dados gerais da uniao européia

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União Europeia Francieli Sarturi, Gisele Daga e Mayling Vassoler Bedin 1 , UFFS- Universidade Federal da Fronteira Sul. Segundo Fonseca et al (2011), com o fim da bipolaridade entre o socialismo (União Soviética) e o capitalismo (Estados Unidos), após a Guerra Fria instituiu-se uma multipolaridade no que diz respeito à economia, isto é, vários países unem-se no intuito de formarem forças para garantirem suas economias. Constituem-se assim, blocos econômicos que ganham força e referência na economia, que passa a ser globalizada. Essa multipolaridade marca a lógica da Nova Ordem Mundial, que é impulsionada pelas novas tecnologias, pelo capital financeiro e pela emergência de várias potências no campo econômico, sendo que uma dessas principais potências é a União Europeia (HAESBAERT, 2006). A União Europeia (UE) é uma importante potência comercial ao nível global que concentra sua atuação econômica nos países do leste europeu. Esse bloco econômico conta com a integração de vinte e oito países, como mostra a figura a seguir. Ou seja, foi necessário agrupar algumas economias regionais com o intuito de viabilizar um maior desenvolvimento para os países membros dessa integração. Figura 1 - Países constituintes da União Europeia (UE). Fonte: Banco Central Europeu Eurosistema A organização da UE promove acordos econômicos, políticos e aduaneiros, pelos quais os cidadãos dos países membros têm a liberdade de viver, trabalhar e estudar em qualquer um dos 1 Trabalho desenvolvido como parte dos requisitos de avaliação da disciplina de Organização do Espaço Mundial, ministrada pela professora Anelise Graciele Rambo, no curso de Licenciatura em Geografia-7ª Fase. E-mails: [email protected]; [email protected]; [email protected].

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Texto com dados gerais da União Européia, elaborado pelos alunos da 7ª fase do curso de Geografia - Licenciatura, campus Chapecó/SC, sob a coordenação da Prof. Dra. ANELISE GRACIELE RAMBO, na disciplina de Organização do Espaço Mundial. Essa elaboração são resultado de pesquisas e podem servir - aos professores e alunos do Ensino Fundamental e Médio - como fonte para análises e planejamentos de aulas.

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Page 1: Dados Gerais da Uniao Européia

União Europeia

Francieli Sarturi, Gisele Daga e Mayling Vassoler Bedin1, UFFS- Universidade Federal da Fronteira Sul.

Segundo Fonseca et al (2011), com o fim da bipolaridade entre o socialismo (União

Soviética) e o capitalismo (Estados Unidos), após a Guerra Fria instituiu-se uma multipolaridade no que diz respeito à economia, isto é, vários países unem-se no intuito de formarem forças para garantirem suas economias. Constituem-se assim, blocos econômicos que ganham força e referência na economia, que passa a ser globalizada.

Essa multipolaridade marca a lógica da Nova Ordem Mundial, que é impulsionada pelas novas tecnologias, pelo capital financeiro e pela emergência de várias potências no campo econômico, sendo que uma dessas principais potências é a União Europeia (HAESBAERT, 2006).

A União Europeia (UE) é uma importante potência comercial ao nível global que concentra sua atuação econômica nos países do leste europeu. Esse bloco econômico conta com a integração de vinte e oito países, como mostra a figura a seguir. Ou seja, foi necessário agrupar algumas economias regionais com o intuito de viabilizar um maior desenvolvimento para os países membros dessa integração.

Figura 1 - Países constituintes da União Europeia (UE). Fonte: Banco Central Europeu – Eurosistema

A organização da UE promove acordos econômicos, políticos e aduaneiros, pelos quais

os cidadãos dos países membros têm a liberdade de viver, trabalhar e estudar em qualquer um dos

1Trabalho desenvolvido como parte dos requisitos de avaliação da disciplina de Organização do Espaço Mundial, ministrada pela

professora Anelise Graciele Rambo, no curso de Licenciatura em Geografia-7ª Fase. E-mails: [email protected]; [email protected]; [email protected].

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países que dos acordos.

