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    SNPTEESEMINRIO NACIONALDE PRODUO E

    TRANSMISSO DEENERGIA ELTRICA

    GLT 01

    14 a 17 Outubro de 2007Rio de Janeiro - RJ

    GRUPO IIIGRUPO DE LINHAS DE TRANSMISSO GLT

    LT 500 kV INTERLIGAO NORTE / SUL III TRECHO 2SOLUO ESTRUTURAL COM TORRE ESTAIADA MONOMASTRO E FEIXE EXPANDIDO

    Vanderlei Guimares Machado (*) Antnio Pessoa Neto Filipe Guerra SoaresJos Henrique Machado Fernandes Ruy Barbosa Pinto Jr Paulo Ricardo R. Liberato SilvaMarcos Csar de Arajo Reynaldo Castriota de MelloMrio Noboru Takai Srio Jos Ferreira

    Ricardo Alexandrino Vasconcelos

    ELETRONORTE CHESF ENGETOWER ENGENHARIA

    RESUMO

    O atual ambiente no setor eltrico brasileiro, com a abertura legal para os empreendimentos privados e, emparticular, com a implantao da sistemtica dos leiles para a definio dos concessionrios das linhas detransmisso a serem construdas, vem promovendo uma saudvel competio entre as empresas de engenhariadesse setor, pelo desenvolvimento de solues de projeto que, incorporando inovaes tecnolgicas, mostrem-seeconomicamente vantajosas quanto aos desempenhos eltrico, mecnico e estrutural.

    Neste contexto, as empresas ELETRONORTE, CHESF e ENGETOWER desenvolveram estudos para utilizao

    de estrutura estaiada monomastro cara de gato com feixe expandido na LT 500 kV Interligao Norte / Sul III Trecho 2, com 525 km de extenso, concesso da empresa INTESA Integrao transmissora de Energia S.A.,sociedade formada pelas empresas Eletronorte, Chesf, Engevix e Fundo de Invest. Part. Brasil Energia, vencedorade leilo da ANEEL realizado no final de 2005.

    O presente informe tcnico descreve aspectos eltricos, mecnicos e estruturais desta soluo de projeto eapresenta alguns resultados comparativos do estudo de otimizao com a soluo estaiada V com feixeexpandido e a soluo Cross-rope equivalentes.

    PALAVRAS-CHAVE

    Linha de Transmisso; Torre Estaiada Monomastro; Torre Estaiada V; Torre Estaiada Cross-Rope; LPNE; FeixeExpandido; Compactao; Reatncias Srie; Capacidade; SIL.

    1.0 - INTRODUO

    O princpio de compactao de fases em linhas de transmisso para reduzir as reatncias srie, elevando suascapacidades de transporte de energia, tornou-se prtica usual no mbito do setor eltrico brasileiro, tendo em vistaos ganhos econmicos que propicia. Esse princpio requereu diversos estudos eltricos quanto a desempenho,coordenao de isolamento, principalmente no que se refere s distncias fase-fase, campos eletromagnticos,segurana, manuteno, etc., os quais indicaram que a compactao das fases no formato tringulo em deltaseria um timo modelo a ser perseguido.

    Com base neste princpio, na dcada de 80 a ELETRONORTE desenvolveu, para as linhas de transmisso em500 kV da UHE TUCURU, projeto de estrutura autoportante compacta tipo raquete com disposio triangular tipodelta de fases, espaadas horizontalmente de 4.50 m e verticalmente de 4.0 m e feixes simtricos com 4 sub-condutores 954 MCM RAIL espaados de 457 mm [1], [2]. Naquela ocasio, com a utilizao desta soluocompacta obteve-se ganhos eltricos da ordem de at 20% na capacidade de transmisso das linhas (SIL -

    potncia natural da ordem de 1200 MW) comparativamente das linhas congneres de mesma tenso. Os

    (*) SCN Quadra 06 Conj. A Bloco B Sala 816 Supercenter Venncio 3000 ELETRONORTE

    Fone + 55 0XX 61 429 6334 E-mail: [email protected] 70.718-900 Braslia DF Brasil

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    resultados de desempenho obtidos do pontode vista eltrico, mecnico e estrutural foramplenamente satisfatrios e vrias LTs foramconstrudas com esta soluo. A Figura 1apresenta a configurao eltrica da torreraquete tipo sS.

