da escola pÚblica paranaense 2009 · afetam os nossos comportamentos e de nossos filhos. •dar...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO – SEED
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – UNIOESTE
CAMPUS DE FRANCISCO BELTRÃO – PARANÁ
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
Livia Maria Tartaro
CADERNO PEDAGÓGICOAGRESSIVIDADE ESCOLAR: PERCORRENDO CAMINHOS ENTRE
EDUCANDOS, FAMÍLIA E ESCOLA
Pranchita – PR/2009/2010
Livia Maria Tartaro
AGRESSIVIDADE ESCOLAR: PERCORRENDO CAMINHOS ENTRE EDUCANDOS, FAMÍLIA E ESCOLA
Caderno Pedagógico apresentado à
Secretaria de Estado de Educação -
SEED como requisito parcial de
participação no Programa de
Desenvolvimento - PDE na área de
Pedagogia.
Orientadora: Profª. Ms. Cecília Maria
Ghedini - Universidade Estadual do Oeste
do Paraná - Unioeste - Campus de
Francisco Beltrão.
Pranchita – PR/ 2009/2010
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO.....................................................................................................4
INTRODUÇÃO..........................................................................................................5
I UNIDADE - ENCONTROS COM PAIS, MÃES OU RESPONSÁVEIS...................7
1º ENCONTRO - FAMÍLIA, NINHO ONDE SOMOS CRIADOS...........................8
2º ENCONTRO - FAMÍLIA E SUAS RELAÇÕES NO CUIDADO COM OS
FILHOS................................................................................................................13
3º ENCONTRO - FAMÍLIA E ESCOLA: PERCORRENDO CAMINHOS............17
II UNIDADE - ENCONTROS ENTRE ADOLESCENTES.......................................21
1º ENCONTRO - IDENTIFICANDO POSITIVIDADES PARA SUAS VIDAS......22
2º ENCONTRO - COMPREENDENDO AS ATITUDES AGRESSIVAS.............25
3º ENCONTRO - ESCOLA E FAMÍLIA: POSSIBILIDADES DE ENCONTRO...28
III UNIDADE - FAMÍLIAS E ADOLESCENTES......................................................31
ÚLTIMO ENCONTRO - RECONSTRUINDO NOSSOS LAÇOS E INICIANDO
UM CAMINHO ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA.....................................................32
CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................37
APRESENTAÇÃO
Este caderno didático-pedagógico tem por objetivo dialogar com os pais, as
mães e os adolescentes sobre fatores que desencadeiam comportamentos
agressivos nos educandos, através de encontros com diálogos e atividades
dirigidas, onde se investiga, através das Histórias de Vida das famílias dos
educandos, as possíveis causas de comportamentos agressivos na escola, na
família e na sociedade.
Propomo-nos nesta tarefa em promover ao adolescente e suas famílias
situações de reconhecimento de suas atitudes para que reconstruam as
dificuldades de relacionamento entre si e com a escola.
Está composto por Unidades que serão desenvolvidas em três momentos:
três encontros com as famílias alternados com três encontros com os
adolescentes, constituindo assim o primeiro e o segundo momento. O terceiro
momento coletivo buscando o início de uma reconstrução de laços e um caminho
entre família e escola, conforme estrutura das Unidades deste Caderno
Pedagógico:
Unidade I: 1º Encontro – Família, ninho onde somos criados.
2º Encontro – Família e suas relações no cuidado e criação dos
filhos.
3º Encontro – Família e escola: Percorrendo caminhos.
Unidade II: 1º Encontro – Identificando positividades para suas vidas.
2º Encontro – Compreendendo as atitudes agressivas.
3º Encontro _ Escola e família: possibilidades de encontro.
Tendo em vista que os pais e as mães têm o principal e mais importante
papel na educação dos filhos, os momentos de reflexão com famílias e
adolescentes que serão proporcionados nestes encontros, terão o intuito de
oferecer oportunidades de reconhecimento de suas atitudes familiares que
poderão ser reconstruídas e que assim, venham contribuir positivamente na Vida
Familiar e escolar dos educandos.
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INTRODUÇÃO
Encontramos hoje no ambiente escolar muitas formas de comportamento
dos educandos que refletem as relações sociais e muitos destes comportamentos
atrapalham a convivência e os processos de aprendizado. É importante que os
educadores, tanto pais como professores, se preocupem com estas questões que
comprometem a convivência da vida em sociedade.
A Educação é de extrema importância na vida do educando e no
desenvolvimento do ser humano, para que ele possa encontrar melhores
oportunidades de avanço e emancipação.
Diante das dificuldades do mundo atual a escola e a família são os pontos
principais de apoio para a busca de soluções e ações para um bom desempenho
no processo escolar. Para tanto a escola e a família devem diante dos problemas
refletir e empreender formas de trabalho diversificadas conforme a natureza de
tais problemas.
A maior preocupação vinculada a este estudo consiste principalmente em
entender as origens da agressividade, ou motivos que levem o educando a ser
agressivo e inquieto na escola.
Questões sociais que afetam os educandos de nossas escolas atuais são a
grande desigualdade de distribuição de renda, pais e mães ausentes por motivo
de trabalho intenso, fase da adolescência, famílias despreparadas em relação ao
enfrentamento nos momentos de crise, entre tantos outros. Enfim é preciso
preparar-se para lidar com estas questões presentes em nossas famílias e
escolas.
O presente trabalho irá atingir os educandos do Ensino Fundamental da 5ª
série “C” do período da tarde do Colégio Estadual Júlio Giongo de Pranchita – PR.
Participarão educandos da escola e suas famílias que na maioria são filhos de
residentes na área urbana e rural provenientes de classe social média – baixa.
