperfeiçoamento como qualquer instituição moderna, com diálogo, olho no olho. Nós vamos recuperar e resolver as eventuais distorções com os enfermeiros e outros cargos técnicos, de maneira responsável, claramente falando.

Obrigado.

- Palmas.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Candidato Fabião.

CANDIDATO PROF. FABIÃO – A resposta está aqui. A sistematização feita pelo Sindicato – acho que todos já tomaram ciência – “Questões dos Servidores e Propostas”, a gente assinou o recebimento. É óbvio que a construção desse plano foi pilotada pela Secretaria de Gestão. A gente acompanhou bastante esse trabalho e por mais que se tenha evoluído você sempre tem algumas fragilidades que estão aqui documentadas. Tenho compromisso, sim, de cumprimento, no primeiro momento, desse plano e o aprimoramento é permanente. Os sistemas são abertos, se não, não teria sentido eleger vereadores, deputados neste país. A função do legislativo é essa fiscalização permanente do cumprimento do ordenamento das regras do município. Então, é muito tranquilo. Há uma necessidade de transformação permanente.

O que eu queria trazer para vocês – e aproveitar esse tempo – e deixar bem claro que administrar é você fazer a gestão dos recursos. O que eu tenho sentido é que muitos recursos foram desmontados e deixaram o serviço público de alguma maneira vulnerável, não pelos servidores, mas, sim, por processos de terceirização, quarteirização. O aparelhamento político da Lei 650, infelizmente, mudou. A gente tem que reconhecer, em alguns aspectos, a diminuição do número, mas ainda existe isso. Não havia critério de escolha das pessoas contratadas em caráter emergencial, um aparelhamento declarado político. Isso é triste numa cidade como a nossa.

Eu queria deixar claro o seguinte: os ambientes laborais hoje, os ambientes de trabalho são fragilizados. Alguns estão subdimensionados, ambientes onde muitos funcionários trabalham em condições péssimas, ausência de EPIs para funcionários que trabalham em áreas de risco. Já vou finalizar. Então, o compromisso é esse. Nós que somos do PSB, Partido Socialista, sabe o que a gente preza? O estado de excelência. E sabe quem constrói esse Estado de excelência? Vocês, que passaram por um processo criterioso de concurso público, vencendo uma etapa importantíssima e, para finalizar, ninguém que entrar na Prefeitura tem que ficar trinta anos fazendo a mesma coisa. A pessoa tem que se sentir

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estimulada a evoluir dentro da carreira pública. Esse é o desafio da mudança, da reforma necessária na relação. A identificação do gestor público, do prefeito com o quadro funcional. Senão a gente vai continuar chovendo no molhado, uma fala vazia. O que precisa é de portas abertas, uma comunicação plena com o funcionalismo.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado, Fabião.

Candidata Eneida Koury.

CANDIDATA ENEIDA KOURY – Quero dizer que esse Plano de Cargos e Salários foi uma vitória dos servidores, porque a mobilização e conscientização de que só a gente conversando, se unindo e discutindo é que a gente avança. E esse resultado era mais do que na hora, já tinha passado da hora, porque teve Plano de Cargos e Salários que não foi cumprido.

E agora, depois de dezesseis anos, surgiu um novo Plano de Cargos e Salários. Está para lá de atrasada essa questão. Só que isso também demanda a boa vontade do Executivo e também da pressão dos trabalhadores.

É nesse ponto que eu quero me ater, porque o Sindicato dos Servidores à frente convocou conversou e vocês aderiram à ideia de que tinham que debater exaustivamente, até surgir esse Plano de Cargos e Salários.

Então, primeiramente os servidores estão de parabéns por esse alcance, esse nível de mobilização e conscientização. Isso não é pouca coisa que vocês conquistaram.

O segundo momento, como todos que antecederam, tem avanços importantes e tem cláusulas que ficaram para trás e que precisam ser discutidas e colocadas em prática.

Agora, o que não dá para fazer é depois de todas as discussões, de todo mundo aceitar as regras, o Executivo não implementar. E isso nós nos comprometemos ao debate na revisão desse plano, no avanço desse Plano de Cargos e Salários, uma vez acertado ele vai ser cumprido. Nada do que a gente dizer: Mas tem uma vírgula e não vai poder ser colocado em prática.

Então, vários avanços ainda são precisos e temos a questão das trinta horas dos enfermeiros, a questão da referência de três para cinco, a aposentadoria especial para quem é estatutário e trabalha em área insalubre e área de risco. Também precisa avançar nisso, não só celetista.

Diversos fatores ficaram de fora, mas eu quero registrar que uma vez a gente se comprometendo, a palavra é uma só, vocês nunca mais vão passar pelo que passaram.

- Palmas.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado, Eneida.

Candidato Luiz Xavier.

CANDIDATO LUIZ XAVIER – É possível dar aumento e repor as perdas. É possível corrigir as distorções do atual Plano de Carreira. A Lei de Responsabilidade Fiscal não é empecilho algum. Não vejo motivo algum

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para distorcer, para sair pela tangente querendo usar a Lei de Responsabilidade Fiscal para impedir que os servidores tenham suas perdas repostas e corrigir as distorções do atual Plano de Carreira.

A atual administração gasta muito menos do que o limite previsto pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que é 51% e nada impede que chegue ao limite prudencial de 54%. A única coisa que impede é a falta de compromisso com os servidores e com o serviço público.

A respeito do Plano de Carreira, ele acabou não atendendo certas reivindicações dos servidores porque o plano inicial, e é bom que se diga, a atual administração pagou à Fundação Getúlio Vargas a bagatela de trezentos mil reais por um plano que é o mesmo em todo o país, que é o mesmo para todas as administrações, que só retirava os direitos dos servidores.

Através da mobilização dos servidores, que acabou pressionando a atual administração, acabou chegando um Plano de Carreira que não atende às necessidades dos servidores públicos.

Numa eventual administração do PSTU, nós vamos discutir e chegar ao limite da Lei de Responsabilidade Fiscal. Isso é possível. Rever contratos, terceirização, Lei 650, abrindo concursos até para dar dignidade às pessoas que, para trabalhar, precisam de favor. São verdadeiras moedas de troca, nessa relação promíscua entre o Legislativo e o Executivo.

É possível repor as perdas e é possível corrigir as distorções no atual Plano de Carreira.

Para isso precisa de uma coisa: Compromisso com o servidor e compromisso com o serviço público desta cidade.

O resto é só desculpas.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado, Luiz Xavier.

Nós vamos à terceira pergunta.

Está em andamento no Brasil, em especial no Estado de São Paulo e também em Santos, o aprofundamento das privatizações e terceirizações no serviço público. Na Saúde, e aqui em nossa região temos várias, são as tais das organizações sociais. Organizações privatizantes com disfarce de social. Na educação nós temos empresas terceirizando a merenda, terceirizando todo tipo de serviço. Não vai demorar muito e vai chegar aos professores. E na Assistência Social, só pra gente citar essas três áreas, temos as tais das ONGs. Está se passando o serviço que é para ser feito pelo servidor público para organizações não governamentais. Entendam sobre ONGs tudo que se possa imaginar de tranqueira, de trambique.

A nossa pergunta aos candidatos é a seguinte: O candidato é favorável ou contrário à privatização e terceirização do serviço público?

Se for contrário, objetivamente que medidas tomará se chegar à cadeira de gestor da Prefeitura de Santos?

Está clara a pergunta? O candidato é a favor ou contra privatizações ou terceirizações no serviço público?

Se for contrário, que medidas tomará contra as privatizações e terceirizações?

Começando pelo Luiz Xavier na nossa regra de retornar.

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CANDIDATO LUIZ XAVIER – Claro que nós somos contra a privatização. Lutamos contra isso. Saúde, educação, não são mercadorias; nós temos sim propostas e precisamos valorizar o servidor público. Na questão da saúde, nós defendemos a questão do investimento de 6% do PIB e 25% da receita do município. Acabar com as terceirizações.

Agora mesmo foi comprado o antigo Hospital dos Estivadores e existe um plano de entregar as OSs. Somos conta e lutaremos contra a terceirização do serviço não só da saúde como de outras áreas. Concurso não temos há anos. A questão da Terracon, das obras, do lixo. A maior fatia do orçamento. Precisamos rever a questão do lixo, a questão da limpeza da cidade. Temos que rever todos os contratos que é por aí que vai o dinheiro do município e onde nasce a corrupção. Temos que acabar com as terceirizações não só na saúde. A gente tem visto na educação, a tentativa de terceirizar a merenda; a questão da Guarda Municipal que em alguns lugares há guardas privados.

Somos, sim, contra a política neoliberal que quer instituir a questão do Estado mínimo. Precisamos do Estado eficiente e que responda, que devolva para o cidadão, para o trabalhador, aquilo que ele paga em imposto. Não é favor nenhum prestar um bom serviço de saúde, de educação e todos os serviços que principalmente, a população mais pobre e os trabalhadores precisam. É uma obrigação do Estado. E nós estaremos à frente de defender e acabar com as terceirizações e contratos que financiam as campanhas. É por isso que acabam e desmoralizam com o serviço público.

- Palmas.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado candidato Luiz. Eneida Koury.

CANDIDATA ENEIDA KOURY - A terceirização é uma maneira de precarizar o trabalho, pagar menos, flexibilizar direitos e é uma maneira de jogar dinheiro público fora. Foi citada a Terracon e nos dados de 2010 o contrato aditado com a Terracon dá 180 mil reais por dia, sendo que a Prodesan fazia isso. É pegar o nosso dinheiro e jogar para a iniciativa privada, e não necessariamente o serviço é melhor do que o executado pelo servidor público.

Então a gente tem que valorizar o servidor público e o serviço público. Na saúde, as OSs são um perigo. O governo do Estado de São Paulo, praticamente deu todos os hospitais públicos para as OSs. E elas, praticamente todas, estão sofrendo um processo por fraude por desvio de dinheiro. O presidente do Tribunal de Contas do Estado já disse que é uma caixa preta. O dinheiro que é pago, dinheiro público, entra, mas você não tem como rastrear esse dinheiro. Praticamente todas estão sofrendo processo.

Aqui, no Hospital dos Estivadores, a gente não pode permitir que seja entregue a OS. Tem que ser serviço público de qualidade. E mais. A entrega não é só a terceirização. É, por exemplo, dos leitos. Tínhamos há 17 anos atrás, 1.400 leitos/SUS. Hoje, temos praticamente 700. Aí, de repente, querem entregar 25% ou mais dos leitos do ex-Estivadores, para planos de saúde privados.

Isso também é desvio e precarização. Desvio de dinheiro público. Claro que somos contra e vamos acabar, na medida do possível, com

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a Lei 650, abrir contrato com a frente de trabalho, com o chequinho, com tudo que signifique terceirização ao longo dos quatro anos. E abrir concurso publico e valorizar o servidor.

- Palmas.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigada candidata Eneida. Candidato Fábio.

CANDIDATO PROF. FABIÃO – Flavio, seguramente eu posso falar que estamos aqui conversando sobre soberania municipal. O que é isso? Quando você tem na mão do gestor a questão da tomada de decisão, a tentação do administrador público é oferecer, através dessas empresas terceirizadas, quarteirizadas, OSs, a velocidade de resposta, às vezes pela dificuldade de gestão do dinheiro em função do controle do Tribunal de Contas do Estado.

Então, essa tentação é grande para o gestor. Ele precisa criar respostas para a sociedade. O trâmite, a legalidade de uma tomada de decisão, para que ela aconteça baseada na lei, precisa de muita articulação.

Gosto quando falo e o Edgar balança a cabeça. Tivemos em dois anos, um bate-bola muito eficiente, com questões mais especificas do meio ambiente: a equiparação do biólogo com engenheiro; questões pontuais. Antes de vir para cá ainda falei para a Lúcia, que está comigo há 12 anos – uma das servidoras da educação que está comigo. Várias dessas propostas das questões dos servidores já estão sendo articuladas pelos setores junto à Câmara e junto aos vereadores.

O momento é juntar esse pessoal. Da mesma maneira que ficou fragmentado. Quantas votações setoriais vocês assistiram, que eu vi nesses 10 anos de parlamento? E nós, vereadores, fazendo a votação, de repente levantavam uma faixa de um grupo da Prefeitura apoiando aquele vereador. Eu pensava: isso é usar o parlamento de uma maneira equivocada. Então a terceirização de fato não é um compromisso socialista. Nós, do Partido Socialista Brasileiro, queremos um Estado garantidor de direitos constitucionais. Qual é a questão? Cada funcionário público tem que acordar de manhã e saber, exatamente, qual é a sua função. Porque há uma desconstrução do modelo clássico de trabalho. Quantos colegas de trabalho cumprem 1 hora e meia, 2, e no tempo restante ficam ociosos. Essa talvez seja reengenharia, a palavra que o Jama usou, gestão, esse envolvimento do time é simples. É um conceito de time. Foi isso que eu consegui colocar à frente da Secretaria de Meio Ambiente: esse grupo unido. Na primeira semana como secretario de Meio ambiente, juntamos todos os colegas de secretaria para discutirmos o que estamos fazendo. O que você, funcionário da Secretaria de Meio Ambiente faz. (Soa a campainha) Essa coisa pavloviana.

Esse conceito de time é totalmente possível e necessário na Prefeitura de Santos.

- Palmas.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado. Candidato Aquino.

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CANDIDATO AQUINO – Parece o telefone do nosso tempo.

Eu queria primeiro começar a dizer porque disse que ficamos aqui em respeito a vocês funcionários públicos. Eu sempre gostei de falar as coisas na frente das pessoas. Mas às vezes, quando elas não cumprem o que prometeram ou não estão, a gente não pode ficar impedido de falar.

Queria dizer o seguinte: se tem alguém, Xavier, com plano de entregar Estivadores para OS, eu posso garantir que não é o partido que não é o governo de que eu participo. Quem faz isso é o PSDB que entregou parte das muitas unidades de saúde em São Paulo, o AME aqui, que está leiloando serviços públicos para OSs, para essas entidades. Nós, não. O governo de que eu participo impediu que a iniciativa privada comprasse o Hospital dos Estivadores e será um hospital 100% SUS. Já está no nosso orçamento acertado com o governo federal. Não tem nenhuma outra participação.

