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“De tempos em tempos, o Céu nos envia alguém que não é apenas humano, mas também divino, de modo que através de seu espírito e da superioridade de sua inteligência, possamos atingir o Céu” Giorgio Vasari, falando de Leonardo da Vinci Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.

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“De tempos em tempos, o Céu nos envia alguém que não é apenas humano, mas também divino, de modo que através de seu espírito e da superioridade de

sua inteligência, possamos atingir o Céu” Giorgio Vasari, falando de Leonardo da Vinci

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Sumário

1. INTRODUÇÃO

2. O QUE CAUSOU O RENASCIMENTO?

2.1. SURTO COMERCIAL E O MECENATO

2.2. O CRESCIMENTO DAS CIDADES E A BURGUESIA

2.3. A INVENÇÃO DA IMPRENSA

3. CONSEQUENCIAS RENASCENTISTAS

4. MUDANÇA DE PENSAMENTOS ESTÉTICOS E ARTÍSTICOS

5. OS GÊNIOS RENASCENTISTAS

5.1. LEONARDO DA VINCI

5.2. MICHELANGELO

5.3. RAFAEL SANZIO

5.4. BRUNELLESCHI

6. MANEIRISMO

7. CONCLUSÃO

8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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1. INTRODUÇÃO

O termo Renascimento é utilizado para caracterizar a civilização européia entre os anos de 1300 a 1650, a literatura, as ciências assim como o campo das artes obtiveram grandes progressos neste período, apesar de certa forma ser uma época em que se reviveria a antiga cultura greco-romana, porém ultrapassando em muito essa sua herança clássica.

O novo nascimento (re-nascimento) voltou os olhos para o humanismo, sendo o espírito deste movimento que fez oposição aos conceitos impregnados da idade média que voltava seus olhos para o divino, ou sobrenatural, trazendo novos temas como a valorização do próprio homem assim como da natureza. As principais características do Renascimento é a racionalidade, a dignidade do ser humano, o rigor cientifico, o ideal humanista e a reutilização das artes greco-romanas.

As relações matemáticas eram a base para a ocupação do espaço pelo edifício, na arquitetura Renascentista, para que o observador possa entender a lei que organiza de qualquer lugar que se coloque. Segundo Bruno Zevi “já não é o edifício que possui o homem, mas este que, aprendendo a lei simples do espaço possui o segredo do edifício”, as ordens arquitetônicas, os arcos de volta perfeita, a simplicidade nas construções, a escultura e a pintura autônomas ao edifício, são as características

que dominam a arquitetura neste período da história, tendo como seu principal arquiteto Filipo Brunelleschi, que não só era um completo artista Renascentista (pintor, escultor e arquiteto), como também tem como seus maiores trabalhos a cúpula da catedral de Florença e a Capela Pazzi.

Já a pintura deu um grande salto com o inicio do uso da perspectiva que seguia os princípios da matemática e da geometria para mostrar a diferença de tamanho das coisas seja por proporções ou distancias, o que não era feito anteriormente, o uso do claro e escuro, que trazia as pinturas um jogo de contrastes, pintando algumas áreas com luz e outras na sombra, dando também através deste “jogo” a sugestão de volume dos corpos. A mudança de pensamento deste período, que fazia com que o artista não visse mais o homem como um simples observador do mundo que mostra a grandeza do divino, e sim se colocando na posição de obra prima de Deus, deixando o mundo para ser compreendido através da ciência e não apenas admirado,

Cúpula da catedral de Florença – Filipo Brunelleschi

Acervo de fotos Juca Martins

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trouxe também uma pintura realista, utilizando pela primeira vez a tela e a tinta a óleo.

É neste período também que a pintura (assim como a escultura) deixa de ser quase que exclusivamente detalhes das obras arquitetônicas para se tornar manifestações independentes, o que fez com que surgissem artistas com estilo pessoal (individualistas em termos artísticos).

Entre os principais pintores deste período estão, Bottichelli (A Primavera e O Nascimento de Vênus), Michelangelo (teto da Capela Sistina e A Sagrada Família), Rafael (A Escola de Atenas e Madona da Manhã), e o principal gênio do Renascimento Leonardo da Vinci (Virgem das Rochas e Monalisa).

Os grandes escultores do Renascimento surgem na região do Vaticano, com a volta dos papas de Avinhão para Roma, sendo o maior destes escultores Michelangelo (que também era pintor), os escultores do Renascimento buscavam representar o homem com fidelidade, buscando o realismo absoluto, tentando também manter a figura na sua proporção real, sendo influenciados pela perspectiva e pela profundidade assim como na pintura, estudando também o corpo e o caráter humano.

Michelangelo assim como Leonardo da Vinci dissecou muitos corpos tentando saber exatamente onde estavam cada músculo e cada tendão.

Virgem das Rochas – Leonardo da Vinci

Divulgação da exposição do 50º aniversário da União Européia

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2. O QUE CAUSOU O RENASCIMENTO?

Quando falamos de Renascimento com certeza estamos tratando de um tema muito amplo, e pensando em história, não foi um movimento que veio com uma obra revolucionária de alguém, ou mesmo, com alguns anos graduais, e sim vários fatores históricos e sociais.

Podemos falar que as principais causas do Renascimento foi o aumento do comércio, o crescimento dos centros urbanos, a renovação dos interesses pelo cientifico, pelos estudos clássicos, a fuga do misticismo, as cruzadas, a invenção da imprensa, o fortalecimento da burguesia com o fim do feudalismo, e o mecenato (financiamento para artistas, com finalidade de aumentar o poderio das cidades e firmar o poder pessoal).

