da escola pÚblica paranaense 2009 · conclusão do curso. ... pela vida, a seleção natural,...

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

                  

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEEDSUPERINTENDÊNCIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SUED

UNIVERSIDADE DO NORTE PIONEIRO – UENPCAMPUS DE JACAREZINHO – PARANÁ

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

MAGNA REGINA PEDROSA DE OLIVEIRA

MIGRAÇÕES INTERNAS: A BUSCA PELO ESPAÇO VITAL: OS MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS E SUAS MOTIVAÇÕES

CORNÉLIO PROCÓPIO2010

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                SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEEDSUPERINTENDÊNCIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SUED

UNIVERSIDADE DO NORTE PIONEIRO – UENPCAMPUS DE JACAREZINHO – PARANÁ

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

MAGNA REGINA PEDROSA DE OLIVEIRA

MIGRAÇÕES INTERNAS: A BUSCA PELO ESPAÇO VITAL: OS MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS E SUAS MOTIVAÇÕES

Caderno Pedagógico apresentado ao Núcleo Regional de Ensino de Cornélio Procópio e Secretaria do Estado de Educação - Paraná, como requisito obrigatório para o desenvolvimento do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE e respectiva conclusão do curso. Orientador: Prof. Aécio Rodrigues de Melo.

_______________________________________________________________CORNÉLIO PROCÓPIO – PR

2010

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MAGNA REGINA PEDROSA DE OLIVEIRAA BUSCA PELO ESPAÇO VITAL: OS MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS E SUAS MOTVAÇOES NOVA AMÉRICA DA COLINA/ PARANÁ. PARA OS ESTUDANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL DO COLÉGIO ESTADUAL PAPA PAULO VI.NOVA AMÉRICA DA COLINA2009/2010UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁUNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSASECRETÁRIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOSUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO DIRETORIA DE POLITICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONALCADERNO PEDAGÓGICOCADERNO PEDAGÓGICOProdução Didática à ser entregue a secretária de Educação do Estado do Paraná,sob orientação do Professor Aécio Rodrigues de Melo comoAtividade do PDE­ Programa deDesenvolvimento Educacional.NOVA AMÉRICA DA COLINA2009/2010

ApresentaçãoA   elaboração   de   um   Caderno   Pedagógico   relacionado   aos   movimentos 

migratórios   e   direcionado   aos   alunos   do   ensino   fundamental,   faz   parte   do   projeto ofertado   pela   Secretaria     de   Educação   do   Estado   do   Paraná.   O   Programa   de Desenvolvimento Educacional.

O   material   pedagógico   que   será   apresentado   trem   como   metodologia   os movimentos migratórios e suas motivações, isto é mostrar a realidade que se passa com os alunos,  como uma recuperação de estudos.

As migrações são muito discutidas ate hoje com todo seu vasto caminho e suas definições, a maioria das pessoas fazem parte deste processo e não sabe na maioria dos casos. 

Todos os textos aqui trabalhados estão envolvidos nos conteúdos estruturantes da geografia, A DIMENÇÃO ECONÔMICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

A DIMENÇÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICOA DIMENÇÃO SOCIOAMBIENTAL DO ESPAÇO GEOGRÁFICOA   DIMENÇÃO   CULTURAL   E   DEMOGRÁFICA   DO   ESPAÇO 

GEOGRÁFICOEste   caderno   pedagógico   estará   englobando   conteúdos   do   planejamento 

curricular   da   oitava   serie   feito   para   conhecimento   dos   alunos   sobre   os   conteúdos, fixação da matéria e também como uma forma de recuperação de conteúdos para os alunos que saem da escola migrando e quando voltam não tem mais estes conteúdos que foram dados então este vêem com um objetivo de não deixa­ los,  sem o conteúdo e que 

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eles possam ter mais estimo para estudar e não deixar a escola causando uma evasão escolar.

Fundamentação Teórica  A migração esta na vida das pessoas desde o inicio da historia da geografia, este 

foi caracterizado de diferentes formas e conceitos. Tiburcio e Coimbra (2002) afirmam que o espaço geográfico é como um sistema 

de objetos e um sistema de ações.Santos   (1996)  afirma que  o espaço deve ser  considerado como um conjunto 

indissociável   de   que   participam   de   um   lado,   certo   arranjo   de   objetos   geográficos, objetos naturais e objetos sociais e de outro, a vida que os preenche e os anima.

Gomes (1996) já observa o espaço deve ser entendido como aquele que é vivido, construído e representado pelos atores sociais que nele circulam.

Correa   (1992)   propõe   que   a   palavra   espaço   esteja   associado     seu   uso indiscriminadamente a diferentes escalas, global, continental, regional, da sua cidade, bairro, casa, cômodo em seu interior.

Sobre as migrações Ratzel nos fala que as pessoas sempre estão em busca de seu espaço vital, que devemos nos propor a ir à busca deste.

Conclui   que   os   ensinamentos/aprendizagens   são   gerados   de   uma   política curricular 

que   contribui   para   separar     as         identidades,     bipartir   o mundo,   assim, “aprendemos   a 

discriminar   das   formas  mais     inocentes   e   confiantes,   de  maneira   que conseguimos 

apreciar as diferenças entre o civilizado e o primitivo, o Ocidente e o Oriente, o primeiro e 

o terceiro mundo. Tornamo­nos peritos no que consideramos ser     a verdadeira natureza 

da diferença” (WILLINSKY, 1998, p. 23).Para "Ratzel,  promover a história significa, em primeiro lugar, acelerar a luta 

pela vida, a seleção natural,  entre as comunidades humanas (ou estados), no sentido darwiniano."

O trabalho com o Projeto de Intervenção Pedagógica sobre “A busca pelo espaço 

vital: os movimentos migratórios e suas motivações” serão relevantes por se tratar de 

uma problemática sempre presente, principalmente no Norte do Paraná, onde ocorrem 

movimentos  migratórios  que,  muitas  vezes,  em se  tratando de  Migração Interna,  só 

prejudicam nossos alunos, uma vez que são poucos os que chegam a freqüentar a escola 

nessas localidades para onde se dirigem. Portanto, é necessário explorar   o   tema 

proposto   em   busca   de   soluções   para   o   constante   movimento   migratório,   pois,   em 

determinadas  épocas,  muitas   famílias  migram para   trabalhar  na  colheita  de café  no 

estado de Minas Gerias e São Paulo, em busca de melhores condições de vida e nem 

sempre as encontram. 

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 Questão ambiental e cidadania.Recursos naturais: usos e abusosA   partir   da   invenção   das   primeiras   máquinas,   a   introdução   de 

tecnologias esta cada vez mais moderna na indústria e na agricultura vem resultando   na   produção   de   volumes   crescentes   de   mercadorias   e   de riquezas.   Ao   longo   desse   processo,   as   sociedades   adquiriram   uma capacidade imediata de intervir sobre os ambientes naturais, modificando­ os deles extraindo um volume igualmente crescente de recursos.

Poluição do ar:A   poluição   atmosférica   refere­se   às   alterações   da   atmosfera 

susceptíveis  de   causar   impacto  a  nível   ambiental   ou  de   saúde  humana, através   da   contaminação   por   gases,   partículas   sólidas,   liquidas   em suspensão, material biológico ou energia. A adição dos contaminantes pode provocar danos diretamente na saúde humana ou no ecossistema, podendo estes danos ser causados por elementos resultantes dos contaminantes. Para além   de   prejudicar   a   saúde,   pode   igualmente   reduzir   a   visibilidade, diminuir a intensidade da luz ou provocar odores desagradáveis.

Poluentes: Fontes: Problemas   de saúde:

Óxido   Sulfúrico (SOx   e   SO2)   e nitrogenados

Queima   de combustíveis   fosseis (carvão  e  petróleo)  no processo   industrial   e em   veículos motorizados.

Danos   aos pulmões   e   as   vias respiratórias.

Monóxido   de Carbono (CO)

Veículos motorizados   (gasolina e diesel).

Debilita   a capacidade   do   sangue de transportar oxigênio para   o   pulmão.   Afeta os   sistemas cardiovascular, nervoso e pulmonar.

Compostos Orgânicos

Industrias   e veículos   motorizados (principalmente álcool).

Podem   causar mutações e câncer.

Ozônio  É   um   poluente secundário,   ou   seja, resulta   da   reação química   entre   óxidos de  nitrogênio   (NOx)  e 

Irritação   nos olhos   e   congestão nasal.   Redução   das funções   do   pulmão. Diminuição   da 

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compostos   orgânicos na   presença   de   luz solar.

resistência a infecções.

Material particulado

Queima incompleta   de combustíveis e de seus aditivos   no   processo industrial.   Veículos (principalmente diesel). Poeira do solo.

Por seu tamanho minúsculo pode atingir os   alvéolos pulmonares. 

As   partículas emitidas por veículos a diesel têm potencial de causar   câncer   e mutação.   Provoca alergias,   asma   e bronquite crônica.

Protocolo de QuiotoO   Protocolo   de   Quioto   é   conseqüência   de   uma   série   de   eventos 

iniciada com a Toronto Conference on the Changing Atmosfera, no Canadá (outubro de 1988), 

O   protocolo   constitui   um   passo   importante   na   luta   contra   o aquecimento global, pois apresenta objetivos vinculativos e quantificados de limitação e redução dos gases com efeito de estufa.

Os   gases   com   efeito   de   estufa   cujos   textos   de   emissão   foram balizados são o dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), o óxido nitroso (N2O),   hidrofluorcarbonetos   (HFC),   os   perfluorocarbonetos   (PFCs)   e   o Hexafluoreto de enxofre (SF6) sendo que o nível de redução que cada pais deve atingir é diferenciado, em função do seu estado de desenvolvimento e do princípio de "responsabilidades comuns mas diferenciadas".

Nos termos do Tratado, os países devem cumprir os seus objetivos principalmente através de medidas nacionais. No entanto, o Protocolo de Quioto, oferece­lhes um meio suplementar de satisfazer os seus objetivos através de três mecanismos baseados no mercado: o comércio de licenças de   emissão   de   gases   com   efeito   de   estufa   (mercado   do   carbono),   os Mecanismo   de   Desenvolvimento   Limpo,   e   os   Mecanismos   de flexibilização. 

Se o Protocolo de Quioto foi implementado com sucesso, estima­se que a temperatura global reduza entre 1,4°C e 5,8 °C até 2100, entretanto, isto   dependerá   muito   das   negociações   pós   período   2008/2012,   pois   há comunidades   científicas   que   afirmam   categoricamente   que   a   meta   de 

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redução   de   5%   em   relação   aos   níveis   de   1990   é   insuficiente   para   a mitigação do aquecimento global.

As   negociações   para   a   criação   de   um   sucessor   do   Protocolo   de Quioto   dominou   a   Conferência   das   Nações   Unidas   sobre   a   Mudança Climática da ONU, de 2007. Da reunião dos ministros do Ambiente e de peritos, realizada em Junho nasceu um roteiro, com ações calendarizadas e os  "passos concretos para a  negociação" com vista  a  alcançar  um novo acordo até 2009. 

Após   as   conversações   preparatórias   realizadas   em   Bona, Banguecoque e Barcelona, em Dezembro de 2009 realizar­se­á na cidade Dinamarquesa  de  Copenhaga  uma  nova   ronda  de  negociações,   onde   se espera que o sucessor do Protocolo de Quioto seja criado. 

Protocolo de MontrealO   Protocolo   de   Montreal   sobre   substâncias   que   empobrecem   a 

camada   de   ozônio   é   um   tratado   internacional   destinado   a   eliminar progressivamente   a   produção  de   uma   série   de   substâncias   que   acredita serem responsáveis pela destruição do ozônio, protegendo assim a camada de ozônio e os problemas associados

O tratado foi aberto para assinaturas em 16 de Setembro de 1987 e entrou em vigor em 1 de Janeiro de 1989 seguido de uma primeira reunião, em Maio de 1989 na cidade de Helsínquia.

Desde   essa   data   sofreu   sete   revisões:   em   1990   (Londres),   1991 (Nairóbi),   1992   (Copenhaga),   1993   (Bangcoque),   1995   (Viena),   1997 (Montreal)   e   1999   (Pequim),   no   sentido   de   atualizar   metas   e conhecimentos. 

Vinte   e   sete   países   assinaram   o   tratado   em   1987,   sendo   que atualmente conta já com 195 estados que retificaram o acordo, e acredita­se que   se  o   acordo   internacional   for   cumprido,   a   camada  de  ozônio  deve recuperar em 2050.

Devido à sua adoção e implementação tem sido saudado como um exemplo de cooperação internacional excepcional, ao ponto de Kofi Annan teria afirmado que é "talvez o único acordo internacional de grande sucesso até à data".

Conferencia de CopenhagaA XV Conferência Internacional sobre Mudança Climática teve lugar 

em Copenhaga entre sete e 18 Dezembros de 2009. Esta conferência foi organizada pela Convenção­Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas  (UNFCCC), que organiza conferências anuais  desde 1995. O seu intuito seria preparar os objetivos futuros para substituir o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.

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A rodada  de  negociações  para  preparar   a  Cimeira  de  Copenhaga começou com a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima em Bali de 3 a 15 de Dezembro de 2007.   Outras reuniões foram realizadas em 31 de Março ­ 4 de Abril de 2008, em Banguecoque (Tailândia) e de 2 a 13  de   Junho de  2008,   em Bona  (Alemanha).  A  terceira  conferência  do clima   realizada   em   Acra   (Gana).   A   reunião,   onde   mais   de   1.600 participantes de 160 países estiveram presentes, teve lugar de 21 a 27 de Agosto de 2008. Os objetivos desta ronda de negociações, organizado pela ONU,   prendia­se   com   a   preparação   de   futuras   metas   de   redução   das emissões   de   gases   com   efeito   de   estufa   (GEE),   tendo   suscitado   altas expectativas  que   foram goradas,  originando  somente  um pequeno   texto, muito  aquém dos  resultados  esperados,  e   tendo por   isso   sido  declarada como um fracasso e desilusão.

A contaminação da água:Apesar de se encontrada grande quantidade em nosso planeta, menos 

de 3% desse total é  doce.  Além disso,  dessa pequena porcentagem, três quartos   encontra­   se   congelada,   ou   infiltrada   no   solo,   formando reservatórios naturais de água. Os lagos, rios e pântanos totalizam apenas 0,5% da água doce do planeta.

A poluição da água, que reduz a possibilidade de uso desse precioso recurso,   ocorre   de   diversas   maneiras.   Uma   delas   é   a   chuva   ácida   que contamina córregos, rios e lagos. Os lagos do Canadá, por exemplo, recebe poluentes provenientes das indústrias dos Estados Unidos.

O   uso   constante   de   agrotóxicos   e   o   descarte   incorreto   do   lixo também resultam em poluição. Os defensivos agrícolas penetram no solo, atingindo   níveis   mais   profundos   ate   cegar   aos   lençóis   freáticos,   que acumulam a água subterrânea. 

Os depósitos de lixo concentram metais e produtos químicos, como os fluidos altamente poluidores que ocorrem de pilhas eletroquímicas, por exemplo.   Já  os  materiais  orgânicos­   restos  de  alimento,  papel,  etc.,  que poderia ser separada para se transformar em adubo para a agricultura.

O lixo oriundo de hospitais e unidades de saúde, também chamado de lixo hospitalar,   deve receber um tratamento especial pois contem uma grande porcentagem de agentes patogênicos,   deve a ver um cuidado com os produtos jogados no lixo, para evitar o derramamento do material e o contado com o corpo dos trabalhadores.

O lixo hospitalar deve ser colocado em sacos plásticos brancos, para serem jogados no lixo, e deve ser destinado para um deposito diferente dos outros   lixos,   uma   forma  de   eliminar  os   agentes  patogênicos  é   a   opção microondas que aquece o material matando os agentes patogênicos, sem a necessidade de queimar o material.

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Os   cemitérios   também   são   uma   fonte   poluidora   da   água.   A decomposição   dos   corpos   origina   um   liquido   denso   parecido   com   o chorume  (liquido  mal  cheiroso  e  denso,  que  penetra  no   solo,   atinge  os lençóis freáticos e polui o solo e a água), altamente poluidor e contagioso.

Erosão:Erosão é a destruição do solo e das rochas e seu transporte em geral 

feito pela água da chuva, pelo vento ou, ainda, pela ação do gelo, quando este atua expandindo o material no qual se infiltra a água congelada.  A erosão destrói as estruturas (areias, argilas, óxidos e húmus) que compõem o solo. Estas são transportados para as partes mais baixas dos relevos e em geral vão assorear cursos d'água.

A erosão destrói os solos e as águas e é um problema muito sério em todo o mundo. Devem ser adaptadas práticas de conservação de solo para minimizar o problema.

Em solos cobertos por floresta a erosão é  muito pequena e quase inexistente, mas é um processo natural sempre presente e importante para a formação   dos   relevos.   O   problema   ocorre   quando   o   homem   destrói   as florestas, para uso agrícola e deixa o solo exposto, porque a erosão torna­se severa, e pode levar a desertificação.

Fatores que contribuem para a erosão:Muitas   ações  devidas   ao  homem apressam o  processo  de  erosão, 

como por exemplo:• os desmatamentos (desflorestaçãoes) desprotegem os solos das 

chuvas.• o avanço imobiliário em encostas que,  além de desflorestar, 

provocam a erosão acelerada devido ao declive do terreno.• as   técnicas   agrícolas   inadequadas,   quando   se   promovem 

desflorestações extensivas para dar lugar a áreas plantadas.• a ocupação do solo, impedindo grandes áreas de terrenos de 

cumprirem o seu papel de absorvedor de águas e aumentando, com isso, a potencialidade   do   transporte   de   materiais,   devido   ao   escoamento superficial.

• muitas pessoas e prédios num lugar com pouca s arvoresTipos de erosão

Erosão por gravidadeErosão   por   gravidade:   Deslize   numa   montanha,   a   água 

debilitou o solo. Consiste no movimento de rochas e sedimentos montanha abaixo principalmente devido à força da gravidade.

Erosão pluvial

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A erosão pluvial é provocada pela retirada de material da parte superficial do solo pelas águas da chuva. Esta ação é acelerada quando a água encontra o solo desprotegido de vegetação. A primeira ação da chuva se dá  através do impacto das gotas d'água sobre o solo. Este é  capaz de provocar   a   desagregação   dos   torrões   e   agregados   do   solo,   lançando   o material  mais   fino  para   cima  e  para   longe,   fenômeno  conhecido   como salpicamento. A força do impacto também força o material mais fino para abaixo da superfície, o que provoca a obstrução da porosidade (selagem) do solo, aumentando o fluxo superficial e a erosão.

Necessário se faz em separar claramente as ravinas formadas somente   por   erosão   superficial   das   formadas   pelo   processo   de   erosão remontante. A ação da erosão pluvial aumenta à medida que mais água da chuva se acumula no terreno, isto é, a retirada do solo se dá de cima para baixo. Na erosão remontante acontece exatamente o contrário: a retirada do material  se  dá  de baixo para cima, como é  o caso das boçorocas.  Uma ravina de origem pluvial pode progredir em direção a uma boçoroca, mas não   necessariamente.   Da   mesma   forma   podemos   ter   a   progressão   de boçorocas   independente   da   erosão   pluvial,   pois   esta   depende   do   fluxo subterrâneo e não do fluxo superficial.

Muitos   autores   e   textos   didáticos   têm   erroneamente confundido estes fenômenos. Separá­los,  no entanto, não é  somente uma questão de rigor científico, mas uma necessidade prática, pois as formas de se combater um processo erosivo dependerá de que tipo de erosão estamos enfrentando.  Muitos processos  indicados para evitar  ou combater  erosão pluvial,  não funcionam quando se  trata  de  combater  erosão remontante, principalmente nos casos em que amplas boçorocas já estão instaladas na paisagem.

As principais   formas de erosão pluvial  são:  erosão  laminar: quando   a   água   corre   uniformemente   pela   superfície   como   um   todo, transportando as partículas sem formar canais definidos. Apesar de ser uma forma mais amena de erosão, é responsável por grande prejuízo às terras agrícolas e por fornecer grande quantidade de sedimento que vai assorear rios, lagos e represas.

Erosão eólicaErosão eólica, rochas metamórficas nos arredores de PunoOcorre quando o vento transporta partículas diminutas que se 

chocam contra   rochas  e   se  dividem em mais  partículas  que   se  chocam contra outras rochas. Podem ser vistas nos desertos na forma de dunas e de montanhas retangulares ou também em zonas relativamente secas.

Erosão marinhaO quebrar das ondas causa erosão com o tempo.

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A erosão marinha atua sobre o litoral modelando­o e deve­se fundamentalmente à ação de três fatores: ondas, correntes e marés.

Tanto   ocorre   nas   costas   rochosas   bem   como   nas   praias arenosas.   Nas   primeiras   a   ação   erosiva   do   mar   forma   as   falésias,   nas segundas ocorre o recuo da praia, onde o sedimento removido pelas ondas é transportado lateralmente pelas correntes de deriva litoral.

Nas praias arenosas a erosão constitui um grave problema para as populações costeiras.  Os danos causados podem ir desde a destruição das   habitações   e   infra­estruturas   humanas,   até   graves   problemas ambientais.  Para  retardar  ou solucionar  o problema, podem ser   tomadas diversas medidas de proteção, sendo as principais as construções pesadas de defesa costeira (enrocamentos e esporrões) e a realimentação de praias.

Em  Portugal,   na   região   de   Aveiro,   vive­se   atualmente   uma situação preocupante. A estreita faixa costeira que separa o mar da laguna, está perigosamente perto da ruptura. Se esta se verificar para além de várias populações serem afetadas, irá ocorrer uma drástica mudança na salinidade da laguna, afetado todo o ecossistema.

No Brasil, no Arpoador este fenômeno tem sido responsável pela variação cíclica da largura da faixa de areia da praia.

Erosão químicaEnvolve todos os processos químicos que ocorrem nas rochas. 

Há intervenção de fatores como calor, frio, água, compostos biológicos e reações químicas da água nas rochas. Este tipo de erosão depende do clima, em climas polares e secos, as rochas se destroem pela troca de temperatura; e em climas tropicais quentes e temperados, a umidade, a água e os dejetos orgânicos reagem com as rochas e as destroem.

Erosão glacialAs   geleiras   (glaciares)   deslocam­se   lentamente,   no   sentido 

descendente,   provocando   erosão   e   sedimentação   glacial.   Ao   longo   dos anos, o gelo pode desaparecer das geleiras, deixando um vale em forma de U ou um fiorde, se junto ao mar.

Pode também ocorrer devido à susceptibilidade das glaciações em   locais   com   predominância   de   rochas   porosas.   No   verão,   a   água acumula­se nas cavidades dessas rochas. No inverno, essa água congela e sofre dilatação, pressionando as paredes dos poros. Terminado o inverno, o gelo   funde,   e   congela   novamente   no   inverno   seguinte.   Esse   processo ocorrendo sucessivamente, desagregará, aos poucos, a rocha, após um certo tempo,   causando   o   desmoronamento   de   parte   da   rocha,   e conseqüentemente, levando à formação dos grandes paredões ou fiordes.

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Desertificação:Desertificação é  o   fenômeno que corresponde à   transformação de 

uma   área   num   deserto.   Segundo   a   Convenção   das   Nações   Unidas   de Combate à  Desertificação, a desertificação é  "a degradação da terra nas regiões áridas, semi­áridas e sub­úmidas secas, resultante de vários fatores, entre eles as variações climáticas e as atividades humanas". Consideram as áreas suscetíveis aquelas com índice de aridez entre 0,05 e 0,65. A ONU adotou   o   dia   17   de   Junho   como   o   Dia   Mundial   de   Combate   à Desertificação.

