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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

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SABER SOBRE AS CONSEQUÊNCIAS DE UMA GRAVIDEZ PRECOCE INTERFERE NA DECISÃO DE ENGRAVIDAR

Nélida Mara Guerreiro1

Margarete Nakatani2

RESUMO

O trabalho baseia-se no projeto de intervenção na escola no Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná (PDE) e discute o tema relacionado à sexualidade, mais especificamente à gravidez na adolescência e suas consequências. Trata-se de um tema inesgotável e visto com demasiado interesse pelo alunado. Esse alunado, apesar dos seus conhecimentos básicos dos métodos contraceptivos, estudados na quarta e sétima série do ensino fundamental e em alguns Programas do Governo, apresenta, entretanto, uma percentagem significativa de garotas de treze a quinze em gravidez precoce. A falha, talvez, esteja não só na falta de informação, mas na falta de conhecimento sobre as consequências e as dificuldades com o recém-nascido e as adversidades que recaem sobre essas jovens mães, tudo ainda mais dificultado por elas estarem em idade escolar. A conscientização do que é realmente a paternidade e a maternidade não lhes é passada durante o período de educação formal. Assim, na presente pesquisa, o trabalho com os alunos consistiu em esclarecer e ressaltar esses aspectos, baseados em duas formas de pesquisa: dados bibliográficos através da web, de livros, de artigos, entre outras fontes de consulta, e no emprego de metodologias lúdicas para promover ação reflexiva sobre as consequências para esses educandos se se tornarem pais precocemente, tais como dinâmicas de grupo, palestras, peças teatrais, estudo de poemas com posterior interpretação e debates e discussões sobre o tema. Para a análise dos dados esperados houve duas avaliações, realizadas através de um questionário aplicado no início do trabalho de Intervenção Pedagógica (Questionário 1) no início do projeto e após as informações e conhecimento do tema, responderam o mesmo questionário (Questionário 2). A aplicação desses pela segunda vez foi realizada para analisar se a implementação do Projeto interferiria na decisão de engravidar na idade escolar do Ensino Fundamental. Palavras-chave: Gravidez, consequências da gravidez, decisão de gravidez.

1 Professora da Rede Estadual da Educação do Estado do Paraná, atuando na área de Biologia e

Ciências - Formosa do Oeste. PDE- 2009. 2 Professora orientadora e coordenadora do curso de Ciências Biológicas/CCBS da Universidade

Estadual do Oeste do Paraná - Cascavel. Orientadora PDE -2009.

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1 INTRODUÇÃO

As informações sobre o tema gravidez acontecem frequentemente para o

jovem, pela mídia e pelos colegas, porém um conhecimento efetivo do tema

gravidez é parco e muitas vezes errôneo. A falha parece estar não só na falta de

informações corretas, mas na falta de conhecimento sobre o que vem após o

nascimento de um filho em suas vidas. Segundo Pinto (1999), “Conhecer é diferente,

muito diferente de ter informação. Basta observar as pesquisas feitas com

adolescentes que viveram ou vivem uma gravidez, para perceber que não lhes

faltava informação sobre sexualidade”. A conscientização do que é realmente a

paternidade e a maternidade não lhes é passada na educação formal e, muitas

vezes, não é discutida no ambiente familiar.

Todos os trabalhos, todas as dificuldades e todas as responsabilidades em

consequência de ter um filho e de educá-lo são imensos, não importando a idade,

entretanto, na idade de 10 a 15 anos, encontram-se fatores biológicos, sociais,

econômicos, culturais e psicológicos envolvidos de forma mais proeminente. De

acordo ainda com a opinião de Conceição (2007), no caso de jovens adolescentes e

mesmo não adolescentes que estejam grávidas, pode ocorrer o que se chama de

risco psicossocial, ou seja: o baixo poder aquisitivo e as dificuldades emocionais da

mãe, que podem dificultar a criação e o desenvolvimento do bebê, podendo trazer a

morte à criança; a instabilidade emocional e econômica do casal adolescente,

permitindo separação eminente; o abandono dos estudos, porque se torna quase

impossível cuidar da criança, estudar e trabalhar; enfrentar os conflitos emocionais e

o peso da responsabilidade da gravidez e da maternidade, onde ambos, a mãe e o

pai precoces, não estão maduros psicologicamente.

A gravidez na adolescência torna-se um fenômeno mais visível e, na

concepção da população, desvantajoso, pois a mulher vem lutando e competindo na

sociedade capitalista para poder ajudar nas despesas pessoais e da família. Assim,

“A gravidez na adolescência desponta como um desperdício de oportunidades,

como uma subordinação precoce a um papel do qual, durante anos, as mulheres

tentaram se desvencilhar” (HEILBORN et alii, 2002, p. 18). O papel de mãe, de dona

de casa e de esposa somente seria substituído por opções variadas de vida. O

resultando da gravidez precoce poderá ser um prejuízo na quantidade variada de

oportunidades e de prazeres da vida dos adolescentes que o mundo oferece nos

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dias atuais, como estudar, ser dono de seu próprio negócio, viajar por intercâmbio

estudantil, entre outras oportunidades que poderiam surgir na vida de um/a jovem.

É importante que se pense na gravidez na adolescência como uma construção

social (SEED - Coordenação de Desafios Educacionais Contemporâneos - 2008),

pois a gravidez precoce envolve responsabilidade social, afetiva e psicológica.