2.1 SURTO COMERCIAL E O MECENATO

Cidade de Florença

Foto de Medusa (quenemumavacalouca.blogspot.com)

Com o aumento da burguesia, as localidades em que o comércio se desenvolveu, apareceu uma disposição em financiar artistas. O sustento dos artistas do Renascimento vinha desta prática chamada mecenato (que nada mais é que uma referência a um patrocinador da Roma antiga), onde mercadores, banqueiros, reis e até mesmo a igreja contratava patrocinava os melhores artistas para que eles construíssem, suntuosos edifícios, palácios,, igrejas, estátuas, pinturas até mesmo para suas próprias residências, sendo assim através do orgulho os maiores protetores da produção artistica do Renascimento.

O exemplo é a cidade de Florença onde os Médici ficaram famosos por fundar uma academia dedicada ao estudo de Platão, sendo responsáveis também, pelo sustento de diversos escultores, pintores, e arquitetos que transformaram Florença inteira em uma verdadeira obra de arte, sem negar que este período é um dos maiores responsáveis pela valorização das artes, das ciências, e da valorização do intelectual na atualidade.

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2.2 O CRESCIMENTO DAS CIDADES E A BURGUESIA

Nos séculos XI e XII, várias mudanças sociais políticas e econômicas ajudaram o crescimentos das cidades e o fortalecimento da burguesia. As técnicas agrícolas evoluíram aumentando a diversidade de produtos agrícolas, e o cultivo de novas terras, o que sustentou a alimentação de um grade crescimento demográfico no período. Estes fatores fortaleceram a vida urbana, fazendo com que as cidades crescessem e se tornassem centros comerciais e artesanais fazendo com que estes locais deixassem de depender da produção agrícola e se afastarem dos centros agrários (ao redor de castelos e mosteiros).

Com esta evolução as cidades européias chamadas de burgos, que deixaram de depender de senhores feudais, transformando-se em ilhas capitalistas em um continente feudal, sendo tudo isto acompanhado de uma ascensão desenfreada do comércio. Estes habitantes dos burgos eram uma nova classe social dedicada somente ao comércio (os burgueses), que devido ao conflito dos reis com os senhores feudais se beneficiavam com apoios reais.

No mesmo momento os burgueses restabeleceram o comércio com o Oriente Próximo, o que elevou o preço das mercadorias, pelo aumento de demanda, aumentando as condições dos camponeses que compravam sua liberdade, aliado a expansão do comércio e da indústria, que abria novas frentes de trabalho, atraindo estes camponeses para os burgos, que se tornavam cidades. Todos estes fatores minaram as bases da organização feudal, que causou assim, o declínio do feudalismo, que dominava o período anterior ao Renascimento.

2.3 A INVENÇÃO DA IMPRENSA

Vale lembrar que Johann Gutenberg redescobriu os tipos (tipografia) chineses e inventou a prensa tipográfica, e foi muito importante para difundir as idéias comunicando finalmente em massa. Essa invenção ocorreu junto com a Queda de Constantinopla e teve grande influência na sociedade Européia, democratizando o aprendizado (antes de uso quase exclusivo do clero), vindo a contribuir quando o Renascimento atingiu o norte Europeu.

Johann Gutenberg

(www.biografiasyvidas.com)

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3. CONSEQUENCIAS RENASCENTISTAS

O Renascimento proporcionou ao mundo várias mudanças, um novo comportamento foi encontrado em todas as situações, desde os encontros nas ruas, o trabalho, a diversão, o tipo de moradia, até a moral, ética, política e religião, o que significa que o Renascimento não teve influência somente na arte e sim essa foi reflexo de uma mudança de pensamento da sociedade, recuperando vários dos valores clássicos.

Ao contrário do que os Romanos fizeram com a arte grega, na antiguidade clássica, o Renascimento nunca foi uma cópia, pois se utilizava dos conceitos gregos, porém sem perder a estética e os conceitos desta nova realidade do homem, o antropocentrismo era um ponto comum entre as duas civilizações “o Homem é a medida de todas as coisas”, porém, no pensamento Renascentista o que era belo no homem era ser uma criação perfeita de Deus, assim como a natureza e os animais, e não simplesmente o homem pelo homem, o que houve foi uma mudança de foco, enquanto na idade Média os “olhares”, se voltavam para Deus, no Renascimento eles se voltaram as criações do mesmo, chegando a conclusão de que o homem era/é a mais perfeita delas.

O mundo passou a ser entendido a partir da importância do ser humano, o trabalho, as guerras, as

transformações, aspirações e as contradições humanas se tornam objetos de inspiração e preocupação, produtos da ação do homem. A ciência e a razão passam a ser cultuadas, fazendo com que o homem se recuse em acreditar em qualquer coisa que não tenha sido provada de forma cientifica, ou com racionalismo, o que faz com que o experimentalismo e a ciência se desenvolvesse em grande proporções, sendo que este homem racional, acabou se tornando também individualista, que nada mais é do que reflexo da emergência da burguesia, e as novas relações de trabalho, tendo como idéia norteadora que cada um é responsável pela condução da própria vida, podendo mudá-la, e tomar controle da mesma. É importante frisar que o individualismo, não proporcionou o isolamento do homem, que continuou normalmente vivendo em sociedade mas sim na possibilidade que cada um de nós tem de tomar decisões sobre as próprias vidas.

Na arte havia também o hedonismo que nada mais era que produzir o belo, apenas pelo prazer que isso lhe proporcionava, juntamente com o universalismo, que dizia que o homem deveria desenvolver todas as áreas do saber, que temos como maior exemplo Leonardo da Vinci, que além de pintor e escultor, foi arquiteto, engenheiro, matemático, botânico, físico estudando até fisiologia.