Breve Histórico da União Europeia

O bloco surge após a II Guerra Mundial com o intuito de aproximar os países europeus e evitar mais conflitos/guerras. Em nove de maio de 1950, Robert Schuman, Ministro Francês dos Negócios Estrangeiros, apresenta um plano para uma cooperação entre países e, em dezoito de abril de 1951, seis países assinam um tratado que colocam suas indústrias de carvão e aço sob uma autoridade comum, a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço. Esta é formada pela Alemanha, França, Bélgica, Itália, Luxemburgo e Países Baixos. Em vinte e cinco de março de 1957 é assinado, em Roma, o tratado que institui a Comunidade Econômica Europeia (CEE), pela Itália, Alemanha, França, Bélgica, Luxemburgo e Países Baixos. Atualmente o bloco conta com 28 países-membro.

No que diz respeito ao mercado interno cabe ressaltar que é um mercado único baseado na livre circulação de bens, serviços, capitais e pessoas. Desse modo, promove maior integração comercial e concorrencial e procura amenizar as legislações a fim de vencer os obstáculos que impedem o desenvolvimento do mercado na economia capitalista (UNIÃO EUROPÉIA, 2013).

Sendo um território único para os membros da UE, a eliminação dos direitos aduaneiros proíbe restrições de importação e exportação entre Estados-membros, exceto em casos de risco para a saúde pública e para o ambiente. A UE representa mais de 70% da atividade econômica dos países membros e apresenta três setores principais: Bancos, Seguros e Valores imobiliários (UNIÃO EUROPÉIA, 2013).

A UE movimenta um PIB de US$ 16,4 trilhões de dólares anuais e apresenta uma participação de 20,6% no PIB mundial. Responde por 31,6% das exportações mundiais, e importa cerca US$ 5,73 trilhões de dólares, o que corresponde a 31,5% das importações mundiais.

Com base no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do ano de 2012, publicado em 2013 pelo Relatório de Desenvolvimento Humano, foi possível perceber que a União Europeia apresenta índices sociais elevados (tabela 1). A Bulgária, Estado-membro com menor IDH, fica em 57º lugar num ranking de 186 países. O país melhor colocado no último ranking do IDH publicado em 2013 são os Países Baixos em 4º lugar, e logo em seguida Alemanha, em 5º lugar. A Alemanha desponta no cenário mundial e também intrabloco. As colocações dos países da União Europeia no ranking do IDH nos revelam que as condições socioeconômicas do bloco são consideravelmente boas, principalmente se comparadas a outros países do mundo. Entretanto, se deve considerar que dados gerais sempre mascaram a realidade quando investigada mais a fundo e, que no caso da UE não é diferente, também possui desigualdades sociais no interior de seu bloco.

Além da maioria dos países do bloco apresentarem elevado IDH, o que também chama a atenção é o alto índice de expectativa de vida de alguns países. A Itália, por exemplo, apresenta expectativa de vida de 82 anos. A média de anos de estudos também é alta, principalmente nos países mais influentes da UE, como a Alemanha, que possui média de anos de estudo de 12.2, o mais alto índice entre todos os países do bloco. Vale destacar que, como a política da UE é baseada na livre circulação todos os residentes da UE, estes tem direito a estudar, trabalhar, viver ou prestar serviço num Estado Membro sem sofrer imposições.

Quando se trata do IDH sem indicadores de renda, alguns países se destacam mais como é o caso da Irlanda, que passa a ter o melhor indicador do bloco dos países da UE (OLIVEIRA, 2013). Já o IDH médio da UE é 0,862, calculado com base na média do IDH dos países membros. Abaixo é apresentado o ranking dos países membros da UE.

Tabela 1: ranking mundial do idh (2012)

Page 3: Dados Gerais da Uniao Européia

POSIÇÃO PAÍS IDH

EXPECTATIVA

DE VIDA

MÉDIA DE ANOS

DE ESTUDO ANOS ESPERADOS

DE ESCOLARIDADE RENDA NACIONAL BRUTA

PER CAPITA ($ PPC)

