de todo o coração

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SÉRGIO FRANCO DE TODO O CORAÇÃO Rio de janeiro, 2009

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“De todo o coração” é a transcrição de uma mensagem, proferida em diversas ocasiões, pelo Franco. É o resultado de um ministério dedicado ao serviço do Pai.

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SÉRGIO FRANCO

DE TODO O CORAÇÃO

Rio de janeiro, 2009

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De Todo o Coração5a edição - 2008Rio de JaneiroATOS GOSPEL2008

Copyright © ATOS GOSPEL Capa e diagramção: Filipe FleixeiraRevisão: Rosangela Lisboa, Raphael ReisIzabelle Andretta, Cristiano Brum e Helena WuchererIlustração da Capa: André TavaresDados Internacionais de catalogação na publicação

***Franco, Sérgio RDe todo o coração – Sérgio Rodrigues Franco – Rio de JaneiroProjeto ATOS 2003 – 66 p; 18 cm1ª Edição 1996

ISBN – 978-85-62428-00-5

***

Publicado com a devida autorização e todos os direitos reservados àATOS GOSPELCNPJ: 07459843/0001-08Av. D. Helder Câmara, 5555 – sala 511Cachambi – Rio de Janeiro – RJ - CEP 20.771-001 Tel. : (21) 3296 5360 / 3979 0122www.atosgospel.com.br

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SUMÁRIO

prefácio

introduçãoCAPÍTULO 1

a importãncia da circuncisãoCAPÍTULO 2

as bem-aventurançasCAPÍTULO 3

bem-aventurados os humildes de espírito(coração)CAPÍTULO 4

bem-aventurados os que choramCAPÍTULO 5

bem-aventurados os mansosCAPÍTULO 6

bem-aventurados os que têm fome e sede de justiçaCAPÍTULO 7

bem-aventurados os misericordiososCAPÍTULO 8

bem-aventurados os puros de coraçãoCAPÍTULO 9

bem-aventurados os pacificadoresCAPÍTULO 10

bem-aventurados sois vós, quando...CAPÍTULO 11

o coração de Jesus

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PREFÁCIO

Deus falou através dos profetas a respeito de ministérios que levantaria nestes últimos dias. A voz profética que jamais se calaria até que fosse manifestada a Justiça do Senhor. Homens que falariam segundo os oráculos de Deus, de-safiando os chamados discípulos a viverem mais profundamente com o Pai.

Fui chamado para fazer este prefácio por uma razão simples: tenho acompanhado não só a vida do autor, mas também os resultados que tais ensinamentos vêm produzindo na vida de muitos.

“De todo o coração” é a transcrição de uma mensagem, proferida em diversas ocasiões, pelo

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Franco. É o resultado de um ministério dedica-do ao serviço do Pai.

Muitos são aqueles que se sentiriam honra-dos ao escrever essas linhas, tendo em vista a transformação que sofreram em suas vidas ao serem confrontados por tais palavras. O relato de experiências fala por si só da preciosidade das revelações aqui contidas, luz que jamais po-deria ser aprisionada em uma igreja local.

Meu desejo é que a vida do leitor seja tocada tão profundamente quanto a vida daqueles que já vêm sendo alcançados por este ministério.

Cláudio Zaché de Melo, Bispo na Igreja da Zona Oeste do Rio de Janeiro

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INTRODUÇÃO

A Igreja vive dias de glória nesta nação. E é tida em muitos lugares do mundo como uma Igreja em avivamento. De fato, a Igreja brasileira tem se multiplicado por todo o território nacional. Contudo, multiplicação e crescimento espiritu-al são coisas distintas. Poderia dizer que a igreja cresce quantitativamente mais que qualitativa-mente. A quantidade desta igreja não revela a qualidade necessária. Digo isso como parte des-ta igreja.

Alguém já disse que a igreja no Brasil lembra um “grande lago” – RASO. Como isso é possível? Creio que a resposta é a seguinte: podemos nos multiplicar sem deixarmos de ser crianças espi-

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rituais. Seria possível uma semente lançada ao solo germinar sem chegar a crescer e frutificar? Poderia ela ficar a beira do caminho, num solo rochoso ou entre espinhos? (Mateus 13:1-8, 18-23; Marcos 4:1-20; Lucas 8:4-15). Se fosse assim, correríamos o risco de nascer e viver sem nun-ca chegar à maturidade tão anelada pelo Pai.