O processo de desertificaçãoO  termo  desertificação   tem sido  muito  utilizado  para  a  perda  da 

capacidade   produtiva   dos   ecossistemas   causada   pela   atividade   humana. Devido às condições ambientais, as atividades econômicas desenvolvidas em   uma   região   podem   ultrapassar   a   capacidade   de   suporte   e   de sustentabilidade.   O   processo   é   pouco   perceptível   a   curto   prazo   pelas populações locais. Há também erosão genética da fauna e flora, extinção de espécies e proliferação eventual de espécies exóticas.

Origina­se, no caso de desertos arenosos, a partir do empobrecimento do solo e conseqüente morte da vegetação, sendo substituída por terreno arenoso. No caso dos desertos polares, a causa evidente é  a temperatura extremamente baixa daquelas regiões.

Nas   regiões   semi­áridas   e   semi­úmidas   secas,   a   ação   humana intensifica   os   processos   de   desertificação.   As   atividades   agropecuárias insustentáveis são responsáveis pelos principais processos: a salinização de solos   por   irrigação,   o   sobre­pastoreio   e   o   esgotamento   do   solo   pela utilização intensiva e insustentável dos recursos hídricos por procedimentos intensivos   e   não   adaptados   às   condições   ambientais,   além   do   manejo inadequado na agropecuária.

O crescimento demográfico e a conseqüente demanda por energia e recursos naturais também exerce pressão pela utilização intensiva do solo e dos recursos hídricos.

As   conseqüências   deste   processo   geram   grandes   problemas econômicos. Em primeiro lugar, reduz a oferta de alimentos. Além disto, há o custo de recuperação da área degradada. Do ponto de vista ambiental, a perda   de   espécies   nativas   é   uma   conseqüência   funesta.   Finalmente,   os problemas sociais: a migração das populações para os centros urbanos, a pobreza, o desemprego e a violência. Isto gera um desequilíbrio entre as diversas regiões mundiais, uma vez que as áreas suscetíveis à desertificação encontram­se em regiões pobres, onde já há uma desigualdade social a ser vencida.

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Os desastres ambientais:Um  dos   primeiros   desastres   ambientais   aconteceu   na  Bélgica   em 

1930, quando uma imensa e espessa nuvem de poluentes cobriu o vale do rio Meuse, então uma área industrializada. Apos 5 dias de sofrimento da população, decidiu­ se paralisar a produção industrial. Passando alguns dias o ar  melhorou,  provando que a poluição do estava evidentemente  liga a resíduos liberados pela indústria. 

Outro grave acidente aconteceu em Londres, em 1952. O lançamento de material particulado e de gases tornou o ar da cidade irrespirável por quatro dias, gerando vários problemas respiratórios na população, e alguns casos ate fatais.

Chernobyl é uma cidade ao norte da Ucrânia, perto da fronteira com a Bielorrússia. O nome da localidade significa "grama negra". Em meados da década de 70, foi construída pela União Soviética uma central nuclear a vinte quilômetros da cidade de Chernobyl. Em 26 de Abril de 1986 ocorreu um acidente nuclear.

Em 26 de Abril de 1986, explodiu um reator da central de Chernobyl que libertou uma imensa nuvem radioativa contaminando pessoas, animais e  o  meio   ambiente   de   uma   vasta   extensão   da  Europa.   Ironicamente,   o acidente   se   deu   durante   o   teste   de   um   mecanismo   de   segurança   que garantiria a produção de energia em caso de acidentes. A explosão ocorreu quando o sistema era testado em um dos blocos da usina, provavelmente devido à instabilidade do reator provocada por uma combinação de erros humanos   na   sua   operação   e   também   a   construção   estava   incompleta   à época.

De imediato morreram 30 pessoas e tiveram de retirar a população do local mais de 100 mil pessoas, mas o problema não parou transportado pelo vento,   à   radiação   atingiu   uma   grande   área   do   continente   europeu.   A agricultura e a pecuárias praticadas nesta área foram contaminadas gerando enorme prejuízo aos produtores locais.

A   radiação   também   utilizada   em   aparelhos   de   diagnostico   e tratamentos médicos. O mais grave acidente envolvendo a medicina foi em 1987, quando um aparelho utilizado para tratamento de câncer por radiação, contendo um elemento químico muito poderoso  chamado Césio  137  foi encontrado em um prédio na cidade de Goiânia.

O   acidente   radiológico   de   Goiânia   foi   um   grave   episódio   de contaminação por radioatividade ocorrido no Brasil. A contaminação teve início   em   13   de   setembro   de   1987,   quando   um   aparelho   utilizado   em radioterapias das instalações de um hospital abandonado foi encontrado, na zona central de Goiânia.

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O   instrumento,   irresponsavelmente   deixado   no   hospital,   foi encontrado por catadores de papel, que entenderam tratar­se de sucata. Foi desmontado e repassado para terceiros, gerando um rastro de contaminação, o qual afetou seriamente a saúde de centenas de pessoas.

O movimento Ambientalista:O   ambientalismo,   movimento   ecológico   ou   movimento   verde 

consiste em diferentes correntes de pensamento de um movimento social, que   tem   na   defesa   do   meio   ambiente   sua   principal   preocupação, demandando   medidas   de   proteção   ambiental,   tais   como   medidas   de antipoluição.

O ambientalismo não visa somente os problemas ligados ao meio ambiente,  mas   também as  atitudes  a   serem  tomadas  para  uma possível diminuição ou até mesmo solução desses problemas.

Considerando­o   um   movimento   social,   podem   inserir­se   neste contexto, todas as instituições, agências, organizações­não­governamentais, políticas (como os Partidos Verdes), ativistas independentes e outros, cuja atuação   tenha  por  princípio  a  defesa  do  meio  ambiente   seja  através  de manifestações   sociais,   projetos   para   a   conservação   ecológica   etc.   O movimento por justiça ambiental considera que os problemas ambientais ligam­se aos sociais.

Um ambientalista é alguém que acredita que o meio ambiente, por ser a fonte de recursos da humanidade, deveria ter sua exploração de forma mais planejada a fim de não esgotar o planeta para as gerações futuras.

Não é obrigatório que um ambientalista o seja, mas também pode ser aquele  que  estuda  ciência  ambiental,   formação   interdisciplinar  dada  em forma  de  pós­graduação.  Podem cursar   ciência  ambiental   formados  nas mais diversas áreas do conhecimento e não apenas na graduação de gestão ambiental,  curso de graduação que aborda a ciência ambiental de forma mais empírica.

Segundo   os   ambientalistas   o   consumo   desenfreado   de   matérias primas   sem   reposição,   a   poluição,   o   desmatamento,   entre   outros   estão consumindo todos os recursos do planeta e dentro de algumas décadas tais recursos não estarão mais disponíveis.

Os ambientalistas partem da Teoria de Evolução de Charles Darwin, que   afirma   que   os   seres   humanos   são   animais   como   quaisquer   outros, frutos da evolução das espécies, ou seja: Todos os seres humanos vêm da natureza.  E que precisamos conservá­la,  para assim conservarmos a nós mesmos.

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Atividades: 1­ Quais   são   os   principais   problemas   de   saúde   causados   pela 

poluição do ar?2­ Quais   as   semelhanças   entre   os   acidentes   ocorridos   em 

Chernobyl, em 1986 e em Goiânia em 1987? Qual a principal diferença?3­ Cite dois tipos de erosão e explique?4­ Explique   o   que   foi   o   Protocolo   de   Quioto,   Protocolo   de 

Montreal e a Conferencia de Copenhaga?

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Energia e ambiente.A produção e consumo de energia:A   energia   elétrica   pode   ser   gerada   por   em   usinas   termelétricas 

convencionais,   isto é,  adicionadas pelo calor produzindo pela queima de combustíveis fosseis. Esse processo libera um conjunto de gases tóxicos na atmosfera, gerando poluição e contribuindo para o aquecimento global. Em diversos   países,   entre   os   quais   os   Estados   Unidos,   a   maior   parcela   da eletricidade gerada provem de usinas termelétricas convencionais.

Nas  usinas   termonucleares,  a   fonte  de  calo  é  obtida  por  meio  da desintegração de núcleos atômicos de minerais radioativos. O problema é que o material radioativo, com elevado poder de contaminação pode vazar para a atmosfera. Além disso, essas usinas geram grandes quantidades de resíduos,   chamados   lixos   atômicos,   que   continuam   radioativos   durante milhares   de   anos.   A   França,   por   exemplo,   obtém   grande   parte   da   sua energia em usinas termonucleares.

Uma usina hidrelétrica (português brasileiro) ou central hidroelétrica (português europeu) é um complexo arquitetônico, um conjunto de obras e de equipamentos, que tem por finalidade produzir energia elétrica através do aproveitamento do potencial hidráulico existente em um rio.

Dentre os países que usam essa forma de se obter energia, o Brasil se encontra apenas atrás do Canadá e dos Estados Unidos, sendo, portanto, o terceiro maior do mundo em potencial hidrelétrico.

As   centrais   hidrelétricas   geram,   como   todo   empreendimento energético,  alguns  tipos de  impactos ambientais como o alagamento das áreas vizinhas, aumento no nível dos rios, em algumas vezes pode mudar o curso do rio represado, podendo, ou não, prejudicar a fauna e a flora da região. Todavia, é ainda um tipo de energia mais barata do que outras como a energia nuclear e menos agressiva ambientalmente do que a do petróleo ou a do carvão, por exemplo. A viabilidade técnica de cada caso deve ser analisada   individualmente   por   especialistas   em   engenharia   ambiental   e especialista em engenharia hidráulica, que geralmente para seus estudos e projetos   utilizam   modelos   matemáticos,   modelos   físicos   e   modelos geográficos.

O cálculo da potência instalada de uma usina é efetuado através de estudos   de   energéticos   que   são   realizados   por   engenheiros   mecânicos, eletricistas e civis. A energia hidráulica é convertida em energia mecânica por  meio   de   uma   turbina  hidráulica,   que   por   sua   vez   é   convertida   em energia   elétrica   por   meio   de   um   gerador,   sendo   a   energia   elétrica transmitida para uma ou mais linhas de transmissão que é interligada à rede de distribuição.

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Um sistema elétrico de energia é constituído por uma rede interligada por linhas de transmissão (transporte). Nessa rede estão ligadas as cargas (pontos de consumo de energia)  e os geradores (pontos de produção de energia).   Uma   central   hidrelétrica   é   uma   instalação   ligada   à   rede   de transporte que injeta uma porção da energia solicitada pelas cargas.

A Usina Hidrelétrica de Tucuruí, por exemplo, constitui­se de uma das maiores obras da engenharia mundial e é a maior usina 100% brasileira em potência   instalada  com seus  8.000 MW,  já  que a  Usina  de Itaipu é binacional.

O vertedor de Tucuruí é o maior do mundo com sua vazão de projeto calculada para a enchente decamilenar de 110.000 m³/s, pode no limite dar passagem à vazão de até 120.000 m³/s. Esta vazão só  será igualada pelo vertedor da Usina de Três Gargantas na China. Tanto o projeto civil como a construção de Tucuruí e da Usina de Itaipu foram totalmente realizados por firmas brasileiras, entretanto, devido às maiores complexidades o projeto e fabricação dos equipamentos eletromecânicos, responsáveis pela geração de energia, foram realizados por empresas multinacionais.

Vantagens e desvantagens das fontes de energia renováveis Existem várias  vantagens  destas   fontes,  mas   as  principais   são:  o 

aproveitamento de recursos naturais, o fato de estes não serem esgotáveis e de não fazerem muita poluição (sol, vento, água). 

Apesar  de   todas   as  vantagens  das   energias   alternativas,   existem alguns problemas. Na:

∙energia da biomassa, ao contrário de outras energias alternativas, o método de combustão da biomassa não é limpo. Similar à combustão dos  combustíveis   fósseis,  produz algumas quantidades  de  dióxido de carbono. No entanto, produzem poluentes menos danosos, uma vez que os   principais   elementos   encontrados   nos   materiais   orgânicos   são:   o hidrogênio, o carbono, o oxigênio e o nitrogênio.

∙hidrelétrica,   o   aumento   do   nível   da   água   pode   fornecer   um habitat   melhor   para   os   peixes   mas   também   pode   destruir   habitats humanos e de outras espécies. Causa ainda erosão de solos que podem ter   impacto  na  vegetação do  local.  Além destes  desastres  naturais,  o enchimento de barragens também pode destruir marcos histórico.

∙energia   solar:   os   custos   iniciais   de   são   as   principais desvantagens. Quase todos os métodos de energia solar necessitam de grandes espaços.

∙energia das marés: a alteração do eco­sistema na baía é o maior problema.  Tem muitos pré­requisitos que a  tornam disponível apenas num pequeno número de regiões.

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∙energia  das  ondas:   também depende  muito  da   localização e  é bastante dispendiosa.

∙energia eólica o custo inicial das turbinas é maior do que o das energias   convencionais.   Do   ponto   de   vista   ambiental,   há   o   barulho produzido,   interferências   nos   sinais   de   televisão   e   pode   matar   os pássaros. Além dos problemas de poluição visual na Natureza. Também não podem estar  perto  das cidades e  há  o  problema de  o vento não soprar  24 horas  por  dia  o  que pode causar  problemas na entrega de eletricidade.

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Energias renováveis:1. Energia solar

O sol sempre foi uma fonte de energia. Por exemplo, quando pomos as roupas a secar ao sol usamos o seu calor. As plantas usam a luz do sol para   produzir   comida   e   os   animais   alimentam­se   delas.   Por   fim,   a decomposição de animais e plantas durante milhões de anos dá origem ao carvão,   petróleo   e   gás   natural.   Por   isso,   os   combustíveis   fósseis   que atualmente dispomos começaram por ser  luz solar  há  milhões de anos atrás. 

Aquecimento solar da água O sol também pode ser usado para aquecer a água nas nossas casas 

e empresas.O sistema de aquecimento da água através do sol  começou­se a 

utilizar na Califórnia por volta de 1890. Nesta altura provou­se que este sistema era mais benéfico que o carvão ou a madeira queimada. O gás artificial, feito a partir do carvão, também era um bom combustível para aquecimento mas era muito caro e a eletricidade ainda era mais cara. Por estas razões, naquela época muitos eram os lares que usavam o sistema solar para aquecer a água.

Em 1897, 30% das casas de Pasadena, cidade perto de Los Angeles, estavam   equipadas   com   placas   solares.   Á   medida   que   se   fizeram progressos e melhorias os sistemas solares começaram a ser usados no Arizona,  Florida  e  em muitos  outros   lugares  dos  Estados  Unidos.  Por volta de 1920, foram descobertos depósitos subterrâneos de gás natural e petróleo.  À  medida  que  o   seu   preço   se   tornou  acessível,   os   sistemas solares foram substituídos por combustíveis fósseis.

   As   placas   solares   aquecem   as   casas,   empresas   a   até   piscinas expostas ao sol. Este sistema aquece a água existente nos canos debaixo da placa solar. Atualmente, as vendas das placas solares têm vindo a aumentar.

O sol como produtor elétrico A energia solar também pode ser usada para produzir eletricidade.Alguns   sistemas   solares,   como   o   que   está   na   figura,   usam   um 

refletor alto e côncavo como uma parabólica para focar a luz do sol nos tubos; estes aquecem tanto que a água ferve. O vapor pode ser usado para girar uma turbina e produzir eletricidade.

O problema do sistema solar elétrico é que apenas funciona durante o dia, enquanto o sol aquece. Por isso, com o tempo nublado ou á noite não se gera energia elétrica. Alguns sistemas são duplos, ou seja, durante o dia a água é aquecida pelo sol e à noite usa­se gás natural para a ferver; deste modo, continua­se a produzir eletricidade.

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A  luz   do   sol  é   refletida   em  1800   helióstatos   –   instrumento  que conserva numa direção constante um raio solar introduzido numa câmara escura. A luz refletida para o centro da câmara aquece um fluído que pode ser usado para ferver a água girando a turbina e o gerador. Este sistema experimental  chama­se Solar II  e está  a ser reconstituído no deserto da Califórnia com novas tecnologias. Se este sistema resultar será capaz de abastecer 10.000 casas. 

Células solaresTambém   podemos   transformar   a   luz   do   sol   diretamente   em 

eletricidade usando células solares.As   células   solares   também   se   chamam   células   fotovoltaicas   e 

podem   ser   encontradas   em   pequenas   aplicações   como   máquinas   de calcular   ou   até   em   naves   espaciais.   Este   sistema   foi   desenvolvido   na década de 50 nos E.U.A. na construção dos satélites espaciais.

Quando   a   pequena   célula   solar   fica   exposta   ao   sol,   os   elétrons (círculos   vermelhos)   libertam­se   do   seu   núcleo   deslocando­se.   Eles movem­se   para   a   superfície   da   placa   solar   (a   azul   escuro).   As   duas extremidades da célula solar estão ligadas por um fio condutor elétrico; assim, o movimento dos elétrons gera uma corrente elétrica.  A energia elétrica da célula solar pode então ser usada diretamente nas máquinas de calcular.

A  energia   solar   também pode   ser   armazenada   em baterias  para alimentar   os   candeeiros   da   estrada   à   noite.   Já   existem   algumas experiências   com   carros   que   usam   as   células   solares   para   converter diretamente a luz do sol em eletricidade para fazer funcionar o carro.

 2. Energia eólica

A energia cinética do vento também é uma fonte de energia e pode ser transformada em energia mecânica e elétrica. Um barco à vela usa a energia dos ventos para se deslocar na água. Esta é uma forma de produzir energia através do vento.

Durante muitos anos, os agricultores serviram­se da energia eólica para bombear água dos furos usando moinhos de vento. O vento também é usado para girar a mó dos moinhos, transformando o milho em farinha. Atualmente, o vento é usado para produzir eletricidade.

O vento forte pode rodar as lâminas de uma turbina adaptada para o vento (em vez do vapor ou da água é o vento que faz girar a turbina). A ventoinha da turbina está ligada a um eixo central que contém em cima um fuso rotativo. Este eixo chega até uma caixa de transmissão onde a 

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velocidade   de   rotação   é   aumentada.   O   gerador   ligado   ao   transmissor produz energia elétrica.

A turbina tem um sistema de abrandamento para o caso do vento se tornar   muito   forte,   impedindo   assim   a   rotação   demasiado   rápida   da ventoinha.

Um dos problemas deste sistema de produção elétrica é que o vento não sopra com intensidade todo o ano, ele é mais intenso no verão quando o ar se movimenta do interior quente para o litoral mais fresco. Outro entrave é  o fato do vento ter que atingir uma velocidade superior a 20 km/hora para girar a turbina suficientemente rápido. Cada turbina produz entre 50 a 300 kilowatts de energia elétrica. Com 1000 watts podemos acender 10 lâmpadas de 100 watts; assim, 300 kilowatts acendem 3000 lâmpadas de 100 watts cada.

Cerca de 30% da eletricidade produzida a partir do vento é criada na   Califórnia.   A   Dinamarca   e   Alemanha   também   são   grandes exploradores da energia eólica. Mas uma vez produzida a eletricidade, é necessário   conduzi­la   até   ás   casas,   escolas   e   fábricas.   O   sistema   de transmissão elétrica é explicado no próximo capítulo.

  3. Energia hídrica      Recursos   hídricos  –   são   as   águas   em   circulação   no   ciclo 

hidrológico que podem ser  utilizadas pelos humanos num determinado momento   e   num   determinado   lugar.   Embora   a   água   seja   um   recurso renovável, as quantidades disponíveis têm diminuído.

Quando chove nas colinas e montanhas, a água concentra­se em rios correntes que se deslocam para o mar. O movimento ou a queda da água contém energia cinética que pode ser aproveitada como fonte de energia.

Durante   centenas   de   anos   o   movimento   da   água   foi   usado   nos moinhos. A passagem da água fazia mover lemes de madeira que estão ligados a uma mó (pedra granítica redonda muito pesada). Esta, roda e mói o milho transformando­o em farinha. Atualmente a corrente da água é usada para produzir energia elétrica.

Hidra   significa   água.   Energia   hidroelétrica   é   a   eletricidade produzida através do movimento da água. A energia hidroelétrica usa a energia cinética da água para produzir eletricidade.

Normalmente   constroem­se   diques   que   param   o   curso   da   água acumulando­a num reservatório a que se chama barragem. Noutros casos, existem diques que não param o curso natural da água, mas obriga­a a passar pela turbina de forma a produzir eletricidade.

Quando  se  abrem as  comportas  da  barragem,  a  água  presa  passa pelas lâminas da turbina fazendo­a girar. A turbina em vez de usar vapor, 

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como antigamente, usa a força motriz da água. A partir do movimento de rotação da turbina o processo repete­se, ou seja, o gerador ligado à turbina transforma a energia mecânica em eletricidade. Isto é  o que acontece na maior parte das barragens portuguesas.

4. Energia das marésOs oceanos podem ser uma fonte de energia para iluminar as nossas 

casas e empresas. Neste momento, o aproveitamento da energia dos mar é apenas experimental e raro.

Mas   como   é   que   se   obtém   energia   a   partir   dos   mares?Existem três maneiras de produzir energia usando o mar: as ondas,  as marés  ou  deslocamento  das  águas  e  as  diferenças  de   temperatura  dos oceanos.

A energia das ondasA energia cinética do movimento ondular pode ser usada para pôr 

uma turbina a funcionar.No   exemplo   da   figura,   a   elevação   da   onda   numa   câmara   de   ar 

provoca a saída do ar lá contido; o movimento do ar pode fazer girar uma turbina. A energia mecânica da turbina é transformada em energia elétrica através do gerador.

Quando a onda se desfaz e a água recua o ar desloca­se em sentido contrário   passando   novamente   pela   turbina   entrando   na   câmara   por comportas especiais normalmente fechadas.

Esta   é   apenas   uma   das   maneiras   de   retirar   energia   das   ondas. Atualmente, utiliza­se o movimento de subida/descida da onda para dar potência a um êmbolo que se move para cima e para baixo num cilindro. O êmbolo pode pôr um gerador a funcionar.

Os sistemas para retirar energia das ondas são muito pequenos e apenas suficientes para iluminar uma casa ou algumas bóias de aviso por vezes colocadas no mar.

 5. Energia geotérmica

A energia geotérmica existe desde que o nosso planeta foi criado. Geo significa  terra,  e   térmica significa calor,  por   isso,  geotérmica é  a energia calorífica que vem da terra.

Alguma vez partiste ao meio um ovo cozido sem lhe tirar a casca? O ovo é como a terra por dentro. A gema amarela é semelhante ao centro da terra, a parte branca corresponde ao manto da terra e a pequena casca protetora assemelha­se à  crosta terrestre.  Abaixo da crosta terrestre,  ou seja, a camada superior do manto é constituída por uma rocha líquida, o 

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magma (encontra­se a altas temperaturas). A crosta terrestre flutua nesse magma.   Por   vezes,   o   magma   quebra   a   crosta   terrestre   chegando   á superfície, a este fenômeno natural chama­se vulcão e o magma passa a designar­se   lava.   Em  cada   100   metros  de   profundidade   a   temperatura aumenta 3º Celsius.

A  água   contida  nos   reservatórios   subterrâneos  pode   aquecer  ou mesmo   ferver   quando   contacta   a   rocha   quente.   A   água   pode   mesmo atingir 148º Celsius. Existem locais, as furnas, onde a água quente sobe até  à   superfície   terrestre   em pequenos   lagos.  A  água  é   utilizada  para aquecer   prédios,   casas   ou   piscinas   no   Inverno,   e   até   para   produzir eletricidade. Em Portugal existem furnas nos Açores. 

