da escola pÚblica paranaense 2009 · forma de preconceito linguístico, que eles se calam, ......
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
Sequência Didática
MARIA APARECIDA PERRELLI HALILA
PONTA GROSSA
2010
MARIA APARECIDA PERRELLI HALILA
HISTÓRIA DOS IMIGRANTES POLONESES EM SÃO JOÃO DO TRIUNFO: CONSTRUINDO
CONHECIMENTOS A PARTIR DO GÊNERO BIOGRAFIA
Sequência Didática apresentada ao Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Estado da Educação e Universidade Estadual de Ponta Grossa, ano 2009/2010. Área: Língua Portuguesa Orientadora: Profª Dt. Ione da Silva Jovino.
PONTA GROSSA
2010
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO 04
2 INTRODUÇÃO 06
3 PROCEDIMENTOS DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA 09
4 NOVA ESCRITA DO TEXTO 17
5 AVALIAÇÃO 19
REFERÊNCIAS 21
1 APRESENTAÇÃO
Meu nome é Maria Aparecida Perrelli Halila, sou professora do Colégio Estadual
Francisco Neves Filho, no centro da cidade, em São João do Triunfo. Essa proposta
nasceu da observação do preconceito linguístico que os alunos e alunas descendentes
de imigrantes poloneses sofrem pela maneira de falar algumas palavras. Tal fato foi
percebido na minha prática em sala de aula e pelos relatos orais de alguns alunos e
alunas descendentes de poloneses. Quando ele(a)s vêm de escolas rurais para o
colégio, no centro da cidade, preferem não falar durante as aulas, pois alguns colegas
e até professore(a)s corrigem as palavras ditas por ele(a)s. Isso faz com que não
participem oralmente, não expressem sua identidade cultural e não exerçam o direito
de expor suas ideias. Tamanho é o efeito da violência simbólica sofrida por eles na
forma de preconceito linguístico, que eles se calam, se escondem, emudecem,
tentando passar ao máximo passar despercebidos pela sala de aula. Tal é o
emudecimento, que eles evitam responder à chamada, limitando-se a levantar a mão.
Diante disso vi a necessidade de intervir e me propus a fazer o projeto do PDE.
Para tanto, pensei numa proposta de trabalho efetivada por uma Sequência Didática,
construída a partir do gênero textual biografia, com o objetivo de proporcionar aos
alunos e alunas momentos de pesquisa e reflexão sobre a história da cultura polonesa,
por meio do estudo da historia da imigração na região de São João do Triunfo. Espero
que durante esse trabalho os alunos e alunas possam construir conhecimento sobre
essa história e que isso contribua para a diminuição do preconceito linguístico.
O preconceito linguístico se baseia na crença de que só existe uma única língua
portuguesa digna deste nome e que seria a língua ensinada nas escolas, explicada nas
gramáticas e catalogada nos dicionários. Qualquer manisfestação linguística que
escape desse triângulo escola – gramática – dicionário é considerada, pela ótica do
preconceito linguístico, ―errada, feia, rudimentar, deficiente‖, e não é raro ouvirmos que
―isso não é português‖.
A Sequência Didática é conjunto de atividades escolares articuladas entre si, a
partir de um gênero textual. Ela deve partir de uma situação concreta de comunicação,
numa determinada esfera social. Por exemplo, a história de vida dos imigrantes
poloneses que vieram para São João do Triunfo para produção escrita do gênero
biografia.
A Sequência Didática prevê uma produção inicial que pode ser de leitura, escrita
ou fala. Nessa produção, os alunos realizam uma primeira tentativa de leitura,
produção escrita ou oral do gênero biografia, a partir da necessidade concreta de
comunicação. Trata-se de um momento de extrema importância para o professor, pois
todo o seu trabalho de organização da Sequência Didática será respaldado através da
análise dessa leitura ou produção de texto. Vale ressaltar que essa produção não é
silenciosa, isto é, ela é fruto de uma discussão inicial gerada pela necessidade de
utilização do gênero proposto em uma situação real de comunicação. Após o
desenvolvimento das atividades organizadas, Sequência Didática será concluída com
uma produção final .
