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__________________________________________________________________ _ CURSO DO PROF. DAMÁSIO A DISTÂNCIA MÓDULO XI DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCESSO DE EXECUÇÃO

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Page 1: DAMÁSIO - Módulo XI - Direito Processual Civil - Processo de Execução

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CURSO DO PROF. DAMÁSIO A DISTÂNCIA

MÓDULO XI

DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCESSO DE EXECUÇÃO

__________________________________________________________________

Praça Almeida Júnior, 72 – Liberdade – São Paulo – SP – CEP 01510-010Tel.: (11) 3346.4600 – Fax: (11) 3277.8834 – www.damasio.com.br

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Processo de Execução

1. INTRODUÇÃO

Na execução, não há uma sentença de mérito, mas uma resposta de

mérito, ou seja, o juiz toma providência para a satisfação do pedido, que, no

processo de execução, é a satisfação do direito (crédito). A execução é,

portanto, uma ação, já que há uma resposta de mérito. Existe, portanto,

necessidade de preencher as condições da ação, a saber : possibilidade jurídica

do pedido, legitimidade de parte e interesse de agir.

Quem tem legitimidade ativa é o credor, o espólio ou herdeiros, e o

cessionário.

Para o credor efetuar a cessão de crédito, não é preciso o consentimento

do devedor. É necessário, porém, notificar o devedor sobre essa cessão de

crédito. Iniciada a execução, o credor pode ceder seu crédito. O Supremo

Tribunal Federal, porém, diz que, no processo de execução, não se aplica o art.

42 do Código de Processo Civil, porque, havendo execução de um crédito, esse

crédito pode ser cedido a terceiro; o art. 42 diz que a ação continua correndo

entre as partes originárias, contudo, o Supremo afirma que, no processo de

execução, não continua entre as partes originárias, mas sim entre o cessionário

(adquirente) e o devedor.

No processo de execução é muito comum haver litisconsórcio. Basta

que, no título executivo, haja mais de um credor ou mais de um devedor.

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Quanto à intervenção de terceiros, é impossível ocorrer no processo de

execução. O que se admite é a figura de assistência nos embargos à execução,

que têm natureza de processo de conhecimento.

O art. 570 do Código de Processo Civil trata de situações em que há

um título executivo judicial e o credor não toma a iniciativa da execução. O

devedor assume a iniciativa para que o credor seja citado e venha receber. O

artigo estabelece que o devedor assume, no processo, posição idêntica à do

exeqüente. Esse artigo permite que o devedor use o mesmo processo, os

mesmos autos em que foi condenado, para promover contra seu credor uma

ação de consignação em pagamento.

Quem tem legitimidade passiva – para figurar num processo de

execução – é o devedor que figurar como tal no título executivo.

A cessão de débito, porém, é possível, desde que com a anuência do

credor. Isso porque quem responde pelas dívidas do devedor é seu

patrimônio.

Haverá interesse de agir quando houver necessidade e adequação. A

execução será necessária quando houver um inadimplemento do devedor. Por

isso, se não houver vencido a dívida, falta interesse para a execução. A

execução é adequada pela existência de um título executivo.

O art. 592 do Código de Processo Civil permite que a execução atinja

bens de terceiros, que não os do devedor, desde que os terceiros tenham

responsabilidade patrimonial. Ex.: bens da esposa, desde que a dívida reverta

em proveito do casal.

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2. REQUISITOS DO PROCESSO DE EXECUÇÃO

Para uma execução, é necessário o preenchimento de dois requisitos

essenciais: o inadimplemento do devedor e a existência de um título executivo.

No processo de execução, parte-se do princípio de que já se sabe quem

está com a razão, visto que o autor possui um título executivo judicial, que se

caracteriza por um sentença, ou um título executivo extrajudicial. Esses títulos

executivos só podem ser criados por lei, ou seja, o rol enumerado nos arts. 584

e 585 do Código de Processo Civil é taxativo (numerus clausus).

O título executivo contém uma obrigação, que se reveste de atributos de

liquidez, certeza e exigibilidade.

Liquidez consiste na determinação ou determinabilidade do quantum

debeatur (quantidade devida ao credor), a partir dos elementos contidos no

título. Um título tem liquidez quando, a partir dele próprio, se chega ao valor

devido ao credor.

Exigibilidade decorre do alcance do termo da obrigação. O cheque é uma

ordem de pagamento à vista.

Certeza consiste na determinação do objeto do direito a ser satisfeito.

