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1 DANIELA FERNANDES PEREIRA FABIANE POLETO AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DE UM SISTEMA DE UNIÃO EM DIFERENTES SUBSTRATOS DENTINÁRIOS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de cirurgiã- dentista do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí. Orientador: Prof. Nivaldo Murilo Diegoli Itajaí SC, 2007

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DANIELA FERNANDES PEREIRA

FABIANE POLETO

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DE UM

SISTEMA DE UNIÃO EM DIFERENTES SUBSTRATOS

DENTINÁRIOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial

para obtenção do título de cirurgiã- dentista do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí.

Orientador: Prof. Nivaldo Murilo Diegoli

Itajaí SC, 2007

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Dedicamos este trabalho aos nossos pais, que mesmo distante, sempre nos

apoiaram em todas as etapas de nossas vidas.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus, por todas as oportunidades que nos foram dadas até

hoje.

Agradecemos aos nossos pais, sem os quais não conseguiríamos alcançar

esta conquista.

Agradecemos aos nossos irmãos, por todas as palavras de carinho.

Agradecemos aos nossos namorados, por todo o apoio e amor.

Agradecemos aos nossos colegas, por toda a compreensão e ajuda.

Agradecemos ao nosso orientador, prof. Nivaldo Murilo Diegoli, por toda a

paciência, pelo conhecimento transmitido e pela cumplicidade neste trabalho.

Agradecemos a todos os funcionários pela colaboração nesta pesquisa.

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"Aprender é a única coisa de que a

mente nunca se cansa, nunca tem

medo e nunca se arrepende“.

(Leonardo da Vinci)

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AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DE UM SISTEMA DE UNIÃO EM DIFERENTES SUBSTRATOS DENTINÁRIOS Daniela Fernandes PEREIRA e Fabiane POLETO Orientador: Prof. Nivaldo Murilo DIEGOLI Data de defesa: setembro de 2007 Resumo: Muito se tem discutido sobre quais as estruturas dentinárias que mais se prestam para a união dos materiais restauradores: se a dentina intertubular ou os prolongamentos para o interior dos túbulos. Por este motivo o objetivo deste trabalho foi comparar a resistência ao cisalhamento da união à dentina profunda e superficial. Foram usados dentes incisivos bovinos com superfícies de dentina expostas no limite amelodentinário (grupo 1) e próxima à polpa (grupo 2). Após o tratamento com ácido fosfórico a 37% e aplicação do sistema de união Single Bond foram construídos, sobre as superfícies, cilindros de compósito com auxílio de uma matriz de silicone. Os corpos-de-prova foram submetidos aos testes na máquina de ensaio universal EMIC 500, com velocidade de 0,5mm/min. Os resultados foram para o grupo 1 (dentina superficial) – 1,963MPa e para o grupo II (dentina profunda) – 3,237MPa. Os autores concluíram que a dentina bovina mais profunda, com menos túbulos dentinários e com menor diâmetro, apresentou maior valor de resistência ao cisalhamento. Palavras-chave: dentina, líquido dentinal, permeabilidade da dentina, resistência ao cisalhamento

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................... 08

REVISÃO DE LITERATURA.............................................................. 10

MATERIAIS E MÉTODOS................................................................. 33

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS........................................... 42

DISCUSSÃO....................................................................................... 44

CONCLUSÃO..................................................................................... 50

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1 INTRODUÇÃO

Um dos pontos fracos de qualquer tipo de restauração, seja direta com

compósito, ionômero de vidro ou amálgama, seja indireta com trabalhos

protéticos, é a interface dentes-restauração devido à microinfiltração marginal com

as conseqüências que dela decorrem, tais como, recidiva de cárie, alteração de

cor da restauração e\ou estrutura dental, queda da restauração, sensibilidade

dentinária e problemas pulpares.

Sem dúvida nenhuma, e isso é opinião unânime entre os profissionais que

fazem reabilitação oral estética, um dos maiores avanços na dentística e prótese,

foi a possibilidade de condicionar com ácido a estrutura dental, capacitando-a a

receber um adesivo para unir micromecânicamente o material restaurador à

estrutura dura do elemento dental.

O condicionamento ácido da dentina provoca o alargamento da entrada do

túbulo dentinário e a desmineralização da dentina intertubular, pela eliminação dos

cristais de hidroxiapatita e a permanência do emaranhado de fibras colágenas.

A colocação do adesivo representado pelo primer, com seu componente

adesivo propriamente dito, o HEMA, faz com que se formem as projeções (tags)

de adesivo no interior dos túbulos alargados. Por outro lado, o HEMA também

penetra na dentina intertubular condicionada, representada pela rede de fibras

colágenas, substituindo os cristais de hidroxiapatita.

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O primer representa uma ligação entre a dentina úmida (ligação

micromecânica) e a resina fluida. (ligação química).

Em uma análise rápida chega-se à conclusão que, quanto maior o diâmetro

dos túbulos, maior o diâmetro do tag e, em conseqüência, maior a resistência de

ligação da restauração ao dente. No entanto, quanto maior os diâmetros dos

túbulos, menos dentina intertubular resta entre eles, fragilizando a estrutura

dentinária e, conseqüentemente, a união da restauração ao dente. Há controvérsia

entre os pesquisadores no que se refere à força de resistência de união do

adesivo à dentina, se ela é maior quanto mais largos forem os tags e mais fina a

camada de dentina intertubular ou se ela é maior quanto mais estreitos forem os

tags e mais espessa for a camada de dentina intertubular.

Considerando que o número e diâmetro dos túbulos dentinários é maior

mais próximo à polpa e menor mais próximo ao limite amelodentinário, a força de

união do adesivo à dentina deve variar dependendo da profundidade da cavidade.

Por este motivo, justifica-se esta pesquisa para verificar a influência que o

diâmetro do túbulo dentinário e a espessura da camada de dentina intertubular

têm na resistência de união do material adesivo à estrutura dentinária.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

Saunders, em 1988, propôs um estudo para determinar o impacto do

cisalhamento na força de adesão de quatro agentes de união em dentina humana

e bovina. Os agentes de união foram usados para unir uma resina composta

fotopolimerizável aos dentes humanos e bovinos. O impacto do cisalhamento na

força de adesão foi determinado usando aparelho hidráulico em velocidade

máxima. Estatisticamente, diferenças significativas na força de união foram

encontradas usando diferentes agentes de união em dentina. Não houve

diferenças significativas na força de adesão entre dentina bovina e dentina

humana.

Em 1991, Ruse e Smith propuseram um estudo no qual foi usado raio-X

fotoeletrônico espectroscópico (XPS) e massa iônica secundária espectroscópica

(SIMS) para caracterizar a superfície de dentina, a fim de determinar os efeitos de

diferentes procedimentos pré-condicionantes na composição dos elementos da

superfície dentinária, e investigar a interação entre dentina e um agente de união

dentinário (ScotchBond) estudando as mudanças na composição dos elementos

da dentina como resultado da interação. Um microscópio eletrônico de varredura

(SEM) foi usado para caracterizar a morfologia da amostra de superfície, que foi

correlacionada com a composição dos elementos da superfície. Os resultados

mostraram que: (a) a composição dos elementos da smear layer foi similar à

dentina subjacente; (b) limpar com peróxido de hidrogênio (água oxigenada) não

produz nenhuma modificação na composição dos elementos da superfície

dentinária; e (c) o condicionamento ácido seguido de uma desmineralização

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completa da dentina, deixa uma superfície rica em material orgânico. Os

resultados sugerem que os sistemas adesivos que usam condicionamento ácido

como um procedimento de pré-união devem ser fundamentados em agentes

dispostos a interagir com os componentes orgânicos da dentina, como agentes de

união que apresentem uma reação com o cálcio para serem eficientes.