Em alguns locais do planeta, existe tanto vapor e água quente que é possível produzir energia elétrica. Abrem­se buracos fundos no chão até chegar   aos   reservatórios   de   água   e   vapor,   estes   são   drenados   até   á superfície por meio de tubos e canos apropriados.

Através  destes   tubos,  o  vapor  é   conduzido até  à   central  elétrica geotérmica. Tal como numa central elétrica normal, o vapor faz girar as lâminas da turbina como uma ventoinha. A energia mecânica da turbina é transformada em energia elétrica através do gerador. A diferença destas centrais elétricas é  que não é  necessário queimar um combustível para produzir eletricidade. 

Após passar pela turbina o vapor é conduzido para um tanque onde vai   ser   arrefecido.   O   fumo   branco   que   se   vê   na   figura   é   o   vapor   a transformar­se novamente em água no processo de arrefecimento. A água é de novo canalizada para o reservatório onde será naturalmente aquecida pelas rochas quentes.

Na Califórnia existem 14 locais onde se pode produzir eletricidade a partir  da energia geotérmica.  Alguns deles ainda não são explorados porque os reservatórios subterrâneos de água são pequenos e estão muito isolados   ou   a   temperatura   da   água   não   é   suficientemente   quente.   A energia elétrica gerada por este sistema na Califórnia é  suficiente para abastecer 2 milhões de casas.

 6. Bioenergia

A biomassa é o material que normalmente imaginamos como lixo. São restos e sobras de toda a espécie: árvores mortas, ramos de árvores, restos  de relva cortada,  cascas de árvores e  serradura  que sobram nas carpintarias, sobras de colheitas, cascalho e pedras miúdas das habitação, produtos de papel e outros objetos que deitamos fora.

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A   biomassa   pode   ser   aproveitada   para   produzir   eletricidade reduzindo a necessidade de recorrer a outras fontes de energia. 

Na Califórnia, a biomassa é responsável pela produção de 2,77% de toda a energia elétrica.

O uso  da  biomassa  não contribui  para  o  aquecimento  global  da Terra.   As   plantas   usam   e   armazenam   bióxido   de   carbono   enquanto crescem depois  ele  é   libertado  quando  queimamos  as  plantas.  Assim, termina­se o ciclo de armazenamento do bióxido de carbono. Este gás em quantidades excessivas provoca o efeito de estufa ou o aquecimento global do planeta.

A   grande   vantagem   da   biomassa   é   que   pode   ser   reutilizada   e transformada noutros produtos como o papel e fertilizantes; acumula­se menos lixo nas lixeiras e é necessária menos terra para depositar o lixo.

A   biomassa   é   amiga   do   ambiente   porque   pode   ser   reduzida, reciclada e reutilizada. 

Hoje em dia descobrem­se novas formas de a usar, por exemplo: para produzir um álcool especial que serve de combustível para os carros. Outra maneira de usar a biomassa é transformá­la em gases inflamáveis cujo objetivo é a produção elétrica.

Distribuição de energiaDepois  de produzida,  a  eletricidade  tem de ser  distribuída pelos 

clientes que a usam. Portugal e muitos outros países possuem uma vasta rede   de   condução   elétrica.   Em   qualquer   lugar   vês   os   fios   elétricos suspensos pelos postes de alta tensão.

Um gerador a funcionar produz eletricidade com uma voltagem de 25.000 volts. Um volt é  a medição da força do movimento elétrico, ou seja, é a força que empurra os elétrons dentro de um circuito elétrico. O nome   volt   vem   de   um   físico   italiano   chamado   Alessandro   Volta   que inventou a primeira bateria.

Para   conduzir   a   eletricidade   a   longas   distâncias   é   necessário aumentar­lhe a  voltagem; por   isso,  a  energia  elétrica  vai,  em primeiro lugar,  para um transformador  elétrico que  lhe aumenta a voltagem até 400.000 volts.

A energia é  transportada por cabos elétricos grossos constituídos por cobre ou alumínio porque têm uma resistência baixa. Quanto maior a resistência do fio, mais quente fica e menor é a condução elétrica. Estes cabos   conduzem   a   energia   até   uma   subestação   elétrica.   Lá,   os transformadores diminuem a voltagem elétrica, em diferentes níveis de 

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potência consoante a sua aplicação e local onde a eletricidade se destina: fábricas, casas, escolas, candeeiros de rua, etc.

Na  tua  vizinhança,  existe  outro pequeno  transformador  colocado num poste elétrico que converte a eletricidade em níveis elétrico ainda mais pequenos para poder ser usada na tua casa. A voltagem utilizada no abastecimento doméstico em Portugal é 220 volts. Atualmente já existem novas linhas de distribuição elétrica subterrânea.

Os combustíveis fósseis O carvão, o gás natural e o petróleo ocupam os primeiros lugares da 

lista dos recursos energéticos mais utilizados no mundo. Pouco menos que 80% do total da energia consumida no planeta é gerada por meio da queima dos combustíveis fósseis. 

Os combustíveis fósseis  são uma fonte não­ renovável de energia, pois sua formação envolve processos naturais que levam milhares de anos para se completar.

O petróleo na economia mundialO petróleo é formado pela decomposição de organismos animais e 

vegetais   em   ambientes   marinhos.   As   maiores   reservas   conhecidas estendem­   se   das   plataformas   continentais   para   áreas   continentais subjacentes, tal como ocorre no Golfo Pérsico e no Golfo do México.

O gás natural é comumente encontrado em associações ao petróleo, ainda  que ocorram poços secos, ou seja, reservatórios que abrigam apenas gás natural.

O   petróleo   passou   a   ser   utilizado   intensivamente   como   recurso energético no ultimo quartel do século XIX, servindo de combustível em navios.

Ao   longo   do   século   XX,   ele   se   transformou   em   um   recurso energético vital para as sociedades modernas.   Alem de funcionar como fonte   de   calor   em   usinas   termelétricas,   o   óleo   passou   a   ser   utilizado também como matéria prima em diversos setores industriais, tais como os dedicados a produção de tintas, tecidos sintéticos, fertilizantes e de todos os tipos de plástico. E  muito importante é que quase todas as frotas de navios, aviões,  automóveis, ônibus, tratores e caminhões que circulam pelo planeta são movidos pela queima do petróleo e de seus derivados.  

A energia nuclearNas   usinas   termonucleares,   a   eletricidade   é   obtida   por   meio   da 

desintegração de núcleos atômicos de minerais radioativos, em especial o urânio. Com apenas um quilo de  urânio, é possível obter uma quantidade de energia elétrica equivalente   à   que     uma   termelétrica   convencional produz consumindo 150 toneladas  de carvão.

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A energia   termonuclear   envolve   tecnologias   sofisticadas,   tanto  na geração quanto no controle do vazamento de materiais radioativos. Mais de 80% da capacidade instalada no mundo se localiza nos países ricos.

A   maior   parte   dos   movimentos   ambientalistas   condena   o   uso   da energia   nuclear,   tanto   pelo   risco   de   vazamento   quanto   pelos   resíduos tóxicos   liberados   pelas   usinas.   Na   Alemanha   por   exemplo   o   governo prometeu desativar todas  as usinas nucleares ate 2002, graças a pressão do partido verde.

Entretanto, os defensores da energia nuclear alegam que ela é uma alternativa sustentável, já que não contribui para o efeito estufa nem utiliza intensivamente os recursos da natureza.

A energia dos riosNas usinas hidrelétricas obtém­ se eletricidade por meio da força das 

águas correntes.  A capacidade de produzir energia hidrelétrica é limitada, pois   depende   da   existência   de   rios   caudalosos   que   atravessam   grandes desníveis topográficos. Entre os países industrializados do mundo, apenas no Brasil essa fonte supre maior parte da demanda por eletricidade. 

A   produção   de   energia   em   usinas   hidrelétricas   utiliza   uma   fonte renovável.   Mas,   como   vimos,   a   construção   de   uma   grande   hidrelétrica implica no alongamento de grandes áreas  e  a   remoção das pessoas  que nelas   vivam.             As energias alternativas

A energia eólica e solar, ambas limpas e renováveis, são as formas de geração de eletricidade que apresentam as maiores taxas de crescimento de uso no planeta. A Alemanha, os Estados Unidos, a Dinamarca e a Espanha lideram a  produção  de   energia   eólica,   enquanto   a  França   e  os  Estados Unidos se descatam em energia solar. 

Mesmo   assim,   essas   formas   de   energias   ainda   ocupam   um   lugar desprezível   no   balanço   energético   mundial,   apesar   de   todos   os   riscos envolvidos,   os   combustíveis   fósseis   continuam   sendo   intensivamente utilizados, tanto na geração de eletricidade quanto nos transportes.

Os   protótipos   de   carros   elétricos   movidos   a   essa     célula   que   já existem são dotados de motores bastante eficientes,  que emitem   apenas vapor d’água na atmosfera.

Atividades: 1­ Diferencie   Usina   Hidrelétrica,   Usina   Termonuclear   e   usina 

Termelétrica.2­ Quais os tipos de combustíveis fósseis mais utilizados?3­ Qual  o  país  que  mais  utilizava  energia  nuclear?  E  o  que  o 

governo prometeu para o mesmo?

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A geografia do consumo.Consumismo   é   o   ato   de   consumir   produtos   e/ou   serviços, 

indiscriminadamente, sem noção de que podem ser nocivos ou prejucidiais para a nossa saúde ou para o ambiente. Há várias discussões a respeito do tema,   entre   elas   o   tipo   de   influência   que   as   empresas,   por   meio   da propaganda e da publicidade, bem como a cultura industrial, por meio da TV e do cinema, exercem nas pessoas. Muitos alegam que elas induzem ao consumo desnecessário, sendo este um fruto do capitalismo e um fenômeno da sociedade de agora.

A diferença entre o consumo e o consumismo é que no consumo as pessoas adquirem somente aquilo que lhes é necessário para sobrevivência. Já   no   consumismo   a   pessoa   gasta   tudo   aquilo   que   tem   em   produtos supérfluos, que muitas vezes não é o melhor para ela, porém é o que ela tem curiosidade de experimentar devido às propagandas na TV e ao apelo dos produtos de marca. No entanto, a definição de necessidade supérflua é algo relativo, já que um produto considerado supérfluo para alguém pode ser   essencial   para   outra,   de   acordo   com   as   camadas   sociais   a   que   a população   pertence.   Isso   pode   gerar   violência,   pois   as   pessoas   que cometem crimes na  maioria  das  vezes  não  roubam ou  furtam nada por necessidade,   e   sim   por   vontade   de   ter   aquele   produto,   e   de   não   ter condições de adquirí­lo. Nesses casos, a necessidade de consumo se torna uma   doença,   uma  compulsão,  que   deve   ser   tratada  para   evitar   maiores danos à  pessoa.  Muitas  vezes o consumismo chega a ser  uma patologia comportamental. Pessoas compram compulsivamente coisas que elas não irão usar ou que não têm utilidade para elas apenas para atender à vontade de comprar.

A explicação da compulsão pelo consumo talvez possa se amparar em bases históricas. O mundo nunca mais foi o mesmo após a Revolução Industrial. A industrialização agilizou o processo de fabricação, o que não era   possível   durante   o   período   artesanal.   A   indústria   trouxe   o desenvolvimento,   num   modelo   de   economia   liberal,   que   hoje   leva   ao consumismo   alienado   de   produtos   industrializados.   Além   disso,   trouxe também várias conseqüências negativas por não se ter preocupado com o meio ambiente.  A Revolução Industrial do século XVIII  transformou de forma sistemática a capacidade humana de modificar a natureza, o aumento vertiginoso da produção e por conseqüência da produtividade barateou os produtos   e   os   processos   de   produção,   com   isso   milhares   de   pessoas puderam comprar produtos antes restritos às classes mais ricas.

A sociedade capitalista da atualidade é marcada por uma necessidade intensa de consumo, seja por meio dos mercados internos, seja por meio dos mercados externos,  já  que um aumento do consumo registra­se uma 

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maior necessidade de produção, que para atender a esta demanda gera cada vez mais empregos, que aumentam a renda disponível na economia e que acaba   sendo   revertida  para  o  próprio  consumo.  O excesso  de   todo este processo leva a uma intensificação da produção e conseqüente aumento da extração de matérias­primas e  do consumo de energia,  muitas vezes,  de fontes não­renováveis.

Às   vezes,   uma   pessoa   compra   pela   influência   de   outras,   que   na verdade,   também são influenciadas pelas  propagandas,  filmes,  revistas  e etc.  Ou seja,  a sociedade cria um padrão, que tende a ser seguido pelas pessoas. Algumas mulheres, por exemplo, geralmente escolhem um corte de cabelo, roupas, sapatos e acessórios da moda com base em alguma atriz famosa.

O mundo “mágico” das mercadorias.Estamos   em   um   mundo   de   mercadorias­   carros,   relógios,   jóias, 

livros,   roupas,   sapatos,   moveis,   entre   tantos   outros   itens   e   uma   lista interminável. Todos os dias somos invadidos por propagandas que tentam nos fazer acreditar que consumindo essas mercadorias poderemos ser mais felizes,   mais   limpos,   mais   cheirosos,   mais   atraentes   ou   mesmo   mais queridos.

Nos   países   ricos,   estima­   se   que   o   gasto   total   das   empresas   em publicidade já representa duas vezes mais que o total gasto pelos governos em educação publica, ate nos países pobre esse numero não para de crescer. O mercado publicitário brasileiro, por exemplo, se orgulha se figurar como um dos mais criativos do mundo. O poder da publicidade e sua influencia na  vida  das  pessoas,  por  meio  dela,  o   consumo como  forma de   suprir necessidades ou mesmo de realizar desejos, da lugar à compra pelo prazer de   comprar   ou   como   forma   de   realização   pessoal.   Na   sociedade   do consumo, da qual fazemos parte, a propaganda é a alma do negocio. 

Enquanto alguns poucos gastam compulsivamente em produtos de luxo,  outros não  tem acesso nem se quer  as  necessidades básicas como alimentos, roupas, água limpa e saneamento básico. De acordo com a ONU, no ano de 2000 existiam 825 milhões de pessoas subnutridas no mundo cerca  de 1,1 bilhão de pessoas não  tinham acesso à  água potável  e  2,6 bilhões não dispunham de instalações sanitárias adequadas.

A vida cotidiana na sociedade de consumoOs japoneses chamam os microchips de arroz da indústria, esses são 

pequenos   componentes   eletrônicos   que   estão   presentes   na   maioria   dos aparelhos eletroeletrônicos  que  invadiram as  casas  dos  consumidores de todo o mundo. Simples despertadores digitais, calculadora de bolso, entre as muitas mercadorias produzidas pelas indústrias eletrônicas.

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A presença de aparelhos eletrônicos nas residências,  porem, é  um fato relativamente recente. No começo era necessário ferver a água e encher uma   banheira   para   poder   tomar   banho   quente,   o   fogão   devia   estar abastecido de lenha ou carvão.

O gás e a eletricidade permitiram o aquecimento de água, melhoram a iluminação e facilitam a realização de tarefas como preparar os alimentos, lavar roupa e fazer faxina.

Depois da Primeira Guerra Mundial  as ruas começaram a receber iluminação elétrica e o radio passou a ser ouvido na maioria das casas.

As residências norte­  americanas e européias  foram transformadas por uma avalanche de eletrodomésticos: geladeiras, ferros de passar, fogões e máquina de lavar, entre outros. 

Os fabricantes de aparelhos domésticos logo perceberam o poder da propaganda e do radio como veiculo de divulgação.

A partir da segunda metade do século XX, um novo padrão de vida começou a ser divulgado nas revistas dirigidas ao publico consumidor, nas telas do cinema, nos enormes cartazes publicitários dispostos ao longo das estradas e nos aparelhos de televisão que já chagavam as salas da classe média do mundo inteiro. Os artigos de moda passaram a ser fabricados de acordo com pesquisas de mercado nas quais se buscavam saber o que os diferentes tipos de consumidores queriam ou podiam comprar. 

Mercadorias que mudaram o mundoO automóvel, a geladeira,  a televisão e os computadores foram os 

produtos que mais alteram a vida das pessoas. Um   novo   modo   de   vida   chegou   a   ser   gerado   pelo   automóvel, 

impondo o mito do transporte   individual  como símbolo de liberdade de movimentos. E o aumento gradativo de seu numero nas ruas das cidades exigiu   a   construção   de   grandiosas   e   custosas   obras   viárias,   tais   como viadutos,   túneis   e   grandes   avenidas   expressas,   que   transformaram totalmente a paisagem das cidades.

A   chegada   da   geladeira   permitiu   armazenar   por   varias   semanas produtos   alimentícios   perecíveis.   A   partir   de   então,   muitas   famílias passaram a fazer compras apenas uma vez por mês ou a cada quinze dias em um grande supermercado.

Colocada em local de destaque nas casas das famílias a televisão, ocupa o centro da vida domestica de muitas famílias, seno a principal fonte de lazer para milhões de pessoas em todo o mundo. Em 2002, mais de 1,12 bilhão de domicílios, nos quais viviam cerca de três quartos da população mundial, dispunham de pelo menos um aparelho de televisão.

Por meio da  televisão,  as  empresas atraem a atenção das famílias para   os   seus   produtos   e   estabelecem   padrões   de   comportamento.   A 

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“telinha” é capaz de formar opinião, derrubar políticos e mudar os rumos de uma eleição.

Recentemente,  uma nova  mania  de   consumo passou  a  ameaçar  o domínio da televisão na vida domestica: o computador. No mundo todo, existem cerca de 600 milhões de usuários da internet.

Nos países ricos, que concentram a maioria dos usuários da rede, as compras   via   internet   já   representam   30%   do   comercio   total   de   discos, artigos   eletrônicos   e   livros.   No   Brasil,   elas   atingem   perto   dos   5%  das vendas desses setores,  e a  tendência é  que esse porcentual duplique nos próximos anos. 

Também é  significativo o crescimento de movimentação de contas bancarias  feita a partir  de casa,  por meio de computadores pessoais,  no mundo todo.

Os excluídos do mundo da informaçãoO conhecimento e a informação são fatores determinantes tanto da 

produtividade das economias quanto da qualidade de vida das pessoas. O acesso as  mercadorias  pelas  quais  circulam conhecimento e   informação, porém, é profundamente desigual entre os países e regiões do globo. 

O consumo do  papel,   por  exemplo,  gira   em  torno  de  300  quilos anuais  per  capita,  nos  Estados Unidos.  Já  na   Índia,  equivale  a  4  quilos anuais per capita e é inferior a 1 quilo anual per capita em duas dezenas de países africanos, o que revela sua população estão praticamente excluídas do mercado de jornais e livros.

Consumo e desperdícioO consumo não depende apenas do poder aquisitivo do individuo, 

mas de sua compulsão de comprar. Em outras palavras não é apenas uma questão de dinheiro e sim de uma atitude ou estilo de vida.

  As   empresas   de   propaganda   e   marketing   estudam   corretamente como   será   a   tendência   para   determinado   tempo   para   planejar   suas campanhas e seus produtos. O consumismo desenfreado tem um custo: o uso   cada  vez  mais   intenso,   e   muitas  vezes   desnecessário,   dos   recursos naturais do planeta, com todas as conseqüências que conhecemos.

Nos países ricos se evidenciam na produção colossal de lixo: cada habitante   gera   em   torno   de   560quilos   de   lixo   urbano   por   ano.   Mas   o problema não é só desses países, quantas arvores são derrubadas para poder produzir   papel.   Por   exemplo:   vemos   ser   desperdiçado   por   estudantes brasileiros que não cuidam de seus livros e cadernos.

O envelhecimento da população dos países da Europa, por exemplo, tem   provocado   o   aumento   progressivo   de   tempo   livre   e   mudanças   nas formas de desfrutar o lazer.

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Na pratica do turismo, uma atividade amplamente disseminada entre os europeus,  a  compra de  lembranças e artesanatos do  local  visitado,  o ensaio fotográfico de cenas cotidianas, o consumo de refeições e serviços de todo o tipo transformam uma viagem turística num verdadeiro ritual de consumo.

Shopping centers, o templo do ritual de consumo.Os shoppings centers são estabelecimentos comerciais que reúnem 

num mesmo prédio varias lojas de departamentos, supermercados, butiques e prestadores de serviços.

Um dos maiores símbolos da sociedade de consumo começa a ser construídos a partir da década de 1960 em varias cidades do mundo. Seu sucesso pode ser associado à difusão do automóvel como o principal meio de transporte da população de maior poder aquisitivo e, ao mesmo tempo, à expansão das atividades dos hipermercados instalados nos grandes centros urbanos.

Todo   shopping   centers   possui   as   lojas­   âncora,   que   são supermercados ou lojas de departamentos que atraem clientes com oferta de  promoções,  preços mais  baixos  e  maior  diversidade  e  quantidade de produtos. E os donos dos estabelecimentos menores são beneficiados pelo enorme   afluxo   de   pessoas   que   procuram.   Localização   privilegiada   e facilidade   de   estacionamento   também   são   fatores   de   atração   de consumidores.

Atividades:1­ Procure   explicar   o   significado   da   expressão:   Sociedade   de 

consumo.2­ Os eletrodomésticos mudaram a vida de milhares de famílias 

no mundo inteiro. Dê exemplos que ilustrem essa idéia.3­ Qual a importância da publicidade na sociedade de consumo?4­ Porque   o   uso   de   computadores   pode   levar   ao   aumento   do 

consumo.5­ Por que algumas pessoas preferem os shoppings centers para 

fazer suas compras?

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A Geografia do Crime

A globalização do crimeEm 1920, uma emenda à constituição dos Estados Unidos, que ficaria 

conhecida como Lei Seca, proibiu a produção e comercialização de bebidas alcoólicas em todo o país.  Os políticos conservadores e as organizações religiosas puritanas esperavam com isso resolver de uma vez por todas o problema do alcoolismo, visto então como a maior ameaça ao bem estar da sociedade norte­ Americana. 

A   lei   seca   permaneceu   em   vigor   durante   13   anos.   Durante   esse período,   as  bebidas  nos  Estados  Unidos,  mas   ilegalmente.  A  proibição, portanto não foi suficiente para acabar com o alcoolismo e ainda gerou um lucrativo   mercado   clandestino,   altamente   disputado   por   gangues   de criminosos.

O personagem mais conhecido desse período foi Al Capone, também conhecido como Scarface por causa de uma cicatriz que tinha no rosto.

No comando de uma poderosa organização de criminosos, Capone, um imigrante italiano que havia chegado sem nenhum dinheiro aos Estados Unidos, conseguiu controlar não apenas os pontos de venda de bebidas mas também a prostituição, os jogos ilegais, na Chigago da década de  1920.

Depois   de   anos   aterrorizando   a   cidade,   assassinando   adversários, corrompendo policiais e juízes e expandindo seus negócios, Capone acabou sendo finalmente preso em 1931. Mas ele foi julgado e condenado não a esses   delitos   mas   sim,   por   ter   fraudado   o   fisco­   norte   americano.   Os chefões raramente deixam suas mãos sujas com o sangue do crime.

Apesar   de   Capone   ter   conseguido   acumular   muito   dinheiro,   seu poder   era   restrito   a   algumas   cidades.   Cada   cidade   norte­   americana importante   tinha   sua   própria   família   mafiosa.   Poderosas   organizações criminosas mantém “filiais”em diversas partes do mundo, e,   assim como as empresas transnacionais,   utilizam as novas tecnologias de informação para controlar seus negócios.

Os novos chefões, porém, ganham dinheiro com o mesmo principio que Capone construiu sua fortuna: o trafico e a oferta do que é proibido pela lei dos países, controlando as organizações baseadas na lealdade de seus integrantes e no suborno ou assassinato dos inimigos.