O nosso governo, ao invés de privatizar, estatizou escolas. Escolas que seriam vendidas para a iniciativa privada, inclusive para virar prédio, como o Colégio Santista, como a Escola Americana. O nosso governo valoriza a atuação pública. É um governo que não tem medo de desapropriar um terreno como desapropriou na Prainha, para construir conjunto habitacional de um terminal retroportuário. Este é um governo que pensa na questão pública.

Nos acreditamos que um funcionário público capacitado, motivado, bem remunerado, respeitado, é o que este governo tem feito. Claro que não dá para atingir tudo de uma hora para a outra. O funcionário público responde com o serviço que a população quer, que a população precisa. Nós vamos continuar trabalhando e acreditando nisso. Isto é que faz parte do governo de que eu participo desde o primeiro ano e é isso que faz parte da minha natureza de ser.

Se alguém está imaginando que o Hospital Estivadores será entregue à iniciativa privada é porque acha que o PSDB vai ganhar o governo desta cidade e não vai. porque quem vai ganhar o governo desta cidade é um governo que pensa no bem público e não no interesse privado. Obrigado.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado Candidato Aquino. Nelson Rodrigues.

CANDIDATO NELSON RODRIGUES – Bom pessoal, como eu gosto um pouco de economia, o Joelmir Beting escreveu um livro muito interessante: Na Prática, a Teoria é Outra. Recomendo que vocês deem uma olhadinha nesse livro. Como eu conheço o Flávio há algum tempo e sei da seriedade da pessoa dele, da mesma forma como responsável à frente do Sindicato, quando me lembro da primeira pergunta que foi feita, sobre o índice de quarenta e sete por cento, acredito que em função disso que todo mundo está aqui e vai ficar aqui até o último minuto, para saber que não houve uma responsabilidade com o funcionário público ao chegar aos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal para dar ao funcionário público aquilo que ele merece e que não teve durante esses últimos anos. Essa primeira pergunta, que eu não esqueci, deixou isso bem claro para mim. No dia sete de outubro, eu espero que vocês não se esqueçam disso.

Quanto à questão que você levantou, sem dúvida terceirizar é corroer a máquina pública. Na medida em que você coloca funcionários

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terceirizados, o confronto no dia-a-dia, e eu já vivi isso, é constante. É o funcionário desprestigiado. É o funcionário que não consegue desenvolver o seu trabalho, porque o colega não tem a mesma responsabilidade que ele teve. É um contrato. A qualquer momento, e por muitas vezes a gente viu isso, aquela pessoa sob contrato não tem a mesma qualidade de serviço e não tem a mesma responsabilidade, porque ele sabe que quando acabar o contrato ele vai embora e deixa a bucha para o funcionário.

Pessoalmente, como sindicalista, não posso admitir a terceirização do serviço público. Sou radicalmente contrário. No governo do PSL isso não vai ter. Nós vamos dar qualificação ao funcionário, para que ele tenha condições de poder servir melhor. Funcionário qualificado e bem remunerado, como eu falei anteriormente, não há necessidade de terceirização. Terceirização é para quem quer ganhar dinheiro por fora e vocês sabem disso. Obrigado.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado, candidato Nelson Rodrigues.

Candidato Beto Mansur.

CANDIDATO BETO MANSUR – Eu tenho posições políticas antigas e sempre fui uma pessoa que defendi determinados setores de atividades que devem ser do Estado e outros setores, que não são função do Estado e deve ser privatizado. Inclusive durante a minha vida pública, vinte e poucos anos, fui execrado em praça pública como vendilhão da pátria, porque lutei muito pela privatização dos sistemas de telecomunicações. Hoje, todos nós temos dois, três celulares para usar para o trabalho etc. Imaginem vocês se não tivéssemos privatizado o sistema. Hoje, as companhias fazem o que querem, porque tem as agências que operam mal. Ágora, não vamos culpar a privatização do setor.

A mesma coisa em relação à Cosipa. Eu tive uma satisfação muito grande em ser o único politico que fui lá e bati o martelo pela privatização da Cosipa, porque ela não pagava um tostão de imposto. Defendi a privatização de siderurgia e graças a Deus acertei. Eu acho o seguinte, determinados setores de atividade dentro da Prefeitura, devem pertencer à Prefeitura. Quando eu terceirizei o sistema de lixo, nenhum funcionário ficou desempregado, nós tínhamos por volta...

- Verificam-se apartes fora do microfone.

CANDIDATO BETO MANSUR- Ficou porque quis. Nós tínhamos por volta de novecentos funcionários na Prodesan. A Prodesan estava com um sistema de lixo caótico, equipamento muito ruim, as pessoas sabem disso e eu procurei terceirizar. Todos aqueles funcionários que quiseram se transferir para a Terracom, que ganhou a licitação, foram transferidos e aqueles que não quiseram ficaram na Prodesan ou tiveram outro tipo de atividade.

O que eu acho importante? É importante ter um gestor público, um prefeito que acompanhe os custos de quem quer que seja que está operando no serviço terceirizado. Eu acompanhava com muita atenção o que era cobrado pela Terracom e companhia limitada. Não deixava ter preços abusivos.

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O que eu acho importante? Determinados setores, por exemplo eu terceirizei um setor de atendimento clinico e de exames feitos juntos com a própria Prefeitura. Fiz comparação de preços. Quem está terceirizado tem muito mais agilidade do que o nosso próprio laboratório. Então, tem coisas que são importantes a gente terceirizar, no interesse da sociedade santista. Tem outras coisas que eu sinto que são de responsabilidade do próprio poder público, como a questão que envolve a educação, merenda e gerenciamento dos nossos hospitais.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Muito Obrigado candidato Beto Mansur.

Candidata Telma de Souza.

CANDIDATA TELMA DE SOUZA– Essa é uma pergunta de fundo que divide a discussão política no mundo. De um lado estão os neoliberais, que na verdade são liberais, no sentido de passar para a iniciativa privada tudo aquilo que diminui o poder do Estado e aqueles que, como eu, entendem que o poder do Estado tem que ser forte e garantir as respostas, as demandas politicas, especialmente aquilo que for essencial para a população. E lógico que para isso eu destacaria a saúde e a educação. Eu vou dar alguns exemplos pra vocês.

Os Estados Unidos é considerado um país liberal. No entanto, Obama teve que fazer um plano nacional de seguridade para imigrantes e negros, que eram os grandes despossuídos desse país, para que eles pudessem ter o mínimo de atenção do Estado no setor da saúde. Vou trazer para nós. Vocês sabem que eu sou deputada estadual, eu não me desvencilhei do meu cargo. Eu vou lá todo dia e vocês sabem que no ano passado nós fomos batidos nos votos pelo PSDB e por partidos aliados, quando privatizaram o setor do Hospital das Clínicas que não atende mais o SUS como deveriam e priorizam os planos privados. Pouca gente sabe disso. Com o pomposo nome de que agora se tornou o centro de qualidade de excelência. Não é verdade.

Vou dar outro exemplo. O Hospital Guilherme Álvaro é um hospital estadual. Duas crianças morreram, no final do ano passado e em abril deste ano, porque a UTI foi fechada durante um ano, quando havia um compromisso de apenas dois meses de fechamento. Essas duas mortes - de acordo com os técnicos e profissionais da área, essas duas mortes e a questão do fechamento de UTIs neonatais e pediátricas, o aumento considerável da Baixada Santista, o espaço geográfico onde o maior número de mortes por mortalidade infantil consegue existir hoje.

Por que eu falo disso? Nós chamamos o presidente, o coordenador e o diretor do hospital para o conselho, para a Comissão de Saúde e ele não foi. Essa não foi a primeira vez, não foi a segunda e vai ter que ir a terceira. Vocês já imaginaram se o hospital fosse privatizado, qual era o poder de força que as estruturas de governo teriam que ter para algo tão importante como a saúde? Por isso eu sou contra as privatizações. Acho que a essência do poder público significa o tamanho do Estado, a força do Estado e com certeza alguns já falaram, as privatizações acabam dando margem à falta de exercício, na sua maioria, do bom trabalho e o pior, em muitos casos de corrupção.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigada candidata Telma.

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Candidato Jama.

CANDIDATO JAMA – A minha visão sobre essa questão de privatizar ou não é que não há o estado máximo ou o Estado mínimo. É o Estado necessário. Hoje a discussão no mundo pontua a questão da competitividade e produtividade. A administração de uma cidade tem que ter alma. Tem que ser gerida como uma empresa. Nós não podemos, por exemplo, com recursos que nós temos, ter a carência e a qualidade de emprego que tem a cidade. Que eu digo, tem a meia verdade, que a cidade diz que vai bem, mas vai bem ao modelo feudal e no modelo produtivo que gera emprego de qualidade, conhecimento, bons salários que é esse pessoal que sobe a serra para arrumá-los de madrugada em São Paulo.

A cidade não consegue competir com Jundiaí, pasmem vocês, Campinas, Sorocaba e de uma maneira esdrúxula. A gente vê produtos que saem daqui, o insumo, sobem, vão pra Sorocaba , voltam e chegam na prateleira do consumo com preços mais competitivos, porque nossa cidade não tem competência para participar desse mercado.

É aí que temos que pensar em Santos com o uma empresa com alvo, uma empresa com gestão, modelo de gestão e modelo de funcionário publico. Não há separação nessas coisas. Aí, metaforizando, pegar o elefante, defini-lo pela pata, pela orelha ou pelo rabo, temos que o descrever na sua totalidade e achar a solução adequada, porque com isso o funcionário vai ser valorizado.

O funcionário vai ser competitivo e não vai abrir espaço para aquilo que não for necessário. Nem para ONG e nem para privatização corrupta, porque o sistema bem montado não permite corrupção. A corrupção não se dá apenas na terceirizada, há corrupção sim do funcionário publico e todo mundo aqui sabe disso.

Nós precisamos do modelo que eu falo, uma gestão competitiva e produtiva, aí sim vamos fazer uma Santos melhor para todos e não uma Santos oligárquica que hoje nós temos aí, uma Santos para poucos, onde poucos estão ganhando muito, mas muitos estão ganhando pouco ou quase nada e nada.

Obrigado.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado, candidato Jama. Nós vamos à penúltima pergunta que é baseada na seguinte consideração: As condições de trabalho na Prefeitura Municipal de Santos estão ruins. Além da falta de infraestrutura em várias áreas, faltam servidores também em diversos setores da Prefeitura em especial na educação. Podemos citar a falta enorme de professores que nós temos. Na saúde, na assistência social, é por isso que tem ONGs na assistência social, porque falta funcionário público e em vários setores da administração.

Vale ressaltar que os trabalhadores da saúde lutam hoje pela implementação das seis horas. Por outro lado, os contratos temporários para atender pedidos políticos prosseguem a todo vapor. Estamos falando da Lei 650. Certo?

A pergunta então aos senhores candidatos e às senhoras candidatas é a seguinte: O candidato (a) fará concursos para repor a falta de pessoal? Especialmente na educação, na saúde, na assistência, nas obras? Se fará concurso, revogará também a Lei 650, já que ela tem servido apenas para ser uma moeda de troca entre o Executivo e o Legislativo?

Essa é a pergunta. Vamos começar pelo candidato Jama que já tem o microfone ali.

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CANDIDATO JAMA – Eu vivi um momento recente lá na Codesp, vamos fazer uma comparação. Fizeram um concurso lá sem saber para que estava sendo feito aquele concurso. Os concursados estão empilhados de uma maneira indigna pela capacidade das pessoas que passaram no exame.

É a questão do alvo. Dizer que vai acabar com a Lei 650, poderia ser muito atrativo aqui para dar uma mensagem para vocês. Puxa, esse sujeito tem uma neurolinguística alinhada com nosso pensamento.

Eu pergunto, a Lei 650 não pode ser útil como foi e sustentou a sua criação? Essa é a questão a ser respondida. Ela não pode acontecer como tem sido colocada e todos sabem que é verdade, para fazer jogada com o Legislativo e o Executivo. Isso realmente é lamentável, até porque chega numa crise como acontece com a dengue, que é uma questão seríssima, e aparece um sujeito sem qualquer treinamento, sem qualquer perspicácia para tratar do problema. Está lá empregado e até com autoridade de ser intocável porque foi indicado por algum vereador.

Isso é inadmissível e nós não vamos sustentar isso como se fosse, ah! o cara está com dor de cabeça, vamos então cortar a cabeça dele para resolver o problema. A 650 foi criada com sustentabilidade, ela tinha um propósito e tem até hoje. Ela é muito útil sem dúvida nenhuma. Não adiantar nós querermos e não vou me propor a fazer qualquer posicionamento aqui para resolver colocando um remendo novo em cima do tecido velho.

Acho que a gestão de Santos na minha ótica não serve. Vamos ter que remodelar tudo isso e mais, em noventa dias, começar a dar resultado, em noventa dias. Tem que ser assim. As coisas têm que ser com metas, tempos e competência para executá-las.

Hoje em dia é claro que não se pode mais ter uma cidade como Santos, que tem uma relação com o mundo por causa do seu porto com o modelo que não tem competitividade e nem produtividade. Nós estamos perdendo oportunidade. Até rimou, ficou poético. Nós estamos perdendo oportunidades. Nós temos um diamante, sempre cito esse exemplo de Serra Leoa que é a maior reserva de diamantes do mundo e é o pior DHS do mundo, porque quem goza da mais-valia é o holandês, o inglês que ficam comendo caviar enquanto aqueles africanos ficam sendo triturados que nem carne moída.

Nossa cidade está, permita essa comparação, assim: Nossos jovens não têm emprego e nós temos uma fulgência como a do porto de Santos e isso passa pela administração municipal, sim.

O SR.FLÁVIO SARAIVA – Obrigado candidato Jama. Candidata Telma de Souza.