O estudo de Hitt e Feigal (1992) investigou a resistência adesiva in vitro,

em um estudo no qual um agente de união foi usado sob um selante, sob

variadas condições de contaminação. Quinhentas coroas de incisivos bovinos

foram separadas em 8 grupos. As amostras de esmalte condicionadas por 60

segundos com ácido fosfórico a 37% em forma de gel, foram contaminadas com:

1) saliva seca com ar; 2) saliva; ou 3) umidade de uma câmara úmida. Todas as

três condições de contaminação foram testadas através da resistência adesiva do

selante com ou sem agente de união sob ele. Como controles, o selante e o

agente de união foram aplicados sobre o esmalte limpo. A resistência adesiva foi

medida usando uma máquina universal de teste. Os dados foram analisados

usando a análise de variância. (ANOVA) Sob condições de umidade ou saliva

intacta, o selante sozinho mostrou significante redução na resistência adesiva. O

agente de união sob selante em condições de contaminação úmida produziu

resistência adesiva equivalente à resistência adesiva obtida quando o selante foi

aderido diretamente ao esmalte limpo e condicionado. O agente de união usado

com contaminação produziu resistências adesivas significativamente boas tanto

quanto à resistência adesiva obtida quando usado o selante somente sem

contaminação. Quando a saliva foi seca com ar na superfície, não houve diferença

significante na resistência adesiva de qualquer forma.

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Sano et al. (1994) propuseram um estudo para testar a hipótese de que a

matriz de dentina desmineralizada contribui pouco para a força de resistência da

dentina, através de medições e comparações da força e do módulo de elasticidade

da dentina mineralizada e desmineralizada. Pequenos pedaços (4 x 0,5 x 0,5mm)

de dentina humana e bovina foram testados usando um artifício de teste de

microtensão in vitro. Dentina humana mineralizada coronal obteve uma força de

104MPa. A dentina coronal bovina exibiu uma força de 91MPa, e a dentina

radicular bovina apresentou 129MPa. O módulo de elasticidade das dentinas

mineralizadas humana e bovina variou entre 13 e 15MPa. Quando os

experimentos de dentina foram desmineralizados com EDTA, a UTS e o módulo

de elasticidade caíram para 26-32MPa e 0,25GPa, respectivamente, dependendo

da espécie da dentina. Os resultados indicaram que o colágeno contribui na

medida de 30% para a UTS da dentina mineralizada, que é maior que o esperado.

Pashley et al. (1995) realizaram uma pesquisa para avaliar a força de união

de um hipotético agente hidrofílico em dentina profunda e a importância das

variáveis que podem influir nesta união. A hipótese testada foi que a força de

união total poderia ser o soma da resistência dos tags de adesivo, da camada

híbrida e da superfície dentinária. Cada uma destas três variáveis tem um alcance

de valores que pode influir na sua relativa contribuição à resistência total. Os

cálculos resultantes indicaram um potencial maior de força de união à dentina

profunda do que à dentina superficial em dentes não-vitais. (extraídos) A

comparação destes valores calculados com os valores publicados na literatura

indicaram que são da mesma ordem de magnitude. Este modelo teórico de

adesivo dentinário pode identificar uma relativa importância dessas variáveis

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envolvendo o substrato dentinário, os materiais restauradores e a superfície de

união.

Em 1995, Yoshiyama et al. avaliaram, em microscopia eletrônica de

varredura, a morfologia da interface de dois sistemas de união aplicados à dentina

superficial e profunda, após os corpos-de-prova terem sido submetidos ao testes

de microtração. Foram confeccionados discos, aos pares, com dentina próxima à

polpa (profunda) e próxima ao limite amelodentinário (superficial) de um mesmo

dente, os terceiros molares recentemente extraídos. Foram usados os sistemas de

união All-Bond 2 e Imperva Bond, com e sem condicionamento ácido tanto em

dentina profunda quanto em superficial. Os resultados mostraram que em ambos

os sistemas de união aplicados com condicionamento ácido foram formadas

camadas híbridas com espessura de 4 a 8 micrometros em dentina profunda e de

2 a 4 micrometros em dentina superficial. Quando aplicados sem condicionamento

ácido, ambos os sistemas de união formaram camadas híbridas muito finas, com

menos de 0,5 micrometros de espessura em ambos os substratos dentinários. Os

testes de microtração dos dois sistemas de união apontaram resistências maiores

do que 20MPa em ambos os substratos. Sem condicionamento ácido, a

resistência à microtração dos dois sistemas de união em dentina profunda foi

significantemente menor do que em dentina superficial. Estes resultados sugerem

que para sistemas de condicionamento ácido a profundidade da dentina influencia

na espessura da camada híbrida, mas esta espessura da camada híbrida não tem

relação com a resistência a microtração.

Em 1995, Miyazaki et al. propuseram um trabalho com o objetivo de

investigar a influência de partículas de carga adicionadas a um agente de união

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experimental. Agentes de união experimentais com micropartículas (0,05µm)

contendo 0, 10, 20, 30, 40, 50, 60 e 70% em peso foram usados com o Imperva

Bond e o material restaurador Lite Fil II A (Shofu). Incisivos bovinos foram

montados com resina quimioativada, e as superfícies foram preparadas com lixa

com granulação 600. Após a superfície dentinária ser pré-tratada com primer , o

adesivo experimental foi aplicado na superfície e logo após foi aplicado o

compósito. Dez amostras de cada grupo foram armazenadas em água a 37ºC por

24 horas, e então submetidas ao teste de cisalhamento com velocidade de

1mm/min. A mudança de temperatura do agente de união foi monitorada durante a

reação exotérmica de polimerização de acordo com o método ISO #4049. O pico

da temperatura e o tempo necessário para alcançá-lo foram marcados. A

resistência adesiva da dentina e a mudança da temperatura foram afetadas pela

partícula. A resistência máxima (14,3±2,3MPa) foi obtida com carga de 10% e

diminuiu com carga maior que 30% (10,4±1,7MPa – 5,3±2,6MPa). O pico de

temperatura caiu e o tempo necessário para alcançá-lo aumentou com altas

quantidades de carga inorgânica. Existem fortes relações entre a resistência

adesiva e a mudança de temperatura dos agentes de união experimentais.

Concluiu-se que quando agentes de união adicionados com partículas de carga

são usados, é importante determinar se existem partículas de maneira a otimizar a

resistência adesiva.

Em 1996, Mjör e Nordhal, levando em consideração que o conhecimento da

estrutura dentária e especialmente os túbulos dentinários é essencial para

entender a permeabilidade da dentina e interpretar os dados de investigação dos

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sistemas de união, examinaram a densidade e as ramificações dos canalículos em

dentes humanos em microscopia eletrônica de varredura. Foram observadas

secções de dentina fraturadas, desmineralizadas e não desmineralizadas, coradas

e não coradas. Os resultados mostraram diferenças estatisticamente significantes

quanto à densidade dos canalículos de acordo com o local pesquisado, seja na

periferia ou no interior, tanto na coroa quanto na raiz. A média do número de

túbulos no terço médio da coroa foi significantemente maior (50) que a média do

terço médio da raiz (40); a média do número de túbulos da dentina externa nas

cúspides (14) foi também significantemente diferente da encontrada na dentina

subjacente à fissura oclusal (9). O número de ramificações dos túbulos foi

particularmente maior em locais onde a densidade foi menor. O padrão de

ramificação encontrado revelou um intrincado e profuso sistema de anastomoses.

