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FACULDADE DE ENFERMAGEM NOVA ESPERANÇA DE MOSSORÓ- FACENE/RN GERALDO EVERTON DOS SANTOS NETO CONHECIMENTO DO ENFERMEIRO SOBRE A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA PARA IDOSOS MOSSORÓ 2012

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FACULDADE DE ENFERMAGEM NOVA ESPERANA DE MOSSOR- FACENE/RN

GERALDO EVERTON DOS SANTOS NETO

CONHECIMENTO DO ENFERMEIRO SOBRE A PRTICA DE ATIVIDADE FSICA PARA IDOSOS

MOSSOR 2012

GERALDO EVERTON DOS SANTOS NETO

CONHECIMENTO DO ENFERMEIRO SOBRE A PRTICA DE ATIVIDADE FSICA PARA IDOSOS

Monografia apresentada Faculdade de Enfermagem Nova Esperana de Mossor FACENE/RN, como exigncia parcial para obteno do titulo de Bacharel em Enfermagem.

ORIENTADOR: Prof. Esp. Lucidio Clebeson de Oliveira

MOSSOR 2012

GERALDO EVERTON DOS SANTOS NETO

CONHECIMENTO DO ENFERMEIRO SOBRE A PRTICA DE ATIVIDADE FSICA PARA IDOSOS

Monografia apresentada pelo aluno Geraldo Everton dos Santos Neto, do

curso de Bacharelado em Enfermagem, tendo obtido o conceito ______________________________________, conforme a apreciao da Banca examinadora constituda pelos professores:

Aprovado (a) em: ____ de _____________ de 2012.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Esp. Lucidio Clebeson de Oliveira (FACENE/RN) Orientador

Prof. MSc. Jussara Vilar Formiga (FACENE/RN) Membro

Prof. MSc. Tatiana Oliveira Souza (FACENE/RN) Membro

Deus e minha famlia que so a estrutura da minha vida.

Em especial a minha tia Maria dos Anjos. (In Memoria)

AGRADECIMENTOS

Ao meu DEUS que se faz sempre presente, iluminando meus caminhos e me cobre

com sabedoria para enfrentar todos os desafios e humildade para que eu alcance

tudo que seja de bom para mim.

A minha famlia que me sustenta com compreenso, dedicao, amor e fora.

A minha me MARIA NILZA FILHA que superou os desastres da vida e me criou

com dedicao e dificuldade sempre me induzindo ao melhor da vida, e o que podia

nos ajudar sempre fazendo o impossvel tornar possvel.

Ao meu pai ELIZIO RODRIGUES que de forma indireta me fez acreditar que sempre

posso e consigo.

A minha av MARIA NILZA DO NASCIMENTO pela compreenso, o carinho, a

coragem depositada em mim, principalmente a confiana quando pensava em

desistir me encorajava para continuar o meu caminho.

Em especial ao meu tio FRANCISCO NETO (Chico) e ao meu primo BERGUE

(Bega) que me apoiou durante minha vida acadmica e pela dedicao.

As minhas tias que se desempenharam para construir meus sonhos.

Aos meus primos e primas que tiravam um pouco do seu tempo para ceder ajuda.

Aos meus vizinhos que de maneira involuntria me incentivaram para as conquistas.

A professora LUANA LOPES que me incentivou a cursar Enfermagem.

Em especial a VANESSA CAMILO que sempre me ajudou com compreenso e

conhecimento em todos os momentos que precisei.

Aos meus professores da FACENE/RN que com pacincia compartilharam da minha

vida acadmica com carinho e conhecimentos, que foram transmitidos para mim

durante as aulas e tambm como amigos.

professora da FACENE/RN CASSIA GUERRA que contribuiu com seu tempo e

conhecimento para me ajudar.

Ao meu orientador LUCIDIO CLEBSON pela compreenso, pacincia, dedicao, e

brilhantismo em suas orientaes.

Aos meus MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA pela confiana e compreenso

ao receber meu convite.

Em especial a JOS RODOLFO L. P CAVALCANTE que em uma fase da minha

vida acadmica me incentivou a no desistir do curso, por causa de problemas

pessoais.

professora VERUSA FERNANDES que durante todo o curso se fez presente

sempre buscando atribuies boas para mim, me compreendendo durante os

problemas, tentando resolv-los junto comigo, com carinho e pacincia.

Aos funcionrios da FACENE/RN que contriburam para o meu bem estar.

Aos meus amigos de turma que fazem parte de minha vida e que ficaram comigo

durante 4 anos do curso, em especial uma companheira durante todo curso de

enfermagem ERIKA OLIVEIRA que nos meus melhores e piores momentos esteve

comigo me ajudando durante as dificuldades.

A uma colega que tive a sorte de conhecer, MAGDALENA FLIX que com seu jeito

conquistou seu espao na minha vida.

As minhas preceptoras de campo de estgio que com carinho puderam me ensinar

seus conhecimentos prticos com compreenso e brilhante atuao, em especial

JAYZA LOPES, GABRIELA MEDEIROS (GABY), AMANDA MORAES E SIMONE

HERIKA.

Aos enfermeiros entrevistados, por terem se disposto a participar deste estudo. Sem

eles no seria possvel a concretizao do mesmo.

FACENE, que muito mais do que uma faculdade, tornou-se uma espcie de

segunda famlia, sempre disposta a ouvir e ajudar em qualquer situao seja esta

relacionada graduao ou no.

A todos que fizeram parte desse sonho, que hoje se torna realidade,

Meu muito obrigado!

Eu te louvarei Senhor, de todo o meu corao; contarei todas as tuas maravilhas.

Salmos 9:1.

RESUMO

O estudo discute as consequncias sociais e, particularmente, da sade, decorrentes da ampliao do nmero de idosos no Brasil em um curto perodo. Relata sobre a preparao dos profissionais de enfermagem diante a esse marco, j que os idosos apresentam maior carga de doenas e incapacidades, e usam mais os servios de sade, por outro, os modelos vigentes de ateno sade do idoso se mostram ineficientes e de alto custo. A presente pesquisa tem como objetivo geral: analisar o conhecimento dos enfermeiros que atuam em Unidade Bsica de Sade da famlia quanto prtica de atividade fsica para idosos, e objetivos especficos: caracterizar a situao profissional dos enfermeiros entrevistados; Identificar a atuao do enfermeiro na realizao na prtica de atividades fsicas para idosos; conhecer as estratgias dos enfermeiros para a abordagem na prtica de atividade fsica para os idosos; investigar na opinio dos enfermeiros os benefcios na prtica de atividade fsica para os idosos. Trata-se de uma pesquisa de natureza exploratria e descritiva, com abordagem quanti-qualitativa realizada nas UBS de Mossor/RN. A amostra foi composta por 10 enfermeiros distribudos nas UBS escolhidas. Os dados foram apresentados em forma de grficos e analisados em categorizao de acordo com Bardin. O habito de se exercitar foi relacionado manuteno da sade, preveno de agravos, bem como melhora do estado geral. A prioridade na ateno a sade do idoso devem ser de alto conhecimento e capacidade, pois um grupo de pessoas que esto passando por transformaes biolgicas, fisiolgicas e psicolgicas, sabe-se que haver melhora na vida dessas pessoas tendo meios de preveno como monitoramento das condies de sade, com aes preventivas e diferenciadas de sade e de educao, com cuidados qualificados e ateno multidimensional e integral. As equipes de enfermagem das UBS tendem a ter uma viso geral de uma assistncia ao grupo de terceira idade e mostraram preocupados em atingir os objetivos da assistncia diante a instruo regular de exerccios fsicos orientados pelos mesmos e educador fsico, ento se faz necessrio adoo das prticas das atividades fsicas com maior empenho dos enfermeiros e educadores fsicos.

Palavras-Chave: Enfermagem. Atividade fsica. Poltica de sade do idoso.

ABSTRACT

The study discusses the social consequences and, particularly, of health, resulting from the expansion of the number of elderly in Brazil in a short period. Reports about preparation of nursing professionals before this march, already that the elderly have a higher burden of disease and disability, and use more health services, on the other hand, the models of health care to the elderly are inefficient and high cost. This research aims Overall: analyse the knowledge of nurses working in primary health care unit family regarding physical activity for seniors, and specific objectives: To characterize the professional status of nurses; identify the role of the nurse in achieving in physical activity for seniors; Knowing the strategies of nurses to address the physical activity for seniors; investigate the nurses' opinion about benefits of physical activity for seniors. This is a survey of exploratory and descriptive approach with quantitative and qualitative held in UBS Mossor / RN. The sample consisted of 10 nurses chosen distributed at UBS. The data were presented in form of graphs and analyzed according to Bardin categorization. The habit of exercise was related to health maintenance, disease prevention, and improved overall health status. The priority in health care to the elderly must be of high knowledgenent and ability, because it is a group of people who are the king for processing biological, physiological and psychological, it is known that there will be improvement in the lives of these people having means of prevention and monitoring of health conditions, with preventive actions and differentiated in health and education, with skilled care and attention and multidimensional integral. The nursing staff of UBS tends to have an overview of assistance to third age group and expressed concern in achieving the goals of education assistance before regular physical exercise and guided by the same physical educator, so it is necessary to adopt practices physical activities with greater commitment of nurses and physical educators. Keywords: Nursing. Physical Activity. Political health of the elderly.