Inicialmente participarão os pais e mães da Unidade I, onde se
desenvolverão os temas em forma de atividades e dinâmicas que levem os
participantes a investigar através da História de Vida das famílias possíveis
causas do comportamento agressivo de seus filhos, pois mesmo que suas
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histórias sejam aceitas ou não, devem ser reconhecidas e valorizadas
principalmente nos aspectos positivos, compreendendo também suas dificuldades
e assim, melhorando o diálogo e a interação da família. Nesta perspectiva as
atividades que serão realizadas nos encontros contribuem na construção de
motivações para os pais, mães ou responsáveis, estarem na escola e sentirem-se
parte dela desenvolvendo a aprendizagem e refletindo sobre o que é possível
avançar para amenizar o comportamento agressivo na escola.
Intercalando com esta unidade está a Unidade II onde se
desenvolvem encontros com os adolescentes, também com atividades e
dinâmicas que levem os participantes a reconhecer a história de suas famílias e
identificar-se como parte dela, percebendo que têm valor e que a família pode ser
seu abrigo e lugar de convivência. Busca-se também identificar comportamentos
positivos e negativos da família e da sociedade, suas consequências e quais
delas influenciam na vida do adolescente na escola.
Finalizando as duas unidades, teremos um Encontro final na Unidade III
com tema: Pais, mães ou responsáveis e filhos, como vamos reforçar ou
reconstruir nosso ninho? Neste encontro promove-se um momento que fortaleça
laços entre pais, mães, responsáveis e filhos, onde estes participam juntos de
atividades e reflexões para a compreensão do relacionamento familiar e escolar.
Temos presente que este trabalho é apenas o início de um processo que
deverá continuar nos próximos anos na escola, envolvendo os adolescentes e as
famílias, possibilitando uma reflexão entre a família e a escola buscando superar
tais comportamentos e possibilitar um melhor processo educativo.
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I UNIDADE - ENCONTROS COM PAIS, MÃES OU RESPONSÁVEIS
1º ENCONTRO - FAMÍLIA, NINHO ONDE SOMOS CRIADOS
1. Tema: História de Vida das famílias: pais e mães, suas origens, forma de vida, trabalho e educação - espaço social, familiar.
2. Tempo: 90 minutos.
3. Objetivos:a) Investigar através da história de vida das famílias, possíveis causas do
comportamento agressivo de seus filhos;
b) Contar e registrar as histórias de vida das famílias, valorizando os aspectos
positivos e compreendendo suas dificuldades.
4. Boas Vindas:
a) Breve apresentação do projeto.
b) Clipe do vídeo ”Águia Pequena” (Vídeo motivador que oferece estímulo na
busca de caminhos suaves para tratar situações importantes).
Disponível em : <http://www.youtube.com/watch?v=CidF1dkKKsA>. Acesso em
02 de maio de 2010.
5. Desenvolvimento:1º Passo: Cada família conta sua história destacando os aspectos: de onde
vieram; o que já viveram, onde moraram, quantos filhos tiveram, como estão hoje,
como estão os filhos...
Observação: À medida em que vão conversando e contando as histórias, colocar
itens no quadro sobre aspectos importantes que aparecem nas falas.
2º Passo: Valorizar os aspectos destacados e comentar, procurando
compreender as dificuldades das famílias.
Observação: Encaminhar uma fala que destaque os aspectos bons, os valores, as
lutas que ao longo de suas histórias desenvolveram e também os desafios.
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• Emoções surgidas pelo início de uma vida a dois;
• Alegria pela chegada dos filhos;
• Conquistas no trabalho para a vivência;
• Conquista de bens;
• Lembranças de pessoas que conviveram e compartilharam dificuldades
e/ou alegrias;
• Dificuldades e alegrias encontradas durante o relacionamento familiar
(filhos e cônjuge);
• Dificuldades financeiras;
• Desemprego;
• Importância de valorizar as dificuldades para o crescimento pessoal.
3º Passo: Possíveis causas do comportamento agressivo de seus filhos.
• Discutir quais são as dificuldades de suas histórias e como elas podem ter
influenciado na vida deles – explicar que as dificuldades que a gente vive
afetam os nossos comportamentos e de nossos filhos.
• Dar exemplos e animá-los para que olhem para suas vidas buscando
encontrar sentidos positivos para se sentirem valorizados e animados em
viver e educar seus filhos.
4º Passo: Apresentar o texto abaixo (slide):
O Adolescente em nossos diasÉ preciso perceber que o adolescente vive numa sociedade que oprime,
onde a pessoa vale pelo que tem, e não pelo que é. A origem de tanta violência
pode estar tanto em famílias abastadas quanto em famílias pobres,
principalmente se não existe diálogo, compreensão, religião ou que se observem
alguns valores. A escola pode contribuir nesses aspectos.
Há rumores que a família está prestes a desaparecer. Mas família será
sempre família pelo estabelecimento de importantes vínculos que proporciona, ou
seja, vínculos familiares são pertinentes ao ser humano. Esta ligação faz parte do
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dia-a-dia, é muito importante e continuará existindo ainda por muitos anos
(HINTZ, 2001).
Outro problema vivido pelas famílias brasileiras, nas últimas décadas, é a
grande desigualdade na distribuição de renda e nos elevados níveis de pobreza
que exclui parte significativa de sua população do acesso a condições mínimas de
dignidade e cidadania. Pobreza não se define de uma única forma, mas se
evidencia quando uma parcela da população não é capaz de gerar renda
suficiente para ter acesso sustentável aos recursos básicos que garantam uma
qualidade de vida digna.
Há também os pais e mães que por necessidade, precisam sair de casa
para exercerem suas atividades profissionais. Deixam seus filhos aos cuidados
nas creches outras vezes tais cuidados também podem ser realizados pelas
pessoas de mais idade da família, geralmente as avós, que passam a ter a tarefa
de cuidar dos netos, enquanto os pais e mães não estão presentes. Neste caso,
quando a educação das crianças já não é orientada pelo pai e pela mãe, pode-se
ter maior possibilidade de conflitos. A família, com uma estrutura menor recebe
interferências externas, positivas ou negativas, como meios de comunicação,
informatização, etc, com as quais está constantemente interagindo (HINTZ,2001).