Três tipos de ramificações, maior, fina e microfina foram identificadas com base no

tamanho, direção e local. Ramificações maiores, 0,5 a 1 micrometros de diâmetro

foram encontrados perifericamente formando deltas; ramificações finas com 300 a

700 nanômetros de diâmetro, bifurcadas e em 45 graus foram achadas em

algumas áreas, tais como na raiz, onde a densidade dos túbulos era relativamente

baixa. Microramificações com 25 a 200 nanômetros de diâmetro, estenderam-se

em ângulos retos com os canalículos em algumas partes da dentina. Os autores

concluíram que os achados enfatizaram a necessidade de se detalhar as

características do substrato dentinário para os testes de união e das amostras

usadas em estudos de permeabilidade.

Carvalho et al. (1996) observaram as mudanças dimensionais da dentina

humana depois de sofrer desmineralização e verificaram a hipótese de que o

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HEMA infiltrado na dentina seria capaz de prevenir sua contração quando exposta

ao ar. Foram usados terceiros molares humanos cuja face oclusal foi cortada e as

faces vestibular e lingual cortadas longitudinalmente deixando dentina exposta nos

três lados. Cortes perpendiculares às faces linguais e vestibulares foram feitos a

fim de se obter barras de dentina com tamanho aproximado de 0,7 por 0,7 por

5mm. Quarenta amostras foram desmineralizadas em solução 10:3 (ácido cítrico a

10% e cloreto férrico a 3%) durante 8 horas e, então, divididos em 4 grupos com

10 amostras cada. Os grupos A e B foram usados para medir as alterações

volumétricas ocorridas após a secagem com o ar e posterior imersão em solução

aquosa de HEMA a 50% ou 100%, seguidas pela secagem com ar. Os grupos C e

D foram usados para investigar a capacidade do HEMA a 100% ou etilenoglicol a

100% em prevenir a contração da dentina desmineralizada durante a exposição ao

ar. Os resultados mostraram que a desmineralização causou pequena e

insignificante (1,9%) redução no volume da dentina. A posterior secagem com ar

reduziu o volume da dentina desmineralizada em 65,6%. A posterior imersão em

água por 24 horas das amostras de dentina contraída, mostrou que ela recuperou

seu volume original. No entanto, a imersão em HEMA a 100% não provocou a re-

expansão das amostras que sofreram contração. As amostras imersas em HEMA

a 50% sofreram contração volumétrica de 50%, quando expostas ao ar por 24

horas. Tanto o HEMA a 100%, quanto o etilenoglicol a 100%, foram efetivos na

prevenção da contração da dentina desmineralizada. Os autores concluíram que a

capacidade que a solução aquosa de HEMA e etilenoglicol têm de se re-expandir

a estrutura dentinária contraída é, presumivelmente, devido à presença de água.

Este fato pode explicar o sucesso clínico obtido com a técnica de “união úmida”. O

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re-umedecimento da dentina desmineralizada e seca com ar, provavelmente, re-

expandiu parcialmente a rede de fibras colágenas, aumentando dimensionalmente

os espaços entre as fibras e expandindo o diâmetro dos túbulos dentinários,

facilitando, desse modo, a infiltração do adesivo e aumentando a resistência de

união.

Em 1996, Patierno et al., propuseram um trabalho onde a resistência

adesiva de uma resina usada com um sistema de união dual na dentina cervical

bovina foi avaliada usando uma técnica direta ou indireta. Dentes foram

seccionados transversalmente para produzir amostras de 4mm de espessura. Os

canais radiculares foram alargados com uma lima, tratados com um sistema

adesivo e preenchidos com uma resina fotopolimerizável usando técnica

incremental direta ou técnica indireta com um compósito para inlay pré-

polimerizado. O estresse do adesivo das restaurações indiretas foi 8,5 ±2,7MPa

que foi significativamente melhor (p < 0,0001) que o valor de 5,0±1,9MPa das

restaurações diretas. A avaliação em microscopia eletrônica de varredura revelou

que a técnica indireta demonstrou aumento na densidade da projeção resinosa

para o interior do túbulo (tag) se comparada à técnica direta. Foi obtida uma

retenção maior do adesivo à dentina endodonticamente preparada e tratada com

o sistema de união usando a técnica indireta de inlay em oposição à restauração

direta.

Chan et al. (1997) propuseram um estudo para avaliar a menor (24h) e

maior (180 dias) duração da resistência adesiva da resina na dentina bovina

mergulhada em variadas diluições de soluções aquosas de ácido fosfórico e ácido

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maléico. As superfícies de dentina bovina foram preparadas com lixa de

granulação 600 sob refrigeração. Usando o Scotchbond Multipurpose (SBMP,3M)

e a técnica úmida, as superfícies foram tratadas e a resina composta foi aplicada

na superfície dentinária com o auxílio de uma matriz gelatinosa. O cilindro

preenchido com resina composta (Z100, 3M) foi fotopolimerizado e alguns foram

armazenados em água por 24h ou 180 dias previamente ao teste de resistência ao

cisalhamento. Os resultados mostraram que altas forças de união foram

registradas usando ácidos mais diluídos do que os comercializados e que o ácido

fosfórico não é o ácido de escolha para o sistema SBMP. Concluiu-se que altas

forças de adesão podem ser conseguidas em dentina usando ácido mais diluído

do que os comercializados. O ácido maléico aparece como ácido de escolha para

o sistema SBMP.

Os objetivos do trabalho de Pashley e Carvalho (1997) foram rever as

estruturas de dentina e descrever a importância da permeabilidade da resina

dentro dos túbulos e dentro dos espaços criados entre as fibras colágenas pelo

condicionamento ácido durante a aplicação da resina. As vantagens e as

desvantagens de separar o condicionamento ácido e a aplicação do adesivo são

discutidas. Apesar de não ser uma revisão exaustiva, os conceitos incluídos na

revisão foram obtidos na literatura sobre adesão dentinária. Tentativas foram feitas

para avaliar o que é conhecido sobre permeabilidade dentinária e adesão e o que

falta ser descoberto. Especulações foram feitas em um número de edições

controversas que não foram resolvidas. O condicionamento ácido da dentina

produz mudanças profundas na composição química e propriedades físicas da

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matriz que podem influenciar a qualidade da adesão resina-dentina, sua força e

talvez sua durabilidade.

Em 1998, Oesterle et al. fizeram um estudo para comparar a resistência de

adesão ao esmalte com o uso de decíduos e permanentes bovinos e esmalte

humano, e o efeito na resistência adesiva do esmalte bovino submetido a várias

aplicações do adesivo. O estudo encontrou que a resistência adesiva do esmalte

bovino foi 21% a 44% mais fraca que o esmalte humano, e a resistência adesiva

do esmalte decíduo bovino foi significativamente melhor que o esmalte bovino

permanente. O esmalte bovino foi submetido ao adesivo cinco vezes sem afetar

significativamente a resistência adesiva. Os autores concluíram que o esmalte

bovino pode ser reutilizado em estudos adesivos sem afetar significativamente os

resultados.

De acordo com Katchburian e Arana (1999), a dentina é uma estrutura

avascular que não apresenta células em seu interior. A dureza da dentina é devido

ao seu maior conteúdo mineral estimado em 70% do seu peso na forma de

hidroxiapatitas, 18% de material orgânico e 12% de água. A matriz orgânica da

dentina tem dois componentes constituídos pelas fibras colágenas e substância

fundamental amorfa. Cerca de 90% dessas fibras são de colágeno do tipo I e os

outros 10% da matriz orgânica são constituídos por proteínas, como fosforinas,

fosfoproteínas, sialoproteínas dentinárias, proteínas morfogenéticas dentinárias,

osteocalcina, proteoglicanas, glicoproteínas ácidas e proteínas séricas.