Creio que parte deste problema está funda-mentada nas nossas prioridades, que na maioria das vezes estão em desacordo com o Reino de Deus. É claro que necessitamos trabalhar para o Senhor, porém, nesta busca por produção san-ta, terminamos, muitas vezes, mudando nossas prioridades e deixando coisas importantes se-rem substituídas pelas coisas urgentes. Quando não, misturamos nossas motivações, abrimos mão dos princípios e fazemos TUDO PARA A GLÓRIA DE DEUS, como se isso fosse possível. Em suma, queremos que seja PARA ELE, aquilo que não é DELE, nem POR MEIO DELE.

Esta pressão da alma leva-nos a buscar fazer “alguma coisa” para Deus. Já ouvi irmãos dize-

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rem: “preciso fazer alguma coisa para Deus”. A ênfase para se fazer algo é tão grande que ve-mos crentes numa verdadeira corrida evangé-lica. Eles andam de cima para baixo e de bai-xo para cima - como diz minha mãe. Cada um procurando cumprir o seu ministério, às vezes sem muito entendimento, unidade ou direção.

Estou convicto que Deus está, neste tempo, circuncidando vários corações. Aí você me per-gunta: o que tem a ver circuncisão conosco? De fato, nós não somos da circuncisão. Contudo, gostaria de compartilhar neste livro uma visão que tenho para estes dias.

“O senhor, teu Deus, circuncidará o teu cora-ção e o coração de tua descendência, para amares o senhor, teu Deus, de todo o coração e de toda a tua alma, para que vivas”.(Deuteronômio 30:6 ra)

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CAPÍTULO 1

A IMPORTÂNCIA DA CIRCUNCISÃO

“Sucedeu que, ouvindo todos os reis dos amor-reus que habitavam deste lado do Jordão, ao ocidente, e todos os reis dos cananeus que esta-vam ao pé do mar que o senhor tinha secado as águas do Jordão, de diante dos filhos de Israel, até que passamos, desmaiou-se-lhes o coração, e não houve mais alento neles, por causa dos filhos de Israel. Naquele tempo, disse o senhor a Josué: Faze facas de pederneira e passa, de novo, a cir-cuncidar os filhos de Israel. Então, Josué fez para si facas de pederneira e circuncidou os filhos de Israel em Gibeate-Haralote. Foi esta a razão por que Josué os circuncidou: todo o povo que tinha

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saído do Egito, os homens, todos os homens de guerra, eram já mortos no deserto, pelo caminho. Porque todo o povo que saíra estava circuncidado, mas a nem um deles que nascera no deserto, pelo caminho, depois de terem saído do Egito, haviam circuncidado. Porque quarenta anos andaram os filhos de Israel pelo deserto, até se acabar toda a gente dos homens de guerra que saíram do Egito, que não obedeceram à voz do senhor, aos quais o senhor tinha jurado que lhes não havia de deixar ver a terra que o senhor, sob juramento, prometeu dar a seus pais, terra que mana leite e mel. Porém, em seu lugar pôs a seus filhos; a estes Josué circuncidou, porquanto estavam incircun-cisos, porque os não circuncidaram no caminho. Tendo sido circuncidada toda a nação, ficaram no seu lugar no arraial, até que sararam. Disse mais o senhor a Josué: Hoje, removi de vós o opróbrio do Egito; pelo que o nome daquele lugar se chamou Gilgal até o dia de hoje.” (Josué 5:1.9 ra)

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Ao lermos estes versículos de Josué cap. 5, entendemos que num momento importante de transição e avanço do povo de Israel que saiu do deserto, foi necessário circuncidar toda a nação. Deus ordenou a Josué que o fizesse. Eles, ainda que fossem o povo de Deus, não eram circunci-dados.

Acredito, à luz desta Escritura, que em algum momento da nossa caminhada cristã, Deus exi-ge de nós profundidade. Não é uma questão de opção. Estou convencido de que Deus traba-lha para que experimentemos uma vida mais profunda com Ele. Não sei explicar, mas toda a vez que leio estes versículos me flagro pensan-do nas mudanças pelas quais a igreja brasileira está passando. Parece que a igreja no Brasil está diante de um novo tempo, um novo momento. Creio que nós estamos prestes a experimentar algo novo de Deus.