    Em meados da dcada de 90, com o

    desenvolvimento dos conceitos de LPNE Linha de Potncia Natural Elevada [5] [7],verificou-se que a expanso dos feixesatravs do aumento de espaamento dos sub-condutores, associada ou no compactaodas fases, resultaria em uma configuraobastante eficaz no sentido de aumento dacapacidade de transmisso da linha. Comisso, a CHESF desenvolveu soluo estruturalestaiada V (Torre VX) com disposiohorizontal de fases, utilizando o conceito deexpanso de feixe no associado compactao de fases. Foi entodesenvolvida estrutura com fases espaadashorizontalmente de 11.0 m, feixes laterais emformato trapezoidal assimtricos com 4 sub-condutores 954 MCM RAIL espaados de at1410 mm e feixe central retangular simtricoespaado de at 890 mm, resultando SIL de1200 MW. No final da dcada de 90 foiconstruda a LT 500 kV Presidente Dutra /Teresina / Sobral / Fortaleza com esta soluo

    e os resultados de desempenho obtidos do ponto de vista eltrico, mecnico e estrutural foram tambmplenamente satisfatrios. A Figura 3 apresenta a silhueta tpica da torre estaiada VX.

    FIGURA 1: Configurao eltrica da torre tipo sS

    No final da dcada de 90, tendoem vista a previso de grandeslinhas de transmisso a seremimplantadas na regio Norte dentro

    do programa bsico estabelecidopelo antigo GCPS, aELETRONORTE resolveudesenvolver soluo estaiadacompacta com elevada capacidadede transmisso [6]. Foi entodesenvolvida soluo estrutural dotipo CCRS Compact Cross-RopeSuspension (Torre CR52) comfases espaadas horizontalmentede 5.5 m e verticalmente deaproximadamente 0.78 m e feixessimtricos com 4 sub-condutores954 MCM RAIL espaados de 457

    mm, resultando SIL de 1200 MW.No incio desta dcada, a empresaTBE Transmissora Brasileira deEnergia construiu a LT 500 kVTucuru / Vila do Conde com estasoluo estrutural e os resultadosde desempenho obtidos do pontode vista eltrico, mecnico eestrutural foram tambmplenamente satisfatrios. A Figura2 apresenta a silhueta tpica datorre Cross-Rope CR52.

    FIGURA 2: Torre estaiada Cross-Rope tipo CR52

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    Neste contexto, tentando-se aliarmaior eficincia na transmisso,atravs do uso associado dosconceitos de expanso de feixes ecompactao de fases, comganhos no custo das estruturas eotimizao da relao potnciatransmitida por tonelada de

    material utilizado, decidiu-seestudar para a LT 500 kV Norte /Sul III Trecho 2 soluo deprojeto com torre estaiadamonomastro cara-de-gato quepudesse resultar em vantagemeconmica em relao ssolues existentes jimplantadas com sucesso nosistema eltrico nacional.

    A soluo para o projeto da torremonomastro consistiu emconceber uma geometria decabea com expanso de feixesde tal maneira que a reatncia desequncia positiva ficasse similar da torre de referncia (torreraquete com x = 0,266596 /km).Alm disso, o SIL deveria serprximo a 1200 MW.

