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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

O PEDAGOGO COMO MEDIADOR DO PROCESSO DE FORMAÇÃO DO CIDADÃO

MARIA CLEONICE VOSS

2009/2010

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS COORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE

CADERNO PEDAGÓGICO

IRATI 2009/2010

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“Se as coisas são inatingíveis...

Ora! Não é motivo para não querê-las...

Que tristes os caminhos, se não fora

a presença distante das estrelas”.

Mário Quintana

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SUMÁRIO

IDENTIFICAÇÃO..................................................................................................... 04

APRESENTAÇÃO ................................................................................................. 05

INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 06

UNIDADE I: UMA IDEIA DE CIDADANIA............................................................... 07

UNIDADE II: CIDADANIA E VALORES HUMANOS............................................... 14

UNIDADE III: VIVENCIAR VALORES PARA CONVIVER ...................................... 19

3.1 DIÁLOGO......................................................................................................... 20

3.2 RESPEITO ....................................................................................................... 21

3.3 TOLERÂNCIA................................................................................................... 22

REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 29

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IDENTIFICAÇÃO

PROFESSORA PDE: Maria Cleonice Voss

Área PDE: Pedagogia

NRE: Irati

Professor Orientador IES: Drª Maria Rita Kaminski Ledesma

IES vinculada: UNICENTRO

Escola de Implementação: Colégio Estadual Alberto de Carvalho – Ensino

Fundamental, Médio e Profissional

Público: Alunos

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APRESENTAÇÃO

Este Caderno Pedagógico constitui-se em um material didático-pedagógico a

ser utilizado durante o processo de implementação do Projeto de Intervenção

Pedagógica na Escola. Faz parte do plano de trabalho do Programa de

Desenvolvimento Educacional (PDE) – política de formação continuada oferecida

pela Secretaria de Estado da Educação aos professores da rede pública do Estado

do Paraná.

A implementação desta produção pedagógica acontecerá no Colégio Estadual

Alberto de Carvalho – Ensino Fundamental, Médio e Profissional, situado na área

urbana do município de Prudentópolis – PR, e o público alvo serão os alunos da

sétima série.

O material tem sua abordagem no tema “formação do cidadão” e é composto

por três unidades: Uma idéia de cidadania, Cidadania e valores humanos e Vivenciar

valores para conviver. Cada unidade propõe a leitura de textos e sugestões de

atividades a serem desenvolvidas pelos alunos com a orientação da professora-

pedagoga.

Este trabalho tem por objetivo o aprofundamento dos alunos em relação ao

tema, bem como fomentar na escola elementos indicadores de uma educação mais

voltada para o desenvolvimento humano e para a formação da cidadania.

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INTRODUÇÃO

A promoção da aprendizagem constitui parte do processo de formação do

cidadão, mas não deve ser confundida com a totalidade do processo. A escola, além

de ser o lugar da escolarização, deve ser o da formação humana e o da formação do

sujeito ético.

Enquanto local de convivência entre seres humanos de realidades distintas, a

escola torna-se alvo de conflitos frequentes entre os alunos. Tais problemas atingem

o professor e comprometem o seu trabalho bem como o rendimento dos alunos e da

escola. As carências vivenciadas no meio escolar também transparecem no

desrespeito ao outro e aos códigos de boas maneiras, e muitas vezes o professor,

por excesso de alunos e acúmulo de tarefas, acaba evitando ou tratando

superficialmente questões que vêm prejudicando a convivência harmoniosa entre os

estudantes.

Fica assim evidente quão relevante é a questão da formação das nossas

crianças e jovens. Não basta que a escola preocupe-se apenas com as informações

necessárias ao bom desempenho dos alunos no mundo material que os cerca. É

preciso ajudá-los a se conhecer melhor, a evoluir moral e emocionalmente, a

conviver em harmonia, a tornarem-se cidadãos. E a formação do cidadão é

perpassada pela questão dos valores a serem cultivados também na escola, como

cooperação, respeito, tolerância, diálogo... Lodi e Araújo (apud BRASIL, 2007, p.

69) afirmam que: “Esses valores e essas atitudes precisam ser aprendidos e

desenvolvidos pelos estudantes e, portanto, podem e devem ser ensinados na

escola.”

Portanto, a elaboração deste Caderno Pedagógico tem a intenção de apontar

alguns caminhos para um redimensionamento de situações adversas vivenciadas na

escola, contando com trabalho do pedagogo como mediador do processo de

construção do ser humano como cidadão, porque além do conhecimento, a

educação tem a tarefa de produzir uma nova cultura, cujos valores promovam

também novas relações sociais.

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UNIDADE I

UMA IDEIA DE CIDADANIA

Não é tarefa simples definir cidadania. Etimologicamente, cidadania procede

do latim “civitas”, cidade. Historicamente, a definição original de cidadania estava

associada ao aristocrata, não ao povo todo. Na Grécia e Roma antiga, o cidadão era

aquele que vivia na cidade e ali participava ativamente dos negócios e das decisões

políticas. Havia uma separação entre o homem urbano e o homem rural, já que a

palavra cidadão referia-se somente aos habitantes da cidade.

A idéia de cidadania está ligada à cidade. O cidadão, porém, é mais do que

apenas o habitante. Se procurarmos em um dicionário o sentido e o significado

dessa palavra, encontraremos de um modo quase geral, a seguinte definição para

cidadão: “Indivíduo no gozo de seus direitos civis e políticos”. (LUFT, 2000, p.168).

