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Introdução ao estudo do das Igrejas Orientais CÓDIGO DOS CÂNONES D. HUGO C. DA S. CAVALCANTE, OSB 2ª edição (revista, atualizada e ampliada)

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Page 1: das Igrejas Orientais CÓDIGO DOS CÂNONES · apenas ritos da Igreja Católica, mas Igrejas de direito próprio, ... dinamizam o dia a dia da paróquia – o que são, como organizar

De acordo com o cân. 830 do CIC concedo o “nihil obstat”. Dom Benedicto de Ulhoa VieiraArcebispo Emérito de Uberaba - MGUberaba - MG, domingo, 31 de maio de 2009, na Solenidade de Pentecostes.Nihil obstat reconfirmado pelo censor ad hocPe. Dr. Valdir Manuel dos Santos Filho, SCJRecife – PE, terça-feira, 14 de fevereiro de 2017, na memória dos Santos Cirilo, monge e Metódio Bispo, co-patronos da Europa, no Ano Nacional Mariano, Centenário de Fáima e Tricentenário de Aparecida.

De acordo com os cânn. 824 e 827, § 2 do CIC concedo a aprovação e o “imprimatur” a esta 2ª Edição, revista, atualizada e aumentada.Dom Paulo Mendes PeixotoArcebispo Metropolitano de Uberaba - MGUberaba - MG, segunda-feira, 20 de março de 2017, na Solenidade de São José, Esposo da Virgem Santa Maria, Padroeiro da Igreja Universal, no Ano Nacional Mariano, Centenário de Fátima e Tricentenário de Aparecida.

Introdução ao estudo do

das Igrejas OrientaisCÓDIGO DOS CÂNONES

Por feliz iniciativa do monge beneditino, presbítero d. Hugo Ca-valcante, já tesoureiro, presidente e hoje secretário-geral da So-ciedade Brasileira de Canonistas, veio à luz a obra já na segunda edição, Introdução ao Estudo do Código dos Cânones das Igrejas Orientais.

O autor nos oferece um leque amplo e enriquecedor de dados, percorrendo todo o itinerário da elaboração do Código dos Câ-nones das Igrejas Orientais, colaborando, assim, para a tão ne-cessária difusão da riqueza da Igreja Católica, na variedade das Igrejas que a compõem.

As atuais vinte e três Igrejas Rituais Orientais Católicas não são apenas ritos da Igreja Católica, mas Igrejas de direito próprio, sui iuris, no interior da única Igreja de Jesus Cristo, na unidade da fé e do governo do Santo Padre o Papa, mas na variedade de línguas, ritos, espiritualidades, tradições e mesmo disciplinas.

O trabalho minucioso do Padre Hugo Cavalcante enriquecerá a todos os que desejam ou necessitam ampliar seus conheci-mentos a respeito do Código dos Cânones das Igrejas Orientais. Conhecer e ter sempre presente a multiplicidade na unidade, característica da catolicidade da Igreja, facilitará, inclusive, a utilização de nomenclatura mais abrangente e justa, mesmo nos documentos eclesiásticos.

(Da Apresentação de Dom Vartan W. Boghossian, SDBBispo da Eparquia de São Gregório de Narek de Buenos Aires

Exarca Apostólico da América Latina)

D. HUGO C. DA S. CAVALCANTE, OSB

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2ª edição (revista, atualizada e ampliada)