De todas as fases da vida que o ser humano passa, a adolescência é
conhecida como a fase mais complicada. É neste momento que ocorrem diversas
mudanças tanto no aspecto do corpo como no psicológico e isto afeta nos jovens
a rebeldia (RICOTTA, 1990). Para melhor entender a relação adolescente-família-
escola, explica Ricotta:
A adolescência é um segundo parto. No primeiro parto, o feto (mundo
intra-uterino) transforma-se em recém-nascido (extra-uterino); no segundo,
nascendo da família para a sociedade, a criança se transforma em adulto.
[...] A família acaba funcionando como um segundo útero. [...] Com o seu
desenvolvimento, a família já não é mais suficiente para educá-la,
entrando em ação as escolas (1990, p.25 ).
Observação : Perguntar o que mais acharam importante e pode servir para a
educação dos filhos e deixar que falem.
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5º Passo : Dinâmica - “Peixinhos Diversos”. Adaptada de:
<http://gacsmec.blogspot.com/2008/08/dinmica-peixinhos-no-aquário.html>.
Acesso em 02 de mai. de 2010.
1) Fazer o desenho de um aquário do tamanho de um papel pardo e fixá-lo na
lousa. Colocar a música “Peixe Vivo” para eles ouçam e peça que cantem
juntos...
2) Entregar aos pais e mães um pedaço de papel sulfite (1/4) e pedir que
desenhem um peixinho, como desejarem... (colocar à disposição lápis preto e de
cor, borracha, giz de cera, tesourinha etc.) e depois recortem.
3) Pedir que, assim que terminem, que vão à lousa fixar seu peixinho no aquário.
Após todos fixados, pedir para que eles observem o que realizaram e manifestem
o que entenderam sobre a atividade. Deixá-los à vontade para falar.
4) Conduzir a conversa para o lado da moral, da ética, do respeito às diferenças
individuais.
►Perguntar: Todos os peixinhos estão iguais? Por que são diferentes?
• Porque todos somos diferentes, temos gostos diferentes, habilidades
diferentes, conhecimentos diferentes?
• Todos os peixinhos estão indo para mesmo lado?
• Por quê? Porque temos objetivos, metas e sonhos diferentes, caminhamos
por caminhos diferentes, viemos de famílias diferentes etc.
• Mas, apesar de todas essas diferenças, todos são iguais nas suas
necessidades de sobrevivência.
►Como podemos transferir essas idéias para a vida escolar e familiar?
• O que o aquário representa?
• Quem são os peixinhos?
• Como convivermos, sabendo lidar com essas diferenças, em casa e na
escola?
►E assim por diante encaminhar o diálogo de acordo com o retorno dos pais
e mães.
6. Encerramento: Slide “Tigela de Madeira”, autor desconhecido. (Trata da
história de uma família onde o filho pequeno segue um exemplo negativo dos
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pais). Disponível em: <http://www.slideshare.net/lucianasignorgehlen/a-tigela-de-
madeira-109066>. Acesso em 02 de mai. de 2010.
a) Deixar que falem espontaneamente sobre o slide.
7. Compromisso: Pedir aos pais e mães para que tragam para o próximo
encontro lembranças de algumas situações de seus filhos quando menores que
tenham aprendido algum comportamento pelo exemplo dos pais. Animá-los para
o próximo encontro.
Observação: Todos as ideias levantadas pelos participantes serão registradas
para compor um panfleto para o último encontro, que registre atitudes positivas e
possíveis para reconstruir a relação entre os adolescentes , a família e a escola.
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2º ENCONTRO - FAMÍLIA E SUAS RELAÇÕES NO CUIDADO COM OS FILHOS
1. Tema: Cuidados com nossos filhos – nossa relação com eles – educamos pelas atitudes.
2. Tempo : 90 minutos.
3. Objetivos:a) Compreender as dificuldades que fazem parte do relacionamento entre
pais/mães e filhos;
b) Refletir sobre o que é possível melhorar no diálogo e na interação da família.
4. Boas vindas:Clipe do vídeo: “Pegadas na Areia”. (Trata de história de vida , onde os momentos
mais difíceis foram os mais marcantes e não se está sozinho nestas situações).
Disponível em :<http://www.youtube.com/watch?v=0mbslPd09Sc>. Acesso em 02
de mai. de 2010. Do livro "Pegadas na areia" - Margareth Fishback Powers - Ed.Fundamento .
5. Desenvolvimento:
1º Passo:
a) Retomar o que trouxeram de lembranças das situações vividas na infância
com seus filhos.
b) Todos falam e anota-se no quadro.
2º Passo: a) Conversar com o grupo, perguntando se alguém conhece alguma família sem
dificuldades para criar e educar seus filhos. (Deixá-los pensarem um pouco a
respeito).
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b) Pedir que relatem a maior dificuldade que tiveram para educar seus filhos. Qual
foi o maior desafio enfrentado até hoje e até que ponto os filhos seguem o
exemplo dos pais (anotar o que falam).
3º Passo: Leitura do trecho do Livro Recursos para Noite Familiar, Construindo
uma Família Forte, Ensinar pelo Exemplo.
Disponível em :<http://www.familiamormon.com/ensinar_pelo_exemplo>. Acesso
em 02 de mai. de 2010.
O que David Aprendeu ( Ensinar pelo Exemplo)
A lição da Noite Familiar naquele dia foi sobre amor. A família falou sobre
maneiras que podemos demonstrar amor uns pelos outros. O pequeno David de
sete anos de idade disse que poderia mostrar amor para suas irmãs mais novas
não sendo malvado com elas – mesmo se elas mexessem nas coisas dele. “Eu
não vou nem empurrar nem bater ou xingá-las”, ele disse com orgulho. O seu pai
concordou que era uma boa ideia e David saiu daquela Noite Familiar
determinado a ser gentil com suas irmãs.
A noite seguinte, David estava tentando consertar o pedal de sua bicicleta
quando sua mãe o chamou para o jantar. Ele respondeu: “estou indo”, mas como
ele estava quase terminando, ele continuou trabalhando no pedal. Sua mãe o
chamou novamente. David respondeu: “tudo bem”, mas ele continuou trabalhando
no pedal.