Segundo Aristóteles (apud CANIVEZ, 1998, p.176): “Um cidadão no sentido absoluto

não se define por nenhum outro caráter mais adequado senão pela participação nas

funções jurídicas e nas funções públicas em geral”. Pode-se então dizer que

cidadania é um conjunto de ações civis e políticas que, se praticadas nos fazem

pessoas participativas de uma cidade e de um país.

A participação é o elemento mais importante da cidadania. Várias pessoas já

têm essa consciência e se unem formando grupos para melhorar a situação de sua

rua, de seu bairro, de seu município e até de seu país, como por exemplo, as

associações de bairro, a reunião de condomínios, os movimentos populares, os

conselhos, as organizações não governamentais, que são conhecidas como ONGs,

etc.

Segundo Demo (1999), a participação é conquista, é um processo sem fim,

que está em contínuo vir-a-ser, sempre se fazendo. Não há participação suficiente e

nem acabada. Além do mais, participação não pode ser entendida como presente,

como um benefício dado pelo Estado, como algo pré-existente.

A participação pressupõe compromisso, envolvimento, comparecimento em

ações às vezes arriscadas e audaciosas, o que faz com que muitas pessoas

prefiram o comodismo. Acreditam que basta ficar em casa reclamando e sua

condição de vida irá melhorar. Assim, ficam de braços cruzados esperando que

governo, sindicatos e empresários resolvam seus problemas.

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A participação também é enfatizada por Souza (apud MARQUES, 2009):

“Cidadão é um indivíduo que tem consciência de seus direitos e deveres e participa

ativamente de todas as questões da sociedade.” Em uma coletividade os direitos de

um indivíduo são garantidos a partir do cumprimento dos deveres dos demais

componentes da sociedade. A cidadania é entendida como o conjunto de direitos e

deveres que goza um indivíduo no processo democrático.

As leis que existem em um lugar, sejam do município, do estado ou do país

interessam a todas as pessoas, porque valem para todos. Tudo o que acontece no

mundo atinge a cada indivíduo, por isso é importante a participação nas decisões da

vida política da comunidade. Uma pessoa com consciência da cidadania está atenta

a tudo o que acontece e não desperdiça esse poder de participação.

Segundo Demo (1999), a cidadania é a condição social de uma sociedade

estruturada sob a forma de direitos e deveres. É uma das conquistas mais

relevantes da história. No lado dos direitos, surgem os direitos humanos, que hoje

nos parecem evidentes, mas cuja conquista foi muito árdua, e traduzem o resumo de

todos os direitos concebíveis que o homem possa dispor. No lado dos deveres,

surge o acordo comunitário de cooperação e corresponsabilidade.

A vinculação entre cidadania e direitos humanos ocorreu durante o processo

da Revolução Francesa do século XVIII, quando a burguesia desbancou a

aristocracia e conquistou o poder político. Nascia, assim, uma nova forma de poder

originada no povo, organizado através dos princípios da democracia. De acordo com

Giles (1983, p.79): “A Assembleia Nacional (18 de junho de 1789) consagra o

princípio fundamental da Revolução: liberdade, igualdade e fraternidade”.

A liberdade se define pela garantia à integridade física, ao direito de pensar e

expressar o pensamento, à escolha da religião, à opção político-partidária, etc.

O princípio dos direitos relacionado à liberdade é razoavelmente conhecido

pelas pessoas, mas o princípio da igualdade ainda não é de domínio público. Ainda

não é claro que o contrário da igualdade é a desigualdade e não a diferença.

Para Canivez (1991, p. 100-1):

Essa igualdade não nega a existência das diferenças, assim como não é

questionada por estas. Dizer que os homens são desiguais porque são pretos, brancos ou amarelos, porque têm um modo de pensar, hábitos culturais, caracteres diferentes, é confundir igualdade com identidade. Dizer que uma lâmpada e um livro são iguais, sob determinado aspecto, por exemplo, por terem a mesma massa, não significa que uma lâmpada é um

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livro ou que um livro é uma lâmpada. A distinção entre a igualdade e a identidade está justamente no fato de a igualdade ser, por definição, a igualdade entre coisas, pessoas, entidades diferentes. Longe de negar as diferenças, a relação de igualdade as postula.

De um lado, as pessoas são diferentes por sua natureza individual, mas por

outro, a sociedade constrói desigualdades, sobretudo num país marcado por um

passado de escravidão e ditadura.

A igualdade talvez tenha sido e continue a ser a promessa mais difícil de ser

realizada em uma sociedade “[...] enquanto existir uma elite econômica e

politicamente dominadora, dona da armadura do sistema e acumuladora dos

benefícios sociais [...]” (GUTIÉRREZ, 1998, p. 67).

Uma sociedade com esse tipo de organização dificilmente pode conviver com

tão grandes desigualdades por um longo período sem que aconteçam movimentos

sociais de resistência. Ainda mais quando os benefícios econômicos favorecem uma

pequena parte da população, colocando a maioria das pessoas em condições sub-

humanas de sobrevivência. Condições nas quais os direitos básicos de alimentação,

habitação, saúde, vestuário, educação e lazer não estão colocados à disposição dos

diferentes grupos sociais.

Para que a igualdade se confirme como direito concreto, é necessário

atender, não somente ao básico acima citado, mas, também, aos direitos políticos de

igualdade diante da lei.

O terceiro princípio, o da fraternidade ou solidariedade, é, de todos, o mais

difícil de ser executado porque necessita de ações que envolvam a população na

busca de vencer as injustiças existentes no interior da sociedade.