Muitas vezes o professor analisa o seu hábito de tentar educar e ensinar os

alunos nas questões que enfatizam a sexualidade, com ênfase na gravidez precoce,

métodos contraceptivos, aborto, gestação e raramente se analisa o fato importante e

relevante que é o conhecimento e a reflexão sobre as consequências do nascimento

de um bebê para esse adolescente e sua família. Decidiu-se, portanto, trabalhar

focando o problema sob outra perspectiva, que seria colocar as jovens diante da

problemática e das dificuldades de se educar e cuidar de uma criança, utilizando-se

de várias estratégias.

Objetiva-se com esse trabalho observar se, após a Implementação do Projeto

de Intervenção Pedagógica na Escola, houve sensibilização e conscientização das

consequências e das dificuldades de uma gravidez precoce sobre a vida dos

adolescentes, confirmando que o alunado, ao saber sobre as consequências e sobre

as dificuldades de uma gravidez precoce, irá interferir e agir coerentemente na

decisão dessa gravidez.

Nesse sentido, foi elaborado inicialmente um questionário para saber a atitude

em relação ao tema gravidez precoce. Feita a análise das respostas, passou-se para

o trabalho propriamente dito com os alunos no Projeto de Intervenção Pedagógica

na Escola. O Projeto consistiu em esclarecer e ressaltar as consequências de se

tornar pais na adolescência e isso feio feito através de palestras, de dinâmicas de

grupo, de leituras com posteriores reflexões e de teatralização de situações do

cotidiano. Finalmente tratava-se de avaliar novamente, com questionários, se, após

o conhecimento desse tema, haveria interferência na decisão de engravidar na idade

escolar do Ensino Fundamental.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O índice elevado de gravidez nas adolescentes da escola analisada, nos

períodos de fevereiro 2008 a março de 2009, proporcionou uma preocupação geral,

principalmente aos professores da área de Ciências, quando e onde, da

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amostragem geral de 447 alunos, sendo 178 alunas de 5ª a 8ª séries, seis garotas,

ou seja, 3,4% estavam enfrentando ou passaram por uma gravidez nesse período.

Quando ocorre gravidez, provavelmente não é por desconhecimento ou por

desinformação sobre os métodos contraceptivos, porém o conhecimento se torna

mais consistente quando o professor trabalha, em sala de aula, de forma dinâmica e

construtivista, a educação de particularidades do cotidiano, como as dificuldades e

as consequências da gravidez precoce.

O desejo de engravidar

Percebe-se que as adolescentes têm conhecimento dos métodos

contraceptivos na maioria das vezes em que têm relações sexuais, mas os usam de

forma inadequada, ou mesmo não usa nenhum, pois pensam inocentemente que

uma gravidez não acontecerá com ela ou então, ao contrário, querem engravidar

propositadamente (SILVA e CAMARGO, 2008). O desejo de ter um filho é um rito de

passagem, uma mudança substancial no status de menina para mulher que,

segundo Dadoorian (2009), vem com as alterações hormonais intensas que atuam

no corpo dos jovens, estimulando o desejo da proximidade, a manipulação e o

afago. Daí para a relação sexual é só uma questão de tempo ou de oportunidade.

Para as garotas e garotos do Ensino Fundamental, o que se percebe é um

endeusamento e uma euforia acompanhada de preocupações efêmeras, como

roupinha, dia do chá de bebê ou de fraldas. O resultado positivo para gravidez

geralmente é uma festa. É, portanto, algo que elas desejam. A preocupação de ter o

filho, o trabalho e a responsabilidade para tê-lo e educá-lo, bem como de

proporcionar condições para uma vida digna a esse ser se junta com a preocupação

de continuar os estudos, situação em que a continuidade dos estudos é jogada para

segundo plano. O pensamento é de que tudo possa se resolver como num passe de

mágica. O que acontece então é a gravidez na adolescência, que é também

recorrentemente chamada de indesejada, precoce, não planejada (ALTMANN,

2005), mas que nem sempre ocorre dessa forma. Há, sim, uma intencionalidade que

pode ocorrer de forma sonhadora e romântica e, às vezes, por capricho ou por ser

uma forma punitiva e rebelde para atingir os pais, ou mesmo por outros motivos,

conscientes ou não.

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Reis e Ribeiro (2006) também constatam que é comum se referir à gravidez

na adolescência como uma gravidez indesejada. Entretanto, nos dias de hoje, a

maioria das adolescentes engravida por vontade própria e não por acidente. A

gravidez na adolescência pode ser inoportuna, mas raramente indesejada pela

jovem ou pelo jovem, que, normalmente, estão na fase escolar. Além disso, para

complicar a situação, esses jovens ainda podem estar sem emprego e sem

condições econômicas e psicológicas para atender à construção de uma família.

Não se pode dizer, então, que toda gravidez na adolescência é indesejada.

Indesejadas são as gravidezes que acontecem por abuso sexual ou por falha de

métodos anticoncepcionais, como cita a Cartilha da Gravidez na Adolescência, como

se pode ler em informações presentes em vários endereços eletrônicos (2009).

Outros motivos podem surgir, segundo a autora Dadoorian (2000), para que

ocorra gravidez precoce. Dentre eles, a garota que resolve atrair sobre si a atenção

ou o afeto da família e dos amigos, por carência afetiva ou para “segurar” o

namorado. Dessa maneira, essa garota acredita que uma gravidez precoce seja a

melhor solução. O jovem de hoje necessita de atenção, não importa como a consiga.