A proibição de álcool nos Estados Unidos foi revogada e 1933, as organizações criminosas atuais não se contentaram com apenas um ramo de atividade. Alem de atuarem em ramos tradicionais dominados pelo crime, tais  como o  tráfico de drogas   ilícitas,  prostituição e   jogos  ilegais,  entre outros   começaram   a   fazer   serviços   legais   como   mundo   financeiro,   a construção de hotéis, centros de lazer, etc.

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O problema contra as coisas ilegais tornou­ se tão serio que a ONU realizou   duas   conferencias   Mundiais   sobre   o   Crime   Organizado:   a   de Nápoles, em novembro de 1994, e a do Cairo em 1995, como objetivo de diagnosticar a nova situação e propor acordos internacionais para facilitar o intercâmbio de informações e a coordenação das ações conjuntas contra o crime.  

Os novos poderes das velhas máfiasO sul da Itália foi o berço histórico das organizações criminosas, sua 

origem remota à Idade Media, quando famílias se uniam para manter, com o uso da violência, o controle sobre a economia de determinadas regiões. 

As máfias italianas mais importantes são a Cosa Nostra, com sede na ilhada   Sicília,   Camorra,   etc.   A   relação   entre   essas   famílias   sempre   foi marcada pelo respeito mútuo,  embora não faltem episódios de violência entre seus membros.

O faturamento anual bruto das máfias italianas, obtidos a partir do trafico de drogas, armas ilegais, prostituição, gerou cerca de 100 bilhões de euros. De acordo com especialistas italianos, em algumas províncias do sul da Itália, ate mesmo a   distribuição da água e do pão é controlada pelos chefões Camorra.

A máfia russaO poder dos grupos mafiosos cresceu no rastro do fim da Guerra Fria 

e da desagregação  da União Soviética.Grupos   criminosos   que   antes   atuavam   ilegalmente   no   mercado   e 

varias organizações de militares russos descontentes com o baixo salário e a perda do prestigio, começaram a assumir o comando de grande parte dos negócios privados e das antigas empresas publicas.

Hoje  mais  de  cinco  mil  gangues  e  grupos   criminosos  na  Rússia. Além do trafico de drogas os russos também vendem armamentos pesados ilegais roubados do poderoso exercito do país. 

O   dinheiro   sujo   ganho   é   usado   para   subornar   os   funcionários públicos, que tem salários muito baixos. A máfia aumenta sua influencia comprando   patrimônios   públicos   a   preços   subfaturados   e   vendendo “proteção” as empresas estrangeiras que querem se estabelecer na região.  

A Interpol, as organizações internacionais de combate ao trafico e o próprio governo russo, estão assustados com o rápido crescimento dessas máfias, que constituem em um enorme perigo para o mundo.

Suspeita­ se que um dos novos ramos da máfia russa seja a compra e venda de passe de jogadores, que atingem valores milionários, seria usado para legalizar o dinheiro ilícito.

 As máfias do Oriente

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No   Japão,   com   a   centralização   imperial   ocorrida   em   1868,   os samurais que até então guerreiros dos chefes militares regionais, perderam sua   função,   muitos   deles   se   organizaram   em   grupos   violentos,   que passaram a agir por conta própria no mundo do crime.

A Yakuza, famosa máfia japonesa, também possui rígidos códigos de conduta. Seus membros passam por diversos rituais de iniciação e tem seus corpos   cobertos  por   tatuagens  que   simbolizam a   força   e   a   lealdade   ao grupo.

Todas as máfias expandiram muitos seus negócios com as grandes correntes   migratórias  que  marcaram o   século  XIX e  XX.   Os   mafiosos italianos   se   estabeleceram   em   varias   cidade   dos   Estados   Unidos, principalmente em Nova York, Chicago e San Francisco.

Ate   hoje,   as   máfias   conquistam   colaboradores   explorando   a precariedade de condição de vida de alguns refugiados e imigrantes ilegais.

NarcotráficoTráfico de drogas. Narcotráfico ou tráfico de drogas é o tráfico de 

substâncias   ilícitas,   entorpecentes.  No Brasil,   a   lei  nº  11.343,  de  23  de agosto de 2006  instituiu o Sistema Nacional  de Políticas Públicas sobre tráfico   ­   Sisnad;   prescreve   medidas   para   prevenção   do   uso   indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à  produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências. Com o avento dessa lei, as leis anteriores (lei 6.368/1976 e 10.409/02) foram  revogadas.

O   Brasil   assinou   a   Convenção   de   Viena   e,   em   março   de   1998, aprovou a  Lei  nº  9.613,  que   tipifica  o  crime de   lavagem de  dinheiro  e postula como um dos crimes antecedentes o tráfico de drogas.

No mundoO narcotráfico  é  produzido em escala  global,  desde  o  cultivo  em 

países   subdesenvolvidos   ate   seu   consumo,   principalmente   nos   países ocidentais,   nos   quais  o   produto   final   atinge  um  alto  valor  no   mercado negro.

O consumo de  drogas  acarreta   importantes  conseqüências  sociais: crime, violência, corrupção, marginalidade, entre outros. Por isso a maioria dos   países   do   mundo   proíbe   a   produção,   distribuição   e   venda   destas substâncias.   Conseqüentemente,   formou­se   um   mercado   ilegal   de entorpecentes e psicotrópicos, hoje o narcotráfico tomou conta de muitos jovens em baladas e em festas. Até mesmo a alta classe social apresenta usuários, embora algumas pessoas ainda tenham o preconceito de que só pessoas de baixa renda, como moradores de favela, são usuários.

Produção

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A maioria dos entorpecentes é produzido em países da América do Sul, Sudeste Asiático e Oriente Médio, entrando nos países consumidores através de contrabando. Tradicionalmente, os Estados Unidos, o México, a União Européia,  o Japão e especialmente Cingapura (onde o tráfico e o consumo de drogas são punidos com a morte) têm imposto uma política de tolerância zero aos países produtores. Entretanto, em muitos desses países, a cultura de coca, e maconha é uma importante fonte de subsistência, à qual não  estão  dispostos  a   abdicar.  Por  outro   lado,   substâncias  psicotrópicas como o LSD, as anfetaminas e outras substâncias sintéticas como o êxtase são produzidas em países desenvolvidos.

 OrigensEm   locais   onde   a   legislação   restringe   ou   proíbe   a   venda   de 

determinadas drogas populares, é soez o desenvolvimento de um mercado negro. A maioria dos países considera o narcotráfico um problema muito sério. Em 1989, os Estados Unidos intervieram no Panamá com o propósito de acabar com o narcotráfico. O governo da Índia realizou operações no Oriente Médio e a própria península da Índia para seguir o rastro de vários narcotraficantes. Algumas estimativas do comércio global puseram o valor das drogas ilegais a cerca de US$ 400 bilhões no ano 2000; que, somado ao mesmo tempo ao valor do comércio global de drogas legalizadas (tais como o tabaco e o álcool), corresponde a uma quantidade superior ao dinheiro gastado   para   a   alimentação   no   mesmo   período   de   tempo.   Em   2005,   o Relatório Mundial sobre Drogas das Nações Unidas informou que o valor do mercado ilícito de drogas foi estimado em 13 bilhões de dólares ao nível de produção, 94 bilhões ao nível de preço de mercado e a mais  de um trilhão baseado nos preços de cultura, levando em conta inclusive as perdas.

Embora o consumo seja mundial, o maior mercado consumidor é os Estados Unidos seguido da Europa. Os maiores produtores do mundo são o Afeganistão (ópio), o Peru e a Colômbia (cocaína).

RentabilidadeEstudo efetuado pela  Secretaria  de  Fazenda  do Estado do Rio  de 

Janeiro, efetuado em dezembro de 2008, estimou que o tráfico de drogas no Rio de Janeiro (maconha, cocaína e crack) fatura entre 316 e 633 milhões de reais por ano, mas lucra algo em torno de 130 milhões, sendo menos rentável do que aparenta. Entre os altos custos suportados pelos traficantes, estão   o   de   logística   de   fornecimento   e   auto­   proteção   e   as   perdas decorrentes das apreensões policiais. Além dos gastos com mão de obra, haveria gastos entre 121 e 218 milhões de reais por ano com a reposição de armas e a compra de produtos.

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Violência urbanaA   violência   urbana   é   o   termo   usado   para   designar   ataques 

relativamente   sérios   à   lei   e   à   ordem   pública   que   vêem   a   violência   se exprimir em uma ou mais cidades de um ou mais países.

Tentativa de definiçãoDepois   que   as   insurreições   raciais   agitaram   as   grandes   cidades 

americanas em 1968, o sociólogo afro­americano Kenneth Clark declarou à comissão  de  Kerner   reunida   a  pedido  do  presidente   americano  Lyndon Baines Johnson: « Eu leio este relatório de motins em Chicago de 1919 e é como se eu lesse o relatório da Comissão de investigação das desordens no Harlem de 1935, o relatório de investigação daquelas de 1943, o relatório da Comissão McCone sobre os motins em Watts. Eu devo sinceramente lhes dizer,  membros  da Comissão,  que se  acreditaria  em “Alice  no País  das Maravilhas”, com o mesmo filme que nos é eternamente passado: mesma analisa, mesmas recomendações, mesma inação .

Esta intervenção já datada destaca três grandes características do que se chama « violência urbana »:

• Sua   antiguidade   relativa,   como   nos   Estados   Unidos   da América.

• Sua irrupção esporádica em períodos e em cidades diferentes.• A incapacidade aparente das autoridades para compreendê­las, 

e assim combatê­las.Se a primeira característica deve ajudar os historiadores a defini­la, 

elas   parecem   imperceptíveis   no   exame   das   duas   outras,   seu   caráter eminentemente eruptivo e os supostos erros das autoridades públicas em procurar delimitá­las, circunscrevê­las, impedem finalmente de definir com precisão o problema. Para contornar a dificuldade de delimitação do objeto e   evitar   o   longo   prazo   de   análise,   os   autores   fazem   conseqüentemente recurso a uma definição limitada do fenômeno que corresponde somente à sua forma mais recente, aquela que examina as últimas décadas, menos, os últimos anos. Assim Sophie Body­Gendrot, afirma que o termo « violência urbana   »   indica   «   ações   ligeiramente   organizadas   de   jovens   que   agem coletivamente   contra   os   bens   e   as   pessoas,   geralmente   ligadas   às instituições, em territórios desqualificados ou prejudicados” . É a definição que   se   pode   reter   sabendo   bem   que   ela   é   restritiva,   e   que   tende,   por exemplo, a naturalizar as pesadas variáveis que pesam nos atores que agem com violência, notadamente a juventude, uma variável que não é que pouco questionada   pelos   especialistas.   É   entretanto   uma   definição   eficaz   no sentido  que não se pode por   razões de  concisão,   ter   toda ação violenta perpetrada num quadro urbano ser considerada « uma violência urbana », mesmo se este deslizamento for às vezes necessário.

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  A   cidade   como   lugar   de   interiorização   e   de   repreensão   da violência

A interiorização da violência pela urbanizaçãoA violência em geral cobre uma diversidade de comportamentos ou 

atos individuais, interpessoais ou mesmo coletivos. De uma época como de uma sociedade à  outra,  como recordado pelo filósofo Yves Michaud,  as formas   de   violência   empregadas   e   sua   intensidade   variam   muito. Falaríamos hoje, por exemplo, de uma « violência na estrada » ou de uma « insegurança  no   trânsito  ».  Mas  não  é   tudo,   nossa   sensibilidade   a   estas formas  de  violência  mudou.    Segundo o  autor,   as  normas  aumentaram. Assim, comportamentos violentos passados outrora pelo silêncio como o mau   trato   infantil   ou   as   violências   conjugais   são   hoje   denunciadas:   a violência   circulando  na   esfera   familial  é   assim  particularmente   recente. Tudo   isto   explica,   sempre   segundo   Yves   Michaud,   a   extensão   da incriminação no direito penal. Num mesmo movimento, o direito penal vê sempre mais  a  violência  como não sendo necessariamente propriamente física: o que implica a atualização da noção de « vias de fato » à categoria mais antiga de « golpes e feridas ».

Para explicar a sensibilização maior quanto à violência, nós podemos recorrer à célebre teoria da « civilização das maneiras » segundo a qual o Ocidente teria conhecido a partir da Idade Média um longo processo de polissagem   das   maneiras:   os   conflitos   que   antes   se   exprimiam   em afrontamentos   sangrantes   tenderam   de   mais   em   mais   a   serem interiorizados,  por  exemplo,  via  o  esporte[4].  Segundo Norbert  Elias,  o promotor da dita teoria, esta evolução não é mais imputável a um simples crescimento do "self control", mas à sua generalização à todos os setores da vida   pública   ou   privada   sob   impulsos   de   vários   fatores   tais   quais   a escolarização, a difusão dos códigos de corte e, enfim, a urbanização. A cidade é aqui reputada estar na origem da interiorização de sua violência pelo homem: a evolução no seio das massas a impôs mais retenção nos seus atos.

A repreensão da violência às margens da cidadeSeguindo   Nobert   Elias,   o   historiador   Jean­Claude   Chesnais 

sublinhou por sua vez o declínio tendencial  da violência nas sociedades modernas,   estudou,   entretanto   somente   a   violência   propriamente   física. Mas outros historiadores vieram a contradizer esta idéia após a publicação dos   trabalhos   do  historiador   americano   Tedd  Gurr,   realizadas  nos   anos 1970­1980, e que interpretaram a violência em termo de privação: ela se desenvolveria   quando   a   elevação   das   aspirações   dos   indivíduos   não   se acompanhava mais de uma melhora comparável de sua qualidade de vida. É o que teria acontecido com as sociedades ocidentais à partir dos anos 30, 

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década na qual Ted Gurr observa uma reversão completa da tendência, isto é, um aumento agora durável da violência, do homicídio, da criminalidade, dos roubos ou da delinqüência, seguindo uma curva em J. A tese de Ted Gurr é às vezes evocada pelo nome de « teoria da curva em J » por esta razão. Na França,  segundo Sebastian Roché,  esta escalada continua a se observar a partir da metade dos anos 50. Ela é independente, segundo ele, do contexto econômico: A delinqüência aumenta particularmente durante os anos de reconstrução e de prosperidade. Depois da metade dos anos 80, ela tende a se estagnar, e isto apesar do aumento do desemprego de longa duração e  dos fenômenos de exclusão.  Mesmo se este diagrama é  ele  ­ mesmo  controverso,  é   importante   tê­lo  na   cabeça  durante  o  estudo  das violências   urbanas   propriamente   ditas,   que   apresentam   uma   evolução diferente.

Anteriormente,   devemos   nos   recordar   que   um   dos   princípios   da organização da cidade sempre foi pensado como o recuo da violência para fora  de seus  muros;  em oposição à   campanha ao   redor,  uma campanha considerada o lugar de todas as jaqueiras e pilhagens, uma campanha onde o movimento de pacificação ocorreu tardiamente, o que explica o êxodo rural maciço para « esta tênue luz libertária do anonimato » [8]das cidades, de acordo com a expressão da historiadora Elisabeth Claverie. É necessário ver,   contudo,  que  este  anonimato  é   ambivalente  porque   também é   uma condição   de   existência   de   todas   as   espécies   de   tráfegos   quem   podem finalmente contribuir para a violência da cidade.

Seja   como   for,   como  observa,   por   exemplo,   Michel  Foucault   em "Vigiar   e   punir",   os   grandes   complexos   industriais   europeus   foram construídos  na  orla  das   cidades  para  prevenir   as   revoltas  operárias.  Do mesmo   modo,   nos   Estados   Unidos,   o   campus   foi   construído   fora   das cidades   para   afastar   a   ameaça   estudantil…   As   populações   mais depauperadas em busca de trabalho instalaram­se também nos subúrbios. Ora, no inconsciente coletivo, o subúrbio continua por excelência o lugar à margem, aquele que acolheria marginais, bárbaros, em outros termos zulus, para retomar um vocábulo idôneo: a partir da Idade Média, o subúrbio é este espaço que se situa a uma milha da cidade e onde cessa o desterro, ou seja, o poder senhoril; este espaço para além do qual não se faz mais parte da Cidade e, por conseguinte da civilização... As violências “urbanas” não são,  por assim dizer,  mais do que violências suburbanas;  em todo caso, excluem­se   da   definição   as   violências   perpetuadas   no   seio   das manifestações   que   reivindicam   quanto   a   elas   logicamente   uma   maior visibilidade no centro da cidade: a violência se encontra no coração mesmo da cidade pelo fato que esta ultima é o centro do poder político a derrubar. 

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Para o político, que é tentado a pensar a violência como contagiosa, esta aposta na segregação poderia finalmente ser feliz.

O recente reaparecimento da violência urbanaO aparecimento da violência urbana e conexões Apesar da repressão de todos os tempos, a cidade tem sido sempre 

palco de violência. Assim, em uma carta dirigida ao prefeito de Londres 1730, o escritor Daniel Defoe reclamava que « os cidadãos não mais se sentem seguros em suas próprias casas, nem sequer atravessando as ruas. As   «   violências   urbanas   »   tal   qual   nós   tivemos   definido   aparecem claramente nos Estados Unidos por volta dos anos 60, na França, no início dos anos 80. Na seqüência destes incidentes, as violências urbanas serão regularmente perpetradas, mas em escala menor (como o vandalismo e, a partir dos anos 80, o hooliganismo, por exemplo), tornando­se quotidiana e assumindo diferentes formas, tanto contra a propriedade quanto contra as pessoas,   elas   podem   ser   físicas   ou   simbólicas;   erupções   ocorrendo ocasionalmente como em 2005 por toda a França.

A violência urbana ocorre na maioria das sociedades modernas. No entanto,   as  manifestações   como as   causas  da  violência  variam entre   as sociedades,   assim,   é   errôneo   acreditar   que   a   violência   urbana   que assistimos num determinado lugar seja apenas a transposição de situações de outro espaço.

As causas do aparecimento das violências urbanas Se os focos de violência urbana são freqüentemente desencadeados 

por   rumores   de   abuso   policial   ou   algum   abuso   de   autoridade,   as degradações  e  agressões  cometidas  geralmente  por   jovens  no  espaço da cidade apresentam varias causas cruzadas que muitas vezes tornam­se seus resultados numa série de círculos viciosos engrenando o empobrecimento:

• Uma situação  familiar  crítica.  Onde a   liberação do controle parental sobre a juventude implica numa falta de vigilância e punição aos contravenantes   da   ordem   e   das   regras   da   sociedade;   a   eficácia   da fiscalização pelos vizinhos ou pela comunidade ou mesmo pela sociedade não remedeia que parcialmente esse problema.

• A reprovação escolar, que pode ela mesmo decorrer da crise familiar. Assim, nos dias de hoje, a violência nas escolas é o rejeito mesmo da  instituição, sobretudo pelos  reprovados que reprovam as humilhações subidas.   A   comunhão   de   alunos   em   deficiência   escolar   com   os   outros implica a contaminação dessas deficiências e uma redução da qualidade no ensino em geral.

 • O desemprego, que se alimenta da falência da escola. Si ele pode   engendrar   a   violência,   esta   o   favorece   em   retorno,   criando 

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mecanismos de discriminação ao emprego ou, simplesmente, destruindo os bens que servem a criar o valor­agregado e, assim, os empregos.

• O   desenvolvimento   de   uma   economia   paralela,   incluindo   o tráfico de drogas e o comércio de mercadorias roubadas. A concorrência entre gangues ou organizações criminosas favoreceu a circulação de armas. É o caso, por exemplo, de Medellin, com taxa de 94 homicídios por 100 mil habitantes, a maior do mundo, onde os grupos La Galera, La Torre e 38 são facções inimigas.

• O consumo da violência pela televisão ou jogo de vídeo.• A ausência de mobilidade geográfica dos mais demunidos. Ela 

tende à acentuar ao fio da partida dos mais fortunados uma cisão geográfica inelutável, eventualmente reforçada no dia à dia por um fraco serviço de transportes   públicos.   A   exigüidade   das   moradias   nas   quais   eles   são condenados a viver  (às vezes com uma família  numerosa) empurram os jovens   a   tentar   se   apropriar   do   espaço   público   atenante,   à   procurar   à controlar   os   grandes   espaços   monóicos   como   as   ruas   e   os   lugares   de passagem estratégicas. Uma vez esses territórios conquistados, eles operam a   uma   verdadeira   marcação,   "tags"   ou   grafitagem,   por   exemplo,   mas também à um controle mais estrito, pela medida de pagamentos ilícitos de bens público ou privados, chamadas de « taxas », que é um termo de direito financeiro que faz referência ao monopólio estatal de cobrar impostos.

• As práticas ditas desviantes como a toxicomania, pratica que necessita  a  instalação do  tráfico pelo qual  a  proteção exige o recurso à violência.

• A falta de influencia política e a sub­mediatização, que força o recurso à violência para se fazer entender. A violência e a força não são então   que   um   repertório   de   ações   que   procedem   a   avantaje   de   serem mobilizáveis a todo o momento.

• Os   conflitos   religiosos,   os   refúgios   comunitários   (o   anti­semitismo no islamismo, por exemplo)

• A discriminação racial e as rivalidades éticas.A estas explicações clássicas adicionam­se causas culturais:• Uma crise da masculinidade, que esta ligada à mecanização do 

trabalho que desvalorizou a força física. Ela favorece as violências sexuais; violência e virilidade estão aqui associadas.

• Nos países de imigração, o rompimento com os laços culturais e uma má integração ocasionada pela busca de reconhecimento e justiça são fatores de estímulo à violência. A desintegração de comunidades pode levar ao rompimento com a sociedade.

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A dificuldade de propor uma resposta públicaAs dificuldades de intervenção frente à violência urbanaNa medida em que o Estado se define no sentido weberiano como 

uma empresa de monopolização da violência física e legítima, a irrupção das « violências urbanas » é particularmente grave do ponto de vista do político: ela põe em dúvida a capacidade das instituições estatais a defender seus cidadãos, que é a base do pacto social, a promessa do Estado. Isto é tanto mais verdade que o monopólio da violência do Estado seria atacado de todos os lados. Assim, de acordo com Sebastian Roché, o aumento da violência   que   se   conhece   desde   o   pós­guerra   não   é   imputável   a   uma categoria   específica   de   indivíduos,   mas   a   uma   generalização   dos comportamentos   agressivos   nas   diferentes   camadas   da   população.   De acordo   com   ele,   observações,   por   exemplo,   revelaram   que   bons   alunos também praticam o "racket" (extorsão, roubo com violência) fora da escola.

De acordo com o sociólogo, o Estado deveria dar uma resposta nítida ao problema da violência das cidades se quiser continuar a ser credível. A solução oscilando entre repressão e prevenção. Esta segunda necessita em todo  caso  a   intervenção  de  uma  justiça   forte.  Ora,   como observa  Yves Michaud,  a  violência  é   uma noção  muito  pouca  utilizada  pelos   juristas porque   bastante   vaga   e   mal   definida.   Ela   necessita   também,   enquanto política pública, de uma avaliação eficaz, o que significa um instrumento estatístico eficaz. Ora, este apresentaria nomeadamente problemas, porque é utilizado por aqueles mesmos que têm interesse a manipulá­lo, o governo. É igualmente um problema se este instrumento não é estável no tempo.