Atualmente, o debate sobre a questão da cidadania é diretamente relacionado com a

discussão sobre o significado e o conteúdo da democracia, sobre as perspectivas e

possibilidades de construção de uma sociedade democrática.

Para Gadotti et al(1997, p. 38-9):

Não há cidadania sem democracia. A democracia fundamenta-se em três direitos: - direitos civis, como segurança e locomoção; - direitos sociais, como trabalho, salário justo, saúde, educação, habitação etc. - direitos políticos, como liberdade de expressão, de voto, de participação em partidos políticos e sindicatos etc.

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A prática desses direitos procura assegurar ao indivíduo o acesso a condições

de vida digna, a satisfação de suas necessidades.

Segundo Marshal (1967), a integração de uma pessoa na sociedade e na

natureza se dá sob três formas: a material, que admite à pessoa a sua

sobrevivência física. São as posses materiais que nos oportunizam alimentação,

moradia, vestuário, etc; a cultural, que dá à pessoa seus valores, sua fé, seu modo

de pensar, atuar e interpretar o mundo; a social, atribuindo-se às relações que se

instalam entre os indivíduos, que são também relações de poder, quer seja de

igualdade, opressão ou exploração.

Nesse sentido, a cidadania é entendida como o direito de compartilhar dos

bens materiais, dos bens culturais e dos bens sociais. Acima disso tudo, o cidadão é

o sujeito que tem uma consciência crítica em relação à vida em sociedade.

Infelizmente, no Brasil, os princípios que garantem a existência da cidadania e

a vigência dos direitos humanos não se realizaram por completo. É preciso levar em

conta que uma parcela considerável da população não possui sequer os direitos

fundamentais para uma vida digna.

Atividades Atividade 1

Leitura do texto:

O QUE É CIDADANIA

A história da cidadania confunde-se em muito com a história das lutas pelos

direitos humanos. A cidadania esteve e está em permanente construção; é um

referencial de conquista da humanidade, através daqueles que sempre lutam por

mais direitos, maior liberdade, melhores garantias individuais e coletivas, e não se

conformam frente às dominações arrogantes, seja do próprio Estado ou de outras

instituições ou pessoas que não desistem de privilégios, de opressão e de injustiças

contra uma maioria desassistida e que não se consegue fazer ouvir, exatamente por

que se lhe nega a cidadania plena cuja conquista, ainda que tardia, não será

obstada.

Ser cidadão é ter consciência de que é sujeito de direitos. Direitos à vida, à

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liberdade, à propriedade, à igualdade, enfim, direitos civis, políticos e sociais. Mas

este é um dos lados da moeda. Cidadania pressupõe também deveres. O cidadão

tem de ser cônscio das suas responsabilidades enquanto parte integrante de um

grande e complexo organismo que é a coletividade, a nação, o Estado, para cujo

bom funcionamento todos têm de dar sua parcela de contribuição. Somente assim

se chega ao objetivo final, coletivo: a justiça em seu sentido mais amplo, ou seja, o

bem comum.

Marcos Sílvio de Santana

http://www.advogado.adv.br/estudantesdireito/fadipa/marcossilviodesantana/cidadani

a.htm

Questões para reflexão:

1) O que você entende por direitos humanos?

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2) O que é um cidadão?

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3) Todas as pessoas são cidadãos? Por quê?

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Assistir ao vídeo “Cidadão”.

http://www.youtube.com/watch?v=6cR9CWtluG4&feature=related

O vídeo apresenta imagens que colaboram na interpretação da música “Cidadão”,

de Zé Ramalho.

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Questões para reflexão:

1) A que você atribui o título da música ser “Cidadão”?

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2) O personagem da música usufrui dos direitos citados no texto?

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3) Será que o personagem tem deveres e os cumpre? Quais?

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Atividade 2

Leitura do texto:

Direitos e Deveres do Cidadão Brasileiro

Cidadão brasileiro, sociedade, direitos e deveres. Palavras simples, mas que

abrigam sentidos tão complexos. Todos os indivíduos têm direitos e deveres.

Devemos lutar para que os direitos sejam respeitados, e ao mesmo tempo, ter

consciência dos deveres e cumpri-los.

Na constituição brasileira os artigos referentes a esse assunto podem ser

encontrados no Capítulo I, Artigo 5º que trata Dos Direitos e Deveres Individuais e

Coletivos. Cada um de nós tem o direito de viver, de ser livre, de ter sua casa, de ser

respeitado como pessoa, de não ter medo, de não ser pisado por causa de seu

sexo, de sua cor, de sua idade, de seu trabalho, da cidade de onde veio, da situação

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em que está, ou por causa de qualquer outra coisa. Qualquer ser humano é nosso

companheiro porque tem os mesmos direitos que nós temos. Esses direitos são

sagrados e não podem ser tirados de nós; se forem desrespeitados, continuamos a

ser gente e podemos e devemos lutar para que eles sejam reconhecidos. Às vezes

cidadãos se vêem privados de usufruírem de seus direitos por que vivem cercados

de preconceito e racismo; é incrível mas ainda nos dias de hoje encontramos

pessoas que se sentem no direito de impedir os outros de viverem uma vida normal

só porque não pertencem a mesma classe social, raça ou religião que a sua. Nós

cidadãos brasileiros temos direitos e devemos fazer valer o mesmo independente do

que temos ou somos, ainda bem que a cada dia que passa muitas pessoas estão se

conscientizando e acabando com o preconceito e aquelas que acabam sofrendo por

isso estão correndo atrás de seus direitos.