No pensamento lógico da adolescente apaixonada, o motivo é forte e substancial

para uma gravidez. A falta de informação não é o motivo da maternidade prematura.

Para a autora, a gravidez é desejada, conscientemente ou não.

Outros fatores que se revelam cruciais no desejo da jovem que quer

engravidar são, segundo Diegoli (2007), dentre outros, a autoestima, os fatores

socioeconômicos, a sociedade e pelo poder da mídia. Assim, portanto, muitas

variáveis são determinantes para o desejo de uma gravidez precoce. Pelo fator

autoestima, se a menina se sente amada pela família, valorizada e se torna

confiante, sente-se mais segura, não apenas para escolher o seu parceiro, mas

principalmente para decidir quando quer ter relação mais íntima e para pedir ao

companheiro que use o preservativo. Entretanto, se essa jovem tem uma autoestima

baixa, ela poderá se submeter às vontades do parceiro e permitir-se engravidar para

não perdê-lo, para segurá-lo emocionalmente e para ter seu afeto ou carinho.

Para alguns autores, no entanto, as principais causas da gravidez são,

ainda, o desconhecimento de métodos anticoncepcionais e que a educação dada às

adolescentes faz com que elas não queiram assumir que já têm uma vida sexual

ativa e, por isso, não usam métodos contraceptivos ou usam outros de baixa

eficiência (coito interrompido ou tabelinha), porque esses métodos não deixam

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“rastros” (ALVES e TAVARES, 2008). Ocorrem ainda outros fatores que pesam

sobre a decisão de a jovem em engravidar precocemente, tais como:

A ausência dos pais, carência afetiva, falta de informações, incapacidade da menina se colocar na aula de Biologia ou sequer entender do que o professor está falando, fantasias juvenis de prender o namorado, vida vazia. Fragilidade de uma mulher ainda em formação física é emocionalmente misturada aos apelos vindos de todos os lados, para ingressar na vida adulta; estes são os motivos em algumas variações dependendo de que classe social e do grau de integração, que explicam o crescimento de partos mais precoces. (LAGÔA, 1995, p. 10 apud ALVARES e TAVARES).

Os repetidos casos que aparecem nos consultórios de psicólogos e de

médicos apontam que muitas dessas adolescentes possuem um desejo de serem

mães, embora elas não tenham consciência desse desejo. Trata-se de jovens que

conhecem os métodos contraceptivos, sabem usar e não têm vergonha de comprá-

los – mesmo assim engravidam.

Na visão de Cavasin e Arruda (1999), muitos pesquisadores observam, na

juventude de hoje, na cabeça dos/das adolescentes de ambos os sexos, que não

existe uma relação direta entre gravidez e fim da juventude. As próprias famílias não

estão vendo isso como ruptura social e podem, muitas vezes, ser solidárias com a

gravidez. Da parte dos meninos, muitos deles externam o desejo de serem pais

jovens e fazem projetos de vida que incluem o cuidado sistemático com os filhos e

as filhas.

Informação e conhecimento

Nunca foram tão divulgados os meios para evitar a gravidez como nos dias

atuais, como consta nas estatísticas e, mesmo assim, o número de adolescentes

grávidas é cada vez maior. São, porém, muitos os motivos, como foi visto

anteriormente, que tornam uma adolescente mais vulnerável a uma gravidez, e o

que se nota com mais frequência é a falta de um projeto de vida e a falta de pensar

em uma perspectiva futura.

O acesso à informação sexual não garante maior proteção contra doenças

sexualmente transmissíveis e gravidez não desejada (Sumano, 1998 e Campo, 2000

apud VITALLE e AMANCIO, 2001, p. 4-5). Não basta simplesmente frequentar a

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escola e receber as informações. É preciso compreendê-las e internalizá-las,

tornando esse conhecimento como seu no decorrer da prática na sua vida.

Para Bueno (2001), além da desinformação sobre o tema, a desagregação

familiar, a urbanização acelerada, a carência afetiva, as precariedades das

condições de vida e a influência dos meios de comunicação são os maiores

responsáveis pelo aumento do número de adolescentes grávidas.

A criança e o jovem, muitas vezes, não sabem processar a informação

obtida pela mídia e pelos colegas, que, na verdade, trocam mais desinformações do

que informações, pois estão, muitas vezes, erradas e carregadas de mitos, de

preconceito, de medos e de desconhecimento, podendo propiciar angústias e

desajustes na vida íntima do adolescente, no seu presente e no seu futuro. Para

Dadoorian (2003), “[...] basta comprar uma revista na banca de jornal que

encontramos todo o tipo de informação sobre contraceptivos, com ilustrações e tudo

o mais”. São vários recursos para se tomar conhecimento sobre as questões

fisiológicas, anatômica do corpo humano, como a televisão, a internet e os cursos de

educação sexual existentes em muitos hospitais e escolas e assim:

Por isso, a questão que se evidencia não é a falta de informação, mas a falta de formação. Fornecer o conhecimento sobre as questões referentes à fisiologia sexual e às práticas contraceptivas é uma política insuficiente e pouco eficaz para evitar as graves conseqüências que daí advêm. O canal que leva essa informação deve se abrir e se permeabilizar à complexidade do universo psicossocial dessas adolescentes, particularizando a significação da gravidez nesse segmento social. (DADORIAAN, 2003).