Quando o pai de David sentou-se à mesa a mãe de David disse: “Eu já
chamei o David duas vezes, mas ele ainda não veio. Eu gostaria que ele me
ouvisse mais”. O pai de David, que estava com fome e ficando impaciente, se
levantou da mesa e foi onde David estava. David ainda estava trabalhando na sua
bicicleta. “O que está acontecendo aqui David?” gritou o seu pai. Ele pegou David
da bicicleta e o empurrou fortemente em direção a casa.
“Mas pai, eu só…”
“Sem desculpas, Eu estou ficando muito bravo e cansado com suas
desobediências constantes! Agora, já para casa!” e ele empurrou David
novamente na direção da casa.
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David estava muito bravo ao entrar em sua casa. Ele pensou “Papai não quer
que eu empurre ou brigue com minhas irmãs quando elas me fazem ficar bravo,
mas ele pode ficar me dando empurrão! Ele diz que eu devo ser legal para com
minhas irmãs e demonstrar amor a elas, mas ele não age como se me amasse”.
4º Passo: Conversa
1. Se falarmos a nossos filhos para serem amáveis e gentis, mas tratá-los
com brutalidade e impaciência, o que eles aprenderão?
2. Se o pai de David sente que sua brutalidade é justificável, as suas palavras
sobre amor são válidas?
3. Se o pai de David não se arrepender de sua brutalidade, o que o David
aprenderá?
4. Ainda que o pai de David seja imperfeito, como ele pode ser um bom
exemplo para o seu filho? Admitindo suas faltas e mostrando a seu filho
que ele se arrependeu.
5. Qual a relação entre esta história e as dificuldades que temos para educar
nossos filhos?
5º Passo: Leitura das cartas dos filhos. Distribuir para os pais e mães as cartas
anônimas produzidas pelos seus filhos no primeiro encontro com o objetivo de
sensibilizá-los sobre as dificuldades de seus filhos com relação a eles ( pais e
mães) .
a) Distribuir as cartas para os pais e mães de forma aleatória;
b) Cada um lê a carta que recebeu para todos ouvirem e comenta o
que entendeu que a criança quis demonstrar com relação ao tema
em pauta;
c) Fazer uma conversa sobre os anseios de seus filhos e deixar que
desabafem .
6º Passo: Escrita da carta para os filhos.
a) Pedir ao pais que escrevam uma carta nominal aos filhos que represente seus
desejos , suas tristezas e seus sonhos em relação a ele referente a sua vida
familiar, escolar e social e enfim que escrevam uma manifestação de seus
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sentimentos em relação ao filho (esta carta será entregue aos adolescente no
último encontro).
6. Encerramento:Clipe do Vídeo : “Ensinar pelo Exemplo”. (Trata de um pai que faz trabalhos para
os vizinhos e o filho o auxilia com as ferramentas e num certo dia o filho dá
continuidade ao trabalho do pai).
Disponível em :<http://www.youtube.com/watch?v=46Pnur0t6KI&feature=related>.
Acesso em 02 de mai. de 2010.
Observação: Deixar que falem espontaneamente sobre o vídeo.
7. Compromisso:a) Para próximo encontro, pedir que eles pensem quais dificuldades que
percebem que seus filhos encontram na escola: na estrutura, nos professores na
forma de se organizar e que precisam ser mudadas.
b) Convidá-los e animá-los para estarem presentes no próximo encontro.
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3º ENCONTRO - FAMÍLIA E ESCOLA: PERCORRENDO CAMINHOS
1. Tema: Construindo motivações para estar na escola e sentir-se parte dela desenvolvendo a aprendizagem.
2. Tempo : 90 minutos.
3. Objetivos:a) Construir motivações para estarem na escola e sentirem-se parte dela
desenvolvendo a aprendizagem.
b) Refletir sobre o que é possível avançar para amenizar o comportamento
agressivo na escola.
4. Boas vindas:Clipe do vídeo “Escola em Parceria com a Família” ( Trata da importância da
presença da família na escola e na educação dos filhos).
Disponível em : <http://www.youtube.com/watch?v=-wU6chnQOSk>. Acesso em
02 de mai. de 2010 .
5. Desenvolvimento:1º Passo: Perguntar aos pais e mães (dar liberdade e tranqüilizá-los) para que
comentem os pontos positivos e também os negativos referentes a escola:
• O que os seus filhos pensam da escola?
• Quais são os comentários ouvidos em casa em relação a escola?
• O que não está bom na organização, na forma de ensinar, de lidar com
os adolescentes?
Observação: Ouvir os pais e mães e anotar os comentários, sobre o que
trouxeram das dificuldades encontradas na escola , sem demonstrar que não
gostou, por exemplo, se os comentários forem ruins.
2º Passo: (A sala com as carteiras dispostas em círculo onde todos conseguem
se ver ) Conversar com os pais e mães sobre a importância da sua presença na
escola:
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A educação de toda criança começa dentro da família, a quem os pais e mães
transmitem valores éticos e morais para a formação do caráter pessoal dos seus
filhos.
Antes do surgimento da escola, crianças e jovens eram educados na
família ou na comunidade e somente as elites mandavam seus filhos para
colégios internos. Com a globalização, muita coisa mudou e a educação das
nossas crianças também. Pai e mãe que antes tinham uma participação mais
efetiva na educação dos seus filhos e filhas agora são obrigados a trabalhar e os
deixá-los numa creche, com uma babá, com os avós, com um parente próximo ou
até mesmo com um vizinho.
Nas escolas, as crianças e adolescentes chegam cada vez mais cedo,
porque seus pais precisam trabalhar e não tem com quem deixar os filhos. O
pouco tempo disponível dos pais e mães faz com que os mesmos transfiram para
a escola, muitas vezes, toda a responsabilidade educacional de seus filhos.
Sabemos que toda educação recebida em casa na pela criança, reflete na
relação com os colegas e com os professores, podendo trazer dificuldades no
aprendizado da mesma.