Mas como cidadão brasileiro não temos apenas só direitos, mas deveres para

com a nação, além de lutar pelos direitos iguais para todos, de defender a pátria, de

preservar a natureza, de fazer cumprir as leis e muito mais. Ser cidadão é fazer valer

seus direitos e deveres civis e políticos, é exercer a sua cidadania. Com o não

cumprimento do dever o cidadão brasileiro pode ser processado juridicamente pelo

país e até mesmo privado de sua liberdade.

Por fim, se realmente queremos ser cidadãos plenos e conscientes de nossos

deveres de cidadania, temos que lutar para que sejam cumpridas todas as leis!

Allyne Patrícia Marques Souza Muniz

http://www.coladaweb.com/direito/direitos-e-deveres-do-cidadao-brasileiro

Questões para reflexão:

1) Você se considera um cidadão? Por quê?

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2) Você conhece seus direitos como aluno? Cite alguns.

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3) Você conhece seus deveres como aluno? Cite alguns.

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4) Quais atitudes devo praticar como cidadão?

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UNIDADE II

CIDADANIA E VALORES HUMANOS

Hoje, é necessário ver a cidadania além do sentido de apenas atender as

necessidades políticas e sociais. As transformações sociais, econômicas e culturais

colocam cada vez mais a necessidade do conhecimento ético e da educação do

homem em toda a sua multiplicidade. Para Lodi e Araújo (apud BRASIL, 2007, p.69):

“Aprender a ser cidadão e a ser cidadã é, entre outras coisas, aprender a agir com

respeito, solidariedade, responsabilidade, justiça, não-violência, aprender a usar o

diálogo nas mais diferentes situações e comprometer-se com o que acontece na

vida coletiva da comunidade e do país”. A formação do cidadão é perpassada pela

questão dos valores a serem aprendidos e desenvolvidos, também na escola.

Para Thums (2003, p. 359): “Os valores humanos são os fundamentos da

consciência humana. São os princípios que formam o caráter de cada ser humano.

[...] Esse caráter é formado pela escolha apropriada de princípios de valor em sua

orientação vital”.

O que se percebe hoje é que cada vez mais os alunos chegam às escolas

totalmente alheios às regras e valores sociais, e muitas vezes, essa falta de

direcionamento acontece porque os pais não estão conseguindo compreender as

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mudanças de paradigmas que estamos vivendo, e erram achando que estão

acertando.

A cada dia vemos que os pais estão mais desnorteados para transmitir

valores a seus filhos e uma das causas desta falta de direção é a situação atual

vivida por todos nós, que vemos todos os dias nos meios de comunicação, ou

mesmo no nosso convívio, situações que comprometem os valores padrões

estabelecidos: “[...] muitos pais hoje em dia têm sérias dificuldades em estabelecer

limites para os filhos e em dar fim a discussões e pequenas questões do dia-a-dia.

Independentemente do nível de conhecimento e cultura, muitos pais têm se

mostrado incapazes de exercer sua autoridade junto aos filhos”. (ZAGURY, 1991,

p.26).

O papel da família, a escola não pode e não deve substituir. O que não

significa que a escola não possa construir seus valores sociais próprios, ou mesmo

complementares, ampliando a vivência de cada aluno, desenvolvendo o senso

crítico, o aprendizado mútuo e a postura político-reflexiva, pois sendo a escola uma

das responsáveis pela formação do indivíduo, também é sua tarefa fazer com que os

valores vivam e se desenvolvam. A LDB (Lei nº 9394/96), em seu artigo 32º, inciso

III, respalda essa ideia ao afirmar que o ensino será ministrado buscando a

aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de valores.

Para além dos conhecimentos científicos, a escola possui uma função

formadora, já que o homem é um ser rico em necessidades e capacidades físicas,

emocionais, culturais e intelectuais, cabendo assim, à escola, buscar uma educação

equilibrada, que atenda a essa multiplicidade, o que é fundamental para a formação

do indivíduo.

É importante destacar que na escola o conhecimento vai se dar através de

uma experiência coletiva, e é no coletivo que se abre para o homem a possibilidade

de se formar a partir de princípios éticos fundamentais para a vida em sociedade.

Para que os estudantes possam aprender a assumir os princípios éticos, são necessários pelo menos dois fatores: 1) que os princípios se expressem em situações reais, nas quais possam ter experiências e nas quais possam conviver com a sua prática; 2) que haja um desenvolvimento da sua capacidade de autonomia moral, isto é, da capacidade de analisar e eleger valores para si, consciente e livremente. (LODI E ARAÚJO apud BRASIL, 2007, p.69).

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A escola, mesmo sem assumir o papel da família, pode oferecer

oportunidades de informação e experiências capazes de estimularem mudanças no

desenvolvimento do comportamento e da educação, pois a escola pode apresentar

todos os meios de desenvolvimento dos valores humanos para habilitação do

indivíduo para a vivência na sociedade.

A escola, talvez mais do que a família, é por princípio o lugar que educa para

a coletividade. Na escola deve ser dada uma educação voltada para o viver em

comunidade, reforçando valores de solidariedade, de querer bem, de saber viver

com os outros, dividir espaços, auto-controlar os impulsos, desejando a construção

de um mundo melhor e mais justo para todos. A integração dos alunos na sociedade

é capaz de oportunizar a transformação da pessoa num bom cidadão, já que a

escola é a base que está ligada a tudo o que cerca o aluno.

