DAQUIAVISTA-SETODOO ALGARVE- EMAISALEM.

No início da Rua do Porto Fundo, onde não circulam

carros, vê-se a sinalética identificativa da via Algarviana.

Aqui termina o troço que liga Silves a Monchique.Ao longo da calçada, ladeada pelo casario branco com

chaminés de saia, tem-se acesso a um entrelaçadode ruas estreitas e íngremes. Neste núcleo, onde fica

a igreja matriz e algumas casas de traça antiga, reside

o charme de Monchique. Continuando sempre a subir

chega-se às ruínas do Convento de Nossa Senhora do

Desterro - de onde se pode ver uma floresta de árvores

centenárias e, lá em baixo, o povoado. A dez minutos

de carro do centro fica a estância termal.

VILA DE MONCHIQUE

ffi Ainda em Monchique: CADEIRAS EM TESOURA

Leonardo Salvador c dos poucos artesãos na vila que

ainda fazem as cadeira:- em tesoura, ícone do artesanato

local. Na oficina Casa dos Arcos, na Rua Calouste Gulbenkian,

pode ver se as inúmeras ferramentas necessárias à ela

boraçao destas peças. 0 seu formato original assemelha-

se às folhas de urna tesoura e a madeira usada para faze-

-las provem do amieiro, arvore endémica junto dos rios e

ribeiros da zona.

CALDAS DE MONCHIQUE

0 ar fresco da serra sente-se ainda antes de chegar às

Caldas. Das nascentes naturais brota a água curativa,

reconhecida desde o período da ocupação romana - altu-

ra em que foi aqui construído o primeiro balneário termal.

Passando pelo largo principal, de onde se pode admirar

um chalet centenário, o burburinho de um riacho conduz-

-nos pelo interior do parque até à Fonte dos Amores. Em

redor, há várias mesas e bancos de pedra, cenário ideal

para um piquenique escondido entre a vegetação.À saída da «villa termal», vira-se à direita junto ao restau-

rante Rouxinol e avanca-se cerca de trezentos metros.

É necessário atravessar um denso arvoredo até chegar

ao Miradouro das Caldas, recuperado pela Câmara de

Monchique. Deste ponto tem-se uma das melhores

panorâmicas sobre todo o vale e para o caminho histó-

rico do Barranco do Banho, que fazia a ligação entre as

Caldas e a Picota, ainda hoje um percurso muito inte-

ressante para explorar a pé (não sinalizado, recomen-dável apenas a trekkers mais aventureiros). Ao longo

destes nove quilómetros por entre encostas cobertas

de alecr m e rosmaninho, avista-se a segunda elevação

mais alta da serra de Monchique.

PICOTA

Os quinhentos met-os de desnível das Caldas ao cimo

da Picota (altitude: 774 metros) podem ser feitos do

carro, em ritmo de passeio, até ao Penedo. Deste ponto

em diante o caminho tem de ser percorrido a pé. Mas,

mais do que a chegada ao topo - onde, em dias de céu

limpo, a vista abarca toda a costa sul e o mar -, a envol-

vência desperta os sentidos de qualquer amante da

natureza. Sobreiros, castanheiros e eucaliptos ladeiam

o caminho, deixando no ar um aroma refrescante, e com

alguma atenção podem ver-se as pegadas deixadas

pelos javalis. 0 sítio é bastante procurado para observa-

ção de aves, avistando-se com frequência diversas

espécies de águias, falcões e milhafres.

No regresso, atravessa-se Monchique, depois Peso,

e segue-se para Barranco de Pisões - local onde se con-

centram os típicos moinhos de água.

As escadas de pedra dão acesso a uma ponte, que cruza

a ribeira do Barranco de Pisões. De um lado está uma

pequena cascata, do outro o velho moinho recuperado.Este notável trabalho devolveu-lhe a traça original, tal

como aconteceu com a antiga casa do moleiro. A zona

envolvente tem uma área de estar com mesas e bancos

de pedra. Mais acima, no parque de merendas do Barranco

de Pisões, e^gue-se um plátano centenário junto à água.

Toma-se, depois, a estrada para a Foia, rumo ao ponto

mais alto do Algarve.

tf *

É um dos tesouros mais bem guardados da serra. Na

estrada não existe qualquer sinalização. Seguindo a intui-

ção (ou, melhor ainda, as coordenadas GPS: 37.316295,

-8.6 13693), dois quilómetros antes de chegará Foia, ata Iha-

-se por um caminho de terra tendo como referência as

torres eólicas. 0 piso é acidentado, pelo que, a dada altura,

o percurso tem de ser feito a pé. Socalcos verdes dominam

a paisagem e, pelo meio, um núcleo de cinco casas de

pedra escura chama a atenção. Hoje votadas ao abandono

(à exceção de uma, que continua habitada], compunham

em tempos a aldeia do Barbelote. Adiante, encontra-se

uma impressionante queda de água, a jorrarem catadupa

sobre parede rochosa. 0 trajeto leva cerca de meia hora

para cada lado, talvez um pouco mais para caminhantes

menos tarimbados, dado o acentuado declive. A opção mais

rápida é a deslocação em veículo todo-o-terreno. A pedido,

o município de Monchique disponibiliza um guia para

acompanhamento até ao local (TeL 2829102001.