Homem-Vitruviano

Gallerie Dell´Academia

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4. MUDANÇA DE PENSAMENTOS ESTÉTICOS E ARTÍSTICOS

O Renascimento veio com diversas mudanças de pensamentos, na arte muito foi modificado, como por exemplo, a volta dos ideais clássicos, assim também como algumas descobertas estéticas.

Vários fatores trouxeram essas mudanças, fatores políticos, e econômicos e de organização, assim, um período denominado trecento, que foi uma preparação para o movimento Renascentista, teve algumas mudanças. Foi nessa época que os Médici, começaram a prática do mecenato, e os moldes políticos, foram se modificando saindo do feudalismo um sistema onde cada local deveria ser auto-suficiente, isolando as regiões, modificando algumas coisas de feudo para feudo, e tornando-se basicamente mercantilista e urbana, fazendo com que a economia dependa exatamente do comércio o que acabou com este isolamento. Essa sociedade em expansão via crescer uma classe média que não dependia dos nobres, que foi a base de sustentação para o governo, e os pilares para o novo mercado de arte e cultura.

Houve um fator religioso que ajudou nesta transformação de pensamento, houve uma mudança na relação entre Deus e o Homem, fazendo com que a salvação pudesse ser alcançada, além de pelos bons atos, pelo embelezamento das cidades e igrejas com obras de arte, o que aumentou também a prática do mecenato.

No período a seguir denominado Quattrocento (séc XV), é famoso por ser a era dourada da Renascença, onde ela sai totalmente do gótico, e amadurece saindo da Europa e rumando para países, como a França, Inglaterra, Portugal, Espanha, a historiografia com Leonardo Bruni é criada e várias pessoas procuram pelas bibliotecas do mundo textos dos clássicos, como Platão, Aristóteles entre outros, repercutindo também na arte, fazendo com que todos saiam do pensamento idealista do gótico, vindo ao racionalismo, aumentando ainda mais a prática do mecenato.

Escola de Atenas - Rafael

Talvez o período mais famoso do Renascimento, é a transição do Quattrocento para o Cinquecento, chamado Alta Renascença, foi neste período que Leonardo Da Vinci, fez suas mais maduras obras como “A Virgem das

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Rochas”, e Michelangelo fez seu “Davi”, Rafael em seu inicio de carreira pintou sua “Madonna Cowper”, tendo até o “Tempietto” de Bramante na Igreja de São Pietro em Montorio em Roma. É a fase em que se cristalizam idéias que marcam todo o movimento Renascentista, o humanismo, a noção de autonomia na arte, assim como a emancipação do artista de sua condição de artesão deixando-o lado a lado ao cientista e ao erudito.

É neste período que a arte atinge perfeição e equilíbrio que todos buscavam nos clássicos, especialmente na escultura e na pintura, e o idealismo clássico encontra uma reforma, no Renascimento.

O Cinquecento, também chamado de Maneirismo, foi quando as coisas começaram a avançar de tal forma, que quando menos se esperava tudo havia se modificado chegando ao barroco, devido a muitas mudanças políticas o séc.XVI, faz com que Roma se torne agora berço de Renascentistas (anteriormente era Florença), e mestres como Rafael, Michelangelo e Bramante, fizeram com que a cidade ficasse artisticamente mais rica e se criasse ali uma escola onde o mecenas mais poderoso de Roma deu uma estética nova a todo esse período sendo ele o papa. Com novas mudanças políticas e sociais como o domínio de Roma pelos protestantes, e a contestação da autoridade papal, trouxe um novo sentimento aos artistas, rumando para o barroco, o Maneirismo é um período de diversas transformações e de tão extensa influência que muitos historiadores o vê como um movimento a parte do Renascimento, sendo que alguns dizem ser uma decadência a busca pelos clássicos, e a perfeição, e outros que é uma parte positiva e conciliadora e até uma legitima conclusão do Renascimento, onde se usava os modelos Renascentistas para se criar uma nova estética de acordo como aquele momento histórico tendo sua grande importância principalmente por fazerem dele a primeira escola de arte moderna.

A pintura Renascentista foi uma grande transformação que tem como pontos centrais uma nova definição do espaço cênico e a representação realista principalmente do homem, assim como dos animais e da natureza, com avanços técnicos, que modificaram toda a visão de pintura, como a perspectiva, realista e cientifica que deram uma nova visão de pintura dando uma aparência de terceira dimensão, nas pinturas (bidimensional), ajudando nas construções de proporção e ponto de vista buscando assim uma maior perfeição. Outro fator técnico dominante do Renascimento foi a tinta óleo que surgiu devido aos mercadores irem cada vez mais longe, que tinha um tempo maior para a secagem que possibilitou diversas novas técnicas não possíveis no fresco e na têmpera. Novos elementos aglutinantes também ajudaram na técnica da pintura Renascentista, que possibilitou uma maior gama de cores possibilitando um maior degrade, assim como as telas e os cavaletes também

Madalena Penitente

Donatello

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contribuíram para que os pintores pudessem carregar suas obras para outros locais.

Esteticamente a pintura da Renascença tem como principais fatores, a representação da realidade tal como se é observada, valorizando a personalidade retratada, assim como o equilíbrio e harmonia que era possível, devido ao rigor científico, adquirido através da perspectiva, e do esquema em pirâmide o que possibilitava uma maior harmonia entre os elementos. Essa nova maneira de representar os elementos significou um afastamento das técnicas medievais, as proporções Greco-romanas foram a base da pintura Renascentista, assim como o culto do belo, típico dos gregos. No Renascimento o desenho era considerado o alicerce de todas as artes visuais. O uso do claro e escuro também foi um diferencial do Renascimento.