D. Hugo C. da S. Cavalcante, nasceu em 1968 é monge-presbítero (1988-1994) da Ordem de São Bento; Licenciado em Filosofia e Bacharel em Sagrada Teologia, Doutorando em Direito Ca-nônico; Membro da Sociedade Bra-sileira de Canonistas (Tesoureiro nos biênios 2001-2003/2003-2005, Presi-dente nos Triênios 2005-2008/2008-2011 e Secretário-Geral nos triênios 2014-2017/2017-2020); membro da Associazione Canonistica Italiana; da Associazione Amici dell’Oriente Cris-tiano; da Consotiatio Internationalis Studio Iuris Canonici Promovendo; da Academia Marial de Aparecida e Mem-bro Correspondente da Associação Por-tuguesa de Canonistas. Atualmente é capelão-adjunto do Mosteiro de Nossa Senhora da Glória, Vigário Judicial e Presidente do Tribunal Interdiocesano de Uberaba – MG (Ituiutaba – Paraca-tu – Patos de Minas – Uberaba e Uber-lândia). Professor no Pontifício Instituto Superior de Direito Canônico do Rio de Janeiro – RJ, do Instituto Superior de Direito Canônico de Londrina – PR e do Instituto de Direito Canônico Santa Catarina – SC. É autor de numerosos artigos publicados em revistas nacio-nais e internacionais, além de autor dos seguintes livros: A Legislação Universal Extracodicial do Código de Direito Ca-nônico; Os Conselhos Paroquiais – or-ganismos de comunhão: coparticipação e corresponsabilidade que fecundam e dinamizam o dia a dia da paróquia – o que são, como organizar e a que servem? o Conselho Paroquial de Pastoral e o Conselho Paroquial de Assuntos Econô-micos e “O Senhor ama o Direito e a Jus-tiça” – O Direito à luz de Aparecida – É tradutor de mais de 150 títulos para as Edições CNBB, para a LEV e as Edições Fons Sapientiae.

São João Paulo II no próprio texto da Constituição de pro-mulgação do CCEO afirmou, de forma sobremaneira solene – pois com grande júbilo – se demonstrava convicto da sin-gular obra que estava a reali-zar a serviço da profunda uni-dade na riqueza sem medidas da diversidade –, que é sempre uma pura expressão da mais perfeita, profunda e perene comunhão:

“Desde o início da codificação canônica das Igrejas Orien-tais, a mesma e constante von-tade dos romanos pontífices de promulgar dois códigos, um para a Igreja Latina e ou-tro para as Igrejas Orientais Católicas, demonstra muito claramente que esses queriam conservar o que aconteceu por providência divina na Igreja, isto é, que essa, reunida por um único Espírito, deve res-pirar com os dois pulmões, o do Oriente e o do Ocidente, e arder na caridade de Cristo, como com um coração com-posto por dois ventrículos”.

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d. hugo C. dA S. CAvAlCAnte, oSb

Introdução ao estudo do CódIgo doS CânoneS das Igrejas orientais

“para respirar com os dois pulmões” da única Igreja

2ª edição (revista, atualizada e ampliada)

São Paulo – 2017

Introdução ao estudo do

das Igrejas OrientaisCÓDIGO DOS CÂNONES

Por feliz iniciativa do monge beneditino, presbítero d. Hugo Ca-valcante, já tesoureiro, presidente e hoje secretário-geral da So-ciedade Brasileira de Canonistas, veio à luz a obra já na segunda edição, Introdução ao Estudo do Código dos Cânones das Igrejas Orientais.

O autor nos oferece um leque amplo e enriquecedor de dados, percorrendo todo o itinerário da elaboração do Código dos Câ-nones das Igrejas Orientais, colaborando, assim, para a tão ne-cessária difusão da riqueza da Igreja Católica, na variedade das Igrejas que a compõem.

As atuais vinte e três Igrejas Rituais Orientais Católicas não são apenas ritos da Igreja Católica, mas Igrejas de direito próprio, sui iuris, no interior da única Igreja de Jesus Cristo, na unidade da fé e do governo do Santo Padre o Papa, mas na variedade de línguas, ritos, espiritualidades, tradições e mesmo disciplinas.

O trabalho minucioso do Padre Hugo Cavalcante enriquecerá a todos os que desejam ou necessitam ampliar seus conheci-mentos a respeito do Código dos Cânones das Igrejas Orientais. Conhecer e ter sempre presente a multiplicidade na unidade, característica da catolicidade da Igreja, facilitará, inclusive, a utilização de nomenclatura mais abrangente e justa, mesmo nos documentos eclesiásticos.