A família precisa estar preparada para saber lidar com esta situação de
mudança, saber enfrentar os momentos de crises para evitar que o adolescente
de hoje não se torne um agressor amanhã e, juntamente com a escola é preciso
que seja compreendida para ser enfrentada, uma vez que a agressividade das
crianças e adolescentes é um assunto significativo nas escolas brasileiras.
A agressividade pode ser entendida como
[...] uma atitude hostil e vigorosa, que é manifestada através de uma
idéia, pensamento, ato ou palavras, inconscientes ou conscientemente
orientadas no sentido de auto-afirmação, anti-social, na medida em que
traz consigo comportamentos destrutivos, que podem caracterizar-se
como os atos de matar, roubar, destruir o patrimônio público, atear fogo,
agredir as pessoas na rua, depredação, agressão a professores que
acabam em ameaças (CAVALHEIRO, 2005, p. 19).
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Nenhuma criança nasce trazendo a agressividade consigo, é o meio onde
vive que a torna agressiva. O limite e a disciplina seguem no mesmo caminho do
afeto e da liberdade e isso acaba refletindo nos lugares onde ela vive.
Se uma criança ou adolescente passa o dia na rua, por exemplo, ao chegar
à escola terá dificuldades de socialização e não apenas dos hábitos de higiene,
mas também dos de disciplina, ajuste de horários, etc.
Os pais são os responsáveis legais e morais pela educação dos seus
filhos. É importante que pais e professores sejam parceiros, pois querem o
melhor para suas crianças, o sucesso escolar. A participação dos pais e mães na
escola, acompanhado de regras determinadas previamente em comum acordo,
poderá ser muito importante.
Os filhos e filhas sentem-se seguros com a presença dos pais e mães. De
certa forma sente-se vigiados e assim procuram ter melhor comportamento.
O adolescente possui uma bagagem de valores. A escola por vezes ignora
isso e centraliza o foco somente nas aprendizagens acadêmicas impedindo que
haja um desenvolvimento completo. Frente a estas dificuldades o estudante é
afetado por esse contexto principalmente quando a escolaridade fundamental é
obrigatória. Surgem comportamentos violentos, desrespeitosos e indisciplinados.
Cabe à escola oferecer o diálogo, a amizade, um ambiente pacifista e
democrático embasado nos interesses e nas vivências do estudante
(CAVALHEIRO, 2005).
3º passo: a) Pedir aos pais que façam um cochicho e exponham suas ideias
sobre a escola que eles sonham ou pensam que deveria ter disponível para seus
filhos.
Observação: Ouvir os pais e anotar os comentários colocando-as em ordem de
prioridade no quadro branco, para levar estas sugestões a direção para que se
faça realidade dentro das possibilidades e também para continuar escrevendo o
panfleto .
4º Passo: Dinâmica : Valorização
Adaptada de :<http://silylandia.blogspot.com/2009/05/dinamica-reuniao-de-
pais.html>. Acesso em 05 de mai. de 2010.
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Entregar uma folha de sulfite para cada participante, pedir que escrevam
uma frase nela sobre seu filho, não explicar mais nada, colocar uma música de
fundo, suave, dar um tempo para a finalização. Após o término, irem entregando a
educadora, esta pegará as folhas mas não olha nem comenta, após recolher
todas as folhas, junta todas, dá duas dobras e joga na lata de lixo.
Reflexão : Fazer questionamento aos participantes sobre o que sentiram ao ter
sua folha rasgada e jogada no lixo, deixar que falem. A educadora colocará que é
o mesmo sentimento que o aluno ( filho ) sente quando chega da escola contente
para contar o que aconteceu ou então trazendo os trabalhinhos feitos em aula e
os pais e mães deixam para ver ou ouvir depois ou talvez nem queiram ver e ouvir
. É como jogar no lixo.
6. Encerramento: clipe da música: “Meu Filho” (Trata de um compromisso que
os pais tem de estar muito presentes na vida do filho).
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=zgSEa5Brmps>. Acesso em 02
de mai. de 2010.
Observação : deixar que eles comentem espontaneamente sobre o vídeo.
7. Compromisso: a) Sugerir aos pais que tentem organizar seu tempo para que possam conversar
um pouco mais com seus filhos, saber o que eles pensam e orientá-los em suas
dificuldades.
b) Convidá-los a participar do último encontro colocando a importância de sua
presença, combinar uma data e horário que todos estejam disponíveis e destacar
que tragam seus filhos consigo.
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II UNIDADE - ENCONTROS ENTRE ADOLESCENTES
1º ENCONTRO - IDENTIFICANDO POSITIVIDADES PARA SUAS VIDAS
1. Tema: Histórias de Vida das Famílias: consequências do relacionamento entre filhos e família.
2. Tempo: 90 minutos.
3. Objetivos:a) Reconhecer a história de suas famílias identificando-se como parte dela e
percebendo que tem valor e pode ser seu abrigo e lugar de convivência.
b) Iniciar trabalho para montar um mural para o 4º Encontro como forma de unir e
fortalecer os laços da família.
4. Boas vindas:a) Breve apresentação do projeto.
b) Vídeo motivação “O Milagre da Vida” (Trata da apresentação da fecundação
do óvulo e relata a importância que a pessoa tem de ter sido escolhida entre
outros na hora da concepção).
Disponível em : <http://www.youtube.com/watch?v=7iXp36sbwdE>. Acesso em 02
de mai. de 2010 .
5. Desenvolvimento:1º Passo: Conversa
A Importância dos filhos para os pais e mães, o significado de ser você o
escolhido na hora da concepção (como mostra o clipe do filme). Mesmo que os
pais e mães exijam muito de nós , não tenham paciência, sejam diferentes do que
queríamos que fossem, não quer dizer que eles não nos amam. É de suma
importância a presença da família para uma criança/adolescente, pois ainda não
tem condições de sustentar-se e responder por si própria. As crianças e
adolescentes precisam de orientações para construírem suas vidas;
Outro fator de muita importância é o respeito para com os pais, mães ou
responsáveis pois todas as pessoas tem limites e estes devem ser respeitados.