    A expanso de fasesnormalmente requer estruturascom janelas e cabeasmaiores, devido verificao debalanos e clearance com osfeixes expandidos. Os aumentosde dimenses das cabeas,

    provenientes da expanso dosfeixes, reduzem a compactaodas fases e aumentam as alturase pesos das estruturas. A soluotima, com a maior potnciapossvel e configurao estruturalmais econmica, pode serconseguida atravs de estudositerativos nos quais se consideram

    vrios arranjos de fases e feixes, e para cada um desses arranjos, a geometria estrutural mais adequada do pontode vista eltrico e estrutural. Aps vrios estudos de otimizao, chegou-se a uma disposio triangular tipo deltapara as fases, espaadas horizontalmente de 7300 mm e verticalmente de 7500 mm e feixes simtricos com 4sub-condutores 954 MCM RAIL espaados de 950 mm, resultando reatncia de sequncia positiva x+= 0,265043/km e SIL = 1211,4 MW. A Figura 4 apresenta a silhueta final da torre estaiada monomastro tipo SEQ1.

    FIGURA 3: Torre estaiada V tipo VX

    Os estudos de mapeamento dos fenmenos eletromagnticos foram realizados com programas do CEPEL(DESCOR, ELESTAT e CAMPMAG), que concluram pela viabilidade da soluo estrutural dentro dos critriosexigidos.

    2.0 - CARACTERSTICAS DO PROJETO

    A seguir apresentam-se as principais caractersticas relativas aos aspectos eltricos, mecnicos, estruturais e deconstruo da soluo de projeto e alguns resultados comparativos do estudo de otimizao com a soluoestaiada V (torre VX) com feixe expandido e a soluo Cross-rope (torre CR52) equivalentes.

    2.1 Aspectos Eltricos

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    2.1.1 Principais Caractersticas Eltricas

    Os estudos eltricos desenvolvidostiveram por objetivo calcular osparmetros eltricos, efetuar acoordenao dos isolamentos, calcularo desempenho quanto a descargasatmosfricas e mapear os fenmenos

    eletromagnticos de modo que a novaestrutura atendesse a todas asespecificaes do edital da ANEEL.

    Os estudos de coordenao deisolamento definiram as distnciaseltricas e os resultados dos estudosdos fenmenos eletromagnticos foramutilizados para definir a faixa deservido da LT sob o ponto de vistaeltrico. Os critrios observados so osda Norma Brasileira NBR 5422 [9], doseditais de licitao da ANEEL e doInternational Commission on Non-Ionizing Radiation Protection ICNIRP -1998 (aceitos pela OMS OrganizaoMundial da Sade).

    Os resultados dos clculos dedesempenho da LT quanto a DescargasAtmosfricas mostraram que a mesmater desempenho satisfatrio com ndicede desligamentos da ordem de 0.5desligamento / 100 km x ano.

    Os parmetros eltricos foramcalculados considerando-se cabos pra-raios EHS 3/8 e resistividade do solo de

    1000 ..m. Estes parmetros estoapresentados na Tabela I.

    A reatncia da linha com torremonomastro, para a soluo final, tevediferena inferior a 0,6% em relao da linha com torre raquete, o que nofaz diferena para o sistema, e o SILobtido foi superior em 1,16%.

    A Figura 5 apresenta o mapeamentodos campos eltricos (CE) calculadosnuma semi-reta perpendicular ao eixoda LT, referenciado ao meio do vo(ponto de flecha mxima e distncia

    mnima dos condutores ao solo), a 1 mdo solo. O critrio da Norma Brasileira

    NBR 5422 estabelece, para CE, o valor mximo de 5 kV/m no limite da faixa de servido. Esse critrio pelaICNIRP de 4,17 kV/m.

    FIGURA 4: Torre estaiada monomastro tipo SEQ1

    O mapeamento do CE da Figura 5 mostra que a 21.0 m o nvel de CE de 3,84 kV/m e que a 30.0 m de 1,51kV/m. Sendo assim, faixa de servido de 42.0 m j suficiente para atender o critrio limite de CE tanto da NBR5422 quanto da ICNIRP.