CANDIDATA TELMA DE SOUZA– O primeiro prefeito depois do Paulo Barbosa, que foi prefeito nomeado, pai do Paulo Alexandre nós tivemos o primeiro prefeito eleito que foi o Oswaldo Justo. Naquela época não havia reeleição, depois dele eu cheguei e o que nós tínhamos era o seguinte: nós tínhamos uma lei chamada Lei 500 que era a lei que abria a possibilidade de contratação dos funcionários. Muitos, já faz algum tempo, não sabem disso.

Quando nós chegamos o judiciário disse que essa lei não poderia mais fazer contratações e nesse sentido – você sabe disso Flávio – nós começamos a fazer antes de mais nada um levantamento geral para saber quais funcionários estavam corretamente no seu posto e quais aqueles que por

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algum motivo estavam em desvio de função. Como nós começamos a construir policlínicas, foram vinte e três ao todo, várias escolas mais de dez, centro de convivência para a terceira idade, nós precisamos trazer para a Prefeitura funcionários com muita agilidade.

Antes disso, nós trouxemos como já falei do Demoi da Prodesan, os funcionários celetistas que se tornaram estatutários. Depois disso para dar uma rapidez para as contratações criamos a Lei 650, mas não é a que está aí. A Lei 650 era a seguinte de minha autoria: todos os funcionários contratados em emergência para a saúde e educação que comprovassem sua necessidade depois de dois anos seriam objeto de concurso público e seriam efetivados dentro da nossa administração.

Quando chegou o Beto ele modificou, ele achou que tinha que ser de outro jeito, ele teria as razões dele, mas entendo que nós temos que fazer uma reforma administrativa, sabendo que as contratações têm que ser feitas, antes de mais nada com concurso público. Como eles são mais lentos para se colocar, temos que trazer a possibilidade de emergências e aqueles que já estão na 650, são muitos que estão aqui pelo que pude perceber, têm que estar nos concursos com bônus a mais para ter uma classificação mais facilitada.

É assim que nós vamos tratar a 650 retratando-a na origem e não naquilo que ela se tornou, porque ela acabou sendo como falou o perguntador uma moeda de troca com o Legislativo e outros setores da cidade e um poder público não pode, uma gestora, uma prefeita não podem agir assim.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado candidata Telma de Souza. Candidato Beto Mansur.

CANDIDATO BETO MANSUR – Acho que é interessante aqui passar algumas informações para vocês. Quando assumi a Prefeitura em dezembro de 97, até o final de 2004, eu tive uma média de contratação de mil, duzentos e noventa e dois funcionários na Lei 650. O Papa está com uma média hoje de dois mil e sessenta e cinco funcionários na Lei 650. Eu comecei, no total de funcionários, entre 650, total de inativos e etc., onze mil, oitocentos e sessenta e sete funcionários. Entreguei, no final do meu mandato, depois de oito anos, onze mil, setecentos e setenta e nove. Diminuiu o número de funcionários. O Papa hoje está em torno de quinze mil e duzentos funcionários. A gente não sabe bem quanto é, porque todo dia está entrando uma média de trinta, quarenta, cinquenta funcionários. Acho que estão entrando uns quarenta funcionários por dia. É o que está publicando o Diário Oficial, entre pessoas que fizeram concurso e também Lei 650.

Acho o seguinte: depende do prefeito. Eu procurei trabalhar com funcionário da melhor maneira possível. Eu diminui os cargos em comissão. Ainda lembro que eu fiz uma reforma administrativa. Tirei cinquenta cargos em comissão, prefeito, vice-prefeito, secretários e quem estava em cargo em comissão não recebeu nenhum tipo de aumento durante o meu período, nem abono e nem nada. Eu mantive o mesmo valor e eu procurei trabalhar da melhor maneira possível com o servidor público. Tinha muitos funcionários de carreira que exerciam cargos em comissão na minha época de prefeito. Eu privilegiei o servidor, porque ele tem muito conhecimento. Depende do prefeito. Eu acho que a Lei 650 é necessária. Eu não vou acabar com ela, eleito prefeito.

Eu vou logicamente procurar, dentro de um padrão, diante de um respeito à legislação, contratar, porque é necessário numa cidade do tamanho de de Santos. E, lógico, vou trabalhar para que a gente possa fazer

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concurso naquelas profissões-fim dentro da cidade, como saúde, educação, investir no servidor, melhorar o seu ambiente de trabalho. Procurar ter um processo de meritocracia para que o servidor possa ganhar mais, desde que ele dê um atendimento, dê uma resposta para a sociedade.

Então, eu acho que esse trabalho vai ser um trabalho importante para que a gente possa atender os servidores públicos. Agora, terminar com a Lei 650, na minha opinião, é muito, muito difícil, porque você tem determinadas funções que são necessárias em função dessa própria legislação.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado candidato Beto Mansur. Nelson Rodrigues.

CANDIDATO NELSON RODRIGUES – Bom, pessoal, eu acho que a coisa mais adequada a fazer, tecnicamente, ao assumir o governo é uma auditoria para a gente ter um retrato fiel da situação de cada secretaria. Acho que pela Lei 650, pelo que já foi falado, houve distorções e continuam essas distorções ocorrendo. Isso não acontece só na Prefeitura de Santos. Em outros governos também tem legislação congênere que é específica para atender determinadas necessidades de momento, que um concurso público não cobriu num espaço de tempo. Então, se usar corretamente, sem distorções, sem apadrinhamento político, é possível usar para cobrir lacunas emergenciais por um breve período de tempo, para que a gente não tenha aí dificuldade de gerenciamento da máquina pública.

Agora, a minha experiência particular nesses últimos vinte e sete anos - queria dizer para vocês - é de um governo eletrônico. Ao assumir a Prefeitura de Santos eu vou implantar uma escola. Nós temos uma escola na minha secretaria que é a Escola Fazendária. Nessa escola, a cada dois, três meses, nós fazemos um curso on line, presencial ou semipresencial, mas, enfim, o funcionário está sendo qualificado durante o ano várias vezes. Existe uma tabela de cursos em que o funcionário se inscreve e faz constantemente no seu aperfeiçoamento profissional, porque ele tem que ter valor dentro do Estado para poder o gestor público saber que, se ele está pedindo aumento, ele está pedindo porque tem qualificação. Então, o funcionário tem que correr atrás da sua qualificação. Uma escola dentro do serviço público municipal é necessária, porque eu tenho reparado agora muitos tipos de procedimentos na máquina pública municipal, não que não tenha em outras. Não existe máquina perfeita, mas tem procedimentos errôneos, repetitivos, improdutivos que nós precisamos mexer nesses procedimentos para melhorar a vida funcional do servidor e a prestação de serviços à sociedade.

Então, é fundamental a minha mensagem de um governo eletrônico. Nós vamos trabalhar com o maior nível de informatização da Prefeitura Municipal de Santos. Afinal de contas, nós precisamos de um TI, um departamento de tecnologia na Prefeitura Municipal de Santos para dar essa resposta para a sociedade e para cada servidor na sua localidade de trabalho, na sua mesa. É necessário ceder uma equipe de técnicos especializados para estar dando essa condição do funcionário poder dar essa resposta de trabalho. Aí, sim, qualificado constantemente, com suporte tecnológico, nós vamos poder dizer, sim, para o gestor de plantão: “Queremos salário digno”.

Obrigado.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado Nelson Rodrigues. Candidato Aquino.

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CANDIDATO AQUINO – Bem, toda gestão madura, profissional, tem que ter instrumentos de atuação emergencial. A Lei 650 deve ser um instrumento de atuação emergencial. Ela não pode ser trabalhada como mais uma forma simples de contratar. Ela tem que estar à disposição para agilidade. Se o governo precisa, num determinado momento, suporte de algum serviço, alguma coisa e nas flutuações da sazonalidade, temos, cada vez mais, de acelerar concursos públicos. Cada vez mais valorizar a contratação que hoje a Constituição exige. Esse governo está fazendo a lição de casa. Desde que a Lei 650 foi criada, o governo Papa vai ser o governo que vai terminar o seu mandato com menor percentual de paridade entre 650 e quadro. Nós temos os números e depois eu posso mostrar. Nós vamos terminar com essa menor paridade.

O número, Beto, que você colocou de quinze mil, não é. O quadro de quase quinze mil hoje é considerando os inativos. Hoje estamos com cerca de onze mil e setecentos estatutários e vamos chegar a dezembro com aproximadamente doze mil e cem, com mais quinhentos professores que estarão sendo nomeados para substituir professores que tiveram o seu prazo estendido até dezembro pela Lei 650, para poder garantir atendimento nas aulas.

O governo Papa, o governo de que eu participo, é o governo que fez muitos concursos. Nós fizemos onze concursos para a admissão de funcionários públicos, cento e setenta e cinco cargos. Abrimos esses concursos para quatro mil, quatrocentos e trinta e quatro vagas e foram nomeados, até agora, cinco mil, quatrocentos e noventa e cinco funcionários públicos estatutários.

Então, esse é um governo que usa e está caminhando para usar a 650 só quando for necessário. Havia necessidade de uma transição. Então, é assim que se faz gestão com responsabilidade. A Lei 650 não pode ser revogada. Ela precisa ser um instrumento acessório na gestão em situações emergenciais. Nós vamos continuar com concursos e, com relação a ambiente de trabalho, nós vamos avançar muito na melhoria. As novas escolas já estão sendo feitas com trabalhos de proteção acústica e nós vamos - o nosso governo - fazer o trabalho de implantação de uma central única administrativa da Prefeitura. Muitos governos já fizeram isso, é coisa facílima. Você abre uma licitação, alguém constrói o prédio, você paga aluguel, vamos pagar menos do que pagamos hoje e depois de vinte e cinco anos o prédio é do poder público.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado, candidato Aquino.

Candidato Fabião.

CANDIDATO PROF. FABIÃO – A resposta é sim e sim. Ou seja, é sim pelos concursos, é claro. As nomeações eu tive a felicidade de fazer algumas, mas eu queria falar sobre essa minha experiência de dois anos à frente da Secretaria de Meio Ambiente, de vários espaços da Ouvidoria elogiando os serviços públicos.

A gente tem uma tendência de enxergar problemas. Eu estava tendo uma conversa, hoje, com a imprensa, e estou falando isso pelo seguinte: A cidade de Santos tem mais calçadas em ordem ou em desordem? O que vocês acham? Digo isso na cidade inteira, não só nos corredores comerciais. As pessoas têm tendência a enxergar mais os problemas.

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Eu tenho uma tia que era da Seicho-no-Ie que me ensinou isso, a valorizar essa questão positiva. Eu sou um cara absolutamente otimista, por isso que estou aqui. Eu sou absolutamente humorado, eu acredito nessa possibilidade da cidade de Santos, que é uma cidade polo, que é uma cidade de responsabilidade regional, que tem um papel importantíssimo no cenário nacional de construção de exemplos de gestão.

É isso o que eu enxergo. Vou citar duas cidades que o PSB governa, duas capitais, uma delas Curitiba e a outra Belo Horizonte. As duas Prefeituras foram avaliadas pelo sistema de avaliação pelo Ministério das Cidades, como gestões de excelência envolvendo a questão do funcionalismo público.

Isso a gente vai analisar com a reeleição do Luciano Ducci e do Márcio Lacerda. É esse o diferencial, o estilo de governo diferenciado. A gente tem o PSB, na região, tem o governo de São Vicente, que está sendo questionado pela oposição, sendo chamado de monarquia, em função do tempo de permanência à frente.

De duas uma, ou você tem uma visão negativa, achando de verdade que é uma manutenção a todo custo e a qualquer preço, ou é um reconhecimento público. E a cada eleição isso é feito.

Por que existe o reconhecimento do governo do PSB em São Vicente? É um debate recorrente, nosso, da função de governo.

Eu digo isso porque como o PSB, que nunca governou Santos, o PSB tem a vocação e a vontade de governar a cidade com esse estilo diferenciado, de envolvimento, de vencer pelo cansaço na questão do diálogo e do consenso.

Essa é uma marca nossa.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado, candidato Fabião.

Candidata Eneida Koury.

CANDIDATA ENEIDA KOURY – Ficar com uma lei que vai depender da utilização do prefeito, se ele é honesto ou não é honesto, se a Câmara é honesta ou não, é demais.

Então, gradativamente, a gente tem que terminar e abrir concurso público, para evitar a má utilização dos cargos na Prefeitura, com salário digno, é lógico. E isso que agente vai começar.

Por exemplo, o pessoal que trabalha na dengue. Tem que criar os cargos certos para a função da dengue e tem que abrir concurso. Não dá mais pra gente ficar com chequinho, com Lei 650, com frente de trabalho.

Os professores. Teve uma pergunta na Unisantos, não sei se vocês lembram, projeto de educação da Prefeitura cujos professores não têm carteira assinada. Como que é essa utilização? Não é só nomear professor, nós temos que equalizar o problema da carga horária dos professores.

Porque o professor quando entra na rede municipal ele não se fixa na rede e procura outras cidades? Porque a carga horária é metade das outras cidades. Então ele acaba recebendo mil e poucos reais enquanto em outras cidades vai receber dois mil e duzentos.

Não adianta só nomear, tem que acabar com o problema, porque aquele professor vai buscar outro emprego, vai buscar outra cidade.

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Para resolver o problema nós temos que abrir concurso e fazer aquilo que foi feito na primeira pergunta, que é um Plano de Cargos e Salários. Assim a gente vai ter um Estado forte, com os servidores valorizados, prestando um bom atendimento à população e a população ao lado do servidor. Vai ser por concurso público e equalizando todos esses problemas.

A questão da transparência é fundamental, então divulgar os nomes dos cargos em livre provimento, a função que exerce para todo mundo saber porque aquela pessoa está ali, o que ela faz, que a gente não sabe quem é quem, não sabe dos cargos de livre provimento.

Então, quanto mais transparência o governo tiver, quanto mais publicização ele der aos seus atos e aos funcionários que compõe o seu corpo, mais a sociedade vai acreditar nesse governo.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado, candidata Eneida.