IDH SEM

INDICADORES

DE RENDA

4 Países Baixos 0.921 80.8 11.6 16.9 37282 0.945

5 Alemanha 0.92 80.6 12.2 16.4 35431 0.948

7 Suécia 0.916 81.6 11.7 16 36143 0.94

7 Irlanda 0.916 80.7 11.6 18.3 28671 0.96

15 Dinamarca 0.901 79 11.4 16.8 33518 0.924

17 Bélgica 0.897 80 10.9 16.4 33429 0.917

18 Áustria 0.895 81 10.8 15.3 36438 0.908

20 França 0.893 81.7 10.6 16.1 30277 0.919

21 Finlândia 0.892 80.1 10.3 16.9 32510 0.912

21 Eslovênia 0.892 79.5 11.7 16.9 23999 0.936

23 Espanha 0.885 81.6 10.4 16.4 25947 0.919

25 Itália 0.881 82 10.1 16.2 26158 0.911

26 Reino Unido 0.875 80.3 9.4 16.4 32538 0.886

26 Luxemburgo 0.875 80.1 10.1 13.5 48285 0.858

28 República Tcheca 0.873 77.8 12.3 15.3 22067 0.913

29 Grécia 0.86 80 10.1 16.3 20511 0.899

31 Chipre 0.848 79.8 9.8 14.9 23825 0.869

32 Malta 0.847 79.8 9.9 15.1 21184 0.876

33 Estônia 0.846 75 12 15.8 17402 0.892

35 Eslováquia 0.84 75.6 11.6 14.7 19696 0.872

37 Hungria 0.831 74.6 11.7 15.3 16088 0.874

39 Polônia 0.821 76.3 10 15.2 17776 0.851

41 Lituânia 0.818 76.7 8.9 12 42716 0.783

43 Portugal 0.816 79.7 7.7 16 19907 0.835

44 Letônia 0.814 73.6 11.5 14.8 14724 0.856

47 Croácia 0.805 76.8 9.8 14.1 15419 0.837

56 Romênia 0.786 74.2 10.4 14.5 11011 0.836

57 Bulgária 0.782 73.6 10.6 14 11474 0.826

Fonte: OLIVEIRA / http://blog.estadaodados.com/ranking-do-indice-de-desenvolvimento-humano-idh-2013/ Org.: Mayling V. Bedin, 2013

Educação Os cidadãos da UE e seus filhos possuem o direito de frequentar uma escola em qualquer

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país pertencente ao Bloco nas condições de cidadãos nacionais. Os estudantes são inseridos numa turma de alunos com idade correspondente a sua e de nível equivalente àquela que frequentava em seu país de origem. Ademais, o cidadão europeu tem o direito de frequentar uma universidade em qualquer país da UE nas mesmas condições que os nacionais desse país. Contudo, as condições de admissão variam de acordo com o país e a universidade. Independentemente das restantes condições de admissão, nenhum país da UE pode recusar ao estudante acesso ao ensino

ou à educação em razão da sua nacionalidade (EUROPA, UE, 20132)

Conforme possível observar nos mapas a seguir: O número de estudantes com 17 anos a frequentar o sistema de ensino (em todos os níveis) em 2010 na UE-27 era de 5,2 milhões, o equivalente a 91,7 % de todos indivíduos com 17 anos. Esta idade é importante, pois em muitos casos é a idade em que os jovens são confrontados com uma escolha entre permanecer no sistema de ensino, frequentar algum tipo de formação ou procurar um emprego. O número de indivíduos com 17 anos no sistema de ensino em relação à população de indivíduos com 17 anos de idade era superior a 80% na grande maioria das regiões da UE (EUROSTAT, 2013).

Figura 2 - Mapa com o número de estudantes com 17 anos frequentando o ensino na União

Europeia.

Fonte: Eurostat, 2013

3.

Desse modo, por uma razão ou por outra, os jovens permanecem no sistema de ensino depois de cumprir o mínimo obrigatório do Bloco. Observou-se uma diminuição do percentual

2 Dados extraídos de: http://europa.eu/about-eu/basic-information/symbols/europe-day/index_pt.htm

3 Dados retirados de: http://epp.eurostat.ec.europa.eu/statistics_explained/index.php/Education_statistics_at_regional_level/pt