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Para sermos pessoas aceitas e respeitadas, precisamos respeitar certas regras e
limites que a sociedade nos apresenta, estas são transformadas pelos pais, mães
ou responsáveis em forma de conselhos no dia a dia.
As dificuldades para se manter uma família são muito presentes , mas os
pais estão dispostos a enfrentá-las da melhor forma possível , pois os filhos são
muito importantes para eles.
2º passo : “Lembrando passagens de minha Vida” Cada educando receberá
folhas, lápis preto e coloridos, material para recorte, cola entre outros para
construir uma parte da sua História de Vida, resumida em alguns acontecimentos
que estão em sua lembrança e marcaram muito sua vida. O aluno colocará cada
passagem em uma folha em forma de desenho ou colagem e identificará abaixo a
situação. (Este material será guardado para compor o mural final dos trabalhos).
3º passo: Dinâmica: “Elaboração de carta pessoal” (grifo meu) .
a) Cada participante terá que elaborar uma correspondência, anônima , cujo
conteúdo deverá contemplar uma conversa com a sua família, podendo conter
idéias que a criança deseje que se realize na família, algumas dificuldades de
relacionamento, melhora de comportamento de algum membro da família,
situações de constrangimento que devem ser mudadas , enfim anseios que ela
possui.
b) As cartas serão recolhidas, digitadas para que não sejam identificadas e
usadas no segundo encontro com os pais e mães para uma importante reflexão.
6. Encerramento: Vídeo “Mônica em o Sumiço de todas as Mães” (Trata da
importância dos pais e mães na vida dos filhos).
Disponível em :<http://www.youtube.com/watch?v=fnMxdGEGm54>, acesso em
02 de mai. de 2010.
Observação: deixar que eles comentem espontaneamente sobre o vídeo.
7. Compromisso:
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a) Pensar e anotar situações de desentendimento com colegas ou pessoas de
sua convivência. Trazer para relatar no próximo encontro.
b) Animá-los e convidá-los para o próximo encontro.
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2º ENCONTRO - COMPREENDENDO AS ATITUDES AGRESSIVAS
1. Tema: Aquilo que vivemos influencia nossa educação
2. Tempo: 90 minutos.
3. Objetivos:a) Identificar quais os comportamentos que existem na família e na sociedade que
fazem mal para suas vidas e quais são bons e devem continuar.
b) Perceber de que forma o que acontece na família e na sociedade influenciam a
vida dos adolescentes na escola.
c) Identificar o momento em que o comportamento agressivo se manifesta.
4. Boas vindas.
5. Desenvolvimento:1º Passo: Solicitar o compromisso do encontro passado, que pedia situações de
desentendimento com colegas ou pessoas de sua convivência. Anotar no quadro.
2º Passo: Assistir imagens montadas no Slide que representem cenas
violentas (mau comportamento) em suas famílias, escola e sociedade.
Relacionar as situações do slide com as situações trazidas pelos alunos e
anotadas no quadro.
3º Passo: Debate sobre as cenas do slide:
a) As cenas do filme são semelhantes as que vivemos em nosso dia a dia?
b) O que você sentiu ao assistir estas cenas?
c) De onde vem nossas atitudes agressivas? Serão das relações familiares?
d) É mais fácil realizar coisas boas ou ruins?
e) O que sentimos quando praticamos coisas boas?
f) O que sentimos quando alguém nos magoa ou fere nossos sentimentos?
g) O que sentimos quando fizemos alguma coisa que prejudica ou magoa
alguém?
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h) O que nos leva a agredir fisicamente ou verbalmente um pessoa?
i) Quem e o que pode nos ajudar a diminuir a raiva que sentimos? Amizades,
brincadeiras, piadas, esportes, música, participação na comunidade, Igreja,
eventos, etc.
Observação: deixá-los falar, no final ressaltar o que as cenas positivas e
negativas causaram nos personagens do slide e destacar que todas as nossas
ações sejam elas boas ou ruins, têm consequências. A agressividade, a raiva que
temos não é nossa culpa mas precisamos mandar nela. Somos o resultado do
que fizeram conosco, porém somos muito mais aquilo que nós fazemos com o
que fizeram de nós.
4º Passo: Modelagem
a) Em dupla para favorecer o diálogo, com argila os participantes modelam
situações de respeito e comportamentos que devem ser mudados em relação a
si mesmo, no seu dia a dia na vida em família e sociedade. Cada trabalho deve
ser apresentado para o grupo (estes serão guardados para a exposição dos
trabalhos no encontro final).
5º Passo: Dinâmica “O Abraço”, adaptada de:
<http://www.catequisar.com.br/texto/dinamica/volume02/89.htm>. Acesso em 05
de mai. de 2010.
a) Usar balões e um fundo musical animado.
b) Em dupla, cada uma com um balão. Quando todas as duplas estiverem
posicionadas conforme a orientação, ligar a música. Colocar o balão na altura do
peito e dar um abraço apertado até estourar o balão. A primeira dupla que
estourar o balão se abraça e permanecem abraçados, a segunda dupla que
estourar o balão abraça a primeira dupla e assim sucessivamente até ficar um
amontoado de crianças e todos tiverem estourados seus balões.
c) Refletir sobre a importância de um abraço. Explicar o significado do abraço é
que é união, demonstração de carinho, de amizade, acolhimento, ligação, fusão,
união. Precisamos do abraço porque que todos nós temos situações difíceis em
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nossas vidas. Quando damos ou recebemos um abraço é produzido em nosso
cérebro o aumento de uma substância que provoca em nosso corpo a sensação
de bem-estar, alegria, etc. O abraço não custa nada e representa reconciliação e
carinho. Sempre que tivermos nos desentendido com alguém podemos usar o
abraço e a palavra “desculpas” como forma de nos reconciliarmos. Tem muito
valor um grande abraço todos os dias.