Esse é o momento da avaliação de toda a trajetória percorrida pelos alunos. É o
produto do processo de ensino do professor e de aprendizagem do aluno. Ela servirá
como uma realimentadora do processo, isto é, o professor terá uma visão clara da
apropriação adequada ou inadequada do gênero textual estudado e assim proporá
mais atividades elucidativas, ou dará como concretizados os objetivos propostos para a
Sequência Didática.
2 INTRODUÇÃO
Com a finalidade de conhecer melhor o universo da imigração polonesa em
nosso município, pesquisei na Biblioteca Municipal Castro Alves em São João do
Triunfo e na Casa da Memória em São Mateus do Sul, alguns dados a respeito da
trajetória dos imigrantes poloneses. Através de leituras de livros de memórias, anais e
documentos coletei dados sobre a história dos imigrantes em nosso município, São
João do Triunfo, que poderão servir para pesquisa dos alunos sobre a história e
trajetória dos imigrantes poloneses.
Discutiremos com o(a)s professore(a)s o texto de Bagno, do livro Preconceito
linguístico o que é, como se faz (2009, p. 164) sobre a variação linguística ser objeto e
objetivo do ensino de língua: uma educação linguística voltada para a construção da
cidadania numa sociedade verdadeiramente democrática não pode desconsiderar que
os modos de falar dos diferentes grupos sociais constituem elementos fundamentais da
identidade cultural da comunidade e dos indivíduos particulares, e que manchar a
imagem ou condenar uma variedade linguística equivale a manchar a imagem e a
condenar os seres humanos que a falam,como se fossem incapazes, deficientes ou
menos inteligentes – é preciso mostrar em sala de aula e fora dela, que a língua varia
tanto quanto a sociedade varia, que existem muitas maneiras de dizer a mesma coisa e
que todas correspondem a usos diferenciados e eficazes dos recursos que o idioma
oferece a seus falantes.
É praticamente impossível negar as diferenças individuais entre os sujeitos de
uma determinada cultura, assim como a variabilidade dos indivíduos de diferentes
grupos culturais. A constatação da singularidade humana, observável inclusive pelo
senso comum, levanta o problema da origem dessas diferenças, na educação o
problema se coloca de uma outra forma: o que fazer com as diferenças encontradas?
Entende-se que a resposta a essa indagação está intimamente associada à concepção
adotada para explicar a origem da constituição da singularidade humana.
Existe a hipótese de que a visão do(a) educador(a) acerca da origem das
características individuais interfere na sua atuação prática, ou, ao menos influencia sua
maneira de compreender e explicar as relações entre o ensino e a aprendizagem. Ou
seja, as posições defendidas pelos educadores acerca deste tema expressam, ainda
que de forma implícita, uma visão de ser humano, de mundo e revelam, mais
particularmente, determinadas concepções sobre os processos de desenvolvimento e
aprendizagem do ser humano e do papel da educação. Sendo assim, o conhecimento
de como o professor pensa a respeito do assunto é particularmente importante na
medida em que a proposição de conteúdos, metodologias e objetivos que se quer
alcançar, as formas de avaliação empregadas com os alunos e alunas, ou até mesmo
as explicações acerca do desempenho deles, dependem intimamente da concepção de
desenvolvimento humano adotada.
A principal tarefa da escola é a de promover o desenvolvimento e a
aprendizagem do ser humano nas diferentes dimensões: sociais, cognitivas,
emocionais e motoras. Na sociedade urbana a escola tem uma função social, na
medida em que compartilha com as famílias a educação das crianças: uma função
política, no que diz respeito à contribuição para a formação de cidadãos; e uma função
pedagógica, pois é o local privilegiado para a transmissão e construção de um conjunto
de conhecimentos relevantes e formas de operar intelectualmente, segundo padrões
deste contexto social e cultural.
Nesta perspectiva, cabe ao educador e educadora a tarefa de fazer a mediação
entre o aluno e aluna e o conhecimento acumulado em uma cultura, possibilitar que a
criança construa conhecimentos acerca do mundo físico e social e de si mesma, tendo
como consequência propiciar, desafiar e facilitar o desenvolvimento do educando e
educanda.