(Da Apresentação de Dom Vartan W. Boghossian, SDBBispo da Eparquia de São Gregório de Narek de Buenos Aires

Exarca Apostólico da América Latina)

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2ª edição (revista, atualizada e ampliada)

D. Hugo C. da S. Cavalcante, nasceu em 1968 é monge-presbítero (1988-1994) da Ordem de São Bento; Licenciado em Filosofia e Bacharel em Sagrada Teologia, Doutorando em Direito Ca-nônico; Membro da Sociedade Bra-sileira de Canonistas (Tesoureiro nos biênios 2001-2003/2003-2005, Presi-dente nos Triênios 2005-2008/2008-2011 e Secretário-Geral nos triênios 2014-2017/2017-2020); membro da Associazione Canonistica Italiana; da Associazione Amici dell’Oriente Cris-tiano; da Consotiatio Internationalis Studio Iuris Canonici Promovendo; da Academia Marial de Aparecida e Mem-bro Correspondente da Associação Por-tuguesa de Canonistas. Atualmente é capelão-adjunto do Mosteiro de Nossa Senhora da Glória, Vigário Judicial e Presidente do Tribunal Interdiocesano de Uberaba – MG (Ituiutaba – Paraca-tu – Patos de Minas – Uberaba e Uber-lândia). Professor no Pontifício Instituto Superior de Direito Canônico do Rio de Janeiro – RJ, do Instituto Superior de Direito Canônico de Londrina – PR e do Instituto de Direito Canônico Santa Catarina – SC. É autor de numerosos artigos publicados em revistas nacio-nais e internacionais, além de autor dos seguintes livros: A Legislação Universal Extracodicial do Código de Direito Ca-nônico; Os Conselhos Paroquiais – or-ganismos de comunhão: coparticipação e corresponsabilidade que fecundam e dinamizam o dia a dia da paróquia – o que são, como organizar e a que servem? o Conselho Paroquial de Pastoral e o Conselho Paroquial de Assuntos Econô-micos e “O Senhor ama o Direito e a Jus-tiça” – O Direito à luz de Aparecida – É tradutor de mais de 150 títulos para as Edições CNBB, para a LEV e as Edições Fons Sapientiae.

São João Paulo II no próprio texto da Constituição de pro-mulgação do CCEO afirmou, de forma sobremaneira solene – pois com grande júbilo – se demonstrava convicto da sin-gular obra que estava a reali-zar a serviço da profunda uni-dade na riqueza sem medidas da diversidade –, que é sempre uma pura expressão da mais perfeita, profunda e perene comunhão:

“Desde o início da codificação canônica das Igrejas Orien-tais, a mesma e constante von-tade dos romanos pontífices de promulgar dois códigos, um para a Igreja Latina e ou-tro para as Igrejas Orientais Católicas, demonstra muito claramente que esses queriam conservar o que aconteceu por providência divina na Igreja, isto é, que essa, reunida por um único Espírito, deve res-pirar com os dois pulmões, o do Oriente e o do Ocidente, e arder na caridade de Cristo, como com um coração com-posto por dois ventrículos”.

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Edições Fons Sapientiae é um selo da Distribuidora Loyola de LivrosRua Lopes Coutinho, 74 - Belenzinho 03054-010 São Paulo - SPT 55 11 3322 0100 | [email protected]

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma ou quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópias e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita

Edições Fons Sapientiae um selo da Distribuidora Loyola

Direitos: © Copyright 2017 - Edições Fons Sapientiae

ISBN: 978-85-63042-47-7

Fundador: Jair Canizela (1941-2016)

Diretor Geral: Vitor Tavares

Conselho Editorial: D. Hugo C. da S. Cavalcante, OSB Rogério Reis Bispo

Revisão: Leticia Figueiredo e Maurício Pagotto Marsola

Capa e Diagramação: Telma Custodio

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Cavalcante, Hugo C. da S. Introdução ao estudo do código dos cânones dasigrejas orientais : "para respirar com os doispulmões" da única Igreja / Hugo C. da S. Cavalcante. -- 2. ed. rev. atual. e ampl. -- São Paulo : Edições Fons Sapientiae, 2017.

ISBN: 978-85-63042-47-7

1. Direito canônico - Igrejas católicas orientais2. Igreja Católica. Codex canonum ecclesiarumOrientalium 3. Igreja Católica - Ritos orientais -Governo I. Título.