Quando compartilhei com os discípulos do Senhor sobre este tema, ousei dizer que o Espí-rito Santo está falando à igreja: “filhos, até aqui

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vocês vieram, com muitas lutas e conseqüentes vitórias. Com algumas baixas. Guerreiros sendo humilhados, outros exaltados. Suportei muita infantilidade entre vocês, mas agora necessitam ser circuncidados. Pois daqui em diante, as coi-sas vão mudar. Exijo profundidade no que irão fazer. Desejo que façam DE TODO O CORAÇÃO”.

Creio que devemos fazer valer a circuncisão que foi operada em nós quando cremos.

O QUE TEM HAVER CIRCUNCISÃO CONOSCO?Se alguém me ensinasse que devemos, como cristãos, nos circuncidar, eu responderia o se-guinte: Nele, em Cristo, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor, pois em Cristo a cir-cuncisão da carne foi cumprida.

“Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que atua pelo amor” (Gálatas 5:6 ra).

Realmente, nós não somos da circuncisão da carne. A circuncisão não tem valor em si, nem

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tampouco a incircuncisão. Paulo é bem claro quando escreve sua carta à Igreja em Corinto:

“A circuncisão em si não é nada; a incircunci-são também nada é, mas o que vale é guardar as ordenanças de Deus” (1 Coríntios 7:19 ra).

Embora não sendo nós da circuncisão da car-ne, somos circuncisos nEle no espírito, bem lá dentro do coração.

“Nele também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos humanas, mas no despoja-mento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo” (Colossenses 2:21 ra).

Se já fomos circuncidados em Cristo, e isso não foi obra de homens, como alguém pode nos falar sobre a circuncisão?

De fato a igreja foi circuncidada em Cristo Jesus. Nele fomos mais que circuncidados. Nós podemos afirmar com toda a convicção que EM CRISTO “somos excelentes”. Como discípulos do Senhor Jesus devemos crer que EM CRISTO: Somos justificados (Romanos 3:24), fomos ba-tizados na Sua morte (Romanos 6:3), estamos

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vivos para Deus (Romanos 6:11), recebemos vida eterna (Romanos 6:23), não somos conde-nados (Romanos 8:1), experimentamos o amor de Deus (Romanos 8:39), somos um só corpo (Romanos 12:5), somos santificados (1 Coríntios 1:2), recebemos a graça de Deus (1 Coríntios 1:4), somos de Deus (1 Coríntios1:30), somos pais espirituais (1 Coríntios 4:15.17), somos vivi-ficados (1 Coríntios 15:22), somos confirmados no ministério e recebemos a unção (2 Coríntios 1:21), sempre somos conduzidos em triunfo (2 Coríntios 2:14), somos revelados (2 Coríntios 3:14), somos nova criação (2 Coríntios 5:17), fo-mos reconciliados com o Pai (2 Coríntios 5:19), somos um (Gálatas 3:28), somos fiéis (Efésios 1:1), fomos abençoados com toda a sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais (Efésios 1:3), NÓS FOMOS CRIADOS, MORREMOS, RESSUCI-TAMOS E ESTAMOS ASSENTADOS NOS LUGARES CELESTIAIS (Efésios 1:20 e 2:6), fomos aproxi-mados (Efésios 2:13), o propósito eterno foi es-tabelecido (Efésios 3:11), fomos perdoados (Efé-

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sios 4:32), nos gloriamos (Filipenses 3:3), somos chamados com soberana vocação (Filipenses 3:14 / 1 Pedro 5:10), possuímos a paz que guarda nosso coração e mente (Filipenses 4:7 – 1 Pedro 5:14), somos supridos (Filipenses 4:19), somos aperfeiçoados (Colossenses 1:28), ressuscitare-mos primeiro se experimentarmos a morte (1 Ts 4:16), está a vida (2 Timóteo 1:1), recebemos a graça (2 Timóteo 1:9), está o amor (2 Timóteo 1:13), está a graça (2 Timóteo 2:1), está a salva-ção (2 Timóteo 2:10), vivemos piedosamente e, portanto, perseguidos (2 Timóteo 3:12), somos livres para ordenar o que convém (Fm 1:8), te-mos bom procedimento (1 Pedro 3:16).