! '

, . ,£

O ventoeas tempera tu rasbaixasem qualquer estação

ditam o clima no Miradouro da Foia. Deste observatório

que se eleva 902 metros acima do nível do mar, os

montes e vales que circundam a serra ganham outra

dimensão. Se o céu estiver sem nuvens tem-se a sorte

de ver de um lado o cabo de São Vicente, do outro Faro,

e a norte alargam-se os horizontes até a serra da Ar-

rábida. Do alto desta varanda naturaltermina o périploaté ao topo do Algarve, ft

Quintada Corte

Corte Grande, Monchique

Tel.: 28291 1290

Quartos duplos a partir de 80 euros

Ipequeno-almoço incluído]

quintadacorte.com

Foi neste pedaço de paraíso, longe de tudo, que Helena

Tapadinhas e José Rodrigues encontraram o cantinho para

dar realidade ao seu projeto de turismo rural. A Quinta da

Corte tem apenas quatro quartos e é o destino perfeito

para dias de dolce farniente longe da civilização. Não há

televisão, mas não faz falta nenhuma: há muitos livros

à escolha e trilhos em redor para desbravar. Na varanda

panorâmica descansa-se o olhar sobre o tapete verde que

se estende pelos socalcos envolvidos na imensidão da

serra. Mesmo em frente, uma horta, laranjeiras e limoeiros

provêm o necessário a uma alimentação saudável.

Os animais domésticos são bem-vindos, não faltando sítio

para acomodá-los nesta propriedade com mais de dois

hectares. Nos interiores, decorados em estilo rústico, tudo

se reduz ao essencial. A sala comum tem uma janela en-

vidraçada comunicante para o terraço exterior - onde se

toma o pequeno-almoço à base de ovos frescos, doces,

sumo de laranja, mel e pão caseiro. A 2,5 quilómetros a pé

fica a Picota - um passeio otimo para começar o aia.

OUTRAS OPÇÕES

Vndeficar

Caldas de Monchique, Monchique

Tel,; 282910910

Duplos a partir de 60 euros

(pequeno-almoço incluídol

monchiquetermas. com

Lugar do Montinho, Monchiquf»

Tei.: 282240110

Duplos a partir de 136 euros

[pequeno-almoço incluído)

longevitywsilnesiresort.com

Corte Pereiro, Monchique

Te!,: 282910110

Duplos a partir de 119 euros

(pequeno-almoço incluídol

vilafoia.com

Vmle comer

ACHARRETTE

Rua Samora Gil, 30-34, Monchique

Te1.:282912U2

Preço médio: 20 euros

LUARDAFOIA

Estrada da Foia, Monchique

Tel,: 28291 1149

Preço médio: 15 euros

JARDIM DAS OLIVEIRAS

Sítio do Porto Escuro, Monchique

Tel, = 282912874

Preço médio: 25 euros

PARQUE DA MINA

Este parque temático a 15 minutos de

Monchique propõe uma viagem através

do tempo pelos costumes, tradições

e ofícios de outras épocas. Foram recriados

cenários que mostram o fabrico do pão

ou as etapas de produção da aguardentede medronho. Pode ver-se uma antiga

carvoaria e uma mina. A visita pedagógica

inclui também muitos animais para conhecer

ao perto: burros, póneis, porcos-do-vietname,cabras anãs, ovelhas e coelhos são algumasdas espécies que fazem as delícias

da pequenada. Entrada: 6/10 euros

(crianças 4-11 anos / adultos), 26 euros

(famílias de dois adultos e duas crianças).

Vale de Boi, Caldas de Monchique

Tel.: 28291 1622

Todos os dias, daslohooàs 19h00

parquedamina.pt

ROTEIRO DAS DESTILARIAS DO MEDRONHO

Trinta produtores, espalhados por diversos

pontos da serra, abrem as portas das suas

adegas e desvendam os segredos de produção

do ex-líbris da região. Num percurso que

passa por outras tantas adegas, ficam-se a

conhecer as histórias destas destilarias que

originam marcas como Quinta Velha, Barranco

Carvalhoso, Quinta da Brejeira ou Raposinha.