LISTA DE GRFICOS

GRFICO 1 Distribuio em percentual quanto ao gnero, faixa etria e estado

civil dos enfermeiros .................................................................................................. 49

GRFICO 2 Distribuio em percentual quanto ao grau de instruo, tempo de

formao e tempo de servio na instituio em que atua dos enfermeiros ............... 50

SUMRIO 1 INTRODUO ................................................................................................. 12

1.1 CONTEXTUALIZAO E PROBLEMATIZAO .......................................... 12

1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................. 14

1.3 HIPTESE ..................................................................................................... 15

2 OBJETIVOS ...................................................................................................... 16

2.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................ 16

2.2 OBJETIVOS ESPECFICOS .......................................................................... 16

3 QUANDO SE ENVELHECE ............................................................................. 17

3.1 ENVELHECER ............................................................................................... 17

3.2 SISTEMA NEUROMOTOR .......................................................................... 19

3.3 SISTEMA ESQUELTICO SSEO ............................................................... 21

3.4 SISTEMA RESPIRATRIO ............................................................................ 22

3.5 SISTEMA CARDIOVASCULAR ..................................................................... 24

3.6 SISTEMA DIGESTRIO ................................................................................ 26

3.7 SISTEMA ENDCRINO ................................................................................. 27

4 O IDOSO E SUAS POLTICAS ........................................................................ 30

4.1 REFERINDO O (SUS) COMO SISTEMA NICO DE SADE ....................... 30

4.2 POLTICA NACIONAL DE SADE DO IDOSO (PNSI) .................................. 31

5 ATIVIDADE FSICA E SUA APLICAO NO ENVELHECIMENTO ............... 35

5.1 VELHICE ATIVA ............................................................................................. 35

5.2 INFLUNCIA DA ATIVIDADE SOBRE O SISTEMA NEUROMOTOR ........... 38

5.3 INFLUNCIA DA ATIVIDADE SOBRE O SISTEMA ESQUELTICO SSE . 39

5.4 INFLUNCIA DA ATIVIDADE SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR ... 40

5.5 INFLUNCIA DA ATIVIDADE SOBRE O SISTEMA RESPIRATRIO .......... 41

5.6 INFLUNCIA DA ATIVIDADE SOBRE O SISTEMA DIGESTRIO ............... 42

5.7 INFLUNCIA DA ATIVIDADE SOBRE O SISTEMA ENDCRINO ............... 43

6 METODOLOGIA ............................................................................................... 45

6.1 TIPO DE ESTUDO ......................................................................................... 45

6.2 LOCAIS DE PESQUISA ................................................................................. 45

6.3 POPULAO E AMOSTRA ........................................................................... 45

6.4 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS .................................................... 46

6.5 PROCEDIMENTO PARA COLETA DE DADOS ............................................ 46

6.6 ANLISE DE DADOS..................................................................................... 47

6.7 ASPCTOS TICOS...................................................................................... 47

6.8 FINANCIAMENTO .......................................................................................... 48

7 ANLISE E DISCUSSO DOS DADOS .......................................................... 49

7.1 DADOS REFERENTE CARACTERIZAO DA AMOSTRA.....................49

7.2 A IMPORTNCIA DA ATIVIDADE FSICA PARA IDOSOS ........................... 51

7.3 BENEFICOS DAS ATIVIDADES FSICAS EM IDOSOS ............................... 53

7.4 AVALIAO DO IDOSO QUANTO A NECESSIDADE DA REALIZAO

DA ATIVIDADE FSICA. ....................................................................................... 55

8 CONSIDERAES FINAIS .............................................................................. 58

REFERNCIAS ................................................................................................. 60

APNDICES ..................................................................................................... 66

ANEXO.............................................................................................................. 72

12

1 INTRODUO 1.1 CONTEXTUALIZAO E PROBLEMATIZAO

As mudanas graduais decorrentes do processo de envelhecimento so

transformaes irreversveis no organismo e nas funes corporais. Durante esse

processo acontecem modificaes nos aspectos biopsicossociais, com ou sem

interferncia intrnseca do ambiente. Segundo a Organizao Mundial de Sade

OMS, (2009), os programas ligados sade do idoso devem impulsionar, estimular

e reforar determinadas atividades e ajudar na organizao de sua rotina de acordo

com suas metas pessoais (FERREIRA et al, 2009).

Apesar das evidncias dos benefcios da atividade fsica como fator de

preveno de incapacidade, mesmo nos pases desenvolvidos, a adeso aos

programas de exerccios regulares ainda baixa. Esses dados levam concluso

de que nos pases em desenvolvimento o percentual de idosos que exerce alguma

atividade fsica regular ainda mais baixo (CASAGRANDE et al,2006, p. 11).

Devido o grande aumento no nmero de pessoas idosas no Brasil o impacto

ser maior em um curto espao de tempo, pois o sistema de sade pblica no ter

capacidade em estabelecer medidas de assistncia a essa grande demanda. O

Brasil ser, em 2025, o sexto pas em nmeros absolutos, com mais de 30 milhes

de idosos (MAZO et al, 2003, p. 203).

E de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

IBGE, (2008), o contingente de idosos da populao com 65 anos ou mais

representa 6,53%. Em 2050, a situao mudar e esse grupo representar cerca de

13,15% ao passo que a populao idosa cresce ultrapassar os 22,71% da

populao total.

Em 1988, a sociedade brasileira adquiriu o direito total que se estende a tudo

e a todos sade, pela constituio de 1988 e que foi reafirmado com a criao do

Sistema nico de Sade (SUS), por meio da Lei Orgnica da Sade (LOS) n

8.080/90. Conforme essa lei entende-se o acesso universal e equnime a servios e

aes de promoo, proteo e reabilitao da sade, assegurando a integralidade

da ateno, levando em considerao as diferentes realidades e necessidades de

sade da populao e da pessoa humana (BRASIL, 2006).

O Ministrio da Sade, em setembro de 2005, definiu a Agenda de

Compromisso pela Sade que agrega trs eixos: o Pacto em Defesa do Sistema

13

nico de Sade (SUS), o pacto em Defesa da Vida e o Pacto de Gesto (BRASIL,

2006b).

Destaca-se aqui o Pacto em Defesa da Vida que constitui um conjunto de

compromissos que devero tornar-se prioridades inequvocas dos trs entes

federativos, com definio das responsabilidades de cada um (BRASIL, 2006b).

Firmando compromisso e pactuando em seis prioridades, e trs com especial

relevncia com a idade do idoso, que so: sade do idoso, a promoo da sade e

fortalecimento da ateno primria (BRASIL, 2006a).

Conforme Brasil (2008, p. 17) artigo 20 do estatuto do idoso o idoso tem

direito a educao, cultura, esporte, lazer, diverses, espetculos, produtos e

servios que respeitem sua peculiar condio de idade.

Para garantir um envelhecimento bem sucedido, importante observar as

necessidades e promover medidas que possam contribuir para a sade do idoso. No

Brasil a preocupao com a sade do idoso relevante, porm, precisa de medidas

promovendo sade com as prticas de atividades fsicas j que o Brasil provm para

um pas de primeiro mundo (MATSUDO, 2007).

O envelhecimento entendido como o declnio das funes fisiolgicas em

geral, no entanto, a velocidade com que este ocorre e os problemas desenvolvidos

por tal fenmeno so algo subjetivo, mudando de acordo com o estilo de vida,

gentica, hbitos e contexto em que este indivduo se insere (MACHADO et al,

2010).

Segundo Casagrande (2006) no processo de envelhecimento, a manuteno

do corpo em atividade fsica fundamental para conservar as funes vitais em bom

funcionamento. As trocas de informaes e conhecimentos favorecem o alcance dos

objetivos propostos e a melhor conduo das atividades para esta faixa etria. A

atividade fsica regular favorece a uma mudana comportamental, que poder

proporcionar transformaes sociais (LOPES; SIEDLER, 1997 apud

CASAGRANDE, 2006, p.11).

Dentro do conceito, o enfermeiro dever desempenhar suas atribuies ao

que refere o bem estar do idoso. Na atuao com pessoas idosas, os profissionais

da rea da sade devem estar preparados para auxiliar essa faixa etria da vida.

So necessrios que os enfermeiros conheam os usurios do sistema e que

acompanhem os idosos com maiores limitaes fsicas durante a atividade fsica e

que saibam tudo que est conexo a vida do mesmo, promovendo e articulando

14

programas existentes relacionados atividade fsica, e apoiando a criao de outros

tipos de atividades que visem sade do idoso (BRASIL, 2006).

Casagrande (2006) considera que os exerccios corretamente prescritos e

orientados desempenham importante papel na preveno, conservao e

recuperao da capacidade funcional dos indivduos, repercutindo positivamente em

sua sade.

A atividade fsica possui influncias sociais nos idosos e traz benefcios em

relao famlia, amigos, bem estar, integrao social e melhora na autoestima

(CHOGAHARA, COUSINS E WANKEL; 1998 apud BENEDETTI; PETROSKI;

GONALVES, 2003).

importante o acompanhamento atravs de instruo de profissionais

especializados em exerccios planejados, alm de exames mdicos preliminares,

que possam envolver e promover aos idosos a pratica de exerccios, garantindo uma

superviso de qualidade diminuindo o risco de quedas, pois esse medo a principal

causa de abandono (SHEPHARD, 1993a; 1993b apud CAROMANO; IDE;

KERBAUY, 2006).

Por isso, o objetivo principal da atividade fsica para o idoso o retardamento

do processo inevitvel do envelhecimento, atravs da manuteno de um estado

suficientemente saudvel, diminuindo fatores de risco de doenas na terceira idade

(SIMO, 2004 apud ARAJO; SALES; SOUSA JUNIOR, [2008]).

1.2 JUSTIFICATIVA

Assim percebeu-se a necessidade de realizar a pesquisa a fim de identificar,

qual seria o nvel de conhecimento dos enfermeiros quanto atividade fsica, seus

benefcios, prticas, limites e o cuidado na aplicao da mesma para idosos no

municpio de Mossor.

Diante da intima produo literria sobre o assunto pesquisado, houve o

interesse em estudar sobre o tema. No intuito de que os enfermeiros venham a ter

maior conhecimento sobre a prtica de atividades fsicas voltadas para idosos, j

que estudos mostram que haver uma duplicao na quantidade de idosos no

decorrer dos anos, ento, enquanto acadmico percebeu-se a necessidade de

pesquisar seus benefcios provindos da capacitao do profissional de enfermagem,

sabendo que quanto mais capacitado melhor ser os reflexos dos planos atribudos

15

a esse grupo de pessoas, que por consequncia do envelhecimento j esto

bastante debilitados e precisam de uma ateno com maior integralidade. E que

essa pesquisa possa contribuir para melhores condies de atuaes dos

enfermeiros, sendo de grande valia para a cincia.

1.3 HIPTESE

Tendo em vista a qualificao como meio de intervir com planos de estabilizar

e reabilitar o idoso sem causar doenas secundrias, e diminuir a fragilidade da

sade do idoso, acreditamos que o conhecimento dos enfermeiros que atuam em

ESF reduzido e sua atuao pouco evidenciada.

16

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Analisar o conhecimento dos enfermeiros que atuam em Unidade Bsica de Sade

da famlia quanto prtica de atividade fsica para idosos.

2.2 OBJETIVOS ESPECFICOS

Caracterizar a situao profissional dos enfermeiros entrevistados;

Identificar a atuao do enfermeiro na realizao da prtica de atividades fsicas

para idosos;

Conhecer as estratgias dos enfermeiros para a abordagem da prtica de atividade

fsica para os idosos;

Investigar na opinio dos enfermeiros os benefcios da prtica de atividade fsica

para os idosos.

17

3 QUANDO SE ENVELHECE

3.1 ENVELHECER

Mudanas que caracterizam o envelhecimento com o decorrer da idade,

pressupem que alteraes ocorram em todos os organismos dos seres humanos

independentemente de raa, etnia, costumes, religio dentre outros, e esse

processo acontece de maneira individual e gradativa, acometendo transformaes

fsicas, psicolgicas e sociais (ZIMERMAN, 2000).

Segundo a Organizao Mundial da Sade (OMS), classificam-se como

idosos os indivduos com 65 anos ou mais, para os pases centrais, e a partir dos 60

anos, para os pases perifricos (ONU, 1982).

Brasil (2006) menciona que com o passar dos anos o envelhecimento apesar

de ser um desequilbrio natural do organismo relata um crescimento na quantidade

de idosos como tambm o prolongamento de vida, mesmo o Brasil considerando

que a terceira idade inicia a partir dos 60 anos.