17-04461 CDD-262.9

Índices para catálogo sistemático:

1. Direito canônico : Igreja Católica 262.9

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Siglas e abreviaturas

AAS = Acta Apostolicae SedisAp = Livro do ApocalipseArt. = ArtigoArtt. = ArtigosBS = Ordem Basiliana do Santíssimo Salvador dos Melquitas (Basilianos do Santíssimo

Salvador), Instituto de Vida Consagrada ReligiosoCA = Craebrae Allatae (Pio XII, Motu Proprio)Cân. ou cân. = CânonCânn. ou cânn. = CânonesCCE = Catechismus Catholicae EcclesiaeCCEO = Codex Canonum Ecclesiarum OrientaliumCD = Christus Dominus, Decreto sobre o múnus pastoral dos Bispos na Igreja do Concílio do

Vaticano IICf. = Conferir ou ConformeCIC 17 = Codex Iuris Canonici (1917)CIC = Codex Iuris Canonici (1983)CICO = Codex Iuris Canonici Orientalis (1949-1957)CM = Congregação da Missão (Lazaristas), Sociedade de Vida ApostólicaCMF = Congregação dos Missionários Filhos do Coração Imaculado de Maria (Claretianos),

Instituto de Vida Consagrada ReligiosoCNBB = Conferência Nacional dos Bispos do BrasilCS = Cleri Sanctitatis (Pio XII, Motu Proprio)CSsR = Congregação do Santíssimo Redentor (Redentoristas), Instituto de Vida Consagrada

ReligiosoDPM = Divinus Perfectiones Magister Constituição Apostólica (João Paulo II)ed. =ediçãooueditadodir.de;acuradi

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6 Introdução ao estudo do códIgo dos cânones das Igrejas orientais

EV = Enchiridion VaticanumEx = Livro do ÊxodoGl = Epístola de São Paulo aos GálatasGn = Livro do GênesisICPB = Instituto do Clero Patriarcal de Bzommar (Líbano)IVC = Institutos de Vida ConsagradaID ou Id. = IdemJo = Evangelho segundo JoãoLG = Lumen Gentium, Decreto sobre a Igreja no mundo de hoje do Concílio do Vaticano IIMCCI = Missionários Combonianos do Coração de Jesus Instituto de Vida Consagrada ReligiosoMt = Evangelho segundo Mateusn. = númeroNm = Livro dos Númerosnn. = númerosOD = Orientalium Dignitas (Leão XIII, Carta Apostólica)OE = Orientalium Ecclesiarum, Decreto sobre as Igrejas Orientais Católicas do Concílio do

Vaticano IIOFM = Ordem dos Frades Menores (Franciscanos), Instituto de Vida Consagrada ReligiosoOMM = Ordem Maronita Mariamita, Instituto de Vida Consagrada ReligiosoOL = Orientale Lumen (João Paulo II, Carta Apostólica)OSB = Ordem de São Bento (Beneditinos), Instituto de Vida Consagrada ReligiosoOSBM = Ordem Basiliana de São Josafá (Basilianos), Instituto de Vida Consagrada ReligiosoPA = Postquam Apostolicis Litteris (Pio XII, Motu Proprio)PB = Pastor Bonus João Paulo II (Constituição Apostólica)PCCICOR = Pontificia Comissio Iuris Canonici Orientalis RecognoscendoPCCICR = Pontificia Comissio Codex Iuris Canonici RecognoscendoPG = Patrologia Grega (ed. J-P. Minge)PL = Patrologia Latina (ed. J-P. Minge)PO = Presbyterorum Ordinis, Decreto sobre o ministério e a vida do presbítero do Concílio do

Vaticano II1Tm = 1ª Carta de São Paulo a TimóteoSDB = Salesianos de Dom Bosco, Instituto de Vida Consagrada ReligiosoSBC = Sociedade Brasileira de CanonistasSCh = Sources Chrétiennes s. e. = sem editoraSJ = Sociedade de Jesus (Jesuítas), Instituto de Vida Consagrada ReligiosoSMSP = Missionários de São Paulo (Paulistas), Instituto de Vida Consagrada ReligiosoSN = Sollicitudinem Nostram (Pio XII, Motu Proprio) UDG = Universi Dominici Gregis, João Paulo II (Constituição Apostólica)UR = Unitatis Redintegratio, Decreto sobre o Ecumenismo do Concílio do Vaticano II