Já a escultura do Renascimento distingue-se das esculturas anteriores, por deixar de ter um valor tipicamente ornamental, para valer-se por si só, voltando a representação do nu como nos clássicos, e assim como na pintura a busca pelo realismo perfeito foi incessante.

Os sinais dessa influência estética classicista vêm de um pouco antes, no século XIII com Nicola Pisano e o púlpito do “Batistério de Pisa”, já seu filho vai além dominando a cena em Florença, e usando linhas limpas e puras, com elementos góticos, misturados com elementos clássicos, os contemporâneos de Giovanni Pisano, seguiam mais ou menos a mesma linha, por todo trecento. Apesar de todos estes avanços estéticos, isso ainda era uma discussão entre os elementos antigos (Gótico), com os novos, até que Lorenzo Ghilberti recupera todos os modelos clássicos, seguido de Donatello que conduz vários avanços modelando em grandes proporções o nu, de dimensões por completo e inovando a estatuária eqüestre. Vale lembrar Verocchio que compôs esculturas de grande teatralidade e dinamismo de

composições, sendo tudo isso basicamente em Florença o berço do Renascimento, até o aparecimento e desenvolvimento de Michelangelo, que trabalhou em Roma, para os papas, que foi o maior nome da escultura, que passou desde o classicismo puro, até o Maneirismo, as mudanças estéticas da escultura ficaram evidentes durante estes períodos, tendo obras de extremamente perfeição, como Davi de Michelangelo que assim como Leonardo da Vinci na pintura tinha grandes noções de anatomia, por ter dissecado corpos humanos.

Todas as artes basicamente seguiram estes elementos, buscando a perfeição do clássico.

Davi – Michelangello

Museu do Louvre

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5. OS GÊNIOS RENASCENTISTAS

Existe uma gama de Gênios Renascentistas nas diversas áreas, como Leonardo da Vinci, Michelangelo, Rafael, Donatello, Bruni, entre outros, que são considerados gênios, pela maestria em suas obras assim como pela revolução causada pelos seus trabalhos.

5.1 LEONARDO DA VINCI

Leonardo da província de Vinci, foi pintor, escultor, arquiteto, engenheiro, matemático, fisiólogo, químico, botânico, geólogo, cartógrafo, físico, mecânico, escritor, poeta, musico e inventor conhecido também por ser o percussor da aviação e da balística. Embora não tivesse uma educação formal na maioria dos campos em que atuava, foi considerado um dos maiores gênios da humanidade, não possuía um sobrenome, por ser filho ilegítimo, sendo o da Vinci, o nome do local onde cresceu (vindo de Vinci). Leonardo nasceu em Anchiano, filho de Piero e de Caterina, que se acredita ter sido uma escrava de Piero ou uma camponesa, sendo assim sempre assinou seus trabalhos simplesmente como Leonardo.

Lorenzo de Médici e Andrea Del Verrocchio foram as grandes influências de Leonardo em sua adolescência, sendo plena Renascença, sendo considerado um dos artistas que mais expressa o espírito destes tempos. Tem como obra mais conhecida “La Gioconda – Mona Lisa”, assim como “A última Ceia”. Com 14 anos Leonardo se mudou para Florença onde iniciou seu aprendizado no ateliê de Verrocchio, que era um artista de grande prestigio na época, que lhe ensinou as bases da pintura, que o tornaria um grande pintor, já com 20 anos (1472), era membro do Grêmio dos pintores Florentinos o que o lança independente de seu mestre, anos depois foi acusado de sodomia, em 1476, porém foi absolvido de todas as acusações. Foi Ludovico Sforza que foi mecenas de Leonardo em 1482, encomendando um cavalo em armas. 1500, foi o ano que Leonardo Voltou a Florença sendo em 1502 mantido por César Bórgia, sendo seu arquiteto militar e engenheiro, viajando pelo norte da Itália e voltando a Florença ainda neste ano, para recebeu a encomenda de um retrato que viria a ser “La Gioconda”.

Madonna do Fuso

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Morou na mesma cidade que Rafael e Michelangelo (Roma), de 1513 a 1516, sem ter muito contato com estes artistas. Uma de suas encomendas desta época provavelmente o colocou em contato com o rei Francês Francisco I, sendo que se mudou pra França em 1516 para servir-lo como primeiro pintor, arquiteto e engenheiro do rei, se tornando um grande amigo do mesmo.

Morreu em Cloux e seu corpo está enterrado na Capela de São Humberto na França, para grande pesar de seus conterrâneos Italianos, de acordo com seu desejo, sessenta mendigos seguiram seu caixão.

Imagine uma torre fortificada com 4 rampas de acesso para o seu topo, para que as tropas não se batessem, enquanto descessem, ou subissem, ou mesmo um fosso com uma torre cilíndrica escondida nele e embaixo da água de modo que, só aparecesse na superfície um pequeno pedaço na superfície revestida de feno molhado para evitar os disparos inimigos, com pequenas fendas para os defensores atirarem seus projeteis, esse são dois exemplos de invenções de Leonardo que foram colocadas em prática pelos Sforza.