Em 1999, Schilke et al. avaliaram a adaptação da dentina coronária e

radicular bovina como substituta para a dentina decídua e permanente humana no

teste de resistência adesiva para adesivos dentinários. Trinta incisivos centrais

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permanentes bovinos, 30 decíduos humanos e 30 terceiros molares foram

cortados mesiodistalmente. As superfícies pulpar e vestibular da dentina foram

desgastadas até uma espessura de 1mm. Um adesivo dentinário e um compósito

híbrido foram aplicados exatamente de acordo com as instruções do fabricante em

cada superfície, exceto no dente onde apenas a superfície vestibular foi usada. O

teste de resistência adesiva foi determinado 24 horas após o armazenamento em

solução aquosa. Os resultados foram estatisticamente analisados usando o teste

de Wilcoxon ou de Mann-Whitney-U. Não houve diferença na resistência adesiva

entre dentina humana permanente e dentina coronal bovina e entre a superfície

vestibular e pulpar. Diferenças significativas foram achadas entre dentina radicular

bovina e dentina decídua humana. Diferenças significativas também foram

achadas entre dentina radicular bovina e dentina vestibular permanente e dentina

radicular e coronal bovina. Portanto, diferenças significativas foram achadas entre

dentina humana decídua e permanente e dentina coronária bovina.

Segundo Yoshikawa et al. (1999), durante a polimerização das resinas

compostas, ocorrem diminuições na união entre resina e dentina, de maneira a

causar falhas do adesivo, dependendo da configuração da cavidade, se for

profunda, e da técnica restauradora. A hipótese testada nesse estudo foi de que o

efeito da configuração da cavidade e a densidade da dentina restante influenciam

na força de união da resina à dentina do fundo de cavidades classe I. O esmalte

oclusal foi preparado de forma a expor a dentina superficial como um controle, em

terceiros molares superiores extraídos de humanos. Cavidades com 3mm de

comprimento e 4mm de largura foram preparadas com uma profundidade de 2mm

abaixo do das superfícies dentinárias. Para avaliar a relação entre a configuração

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da cavidade e a densidade de dentina restante, os autores removeram as paredes

da cavidade, fazendo uma superfície lisa profunda para o adesivo. Os dentes

foram restaurados com Clearfil Liner Bond, One-Step ou Super Bond D Liner,

seguidos por Clearfil Photo Posterior (resina composta). Após 24 horas guardados

em água, os dentes foram seccionados verticalmente em 3 ou 4 fatias grossas

(0,7mm de espessura) e cortados para o teste de microtensão de união. Todos os

grupos obtiveram grandes forças na dentina superficial, mas os grupos tratados

com One-Step e Super Bond D Liner obtiveram uma baixa força de união na

dentina profunda. Alguns adesivos não fazem uma boa união em dentina

profunda, fazendo deles mais susceptíveis à diminuição de densidade durante a

polimerização.

Com a finalidade de verificar a influência sobre os resultados dos sistemas

de união de dois passos aplicados em dentina, por diferentes operadores, no

momento de confeccionar os corpos-de-prova, Miyazaki et al. (2000) realizaram

uma pesquisa. Foi utilizada uma área de 4mm de diâmetro conseguida pelo

aplainamento da face vestibular de incisivos bovinos sobre a qual três grupos de

operadores compostos por 15 membros cada um foram encarregados de

confeccionar os corpos-de-prova. O primeiro grupo composto de cirurgiões-

dentistas tinham, em média, 5,1 anos de experiência; o segundo grupo formado

por protéticos dentais participantes de um curso na universidade local tinham

experiência clínica de 18,1 anos em média os quais nunca tinham feito amostras

para este teste de união; o terceiro grupo foi formado por estudante de graduação

do quinto ano, sem nenhuma experiência clínica. Foi explicado a todos os

participantes como deveriam confeccionar os corpos-de-prova. Os resultados

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apresentados foram: grupo 1 – Single Bond – 4,0 a 22,4MPa e FluoroBond – 7,8 a

21,7MPa; grupo 2 – Single Bond – 0,5 a 10,5MPa e Fluoro Bond – 1,1 a 18,0MPa;

grupo 3 – Single Bond – 3,5 a 10,9MPa e Fluoro Bond – 5,0 a 15,2MPa. Pelos

resultados alcançados os autores concluíram que o uso dos sistemas de união de

dois passos exige operadores experientes pois apresenta uma técnica muito

apurada.

Em 2000, Nakabayashi e Pashley relataram que a dentina humana mais

próxima ao limite amelodentinário e, portanto, considerada mais superficial é

formada por poucos túbulos dentinários (aproximadamente 1% da área) e muita

dentina intertubular, fato já constatado há muito tempo por pesquisadores como

Brännström e Garberoglio, em 1976. Já a dentina mais profunda, próxima à polpa,

apresenta menos dentina intertubular e túbulos mais numerosos e com maior

diâmetro, os quais, após o condicionamento ácido, têm a forma de funil. A camada

de dentina condicionada, desmineralizada e impregnada por sistema de união, a

camada híbrida, apresenta os túbulos dentinários cheios com adesivos, formando

os prolongamentos de sistema de união chamados tags, além da própria dentina

intertubular tratada e repleta de adesivo.

O objetivo do trabalho de Bonfim et al. (2000) foi o de estudar aspectos

morfológicos da dentina humana e bovina, com a finalidade de normalizar o uso

de dentes bovinos, substituindo dentes humanos em pesquisas científicas e

buscando embasar novos estudos comparativos. Foram utilizados dentes bovinos

recém-extraídos e fixados em formol a 10% por 24 horas e conservados em formol

a 2% até o momento da preparação das lâminas. Foram preparadas 10 lâminas

por desgaste e 100 lâminas por descalcificação e coradas pelos métodos de HE e

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Tricrômio de Masson. Como resultados, a dentina bovina apresentou maior

número de túbulos dentinários próximo à polpa e menor número próximo ao limite

amelodentinário, semelhante à dentina humana e maior diâmetro nas

proximidades do limite amelodentinário e menor diâmetro nas proximidades da

polpa, ao contrário da dentina humana; a distribuição da dentina intertubular

bovina nas proximidades não é uniforme ao longo do dente; a dentina bovina é

dotada de estruturas tubulares, denominadas de estruturas tubulares dentinárias;

essas estruturas estão presentes tanto na coroa quanto na raiz, porém mais

freqüentes na coroa e não apresentam distribuição regular. Concluiu-se que

dentes bovinos utilizados em incidências e profundidades aleatórias podem alterar

resultados em testes de adesão e microinfiltração, quando extrapolados os

resultados para dentes humanos; na dentina bovina não há, morfologicamente,

uma região idêntica à dentina humana.

Ten Cate (2001), afirmou que a dentina humana caracteriza-se pela

presença de túbulos dentinários posicionados paralelamente entre sí que

atravessam toda a sua espessura. Os túbulos dentinários são estruturas que

apresentam um diâmetro de 2,5µm próximo à polpa aproximadamente, 1,2µm na

porção média da dentina e 900nm perto da junção amelodentinária. Em dentes

jovens, o número de túbulos próximos à polpa varia entre 59.000 a 76.000 por

milímetro quadrado e, próximo ao esmalte, o numero de túbulos é a metade por

milímetro quadrado, aproximadamente.