    Como o critrio mecnico estabelece como largura de faixa mnima o valor de 60.0 m, o critrio de CE tambmest atendido.

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    TABELA I: Parmetros Eltricos - resistncia = r, reatncia = x, susceptncia = b

    Parmetro p/ LT 500kV

    Torreraquete

    compactatipo sS

    Torreestaiada

    feixeexpandido

    tipo VX

    Torreestaiada

    compactacross-ropetipo CR52

    Torreestaiada

    monomastrofeixe

    expandidotipo SEQ1

    r+( /km) 0.0178596 0.0181070 0.0179014 0.0181591

    x+( /km) 0.2665960 0.2687800 0.2672240 0.2650430

    b+( /km) 6.11665E-06 6.22798E-06 6.15712E-06 6.22352E-06

    SIL (MW) 1197.5 1203.4 1200.0 1211.4

    Seqnciapositiva

    x 0.00% 0.82% 0.24% -0.58%

    0 0.393408 0.388798 0.379166 0.396083

    0zero

    r /km)(

    x /km) 1.450140 1.301470 1.465280 1.331000(Seqncia

    b0 /km) 2.7201E-06 3.6762E-06 2.4505E-06 3.2932E-06(

    A Figura 6 apresenta o mapeamento dos campos mag ticos (CM). O valor mximo do CM encontrado den0,6208 G que inferior ao critrio limite de 0,833 G (83,3 T) da ICNIRP.

    FIGURA 5 Campo Eltrico FIGURA 6 Campo Magntico

    Figura 7 apresenta o perfil de RIV para tempo bom. O critrio sinal/rudo (S/R) de 24 dB/1V/m para tempo

    Figura 8 apresenta o perfil de rudo audvel (RA) com precipitao abaixo de 0,089 mm/h. A 13.0 m do eixo da

    Abom. Como os sinais de comunicao para a regio apresentam magnitudes superiores a 66 dB/1V/m, o RIVdever ser inferior a 42 dB/1V/m no limite da faixa de servido (66.0 24.0 = 42.0). A 27.0 m do eixo da LT o RIV de 41,813 dB/1V/m e, portanto, uma faixa de 54.0 m atenderia ao critrio de RIV, valor este inferior ao docritrio mecnico (60.0 m).

    ALT o RA de 57,898 dB (A) que inferior ao critrio limite de 58 dB (A).

    FIGURA 7 Perfil de RIV (tempo bom) FIGURA 8 Rudo Audvel

    s critrios limites de RIV (42 dB/1V/m) e de Rudo Audvel [58 dB(A)], no limite da faixa, requerem faixa deOservido mnima de 54.0 m.

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    Os fenmenos de CamposEletromagnticos, portanto, requerem faixade servido mnima de 54.0 m para a LT,que inferior faixa 60 m definida porcritrios mecnicos. Sendo assim, oscritrios mecnicos foram determinantespara a definio da faixa de servido da LT500 kV com Torre Monomastro Estaiada e

    Feixe Expandido e Simtrico de 950 mm.2.1.2 Cadeias de Isoladores

    A Figura 9 apresenta o arranjo da cadeiade isoladores de suspenso I com feixeexpandido utilizada na torre tipo SEQ1. Oarranjo composto de 22 isoladores devidro e foi dimensionado para carga de 160kN.

    2.2 Aspectos Mecnicos

    A segurana do projeto mecnicoestrutural da LT foi estabelecida com baseem critrios probabilsticos, considerando-se as recomendaes da IEC 60826 [10],critrios de confiabilidade exigidos noseditais da ANEEL, critrios de projetoespecficos da ELETRONORTE e CHESFempregados em LTs similares j

    implantadas na regio e estudos estatsticos de dados climatolgicos elaborados para o local da LT.