Para Amâncio e Vitalle (2001), a Organização Pan-Americana de Saúde

(OPS) atribui o aumento do número de filhos de mães menores de 20 anos de idade

ao fato de que "[...] o conhecimento sobre a relação sexual livre se difunde mais

rapidamente entre os adolescentes que o conhecimento sobre os efeitos biológicos

e psicológicos adversos da gravidez nessa idade, tanto para a mãe quanto para o

filho". Valendo-se dos dados da OPS, nota-se a preocupação do Estado por ser a

gravidez precoce um fator preocupante de saúde pública, conforme Alves e Tavares

(2008) alega.

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Sexualidade e escola

Nas escolas, o currículo de Ciências, através dos conteúdos historicamente

produzidos, mostra-nos uma discussão baseada superficialmente na prevenção à

gravidez por meio do caráter biológico, anatômico e preventivo, sem enfatizar esse

acontecimento, a gravidez precoce, como uma grande questão de saúde pública de

consequências sociais, culturais e econômicas. É uma questão de saúde pública

principalmente quando surge uma gravidez precoce em adolescente de 12 a 15

anos, ficando evidente também a razão pela qual a escola é chamada a intervir na

problemática, sendo a escola, juntamente com a família e as instituições

governamentais, responsáveis pelo desafio da prevenção na gravidez precoce. É

importante que se pense na gravidez na adolescência como uma construção social

(SEED - Coordenação de Desafios Educacionais Contemporâneos - 2008), pois a

gravidez precoce envolve responsabilidade psicológica, social e afetiva.

Do ponto de vista de Lorencini Junior (1997), a sala de aula pode e deve ser

um local de laboratório para expressar a liberdade de refletir e pensar sobre si

mesmo e sua sexualidade, levando à autocrítica, que resultará na confiança e na

autoestima nas questões que envolvem sexualidade no decorrer de sua vida. Ao

mesmo tempo, o professor voltado a ensinar a ciência ou a biologia sem os

conceitos intrínsecos e pessoais, ele deverá “[...] estar comprometido com uma

postura pedagógica crítica e democrática que possibilite considerar os aspectos

emocionais, culturais e éticos que envolvem os temas abordados” (p. 93-94).

Os professores não são capazes e nem é de sua total responsabilidade

produzir futuros adultos felizes e resolvidos na vida sentimental e amorosa, seguros

e maduros, por mais que tentem. Os professores não podem ser responsabilizados

porque lidam com demandas sociais de culturas diversas e contraditórias e que, na

tentativa de levar ao aluno a futura felicidade no âmbito da sexualidade, podem

realmente falhar (Freud apud SOUZA, 1997, p. 22). A tentativa do educador é de

orientar e se tornar o mediador do conhecimento para reflexão e análise para

posteriores escolhas e decisões na sua vida psicológica, social e afetiva.

Para Foucault (1988), nas escolas e em qualquer lugar se deve falar do sexo

como “[...] uma coisa que não se deve simplesmente condenar ou tolerar, mas gerir

em sistemas de utilidade, regular para o bem de todos, fazer funcionar como um

padrão ótimo”. A sexualidade individual deve ser respeitada e aceita por todos e

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ainda, para o autor, “[...] o sexo não se julga, apenas administra-se”. As escolas são

orientadas pela Resolução CEB Nº 2, de 7 de abril de 1998, que institui as

Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental, ou seja, o assunto

está há mais de uma década inserido no currículo das Escolas de Ensino

Fundamental, com o planejamento interdisciplinar com variadas formas de

confrontar o tema da sexualidade, entre outros (BRASIL, 1998).

Hoje em dia, de um modo geral, as famílias parecem não se opor ao fato de a

escola tratar da educação sexual. Muito pelo contrário e também, indo mais longe,

os pais acreditam que não é só educação sexual de que a escola deve tratar, mas

também da educação em todos os aspectos, como valores morais,

comportamentais, espirituais, emocionais e outros. Com essas reflexões coaduna-se

a posição de Cavasin e Arruda (1999):

Tanto que, mesmo que a escola não se anime a falar sobre esses assuntos, são vários os espaços nos quais já é possível, para as camadas jovens, não só ouvir especialistas falando, mas se discutir de igual para igual sobre os diferentes aspectos da sexualidade e da afetividade, tanto no plano biológico como também sobre as sensações, as emoções e os conflitos que existem num relacionamento; sobre contracepção; sobre a prevenção das DST/Aids; sobre a necessidade de se adquirir habilidades para se tomar decisões acertadas e para resistir à pressão do grupo; sobre como a mídia trata a sexualidade; sobre as diferenças entre os gêneros feminino e masculino; sobre os sentimentos presentes na paternidade; sobre como o preconceito afeta a auto-estima das pessoas.

Na questão do papel da escola para a educação sexual dos jovens, Sayão

(1997, p. 101) alega ser necessário uma parceria da escola com os pais para não

ocorrerem divergências e confrontos, pois, para muitos pais, seus filhos ainda não

cresceram ou não precisam desse tipo de conhecimento ou educação. A escola

ainda deve reconhecer que cada família apresenta seus valores e seu modo de ser

e de confrontar esses assuntos polêmicos: ”Não cabe à escola competir com a

família nem ocupar seu lugar” (p. 102), mas, mesmo assim, o âmbito escolar é o

local ideal para os jovens tomarem conhecimento das formas de prevenção de

doenças e da gravidez e das responsabilidades da atividade sexual entre outros

temas também importantes na vida de um jovem.