Para Vasconcelos (1995, p.100):

Estamos vivendo um momento social no qual fica clara a necessidade de se restabelecer os limites na educação da criança e dos jovens; há um consenso de que eles precisam se “enquadrar”. Frutos de uma geração que perderam os “mapas de serem pais”, e de uma sociedade altamente complexa,e em profunda transformação marcada por uma crise de valores sem precedentes, que não nos resta dúvida desta urgência. Por outro lado,nos preocupa o fato de estar havendo uma onda neoconservadora. Qual seja, ao invés de estabelecer os limites de uma vida crítica e criativa,o que tem se observado é uma autêntica restauração de limites autoritários , o que a nosso ver, dentro em breve provocará uma outra crise, já que a questão central não foi superada.

Podemos assim entender que a vida em sociedade pressupõe a criação e o

cumprimento de regras e preceitos capazes de nortear as relações, possibilitar o

diálogo, a cooperação e a troca entre membros deste grupo social. A escola, a

família e a sociedade também precisam de regras e normas orientadoras do seu

funcionamento e da convivência entre diferentes elementos que nela atuam. Nesse

sentido, as normas deixam de ser vistas apenas como prescrições castradoras e

passam a ser compreendidas como condição necessária ao convívio social.

É importante lembrar que um ambiente cooperativo e amistoso não é livre de

atritos, porque onde existe mais que um ser humano, consequentemente haverá

problemas de relacionamento. “O conflito é algo intrínseco à convivência. Ninguém,

nenhum grupo humano, [...] está a salvo de conflitos. Conviver produz desgastes, os

quais podem ser de natureza e gravidade diversa”. (ANTUNEZ et al., 2002, p.21).

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Como não tem como evitar os conflitos desencadeadores de indisciplina e

agressões, a escola precisa encontrar uma maneira de administrar essa questão.

Segundo Shemes (apud MUNDO JOVEM, 2009, p.13):

A postura tradicional de onipotência por parte do educador, mesmo quando se coloca para ajudar o aluno, é um modelo inadequado para alcançar soluções. Entender os motivos, os porquês que estão por trás de cada fala, do que as pessoas dizem, é a chave na resolução de conflitos. O respeito, a responsabilidade e a cooperação são fundamentais. Na mediação de conflitos dentro da unidade escolar, o professor não pode ser o protagonista, deve considerar que não está sozinho nesse processo, e por essa razão deve trabalhar em equipe.

Portanto, uma transformação no tipo das relações estabelecidas dentro das

escolas poderá fazer com que a problemática em questão seja encarada sob uma

perspectiva diferente. Uma importante porcentagem de mudanças está na ação do

pedagogo. De acordo com Libâneo (1998, p. 25): “Pedagogo é o profissional que

atua em várias instâncias da prática educativa, direta ou indiretamente ligadas à

organização e aos processos de transmissão e assimilação de saberes e modos de

ação, tendo em vista objetivos de formação humana previamente definidos em sua

contextualização histórica“.

Nesse sentido, um pedagogo consciente e comprometido com a formação

dos alunos poderá assumir o papel de iniciador e desencadeador de um trabalho

voltado para o exercício dos bons valores humanos, que muito contribuirá para o

resgate da cidadania. Para Costa et al. (2000) os valores não apenas existem, eles

valem, devem ser vividos e experimentados. Dentro da escola, a melhor maneira de

ensiná-los é estimulando reflexões e vivências. O educador deve desempenhar uma

influência positiva sobre os alunos, deve ser uma presença repleta de significado,

para que os alunos desenvolvam atitudes coerentes em relação aos valores que

queremos ensinar. Poderá trabalhar a questão dos valores através do discurso das

palavras ou mediante o curso dos acontecimentos, tudo isso sempre revestido pelo

exemplo, pela coerência entre a intenção e o gesto, pela presença significativa do

educador.

É papel da escola se voltar para uma educação permeada por valores

humanos, ajudando os alunos a se desenvolverem como pessoas humanas. Sem a

prática de valores humanos não há nem como se falar em cidadania.

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Atividades Atividade 1

Assistir ao vídeo “O que é ser cidadão do mundo?”.

http://www.youtube.com/watch?v=sVVU5Jd5fIw&feature=related

O vídeo apresenta o amor como imprescindível para a comunhão de todos os

cidadãos.

Para refletir:

Você está fazendo a sua parte como cidadão do mundo? De que forma?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Atividade 2

Assistir ao vídeo “Valores Humanos”.

http://www.youtube.com/watch?v=yY-2HAyOH2w

O vídeo apresenta uma bonita mensagem sobre valores humanos.

Questões para debate:

1) O mundo tem vivenciado os valores que o vídeo apresenta? E na família, na

escola, no grupo de amigos?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

2) Por que necessitamos de alguns preceitos básicos para a convivência?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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3) Que providências podemos tomar para que os preceitos de boa conduta sejam

transmitidos para as pessoas que vivem próximas a nós?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Atividade 3

Dinâmica:

VALORES

OBJETIVO: Reconhecer seus próprios valores e os valores dos outros.

MATERIAL: Cartões onde devem estar escritos valores, os mais diversos

possíveis.

DESENVOLVIMENTO: Cada participante receberá um cartão com um determinado

valor, por exemplo: paz, companheirismo, compreensão, solidariedade, justiça,

amizade, respeito, justiça, responsabilidade, honestidade, etc.

Serão disponibilizados alguns instantes para reflexão pessoal.

Cada participante vai dizer então se possui ou não este valor apresentado pelo

cartão, justificando-se.