O envelhecimento um processo mltiplo e complexo de contnuas

mudanas no domnio biopsicossocial ao longo da vida (RUIVO, et al, 2009, p. 631).

O envelhecimento representa a consequncia ou os efeitos da passagem do

tempo no organismo. Todas as dimenses so igualmente importantes, na medida

em que so coadjuvantes para a manuteno da estabilidade somtica e psquica,

indispensveis para o ser humano cumprir a sua meta, que ser feliz (MORAES;

MORAES; LIMA, 2010, p. 72).

Firmino (2006 apud CANCELA, 2008, p. 3),

o envelhecimento fisiolgico compreende uma srie de alteraes nas funes orgnicas e mentais devido exclusivamente aos efeitos da idade avanada sobre o organismo, fazendo com que o mesmo perca a capacidade de manter o equilbrio homeosttico e que todas as funes fisiolgicas gradualmente comeam a declinar.

Segundo Robergs; Roberts (2002 apud LIMA; DELGADO, 2010, p.80) o

envelhecimento no simplesmente o passar do tempo, mas as transformaes de

eventos biolgicos que ocorrem ao longo de um perodo, no devem ser visto como

doena, mas como um processo natural.

18

Do ponto de vista biolgico, o processo de envelhecimento normalmente

mais rpido do que o cronolgico; no entanto, por ausncia de marcadores

biofisiolgicos, no se programa tempo para envelhecer j que um processo

individual (RUIVO, et al, 2009, p. 631).

Considerando velhice e envelhecimento como realidades heterogneas as

possveis variaes em sua concepo e vivncia conforme tempos histricos,

culturas, classes sociais, histrias pessoais, condies educacionais, estilos de vida,

gneros, profisses e etnias, dentre outros. Os autores ressaltam a importncia de

compreender tais processos como acmulo de fatos anteriores, em permanente

interao com mltiplas dimenses do viver (NRI; CACHIONI, 1999 apud ASSIS,

2005).

Segundo Zimerman (2000, p. 21), importante salientar que essas

transformaes so gerais, podendo se verificar em idade mais precoce ou mais

avanada e em maior ou menor grau de acordo com sua gentica e seu modo de

vida.

Esses fatores progressivos desencadeiam modificaes fisiolgicas,

anatmicas e biolgicas em vrios sistemas tais como: sistema neuromotor, sistema

esqueltico, sistema respiratrio, sistema cardiovascular, sistema digestivo e

sistema endcrino (ZIMERMAN, 2000).

Segundo Vandervoort (2000 apud SCHERER, 2008, p.19) o aspecto

biolgico normal leva diminuio das reservas funcionais do organismo. Essas

alteraes podem ser observadas no organismo do ser humano idoso: muscular,

sseo, nervoso, circulatrio, pulmonar, endcrino e imunolgico.

Ferrari (1999 apud ASSIS, 2005, p. 1),

O envelhecimento humano um processo universal, progressivo e gradual. Trata-se de uma experincia diversificada entre os indivduos, para a qual concorre uma multiplicidade de fatores de ordem gentica, biolgica, social, ambiental, psicolgica e cultural.

Nessa projeo em que o corpo perde suas funes em virtude do tempo

entende-se que um processo universal:

O envelhecimento um processo universal, um termo geral que segundo a forma em que aparece, pode se referir a um fenmeno fisiolgico, de um comportamento social, ou ainda cronolgico isto ,

19

de idade. um processo em que ocorre mudana nas clulas, nos tecidos e no funcionamento de diversos rgos (RODRIGUES; DIOGO, 2000, p. 12).

As importncias em compreender o processo do envelhecimento ressaltam

como essncias para interao em mltiplas dimenses do organismo e do viver

devido aos desgastes dos tempos. O Processo de envelhecimento de natureza

multifatorial e dependente da programao gentica e das alteraes que ocorrem

em nvel celular-molecular (MORAES; MORAES; LIMA, 2010, p.69).

3.2 SISTEMA NEUROMOTOR

Com a chegada do envelhecimento o corpo com seus sistemas so

comprometidos pelas mudanas que caracterizam o processo de envelhecer, o

sistema neuromotor sofre perdas irreversveis. Entre os 25 e 65 anos de idade o

individuo j comea a ter diminuio de massa magra ou massa livre de gordura,

cerca de 10 a 16% devido s perdas da massa ssea no msculo esqueltico e na

perda de gua corporal (MATSUDO, 2002).

Devido aos danos musculares serem uma das principais causas do

envelhecimento, a perda da fora e da potncia muscular que leva diminuio na

capacidade de promover torque articular rpido e [] necessrio [para] s atividades

que requerem fora moderada, a principal preocupao as quedas causadas por

essa disfuno (PEDRINELLI; GARCEZ-LEME; NOBRE, 2009, p.97).

Matsudo; Matsudo; Barros Neto (2000, p.24) mencionam que as,

principais causas apontadas como responsveis por essa perda seletiva da massa muscular so a diminuio nos nveis do hormnio de crescimento, que acontece com o envelhecimento e a diminuio no nvel de atividade fsica do indivduo.

Segundo Rossi (2008, p.10) o msculo esqueltico a maior massa tecidual

do corpo humano. [...] Com o envelhecimento, h uma diminuio lenta e

progressiva da massa muscular, que diminui aproximadamente 50% (dos 20 aos 90

anos) ou 40% (dos 30 aos 80 anos).

O envelhecimento acomete o metabolismo diminudo sua funcionalidade, com

isso o individuo apresenta o ganho no peso corporal e o acmulo da gordura

20

corporal parece resultar de um padro programado geneticamente, de mudanas na

dieta e no nvel de atividade fsica, relacionados com a idade ou a uma interao

entre esses fatores (MATSUDO; MATSUDO; BARROS NETO, 2000, p.24).

A limitao que o idoso adquire com a idade avanada devido a essa perda

de massa ssea desencadeia situaes que podem promover problemas

secundrios como as quedas, dficit no andar, perda de mobilidade nas atividades

do dia-a-dia, e esse processo pode causar doena crnica como diabete e

osteoporose neste processo pode ser identificado a sarcopenia termo usado para

identificar a perda muscular esqueltica (ROSENBERG 1989 apud SILVA et al

2006, p.393).

Vandervoort (1992 apud MATSUDO; MATSUDO; BARROS NETO, 2000,

p.26) para o maior risco de fratura traumtica do quadril, j que as pessoas que

habitualmente caem tm significativamente menor velocidade no andar. Essa

alterao na estrutura do msculo poderia explicar por que a reduo no tecido

muscular contrtil pode ser maior que a reduo real do volume muscular e da rea

muscular transversa (MATSUDO; MATSUDO; BARROS NETO, 2000).

As alteraes neurolgicas descritas tm sido a diminuio no nmero de unidades motoras funcionais e uma perda no nmero de neurnios motores alfa da medula espinal de indivduos idosos, com a subsequente degenerao dos seus axnios (MATSUDO; MATSUDO; BARROS NETO, 2000, p.25).

Cancela (2008, p.6) diz que as clulas nervosas no se reproduzem, o

nmero de neurnios tende a diminuir cada vez mais, havendo assim menos

conexes simpticas, conduzindo as perdas da capacidade funcional.

Cancela (2008) mostra com estudos realizados que o envelhecimento

promove alteraes no sistema neuronal tais como: atrofia do crebro, aparecimento

de placas senis, degenerescncia neurofibrilar, morte neuronal, rarefaco da

arborizao dendrtica, entre outros.

Esses processos influenciam na diminuio de suas funes naturais

desencadeando as redues nos nveis hormonais do crescimento e na diminuio

da atividade fsica, causando doenas em outros sistemas corporais, e evidncias

de que o idoso tem dificuldade em nova formao de msculo j que seus sistemas

esto prejudicados (CANCELA, 2008).

21

Quando os sistemas so comprometidos com a idade, o corpo do idoso tende

a refletir ou compensar o referido em outros sistemas corporais, causando assim um

comprometimento em sua vida fsica, psicologia e social (MATSUDO; MATSUDO;

BARROS NETO, 2000; CANCELA, 2007; PEDRINELLI; GARCEZ-LEME; NOBRE,

2009).

3.3 SISTEMA ESQUELTICO SSEO

O esqueleto um sistema de sustentao e conformao do corpo, [...] alm

de ser o local de armazenamento de minerais e ons (durante a gravidez a

calcificao fetal se faz, em grande parte, pela reabsoro destes elementos

armazenados no organismo materno), sendo capaz de realizar movimentos

coordenados e involuntrios, servindo de alavancas para os msculos. Possui

outra funo importante, de servir de: proteo (para rgos como o corao, os

pulmes e o sistema nervoso central) (DANGELO; FANTTINI, 2007, p.17).

O tecido sseo um sistema orgnico que se articula com outras partes do

corpo, e que sofre constante remodelao, [...] fruto dos processos de formao,

pelos osteoblastos, e reabsoro, pelos osteoclastos (ROSSI, 2008, p.7).

Com o envelhecimento o individuo comea a apresentar mudanas em sua

estrutura esqueltica que podem ser notadas a olho nu. A principal perda da

massa ssea, Rossi (2008, p.8) diz que:

:

A atrofia ssea com o envelhecimento no se faz de forma homognea, pois, antes dos 50 anos, perde-se, sobretudo, osso trabecular (principalmente trabculas de menor importncia estrutural) e, aps essa idade, principalmente, o osso cortical (tambm aqui lamelas de menor importncia estrutural, localizadas na superfcie endosteal)

Outro fator comprometedor a diminuio na estatura fsica do idoso,

segundo Freitas (2006) apud SCHERER (2008, p.21) ocorrem alteraes na coluna

vertebral, os discos que separam as vrtebras principalmente da coluna dorsal

passam por modificaes, por motivos que as vrtebras perdem uma poro de

contedo de gua que importante e servem como molas absorvendo os impactos,

tornado mais rgido e promovendo traumas futuros com a idade, principalmente o

risco de quedas e a contenso dos discos devido diminuio mineral ssea.

22

Culham (2000) apud Scherer (2008, p. 22) informa que a massa ssea

varivel, aumenta na infncia, adolescncia e fase adulta, atingindo seu pico entre

os 13/35 anos, sendo mais densa nos homens do que nas mulheres, [...] com uma

proporo de 4 por 1 em idade superior a 50 anos.

Alm de promover uma modificao no sistema locomotor, os idosos

apresentam dificuldades em caminhar, diminuio da amplitude dos movimentos,

passos lentos, curtos, arrastamentos dos ps, possibilitando assim maior ndice de

fraturas sseas bastante presente no cotidiano (ROSSI; SADER, 2006).

Nessas modificaes estruturais outros problemas acarretam no sistema

esqueltico, Rossi e Sander (2006, p.798) a osteoporose (doena ssea de maior

prevalncia na populao geritrica). Devido a essa doena secundaria o individuo

passa a sofrer com dificuldade na movimentao.