O objetivo do trabalho de Toba et al. (2003) foi avaliar a resistência ao

microcisalhamento da união à dentina próxima ao limite amelodentinário e próxima

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ao assoalho da polpa de dois sistemas de união dentinários e verificar em

microscopia eletrônica de varredura (SEM/MEV) a interface dentina-sistema de

união. Trinta molares foram seccionados em discos com 2mm de espessura de

dentina em duas diferentes profundidades sendo que cada um dos dois grupos

foram divididos em três outros subgrupos nos quais foram aplicados dois

diferentes sistemas de união: Clearfill SE Bond (conforme instruções do fabricante

– grupo 1) e Single Bond, aplicado em dentina úmida (grupo 2) e dentina seca

com ar (grupo 3) após condicionamento com ácido fosfórico. Sobre a área tratada

foi construído um cilindro de resina com 0,5mm de altura por 0,75 de diâmetro.

Após 24 horas em água a 37 graus centígrados as amostras foram submetidas ao

ensaio de resistência ao cisalhamento com velocidade de 1mm por minuto. Os

resultados foram, respectivamente para dentina superficial e profunda: grupo 1 –

41,4MPa±5,1 e 30,9MPa±5,2; grupo 2 – 39,0MPa±4,1 e 28,5MPa±6,5; grupo 3 –

29,5MPa±4,1 e 20,0MPa±4,5. A observação em MEV mostrou que a camada

híbrida formada no grupo 1, tanto em dentina superficial quanto em profunda,

tinha espessura menor do que 1µm; que nos grupos 3 e 4 a espessura era de 3 a

4µm para dentina superficial e bem mais fina para dentina profunda. Os autores

concluíram que variações estruturais e morfológicas podem ter influenciado a

força de união à dentina profunda dos sistemas adesivos.

Em 2003, Toledano et al. realizaram uma pesquisa com o objetivo de

verificar a resistência a microtensão da união de cinco sistemas adesivos à

dentina superficial e profunda e o exame em microscópio eletrônico de

transmissão das alterações morfológicas e nanoinfiltrações na interface dentina-

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sistema de união. Molares humanos foram cortados (dez para cada sistema de

união) próximo ao limite amelodentinário (cinco dentes) e próximo à polpa. (cinco

dentes) Sobre a superfície tratada com os sistemas de união, de acordo com as

instruções dos fabricantes, foi construído um cilindro de compósito Z100, com

6mm de altura. Os corpos-de-prova foram submetidos aos testes na máquina de

ensaio universal Instrom com velocidade de 0,5mm por minuto e as superfícies

fraturadas examinadas no estereomicroscópio com 40 vezes de aumento. Os

resultados foram, respectivamente para dentina superficial e profunda: Single

Bond – 41,8MPa±10,8 e 41,1MPa±15,3; Prime&Bond BT – 44,4MPa±14,6 e

66,9MPa±17,0; Excite – 36,7MPa±14,4 e 51,5MPa±10,6; Clearfil SE Bond –

43,7MPa±23,9 e 56,5MPa±18,8; Etch&Prime 3.0 – 27,9MPa±11,8 e

36,3MPa±11,9. Os autores concluíram que há influência da profundidade da

dentina , com valores maiores para a dentina profunda, com exceção do Single

Bond, na resistência a microtração.

Segundo Baratieri et al. (2004), em dentina humana, a área ocupada pela

dentina intertubular é de cerca de 96% na junção dentina-esmalte e 12% junto à

polpa, enquanto que a área ocupada pelas aberturas dos túbulos é de 1% na

junção dentina-esmalte e mais de 22% junto à polpa. Alguns estudiosos afirmam

que a adesão dos materiais restauradores é tanto maior quanto maior for a área

da dentina intertubular presente na superfície. Outros, pelo contrário, dizem que

esta adesão é maior quanto maior for o número e o diâmetro dos túbulos

dentinários presentes na superfície, o que permitiria que as projeções do sistema

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de união e do material restaurador (tags) fossem mais longas e volumosas em

espessura.

A pesquisa de Sattabanasuk et al. (2004) teve como objetivo avaliar os

efeitos das diferentes características da superfície dentinária na força de união

entre esta estrutura dental e um compósito através do teste de resistência ao

cisalhamento com o uso dos sistemas de união Clearfil SE Bond e OptiBond Solo

Plus. Foram preparadas superfícies de dentina de pré-molares superiores

humanos extraídos de acordo com três características: localização da dentina

(oclusal ou cervical), profundidade da dentina (superficial ou profunda) e

orientação dos túbulos dentinários. (perpendiculares ou paralelos) Áreas de

0,75mm de diâmetro de dentina foram condicionadas e sobre elas foram aplicados

os sistemas de união conforme as recomendações dos fabricantes e, após isso,

foram confeccionados cilindros de compósitos. Os testes de resistência ao

cisalhamento foram feitos com velocidade de 1mm por minuto aplicando um

arame de 20mm de diâmetro ao redor do cilindro de compósito. Os resultados

foram, respectivamente para o Clearfil SE Bond e OptiBond Solo Plus: dentina

oclusal superficial 60,72MPa±13,64 e 56,82MPa± 5,79; dentina oclusal profunda:

50,12MPa±8,52 e 35,18MPa±6,62; dentina cervical superficial: 59,98MPa±11,65 e

55,16MPa±12,25; dentina cervical profunda: 51,84MPa± 8,47 e 34,30MPa±14,86.

Os autores concluíram que a força de união à dentina mostrou-se diferente não

só entre os sistemas de união como variou entre as diferentes características da

superfície da dentina, principalmente o nível de profundidade da dentina.

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O objetivo do trabalho de Giannini et al. (2004) foi determinar a resistência

à fratura de estruturas dentárias supondo que esta resistência apresente variação

de acordo com a natureza e a localização desta estrutura. Foram utilizados

terceiros molares extraídos, armazenados em solução de timol a 0,05%. Esmalte e

dentina foram testados. No caso da dentina foram formados, através de

desgastes, peças com 0,5mm2 de secção de estrutura próxima ao limite

amelodentinário (dentina superficial), próxima à polpa (dentina profunda) e um

meio-termo entre os dois locais (dentina intermediária). Os testes foram realizados

na máquina Instrom, com velocidade de 0,5mm por minuto. Os resultados foram:

dentina superficial – 61,6MPa±16,3; dentina intermediária – 48,7MPa±16,7 e

dentina profunda – 33,9MPa±8,0. Os autores concluíram que a resistência à

fratura varia entre as estruturas dentárias e que, no caso da dentina, também

depende da localização mais próxima ou mais distante do limite amelodentinário.

Toledano et al. (2005), tiveram como objetivo principal determinar as

alterações na microdureza da dentina superficial e profunda após procedimentos

para restauração de resina: condicionamento ácido, condicionamento ácido e

tratamento com hipoclorito de sódio (NaOCl), condicionamento ácido seguido por

aplicação do primer e condicionamento ácido e tratamento com NaOCl seguido

por aplicação do primer. Para realizar este estudo, os autores extraíram terceiros

molares humanos livres de cárie, que foram mantidos em água destilada a 4°C por

não mais de 6 meses. Esses dentes foram divididos em 2 grupos: 15 molares

foram usados para obter discos de dentina com 3mm de espessura da dentina

superficial (com uma distância de 0,5mm do esmalte do sulco principal) e outros

15 molares foram seccionados com 0,5mm de distância do corno pulpar com o

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objetivo de obter discos de dentina profunda. Para obter uma exata secção, cada

dente foi embebido em uma mistura homogênea de resina acrílica por sua porção

mais apical e discos de dentina foram obtidos cortando transversalmente a coroa

com uma serra diamantada em baixa rotação, juntamente com irrigação com

água. As superfícies foram tratadas como a seguir: Grupo 1 – polidos em politriz,