Por meio do gênero biografia os alunos e alunas do Colégio Estadual Francisco
Neves Filho, da 5ª. e 6ª deverão coletar dados ordenados cronologicamente sobre a
história dos familiares e descendentes de poloneses, usar os advérbios para
concetividade e outros recursos linguísticos que caracterizam o gênero. Citando as
Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Língua Portuguesa (p. 52), não
podemos falar de gêneros sem pensar na esfera de atividades em que eles se
constituem e atuam, aí implicadas as condições de produção, de circulação e
recepção. Há diferentes esferas de comunicação e cada uma delas produz os gêneros
necessários a suas atividades.
Alguns gêneros são adaptados, transformados, renovados, multiplicados ou até
mesmo criados a partir da necessidade que o ser humano tem de se comunicar com o
outro, tendo em vista que todos os diversos campos da atividade humana estão ligados
ao uso da linguagem. Um exemplo dessa necessidade é o surgimento dos gêneros do
discurso eletrônicos que são criados e transformados pela cultura tecnológica na qual
estamos inseridos.
Faremos uso do gênero biografia, mas também considerararemos o uso das
Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), para criarmos com os professores e
professoras, alunos e alunas, um material com a história dos imigrantes poloneses,
suas imagens, sua cultura, esse material será se utlizará de suportes como CDs ou
pen-drive para divulgação na escola.
3 PROCEDIMENTOS DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA
Os procedimentos apresentados são sugestões aos professores e professoras.
O primeiro passo é a produção inicial. Em duas aulas será feita a
leitura de apresentação do gênero biografia e motivação para os alunos
pesquisarem sobre o tema, pesquisando biografias na biblioteca
municipal e da escola.
Conhecer o gênero biografia
Questionar os alunos sobre o significado da palavra biografia e pesquisar no
dicionário o seu significado. Comunicar aos alunos que tem pouca coisa registrada
sobre a história do Colégio Estadual Francisco Neves Filho, começando pelo nome do
patrono. Assim, para comemorar o aniversário do colégio, que será no dia 23 de
agosto, os alunos deverão fazer um levantamento da história do colégio:
Quando foi inaugurada;
Quem foi o senhor Francisco Neves Filho;
Quantos diretores o colégio já teve;
Fazer uma biografia dos diretores.
Ler com os alunos e alunas a biografia do poeta parananese Paulo Leminski.
Breve Biografia de Paulo Leminski
Biografia Paulo Leminski Filho
* 1944 - Nasce em Curitiba, Paraná, a 24 de agosto, sob o signo de virgem, Paulo Leminski Filho, filho de Paulo Leminski e Áurea Pereira Mendes. 1958 - Foi para o mosteiro São Bento em São Paulo e ficou o ano inteiro. 1963 - Participa do I Congresso Brasileiro de Poesia de Vanguarda em Belo Horizonte-MG onde conhece Haroldo de Campos. Casou com Neiva Maria de Souza (da qual se separou em 1968).
1964 - Estréia com cinco poemas na revista Invenção, dirigida por Décio Pignatari, em São Paulo, porta-voz da poesia concreta paulista. 1965 - Professor de História e de Redação em cursos pré-vestibulares. 1966 - Classifica-se em primeiro lugar no II Concurso Popular de Poesia Moderna, promovido pelo jornal O Estado do Paraná. 1968/88 - Vive com a poeta Alice Ruiz, com a qual teve três filhos (Miguel Ângelo, falecido aos 10 anos, Áurea Alice e Estrela). 1969/70 - Mora no Rio de Janeiro. 1970/80 - Diretor de criação e redator de publicidade. 1973 - Morte do pai. 1975 - Publicação do Catatau. (depois de 8 anos de elaboração). 1978 - Morte da mãe. 1979 - Publicação de 40 Clics, em parceria com o fotógrafo Jack Pires. 1980 - São Paulo - Colaboração no Folhetim e revista Veja. 1981 - Caetano Veloso grava Verdura, com letra de Leminski. 1983 - Publicação das biografias de Cruz e Souza e Bashô. Publicação de Caprichos e Relaxos, livro de poesias. 1984 - Tradução de Pergunte ao Pó, de John Fante. Publicação de Agora é que são elas, seu segundo romance. Publicação da biografia de Jesus Cristo. 1985 - Tradução de Um atrapalho no trabalho, de John Lenon, Sol e Aço, de Yukio Mishima, O Supermacho, de Alfred Jarry, e Satiricon, de Petrônio. Publicação de Haitropikais, em parceria com Alice Ruiz. 1986 - Publicação da biografia de Trotski. Tradução de Malone Morre, de Samuel Beckett. Publicação do livro infanto-juvenil Guerra dentro da gente. 1987 - Publicação de Distraídos venceremos. Tradução de Fogo e água na terra dos deuses (poesia egípcia antiga). 1988 - Escreve o Jornal de vanguarda na TV Bandeirantes, São Paulo. 1988/89 - Passa a viver com a cineasta Berenice Mendes.