Quando lemos todas estas verdades, ficamos com a impressão que a nós, meros mortais, não cabe nada, absolutamente. Pensamos que não existe nenhuma contrapartida.

Se tudo isso é para quem está em Cristo, o que compete a nós? Resposta: Permanecer em Cristo.

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Foi compreendendo João 15 que o missioná-rio Hudson Taylor aprendeu a descansar em Deus – Ele aprendeu a importância de ESTAR EM CRISTO E PERMANECER NELE.

“Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem perma-nece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; por-que sem mim nada podeis fazer. Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à seme-lhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam. Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pe-direis o que quiserdes, e vos será feito. Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos.” (João 15:5-8 ra).

ENTRE A POSIÇÃO E A EXPERIÊNCIATalvez você já tenha ouvido que existe uma la-cuna entre os nossos direitos em Cristo e as nos-sas conquistas reais do dia a dia. Exemplo:

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“E pôs todas as coisas debaixo dos pés, e para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja” (Efésios 1:22 ra).

Paulo ensina que todas as coisas estão sujei-tas a Cristo e que esta posição de autoridade foi dada à igreja. Apesar desta verdade, alguém pode dizer que não vê esta sujeição das coisas nem ao Senhor Jesus, quanto mais à Sua igre-ja. Talvez o autor da carta aos hebreus esclareça isso. Leia com atenção:

“Todas as coisas sujeitaste debaixo dos seus pés. Ora, desde que lhe sujeitou todas as coisas, nada deixou fora do seu domínio. Agora, porém, ainda não vemos todas as coisas a ele sujeitas” (Hebreus 2:8 ra).

As Escrituras não negam que pode haver uma lacuna entre aquilo que é legal e aquilo que é experimental. Penso nisso também toda vez que leio ou me recordo dos Salmos 149.

“Aleluia! Cantai ao senhor um novo cântico e o seu louvor, na assembléia dos santos. Rego-zije-se Israel no seu Criador, exultem no seu Rei

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os filhos de Sião. Louvem-lhe o nome com flauta; cantem-lhe salmos com adufe e harpa. Porque o SENHOR se agrada do seu povo e de salvação adorna os humildes. Exultem de glória os santos, no seu leito cantem de júbilo. Nos seus lábios es-tejam os altos louvores de Deus, nas suas mãos, espada de dois gumes, para exercer vingança en-tre as nações e castigo sobre os povos; para meter os seus reis em cadeias e os seus nobres, em gri-lhões de ferro; para executar contra eles a senten-ça escrita, o que será honra para todos os seus santos. Aleluia!”.

Existe uma sentença escrita que será executa-da pela igreja do Senhor Jesus. Esta é mais uma razão para fazermos valer a circuncisão dos nossos corações.

Sei que nós gostamos mais das sentenças so-bre os principados e potestades. Estou certo de que a igreja vibra quando falamos sobre colo-car o diabo e seus demônios no lugar deles, ou seja, “debaixo dos nossos pés”. Porém, não vejo a mesma animação quando falamos em colocar

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“a carne” no seu lugar, ou seja, “na cruz”. Que-remos quebrar as maldições e meter todos os demônios em cadeias, mas não podemos nos esquecer da carne. Ela é o pior dos inimigos.

O VALOR DE UM CORAÇÃO CIRCUNCIDADOApós considerar que existe uma lacuna entre a verdade posicional e a experimental, quero afir-mar o seguinte: as Escrituras ensinam que a cir-cuncisão vai além da carne do prepúcio.

“Homens de dura cerviz e incircuncisos de co-ração e de ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo, assim como fizeram vossos pais, também vós fazeis”. (Atos 7:51 ra)

“Porque não é judeu quem o é exteriormen-te, nem é circuncisão a que é somente na carne. Porém, judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus”. (Romanos 2:28-29 ra)

“Quanto ao mais, irmãos meus, alegrai-vos no Senhor. A mim não me desgosta, e é segurança

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para vós outros que eu escreva as mesmas cou-sas. Acautelai-vos dos cães! Acautelai-vos dos maus obreiros! Acautelai-vos da falsa circunci-são! Porque nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos a Deus no espírito, e não confia-mos na carne”. (Filipenses 3: 1-3 ra)A leitura destes textos nos prova o seguinte:1 – O homem pode ser incircunciso de coração e ouvidos. (Atos 7:51)2 – A circuncisão não é somente na carne, mas é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus. (Romanos 2:28.29)3 – Os da circuncisão adoram a Deus no espírito e não confiam na carne. (Filipenses 3:1.3)