A Com essa resistncia ssea comprometida, predispe o risco de fratura,

dor, deformidade fsica (PEREIRA; MENDONA, 2006, p.798).

O fenmeno da dor outro fator desnorteado apesar de sua relevncia. [...]

Existe o aumento da ocorrncia de dor com o avano de idade, a maior prevalncia

sendo dos 45 aos 64 anos. A partir dos 65 anos h reduo de dor relacionada

idade em todas as localizaes anatmicas, exceto nas articulaes (ROSSI;

SADER, 2006, p. 795).

Outro fator em que os profissionais de sade devem se preocupar e o risco de

fraturas que apresenta risco considervel sendo responsvel por um tero de todas

as fraturas, de punho, do mero e de corpos vertebrais, aumentando a morbidade. A

dificuldade que os profissionais de sade de acordo com Siqueira (2005 apud

Pereira; Mendona, 2006, p. 798) que relata a partir de estudos realizados na

cidade de Pelotas em que os profissionais tm dificuldade em identificao dos

fatores de risco, educao dos pacientes e na interveno pr-ativa ao longo de toda

vida, tanto em homens quanto em mulheres.

Os profissionais devem entender sobre esses fatores que se acumulam nos

idosos com o passar do tempo, podendo ocasionar transtornos decorrentes em

sistemas operacionais do seu organismo (ROSSI; SADER, 2006).

A deteco dos fatores de risco de maior utilidade para os cuidados de

sade publica do que para o individuo isoladamente (ROSSI; SADER, 2006, p.801).

3.4 SISTEMA RESPIRATRIO

23

De acordo com o avano da idade outros sistemas so comprometidos

debilitando o idoso induzindo-o para outras doenas secundarias e desequilbrio

funcional. O sistema respiratrio que contem funes importantssimas para o nosso

organismo tambm sofre mudanas (TORTORA; GRABOWSKI, 2006).

Tortora; Derrickson (2010, p.869) citam que o sistema respiratrio contribui

para a homeostasia, favorecendo a troca gasosa (oxignio e dixido de carbono)

entre o ar atmosfrico, o sangue e as clulas teciduais [...] ajusta o pH do corpo.

Para haver essa sistematizao funcional o corpo apresenta estruturas que se

articulam para um funcionamento adequado e de suporte natural, sendo os rgos

que compem o sistema respiratrio: nariz, faringe (garganta), laringe, traqueia,

brnquios e pulmes (TOTORA; DERRICKSON, 2010, p.870).

O aparelho respiratrio pode sofrer alteraes anatmicas e funcionais, que

variam de amplitude, porm so inerentes ao processo normal e natural do

envelhecimento, no devendo ser avaliadas como fator isolado (GORZONI;

RUSSO, 2006, p.596).

Devido ao envelhecimento corporal biolgico e fisiolgico, as consequncias

decorrentes no sistema respiratrio so observadas clinicamente como um fator que

desencadeia doenas secundrias.

As mudanas que ocorrem a este nvel so clinicamente relevantes porque a deteriorao da funo pulmonar est associada ao aumento da taxa de mortalidade e, alm disso, o conhecimento das mesmas contribui para a deteco e preveno de disfunes respiratrias em idosos (RUIVO, S. et al, 2009, p.631).

Segundo Ruivo, et al (2009, p.631) Com o envelhecimento biolgico, a

morfologia da parede torcica sofre vrias alteraes conducentes ao trax senil e,

consequentemente, ao pulmo senil. Iden (2004 apud RUIVO, et al, 2009, p.631)

comenta que a perda de elasticidade a alterao estrutural predominante no

idoso...

Gorzoni; Russo (2006, p.596) referiram as alteraes do aparelho respiratrio,

perda das propriedades de retrao elstica do pulmo, enrijecimento da parede

torcica, diminuio da potncia motora e muscular.

O pulmo sofre alteraes individuais, com diminuio do seu tamanho, das

vias areas, relacionadas ao tecido de suporte; os bronquolos tendem a estreitar

juntamente com o achatamento dos ductos e dos sacos alveolares. Na parede

24

torcica posterior acontece enrijecimento juntamente baixa da elasticidade

pulmonar. E os msculos respiratrios perdem sua movimentao aumentando a

rigidez, o diafragma um importante msculo respiratrio perde sua fora e apresenta

maior inclinao a fadiga muscular (GORZONI; RUSSO, 2006).

Nesse seguimento h uma diminuio na resistncia dos brnquios

pulmonares podendo causar rupturas e falncia pulmonar, predispondo o idoso a

certa dificuldade em respirar na poro superior podendo levar at a morte por

ausncia de oxignio nos tecidos corporais e cardaco tendo uma capacidade vital

inferior a 25% a 45%, e aumentando com estado da velhice (RUIVO et al, 2009).

Segundo Gorzoni e Russo (2006, p.597) diz que a capacidade vital forada e

o volume expiratrio forado no primeiro segundo se reduzem com a idade... [...]

reduo da presso de recolhimento e consequente fechamento das vias areas em

grandes volumes pulmonares.

Essas alteraes por consequncia da idade afetam no s estruturas

importantes do sistema respiratrio como tambm outros sistemas relacionados ao

nosso organismo que produzem uma nutrio e reposio de nutrientes necessrios

para o corpo, que com tais alteraes perdem a capacidade de armazenar e

distribuir os gases necessrios para a sobrevivncia (GORZONI; RUSSO, 2006).

3.5 SISTEMA CARDIOVASCULAR

Com o avanar da idade o sistema cardiovascular ou circulatrio sofre com o

envelhecimento do corpo e seus sistemas apresentam deficincias para funcionar

normalmente (CASAGRANDE, 2006).

Segundo Tortora; Grabowski (2006, p. 349) o sistema circulatrio (do latim,

circulatoriu= movimento circular) constitui-se de trs componentes inter-

relacionados: o sangue, o corao e os vasos sanguneos.

De acordo com os estudos realizados por Hayflick (1985 apud Affiune 2006,

p.396) as teorias do envelhecimento podem ser agrupadas em teoria do genoma,

fisiolgica e orgnica....

Esse sistema transporta substncias para as clulas do corpo e outras delas

provenientes, como principal transporte do sangue para o corpo desempenhar suas

funes, devendo assim circular por do sistema corporal. O corao funciona como

25

uma bomba e para fazer esse sangue circular so necessrias outras estruturas de

conduo que so os vasos sanguneos (TORTORA; GRABOWSKI, 2006).

Diante dos conceitos cardio = corao, vascular = circulao por veias, o

corao responsvel por todo esse processo de circulao sangunea batendo

aproximadamente 100.000 vezes por dia, estando posicionando no corpo como uma

bomba que transfere o sangue atravs de veias e artrias estando presso a fim de

nutrir e oxigenar estruturas incapazes da sobrevivncia sem oxignio, ou seja, para

as clulas e rgos (TORTORA; GRABOWSKI, 2006).

De acordo com Vandervoort (2000 apud Scherer 2008, p.24) o

envelhecimento resulta na diminuio da capacidade de reserva funcional do

aparelho cardiovascular, afetando, portanto, a tolerncia aos esforos. Segundo

Rebellato (2004 apud Scherer 2008, p.24) ocorrem mudanas nos vasos

sanguneos, no msculo cardaco, nas vlvulas cardacas, na caixa torcica e nos

pulmes.

Com a velhice o corpo do idoso fica mais frgil para doenas cardiovasculares

sendo mais graves seus acometimentos, alm de apresentarem clinicamente

alteraes funcionais e anatmicas que agem modificando a estrutura

cardiovascular (AFFIUNE, 2006, p.396).

importante ficar alerta s modificaes morfolgicas em tais como:

Pericrdio sua parede diminui de espessura principalmente na parte esquerda do corao apresentando dificuldade em bombear o sangue para o corpo ficando mais propicio ao aglomerado de gordura na regio epicrdica [...]. Endocrdio diminuio de sua parede e encontrada opacidade no tecido e a formao de fibras colgenas e elsticas perdendo sua funo uniforme, podendo ate presenciar infiltrao lipdica [...]. Miocrdio, com h velhice a um acmulo de gorduras nos trios e no septo interventricular [...] trazendo morte desse tecido e ate morte do idoso [...]. Aorta a maior alterao conhecida como arteriosclerose, modificao na textura do tecido elstico e aumento do colgeno ento a principal doena o aumento da presso nas paredes das artrias e juntamente com a m circulao sangunea [...]. Artrias coronrias, considerado arteriosclerose vascular presenciando vasos epicrdicos tortuosos diminuindo as funes dos ventrculos (AFFIUNE, 2006, p.397 a 398).

No idoso as arritmias so comuns devido hipertenso e doena

coronariana. Para Rebelatto e Morelli (2004 apud Scherer 2008), a arritmia anormal

do corao diminui a eficincia do trabalho de bombear sangue para o organismo.

26

As arritmias cardacas so classificadas pelo seu mecanismo e por sua sede

de origem. As arritmias supraventriculares e ventriculares so os dois mecanismos

mais comuns entre os idosos. Entre as arritmias, as bradiarritmias so

particularmente frequentes em idosos.

A funo da bomba cardaca em repouso, isto , frao de ejeo e debito no se alteram com o envelhecimento; a menor capacidade de adaptao no idoso ocorre principalmente devido diminuio da resposta beta-adrenrgica, pelo comprometimento do enchimento diastlico (AFFIUNE, 2006, p.400).

Podemos tambm relacionar problemas apresentados pelo sistema

respiratrio que influenciam no sistema cardaco, dessa forma, as modificaes dos

mecanismos reguladores da respirao resultam numa diminuio da resposta

ventilatria s variaes das presses parciais de oxignio e de gs carbnico no

sangue (CARVALHO FILHO, 2002 apud SCHERER, 2008, p.24).

Essa ventilao propiciada devido a problemas cardacos refletindo e

causando diminuio na frequncia respiratria como consequncia reduo dos

movimentos dos membros superiores, inferiores e deficincia nas extremidades do

corpo dos idosos (SCHERER, 2008).

Segundo Affiune (2006, p.400) outra influncia no envelhecimento

cardiovascular o estilo de vida cada vez mais sedentrio com idade. Essa

morbidade projeciona o declnio a insuficincias dos sistemas agregado que formam

uma estrutura que se relaciona entre si e contribui para um pior funcionamento do

corpo.

3.6 SISTEMA DIGESTRIO

O organismo do ser humano e composto por vrios sistemas, cada um com

sua utilizao e funo, o digestrio no desviar-se dessa questo. Esse sistema

comea na boca e termina no nus.

O sistema digestivo composto pelo trato gastrintestinal (tubo continuo que

comea na boca e termina no nus). [...] constitudo pela boca, a faringe, o

esfago, o estomago, o intestino delgado e o intestino grosso (TORTORA;

GRABOWSKI, 2006, p.478).