    FIGURA 9 Cadeia de Isoladores tipo I

    Estudos estatsticos de vento para a regio da LT indicaram o valor de 21.6 m/s para a Velocidade de Vento deReferncia (VR), definida como sendo a velocidade de vento que ocorre a 10.0 m sobre o nvel do terreno, emlugar aberto, plano e com poucos obstculos (Rugosidade B), com perodo de integrao de 10 minutos e para umperodo de retorno T = 50 anos. Considerando-se nvel de confiabilidade mnimo para perodo de retorno do ventode 250 anos, conforme especificado pelos editais da ANEEL, obteve-se Velocidade de Referncia correspondentede 25.2 m/s.

    Adicionalmente, foram introduzidos carregamentos para atuao de ventos de tormentas eltricas (TS Thunderstorms) conforme exigncias da ANEEL, considerando-se o seguinte critrio:Velocidade de vento 20% maior que aquela correspondente rajada de 3 segundos da Velocidade de Vento de

    Referncia para T = 250 anos, constante com a altura, atuando integralmente sobre a estrutura e sobre 25% dovo mdio. A velocidade de vento de alta intensidade atuante, resultante deste critrio, foi de 40.9 m/s.

    A Tabela II apresenta os valores das presses de vento finais adotadas no projeto, para vo bsico de 500 m,altura mdia do cabo condutor de 22.0 m e do cabo pra-raios de 33.0 m.

    TABELA II Presses de Vento de Projeto

    Vento Elemento Presso final de vento (kgf/m)

    Condutor 85.04

    Pra-raios 91.05ExtremoEstrutura 84.30(H/10)0.149

    Condutor

    Pra-raiosTormentas Eltricas

    Estrutura

    131.10

    2.3 Aspectos Estruturais

    Nos estudos para definio da configurao da cabea da estrutura foram tambm feitos comparativoseconmicos entre a utilizao de cadeias III e IVI. Foram, ento, elaborados estudos de otimizao de custos maisprecisos para a estrutura monomastro com estas cadeias, neles includa a diferena de custos entre ambas asconfiguraes. Foram estudadas alternativas de estruturas com cadeias III com pequeno ngulo de aplicao e

    estrutura com cadeia IVI e ngulo de aplicao at 3. A soluo com cadeias III se mostrou mais econmica,

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    sendo desenvolvida uma estrutura estaiada monomastro tpica com cadeias III para aplicao em ngulos at0.5, tipo SEQ1, utilizada em aproximadamente 78% da LT,e outra com cadeias IVI para aplicao em ngulosat 3, tipo SEQ2, utilizada em 4% da LT. A tabela III apresenta as condies de aplicao das estruturasestaiadas SEQ1 e SEQ2 desenvolvidas.

    TABELA III Aplicao Torres Estaiadas SEQ1 e SEQ2

    Torre Tipo Cadeias ngulo Vo Mdio (m) Vo Gravante (m)

    SEQ1 III

    0

    0.5

    535

    515 700 (condutor) e 750 (pra-raios)

    SEQ2 IVI03

    535430

    700 (condutor) e 750 (pra-raios)

    O projeto estrutural foi elaborado aplicando-se a metodologia dos estados limites ltimos. As hipteses de cargasforam estabelecidas segundo critrios indicados na IEC 60826 [10], considerando-se adicionalmente aquelasprovenientes de ventos de alta intensidade oriundos de tormentas eltricas. Devido ao comportamento estruturaldiferenciado da torre estaiada monomastro, foram para ela tambm verificadas hipteses com vento extremomximo atuando nos cabos e na parte acima dos estais e vento reduzido atuando na parte inferior, bem comohipteses de vento de alta intensidade atuando apenas sobre a estrutura. O dimensionamento das torres atendeuintegralmente os requisitos do Manual ANSI / ASCE 10-90 Design of Latticed Steel Transmission Structure [11]e o projeto de norma brasileira NBR 8850 - R14 [12].

    Foi realizado ensaio de carga em prottipo da torre estaiada monomastro tipo SEQ1, montada em sua maioraltura, tendo como resultado comportamento estrutural plenamente satisfatrio. A Figura 10 mostra o teste decarga.