Estes problemas podem ser contornados pela introdução de análises qualitativas das diferentes formas de violência urbana e de sua repreensão, no  âmbito  de  programas   específicos.  Mas  nem  todas   as  violências   são quantificáveis. Também, depois de alguns anos, inquéritos de vitimação são realizados   para   melhor   apreender   qualitativamente   os   fenômenos   de violência. Consistem em interrogar as pessoas sobre os incidentes dos quais teriam sido vítimas e si elas teriam ou não os declarados à polícia. Estes inquéritos   são   antigos   nos   Estados   Unidos.   (International   Crime   of Victimization Survey)

Em   todo   caso,   vários   argumentos   opõem­se   aqui   à   ideia   de   um aumento recente das violências urbanas: a falta de fiabilidade ou mesmo existência   de   meios   estatísticos,   o   fato   de   o   aumento   ser   um   melhor recolhimento das queixas pela polícia, ou mesmo uma maior sensibilidade dos   indivíduos  à   violência,   que  os   inclinaria   a  delatar   mais   facilmente crimes.   Assinala­se   também   que   os   números   permanecem   médios   que podem esconder fortes disparidades geográficas e sociais. De fato, mais que 

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um   aumento   da   violência,   é   a   uma   diversificação   das   vítimas   e   das instituições visadas que nós assistiríamos.

Em geral, atualmente a luta contra a violência urbana empresta várias formas:

• O   reforço   da   presença   policial   nas   zonas   sensíveis   pela redistribuição dos efetivos e a redefinição dessas zonas, dois movimentos que   podem   acentuar   involuntariamente   a   desestruturação   dos   espaços visados ou o sentimento de desestruturação. Polícias dotadas de melhores equipamentos  pessoais  podem   fazer   temer  os   jovens   de   um  reforço   do controle  que  pesa   já   sobre  eles.  Recorda­se  à   respeito,  na  sequência  de Michel  Foucault,  que a  delinquência  é  apenas uma evolução nas nossas sociedades que substitui antigas formas de ilegalidades que não podiam, quanto a elas, ser controladas a distância, de longe. Esta evolução opera­se por   meio   da   aplicação   de   novos   meios   técnicos   e   tecnológicos   de vigilância. Hoje, a maioria dos agitadores de desordem interpelados podem ser "conhecidos" da polícia pelo recidivismo.

• Tentativas de discriminação positiva em prol  de bairros não favorecidos.

• A renovação urbana, mais ou menos importante em função dos países. Nos últimos dez anos, a Alemanha consagrou anualmente 3,5% do seu PIB à reunificação e à renovação urbana. Já a França (em 2003), esse esforço não representou mais do que 5,7 bilhões, ou seja,  0,36% de seu PIB.

  A   escolha   de   combater   os   efeitos   da   violência,   notadamente   o sentimento de insegurança

Contrariamente aos outros tipos de violências civis, as « violências urbanas » implica conseqüências para além das suas vítimas diretas. Como o menciona Yves Michaud, a nossa relação para com a realidade violenta não passa somente por parte dela pela experiência direta que temos: passa também  doravante  pelos   testemunhos   e   as   informações   que   recebemos, notadamente pela mídia, mas também pelas empresas de segurança quem têm também grande interesse à acentuar nossa percepção da violência, já que a segurança representa um mercado conseqüente. Assim cria­se essa situação paradoxal nas quais poucas pessoas afirmando sentir a insegurança foram   elas   mesmas   atacadas.   É   o   que   se   chama   "sentimento   de insegurança".   Para   uns,   tal   sentimento   é   o   produto   de   fantasmas,   em contradição com a baixa tendencial da violência nas sociedades modernas. Para outros, como Sebastian Roché, traduz ao contrário um aumento efetivo da  delinquência  e  da  criminalidade,  bem como de  um fenômeno pouco levado em consideração há alguns anos: as incivilidades[18], cujo estudos não começaram nos Estados Unidos que nos anos 1970. A dificuldade vem 

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das estatísticas que ignoram as incivilidades legais como a falta de civismo, etc.: interessam­se apenas às incivilidades ilícitas.

 Do ponto de vista político, na medida onde ele concerne às massas, o   sentimento  de  insegurança   ligado às  violências  urbanas  é   talvez mais importante   que   a   violência   e   a   degradação   elas­mesmas,   pois   ele   é   a primeira força que determina o voto securitário, além da violência real. O político   procura   assim   à   medi­lo,   em   seguida   à   fazê­lo   eventualmente recuar,   o   que  pode  ocasionar   problemas   complexos:   deve­se   colocar   as forças de polícia lá onde verdadeiramente ela é necessária ao risco de fazer temer um abandono do resto da população, ou ao contrário, as concentrar lá onde elas não jogam que um papel simbólico ao risco que a situação dos bairros   abandonados   torne­se   incontrolável   na   sua   relativa   ausência? Resumidamente,   a   luta   contra   as   violências   urbanas   compromete,   por conseguinte dois cursores cujos movimentos são parcialmente  ligados,  e apenas parcialmente: o primeiro o da violência real, o segundo da violência sentida. Baseando­se na democracia participativa, por exemplo, a política pública ideal na luta contra as violências urbanas seria uma mistura de ação e de representação que seria condenada à não ter um êxito que parcial.

ConclusãoComo afirma Yves Michaud, « a maioria das sociedades comporta 

subgrupos   onde   o   nível   de   violência   é   sem   medida   com   aquele   da sociedade ou, ao menos, com as avaliações comuns que prevalecem lá: tal é o caso dos grupos militares, das gangs de jovens ou das equipes esportivas ». Tal é  também o caso dos jovens que produzem a violência urbana tal como definido acima. Nos grupos que formam esses  jovens, a violência mesma seria a norma: ver­se­ia bem lá ter feito a prisão. Essa passagem credibilizaria o indivíduo e, assim fazendo, o permitiria de não mais fazer recurso   à   violência   física   direta   para   ser   respeitado.   Nesses   casos   de inversão da norma, mesmo as lutas de poder no seio de um mesmo grupo também são lutas violentas, e isso porta enormes conseqüências no espaço circunvizinho, que é também aquele dos terceiros: na cidade, nos espaços públicos, nos transportes urbanos, etc.

As   vítimas   diretas   ou   indiretas   dessas   violências   sofrem freqüentemente menos com a dor infligida que com a sua incapacidade a reagir de maneira apropriada à violência que é involuntariamente imposta, isto é, geralmente, pela violência. Assim, a maioria dos traumatismos de que sofrem aqueles que após terem sido agredidos de uma maneira ou de outra, releva de fato a sua lealdade extrema no que diz respeito ao estado, o qual vem se juntar a eles a fim de não ceder à violência mesmo quando esta se impõe. Pode­se requerer então das autoridades em retorno àquilo que eles   ressentem   como   um   sacrifício,   um   reconhecimento   que   os   possa 

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instituir como vítimas, vítimas eventuais qualificadas a falar e agir contra a fonte de violência que os alcançou. Seria lá o desafio último que a violência urbana oferece às autoridades públicas. Degradando a qualidade de vida de todos,  elas transformariam cada um em produtor  de queixas às quais as autoridades terão cedo ou tarde que responder se elas não quiserem perder a confiança de seus cidadãos e suas obediências.

Os paraísos fiscaisO   crime   organizado   tem   de   tomar   providencias   para   camuflar   a 

origem   ilegal   de   tanto   dinheiro.   Esse   processo   passou   a   ser   chamado “lavagem de dinheiro”, pois torna legal, “limpo”, o dinheiro “sujo”obtido pelo narcotráfico e pelo crime.

Há  várias  maneiras  de  lavar  o  dinheiro.  Uma grande soma obtida ilicitamente   pode   ser   dividida   em   montantes   menores   e   deposita   em centenas  de   contas   fantasmas(  contas   abertas   com documentos   falsos  e nomes de pessoas inexistentes), ou de laranjas( Pessoas voluntariamente ou involuntariamente   tem   suas     contas   utilizadas   para   a   transferência   de dinheiro   sujo).  Esse  dinheiro  é   então   transferido  de  diversas   formas  de pagamento,   para   outras   contas,   ate   que   fica   impossível   de   rastrear   sua origem ilegal.

Preocupados   com   a   falta   de   controle   sobre   a   movimentação   de dinheiro   sujo,   vários   países   estão   arrumando   modo   de   impedir   essa lavagem de  dinheiro,   com a  quebra  do   sigilo  bancário,   a   identificar  os clientes para uma maior vigilância sobre as instituições financeiras.

O erro de Al Capone alertou as gerações seguintes e hoje, a máfia, procura evitar ao máximo a possibilidade de condenação por fraudes no imposto   de   renda.   Um   modo   de   fazer   isso   é   depositar   o   dinheiro,   já devidamente lavado, em paraísos fiscais.

Os paraísos fiscais são países ou regiões que garante o total sigilo das operações   bancarias   e   também   a   quase   completa   isenção   de   impostos, criando condições  perfeitas  para  o   investimento  do  dinheiro  conseguido ilegalmente.

No   final   desse   processo   o   dinheiro   fica   a   disposição   para investimentos  em negócios   ilegais.  No  passado  as  máfias   concentravam suas fortunas principalmente em hotéis, restaurantes, etc. Com a facilidade de lavagem do dinheiro em faturamento centenas de vezes maior.

Atividades:1­ Durante a vigência da lei seca o comercio de bebidas se tornou 

ainda mais lucrativo. Explique o por quê.2­ O que  existe  em comum entre  as  máfias   japonesas,   russas, 

italianas e chinesas? Justifique.

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3­ Esclareça o significado dos seguintes termos abaixo ligados a “lavagem de dinheiro”: 

a­ Laranja:b­ Conta fantasma:c­ Paraíso fiscal:4­ Por quanto tempo vigorou a Lei Seca?5­ Explique o termo violência urbana.

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A Geografia do turismoO turismo na sociedade de consumoO turismo é  uma das atividades que mais tem crescido no mundo 

desde meados do século XX. Afinal, com a emergência da sociedade de consumo   nos   países   ricos,   as   viagens   turísticas   se   transformam   em mercadorias comercializadas em serie, em pacotes fechados por operadoras do setor.

Passagens   aéreas,   refeições,   hotéis,   tudo   pode   ser   agendado   e escolhido nas agências.  Por vezes os próprios donos dessas agências de turismos arrumam nos destinos atrações turísticas para satisfazer o cliente e mostrar a cultura do local.

Como   acontece   com   as   demais   mercadorias,   a   publicidade   se encarrega de estimular o consumo dos produtos turísticos e transforma­ lo em formas de realização pessoal.

Uma história do turismoO turismo já foi muito diferente do que é hoje em dia, ele foi criado 

pelos ingleses com a intenção de descanso longe da agitação do dia­ a­ dia.Turista é um visitante que desloca­se voluntariamente por período de 

tempo igual ou superior a vinte e quatro horas para local diferente da sua residência e do seu trabalho sem, este ter por motivação, a obtenção de lucro.

Evolução HistóricaSegundo  autores,   existem duas   linhas  de  pensamentos,   no  qual   a 

História do Turismo se divide. A primeira seria que o Turismo se inicia no Século   XIX   como   deslocamento   cuja   finalidade   principal   é   o   ócio, descanso,   cultura,   saúde,   negócios   ou   relações   familiares.   Estes deslocamentos se distinguem por sua finalidade dos outros tipos de viagens motivados por guerras, movimento migratório conquista comércio, etc. Não obstante   o   turismo   tem   antecedentes   históricos   claros.   Depois,   se concretizaria com o então movimento da Revolução Industrial. A segunda linha de pensamento se baseia em que o Turismo realmente se iniciou com a Revolução Industrial, visto que os deslocamentos tinham como intuito o lazer.

Idade AntigaNa História da Grécia Antiga, dava­se grande importância ao tempo 

livre, os quais eram dedicados à cultura, diversão, religião e desporto. Os deslocamentos mais destacados eram os que se realizavam com a finalidade de   assistir   as   olimpíadas   (que   ocorriam   a   cada   4   anos   na   cidade   de Olímpia). Para lá se deslocavam milhares de pessoas, misturando religião e desporto.   Também   existiam   peregrinações   religiosas,   como   as   que   se dirigiam aos Oráculos de Delfos e ao de Dódona.

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Durante o Império Romano os romanos freqüentavam águas termais (como as das termas de Caracalla). Eram assíduos de grandes espetáculos, em teatros, e realizavam deslocamentos habituais para a costa (como o caso de um, muito conhecido, para uma vila de férias: a "orillas del mar"). Estas viagens   de   prazer   ocorreram   possivelmente   devido   a   três   fatores fundamentais: a "Pax Romana", o desenvolvimento de importantes vias de tráfego   e   a  prosperidade   econômica   que  possibilitou   a   alguns   cidadãos meios financeiros e tempo livre.

Idade Média  Peregrino em Meca.Durante a Idade Média ocorreu num primeiro 

momento um retrocesso devido ao maior número de conflitos e a recessão econômica,   entretanto   surge   nesta   época   um   novo   tipo   de   viagem,   as peregrinações   religiosas.   Embora   já   tenha   existido   na   época   antiga   e clássica,  entretanto  o  Cristianismo como o   Islã   estenderam a  um maior número   de   peregrinos   e   deslocamentos   ainda   maiores.   São   famosas   as expedições desde Veneza a Terra Santa e as peregrinações pelo Caminho de Santiago   (desde   814   em   que   se   descobriu   à   tumba   do   santo),   foram contínuas as peregrinações de toda Europa, criando assim mapas e todo o tipo de serviço para os viajantes. Quanto ao Turismo Islâmico de Hajj a peregrinação para Meca e um dos cinco Pilares do Islamismo obrigando a todos os crentes a fazerem esta peregrinação ao menos uma vez em sua vida. 

Idade ModernaAs peregrinações  continuam durante  a   Idade  Moderna.  Em Roma 

morrem 1.500 peregrinos por causa da peste.E neste momento quando aparecem os primeiros alojamentos com o 

nome de hotel (palavra francesa que designava os palácios urbanos). Como as   viagens   das   grandes   personalidades   acompanhadas   de   seu   séquito, comitivas cada vez mais numerosas, sendo impossível alojar a todos em palácio, ocorre à criação de novas edificações hoteleiras.

Esta   é   também   a   época   das   grandes   expedições   marítimas   de espanhóis,   britânicos   e   portugueses   que   despertam   a   curiosidade   e   o interesse por grandes viagens.

Ao   final   do   século   XVI   surge   o   costume   de   mandar   os   jovens aristocratas ingleses para fazerem um gran­tour ao final de seus estudos, com   a   finalidade   de   complementar   sua   formação   e   adquirir   certas experiências. Sendo uma viagem de larga duração (entre três e cinco anos) que   se   fazia  por  distintos  países  europeus,  e  desta  atividade  nascem às palavras: turismo, turista, etc.

Existindo   um   ressurgir   das   antigas   termas,   que   haviam   decaído durante a Idade Média. Não tendo somente como motivação a indicação 

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medicinal,   sendo  também por  diversão  e  o  entretenimento  em estâncias termais como, por exemplo, em Bath (Inglaterra). Também nesta mesma época data o descobrimento do valor medicinal da argila com os banhos de barro como remédio terapêutico, praias frias (Niza,…) onde as pessoas iam tomar os banhos por prescrição médica.

Idade ContemporâneaCom a  Revolução Industrial  se  consolida  a  burguesia  que volta  a 

dispor  de   recursos  econômicos  e   tempo  livre  para  viajar.  O  invento  do maquinário a vapor promove uma revolução nos transportes, que possibilita substituir  a  tração animal pelo  trem a vapor  tendo as  linhas férreas que percorrem com rapidez  as  grandes  distâncias  cobrindo  grande  parte  do território   europeu   e   norte­americano.   Também   o   uso   do   vapor   nas navegações reduz o tempo dos deslocamentos.

 Freedom of the Seas, o maior navio cruzeiro do planeta, símbolo da 

era das grandes viagens marítimas. Inglaterra torna­se a primeira a oferecer passagens de travessias transoceânicas e domina o mercado marítimo na segunda metade do século XIX, o que favorecerá as correntes migratórias européias para a América. Sendo este o grande momento dos transportes marítimos e das companhias navais.

Começa  a   surgir  na  Europa o   turismo de  montanha ou saúde:   se constroem famosos sanatórios e clínicas privadas europeias, muitos deles ainda existem como pequenos hotéis guardando ainda um certo charme. É também nesta época das praias frias (Costa azul, Canal da Mancha,…).

Thomas CookEm 1840 Thomas Cook,  considerado o pai  do Turismo Moderno, 

promove a primeira viagem organizada da historia. Mesmo tendo sido um fracasso comercial é  considera como um protundo sucesso em relação a organização   do   primeiro   pacote   turístico,   pois   se   constatou   a   enorme possibilidade   econômicas  que,   este  negócio,  poderia   chegar   a   ter   como atividade, criando assim em 1851 a Agência de Viagens “Thomas Cook and son”.

Em 1867   inventa  o  bono  o   “voucher”,   documento  que  permite   a utilização em hotéis de certos serviços contratados e propagados a través de uma agência de viagens.

Henry Wells e William Fargo criam à agência de viagens American Express  que   inicialmente  se  dedica  ao   transporte  de  mercadorias  e  que posteriormente   se   converte   em   uma   das   maiores   agências   do   mundo. Introduzindo o sistema de financiamento e emissão de cheques de viagem, 

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como por exemplo, o travel­check (dinheiro personalizado feito com papel moeda de uso corrente que protege o viajante de possíveis roubos e perdas).

Cesar RitzCesar  Ritz  é   considerado  pai  da  hotelaria  moderna.  Desde  muito 

jovem ocupou todos os postos de trabalho possíveis em um hotel até chegar a  gerente  de  um dos  maiores  hotéis   de   seu   tempo.  Melhorou   todos  os serviços do hotel, criou a figura do somellier, introduziu o banheiro nas unidades   habitacionais   (UHs)   criando   as   suítes,   revolucionando   a administração. (Converteram os hotéis decadentes nos melhores da Europa, o que lhe gerou o pseudônimo de “mago”). Ao explodir a Primeira Guerra Mundial no verão de 1914 acredita­se que havia aproximadamente 150.000 turistas americanos na Europa.

Ao finalizar  a  guerra  começa a  fabricação em massa de ônibus e carros. Nesta época as praias e os rios se convertem em centros de turismo na Europa começando a adquirir grande importância o turismo costeiro.

O   avião,   utilizado   por   minorias   em   longas   distâncias,   vai   se desenvolvendo timidamente para acabar impondo­se sobre as companhias navais.

A crise de 1929 repercute negativamente em todo o setor turístico limitando   seu   desenvolvimento   até   aproximadamente   1932.A   Segunda Guerra Mundial paralisa absolutamente o setor em todo o mundo e seus efeitos se estendem até o ano de 1949.

Tipos de turismoTurismo receptivo ­ quando não­residentes são recebidos por um país 

de destino, do ponto de vista desse destino.Turismo emissivo ­ quando residentes viajam a outro país, do ponto 

de vista do país de origem.Turismo doméstico ­ quando residentes de dado país viajam dentro 

dos limites do mesmo.Turismo receptivoO turismo receptivo é o conjunto de bens, serviços, infra­estrutura, 

atrativos,   etc,   pronto   a   atender   as   expectativas   dos   indivíduos   que adquiriram o produto turístico.  Trata­se do inverso do turismo emissivo. Corresponde à oferta turística, já que se trata da localidade receptora e seus respectivos  atrativos,  bens  e   serviços  a   serem oferecidos  aos   turistas   lá presentes.

O   turismo   receptivo,   para   se   organizar   de   modo   que   seja   bem estruturado, deve ter  o apoio de  três elementos essenciais para que esse planejamento seja executado com sucesso. São eles:

­Relação turismo e governo em harmonia;­Apoio e investimentos dos empresários;

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­Envolvimento da comunidade local.A partir  da   inter­relação  desses  elementos  é  que  pode  nascer  um 

centro receptor competitivo, lembrando que eles são apenas os essenciais, mas não os diferenciais, uma vez que é o diferencial que fará com que o turista se desloque até esse possível centro.

Nesse   centro   receptor,   além   de   haver   esses   três   elementos   de fundamental   importância  para  a   formação  do  produto   turístico,   também deve haver outros que devem estar presentes na localidade. Alguns deles: Atrativos naturais e histórico/culturais; acessos; marketing; infra­estrutura básica   e   complementar;   condições   de   vida   da   população   local; posicionamento geográfico; entre outros.

Importância econômicaO Turismo é a atividade do setor terciário que mais cresce no Brasil 

(dentre as espécies, significativamente, o turismo ecológico, o turismo de aventura e os cruzeiros marítimos) e no mundo, movimentando, direta ou indiretamente mais de US$ 4 trilhões (2004), criando também, direta ou indiretamente, 170 milhões de postos de trabalho, o que representa 1 de cada   9   empregos   criados   no   mundo.   Tal   ramo   é   de   fundamental importância para o profissionalismo do setor turístico e necessário para a economia  de   diversos  países   com excelente  potencial   turístico,   como   o Brasil.

No Brasil,  cidades médias e pequenas que são desprovidas de um próprio centro financeiro, precisam de meios para o crescimento de sua economia e de seu desenvolvimento. Alguns exemplos sobre esse caso são: Vitória, Guarujá, Ilha Bela, Ubatuba, Ouro Preto, Tiradentes, Paraty, Angra dos Reis, Armação dos Búzios, Cabo Frio, entre outras.

Grandes metrópoles globais também usam o turismo para sua fonte econômica, apesar de terem uma ampla economia de influência nacional ou internacional, como: São Paulo, Rio de Janeiro, Buenos Aires, Nova York, Los Angeles, Londres, Paris, Tóquio, entre outras. Muitas delas utilizam diversos   tipos  de   turismo,  como:  de  negócios,   lazer,  cultural,  ecológico (mais   aplicado   em   cidades   menores   com   maior   área   rural,   apesar   de existirem reservas florestais em algumas metrópoles), etc.

Em outros países, entre desenvolvidos e subdesenvolvidos, ocorre o mesmo. Nos Estados Unidos da América, o estado do Havaí, além de ser uma   ilha   distante   do   continente,   possui   também   pouca   população,   em comparação à outros estados, sendo assim, difícil de ter um maior maior crescimento   na   sua   economia.   Portanto,   o   estado   teve   de   optar   para   o turismo,   e   hoje   é   um   dos   mais   famosos   pontos   turísticos   dos   Estados Unidos, sendo conhecido por suas belas praias e resorts.

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Atualmente,  um dos  locais  que mais  crescem com o  turismo,  é  a cidade   de   Dubai,   nos   Emirados   Árabes   Unidos.   Pela   sua   localização, próxima   à   regiões   de   conflitos   étnicos   e   religiosos,   a   cidade   teve   de enfrentar  muitos  obstáculos  para   ser   conhecida  em diferentes  partes  do mundo. Conta com os mais exóticos e originais arranha­céus, sendo muitos deles, hotéis, tendo destaque para o Burj Al Arab, cartão postal da cidade, e para o Rose Tower, o hotel mais alto do mundo.

Estudo do TurismoO estudo do turismo é uma área de recente desenvolvimento dentre 

as ciências sociais aplicadas. No Brasil os primeiros cursos superiores na área sugiram no início da década de 1970, destacando­se aqueles criados na antiga Faculdade Anhembi Morumbi e na Universidade de São Paulo, e também   o   da   Pontifícia   Universidade   Católica   do   Rio   Grande   do   Sul (PUCRS). Apesar de controverso, o termo turismologia tem sido utilizado para designar essa área de estudos, sendo turismólogo o termo utilizado designar o estudioso da área.

Turismo no BrasilO   turismo   no   Brasil   se   caracteriza   por   oferecer   tanto   ao   turista 

brasileiro quanto ao estrangeiro uma gama mais que variada de opções. Nos últimos anos,  o governo tem feito muitos esforços em políticas públicas para desenvolver o turismo brasileiro, com programas como o Vai Brasil procurando baratear o deslocamento interno, desenvolvendo infra­estrutura turística   e   capacitando   mão­de­obra   para   o   setor,   além   de   aumentar consideravelmente a divulgação do país no exterior. São notáveis a procura pela Amazônia na região Norte, o litoral na região Nordeste, o Pantanal e o Planalto   Central   no   Centro­Oeste,   além   do   interesse   pela   arquitetura brasiliense, o turismo histórico em Minas Gerais, o litoral do Rio de Janeiro e da Bahia e os negócios em São Paulo dividem o interesse no Sudeste, e os pampas, o clima frio e a arquitetura germânica no Sul do país.