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Sumário

Apresentação ...........................................................................................................................................................11Introdução.................................................................................................................................................................131. O CCEO no conjunto do Corpus Iuris Canonici .......................................................................................172. A congregação para as Igrejas Orientais, o Pontifício Instituto

Oriental e o texto da constituição Apostólica Pastor Bonus ............................................................353. As Igrejas Rituais Orientais Católicas .......................................................................................................434. A longa preparação até a promulgação do CCEO .................................................................................735. Os princípios diretivos que foram utilizados para a composição do CCEO ..............................776. A promulgação pontifícia ...............................................................................................................................817. O conteúdo do CCEO .........................................................................................................................................978. A terminologia oriental e do CCEO em relação ao CIC ....................................................................1059. Glossário oriental e do CCEO .....................................................................................................................10910. O CCEO e a Sagrada Liturgia ....................................................................................................................11711. As correções, modificações, interpretações autênticas e algumas complementações

que já foram feitas ao CCEO depois de sua promulgação ou mesmo normas especiais dantes existentes e que a ele diretamente se referem .............................................131

12. Matérias semelhantes, com diferenças significativas ou únicas entre O CCEO e o CIC ..14313. Os cânones do CCEO que fazem uma explícita referência ao CIC ............................................17514. As Igrejas Rituais Orientais Católicas na internet .........................................................................18515. As Igrejas Rituais Orientais Católicas no Brasil ..............................................................................18716. Os hierarcas orientais no Brasil e a CNBB ........................................................................................195Conclusão ...............................................................................................................................................................199Apêndices ...............................................................................................................................................................205

1. Texto do decreto Orientalium Ecclesiarum sobre as Igre jas Orientais Católicas ......................................2062. Texto do Discurso do Papa Bento XVI aos participantes no Congresso de estudos promovido pelo

Pontifício Conselho para os Textos Legislativos: .......................................................................................215

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3. Texto do Discurso feito pelo Papa Bento XVI aos Bispos da Igreja Caldeia em 24 de janeiro de 2009, durante a visita “Ad limina Apostolorum” ..................................................................................................218

4. Texto do Discurso do Papa Bento XVI aos Bispos do Irã no dia 16 de janeiro de 2009, por ocasião da visita “Ad limina Apostolorum” ..................................................................................................................222

5. Texto do Discurso do Papa Bento XVI aos Bispos da Rússia no dia 29 de janeiro de 2009, por ocasião da visita “Ad limina Apostolorum” .........................................................................................225

6. Texto do Discurso do Papa Bento XVI aos Bispos da Turquia no dia 2 de fevereiro de 2009, por ocasião da visita “Ad limina Apostolorum” .........................................................................................228

7. Texto da Homilia do Papa Francisco na Santa Missa com Sua Beatitude Ibrahim Isaac Sidrak Patriarca de Alexandria dos Coptas na Capela da Casa Santa Marta ........................................................231

8. Texto das Palavras do Papa Francisco no encontro com os patriarcas das Igrejas Orientais Católicas e os arcebispos-mor, Sala do Consistório ...................................................................................................233

9. Texto do Discurso do Papa Francisco aos participantes na plenária da Congregação para as Igrejas Orientais, Sala Clementina .............................................................................................................234

10. Texto do Discurso do Papa Francisco no encontro com os peregrinos da comunidade Greco-Melquita, Sala Clementina ...........................................................................................................................................237

11. Texto da Carta do Papa Bento XVI com a qual aceita o pedido de renúncia ao Patriarcado da Igreja de Antioquia dos Sírios-Católicos feito pelo Patriarca Sua Beatitude Inácio Pierre VIII Abdel-Ahad..........239

12. Texto do Pedido da comunhão eclesiástica feita pelo novo Patriarca de Antioquia dos Sírios-Católicos ao Papa .......................................................................................................................241

13. Texto da Concessão da comunhão eclesiástica (ecclesiastica communio) feita pelo Papa ao novo Patriarca de Antioquia dos Sírios-Católicos ..............................................................................................242