Fonte: Wikipédia

Pintura Data de

realização

Anunciação 1472 – 1475

O Batismo de Cristo 1475 – 1478

Madona Benois 1475-1478

Anunciação(segunda versão)

1478-1482

Adoração dos Magos 1481-1482

Retrato de Músico 1485

Retrato de Mulher de Perfil

1490

La Belle Ferronière 1490-1495

A Virgem das Rochas 1495-1508

Mona Lisa ou La Gioconda

1503-1506

São João Batista 1513-1516

Pintura Data de

realização

A Virgem de Granada

1475 - 1480

Ginevra de' Benci 1475-1478

Madona del Garofano

1478-1480

São Jerônimo 1480-1482

Madona das Rochas 1483-1486

Dama com Arminho 1485-1490

Madona Litta 1490-1491

A Última Ceia 1495-1497

Madona, o Menino,Sant'Ana e São João Batista

1499-1500

A Virgem, o Menino e Sant'Ana

1508-1510

São João Baptista (com os atributos de

Baco) 1513-1516

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5.2 MICHELANGELO

Pietá, escultura de Michelangelo

Foto: Eliomar Ribeiro

Michelangelo Buonarroti foi essencialmente escultor, ou pelo menos se dizia assim, foi de verdade pintor, escultor e poeta do Renascimento. Apesar de ter tido poucas atividades além das artes sua versatilidade o equiparou com Leonardo da Vinci. Duas de suas obras mais famosas obras são a Pietá, o Davi, que foram feitas antes de o artista completar 30 anos, e apesar de não se afeiçoar com a pintura fez obras que até hoje são idolatradas, como as pinturas famosas da Capela Sistina e a cúpula da Basílica de São Pedro a qual ele projetou.

Para Michelangelo a arte nada mais era do que fonte da inspiração interna e da cultura via a natureza como um inimigo a ser superado em beleza, o que o influenciou para o Maneirismo, tinha como objetivo ao esculpir libertar as formas que estavam dentro da pedra, sendo solitário e melancólico, indiferente a vida em si, e buscando apenas a arte, conta-se que Michelangelo proferiu a frase “perchê non parlü?”, ao terminar sua escultura de Moisés (por que não fala?), depois de proferir uma forte martelada no joelho da estátua.

A estética das obras de Michelangelo é em parte uma expressão da idealização Renascentista do corpo humano, sendo que para alguns autores era também, uma paixão pela beleza (principalmente masculina), tendo em

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vista que além da escultura e da pintura, Michelangelo deixou em seu legado cerca de trezentos poemas, marcados por uma carga homoerótica.

Vale lembrar que Michelangelo era canhoto e escolheu ser aprendiz inicialmente de Domenico Ghirlandaio, onde ficou por três anos,. Foi aprendiz também de Bertoldo di Giovanni e Lourenço de Médici.

Com a morte de Lourenço de Médici Michelangelo, sem financiamento parte para Bolonha, onde produz o “Cúpido” em mármore que é comprado pelo cardeal San Giorgio e o chama para Roma, onde ele produz “Baco” e “Pietá”.

Em 1513, Michelangelo volta a trabalhar para um Médici,que pede para que ele reconstrua o interior da Igreja de São Lourenço em Florença, e o adornasse com esculturas, o que não foi concluído. 1526 foi o ano em que os Médici foram expulsos de Florença e Michelangelo volta para ajudar a construir as fortificações, porém quatro anos depois os Médici conseguiram voltar ao poder.

No tempo em que Michelangelo ficou em Roma, foi comissionado para construir a tumba papal, pelo papa Julio II, porém seu papa-mecenas, não o deixava concluir a obra pedindo que diversas outras tarefas fossem feitas antes e durante a construção da tumba, fazendo com que o artista trabalhasse 40 anos sem parar neste projeto, sem nunca concluí-lo.

Destas tarefas a mais famosa foi a pintura do teto da Capela Sistina, que demorou quatro anos para ser concluída, Michelangelo por não se considerar pintor, protestou e relutou, mas o que era para ser uma representação dos 12 apóstolos, se tornou uma decoração que retrata toda a doutrina da igreja católica, passando pela Criação, a Queda do Homem, e a Promessa de Salvação, compostas por mais de 300 figuras centradas nos episódios do Genesis. Anos depois em 1534 Michelangelo volta a Sistina comissionado pelo papa Paulo III, para pintar toda parede por trás do altar, representando o juízo final.

O Gênio Michelangelo morreu em casa, em Roma com 88 anos no dia 18 de fevereiro de 1564.

A criação do Homem – Capela Sistina

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5.3 RAFAEL SANZIO

Raffaello Sanzio, conhecido em português como Rafael, nasceu em Urbino, então capital do ducado do mesmo nome, na Itália, em 6 de abril de 1483. Seu pai, Giovanni Santi, era pintor de poucos méritos mas homem culto e bem relacionado na corte do duque Federico de Montefeltro. Transmitiu ao filho, de precoce talento, o amor pela pintura e as primeiras lições do ofício. O duque, personificação do ideal Renascentista do príncipe culto, encorajara todas as formas artísticas e transformara Urbino em centro cultural, a que foram atraídos homens como Donato Bramante, Piero della Francesca e Leone Battista Alberti.

Após a morte do pai, em 1494, Rafael foi para Perugia, onde aprendeu com Pietro Perugino a técnica do afresco ou pintura mural. Em sua primeira obra de realce, "O casamento da Virgem" (1504), a influência de Perugino evidencia-se na perspectiva e na relação proporcional entre as figuras, de um doce lirismo, e a arquitetura. A disposição das figuras é, no entanto, mais informal e animada que a do mestre.

No outono de 1504, Rafael foi a Florença, atraído pelos trabalhos que estavam sendo realizados, no Palazzo della Signoria, por Leonardo da Vinci e Michelangelo. Sob a influência sobretudo da obra de Da Vinci, absorveu a estética Renascentista e executou diversas madonas, entre as quais a "Madona Esterházy" e "A bela jardineira". Fez uso das grandes inovações introduzidas na pintura por Da Vinci a partir de 1480: o claro-escuro, contraste de luz e sombra que

empregou com moderação, e o esfumado, sombreado levemente esbatido, ao invés de traços, para delinear as formas. A influência de Michelangelo, patente na "Pietà" e na "Madona do baldaquino", consistiu sobretudo na exploração das possibilidades expressivas da anatomia humana.