O turismo interno é muito forte economicamente. Os destinos mais procurados pelos brasileiros são São Paulo, Rio de Janeiro e os estados da região Nordeste, principalmente Bahia e Pernambuco. Segundo a pesquisa "Hábitos  de  Consumo do Turismo Brasileiro  2009",   realizada  pelo  Vox Populi em novembro de 2009, a Bahia é o destino turístico preferido dentre os turistas que residem no país, já que 21,4% dos turistas que pretendem viajar nos próximos dois anos optarão pelo estado. A vantagem é grande para os demais, Pernambuco, com 11,9%, e São Paulo, com 10,9%, estão, respectivamente, em segundo e terceiro lugares nas categorias pesquisadas.

No turismo internacional, a imagem de que o Brasil é um país muito procurado   por   turistas   estrangeiro,   e   que   esta   terra   recebe   um   número enorme de visitantes oriundos de outros países é relativamente enganosa. 

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Apesar das opções variadas e do enorme território a ser visitado, o Brasil não figura sequer entre os trinta países mais visitados do mundo. Alguns fatores   como   o   medo   da   violência,   da   má   estrutura   e   falta   de   pessoal capacitado   (como   a   carência   falantes   de   inglês   no   serviço   público   do turismo, por exemplo) podem ser motivos para explicar esta relativamente baixa procura pelo Brasil como destino.

Contudo, ao que tudo indica, a razão principal pela baixa procura por estrangeiros pelo Brasil, se deve pelo fato deste país se encontrar distante dos países grandes emissores de turistas. 85% das viagens aéreas feitas no mundo acontecem em, no máximo, duas horas de vôo[carece de fontes?]. Os   problemas   estruturais   e   socioeconômicos   do   Brasil   parecem   não interferir tanto no fluxo de turistas estrangeiros, uma vez que, segundo o Plano   Aquerela,   conduzido   pela   Embratur,   92%   dos   estrangeiros   que estiveram neste país pretendem voltar.

Mas situação do turismo no Brasil aos poucos tem melhorado. Em 2005 o Brasil recebe 564.467 turistas a mais que em 2006. Mas ainda assim o número de estrangeiros é muito pequeno se compararmos, por exemplo, à França, um país com o território de tamanho semelhante ao do estado de Minas Gerais, mas que recebe 14 vezes mais visitante estrangeiros que o Brasil.

O turismo de eventosO Turismo de eventos, é entendido como o deslocamento de pessoas 

com interesse em participar de eventos focados no enriquecimento técnico, cientifico   ou   profissional,   cultural   incluindo   ainda   o   consumo   e entretenimento.   Tendo   como   principais   sub­categoria   o   Turismo   de congresso e o Turismo de convenção.

O   turista   deste   segmento   caracteriza­se   pela   sua   efetiva   presença como ouvinte,  “participante”  ou  palestrante  em congressos,  convenções, assembléias,   simpósios,   seminários,   reuniões,   ciclos,   sínodos,   concílios, feiras, festivais, encontros culturais entre outras tipologias de evento.

Esta modalidade de Turismo pode ser sub­categorizada observando a relação da tipologia de evento e o seu público alvo, entidade organizadora ou finalidade.

ClassificaçãoCongresso ­ Sub­categoria que tem como membros de uma entidade 

de classe, profissional, setorial de uma mesma área do conhecimento.Convenção   ­   O   público   focado   neste   segmento   é   exclusivamente 

interno. Participantes de um partido, empresa, religião com o objetivo de motivar, treinar, integração de grupos ou mesmo lazer.

Feira ­ Tendo caráter comercial focado comumente em um específico segmento de mercado consumidor.

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Festival  ­  Evento artístico cujo espectador é  atraído por um estilo artístico podendo ser musical ou mesmo literário.

Para o planejamento do Turismo o mercado de eventos constitui­se como   uma   atividade   que   agrega   valor   ao   produto   turístico   permitindo minimizar   os   efeitos   da   sazonalidade   em   destinos   que   antes   viviam exclusivamente de temporadas turísticas.

Atividades: 1­ Explique porque o turismo pode ser considerado uma atividade 

econômica.2­ O que significa a expressão Turismo de Eventos.3­ Explique   os   termos   turismo   receptivo,   turismo   emissivo,   e 

turismo doméstico.  

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A organização do espaço geográfico brasileiro.

A infra­ estrutura e a rede urbanaMuitas cidades brasileiras são bastante antigas, a maioria delas viveu 

um crescimento acelerado a partir do inicio do processo de industrialização, comandado   pela   região   sudeste.   A   estrutura   do   espaço   geográfico brasileiro, ela é resultado de um longo processo histórico que, no limite, nos remete ao processo de colonização portuguesa do nosso território.

O IBGE é um órgão do governo federal que é responsável pela coleta divulgação   de   dados   oficiais   sobre   indicadores   socioeconômicos­ agricultura,   indústria,   energia,   população,   saúde,   e  muitos  outros  dados oficiais.

 A região centro sul possui a maior concentração de indústrias, uma rede de cidades mais densas e interligadas, a agropecuária dinâmica e o setor   de   serviços   mais   variados.   Nesta   região   encontramos   a   maior população e maior diversificação de atividades econômicas.

A Amazônia   tem seus   limites  estabelecidos  pela  área  original  de cobertura da floresta Amazônica, o que inclui o norte do estado do Mato Grosso e o oeste do Maranhão. Nas ultimas décadas, a região vem sendo ocupada   de   forma   descoordenada   e   a     floresta   sofre   vários   impactos ambientais.

Os   limites   da   região   nordeste   são   estabelecidos   no   interior   pelo domínio do clima semi­árido que abrange o norte de Minas Gerais. Na zona da Mata ela se estende pelas áreas do território brasileiro que foram mais explorados durante o período colonial.

Atividades: 1­ Cite uma característica de cada complexo regional.2­ O que fica de responsabilidade do IBGE?3­ O que é o IBGE?4­ A   partir   de   que   as   cidades   começaram   a   aumentar   sua 

população?

  

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Região SudesteOs fluxos migratóriosA migração nordestina, ou seja, de habitantes do Nordeste do Brasil 

para outras regiões do país, teve grande relevância na história da migração no  Brasil   desde   a  época  do   Império  de  D.  Pedro   II.  Com o   início  do Primeiro   Ciclo   da   Borracha   em   1879,   os   nordestinos   migraram   para   a Amazônia, fato que se repete com o Segundo Ciclo da Borracha durante a Segunda Guerra Mundial. Com o auge da industrialização no Brasil, entre as décadas de 1960 e 1980, a migração nordestina para a região Sudeste, em especial aos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, foi intensa. As capitais destes estados tornaram­se "terras de oportunidades". Entre as décadas de 1980 e 1990 o fluxo migratório para o Sudeste diminuiu e surgiram também migrações   para   a   região   do   Distrito   Federal   e   mais   uma   vez   para   o Amazonas. 

Com a melhoria estrutural de outras regiões do Brasil, somada aos problemas que surgiram nas grandes cidades por causa da superpopulação, a  migração nordestina diminuiu consideravelmente.  Apesar  de o Rio de Janeiro e  São Paulo continuarem sendo  importantes  pólos  de atração,  a migração "polinucleada" tornou­se mais evidente.

Migração nordestina para o SudesteDevido   principalmente   ao   problema   da   exploração   social   e   do 

trabalho na economia rural nordestina, relacionada com e eventualmente justificada pela seca, somados com a grande oferta de empregos de outras regiões principalmente nas décadas de 60, 70 e 80, em especial na região Sudeste,   verificou­se   um   pronunciado   fluxo   migratório   de   parte   da população nordestina para outras regiões do país.

Na   última   década,   porém,   devido   às   alterações   estruturais   na economia impulsionadas por medidas social­democratas e com a crise do Estado, surgiu um problema generalizado de aumento do desemprego, de queda da qualidade da educação e redução gradativa da renda (aliada a sua histórica  distribuição desigual).   Isto  fez com que parte  da população de origem nordestina e de seus descendentes, os quais antes haviam migrado pela falta de recursos, mantivessem uma baixa qualidade de vida. Por causa da visão espelhada nas décadas anteriores, o falso ideal imaginário que se formou em relação à região Sudeste é da promessa de uma qualidade de vida melhor, de fácil oportunidade de emprego, salários mais altos, entre outros; iludido por esse sonho, quando um nordestino migra para o Sudeste em busca  de  uma melhoria  na  qualidade  de  vida,   acaba  encontrando o contrário, além de sofrer preconceito social no dia­a­dia.

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 Para São PauloA migração de nordestinos para o estado de São Paulo teve início 

antes   da   metade   do   século   XIX   basicamente   fundamentada   na industrialização paulista e na diferença do desenvolvimento dos estados.

Para o Rio de JaneiroA   imigração   nordestina   para   o   Estado   do   Rio   de   Janeiro   se 

concentrou da região metropolitana fluminense, e se deu continuamente a partir da década de 1950. A partir dessa grande imigração ocorreu intensa favelização de municípios da Baixada Fluminense e da capital do Estado, devido ao baixo nível socioeconômico desses imigrantes. Atualmente ainda se percebe constante fluxo migratório, apesar de em menor número que no passado.

Ciclo do caféA partir da década de 1840, as plantações de café se espalharam por 

toda   a   região,   principalmente   no   Vale   do   Paraíba   e   no   Oeste   Paulista, tornando­se   a   base   da   economia   brasileira.   Usou­se,   inicialmente,   do trabalho escravo, mas, com a abolição da escravatura em 1888, a falta de mão­de­obra   foi   preenchida   com   a   vinda   de   uma   grande   massa   de imigrantes europeus, principalmente italianos.

Atividades:1­O que levou São Paulo e o Rio de Janeiro a se tornarem as duas 

maiores cidades do país?2­ Fale um pouco sobre o ciclo do café.

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As cidades e o meio ambienteAs grandes cidades

Atualmente,   existem   grandes   cidades   espalhadas   por   todos   os continentes. Como exemplo, podemos citar Tóquio, México, Nova Iorque, São Paulo, entre outras. Apesar de situadas nos mais diversos pontos do planeta, as grandes cidades apresentam algumas características em comum. O   numero   crescente   de   automóveis   em   circulação   agrava   os congestionamentos   no   transito   e   cria   problemas   ambientais,   como   o aumento da poluição.

Seus   bairros   refletem   as   diferenças   de   classe   social   entre   seus habitantes. Uma parcela da camada mais abastada da população desloca­ se em condomínios fechados afastados do centro. O volume de lixo e esgoto produzidos é muito grande, o que tem criado problemas ambientais. Com poucas exceções a carência da área verde.

As cidades ao longo da históriaComo viviam da caça de animais selvagens e da coleta de vegetais, as 

condições   climáticas   eram   um   importante   fator   de   deslocamento   das populações. Nos períodos muito frios ou muito secos, quando a vegetação perdia sua folha, as pessoas, indo atrás dos animais, migravam para regiões onde conseguissem alimentos com maior facilidade.

Algumas   pessoas   passaram   a   dedicar­   se   a   funções   religiosas   e outras, produzir ferramentas, roupas, e utensílios domésticos, enquanto as demais dedicavam­ se a troca do excedente agrícola.

Essas novas funções e atividades impulsionaram o desenvolvimento das primeiras cidades. Alem disso, o surgimento dos sacerdotes e reis criou uma de poder e uma nova divisão de tarefas as comunidades primitivas, o que também permitiu que algumas pessoas passassem a morar nas cidades e outras no campo.

As cidades brasileirasAs primeiras cidades brasileiras surgiram da necessidade de garantir 

a   posse   do   território   para   as   instalações   das   primeiras   atividades econômicas.

As   nossas   cidades   surgiram   de   diferentes   formas   umas   pelos primeiros portos marítimos, produção de açúcar, e com instalação de fortes defesas militares contra invasões, outras por conta do povoamento, outra pela procura de garimpos, dentre varias outras.Atualmente o país conta com mais de 5000 cidades espalhadas por todas as regiões, com os mais diversos tamanhos e cada um com sua função principal.

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Êxodo RuralÊxodo rural é o termo pelo qual se designa o abandono do campo por 

seus   habitantes,   que,   em   busca   de   melhores   condições   de   vida,   se transferem de regiões consideradas de menos condições de sustentabilidade a   outras,   podendo   ocorrer   de   áreas   rurais   para   centros   urbanos.   Este fenômeno se deu em grandes proporções no Brasil, nos séculos XIX e XX e foi sempre acompanhado pela miséria de milhões de retirantes e sua morte aos milhares, de fome, de sede e de doenças ligadas à subnutrição.

Os conflitos recentes na África e noutras regiões do mundo são outra causa do êxodo rural, fazendo com que milhões de pessoas engrossem o exército de desempregados e marginais nas grandes cidades. Ainda outra causa   são  os  desastres  naturais,   como ciclones   e   secas,   que  deixam as populações rurais sem meios de subsistência e as empurram muitas vezes de forma permanente para as cidades.

Estes fenômenos estão ligados à falta de políticas de desenvolvimento das   zonas   rurais,   tais   como   a   construção   de   infra   estruturas   básicas   ­ estradas, escolas e hospitais.

A mudança de sentido do fluxo migratórioO fluxo migratório mudou de sentido, portanto o êxodo da massa 

populacional foi se direcionando aos poucos para a região amazônica, onde os   retirantes   se   tornaram seringueiros,   iniciando   largo  ciclo  extrativista. Avançando cada vez mais em direção à mata, em sentido Oeste, acabaram por   invadir   lenta,   constante   e   gradualmente   o   território   pertencente   à Bolívia, tomando posse da área onde hoje encontra­se o estado do Acre.

A chegada dos retirantes em São Paulo e a desnutriçãoO êxodo seguiu em direção ao Sul na década de 30; chegando em 

São Paulo; os nordestinos foram buscar trabalho nos cafezais, porém, não eram   bem­vindos,   pois,   com   a   chegada   dos   imigrantes   italianos   e espanhóis, muito mais robustos e saudáveis, os fazendeiros preferiram os europeus   aos   nordestinos   para   o   trabalho   nos   cafezais.   Os   nordestinos estavam   extremamente   desnutridos,   doentes   e   miseráveis,   morriam   às centenas, sem condições para o trabalho pesado, pois sua caminhada do Nordeste ao Sul, por milhares de quilômetros, foi feita em sua maioria a pé, sem água, sem comida e em condições sub­humanas, exaurindo suas forças.

Atividades: 1­ Quais   são   os   meios   de   transportes   mais   utilizados   pela 

população?2­ O que possibilitou os seres humanos se tornarem sedentários?3­ O que é êxodo rural?

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Migrações:

O Campo e a CidadeHoje, mesmo nos países menos desenvolvidos, as populações rurais 

fazem parte do estado moderno, estando sujeitas ao pagamento de impostos e ao recrutamento e, encontrando­se, em maior ou menor medida, inseridas na  mão­de­obra  moderna.  A  televisão,  a   rádio  e  a  maior   facilidade das deslocações   expõem­nas   a   horizontes   mais   vastos   e   imagens   de   outros futuros.   Dependem   dos   centros   urbanos   para   comprar   e   vender   bens   e serviços. Em muitos sentidos importantes, estão a tornar­se parte do mundo urbano. 

Ao   mesmo   tempo,   as   cidades   ainda   dependem   da   agricultura.   A contribuição   desta   para   a   economia   nacional   dos   países   em desenvolvimento tem vindo a decrescer, mas o sector continua a ser a fonte de subsistência e sobrevivência mais importante, especialmente nos países mais pobres. Em 1965, a agricultura representava 41% do Produto Nacional Bruto dos países de baixos rendimentos e 77% do emprego. Em 1985, a contribuição  para  o  PNB descera  para  32%  ,  mas  o  nível  do   emprego mantivera­se   tão  elevado  como antes,   em 72%.  Também nos  países  de rendimentos médios­baixos, em 1985, a agricultura ainda garantia emprego a 55% da população. 

Na   África   Sub   sariana,   em 1985­1990,   a   agricultura   representava 58% do emprego no Botswana, 79% nos Camarões, 87% no Malawi e 71% no   Zimbabwe.   Nas   Américas,   no   Haiti,   nas   Honduras,   na   Bolívia, Guatemala e Jamaica , as percentagens relativas ao mesmo período rondam ou excedem os 50%. O mesmo se pode dizer da Indonésia, Bangladesh, Paquistão e Sri Lanka , na Ásia. Não se dispõe de números equivalentes para   a   China   ou   para   a   Índia,   mas   os   dados   referentes   a   1975­1980 mostravam que o emprego agrícola alcançava, respectivamente, o nível de 71 e 74% . 

Embora  a  agricultura   tenha  dado  uma menor  contribuição  para  a economia, o crescimento demográfico significou um aumento contínuo do número de pessoas que dependem da agricultura para viver. Entre 1965 e 1985,   o   número   de   pessoas   nessa   situação   aumentou   de   220   para   310 milhões  na  África  Subsaariana,   e,  na  Ásia,  de  1350  milhões  para  1675 milhões. Enquanto, na Ásia, este processo está a abrandar, as populações rurais da África continuarão a aumentar. 

Ao   favorecerem   os   mercados   urbanos   e   de   exportação   e   os   seus fornecedores   ­   grandes   agricultores   com   acesso   ao   crédito   e   à   alta tecnologia   ­,   as  políticas  de  desenvolvimento   reduziram as   receitas  dos pequenos   agricultores   e   aumentaram   o   número   dos   trabalhadores   sem 

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terras, agravando a pobreza e desfazendo as relações sociais e econômicas que   mantinham   coesa   a   sociedade   rural.   Um   efeito   dessa   situação   foi reforçar os atrativos da cidade para os rurais pobres. Na década de 1980, assistiu­se a alguns esforços para restabelecer o equilíbrio a favor do sector rural. Mas o fato de os preços pagos aos produtores de alimentos serem mais   elevados   não   significava   necessariamente   melhorar   o   destino   dos pequenos agricultores, sem acesso ao capital e ao crédito. 

Ao mesmo tempo, a subida do preço dos alimentos fez aumentarem o número dos pobres nas zonas urbanas. Nos países mais pobres, os rápidos níveis   de   crescimento   urbano,   resultantes   tanto   do   crescimento   natural como   da   imigração,   coincidem   agora   com   uma   fecundidade persistentemente elevada no campo. 

A pobreza rural, a elevada fecundidade e a degradação do ambiente continuam a atirar,  anualmente,  entre 20 a 30 milhões das pessoas mais pobres  do mundo para as  vilas  e  cidades.  Segundo o censo  de 1980,  a maioria dos que migraram para a Cidade do México veio das regiões mais pobres do país. 

No ano 2000, cerca de 90% das pessoas a viver na pobreza absoluta na   América   Latina   e   nas   Caraíbas   residirão   nas   cidades,   o   mesmo   se podendo  dizer  de  40%,  em África,   e  45%,  na  Ásia.  As  estimativas  do Banco   Mundial   indicam   que   ,   no   ano   2000,   o   número   de   agregados familiares  urbanos que vivem em condições de pobreza  terá  excedido o dobro e passado do nível de 33,5 milhões,  em 1975, para cerca de 74,3 milhões. 

Cada   ano   que   passa,   tornam­se   mais   fortes   as   redes   sociais   e comunitárias que ligam os assentamentos rurais às cidades . A migração das zonas rurais para as urbanas torna­se mais fácil e os riscos diminuem e são mais fáceis de aceitar, se contrapostos ao declínio rural. 

  

Migração e ambienteAs   causas   das   rupturas   ambientais   foram   divididas   em   seis 

categorias:   elementares,   biológicas,   rupturas   de   manifestação   gradual   e acidental;   rupturas   provocadas   pelo   desenvolvimento   e   pela   guerra ecológica. 

Tendo   em   vista   os   objetivos   deste   relatório,   será   dada   especial importância a três destas seis categorias. 

As   rupturas   elementares   abrangem   todas   as   "causas   naturais"   de catástrofes,   tais   como   ciclones,   erupções   vulcânicas,   terremotos, inundações e vagas gigantescas provocadoras de marés. 

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As  rupturas  biológicas   são,  hoje,  menos   ameaçadoras  do  que   em décadas   anteriores   deste   século,   em   conseqüência   da   introdução   de pesticidas,   inseticida e programas de controlo.  Mas podem associar­se a outras causas. 

As rupturas de manifestação gradual são o resultado da integração entre   forças   humanas   e   ecológicas,   ao   longo   de   períodos   extensos.   O aquecimento do globo, a desflorestarão, a degradação das terras, a erosão do   solo,   a   salinidade,   o   assoreamento   dos   canais,   o   alagamento   de pastagens  e  a  desertificação   figuram entre  os  processos  que  se   inserem nesta categoria. 

As   rupturas   de   manifestação   gradual   são   a   principal   causa   dos movimentos  da  população.  A  migração  pode   aumentar  gradualmente,  à medida  que  as  condições   se  deterioram;  alternativamente,  podem surgir crises, de que resulta o êxodo maciço da zona afetada. A desertificação e a deterioração gradual dos solos, associadas aos conflitos civis e à recusa das autoridades  no  poder  em permitir  que  os  alimentos  e  os   fornecimentos essenciais cheguem aos que mais deles necessitam, provocaram a fome que tem assolado, várias vezes, o Corno de África, nos últimos anos. No Sul da Tailândia, na década de 1980, o abate de árvores arrancou o manto florestal e   arbustivo   das   encostas   das   montanhas.   Devido   à   súbita   eclosão   de violentas tempestades, em 1988, houve graves deslizamentos de lama que mataram centenas de seres humanos e  obrigaram milhares de pessoas a mudar­se para outros lugares. 

Em   África,   a   escassez   de   água   é   o   principal   factor   de   pressão ecológica. O crescimento demográfico, aliado ao aumento de consumo de água per capita, tem­se traduzido numa grande pressão sobre a capacidade nacional de abastecimento. Falkenmark calcula que nada menos do que dois terços da população africana podem estar a viver "em países com graves problemas  de  abastecimento  de  água",  no   final  do  século.   Isto   reduzirá seriamente a densidade demográfica máxima dos países em questão. Sem um progresso muito significativo, com vista a mitigar a pobreza e a reduzir as   taxas   do   aumento   demográfico,   parece   inevitável   a   existência   de elevados níveis de emigração. 

Os persistentemente elevados níveis de crescimento demográfico, em regiões pobres, intensificam a deterioração ecológica. A necessidade impõe decisões,  a  curto  prazo,  para  assegurar  a  sobrevivência,  por  exemplo,  o recurso   a   técnicas   baseadas   no   corte   e   queima   de   matos   em   encostas montanhosas   ecologicamente   frágeis,   em   detrimento   da   necessidade   de sustentabilidade a longo prazo. 

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Os   esforços   para   mitigar   a   pobreza   não   deveriam   colocar   as preocupações  de  desenvolvimento  à   frente  das  preocupações  ecológicas. Essa   prática   está   votada   ao   insucesso   e   aumenta   a   probabilidade   de catástrofes futuras e de maiores migrações. 