sob irrigação constante com água. Grupo 2 – polidos e condicionados com ácido

ortofosfórico gel a 35% por 15 segundos, lavados por 30 segundos e mantidos

úmidos. Grupo 3 – polidos, condicionados, lavados e tratados com 5% de NaOCl

por 2 minutos, reaplicando o NaOCl após o primeiro minuto, sob constante

agitação. As superfícies tratadas com NaOCl foram lavadas por 30 segundos

permanecendo úmidas. Grupo 4 – aplicação do primer em dentina após o

condicionamento ácido. Grupo 5 – aplicação do primer em dentina após o

condicionamento ácido e tratamento com NaOCl. Nos grupos 4 e 5, o adesivo foi

aplicado após a técnica de união úmida, de acordo com as instruções do

fabricante. O adesivo foi seco delicadamente, com um jato de ar por 2 a 5

segundos e fotopolimerizado por 10 segundos. A intensidade de luz foi controlada

com um radiômetro, para ser mantida em até 600mW/cm2. Os discos de dentina

dos grupos 4 e 5 foram medidos em uma espessura mínima próxima a 0,01mm

com um medidor digital, antes e depois da aplicação do primer. Após a aplicação,

as superfícies foram cuidadosamente polidas para reduzir a amostra até a

espessura original antes de determinar a microdureza. Três discos de dentina

foram usados para determinar a microdureza. Foram feitos 20 entalhes em locais

diferentes ao longo dos três discos, com uma aplicação de força de 20g por 15

segundos. Os autores tiveram como resultado valores que determinaram que

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geralmente, a dentina superficial é tão dura quanto a dentina profunda, e que suas

diferenças não são significantes após o condicionamento ácido. Quando o

condicionamento foi feito, a microdureza de ambas as dentinas diminuiu. Quando

o NaOCl foi aplicado, após o condicionamento, a microdureza só diminuiu na

dentina profunda.

Em 2005, Savariz et al. realizaram uma pesquisa com a finalidade de

comparar a resistência ao cisalhamento de esmalte e dentina humana e bovina.

Superfícies planas de esmalte e dentina de terceiros molares humanos e incisivos

bovinos foram cobertas com papel adesivo delimitando uma área de 3mm de

diâmetro, a qual foi tratada com condicionamento ácido, com sistema de união, e

coberta com um cilindro de compósito. Os testes foram realizados na máquina de

ensaio universal EMIC DL 500 com velocidade de 0,5mm/min. Os resultados

foram: Esmalte humano - 5,218MPa±2,25; esmalte bovino- 6,440MPa±3,838;

dentina humana – 2,50MPa±1,399 e dentina bovina – 5,940MPa±3,091. Os

autores chegaram à conclusão que o esmalte bovino pode ser usado em

substituição ao esmalte humano; no entanto, no caso da dentina, a bovina não

pode substituir a humana.

Em 2006, Yang et al., realizaram uma pesquisa para avaliar a resistência a

microtração de três cimentos resinosos em dentina localizada em três diferentes

regiões e examinar em microscopia eletrônica de varredura e de transmissão a

interface dentina\adesivo. Foram usados terceiros molares humanos extraídos

cuja dentina, em cortes paralelos à face oclusal, foi exposta em nível superficial

(1mm abaixo do limite amelodentinário), profundo (1mm acima da polpa) e na

porção cervical. Uma área de 1mm de dentina foi tratada com cada um dos

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cimentos testados formando três grupos e um cilindro de compósito foi construído

sobre ela. Os testes foram realizados com velocidade de 1mm por minuto. Os

resultados foram, respectivamente para os cimentos Super Bond C&B, Panavia F

2.0 e Rely X Unicem: dentina superficial – 31,9MPa±7,2 - 29,1MPa±8,4 e

8,2MPa±2,5; dentina profunda – 18,6MPa±6,5 - 10,4MPa±1,9 e 5,7MPa±2,0. Os

autores concluíram que cimentos resinosos com diferentes formulações químicas

produzem microestruturas interfaciais morfologicamente diferentes e, em

conseqüência, forças de união diferentes quando aplicados em diferentes regiões

da dentina.

Em 2006, Wang et al., propuseram um trabalho com o objetivo de estudar a

característica da adesão adesivo/dentina (a/d) nas seções dentinárias da junção

amelodentinária (DEJ) e da junção amelocementária (CEJ) com adesivos

comercializados com variadas composições hidrofóbicas/hidrofílicas. O terço

oclusal da coroa foi removido de 20 terceiros molares humanos. Os dentes foram

seccionados ocluso-gengivalmente em metades iguais: uma metade

representando o DEJ e a outra metade foi seccionada 4mm dentro da superfície

exposta (CEJ). Cada metade foi tratada com o mesmo adesivo. Os dentes foram

selecionados por tratamento com Single Bond (SB, 3M) ou Dentastic UNO (UNO,

Pulpdent) usando técnica adesiva úmida de acordo com as instruções do

fabricante. Seções finas (3-5µm) das interfaces a/d foram cortadas e coradas com

tricômio de Goldner para microscopia. As peças foram polidas e tratadas com

ácido, e depois analisados com microscopia eletrônica de varredura. (SEM) Nas

seções de DEJ, os experimentos tiveram 4µm de proteína exposta na interface, e

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o UNO infiltrou profundamente na dentina desmineralizada e encapsulou a

proteína exposta. Nas seções de CEJ, os experimentos tiveram alta variação na

interface, e o UNO exibiu 3-5µm de proteína exposta. A qualidade da interface foi

exagerada e as diferenças não foram reveladas baseadas na caracterização

microscópica. Concluiu-se que o Single Bond não forma estrutura integrada no

DEJ ou no CEJ.

A proposta do estudo de Yamamoto et al. (2006) foi avaliar a influência de

três técnicas de transferência de planos guias para boca, a influência da

experiência do operador, da região (anterior e posterior), da arcada (inferior e

superior) e a interação destas quanto ao preparo de planos de guia

confeccionados nas faces proximais de dentes suportes para prótese parcial

removível. Para o experimento, 10 operadores (cirurgiões-dentistas), 5 com mais

de 5 anos de experiência e 5 alunos do último ano de graduação da Faculdade de

Odontologia de São José dos Campos, Universidade Estadual “Júlio de Mesquita

Filho”. Cada um dos operadores utilizou três técnicas que foram: método à mão

livre, método com pino guia e método com delineador intrabucal (ParalAB), em

manequins simulando classe três de Kennedy. A análise estatística ANOVA e o

teste de Tukey foram os métodos utilizados para a interpretação dos resultados.

Concluiu-se que a técnica que empregou o delineador intrabucal ParalAB obteve

melhor paralelismo, seguido pela técnica com pino guia e pela técnica à mão livre.

Além disso, concluiu-se que a técnica empregada na realização dos preparos de

planos de guia para a boca influencia na inclinação das superfícies produzidas, e

que a experiência do operador interfere no grau de paralelismo executado por

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qualquer técnica, exceto os resultados obtidos pela técnica com ParalAB que usou

um delineador intrabucal. A arcada superior e a região anterior tiveram melhores

resultados em ambos os operadores.

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

Foram utilizados incisivos bovinos extraídos lavados e acondicionados em

água à temperatura ambiente, e seccionados na altura do colo. A face vestibular

foi inserida em cera utilidade rosa com leve pressão. Sobre o dente foi colocado

um tubo de PVC com 20mm de diâmetro por 20mm de altura, o qual foi

preenchido com resina ortoftálica (Fotografia 1). Após a presa, o bloco formado

deixou exposta a face vestibular do dente. Em seguida com o auxílio de um

recortador de gesso foi feito o desgaste do esmalte até expor dentina cuja

superfície foi alisada com lixa de granulação 600 e 1200 em politriz horizontal.