Candidato Luiz Xavier.

CANDIDATO LUIZ XAVIER – Flávio, a sua pergunta é direta, se fará concursos e se revogará a Lei 650.

Os servidores públicos têm consciência - é bom que a gente coloque aqui e para a cidade de Santos, hoje estamos falando em dois mil, mas entre chequinho e frente de trabalho, são mais de três mil pessoas que não fizeram concurso e trabalham na Prefeitura.

Como é que nós vamos inverter essa relação que existe hoje? Todos sabem que a Lei 650 virou um balcão de negócios. A pessoa para conseguir trabalhar, e é um direito, a gente não recrimina as pessoas que são obrigadas a recorrer à Lei 650, como uma maneira de manter o seu sustento, a sua família. O que nós queremos é moralizar o serviço público.

Qualquer governo que prometa fazer isso sem inverter a lógica, como é administrada a cidade, estará jogando com a plateia.

Somente um governo não apoiado na relação com a Câmara Municipal, de onde provêm essa relação promíscua, essa troca de favores em troca de aprovação de leis. Somente um governo apoiado nos servidores, tirando dos seus quadros os secretários, apoiado não na Câmara Municipal, mas em conselhos municipais eleitos, poderá reverter a situação nesta cidade.

Chegamos a um nível de promiscuidade tal, e todo servidor sabe do que estou falando, que infelizmente determinada secretaria, para cada um concursado nós temos dois contratados pela Lei 650. E para quebrar essa lógica, não vai ser a Câmara Municipal que vai abrir mão dos seus feudos, dos seus currais eleitorais que mantém sempre.

A gente tem pouca renovação e isso se dá pela troca de favores. É bom que se diga. As pessoas devem favor, são obrigadas a recorrer à Lei 650 e isso é uma relação que vem se mantendo que tem desmoralizado, acabado com o serviço público, com a qualidade do serviço público e os servidores sabem do que estou falando.

Então, prometer que vai fazer concurso, que vai revogar a Lei 650, não vai ser apoiado na relação promiscua que existe hoje entre o Legislativo e o Executivo. E para fazer isso vamos precisar mobilizar os servidores públicos, dar a eles o valor, a responsabilidade que eles têm, inclusive, tirando os secretários do quadro do funcionalismo. Organizar a sociedade para reverter isso, até para que as pessoas entrem pela porta da frente no serviço público.

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É isso que eu gostaria de dizer. Não só prometer. Temos que mudar a ordem e a lógica de como tem sido administrada esta cidade. E só um governo comprometido com os trabalhadores e com o serviço público pode levar isso à frente.

- Palmas.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado Luiz. O Luiz já pode ficar com o microfone na mão, pois ele será o primeiro a responder a última pergunta.

Nós temos aqui várias perguntas que vamos encaminhar aos concorrentes ao pleito municipal, porque já estamos nos aproximando do horário que precisamos entregar o auditório. Não vamos conseguir prolongar. Se colocarmos mais uma pergunta, vamos para as 11 horas da noite.

A última pergunta é a seguinte: A Capep Saúde é uma autarquia muito importante para os servidores. Inclusive, evita que os servidores inchem mais ainda a fila do SUS que há anos está um caos. Ela trabalha com o orçamento no limite e os trabalhadores da Prefeitura não podem arcar com novas contribuições. Isso inviabiliza mais aporte financeiro, inviabiliza a necessária criação de um fundo preventivo para emergências que a Capep possa atravessar. Seria possível com o repasse de mais 1% - pela PMS - além de mais 3% que a Prefeitura já repassa. Já vinha inclusive, incorrendo, sendo feito há algum tempo no governo Papa e foi interrompido em julho passado.

Também há rumores entre os senhores, entre os candidatos. Tem um candidato entre os que estão concorrendo à Prefeitura de Santos, já ouvimos dele, dizendo que ele provavelmente acabará com a Capep e a substituirá por um plano de saúde privado. Fala isso em off, logicamente. Esse pagamento seria em grande medida, custeado pelos servidores municipais. E a gente sabe qual o preço de um plano de saúde que atenda minimamente. Porque os que fazem de conta que atendem, pode ser que cobrem 80, 90, 100 reais. E muitos servidores, inclusive, não teriam como pagar.

A pergunta aos senhores candidatos é a seguinte: o candidato é favorável à manutenção da Capep como autarquia municipal? Defenderia o repasse de mais 1% do município para a criação do fundo de emergência?

Vale ilustrar essa pergunta com o seguinte exemplo: nesse mês passado, nós tivemos o filho de um servidor, que por uma situação gravíssima de saúde, foi internado e esse menino custou para a Capep 1 milhão de reais. Se nós tivéssemos três casos como o desse menino, a Capep não conseguiria, muito provavelmente, honrar com os seus compromissos no mês seguinte com os prestadores de serviço. Para a nossa sorte, o menino está vivo e está bem e não apareceram mais dois casos semelhante ao dele.

A pergunta é esta: O candidato é favorável à manutenção da Capep? E é favorável a 1% a mais do gestor para que a gente possa criar um fundo de emergência para a Capep.

Luiz Xavier.

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CANDIDATO LUIZ XAVIER – Respondendo, sim à manutenção como autarquia. Inclusive, quando da nova configuração da relação entre o que despenderia a Prefeitura e os servidores, nós saímos no prejuízo. Foi uma absurdo o que foi aceito e o servidor acaba contribuindo mais que o poder público. É evidente que a Prefeitura tem que aumentar o repasse.

Não falei na minha outra intervenção, mas uma das coisas que mais prejudicam o servidor e a Capep são os contratados pela Lei 650. São quase 3 mil pessoas que não contribuem para a Capep, o governo é obrigado a contribuir com o INSS um dinheiro que poderia estar sendo aplicado na Capep. São vários os desmembramentos do quão é prejudicial a questão da Lei 650, sem contar a finalidade para que ela é usada: como uma moeda de troca, uma questão de barganha entre o Executivo e o Legislativo.

São 3 mil pessoas que a Prefeitura abre mão de recolher para a Capep, para recolher para o INSS. Esse dinheiro poderia estar sendo recolhido pela Capep. Inclusive, para melhorar, tivemos o descredenciamento de vários médicos. Os hospitais, o Infantil Gonzaga se descredenciou; vários médicos em que pessoas se tratavam há anos se descredenciaram; atraso em repasse; baixo repasse para os médicos.

Nós precisamos, sim, resgatar a Capep. Ela já foi motivo de orgulho para o servidor público. Ela está sendo sucateada. Estaremos lá, eleito ou não, defendendo a Capep como estivemos em todas as manifestações, em todos os ataques que a Capep sofreu estivemos lá. Nunca vamos desistir. Eles podem até sucatear a Capep mas primeiro vão ter que passar por cima da gente.

Uma administração do PSTU nem precisa dizer que nem seria cogitado. Muito pelo contrário: nós entendemos a necessidade do servidor, até pelo resgate do que a Capep já foi. A gente não pode ver o cidadão que usa o serviço do SUS como um cidadão de segunda categoria. Embora tenhamos a Capep, é obrigação nossa lutar pela saúde pública universal gratuita e de qualidade. Isso é possível. Os administradores e as administrações são duplamente criminosos e criminosamente dizem que saúde é cara e jogam as pessoas para a sanha, para a ganancia dos planos de saúde.

Nós lutaremos até o ultimo minuto para manter a Capep e para melhorar a Capep para que ela volte a ser o que foi antes.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado Luiz.

Candidata Eneida.

CANDIDATA ENEIDA KOURY – Lembrar que há uns anos atrás, estivemos numa manifestação na Capep. A administração atual queria, na verdade, também terceirizar o plano de saúde. E por conta da mobilização dos servidores, e nós do Sindicato dos Bancários, estávamos apoiando a manutenção e a vida da Capep. Isso também gerou processos. Só lembrar que estamos juntos, sempre.

A crise da Capep se dá, além da falta de concurso, porque não tem gente adentrando e fazendo a sua contribuição, também essa política de reajuste rebaixado. Esse tempo todo, esses 16 anos sem uma política de reajuste acima da inflação, faz com que o servidor não tenha o dinheiro para contribuir mais ainda. A política vai minguando os recursos que adentram à Capep.

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O que o Flavio diz, que um determinado candidato vai extinguir a Capep e fazer um plano de saúde é possível sim. Quero dizer que em 2010 houve uma votação na Assembleia Legislativa e todos os deputados estaduais do PSDB, todos, votaram a favor de que 100% dos leitos SUS, 25% dar para planos de saúde. Ou seja, você tem 100 SUS onde todo mundo pode ser atendido. Quem tem plano de saúde e quem não tem. Quem tem a Capep e quem não tem pode ser atendido. Vinte e cinco leitos, desses cem leitos, vão para operadoras de plano de saúde privado.

Essa mentalidade privatista é que está em jogo. É importante o servidor entender que tem gente que é a favor do serviço público de qualidade, com o Estado forte e o servidor valorizado, e tem gente que é a favor da privatização e sucateamento do serviço público, porque as votações enquanto deputado estadual, enquanto secretários de educação, foram a esse respeito. Treze reais um professor da Etec, que tem mestrado ou não, são treze reais. O desvio de treze milhões, onde foram parar, do Canal do Saber? Pensem nisso.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado candidata Eneida.

Candidato Fábio Alexandre Nunes.

CANDIDATO PROF. FABIÃO- Flavio é a última? Não tem consideração final? Não tem pelo jeito. É paradoxal. Se o poder público não tiver condições de cuidar da saúde dos seus, como ele vai exigir de alguém? Ou seja, o segundo setor vai ter moral para olhar nos prestadores de serviço de saúde ou qualquer tipo de prestadores. Eu sou fã. Sou convicto. O que a gente faz hoje é pagar planilha sem realizar serviço. Quando a gente não realiza, a gente não sabe se é barato, caro ou se está sendo justo o preço. É o caso do lixo. É o caso do transporte que é coletivo, mas não é público há muito tempo. A gente não faz o serviço.

Quando a gente tem um serviço que a gente faz, a gente sabe o seu custo real. Não tem que visar lucro. Ele tem que fechar a conta. Esse pleito do Sindicato, que vocês estão falando de um por cento, eu aprendi ao longo da minha vida pública e da minha vida politica a diferença entre valor percentual e valor absoluto. Isso é genial, sabe porque? Porque quando a gente falava, na época da responsabilidade fiscal, dos cinquenta e um por cento, dos cinquenta e quatro por cento do limite da folha, era um valor pequeno. Hoje, com esse valor astronômico estimado para 2013, de um bilhão seiscentos e oitenta milhões, salvo engano, com algumas variações, permite que a gente tenha sim uma excelência de Estado. Uma excelência de Prefeitura no quesito de prestação de serviços.

Então a Capep é um patrimônio do funcionalismo. É uma segurança. É um dos raros apêndices benefícios que o servidor tem, onde ele pode se orgulhar, bater no peito e esperar uma excepcionalidade, que também está prevista nos estudos. As excepcionalidades, como essa criança que precisou do serviço de ponta, tecnológico, com medicamentos seguramente importados e uma tecnologia não listada na lista SUS de atendimento.

Eu estou seguro para afirmar. As cidades são maiores que os gestores. Eu vou dar um exemplo de cidades que sobreviveram a gestores caóticos. Eu vou dar um exemplo só. Não sei se ele vai vir puxar meu pé à noite, mas a cidade de São Paulo sobreviveu à gestão Pita. O Xavier estava adivinhando o que eu ia falar, Eu estou citando isso, por que é o segundo, terceiro, oitavo, o último escalão da Prefeitura, que mantém, e a gente chama isso na casa do povo, na Câmara, de coluna vertebral, mantém a cidade ereta

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e convicta de que pode ser diferente e tem que ser diferente esse tipo de gestão. Vamos abrir para a sociedade essa participação e vocês são a parte significativa desse processo.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado, Fabião.

Candidato Sérgio Aquino.

CANDIDATO AQUINO – Obrigado, Flávio. A Capep, se tem um governo que está valorizando é o governo de que eu participo há algum tempo. Quem tratou da mudança do percentual de pagamento foi o nosso governo em 2009. Até 2009, o funcionário pagava 3% e a Prefeitura entrava com 2%. Foi o nosso governo que igualou. Cada um paga 3%. Além disso, criou aquele adicional de 1%, que era transitório. Como agora foi aprovado um novo Plano de Cargo e Salário e com esse novo plano o valor de arrecadação dos 3% é maior do que aquele três mais um, é por isso que foi interrompido aquele adicional de 1%.

No meu governo nós vamos fazer algumas coisas diferentes. Primeiro, eu quero deixar claro que a Capep, e eu acho que é bom todo mundo prestar atenção, que até aqui todos os candidatos disseram que não vão acabar com a Capep e eu vou dizer a mesma coisa. Nós não vamos implantar nenhum plano de saúde privado para substituir a Capep. Eu queria que vocês prestassem atenção e a gente vai ter uma pista de quem anda dizendo isso.

Nós vamos valorizar a Capep. Estivemos estudando e conversando com o secretário Edgar, e uma das maneiras de potencializar é fazer uma parceria com a Capep, para utilizar também os serviços da Capep para os exames admissionais, para os exames periódicos, direcionar outros trabalhos que o poder público municipal pode levar, porque isso é levar dinheiro para a Capep. Nós vamos cada vez mais valorizar a participação do conselho. É bom lembrar que o Sindicato tem uma vaga no conselho que controla a Capep e agora vai entrar um representante da Câmara no conselho de administração da Capep.

Então, para finalizar. Capep é algo que nós temos que potencializar e fazer crescer, porque é com esse conceito, e aí sim é quase que uma atuação conjunta da sociedade com o Poder Público. A Capep é um ente misto, que você tem a agilidade da sociedade, de quase uma atividade do setor privado, mas com o poder público dando suporte para isso.

Também queria deixar claro que não são quase três mil, como disseram, que não participam da Capep. Nós estamos hoje com mil e quinhentos e vamos chegar a mil cento e poucos da Lei nº 650.