    2.4 Aspectos de Construo

    Sob o ponto de vista construtivo, a torre monomastro estaiada tambm oferece vantagens tcnicas e econmicas.Pode ser facilmente montada, tanto por processos manuais como mecanizados, podendo inclusive ser iada porinteiro na vertical aps pr-montagem horizontal. Adicionalmente, em comparao com as estruturas estaiadas Ve Cross-Rope, sua montagem grandemente facilitada por ter mastro nico, no qual os estais j podem serdefinitivamente instalados, antes mesmo da montagem da cabea, no sendo necessria a utilizao de estaisprovisrios.

    3.0 - RESULTADOS OBTIDOS

    Nos estudos comparativos de otimizao, as trs soluesestruturais estudadas foram calculadas para as mesmascondies de aplicao e cargas utilizadas no projeto da LT,distinguindo-se apenas as alturas teis mximas especficas decada soluo, que na torre VX de 39.3 m, na torre CR52 de37.0 m e na torre SEQ1 de 40.5 m.

    Adicionalmente, os estudos comparativos consideraram apenascustos de estruturas e fundaes com as seguintes premissaspara o balizamento econmico entre as trs solues de projeto:

    Vo mdio da linha com torre estaiada V e monomastro igual a495 m e altura til para a torre de suspenso tpica de 37.0 m;Vo mdio para a linha com torre Cross-Rope igual a 470 m e

    altura til para a torre de suspenso tpica de 35.5 m;Desprezadas diferenas de custos de ferragens das cadeias de

    suspenso; As ferragens para feixe expandido tm preosligeiramente superiores aos das ferragens com feixes normais,porm no necessitam de elementos adicionais para fixaodas cadeias ao cabo de suspenso como na estrutura Cross-Rope;

    Desprezadas diferenas de custos de amortecimento e deespaadores;FIGURA 10 Teste da Torre Tipo SEQ1

    Desprezadas diferenas de custos de faixa de passagem,apesar da soluo estaiada V exigir estruturalmente (abertura dos estais) faixa mnima de 43.5 m, a soluomonomastro de 54.9 m e a soluo Cross-Rope de 73.4 m;

    Considerada hiptese de ocorrncia nica de solos de melhor caracterstica de resistncia e compressibilidadeao longo da LT, apesar da soluo Cross-Rope ser penalizada em caso de ocorrncia de solos de

    caractersticas menos favorveis, por ter duas fundaes de mastro por estrutura;

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    Todas as demais torres de suspenso e de ancoragem foram consideradas iguais para as trs solues deprojeto, beneficiando a soluo Cross-Rope, que utiliza torres compactas e que so mais pesadascomparativamente s do tipo delta ou cara-de-gato equivalentes;

    Considerado custo de fornecimento de estais equivalente a duas vezes o custo de fornecimento de estruturas;Desprezadas diferenas de custos de montagem e de manuteno.

    A tabela IV apresenta os pesos de cada soluo estrutural para as alturas tpicas utilizadas no estudo deotimizao, incluindo no clculo do peso total o peso de cabo de ao de cada torre penalizado pelo maior custo de

    fornecimento (2 vezes). Observa-se nesta tabela, que a torre monomastro SEQ1 tem peso total equivalente ao datorre Cross-Rope CR52 e peso aproximadamente 10% menor que o da torre estaiada VX.

    Tabela IV Pesos das Estruturas com Cabos de Ao

    Cross-Rope CR52 Estaiada VX Monomastro SEQ1

    Cabo (kgf) 632 x 2 475 x 2 411 x 2

    Estrutura (kgf) 5727 6948 6253Hu=35,5 m

    TOTAL (kgf) 6991 7898 7075

    Cabo (kgf) 649 x 2 492 x 2 429 x 2

    Estrutura (kgf) 5895 7095 6347Hu=37,0 m

    TOTAL (kgf) 7193 8079 7205

    Os custos finais para os itens estruturas e fundaes, considerando-se que a soluo Cross-Rope exige maiornmero de estruturas por km e uma fundao adicional para mastro, indicaram vantagem para a soluomonomastro, com uma diferena de preo de aproximadamente 8% relativo soluo Cross-Rope e deaproximadamente 10% relativo soluo estaiada V.