A execução tem que ser feita no documento original, exceto no caso de o

título fazer parte de um processo criminal, quando a jurisprudência admite

cópia autenticada. Ex.: ladrão que rouba cheque e é pego. O cheque deve ser

juntado ao processo-crime.

Outra exceção é o caso das apólices de seguro, que podem ser

executadas por meio de cópias autenticadas.

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2.1. Títulos Executivos Judiciais

O primeiro título é a sentença civil condenatória. Vale lembrar que essa

sentença não precisa transitar em julgado para que se possa iniciar a execução,

bastando apenas que não caibam mais recursos dotados de efeito suspensivo;

O segundo título é a sentença penal condenatória transitada em julgado.

Essa, sim, precisa transitar em julgado, como o próprio nome já diz, para que

se possa iniciar a execução. A razão para esse trânsito é a obediência ao

Princípio da Presunção de Inocência.

A sentença penal condenatória transitada em julgado, porém, apesar de

funcionar como título executivo, necessita da liquidação, visto que essa

espécie de sentença não trata do montante do prejuízo sofrido pela vítima e,

mesmo que quisesse, não poderia fazê-lo, em função da falta de participação

da própria vítima no processo criminal.

Exemplos:

a) Atropelamento

De um atropelamento resultam dois tipos de ação: penal e civil.

Imaginemos que as duas foram propostas. Podem ocorrer, entre outras,

duas situações:

A ação penal foi julgada improcedente por falta de provas e, nesse

caso, a ação civil pode perfeitamente prosseguir;

A segunda situação possível é a ação penal ser julgada procedente.

Nesse caso, a ação civil perde seu interesse jurídico, visto que a

condenação penal transitada em julgado já é um título executivo. O

juiz, dessa forma, teria que extinguir a ação civil por falta de

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interesse superveniente. Vale ressaltar que as custas ficariam a cargo

do réu, visto já ter sido apurada sua responsabilidade penal.

Encontramos exceção quando a ação estiver bem adiantada, já na fase

de avaliação do quantum debeatur, perfazendo uma perícia bastante onerosa,

por exemplo. Nessa situação, o juiz não extinguiria a ação civil, mas também

não mais falaria sobre a culpa do réu (visto já ter sido condenado

penalmente), trataria apenas da liquidação do prejuízo.

b) Duas ações: uma penal e uma civil

A ação civil foi julgada improcedente e transitou em julgado por

incompetência do advogado. A ação penal condena o réu. Nesse caso, pode a

vítima, que perdeu a ação no âmbito civil, usar a sentença penal como título

executivo? A opinião do STJ é que a vítima não pode usar a sentença penal

condenatória– mesmo após o trânsito em julgado– como título executivo,

visto que na esfera cível prevalecem as sentenças cíveis, o mesmo

acontecendo na esfera penal. Uma única saída talvez fosse possível nessa

situação: a ação rescisória com a finalidade de anular a ação civil.

O terceiro título é a sentença arbitral, que é tratada na nova Lei de

Arbitragem, que prevê que não há necessidade de ser homologada pelo juiz.

Mesmo assim, está no rol dos títulos executivos judiciais, portanto, é um

título executivo judicial que não provém de um juiz.

O quarto título é a sentença de acordo. Quando o juiz homologa um

acordo, isso implica extinção do processo com julgamento de mérito. Não é a

homologação judicial que atribui eficácia ao acordo, pois o que vale é a

manifestação de vontade das partes, já que depende disso. Depois de feito o

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acordo e antes de homologado, portanto, a parte não pode desistir sem a

anuência da outra parte.

O quinto título é a sentença estrangeira. Sobre esse título, vale dizer que é

necessária a homologação da sentença pelo Supremo Tribunal Federal.

O sexto título é o formal e a certidão de partilha, expedido após o

inventário ou arrolamento. Aquilo que consta do formal de partilha vale como

título executivo. A decisão do juiz, que defere a tutela antecipada, vale como

título executivo judicial, pois já pode ser executada, mesmo que

provisoriamente. O rol legal de títulos executivos é taxativo e, como a tutela

antecipada foi criada por lei, não fere a taxatividade.

2.2. Títulos Executivos Extrajudiciais

Têm previsão no art. 585 do Código de Processo Civil (cheque, nota

promissória, duplicata, letra de câmbio...)

Quanto ao cheque, só é possível fazer a execução enquanto não estiver

prescrito, podendo ser cobrado, quando assim estiver, por ação de cobrança ou

ação monitória.