14. Texto do discurso feito pelo Santo Padre Bento XVI ao novo Patriarca de Antioquia dos Sírios-Católicos e aos membros do Sínodo dos Bispos da Igreja Patriarcal .............................................242

15. Texto da Carta do Papa Bento XVI a Sua Beatitude Louis Raphaël I Sako Patriarca de Babilônia dos Caldeus sobre a concessão da comunhão eclesiástica .................................................................................................... 245

16. Texto da Mensagem do Cardeal José Saraiva Martins por ocasião da Beatificação de Tiago de Ghazir fundador das Irmãs Franciscanas da Cruz do Líbano, pronunciada no dia 22 de junho de 2008 em Beirute ...................................................................................................................................................246

17. Viagem Apostólica do Papa São João Paulo II à Ucrânia (23-27 de junho de 2001) Divina Liturgia em Rito Bizantino para a beatificação de vinte e oito servos de Deus. Homilia do Santo Padre no Hipódromo de Lviv .....................................................................................................................................247

18. A elevação da Igreja Ritual Oriental Eslovaca à Metropolitana “sui iuris” ...............................................25119. Quadro-resumo das Igrejas Rituais Orientais Católicas com a indicação da Tradição, da Igreja e

do Status Jurídico ........................................................................................................................................25420. Quadro-resumo das Igrejas Rituais Orientais Católicas com a indicação do território onde estão

presentes e da Sede ....................................................................................................................................25521. Quadro demonstrativo das correspondências entre as Igrejas Ordotoxas e as

Igrejas Rituais Orientais Católicas .............................................................................................................25622. Texto das Orientações para a atenção pastoral dos Católicos Orientais na Espanha ..............................25723. Texto da Homilia do Santo Padre Bento XVI na Celebração das Vésperas com os sacerdotes,

os religiosos e as religiosas e os movimentos eclesiais no dia 10 de maio de 2009 na Catedral Greco-Mequita de São Jorge – Amã –, por ocasião da peregrinação à Terra Santa ...................269

24. Texto das Palavras do Papa Francisco aos fiéis de Rito Sírio-Malabar vindos para as canonizações de Kuriakose Elias Chavara da Sagrada Família e de Eufrásia Eluvathingal do Sagrado Coração, Basílica Vaticana .........................................................................................................................................273

25. Texto do Discurso do Papa Francisco ao Sínodo Patriarcal da Igreja Armênio-Católica .........................27426. Texto do Discurso do Papa Francisco aos membros da Igreja Caldeia .....................................................276

Bibliografia ............................................................................................................................................................279

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Apresentação

Por feliz iniciativa do monge beneditino, presbítero d. Hugo Cavalcante, já tesoureiro, presidente e hoje secretário-geral da Sociedade Brasilei-ra de Canonistas, veio à luz a obra Introdução ao Estudo do Código dos

Cânones das Igrejas Orientais.O autor nos oferece um leque amplo e enriquecedor de dados, percor-

rendo todo o itinerário da elaboração do Código dos Cânones das Igrejas Orientais, colaborando, assim, para a tão necessária difusão da riqueza da Igreja Católica, na variedade das Igrejas que a compõem.

As atuais vinte e três Igrejas Rituais Orientais Católicas não são apenas ritos da Igreja Católica, mas Igrejas de direito próprio, sui iuris, no interior da única Igreja de Jesus Cristo, na unidade da fé e do governo do Santo Pa-dre o Papa, mas na variedade de línguas, ritos, espiritualidades, tradições e mesmo disciplinas.

O CCEO ofereceu um código comum para as Igrejas Orientais Católi-cas, mas permitiu que elas elaborassem um amplo Direito Particular, com-plementar; ofereceu, assim, a cada Igreja a possibilidade de estabelecer os detalhes do rosto desse único corpo. Cada uma delas reconhece, assim, no único CCEO, o próprio Código, as características da própria Igreja. Já afirma-va Paulo VI, no início dos trabalhos de revisão do Código: “As novas normas não devem parecer como um corpo estranho, colocado violentamente no

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organismo eclesiástico, mas devem florescer quase espontaneamente das normas já existentes” (AAS 66 (1974), 246).