Nós vamos continuar com o conceito de valorização dessas instituições públicas, porque esse tipo de instituição equilibra a pressão da iniciativa privada. Quando você tem um órgão público que consegue penetrar na sociedade e consegue ter uma ação efetiva, basta ir lá. Vá à Capep hoje e veja o tipo de instalação, o tipo de atendimento, como as pessoas são atendidas. É isso que eu vou valorizar no meu governo, ainda mais a Capep.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado, Sérgio Aquino.

Candidato Nelson Rodrigues.

CANDIDATO NELSON RODRIGUES – Bom pessoal, eu fico vendo a propaganda de 80% de aprovação da atual administração e depois de todas as perguntas que o Flávio fez para a gente, eu tenho certeza de que essa pesquisa não foi feita com o funcionalismo público municipal. Até porque

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está bem claro nessas perguntas que há um descontentamento muito grande. Acredito que ela foi compilada com os funcionários, em discussões continuas sobre os problemas do funcionalismo. Eu fico pensando, essa pesquisa deveria ser feita com todos os funcionários públicos municipais, para ver se esse percentual de 80% iria bater.

Sem dúvida a gente conhece o problema da saúde no país, que está muito ruim. Eu mesmo já utilizei e já levei várias pessoas às unidades básicas de saúde em Santos e vi que tipo de atendimento nós estamos tendo. Não faz muito tempo não. Não faz dez dias que eu estive no pronto- socorro do Macuco. Eu cheguei às nove e quarenta e as pessoas estavam desde as sete horas esperando para serem atendidas. Provavelmente a pessoa que eu levei iria sair de lá meia-noite. Se estivesse passando mal iria morrer. Até porque, no pronto-socorro, no último mês, morreram duas pessoas. Não sei quais foram os motivos, mas foi um fato que ocorreu no mesmo pronto-socorro.

A saúde está precária no país em particular, Santos tem muitos problemas e muitas dificuldades. Ninguém me disse isso. Eu fui lá pessoalmente e vi. A questão da Capep que é o interesse da pergunta, eu fico numa situação diferenciada. Primeiro, porque eu sou sindicalista da área pública. Segundo, porque eu tenho a formação acadêmica como gestor. Eu não posso trabalhar contra o funcionário com o qual vou trabalhar junto. Eu não faço discurso para agradar ninguém. Eu só faço discurso naquilo que eu acredito. Tem pessoa que gosta e tem pessoa que não gosta.

Não vou trabalhar com funcionário que tem problema de saúde. Nós vamos sim desenvolver melhor a Capep e gerenciar melhor a Capep, porque nós temos experiência de gestão e temos formação acadêmica para isso. Então, nós vamos entender as dificuldades da Capep e vamos utilizar a verba necessária para dar o equilíbrio financeiro para a Capep, para que o funcionário não fique numa situação como a maioria do país está.

Mas, se temos a possibilidade de tratar bem nosso funcionário para que ele tenha essa resposta já que o salário dele está defasado por uma negligência ou outra razão administrativa que não premiou e ficou só nos 47% da outra pergunta, é lógico que ele vai ter dificuldades em contratar um médico para tratar de sua saúde.

Venho de uma experiência diferenciada na minha secretaria, onde nós... Obrigado.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado Nelson. A gente agradece muito a tua disciplina por fazer o que você acabou de fazer.

CANDIDATO BETO MANSUR – Antes de eu responder, quero passar uma informação para o nosso querido Aquino. Esses dados de funcionários e etc. Tirei da Prefeitura as informações. Então a Prefeitura em Junho de 2012 ela tinha entre a ativa Lei 650 e inativos em torno de 15.175 funcionários. Ela deve estar com mais funcionários exatamente porque vem contratando mais pessoas. A diferença da época em que sai daqueles que estavam na atividade, funcionários públicos e o número de funcionários que vocês tinham em junho de 2012, vocês tinham mais, mas, em junho aumentou em 2831. Não acho que aumentou o número de serviços dentro da cidade de Santos para você ter um número maior.

O que a gente precisa é redistribuir melhor aqueles que fizeram concurso e dar uma agilidade maior na estrutura da máquina administrativa. E, como também falei, a gente trabalhar com meritocracia,

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principalmente no setor educacional, no setor de ensino. Ou seja, a gente precisa da meritocracia e implantar esse sistema em toda a estrutura da Prefeitura. Até com 14º salário, etc. para quem efetivamente dentro de uma escola aumentou o índice do Ideb, por exemplo, para que a gente possa ter um retorno daquela atividade e o interesse do próprio funcionário.

Então, a gente vai procurar implantar isso assim como foi implantado, por exemplo, em alguns estados do país e em algumas cidades dentro do país que têm retorno muito positivo com a meritocracia, que é uma coisa que quero implantar junto com o servidor. E dizer para vocês que vou manter a Capep. Durante meu período peguei a Capep numa situação muito difícil. A gente procurou recuperar a Capep. Entreguei um prédio. Nós compramos um prédio que hoje é a sede própria da Capep. Qual o problema da Capep? É o problema de qualquer plano de saúde que não tem muitas pessoas participando dele.

É lógico que a gente vai procurar manter. Vamos fazer um estudo para tentar ampliar para além dos 3% que a Prefeitura vem dando, dar mais 1% dentro das finanças permitidas do município. Não vou aqui me comprometer, porque nem sei o impacto desse plano de cargos e carreiras, porque a Prefeitura não divulgou todo o impacto.

Para vocês terem uma idéia, havia uma previsão de arrecadação de um bilhão e seiscentos milhões até dezembro de 2012, e ela vai arrecadar em torno de um bilhão e quatrocentos. Vamos manter a Capep e vamos estudar esse aumento de 1%.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado candidato Beto Mansur. Candidata Telma de Souza.

CANDIDATA TELMA – Obrigada Flávio. Em primeiro lugar a resposta é sim às duas questões. A manutenção da Capep – Caixa de Pecúlio - e também ao aumento.

Eu queria fazer uma consideração sobre essa questão. Em 1998, após a ditadura, tivemos a primeira Constituição que prega até hoje o seguinte, que o sistema de saúde, justamente a criação do SUS, vem daí: O Sistema Único de Saúde tem que ser um dever do Estado e um direito de todos. Isso é constitucional. Então, todas as atividades que nós tivermos em uma Prefeitura, elas tem que estar subvertidas à lei maior de um país, que no caso é a nossa Constituição de 1988.

Sei que há muito ainda a aprimorar na questão do SUS, mas, entendo que a Capep de alguma maneira é uma ação do SUS em função da Prefeitura. O quanto a Capep já não salvou de vidas? Não o caso apenas que o Flávio falou, mas, todos os serviços relacionados além da consulta médica como, por exemplo, fisioterapia. Em uma cidade que tem 1/5 da população acima de sessenta anos precisa de serviços que são oferecidos pelo conjunto das pessoas que trabalham em conjunto na cidade e que são pagos pela Capep.

A Capep tem que ser reformulada e tem que ser um instrumento de saúde pública para aqueles que fazem das suas vidas os instrumentos centrais de saúde pública na cidade, que são os servidores.

Uma vez me perguntaram se eu não achava que o servidor se acomodava e deixava de trabalhar. A minha experiência é justamente ao contrário. Se nós conseguimos fazer uma gestão onde a saúde, por exemplo, foi referencia nacional e internacional especialmente no combate a AIDS e mais ainda na questão da saúde mental, nós vamos fazer nessa próxima gestão no combate ao crack.

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Entendo que um dos braços dessa situação é justamente a Capep. Eu não entendo a Prefeitura podendo funcionar sem esta ação que tem que ser reformulada, tem que ter evidentemente em tudo é custo benefício, tem que ser equacionada dentro de todos os gastos da própria Prefeitura, mas, tem que oferecer aos servidores essas possibilidades já que os salários não cobrem lamentavelmente os planos de saúde. Falo isso do fundo do meu coração. Já fui prefeita e sei do que eu falo. Vamos salvar a Capep.

FLÁVIO SARAIVA – Obrigada candidata Telma. Candidato Jama.

CANDIDATO JAMA – A massa de contribuintes da Capep justifica sua manutenção. Isso é questão calculatorial. Acho que seguro nenhum privado vai dar condição mais favorável porque é Capep. Até porque, o caso citado como exemplo como um milhão em despesa, é o caso problemático com o seguro privado. Tem exemplo com o Bradesco. E quando ocorre isso há problema com o seguro. Então acho que a defesa da Capep, a que todo mundo colocou e não há sombra de dúvida, nem por influência e sim por convicção, o que vejo é que precisamos rever muitos procedimentos. Será que a torneira que enche tem maior vazão do que a que sai? Essa é a questão do seguro. Ele tem que ser equilibrado e acho que não há dificuldades de nenhum de nós fazermos isso, de repente até ser legítimo e possível oferecer a manutenção de mais 1% no repasse da Prefeitura. É uma questão absolutamente legal e possível dentro de um contexto da Prefeitura.

Volto ao que comecei a falar da questão do modelo de gestão que temos na cidade. Estamos vendo as pessoas falando da avaliação do prefeito. Será que se nós pegarmos esses parâmetros de saúde e educação, a manutenção de fato e a cidade ainda tem muito mais em conservação do que estragado, porque ela não se acabou totalmente, o que se pergunta é o seguinte. A razão de deterioração da cidade está sendo compensada pela razão de manutenção? Com certeza, não há sombra de dúvida que a cidade está se deteriorando muito rapidamente. Até as próprias obras novas estão começando com problemas.

Então, temos uma qualidade de administração altamente ruim. Eu digo que essa avaliação não tem o parâmetro confiável. E isso se reflete em todas as áreas de gestão, inclusive a Capep. Poderia ser diferente, se nós avaliarmos o caos em que está a saúde. Pessoas já me ligaram há quatro dias. O senhor é candidato? Venha na Zona Noroeste, porque o negócio está uma loucura. Aí você vai para a educação também é uma peneira tentando tapar o sol. Esses alunos são preparados para a realidade moderna? Então a Capep deve ser defendida, mas tem que ser sujeita a uma gestão competente.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado candidato Jama.

Então, companheiros e companheiras, em função do horário e também do cansaço, o ambiente não tem ar-condicionado, a gente sabe que isso vai nos debilitando hora atrás de hora, vamos fazer o seguinte: os candidatos tinham solicitado um minuto para fazer as suas despedidas dos servidores aqui presentes. Nós vamos atender essa solicitação, mas antes eu queria passar alguns recadinhos e já me despedir de vocês também. Amanhã nós temos mais. Amanhã estaremos aqui para ouvir as mesmas respostas às mesmas perguntas ou respostas diferentes às mesmas perguntas do candidato Paulo Alexandre. Um dos candidatos me perguntou se é possível amanhã instalar câmeras para filmar a presença do Paulo Alexandre. Absolutamente possível. Então, os candidatos que quiserem instalar câmeras aqui para

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apreciarem a apresentação do Paulo Alexandre, por favor, tragam suas câmeras.

Eu queria agradecer imensamente a presença dos companheiros e companheiras servidores. Algumas pessoas já se retiraram. O pessoal depois de encarar um dia de trabalho chega aqui já um tanto quanto combalido, cansado e depois de um tempo vai embora. Mas, de qualquer forma, agradeço profundamente a presença de vocês. Quero dizer que esse material nós estamos filmando e taquigrafando. Nós contratamos os companheiros que fazem o serviço de taquigrafia da Câmara Municipal para registrar todas as falas que aqui foram feitas. Nós vamos disponibilizar esse material filmográfico e registrado através de taquigrafia, para o conjunto dos servidores da prefeitura de Santos, por meios eletrônicos e por todos os outros que nos forem solicitados. A gente vai disponibilizar esse material para os candidatos para que sejam também respondidos. Então, nenhuma questão que foi formulada, tanto nos documentos que nos foram enviados anteriores, que foram passados para os candidatos, como essas questões que estão colocadas nessa urna serão desprezadas. Repassaremos todo esse material para as candidaturas e aguardamos, antes do primeiro turno, uma resposta objetiva ou a mais objetiva possível, para as questões formuladas.

Candidato Jama, candidata Telma de Souza, candidato Beto Mansur, candidatos Nelson Rodrigues, Aquino, Fabião, Eneida Koury e Luiz Xavier, obrigado por terem comparecido aqui à frente dos servidores. Acho que a presença de vocês inclusive nos engrandece, tanto a categoria como sindicato. Houve tempo, tenho certeza, se o Sindicato os convidasse para vir aqui, provavelmente não aceitariam, porque nosso Sindicato já esteve bastante desmoralizado. Então, a gente se sente muito envaidecido com isso, dentro dos limites que o ego precisa ter para ficar controlado e agradecemos a presença de vocês.

Agora a gente passa a palavra para cada um dos candidatos fazerem um minuto de despedida e considerações finais. Quando o último candidato terminar a sua fala, todos nós iremos para nossas casas.

Candidato Jama um minuto.

CANDIDATO JAMA – Rápido. Nesta candidatura coloco tudo aquilo que qualquer santista deseja, transformar esta cidade para melhor. As minhas propostas são frutos da maior convicção daquilo que coloco para a sociedade e, muito mais, a certeza que eu tenho da competência de realizá-las no prazo que eu proponho para a cidade. Sempre fiz política nesta cidade com metas e compromissos totalmente cumpridos. Por isso me coloco muito feliz nessa campanha, me coloco com o sonho de poder contribuir de uma maneira muito positiva para fazer esta cidade realizar todo seu potencial.

Muito obrigado pela atenção.

- Palmas.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Candidata Telma.