A escola é, no entanto, a instituição social, pública ou privada, de caráter

diligente, encarregada do processo de socialização e de transmissão de informações

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e de cultura, segundo Meirelles (1997, p. 71). A sexualidade, com todas as suas

consequências, devem, portanto, ser estudada, esplanada, discutida, refletida, tendo

como organizador e orientador desse aprendizado um educador aberto a todas as

perguntas e dúvidas.

Consequências da maternidade e da paternidade

Neste trabalho é importante que se enfatizem os riscos da gravidez precoce,

os pesados encargos de se cuidar de um bebê, as dificuldades de estudar

concomitantemente à gravidez, os obstáculos de inserção na sociedade na gravidez

e após o nascimento da criança, o aumento dos problemas sociais, a diminuição das

oportunidades de trabalho, a diminuição na qualidade de vida, a presença de

sintomas depressivos, a vivência de alto nível de estresse, o aumento da saída da

casa dos pais por conflitos familiares, as prováveis complicações de saúde pela

precocidade da gravidez, a experiência traumática de um aborto espontâneo e até a

mortalidade materna, entre outras consequências descritas a seguir.

O primeiro desafio da jovem grávida é contar para os pais dela ou

responsáveis, e esperar a aceitação do fato e a ajuda afetiva ou material. Outros

desafios estarão por vir, mas a maioria dos adolescentes não tem conhecimento

dessas dificuldades. De acordo com Silva e Camargo (2008), um dos desafios é

superar a gravidez, pois ela pode ser de risco, pois a taxa de mortalidade neonatal é

mais alta para os filhos das adolescentes que para os filhos das mulheres de 20 a 30

anos, em consequência da maior incidência de prematuridade, assim como o baixo

peso da criança ao nascer, a restrição de crescimento intrauterino, o sofrimento

fetal, a diabete gestacional, a hipertensão e até a eclâmpsia, podendo chegar à

morte materna e fetal. A chamada gravidez na adolescência, caracterizada pela

OMS a partir de parâmetros de idade, que ocorre na faixa dos 10 aos 19 anos de

idade, não é um fenômeno igualitário, pois não se pode falar que uma gravidez aos

10 ou 11 anos seja igual àquela que se dá aos 18-19 e nem se pode falar que uma

gravidez entre dois parceiros adolescentes seja igual àquela que ocorre entre

parceiros de diferentes idades (BRASIL, 2007).

Segundo os médicos, na faixa dos 12 anos, a mulher ainda não tem uma

estrutura óssea e muscular adequada para o parto e isso significa uma alta

probabilidade de risco para ela e para o feto (SILVA e CAMARGO, 2008). O

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resultado mais comum em uma gestação precoce é o nascimento de um bebê com

baixo peso, o que vai exigir mais cuidados médicos com acompanhamento do

recém-nascido e, também, porque, muitas vezes, a dificuldade de contar o fato para

a família ou até mesmo constatar a gravidez faz com que as adolescentes grávidas

iniciem tardiamente o pré-natal, não se prevenindo de diversos riscos. E, para Bueno

(2001), a adolescente poderá apresentar problemas de crescimento e de

desenvolvimento, problemas emocionais e comportamentais, educacionais e de

aprendizado, além de complicações da gravidez e problemas de parto como o

aborto.

Na visão de Cavasin e Arruda (1999), a literatura ainda faz referências a

complicações obstétricas para essas jovens mães, tais como problemas

decorrentes da falta de cuidados pré-natais pela inexperiência, complicações no

trabalho de parto pela imaturidade física, anemias, hemorragias, desproporção

cefalopélvica, entre outros.

E ainda, de acordo com Silva e Camargo (2008), o estilo de vida de muitos

jovens, nessa fase de rebeldia e de displicência, merece ser analisado, pois pode

envolver fumo, uso concomitante de álcool e de drogas, o que também pode

contribuir para aumentar as complicações da gestação nessa idade, principalmente,

para o bebê, que poderá nascer com deficiências físicas, imunológicas e até

mentais, dificultando, assim, ainda mais a vida dessa jovem mãe. Com base em

Cavasin e Arruda (1999), é também notório que uma gravidez na adolescência

desencadeia fatores que representam um comprometimento individual com questões

de diferentes ordens, tais como: medos, inseguranças, desespero, desorientação,

solidão, principalmente no momento da descoberta da gravidez.

A gravidez na adolescência torna-se um fenômeno mais visível e, na

concepção da população, desvantajoso, pois a “A gravidez na adolescência

desponta como um desperdício de oportunidades, como uma subordinação precoce

a um papel do qual, durante anos, as mulheres tentaram se desvencilhar”

(HEILBORN et alii, 2002, p. 18). O resultando da gravidez precoce vem a ser um

prejuízo na quantidade variada de oportunidades e de prazeres da vida dos

adolescentes que o mundo oferece nos dias atuais, como estudar, ser dono de seu

próprio negócio, viajar, entre outras oportunidades que poderiam surgir na vida de

um/a jovem.

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Para Conceição (2007), são muitas as dificuldades que surgem para um/a

jovem imaturo/a e sem estrutura e passam a ser traumáticas as decisões a serem

tomadas, na confirmação da gravidez, possuindo as seguintes opções para a

adolescente grávida: continuar a gravidez, casar com o pai da criança e criar o filho

em casa; continuar a gravidez e criar a criança, com a ajuda da família; prosseguir a

gravidez e dar a criança para adoção; prosseguir a gravidez e criar a criança,

permanecendo solteira; e interromper a gravidez. Neste último caso, o medo da

gravidez leva muitas adolescentes à solução do aborto clandestino: segundo dados

da Organização Mundial de Saúde (2003), dos quatro milhões de abortos praticados

por ano no Brasil, um milhão ocorrem entre adolescentes. Disso resulta que muitas

delas ficam estéreis e cerca de 20% morrem em decorrência do aborto. Assim,

portanto, na adolescência, em uma gravidez precoce, o aborto ronda, seja de

maneira espontânea, seja de uma maneira provocada (Ministério da Saúde – Brasil

– gravidez).