† 1989 - Falece em 7 de junho, em Curitiba, Paraná, de cirrose hepática.
Fonte: Kamiquase
Paulo Leminski (Filho) nasceu aos 24 de agosto de 1944 na cidade de Curitiba,
Paraná. Polonês por parte de pai e português, índio e negro por parte de mãe. Aos 8
anos fez seu primeiro poema e começou a estudar latim, chegando a dominar várias
línguas quando adulto. Ingressou nas faculdades de Direito e Letras, mas desistiu
antes de concluir. Trabalhou como professor de curso preparatório para o vestibular,
como jornalista e redator publicitário. Foi também judoca faixa-preta, letrista de vários
parceiros, destacando-se Moraes Moreira e Itamar Assumpção. Em 1964, já em São
Paulo, São Paulo, publica poemas na revista "Invenção", porta voz da poesia concreta
paulista. Casa-se, em 1968, com a poeta Alice Ruiz. Teve dois filhos: Miguel Ângelo,
falecido aos 10 anos; Áurea Alice e Estrela. De 1970 a 1989, em Curitiba, trabalha
como redator de publicidade. Compositor, tem suas canções gravadas por Caetano
Veloso e pelo conjunto "A Cor do Som". Publica, em 1975, o romance experimental
"Catatau". Traduziu, nesse período, obras de James Joyce, John Lenom, Samuel
Becktett, Alfred Jarry, entre outros, colaborando, também, com o suplemento "Folhetim"
do jornal "Folha de São Paulo" e com a revista "Veja". No dia 07 de junho de 1989 o
poeta falece em sua cidade natal. Paulo Leminski foi um estudioso da língua e cultura
japonesas e publicou em 1983 uma biografia de Bashô. Sua obra tem exercido
marcante influência em todos os movimentos poéticos dos últimos 20 anos. Seu livro
"Metamorfose" foi o ganhador do Prêmio Jabuti de Poesia, em 1995. Em 2001, um de
seus poemas ("Sintonia para pressa e presságio") foi selecionado por Ítalo Moriconi e
incluído no livro "Os Cem Melhores Poemas Brasileiros do Século", Editora Objetiva —
Rio de Janeiro.
Segundo passo: Coletando material para a escrita das biografias. Em
mais três aulas os alunos deverão fazer entrevistas seguindo o seguinte
roteiro:
Entrevista
Objetivos
Obter conhecimentos, informações ou mesmo opiniões atuais a respeito de um tema.
Utilizar melhor os conhecimentos de um imigrante sobre o tema.
Obter mais informações em menos tempo.
Tornar o estudo de um tema, mais dinâmico.
Componentes:
Coordenador(a) (O(a) professor(a) responsável)
Entrevistado (Pessoa versada no tema de interesse do grupo)
Passos:
Coordenador apresenta em breves palavras, um tema, deixando várias dúvidas sobre o
mesmo (proposital)
Coordenador levanta com o grupo, a possibilidade de completar o conhecimento
através de entrevista junto aos descendentes de imigrantes.
O grupo define o entrevistado.
O grupo, orientado pelo coordenador prepara as perguntas para a entrevista.
Convite ao entrevistado
Representante do grupo faz as perguntas.
Coordenador possibilita comentários sobre as respostas dadas pelo entrevistado.