CANDIDATA TELMA DE SOUZA – Eu queria, antes de fazer os meus agradecimentos finais, deixar dois registros. Minha profunda indignação pelos acontecimentos que ocorreram no início do debate, até porque amanhã nós que aqui estamos não estaremos. Estaremos com outras

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atividades e, mais do que isso, acho profundamente desagradável que amanhã possam ter as mesmas respostas para as mesmas perguntas com vinte e quatro horas de antecedência. (Palmas.) Isso não é democrático. Cada um de nós tem o seu candidato, a sua candidata preferida e é da democracia, mas eu acho que, para que a democracia seja cada vez mais aperfeiçoada, é preciso que a gente tenha regras muito claras para poder seguir adiante na vida. Isso ultrapassa as eleições. Mais do que isso, hoje morreu um assessor nosso, Luiz Antonio. Era também taquígrafo da Câmara e nós estamos aqui. Nós estamos aqui para dizer aos servidores o seguinte: os senhores e as senhoras fazem a Prefeitura de Santos ser boa ou ruim. É por causa dos senhores, por causa de tudo aquilo que eu já fiz e quero fazer mais é que eu peço seu voto. Vote 13, vote Telma.

Muito obrigada.

- Palmas.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado candidata Telma. Candidato Beto Mansur.

CANDIDATO BETO MANSUR – Bom, quero agradecer a vocês todos o respeito por nos ouvirem, principalmente os servidores públicos. Quero dizer o seguinte: fui prefeito durante o período de oito anos e os servidores públicos nos ajudaram a fazer o crescimento da cidade novamente. A cidade não cresceu sozinha, não cresceu por acaso, teve a participação efetiva do servidor público. Durante esse período de oito anos não tive um dia de greve sequer. Houve muita consciência e muito empenho por parte dos servidores nesse sentido. Porque a gente quer voltar? Exatamente para poder empreender um trabalho importante dentro da cidade para que a gente possa dar continuidade naquele trabalho que eu iniciei. Meu número é 11, quero contar com vocês. Quero deixar, inclusive registrado, que eu deixo aqui esse folheto novamente - gostaria que vocês pegassem - para que possam saber exatamente o que ocorreu durante o nosso período de administração e as nossas propostas estão aqui atrás.

Um abraço a vocês.

- Palmas.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado candidato Beto Mansur. Candidato Nelson Rodrigues.

CANDIDATO NELSON RODRIGUES – Bom, eu queria me despedir e falar aqui para o Flávio que eu já o conheço há alguns anos. Tivemos a oportunidades de estarmos juntos em outras situações, dentro da luta ambiental que o Flávio também colaborou bastante nisso. Cumprimento o Sindicato por essa atitude, por esse espaço democrático da gente poder vir aqui e conversar com os servidores. Cumprimento todos os funcionários públicos que ficaram aqui até esta hora, prestigiando esse debate, mas também querendo ver soluções para os seus problemas. Deixo um boa-noite para os meus adversários da mesa e dizer que nós estamos com uma candidatura nova na cidade. É a primeira vez que saio candidato, mas vocês podem confiar que temos condições técnicas de gerir uma máquina pública.

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Vamos trazer a universidade para compartilhar a inteligência da cidade nessa futura administração, porque eu acho que faltou isso. (campainha). Agradeço a todos e estou à disposição no Facebook, porque a nossa relação não termina hoje, ela apenas começa.

Fico à disposição de todos.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado, Nelson Rodrigues.

Candidato Sérgio Aquino.

CANDIDATO AQUINO – Muito obrigado, Flávio, obrigado ao Sindserv pela oportunidade que nos deu hoje. E agradecer aos funcionários públicos que estão aqui até agora.

Ficou evidente aquele grupinho que tinha aqui qual era o objetivo deles, que tão logo acabou a polêmica de quem veio e quem não veio, foram embora.

Eu queria agradecer a vocês, que são funcionários sérios, comprometidos com a verdade. Eu defendo muito o cumprimento de palavra. Quem diz que vai a algum lugar ou quem diz que faz alguma coisa e não faz, é porque mostra como age. Se age assim no mínimo, como é que vai agir numa coisa grande?

Quero que vocês saibam que eu valorizo palavra e valorizo continuidade das coisas que estão dando certo. Este governo é um governo que respeitou vocês, que deu reajustes muito acima da inflação, lógico que ainda temos desafios, é um governo que no orçamento do ano que vem já chega em 49% a folha.

Por isso que eu peço o voto a vocês.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado, candidato Sérgio Aquino.

Candidato Fábio Nunes.

CANDIDATO PROF. FABIÃO – A sugestão para o próximo debate é que o barulho seja o da urna.

Gente, me desculpem os outros, mas eu vou pegar aquela jovem magrinha, a Érica, aquela japonesinha, que eu tive a honra durante dois anos de conviver com 183 pessoas, funcionários públicos, à frente da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. E a minha marca é olhar os olhos das pessoas. O poeta já disse que o olhar é a janela da alma.

Sejam arrojados, sejam corajosos. Eu estou com quarenta e seis anos e estou absolutamente preparado para o desafio de conduzir os caminhos desta cidade. Não sozinho. Vocês jamais vão ouvir falar “no meu governo”, porque isso é um posicionamento egoísta.

Será uma equipe e vocês terão orgulho de participar dessa equipe de trabalho. Não existe salvador da pátria, não existe messias.

Acho que é o grande legado de Fernando Henrique e Lula. O que existe é o dia-a-dia de trabalho e o orgulho de ser santista.

Vamos transformar a cidade onde vale muito mais ser do que ter.

Obrigado.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado, candidato Fabião.

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Candidata Eneida Koury.

CANDIDATA ENEIDA KOURY – Quero agradecer a todos que estão até agora nos ouvindo, e dizer que nós sempre estivemos na luta junto com os servidores. Especialmente em duas oportunidades, que foi a terceirização da Capep e por reajuste para vocês. Isso gerou dois processos que tivemos que ir à justiça nos defender, porque nós estávamos junto com os servidores brigando pelos direitos dos servidores.

Isso quem fez foi essa administração atual. Quero lembrar que não é administração só do PMDB, porque o vice é do PSDB. E o prefeito atual foi vice do PP.

Então, é um grupo, só que agora se coloca diferente, mas que está gerindo vocês à frente desta cidade há dezesseis anos. Vejam bem quem vai ser privatista e quem realmente já provou que está ao lado de vocês.

Obrigada.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado, candidata Eneida.

Candidato Luiz Xavier.

CANDIDATO LUIZ XAVIER – Boa-noite, gostaria de agradecer a todos que estão conosco até este horário, e dizer que Santos é uma cidade rica, com perspectiva de se desenvolver. É aquela cidade rica que a gente vê em produções cinematográficas de alguns candidatos, mas nós chamamos vocês à reflexão. Santos é uma cidade rica, que se desenvolve, mas quem é que está desfrutando, quem é que está se beneficiando desse desenvolvimento, desse crescimento na cidade? Com certeza não são os trabalhadores.

A nossa bandeira “Santos para os trabalhadores” quer fazer uma reflexão e chamar os trabalhadores a construir um governo diferente, apoiado nos trabalhadores.

Aquelas pessoas que trabalham, que constroem a riqueza da cidade, que estão sendo expulsas da cidade têm que tomar consciência que elas têm que ficar e que esta cidade é nossa.

Existe um processo de elitização nesta cidade, e nós temos que impedir.

Quero dizer que faremos de tudo para que Paulo Alexandre Barbosa não ganhe no primeiro turno.

Contra burguês, vote 16. Vote Luiz Xavier.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado, candidato Luiz Xavier.

A SRA. REGINA – Todos os candidatos vieram aqui, se posicionaram, com vaia, com tudo.

O candidato Paulo Alexandre não apareceu. Vai ter a oportunidade, amanhã, de usar mal o espaço. Acho que no mínimo tinha que haver uma votação.

Todos os candidatos vieram aqui, receberam vaias, receberam aplausos, mas estiveram aqui, deram adesão, tiveram seu tempo de três minutos.

Amanhã o candidato Paulo Alexandre virá aqui e eu acredito que ele pode usar mal o espaço. Ele vai ter o tempo sozinho para falar e pode

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trazer um monte de gente aqui e vai usar isso publicamente na campanha, dizendo que os funcionários públicos estão com ele.

Acho que, no mínimo, deveria ter uma votação entre as pessoas que estão aqui, não sei se é ético os próprios candidatos, se vai ter amanhã ou não.

Flávio, não é justo. É vergonhoso. É desonesto.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Companheiras e companheiros, eu sou absolutamente compartilhante, se é que a gente pode usar essa palavra, eu compartilho da indignação da companheira e de todas as manifestações que houve aqui atrás, dos próprios candidatos sobre a ausência do candidato Paulo Alexandre.

O pessoal que é servidor me conhece e sabe que eu não faço demagogia com ninguém. Nós não avisamos para a nossa categoria que amanhã não teria debate. Se nós tivéssemos feito esse aviso, e esse aviso não foi possível porque um dos candidatos confirmou em cima da hora que viria hoje.

Então, não tem como. Infelizmente nós temos a obrigação de oportunizar aos colegas que estavam de plantão, hoje, nas policlínicas, nos hospitais e em todos os serviços da Prefeitura que amanhã estejam presentes aqui.

Desculpem, mas não tem jeito.

Obrigado.

- Encerra-se a reunião às 22h45.

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- Às 19 h40min do dia 20 de setembro, inicia-se o debate.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Boa-noite, companheiras e companheiros servidores, pessoas que não são servidores, mas que vieram acompanhar o nosso encontro de hoje, candidato Paulo Alexandre.

Nós estamos começando nossa segunda etapa do encontro dos servidores municipais com os candidatos.

Eu vou repetir, um pouco, algumas coisas. Para as pessoas que estiveram ontem aqui conosco, será uma repetição, para as que não estiveram será uma novidade.

Nós decidimos fazer este encontro com os candidatos porque o nosso Sindicato tem tido uma trajetória, nos últimos tempos, de ser um Sindicato que questiona os gestores, diferente de um passado muito recente, quando o nosso Sindicato era apenas um trampolim político para candidaturas à vereança, para desvios de recursos financeiros do Sindicato, para acomodação e para a falta de luta do conjunto dos servidores para conquistar dias melhores.

A partir do momento em que chegamos ao Sindicato, Paulo, a gente mudou essa forma de fazer sindicalismo, e hoje o nosso Sindicato não é um Sindicato amigo do prefeito e nem amigo de nenhum partido político. Nós reconhecemos o direito das pessoas terem suas preferências partidárias, mas para o Sindicato, se for um sindicato que esteja junto com a sua categoria, não cabe ser amigo nem do prefeito, nem de um patrão privado, nem dos vereadores e nem de ninguém. Ele tem que ser amigo da sua categoria.

A direção do Sindicato dos Servidores, portanto, pratica o sindicalismo dessa forma. E é exatamente nesse sentido que nós solicitamos a presença de vocês, para que pudéssemos colocar questões relativas ao conjunto dos diversos problemas que os servidores atravessam.

Como você é candidato e os demais candidatos estão em campanha, os servidores e o Sindicato dos Servidores, portanto é o porta-voz que questões que precisam ser colocadas, até porque se você ou qualquer um dos candidatos, e um de vocês sentará na cadeira de prefeito, será com essa pessoa que nós vamos dialogar, e esperamos que seja diálogo e não necessariamente enfrentamentos, mas nós temos uma longa lista de problemas.

Nós, em função do dia de ontem, quando inclusive a sua candidatura tinha confirmado a sua presença, tínhamos dado o encontro de ontem como o primeiro, último e único encontro. Aí a sua assessoria esteve presente e disse que você não poderia vir no nosso encontro, e isso vale dizer, e dizemos com muita tranquilidade, que nos causou certo problema porque as outras candidaturas ficaram questionando porque na última hora não conseguimos fazer o encontro unificado dos candidatos.

De qualquer forma, como nós tínhamos nos comprometido com o conjunto dos servidores de que faríamos dois dias, nós respeitamos a posição da sua candidatura e estamos fazendo o encontro hoje com você e os demais servidores.

Infelizmente o nosso encontro está muito mais esvaziado que o encontro de ontem. As pessoas ontem vieram na expectativa de encontrarem todos os candidatos, portanto este auditório ficou bastante

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preenchido de pessoas. Hoje isso não está se repetindo, mas de qualquer forma a obrigação do Sindicato é cumprir aquilo que ele próprio propôs, e isso significa que nós faremos as mesmas questões para você que fizemos para os demais candidatos que estiveram conosco ontem, e aguardamos, de sua parte, aquilo que solicitamos dos candidatos ontem, que respondam objetivamente as questões. Porque se não houver resposta objetiva de sua parte, nós também te diremos, com toda franqueza, que não houve resposta às questões feitas.

A regra do nosso encontro é bastante simples. O pessoal que veio ontem já sabe, mas vamos repeti-las para que a gente possa ter certa isonomia entre todos que passaram por aqui esses dois dias.

O nosso encontro se encerra as vinte e duas e trinta. Os candidatos farão suas saudações durante o tempo para resposta da primeira pergunta. Isso porque nós entendíamos que, com um número grande de candidatos aqui, as saudações iriam tomar um tempo grande que a gente poderia usar para discutir coisas mais objetivas ao conjunto dos servidores.

A diretoria do Sindicato fará pergunta sobre determinados problemas que todos os candidatos responderão e o tempo para isso é de três minutos. Em seguida faremos outra pergunta sobre outro assunto e esse processo se repetirá. Três minutos e passaremos para o tempo seguinte.

Caso o candidato não responda a pergunta, eu, o Flávio, está incumbido pela diretoria do Sindicato de informar que não houve resposta à pergunta. A ordem das falas não cabe porque não há ordem de falas hoje. Há uma urna aqui na frente e os servidores que quiserem fazer outras perguntas podem depositar suas perguntas por escrito nessa urna e nós vamos transmitir à sua assessoria e dos demais candidatos as perguntas formuladas através desses papéis que serão colocados na urna.

Nós temos aqui uma campainha bastante sonora para avisar dos três minutos. Hoje essa campainha não seria necessária, mas para manter o mesmo comportamento que tivemos ontem, ela também estará nos nossos ouvidos.

Nos próximos dias nós divulgaremos o material que estamos registrando aqui. Estamos filmando e estamos taquigrafando o nosso encontro. Então, nós transmitiremos as informações à medida que a gente faça a compilação desse material.