No caso de jovens adolescentes e mesmo no caso de não adolescentes e

grávidas, pode ocorrer o que se chama de risco psicossocial, ou seja: o baixo poder

aquisitivo e as dificuldades emocionais da mãe, que podem dificultar a criação e o

desenvolvimento do bebê, podendo provocar a morte da criança; a instabilidade

emocional e econômica do casal adolescente, permitindo separação eminente; o

abandono dos estudos, porque se torna quase impossível cuidar da criança, estudar

e trabalhar; enfrentar os conflitos emocionais e o peso da responsabilidade da

gravidez e da maternidade, onde ambos, a mãe e o pai precoces, não estão

maduros psicologicamente.

A baixa escolaridade e a necessidade de ingresso no mercado de trabalho

promovem uma qualidade de vida de baixo padrão, acentuando a pobreza, com

poucas expectativas frente ao futuro e, assim, além da dificuldade de construir sua

identidade, administrar emoções e entender as mudanças que acontecem com seu

corpo, as necessidades fisiológicas e psicológicas, aos adolescentes será um

processo de ruptura, inviabilizando a formação de um adulto saudável, equilibrado e

consciente de seus direitos.

Na reflexão de Alves e Tavares (2008), a grande maioria dessas

adolescentes grávidas precocemente não tem condições financeiras nem

emocionais para assumir a maternidade e, por causa da repressão familiar, do

abandono do companheiro ou do namorado, muitas delas fogem de casa e quase

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todas abandonam os estudos, tornando-se a gravidez da adolescência um grande

problema social, econômico e cultural em nosso país.

Para Sayão (1997, p. 105), o jovem de hoje pode ter uma vida sexual

saudável e ter uma visão positiva da sexualidade, com os conhecimentos relativos

ao funcionamento do corpo, ao processo reprodutivo e os riscos que a relação

sexual pode trazer como as doenças sexualmente transmissíveis, a gravidez, além

da alegria e do prazer de vivenciar a sexualidade com responsabilidade sem,

portanto, engravidar ou adquirir uma doença sexualmente transmissível.

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS

Neste projeto de intervenção pedagógica na escola, as palestras, as

dinâmicas de grupo, os poemas e as oficinas, tudo foi abordado de uma forma

lúdica, suave e envolvente para explicitar a questão das dificuldades sociais,

emocionais e econômicas que o advento de uma criança traz na vida dos

adolescentes que se tornam pais na adolescência, ainda na fase escolar.

Com o tipo de abordagem de documentação direta, segundo Lakatos e

Marconi (1996, p. 75), ocorre o “levantamento de dados no próprio local onde o

fenômeno ocorre”, com observação direta extensiva pela aplicação de questionários

em várias fases do desenvolvimento do Projeto de Intervenção na Escola, que

consiste em aplicação de oficinas em dinâmica de grupo, onde Afonso (2000)

esclarece que oficina é:

[...] um trabalho estruturado com grupos, independentemente do número de encontros, sendo focalizado em torno de uma questão central que o grupo se propõe a elaborar, em um contexto social. A elaboração que se busca na oficina não se restringe a uma reflexão racional, mas envolve os sujeitos de maneira integral, formas de pensar, sentir e agir. (AFONSO, 2000, p. 9 apud CARVALHO et alii, 2005).

As oficinas em dinâmica de grupo permitem a reflexão dos sentimentos, a

observação das condutas e a análise dos conhecimentos sobre a ação da

sexualidade, especialmente sobre a gravidez precoce.

Por se tratar de documentação direta em pesquisa de campo, com

levantamento de dados dos alunos dessa escola, objetiva-se a procura de

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informações sobre a intenção ou desejo de engravidar dessas adolescentes, mesmo

conhecendo as dificuldades e as consequências de uma gravidez precoce que

podem ser desencadeadas em suas vidas. Pela busca do entendimento do

fenômeno específico, opta-se por uma pesquisa apenas qualitativa, com descrições,

comparações e interpretações do resultado obtido.

A abordagem foi baseada em observação direta extensiva em forma de

questionário que, segundo Lakatos e Marconi (1996), apresentam vantagens, entre

outras, como economia de tempo e de pessoal, por atingir maior número de pessoas

e com obtenção de respostas rápidas e precisas, com maior liberdade nas

respostas, com menor número de distorções e com um tempo maior para responder.

O questionário constou de perguntas abertas (não limitantes), nas quais o

aluno pôde se expressar livremente e emitir suas opiniões. Isso, no entanto,

dificultou a análise, por ser demorada e complexa. Houve perguntas fechadas

(dicotômicas ou não) ou limitantes, onde, entre as opções da resposta, talvez não

constasse a opção do aluno. Estavam presentes questões de múltipla escolha,

sendo essa técnica de fácil aplicação e que permite uma medida de exploração na

profundidade do tema, tendo como desvantagem a apresentação de sugestões de

respostas para o aluno. Os questionários aplicados, quanto aos objetivos das

perguntas, foram apresentados com perguntas de ação, de ou sobre intenção e

perguntas de opinião.