6. Encerramento: Slide: Amigo Rei Leão , autor desconhecido. (Trata de bons relacionamentos e
ações diárias para conservá-los).
Disponível em:<http://www.animatoons.com.br/movies/the_lion_king_3/>. Acesso
em 05 de mai. de2010.
Observação : deixar que eles comentem espontaneamente sobre o slide.
7. Compromisso: Fazer em conjunto com o grupo um comprometimento de
mudança de atitudes ( orientado pela educadora) . Cada participante do projeto,
trazer para o próximo encontro uma relação de atitudes que realmente tenha
mudado com a família , colegas , professores , enfim pessoas de seu
relacionamento diário.
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3º ENCONTRO - ESCOLA E FAMÍLIA: POSSIBILIDADES DE ENCONTRO
1. Tema: É possível superar situações do cotidiano que desencadeiam formas agressivas de comportamento
2. Tempo: 90 minutos.
3. Objetivos:a) Perceber quais são suas atitudes na família e na escola, refletindo e
compreendo as conseqüências destes comportamentos.
b) Organizar coletivamente alguns pontos para avançar nas relações família-
escola.
4. Boas vindas :a) Clipe do vídeo “Conseqüência das suas atitudes” (Trata de situações que
sofremos em conseqüências de nossas atitudes, sejam elas positivas ou
negativas).
Disponível em:<http://www.youtube.com/watch?v=u6TOSm2A5AE>. Acesso em
05 de mai. de 2010.
5. Desenvolvimento:1º Passo: Sentados em círculo conversar com os colegas sobre situações de
suas convivências que os aborrecem ( a educadora lança as questões e conduz à
reflexão).
• Qual a consequência da atitude do menino do filme ?
• O que ele deveria ter feito em vez de tomar a atitude que tomou?
• Quais comportamentos dos colegas me deixam irritados? Por quê?
• Como eu poderia superar estes comportamentos sem que eu agisse com
gritos, agressões físicas e apelidos horríveis?
• O que eu preciso fazer para controlar minha raiva? (Pensar antes de falar,
contar até 10, pensar nas conseqüências, etc).
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• Se eu continuar com as atitudes agressivas por toda minha vida , como
será meu futuro?
• Será que eu estou preparado para encarar as conseqüências dos meus
erros?
• Como perceber que meus direitos vão até onde começa os direitos das
outras pessoas de minha convivência?
Observação: Anotar no quadro branco uma lista das atitudes citadas por eles.
2º passo: Dinâmica: "O feitiço virou contra o feiticeiro"(grifo meu).
a) Forma-se um círculo, todos sentados, cada um escreve uma tarefa que
gostaria que seu companheiro da direita realizasse, sem que o colega veja,
cada um coloca na tarefa o seu nome e o nome do colega que irá realizar a
tarefa. Após todos terem escrito, o educador anuncia a seguinte frase: “O
feitiço vira contra o feiticeiro” , quem irá realizar a tarefa é a própria pessoa
que escreveu. O educador agora acompanha a realização das tarefas.
b) Reflexão: "Não faça ou deseje aos outros o que não gostaria para si".
Comentar que nem sempre, ser agressivo é nossa própria culpa, mas não
podemos ter atitudes violentas pois quem terá que responder por tais atitudes
seremos nós mesmos.
3º Passo: Questionamento.
a) O que vocês vem fazer na escola?
b) Para que serve a escola?
c) Complementar dizendo que se a família e a escola se unirem eles podem ser
diferentes.
4º Passo: “Construindo um novo ser”. Esta tarefa será realizada por todos os
integrantes, que deverão desenhar e pintar uma figura humana com suas
características físicas próprias, utilizando-se de papel , tinta guache, lápis
colorido, giz de cera, etc. Posteriormente, deverão apresentar-se ao grupo a nova
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pessoa que inicia uma vida nova a partir deste encontro. (Sugestão da
apresentação: Este(a) é (o) (a) fulano(a) uma pessoa tranqüila, feliz , tentará
mudar seu comportamento....., agora terá novas atitudes....na escola e em
família) .
5º Passo: Reflexão
Conversar sobre os limites e imperfeições dos seres humanos. Somos
resultado do que fizeram conosco, porém somos muito mais aquilo que nós
fazemos, do que o que fizeram de nós. Um novo ser humano pode ser
transformado a cada momento. Os nossos pais podem ser imperfeitos, ter
dificuldades, as vezes atitudes que não entendemos, mas eles tem amor por
nós.
A família e a escola são espaços onde passamos a maior parte do tempo
de nossas Vidas e estas, integradas podem atuar contribuindo nas mudanças de
relacionamentos para melhorarmos a aprendizagem.
6. Encerramento: Clipe da música “Amigos para sempre” ( Trata da amizade
quem deve estar presente em qualquer lugar, em qualquer estação, nas horas
tristes ou momentos de prazer).
Observação : deixar que eles comentem espontaneamente sobre o vídeo.
7. Compromisso:a) Que tipo de amigos nós queremos ter?
b) Nos preocupamos em manter as amizades?
c) Somos amigos?
d) O que é ser amigo?
Cada participante do projeto, fazer as pazes e trazer no próximo encontro
um colega de turma ou amigo que teve desentendimentos para participar do
encontro final e confraternização.
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III UNIDADE - FAMÍLIAS E ADOLESCENTES
ÚLTIMO ENCONTRO - RECONSTRUINDO NOSSOS LAÇOS E INICIANDO UM CAMINHO ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA
1. Tema: Pais, mães ou responsáveis e filhos, como vamos reforçar ou reconstruir nosso ninho?
2. Tempo: 90 minutos.
3. Objetivos: - Promover um momento que fortaleça os laços entre pais, mães ou responsáveis
e adolescentes.
- Construir uma síntese dos encontros para a escola e as famílias.
4. Boas vindas e fundo musical.
5. Desenvolvimento:1º Passo: Os pais, mães e filhos são recebidos numa sala , onde irão percorrer
um caminho decorado com flores e com um fio condutor que os levará aos
trabalhos produzidos pelos participantes do projeto durante os encontros
realizados. Todos são convidados a observar o material ali distribuído e
posteriormente sentar-se em lugares organizados.