Aliás, houve, também, no Legislador, a preocupação de aproximar os dois Códigos, o da Igreja Ritual Latina (CIC) e o das Igrejas Rituais Orientais (CCEO) nos temas em que há a necessidade de uma aproximação maior, de-vido ao relacionamento dos fiéis das diversas Igrejas sui iuris.

O trabalho minucioso do Padre Hugo Cavalcante enriquecerá a todos os que desejam ou necessitam ampliar seus conhecimentos a respeito do Código dos Cânones das Igrejas Orientais. Conhecer e ter sempre presente a multiplicidade na unidade, característica da catolicidade da Igreja, facilitará, inclusive, a utilização de nomenclatura mais abrangente e justa, mesmo nos Documentos eclesiásticos.

Sua Santidade o Papa São João Paulo II, no ato de promulgação do CCEO, em outubro de 1990, augura que o Código seja traduzido na atividade da vida cotidiana. Esta Introdução ao Estudo do Código dos Cânones das Igrejas Orientais muito contribuirá para a realização desse augúrio, tanto mais que carecemos ainda de uma tradução do Código para a língua portuguesa.

O CCEO é um instrumento a serviço da missão comum de toda a Igreja: o reino de Cristo. O autor teve também essa preocupação catequética: aju-dar os seus leitores a viver sua vocação no Corpo Místico da Igreja.

Possa esta obra atingir seus nobres objetivos, contribuindo para a di-vulgação da importante realidade das Igrejas Rituais Orientais Católicas, parte integrante da Igreja de Jesus Cristo.

São Paulo, 27 de fevereiro de 2009, Dia de São Gregório de Narek.

DomVartanW.Boghossian,SDBBispo da Eparquia de São Gregório de Narek de Buenos Aires

Exarca Apostólico da América Latina

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Introdução

Este nosso escrito, em sua segunda edição, revista, atualizada e amplia-da, não tem a menor pretensão de ser uma obra exclusivamente diri-gida aos especialistas e cultores da Ciência Canônica dentro da Igreja

Católica que residem nos países lusófonos, embora dele algum proveito es-ses possam, em realidade, também tirar, sobretudo os alunos de nossos Ins-titutos de Direito Canônico.

E é por basear-me exatamente nesse pressuposto que fiz a opção de apresentá-lo de uma forma um tanto quanto mais didática, de modo que se tornasse um instrumento de conhecimento bem mais acessível da grande e rica Tradição do Oriente Cristão, no campo mais específico do direito, que não deixa de ser, se comparado com o Codex Iuris Canonici, teológico em demasia, e por isso Deo gratias; meu grande intuito é aquele de que isso pudesse servir de algum modo, a um maior número possível de pesso-as, sobretudo, aos Christifidelis Laici, que estão cada vez mais ávidos para beber nas fontes sempre tão ricas do patrimônio da Igreja de Jesus Cristo, que subsiste na Igreja Católica.

Com essa clara finalidade, não usaremos no texto uma linguagem pura e simplesmente “jurídica”, mas uma linguagem mais próxima de todos que, nomeadamente, não a conhecem e que, sem dúvida, estão desejosos de co-nhecê-la; também não é uma obra de estrito teor e rigor científico, pois é perceptível não ser essa, de fato, a sua finalidade, sem que por isso deixe de

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ser o fruto de uma séria e profunda pesquisa e da atividade no magistério, em mais de um decênio: é uma introdução nos seus limites, mas alcançando ao que se propõe.

De todos, portanto, cientistas do Direito da Igreja e dos outros membros do povo de Deus, presentes nos seus três estados de vida e nas suas duas condições jurídicas pessoais (CIC 207, § 2), mais sempre ávidos de conhe-cer os tesouros incomensuráveis da Igreja, aguardo as possíveis sugestões, indicações e também até mesmo a anotação das imprecisões ou incorreções para que as futuras edições, que oxalá possam acontecer, saiam do prelo com ainda mais possibilidade de se fazer degustar o sabor da beleza que se encontra em Deus e cuja variedade de frutos os nossos irmãos Orientais Católicos imensamente nos oferecem!