Parece que todo o nosso drama reside em fa-lar, mas não experimentar as bênçãos que Deus, em Cristo Jesus, alcançou para nós. Falamos da nossa vitória sobre o pecado e vivemos naufra-gando nele. Falamos sobre o triunfo da cruz e navegamos nas águas do legalismo. Ensinamos sobre a vida no Espírito e praticamos as obras

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da carne. Cantamos sobre a maravilhosa graça e desafinamos na libertinagem. Falamos e, mui-tas vezes, não alcançamos. O que declaramos, muitas vezes está longe do que de fato vivemos e experimentamos no dia a dia.

Por esta causa, quero falar sobre a circunci-são do espírito, do coração.

Deus quer transformar o meu íntimo, o meu coração, pois não é mais tempo dos incircun-cisos de coração realizarem a obra do Senhor. Se insistirmos, seremos reprovados diante dEle. Nós já atravessamos o rio Jordão da nossa car-reira cristã.

“O SENHOR, teu Deus, circuncidará o teu cora-ção e o coração de tua descendência, para ama-res o senhor, teu Deus, de todo o coração e de toda a tua alma, para que vivas” (Deuteronômio 30:6 ra).

Ouço o Espírito Santo dizer: busco homens e mulheres que façam a minha obra de todo o coração. Pois, se desejamos fazer de modo ex-celente, é necessário, antes de tudo, ser excelen-

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te e, neste caso, não vale apenas palavras, pois Deus já está farto de declarações vazias.

Vivemos hoje um momento de autenticidade. Deus tem pesado os nossos espíritos. Um mo-mento em que o Pai está exigindo de nós algo mais profundo, ainda que seja simples. Uma atitude de purificação, de uma real santificação. Como Paulo diz:

“Tendo, pois ó amados tais promessas, purifi-quemo-nos de toda a impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santida-de no temor de Deus” (2 Coríntios 7:1 ra).

As promessas de Deus nos remetem a uma obediência por fé. Pessoalmente nunca pensei que deveríamos nos purificar de TODA A IMPU-REZA, tanto da carne COMO DO espírito. Princi-palmente se falando de espírito, pois entendia que no meu espírito (coração) não havia nada para ser purificado, pois cria que esta obra já havia sido realizada. Porém, agora entendo que EM CRISTO, possuo toda a condição de experi-mentar uma purificação verdadeira. Nele posso

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viver como alguém que já circuncidou o seu co-ração.

Deus nos ajuda também quando nos exami-na no íntimo.

“O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor. Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas o Senhor pesa o espírito” (Provérbios 16:1.2 ra).

Há muita sujeira, muita impureza que não vemos com os nossos olhos, mas Papai do Céu vê. Ele não quer ficar na periferia da alma. Ele deseja que nos revelemos para Sua glória.

“Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao senhor, vosso Deus, porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal” (Joel 2:13 ra).

Deus começa do começo. Ele não costura re-mendo novo em vestido velho e não põe vinho novo em odre velho. Ele é profundo e revela as profundezas a quem o busca de todo o coração.

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“Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz” (Daniel 2:22 ra).

SE A RAIZ É SANTA...A excelência da Igreja está fundamentada inti-mamente no que somos e não no que fazemos ou possuímos. Podemos fazer algo somente com aparência de santidade.

‘’E se forem santas as primícias da massa, igualmente o será sua totalidade; se for santa a raiz, também os ramos o serão’’ (Romanos 11:16 ra).

Se nosso interior é puro, o que fazemos tam-bém o é.

É importante ressaltar que a nós não cabe jul-gar as intenções do coração do homem. A obra da Igreja é julgada por Deus, que certamente conhece todas as nossas motivações.

Nós, discípulos do Senhor, também não de-vemos suspeitar uns dos outros. A suspeita é maligna para qualquer relacionamento. Costu-

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mo dizer aos discípulos: melhor é morrer esfa-queado pelas costas do que viver suspeitando dos irmãos. Falo isso inspirado no meu Mestre.