Ao final da dinâmica, é interessante que cada um compartilhe como se sentiu

no correr da dinâmica, como os valores que descobriu em si e nos outros

companheiros.

FONTE: Adaptada de http://dinamicaeducativa.blogspot.com/

Atividade 4

Os alunos se organizarão em grupos de cinco a seis alunos. Após, os grupos

produzirão pequenas encenações abordando os valores em questão, e apresentarão

aos colegas.

UNIDADE III

VIVENCIAR VALORES PARA CONVIVER

A escola é uma das responsáveis pela formação do indivíduo e sua função

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não se limita a instruir, mas oferecer experiências significativas que preparem os

educandos para a vida como cidadãos produtivos, participativos, críticos e

respeitosos.

Para Blin e Deulofeu (2005, p.145):

[...] o desafio da educação é ensinar aos alunos a viverem e a cooperarem com outras pessoas que não foram escolhidas por nós, o que faz da sala de aula um espaço pertinente de aprendizagem das práticas cidadãs. Aprender a viver no estabelecimento escolar e na aula é aprender a viver em sociedade.

Na escola básica, onde a construção da cidadania é a meta precípua, um dos

desafios atuais é contribuir para a formação moral e ética dos alunos, propondo

ações de caráter reflexivo e não moralizador.

Por esse motivo, uma educação em valores humanos é uma condição que

toda escola deve analisar a fundo, pois os valores devem estar presentes nas

relações diárias da instituição.

A convivência social se aprende e se constrói, principalmente na escola,

através do desenvolvimento de valores humanos, colocando os direitos humanos

como diretriz ética para todos os atos, sem exceção.

A escola estaria deixando de cumprir o seu papel se se omitisse de transmitir

valores éticos e morais necessários para uma boa convivência escolar. Entre os

valores humanos essenciais estão o diálogo, o respeito e a tolerância.

3.1 DIÁLOGO

No dicionário, o significado de diálogo é apresentado como fala entre duas ou

várias pessoas. (LUFT, 2000, p.244). É um valor que reconhece na conversa um

momento de interação entre dois ou mais sujeitos. Para que haja diálogo é preciso

saber ouvir e saber expressar-se.

A democracia é um regime político e um modo de convívio social que visa

tornar realidade o convívio pacífico numa sociedade pluralista. Como há espaço ao

consenso e o dissenso na democracia, o conflito entre as pessoas se faz presente.

O diálogo é um dos principais meios e uma das razões pelas quais a democracia é

um sistema complexo. Dialogar requer a aptidão de ouvir o outro e de se fazer

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compreender. Segundo Moreno (2001, p. 177):

A comunicação exige intercâmbio, influência mútua. [...] Representa sempre uma reciprocidade que não pode ser rompida, caso contrário, um indivíduo estaria transformando o outro em paciente dos seus comunicados. O que caracteriza a comunicação é que ela é diálogo, assim como o diálogo é comunicativo.

Como a democracia é formada por cidadãos, cada um deles deve valorizar o

diálogo como modo para procurar esclarecer e, se possível, superar conflitos.

Qualquer pessoa é digna de ser ouvida e de ouvir, mesmo que suas opiniões sejam

diferentes das da maioria. O diálogo somente é possível quando as pessoas

envolvidas se respeitem mutuamente. A instituição escolar é um espaço privilegiado

onde se pode ensinar esse valor e aprender a traduzi-lo em atitudes e ações.

3.2 RESPEITO

O dicionário Luft (2000, p. 575) define respeito como acatamento, reverência,

ponto de vista, referência.

O respeito é um valor que leva um indivíduo a tratar outro com grande

atenção, consideração e reverência. Para Moreno (2001, p. 142-3):

• Respeitar o outro é considerá-lo no mesmo nível que nós enquanto ser humano que tem o direito de ter suas limitações fraquezas e de pensar de maneira diferente. • Respeitar é valorizar no outro suas qualidades, fazer que se sinta que temos consideração por ele e que reconhecemos o que tem de positivo e de valioso. • Respeitar é tratar o outro com a mesma especial delicadeza e tato com que queremos ser tratados. • Respeitar é reconhecer as próprias falhas, atitudes e expressões pouco felizes que podem ter ferido o outro e pedir perdão com sinceridade e naturalidade. • Respeitar é ajudar o outro a sentir-se bem em sua própria pele e a potencializar o melhor de si. • Respeitar é deixar que o outro seja ele mesmo, com direitos inalienáveis. O respeito é anterior ao amor; é uma parte importante da sociabilidade e da solidariedade.

O respeito é um valor imprescindível para o cultivo e o desenvolvimento de

outros valores na família, na escola, na sociedade e em qualquer comunidade

humana. “Respeito é não apanhar ninguém de surpresa, não apontar suas fraquezas

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de modo a torná-lo alvo de risos. Significa observar e criar força e baseia-se na

percepção de que todos têm valor porque cada um é único“. (CHURCH apud

VIVENDO VALORES HUMANOS NA ESCOLA, 2006, p. 6). A reação de uma pessoa

tratada com respeito será também a de respeitar. Trata-se de respeito mútuo, um

direito e um dever de cada cidadão.

3.3 TOLERÂNCIA

O significado da palavra tolerância encontrada no dicionário é qualidade de

tolerante; complacência. E tolerante é aquele que desculpa certas faltas ou erros,

que respeita a opinião alheia. (OLINTO, 2000).

A tolerância é uma virtude e um grande valor que se estabelece a partir do

reconhecimento da existência do outro, que, assim como eu, ocupa um espaço, tem

direitos e deveres, mas é fundamentalmente diferente de mim.