Roma. Por sugestão de Bramante, seu amigo e arquiteto do Vaticano, Rafael foi chamado a Roma pelo papa Júlio II em 1508. Nos 12 anos em que permaneceu nessa cidade incumbiu-se de numerosos projetos de envergadura, nos quais deu mostras de uma imaginação variada e fértil. Dos afrescos do Vaticano, os mais importantes são a "Disputa" (ou "Discussão do Santíssimo Sacramento") e a "Escola de Atenas", ambos pintados na Stanza della Segnatura. O primeiro, que mostra uma visão celestial de Deus, seus profetas

O casamento da Virgem – primeira obra registrada

Pinacoteca di Brera, Milão

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e apóstolos a encimar um conjunto de representantes da igreja, equipara a vitória do catolicismo à afirmação da verdade. Já a "Escola de Atenas" é uma alegoria complexa do conhecimento filosófico profano. Mostra um grupo de filósofos de várias épocas históricas ao redor de Aristóteles e Platão, ilustrando a continuidade histórica do pensamento platônico.

Após a morte de Júlio II, em 1513, a decoração dos aposentos pontifícios prosseguiu sob o novo papa, Leão X, até 1517. Apesar da grandiosidade do empreendimento, cujas últimas partes foram deixadas principalmente por conta de seus discípulos, Rafael, que então se tornara o pintor da moda, assumiu ao mesmo tempo numerosas outras tarefas: criou retratos, altares, cartões para tapeçarias, cenários teatrais e projetos arquitetônicos de construções profanas e igrejas como a de Sant'Eligio degli Orefici. Tamanho era seu prestígio que, segundo o biógrafo Giorgio Vasari, Leão X chegou a pensar em fazê-lo cardeal.

Em 1514, com a morte de Bramante, Rafael foi nomeado para suceder-lhe como arquiteto do Vaticano e assumiu as obras em curso na basílica de São Pedro, onde substituiu a planta em cruz grega, ou radial, por outra mais simples, em cruz latina, ou longitudinal. Sucedeu também a Bramante na decoração das loggias (galerias) do Vaticano, aí realizando composições de lírica simplicidade que pareciam contrabalançar a aterradora grandeza da capela Sistina pintada por Michelangelo.

Competente pesquisador interessado na antiguidade clássica, Rafael foi designado, em 1515, para supervisionar a preservação de preciosas inscrições latinas em mármore. Dois anos depois, foi nomeado encarregado geral de todas as antiguidades romanas, para o que executou um mapa arqueológico da cidade. Sua última obra, a "Transfiguração", encomendada em 1517, desvia-se da serenidade típica de seu estilo para prefigurar coordenadas de um novo mundo turbulento -- o da expressão barroca.

Em conseqüência da profundidade filosófica de muitos de seus trabalhos, a reputação de humanista e pensador neoplatônico de Rafael implantou-se em Roma. Entre seus amigos havia respeitados homens de letras, como Castiglione e Pietro Aretino, além de muitos artistas. Em 1519 ele projetou os cenários para a comédia I suppositi, de Ludovico Ariosto. Coberto de honrarias, Rafael morreu em Roma em 6 de abril de 1520.

Rafael foi um grande fã de Leonardo da Vinci e Michelangelo.

Transfiguração – Ultima obra

Museu do vaticano

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5.4 BRUNELLESCHI

As bases da estética Renascentista foram lançadas por dois artistas florentinos: Masaccio, na pintura, e Brunelleschi, na arquitetura, considerados os pioneiros da nova linguagem.

Filippo Brunelleschi nasceu em Florença em 1377 e iniciou a carreira artística como ourives e escultor.

Em 1401 participou, com o painel "O sacrifício de Abraão", ponto alto de sua carreira de escultor, do concurso para a realização dos relevos em bronze da porta do batistério de Florença. Decepcionado com o resultado do concurso, ganho por Lorenzo Ghiberti, decidiu dedicar-se à arquitetura. Acredita-se que nesse mesmo ano tenha viajado com o escultor Donatello para Roma, onde estudaram os princípios da escultura e arquitetura clássicas.

Na primeira fase de sua carreira de arquiteto, Brunelleschi redescobriu os princípios da perspectiva linear, que, conhecidos por gregos e romanos, ficaram esquecidos durante toda a Idade Média. Restabeleceu na prática o conceito de ponto de fuga, e a

relação entre a distância e a redução no tamanho dos objetos.

Seguindo os princípios ópticos e geométricos enunciados por Brunelleschi, os artistas da época puderam reproduzir objetos tridimensionais no plano com surpreendente verossimilhança.

Em 1418 ganhou o concurso para a finalização da catedral de Santa Maria del Fiore, em Florença. As dificuldades para a construção da abóbada sobre uma enorme base octogonal tinham desafiado várias gerações de arquitetos.

Brunelleschi pôs em prática um método original para a sustentação da cúpula, inventou as máquinas necessárias à construção e executou o projeto sem utilizar o cimbre, armação de madeira que servia de molde e suporte a arcos e abóbadas e era retirada depois de completada a obra.

Entre outros trabalhos importantes de Brunelleschi está o pórtico do hospital dos Inocentes, cujas características mais notáveis são a proporção, o

Dome Duomo – Brunelleschi

Florença Itália

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emprego da coluna como elemento sustentador e a sucessão rítmica de elementos modulares para criar perspectiva.