Paulo escreveu à Igreja em Tessalônica:“ ...Pelo contrário, visto que fomos aprovados

por Deus a ponto de nos confiar o evangelho, as-sim falamos, não para que agrademos a homens, e, sim a Deus que prova os corações. A verdade é que nunca usamos de linguagem de bajulação, como sabeis, nem de intuitos gananciosos. Deus disto é testemunha (1 Tessalonicenses 2:4-5 ra).

Neste texto, podemos observar que Deus além de provar os corações, testemunha nossos intuitos. Fica claro aqui que das intenções Deus cuida. Quando Paulo afirma que não usou de linguagem de bajulação, ele diz: “Como sa-beis”, ou seja, os homens podem testemunhar as palavras; mas quando se refere aos “intuitos gananciosos”, ele declara: “Bem, disto Deus é testemunha”. O que for visto e ouvido pode ser avaliado por todos nós num desejo de coope-rar. No entanto, as intenções do coração entre-

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gamos ao juízo de Deus. É ruim para o homem viver suspeitando do outro e julgar coisas que não conhece.

Aprendemos com Deus, desde o início, a ar-güir os faltosos. O Pai perguntou a Adão, e pos-teriormente a Caim, sobre suas faltas. Deus sabe de tudo, mas nos ensina a perguntar primeira-mente antes de tratar dos assuntos. Em Mateus 18, Jesus nos esclarece como a Igreja argúi os irmãos faltosos. Freqüentemente, muitos pen-samentos que julgamos verdadeiros não resis-tem a uma boa conversa. Agimos no corpo para abençoar a todos os irmãos. Argüimos os fal-tosos no intuito de cooperar com o seu perdão e manter a Igreja pura. Não devemos suspeitar das intenções do coração do homem. Deus de-seja que vivamos uma vida tranqüila e segura. Devemos deixar a omissão sem ir além do uni-verso da nossa consciência. Argüimos um ir-mão para saber o que está no seu coração. Não somos os donos da verdade. Sejamos cautelosos e humildes.

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Sendo assim, antes de tentar descobrir a raiz do outro, devo cuidar da minha própria raiz, ou seja, o cuidado com o meu coração deve ser a minha prioridade.

A raiz da minha vida está no íntimo do meu ser. Se lá dentro não é santo, como poderei pro-duzir obras santas? Existem muitas coisas boas que posso fazer, como cantar num coral ou numa banda, tocar instrumentos, ensinar aos novos, cuidar das crianças e socorrer aos ne-cessitados, etc. Contudo, posso fazer tudo isso apenas por fora. Minha produção pode não ser o resultado do que sou.

“Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Con-tinua nestes deveres; porque, fazendo assim, sal-varás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes” (1 Timóteo 4:16 ra).

“Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredu-lidade que vos afaste do Deus vivo” (Hebreus 3:12 ra).

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É de suma importância nos apresentar a Deus ao invés de nos exibir para os homens. Paulo ensinou a Timóteo, seu filho espiritual, o seguinte:

“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Timóteo 2:15 ra).

Sei que somos tentados a nos apresentar aos homens, aprovados como obreiros, porém, isso está longe de revelar uma raiz santa que vai abençoar toda a massa. Quando nos apresen-tamos a Deus, podemos ser reprovados. Por exemplo: Deus não pede apenas serviço. En-quanto nós nos concentramos em apenas servi-Lo, Ele diz que necessitamos servir com alegria de coração.

“Servi ao senhor com alegria, apresentai-vos diante dele com cântico” (Salmos 100:2 ra).

“Porquanto não serviste ao senhor, teu Deus, com alegria e bondade de coração, não obstante a abundância de tudo” (Deuteronômio 28:47 ra).

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Como ficará alguém que produziu muito, mas não serviu a Deus com alegria de coração? Ob-serve que Deus não se impressiona com o nosso serviço, mais do que com o nosso coração.

Deus quer excelência nesses dias do fim. Ele não vai medi-la pelas nossas obras e sim pelos nossos corações. Posso até possuir uma linda cara de evangélico, aparentar ser um “santarrão” espiritual. Porém, se o meu coração é impuro, incircunciso, o que faço não tem valor diante de Deus: é madeira, palha ou feno.

A única maneira de abençoar “todo o corpo” é possuindo de fato um coração (raiz) santo.