Segundo Moreno (2001, p. 164):

A tolerância é uma atitude pela qual tendemos a compreender os erros, falhas, limitações, defeitos etc de outras pessoas, evitando contínuas reprovações ou brigas. Ser tolerante significa poder escutar opiniões contrárias com uma atitude de respeito para com as pessoas que as expressam. Compreender os equívocos dos outros, sem recriminá-los automaticamente. Saber conviver com os defeitos de outras pessoas sem precisar apontá-los o tempo.

A tolerância se revela na tendência a aceitar nos outros, modos de pensar, de

agir e de sentir diferente ou opostos aos nossos. A tolerância deve fundar-se no

respeito, no reconhecimento. É uma virtude difícil, pois o nosso primeiro impulso é

ter aversão e rejeitar aqueles que não pensam como nós ou que nos contradizem.

Para MACHADO (2002) o ambiente educacional pode constituir-se um espaço

especialmente favorável ao cultivo da tolerância – valor fundamental numa

democracia participativa, que não se conforma com a exclusão de quaisquer de seus

segmentos.

Atividades Atividade 1

Leitura do texto:

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Comunicação

(...)

Entre nós e os outros deve existir um constante relacionamento, como o que

há entre os vasos comunicantes, para nos alimentarmos mutuamente nos aspectos

físico, mental e social.

Quando ouvimos os outros, permitimos que falem, “toleramos” suas

características sem pretender que sejam diferentes, eles se tornam verdadeiros

patrocinadores de nosso conhecimento e de nossa reflexão pessoal.

Nossa comunicação deve estar permeada de:

• Respeito ao outro como igual, como interlocutor válido sem quaisquer

preconceitos ou discriminação;

• Aceitação do outro como ele é, sem exigir que mude, ou deixe de ser

como é;

• Partilha do que se faz, dos sentimentos, das emoções, da vida;

• Compromisso do eu com o você para chegar ao nós, sem perder a

identidade;

• Compromisso pessoal de progresso que nos leve a nos corrigirmos e

aperfeiçoarmos, para que possamos ser um “presente especial” para

quem convive conosco.

CANO, B. Ética: arte de viver: a alegria de não estar só, vol. 2. São Paulo:

Paulinas, 2008, p.30.

Questões para reflexão:

1) Você costuma dialogar com calma e clareza com os familiares, amigos e pessoas

conhecidas em situações normais do cotidiano? E em situações de conflito,

consegue dialogar calmamente e com clareza?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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2) Você procura o diálogo antes de julgar e condenar as outras pessoas?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

3) Você se esforça para ser compreendido pelos outros?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

4) Você procura compreender as pessoas com quem dialoga?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

5) O diálogo é o caminho de reconciliação entre as pessoas?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

6) Quais características especiais deve ter o diálogo para que seja gratificante à vida

humana?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Num segundo momento, os alunos sentados em círculo compartilharão da

atividade realizada, o que certamente contribuirá para o crescimento de todos.

Atividade 2

Dinâmica:

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FAZER AOS OUTROS...

MATERIAL: papel ofício e lápis.

OBJETIVO: Perceber que só devemos desejar ao próximo aquilo que desejamos

para nós.

DESENVOLVIMENTO: O professor dividirá o grupo em pares e entregará um

pedaço de papel a cada dupla. Pedirá, então, que um dos componentes passe uma

tarefa para o outro componente fazer.

Após todas as duplas concluírem, o professor pedirá para que aquele que passou a

tarefa, a realize.

FONTE: Adaptada de

http://www.juraemprosaeverso.com.br/07000Dinamicasdegrupo.htm

A dinâmica possibilita uma reflexão sobre a necessidade de respeito ao

próximo.

Atividade 3

Leitura do texto:

Respeito

A falta de respeito é o que mais prejudica os relacionamentos interpessoais. É

preciso que as pessoas decidam com firmeza praticar o respeito e, se necessário,

institucionalizá-lo como um direito fundamental que permita honrarmos uns aos

outros em função da nossa dignidade e dos direitos que temos como seres

humanos.

O respeito não pode existir apenas na teoria, como aquele que diz: Eu

respeito o que você diz, mas vamos fazer o que eu quero. Deve converter-se em

uma atitude sincera e em uma prática real que leve à convivência fraterna.

Respeito quando escuto o outro com atenção, quando falo com palavras

adequadas, sem ofender, quando procuro solucionar as dificuldades por meio do

diálogo, quando não imponho minha opinião e permito que o outro expresse a sua,

quando me coloco no lugar do outro, para não fazer juízos, quando me abstenho de

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agredir, levando em conta que não tenho inimigos, pois, mesmo que às vezes os

seres humanos compliquem as relações, são bons, têm sentimentos generosos e

nobres.

(...)

CANO, B. Ética: arte de viver: a alegria de não estar só, vol. 2. São Paulo:

Paulinas, 2008, p.33.

Questão para refletir e compartilhar:

O que você pode fazer para que o respeito seja uma atitude prática e presente em

sua vida?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Atividade 4

Dinâmica:

QUALIDADES E DEFEITOS

OBJETIVOS:

- Aceitar que todos possuímos qualidades e defeitos.

- Valorizar as qualidades, respeitando-nos mutuamente.