Coordenador faz uma síntese de todo o conteúdo.
Discussão sobre o assunto.
Próximo passo: Escrevendo biografias. Cinco aulas deverão servir
para a escrita do gênero e revisão dos textos.
Escrita de biografias
Após coletar esses dados os alunos deverão escrever um texto com as
seguintes caracaterísticas:
O nome completo da pessoa que foi biografada;
O local e data de nascimento;
A data de óbito (no caso de alguém já falecido);
Fatos e feitos importantes da vida dessa pessoa;
Observar se os verbos e pronomes estão na primeira ou terceira pessoas do
singular;
Depois de escrita a biografia, esta deverá ser lida e reescrita se necessário.
Coletando materiais: Estudo do Meio. Esta é uma técnica de ensino
que se realiza por meio da pesquisa. A compreensão mais elaborada da
problemática da prática social se faz com pesquisa de vários tipos,
utilizando instrumentos metodológicos diversos, registrando e
interpretando a realidade e propondo alternativas para as situações
analisadas. Feltran & Feltran Filho (2007) apontam que o estudo do meio
não deve ser entendido como fim em si mesmo, mas como técnica a
serviço de fins claramente definidos.
No procedimento Estudo do Meio 1 usaremos quatro aulas, como indicam os
objetivos planejados:
Estudo do Meio 1
Objetivos:
Entrar em contato com a realidade, através de seus múltiplos aspectos, de maneira
objetiva, ordenada e positiva.
Descobrir aspectos particulares do meio, através de presquisa e reflexão.
Compreender as causas de muitos fatos da vida individual e social.
Passos
Planejamento:
- Como conhecer nossa comunidade?
a) Descobrindo a necessidades, os interesses, os problemas, as aspirações, as
possibilidades, os hábitos, os costumes, como as pessoas se relacionam.
b) Para descobrir será necessário fazer visitas, observar, entrevistas, dialogar, levantar
dados.
Observação:
- Planejar roteiros de visitas, entrevistas, observações, levantamentos.
- Formar grupos
- Fazer cronograma para realização das tarefas.
- Distribuir as tarefas.
Execução
- Realização das tarefas pelos grupos.
Apresentação
- Grupos apresentam resultados das entrevistas, observações, levantamentos, etc.
Através da dinâmica, Choque de Culturas, poderemos verificar se o contato com os
saberes e costumes pertencentes aos seus antepassados colaborou para o
fortalecimento da identidade cultural dos alunos descendentes de poloneses.
Passos
Dividir a sala de aula em três grupos menores. Um desses grupos vai encenar a saída
de alguns poloneses da Polônia. Outro encena um grupo chegando ao Brasil e
enfrentando as mais variáveis dificuldades. O terceiro grupo será observador e
avaliador das encenações.
O coordenador orienta com antecedência, através de pesquisas documentais a causa
da saída dos poloneses, os costumes, hábitos e relações sociais de cada do grupo
humano que vai representar.
Enquanto os dois subgrupos se preparam, o coordenador orienta o subgrupo que vai
observar e avaliar as encenações.
Debate
- O que observamos?
- O que pode ocorrer no confronto (choque) de duas culturas diferentes?
- Como analisamos a colonização do Brasil, a partir da encenação?
- Quais as consequências para nós, hoje?
Coordenador procura sintetizar o debate.
Avaliação:
- O terceiro grupo avalia o trabalho, emitindo opiniões.
Avaliação
O que aprendemos?
Como nos sentimos?
No estudo do meio 2 os alunos e alunas descendentes ou não de imigrantes
poloneses deverão trazer fotos antigas ou fotos atuais, que eles mesmo tiraram com
sua família, através de equipamentos que os alunos e alunas têm, como celulares e
máquinas digitais. Usaremos três aulas para esse item.
Estudo do Meio 2
A foto preferida
Objetivos:
- Começar a integração do grupo, partindo do conhecimento mútuo.
- Romper o preconceito criado sobre a imagem do polonês, desde o princípio, a fim de
desfazer tensões.
Material: Fotografias tiradas ou trazidas pelos alunos e alunas, escaneadas e passadas
para pen-drive, numeradas, apresentando cenas diversas, as fotos aparecerão na TV
pen-drive.