Construiu ainda as igrejas de San Lorenzo e Santo Spirito, esta última concebida segundo o modelo de planta basilical, com cúpula em cruzeiro, e desenho de proporções estritamente matemáticas.

A última de suas grandes obras foi a capela Pazzi, na igreja de Santa Croce, em Florença. Brunelleschi morreu em 15 de abril de 1446 em Florença.

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6. MANEIRISMO

No ano de 1520, começaram várias manifestações artísticas, denominadas Maneirismo, que nada mais é que o movimento que ajudou na transição do Renascimento para o Barroco. Neste período vários movimentos religiosos reformistas, políticos e absolutistas. Os outros países Europeus começam a receber os artistas que fogem da inquisição na Itália, difundindo as bases Renascentistas, que já estão começando a se modificar.

O Maneirismo tem características diversas o que impossibilita que você chegue a um conceito único, como no Renascimento, a tendência maneirista era de estilizar a obra e caprichar ainda mais nos detalhes, desenvolvendo em cada artista uma marca pessoal, passando assim das linhas rígidas do clássico que era tão cultuado no Renascimento, e ainda no Maneirismo, sendo o próprio termo utilizado por Giorgio Vasari, para se referir a maneira diferente de cada artista trabalhar.

Para muitos autores o Maneirismo é uma contraposição dos modelos clássicos e um estilo que vai predominar até a chegada do Barroco, outros acreditam ser apenas uma tendência na transição entre o Renascimento e o barroco.

A busca pelo real e perfeito do Renascimento é deixada para trás, e neste momento os artistas buscavam pela deformação das figuras e a criação de figuras abstratas, não havendo mais uma relação do tamanho da figura com a sua importância na obra.

O estilo maneirista na arquitetura não refletiu somente na construção do edifício, assim como também na distribuição da luz e na decoração, construído igrejas no plano longitudinal, com espaços longos, tendo sobre o transepto a cúpula principal.

Naves escuras, iluminadas apenas de ângulos diferentes, coros com escadas em espiral, que na maior parte das vezes não levam a lugar nenhum, produzem uma atmosfera de rara singularidade. Guirlandas de frutas e flores, balaustradas povoadas de figuras caprichosas são a decoração mais característica desse estilo. Caracóis, conchas e volutas cobrem muros e altares, lembrando uma exuberante selva de pedra que confunde a vista.

“A Primavera" - Giuseppe Arcimbaldo

Museu do Louvre

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Na arquitetura profana ocorre exatamente o mesmo fenômeno. Nos ricos palácios e casas de campo, as formas convexas que permitem o contraste entre luz e sombra prevalecem sobre o quadrado disciplinado do Renascimento.

A decoração de interiores ricamente adornada e os afrescos das abóbadas coroam esse caprichoso e refinado estilo, que, mais do que marcar a transição entre duas épocas, expressa a necessidade de renovação.

A escultura maneirista segue Michelangelo, somando a um novo conceito intelectual as formas clássicas, arte pela arte, o que leva a um distanciamento da realidade, repetindo-se basicamente as características da pintura e da arquitetura. A atmosfera de tensão predomina no estilo maneirista, sendo que as formas acentuadas e caprichadas as proporções estranhas e as sobreposições de planos são elementos que contribuem para esta atmosfera.

As proporções clássicas já não são as únicas referências, fazendo com que a composição da escultura fosse aparentemente frágil, com extremos exageros e contorções.

Porém é na pintura que o espírito maneirista se manifesta em primeiro lugar, a segunda década do século XV, afastados dos cânones Renascentistas, criam o novo estilo, deformando a realidade e re-valorizando a arte pela arte, criando uma nova estética insinuando novas obras pictóricas. Imagine uma pintura onde existem várias pessoas, não tão musculosas mais como no Renascimento e sim esguias, com os músculos alongados, todas comprimidas em um espaço reduzido, numa atmosfera de tensão, e uma figura que pouco se destaca da composição observa tudo com olhos sem vida, já não posicionada no centro da perspectiva

“o Rapto de Sabina” - Giambologna

Florença Itália

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e sim em um canto, com uma integração de conjunto perfeita, este é um exemplo de uma pintura maneirista.

7. CONCLUSÃO

O Renascimento tem como principal elemento o resgate de proporções e idéias clássicas, Greco-romanas, sendo as construções, as pinturas e as esculturas em geral influenciadas por essa cultura.

Euclides – o grego, assim como sua geometria, foi a base da construção clássica, o que os Renascentistas descobriram e usaram a seu favor, usando como base de suas obras o quadrado, aplicando-se perspectiva, obtendo uma construção harmônica. Apesar do racionalismo e do antropocentrismo do Renascimento, sua arte continuou ainda assim a ser cristã, porém as igrejas adotaram um novo estilo, mais funcional, representada pelo plano centralizado, ou a cruz grega, sendo assim mais racional.

Assim como as igrejas os palácios também eram construídos de forma plana tendo como base o quadrado, um corpo sólido com um pátio central, quadrangular com a função de levar luz a todas as janelas internas.

Quando falamos de Renascimento é obrigatório se pensar em dois gênios em especial, Leonardo da Vinci e Michelangelo, pois estes eram os mais próximos do ideal Renascentista, artistas com atividades múltiplas e muitos conhecimentos em diversas áreas, podendo se dizer que entre as pessoas as mais Renascentistas eram estes dois, e entre as artes, a que melhor representa o Renascimento, pelo menos no termo do humanismo, é a escultura, que se utilizava da perspectiva e da proporção geométrica, destacando sempre figuras humanas que até então estavam sendo relegadas a segundo plano, vindo até a voltar a esculpir nus (e foi o Donatello que fez isto pela primeira vez), no Renascimento a escultura ganha independência, e deixa de ser um elemento meramente ilustrativo das construções , sendo colocada acima de uma base para ser apreciada de todos os ângulos. O que impressiona na escultura do Renascimento e a expressão corporal que garante o equilíbrio, assim como a perfeição dos músculos levemente torneados e as proporções perfeitas, assim como as expressões das figuras revelando seus sentimentos.