Migração circular e temporáriaA   migração   circular   ou   temporária   tem   sido   uma   característica 

frequente   dos   movimentos   populacionais   do   campo   para   a   cidade,   em muitas   partes   do   mundo.   Os   patrões   podem   recrutar   trabalhadores migrantes por salários baixos e poupar dinheiro em equipamento e serviços de   apoio,   embora   a   contrapartida   disto   seja   uma   elevada   rotatividade laboral. Os migrantes temporários conservam as suas raízes no campo. Em muitos casos, os que vivem de uma agricultura de subsistência mudam­se para   a   cidade,   numa   base   sazonal,   numa   tentativa   de   conseguirem   um suplemento para as suas receitas. Contudo, os salários não são suficientes para sustentar a família, pelo que é provável que as mulheres e os filhos permaneçam na terra natal. A migração circular pode significar ausências de alguns meses ou vários anos. No entanto, a ausência por mais de um ano parece ser uma excepção. 

Embora persistam modelos deste tipo , sobretudo na América Latina, em certas partes do Sudeste Asiático e na África Ocidental,  a migração circular está a tornar­se menos frequente , na medida em que é mais difícil conseguir   emprego   na   cidade.   Devido   ao   crescente   desemprego,   um trabalhador migrante que arranje trabalho tem todos os motivos para não o largar. 

Os   estudos   sobre   os  modelos   de  migração  entre   as   comunidades rurais   no   Maharashtra   e   Bombaim   apontam   para   uma   transformação gradual  da migração sazonal  em estadas  mais   longas  e,  posteriormente, numa fixação mais ou menos definitiva. Os movimentos sazonais foram frequentes, até à  década de 1940; depois, os modelos de migração anual vieram a predominar. Mais tarde, isto deu lugar a um modelo segundo o qual   um   jovem   do   sexo   masculino   deixa   a   sua   aldeia   no   final   da adolescência, mantém contactos sociais com ela ao longo da sua vida activa e , quando se reforma, volta para ela com as suas poupanças. Os estudos sobre África também provam que, não obstante a tendência para a migração a longo prazo, os migrantes mantêm, em muitos casos, laços estreitos com a comunidade donde são oriundos. 

Na economia mais  difícil  de hoje,  alguns migrantes  rurais  podem fazer  apenas uma visita  à  cidade.  Quer  sejam bem sucedidos quer  não, regressam às zonas de origem ou instalam­se numa cidade mais pequena ( e possivelmente mais viável). 

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 Forças que contribuem para o êxodo rural. O crescimento demográfico nas zonas rurais excede a capacidade de 

o sector agrário o sustentar; .O   investimento   no   sector   agrário   não   se   concentra   na   pequena 

empresa de trabalho intensivo , mas sim numa agricultura de maior escala e de capital intensivo . 

. Em conseqüência do preconceito generalizado da política pública a favor das zonas urbanas, o nível de serviços comerciais e não­comerciais e de comodidades é mais elevado nas cidades do que nas zonas rurais; 

. Os salários do sector estruturado são mais elevados nas cidades e nas zonas urbanas; 

.   O   desenvolvimento   rural,   que   dá   especial   importância   ao melhoramento das infra­estruturas (através da construção de estradas, etc.), tem como conseqüência o aumento da migração para as cidades, porque estas estão agora mais acessíveis; 

. A distribuição de terras, que não toma em consideração os direitos comuns tradicionais (pastos, pesca, etc.), destrói as perspectivas de futuro das pessoas que não possuem terras e conduz à migração para as cidades.

Migrações internas no Brasil.As   migrações   internas   no   Brasil   acontecem   principalmente   por 

motivos econômicos e desastres ecológicos.Um exemplo de migração foi aquela devido às secas que assolaram o 

Nordeste brasileiro na década de 1960, que fizeram com que milhares de pessoas   abandonassem   suas   casas   no   sertão   brasileiro   por   falta   de alternativa agrícola e políticas sociais na região.

Outro exemplo histórico foi a migração de nordestinos para a região Norte do Brasil  no fim do século XIX. Isto se deu por dois motivos:  o início do Ciclo da Borracha e a grande seca que assolou a região Nordeste.

Destaca­se   também   a   movimentação   de   imigrantes   nordestinos   e sulistas em busca de uma vida melhor na Região Sudeste do País, único pólo industrial brasileiro na década de 1970. 

Migração pendularMigração   pendular   (ou   migração   diária)   é   um   fenômeno,   muito 

comum em grandes cidades,  pelo qual  milhões de pessoas saem de sua cidade no período da manhã (geralmente antes do horário comercial) para cumprir jornada de trabalho em outra, retornando só à noite para casa

Esses fluxos não configuram exatamente uma migração, pois não é uma mudança definitiva nem por largo período.

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Entre os casos mais comuns de migração pendular está o dos boias­frias, que saem da cidade e se deslocam para o meio rural para exercer sua atividade.

Outra   modalidade   de   deslocamento   classificada   como   migração pendular é o commuting, que consiste no deslocamento de pessoas de um país para outro para trabalhar ou procurar um emprego.

No Brasil,  o êxodo rural ­ deslocamento de populações do campo para as áreas urbanas ­ foi mais acentuado entre as décadas de 1950 e 1980, período em que as maiores metrópoles do país, em especial São Paulo e Rio de Janeiro, eram os grandes pólos de atração popular do país.

Nessa   época,   houve   grande   expansão   horizontal   das   regiões metropolitanas  em direção à   periferia,   acompanhada  pela  deteriorização das  condições  de  moradia  da  população  e  do  meio  ambiente  nas  áreas ocupadas. Multiplicaram­se as favelas e os cortiços. Começaram a surgir e a crescer os loteamentos clandestinos em áreas de manancial, desprovidas de abastecimento de água e coleta de esgoto e lixo.

À   medida   que   as   metrópoles   se   expandiram   horizontalmente,   o deslocamento de pessoas entra a casa e o trabalho ( ou escola ) aumentou. Muitas  vezes,   elas   trabalham ou  estudam em outra  cidade,  percorrendo longas distâncias todos os dias. Esse vaivém diário de pessoas entre dois lugares  diferentes é  chamado de migração pendular   (em comparação ao movimento de vaivém dos pêndulos).

Migração SazonalAs migrações  sazonais   são  aquelas   feitas  por  pessoas  ou  animais 

devido as estações do ano.As aves é um mero exemplo disso, a chegada do inverno faz com que 

elas migrem para lugares em que o clima seja mais agradável para ela.Existe também o caso da migração sazonal na agricultura . Essa é 

feita por causa do cultivo de produtos.As vezes há determinado produto que não se consegue plantar naquela época do ano naquele local por causa do clima da estação, o jeito então é  procurar áreas que o clima da época é favorável   para   o   cultivo   do   próprio.   A   migração   humana   ligada   à agricultura praticamente terminou nos anos 50.

Imigração no BrasilA imigração no Brasil deixou fortes marcas na demografia, cultura e 

economia do país.Em linhas gerais, considera­se que as pessoas que entraram no Brasil 

até 1822, ano da independência, foram colonizadores. A partir de então, as que entraram na nação independente foram imigrantes.

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Antes de 1870, dificilmente o número de imigrantes excedia a duas ou três mil pessoas por ano. A imigração cresceu primeiro pressionada pelo fim do tráfico internacional de escravos para o Brasil, depois pela expansão da economia, principalmente no período das grandes plantações de café no estado de São Paulo.

Contando de 1872 (ano do primeiro censo) até o ano 2000, chegaram cerca de 6 milhões de imigrantes ao Brasil.

Desse   modo,   os   movimentos   imigratórios   no   Brasil   podem   ser divididos em cinco etapas:

Ocupação   inicial   feita  por  povos  nômades  de  origem asiática  que povoaram o  Continente  Americano  entre  10   e  12  mil   anos,   conhecidos como índios

Colonização,   entre   1500   e   1822,   feita   praticamente   só   por portugueses e escravos provenientes da África subsaariana;

Imigração de povoamento no Sul do Brasil, iniciada, em 1824, por imigrantes   alemães   e   que   continuou,   depois   de   1875,   com   imigrantes italianos;

Imigração como fonte de mão­de­obra para as fazendas de café na região de São Paulo, entre o final do século XIX e início do século XX, com um largo predomínio de italianos, portugueses, espanhóis e japoneses;

Imigração para  os  centros  urbanos  em crescimento  com  italianos, portugueses, espanhóis, japoneses e sírio­libaneses, além de várias outras nacionalidades; 

Imigração mais recente, reduzida e de pouco impacto demográfico, iniciada na década de 1970;

ParanáNo Paraná,  os primeiros colonos italianos chegaram em 1878 e se 

fixaram no litoral,  porém pouco tempo depois partiram para a região de Curitiba, se fixando em diversas cidades. Neste estado, os italianos vieram principalmente trabalhar na produção do café.

Mão­de­obra imigrante no café Porto de Santos, porta de entrada de milhões de imigrantes que foram 

para  as  plantações  de café.  O momento  mais   importante  da história  da imigração   no   Brasil   iniciou­se   no   fim   do   século   XIX.   Este   processo imigratório, incentivado pelo governo e pelos senhores do café, objetivava utilizar trabalhadores europeus nas plantações de café.

A entrada de escravos africanos no Brasil terminou bruscamente em 1850. A alta mortalidade infantil e a grande desproporção de homens em relação a mulheres faziam com que a população escrava se reproduzisse muito   lentamente.   Por   volta   de   1880,   a   mão­de­obra   escrava   estava 

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notoriamente envelhecida e a quantidade de mão­de­obra brasileira, livre ou escrava, era insuficiente para atender à expansão das lavouras de café no estado de São Paulo.

Em 1878, dez anos antes da Abolição da Escravatura, o Congresso Agrícola realizado no Rio de Janeiro reuniu cafeicultores para discutir a questão   da   mão­de­obra.   Optou­se   por   pressionar   o   governo   a   fim   de facilitar a vinda de imigrantes europeus.

É comum afirmar­se erroneamente que a abolição da escravidão em 1888 desencadeou a   falta  de mão­de­obra nas  lavouras pois  os escravos libertos   saíram   das   fazendas   para   procurar   trabalho   nas   cidades.   Isto aconteceu em pequena escala e somente no vale do Paraíba do Sul onde a lavoura   cafeeira   estava   em   rápida   decadência   de   produção.   Vários fazendeiros perceberam que o fim da escravidão era inevitável e fizeram acordos   com   os   escravos   nos   quais   estes   eram   alforriados,   mas   se comprometiam   a   ficar   trabalhando   na   mesma   fazenda   com   direito   a pequenos   salários   ou   em   regime   de   colonato.   Em   geral,   os   escravos continuaram trabalhando nas mesmas fazendas, agora com direito a alguma remuneração em dinheiro ou produtos colhidos que pouco afetaram suas condições econômicas, além do direito legal de mudar­se,  arrumar outra ocupação e não sofrerem castigos físicos. Enquanto a necessidade de mão­de­obra diminuía nas plantações do Vale do Paraíba, na então província de São Paulo, as plantações de café prosperavam e necessitavam cada vez mais de  mão­de­obra   em quantidade  muito   superior   a  que  o  Brasil   tinha  de trabalhadores livres e escravos. Portanto, foi a expansão econômica e, em menor   grau,   a   necessidade   de   colonização   de   regiões   praticamente desabitadas do país que incentivaram a imigração para o Brasil. A abolição da   escravidão   e   expansão   cafeeira   em   São   Paulo   foram   eventos contemporâneos, o que leva muitos a pensar que foi o primeiro que causou o grande fluxo de imigrantes que veio logo a seguir para o Brasil.

As expansões das colheitas de café atraíram 70% dos mais de cinco milhões   de   imigrantes   desembarcados   no   Brasil.   Entre   1820   e   1903, desembarcaram no Brasil cerca de um milhão e 140 mil italianos, 549 mil portugueses, 212 mil espanhóis e 89 mil alemães. Em números menores, pessoas de todos os cantos da Europa.

A   imigração   continuou   alta   durante   o   início   do   século   XX diminuindo após a década de 1930. Entraram nesse período diversos grupos de   imigrantes   no   Brasil,   dos   mais   numerosos,   entre   1904   e   1972, desembarcaram um milhão e 240 mil portugueses, 484 mil italianos, 505 mil espanhóis, 248 mil japoneses e 171 mil alemães. Em números menores, pessoas de todos os cantos da Europa. Os imigrantes passam a compor a maior parte dos operários nas fábricas e primeiras indústrias brasileiras.

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Atividades: 1­ Explique migrações:a­ Sazonal:b­ Pendular:c­ Interna:2­ Fale sobre as cinco etapas dos movimentos migratórios.3­ Comente sobre duas forças que contribuem para o êxodo rural?

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As Cidades Globais e as Megacidades.Os   fluxos   da   globalização   não   atingem   o   espaço   geográfico 

planetário como um todo, mas apenas alguns lugares. Mesmo nos países desenvolvidos, os fluxos não se instalam de forma homogênea no território, concentrando – se em lugares específicos. 

Os fluxos da Globalização.Isso se dá através das redes, que abarcam o mundo inteiro, mas não 

todo o espaço geográfico. Eles atingem principalmente os lugares mais bem equipados com infraestrutura de transportes,  comunicações, hospedagem, etc. esses lugares formam os pontos de interconexão das redes globais.

O espaço geográfico é composto por um denso emaranhado de redes através  das  quais  ocorrem  fluxos  dos  mais  variados   tipos.  Há   redes  de telecomunicações   (televisão,   rádio,   telefone,   computadores,   ligados   por satélites  e  cabos de fibras óticas),  através  das quais   fluem informações; rede de energia elétrica, por onde flui eletricidade; redes de oleodutos, por onde   fluem   petróleo   e   derivados,   muitas   outras.   Essas   redes   podem abranger o espaço geográfico local, nacional, regional e mundial.

Uma rede que se amplia cada vez mais é  a internet. Essa rede de computadores abarca  todo o planta,  mas seus fluxos de  informação não atingem   o   espaço   geográfico   do   mundo   por   igual.   Seus   participantes concentram – se nos países desenvolvidos e nas áreas mais ricas ou entre a população   de   maior   renda   dos   países   emergentes.   As   cidades   Globais sediam o poder mundial  a apresentam uma infraestrutura que permite a instalação dos fluxos da globalização dos fluxos da globalização. Nelas se encontram – se:

• Os grandes aeroportos  internacionais,  que permitem o fluxo mundial de pessoas e de cargas;

• Os   modernos   edifícios   que   sediam   a   bolsas   de   valores,   os grandes  bancos  e  outras  companhias   financeiras,  permitindo o   fluxo de capitais especulativos;

• As   sedes   das   grandes   corporações   multinacionais,   que comandam o fluxo de capitais produtivos;

• As grandes redes de televisão e de rádio, os grandes jornais e os provedores da Internet, que centralizam o fluxo de informações;

• As   principais   organizações   mundiais:   ONU,   FMI,   Banco Mundial, OCDE e outras;

• Os principais mercados consumidores de mundo.Perceba que a definição de uma cidade global é qualitativa, associada 

ao seu poder, sua infraestrutura e, portanto, á sua capacidade de polarizar os fluxos das redes mundiais. O tamanho da população é secundário. É por 

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isso   que   algumas   megacidades   definição   que   leva   em   conta   apenas   o tamanho da população, não são cidades globais.

As   megacidades   localizadas   em   países   subdesenvolvidos   abrigam grande  população  de  baixa   renda  e  possuem precárias   infraestrutura  de transportes e de comunicações. Por isso, os fluxos são reduzidos.

A maioria das cidades globais localiza – se nos países desenvolvidos. Já   as   megacidades   encontram   –   se   predominantemente   em   países subdesenvolvidos e emergentes, onde o crescimento vegetativo mantém – se alto e há intenso fluxo de pessoas do campo para a cidade.

O conceito geográfico de lugar é fundamental para o entendimento dos   fluxos   da   globalização.   Lugar,   para   a   geografia,   inclui   as   formas naturais   e   as   formas   construídas   da   paisagem   e   também   as   relações humanas. O lugar é a paisagem carregada de significados, de coisas que são importantes  para nós porque fazem parte do nosso dia ­  a  ­  dia ou das nossas lembranças. É a porção do espaço geográfico onde se desenrola o cotidiano dos indivíduos.

É no lugar que se instalam os fluxos da globalização e não no espaço geográfico como um todo. Os fluxos dão – se em redes através do espaço geográfico mundial  e os nós dessas redes são os  lugares.  Não podemos esquecer que quem comanda os fluxos da globalização são pessoas. Tudo isso é uma criação humana: a infraestrutura que permite a instalação dos fluxos,   as   normas   que   os   regulamentam   e,   claro,   as   palavras   que   os definem.

Todos os fluxos da globalização fazem parte do espaço geográfico: ajudam a modelá – lo e são modelados por ele. Por exemplo, o fluxo de capitais produtivos leva a instalação das fábricas, supermercados, hotéis, etc.,   que  modificam o   espaço  geográfico  não  apenas  no   lugar  onde   se instalaram. A existência dessas infraestrutura gera mercado consumidor, o que pode levar a um aumento do fluxo de investimentos produtivos – além de   pessoas.   Esses   fluxos,   por   sua   vez,   exigem   a   implantação   de infraestrutura  para   suportá   –   los:   rodovias,   portos,   aeroportos,   redes  de energia   de   telecomunicações,   etc.   A     instalação   de   infraestrutura   e   a expansão do mercado consumidor podem atrair mais investimentos, mais pessoas, mais mercadorias.

Com a globalização. O próprio conceito de lugar deve ser redefinido. Hoje as pessoas não estão mais restritas ao seu lugar, como acontecia em um passado  não muito  distante.  Cada  vez  mais  as  pessoas  viajam pelo mundo,   tomando   contato   com   outros   lugares,   outros   povos   e   outras culturas. Mesmo para quem não viaja seu lugar, devido aos avanços nas telecomunicações   (televisão,   telefone,   Internet,   etc.),   passou   a   receber 

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informações que vem de vários outros lugares. Nesse contexto, podemos dizer que o lugar se ampliou, e mesmo que, virtualmente, as possibilidades de contato entre as pessoas se alargaram.

1 – Qual é a diferença entre megacidades e cidade global?

2 ­ As cidades Globais sediam o poder mundial?

Lugar e Globalização.3 – Qual é o conceito geográfico de lugar?

4 – Quem comanda os fluxos da globalização?

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A Globalização é desigual.

Nem  todos   se  beneficiam com os   fluxos  da  globalização.  Muitos vivem ao lado de aeroportos internacionais, um dos nós da rede de fluxos de pessoas e mercadorias, mas dificilmente entrarão em um avião. Outros passam todos os dias em frente a grandes hotéis – outro nó do fluxo de pessoas ­, mas não têm dinheiro para se hospedar neles. Há aqueles ainda que nunca possam investir em ações, partindo do fluxo financeiro mundial. As grandes cidades oferecem uma infinidade de bens e serviços aos qual boa parte da população não tem acesso.

O   fator  de   limitação  é   o  desigual   acesso  á   renda.  Nem  todas   as pessoas  têm recursos  suficientes  para  adquirir  bens  e   serviços cada  vez mais   disseminados   no   mundo   globalizado.   No   capitalismo,   os investimentos são concentrados em certos lugares e voltados para setores nos quais o retorno é maior. Assim, as regiões e as populações mais pobres tendem a   ser  marginalizadas  –   se  não  se   realizarem  investimentos  para garantir o desenvolvimento de todos os lugares.

Também   é   necessária   a   intervenção   estatal,   com   a   criação   de programas de assistência social e direcionamento de investimentos privados que visem á redução das desigualdades sociais e regionais. Por exemplo, na privatização das telefônicas tinha algumas metas sociais. Entre outras, as telefônicas devem instalar pelo menos um telefone público, capaz de fazer e receber chamadas, em todas as localidades com mais de 100 habitantes.  

Como vimos, os fluxos instalam­se nas grandes cidades, nos lugares de melhor infraestrutura. Para a maioria de seus habitantes, porém, essas cidades   são   compostas   por   um   conjunto   de   lugares,   pois   cada   um   os vivencia de forma diferente. Dependendo da renda e, portanto, do lugar em que   o   indivíduo   circula   dentro   da   cidade,   ele   terá   maior   ou   menor integração.   Poderá   ter   acesso   a   uma   infraestrutura   de   serviços   básicos (educação, saúde, transportes, saneamento básico, etc.) boa precária; terá mais ou menos acesso a bens de consumo e culturais – lojas, restaurantes, cinemas, teatros, etc.

Na grande cidade, há cidadãos de diversas ordem ou classes, desde o que, fato de recursos, pode utilizar a metrópole toda, até o que, por falta de meios, somente a utiliza parcialmente, como se fosse uma pequena cidade, uma cidade local.

Morara na periferia é se condenar duas vezes á pobreza. Á pobreza gerada pelo modelo econômico, segmentador do mercado de trabalho e das classes sociais, superpõe­se a pobreza gerada pelo modelo territorial. Este, afinal, determina quem deve ser mais ou menos pobre somente por morar 

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neste  ou  naquele   lugar.  Onde  os  bens   sociais   existem apenas  na   forma mercantil, reduz­se o número dos que potencialmente lhes têm acesso, os quais se tornam ainda mais pobres por terem de pagar o que, em condições democráticas normais, teria de lhe ser entregue gratuitamente pelo poder público. 

 

Atividades:

1  –   ‘’Nem  todos   se  beneficiam com os   fluxos  da  globalização’’. Explique essa frase.

2 ­ Onde os fluxos das grandes cidades se estalam? 

Para quem é real a rede urbana?3 ­ Para quem é real a rede urbana?4 – Porque os bens sociais existem apenas na forma mercantil? 

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Os excluídos da globalização.

Os   países   subdesenvolvidos,   especialmente   os   mais   pobres,   são essencialmente agrícolas, utilizam tecnologia muito atrasada na produção de alimentos e,quando há setores modernos, em geral são voltados para a exportação. A indústria é inexistente ou utiliza equipamentos e tecnologia defasados. A infraestrutura de transporte e comunicações é precária. Some a tudo isso a limitada qualificação dos trabalhadores, devido ao baixo nível educacional, e você entenderão por que a produtividade é  tão baixa e os salários,   tão   aviltantes,   muitas   vezes   insuficientes   para   adquirir   bens   e serviços básicos para a sobrevivência.

O baixo crescimento econômico, aliado á alta de taxa de aumento da população, faz com que milhões de pessoas não encontrem nenhum tipo de emprego.   Também   não   têm   acesso   a   habitação   apropriada,   saneamento básico,   educação,   etc.   Portanto,   esses   países   são   foco   permanente   de emigrantes, que saem em busca de melhores condições de vida nos países desenvolvidos.

Enquanto a maioria da população dos países desenvolvidos apresenta uma alta qualidade de vida e as tecnologias do século XXI estão sendo gestada   em   algumas   regiões   de   seus   territórios,   nos   países subdesenvolvidos a maioria da população ainda não conseguiu satisfazer sequer suas necessidades básicas.

Essa desigualdade está aumentando ainda mais com a globalização. Imagine a quantidade de dinheiro gasto por empresas e governos dos países desenvolvidos para se manter  na dianteira  tecnológica.  Os países pobres não têm recursos suficientes para acompanhar essa corrida. Boa parte dessa tecnologia  acaba  migrando e  atingindo o  mundo  inteiro,  no  entanto,   só pode   se   beneficiar   dela   a   pequena   parcela   da   população   com   renda suficiente para adquirir os produtos e serviços que a incorporam. Grande parte ainda não tem acesso a tecnologias muito mais simples, oriundas da primeira e da segunda revolução industriais.

    Os excluídos dentro dos países integrados.    Apesar   de   se   concentrarem   em   maior   quantidade   nos   países 

subdesenvolvidos   e   emergentes,   os   excluídos   da   globalização   e   da revolução técnico­ científica surgem de forma crescente também nos países desenvolvidos. A intensidade da competição global tem levado as grandes corporações  a   introduzir   técnicas  cada  vez  mais  avançadas  no  processo 

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produtivo,  reduzindo a utilização de mão­de­obra. Isso tem provocado o aumento do emprego tanto nos países desenvolvidos como nos emergentes.