A câmara municipal distribui um folheto

com um roteiro passo a passo, indicando

a localização das adegas e os contactos

dos produtores.

ctn-monchique.pt

TRILHO DA FOIA

Ao longo de seis quilómetros de percurso,

sucedem-se paisagens naturais variadas

e grandes extensões de socalcos com terrenos

agrícolas e de pastoreio. Nesta altura

do ano os campos estão cobertos de urze,

rosmaninho e estevas, tornando o trajeto

particularmente bonito. Podem observar-se

águias, perdizes, gaios e melros. O trilho

pedestre (PR3), devidamente identificado,

começa na Foia, passando pelo miradouro

e por Pegões, Fontinha da Foia, Montes

da Foia e Belém.

PASSEIOS A CAVALO

Seja para praticantes avançados ou para

principiantes, o Centro Hípico Vale Ferro,

localizado na Mexilhoeira Grande Ia 30 km

de Monchique), tem programas equestres

à medida de todos. Mais de trinta puros-

-sangues estão treinados para passeios

tranquilos, conduzidos por experientes

guias, pelo interior da área protegida

de Monchique. Os percursos, com duas a três

horas de duração, decorrem de manhã ou ao

final da tarde e podem ser feitos em família.

No picadeiro há aulas de equitação para todos

os níveis. Preços: 17,50 euros (aulas de 30

minutos, crianças até aos 10 anos), 25/45

euros (passeio de 1 hora / 2 horas).

Centro Hípico Vale Ferro

Sítio Vale de Ferro, Mexilhoeira Grande

Portimão

Tel.: 282968444

raiedeferro.com

RETIROS NA NATUREZA

O sossego e o ar puro da serra são excelentes

antídotos contra o síress. A Casa Karuna,

refúgio com vista sobre o mar, organiza

retiros, sessões de meditação, ioga

e acupuntura, entre outras terapiasalternativas. Na propriedade, perto de uma

nascente de água, há sítio para acampar.

Casa Karuna

Fornalha, Monchique

Tel.: 28291 13860

OCHÁLÁ

Esta casa de chá de estilo contemporâneo,

situada numa das ruas antigas de Monchique,

surpreende pelo conceito inovador. No Ochálá

há exposições de pintura, uma zona de estar

e mais de vinte variedades de chás e tisanas

- para levar ou para se beber ali mesmo.

Pode fazer-se refeições leves à base

de saladas, quiches, sanduíches e crepes.

Os bolos de cenoura, queijo-creme

ou chocolate e os somes fazem parte

da lista de sabores doces.

Rua Dr. Samora Gil. 12, Monchique

De segunda a sexta, das 09h00 às 19h00;

sábado, das 09h00 às UhOO

Tel.: 282912524

LOJA DO MEL E DO MEDRONHO

Inaugurada há um ano, tem o melhor mel

e a melhor aguardente de medronho da região- a maior parte produzida com recurso

a métodos artesanais. A ideia partiu da

Associação dos Produtores de Aguardente

de Medronho do Barlavento Algarvio e tem

por objetivo promover e vender estes produtos

diretamente ao público. Cada produtor,

representado com fotografia e tudo, tem

uma amostra da sua colheita, e é possível

provar antes de comprar. À venda há também

doces e compotas caseiras (incluindo,

já se espera, de medronho).

Largo dos Chorões, Monchique

De segunda a sexta, das 09h00 às 1 8h00

Tel.: 967735783

NÚCLEO MUSEOLÓGICO DE ARTE SACRA

Peças de talha dourada, um livro de coro

e imagens religiosas, entre outras relíquias,

integram o espólio de arte sacra em exposição

na cave da igreja matriz. 0 templo em si, datado

de inícios do século XVI, tem um portal e uma

abóbada de estilo manuelino. Vale a pena

espreitar o seu interior, dividido em três

imponentes naves, de quando em vez

transformado em palco para concertos

de música clássica.

Largo da Igreja, Monchique

De segunda a sexta, das 1 0hOO às 1 2h00

lencerra aos feriadosl

GALERIA DE SANTO ANTÓNIO

A antiga ermida de Santo António serve

de espaço a uma das galerias mais dinâmicas

da vila. Exposições temporárias de pintura,

fotografia e artesanato, entre outras, fazem

parte da programação, que varia de mês paramês. 0 edifício, um dos mais antigos de

Monchique, fez parte de uma quinta até ser

comprado pelo município. Após a sua

recuperação foi transformado em polo

cultural para a divulgação das artes locais.

Calçada de Santo António, Monchique

FEIRA DAS VELHARIAS

No quarto domingo de cada mês, entre as 09h00

e as 1 3h00, o recinto do Largo dos Chorões

enche-se de feirantes. Em grande parte das

bancas estão dispostos antigos utensílios

agrícolas usados na lavoura - alfaias, caldeiras

e outras peças caídas em desuso. Faianças,

antiguidades, mobiliário e joalharia são outros

dos atrativos desta feira que percorre vários

sítios do Algarve.

Largo dos Chorões, Monchique