Foi no Renascimento que as pinturas deixaram de dar a impressão de ser realmente bidimensional, causando uma sensação ótima tridimensional devido ao uso da recém descoberta perspectiva, através da qual o artista conseguia reproduzir espaços reais, com uma grande riqueza de detalhes, assim como a utilização de luzes e sombras, que ajudavam na sensação de volume, e distancias, o surgimento da tinta a óleo contribuiu também para que

Mona Lisa ou La Gioconda

Museu do Louvré

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o artista criasse novas técnicas devido a seu tempo de secagem ser maior que as técnicas anteriores, e as telas, que aumentavam a durabilidade do trabalho assim como a facilidade de locomoção com o mesmo.

Com a nova classe média surgindo na sociedade (a burguesia), e a valorização do homem e seu individualismo já citado, começam a surgir os retratos, e cenas em família, o que obviamente não eliminou outras retratações como as religiosas.

Após o aparecimento de Leonardo da Vinci, Rafael e Michelângelo, muitos artistas italianos tentaram buscar uma nova arte, contrária aos princípios da alta Renascença. Trata-se de uma arte mais turbulenta, em que se buscavam idéias novas, invenções que surpreendessem, insólitas, cheia de significados obscuros e referências à alta cultura. Acredita-se que tenha sido influenciada ainda pela contra-reforma católica e pelo clima de inquietação do momento. O estilo artístico que daí decorre recebe o nome de Maneirismo e faz a passagem entre a alta Renascença e o barroco, apresentando alguns elementos ora mais próximo de uma escola, ora de outra. Seu período estende-se de mais ou menos 1520 ao fim do século XVI. O termo Maneirismo, derivando da palavra italiana maneira (estilo), pode nos dar mais informações sobre esse tipo de arte. Utilizada pelo pintor, arquiteto e teórico de estória da arte da época, Vassari, no sentido de graça, sofisticação, estabilidade, elegância. Por extensão a denominação

prosseguiu para a arte análoga à realizada pelo artista. Entretanto esse novo estilo foi visto com desconfiança pelos críticos até o nosso século. Eles consideravam-na uma arte menor, uma falha de compreensão por parte dos artistas da época sobre a arte dos grandes mestres, imitações sem alma. O próprio termo Maneirismo, relacionado ao mau gosto e excesso. Entretanto, mais ou menos no período entre as duas guerras mundiais, os artistas de então passaram a ser melhor compreendidos e admirados pelos críticos. Entre as obras de Giorgio Vassari (1511 - 1574), estão os afrescos do grande salão do Palazzo della Cancelleria, em Roma (mostrando a vida do papa Paulo III) . Entretanto, ele é mais conhecido por seu livro “A Vida dos Artistas“ - uma das principais fontes de informações sobre a Itália Renascentista e por seus conceitos e opiniões artísticas que acabaram por pautar, durante longo tempo, o trabalho dos críticos e historiadores de arte que o seguiram. Dentro do Maneirismo são colocados vários artistas que desenvolveram atividades no período e é grande a diversidade das obras. Entretanto, podemos destacar, como outros nomes importantes, que ajudaram na “ formação“ da escola (que

Pietà.

Nel Museo dell'Opera del Duomo di Firenze

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até hoje não se encontra muito clara para os pesquisadores), além de Vassari, Rosso Fiorentino (1494 - 1540) e Jacopo Pontormo (1494 - 1557), na pintura e Benvenuto Cellini (1500 - 1571) e Giovanni da Bologna (1529 - 1608), na escultura e Giulio Romano (1492 - 1546), na arquitetura. Mas talvez seja na Escola Veneziana que podemos encontrar o maior mestre do período: o pintor Tintoretto (Jacopo Robustini; 1518 - 1594). Enquanto grande parte dos artistas do período contentavam-se em imitar os mestres, ele utilizou-se de maneira extremamente pessoal e crítica o aprendido com suas maiores influências: Michelângelo e Ticiano. Era conhecido por sua grande imaginação, por sua composição assimétrica e por produzir grandes efeitos dramáticos em suas obras, sacrificando, às vezes, até as bases da pintura desenvolvida por seus antecessores (como, por exemplo “a suave beleza“ de Giorgione E Ticiano). Seu quadro São Jorge e o Dragão, retratando o auge da batalha entre as duas figuras, através de um jogo de luz e tonalidades, produzem grande tensão. Em alguns países da Europa, (principalmente a França, Espanha e Portugal), o Maneirismo foi o estilo italiano quinhentista que mais se adaptou à própria cultura desses países, encontrando mais seguidores que a própria arte da alta Renascença.

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8. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA

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BARRETO Gilson; OLIVEIRA Marcelo G., A arte secreta de Michelangelo, ARX, São Paulo, 2004

Enciclopédia Multimídia da Arte Universal; Alphabetum, Ed. Multimídia

©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

HUNT, David. A Escultura no Renascimento. In Franco, Rio de Janeiro: Agir, MNBA, 1978. pp. 119

OLIVIERI, Antonio Carlos, O Renascimento, Atica, São Paulo

SOUZA, Wladimir Alves de. A Arquitetura no Renascimento. In Franco et al. p. 191

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Rodrigo José Guergolet

Ribeirão Pires, 14 de abril de 2009

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