    4.0 - CONCLUSO

    Tanto do ponto de vista tcnico como sob a tica econmica, os resultados obtidos na LT 500 kV InterligaoNorte / Sul III Trecho 2 com a utilizao de estrutura estaiada monomastro com feixe expandido foramplenamente satisfatrios. Atingiu-se a potncia natural (SIL) almejada de 1200 MW com reduo significativa decustos comparativamente s solues Cross-Rope e Estaiada V equivalentes, mostrando ser esta estrutura umasoluo de projeto adequada para aplicao nas linhas de transmisso do sistema de 500 kV da regio deatuao da ELETRONORTE e da CHESF.

    5.0 - REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    [1] Fernandes, Jos Henrique M.; Pinheiro, Ricardo P.; Nascimento, Osmar F.; Tannuri, Jos G.; Masuda,Mrio; Sato, Weide; Santos, Celso L. F. dos Torres para Linhas Compactas do Segundo Circuito 500 kVda Interligao Norte-Nordeste no Sistema Eletronorte 1aParte Estudos Eltricos VIII SNPTEE 1986;

    [2] EPRI EHV Reference Book 345 kV and Above, 1982;[3] Fernandes, Jos Henrique M.; Sganzerla, F.; Filho, Naim K.; Arimori, J. M.; Santos, C. C. X. Torre Para

    Linhas Compactas 230 kV do Sistema Mato Grosso da Eletronorte XI SNPTEE-1991;[4] Estudo de Isolamento de Estrutura Compacta Relatrio DPLS 112-90 CEPEL;[5] Regis Jr., Oswaldo; Maia, Marcelo J. A.; Neto, Antnio P. Linhas no Convencionais de Potncia Natural

    Elevada (LPNE) - Estudos Paramtricos para utilizao em 69 kV e 138 kV XII SNPTEE 1993;

    [6] Fernandes, Jos Henrique M.; Oliveira, Jaime de; Saliba, Amaury; Takai, Mrio Noboru; Guimares,Rogrio P.; Silva, Joo Batista G. F.; Menezes, Luciene O.; Amaro, Rania Carla P.; Borges, Paulo SrgioP. Estrutura Compacta Tipo Cross-Rope para Linha de Transmisso em 500 kV XVI SNPTEE 2001;

    [7] Regis Jr., Oswaldo; Dart, Fernando Chaves Desenvolvimento e Aplicao de Linhas de Transmisso deAlta Capacidade XI ERIAC 2005;

    [8] Machado, Vanderlei Guimares; Machado Jnior, Camilo; Fernandes, Jos Henrique Machado; Arajo,Marcos Csar de; Takai, Mrio Noboru; Soares, Filipe Guerra; Silva, Paulo Ricardo Ralo Liberato da; Mello,Reynaldo Castriota de; Ferreira, Srio Jos - "Desenvolvimento de Estrutura Estaiada Monomastro comFeixe Expandido para aplicao na linha de transmisso 230 kV Cuiab / Rondonpolis" - XVIII SNPTEE -2005.

    [9] ABNT NBR 5422 Projeto de Linhas Areas de Transmisso de Energia Eltrica-Brasil;[10] IEC 60826 - Loading and Strength of Overhead Transmission Line. Second edition, 1991-04;[11] ANSI/ASCE - Manual 10-90 Design of Latticed Steel Transmission Structure Edio Dezembro/1991;[12] ABNT NBR 8850-R14. Execuo de Suportes Treliados para Linhas de Transmisso, Reviso 14.