Desenvolvimento:
- A motivação é feita pelo animador, com as seguintes palavras: ―Em nossa
comunicação diária, nós nos servimos de símbolos para expressar coisas, identificar
pessoas, acontecimentos e instituições: neste momento, vamos fazer algo
semelhante‖.
- Convida os presentes a observarem as fotografias em silêncio e escolher aquela com
que melhor se identificarem.
- A seguir, em equipe, cada qual indica a foto escolhida e faz seus comentários sobre
ela. Os demais participantes podem interverir, fazendo perguntas.
Avaliação:
- Para que seviu o exercício?
- Como nos sentimos durante a experiência?
Estudo do Meio 3
No estudo do meio 3 faremos a visita à Casa da Memória, no município de São
Mateus do Sul, coletaremos todo o material: textos escritos, imagens, material copiado
da Casa da Memória para correção coletiva e editoração, formatação, digitação,
ilustração com as fotos no laboratório de informática da escola. Usaremos as cinco
aulas, pois dependeremos de condução para nos deslocarmos de São João do Triunfo
a São Mateus do Sul.
Visita a CASA DA MEMÓRIA
Objetivos:
De caráter geral:
a) Desenvolver o universo cultural e social do aluno, permitindo-lhe refletir e observar,
criticamente, os aspectos funcionais de sua comunidade.
b) Aumentar o domínio e o espaço vital que o aluno deve possuir sobre seu macro-
ambiente.
De caráter específico:
a) Estruturar o relacionamento aluno, escola.
b) Desenvolver os aspectos de necessidade de segurança no trabalho, valorização de
todo trabalho como essencial para o bem estar da comunidade e aspectos científicos
(técnicos) dos locais de trabalho visitados, que cada um será, por sua vez o centro de
atenções da aula.
d) Colher material significativo para conteúdo das aulas (linguagem oral, escrita, a
história da imigração polonesa).
e) Conhecer os processos de transformações que os materiais sofrem, pela ação do
trabalho humano.
Local a ser visitado:
O lugar para visita poderá ser escolhido de acordo com o conteúdo trabalhado ou
outros lugares que possam trazer experiências e vivências ricas à criança ampliando o
seu aprendizado e contribuindo para o seu pensamento crítico e raciocínio.
Instituições: Prefeitura, Fórum, Câmara Municipal, Posto de Saúde, Escolas, Museu,
Casa da Memória.
Além desses, poderão ser visitados outros locais de interesse das crianças ou para
desenvolver algum assunto específico em aula.
Dinâmica da Aula-Passeio:
O professor deverá ter uma ideia clara sobre o local a ser visitado para orientar os
alunos a realizarem um roteiro prévio dos elementos mais importantes a serem
observados durante a aula-passeio.
Deverão também ser trabalhados os aspectos de locomoção escola-local visitado, tais
como: cuidados ao atravessar a rua, entrada e saída de veículos, normas sociais
adequadas no relacionamento com outras pessoas, segurança pessoal e do grupo no
local visitado, e outras.
Após a visita, os alunos deverão desenhar (retratar graficamente) os aspectos mais
relevantes observados, de forma livre.
A partir deste desenho, professora e alunos, elaborarão texto simples em linguagem
acessível a todos sobre a experiência vivenciada.
Deste texto, sairão os elementos a serem trabalhados nas áreas de linguagem escrita.
Avaliação:
Será dada pelo interesse e participação que a classe teve na visita, pela produção dos
desenhos e textos e pelos relatórios orais surgidos, tendo em vista conhecer os modos
como se apropriaram dos conteúdos.
Ao final da aula, as fotos serão colocadas no pen-drive para que todos possam ver na
televisão as visitas realizadas.
4. Nova escrita do texto
Reestruturação do texto será feita através da correção, editoração,
diagramação, inclusão das imagens fotográficas, desenhos elaborados e também
o uso das TICs para socializar o produto final.
No projeto de intervenção temos a sugestão de produzir material gravado em
CDs ou pen-drive, a partir dos textos e imagens coletadas utilizando as TICs, pois os
alunos têm celulares com câmera fotográfica, ao tirar fotos de família, junto com sua
história teremos uma coletânea de imagens e textos, usaremos duas aulas para esse
procedimento.