As   grandes   corporações   estão   terceirizando   muitas   atividades, especialmente   em   áreas   que   exigem   trabalhadores   menos   qualificados, como  limpeza,   segurança,  manutenção,  etc.,  mas   também em áreas  que exigem   mão­de­obra   mais   qualificada   como   administração,   marketing, pesquisa,   etc.   Geralmente,   os   empregos   oferecidos   pelas   firmas terceirizadas apresentam menos remuneração e menos benefícios.

Outra que as grandes corporações buscado para reduzir os custos de produção   é   transferir   toda   a   produção,   ou   parte   dela,   para   países emergentes,  onde  a  mão­de­obra  é  mais  barata,  e  os  benefícios  sociais, menores. 

O crescimento do emprego e a redução dos benefícios sociais têm aumentado a pobreza nos países. Nos Estados Unidos e no Reino Unido, onde é maior a tradição liberal, a legislação trabalhista é mais flexível, ou seja,  facilita a demissão de trabalhadores e a contratação de outros com menores salários. Neles, as taxas de desemprego se mantêm baixas, porém a rede de proteção social do Estado – salário ­ desemprego, aposentadoria, acesso gratuito aos serviços de educação e saúde, etc.  ­  é  menos densa, quando comparada à  maioria dos países da Europa ocidental.  Os países europeus  ocidentais,  onde  o  Keynesianismo  e  o  welfare  State   são  mais arraigados,  apesar  dos salários mais altos e dos maiores benefícios,   têm convívio   com   um   alto   nível   de   desemprego.   No   Japão   o   desemprego aumentou devido á crise econômica na segunda metade dos anos 1990.

Atividades:

1 – Porque os países mais pobres são essencialmente agrícolas?2 – O que está acontecendo com os avanços da globalização? 3 – Porque as grandes corporações estão introduzindo técnicas cada 

vez mais avançadas no processo produtivo?

4 – Porque o desemprego do Japão aumentou?

 

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Um Mundo dividido em Estados.

  O mundo é dividido em 70% em oceanos e 30%em terras. Nessas terras temos divisões pelos chamados continentes, América, Europa, Ásia, África,   Oceania   e   Antártida.   Com   exceção   a   Antártida   que   também é conhecida   como   "continente   gelado",   todos   os   outros   são   divididos politicamente em estados. Os Estados são uma criação humana,  então o mundo   não   foi   sempre   organizado   territorialmente   assim   e   os   limites continuam se transformando.

A própria divisão da superfície terrestre em Estados territoriais, ou o Estado como conhecemos hoje, é relativamente recente.

Os Estados estão separados por linhas imaginárias, são chamadas de limites que demarcam uma fronteira.

Foi o homem que delimitou as "linhas" ao longo da história.

Uma   fronteira   pode   ser   natural,   quando   é   estabelecida   por   um acidente geográfico,como um rio ou uma crista montanhosa. Pode também ser geodésica, quando é construída por linhas; nesse caso, para representar os limites no terreno são colocados às vezes, marcos artificial (como um muro, uma cerca, um monumento, etc.) 

Hoje é muito fácil localizar exatamente o   limite entre dois países, saber   onde   deve   ser   colocado   um   marco   que   materializa   um   limite fronteiriço   com   precisão:   basta   recorrer   aos   dados   dos   satélites   dos Sistemas de Posicionamento Global (GPS).

   A      organização interna do Estado nacional.   

 O   Estado   surge   quando   um   povo,   ao   organizar­se   politicamente, passa   a   ter   o   controle   de   um   território.   Para   controlá­lo,   é   necessário demarcar com precisão seus limites fronteiriços. Precisa ser reconhecido internacionalmente.   Para   zelar   pela   sua   soberania,   ou   seja,   pela inviolabilidade   de   suas   fronteiras,  é   necessária   a   organização  de   forças armadas. Quase todos os Estados do mundo têm forças armadas (exército, marinha e aeronáutica). Para zelar pela paz interna e mediar os conflitos sociais, o Estado também organiza uma força interna (as polícias federal, estadual,   e   muitas   vezes   municipal),   adquirindo   então   o   monopólio   do controle militar e do uso da força.

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Em um Estado democrático, antes da utilização da força (que só é usada em situações especiais), ha leis para reger as relações sociais. Essas leis são criadas pelo Poder Legislativo, aplicadas pelo poder Executivo e julgados pelo Judiciário. Num Estado democrático, todos são iguais perante a   lei.   A   lei   máxima   de   um   Estado,   à   que   tal   devem se   submeter   é a Constituição. Todo Estado tem uma Constituição, a lei maior que deverá reger as atividades da sociedade. 

Uma   das   características   mais   importantes   do   Estado­nação   é   a divisão de poderes entre o Executivo, Legislativo e Judiciário. Para o bom funcionamento das instituições, as instâncias dos três poderes devem ser respeitadas. Ao poder Executivo cabe o gerenciamento do Estado, com base nas   leis   que   foram   criadas   e   aprovadas   pelo   poder   Legislativo.   Esse gerenciamento   pode   ficar   a   cargo   do   Presidente   da   República   e   seus auxiliares (os ministros), escolhidos por ele, se o sistema de governo for presidencialista,   ou   pode   ficar   a   cargo   do   Primeiro­Ministro   e   seus auxiliares,   aprovados   pelo   Parlamento,   se   o   sistema   de   governo   for parlamentarista.   Ao   Poder   Judiciário   cabe   a   fiscalizar   e   julgar   o   bom cumprimento das leis em todos os níveis da sociedade.

Atividades:

1 – Quais as divisões feitas no mundo?

2 – O que são fronteiras naturais?

 3 – Como acontece o surgimento de um estado?

4 – Quais são as divisões dos poderes, para um bom funcionamento das instituições?

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Um mundo organizado em blocos.

Embora não seja recente, a tendência de regionalização do mundo em blocos econômicos acentuou – se fortemente no final dos anos 1980 e ao longo de 1990. Isso coincide com o fim da Guerra Fria e emergência da globalização.

O capitalismo tende continuamente á expansão, no entanto, a divisão do mundo em Estados nacionais, com suas respectivas fronteiras, moedas e alfândegas, criam barreiras para a circulação de capitais e mercadorias. A criação de blocos econômicos é uma tentativa de reduzir essas barreiras em escala   regional.   Organismos   internacionais   como   a   OMC   (Organização Mundial de Comércio) e o FMI ( Fundo Monetário Internacional) buscam o mesmo   objetivo   em   escala   mundial,   especialmente   com   o   advento   da globalização e do discurso neoliberal.

Os   países   participantes   desses   blocos   econômicos   buscam   fazer acordos regionais para facilitar o fluxo de capitais, serviços e, sobretudo de mercadorias. A livre circulação de pessoas tem ficado em segundo plano. Esses   acordos   visam   fundamentalmente   ampliar   os   mercados   para   as empresas, por meio da integração dos países membros. A liberalização não é feita de forma homogênea. Dependendo do grau de integração, é possível definir quatro tipos de blocos:  Zona de livre comércio, união aduaneira, mercado comum e união econômica e monetária.

Zona de Livre Comércio.

Os   países   participantes   de   uma   zona   de   livre   comércio   firmam acordos para reduzir gradativamente as tarifas alfandegárias ou aduaneiras, nome dos impostos cobrados para que produtos importados atravessem as fronteiras e entrem no país. Por esse acordo, os produtos que circulam entre os   países   do   bloco   deixam   de   pagar   impostos.   O   Acordo   Norte   – Americano  de  Livre  Comércio   (Nafta)  é   um exemplo  de  zona  de   livre comércio.

União aduaneira.

Numa união aduaneira,  além de não serem cobrados   impostos  no comércio entre os países membros, como na zona de livre comércio, há uma tarifa externa comum. Ou seja, os produtos vindos de fora do bloco devem pagar o mesmo imposto de  importação ao entrarem em qualquer 

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país membro. Esse sistema é válido para qualquer produto, variando apenas o percentual do imposto cobrado. O Mercosul (Mercado Comum do Sul) é um exemplo desse tipo de bloco.

Mercado comum.

Num mercado comum, além da livre circulação de mercadorias e da implantação de uma tarifa externa comum, há livre circulação de capitais, serviços   e   pessoas.   O   único   bloco   desse   tipo   atualmente   é   a   União Européia,  em que também houve uma padronização dos  impostos pagos pela população e pelas empresas e de muitas leis civis, trabalhistas, sociais e   ambientais.   Foram   criados   órgãos   supranacionais,   como   a   Comissão Européia,   órgão   executivo   do   bloco,   e   o   Parlamento   Europeu,   órgão legislativo.

Atividades:

1 ­ A criação de blocos econômicos é uma tentativa de reduzir?

2 – Quais e quantos são os tipos de blocos?

3 – Explique:

a) Zona de Livre Comércio.

b) União aduaneira.

c) Mercado comum.

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União econômica e monetária.

As características dos blocos são cumulativas, portanto, uma união econômica   e   monetária   além  de   incorporar   todas   as   características   dos blocos   anteriores,   introduz   uma   moeda   única   e   padronizam   políticas macroeconômicas como taxas  de  cambio,   juros,  nível  de endividamento publico,  etc.   Isso  exige  necessariamente  a  criação de  um  tipo  de  bloco econômico abrem mão de sua moeda nacional e seu banco central. É o tipo mais abrangente de integração, cujo único exemplo na atualidade é a União Européia.

Atualmente, há dezenas de blocos econômicos no mundo, porém a maior parte consiste em arranjos muito frágeis que buscam a implantação de Zonas Livres de Comércio.

A maioria dos blocos econômicos foi criada no inicio dos anos 90, coincidindo   com   a   emergência   da   globalização,   a   conseqüente intensificação dos fluxos e o acirramento da competição global entre as grandes corporações. Isso prova que regionalização e globalização não são fenômenos antagônicos. Ao contrário, são complementares. Ambos buscam ampliar mercados para as empresas, especialmente as grandes.

A   diferença   reside   em   que   a   globalização   é   um   fenômeno   mais econômico,  movido pela força do mercado,  enquanto a  regionalização é mais político, fruto de acordos entre Estados com o objetivo de integrar e fortalecer suas economias, aceitando ceder parte de sua soberania em trocas de   vantagens   econômicas.   Quanto   mais   abrangente   for  à   integração   do bloco, maior a perda de soberania dos estados participantes. 

União Européia.

A União  Européia   foi   criada   em 1957  por   seis  países  da  Europa ocidental, com a assinatura do Tratado de Roma, que entrou em vigor no ano   seguinte.  Foi  denominada  Comunidade  Econômica  Européia   (CEE) desde a sua fundação até 1993, quando passou a se chamar União Européia (EU).   Sua   sede   fica   em   Bruxelas,   na   Bélgica.   Atualmente,   a   União Européia conta com quinze países membros. Nos primeiros anos do século XXI, pode ser ampliada com a integração de alguns países que pertenciam ao bloco socialista como Eslovênia, Estônia, Hungria, Polônia e República Tcheca,  entre outros.  Os países europeus emergiram da Segunda Guerra Mundial destruído e enfraquecida. A Europa, que ao longo de cinco séculos 

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foi o centro das decisões mundiais e a sede das grandes potências, viu – se encurralada entre duas superpotências: os Estados Unidos e a (hoje Extinta) União Soviética.

O mercado comum só  foi  implantado em 1993, quando caíram as barreiras   para   a   circulação   de   capitais,   serviços   e   pessoas,   as   quatro ‘’liberdades’’ não foram estendidas a todos os países: o Reino Unido e a Irlanda,   por   exemplo,   ainda   mantêm   o   controle   de   suas   fronteiras, restringindo a circulação de pessoas.

Em   dezembro   de   1991,   foi   realizado   na   cidade   holandesa   de Maastricht, um encontro de cúpula dos países da CEE ocasião em que foi assinado o Tratado de introdução da moeda única, passando o bloco para o estágio de união econômica e monetária. Em 1993, a CEE passou a chamar – se União econômica (EU), vigorando de fato o Mercado Comum.

A moeda única da União Européia,  o euro,  começou a  circulação gradativamente   em   1   de   janeiro   de   1999,   juntamente   com   s   moedas nacionais, que serão retiradas de circulação em 2002. Para emitir a nova moeda e regular o mercado, foi criado o Banco Central Europeu, com sede em Frankfurt (Alemanha). A moeda única não foi adotada por todos nessa primeira  etapa.  A Grécia   foi  o único país  que não conseguiu atingir  os indicadores   econômicos   exigidos   para   adesão   á   moeda   única.   O   Reno Unido,   a  Dinamarca   e   a  Suécia   optaram  por   não   aderir   ao   euro  nessa primeira fase. Preferiram avaliar melhor os desdobramentos da adoção da moeda única. Portanto, não são todos os membros da União Européia que fazem parte da união econômica e monetária.

Nafta.

Nafta  é   a   sigla  para  North  American  Free  Trade  Agreement   (em inglês),   em  português:  Acordo  Norte  –  Americano  de  Livre  Comércio. Trata – se de uma zona de livre comércio formada por Estados Unidos, Canadá  e México. Entrou em vigor em 1 de janeiro de 1994, quando as barreiras   alfandegárias   entre   países   começaram   a   ser   gradativamente eliminadas.

A   criação   do   nafta   faz  parte  de  uma  estratégia   dos  Unidos   para fortalecer – se frente a seus competidores europeus da União Européia e asiáticos e enfrenta um mundo onde a globalização avança.

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Alca.

As bases da Área  de Livre Comércio  das Américas   (Alca)   foram lançadas em dezembro de 1994, durante a primeira Cúpula das Américas, realizada em Miami (Estados Unidos).  Seu objetivo seria   integrar  numa gigantesca   zona   de   livre   comércio   todos   os   estados   soberanos   das Américas, com exceção de Cuba, contra o qual os Estados Unidos mantêm um bloqueio econômico desde 1962. Envolveria trinta e quatro países, do Alasca á Terra do Fogo, uma população de quase 800 milhões de pessoas e um produto bruto de mais de 10 trilhões de dólares.

Mercosul.

O Brasil  e a Argentina  tiveram de colocar de  lado sua tradicional rivalidade e seus projetos hegem6onicos na América do sul para viabilizar o projeto integracionista. Ele começou a tomar corpo após abertura política que ocorreu em meados dos anos 1980 nos dois países.

Na Argentina, o processo de transição para a democracia foi mais rápido. Com a derrota para o reino Unido na Guerra das Malvinas (1982), o regime militar argentino ficou enfraquecido e o último ditador, o general Leopoldo   Galtieri,   entregou   o   poder   aos   civis.   Com   a   convocação   de eleições diretas em 1983, Raul Alfonsín ascendeu á presidência. No Brasil, a   transição   foi  mais   lenta,   tanto  ainda  convivíamos  com um presidente eleito   diretamente,   embora   civil.   O   presidente   indicado   pelo   Colégio Eleitoral em 1985 foi Tancredo Neves, que faleceu antes de assumir o poder e seu vice, José Sarney, assumiu o cargo.

O tratado de Assunção estabeleceu como objetivo para o Mercosul a evolução para um mercado comum.

Em 1996, Chile e Bolívia assinaram um acordo de livre comércio com o Mercosul.  Esses dois países não pertencem a este bloco.  Apenas estabeleceram   uma   zona   de   livre   comercio   com   os   seus   quatro   países membros.

O objetivo do governo brasileiro é, a partir do MERCOSUL, integrar toda a América do sul  numa zona de livre comércio.  Essa envolveria o Mercosul, a comunidade Andina (Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia) e o Chile.

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Atividades:

1 – Qual é a maior característica dos blocos?

2 – Qual é a diferença entre globalização e regionalização?3 – Como foi denominada a União Européia, na sua criação?

4 – Na União Européia, quando começou a circular o euro?

5– Descreva:

a) Nafta:

b) Alca:

c) Mercosul: 

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Ásia e a bacia do Pacífico.

Ao contrário das outras potências – os Estados Unidos e Alemanha ­, o Japão não lidera nenhum bloco econômico. O chamado Bloco do Pacífico não   é   propriamente   um   bloco   econômico,   pois   não   resulta   de   nenhum acordo entre países. Na verdade, delimita a área de influencia econômica da Japão,  a  maior  potência  asiática,  numa região que  engloba  países  cujas economias são as que vêm crescendo nas últimas décadas. 

O Japão é líder em tecnologia, o que lhe garante alta produtividade, e sede de muita das maiores corporações do mundo, com filiais em vários países, o que se torna o principal investidor da região. É o país que mais cresceu na Ásia do final da Segundo Guerra Mundial até o final dos anos 1980.  Nos  ano  1990,   começou  a   reduzir  o   sue  crescimento  econômico, chegando mesmo á recessão na segundo metade da década.

Atualmente, a China é a economia que mais cresce na região, seno forte candidata a potência econômica não só regional, mas mundial. O país tem crescido em media de 9% ao ano desde que  iniciou SUS reformas econômicas,  em 1978. Entretanto a  China não é   líder de nenhum bloco econômico.

Criação das associações:

A Asean, Associação das Nações do Sudeste Asiático, foi criada em 1967   para   desenvolver   a   região   e   aumentar   sua   estabilidade   política   e econômica. Em 1992, seus membros decidiram transforma ­ lá em zona de livre   comércio,   a   ser   implantada   gradativamente   até   2008.   As   tarifas alfandegárias   já   começaram   a   ser   reduzidas   no   comércio   entre   países membros.

A Apec,  Cooperação  Econômica  Ásia  –  Pacífico   foi   fundado em 1989, com sede em Cingapura. Em 1999, contava com vinte e um membros, localizados no Sul e Sudeste asiático, nas Américas e na Oceania, entre eles: Japão, China, Rússia, Coréia do Sul, Austrália, Chile, os três membros do Nafta, vários membros da Asean, etc. seus países membros pretendem transformá–la em uma gigantesca zona de livre comércio até 2020, mas por enquanto estão apenas em negociações.

 Consolidação da Apec como uma zona de livre comércio enfrenta várias  dificuldades:  grandes  disputas  comerciais  entre   suas   três  maiores 

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potências (Estados Unidos, Japão e China) e profundas disparidades entre os   países   membros,   como   tamanho   de   mercado,   níveis   tecnológicos, disponibilidade de infraestrutura, etc.

África.

A África apresenta graves problemas socioeconômicos e por isso está praticamente marginalizada dos fluxos da globalização. Consequentemente, os blocos econômicos desse continente são pequenos e pouco consolidados, refletindo   a   fragilidade   de   suas   economias.   O   mais   importante   acordo regional de comércio do continente é a comunidade de desenvolvimento da África Austral (SADC).

A SADC foi criada em 1992. Com sede em Gaborone, esse bloco pretende  promover   a   cooperação  entre   seus  países  membros,   visando  á criação de uma zona de livre comércio.

Atividades:

1 – Explique: ‘’O Japão é líder em tecnologia’’

2 – O que faz o Apec?

3 – Porque a África está praticamente marginalizada?

4 – O que é a SADC? 

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Os conflitos étnicos e nacionalistas.

Na década  de  1990,   ao  mesmo  tempo em que muitos  Estados   se empenham em fazer acordos que visam maior integração econômica, social e política entre si, em outros ocorreu uma desintegração territorial, como é o caso da antiga União Soviética e Iugoslávia. Em alguns países, mesmo não   havendo   fragmentação   territorial,   há   movimentos   separatistas   das minorias   étnicas   que   anseiam   por   autonomia:   Espanha,   Índia,   Rússia, Turquia,   Iraque,   Indonésia,  Nigéria,   entre  outros.  Esses   separatistas,   em geral   buscam   a   autodeterminação,   o   controle   de   um   território   e   a constituição de um Estado soberano. 

Você poderia se perguntar: mas esses movimentos separatistas não estão na contramão da história? A tendência do mundo globalizado é de crescente   integração,   especialmente   em   nível   regional,   com   os   blocos econômicos. Por exemplo, após terem conquistado sua independência, três dos novos Estados da extinta União Soviética – Estônia, Letônia e Lituânia – entraram com pedido de adesão a união Européia.  

Conflitos na América Latina.

Os conflitos vistos até  agora opõem povos diferentes com culturas diversas, no entanto, o motivo é quase sempre a disputa por territórios ou luta pelo poder político. Mas há outras motivações, além da nacionalista, que   levam   grupos   a   entrar   em   conflito:   tentativa   de   derrubada   de   um governo para tomar o poder visando á imposição de mudanças políticas e socioeconômicas, controle de territórios onde há produção ou distribuição de drogas, etc.

A   colonização   da   América   provou   um   grande   genocídio   da população nativa,  acentuada miscigenação e  homogeneização cultural.  É comum dividi–la e América Anglo­Saxônica, onde predominam a língua inglesa e o protestantismo, e   América Latina, onde predominam a língua espanhola,   além   do   português   no   Brasil,   e   o   catolicismo.   Assim, excetuando   o   movimento   separatista   da   etnia   de   origem   francesa   na América é bastante reduzido. Em geral, nesse continente os conflitos são de natureza socioeconômica.

Colômbia.

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Um dos conflitos mais antigos na América Latina é a luta de grupos guerrilheiros pelo controle do poder político, que ocorreram em maior ou menor  grau  em quase   todos  os  países   latino­americanos.  Atualmente,  o Estado que mais enfrenta esse tipo de conflito é  a Colômbia. As Forças Armadas   Revolucionárias   da   Colômbia   (Farc)   são   o   grupo   guerrilheiro mais importante em atuação.

As Farc foram criadas em 1964, por Manuel Marulanda. Trata­se de uma guerrilha de esquerda com atuação rural, cujas bases estão na Floresta Amazônica   colombiana.   Essa   guerrilha,   que   possui   cerca   de   15   mil membros,   originalmente   tinha   ligações   com   o   Partido   Comunista   da Colômbia.   Em   fins   de   1999,   era   o   grupo   guerrilheiro   mais   antigo   e poderoso da América Latina.

O Governo da Colômbia tem alterado momentos de repressão e de negociação com a guerrilha. No entanto, as Farc continuam sua atuação militar e formam um poder paralelo ao do Estado colombiano. 

Além dos grupos guerrilheiros 75% da cocaína provêm da Colômbia.

México.

O mais importante movimento guerrilheiro mexicano é  o Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN). Sua mobilização teve início em primeiro de janeiro de 1994, ocupando algumas cidades e vilas do estado de Chiapas. Nesse dia, entrou em vigor o Nafta (Acordo Norte­Americano de Livre   Comércio).   Tal   atitude   política   objetiva   marcar   posição   contra   a entrada do México nesse bloco e a política econômica neoliberal posta em prática pelo governo Carlos Salinas.  Segundo os zapatistas,  a adesão ao Nafta  iria aprofundar a dependência  do México em relação aos Estados Unidos e agravar as desigualdades sociais e regionais do país.

Os  estados  mexicanos  que   têm fronteiras   com os   estados  Unidos seriam os mais beneficiados, em detrimento da região sul. O ELZN tem suas bases em Chiapas, estado sulista que figura entre os mais pobres do país.  As  principais   reivindicações  do  movimento   são   reforma  agrária   e maior   participação   da   população   indígena   e   camponesa   nas   decisões políticas. O governo reprimiu o movimento zapatista, mas os guerrilheiros refugiaram­se nas florestas e continuam atuantes.

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O México apresenta uma das piores distribuições de renda e terra do mundo.

Atividades:

1 – O que aconteceu na década de 1990?

2 – Porque União Soviética – Estônia, Letônia e Lituânia – entraram com pedido de adesão a união Européia?  

3 – Quais são os motivos dos conflitos vistos?

4 – Porque a colonização da América provou um grande genocídio?

5 – O que é o Farc?

6– Qual é o mais importante movimento guerrilheiro mexicano?

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Referências:

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