27

Os dentes, a lngua, as glndulas salivares, o fgado, a vescula biliar e o pncreas funcionam como rgos digestrios acessrios e desempenham funes importantes para o funcionamento do corpo, tais funes: ingesto, secreo, mistura e propulso, digesto, absoro e defecao (TORTORA; GRABOWSKI, 2006, p.478).

Com o envelhecimento, o aparelho digestrio apresenta alteraes

estruturais, de motilidade e da funo secretora, que variam em intensidade e

natureza em cada segmento do mesmo (MORIGURI; LIMA, 2006, p.636).

De acordo com Tortora; Grabowski, (2006, p. 501) diz que:

as alteraes do sistema digestrio associadas ao envelhecimento incluem: diminuio dos mecanismos secretores e da motilidade dos rgos do sistema digestrio; perda da fora e da tonicidade do tecido muscular e suas estruturas de sustentao; modificaes no sistema de retroalimentao sensorial realtivo liberao de enzimas e hormnios; e a resposta diminuda dor e s sensaes internas [...]. Na poro superior as alteraes incluem sensibilidade reduzida s irritaes e feridas da boca, perda do paladar, doena periodontal, dificuldade em deglutir, hrnia de hiato, gastrite e doena da ulcera pptica.

Outras patologias associadas aumentam a incidncia com a idade so

apendicite, vescula biliar, ictercia, cirrose heptica e pancreatite aguda. [...]

constipao, hemorroidas e diverticulite (TORTORA; GRABOWSKI, 2006, p.501).

Os profissionais de sade devem ter um olhar clinico e a capacidade em

identificar problemas do sistema digestrio acarretado pelo envelhecimento no

individuo idoso.

3.7 SISTEMA ENDCRINO

O corpo e composto por um sistema capaz de produzir hormnios

necessrios para crescimento, repositor, reconstrutor e entre outros, algumas

estruturas so importantes para o bom funcionamento desse sistema (TORTORA;

DERRICKSON, 2010).

O sistema endcrino e composto por estruturas chamadas de glndulas

endcrinas espalhadas pelo corpo tais como:

28

principal localiza-se no cerebelo com as Glndulas Hipotlamo, Glndula Pineal e Hipfise. Na traqueia, Glndula Tireoide, Glndulas Paratireoides. Outras so Timo, no Pulmo, no Corao, no Estomago, no Fgado, Rim, Glndulas Suprarrenais, Pncreas, Intestino Delgado, no homem nos Testculos e na mulher tero e Ovrios (TORTORA; DERRICKSON, 2010, p.637).

Uma das principais substancia importantes que essas glndulas so

responsveis em produzir so os hormnios que atuam sobre o organismo a fim de

produzindo funes especial no equilbrio corporal (TORTORA; DERRICKSON.

2010).

Esses hormnios regulam a atividade do msculo liso, msculo cardaco e de algumas glndulas; alteram o metabolismo; estimulam o crescimento e o desenvolvimento; influenciam os processos reprodutivos; e participam nos ritmos circadianos estabelecidos pelo ncleo supraquiasmtico do hipotlamo (TORTORA; DERRICKSON, 2010, p.635).

Segundo Tortora; Grabowski (2006, p.320) medida que amadurecem

meninos e meninas desenvolvem diferenas marcantes na sua aparecia fsica e no

comportamento. O sistema endcrino constitudas por varias glndulas

endcrinas e clulas secretoras de hormnios localizados em rgos que tambm

tem outras funes (TORTORA; GRABOWSKI, 2006, p.320).

Os hormnios locais ou circulantes do sistema endcrino contribuem para a

homeostasia, regulando a atividade e o crescimento de clulas-alvo no corpo. Os

hormnios tambm regulam o metabolismo (TORTORA; DERRICKSON, 2010,

p.635).

Um dos principais hormnios produzidos pelo sistema endcrino o GH

(hormnio do crescimento), que por sua vez trabalha no modo ritmo de 24 horas.

As alteraes da secreo de hormnio de crescimento, hormnios esteroides sexuais (testosterona, estrognio, deidroepiandrosterona [DHEA]) e melatonina (importante para a regularizao de sono adequado) encontrada no envelhecimento podem contribuir para doenas comuns nessa faixa etria (osteoporose, doena coronariana) (LIBERMAN, 2006, p.758).

Segundo Liberman (2006, p.758) alguns:

Efeitos do envelheccimento no sistema endcrino diminuio da reserva funcional dos rgos a consequncia do aumento da

29

prevalncia de doena endcrina, diminuio dos linfcitos T supressores/aumento de auto-anticorpos consequncia no aumento da prevalncia de doenas autoimunes.

Embora algumas glndulas endcrinas se reduzam quando ficamos mais

velhos, o seu desempenho pode diminuir ou no (TORTORA; GRABOWSKI, 2006,

p.340). Com isso seguintes sintomas se relacionam com esse fator que o

envelhecimento promove no corpo do idoso tais como:

Diminuio da libido e da qualidade das erees; Alteraes do humor com diminuio da atividade intelectual e orientao espacial; Tendncia a estados depressivos; Diminuio da massa e fora musculares; Fadiga, sensao de cansao e inapetncia; Osteoporose; Alteraes na distribuio da gordura corprea, com acmulo preferencialmente no subcutneo do abdome; Alteraes do sono (POMPEO; TEJADA; CAIROLI, 2004, p.55).

Tortora; Grabowski (2006, p.340) diz A produo do hormnio do

crescimento humano pela adeno-hipfise diminui, sendo essa uma das causas da

atrofia muscular, medida que o envelhecimento prossegue. Com isso a

observao clinica devera ser apontada e trabalhada na reabilitao e tratamento

dos sintomas que o envelhecimento traz ao sistema endcrino.

30

4 O IDOSO E SUAS POLTICAS

4.1 REFERINDO O (SUS) COMO SISTEMA NICO DE SADE

A partir do grande aumento de pessoas idosas no Brasil, houve uma

preocupao imediata em construir medidas e atribuies para garantir sade

desse grupo de pessoas de acordo com suas necessidades, costumes, raa, entre

outros (NUNES 2009).

Quando se fala de sade no podemos deixar de referir a Lei Orgnica da

Sade (LOS), onde estabelece o quanto dever do estado e direito do cidado

brasileiro em ter sade (NUNES 2009).

A LOS 8.080 de 19 de Setembro de 1990 define: A sade tem como fatores

determinantes e condicionantes [...] os nveis de sade da populao expressam, a

organizao social e econmica do pas (NUNES, 2009, p39).

Com o surgimento do Sistema nico de Sade (SUS), que tem com princpios

nos direitos de sade doena, com principalidades nos cuidados, visando diminuir os

problemas apresentados pela sociedade, a LOS vem para identificar os problemas

biopsicossociais na questo principal (NUNES 2009).

O SUS assegura que todos tem o direito ao acesso sem nenhuma limitao,

juntamente as aes de servios ofertados pelo sistema, universalizando o

atendimento de acordo com o apresentado por cada um, visando a cura,

reabilitao, garantindo por lei, a promoo, proteo individualmente e seus

coletivos (NUNES 2009).

Conjugar bruscamente as aes e medidas apresenta pelas polticas, movem

o desenvolvimento para novas conquistas, aprimorando e aperfeioando as j

existentes e criando maneiras de atuaes em sade-doena dando nfase a cada

individuo unicamente e amplamente (NUNES, 2009).

De acordo com Brasil (2006) diante o pacto pela sade do idoso surgiu para

fortalecimento em Defesa do SUS e de Gesto, ento houve o aparecimento da

sade do idoso em suas prioridades junto com gestores, profissionais da rede de

servios de sade e populao em geral, diante a realidade epidemiolgica da

populao brasileira. A sade do idoso uma prioridade dentro do Pacto pela Vida,

mostrando assim a importncia que o idoso representa para os gestores do SUS

assumindo as obrigaes apropriadas sade da populao idosa.

31

4.2 POLTICA NACIONAL DE SADE DO IDOSO (PNSI)

O envelhecer do ser humano veio a tendnciar implantaes de polticas

voltadas s pessoas idosas, tendo como meta a estabilizao de meios que

interagir-se com os idosos promovendo melhoras nas adaptaes e reabilitaes do

mesmo, reduzindo outros problemas de sade que o envelhecimento promove

(CASAGRANDE, 2006).

Com a regulamentao do SUS que props princpios e direcionamento para

a implantao de um modelo de ateno sade. Esses princpios enquadram o

cidado brasileiro nas diretrizes priorizando-os na descentralizao, universalidade,

integralidade da ateno, equidade e controle social (BRASIL, 2006c).

Um dos objetivos do SUS reorganizar a assistncia, em 1994 visando isso

se implantou juntamente ao Ministrio da Sade o Programa de Sade da Famlia

(PSF), tornando-se modelo de ateno sade, tendo como principio humanizado

dessa assistncia (BRASIL, 2006c).

A criao da PNSI foi publicada em 1994, garantindo direitos sociais a pessoa

idosa, segundo Motta; Aguiar (2007, p.365) referiu uma juno das leis e formo

juntamente a PNIS, com: Lei Orgnica da Sade, Poltica Nacional de Sade do

Idoso, Estatuto do Idoso.

Em 1994, com a Lei 8842/94 que estabelece a Poltica Nacional do Idoso em

razo de vrias reivindicaes feitas pela sociedade em meados da dcada de 70 e

principalmente em razo do documento Polticas para a Terceira Idade nos anos 90

(OLIVEIRA, 2007, p.281).

A Poltica Nacional do Idoso, promulgada em 1994 e regulamentada em 1996, assegura direitos sociais pessoa idosa, criando condies para promover sua autonomia, integrao e participao efetiva na sociedade e reafirmando o direito sade nos diversos nveis de atendimento do SUS (Lei n 8.842/94 e Decreto n 1.948/96) (BRASIL, 2006c, p.2).

Motta; Aguiar (2007, p.365) diz que dentro dos princpios, destaca-se a

preservao da autonomia, da integridade fsica e moral, integralidade da

assistncia, e a fixao de prioridades...

As instituies e seus respectivos profissionais devem obedecer a polticas

para obteno de resultados no que referi sade do idoso, tendo um acesso ao

32

servio de sade sem interferncias notrias, visando diminuio de problemas

conjugados ao envelhecimento.

De acordo com Miyata at al (2005, p. 136) A sade de uma populao, uma

ntida expresso das suas condies concretas de existncia, resultante, entre

outras coisas, da forma como estabelecida a relao entre o Estado e a

sociedade.

A Poltica Nacional de Sade do Idoso alm da criao foi tambm

conceituada,

Fundamenta a ao do setor sade na ateno integral populao idosa, em conformidade com a Lei Orgnica e com a Poltica Nacional do Idoso. Tem como propsito a promoo do envelhecimento saudvel, a manuteno e a melhoria, [...] da capacidade funcional dos idosos, a preveno de doenas, a recuperao da sade [...] e a reabilitao daqueles que venham a ter a sua capacidade funcional restringida (MOTTA; AGUIAR 2007, p.365).