Todos os desgastes foram feitos sob refrigeração. A variável desta pesquisa foi a

profundidade de desgaste da dentina. Por este motivo, foram formados dois

grupos: grupo 1 – dentina superficial, próxima ao limite amelodentinário e grupo 2

– dentina profunda, próxima à polpa.

Para delimitar a área a ser pesquisada foi colado sobre a superfície de

dentina um papel adesivo com um orifício central de 3mm de diâmetro (Fotografia

2). Esta superfície foi condicionada com ácido fosfórico a 37% por 30 segundos,

lavada com jato de ar/água por 60 segundos e seca com papel absorvente por 2

segundos (Fotografias 4 e 5). Após isso, foi aplicado o sistema de união de frasco

único Single Bond, foi dado um tempo de espera de 10 segundos, foi aplicado um

leve jato de ar por 5 segundos à distância de 5 centímetros e fotopolimerizado por

20 segundos com intensidade de luz de 300mW/cm2 (Fotografia 6). Após o

tratamento da área, foi confeccionado o cilindro de compósito, com o auxílio de um

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dispositivo que consta de uma base metálica com dois parafusos distantes 5

centímetros um do outro, ambos com uma porca tipo borboleta (Fotografia 7).

Sobre estes parafusos foi adaptado uma haste metálica com um orifício central de

8mm de diâmetro e um encaixe metálico para uma matriz de silicona com um

orifício central de 3mm de diâmetro. O corpo-de-prova composto pelo dente

incluído na resina ortoftálica, foi colocado entre a base e a haste de modo que a

área delimitada pelo papel adesivo coincidisse com o orifício da matriz de silicona,

o qual foi preenchido com compósito e fotopolimerizado por 40 segundos,

constituindo o cilindro confeccionado sobre a área de dentina tratada (Fotografias

8 e 9). Após a retirada da matriz o cilindro foi novamente fotopolimerizado

lateralmente em duas posições diametralmente opostas por 40 segundos cada

(Fotografia 10). Todos os corpos-de-prova foram armazenados em água por 24

horas para permitir a expansão higroscópica do compósito. Após isso, foi realizado

o teste de resistência ao cisalhamento na máquina de ensaio universal EMIC DL

500, célula Trd, programa M-test, versão 2.00 (Fotografia 11). O teste foi

executado com o corpo-de-prova, colocado em uma luva metálica presa no

mordente inferior da máquina, ficando o cilindro paralelo ao chão, ao redor do

qual foi passada uma fita matriz que foi presa no mordente superior. Com

velocidade de 0,5mm/minuto o mordente superior foi afastado do inferior até que a

fita deslocasse o cilindro de compósito. A força necessária para que isto

acontecesse foi registrada pelo computador acoplado à máquina. Dos valores de

cada grupo foi calculada a média e feita a análise estatística através dos testes de

Wilcoxon, “t” de Student e Kruskal-Wallis, para se atingir o objetivo do trabalho que

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foi verificar se a estrutura morfológica da dentina tem influência na força de união

de sistemas adesivos.

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Fotografia 1: Seqüência de inserção dos dentes bovinos em resina ortoftálica.

Fotografia 2: Delimitação da área a ser pesquisada com papel adesivo.

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Fotografia 3: Materiais utilizados durante a confecção dos corpos-de-prova.

Fotografia 4: Condicionamento ácido da área a ser pesquisada.

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Fotografia 5: Secagem com jato de ar.

Fotografia 6: Fotopolimerização após a aplicação do sistema de união.

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Fotografia 7: Dispositivo utilizado para a confecção dos corpos-de-prova.

Fotografia 8: Inserção da resina composta no orifício da matriz de resina.

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Fotografia 9: Fotopolimerização da resina composta.

Fotografia 10: Fotopolimerização do cilindro de resina composta, após a retirada

da matriz.

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Fotografia 11: Teste de resistência ao cisalhamento na máquina de ensaio EMIC

DL 500.

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4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Após os testes de resistência ao cisalhamento de todos os corpos-de-prova

dos dois grupos testados, foram calculadas as médias as quais estão

apresentadas na tabela 1 e de maneira ilustrada no gráfico 1.

Tabela 1 – Médias dos valores de resistência ao cisalhamento de um sistema de união em dentina bovina superficial e profunda.

Grupos Corpos-de-prova Médias ( em MPa) Dentina profunda 22 3,237 a Dentina superficial 26 1,963 b

Obs.: médias seguidas de letras distintas são estatisticamente diferentes entre si.

As médias foram submetidas a três testes: inicialmente ao teste de

Wilcoxon, no qual podemos afirmar com 94,82% de confiabilidade de acerto que

as médias dos dois grupos são diferentes entre si. (0,0518 = 5,18% de

probabilidade de erro.) O teste “t” de Student mostrou os mesmos resultados,

sendo que a confiabilidade de acerto foi de 94,22%. (0,0578 = 5,78% de

probabilidade de erro.) O terceiro teste, o de Kruskal-Wallis apresentou como

confiabilidade de acerto, 94,95%. (0,0505 = 5,05% de probabilidade de erro.)

Os três testes evidenciaram que é necessária uma força maior, nos testes

de resistência ao cisalhamento, para deslocar o cilindro de compósito construído

sobre a dentina profunda (média de 3,237MPa) em comparação com a força

necessária em dentina superficial ( média de 1,963MPa).

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Gráfico 1 – Ilustração gráfica das médias dos valores de resistência ao cisalhamento de um sistema de união em dentina bovina profunda e superficial.

No quadro 1 estão expostos os valores máximo e mínimo para os testes de

resistência ao cisalhamento obtidos para cada grupo testado.

Grupo Valor máximo Valor mínimo

1 6,794MPa 1,132MPa 2 7,237Mpa 1,182MPa

Quadro 1 – Valores máximos e mínimos obtidos por cada grupo, durante o experimento.

3,237

1,963

0

1

2

3

4

dentina dentina

profunda superficial

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5 DISCUSSÃO

Nesta pesquisa foram usados dentes bovinos, pois seu uso em estudos

científicos se dá pelo fato de esses dentes serem facilmente conseguidos em

matadouro. Além disso, o fato de os animais serem sacrificados todos com idade

próxima facilita a padronização das amostras considerando que a idade do

animal e, em conseqüência, dos dentes está em relação inversa com o diâmetro

dos túbulos, isto é, quanto maior a idade menor o diâmetro, e em relação direta

com a quantidade de dentina intertubular, isto é, quanto maior a idade maior é a

quantidade de dentina intertubular devido, evidentemente, à diminuição do

diâmetro dos túbulos dentinários.

Devido à facilidade de se conseguir mandíbulas bovinas, os incisivos

inferiores são os dentes mais usados pelos pesquisadores conforme afirmaram

Oesterle et al., em 1998.

Patierno et al., em 1996, disseram que a composição estrutural da dentina

bovina é extremamente semelhante à humana. No entanto, em dentes bovinos, ao

contrário de dentes humanos, os túbulos dentinários apresentam-se em menor

número e em menor diâmetro nas proximidades da polpa, e em maior número e

maior diâmetro nas proximidades da junção amelodentinária.

Os mesmos autores afirmaram que os dentes bovinos podem ser

substitutos de dentes humanos, pois a resistência flexural e a resistência ao

cisalhamento bem como o módulo de elasticidade são similares aos dentes

humanos. Para Saunders (1988), o dente bovino apresenta resistência à tração,

ao cisalhamento e módulo de elasticidade similares ao dente humano.