MATERIAIS: papel e caneta

DESENVOLVIMENTO: Cada aluno receberá uma folha de papel para que desenhe a

sua mão direita e a sua mão esquerda. Em cada dedo da mão direita escreverá uma

qualidade sua, e na mão esquerda, um defeito seu. Após uns quinze minutos,

discute-se de acordo com o que cada um escreveu, finalizando que é mais fácil falar

das características dos outros do que de nós mesmos. Todos possuímos qualidades

e defeitos, porém temos que nos respeitar mutuamente e priorizar nossas

qualidades.

FONTE: Adaptada de http://www.cdof.com.br/recrea5.htm

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Atividade 5

Leitura do texto:

A tolerância

A virtude de uma tolerância sadia é um valor indispensável para a

convivência. Não é possível conviver com pessoas intolerantes. Para tolerar é

preciso conhecer e aceitar as características próprias da outra pessoa e sua cultura.

(...)

Um cidadão tolera seus semelhantes quando aprende a caminhar entre a

multidão com paciência, a olhar os outros sem rotulá-los e a não culpar ninguém

pelo que acontece.

Ser tolerante, porém, é diferente de ser permissivo. O tolerante conhece o

outro, respeita as diferenças e as acolhe com uma atitude amorosa; o permissivo,

pelo contrário, encobre as falhas, é como uma cortina que esconde os erros para

que ninguém os conheça, chegando até em se converter em cúmplice que deixa

fazer e desfazer à vontade, sem chamar-lhe a atenção nem divulgar o

comportamento ilícito. Por isso, a tolerância é uma virtude e a permissividade, uma

fraqueza que corrompe.

(...)

Tolera quem respeita, quem ama e perdoa, quem coloca a dignidade humana

acima de tudo e sabe que deve ceder para poder avançar.

CANO, B. Ética: arte de viver: a alegria de não estar só, vol. 2. São Paulo:

Paulinas, 2008, p.79-80.

Questões para reflexão em grupo:

1) Quais as atitudes que as pessoas praticam que denotam intolerância?

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2) O que não podemos tolerar?

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3) O que podemos fazer para que a intolerância não se instaure em nossa escola?

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___________________________________________________________________

Atividade 6

Assistir ao filme Corrente do Bem

Direção: Mimi Leder

Elenco: Kevin Spacey, Helen Hunt, James Caviezel, Shawn Pyfrom, Jon Bom Jovi

(Drama, EUA, 2000, 115 min)

Na história, um professor faz um desafio aos alunos: que eles criem algo que possa

mudar o mundo. Um aluno sente-se desafiado e cria um jogo em que, a cada favor

recebido, a pessoa retribua a outras três. Por incrível que pareça a idéia funciona...

Questões para reflexão em grupo:

1) Você acredita que pequenos passos podem ajudar a melhorar a convivência

humana?

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___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

2) A escola é um lugar que pode gerar grandes transformações?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

__________________________________________________________________

3) Elabore uma lista de ações que a turma pode começar a realizar agora com o

intuito de mudar a realidade em casa, na escola, na sociedade.

___________________________________________________________________

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___________________________________________________________________

Elaboração de cartazes para exposição nos corredores da escola com

mensagens de valorização à vida, ao convívio harmonioso, à vivência dos bons

valores.

REFERÊNCIAS ANTUNEZ, S. et al. Disciplina e convivência na instituição escolar. Porto Alegre: Artmed, 2002. BLIN, J. F. e DEULOFEU, C. G. Classes difíceis: ferramentas para prevenir e administrar os problemas escolares. Porto Alegre: Artmed, 2005. BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Ética e cidadania. Brasília, 2007. _______. Lei Nº 9394 de 20 de dezembro de 1996. Brasília. Disponível em: http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/l9394.htm Acesso em: 15 jul. 2010. CANIVEZ, P. Educar o cidadão? Campinas: Papirus, 1991. COSTA, A. C.G. Educador: novo milênio, novo perfil? São Paulo: Paulus, 2000. DEMO, P. Participação é conquista. São Paulo: Cortez, 1999. GADOTTI, M. et al. Autonomia na escola: princípios e propostas. São Paulo: Cortez, 1997. GILES, T. Filosofia da educação. São Paulo: EPU, 1983. GUTIÉRREZ, F. Educação como práxis política. São Paulo: Summus, 1988. LIBÂNEO, J. C. Pedagogia e pedagogos, para quê? São Paulo: Cortez, 1998. LUFT, C. P. Minidicionário Luft. São Paulo: Ática, 2000. MACHADO, N. J. Cidadania e educação. São Paulo: Escrituras Editora, 2002. MARQUES, L. G. A cidadania segundo Herbert de Souza. Disponível em: http://www.avozdocidadao.com.br/detailArtigo.asp?ID=434&SM=6%2321&por=Luiz%20Guilherme%20Marques Acesso em: 14 jul. 2010.

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MARSHAL, T. Cidadania, classe social e status. Rio de Janeiro: Zahar, 1967. MORENO, C. I. Educar em valores. São Paulo: Paulinas, 2001. MUNDO JOVEM. Abril de 2009, Ano XLVII, nº 395. OLINTO, A. Minidicionário Antonio Olinto da Língua Portuguesa. São Paulo: Moderna, 2000. THUMS, J. Ética na Educação: filosofia e valores na escola. Canoas: Ulbra, 2003. VASCONCELOS, F. Debate sobre disciplina na escola. Porto Alegre: Educação, Sociedade e Cultura, 1995. VIVENDO VALORES HUMANOS NA ESCOLA. Organização Brahma Kumaris. São Paulo: 2006. ZAGURY, I. Sem padecer no paraíso. Rio de Janeiro: Record, 2002.