A ao do estado no sentido de proporcionar qualidade de vida aos cidados

feita por intermdio das polticas pblicas e, dentre as polticas voltadas para a

proteo social, esto s polticas de sade (MIYATA at al 2005, p. 136).

O Estatuto do idoso da direito sade,

Assegurando a ateno integral sade do idoso por intermdio do Sistema nico de Sade SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitrio, em conjunto articulado e contnuo das aes e servios, para a preveno, promoo, proteo e recuperao da sade (MOTTA; AGUIAR 2007, p.365).

Coerentemente, o Estatuto do Idoso aborda a problemtica de recursos

humanos:

As instituies de sade devem atender aos critrios mnimos para o atendimento s necessidades do idoso, promovendo o treinamento e a capacitao dos profissionais, assim como orientao a cuidadores familiares e grupos de autoajuda (MOTTA; AGUIAR 2007, p.365).

Essas polticas esto avalizando ao idoso uma assistncia garantida por lei,

promovendo um olhar critico afim de novas construes de ideias a respeito da

33

sade do idoso e reabilitao nas conformidades das polticas diminuindo o

preconceito relacionado vida e sade do idoso (CASAGRANDE, 2006).

O pacto pela vida um compromisso entre gestores do SUS, com prioridades

que apresentam impacto sobre a situao de sade do Brasil. Essas prioridades se

do atravs de metas nacionais, estaduais, regionais ou municipais (BRASIL,

2006a).

Destacam-se as prioridades pactuadas que so:

Sade do idoso, controle do cncer do colo de tero e de mama, reduo da mortalidade infantil e materna, fortalecimento da capacidade de respostas s doenas emergentes e endemias, com nfase na dengue, hansenase, tuberculose, malaria e influenza, promoo da sade e fortalecimento da ateno bsica (BRASIL, 2006a, p.7).

Considera-se a pessoa idosa com idade a partir dos 60 anos ou mais,

algumas diretrizes visa promoo desse grupo de pessoas que o pacto pela vida

traz como efeito. Temos como principal diretriz a promoo do envelhecimento ativo

e saudvel (BRASIL, 2006).

Faz-se necessrio seguir diretrizes que norteiam para uma melhor qualidade

de vida e envelhecimento do idoso.

Promoo do envelhecimento ativo e saudvel. Ateno integral e integrada sade da pessoa idosa. Estmulo s aes intersetoriais, visando integralidade da ateno. Implantao de servios de ateno domiciliar. Acolhimento preferencial em unidades de sade, respeitado o critrio de risco. Provimento de recursos capazes de assegurar qualidade da ateno sade da pessoa idosa. Fortalecimento da participao social. Formao e educao permanente dos profissionais de sade do SUS na rea de sade da pessoa idosa. Divulgao e informao sobre a Poltica Nacional de Sade da Pessoa Idosa para profissionais de sade, gestores e usurios do SUS. Promoo de cooperao nacional e internacional das experincias na ateno sade da pessoa idosa. Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas (BRASIL, 2006a, p.8).

O pacto pela vida que foi implantado no ano de 2006 e passou por uma

reviso em 2011 continuando com a prioridade principal da sade do idoso, com

objetivo em promover a formao e educao permanente dos profissionais de

sade do SUS na rea de sade da pessoa idosa (BRASIL, 2011, p.7).

34

Visando a reduo de internao hospitalar, e a diminuio em problemas de

fraturas sseas que o pacto pela vida montou aes estratgicas a fim de contribuir

para a sade do idoso:

Promover aes de capacitao dos profissionais de nvel superior da rede SUS, principalmente da Ateno Primria, com nfase na preveno de quedas, por meio de Oficinas Estaduais de Preveno de Quedas e Osteoporose; Capacitao dos profissionais de nvel superior da rede SUS, em parceria com a ENSP/EAD/FIOCRUZ, no curso: Envelhecimento e Sade da Pessoa Idosa; Capacitao dos profissionais dos estados e municpios para implantao e implementao da Caderneta de Sade da Pessoa Idosa (BRASIL, 2011, p.7).

35

5 ATIVIDADE FSICA E SUA APLICAO NO ENVELHECIMENTO

5.1 VELHICE ATIVA

fundamental para o corpo do idoso, atribuio que estabelea maneiras

para uma vivencia de qualidade, reduzindo manifestaes em que se acomete

devido ao processo de envelhecimento da pessoa e dos seus sistemas decorrentes

(CASAGRANDE, 2006).

Benedetti; Gonalves; Mota (2007, p.388) O envelhecimento populacional e o

aumento na expectativa de vida trazem consequncias econmicas e sociais

considerveis que exigem aprovao e desenvolvimento de aes polticas.

Essas aes devero ser supervisionadas pelo profissional de enfermagem

de acordo com a Poltica Nacional de Sade do Idoso, junto com a observao

clinica, tratamento, reabilitao e prescrio de atividade fsica (BENEDETTI;

GONALVES; MOTA, 2007).

De acordo com Freitas; Kopiller (2006, p.589) todos os pacientes devem ser

submetidos a uma avaliao medica, que passa por histrico e exame clinico, no

deixando de incluir nesta analise: risco cardaco, cognio, independncia...

Segundo Casagrande (2006, p.19) Atividade Fsica pode ser determinada

como sendo o conjunto de aes que um indivduo ou grupo de pessoas pratica

envolvendo gasto energtico e alteraes orgnicas, atravs de exerccios que

envolvam movimento corporal...

Os programas de atividade fsica com o objetivo de promover a sade foram

inicialmente implantados..., No Brasil, o pioneiro em atividades fsicas para idosos foi

o Servio Social do Comrcio (SESC) do estado de So Paulo, em 1977

(BENEDETTI; GONALVES; MOTA 2007, P.389).

Dentro dos princpios em que a atividade fsica regular contribui para a

reabilitao dos sistemas em si como tambm a sade para o corpo do idoso que

sofre com o processo do envelhecimento natural e cronolgico. O idoso deve ser

avaliado para comear as praticas de atividade fsica de acordo com seus resultados

e necessidades apresentados, o profissional devera atribuir prescrio a fim de

atingir a sade desse grupo etrio (NBREGA et al, 1999).

36

A atividade fsica regular tem sido descrita como um excelente meio de

atenuar a degenerao provocada pelo envelhecimento dentro dos vrios domnios

fsico, psicolgico e social (TRIBESS; VIRTUOSO JUNIOR 2005, p.164).

Para que o programa de exerccios funcione corretamente sem produzir

patologias secundarias nos idosos uma pr-avaliao necessrio juntamente com

profissionais qualificados (CASAGRANDE, 2006).

Embora uma avaliao mdica pr-participao seja fundamental, a

impossibilidade de acesso a ela no deve impedir a adoo de um estilo de vida

ativo. As alternativas de avaliao vo desde simples questionrios at exames

sofisticados (NOBREGA et al, 1999, p.209).

Esses exames complementares so de suma importncia, um dos mais

requisitados o exame ergomtrico, alem dessa avaliao no apresentar todos os

problemas com a sade do idoso importante para desempenhar as prticas

(NOBREGA, et al, 1999).

O teste ergomtrico deve ser realizado de rotina em todos os idosos antes de

iniciarem suas atividades fsicas, devendo ser precedido de um eletrocardiograma

em repouso (FREITAS; KOPILLER, 2006, p.589).

De acordo com Nobrega et al (1999, p.209) que diz:

A razo fundamental para realizao do teste ergomtrico no idoso, ainda que assintomtico e sem fatores de risco, que a partir dos 55 anos o risco de doena arterial coronariana (DAC) excede 10%, conferindo grande valor diagnstico ao teste, ou seja, um resultado normal reduz esse risco para 2%, enquanto um resultado alterado o eleva para 90%.

De acordo com Osness et al (1990 apud Tribess; Virtuoso Jr 2005, p.166)

destaca-se as tcnicas inmeras para avaliao da aptido funcional do idoso,

a necessidade da avaliao da condio fsica do idoso para determinar a prescrio de exerccio mais apropriada, reduzindo riscos e aumentando mudanas fisiolgica e psicolgica; a necessidade de quantificar as mudanas ocorridas durante o programa, permitindo um ajuste na prescrio de exerccio, o que aumentar a habilidade do programa para afetar mudanas em longo prazo.

37

Com isso, devem-se observar pontos crticos, pois a atividade fsica pode ser

prescrita para todos os idosos, porm devem ser fundamental o analise de

necessidades como suas capacidades funcionais.

As atividades fsicas, esportivas e de lazer vinculadas a estas propostas sociais so apontadas como motivos de adeso e permanncia de idosos nos programas, por intensificar os contatos sociais, o bem-estar fsico e psicossocial, a troca de conhecimentos e experincia, o entretenimento e relaxamento, a melhoria da sade... (VENDRUSCOLO; MARCONCIN, [2005], p.3).

As atividades fsicas so responsveis pelos maiores e melhores resultados

para quem os pratica, alm de terem seus riscos minimizados atravs de boas

orientaes e controles adequados (CASAGRANDE, 2006, p.20).

Essas prticas influencia um envelhecimento ativo, promovendo uma

adaptao de acordo com as necessidades apresentadas pelos idosos (SCHERER,

2008).

Envelhecimento bem-sucedido mais que ausncia de doena e

manuteno da capacidade funcional.... [...] Alimentao balanceada, prtica

regular de exerccios fsicos, convivncia social estimulante, atividade ocupacional

prazerosa e mecanismos de atenuao do estresse (ASSIS, 2005, p.5).

Casagrande (2006, p.22) diz: A atividade fsica para idosos deve ter os

seguintes objetivos: manter a capacidade funcional geral, preservar a integridade

musculoesqueltica, aprimorar o estado psicolgico, prevenir e tratar.

A atividade fsica devera seguir planos e superviso do profissional de sade

tais como: tipo do exerccio, intensidade, durao e frequncia (CASAGRANDE,

2006).

A atividade fsica pode contribuir para compensar determinada doena,

aumentar a capacidade funcional ou simplesmente proporcionar prazer (SCHERER,

2008, p.39).

Algumas atividades de forma aleatria produzem movimentos que melhora a

flexibilidade, resistncia, com base na capacidade do indivduo, os exerccios fsicos

podem ser forte, moderada ou de baixa resistncia (CASAGRANDE, 2006).

Um programa de atividade fsica para o idoso deve estar dirigido a quebrar o

ciclo vicioso do envelhecimento, aumentando a sua potncia aerbica mxima e

diminuindo os efeitos deletrios do sedentarismo (SCHERER, 2008, p.39).

38

O treinamento fsico pode imediatamente produzir uma profunda melhora das

funes essenciais para a aptido fsica do idoso, ou seja, quanto mais ativa uma

pessoa menos limitaes fsicas ela tem (RAMOS, 1999 apud ARAUJO; SALES;

SOUSA JUNIOR, 2008, p.5).