2º Passo: Conversa: Breve retrospectiva dos encontros realizados.
a) Consideramos a família o ninho onde fomos criados, relembrando
momentos bons e ruins que tivemos em nossas vidas, e todos eles
refletem em nossos comportamentos, mas nem mesmo por isso podemos
ter atitudes que nos prejudiquem os prejudique os outros.
b) Sabemos que em nossas vidas as dificuldades fazem parte do
relacionamento entre pais, mães e filhos, portanto é importante sabermos
refletir e melhorarmos o diálogo com a família.
c) As boas relações com nossa família são importantes, para nosso
crescimento físico e moral.
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d) É muito importante sentirmos a escola como parte de nossa família, pois lá
é o lugar onde passamos boa parte do nosso dia e para tanto, precisamos
construir boas relações para que nossa aprendizagem das crianças e
adolescentes também seja satisfatória.
3º passo: Construção do Mural da Família (convidar pais e filhos para participar).
Este é um trabalho para ser mantido em exposição.
Material necessário: Folhas de papel tamanho médio exposto nas carteiras para
depois de pronto o trabalho forrar a parede montando um painel, cola ou fita
adesiva, tinta e outros materiais que se deseje utilizar na montagem;
a) Tudo o que se tem a fazer é representar, cada um a seu jeito, situações que
contribuam para bons relacionamentos entre educando-família-escola. Também
podem expressar tal assunto com algumas frases de sua criatividade.
b) Cada participante começa trabalhando num pedaço do mural e depois, todos
podem interagir e completar os desenhos feitos por todos. Ao final, cada um pode
completar o desenho com uma frase sobre como se sente após ter participado
deste projeto.
4º Passo: Discussão.
a) Refletir pontos importantes desta atividade que é o próprio resultado.
b) Como vimos neste último encontro a possibilidade de um trabalho em
conjunto educandos-família-escola?
c) Quais foram os elementos que mais apareceram no mural?
d) O que estes elementos representam para nós?
5º Passo: Apresentação do novo ser. Os filhos buscam o trabalho da construção
do novo ser , apresentam e entregam a seu pai, mãe ou responsável presente no
encontro dizendo as palavras que disse no encontro em que fez no novo ser.
6º Passo: Entregar aos pais o panfleto produzido pelas idéias e sugestões por
eles apresentadas em todos os encontros.
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7º Passo: Entrega das cartas produzidas pelos pais a seus filhos.
8º Passo: Agradecimentos a todos pela participação e auxílio na realização do
projeto.
6. Encerramento e Confraternização:
• Fundo musical
• Oferecer um chá acompanhado de doces e salgados.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação é um fator de extrema e fundamental importância na vida do
ser humano, contudo, faz-se necessário desenvolver uma nova forma de pensar e
agir nas escolas realizando um trabalho eficaz, que realmente faça a diferença,
sem medo, com a intencionalidade de transformar tanto o contexto escolar,
familiar, como no social.
No interior da escola e também na família não podemos ignorar que os
conflitos existem, a agressividade que ocorre em casa, na escola e na sociedade
afeta a relação familiar e escolar, assim como a aprendizagem do adolescente.
Portanto, a família juntamente com a escola, precisa estar preparada para saber
lidar com tais situações que precisam ser compreendidas para serem enfrentadas
e com isso, evitar que o adolescente se torne mais tarde uma pessoa excluída da
sociedade, uma vez que a agressividade das crianças e adolescentes tem
mostrado conseqüências desastrosas nas escolas brasileiras.
Somente atingiremos um trabalho de orientação e prevenção de
comportamentos agressivos por meio de um trabalho em equipe, através de
discussões pertinentes entre família e escola. Todavia, a família não pode se
demitir do seu papel e atribuir total responsabilidade à escola o que implicará,
algumas vezes, colaboração dos gestores da educação.
Neste contexto, baseado em contatos iniciais com os adolescentes
participantes do projeto, é possível acrescentar que os educandos na sua
maioria são receptivos aos novos ensinamentos possibilitando assim um trabalho
integrado entre família e escola. Conforme Capellato declara sobre família:
A família é ao mesmo tempo, o ”lugar” onde temos nossas maiores sensações de alegria, felicidade , prazer e amor e o “lugar” de onde trazemos tristezas, desencontros, brigas e ódios. É na família que aprendemos a linguagem mais complicada da vida: somos capazes de agredir com maior profundidade de nosso ser as pessoas que nós mais amamos no mundo (1999,p.5).
O adolescente possui conhecimentos próprios que trazem de suas famílias
e de suas vivências. A escola por vezes ignora isso e centraliza o foco somente
nas aprendizagens acadêmicas impedindo que haja um desenvolvimento
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completo. Frente a estas dificuldades o adolescente é afetado por esse contexto
principalmente quando a escolaridade fundamental é obrigatória. Surgem
comportamentos violentos, desrespeitosos e indisciplinados. Cabe à escola
oferecer o diálogo, a amizade, um ambiente pacifista e democrático embasado
nos interesses e nas vivências do estudante (CAVALHEIRO, 2005). Portanto,
uma parceria entre família e escola , unifica as orientações educativas ,
reforçando as atitudes adequadas e orientando quando os comportamentos não
são considerados aceitos socialmente.
Entendemos portanto, que um bom engajamento entre família e escola é
indispensável para que se promova momentos de diálogo que venham a
contribuir na reconstrução das relações entre o adolescente, a família e escola,
refletindo numa aprendizagem escolar eficaz.
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CAVALHEIRO, A. Agressividade e violência na escola. Memorial de Pedagogia
Faculdade de Campinas. Americana, 2005.
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Modus Faciend, 1995.
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1986.
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2004.
HINTZ, Helena C. Novos tempos, novas famílias? Da modernidade a pós-modernidade. Pensando Famílias. Eletrônica. 3. 2001.
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