Como sujeitos da pesquisa foram escolhidos os alunos das 8ªs séries do

período matutino da Escola Estadual “Antônio Franco Ferreira da Costa” – Ensino

Fundamental, no Município de Formosa do Oeste, período matutino, pertencente ao

Núcleo Regional de Educação de Assis Chateaubriand. Os alunos tiveram a

liberdade de aceitar responder os questionários ou não, do que resultou que 64

alunos aceitaram participar.

4 RISCOS E BENEFÍCIOS DA PESQUISA

Os benefícios da pesquisa estão em complementar o currículo de Biologia e

de Ciências no quesito sexualidade, pois esse tema das consequências e dos

encargos da gravidez precoce não consta. A anatomia e a fisiologia do corpo

humano, com ou dois capítulos voltados à reprodução humana, é apresentada na

sétima série.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Participaram deste trabalho 64 alunos, todos na faixa de 13 a 15 anos de

idade, a maioria do gênero masculino (54%). Ao serem perguntados se atualmente

conhecem pelo menos uma adolescente grávida, a maioria respondeu que não

(61%).

A análise dos questionários aplicados antes da implementação do projeto

mostra pobreza de argumentos e de respostas ao se confrontarem com o tema da

gravidez precoce e das suas consequências e de seus encargos na vida dos

estudantes. As respostas são vagas, como “ser muito ruim”, “não é bom”, “é muito

difícil”, ou mesmo “não sei o que pensar sobre o assunto”, “ah... não sei dizer”, “não

to (sic) nem aí”, “não me interesso por esse assunto”, “tanto faz”, entre outras

conjecturas. Entretanto, no decorrer do projeto, com os questionamentos e com as

reflexões sobre vários temas referentes à sexualidade, os alunos obtiveram maior

consolidação nos seus pensamentos e nas atitudes diante do fator gravidez na vida

deles, o que se pode observar através das respostas que se seguem:

Ao responder aos questionários antes da aplicação do projeto "Saber sobre

as Consequências de uma Gravidez Precoce Interfere na Decisão de Engravidar"

(Quadro 5.1), com opção para mais de uma resposta por pergunta proposta, alguns

educandos acreditavam que a gravidez pudesse segurar o namorado (8%) ou

porque as avós e as mães tiveram filhos precocemente (3%) ou que, com um filho,

mesmo precocemente, pudesse aliviar a solidão e assim se realizaria (3%), ou teria

o filho precocemente para ter alguém para dedicar, amar e ser amado (5%) ou

finalmente para mostrar independência de atitudes, com um filho poderia sair da

casa dos pais (5%). A maioria dos alunos respondeu que, mesmo com todas essas

opções, jamais teriam filho na adolescência (68%).

Depois, após a aplicação das oficinas e das dinâmicas do projeto (Quadro

5.1), houve uma mudança de opinião, pois que a maioria afirma que, mesmo com

essas opções (segurar o namorado, mãe e avós tiveram filhos cedo, para ser feliz,

para se tornar independente, para ter alguém para amar ou não ficar sozinha),

jamais teriam um filho nessa fase de adolescente (95%) e apenas três alunos (5%

do total ), continuaram com a decisão na questão de ter um filho para não ficar na

solidão, realizar-se e ser feliz. Isso consta quadro em seguida:

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Quadro 5.1- Quanto à decisão de engravidar precocemente

Questões dos questionários

Antes da

implementação

do projeto (%)

Após a

implementação

do projeto (%)

1- Porque a gravidez “segura” o namorado 8 Zero

2- Para obter independência e sair da casa dos

pais.

5 Zero

3- Para amar e ser amado 5 Zero

4- Porque meus pais/avós tiveram filhos jovens 3 Zero

5- Para não ficar na solidão 3 3

6- Jamais teria um filho na adolescência 68 97

Fonte: Projeto de Intervenção na Escola no Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná (PDE) - 2010.

Quanto às consequências da gravidez precoce, várias opções foram

ofertadas no questionário aplicado antes e após a implementação do Projeto,

podendo o indivíduo escolher mais de uma resposta apresentada, dentre elas: a)

enfrentar os pais, b) ter que parar de estudar e dificuldades de encontrar emprego,

c) deixar de ir a festas/jogos/amizades e baladas e perder assim a juventude, d) não

saber cuidar de um bebê e ter medo, e) não ter condições econômicas para

sustentar o filho, e a última opção seria f) mesmo com todas essas dificuldades, eu

gostaria de ter um filho nessa idade. Diante do fator consequências da gravidez na

vida deles.

Após aplicação do projeto, os alunos tiveram oportunidades para discutir as

dificuldades, as responsabilidades e as consequências de gravidez precoce, e

incorporaram vários conhecimentos. As respostas mostram que aumentaram as

opções de respostas para: a) dificuldades para enfrentar os pais de 40% para 60%,

b) ter de parar de estudar e dificuldades de encontrar emprego de 63% para 83%, c)

deixar de ir a festas/jogos/amizades e baladas e “perder” assim a juventude de 64%

para 75%, c) afirmando que não sabem cuidar e de terem medo de cuidar de uma

criança foi um aumento de 23% para 43% e sobre d) as condições econômicas para

sustentar o filho o aumento foi de 23% para 34%. Além disso, e) 3% de alunos (dois

deles) responderam que, mesmo com essas dificuldades, ainda assim gostariam de

ter um filho na adolescência no questionário anterior ao Projeto e, após a

implementação do projeto, f) nenhum deles, ou seja, zero, gostaria de ter um filho na

adolescência. (Quadro 5.2).