A atividade fsica, indicada e realizada adequadamente, causa inmeros de benefcios, como por exemplo, o favorecimento da perfuso tecidual, aumentando volume de oxignio, vasodilatao perifrica, ajuda o esvaziamento do corao e reduo do gasto miocrdico de oxignio (FREITAS; KOPILLER, 2006, p.591).

O processo que a atividade fsica promove no idoso traz tona a melhora nos

sistemas corporais, visando diminuio na evoluo do envelhecimento, para que

todas essas prticas surjam efeitos os profissionais de enfermagem devem

obedecer aos critrios que a PNSI propem, e fundamental que haja a atuao

multidisciplinar com analise nas necessidades de cada individuo (FREITAS;

KOPILLER, 2006).

Os planos devem atingir desde a reabilitao ate as melhoras das condies

de vida dos idosos, porm, a segurana indiscutvel para que os benefcios sejam

expressos na vida desse grupo etrio (FREITAS; KOPILLER, 2006).

5.2 INFLUNCIA DA ATIVIDADE SOBRE O SISTEMA NEUROMOTOR

A prtica de atividade fsica no corpo do idoso pode ser descrita pelos

resultados vistos e avaliados na percepo de enfermagem. Ao exercitar o sistema

neuromotor desempenha funes importantes para o corpo (CASAGRANDE, 2006).

As fibras musculares e neuronais trabalham de acordo com o exerccio fsico

realizado pelo individuo, resultando na melhor capacidade em sustentar o corpo e

objetos, possibilitando melhores movimentos corporais (TORTORA; GRABOWSKI,

2006).

Vrios exerccios induzem alteraes nas fibras..., as fibras mostram leves

aumentos em dimetros, nas mitocndrias, suprimento sanguneo e fora

(TORTORA; GRABOWSKI, 2006, p.188).

Os exerccios de resistncia tambm resultam em alteraes cardiovasculares e respiratrias que levam os msculos a receber

39

melhores suplementos de oxignio e nutrientes, mais no aumentam a massa muscular. Em contraste os exerccios que exigem grande fora durante os curtos perodos produzem um aumento no tamanho e na fora das fibras (TORTORA; GRABOWSKI, 2006, p.188).

Todas essas manifestaes provindas do treinamento regular das atividades

fsicas realizadas pelo idoso demonstram uma melhora na velocidade de retorno dos

impulsos motores e nervosos, resultando na melhor resposta do organismo das

pessoas na terceira idade. Como resultado a melhora nos impulsos cardacos e

transmisso da coordenao das funes necessrias para sua vida (FREITAS;

KOPILLER, 2006).

Todos esses resultados satisfatrios podem progredir cada vez melhor ate

haver uma adaptao na pratica dos exerccios dirios, sem causar rejeies dos

mesmos. Tendo ainda resultados de boa postura, fora, agilidade e entre outros,

como tambm a diminuio do preconceito pelas alteraes corporais apresentadas

pelos processos do envelhecimento cronolgico e natural (PEDRINELLI; GARCEZ-

LEME; NOBRE, 2009).

5.3 INFLUNCIA DA ATIVIDADE SOBRE O SISTEMA ESQUELTICO SSEO

Esse sistema muito importante para o corpo humano onde podemos apoiar

outras estruturas, com envelhecimento essas estruturas comeam a perde sua

funcionalidade e sua sustentao (TORTORA; GRABOWSKI, 2006).

Ento a atividade fsica desencadeia processos de lenhificao do

envelhecimento estrutural. O osso tem a capacidade de alterar sua fora em

resposta ao estresse mecnico (TORTORA; GRABOWSKI, 2006, p.124).

Outros benefcios da atividade fsica no adulto de terceira idade so: melhora

a velocidade de andar; melhora do equilbrio;

Aumenta no nvel de atividade fsica espontnea; melhora da autoeficcia; contribui para manuteno e/ou aumento da densidade ssea; ajuda no controle de diabetes, artrite, doenas cardacas; melhora a ingesto alimentar; diminui a depresso (FERNANDES, et al, 2012, p.87).

40

O exerccio contribui para a preveno das quedas atravs de diferentes

mecanismos: [...] melhora os reflexos, a sinergia motora das reaes posturas e a

velocidade de andar, melhora a mobilidade (FERNANDES, et al, 2012, p.89).

Alguns tipos de atividades fsicas que podem ajudar na adaptao do

organismo, melhorando a postura, boa sustentao, so as caminhadas, o

levantamento de peso moderado, que ajudam a reconstruir massa ssea. Alem de

que os idosos tendem a fortalecer os ossos com a prtica de atividade fsica

(TORTORA; GRABOWSKI, 2006).

As atividades fsicas com sustentao de peso ajudam a construir ossos

mais espessos e mais fortes, e a retardar a perda de massa ssea que ocorre

medida que as pessoas envelhecem (TORTORA; GRABOWSKI, 2006, p.125).

A perspiccia em manter um idoso ativo a partir das praticas de atividade

fsica, sendo uma preocupao nacional, refletindo na melhor qualidade de vida

desses adultos velhos, que vem apresentando resultados significantes em sua

mobilidade, flexibilidade, longevidade e adaptao diria a processos fsicos,

culturais e sociais estabelecidos pela adeso a praticas regulares das atividades

fsicas prescritas, orientadas e supervisionadas pelo profissional de enfermagem

(FREITAS; KOPILLER, 2006).

5.4 INFLUNCIA DA ATIVIDADE SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR

Diante as necessidades cardacas que o sistema apresenta decorrente ao

envelhecimento, a atividade fsica veio a propiciar uma melhora no quando desse

individuo que j sofre com a perda de funes especiais do corpo devido ao

processo de envelhecimento cronolgico e natural (FREITAS; KOPILLER, 2006).

Nessa pratica existem programas que so como medidas e metas a serem

alcanadas como benefcios na vida desse idoso. esses objetivos so alcanados

por meios de programas que visam aumentar a capacidade aerbica, fora muscular

e flexibilidade (FREITAS; KOPILLER, 2006, p.589).

Os efeitos propostos pela pratica dessas atividades fsicas influenciam nas

condies clinicas e prevenes de doenas como: infarto do miocrdio,

revascularizao miocrdica, angioplastia, angina estvel, insuficincia cardaca

crnica, troca de vlvula, hipertenso arterial, entre outros (FREITAS; KOPILLER,

2006, p.589).

41

importante salientar que os exerccios bem conduzidos podem promover

uma melhor adaptao nas rotinas do dia-a-dia. Tipos de exerccios podem constituir

uma qualidade nas funes de alguns msculos especializados em trabalhar como

indicador de qualidade funcional. Os exerccios aerbios podem movimentar melhor

msculos do corpo responsvel pelo debito cardaco e metablico (TORTORA,

GRABOWSKI, 2006).

O exerccio sistmico aumenta a demanda de oxignio dos msculos. [...]

com o debito cardaco aumenta, assim, a taxa mxima de distribuio de oxignio

aos tecidos (TORTORA; GRABOWSKI, 2006, p.384).

Algumas recomendaes so importantes para que a atividade fsica surta um

efeito de qualidade.

Realiza exerccio somente quando houver bem-estar fsico; usar roupas e sapatos adequados; evitar o fumo e o uso de sedativos; alimentao at duas horas antes; respeitar os limites pessoais e informar quaisquer sintomas; iniciar a atividade lenta e gradativamente para permitir adaptao; reduzir o ritmo em atividades mais intensas; ingerir boa quantidade de liquido durante e aps exerccios (FREITAS; KOPILLER, 2006, p.591).

Com o exerccio regular pode-se observa melhora e resultados satisfatrios

tanto ao profissional de sade como ao prprio usurio, ou seja, idoso. Esses

exerccios promovem os benefcios no sistema cardiovascular.

Volume mximo de oxignio; maiores benefcios perifricos; benefcios psicolgicos; maior massa muscular; menos dependncia; controle do diabetes mellitus; altera favoravelmente o metabolismo lipdico e dos carboidratos; reduo do peso; reintegrao s atividades laborativas (FREITAS; KOPILLER, 2006, p.591).

Essas atribuies podem favorecer uma qualidade de vida a esses idosos

promovendo uma longevidade, capacitando o corpo de maneira benfica de

qualidade e segura.

5.5 INFLUNCIA DA ATIVIDADE SOBRE O SISTEMA RESPIRATRIO

O envelhecimento inclina o corpo do idoso ao declnio para o acometimento

de doenas dispostas pelo acontecimento cronolgico e natural, para isso e

42

importante utilizar mtodos na conduta para uma reabilitao e melhora das funes

corporais e sistemticas do idoso (GORZONI; RUSSO, 2006).

O sistema respiratrio tem a necessidade pelo gasto energtico, ento o

consumo de oxignio redobrado na inteno de compensar o organismo que senti

dificuldades em manter a funcionalidade em ordem (GORZONI; RUSSO, 2006).

A atividade fsica prescrita promove uma capacidade no idoso em reabilitao

com seu organismo de maneira supervisionada e orientada pelo profissional de

sade. A suplementao nutricional combinada ao exerccio fsico promove

aumento de massa e potencia muscular (GORZONI; RUSSO, 2006, p.598).

Os efeitos benficos da atividade fsica proporcionam um envelhecimento

mais saudvel, acarretando lenhificao das alteraes fisiolgicas decorrentes

desse processo, e podem ser observados nos idosos saudveis como nos fracos...

(GORZONI; RUSSO, 2006, p.599).

Atividade fsica promove com que o corao bombei sangue com mais

facilidade, induzindo para uma maior frequncia respiratria em que o sangue passa

atravs dos pulmes mais rpido, suprindo as necessidades do corpo com melhor

qualidade (TORTORA; GRABOWSKI, 2006).

Se o sangue fluir atravs dos pulmes duas vezes mais rapidamente do que

em repouso, ele captar duas vezes mais o oxignio por minuto. Tendo efeito

diretamente nos pulmes e no corao ativando uma circulao corporal satisfatria

(TORTORA; GRABOWSKI, 2006, p.470).

O exerccio fsico promove o trabalho dos msculos respiratrios a fim de

levar o melhor consumo de oxignio para os tecidos, forando o sistema respiratrio

a trabalhar mais para manter os nveis gasosos normais no sangue (TORTORA;

GRABOWSKI, 2006, p.470).

Com a prtica de atividade fsica o corpo tende a manter o equilbrio com

outros sistemas funcionais, a continuidade dessas pratica podem estabelecer

melhora no quadro de envelhecimento, diminuindo a possibilidade do acometimento

de outras doenas oportunas facilitando novos meios de atribuies na vida diria,

social e fsica, sendo um envelhecimento de qualidade e atividade (GORZONI;

RUSSO, 2006).