A duplicata é um título causal, ou seja, só pode ser emitido com base em

uma determinada coisa (como a venda mercantil ou uma prestação de

serviços). Se ela for aceita (aceite do devedor), por si só já é suficiente para a

execução. Se não aceita, poderá ser executada, se vier acompanhada de dois

documentos – nota fiscal, com respectivo comprovante de entrega de

mercadoria ou prestação do serviço, e o instrumento de protesto.

A escritura pública e o instrumento particular, feito pelo devedor e

assinado por duas testemunhas, também são títulos executivos extrajudiciais.6/12

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A lei considera título executivo o acordo firmado por duas pessoas e

assinado por seus advogados.

O contrato de locação tem validade de título executivo extrajudicial. Não

é preciso estar assinado por duas testemunhas.

O boleto de cobrança de condomínio não é título executivo extrajudicial

e, portanto, para ser cobrado, deve ser acionado em ação de cobrança, não em

execução direta.

3. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA

A execução pressupõe título executivo que seja líquido e, portanto, pode

ser precedida de um processo de liquidação.

A liquidação será necessária quando houver condenação genérica (é

aquela que não estabelece o quantum debeatur ou não individualiza a coisa

objeto da obrigação).

A liquidação, assim, é objeto de um novo processo, que complementa o

processo de conhecimento e prepara o processo de execução. Pode ter duas

formas, segundo o Código de Processo Civil: por artigos e por arbitramento.

Com a nova redação do art. 604 do Código de Processo Civil , foi

suprimida a liquidação por cálculos do contador; se a apuração do crédito

depender de uma operação aritmética, o credor deve apresentar uma memória

do cálculo e desde logo promover a execução.

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Para se opor a esse cálculo, o devedor se utiliza dos embargos do devedor.

Parte da doutrina entende que esse dispositivo (art. 604 do CPC) não se

aplica à Fazenda Pública, porque ele faz menção à execução por penhora, e a

execução da Fazenda Pública tem seu regime especial. Ressalta-se, também, a

indisponibilidade do interesse público.

A posição que admite a aplicação do dispositivo considera, inclusive,

que os embargos da Fazenda não estão sujeitos à prévia garantia do Juízo.

O art. 604 é inaplicável, em se tratando de pensão alimentícia, quer pela

indisponibilidade, quer pelo fato de a prisão poder ser decretada. Na execução

de pensão alimentícia, a prisão é uma das formas, e, além disso, quando o

devedor é citado para pagar sob pena de prisão, a ele é dado justificar as

razões, quer já tenha pagado ou haja impossibilidade de fazê-lo.

A supressão da liquidação por cálculo do contador não impede que o juiz

se valha do seu auxiliar da Justiça, que é a Contadoria.

Liquidação por artigos: tem lugar quando é preciso alegar e provar

fato novo, para se chegar ao quantum debeatur. Sempre que houver

insuficiência de provas na liquidação por artigos, a sentença será de extinção

sem julgamento de mérito (diferente do processo de conhecimento, em que a

sentença será de improcedência).

Liquidação por arbitramento: não há necessidade de se alegar fato

novo, mas apenas de quantificar o que já está expresso, em termos qualitativos,

pela sentença. Ex.: alguém danificou determinado bem da pessoa. É preciso,

apenas, determinar o valor da indenização. Para isso a lei estabelece que o juiz

se valha de um perito.

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Tanto na liquidação por artigos quanto na liquidação por arbitramento,

teoricamente, é possível chegar à liquidação zero, ou seja, apesar de

reconhecido o dever de pagar, em concreto a obrigação não tem valor.

A sentença que a decretar é uma sentença de mérito e, como tal, fará coisa

julgada material. Para outra parte da doutrina, se o autor não provar, na liquidação,

o quantum debeatur, ele pode promover outra liquidação para prová-lo.

O processo de liquidação finda por sentença, que é apelável, sendo

recebida somente no efeito devolutivo.

Não se confunde sentença de liquidação, que é apelável, com decisões

sobre atualizações de valores, que são agraváveis.

Na liquidação, é vedado discutir novamente a lide. É a regra da

fidelidade da liquidação ao título executivo (art. 610 do CPC).

A liquidação precisa respeitar a coisa julgada e a eficácia preclusiva da

coisa julgada.

4. RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL

Inicialmente, é necessário distinguirmos débito de responsabilidade.

No débito, o sujeito deve, sendo ele o titular da obrigação de pagar. Na

responsabilidade, a pessoa responde, com o seu patrimônio, pelo

pagamento do débito.