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Quadro 5. 2- Quanto às consequências de viver uma gravidez precocemente

Questões dos questionários

Antes da

implementação

do projeto (%)

Após a

implementação

do projeto (%)

1- Aumenta a dificuldade de encontrar emprego. 64 75

2- Ter de parar de estudar ou de trabalhar. 63 83

3-. Dificuldades em enfrentar os pais. 40 60

4- Por não saber cuidar/ter medo de cuidar de

um bebê.

23 43

5- Não ter condições de sustentar o filho. 23 34

6- Mesmo com todas as dificuldades, gostaria

de ter filho na adolescência.

3 Zero

Fonte: Projeto de Intervenção na Escola no Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná (PDE) - 2010.

A análise da questão aberta, mais abrangente e dissertativa: “Após este

nosso trabalho no decorrer do ano, você pensa da mesma maneira sobre a

maternidade e paternidade, ou seja, concorda com a gravidez na adolescência? Se

a resposta for sim ou não escreva o porquê?”. As respostas se mostraram mais

elaboradas e seguem:

Desses 64 alunos, todos responderam que não teriam filhos na adolescência

(100%) e dissertaram os porquês: 37% dos alunos afirmaram que são muito

novos/muito cedo/não têm idade/ não tem capacidade/ não estar preparado/não é

hora/não tem condições/não saber cuidar. Também 36% de alunos apontaram a

responsabilidade ao se ter um filho. Do total, 12% de alunos afirmaram que, com

filhos em suas vidas, iriam deixar de “curtir” a vida/festas/baladas / deixar de viver /

perder adolescência / perder a juventude como melhor fase da vida, e somente 6%

dos alunos alegaram ter que parar de estudar/trabalhar e que ter filho na

adolescência iria interferir na profissão futura e, finalmente, 5% dos alunos

dissertaram afirmando que ainda não possuem maturidade/experiência e 3% se

preocuparam com os gastos/caro/custos altos nos cuidados com o filho.

Além desses resultados, após o trabalho de implementação foram citados

temas como: “aborto”, “gravidez indesejada”, “pensão”, “perder confiança e apoio

dos pais”, “ser burrice ou loucura”, “estudar, casar e aí sim ter filhos”, “uso de

preservativo e a facilidade de adquirir preservativo”, “cada coisa em seu tempo”,

“projeto familiar”, ”casamento”, “projeto familiar”, “não ter corpo físico e emocional”,

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”consciência para o ato de engravidar” e ainda “falta de liberdade quando se tem um

filho”. Segue-se a tabela:

Tabela 5.3- Resposta da questão: Após este nosso trabalho no decorrer do ano, você pensa da

mesma maneira sobre a maternidade e paternidade, ou seja, concorda com a gravidez na

adolescência? Se a resposta for sim ou não escreva o porquê?

Respostas dos alunos Após a implementação do projeto

(%)

1- Alunos que não teriam filho na adolescência. 100

2- Sou muito novo/muito cedo/não têm idade/ não tem

capacidade/ não estar preparado/não é hora/não tem

condições/não saber cuidar.

37

3- Responsabilidades que surgem ao se ter um filho. 36

4- Vou deixar de “curtir” a vida/festas/baladas / deixar

de viver / perder adolescência / perder a juventude

como melhor fase da vida.

12

5-Ter que parar de estudar/trabalhar e que ter filho na

adolescência irá interferir na profissão futura.

6

6- Não possuo maturidade/experiência. 5

7- Preocupação com os gastos/caro/custos altos para

cuidar do bebê.

3

8- Outros temas abordados: “aborto”, “gravidez

indesejada”, “pensão”, “perder confiança e apoio dos

pais”, “ser burrice ou loucura”, “estudar, casar e aí sim

ter filhos”, “uso de preservativo e a facilidade de

adquirir preservativo”, “cada coisa em seu tempo”,

“projeto familiar”, ”casamento”, “projeto familiar”, “não

ter corpo físico e emocional”, ”consciência para o ato

de engravidar” e ainda “falta de liberdade quando se

tem um filho”.

1

9- Alunos que teriam filhos, apesar das

consequências, na adolescência.

Zero.

Fonte: Projeto de Intervenção na Escola no Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná (PDE) - 2010.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A proposta inicial desta pesquisa teve como objetivo geral confirmar a

hipótese de que, para um determinado alunado, ao saber sobre as consequências e

as dificuldades de uma gravidez precoce, esse conhecimento mais específico iria

interferir na decisão dos jovens quanto à gravidez precoce. Feita a pesquisa, com

consulta aos alunos antes e depois de esse assunto ter sido trabalhado de diversas

formas, é possível afirmar, realmente, que o conhecimento e o saber devem ser

refletidos e aprendidos para serem incorporados nas ações e nos pensamentos,

tornando-se prática do cotidiano e que, para esse alunado, a gravidez é uma opção

séria e comprometedora de suas vidas.

A maior dificuldade encontrada na Implementação do trabalho proposto

esteve no tempo de aplicação, pois o projeto foi realizado no contraturno, afetando

fatores tais como transporte para o período vespertino para locomover os alunos até

a escola.

Para trabalhos futuros recomenda-se que o tema gravidez precoce seja

adequado ao currículo na disciplina de Ciências e Biologia, mas não exclusivamente,

podendo, em outras disciplinas, aparecer como temas contemporâneos.

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