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de 2010 a 2011, devido a procura dos jovens pela sua autonomia e, desse modo, alguns acabavam optando por deixar o ensino (Eurostat, 2013). Aqueles que ficaram no sistema de ensino buscavam uma maior especialização em determinada área, e geralmente continuam no ensino até o ensino superior. Este ato é tão interessante que em alguns locais os jovens desta faixa etária que estudavam era maior do que o número de residentes do local. A seguir temos os mapas do número de universitários dentro da UE. O mapa apresenta o número de alunos matriculados numa universidade ou instituição de ensino semelhante de nível superior em cada região, em relação ao número de residentes com idade entre os 20 e os 24 anos: este indicador dá uma noção da atratividade de cada região para os alunos do ensino superior (EUROSTAT, 2013). Para tanto, observa-se que devido a política de livre circulação, os estudantes participantes da pesquisa que eram oriundos de determinada região do bloco e encontravam-se fora do seu país de origem encontravam alojamento em grandes albergues que possuem o intuito de garantir a moradia e a educação a todos que pertencem ao bloco.

Figura 3 - Mapa de estudantes universitários na União Europeia

Fonte: Eurostat, 2013. Portanto, o que se nota no bloco é uma ajuda mútua no que diz respeito às principais facetas capazes de fazer uma nação crescer. Desse modo, o que acontece é um crescimento e fortalecimento dos países membros, o que fortalece sua economia, seu território bem como sua população.

Sugestões de atividades:

O tema pode ser trabalhado através de aula expositiva e depois posterior debate, instigado o debate através de algumas questões centrais, tais como:

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- Qual a importância econômica da União Europeia no contexto mundial? - Qual a estratégia do bloco em unir 28 Estados-membros constituindo um único território? - O que a posição dos países membros do bloco no ranking do IDH nos revela?

Outra sugestão para trabalhar com o tema é desenvolver seminários acerca das temáticas: economia, educação, IDH, história da UE, etc.

Por fim, é possível trabalhar elementos cartográficos juntamente com o assunto em questão (União Europeia). Como é possível perceber ao longo deste resumo, vários mapas foram utilizados para a melhor compreensão do tema. É interessante, sempre que possível, correlacionar os assuntos à cartografia. O(a) professor (a) pode trazer uma base cartográfica da Europa e trabalhar a construção de mapas temáticos, podendo utilizar-se dos dados da tabela anteriormente apresentada, ou trabalhar o ano de inserção de cada Estado-membro à UE, além de poder utilizar-se de dados educacionais, comerciais e uma série de assuntos correlacionados ao tema principal para o desenvolvimento de mapas que vão tornar mais claro a compreensão dos alunos acerca da União Europeia. Um site interessante de pesquisa é http://europa.eu/index_pt.htm.

Referências Bibliográficas FONSECA, Gildette Soares; AFONSO, Priscilla Caires Santana; MAGALHÃES, Sandra Célia Muniz. Organização do Espaço Mundial I. Montes Claros: Editora Unimontes, 2011. HAESBART, Rogério; PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. A des-ordem econômica mundial e a nova divisão internacional do trabalho. In: A Nova Des-ordem Mundial. São Paulo: Editora Unesp, 2006, p.31-50. ______. A des-ordem política mundial: os novos espaços de poder. In: A Nova Des-ordem Mundial. São Paulo: Editora Unesp, 2006, p.51-83. OLIVEIRA, D. R. Ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 2013. Blog do Estadão, 14 de março de 2013. <Disponível em: http://blog.estadaodados.com/ranking-do-indice-de-desenvolvimento-humano-idh-2013/ Acesso em 04 Nov 2013>. PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLIMENTO (PNUD). Relatório do Desenvolvimento Humano 2013 - A Ascensão do Sul: Progresso Humano num Mundo Diversificado, New York, 2013. 212 p. <Disponível em: http://www.un.cv/files/HDR2013%20Report%20Portuguese.pdf Acesso em: 04 Nov 2013>. Banco Central Europeu – Eurosistema. ALARGAMENTO da União Europeia. <Disponível em: http://www.ecb.europa.eu/ecb/educational/facts/euint/html/ei_002.pt.html Acesso em: 16 jan 2014>. UNIÃO EUROPEIA. Disponível em <http://europa.eu/index_pt.htm> Acesso em <novembro de 2013>. EUROPA, UE STATISTICS. Dísponível em <http://epp.eurostat.ec.europa.eu/statistics_explained/index.php/Education_statistics_at_regional_level/pt>. Acesso em <novembro de 2013>.