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Por outro lado, Savariz et al. (2005) fizeram uma comparação entre esmalte

e dentina humana e bovina no que se refere à resistência ao cisalhamento e

verificaram que as médias no esmalte foram semelhantes, enquanto que na

dentina bovina a média foi superior (5,940MPa) à média da dentina humana

(2,50MPa) sugerindo que a dentina bovina não seria uma substituta para a

humana em testes de adesividade.

Ainda segundo Ten Cate (2001), a adesão à dentina dos materiais

resinosos é motivada, em parte, pelo fato de que um terço da força de adesão é

atribuído à infiltração do material resinoso nos túbulos dentinários, embora este

fato dependa da variação em relação à anatomia dos túbulos e seu conteúdo.

Analisando o quadro 1, nota-se que há valores discrepantes entre as várias

amostras. No grupo 1, o valor máximo foi de 6,794MPa e o mínimo de 1,132MPa.

No grupo 2, o valor máximo foi de 7,237MPa e o mínimo de 1,182MPa.

A explicação para esta diferença entre os valores máximo e mínimo num

mesmo grupo pode ser encontrada em Conceição et al. (2000), segundo os quais

esses valores discrepantes podem ocorrer pela falta de habilidade do profissional

(no caso, acadêmicos de graduação) ao confeccionar os corpos-de-prova o que

limita o desempenho dos materiais de união e restauradores causando, muitas

vezes, falhas na união e alterando os resultados dos testes.

A mesma explicação foi relatada por Miyazaki et al. (2000) quando

verificaram que, com os corpos-de-prova confeccionados por profissionais com

larga experiência, em comparação com outros com menor experiência (protéticos

dentais e estudantes de graduação) foram conseguidos melhores resultados.

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Da mesma maneira, Yamamoto et al. (2006) realizaram uma pesquisa em

que foram confeccionados, em manequins, preparos para prótese fixa por dez

dentistas, cinco com mais de cinco anos de experiência e cinco alunos do último

ano de graduação, com o uso de técnicas diferenciadas. Concluíram que a

experiência do operador pode influenciar diretamente nos resultados obtidos em

uma das técnicas empregadas.

Outra provável razão para ocorrência de valores discrepantes é a

dificuldade em se padronizar a quantidade de desgaste para se atingir a dentina

superficial e a profunda. No caso da dentina profunda, foi mais fácil obter um

padrão de desgaste, pois a dentina utilizada estava exposta diretamente na

câmara pulpar. Já a dentina superficial foi mais difícil de padronizar em todas as

amostras, pois não foi possível saber ao certo se a quantidade de desgaste feita

no esmalte foi suficiente apenas para expor a dentina superficial próxima ao

esmalte (com túbulos dentinários no seu diâmetro máximo e em maior número) ou

se o desgaste foi mais profundo (com túbulos dentinários com diâmetro um pouco

menor e em menor número.)

Ao analisar a tabela 1 que apresenta os valores médios de resistência ao

cisalhamento de um sistema de união em dentina bovina superficial e profunda,

nota-se que a dentina bovina profunda que apresenta túbulos dentinários de

menor diâmetro e em menor número apresentou valor maior. Pelo fato de ter

menos túbulos e de menor diâmetro esta região apresenta uma área maior de

dentina intertubular. Em dentina superficial ocorre o contrário: túbulos com maior

diâmetro e em maior número sendo que o resultado foi inferior ao outro grupo.

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Os mesmos resultados foram verificados por Yoshikawa et al. (1999)

testando três sistemas de união: em um deles o substrato com maior área de

dentina intertubular apresentou valor três vezes maior (41,1 para 13,7MPa); em

outro aproximadamente duas vezes maior (48,1 para 22,6MPa) e no terceiro

quase uma vez e meia maior (42,0 para 29,9MPa) comprovando que a maior

união é conseguida na dentina intertubular desmineralizada pelo condicionamento

ácido e pela aplicação do sistema de união. Em outras palavras, os autores

verificaram que as mais fracas ligações nos testes entre o material restaurador e a

dentina acontecerem na superfície dentinária com maior número de túbulos e com

maior diâmetro, concluindo que embora a formação da camada híbrida com os

tags é um importante fator necessário para a criação de uma forte união entre as

estruturas dentárias e o material adesivo, ainda mais forte é a união criada entre o

sistema de união e a dentina intertubular.

Os resultados encontrados na presente pesquisa podem ser, também,

explicados pela afirmação de Sattabanasuk et al. (2004), que para se obter uma

boa união, a penetração do agente de união e do material restaurador no interior

da dentina intertubular parece ser bem mais importante do que a penetração dos

materiais nos túbulos dentinários, formando os tags.

A dentina condicionada, desmineralizada e impregnada pelo sistema de

união constitui a chamada camada híbrida e na parte superficial da dentina bovina

(a qual possui mais e maiores túbulos dentinários) ela é atravessada por

prolongamentos de resina (tags) em cada túbulo. Tanto a dentina intertubular

desmineralizada e impregnada pelo adesivo como os tags variam com a

profundidade do corte da dentina analisada. A relativa contribuição destas duas

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estruturas para a resistência de união teve a avaliação de Pashley et al. (1995) o

qual chegou à conclusão que a dentina bovina superficial (com mais túbulos e

com maior diâmetro) deveria apresentar maior força de união quando comparada

à dentina profunda ( com menos túbulos e menor diâmetro) o que não concordava

com o que havia sido constatado até então. Teoricamente, segundo Nakabayashi

e Pashley (2000) os prolongamentos do sistema de união para o interior dos

túbulos dentinários podem ajudar na união do material restaurador à dentina se

eles estiverem firmemente unidos às paredes dentinárias dos túbulos.

Em 1995, Yoshiyama et al. compararam superfícies de dentina profunda e

superficial condicionadas e impregnadas por adesivos (camadas híbridas) e

observaram que a dentina com maior número de túbulos e com maior diâmetro

apresentavam camadas híbridas com maior espessura, fato que poderia levar a

supor que esta dentina deveria apresentar maior força de resistência ao

cisalhamento ou à tração. Os pesquisadores não chegaram à conclusão se isso

resultou de condicionamento ácido mais profundo, de maior infiltração do adesivo

no interior da dentina intertubular e dos túbulos ou expansão da camada híbrida

durante a polimerização.

Além disso, Pashley e Carvalho (1997) verificaram em dentes humanos, nos

quais a dentina superficial contém menos túbulos dentinários e, em conseqüência,

maior área de dentina intertubular, que a união do material adesivo é maior do que

na dentina profunda, com maior número de túbulos e com maior diâmetro. Como

nos dentes bovinos a área que contém menos túbulos dentinários e com menor

diâmetro e, por isso, maior quantidade de dentina intertubular é a dentina

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profunda, é essa região que apresentou valores maiores de união e resistência ao

cisalhamento.

Pode-se observar que há controvérsias quanto à formação da camada

híbrida e à sua eficiência no que se refere à resistência de união. Embora na

presente pesquisa foi verificada maior força de união em dentina com menos

túbulos dentinários e com menor diâmetro, há a necessidade de novas pesquisas

utilizando diferentes metodologias para se chegar a um consenso.

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6 CONCLUSÃO

Da análise dos resultados pode-se concluir que a dentina bovina profunda

com menor número de túbulos dentinários e com diâmetro menor e com,

conseqüente maior quantidade de dentina intertubular apresentou maior força de

resistência ao cisalhamento.

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE ODONTOLOGIA

DANIELA FERNANDES PEREIRA

FABIANE POLETO

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DE UM

SISTEMA DE UNIÃO EM DIFERENTES SUBSTRATOS

DENTINÁRIOS

Itajaí, (SC) 2007