Então, candidato Paulo Alexandre, nós vamos à primeira pergunta e, no decorrer dela, como eu tinha comentado um pouco antes, você pode fazer a sua saudação, se assim entender, se não vamos direto à questão específica.

A pergunta é a seguinte: As perdas salariais dos trabalhadores da Prefeitura são grandes, em função de diversos fatores, entre eles de governos que passaram anos sem sequer repor a inflação que poderia ter recomposto o salário dos servidores. Nos últimos anos os prefeitos se limitaram...

- Manifestações no plenário.

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O SR. FLÁVIO SARAIVA – Seu José, atenção. Esse é um querido servidor que cuida das nossas praças. É uma pessoa que embeleza as praças de Santos. É um trabalhador que faz com que esta cidade seja mais bonita, mas ele é danado para falar e fala mesmo. O seu José é uma pessoa muito querida no Sindicato dos Servidores.

Nós últimos anos os prefeitos limitaram o gasto com pessoal no máximo em 47%. Ontem um candidato disse que são 46% (quarenta e seis por cento). Inclusive ele baixou esse percentual. A lei de responsabilidade fiscal aponta para um teto para o gasto com servidores de 54%. Então, na Prefeitura de Santos se pratica uma política salarial abaixo do que a lei de responsabilidade fiscal recomenda.

A pergunta ao candidato Paulo Alexandre é a seguinte: O candidato reajustará os salários acima da inflação, de forma que haja a recuperação das perdas salariais existentes?

CANDIDATO PAULO ALEXANDRE BARBOSA – Boa-noite. Quero cumprimentar o presidente do Sindicato, o Flávio e, em seu nome, quero cumprimentar toda a diretoria, todos os funcionários públicos e vou começar prestando um esclarecimento que, desde o início da campanha eleitoral, eu tenho participado de todos os encontros, de todos os debates que têm sido feitos e, quando o Sindicato nos convidou para participar desses encontros, nos disponibilizou duas datas, sendo ontem e hoje as duas datas possíveis para que pudéssemos fazer a opção.

E ainda ontem, no jornal de circulação, no diário da nossa cidade, foi divulgado que outros candidatos estariam aqui no dia de hoje. Um candidato, inclusive, participaria do debate hoje. No jornal de ontem saiu isso, então, como temos uma agenda atribulada durante a campanha, nós fizemos a opção de participar no dia de hoje, respeitando o convite do Sindicato e fazendo a discussão, que é o importante.

Foi realmente um reajuste na agenda que me permitiu estar aqui hoje ao invés de estar presente no dia de ontem.

Dizer que é uma satisfação muito grande estar aqui no dia de hoje. Nós acreditamos, por absoluta convicção, que temos grandes projetos para a Prefeitura, para a nossa cidade nos próximos anos. Áreas importantes como saúde, educação, infraestrutura, e nada disso, nenhum dos projetos que constam no nosso plano de governo, será implementado e alcançará os resultados efetivos sem o servidor público valorizado, sem o servidor público devidamente motivado.

O servidor será uma prioridade dentro do nosso governo. Tendo a possibilidade de ser eleito prefeito, vou valorizar o servidor para que ele possa estar motivado e possa exercer um papel importante na execução desses projetos que temos para a cidade.

Falo isso por absoluta convicção. Cresci com o meu pai, que foi prefeito municipal, falando da importância do servidor. Foi um prefeito que fez muito pelo servidor público, criou o Estatuto do Servidor Público. O estatuto que o servidor tem hoje, foi obra do meu pai enquanto prefeito. Então, estou muito à vontade para falar das políticas do servidor público.

Na esfera pública, procurei desenvolver um diálogo permanente com os servidores. Tive a oportunidade de administrar uma rede com 300 mil funcionários: a rede estadual da educação. Uma rede complexa,

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com muitos desafios. Fizemos algumas melhorias. Evidente que há muita coisa a ser feita. Mas a marca foi a marca do diálogo. Tanto que estivemos em 6 anos, sem nenhuma greve, nenhuma paralização. Por que? Diálogo permanente que tivemos foi fundamental. E é dessa maneira que pretendemos desenvolver o nosso trabalho. Com diálogo permanente, ouvindo, escutando, para que a gente possa evoluir cada vez mais.

Respondendo objetivamente a pergunta, a nossa pretensão é, sim, dar um aumento real para o servidor público: ou seja, acima da inflação. Não um reajuste, mas um aumento acima da inflação. E mais do que isso, fazer com que a discussão do aumento se dê na Lei Orçamentaria para que o aumento possa ser pago para o servidor em fevereiro, ao contrário do que é feito habitualmente por esse governo.

- Palmas.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado, candidato.

Segunda pergunta: O novo Plano de Carreira - você sabe que tivemos um Plano de Carreira feito no governo Capistrano que, lamentavelmente, não foi cumprido pelos gestores que sucederam o Capistrano. Mais recentemente, conseguimos, numa longa jornada de discussões com o prefeito Papa, aprovar uma Plano de Carreira que não é o Plano de Carreira dos nossos sonhos; é um Plano de Carreira. Tem várias imperfeições, tem vários problemas.

Tal como, um fator que os servidores ganharam na Justiça por conta da correção do antigo Plano de Carreira, e agora na execução do plano – não está escrito no plano que isso seria feito. O sindicato fez o plano num processo de debate com os servidores. Representantes tirados do local de trabalho. Foram só 800 pessoas: 400 representantes e 400 titulares que participaram desse processo. Inclusive, alguns representantes que estão aqui hoje. E no entanto, nós tivemos esse fator que compunha o que foi dado pela Justiça como direito para os servidores suprimido do novo plano.

Fora isso tem outras incorreções. O que queremos perguntar, o que estamos perguntando, é o seguinte: O candidato respeitará o novo Plano de Carreira e corrigirá essas distorções que foram feitas no plano?

A correção da distorção nós temos que elucidar um pouco mais. Não é corrigir as distorções no sentido de piorar o plano, mas no sentido de melhorar o Plano de Carreira.

Cumprirá o plano? Fará as necessárias mudanças para que o plano se aperfeiçoe e os servidores possam tem um plano melhor do que o atual?

CANDIDATO PAULO ALEXANDRE BARBOSA – Flávio, a gente sabe que a cidade vai viver um momento de intensa transformação. Temos a expectativa do pré-sal, o desenvolvimento da área portuária, o setor da construção civil que cresce bastante na cidade e diversos segmentos da economia que vão movimentar e alavancar a economia de Santos.

Para que todos esses setores possam se consolidar e que a gente possa, de fato, ter o desenvolvimento da cidade, a qualidade do serviço público prestado é essencial. Da mesma maneira que vamos transformar a

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iniciativa privada em diversos setores, nós temos também que nos transformar e evoluir na prestação do serviço público.

Para isso a questão do Plano de Carreira é uma legislação e, como qualquer lei, deve ser cumprida. Vamos não apenas cumprir, mas discutir dentro de uma mesa de negociação permanente, as melhorias que precisam ser feitas. A gente conversa com os servidores, dialoga com os servidores públicos de diversas áreas e sabe que o plano tem avanços, isso é inegável. Mas existem ainda muitos desafios que não corresponderam às expectativas de diversas profissões, diversas áreas da Prefeitura.

Vamos ter um diálogo permanente e frequente, não só para que a gente possa cumprir a lei existente, mas para que a gente possa evoluir no sentido de proporcionar melhores condições para o servidor, expectativa de progressão na carreira, estímulo, motivação para que o servidor possa prestar o melhor serviço público. E quem ganha com isso não é a Prefeitura. É a sociedade, é a cidade. O servidor valorizado é uma cidade com serviço público de melhor qualidade para que a gente possa avançar cada vez mais.

Objetivamente, essa é a nossa resposta.

- Palmas.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Se me permite uma sugestão, fique sentado.

Terceira pergunta. Está em andamento no Brasil, em especial no Estado de São Paulo e em Santos também, um aprofundamento das privatizações e terceirizações dos serviços públicos. Aqui na região, temos diversos exemplos bastante estranhos, para não usar outros adjetivos, desse tipo de comportamento dos gestores. Temos por exemplo, nas cidades vizinhas, diversos hospitais e prontos-socorros entregues para as chamadas organizações sociais. Inclusive fomos visitar algumas espalhadas pelo Estado de São Paulo.

Uma delas, especificamente, nos apresentou o seguinte quadro: são organizações que de social não têm nada. São organizações que, no fundo, fazem tráfico de dinheiro público para outros interesses. Inclusive, em alguns municípios, essas organizações receberam hospitais absolutamente modernos e entregaram vazios, com a porta fechada e com um passivo trabalhista para a Prefeitura arcar depois, de milhões de reais.

Ao mesmo tempo, essas organizações não prestam contas para o município, não prestam contas para o Tribunal de Contas, não prestam contas para ninguém. Por exemplo, aqui na nossa região, em Praia Grande, o gestor diz que é assim. Que não sabe como o dinheiro é usado na prestação de serviço porque o contrato com a organização social prevê isso. Que a própria organização fornece os dados e o gestor não tem como fiscalizar, etc. Escutei esse absurdo na Câmara Municipal de Praia Grande, da boca de um dos membros da gestão municipal. Depois de muito pressionado, ele falou essa pérola.

Então, na educação, temos diversas formas de privatização em andamento no Brasil. Na assistência social, temos as famosas ONGs. O “famoso” também é para não usar outros adjetivos. Organizações que de não-governamentais também não têm nada, porque elas são formas – não todas,

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há exceções – de repassar dinheiro para iniciativas das mais estranhas, se é que me entendem.

Então a nossa pergunta para você é a seguinte: O candidato é favorável ou contrário à privatização e terceirização no serviço público? Segundo, se for contrário, objetivamente, quais medidas tomará em Santos.

Vale, para ilustrar, o Hospital dos Estivadores. Há bastante tempo, correm rumores na cidade que há a possibilidade de ser parcial ou totalmente entregue para uma organização não-social. O que eu tenho visto por aí e tenho estudado a questão das organizações sociais, é um escândalo. Inclusive o próprio Tribunal de Contas do Estado de São Paulo tem divulgado pareceres que são fantásticos, mostrando o tanto de desvio que existe através das organizações sociais. A nossa pergunta é esta: Você é favorável ou contra a privatização e terceirização no serviço público? Segundo: se for contrário, que medidas tomará se sentar na cadeira de prefeito no ano de 2013.

CANDIDATO PAULO ALEXANDRE BARBOSA – Quero dizer que confio no trabalho feito pelo servidor público, O serviço público que hoje é desenvolvido pelos servidores será mantido e vamos buscar oferecer melhor condição para o servidor, para que ele possa desenvolver as suas atividades, para que a gente possa melhorar no atendimento, de fato, ao público, em várias áreas.

Você está falando da questão da saúde. Quando a gente fala da humanização da saúde, por exemplo, hoje a saúde é a área onde existe o maior número de reclamações por parte dos munícipes, com relação ao atendimento do Estado nos prontos- socorros e nas unidades básicas de saúde, nas trinta e uma unidades que nós temos. Quando a gente fala de humanização, não é só o atendimento humanizado para o usuário, para aquele que é atendido. Sobretudo uma relação humanizada para o servidor, porque hoje o servidor não tem condição de fazer o atendimento da maneira como ele deve ser feito, pela falta de infraestrutura. Nós temos também que fazer a lição de casa, por parte da Prefeitura, ao oferecer as condições adequadas para que o servidor público possa prestar o serviço. Nós vamos manter os serviços públicos.

A parceria com o terceiro setor é importante em outras áreas, como na área social. Nós temos entidades que são sérias. Não podemos generalizar, porque existem entidades do terceiro setor que são sérias e outras que não são. Como em todas as regras, existem exceções, mas especialmente nos serviços que hoje são de competência do município, nós vamos manter o serviço e aprimorar. O nosso desafio é melhorar a qualidade do serviço público. Para isso, a gente precisa de servidores valorizados, do ponto de vista salarial, com uma carreira mais atrativa e também a qualificação, que vai ser um grande desafio. Nós temos a qualificação como prioridade em todas as áreas. Hoje a gente vive na era do conhecimento, no mundo do conhecimento e é fundamental que o servidor possa acessar, não só, por exemplo, ter direito a licenças acadêmicas com vencimento, mas também que a Prefeitura possa participar do custeio desses cursos de formação, mestrado e doutorado, para que a gente possa ter um serviço público com cada vez mais excelência. Evidentemente que o servidor que fica afastado por exercer algum curso, algum tipo de atividade, ele continua recebendo salário, mas ele continua tendo as suas despesas diárias. Consequentemente, ele não consegue fazer frente aos custos de uma formação de excelência. Por isso é importante que a Prefeitura, além da excelência, possa custear os estudos e nós vamos fazer isso.

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Fiz isso quando fui secretário adjunto de Educação. Implantamos programa de mestrado e doutorado para os professores do Estado e vou fazer isso na Prefeitura, para que a gente possa evoluir na formação.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Obrigado. Vamos à nossa quarta questão. As condições de trabalho na Prefeitura, Paulo Alexandre, estão muito ruins. Além da falta de infraestrutura, da falta de servidores em várias áreas, em especial na educação, na saúde, na assistência social e nos setores que fazem manutenção na Prefeitura, nós temos várias unidades da Prefeitura que estão caindo aos pedaços por falta de manutenção, porque não tem funcionário para fazer essa manutenção e aquilo que tem é terceirizado, funciona conforme o vento. Nós temos falta de funcionários no setor administrativo da Prefeitura, entre outros. Vale ressaltar que os trabalhadores da saúde, hoje, lutam pela implantação das seis horas. Isso significa que seis horas acabam por produzir a necessidade de mais funcionários.