A revisão do texto é uma etapa muito importante. Deve ser seguida da
editoração, que é o acabamento, tendo em vista a circulação do texto. Vejamos o
quadro abaixo.
Revisão Passo fundamental para a produção de um texto
Adequação do texto destinatário (leitor); finalidade preestabelecida Correção professor(a) e colegas
Reescritura revisão do texto e correção gramatical Seletividade
Experiência saber que as alterações podem aprimorar o texto
Editoração Retomar a revisão necessidade de saber ser seletivo
não é sempre que se alcança o resultado esperado
Acabamento acabamento do texto em função de leitor, local de veiculação, suporte
configuração da forma final de apresentação
5. AVALIAÇÃO
Todo o conjunto de conhecimentos e modos de agir e pensar dá origem à
cultura, toda sociedade tem a sua, pois não existe sociedade sem cultura,
independentemente do lugar. Porém esse conhecimento e reconhecimento estava
adormecido entre os descendentes de poloneses em São João do Triunfo.
Um recém-nascido em seus primeiros minutos já começa, de certa maneira, a se
socializar, pois existem várias pessoas ao seu redor criando uma relação social e
cultural, quando estiver falando ou aprendendo a falar ele vai adquirir uma língua que é
sem dúvida uma herança cultural, sem contar o seu modo de vestir que vai variar
conforme o país, a alimentação, os rituais entre outros, esse reconhecimento da
importância da herança cultural, foi o norte para o êxito do projeto.
A cultura é fruto da miscigenação de diferentes povos que introduziram seus hábitos e
costumes, com o contato de uma cultura e outra, pode gerar uma cultura ainda mais
diferente.
Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Língua Portuguesa a
avaliação assume uma dimensão formadora, uma vez que, o fim do processo é a
aprendizagem, ou a verificação dela, mas também permitir que haja uma reflexão sobre
a ação da prática pedagógica. Para cumprir essa função, a avaliação deve possibilitar o
trabalho com o novo, em uma dimensão criadora e criativa que envolva o ensino e a
aprendizagem.
Dessa forma a avaliação terá sentido, pois acompanha o desempenho no
presente, orienta as possibilidades de desempenho futuro apontado novos caminhos
para superar problemas e visualizar novas práticas educativas.
A Sequência Didática sugerida propõe formar sujeitos que construam sentidos
para o mundo, que compreendam criticamente o contexto social e histórico de que são
frutos e que, pelo acesso ao conhecimento, sejam capazes de uma inserção cidadã e
transformadora na sociedade.
Avaliando as produções escritas e as mudanças
Por meio da avaliação das produções escritas, devermos observar se os alunos
e alunas foram capazes de sintetizar o conteúdo coletado por meio das entrevistas,
pesquisas bibliográficas e estudo do meio, ordenando os dados sobre a história dos
familiares e descendentes de poloneses cronologicamente, fazendo uso dos advérbios
para concetividade e outros recursos linguísticos que caracterizam o gênero biografia,
enfim se as produções estão adequadas ao gênero.
Por meio da interação, diálogo e reflexão com os alunos e alunas durante o
desenvolvimento da sequência didática, e após divulgação do produto final na escola,
observaremos se as atividades foram capazes de promover mudanças de
comportamento tanto nos alunos e alunas alvos do preconceito linguísto, quanto dos
outro(a)s que promovem ou se omitem diante do preconceito. Analisaremos se o
trabalho desenvolvido proporcionou momentos em que os(as) descendentes de
poloneses expuseram sua identidade cultural de modo mais explícito por meio da
linguagem verbal e se deixaram de ser alvo de piadas e constrangimentos. Esperamos
que o trabalho de construir conhecimento sobre esse aspecto cultural da cidade
contribua para a diminuição do preconceito, pois ninguém respeita o que não conhece.
REFERÊNCIAS
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______________ As Escolas da Colonização Polonesa no Brasil. Curitiba: Editora
Champagnat. Coleção Educação Gralha Azul. 2002.