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Em 99% das vezes, quem possui o débito possui também a

responsabilidade, porém, em 1% dos casos ocorre de a pessoa ter o débito,

mas não ter a responsabilidade. Ex.: devedor de jogo – a pessoa tem o débito,

mas não existe uma forma de acioná-lo judicialmente, visto que o objeto é

ilícito, causando a carência da ação. Outro exemplo é a dívida prescrita.

Outra situação se dá quando a pessoa não tem o débito, mas tem a

responsabilidade. Ex.: fiança – contrato pelo qual alguém sujeita seu

patrimônio a uma dívida que não é sua.

Para a execução, só pode ser sujeito passivo quem tem o débito, porém,

a execução admite que a ação recaia sobre o patrimônio de quem tem a

responsabilidade, mesmo que essa pessoa não seja o titular do débito. Ex.:

empresa fantasma – o sócio abre uma empresa com amigos e faz empréstimos

em um determinado banco em nome da empresa, não investindo o dinheiro,

adquirido pelos empréstimos, na empresa, apesar de o empréstimo ter esta

finalidade. Quando da execução, o juiz percebe que a empresa não possui

nada em seu nome e desconfia da fraude. O juiz pode decretar a

desconsideração da personalidade jurídica da empresa e penhorar os bens dos

sócios, mesmo que eles não integrem o pólo passivo da relação jurídica

(banco x empresa). Caso os sócios queiram contestar essa decisão do juiz,

podem opor embargos de terceiros (seria esse o recurso, pelo fato de os sócios

não fazerem parte do pólo passivo da relação), argumentando a inexistência

de fraude na relação, o que obrigaria o juiz a se estender um pouco mais no

estudo da eventual fraude.

Indaga-se: um dos cônjuges contrai uma dívida (emite uma promissória)

sem a assinatura do título pelo outro cônjuge. Nesse caso, o cônjuge que não

assinou o título responde pela dívida contraída pelo outro? Depende. Se a

dívida beneficiar apenas o cônjuge que contraiu a dívida, o outro não

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responderá. Por outro lado, se a dívida contraída pelo cônjuge for revertida

em proveito da família, então o outro responderá por ela também, e aqui

encontramos uma presunção relativa de que qualquer dívida, contraída por um

dos cônjuges, beneficia aos dois. Nesse caso, o outro cônjuge tem que provar

que não adquiriu nenhum benefício proveniente da dívida, ou seja, o ônus da

prova é do cônjuge que não contraiu dívida nenhuma. Existem duas exceções

a essa regra. Importante ressaltar que as regras dispostas a seguir valem para

qualquer regime de bens:

Dívida de aval: se um dos cônjuges der o seu aval, apenas os bens

dele respondem pela obrigação assumida. Diferentemente da fiança,

que obriga a existência da outorga uxória.

Dívida decorrente de ato ilícito.

Conforme jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, no caso de

um dos cônjuges ser acionado pelo banco, o outro cônjuge, apesar de não ser

devedor, pode escolher qual embargo prefere opor: se embargos de devedor

(caso queira discutir a dívida) ou embargos de terceiro (caso queira livrar os

seus bens). No caso do cônjuge preferir opor embargos de devedor, surge uma

situação de legitimação extraordinária ou substituição processual oriunda da

jurisprudência, não da lei, que é a regra.

Existem duas formas para calcular a meação:

Soma de todos os bens em dinheiro e divisão pela metade.

Cálculo global: calcula-se bem a bem, dividindo-se o valor de cada um

pela metade.

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O cálculo admitido pela doutrina e a jurisprudência é o global.

No caso de dívida contraída por um cônjuge, que não reverteu para a

família, o bem vai inteiro a hasta pública e a metade é devolvida ao outro

cônjuge, sem prejuízo. Nesse caso, quando a penhora recair sobre bem

imóvel, o outro cônjuge tem que ser citado– ato que abre o prazo para o outro

cônjuge opor embargos de terceiro.

Outra situação interessante sobre responsabilidade patrimonial é a

fraude na execução, que ocorre quando a pessoa do devedor vende bens e fica

insolvente. A fraude aqui é mais grave, porque já existe a demanda contra ele.

Para a caracterização da fraude na execução, é necessário o preenchimento

de dois requisitos: alienação de bens e insolvência na execução. Para que haja

esse tipo de fraude, é preciso que o devedor efetue a alienação dos bens a partir

da citação do processo de conhecimento; mas o juiz do conhecimento não pode

decretar a citada fraude, visto que o devedor pode repor o bem que alienou. A

fraude à execução só pode ser decretada na fase de execução, quando finda a

possibilidade de o devedor voltar a ser solvente.

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