Por outro lado, nós temos na Prefeitura de Santos, como em outras prefeituras, coisas como a Lei nº 650. Excetuando-se o direito que todo o trabalhador tem de trabalhar, inclusive se for contratado pela Lei nº 650, porque ele é pago e tem que trabalhar, mas a Lei nº 650 tem servido, basicamente, há muito anos, para balcão de negócios entre o Executivo e o Legislativo. Estes dias eu estava na Zona Noroeste e encontrei com um companheiro. Aliás, uma pessoa muito gentil, bacana, evangélica, tranquila e ele me disse o seguinte: Voltei para a Prefeitura. Eu falei: Você não é funcionário. Ele falou: Eu sou funcionário, mas da Lei 650. Há poucos dias eu voltei para a Prefeitura, porque um vereador me indicou. O meu contrato havia acabado”

Isso é regra corrente na contratação pela Lei 650. A nossa pergunta para você é a seguinte: Diante dessa falta gigantesca de funcionário que é tapada com coisas como pagamento com cheque, lei 650, frente de trabalho, o candidato fará, se prefeito for, concursos para a contratação de pessoal na Prefeitura? Revogará a Lei 650, que para a gente é uma lei que serve como parâmetro de coisa que nos envergonha, como servidores? Não o exercício, porque todo o trabalhador tem direito, mas a forma como a Lei 650 é utilizada nos envergonha. O candidato se dispõe a acabar com essa famigerada lei?

CANDIDATO PAULO ALEXANDRE BARBOSA – Em relação ao seu último questionamento, sobre a terceirização, é importante dizer que além da valorização do servidor, o nosso compromisso também é de ter um controle e um rigor na fiscalização dos serviços terceirizados que são feitos pela Prefeitura, para que a gente possa também ter um serviço de mais qualidade sendo prestado, daqueles que hoje já são feitos. Também trabalhar para que alguns equipamentos públicos possam ser revigorados e prestem serviço à altura da necessidade do município, como nós tivemos no passado, por exemplo a usina de asfalto da Prodesan, que precisa ser revigorada, fortalecida, para que a gente possa concentrar esse tipo de serviço no município.

Com relação à Lei 650, ela foi criada com o objetivo de realizar contratações emergenciais temporárias. O que aconteceu no decorrer desse período, desde a sua criação até os dias atuais, é que houve um desvirtuamento do objeto inicial da Lei 650. Hoje, aquilo que era regra tornou-se exceção. É importante que a gente possa avaliar.

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A Constituição Federal estabelece que o ingresso no serviço público deve se dar através de concurso. O concurso, sem dúvida alguma é o caminho natural para que as pessoas possam acessar ao serviço público. Nós vamos incentivar a realização de concursos para todas as áreas, porque existe carência de servidor em diversas áreas da Prefeitura. Dentro do princípio de eficiência do serviço público, o servidor concursado tem o vínculo com a Prefeitura, tem as suas tarefas desenvolvidas e tem a sua produtividade, sem dúvida alguma melhor e mais efetiva.

Pela lei 650, além de todos os prejuízos, a questão da constância, da frequência, a cada dois anos o contrato é renovado. Quando as pessoas acabam de fato aprendendo o serviço, têm que sair e isso acaba sendo prejudicial à cidade como um todo. Acabar com a Lei 650 hoje, revogar, é inviável, dentro da estrutura da administração atual, porque existe a necessidade da Lei 650 em várias áreas. A educação, por exemplo, é uma delas. O desafio qual é? Aumentar o concurso público para que a gente possa, aos poucos, não ter a necessidade dessas contratações, nesse volume da Lei 650. Hoje, são mais de duas mil pessoas contratadas pela Lei 650. Esforço concentrado para concurso público é o nosso objetivo.

O SR.FLÁVIO SARAIVA – Obrigado. Nosso encontro será mais curto do que o de ontem. Estamos indo para a última questão. Para que a gente possa ter critério de justiça em relação ao que aconteceu ontem e ao que está acontecendo hoje, nós vamos encerrar nosso encontro exatamente quando você responder a última pergunta.

A Capep Saúde você sabe que é uma autarquia municipal que presta através de serviços contratados, credenciados o serviço de saúde para os servidores públicos. A Capep Saúde hoje trabalha com o orçamento no limite e os trabalhadores não podem mais arcar com novas contribuições. Hoje temos uma faixa grande de servidores que tem os salários muito rebaixados e isso inviabiliza logicamente que o servidor contrate um plano de saúde, porque se inclusive pudesse, o faria muito provavelmente.

Somente uma camada da Prefeitura conseguiria pagar um plano de saúde, conseguiria não, consegue porque inclusive uma parte tem planos de saúde. Mas, uma grande parte da Prefeitura depende da Capep. Uma grande parte dos servidores da Prefeitura depende da Capep e única e exclusivamente dela, inclusive a Capep evita que a gente tenha uma maior demanda para as unidades do SUS que já estão com uma dificuldade bastante acentuada.

Se a gente hoje colocasse os servidores da Prefeitura e seus dependentes no SUS não dá para imaginar o que aconteceria. Então, esse orçamento no limite, Paulo Alexandre, inviabiliza a necessária criação de um fundo preventivo para emergências que seria possível com um repasse de mais 1% além dos 3% que a Prefeitura já repassa. Esse 1% foi repassado durante um tempo a título precário, mas esse repasse encerrou-se no mês de julho passado. Também há rumores de que algumas candidaturas neste exato momento eleitoral entenderiam que seria melhor fechar a autarquia Capep e contratar um plano de saúde privado para atender os servidores da Prefeitura, contrato esse que implica obviamente - e acho que por isso não se fala mais claramente sobre essa intenção - implicaria em um gasto muito maior para o servidor. Porque plano de saúde não atende por caridade, atende por dinheiro.

Então, a nossa pergunta para você é a seguinte: O candidato é favorável a manutenção da Capep Saúde como autarquia municipal? Se for, defende o repasse de mais 1% por parte do município para que a gente possa criar um fundo de emergência? Só para exemplificar a

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necessidade desse fundo, há mais ou menos dois meses atrás o filho de um servidor atendido pela Capep na qualidade de seu dependente sofreu assim que nasceu foi acometido de uma moléstia gravíssima e a Capep gastou em trinta dias um milhão de reais. Esse menino hoje está bem, está na casa dele, mas, a gente imagina o seguinte: se a Capep tivesse três atendimentos como esse no decorrer de um mês, a Capep não conseguiria arcar no mês seguinte com os repasses para os prestadores de serviço, por exemplo.

Então esse fundo não é uma coisa qualquer, é de uma importância fundamental por isso que a Capep, você sabe também, ela quase fechou há um tempo. E porque ela fechou? Porque exatamente se gastava dinheiro com uma empresa que ‘’administrava’’ os recursos da Capep, isso custava uma fortuna, os salários estavam muito rebaixados – isso foi antes do advento da implantação do plano de carreira – e aí as finanças da Capep foram para o brejo ao ponto de quase fechar.

Hoje a situação está mais equilibrada, mas o orçamento está no limite. Se a gente tivesse três casos como o desse menino, a Capep novamente se desequilibraria e os médicos por sua vez passariam a se descredenciar, os hospitais idem como aconteceu naquele momento muito recente inclusive que a Capep quase faliu porque não tinha gente para atender os servidores. Não tinha profissionais para atender, não tinha hospitais porque todo mundo se descredenciava e ia embora dizendo: olha, se não está pagando, estou fora. É isso que é o mercado. E lamentavelmente a saúde também é um mercado. Então, é isso.

A gente queria saber se você é favorável que a Capep continue como autarquia municipal e se defende também que a Prefeitura possa repassar 1% que é do nosso ponto de vista uma ninharia para os cofres municipais com os atuais níveis de arrecadação, para que a gente possa ter esse fundo e, portanto, preservar a Capep, os próprios servidores de outra calamidade como aquela que aconteceu, quando estava lá a Capep sendo dirigida por um cidadão chamado Motta, que quase fechou a Capep.

CANDIDATO PAULO ALEXANDRE BARBOSA – Bom Flávio, você tocou em um ponto muito importante. O servidor público tem bastante maturidade e vivencia. Já acompanhou diversos processos eleitorais. E sabe que o que está acontecendo nesse processo eleitoral não foge à regra. Faltam dezessete dias para a eleição, e é um momento onde muitos boatos surgem. Muitas informações que não correspondem à verdade no tocante aos candidatos e logicamente algumas afirmações atribuídas a nossa candidatura como a extinção de determinados programas da Prefeitura, eliminar vantagens adquiridas pelos servidores, todo tipo de colocação que não corresponde à verdade e busca prejudicar nossa campanha durante esse processo eleitoral.

Então é muito importante que você nos dê essa oportunidade de responder e digo sempre aos servidores e a quem quer que seja, que sempre que surgir um boato, ou uma informação, que nos procure. Procure através do nosso site, nosso contato direto no nosso escritório político para esclarecer. Converso com as pessoas. Estou nas ruas todos os dias e muitas inverdades têm sido plantadas com o objetivo de prejudicar a nossa candidatura.

E essa da privatização da Capep é mais uma delas que está sendo plantada nas ruas e evidentemente isso não tem o menor sentido. Inclusive se eu fosse prefeito, não teria permitido que a Capep chegasse ao estágio vergonhoso que se encontra. Perdendo médicos conveniados, porque os médicos saem? Porque os profissionais deixam de estar na Capep? Porque demoram a receber, porque não têm interesse nenhum em estar na Capep por

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conta disso. Então na verdade a Prefeitura não cumpre com a parte que lhe é devida pela falta de recursos, pela ausência.

Então nós vamos melhorar as condições sim, acrescentar esse 1% para que as pessoas tenham um tratamento de saúde digno. Que tenham facilidade para agendar as consultas, que nós possamos aumentar a rede conveniada hoje existente que já foi muito maior e muito mais efetiva no passado do que é hoje e é importante que esse esforço possa ser feito. Porque cuidar da saúde do servidor é tratar o servidor com o mínimo de dignidade. Dignidade que o servidor merece e precisa. É o respeito que a Prefeitura tem que ter.

Então não temos intenção alguma, esta fora de cogitação qualquer tipo de privatização em relação às funções e as responsabilidades da Capep.

Eu queria aproveitar também para dizer que temos a necessidade de avançar muito no que se refere ao servidor público. Hoje, Santos conta com quase doze mil servidores municipais e a média de salário entre todos os servidores é algo em torno de dois mil e quatrocentos reais. O que significa dizer que entre as vinte maiores cidades do Estado de São Paulo, é a quinta pior média, ou seja, é necessário avançar e muito. Estamos distantes do limite prudencial que é de 51,3% e temos muito a ser feito.

Vamos fazer não só no salário, mas também na valorização do servidor.

Temos o projeto do cartão do servidor que pretendemos implantar com vantagens para que o servidor possa acessar uma rede conveniada de serviços e possa de fato usufruir e ter orgulho de ser servidor público da Prefeitura Municipal de Santos com as vantagens, com a valorização que nós vamos promover.

Esse é o nosso compromisso e, sendo eleito, quero ser cobrado por isso dentro do diálogo permanente que a gente vai ter com o sindicato.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Ontem, por solicitação dos candidatos, cada candidato teve um minuto para fazer as suas colocações finais, expressar suas opiniões sobre a nossa conversa aqui ou sobre os assuntos que entendem importantes. Então, a gente vai lhe passar o microfone Paulo Alexandre. Antes, agradeço aos colegas servidores.

O pessoal aqui lembra que ontem tivemos uma série de questionamentos sobre a necessidade de manter a total isonomia, igualdade ou qualquer adjetivo que a gente possa usar, entre todos os candidatos e nós vamos fazer isso. Ontem a gente não sorteou perguntas, questões. O Sindicato vai encaminhar a todos os candidatos as perguntas que foram depositadas aqui no box à nossa frente. Agradecemos a presença dos colegas.

Estamos aplicando rigorosamente a mesma regra que aplicamos ontem. Esperamos que, com a divulgação do material e todas as informações que vamos passar, os servidores tomem posicionamento e, principalmente, se organizem para o ano que vem a gente conversar com o novo prefeito, seja ele você, seja ele outro candidato que concorre ao pleito, neste momento. O objetivo do Sindicato é sempre promover o máximo de apoio à organização dos servidores. Esse é o nosso papel. Se não for para fazer esse papel, não tem sentido, no ponto de vista da política sindical que a gente adota, estar neste Sindicato. Tem outras coisas para fazer na vida. Então, o nosso trabalho é com os servidores e é para eles e com eles que a gente batalha.

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Então, o ano que vem nós nos encontraremos com o próximo gestor da cidade e vamos, inclusive, cobrar todas as coisas que foram ditas aqui, às dezenove horas do dia de ontem e no dia de hoje até às vinte e trinta, visto que agora é o seu minuto para a saudação final.

Muito obrigado pela presença e agora é seu o microfone. Na sequencia da fala do Paulo Alexandre, nós vamos para nossas casas.

CANDIDATO PAULO ALEXANDRE BARBOSA – Bom, Flávio, muito obrigado pelo convite. Quero dizer que estou à disposição do Sindicato dos Servidores para esclarecer qualquer outro tipo de dúvida para que possam conhecer melhor as nossas propostas, através do nosso site, as redes sociais. Pretendemos fazer um trabalho muito sério de valorização do servidor público da nossa cidade, fundamental para que a gente possa ter um serviço público de qualidade.

Quero dizer que estou neste processo eleitoral, neste desafio para dar minha contribuição à cidade, no sentido de construir uma cidade mais justa, com mais oportunidade para as próximas gerações. Estamos vendo um momento de transformação na nossa cidade e é fundamental que essas oportunidades que serão geradas aqui possam ficar com os santistas. A cidade vem crescendo, vem avançando. É fundamental que as pessoas possam crescer junto com a cidade.

Nada contra os candidatos que estão aí colocados, mas muitos deles já fizeram parte de governos municipais, já tiveram a chance de administrar a cidade e ofereceram a sua contribuição. Quero fazer a minha parte para que a gente possa valorizar o servidor e construir uma cidade melhor para as próximas gerações. Por isso, quero também aproveitar para pedir o voto de vocês no dia sete de outubro.

Muito obrigado.

- Palmas.

O SR. FLÁVIO SARAIVA – Boa- noite pessoal e muito obrigado pela presença.

- Encerra-se o debate às 20h25min.

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