5.6 INFLUNCIA DA ATIVIDADE SOBRE O SISTEMA DIGESTRIO

43

Montoye (1975 apud DOTTAVIANO, 2002, p.27) atividade fsica regular

produz melhoras fisiolgicas mensurveis, que dependem do estado inicial de

aptido, idade, tipo e volume de treinamento.

A atividade fsica regular promover uma melhora no trnsito intestinal e

melhor absoro de nutrientes importante ao corpo do idoso. J ausncia da pratica

produz distrbios hidroeletroliticos. Rodrigues (2001 apud AZEVEDO, 2008, p.10)

menciona que distrbios hidroeletrolticos podem afetar de modo adverso funo

celular e sistmica....

A absoro desses nutrientes pelo sistema digestrio promove uma qualidade

de vida que servi como armazm de suplementos nutritivos ao corpo, por isso a

deficincia que os idosos apresentam propicia a outros problemas secundrios o

envelhecer. Ento a importncia do uso regular da atividade fsica possibilita aos

indivduos da terceira idade adaptao ao novo modo de vida, prepara-os para

enfrentar as barreiras do dia-a-dia como tambm a melhora em alguns aspectos tais

como: na pele, no aumento do crescimento de estruturas cabelo, unhas e entre

outras, trnsito intestinal, diminui problemas gstricos nutrio para articulaes e

ossos e outras estruturas (TORTORA; GRABOWSKI, 2006).

A responsabilidade do profissional de enfermagem na atuao com a

identificao dos benefcios decorrentes a pratica de atividades fsicas muito

importante ao acompanhamento desses indivduos para a melhora do fator

emocional e a adeso ao tratamento atravs dos exerccios prescritos e conduzidos

por profissionais qualificados (CASAGRANDE, 2006).

5.7 INFLUNCIA DA ATIVIDADE SOBRE O SISTEMA ENDCRINO

Esse sistema e responsvel pelo desenvolvimento de estruturas importantes

para o individuo idoso, os hormnios so produzidos e ajudam na manuteno do

corpo do idoso e controle das funes corporais (KALACHE; VERAS; RAMOS,

1987).

Os exerccios fsicos podem ser bastante evidenciados no que respeita aos

benefcios resultantes dessa pratica, em que proporciona maiores liberaes de

hormnios especficos e importantes para um bom desempenho corporal (UCHIDA

et al, 2004).

44

A secreo hormonal tambm pode ser regulada pelo controle neural, que age para evoc-la ou suprimi-la em resposta a estmulos internos ou externos, que podem ser de origem sensorial e podem ser percebidas consciente ou inconscientemente (CANALI; KRUEL, 2001, p.142).

pratica de atividade fsica estimula a liberao hormonal afim de regular ou

inibir funes que o corpo do idoso sofreu pelo fator envelhecer, ento, pode-se

notar a melhora na qualidade do sono, diminuio do quadro da diabetes, hormnios

que ajudam no crescimento de estruturas de sustentao (sistema esqueltico)

podendo ate potencializar a sexualidade da terceira idade. O exerccio serve de

estmulo para a secreo de determinados hormnios e de fator inibitrio para outros

(CANALI; KRUEL, 2001).

Os exerccios promovem um aumento do hormnio do crescimento e

concentrao do hormnio de testosterona atuando na melhora das fibras

musculares e a remodelao e adaptao do corpo (UCHIDA et al, 2004).

Se exercitar regularmente pode melhorar o quadro de stress, promovendo

alteraes do sistema imunolgico que e interligado ao endcrino combinados as

praticas de atividades fsicas aumentam para resultados satisfatrios que o idoso

precisa para o seu dia-a-dia (LEANDRO et al, 2002).

Para que haja a uma combinao ao exerccio e aumento nos variados tipos

de hormnios e necessrio estabelecer medidas e adeso atividade fsica regular.

Exerccio fsico e que parecem influenciar de maneira significativa o sistema

imune, tais como: adrenocorticotropina, cortisol, adrenalina, noradrenalina, -

endorfina, entre outros (VULCZAK; MONTEIRO, 2008, p.2).

Com o exerccio a uma melhora na memria do idoso por questo da

contribuio para a integralidade do tecido neuronal dando mais suporte de oxignio

para o crebro com isso haver a diminuio da degradao de neurotransmissores

(MELLO et al, 2005).

O sistema endcrino do idoso tende a ter uma baixa funo corporal, porm,

o exerccio promove a relao com outros sistemas importantes do organismo, j

que a produo e distribuio dos hormnios que atuam na funcionalidade natural

dos sistemas so diminudas, assim juntamente com a atuao da enfermagem o

idoso tem os seus comprometemos diminudos (VULCZAK; MONTEIRO, 2008).

45

6 METODOLOGIA

6.1TIPO DE PESQUISA

Trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratria com abordagem quanti-

qualitativa.

A pesquisa descritiva tem como objetivo principal determinar caractersticas

de certa populao ou fenmeno utilizando mtodos de coleta de dados (HANDEM;

MATIOLI; PEREIRA, 2004).

Segundo Gil (2008) as pesquisas exploratrias visam desenvolver, esclarecer

e conceituar ideias de determinado fato para estudos posteriores.

O mtodo de pesquisa quanti-qualitativa baseia-se na anlise estatstica, na

investigao e busca a facilidade da interpretao dos dados coletados (HANDEM;

MATIOLI; PEREIRA, 2004).

6.2 LOCAIS DE PESQUISA

Essa pesquisa foi realizada nas Unidades Bsicas de Sade (UBS) de

Mossor/RN em diferentes regies.

Foram selecionados enfermeiros de UBSs de regies distintas a fim de

alcanar uma abrangncia do municpio de Mossor/RN.

A escolha por essas UBSs se deu devido s mesmas estarem localizadas em

regies diferentes de Mossor, o que proporcionar uma maior diversidade de

atuaes dos enfermeiros.

6.3 POPULAAO E AMOSTRA

Populao um seguimento ou conjunto total de seres que apresentam

alguma caracterstica em comum (MARCONI; LAKATOS, 2007).

Segundo Gil (2008) amostra um subconjunto ou frao de certa populao

ou universo que serve para estabelecer resultados onde se estima algo.

A populao escolhida para o estudo foi composta por alguns enfermeiros

que atuam nas UBS selecionadas. A amostra foi composta por 10 enfermeiros

selecionados por UBS de diferentes regies, a fim de obter uma amostra que

46

abranja toda cidade, diante disso foram selecionadas tais UBS por estarem em

diferentes reas distintas.

UBS Dr Cid Salem Duarte. Rua: AV. Pres. Costa e Silva, S/N, Abolio

IV, Mossor/RN.

UBS Chico Costa. Rua: Seis de Janeiro, S/N, Santo Antnio,

Mossor/RN.

UBS Vereador Durval Costa. Rua: Ralfh Soppor, S/N, Walfredo Gurgel.

UBS Dr Antnio Soares Junior. Rua: Antonio Geraldo de Medeiros,

497, Bom Jesus, Mossor/RN.

UBS Centro Clinico Evanglico Edgard Bulamarqui. Rua: Jos

Negreiro, Mossor/RN.

6.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

A coleta de dados foi feita por meio de um roteiro de entrevista

semiestruturada (Apndice B). A entrevista semiestruturada feita com elaborao

de questionrios bsicos, sendo um roteiro de perguntas pr-estabelecidas e que se

apoiam nas teorias descritas no estudo (HANDEM; MATIOLI; PEREIRA, 2004).

A entrevista foi composta com perguntas abertas e fechadas sendo possvel

acrescentar outras interrogaes, dividido em duas partes: conta com perguntas

fechadas da amostra em estudo e a segunda relacionada atuao do enfermeiro

quanto prtica de atividade fsica para idosos.

6.5 PROCEDIMENTO PARA COLETA DE DADOS

Os participantes foram abordados nas Unidades Bsicas de Sade (UBSs)

escolhidas. O preenchimento da entrevista acontecer logo aps a explicao dos

objetos e finalidades do estudo, e os participantes autorizaro a participao no

estudo atravs da assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido TCLE.

Foi incluso na pesquisa o participante que tiver no mnimo 2 anos de atuao

na unidade bsica escolhida e que esteja adequado no calendrio de rotinas da

mesma.

47

O participante foi excludo por no enquadrar nos critrios de incluso acima

citados.

6.6 ANLISE DE DADOS

A anlise quantitativa foi feita atravs de tabulao dos dados e suas

apresentaes em forma de tabelas e grficos, a parte qualitativa foi feita utilizando

por base a anlise temtica de contedo proposto por Bardin.

Para a anlise dos dados foi utilizado como referncia Bardin (2009, p. 44),

uma vez que a autora define a anlise de contedo como:

Um conjunto de tcnicas de anlise das comunicaes visando obter, por procedimentos, sistemticos e objetivos de descrio do contedo das mensagens, indicadores (quantitativos ou no) que permitam a inferncia de conhecimentos relativos s condies de produo/recepo [...] destas mensagens.

Sendo assim, Bardin (2009) preconiza para essa anlise, organizar os dados

em categorias para um melhor entendimento de seus resultados, pois as categorias

procuram reunir os elementos em caractersticas comuns bem como o maior nmero

de informaes custa de uma esquematizao e assim correlacionar classes de

acontecimentos para orden-los. Enfim, a organizao dos dados em categorias a

passagem das informaes brutas para as informaes organizadas.

6.7 ASPECTOS TICOS

O estudo foi norteado pelos princpios da Resoluo CNS 196/96 que

regulamenta pesquisas envolvendo seres humanos. Os sujeitos da pesquisa

assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), atravs do qual

foram garantidos o sigilo dos dados e a liberdade de se retirar da pesquisa em

qualquer fase, sem qualquer tipo de prejuzo respeitando os princpios da tica e

visando a autonomia, beneficncia, no maleficncia, justia e equidade,

prevalecendo sempre benefcios esperados sobre os riscos previstos (BRASIL,

1996).

48

Atendeu a regulamentao da Resoluo COFEN 311/07 que dispe sobre o

Cdigo de tica dos profissionais de Enfermagem que permite os profissionais

dessa rea realizar atividades de pesquisas, respeitando as normas tico-legais

(COFEN, 2007).

A pesquisa foi apreciada pelo comit de tica em pesquisa FACENE-

FAMENE.

6.8 FINANCIAMENTO

A pesquisa foi financiada pelo pesquisador participante. A Faculdade de

Enfermagem Nova Esperana de Mossor (FACENE/RN) contribuiu com acervo de

livros e peridicos, da biblioteca, orientador e banca examinadora.

49

7 ANLISE E DISCUSSO DOS DADOS

7.1 DADOS REFERENTES CARACTERIZAO DA AMOSTRA

A anlise quantitativa foi realizada por meio de tabulao dos dados em

tabelas e suas apresentaes em forma de grficos,

Para efetivar este estudo de caso foram distribudos questionrios para 10

enfermeiros das Unidades Bsicas de Sade. Objetivando delinear o perfil dos

enfermeiros participantes deste question