Nossa trilha ao enveredar por tão belos e ainda, para muitos, desconhe-cidos caminhos tem o seu início com a apresentação do Código no contexto de todo o Corpo de Direito Canônico da Igreja, de lá faremos a primeira paragem delineando o perfil do organismo da Cúria Romana que se ocupa das Igrejas Orientais, juntando a isso o que diz a Constituição Apostólica Pastor Bonus a respeito da mesma Congregação, logo a seguir, faremos a apresentação das Igrejas Rituais Orientais Católicas no contexto das Igrejas-Mães ou Ritos, e seguidamente faremos o percurso, de modo resumido, de todo longo iter de elaboração do Codex Canonum Ecclesiarum Orientalium, dos princípios dire-tivos que nortearam a composição deste, apresentando, dessa feita, o texto da Constituição Apostólica Sacri Canones para, então, adentrarmos em seu conteúdo propriamente dito, quando então veremos algumas específicas ter-minologias em comparação com o CIC, ajudados por um pequeno glossário.

Outra paragem, mas de passagem com menos vagar, será feita no campo do Direito Litúrgico, patrimônio ainda tão ignorado em nosso meio e que representa uma das maiores peculiaridades das Igrejas Rituais Orientais Católicas em sua singularidade, no respeito ao patrimônio acumulado por algumas há milênios.

Como a Igreja sempre está em reforma, pois é continuamente objeto da ação do Espírito Santo, veremos o que foi modificado ou acrescentado ao CCEO; sua relação mais direta com o CIC e também as suas especificidades.

Além disso, em tempos de uma comunicação tão veloz e de modo mais vi-sível, será fornecido um elenco indicativo dos sites existentes hodiernamente

Page 12: das Igrejas Orientais CÓDIGO DOS CÂNONES · apenas ritos da Igreja Católica, mas Igrejas de direito próprio, ... dinamizam o dia a dia da paróquia – o que são, como organizar

13Introdução

e que se referem diretamente às Igrejas Rituais Orientais Católicas, que exigi-rão o conhecimento de, ao menos, outra língua moderna, algo imprescindível para a seriedade do aprofundamento em qualquer ciência.

Serão então apresentadas, de modo sintético, as circunscrições eclesi-ásticas orientais existentes no Brasil e a relação dos seus Hierarcas com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

Concluiremos o nosso itinerário com a firme esperança de ter susci-tado o desejo de maiores aprofundamentos e faremos a apresentação, nos Apêndices, de textos recentes da Suprema Autoridade da Igreja e da Congre-gação para as Igrejas Orientais que dizem respeito, mais especificamente, aos acontecimentos mais atuais ocorridos dentro das Igrejas Rituais Orien-tais Católicas, sendo agora precedidos por uma nossa tradução do Decreto Conciliar Orientalium Ecclesiarum; há também a tradução de um Documento das Orientações da Conferência Episcopal Espanhola sobre a Pastoral dos Católicos Orientais na Espanha (Apêndices, n. 22), finalizando os Apêndices com uma homilia do Papa Bento XVI na peregrinação à Terra Santa em 10 de maio de 2009 (Apêndices, n. 23) e as palavras do Papa Francisco ao receber os membros dos sínodos de duas Igrejas Patriarcais (Apêndices, n. 25-26).

Assim, podemos afirmar confiadamente com Eurípedes: “cada novo dia permite que se aprenda algo de novo”; em uma ótica cristã, obviamente, isso é um alerta de que devemos ser sempre discípulos para sermos então verda-deiros missionários, vivendo essa dimensão em um comportamento – em-bora necessariamente duplo em alguns momentos –, mas de compreensão, e consequente vivência coerente do obsculta-obaudire = escutar-obedecer!

O contato pessoal com o Deus que se fez homem em Jesus Cristo in-termediado pela sua Igreja nos leva, no seu Espírito a conhecê-lo, a amá-lo e a servi-lo; isso nos assegura, sem dúvida, que a “experiência é o início do conhecimento”.

Que Ele, o Uno e Trino, nos ajude a sermos discípulos missionários da sua Boa-Nova ao mundo, enriquecendo-nos com as manifestações constan-tes da sua Beleza!

O AutorUberaba – MG, 24 de março de 2017,

Solenidade de São Charbel Makhlouf, Prebítero.